FRAM CAPITAL AMUNDSEN FIC MULTIMERCADO

Transcrição

FRAM CAPITAL AMUNDSEN FIC MULTIMERCADO
FRAM CAPITAL AMUNDSEN FIC MULTIMERCADO
CARTA MENSAL - MAIO 2009
O malabarista chinês
O otimismo dos mercados apóia-se em 3 teses. Primeiro, a ação coordenada dos Bancos Centrais e Tesouros teria conseguido evitar a deterioração na margem das economias centrais. Em consequência,
os indicadores que parecem traduzir a disposição de tomar risco (Itraxx, TED spread, VIX) estariam antecipando uma melhora da atividade econômica que passaria a surpreender positivamente. Esta tese
aparece sob a forma de o “pior ficou para trás /podem ver-se os brotos verdes da primavera”. Segundo, a existência de um hiato de produto importante nas economias centrais permitiria políticas fiscal
e monetária expansionistas por um largo período, facilitando uma desalavancagem ordenada. Este raciocínio argumenta que a expansão dos balanços dos bancos centrais e os déficits fiscais estão
apenas compensando a retração do gasto privado, que responde a uma maior demanda por moeda por parte dos agentes privados e portanto não teria impacto inflacionário por um largo período. Aos
detentores de ativos em moeda norte americana, sobretudo a China, restaria uma retórica de preocupação sem efeito prático, dada a impossibilidade de abandonar o padrão dólar. Terceiro, os países
emergentes, liderados pela China, seriam capazes de compensar parcialmente o declínio dos gastos privados nas economias centrais. Este cenário de maior crescimento sustentaria os preços das
commodities e simultaneamente criaria condições para a substituição do consumidor norte americano – visto como propulsor da prosperidade recente – pelos consumidores emergentes, China à
frente.
Acreditamos que o atual nível de preços confere baixa margem de segurança para as teses otimistas.
As bolsas já incorporam uma melhora substancial da economia e dos resultados. Nas economias centrais, os múltiplos correntes excedem 16 x e os múltiplos projetados indicam crescimento
relativamente robusto de resultados. É possível, mas o risco é muito assimétrico: o processo de desalavancagem ordenado foi capaz de evitar uma quebra generalizada do risco privado - sobretudo no
setor financeiro – mas, ao mesmo tempo, elevou o risco soberano dos interventores. Em outros termos, a expansão monetária e fiscal que está na raiz da mitigação do risco privado fez crescer o risco
público, sobretudo nas economias mais alavancadas e mais frágeis: déficit importante em conta corrente, relação crédito/PIB muito elevada, setor privado doméstico endividado em moeda estrangeira,
sistemas bancários menos sólidos. Há candidatos óbvios: Europa Central, PIGS, países bálticos e candidatos menos óbvios: Áustria, México.
Ao mesmo tempo, a inclinação fortemente positiva da estrutura a termo da taxa de juros indica um evidente desconforto dos poupadores em estender crédito de prazo mais longo para qualquer país,
mesmo os de melhor risco. É emblemático o comportamento da estrutura a termo nos Estados Unidos: o diferencial entre o 10 Y e o FED fund subiu de 180 bps para 350 bps em 6 meses.... e taxas de
juros mais altas no médio prazo evidentemente implicam em múltiplos menores para os mercados.
Dois acontecimentos em maio expressam de maneira emblemática os novos tempos, que julgamos serão menos favoráveis ao capital.
No início do mês, a corte distrital de Manhattan aprovou o plano de reestruturação da Chrysler, que implicava em perdas para “first lien, secured creditors”. Inconformados, os credores apelaram à
Suprema Corte, que devolveu o caso à instância inferior sem defender a senioridade dos apelantes. A mensagem não é imaterial. Parte do papel do dólar como reserva de valor decorre de uma
convicção que as instituições norte americanas são estáveis e garantem a execução dos contratos. A decisão da corte distrital manifestou natureza diversa: os secured creditors eram, de direito, os
donos das fábricas, patentes, marca, máquinas e ferramentas e portanto não poderiam ter sido objeto do plano de reestruturação sem que antes lhes fosse dada prioridade. Da mesma forma, os
direitos dos funcionários ou de seu plano de saúde constituem a fração mais júnior da estrutura de capital e portanto só poderiam ser atendidos depois dos secured creditor . Debalde.
Em meados do mês, os eleitores da Califórnia decidiram em plebiscito não aceitar novos aumentos de impostos. A Califórnia tem uma avaliação de crédito A – e uma situação fiscal muito difícil. É curioso
observar que o mais rico estado dos EUA tem uma nota de crédito 6 degraus baixo do risco soberano, equivalente em terras tupiniquins ao estado de São Paulo ter uma avaliação de crédito B -, isto é, o
rating da Bolívia enquanto o República ostentasse orgulhosa seu investment grade . Relevemos esta idiossincrasia. A pergunta que nos parece importante é se, confrontados com uma necessidade de
aumentar impostos para honrar sua dívida pública, os eleitores norte americanos manifestarão a disposição de pagar (que é, afinal, o mais importante critério de crédito) que é o principal elemento que
justifica o risco AAA dos Estados Unidos.
O mercado ignorou ambas questões.
Em meio a este cenário menos otimista, mantivemos posições menores nos livros direcionais e de carregamento e posições táticas com viés negativo: cupom cambial tomado, bolsa vendida, real
vendido, S&P vendido. Evidente que o otimismo dominante, que se manifestou em valorização de todas as classes de ativos, exceto o dólar e a nota do Tesouro de 10 anos, fez com que apresentássemos
um retorno menor no mês.
Nos mercados de juros doméstico, mantivemos nossa posição direcional nas NTNs indexadas à inflação, que cremos vão fazer novos lows e uma posição de inclinação positiva na curva de juros.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 3311 - 8º andar
São Paulo - SP - Brasil
Tel: +55 11 3513-3100
Fundos de Investimento não contam com a garantia do Administrador do Fundo, do Gestor da Carteira, de qualquer mecanismo de seguro, ou, ainda, do Fundo Garantidor de Créditos – FGC. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. As informações contidas
neste material são de caráter exclusivamente informativo. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do Fundo de Investimento ao aplicar
seus recursos. Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante da sua política de investimentos. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas.
FRAM CAPITAL AMUNDSEN FIC MULTIMERCADO
CARTA MENSAL - MAIO 2009
2009
% CDI
2008
% CDI
Mai
0,68%
Retornos
Jun
Jul
Jan
1,56%
Fev
0,88%
Mar
0,92%
Abr
0,47%
148,62%
103,12%
94,93%
55,91%
88,14%
n.a.
n.a.
0,58%
2,89%
-4,44%
-1,69%
139,14%
322,61%
-509,59%
-178,59%
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Ano Desde Início*
4,58%
38,65%
1,73%
1,61%
2,14%
10,88%
9,49%
6,37%
32,58%
163,24%
158,74%
195,48%
927,18%
952,41%
573,89%
325,59%
100,50%
257,33%
*Início do Fundo: 14/3/2008
Retorno
Cota e Patrimônio Líquido do Fundo
Meses Positivos
Meses Negativos
Meses Acima do CDI
Meses Abaixo do CDI
13
2
10
5
PL (R$) Fechamento do Mês
Cota Fechamento do Mês
PL Médio Mensal (R$)*
56.896.334,60
1,386487
25.265.668,08
*últimos 12 meses
Medidas de Risco
Índices
Desde Início
1,68
-3,64%
2,96
Sharpe *
Máximo Drawdown
Sortino*
Value at Risk diário (% PL) - médio no mês*
Pior Stress de Baixa diário no mês (% do PL)**
Pior Stress de Alta diário no mês (% do PL)**
Volatilidade Anualizada Cota
3 Meses
6 Meses
Desde o início
Ano
12 meses
0,04
2,27
-1,85%
-3,64%
0,05
2,92
* Dados anualizados, valores de fechamento de 30/04/09
0,52%
1,60%
-6,90%
5,16%
7,87%
9,52%
* Paramétrico, 95%
** Cenário Alta: Bolsa sobe, juros e câmbio caem (baseado em cenário BM&F)
Cenário Baixa: Bolsa cai, juros e câmbio sobem (baseado em cenário BM&F)
Atribuição de Performance e Risco Mensal
Performance
0,90%
0,02%
0,49%
-0,69%
0,16%
-0,20%
0,68%
Carregamento
Arbitragem
Direcional
Trading
Compromissada
Despesas
Total
VaR médio
0,00%
0,01%
0,08%
0,42%
0,00%
0,00%
0,52%
Indicadores
Mês
-9,42%
12,49%
0,77%
Dólar
Ibovespa
CDI
Variação
Ano
-15,58%
41,67%
4,56%
Início*
16,42%
-14,19%
15,02%
Volatilidade
27,14%
51,23%
0,06%
*Início do Fundo: 14/3/2008
Retorno Acumulado
Volatilidade Anualizada da Cota
50%
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
40%
30%
20%
10%
0%
-10%
Amundsen FIC
CDI
Janela móvel 3 meses
Janela móvel 6 meses
Principais Características
FRAM CAPITAL AMUNDSEN FIC MULTIMERCADO
OBJETIVO E POLÍTICA DE INVESTIMENTO: Buscar retorno que supere, materialmente e ao longo do tempo, o CDI. O processo de decisão de investimentos baseia-se na análise rigorosa das
oportunidades e na construção de um portfólio diversificado por ativos e geografia e que tenham assimetria entre o retorno esperado e o risco incorrido na posição. A filosofia de investimento da FRAM
Capital reconhece que a preservação de capital em ciclos de turbulência é a base de criação de riqueza no longo prazo. Os riscos assumidos são medidos e monitorados diariamente pela área de riscos da
FRAM Capital e pelo administrador Bradesco.
PÚBLICO ALVO: investidores qualificados que busquem rentabilidade superior ao CDI no longo prazo e que estejam dispostos a assumir os riscos inerentes ao grau de volatilidade e à política de
investimento definida no regulamento.
Início das Atividades: 14-mar-08
Gestão: Fram Capital Gestão de Ativos Ltda.
Auditor: Price WaterhouseCoopers
Custodiante: Banco Bradesco S.A.
Categoria: Multimercado com Renda Variável com Alavancagem
Administrador: BEM – DTVM Ltda.
REMUNERAÇÃO
Taxa de Administração: 2,0% a.a. (pagos mensalmente)
DADOS PARA MOVIMENTAÇÃO
Aplicação Inicial: R$ 50.000,00
Movimentação Mínima: R$ 10.000,00
TRIBUTAÇÃO DO FUNDO: Longo Prazo
Taxa de Performance: 20% sobre o que exceder o CDI, respeitando-se o High
Water Mark, pagos semestralmente (ou no resgate, quando este ocorrer antes
da data de pagamento)
CONTA PARA APLICAÇÃO:
Fram Capital Amundsen FIC Multimercado
CNPJ: 09.289.080/0001-11
Banco 237 – Bradesco
Ag. 2856-8
C/C: 593.936-4
Aplicação: D+0 (cota de fechamento)
Cotização de resgate (dias corridos): D+30 ou D+4*
Liquidação: 1o (primeiro) dia útil subsequente à cotização.
Horário de aplicação: 9:00 às 14:00 horas
*sujeito à taxa de 5% sobre o valor de resgate
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