SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE HOSPITAL INFANTIL JOANA

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SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE HOSPITAL INFANTIL JOANA
SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
ROTINA: NÚMERO O5 – 2013
TÍTULO: RAIVA – FLUXOGRAMA
SETOR: EMERGÊNCIA EXTERNA – HIJG
IMPLANTAÇÃO:
VERSÃO: 01
RESPONSÁVEL: DRA MARIA CRISTINA DE SOUZA NETO
ALTERADA:
PÚBLICO ALVO: MÉDICOS, EQUIPE DE ENFERMAGEM, FISIOTERAPEUTAS
OBJETIVO: Diagnóstico de raiva e padronização de medidas terapêuticas objetivando
administração racional da soro-vacinação.
REFERÊNCIA:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2011.
DEFINIÇÕES:
- A raiva: é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus
presente na saliva e secreções de animais infectados, principalmente pela mordedura.
Apresenta letalidade de aproximadamente 100%.
- Acidentes leves: ferimentos superficiais, pouco extensos, geralmente únicos em
tronco e membros (exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés); podem acontecer em
decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unha ou dentes, lambedura de pele
com lesões superficiais.
- Acidentes graves: ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta
do pé. Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo. Lambedura
de mucosas , lambedura de pele onde já existe lesão grave e ferimento profundo causado por
unha de animal.
*** Não se tem relatos de caso de imunidade natural nos seres humanos. A imunidade é
adquirida pelo uso da vacina e a imunidade passiva, pelo uso do soro.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
O vírus da raiva é neurotrópico e sua ação no sistema nervoso central causa quadro
clinico característico de encefalomielite aguda, decorrente da sua replicação viral nos
neurônios.
TRANSMISSIBILIDADE
A partir de 2004, o morcego passou a ser o principal transmissor no Brasil. O número
de casos humanos em que o cão é a fonte de infecção diminuiu significativamente de 50 em
1990, para nenhum em 2008 e dois no Maranhão em 2009.
TRATAMENTO
Não há tratamento comprovadamente eficaz contra raiva. Poucos pacientes
sobrevivem à doença sendo a maioria com sequelas graves.
PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO
Indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva, durante
atividades ocupacionais exercidas por profissionais como:
- médicos veterinários;
- biólogos;
- auxiliares e demais funcionários de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva;
- estudantes de veterinária, biologia e agropecuária;
- pessoas que atuam no campo da pecuária, vacinação, identificação e classificação de
mamíferos passíveis de portarem o vírus, bem como funcionários de zoológicos;
- pessoas que desenvolvem trabalho de campo com animais silvestres;
- guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas de risco.
*** Em caso de título insatisfatório, aplicar dose de reforço e reavaliar após o 14º dia pósreforço.
ESQUEMA PRÉ-EXPOSIÇAO:
1 - Esquema de 3 doses: 0, 7, 28 dias
2 - Via de administração: IM profunda (não aplicar no glúteo) ou intradérmica
3 - Controle sorológico: após o 14º dia após o ultimo dia do controle sorológico
*** satisfatórios: títulos de anticorpos > 0,5UI/ml
*** em caso de título insatisfatório aplicar uma dose completa de reforço
*** Para pessoas com alto risco deve-se fazer sorologia a cada 6 meses.
CONDUTA EM CASO DE POSSÍVEL EXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA RAIVA EM PACIENTES QUE
RECEBERAM ESQUEMA DE PRÉ-EXPOSIÇÃO:
Com comprovação sorológica <= 0,5UI/ml  duas doses uma no dia 0 e outra no dia 03; não
indicar soro.
Sem comprovação sorológica 
CONDUTA EM CASO DE POSSÍVEL EXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA RAIVA:
1 – Limpeza do ferimento em água corrente abundante e sabão ou outro detergente.
O contato indireto, com a manipulação de utensílios potencialmente contaminados, a
lambedura da pele íntegra e acidentes com agulhas durante a aplicação de vacina animal não
são considerados acidentes de risco e não exigem vacina.
Todo acidente com morcego deve ser classificado como grave.
Os seguinte roedores e lagomorfos (urbanos ou de criação) são considerados de baixo risco
para a transmissão da raiva e, por isso, não é necessário indicar esquema profilático da raiva
em caso de acidentes causados por esses animais:
- ratazana de esgoto;
- rato de telhado;
- camundongo;
- cobaia ou porquinho da índia;
- hamster;
- coelho
2 – Esquema de soro-vacinação:
Condições do animal
Cão ou gato sem suspeita de
raiva no momento da
agressão
Cão ou gato clinicamente
suspeito
de
raiva
no
momento da agressão
Cão
ou
gato
raivoso;
desaparecido ou morto;
animais silvestres (inclusive
os domiciliados). Animais
domésticos de interesse
econômico ou de produção
Contato indireto
Lavar com água e sabão e
não tratar
Lavar com água e sabão e
não tratar
Lavar com água e sabão e
não tratar
Acidentes leves
Lavar com água e sabão.
Observar o animal 10 dias
após exposição se o animal
permanecer sadio encerrar o
caso. Se o animal morrer/
desaparecer/raivoso
administrar 5 doses da vacina
(0,3,7,14,28)
Lavar com água e sabão.
Iniciar esquema com 2 doses
(0,3). Observar o animal por
10 dias. Se a suspeita foi
descartada após o 10º dia
encerrar o caso. . Se o animal
morrer/ desaparecer/ raivoso
completar esquema até 5
doses (1 dose entre o 7º e
10º dia, no dia 14 e 28)
Lavar com água e sabão.
Administrar imediatamente 5
doses da vacina (0,3,7,14,28)
Acidentes graves
Lavar com água e sabão.
Observar o animal 10 dias
após
exposição.
Iniciar
esquema com 2 doses (0,3).
Se o animal permanecer
sadio encerrar o caso. Se o
animal morrer/ desaparecer/
raivoso completar esquema
até 5 doses (1 dose entre o 7º
e 10º dia, no dia 14 e 28) e
aplicar o soro
Lavar com água e sabão.
Iniciar esquema com soro e
cinco doses da vacina
(0,3,7,14,28). Observar o
animal por 10 dias se
permanecer sadio suspender
esquema
Lavar com água e sabão.
Esquema de 5 doses com
soro.
agressor
Tipo de Exposição
*** É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e do gato e os cuidados recebidos. Podem ser
dispensados do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão ou gato, que com certeza
não tem risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do
domicilio exclusivamente.
*** Se o animal for procedente de área de raiva controlada, não é necessário iniciar esquema.
O esquema, somente se o animal tornar-se raivoso/morrer ou desaparecer.

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