plano geral urbanístico do complexo esportivo de deodoro

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plano geral urbanístico do complexo esportivo de deodoro
PLANO GERAL URBANÍSTICO DO COMPLEXO ESPORTIVO DE DEODORO
(MASTER PLAN) PARA OS JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS RIO 2016
MEMORIAL
TRANSFORMAR UM TERRITÓRIO DE
EXCLUSÃO EM UM TERRITÓRIO DE INTEGRAÇÃO
APROPRIAÇÃO DO TERRITÓRIO PELA LEGIBILIDADE E INTEGRAÇÃO
Esta ação pode-se definir como a grande incorporação de um território excluído
socialmente da cidade. Sem dúvida se coloca como a condicionante mais importante
do projeto em todas as escalas, pois esta é a única possibilidade que este território
consolide corretamente seu destino urbano final.
O projeto estabelece condicionantes de desenho que perdurem na memória coletiva
dos cidadãos, e não apenas arquiteturas como “objetos de design” isolados.
Principais ações:
 Rebaixamento parcial da linha férrea e estação de trem em subsolo no centro
geográfico do lugar.
 Marcação do eixo de pedestre na escala de uma grande vértebra de conexão
“Bulevar Olímpico”
 Traçados de fácil apreensão e lógica funcional. Circuitos de diferentes naturezas,
sem cruzamentos, e continuidade da rede viária veicular nas travessias sob a Av.
Brasil e sobre o Rio Marangá.
REVALORIZAÇÃO DA “ESCALA DA NATUREZA”
Afirmação da paisagem como principal infraestrutura do local.
Ações legíveis e dissociáveis na grande, média e pequena escala.
O projeto das espécies, equipamentos, iluminação e hierarquia geométrica são
compatíveis com as escalas. Portanto, a área está sendo considerada como uma
ilha de permeabilidade e de vegetação, uma oportunidade histórica de consolidar
um espaço que estabelecerá o equilíbrio ambiental na região de Deodoro.
Principais ações:
 O eixo “Bulevar Olímpico” com grande densidade de vegetação arbórea que será a
grande conexão entre os setores do parque
 Parque urbano na faixa lindeira à Av. Brasil. No legado se estabelece como “praia”
e densidade de equipamentos de lazer.
 Complementação da vegetação existente, principalmente no setor norte,
formando um parque natural de grandes dimensões.
 Demarcação do Rio Marangá quando passa pelo parque, transformando-o
deliberadamente numa paisagem de arquitetura desenhada.
 A fisionomia da vegetação arbórea da Mata Atlântica, com suas florações
diferentes, como principal partido para a natureza criada.
 Na escala de todo o conjunto espécies de florações diferenciadas propositalmente,
indicarão épocas e induzirão usos, formando desenhos distinguíveis a distância e
transformando o local num cenário de natureza antrópica.
 A iluminação geral visará valorizar a superfície do solo das estruturas viárias e
pedestres e os pontos de valor icônico, tanto construído como natural. A
iluminação, por si só, configurará um desenho de valor autônomo.
CONDICIONANTES FÍSICAS DAS “PEGADAS”
Todas as construções definitivas e temporárias usarão materiais adequados as suas
funções e ao seu funcionamento. A pavimentação dos caminhos destinados aos
pedestres e às praças será em material 100% drenante ou em saibro e areia. Os
pavimentos veiculares serão em blocos de concreto sobre camada de areia e brita.
Todos os fechamentos laterais e horizontais possuirão materiais apropriados para
isolamento térmico. E ainda poderão em certos casos ser suporte de células
fotoelétricas que gerarão energia diretamente ao objeto construído.
MEIO AMBIENTE E PAISAGEM
O DOMÍNIO DA PAISAGEM: Como polo de conexão entre diversas regiões da
cidade, o projeto procura abrir as visuais, no sentido de possibilitar uma ampla
leitura da paisagem, em qualquer ponto do Complexo Esportivo, tendo, como pano
de fundo os polos norteadores, os conjuntos edificados e as montanhas. As visões
sequenciais dos diferentes equipamentos do Parque privilegiam o ponto de vista do
pedestre, ao nível dos olhos e da escala humana.
Com isso, promovemos a visibilidade através da rápida identificação das ações do
entorno e a transitividade, permitindo a articulação dos diferentes espaços de modo
descontraído e agradável, reproduzindo de maneira semelhante a coreografia do
comportamento livre do pedestre nas ruas e praças da cidade. Compatível com o
caráter das atividades, ligadas ao movimento, esporte, estímulo e participação, a
vegetação trabalha com florações de exuberantes cores quentes, amarelos, laranjas
e vermelhos.
POR UMA PAISAGEM SUSTENTÁVEL: Numa perspectiva que se pretende
sustentável, procura-se incluir uma abordagem capaz de relacionar e articular áreas
vegetadas aos outros elementos e processos de suporte biofísico: o sistema hídrico,
a base geológica-geomorfológica, as características climáticas e micro climáticas,
como também a fauna. Dessa forma, procura-se empreender uma visão de
paisagem como infra-estrutura, contrapondo-se a uma concepção fragmentada, que
não corresponde à complexidade e aos desafios e demandas do urbanismo
contemporâneo.
No sentido de um cumprimento da função social, compreendida como o direito de
todos a uma cidade sustentável, tal como estabelece o Estatuto da Cidade, faz-se
necessário valorizar a manutenção dos processos ecológicos e da biodiversidade,
consolidando um sistema de lugares que acolham harmonicamente, a história e o
patrimônio cultural, atividades de esporte, lazer, cultura, educação e fruição da
beleza dos elementos naturais e antrópicos.
O projeto procura também recuperar e garantir a integridade das áreas verdes
remanescentes, articuladas a outros elementos e processos dos sistemas naturais
(água, solo, ar) e promover uma eco-revelação, no sentido de tornar visíveis os
fluxos naturais das águas pluviais.
O CAMINHO DAS ÁGUAS: O projeto parte de uma visão que privilegia as relações
entre os vários elementos e processos do suporte biofísico, incorporando soluções
de desenho que trabalham a acomodação das águas pluviais, criando assim uma
hidrodinâmica, com a presença de bacias de retenção e bio-valetas e pode-se dizer
que o pensamento contemporâneo sobre águas urbanas, caminha na direção da
desaceleração e infiltração local; assim, em vez de canalizações e ocultamentos, a
idéia é promover a gestão da água de forma que seja revelada, celebrada e
incorporada no desenho da paisagem urbana.
O Rio Marangá, ao qual se propõe a despoluição, estrutura o eixo ao longo da
Avenida Brasil, passando à leste por bacias de retenção, com a dupla função de
filtragem e prevenção de enchentes e transformando-se num canal construído
quando passa a correr defronte ao Parque Público (pentatlo e hockey), demarcando
simbolicamente sua metamorfose mais urbana e deliberadamente antrópica. Nesse
momento, ele deixa de ser “natural” e se transforma num espaço lúdico, para uso
recreativo. Procurou-se minimizar, sempre que possível, as áreas de pavimentos
impermeáveis e muitas circulações foram tratadas com PTA (Piso de Terra e Areia)
ou com placas drenantes, visando a infiltração e a recarga do lençol freático.
AS ÁREAS VERDES: Procurou-se trabalhar com grande diversidade de espécies,
predominantemente nativas da Mata Atlântica local, criando uma espécie de jardim
botânico, promovendo a atração da avifauna e atribuindo desta forma, um sentido
pedagógico como um espaço de educação ambiental.
O projeto estabelece um zoneamento, definindo hierarquias e tipologias dos estratos
vegetais em função dos tipos de uso e significados simbólicos:
 Bosques densos existentes de vegetação mista, de nativas e exóticas, a serem
preservados e enriquecidos com espécies predominantemente da Mata Atlântica
local.
 Áreas de transição existentes: de usos mais intensivos e com arborização mais
esparsa e utilização de gramados ou herbáceas
 Mata ciliar, ao longo dos Rios Marangá e Caldeireiro
 Eixos viários e passeios públicos arborizados
 Gramados
 Áreas inundáveis
Bosque denso existente de vegetação mista
(nativa e exótica) a ser enriquecido com espécies nativas
Eixos viários e passeios públicos arborizados
Áreas de transição com arborização
utilização de gramados ou herbáceas
Eixos de árvores de florações intensas
demarcando caminhos
esparsa
e
Mata ciliar, ao longo dos rios Marangá e Caldeireiro
Rios (canalizados ou não)
Gramados
Bacias de retenção
Para o estabelecimento do corredor ecológico, conectando os três parques
Medanha, Pedra Branca e Tijuca, procurou-se dar continuidade aos conjuntos
vegetais, através de maciços arbóreos como as alamedas das vias de circulação.
Mesmo considerando que as fileiras contínuas não possuam as dimensões
necessárias para o estabelecimento do fluxo gênico, essa conexão cumpre um papel
de ordem simbólica. A potencialização dos conjuntos arbóreos contribui para a
amenização do microclima do Complexo, situado numa região distante das brisas
mais frescas das praias litorâneas.
A fisionomia da vegetação arbórea utilizada toma como referência a Mata Atlântica
brasileira, cujo suporte, o conjunto das folhagens, varia do verde escuro ao verde
claro e o colorido ocorre de forma esparsa e respingada nesse fundo uniforme.
Fisionomia geral da Mata Atlântica
A ideia é caracterizar o conjunto da arborização como suporte para todos os
equipamentos do projeto.
Numa abordagem mais ampla, é o Complexo Esportivo Deodoro mergulhado numa
grande área verde e não o contrário.
Procurou-se trabalhar as áreas antrópicas com uma linguagem mais geométrica e
colorida, em contraposição às formas orgânicas das áreas mais naturalizadas.
Esses eixos coloridos cumprem também o papel de sinalizadores e orientadores dos
percursos dos usuários, além de criar um ambiente estimulante, compatível com a
adrenalina que requerem as atividades esportivas. Outros renques de árvores
floríferas, cortando os bosques, apontam, simbolicamente nas direções dos
corredores ecológicos Medanha/Tijuca.
Como celebração, foram selecionadas espécies que terão floração intensa durante o
período do evento (agosto/setembro). Desta forma, as áreas verdes, procuram
permear todos os espaços do Complexo Esportivo, criando um plasma que unifica
seus interstícios, formando uma malha articuladora. Ou, brincando com as palavras,
deixando de ser um nó urbano para se transformar um espaço de todos nós.
SUSTENTABILIDADE
Toda a intervenção será orientada de forma a seguir critérios de sustentabilidade
objetivos, que deverão ser definidos ainda numa fase de projeto e monitorados
durante a fase de construção e operação do Complexo de Deodoro.
Neste sentido e concretamente serão propostas as seguintes ações de forma a
garantir a sustentabilidade da intervenção:
ENERGIA: Auto-suficiência total do ponto de vista energético de toda a intervenção
em legado com a utilização de geração térmica solar; Criação de unidades de
microgeração, solares, térmicas e biogás para alimentação exterior de
equipamentos; Aplicação de materiais exteriores de baixa energia induzida no
processo de fabricação.
ÁGUA: Auto-suficiência total do ponto de vista do consumo de água para irrigação;
Bacias de retenção de grandes dimensões para captação das águas pluviais;
Colocação de alvéolos de retenção de água nos estacionamentos e percursos;
Depuração e reaproveitamento de água dos sanitários para irrigação; Utilização de
plantas xerófitas e espécies rústicas adaptadas.
AQUÍFEROS: Redução do uso de pisos impermeáveis; Colocação de estação de
separação de hidrocarbonetos nos estacionamentos; Utilização em larga escala de
pavimentos drenantes.
QUALIDADE DO AR: Utilização de massa arbórea nos estacionamentos; Adoção do
princípio carbono 0 na gestão dos espaços verdes.
RUÍDO: Criação de uma micro modelação de terreno que reduza a propagação de
ruído a partir das grandes avenidas; Introdução de densa vegetação arbustiva que
absorvam o ruído.
FAUNA E FLORA: Criação de habitats para desenvolvimento de novas
comunidades de fauna e flora; Restruturação da cobertura vegetal com vista a sua
estratificação e consequente aumento da biodiversidade; Larga introdução de
espécies vegetais autóctones.
FINANCEIRA: Definição de um budget anual de custos de manutenção; A eficácia
das medidas propostas com vista a assegurar a sustentabilidade do parque poderão
ser validadas através de um processo de certificação BREEAM Community, LEED e
ISO 14001 para a gestão e manutenção de todos os espaços exteriores e dos
edifícios, assim como pela implementação das seguintes medidas de gestão:
 Elaboração de relatórios periódicos de balanços energéticos.
 Elaboração de relatórios periódicos de balanços de consumos de água.
 Medição regular da qualidade de água.
 Medição regular da qualidade do ar com a quantificação das poeiras em
suspensão.
 Levantamentos regulares de fauna e flora do parque atualizando anualmente os
indicadores de biodiversidade.
 Elaboração de um relatório anual de gestão do complexo onde são estimados os
custos e os proveitos desta infraestrutura.
ACESSIBILIDADE
O projeto foi desenvolvido para garantir a acessibilidade universal a todos os locais
de jogos. Tendo em vista esta condicionante, a utilização de escadas e desníveis
grandes foi minimizada com a adoção de grandes passeios e explanadas com
inclinações baixas, conectados a passeios secundários e rampas que dão acesso
aos equipamentos.
A adoção de grandes passeios praticamente planos no projeto também visou facilitar
a possibilidade de locomoção de pessoas com necessidades especiais através de
carros elétricos, levando em consideração as grandes distâncias a serem
percorridas no presinct de Deodoro. Estes carros elétricos estarão disponíveis em
vários setores do Bulevar Olímpico e poderão ser carregados nos módulos
equipados amarelos.
Estes módulos ainda estarão conectados a ciclovias que percorrerão todo o site.
Em função dos jogos paraolímpicos, haverá ainda a adoção de uma taxa maior de
assentos reservados para pessoas com necessidades especiais do que o exigido
pelas normas brasileiras pertinentes.
MOBILIDADE E CONEXÕES COM O SISTEMA DE TRANSPORTES
TRANSPORTE DURANTE OS JOGOS - BACK OF HOUSE: O Back of House terá
um circuito de veículos credenciados, ônibus e shuttles (T1, T2, T3) totalmente
independente e não conflitante com o Front of House. O acesso a cada uma das
arenas se dará pelo lado oposto ao do público, em locais onde também estarão
localizados estacionamentos para a operação do evento, embarque e desembarque
da família olímpica e também as áreas operacionais e de broadcasting
TRANSPORTE DURANTE OS JOGOS - FRONT OF HOUSE: O acesso de público
se dará por dois grandes pontos de chegada, nas duas extremidades da Av. Duque
de Caxias. No lado oeste haverá uma área de embarque e desembarque para os
shuttles vindos dos estacionamentos de fora do perímetro e para os ônibus
fretados(T4, T5). Na outra extremidade da avenida, a chegada se dará pela Estação
Deodoro. A Av. Duque de Caxias, reurbanizada com um largo passeio central para a
circulação pedestre, é que dará acesso às duas principais entradas do público aos
eventos: Acesso ao Bulevar Olímpico através da Praça das Celebrações e o acesso
ao Centro Nacional de Hipismo. O Bulevar Olímpico se constituirá como o principal
eixo de acesso do público aos diferentes equipamentos que estão conectados a ele.
TRANSPORTE URBANO NO LEGADO: No legado, o acesso ao parque com seus
diversos equipamentos se dará em três pontos ao longo do Bulevar Olímpico. O
primeiro será através de ônibus na Av. Duque de Caxias vindo de outros modais ou
bairros locais. As conexões metropolitanas se darão pela nova estação da Supervia
“Bulevar Olímpico” (antiga Vila Militar) e por uma estação na Av. Brasil da linha de
BRT da linha Transbrasil.
SEGURANÇA
A proposta apresentada soluciona a problemática da necessidade de se ter grandes
áreas cercadas e seguras sem que estas se tornem barreiras para a população
local.
Como as conexões no projeto são feitas por níveis distintos, ele viabiliza o presinct
de Deodoro ser formado por apenas dois setores de segurança cercados, sem que
eles se configurem como barreiras para o uso cotidiano do bairro. Ao norte teremos
a maior área de segurança, que reunirá a grande maioria dos equipamentos. Seu
acesso de público será realizado através de uma barreira de controle com
magnetômetros no acesso à Praça das Celebrações na Av. Duque de Caxias. Este
setor tem seu eixo principal formado pelo Bulevar Olímpico, que por sua vez
atravessa as vias locais em níveis distintos e dá acesso aos equipamentos
esportivos.
A outra área segura é formada pelo Centro Nacional de Hipismo. Seu acesso e
respectivo controle de público será realizado na entrada principal do equipamento na
Av. Duque de Caxias, através de barreiras com magnetômetros.
INFRAESTRUTURA
FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS: Rebaixamento de Trecho da Linha Férrea: A linha
férrea do ramal de Santa Cruz será rebaixada ao longo de um trecho de cerca de
2 km na zona do Complexo. Esta intervenção implica no desvio provisório da linha
férrea, através de um by-pass paralelo à atual via neste trecho, para proceder à
escavação numa profundidade de cerca de 7m. Quando necessário se adotarão
estruturas de contenção de terras em concreto armado moldado in loco ou prémoldado, segundo maior adequação em fase de projeto.
PONTES DO BULEVAR OLÍMPICO SOBRE O RIO MARANGÁ: A travessia do
Bulevar Olímpico sobre o Rio Marangá é promovida através de duas pontes, em
ambas as laterais do eixo. Tratando-se de obras de grande visibilidade, com uma
altura livre à água muito reduzida, será estudada a adoção de estruturas metálicas
delgadas para os tabuleiros, levando em consideração os aspectos de durabilidade.
VIADUTO DA AV. BRASIL SOBRE O BULEVAR OLÍMPICO: A sua concepção tem
como desafio transformar a atual barreira num espaço público de qualidade e será
dada especial atenção aos aspectos estéticos da obra.
O viaduto terá cerca de 200m de comprimento e dois tabuleiros paralelos, com um
total de 50m de largura, que integrarão a plataforma projetada da Av. Brasil. Propõese uma solução em concreto armado protendido com vãos entre 40m e 60m. Os
tabuleiros serão construídos de forma faseada, restringindo o tráfego da Av. Brasil
em apenas uma faixa, alternadamente, durante a construção do viaduto.
ALÇAS SOBRE A LINHA FÉRREA E PONTES SOBRE O RIO MARANGÁ: Tratase de duas alças de características similares, com cerca de 30m de comprimento e
12m de largura, que promovem a travessia da Estrada da Equitação e o
prolongamento da Rua Capitão Portela sobre a linha férrea rebaixada. Propõem-se
soluções de três vãos com tabuleiro em concreto armado protendido.
As três pontes são idênticas entre si, com cerca de 14m de comprimento e 12m de
largura, promovendo o atravessamento das vias sobre o Rio Marangá. Propõem-se
soluções de vão único, com tabuleiro em concreto armado protendido. Na Estrada
da Equitação existe atualmente uma ponte cuja largura ronda os 6m, pelo que será
avaliada a opção de manutenção e ampliação da obra de arte existente e a opção
de demolição e substituição por uma nova obra.
PASSAGENS INFERIORES DA ESTRADA DA EQUITAÇÃO E DO
PROLONGAMENTO DA RUA TENENTE SERAFIM À AV. BRASIL: Existe
atualmente uma passagem inferior, constituída por duas estruturas consecutivas,
uma sob cada faixa de rodagem da Av. Brasil, que permitem o cruzamento
desnivelado desta via com a Estrada da Equitação. Será dada prioridade à opção de
conservação, reforma e readequação das obras de arte existentes. Uma nova
passagem inferior à Av. Brasil será executada no prolongamento da Rua Tenente
Serafim, com características idênticas à anterior.
NOVA ESTACÃO BULEVAR OLÍMPICO/VILA MILITAR: Trata-se de uma cobertura
plana sem fechamento lateral. A estrutura da cobertura é do tipo mista aço-madeira,
constituída por vigas principais em Madeira Laminada Colada (MLC), dispostas
perpendicularmente ao eixo da via e apoiadas em colunas metálicas fundadas ao
nível da via. O revestimento translúcido da cobertura será apoiado em terças de
madeira.
ARENA MULTIUSO DEODORO – ESGRIMA: A Arena Multiuso Deodoro se
caracteriza por um volume único, paralelepipédico, com planta retangular de
114mx86m e cobertura plana.
Concebeu-se uma estrutura composta por grandes pórticos, em estrutura metálica
treliçada, dispostos na direção do menor vão (70m). A opção por pórticos
proporciona maior rigidez à cobertura, traduzindo-se em menores deformações e
numa maior frequência de vibração própria. Esta solução permite uma economia na
quantidade de aço necessária, resultando numa estrutura ótima para a tipologia do
espaço. O sistema de contraventamento existirá tanto ao nível da cobertura, como
dos montantes verticais, integrando ainda a estrutura secundária de suporte do
revestimento.
A estrutura de suporte da arquibancada permanente será reticulada, em concreto
armado, moldado in loco. A arquibancada, incluindo degraus e as escadas, serão
em elementos pré-moldados.
PRAÇA DOS ESPECTADORES – ACESSO AO BULEVAR OLÍMPICO E
CELEBRAÇÕES: A estrutura será em concreto armado moldado in loco. Apresenta
duas alas laterais, afastadas 55m e que delimitam o acesso ao Bulevar Olímpico.
Cada uma dessas alas é formada por uma parede que faz a contenção dos solos
entre exterior e o interior e uma laje de cobertura em balanço. Ao sul, no grande átrio
de recepção dos visitantes, existe uma laje cogumelo apoiada em colunas esbeltas
onde se apoia o telão. Interiormente, em um nível intermediário, existe outra laje
cogumelo que dará suporte ao podium.
CENTRO DE TREINAMENTO DE HOCKEY E ARENA DE FUTEBOL 7 E 5: A
estrutura de suporte da arquibancada permanente será reticulada, em concreto
armado, moldado in loco. Atendendo ao prazo de execução reduzido será prevista a
adoção de elementos pré-moldados.
FUNDAÇÕES E NOTAS RELATIVAS ÀS ESTRUTURAS: As fundações serão
projetadas de acordo com resultados do estudo geológico e geotécnico.
As arquibancadas, bem como os seus degraus e as escadas de acesso, serão em
elementos pré-moldados de modo a acelerar o processo construtivo, diminuir a
quantidade de formas, a quantidade de escoramento e simultaneamente garantir
uma qualidade superior do acabamento e controle de execução.
O comportamento estrutural das várias arquibancadas projetadas será validado,
através de estudos específicos, no que respeita às oscilações induzidas pelas
pessoas.
CONVERSÃO DO SITE PARA O LEGADO
O partido adotado inverte a lógica estabelecida: “o espaço utilizado para os jogos
muda para uma outra função adaptada em legado”.
A proposta estabelece desde o início um parque urbano com os diversos
equipamentos que serão o suporte para o site olímpico. Desta forma as intervenções
para utilização em legado serão mínimas.
 O Bulevar Olímpico se tornará o principal eixo verde e de ligação do parque.
 O edifício de acesso à Praça das Celebrações se tornará o grande portal do parque
com diversas funções de suporte.
 A Arena Deodoro, por suas características multi-função, terá um uso intensivo,
tanto de treinamento e formação de atletas, quanto será palco dos mais diversos
eventos em legado.
 A maior intervenção para conversão em legado se dará nos planos livres da arena
de hockey e de hipismo do pentatlo. Ambos, pensados como planos livres de
construções, darão suporte às novas áreas de ócio do parque. No setor oeste, o
caminho das águas evoluirá para uma nova praia urbana as margens do Caminho
das Águas e o setor leste será pontuado por grandes gramados e alguns espaços
esportivos. Estes setores, como são espaços substancialmente livres de
construções, podem ainda receber outros usos de acordo com outras necessidades
em legado.
Os principais setores de potencial crescimento urbano em legado se darão ao norte
do Parque Radical e a leste, no entorno do autódromo. Estas áreas poderão se
transformar em novas áreas de adensamento, tendo uma vocação voltada
principalmente para atividades comercias e de serviços, funcionando em sinergia
com o parque radical e o autódromo.
ESTIMATIVA PRELIMINAR DE QUANTITATIVOS
INFRAESTRUTURA
CONCRETO
AÇO (PARA CONCRETO EM BARRA)
CONTENÇÕES DE CONCRETO
ESCAVAÇÕES(REBAIXAMENTO FERROVIA, ATRAVESSAMENTO AV
BRASIL E CANALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO RIO)
EDIFÍCIOS(ARENA DEODORO, ARENA DE HOCKEY,
PRAÇA DAS CELEBRAÇÕES, ESTAÇÃO DE TREM)
CONCRETO
AÇO (PARA CONCRETO EM BARRA)
AÇO EM PERFIS E CHAPAS
VIGAS DE MADEIRA COMPOSTA
BRISES DE MADEIRA COMPOSTA
FECHAMENTO METALICOS EXTERNOS E VIDROS
COBERTURAS LEVES
ACABAMENTO ÁREAS ABERTAS
PISO DE PLACAS CIMENTÍCIAS DRENANTES
PTA(PISO DE TERRA E AREIA) E ÁREAS GRAMADOS
CBUQ (PISOS ASFALTICOS)
10.000m3
1.000.000 kg
25.000m2
88.000m3
5.500m3
800.000 kg
900.000 kg
370 kg
450 m3
18.000m2
15.800m2
112.000m2
225.000m2
121.000m2