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Península da Coreia (Coreia do Norte e Coreia do Sul) I. ASPECTOS GEOGRÁFICOS a) A península A península da Coréia é uma península na Ásia Oriental. A partir do continente asiático, estende-se por cerca de 1100 km, até o Oceano Pacífico, cercada pelo mar do Japão a leste, o Mar da China Oriental a sul e o Mar Amarelo a oeste. Atualmente, a metade norte é ocupada pela Coréia do Norte, enquanto a metade sul é ocupada pela Coréia do Sul. O termo "Península da Coréia" ou "Coréia" é utilizado às vezes para referir-se aos dois países ao mesmo tempo. Até a divisão da península, seguindo o final da Segunda Guerra Mundial, a Coréia era, por muitos séculos, uma entidade política única cujo território era o mesmo da península. As fronteiras ao norte são com a China (1416 km) e com a Rússia (19 km). Essas fronteiras são formadas naturalmente pelos rios Yalu/Amnok e Tumen/Tuman/Duman. A Península da Coréia possui uma área de 222.279 km², com 8.460 km de costa. O clima da península varia dramaticamente do norte ao sul. As regiões mais ao sul possuem um clima relativamente quente e úmido similar àquele do Japão, afetado pelas águas quentes do oceano. As regiões ao norte apresentam um clima mais frio e, dependendo, até continental, assim como a Manchúria. Por exemplo, a precipitação anual no vale do Rio Yalu (600 mm) é menos da metade daquela da costa sul (1500 mm). No mês de janeiro, há uma diferença de 20°C entre as temperaturas no norte e no sul. A península inteira, no entanto, é afetada por padrões gerais similares, incluindo as monções do leste da Ásia no meio do verão e a freqüente incidência de tufões no outono. A maioria das chuvas ocorre durante os meses de verão, com quase metade delas somente na época de monções. Os invernos são frios, com as temperaturas em janeiro geralmente abaixo de congelantes fora da ilha Jeju. A precipitação no inverno é mínima, com pouco acúmulo de neve fora de áreas montanhosas. b) Coréia do Norte A República Democrática Popular da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte, é um país de 122.762 km² de área, Faz fronteira a norte com a China e com a Rússia, a leste com o Mar do Leste (Mar do Japão), a oeste com a Baía da Coreia e ao sul com a Coreia do Sul. Sua capital, e maior cidade da Coreia do Norte, é Pyongyang, e as outras cidades importantes são Kaesong no sul, Sinuiju no noroeste, Wonsan e Hamhung no leste e Chongjin no norte. O território é dominado por um complexo sistema de cordilheiras que culmina no monte Paektu-san (2.744 m.), na fronteira com a China. A parte norte da península, incluindo a Coreia do Norte, tem um terreno composto principalmente por colinas e montanhas, separadas por vales profundos e estreitos, a norte e a leste, e planícies costeiras principalmente a oeste. Só um quinto da área do país é ocupado por planícies. A maioria dos rios corre para oeste, desaguando no mar Amarelo. O Yalu, que desenha a fronteira norte com a Manchúria chinesa, é o mais longo. Outros que se destacam são o Taedong, o Chongchon, o Chaeryong e o Tumen. Embora o corte indiscriminado das florestas norte-coreanas tenha destruído grande parte delas, nas montanhas do interior ainda restam pinheiros, lárices, abetos e cedros. O clima é continental e relativamente temperado, com a precipitação mais forte no verão, durante uma curta estação chuvosa chamada jangma, e invernos que podem ser por vezes muito frios. As chuvas, abundantes, ocorrem com mais frequência na estação quente. c) Coreia do Sul A República da Coreia, denominação oficial da Coréia do Sul, tem 99.646 km² de área, é limitada ao norte com a Coreia do Norte, a leste com o mar do Leste (mar do Japão), a sul com o estreito da Coreia, através do qual faz fronteira com o Japão, e com o mar da China Oriental e a oeste com o mar Amarelo, do outro lado do qual se estende a China. Além da parte continental e de muitas ilhas costeiras, inclui também as ilhas de Jeju, no mar da China Meridional, e de Ullung, no mar do Leste. Sua capital é Seul, a maior cidade do país. A flor nacional do país é o hibisco-da-síria. O relevo é montanhoso e a principal cordilheira é a do Taebaek, que se ergue na direção norte-sul, paralelamente à costa leste. A maior elevação do país, porém, encontra-se na ilha Cheju: é o Halla-san, de 1.950 metros de altura. As planícies, que ocupam menos de 20% do território, estendem-se principalmente pela costa ocidental, mas também estão presentes no sul e no leste. Os rios mais longos são o Naktong e o Han. Os dois nascem no Taebaek, mas o primeiro corre em direção ao sul, desaguando no estreito da Coréia, enquanto o segundo segue para nordeste, até atingir o mar Amarelo. Cerca de dois terços do território sul-coreano são cobertos por florestas de pinheiros, bordos, olmos, álamos e abetos. A maior cidade da Coreia do Sul é Seul, no noroeste do país. Outras cidades principais são Incheon, situada perto de Seul, Daejeon, localizada no centro do país, Gwangju, situada no sudoeste e Daegu e Busan, localizadas no sudeste. II. ASPECTOS POLÍTICOS E DEMOGRÁFICOS a) Geral A população total da península é de 74,2 milhões de habitantes sendo a na Coreia do Norte e de 24,9 milhões de habitantes na Coreia do Sul de 49,3 milhões de habitantes, é uma das populações mais homogêneas do mundo - étnica e linguisticamente -, a imensa maioria dos habitantes pertence ao grupo dos coreanos (99,9%), de origem mongol, incluindo apenas pequenas comunidades chinesas e japonesas. A língua coreana não faz parte de nenhuma família linguística maior. O coreano é a língua oficial das duas Coreias. A etnia majoritária é a coreana, ligada à mongol. Os Coreanos viveram na Manchúria durante muitos séculos e são hoje uma minoria na China. Josef Stalin enviou milhares de coreanos de Vladivostok e Khabarovsk, para a Ásia Central (na antiga União Soviética), enquanto que a maioria da população coreana do Japão foi levada para o país como trabalhadores forçados durante o período colonial (entre 1910 e 1945). b) Coreia do Norte Apesar de mais de metade da população (55,7%) não seguir nenhuma religião, a Coreia tem uma herança budista e confucionista (12,3%), com comunidades cristãs e do Chondogyo tradicional (a "Via Celeste"). Pyongyang era o centro de atividade cristã antes da Guerra da Coreia. A cultura contemporânea da Coreia do Norte é baseada na cultura tradicional da Coreia, mas desenvolvida desde o estabelecimento da Coreia do Norte em 1948. Os coreanos são aptos a desenvolver uma cultura única, enquanto adotam e influenciam culturas vizinhas por 3.000 anos. A República Popular Democrática da Coreia é uma ditadura proletária estabelecida por Kim IlSung desde o final da década de 1940 até a sua morte, em 1994, quando o cargo de líder máximo passa para seu filho, Kim Jong Il. Pela estrutura política, que centraliza o poder decisório de todos os setores da sociedade num só organismo, o partido. A Coreia do Norte é subdividida em nove províncias, três cidades controladas diretamente pelo governo central e algumas outras regiões especiais. c) Coreia do Sul A pequena comunidade chinesa (0,1 %), na Coreia do Sul, é frequentemente discriminadas (por exemplo, pelas crianças na escola). Se bem que as pessoas cujos pais são casais mestiços (por exemplo, filhos de soldados americanos ou de homens de negócios europeus) sejam encaradas como uma minoria. A instabilidade política, social e econômica na Coreia do Sul levou muitos sul-coreanos a emigrar para outros países, em particular os Estados Unidos da América, Canadá e o Brasil. A Califórnia tem um número muito alto de coreanos e coreano-americanos: bem mais de um milhão de pessoas. Mais de 80% vivem em núcleos urbanos. Quanto à religião, os fiéis são bem distribuídos entre várias crenças, como o cristianismo (41,2%), o budismo (15,1%) e o confucionismo(10,9%). A Coreia do Sul está subdividida em nove (9) províncias e sete (7) regiões municipais. O país é governado por uma república com forma mista de governo. O chefe de Estado da República da Coreia é o presidente, eleito por voto direto popular para um único mandato de cinco anos. Além de ser o mais alto representante da república e o comandante-em-chefe das forças armadas, o presidente também tem consideráveis poderes executivos e nomeia o primeiro-ministro depois de aprovado pelo parlamento, além de também nomear e presidir o Conselho de Estado, ou governo. O parlamento sul-coreano, unicameral, chama-se Assembleia Nacional. Os seus membros servem em mandatos de quatro anos. O corpo judiciário mais elevado é o Supremo Tribunal, cujos juízes são nomeados pelo presidente com o consentimento do parlamento. III. ASPECTOS ECONÔMICOS a) Coreia do Norte Um dos poucos países socialistas restantes no mundo, a Coreia do Norte vem sofrendo de dificuldades econômicas desde o fim da União Soviética. Apresentava bons índices de desenvolvimento econômico e industrial durante todo o terceiro quarto do século XX, graças à ajuda da URSS e ao cenário econômico mundial, mas a partir da crise do petróleo que surgiu nos anos 1970, o país sucumbiu diante da modernização tecnológica e econômica dos países capitalistas e não mais conseguiu se reerguer. A Coreia do Norte tem uma economia planificada de estilo soviético. As relações econômicas com o exterior são mínimas e o país recebe ajuda alimentar da ONU. Relatos de melhoras econômicas estão associadas às novas alianças estratégicas e a incrementação das transações com a China. Atualmente, 80% da energia e 20% dos alimentos são procedentes da China. As principais actividades são a indústria pesada e a agricultura. Contudo, após o fim da URSS, e depois de consecutivas mas colheitas, a economia parou de crescer. O atual PIB per capta da Coreia do Norte é de US$ 40 bilhões. A Moeda norte-coreana é o won norte-coreano. Os principais itens agrícolas produzidos na Coreia do Norte são arroz, milho e batata. Criam-se suínos, caprinos, bovinos e aves. As poucas áreas de floresta que restam fornecem significativa quantidade de madeira. A moderna frota pesqueira captura mais de 250 mil toneladas de peixe por ano. Das reservas minerais extraem-se linhita, ferro, carvão, tungstênio, magnesita, ouro e prata. A indústria se destaca nos ramos siderúrgico, metalúrgico, mecânico e têxtil, entre outros. Quanto à geração de eletricidade, dois terços ocorrem em hidrelétricas; o restante se dá em usinas nucleares e em termelétricas. b) Coreia do Sul A Coreia do Sul se encontra entre as dez maiores economias do mundo e a terceira maior da Ásia, atrás apenas do Japão e da China (e da Índia, por PPA). Sendo o principal dos tigres asiáticos, o país atingiu um rápido crescimento econômico com a exportação de manufaturados, um forte contraste em relação à estagnação econômica da Coreia do Norte, que piorou com o colapso da União Soviética. O PIB per capita de US$ 1,1 trilhão. A moeda sul-coreana é o won sul-coreano. A agricultura sul-coreana produz principalmente arroz, cevada, trigo, milho, milho-sorgo e batata. Criam-se suínos, bovinos, caprinos e aves. A pesca também é importante: a cada ano, o país captura mais de 2,2 milhões de toneladas de peixe. Entre as poucas reservas minerais, destacam-se as de carvão e de ferro. A indústria, que responde por mais de 40% do PIB nacional, destaca-se nos ramos mecânico, automotivo, naval, eletrônico, químico e siderúrgico, entre outros. IV. ASPECTOS HISTÓRICOS ATUAIS a) O início Segundo a lenda, a atual península Coreana é dividida em três reinos. Os reinos de Silla, Koguryo e Paekche remontam, segundo a tradição, aos anos de 57 a.C., 37 a.C. e 18 a.C., respectivamente. O reino de Silla unifica a região em 668. Em 935 é fundada a dinastia Koryo, que dá origem ao nome ocidental do país, Coreia. Nos séculos seguintes, o território é disputado por chineses, mongóis, japoneses e russos. Em 1910, o Japão anexa a região e tenta suprimir a língua e a cultura coreanas. Na II Guerra Mundial, milhares de coreanos são levados para trabalhos forçados no Japão e em países sob seu domínio. Com a rendição japonesa, em 1945, a península Coreana é dividida em duas zonas de ocupação com base no paralelo 38 - uma norte-americana, no sul, e outra soviética, no norte -, correspondendo ao antagonismo da Guerra Fria. Em 1948 são criados dois Estados: Coreia do Norte e Coreia do Sul, ambos reivindicando direito sobre todo o território coreano. É oficializado o regime comunista na Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Il Sung - que liderou o país até a sua morte em 1994 - e um regime liberalcapitalista na Coreia do Sul sob a liderança do nacionalista Syngman Ree que permaneceu no poder até 1960. b) Da divisão à Guerra da Coreia O comitê provisório popular da Coreia do Norte exerce as funções de governo provisório. A lei sobre a reforma agrária de 5 de março de 1946 aboliu a propriedade feudal. A lei de 10 de agosto de 1946 nacionalizou as grandes indústrias, os bancos, os transportes e as telecomunicações. O primeiro código do trabalho foi estabelecido pela lei de 24 de junho de 1946. A lei de 30 de julho de 1946 proclamou a igualdade dos sexos. Uma campanha de alfabetização foi iniciada em 1945. Depois de uma conferência, reunindo as organizações da Coreia do Norte e do Sul, em abril de 1948, as eleições legislativas (organizadas clandestinamente ao Sul) foram feitas em 25 de agosto de 1948. Em 9 de setembro de 1948, a Assembleia popular proclama a República popular democrática da Coreia. A paz se mantinha fragilmente e em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul e deu início a Guerra da Coreia, uma grande guerra que envolveu China e URSS de um lado e os EUA do outro. c) A Guerra da Coreia Depois de um rápido avanço das tropas norte-coreanas comandadas por Kim Il Sung, que ocuparam logo quase toda peninsula, a exceção de uma ponta à Pusan, as forças americanas e de outros países ocidentais se uniram sob a bandeira da Organização das Nações Unidas em 7 de julho de 1950: o boicote pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (ou URSS), do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da Organização das Nações Unidas permitiram ao Estados Unidos de considerar a Coreia do Norte como agressor e de fazer votar uma intervenção das Nações Unidas. A contra-ofensiva americana invadiu a Coreia do Norte em 2 de outubro de 1950. Em Panmunjeom em 27 de julho de 1953, se deu trégua aos dois países, em que tecnicamente ainda estariam em guerra, pois nenhum acordo de paz foi assinado. O armistício assinado entre o comandante do exército norte-coreano e um representante da ONU, criando uma zona desmilitarizada entre os dois países. Este armistício foi rompido em 27 de Maio de 2009, unilateralmente pela Coreia do Norte após anúncio do seu vizinho Coreia do Sul, se aderir ao programa PSI (Iniciativa de Segurança contra a Proliferação), criado pelos Estados Unidos durante o governo do presidente George W. Bush, para impedir o tráfico mundial de armas de destruição em massa. d) Coreia do Norte A Coreia do Norte é reconstruída com a ajuda da URSS e da China. O regime caracteriza-se pelo culto a Kim Il Sung, que governa o país ditatorialmente. Nos anos 1990, o país torna-se foco de atenção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por suspeita de desenvolver programa nuclear militar. Em 1991, a URSS passa a exigir o pagamento em moedas conversíveis por suas exportações à Coreia do Norte. Na prática significa o fim dos subsídios ao país. No ano seguinte, a China faz o mesmo. Com a a morte de Kim Il Sung em 1994, em meio a uma crise econômica, seu filho,Kim Jong-Il, assumiu o comando do partido dos trabalhadores norte-coreano em 1997, e seguindo a linha do pai, opõe-se à abertura econômica do país, inflando gastos com o setor militar, possivelmente para barganhar algo dos inimigos políticos. Grandes inundações em 1995 e 1996 e uma seca prolongada em 1997 destroem as plantações de arroz. Para sobreviver a população passa a depender dos EUA, Japão e Coreia do Sul. A Coreia do Norte assinou com os EUA em 1999 um acordo pelo qual os norte-coreanos abriam mão do seu programa nuclear em troca de 500 mil toneladas de combustível enviado por ano. Melhoram as relações com os EUA, que retiram parte das sanções econômicas. A aproximação com a Coreia do Sul ganha impulso com a reunião de cúpula entre os dirigentes dos dois países, em 2000, que abre a perspectiva de reinificação da península Coreana Porém sob a administração de George W. Bush os EUA descumpriram sua parte do acordo. Em 2002, George W. Bush, inclui a Coreia do Norte – juntamente com Iraque e Irã – na lista de países que apoiam organizações terroristas ou produzem armas de distruição em massa – o “eixo do mal”. No mesmo ano, o governo de Kim Jong Il faz profundas mudanças orientadas para a economia de mercado, ao criar uma zona industrial especial em Kaesong e uma zona turística em Monte Kumgang. Em 2006, a ONU retoma programa de ajuda alimentar à Coreia do Norte, que é seriamente afetada pela fome. Enchentes deixam mais de 500 mortos e 60 mil desabrigados e devastam a agricultura, comprometendo a já precária produção de alimentos no país. Em agosto de 2007, novas enchentes afetam mais de 1 milhão de pessoas e matam 600. O crescimento das hostilidades da potência norte-americana, levou a Coreia do Norte a acelerar o seu programa nuclear. O país afirmou ter o direito de testar tais mísseis, pois é um país soberano. O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou uma resolução impondo sanções à Coreia do Norte por seus testes de mísseis. Em 9 de Outubro de 2006, a Coreia do Norte teria realizado um teste subterrâneo de um artefato nuclear. Dias depois, as sanções voltaram a vigorar, pois o Conselho de Segurança da ONU considerou uma ameaça à paz mundial. Até a China, principal aliada da Coreia do Norte, apoiou a implantação das sanções. Em abril de 2007, Kim Yong Il assume o cargo de primeiro-ministro. A situação entre as Coreias fica mais tensa em março de 2008, quando Lee Myung-Bak assume a Presidência no Sul e diz que não aumentará os investimentos na Coreia do Norte enquanto o país não abandonar o programa nuclear. Em agosto surgem rumores sobre o estado de saúde de Kim Jong Il. Especula-se que ele teria sofrido um derrame, o que é confirmado em dezembro. Seu médico diz que ele se recupera bem. Ainda em dezembro, a Coreia do Norte restringe a passagem para a Coreia do Sul e ameaça fechar a fronteira, o que causa novo atrito entre dois países. Em 25 de Maio de 2009, a Coreia do Norte anunciou ter realizado mais um teste nuclear subterrâneo. Em 2010, os norte-coreanos são acusados de atacar um navio de guerra e uma ilha sulcoreanos, o que deflagra grave atrito entre os dois países. Fatos Recentes Em dezembro de 2011, morre Kim Jong Il, em decorrência de um ataque cardíaco. Seu filho mais novo, Kim Jong Un, assume o comando do país oficialmente em abril de 2012 e anuncia que vai manter a linha política do pai. Lançamento de foguete: Em fevereiro de 2012, a Coreia do Norte anuncia que suspenderá seu programa nuclear em troca do envio de alimentos pelos EUA. No entanto, o acordo é rompido por causa do lançamento de um foguete pelos norte-coreanos. A ONU decide ampliar as sanções econômicas contra o país. Já em fevereiro de 2013 a Coreia do Norte realiza seu terceiro teste nuclear. Em dezembro, o segundo homem mais importante do regime, Jang Song Thaek, tio e mentor de Kim Jong Un, é executado, sob a acusação de traição e conspiração. Analistas acreditam que a sua destituição pode comprometer a estabilidade do regime. Reunião das Duas Coreias: Em fevereiro de 2014, por iniciativa de Pyongyang, representantes das duas Coreias reúnem-se na cidade fronteiriça de Panmunjom, no primeiro encontro envolvendo o alto escalão dos países em seis anos. Dias depois, após três anos de interrupção, ocorre a reunião de famílias que se separaram no desmembramento da Coreia em 1953. Ainda em fevereiro, uma investigação conduzida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU aponta graves violações cometidas pela Coreia do Norte. O relatório, produzido a partir de entrevistas com refugiados norte-coreanos, detalha prisões abusivas, assassinatos, escravidão, torturas e estupros. O Conselho aprova uma resoulção condenanado as violações e pedindo a ação do Conselho de Segurança. O regime norte-coreano, que não permitiu a entrada da comissão no país, desmente as acusações. O início dos exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul, realizados anualmente, contraria Pyongyang, que realiza testes com mísseis de curto alcance. No final de março, tropas das duas Coreias trocam tiros na fronteira marítima. ELEIÇÕES: Em março de são realizadas eleições legislativas, que ocorrem a cada cinco anos. A votação apresenta apenas um candidato designado pelo partido único para cada uma das 687 circunscrições. Na cédula, os eleitores têm apenas a opção de "sim" e "não" - caso queiram assinalar "não", os eleitores devem se dirigir a uma cabine separada. Todos os candidatos são escolhidos por unanimidade. Na prática, a eleição é útil para o governo atualizar o cadastro de eleitores e identificar as abstenções de eleitores que votam no exterior. e) Coreia do Sul A Coréia do Sul tem um longo período histórico ligada à Coreia do Norte até após a II Guerra Mundial quando houve a separação. O nacionalista Syngman Rhee assumiu o poder em 1948. Durante seu regime, a Coreia do Sul viveu um grande crescimento econômico e, por isso, hoje, é um dos Tigres Asiáticos. Na década de 1950, a Coreia do Sul era um dos países mais pobres da Ásia. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o país herdou um sistema econômico colonial projetado apenas para as necessidades japonesas. Grande parte da infra-estrutura do país foi destruída durante a Guerra da Coreia (1950-1953). Após a guerra, a Coreia do Sul tornou-se muito dependente do auxílio norte-americano. Nas décadas de 1960 e 1970 a ênfase foi direcionada ao comércio exterior com a normalização das relações com o Japão e uma subsequente "explosão" no comércio e nos investimentos, seguida de uma rápida expansão das indústrias leves e pesadas. Após o golpe militar liderado pelo general Park Chung Hee em 1962 – a Era Park -, a Coreia do Sul embarcou numa série de planos quinquenais para o desenvolvimento econômico. Sob o governo autocrático de Syngman Rhee e a ditadura de Park Chung Hee, alcançou um rápido crescimento econômico. A agitação civil dominou a política até que os protestos tiveram sucesso em derrubar a ditadura - após o assassinato de Park em 1979 - e instalar uma forma de governo mais democrática nos anos 80. Em 1979 um novo golpe militar põe no poder desta vez o general Chun Doo-Hwan. Protestos estudantis são reprimidos com a decretação da Lei Marcial (1980), prisão e morte de centenas de manifestantes. Sob o regime de Chun, a economia mantém o crescimento. Nas décadas de 1980 e 1990, o crescimento continuou enquanto a Coreia do Sul transformava-se de exportadora de tecidos e sapatos em um grande produtor global de automóveis, eletrônicos, navios e aço e, mais tarde, campos de altatecnologia, como monitores digitais, celulares e semicondutores. Novos protestos, em 1987, obrigam Chun a convocar eleições diretas para a escolha de seu sucessor. O candidato governista, Roh Tae Woo, vence e, em 1992, faz seu sucessor, Rim Young Saro, primeiro presidente civil depois de 30 anos. Em 1994 se agrava a tensão com a Coreia do Norte, diante da recusa do vizinho em permitir a inspeção internacional de seus reatores nucleares. A crise é encerrada com um acordo promovido pelos EUA. Em 1997, a nova legislação trabalhista, que acaba com a estabilidade e permite redução salarial e contratações temporárias, provoca protestos. Em outubro, a crise financeira no Sudeste Asiático atinge a economia sul-coreana. A Bolsa de Seul registra quedas vertiginosas e a moeda nacional, o won desvalorizase fortemente. O país recorre ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em dezembro, o oposicionista Kím Dae-Jung vence as eleições presidenciais. Kim assume em 1998 e convoca a formação de um comitê tripartite (empresários, trabalhadores e governo). O comitê fecha um acordo para permitir demissões e contratações de mão-de-obra temporária. Os chaebol- conglomerados que dominam a economia sul-coreana, em dificuldade, fecham empresas deficitárias. O governo, cumprindo o acordo com o FMI, liquida companhias e bancos e anuncia a privatização de 11 estatais. O aumento do desemprego provoca greves e protestos. As medidas de ajuste dão resultado, e a economia começa a se recuperar. O custo social das reformas, porém, é alto. Em protesto contra o governo, as centrais sindicais KCTU e FKTU retiram-se do comitê tripartite em 1999. Nas eleições legislativas de abril, o Partido Grande Nacional, o principal grupo de oposição, fica perto da maioria absoluta. Em Junho de 2000 realizou-se uma histórica primeira conferência Norte-Sul, como parte da "política do Sol" sul-coreana, apesar de um aumento recente de preocupação com o programa de armas nucleares da Coreia do Norte. Uma reunificação das duas Coreias tem permanecido no centro da política do país, muito embora ainda não tenha sido assinado um tratado de paz com o Norte. O governista Roh Moo-Hyun é eleito presidente em 2002. Acusado de corrupção e propaganda ilegal, Roh sofre Impeachment em março de 2004, mas volta ao poder dois meses depois quando o Tribunal Constitucional derrubou a decisão de impeachment, devolvendo a Roh a presidência do país, e Roh teve seu prestígio aumentado após esse episódio. Em maio, o primeiro-ministro Goh Kun renuncia e é substituído por Lee Hae-chan. Em 2006, ele pede demissão. Seu lugar é ocupado por Han Myung Sook, a primeira mulher a assumir o cargo no país. Em 2007, os Estados Unidos concordam em ceder à Coreia do Sul o comando do próprio Exército em tempos de guerra a partir de 2012. Desde a Guerra da Coreia, os EUA controlam o Exército sul-coreano. Em abril, os dois países acertam amplo tratado de livre-comércio. Em março de 2007, Han Myung-Sook é substituída por Han Duck Soo na chefia de governo. Em agosto, o Uri se dissolve e seus membros integram o Novo Partido Democrático Unido. Nas eleições presidenciais de dezembro, Lee Myung-Bak - antigo presidente do município de Seul e ex-executivo da Hyundai -, do Partido Grande Nacional (GNP), é eleito com o dobro de votos de seu maior concorrente, Chung Dong Young, do Novo Partido Democrático Unido. No mesmo mês, o país conclui a retirada de suas tropas do Afeganistão, após rebeldes do Talibã terem sequestrado 23 missionários cristãos coreanos em julho, matando dois deles. Em janeiro de 2008, Han Seung-Soo é nomeado primeiro-ministro. Nas eleições legislativas de abril, o GNP tem estreita vitória. Em junho, mais de 100 mil pessoas, protestam nas ruas contra a volta da importação de carne dos EUA, que estava embargada desde 2003, por causa da contaminação com a doença da vaca louca. Em outubro, o governo anunciou um pacote de 130 bilhões de dólares para restaurar o sistema bancário, afetado pela crise financeira global. Fatos Recentes Acordos de livre-comércio com a União Europeia e com os EUA entram em vigor em julho de 2011 e em março de 2012, respectivamente. ELEIÇÕES: Nas eleições parlamentares de abril de 2012, o partido governista – que em fevereiro trocara o nome Grande Nacional para Nova Fronteira – é o mais votado, seguido pelo Partido Unido Democrático. Ilhas Dokdo: As quase desabitadas Ilhas Dokdo, administradas pela Coreia do Sul, mas reivindicadas pelo Japão (que as chama de Takeshima), recebem em agosto a visita de Lee Myung-Bak, a primeira realizada por um presidente sul-coreano. O ato eleva as tensões entre os dois países. Em dezembro, Park Geun-Hye (Nova Fronteira), filha do ex-ditador Park Chung-Hee, vence as eleições presidenciais com 51,5% dos votos. Ela é a primeira mulher eleita presidente do país. Ataque Cibernético: Em janeiro, a Coreia do Sul consegue, pela primeira vez, colocar um satélite em órbita, a partir de um foguete lançado de seu território. Em março, um ataque cibernético atribuído à Coreia do Norte causa pane em bancos e empresas de comunicação sul-coreanos. Em abril, o governo lança um pacote de 15,3 bilhões de dólares para estimular a economia. Em fevereiro de 2014, o governo japonês anuncia que irá rever o pedido oficial de desculpas feito em 1993 à Coreia do Sul por ter forçado mulheres asiáticas a se prostituirem para os militares japoneses durante a II Guerra Mundial - elas eram chamadas eufemisticamente de "mulheres de conforto". Embora muitos historiadores apontem que cerca de 200 mil mulheres, a maioria coreanas e chinesas, foram obrigadas a trabalhar nos bordéis do exército imperial, o secretário-geral japonês afirma que irá reexaminar o testemunho das coreanas vitimadas, na qual o pedido de desculpa foi baseado. A possibilidade dessa revisão sofre duras críticas do governo sul-coreano, que faz um apelo pela reconciliação entre os dois países. REUNIÃO: No mesmo mês, representantes das duas Coreias reúnem-se na cidade fronteiriça de Panmunjom. É o primeiro encontro envolvendo o alto escalão dos países em seis anos. No mesmo mês ocorre a reunião de famílias que se separaram no desmembramento da Coreia em 1953. O último encontro havia sido há três anos. Ainda em fevereiro, EUA e Coreia do Sul iniciam os exercícios militares em conjunto, que são realizados anualmente. Contrariado com o que considera uma provocação, Pyongyang promove testes com mísseis de curto alcance. No final de março, tropas das duas Coreias trocam tiros no mar de fronteira, elevando a tensão. COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE: - Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. - ARRUDA e PILETTI. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996. - Atlas National Geografic, livro 08: Ásia II. São Paulo: Ed. Abril, 2008. - http://www.wikipedia.org - http://www.nikkeypedia.org.br
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