Março - Adventist World

Transcrição

Março - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Março 2010
na
Todos
Ig re ja
ARTIGO ESPECIAL
Desenvolvendo uma
Visão de Unidade
Veja página 11
Março 2010
AÇÃO
EM
IGREJA
Editorial............................. 3
A R T I G O
D E
C A P A
Todos na Igreja ..............16
A cada cinco anos os adventistas,
aos milhares, reúnem-se para dirigir
os negócios da igreja e celebrar o fato
de fazerem parte da família de Deus.
A R T I G O
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Visão Mundial
7 A Face do Adventismo
Está Mudando?
E S P E C I A L
Desenvolvendo uma
Visão de Unidade .................. 11
Sandra Blackmer, editora
assistente, entrevista Dan Jackson,
presidente da Igreja Adventista
do Sétimo Dia no Canadá.
SAÚDE
NO
MUNDO
Apneia do Sono ............. 10
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
PERGUNTAS
DEVOCIONAL
Está Chegando o Grande Dia
Por D. Chongo Mundende .......................................................... 14
A morte não é tão permanente como alguns acreditam.
CRENÇAS
Por Dennis Meier ........................................................................ 20
Antes de a humanidade trabalhar, descansou.
DESCOBRINDO
O
ESPÍRITO
Por Angel Manuel Rodríguez
ESTUDO
FUNDAMENTAIS
Encontrado o Ritmo de Deus
DE
PROFECIA
BÍBLICAS
Purificação e
Exaltação ......................... 26
BÍBLICO
A Criação e as
Verdades para o
Tempo do Fim ............... 27
Por Mark A. Finley
Acerto de Contas Final
Por Clinton Wahlen..................................................................... 22
O que disse Ellen White sobre os eventos que precederiam
o retorno de Cristo.
HERANÇA
ADVENTISTA
Tocando os Intocáveis
Por Kuk-Heon Lee ....................................................................... 24
A impressionante história de Sung-Hun Choi
e a Igreja Adventista na Coreia.
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 3, março de 2010.
2
Adventist World | Março 2010
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Orando por Atlanta
O
s olhos de minha mãe se encheram
lentamente de lágrimas ao verem
os milhares de adventistas sentados nas
arquibancadas daquele ginásio gigante.
“Quem dera”, disse ela num sussurro, “quem dera que
minha mãe tivesse visto isso. Ela nunca soube que a igreja da
qual fazia parte estava ligada a uma fé desse tamanho.”
A reação de minha mãe, lá de cima de uma arquibancada,
na Assembleia da Associação Geral de 2000, em Toronto,
fez-me lembrar de quão emocionante é para os crentes o
espetáculo de uma sessão da Associação Geral. O alcance e
a proporção do adventismo no mundo, agora chegando a
17 milhões de membros, e 25 milhões de pessoas na grande
família que inclui crianças e jovens, constituem poderoso incentivo, mesmo porque muitos adventistas conhecem apenas
algumas dezenas de irmãos na fé, com quem adoram todas as
semanas. Como minha avó italiana, convertida de outra fé, a
maioria dos adventistas do sétimo dia define sua igreja pela
pessoa para quem sorriem cada sábado, pelo homem e mulher honestos que ensinam nas escolas sabatinas e pregam os
sermões, pelos diáconos e diaconisas que cuidam das necessidades práticas tanto dos irmãos como do prédio da igreja.
Temos, contudo, fome de saber que esse movimento
mundial ainda está crescendo, ainda está em expansão, ainda
chega a lugares onde o nome de Jesus não é conhecido.
Nosso coração pula de alegria quando vemos que novas
congregações são plantadas nas velhas nações ocidentais,
enraizadas no secularismo. Ficamos encantados ao ouvir
de crentes intrépidos das igrejas secretas no Oriente Médio,
os quais praticam nossa fé sob circunstâncias perigosas.
Presentes em quase todas as nações do globo, os adventistas
do sétimo dia estão sempre desejosos de saber mais sobre o
progresso dessa causa.
Esta edição da Adventist World destaca a família
adventista mundial na assembleia da Associação Geral de
2010, planejada para Atlanta, Georgia (EUA), no período de
24 de junho a 3 de julho. Esses dez dias de reunião da igreja
internacional vão alinhar a Igreja para a nova década, escolhendo líderes e adotando políticas para o fortalecimento
da fé e o crescimento do movimento. Mais de dois mil delegados oficiais e outros mais de cinquenta mil fiéis estarão
presentes nos dois sábados.
Os que forem a Atlanta representarão apenas três por
cento dos membros batizados da igreja – uma pequena
fração, dirão alguns. Contudo, estarão levando os sonhos, as
esperanças, e as orações de milhões de adventistas, enquanto
estiverem planejando, orando e adorando.
Comece, agora, a orar pelo que Deus fará em Atlanta.
– Bill Knott
Março 2010 | Adventist World
D E
PEDRA FUNDAMENTAL: Construtores lançam pedra fundamental
da primeira igreja adventista do
sétimo dia na região do Golfo, em
janeiro. O prédio também servirá
como sede da igreja nos Emirados
Árabes Unidos e países vizinhos.
C O R T E S I A
■ Os adventistas do sétimo dia do
Oriente Médio, na região do Golfo, esperam ansiosos o dia em que realizarão
seus cultos em sua primeira igreja permanente, cuja conclusão está prevista para
o fim do ano, informaram os líderes da
igreja local, na cerimônia de lançamento da pedra fundamental, em janeiro.
Victor Harewood, líder da igreja
nos Emirados Árabes Unidos (EAU) e
Oman, e cerca de 250 membros locais
reuniram-se em Ras Al Khaimah para
lançar a pedra fundamental do prédio,
dando início oficial à construção.
Ras Al Khaimah é um dos sete
emirados nos EAU. O príncipe e chefe
do parlamento, Sheikh Saud Bin Saqr
Al Qasimi, aprovou o projeto do prédio
em 2008.
“[O fato] dará ao adventistas
registro oficial, reconhecimento … e
[a] possibilidade de ter nosso próprio
prédio”, disse Rajee Mathew, projetista e
administrador.
F O T O S :
Em Construção Primeira
Igreja Adventista na
Região do Golfo
R O G E R TA E R / M E U
NOTÍCIAS DO MUNDO
3
A Igreja em Ação
4
Adventist World | Março 2010
H O P E
Programas do Hope Channel na
TV Estadual Tcheca
■ A televisão estatal na República
Tcheca começou a transmitir uma série
especial de programas preparados para
jovens pelo Hope Channel Tcheco (TV
Adventista Internacional). Os programas Além do Horizonte começaram a ir
ao ar em janeiro e devem ser transmitidos todas as manhãs de domingo, por
seis meses.
“Nosso alvo não é apresentar
soluções pré-fabricadas, mas oferecer à
audiência secular uma perspectiva alternativa”, explica um dos autores de nosso
programa de TV para jovens cristãos. O
programa será apresentado e moderado
pelo ator e apresentador profissional
Matous Ruml e pelo pastor adventista
Jindrich Cernohorsky.
“Beleza”, “Relacionamentos”,
“História”, “Entretenimentos”, “Crises”
e “Uma Estrela” são alguns dos títulos
dos vários episódios. Cada um dos 26
episódios, apresentado em linguagem
compreensível para o público jovem,
apresentará um assunto importante
que a maior parte das pessoas enfrenta
durante a vida.
Para cada assunto, os organizadores
convidaram personalidades interessantes e bem conhecidas, as quais, de
algum modo, representam o tema em
discussão. Os espectadores terão a
oportunidade de ouvir o piloto de MotoCross, Petr Pilat, que aparece no episódio de esportes radicais; o astrônomo
Jirí Grygar, que participa na discussão
sobre astrologia; o violinista Jaroslav
Svecený, que fala sobre tradições. Cada
episódio apresenta música de artistas
contemporâneos e termina com uma
pequena reflexão que oferece uma alternativa bíblica para o forte consumismo
contemporâneo.
Bedrich Jetelina, diretor do Hope
Channel Tcheco, explica: “Essa série
de programas é fruto da colaboração
F O T O :
Até agora, os adventistas se reuniam nos lares dos membros da igreja
ou em espaços alugados de propriedade de outras denominações cristãs.
Os líderes da igreja esperam concluir em oito meses a construção do
prédio de três pavimentos. O primeiro
piso será destinado à nave da igreja,
com capacidade para 500 lugares.
O prédio também servirá como
sede da Igreja Adventista do Sétimo
Dia da região do Golfo, diz Harewood,
com espaço reservado para as residências
e escritórios da equipe administrativa.
A região inclui a Arábia Saudita, os
EAU, Kuwait, Catar, Bahrein, Omã
e Iêmen.
“Estamos muito entusiasmados
com esse projeto e oramos para que
ele seja o início de uma nova era para
nossa igreja nesta parte do mundo”,
disse Jóhann E. Jóhannsson, tesoureiro
da igreja na região transeuropeia, que
supervisiona o setor do Golfo.
O apoio da região transeuropeia,
da União do Oriente Médio e da sede
mundial da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, ajudará a cobrir os custos
da construção, que chegam a 3,2
milhões de dólares, com um adicional
de 170 mil dólares para mobília e
equipamentos.
Com o reconhecimento que o
prédio dará à Igreja Adventista na
região do Golfo, os adventistas, finalmente, “poderão organizar o trabalho
[da igreja] na região”, disse Kjell Aune,
presidente da União do Oriente Médio.
– Reportagem de Gureni Lukwaro,
Divisão Transeuropeia e Rede Adventista
de Notícias
C H A N N E L T C H E C O
NOTÍCIAS DO MUNDO
PROGRAMAÇÃO NACIONAL: Equipe
do Hope Channel Tcheco (TV da
Igreja Mundial) gravando o programa
de televisão que será transmitido em
rede nacional.
de longo termo entre nosso centro de
mídia e o departamento oficial para
programas religiosos da televisão estatal
tcheca. Nosso objetivo e motivação
principal na preparação dessa série
é ajudar a geração jovem de nossos
concidadãos, de maioria pós-moderna
e secular, a descobrir que a Bíblia e o
cristianismo podem oferecer uma valiosa alternativa de pensamento e estilo
de vida prevalecente, e que a abordagem
bíblica para as questões da vida é realista, funcional e satisfatória.”
Os programas deverão estar disponíveis no site www.zaobzorem.cz.
– Reportagem da Divisão Euro-Africana.
Quase Concluída Sede da Igreja no
Reino Unido e Irlanda, Após Incêndio
■ A sede administrativa da Igreja
Adventista do Sétimo Dia no Reino
Unido e Irlanda está em vias de conclusão, catorze meses após o incêndio que
destruiu a sede anterior.
A fase final da reconstrução, incluindo um saguão de entrada, salas
de treinamento, uma sala de reuniões e
escritórios adicionais, está prevista para
este ano, disseram os administradores
da igreja na região.
O fogo começou no dia 16 de
novembro de 2008, no forro da sala de
reuniões e rapidamente se espalhou por
setenta e cinco por cento do prédio. Os
funcionários mudaram-se de volta para
o prédio no dia 18 de dezembro passado,
apesar de ainda estar em construção.
“Todos gostaram do novo visual da
sede”, disse Victor Hulbert, diretor de
comunicação da Igreja Adventista na
Grã-Bretanha. “Eles podem estar sentados na mesma sala em que estavam antes
do incêndio, mas ela está totalmente atualizada . . . e das janelas tem-se uma vista
deslumbrante do Parque Stanborough.”
Hulbert acrescenta que o novo
espaço de trabalho permite que os
funcionários sejam “mais eficientes no
cumprimento da missão da igreja”.
Embora o espaço de trabalho da
sede ainda seja limitado até que o
prédio seja concluído entre setembro e
outubro deste ano, ainda é muito superior ao espaço restrito do local alugado
temporariamente, para o qual a equipe
se mudou logo após o incêndio.
A equipe de construção concentrou-se
primeiro nas áreas totalmente demolidas
pelo fogo, disseram os administradores.
O frio do mês de janeiro forçou
a uma parada temporária. Com a
premência de tempo, a equipe estava
esperando que a temperatura subisse a
cinco graus centígrados para continuar
colocando concreto nos alicerces do
restante das áreas de trabalho.
NO TRABALHO: Funcionários
da Igreja Adventista no
Reino Unido e Irlanda voltam
a trabalhar no prédio de
escritórios reconstruído. Em
2008, um incêndio destruiu
grande parte do prédio.
F O T O :
V I C T O R
H U L B E R T / A S S O C I A Ç Ã O
U N I Ã O
Hulbert disse estar “impressionado”
com a velocidade da reconstrução até
agora, acrescentando que a interferência
do clima não afetará o prazo para a
conclusão.
– Reportagem de Megan Brauner e
Elizabeth Lechleitner, Rede Adventista de
Notícias
Desenvolvimento em Liderança
Determina Diretrizes para Líderes
Recém-Eleitos
■ O que acontece quando um membro
adventista do sétimo dia, com pouca
experiência em liderança, é inesperadamente eleito para um cargo administrativo na igreja?
O Desenvolvimento em Liderança
Global da igreja está fazendo o possível
para que os membros nesses cargos
tenham acesso aos recursos necessários, a
fim de que sejam, em curto prazo, eficientes, líderes focados na missão e que possam enfrentar mudanças e desafios para
agir de modo responsável e apropriado.
Os líderes do Desenvolvimento em
Liderança reuniram-se em Pequim,
China, no mês de janeiro, para a terceira
reunião de cúpula do Desenvolvimento
em Liderança Global. Foram revistos os
currículos dos presidentes regionais da
igreja, secretários, tesoureiros e outros
líderes, para garantir que nenhum item
seja negligenciado.
“Muitas das pessoas que são eleitas,
diz o presidente, nunca trabalharam na
área antes e, quando iniciam seu novo
trabalho, às vezes não possuem as habilidades necessárias – como presidir uma
B R I T Â N I C A
reunião, ou como abordar assuntos no
contexto legal”, disse Pardon Mwansa,
que, juntamente com Michael L. Ryan,
supervisiona a equipe de Desenvolvimento em Liderança. Ambos são vicepresidentes da igreja mundial.
Enquanto os assuntos curriculares
estão sendo padronizados em todas as
regiões da igreja, também podem ser
adaptados para atender às necessidades
de determinada cultura.
“Um assunto, por exemplo, é como
se tomam decisões. Todos tomamos
decisões onde quer que estivermos trabalhando, mas a maneira como se tomam
decisões na China é muito diferente de
como serão tomadas em , vamos dizer,
nos Estados Unidos”, diz Mwansa.
A equipe de liderança espera finalizar e aprovar o currículo em tempo
para a assembleia mundial da Igreja
Adventista, em junho, onde serão eleitos
os líderes para preencher um certo número de cargos na sede mundial, como
também em cada uma das treze regiões
do mundo, disse Mwansa.
Veja as diretrizes de liderança e
novos desenvolvimentos no site:
leadershipdevelopment.adventist.
org/curriculums.
– Reportagem de Elizabeth Lechleitner,
Rede Adventista de Notícias
Março 2010 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
HansBirkel
Por Gerhard Padderatz, editor da revista BWgun,
Baden-Württembergische Vereinigung, Alemanha
Recebe Homenagem
residencial
P
Adventista da Alemanha arrecada 62 mil euros para ajudar outros
H
HOMENAGEM PRESIDENCIAL:
O presidente Horst Köhler
(direita) cumprimenta o
adventista do sétimo dia Hans
Birkel, durante cerimônia, em Berlim. Durante 33 anos,
Birkel angariou mais de 285 mil euros (403.303 dólares)
para várias entidades de caridade, incluindo iniciativas
de assistência da Igreja Adventista.
6
Adventist World | Março 2010
D E U T S C H E
P O S T
E
G E R H A R D
PA D D E R AT Z
ans Birkel, adventista de 89 anos de idade, foi recentemente homenageado pelo presidente da Alemanha,
Horst Köhler, em cerimônia especial em Berlim. No evento,
Birkel e a esposa, Renate, se encontraram com o presidente
Köhler, com o ministro da fazenda, Wolfgang Schäuble, e
outras autoridades. Birkel foi homenageado por angariar
recursos para caridade, especialmente pelo seu trabalho
vendendo selos beneficentes. Os selos beneficentes são uma
edição especial de selos postais, de 55 centavos, vendidos a 80
centavos. A sobretaxa vai para uma organização que distribui
o dinheiro para entidades oficiais de caridade da Alemanha.
Although Birkel começou vendendo selos beneficentes
quando tinha 76 anos, em 1996, e arrecadou 62 mil euros, ou
87.736 dólares americanos. Birkel fez campanhas para diferentes
tipos de causas beneficentes desde 1973, e seus registros são impressionantes. Ao todo, ao longo dos anos, coletou 127 mil euros
(179.717 dólares) para várias entidades beneficentes. Ao mesmo
tempo, levantou 95 mil euros (135.142 dólares) para causas
beneficentes da Igreja Adventista. No total, Birkel angariou mais
de 285 mil euros (403.303 dólares) nos últimos 33 anos.
Embora tenha 89 anos, Birkel ainda leva uma vida ativa e
dinâmica. É ávido nadador e instrutor de tênis de mesa. Ele
não considera sua boa saúde algo trivial.
Seu primeiro contato com os adventistas do sétimo dia
aconteceu no início dos anos 1960, quando trabalhava como
treinador de futebol voluntário. Um dos jogadores levava sua
irmã, que era adventista, aos treinos. Enquanto seu interesse
pela jovem aumentava, Birkel também se interessava na
religião dela. Logo fez os estudos bíblicos e foi batizado em
1961. No ano seguinte, ele se casou com a jovem que havia
despertado nele o interesse pela Igreja Adventista.
O pastor de sua igreja apresentou-lhe a atividade que se
transformaria em paixão. O pastor levou Birkel consigo para
angariar fundos para um projeto de assistência social, em
1973. Em seguida, Birkel estava batendo de porta em porta
sozinho. Ele desenvolveu seu próprio método. Anotou todas
as casas e estabelecimentos comerciais que lhe deram cinco
marcos alemães, ou mais (moeda alemã antes do euro), e no
ano seguinte os visitou com um presente de muito obrigado.
Desde 1995, o presente – um pote de geleia feito por sua
esposa, Renate – tornou-se um prêmio muito valorizado.
Enquanto Birkel faz a coleta, Renate investe tempo e trabalho
em projetos de caridade. Em 2006, Renate fez 1.300 potes de
geleia para seu esposo distribuir.
Quando perguntaram por que ele gastou tantas horas e
anos de sua vida arrecadando dinheiro para os outros, Birkel
respondeu: “Sou muito feliz desde de que conheci Jesus e a
mensagem adventista! Esse é o meu jeito de ajudar a diminuir
a pobreza e o sofrimento e de ajudar outros a serem felizes
também. Talvez esse seja um modo de levá-los a conhecer
Jesus e a mensagem adventista.”
Para Birkel, cada contato serve como oportunidade de
testemunhar de sua fé. Falar sobre ela é muito natural para
ele. Enquanto outros podem ter se sentido constrangidos
durante a visita e o jantar especial oferecido pelo Estado,
para Birkel o importante foi o resultado de seu trabalho
voluntário, que ele considerou uma oportunidade para
testemunhar.
Coincidentemente, o correio imprimiu, neste ano, mais
um lote de selos beneficentes. Pela primeira vez, eles terão um
agradável aroma. Os compradores poderão escolher adesivos
com perfume de maçã, morango, limão ou franboesa.
– Traduzido e revisado por Chantal Klingbeil e equipe da
Adventist World.
VISÃO MUNDIAL
A
do
ace
F
Adventismo
Está
Mudando?
Como praticar os valores eternos
em nossas culturas mutantes
Por
Jan Paulsen
P
ara alguns, é inquietante ver as palavras “mudança” e
“adventismo” na mesma frase. Nossa igreja está mudando? Sua aparência está diferente, ela soa diferente,
expressa-se de modo diferente de como era há décadas? Há
duas ou três décadas? E se houver diferenças, como deve ser
nossa atitude em relação a elas?
A ideia de mudança pode ser profundamente perturbadora. Preferimos o que conhecemos, o confortável, o familiar.
O que pertence ao hoje, entretanto, está em constante
alteração, num processo de “tornar-se”. Encontro mudança
inevitável quando olho no rosto dos meus filhos e netos, ou
quando abro o jornal ou acesso a Internet. Ouço com clareza
as mudanças nas palavras dos jovens profissionais adventistas
que me falam sobre seus sonhos para sua igreja. Vejo a força
da mudança na adoração das mulheres africanas ao se movimentarem enquanto cantam com alegria ao entrar na igreja.
A experiência do poder da mudança ao adorar com os fiéis
adventistas da China, que por tanto tempo estiveram separados
da comunidade mundial da igreja e que me disseram: “Nós
ainda pertencemos à igreja? Ainda fazemos parte da família?”
A ilusão de que nós, como igreja, podemos permanecer
estáticos enquanto o resto do mundo, ao nosso redor, está em
constante movimento, é exatamente isso, apenas ilusão. Nossa
igreja existe dentro dos parâmetros do tempo, geográficos e
culturais, e assim também deve mudar. Somos atingidos pelas
forças externas – política, economia, cultura e realidades tecnológicas – que estão absolutamente além de nosso controle.
Há, ainda, forças internas, que existem simplesmente pelo
que somos: uma família de 25 milhões de homens, mulheres
e crianças; centenas de culturas, línguas e nacionalidades
unidas em Cristo. Mudanças ocorrem porque a comunidade
do adventismo está crescendo; ela é dinâmica e está viva.
A face do adventismo está mudando? Sim, em alguns
aspectos. Isso é algo a ser temido, algo a ser resistido? Penso
que não.
Andando Para Trás em Direção ao Futuro?
Embora a mudança seja inevitável, nossa reação não é. Há
essencialmente duas atitudes que podemos adotar. Podemos
virar o rosto na direção do passado, fixar nossos olhos no
caminho pelo qual já passamos e tentar andar para trás em
direção ao futuro. Assim, passamos a ver todas as mudanças
como inerentemente perturbadoras, e que, de certo modo,
quebram nossa lealdade à nossa herança espiritual; quase
Março 2010 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
uma apostasia. Perguntamos ansiosamente uns aos outros:
“O que devemos fazer?”
Outra alternativa é dar a volta e encarar o futuro, com
todas as incertezas e desafios. O passado deixa de ser um
destino, mas algo que ajuda a definir a essência de nossa identidade e valores, e define a direção para onde estamos indo;
nesse caminho, vamos com o nosso passado rumo ao futuro.
A questão crucial passa a ser: “Como podemos orientar e
canalizar essas forças de mudança no que é bom para a igreja
e para sua missão?”
Creio que o adventista se congelou em determinado
tempo ou cultura, perdeu-se no caminho. Ele não mais res-
O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, retorna várias
vezes à necessidade de salvaguardar a verdade. “Timóteo,
guarde o que lhe foi confiado” (1Tm 6:20, NVI); “Retenha…
o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim. Quanto ao
que lhe foi confiado, guarde-o por meio do Espírito Santo
que habita em nós” (2Tm 1:13, 14, NVI); “Permaneça nas
coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe
de quem o aprendeu” (2Tim. 3:14, NIV). Paulo está dizendo:
“Cuide de sua herança espiritual. Compreenda o que você crê
e leve consigo por toda a vida.”
Há coisas do nosso passado que chegam ao Adventismo
como “inegociáveis”. São nossa herança espiritual. Não estão
Servimos a um Senhor que não é campeão
do status quo. O evangelho de Cristo é um evangelho
de transformação.
ponde criativamente aos desafios; perdeu a habilidade
de adaptar seus métodos, estrutura e o modo como usa
seus recursos para levar adiante a missão para um mundo
em mudança.
Veja as palavras de Ellen White: “Não podemos ser aceitos
por Deus prestando o mesmo serviço, ou fazendo as mesmas
obras que nossos pais. A fim de ser aceitos e abençoados por
Deus como eles foram, cumpre-nos imitar sua fidelidade
e seu zelo, aperfeiçoar nossa luz como eles fizeram à sua e
fazer como eles teriam feito caso vivessem em nossos dias.
Cumpre-nos viver segundo a luz que brilha sobre nós, do
contrário, essa luz tornar-se-á em trevas” (Testemunhos Para a
Igreja, v. 1, p. 262).
Como podemos “andar na luz que brilha sobre nós”?
Como trazemos conosco as verdades eternas de ontem para a
realidade de hoje?
Isso requer uma mentalidade que não teme mudar simplesmente por ser uma mudança. Exige a capacidade de discernir o que é transcendente, os valores imutáveis e verdades
que nos permitem negociar com segurança em um mundo
em mudança.
Verdades Imutáveis
Tudo o que está vivo passa por mudanças; elas acontecem
independentemente da minha ou da sua opinião a respeito
dela. Sabendo disso, vamos deixar que as mudanças aconteçam desenfreadamente? Permitiremos que elas conduzam e
determinem a vida e o testemunho da igreja?
8
Adventist World | Março 2010
abertas à reinvenção, modificação ou relegadas a um lugar
de menor importância. Elas são o nosso direito de nascença,
as pedras fundamentais de nossa fé; quem determina nossa
identidade e missão. Devemos levá-las conosco ao futuro.
Quais são essas constantes?
Em primeiro lugar, Cristo, como chega até nós pela história e como O encontramos nas Escrituras. Ele é e sempre será
o Único, a “Rocha Inabalável”.
Segundo, a Bíblia, pois é a voz de Deus dando valores e direção à raça humana. As Escrituras nos falam sobre a segunda
vinda de Cristo, sobre Seu atual ministério de reconciliação e
julgamento, sobre como Ele fez a vida e a nós neste planeta,
sobre Seu dom profético para a igreja, e a lista pode estenderse até incluir cada uma das nossas 28 crenças fundamentais.
Terceiro, o propósito de Deus para cada um de nós, como
indivíduos; pois o vínculo espiritual pessoal entre mim e meu
Criador deve existir antes que eu possa tomar o meu lugar
como um membro do Corpo de Cristo.
E, finalmente, nossa história comum, como igreja; tudo o
que responde à pergunta: “Qual é o propósito do Adventismo? Por que Deus levantou esse movimento?”
Essas quatro constantes não são “talvez sim/talvez não”.
Elas têm significado em todas as culturas e não são diminuídas com o passar do tempo ou pela mudança de normas
sociais. Elas existem acima e além das mudanças do mundo. E
no âmbito dessas constantes, encontramos um corpo enorme
de valores que nos identificam. Abordamos as mudanças com
uma atitude de força e certeza.
Navegando num Mundo em Mudança
Posso compreender o temor e o espanto de Pedro quando
testemunhou a glória do Cristo transfigurado. “Senhor”,
ele disse. “Vamos ficar aqui. Vamos fazer três tendas aqui
na montanha; uma para Ti, uma para Moisés e outra para
Elias”(veja Mt 17:1-5). Mas Cristo desceu a montanha e continuou Seu ministério pela humanidade.
O Adventismo também não pode ficar na montanha; deve
ir às comunidades em que vivemos e trabalhamos, com toda
sua sujeira, desordem e mudança.
Nos últimos anos, tenho a consciência aguçada sobre vários pontos de pressão para mudança dentro do Adventismo,
que vêm de muitas, muitas fontes diferentes. Tornei-me, também, mais cônscio da necessidade de eu, como líder da igreja,
cultivar uma atitude não defensiva em relação às mudanças,
de olhá-las para o que representam, na prática; para testá-las
em relação às constantes de nossa fé como chegam a nós pelas
Escrituras.
Onde as mudanças irão nos testar?
A pressão para mudança chegará a nós pelo campo político. A igreja deve funcionar dentro do ambiente em que foi
colocada; ela não tem muita escolha. A igreja, no Ocidente,
tem pouca repressão. Em muitos lugares ao redor do mundo,
a igreja tem que achar caminhos para se adaptar às realidades
políticas sem comprometer seus mais altos valores como
comunidade de fé. Em lugares em que podemos falar abertamente, a voz do Adventismo deve ser claramente ouvida, sem
nenhum partidarismo político, nos assuntos que tocam nossos principais valores: liberdade e direitos humanos, justiça,
cuidado com os nossos semelhantes. Os membros da igreja
devem perguntar: “Será que devo me envolver mais no cenário social e moral de minha comunidade ou nação? Como
posso fazer isso? Como posso contribuir? Será que devo me
envolver politicamente?”
As mudanças de atitude da humanidade em relação à
conduta e à moralidade também nos testarão. Em muitos
lugares, há diálogos públicos sobre a definição de casamento
e a implicação disso para a sociedade. Como nós, adventistas,
lidamos com o assunto? Isso é algo que não tivemos que
debater há vinte anos. A igreja não pode e não irá aprovar
mudanças de atitudes morais que contrariam os preceitos
claros das Escrituras, mesmo quando são aprovados por lei. E
será que isso pode influir no funcionamento da igreja? Talvez.
A igreja tem que explorar o delicado equilíbrio entre ser cidadãos da Terra obedientes e seres humanos equilibrados, sem
se desviar dos valores bíblicos. As coisas nunca foram fáceis,
mas devem ser enfrentadas.
As mudanças continuarão a chegar até nós pela tecnologia, especialmente a tecnologia da comunicação e mídia.
Essa é uma área em que eu acredito que o Adventismo deve
se engajar. Estamos nos atualizando com as possibilidades
que essas novas mídias nos apresentam? Estamos dispostos
a explorar novos métodos de comunicação, na esperança de
alcançar setores da humanidade, particularmente os jovens,
que se tornam cada vez mais seletivos em suas fontes de
informação?
Outra área em que as mudanças chegam até nós é na
forma do culto. Somos uma comunidade global e cada um
de nós é filho de um tempo específico e de uma cultura. É
natural que haja variações no formato do culto, no estilo
de música ou no nível de formalidade ou espontaneidade.
Nem todos necessariamente cantam acompanhados por um
órgão! Tenho que ser muito cuidadoso para não rotular de
pecaminoso tudo que não combina com minhas tradições,
simplesmente porque é diferente. Do mesmo modo, quando
encontro as pessoas, mesmo dentro da minha comunidade
de fé, cuja aparência não combina com minhas expectativas,
que eu não seja muito apressado em concluir que eles estão
se afastando do Senhor. Sejamos gentis com as pessoas, pois
no fundo, quando tudo é retirado deles, o que fica são as
pessoas – não coisas, ideias ou expressões culturais – as quais
Cristo irá salvar.
Uma atitude não defensiva à mudança é especialmente
importante quando atinge o modo em que abordamos a missão. Deve haver flexibilidade, elasticidade, em nosso modo de
pensar que nos permita responder efetivamente às mudanças
ambientais nas quais nos encontramos. Assim, as iniciativas e
os programas para a missão podem mudar de ano para ano.
A maneira como usamos nossos recursos, nossas prioridades
de gastos, vai mudar. Políticas e estruturas não devem ser
servas da tradição, e não devem ser investidas com uma aura
de santidade, simplesmente porque “esse era o modo como
sempre fizemos”. Ao contrário, a política da igreja deve servir
à unidade da igreja e sua missão, e a linguagem da política
deve ser moldada pela simples pergunta: “O que temos que
realizar? O que é bom para a igreja?”
Evangelho da Mudança
Nós servimos a um Senhor que não é campeão do status
quo. O evangelho de Cristo é, no fundo, um evangelho de
transformação, de mudança radical. Cristo disse: “Nicodemos,
você tem que nascer de novo. O que você é agora não é
suficiente. Vou transformá-lo em uma nova pessoa.” Em
Apocalipse, Cristo declara: “Eis que faço novas todas as coisas.”
As mudanças virão. Virão porque nossa igreja está viva e
saudável, e virá porque o mundo ao qual pertencemos está
constantemente mudando. Compararemos as mudanças com
as constantes de nossa fé. Perguntaremos: “Isso está nos unindo
como comunidade espiritual? Será que expande nossa missão?
Assim, caminharemos, sem medo, para o futuro de Deus.
Março 2010 | Adventist World
9
S A Ú D E
N O
M U N D O
Apneıa
Sono
do
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
Meu marido tem um padrão de sono peculiar. Ele inspira profundamente e, em
seguida, para de respirar, só voltando a respirar com uma espécie de ronco! Ele,
então, se assusta um pouco, lentamente se acalma e repete o padrão. Faço com que
mude de posição, mais não estou descansando bem à noite e ele parece mais irritado
do que costumava ser. Será que a cirurgia resolve o problema desse tipo de ronco?
benéfico, mas, de longe, o tratamento
mais eficaz é algo chamado Pressão
Positiva Contínua nas Vias Aéreas
(PPCVA). Um dispositivo que aumenta
a pressão nas vias aéreas é usado para
manter o tecido das vias aéreas aberto
durante o sono. Isso requer um tempo
para se adaptar, mas os pacientes logo
se acostumam com o aparato e passam
a apreciar grandemente seu resultado.
Ao reduzir a flutuação dos níveis de
oxigênio e dióxido de carbono, o PPCVA remove alguns dos mecanismos
que possam predispor à hipertensão e
ao risco de doenças cardíacas.
Milhões de pessoas no mundo sofrem de apneia do sono.
O
que você descreveu tão bem é
a “apneia do sono”. Esse é um
problema que está se tornando
muito comum e pode ser reflexo do
aumento de indivíduos com sobrepeso
entre nós.
Às vezes, é chamada de “apneia obstrutiva do sono”, isto é, o estreitamento
das vias aéreas superiores, fazendo com
que os músculos respiratórios trabalhem mais. Há, porém, muitas outras
ramificações.
É estimado que milhões de pessoas
no mundo sofrem de apneia do
sono. Ela é mais comum na população
mais idosa e mais frequente nos
homens, especialmente os que estão
com sobrepeso, fumantes, os de
pescoço mais grosso e os que possivelmente têm mais tecido macio na
área nasofaríngea.
A apneia do sono é um fator de
pressão arterial elevada. O aumento do
dióxido de carbono e a queda na tensão
de oxigênio no sangue podem estar
envolvidos no desencadeamento de
alterações vasculares.
É reconhecido que, como grupo, as
pessoas com apneia do sono são mais
propensas a ter doença cardíaca isquêmica, irregularidades do ritmo cardíaco
e insuficiência cardíaca que outro grupo
de controle.
Não é de admirar que seu marido
esteja mais irritado, pois ele não tem
descansado satisfatoriamente, e nem
você. As pessoas com apneia do sono
frequentemente estão cansadas durante
Allan R. Handysides,
o dia, reclamam de dor de cabeça e são
M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, mais esquecidas. Os do sexo masculino
FACOG, é diretor do
podem apresentar disfunções sexuais e
Departamento de Saúde
deveriam ser cuidadosamente avaliados
da Associação Geral.
quanto à hipertensão.
Algumas pessoas sentiram-se
Peter N. Landless,
aliviadas
com a chamada “sonoplastia”.
M.B., B.Ch., M.Med.,
Esta
é
uma
cirurgia em que o tecido
F.C.P.(SA), F.A.C.C., é
mole da parte posterior da garganta
diretor-executivo da ICPA
é removido. O procedimento envolve
e diretor-associado do
a úvula e o palato mole. Isso pode ser
Departamento de Saúde.
10
Adventist World | Março 2010
M AT T H I J S
É claro que o PPCVA não deve ser
considerado como tratamento definitivo.
A maioria das pessoas com apneia do
sono melhorariam muito se perdessem
peso. Você não mencionou o peso do
seu marido, mas eu arriscaria dizer que
ele deve estar uns dez quilos acima do
peso. Se esse for o caso, ajude-o a reduzir
o tamanho das porções nas refeições e
certifique-se de que não come nada entre
elas. As pessoas que consomem muita
gordura (carnes vermelhas, queijo e
alimentos gordurosos), podem reduzir
as calorias evitando tais itens. Muitos
comem muito pão e a redução da sua
quantidade também ajuda na perda de
peso. Recentemente, foram sugeridas novas orientações para o consumo ideal de
açúcar: não mais de sete colheres de chá
(cheias) por dia para as mulheres e nove
para os homens. Esse valor é facilmente
excedido se considerarmos que muitas
bebidas que consistem em apenas água
açucarada contêm até onze colheres de
chá de açúcar por porção.
Não se esqueça de encorajá-lo a
fazer exercício. Comece a caminhar
regularmente. Isso ajudará a melhorar a
eficiência metabólica.
Também sugerimos que vocês visitem
o médico; parece que seu esposo necessita
de acompanhamento médico.
VA N
H E E R I K H U I Z E / M O D I F I C A D A
D I G I TA L M E N T E
A RT I G O E S P E C I A L
Por
Sandra Blackmer
Desenvolvendo
ısão
V
Unidade
uma
de
Daniel R. Jackson fala sobre
as dificuldades e vitórias da
igreja no Canadá
C O U R T E S Y
O F
C A N A D I A N
U N I O N
M E S S E N G E R
CANADIAN UNIVERSITY COLLEGE: A universidade adventista, em
Alberta,Canadá, apresentou dezessete por cento de crescimento nas
matrículas no último ano escolar. Destaque: PRESIDENTE DA IGREJA
ADVENTISTA NO CANADÁ: Daniel Jackson.
Sandra Blackmer, editora assistente da Adventist World, conversou recentemente com Daniel R. Jackson, presidente da Igreja
Adventista do Sétimo Dia no Canadá, em sua sede, em Oshawa,
Ontário. A entrevista franca e informativa abrangeu assuntos
desde a relação entre EUA e Canadá quanto à questão da liderança feminina, até a autorização governamental de casamento
gay no Canadá, e o quanto isso está afetando a igreja. Jackson
é presidente dos 60 mil adventistas que vivem naquele país nos
últimos oito anos.
BLACKMER: Fale-me um pouco sobre você.
JACKSON: Bem, eu sou ocidental. Nasci em Edmonton,
Alberta, onde morei até ir para a Universidade Canadense. Fui
pastor em Alberta, Colúmbia Britânica, Ontário, e missionário
em Sri Lanka e Índia. Também fui presidente das Asssociações
Manitoba-Saskatchewan e Columbia Britânica, e fui eleito presidente da Igreja Adventista no Canadá, em novembro de 2001.
Qual seu maior desafio como presidente no Canadá?
O Canadá é um país imenso, oito mil quilômetros de costa a
costa. Incutir na mente de nossas Associações e membros de
igreja uma visão de unidade, penso ser nosso maior desafio.
Como conduzir esse enorme navio em uma direção? Como
introduzir um processo evangelístico, zelo pela missão, em
todo o país? Não posso dizer que temos obtido sucesso em tal
tarefa, mas estamos caminhando nessa direção.
O que há de singular no trabalho da igreja no Canadá?
O Canadá está feliz por ser parte da Divisão Norte-Americana.
Não há nenhum outro país do qual estejamos mais próximos,
não só geograficamente, mas também em laços de fraternidade,
do que os Estados Unidos. Mas o Canadá também é uma
nação própria. Temos de lidar com as questões nacionais
e, por causa da legislação canadense, não podemos aplicar
certas políticas adotadas nos EUA. Temos singuralidades com
base na legislação nacional e as características nacionais que
nos fazem muito diferentes. Portanto, devemos sempre ter em
mente os interesses da Igreja no Canadá.
Há muita diversidade étnica em todo Canadá. Como os
adventistas incorporam essa realidade ao testemunhar e
evangelizar?
Creio que a resposta mais simples é envolvimento com a
comunidade. Em Toronto (Ontário), temos 60 igrejas – há
cerca de 400 congregações em todo o Canadá. Como Toronto
é extremamente multicultural e com muita diversidade,
Sandra Blackmer é editora assistente da
Adventist World.
Março 2010 | Adventist World
11
A RT I G O E S P E C I A L
temos bom número de congregações étnicas: japonesa,
coreana, chinesa, ganesa e outras.
Temos uma igreja de mil membros em Markham, na
área da Grande Toronto, chamada igreja Apple Creek. É,
primariamente, uma igreja indiana ocidental. O método que
usaram para testemunhar foi por meio de campanhas de
conscientização pública. São muito ativos na área de saúde,
desenvolvimento da comunidade, e assim por diante. O
pastor deles, Mansfield Edwards, que recentemente foi eleito
presidente da Associação de Ontário, atualmente tornou-se
capelão da Polícia Regional de York.
Na Igreja Pedra de Esquina, em Coquitlam, Colúmbia
Britânica, cujo prédio passou recentemente por uma grande
reforma, os membros são predominantemente caucasianos,
mas está situada no meio de uma área densamente habitada
por chineses. Eles realizam eventos culturais, mantêm uma
creche e alugam o prédio da igreja para um grupo comunitário chinês. O envolvimento com a comunidade é o segredo.
Abaixo: ESCOLA ADVENTISTA NATIVA: Mamawi
Atosketan Native School em Ponoka, Alberta.
Destaque: MISSÃO VITAL: Os professores adventistas
lecionam para cerca de 180
alunos, da 1a à 12a séries na
escola nativa da igreja.
Quanto de presença adventista há nas áreas mais remotas
do Canadá?
Temos uma igreja em Yellowknife, nos territórios do nordeste.
Temos uma congregação em Whitehorse, no Yukon. Um
grupo foi criado em Iqaluit, capital do Território de Nunavut,
que é o maior deserto de gelo do mundo. Quando o Sol se
põe em outubro, não torna a nascer até março.
Temos, ainda, duas congregações que se reúnem em Port
Hardy, na ponta norte da ilha de Vancouver, uma das quais
é congregação nativa. Há cerca de quinze anos, um professor
adventista americano, vindo de Óregon, queria evangelizar
as pessoas da First Nation (Primeira Nação) no Canadá. Ele
foi contratado pela Associação da Colúmbia Britânica, como
força de trabalho no norte da Ilha de Vancouver, e gastou boa
parte de seu primeiro ano ali, apenas andando pelas ruas da
região. Ele orava com as pessoas, dizia-lhes que Jesus os amava e ficou conhecido como o “homem de Jesus”. Era apoiado
pelos adventistas da First Nation da região. Hoje, há ali uma
linda igreja como testemunho da perseverança de alguém
comprometido com Deus. Essa igreja foi construída como
uma casa nativa e tem uma congregação composta de 55 pessoas. O professor e sua esposa foram adotados por uma tribo
local. Essa é uma linda história multicultural na qual um
americano trabalha no Canadá com nativos, ou First Nations,
e outros canadenses para formar essa linda congregação.
Vocês estão ministrando, de outras maneiras, a pessoas da
Primeira Nação (nativos)?
Sim. Temos a Escola Nativa Mamawi Atosketan, em Ponoka,
Alberta, frequentada por 180 alunos, da 1a à 12a série, onde
há apenas um adventista entre eles. Está localizada no fim da
reserva. A violência, drogas, álcool, sexo e as gangues naquela
área são incríveis, mas a escola está causando impacto positivo.
Alguns dos alunos voltam para os lares onde não há
alimento, mas muita violência. Muitas das pessoas daquela
12
Adventist World | Março 2010
comunidade dormem no porão. Temem dormir nos quartos
por causa dos tiroteios entre gangues. Assim, essa escola, uma
escola adventista, está ministrando para as crianças dali. É um
ministério nas trincheiras, na linha de frente.
De que maneira vocês integram e mantêm os adolescentes
e jovens na igreja?
Nossa universidade, Canadian University College (CUC), em
Lacombe, Alberta, exerce influência muito positiva em todo
o país. Se existe algo que modela e promove a integração dos
jovens na igreja, é nosso colégio.
Também apoiamos os líderes de jovens de todo o Canadá
com recursos e outros meios para a realização de eventos que
treinam os jovens com a realidade nacional. Nosso maior
desafio é a integração deles com a igreja.
Os 335 professores lecionam para aproximadamente 3.500
alunos nas 48 escolas adventistas em todo o Canadá. Os
membros da igreja e pastores veem a educação adventista
como prioridade?
Há uma mistura aí. Em junho passado, realizamos uma convenção nacional de pastores no CUC. A ênfase da convenção
foi a educação cristã adventista, para encorajar nossos pastores a se tornarem mais ativamente envolvidos na educação,
C O R T E S I A
D O
M E N S A G E I R O
A D V E N T I S TA
C A N A D E N S E
porque educação é parte do que somos. É a educação de
nossa igreja. Alguns pastores estão ativamente envolvidos em
nossas escolas; já em outras áreas, não é a mesma coisa.
Os pastores que não foram criados na igreja, às vezes não
compreendem completamente como a educação adventista
começou, com que sacrifício foi mantida; de modo que
compreendem apenas parcialmente o adventismo. Creio que
ninguém deveria entrar no ministério sem alguma instrução
sobre a história da educação adventista. Cerca de 300 pastores
participaram da convenção, e eu diria que um terço deles
nunca havia estado em nosso colégio antes.
Se um pastor adventista diz: “Não creio na educação
adventista”, tenho um problema aí. Há muitas questões em
jogo. A vida de nossas crianças e o alicerce espiritual delas são
muito importantes para simplesmente colocá-las nas mãos de
um professor de escola pública que você nem conhece. Pode
ser que se consiga um bom professor, que respeite a visão
religiosa de seu filho; mas pode se encontrar alguém que
não respeite. Se seu filho é ensinado a não crer na história da
criação e se fica em dúvida quanto à existência de Deus, tente
reverter isso quando ele tiver 18 anos.
Na sua opinião, como será o cenário da educação daqui a
dez anos?
Estamos nos esforçando muito para colocar na mente das
pessoas a importância da educação adventista. Não sei se
estamos tendo sucesso porque, como em todos os lugares
da América do Norte, as matrículas estão decrescendo, com
exceção de nossa universidade, onde tivemos crescimento de
17 por cento.
Então, qual é a minha visão? Vejo que estamos nos esforçando muito para encorajar os membros a varrer as teias de
aranha espirituais e intelectuais e perguntar: “À luz do fato de
que Jesus em breve voltará, por que eu deliberada e intencionalmente colocaria meus filhos nas mãos de alguém que não
tem fé em Deus, não crê na intervenção de Deus na vida do
ser humano? Por que eu faria isso?
Queremos que nossas escolas sejam fortes. Investimos
nelas parte importante de nosso orçamento e continuaremos
a fazê-lo.
Em 2005, o Canadá se tornou o quarto país no mundo a
sancionar oficialmente o casamento gay e agora proíbe a
discriminação contra a orientação sexual. Qual foi a reação
da Igreja Adventista no Canadá?
O Canadá não é uma nação cristã. É uma sociedade secular/
pluralista. Quando a questão do casamento entre pessoas do
mesmo sexo começou a ganhar vulto, nós nos preocupamos
muito. Nosso advogado na época, Dr. Barry Bussey (agora
diretor associado para Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Associação Geral), discursou no Comitê de Justiça
Comum. Quando o Parlamento enviou o assunto para a Suprema Corte do Canadá para ser decidido, Bussey foi um dos
doze apresentadores. Obviamente, nós usamos a Bíblia, mas
como os cristãos, no momento, não gozam de boa reputação
no Canadá, não abordamos uma perspectiva estritamente
bíblica. Nossa posição não foi sugerir ao judiciário que não
podiam fazer o que planejavam, mas para que mantivessem
o direito dos canadenses de decidir participar ou não na
formação de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e de
optar por não empregar pessoas com essa prática. Em outras
palavras, numa sociedade livre e aberta, você pode ter uma
lei que apóia o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nós,
porém, não concordamos com isso.
Então os adventistas no Canadá ainda têm o direito de
escolher não realizar casamento entre pessoas do mesmo
sexo e o direito de não contratar professores e pastores
que optam pelo estilo de vida homossexual?
Exatamente.
Em sua visão, como está o Canadá em relação às mulheres
na liderança de igrejas?
Lamentavelmente, mesmo havendo lugares onde as mulheres
estão empregadas no ministério, não estou vendo o nível de
abertura que eu gostaria de ver. Há resistência por parte de
alguns membros e líderes, porque estão preocupados com as
implicações de contratar um pastor do sexo feminino. Não
vejo problema tanto no sistema educativo como no ministério pastoral e nas funções administrativas.
Há mulheres na função de pastor no Canadá?
Sim, temos algumas. Geralmente, ocupam a função de associadas, mas temos bem poucas que são pastoras titulares.
Isso depende da cultura da igreja local e da associação.
Não importa quão capaz e talentosa seja a mulher, os líderes
precisam estar comprometidos com seu sucesso ou a estarão
condenando ao fracasso.
Enquanto agirmos como se o dom do Espírito Santo estivesse ligado ao sexo, estamos realmente subestimando o Seu
poder e o nosso trabalho.
Há alguma coisa que gostaria de acrescentar antes de
finalizar a entrevista?
Em todos os lugares para onde viajo, no Canadá, vejo
homens e mulheres que amam a Jesus de todo o coração e
que realmente desejam servi-Lo. Desde as três mulheres em
Newfoundland, que fundaram um pequeno grupo num lar de
idosos, ao envolvimento em toda a associação no evangelismo
durante as Olimpíadas de fevereiro de 2010, na Colúmbia
Britânica, coisas maravilhosas estão acontecendo. As pessoas
estão alcançando outras de muitas maneiras, simples e sofisticadas. Há muitas histórias lindas de ministério.
Podemos sempre ser pessimistas, mas a realidade é que
coisas muito mais bonitas do que negativas estão acontecendo
no Canadá.
Para ler a versão completa da entrevista, visite o site
www.AdventistWorld.org.
Março 2010 | Adventist World
13
A Morte é tão Definitiva!
Eu ouvi a dor que essa mulher
sofria, enquanto lutava para conter
as lágrimas. Ela estava magoada e
desapontada por tê-lo perdido tão
prematuramente, e eu desejava poder
compartilhar de sua dor. Mas Nathan
Brown está certo: “A dor é a maior experiência de isolamento humano. Não
importa quanto observamos, lemos a
respeito, rimos ou simpatizamos com a
dor dos outros, a própria dor é sempre
uma experiência única e isolada. Simplesmente não há como compartilhar
nossa mágoa, tristeza ou temor.”*
Entre todas as fontes do sofrimento
humano, a morte é a pior. As feridas
14
Adventist World | Março 2010
D E A N
F
ui visitar um amigo que recebera alta do hospital. Os médicos
não podiam fazer mais nada
por ele. Estava morrendo em
consequência de um câncer que consumia sua vida. Como vegetariano estrito
e entusiasta da saúde, frequentemente
se questionava sobre o que teria feito de
errado para ser vítima de experiência
tão dolorosa.
Antes dessa visita, costumávamos
conversar sobre assuntos relativos à salvação e saúde. Quando cursava o ensino
médio, ele gostava de correr e eu estava
correndo havia poucos anos. Tentando
desviar sua mente da dor, tentei conversar sobre corridas. Ele respondeu:
“Chongo, corrida é a última coisa na
minha mente neste momento.”
Eu me senti como os amigos de Jó
quando foram visitá-lo. O melhor período que passaram juntos foi quando
ficaram sentados e calados por uma
semana. Eu não sabia o que dizer. Meu
amigo me socorreu falando sobre sua
família. Em seguida, cantamos seus hinos prediletos, lemos a Bíblia e oramos
a Deus por uma cura miraculosa.
Seis dias depois, ele morreu. Eu estava
viajando e, quando voltei, visitei a esposa
dele para apresentar minhas condolências.
Lembramo-nos da vida dele, especialmente de seu zelo por Deus. Ao lado da
sepultura, ela declarou, enquanto chorava: “Como eu queria que você estivesse
presente no funeral do seu amigo!”
E D W A R D S
D E V O C I O N A L
Está
Chegando
o
Grande
Dıa
Por
D. Chongo
Mundende
Deus nos dá esperança
para os tempos sombrios
cicatrizam. Os relacionamentos podem
ser reparados, mas a morte parece muito definitiva. Ela nos lembra de que a
vida na Terra é curta e incerta. Às vezes,
culpamos Deus pela morte, mesmo
quando sabemos que Ele não é responsável pela dor e angústia que sentimos.
Sabemos que Deus compreende melhor
as nossas tristezas do que nós mesmos.
Ele expressa Seu amor por meio de
Jesus, a “esperança da glória” (Cl 1:27).
O maior problema é que a morte
gera desânimo, a maior arma do inimigo contra a humanidade. O desânimo
tende a roubar nossa alegria e esperança
em Cristo nesta vida e a certeza na vida
eterna por vir. O maior antídoto para
o desânimo é Jesus. Portanto, quando
ficamos desanimados, devemos correr
para Jesus, fixando os olhos nEle,
porque Ele é “o autor e consumador
A boa notícia é que a morte não é
a resposta definitiva. Os justos mortos
viverão outra vez. “Porquanto o Senhor
mesmo, dada a Sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada
a trombeta de Deus, descerá dos Céus,
e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro; depois, nós, os vivos, os
que ficarmos, seremos arrebatados
juntamente com eles, entre nuvens,
para o encontro do Senhor nos ares, e,
assim, estaremos para sempre com o
Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos
outros com estas palavras” (1Ts 4:16-18).
Sim, está chegando a hora em que os
mortos ouvirão a Sua voz e sairão das
sepulturas para a vida eterna (João
5:28, 29).
Precisamos espalhar essa boa notícia
para os outros até o dia que Deus nos
chamar para o lar. Jesus morreu para
O Grande Dia Está Chegando
O maior e mais esperado momento
da história humana está prestes a acontecer. Jesus voltará. Naquele dia, a morte
perderá seu poder. Entes queridos serão
reunidos para nunca mais se separar. Mal
podemos esperar a manhã da ressurreição! Naquele maravilhoso dia, nossa
natureza será transformada. Os justos
que morreram ressuscitarão incorruptíveis e imortais (1Co 15:51-54; 1Ts 4:15).
O mal findará. Este mundo, como
conhecemos, será restaurado às condições originais planejadas por Deus;
todo traço de pecado e dor será apagado. Deus habitará conosco e enxugará
dos nossos olhos toda lágrima. Pense
nisso: não mais morte, não mais luto,
não mais choro, não mais dor (Ap 21:4).
Pelos séculos sem fim da eternidade,
os humanos desfrutarão de uma feliz
Entre todas as causas de sofrimento humano, a morte é a pior.
da nossa fé” (Hb 12:2). Deus nos amou
infinitamente ao enviar Seu Filho para
morrer por nós (João 3:16).
Sim, Deus nos ama e não quer que
nenhum mal nos aconteça. “Eu é que sei
que pensamentos tenho a vosso respeito,
diz o Senhor; pensamentos de paz e não
de mal, para vos dar o fim que desejais”
(Jr 29:11). Como eu gostaria de me
lembrar dessa declaração quando estou
desanimado!
Alguns Dias Serão Sombrios
“Estas coisas vos tenho dito”, disse
Jesus, “para que tenhais paz em Mim. No
mundo, passais por aflições; mas tende
bom ânimo; Eu venci o mundo” (Jo 16:33).
E nas palavras de Paulo: “Todos quantos
querem viver piedosamente em Cristo
Jesus serão perseguidos” (2Tm 3:12).
A morte é o maior desafio, mesmo
para o crente. Especialmente quando
envolve uma doença como câncer, apesar
de nossa luta para viver corretamente.
Entretanto, é confortante saber que
Jesus também sofreu. Portanto, podemos
entregar a Ele nossa vida e nossos
problemas. Ele é quem pode mais
adequadamente carregar nossos fardos.
que não tivéssemos que morrer a
segunda morte.
Se Um Dia Formos Tentados
Se algum dia começarmos a duvidar
do amor de Deus, precisaremos visitar
o Calvário. No Gólgota, sentindo-Se
abandonado por Deus com o peso do
pecado a envolvê-Lo e separando-O de
Seu Pai, Jesus enfrentou a morte. “Deus
Meu, Deus Meu”, gritou Ele, “por que
Me desamparaste?” (Mr 15:34).
Em Sua agonia, Jesus nem podia Se
dirigir a Deus como “Pai”. Porém Deus,
o Pai, estava lá. Incapaz de suportar a
visão de Seu Filho nu e humilhado, Ele
envolveu o Gólgota em trevas. “Aquele
que não conheceu pecado” tornou-Se
“pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21).
“Mas Ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras
fomos sarados” (Is 53:5).
O Céu permaneceu em silêncio ao
testemunhar o Comandante esquecido,
lutando para salvar o planeta rebelde.
Ele pisou o lagar sozinho (Is 63:3).
comunhão com Deus e viverão em perfeita harmonia uns com os outros.
Assim, não fiquemos excessivamente
atribulados quando sofrermos uma perda
(Jo 14:3). Comparando com a eternidade, temos apenas alguns anos para
contemplar a desolação da morte.
O velho morre; também o jovem.
O pobre morre; também o rico. Não
cristãos morrem; mas cristãos também.
O ignorante morre; o educado também.
Em todos os casos, a morte causa dor,
tanto sendo esperada como de surpresa.
Eu anseio pela maravilhosa terra onde
não haverá mais câncer, nem acidentes,
nem tristeza, nem morte. Não aceito a
morte, mas toda vez que perco alguém,
sou lembrado de que o grande dia está
chegando e cada morte me leva para
mais perto dessa realidade.
*Nathan Brown, “Crashing Alone,” Adventist Review, 9 de junho
de 2005, p. 31.
D. Chongo Mundende é
membro da Igreja Adventista
do Sétimo Dia, em Edmond,
Oklahoma, EUA.
Março 2010 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
na
Todos
Por
Kimberly Luste
Maran
Igreja
Cada um de nós é necessário para que a família da igreja funcione
H
á todos os tipos de igrejas:
algumas são pequenas,
outras grandes. Algumas
congregam em grandes
edifícios, outras debaixo de árvores.
Algumas são austeras, outras, muito
unidas e carinhosas. Mas para que uma
igreja seja bem-sucedida, não importa o
tamanho ou lugar – cada membro deve
trabalhar com espírito de equipe. Assim
trabalhando, as congregações conseguem realizar as tarefas e os membros
são mais felizes por causa disso.
Há muitos trabalhos diferentes que
precisam ser realizados em uma igreja.
Por exemplo, quem garante que as contas
serão pagas em dia? Quem cuida das
crianças na Escola Sabatina? Quem prega
o sermão? Quem recolhe a oferta? Quem
contribui com serviços à comunidade?
Quem mantém o local limpo e arrumado?
Cada uma dessas tarefas é muito
importante em uma congregação, e
quando bem feitas, geralmente a igreja é
um lugar feliz e acolhedor. De quando em
quando, os membros da igreja se reúnem
para discutir formas de servir melhor à
comunidade e uns aos outros, exaltando
assim o nome de Jesus, partilhando Sua
mensagem e refletindo Seu amor ao longo
do processo. É de vital importância para
a igreja local que os membros conversem
entre si sobre questões que possam
influenciar a igreja e a comunidade.
Kimberly Luste Maran
é editora-assistente da
revista Adventist World.
16
Adventist World | Março 2010
Sua igreja local representa a totalidade
da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Com mais de 17 milhões de membros
batizados (e muitos mais que ainda não
são batizados e mesmo assim frequentam
a igreja cada sábado), a Igreja Adventista
é uma família muito grande.
E, semelhante à sua congregação local, a Igreja Adventista em nível mundial
possui todos os tipos de ministérios e
promove encontros para garantir que
esses ministérios trabalhem da melhor
maneira possível. A fim de servir a Deus
de modo adequado e apressar a volta de
Cristo, a igreja deve funcionar bem. A
maior reunião da igreja, onde o trabalho
é discutido e planejado, é denominada
sessão ou assembleia da Associação Geral.
Essa assembleia, que reúne delegados
eleitos em todo o mundo para tomar decisões após intensas discussões por quase
duas semanas, ocorre a cada cinco anos
em diferentes locais capazes de acomodar
multidões extremamente grandes.
Mais de 2.400 delegados* são
escolhidos, vindos de todas as igrejas
das treze divisões mundiais, como
representantes das igrejas e associações
locais. Eles revisam importantes planos
e trocam, retiram ou adicionam itens
do Manual da Igreja (documento que
contém informações e instruções sobre
o funcionamento da Igreja Adventista).
Eles também elegem os líderes dos
departamentos essenciais da igreja. Um
delegado típico passará oito horas diárias em reuniões administrativas e atividades relacionadas às reuniões plenárias,
durante os dez dias do evento.
À semelhança de uma pedra lançada
em um lago calmo, as decisões tomadas
na assembleia da Associação Geral afetam
cada círculo, até o último e mais amplo,
que são os membros da igreja local.
Os líderes da Associação Geral,
eleitos na assembleia, servem ajudando
as treze divisões com o desafio de levar
mais e mais pessoas a Jesus e manter os
membros atuais informados, atendidos e
nutridos. Esse não é um desafio pequeno!
Muitos desses líderes, vindos de todo o
mundo, trabalham duro para sua igreja,
cientes da responsabilidade a eles confiada por aqueles que os elegeram.
A assembleia mais recente aconteceu
em St. Louis, Missouri, Estados Unidos,
em 2005. Este ano, a assembleia será
em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos,
no período de 24 de junho a 3 de julho.
Espera-se que cerca de cinquenta mil
pessoas viagem de todas as partes do
mundo para adorar juntos no sábado
e confraternizar-se com os irmãos e
irmãs de todo o globo. O presidente
da Igreja, pastor Jan Paulsen, diz que a
F O T O S :
J O E L
D .
S P R I N G E R
J .
H O
A L D E N
J .
H O
A L D E N
MOMENTOS DA ASSEMBLEIA DE 2005:
(Extrema esquerda, acima no meio, acima
à direita) Aqueles que assistiram à
assembleia puderam apreciar a participação
e o esplendor da presença de membros
de todo o mundo, durante os momentos
de culto. (Meio abaixo) Delegados votam
levantando cartões durante as reuniões
administrativas. (Direita abaixo) O Internet
Cafe do centro de convenções oferecia
conexão rápida e longas filas.
Alimentação
e Hospedagem
assembleia da Associação Geral (AG) é
mais do que reuniões administrativas.
“Um encontro como esse é geralmente
descrito como uma reunião administrativa da igreja mundial. Mas não se deixe
enganar pela palavra ‘administrativa’.
No centro de tudo – o que faremos e
todas as decisões que serão tomadas –,
há realmente apenas um objetivo:
preparar e equipar a igreja para a missão
que Deus nos confiou.”
Tudo o que a igreja faz, em última
instância, faz para Jesus. Ele é o nosso
líder. Jesus quer que falemos dEle aos
outros. Quando as pessoas vão a uma
assembleia da AG, lembram-se um pouco
do Céu, porque se encontram com milhares de membros da família da igreja, que
amam a Cristo. Eles também se perguntam se essa será a última assembleia, pois
desejam muito que Jesus volte logo. Eu
espero que isso aconteça. E você?
* Segundo a Secretaria da AG, 2.488 delegados estão inscritos para
a assembleia.
Refeições nutritivas e vegetarianas serão servidas, todos os dias do congresso, no almoço e jantar, no Hall C do Georgia World Congress Center, começando
na quarta-feira, 23 de junho, e finalizando com o jantar de sábado, 3 de julho. As
refeições estarão disponíveis apenas para os que possuírem tickets de refeição,
que estarão à venda, todos os dias, no local do congresso, ou aquisição com
antecedência pelo web site: http://gc.bigfoottech.com.
As refeições também poderão ser feitas nos restaurantes e lanchonetes
próximos ao local, muitos dos quais provavelmente oferecerão promoções e
cardápio vegetariano. Os mercados e lojas locais possuem grande variedade
de produtos alimentícios, lanches e bebidas.
Os hotéis próximos ao Georgia World Congress Center já estão reservados
para os delegados e funcionários da Associação Geral. Portanto, fazer a reserva
de um apartamento pode ser um desafio. Entretanto, a Metropolitan Atlanta
Rapid Transit Authority [MARTA] (companhia de transporte da cidade) faz do
transporte público um meio simples de chegar ao Congress Center. Para disponibilidade de quartos de hotel, visite os vários sites de reserva online (Expedia.
com, Travelocity.com, Hotels.com, Priceline.com, etc.) e faça a sua reserva.
Os cerca de seis mil quartos de hotel reservados pela Associação
Geral, para o evento, podem ainda apresentar alguma disponibilidade.
Para informação, entre em contato com:
ACVB Housing
233 Peachtree Street, NE., Suite 1400, Atlanta, GA 30303, U.S.A.
Fone: 866-413-5137, E-mail: [email protected]
Ou visite o site de hospedagem do congresso: https://resweb.passkey.
com/Resweb.do?mode=welcome_ei_new&eventID=1392308.
Março 2010 | Adventist World
17
A R T I G O D E C A PA
Va m o s
aoT r a ba l h o
M
atthew Bediako e Larry
Evans, respectivamente
secretário e vice-secretário
da Associação Geral, já participaram
de várias Assembleias da Associação
Geral (Bediako, desde 1975, e Evans,
desde 1985). Pedimos a eles que
dessem um panorama da assembleia
deste ano, em Atlanta.
Após todos esses anos, quais são
suas impressões das assembleias?
Bediako: Ver adventistas de todas as
partes do mundo reunidos e cantando
“Breve Jesus voltará!”
Evans: Na primeira assembleia de que
participei, fiquei impressionado com
o tamanho e a diversidade da igreja
mundial. Agora, é claro, isso é ainda
mais evidente.
Quais itens importantes farão
parte da agenda a ser tratada pelos
delegados este ano?
Bediako: Ouviremos os relatórios de
cada comissão escolhida para estudar
estruturas e serviços na Associação
Geral. Isso será muito importante.
Presumindo que a recomendação
passe, os diretores adjuntos da Associação Geral não serão eleitos nessa
assembleia, mas no primeiro Concílio
Anual após o congresso.
Em nossa última assembleia, votamos formar um comitê para analisar
o Manual da Igreja e fazer algumas
mudanças. Numa igreja mundial, às
Matthew Bediako
vezes, se você dá exemplos detalhados,
torna-se muito difícil executar.
Evans: Como o Matthew disse, essa é
uma reorganização, não uma revisão,
mas alguns itens interessantes serão
discutidos. Um deles será se devemos
ou não ordenar diaconisas nas igrejas.
Ordenamos outros, mas devemos ordenar mulheres como diaconisas? Estamos
procurando aplicar princípios. Às vezes,
pensamos na [ordenação] como um
sacramento. Estamos procurando considerá-la como reconhecimento de serviço.
Uma das principais questões
relacionadas ao Manual da Igreja e aos
Regulamentos (Praxes) da Associação
Geral, é a questão da crescente responsabilidade. Queremos proteger a igreja
de ataques espúrios. Somos uma forma
representativa de governo, e não temos
plano para reduzir isso. Temos, porém,
de nos certificar de que estamos cuidando das questões organizacionais.
Larry Evans
Descrevam o processo pelo qual um
item vai a plenário numa assembleia.
Evans: Um item discutido pelo plenário,
geralmente vem de uma outra organização. Determinado indivíduo, por
exemplo, manifesta uma preocupação
que afetará sua igreja local. Essa igreja
encaminha o assunto para sua Associação, que encaminha para a União, e esta
para a Divisão. Quando o item chega à
Associação Geral, temos várias comissões.
Assim, quando um item do Manual da
Igreja chega, vai para a Comissão do
Manual da Igreja, daí para a Comissão
Administrativa, que chamamos ADCOM.
Da ADCOM, quer se trate de itens
constitucionais, itens do Manual da
Igreja ou itens de organização, são encaminhados para as várias comissões ou
conselhos administrativos.
Os itens que chegam à Assembleia da
Associação Geral passam pelo Concílio
Anual, e nesse caso, é um longo processo.
Entre em Contato
A Assembleia da Associação Geral de 2010 possui seu próprio web site: www.gcsession.org.
Semanalmente e, em breve, diariamente, será atualizado até o fim do congresso. Provavelmente a maior parte
de suas dúvidas sobre o congresso possam ser respondidas no site.
18
Adventist World | Março 2010
F O T O S :
S A N D R A
B L A C K M E R
Delegados
Teoricamente, um item pode ser
discutido por vários anos.
Evans: Alguns, definitivamente, sim.
Alguns são revisados todos os anos e,
quando chegam lá, podem parecer
um tanto diferentes de quando foram
trazidos pela primeira vez.
Bediako: Alguém que vai pela primeira
vez à Associação Geral pode desejar que
um assunto seja apresentado (ao plenário) e que todos tenham a oportunidade
de dizer o que desejarem sobre ele. Mas
precisam compreender que ele passa
por várias comissões e por um estudo
minucioso da Bíblia.
Se alguém, no plenário, levantar uma
questão, tem esse direito. Mas o item não
será discutido ali; será igualmente remetido à comissão que lida com o assunto.
Evans: Criamos uma comissão de novas
questões da assembleia. Os itens de
agenda que surgirem serão remetidos
a essa comissão, e poderão ser trazidos
de volta ao plenário, ou, mais provavelmente, remetidos à próxima assembleia
da Associação Geral, dependendo da
natureza do assunto. Queremos ouvir o
que o povo tem a dizer e ouvir a voz de
Deus por trás disso.
Bediako: Enviamos o material para
os delegados com antecedência para
que tenham a oportunidade de ler,
especialmente os que não falam inglês.
Traduzimos o material para quatro ou
cinco línguas.
Essas assembleias da Associação
Geral requerem gastos elevados. Os
resultados, porém, são compensadores,
pois essas sessões promovem a unidade
da igreja mundial.
Os delegados de cada assembleia da Associação Geral são escolhidos para representar diferentes regiões da Igreja Adventista do Sétimo
Dia em nível mundial. O número de delegados é baseado na proporção do
número de membros batizados em cada Divisão do mundo e inclui delegados regulares, delegados gerais, administradores das Divisões, Uniões,
pastores, membros leigos e convidados especiais. Abaixo está o número
de delegados, por Divisão, para a assembleia deste ano, em Atlanta:
Divisão Africana Centro-Oriental (ECD)
213
Divisão Euro-Africana (EUD)
137
Divisão Euro-Asiática (ESD)
133
Divisão Interamericana (IAD)
393
Divisão Norte-Americana (NAD)
270
Divisão Asiática do Pacífico Norte (NSD)
87
Divisão Sul-Americana (SAD)
294
Divisão Sul do Pacífico (SPD)
113
Divisão Sul-Africana e do Oceano Índico (SID)
216
Divisão Sul Asiática (SUD)
163
Divisão Asiática do Pacífico Sul (SSD)
174
Divisão Trans-Europeia (TED)
146
Divisão Africana Centro-Ocidental (WAD)
149
TOTAL
2.488
Fiel eVerdadeiro
A Adventist Review (Revista Adventista em ingles), publicação co-irmã
da Adventist World, tem os relatórios oficiais das Assembleias da Associação Geral desde 1863. A Review registra os nomes dos delegados, publica
os relatórios da comissão de nomeação, decisões oficiais, mensagens dos
devocionais, notícias e fotografias tiradas durante o congresso.
Durante os dez dias da Assembleia, a Review, revista semanal, será
publicada diariamente. Textos e fotos preparados nos escritórios do
Georgia World Congress Center, em Atlanta (EUA), serão transmitidos
digitalmente para a Review and Herald Publishing Association (Casa
Publicadora), em Hagerstown, Maryland (EUA), e serão impressas
durante a noite (em número suficiente para cada membro presente) e
despachadas para que chegue em tempo para a reunião da manhã.
Cópias do Boletim da Associação Geral serão disponibilizadas
gratuitamente para os delegados e oferecidas para compra aos
visitantes no salão de exposição. Os assinantes da Adventist Review
receberão os Boletins como parte de sua assinatura. Os mesmos
Boletins estarão disponíveis online no site www.AdventistReview.org.
Março 2010 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
A
inda me lembro do seu olhar
confuso. Estávamos, com um
grupo de nossa igreja, numa
viagem de estudos, no sul da
França, onde, por uma semana inteira,
exploramos a história dos huguenotes,
povo martirizado por sua fé protestante. Ela fora nossa guia turística e
tinha vasto conhecimento da história,
religião e cultura. Embora houvesse
sido exposta a muitas tradições cristãs
so. Ela não conseguia compreender por
que um dia da semana seria diferente
dos outros dias. E esse era o motivo
de sua expressão confusa de que me
lembro tão bem.
Provavelmente eu me lembre do
modo como me olhou, porque isso
me machucou. Tive que perguntar a
mim mesmo, mais uma vez: “Será que
sou apenas um religioso bizarro e estranho?” Essa não foi a última vez que
Felizmente, creio eu, para a maioria
dos adventistas, o sábado não é
simplesmente uma tradição ou um
elemento de identidade.
Em Mateus 13:44, Jesus relata a
parábola do tesouro enterrado em um
campo. Um fazendeiro trabalhador
encontrou o tesouro enquanto tratava
de seus negócios. Foi uma descoberta
casual. Algo por acaso. Lembre-se
de como os primeiros adventistas
Por Dennis Meier
NÚMERO 20
Encontrando o
Rıtmo deDeus
O sábado como um sinal de salvação
por exigência do trabalho, não cria em
Deus. Desenvolvemos uma bela amizade e, no último dia, ela queria saber
mais sobre os adventistas. Éramos uma
peça estranha e digna de nota em sua
coleção denominacional. O que havia
de tão especial nesse dia de sábado?
ela perguntou. E por que éramos tão
inflexíveis e obstinados em relação a um
assunto tão sem importância? Tentei
deixar claro por que o sábado era tão
importante e santo. Não obtive suces-
recebi esse tipo de olhar, uma vez que
é uma expressão muito usada por
pessoas secularistas que vivem seu
próprio mundo “relativo”. Mas também
descobri algo mais: Lembro-me
muito bem de sua expressão porque a
compreendia. Cresci em um mundo
secular; fui para a escola e fui moldado
por ela. Em muitas áreas de minha
vida, vivo e penso de modo semelhante
à média das pessoas pós-modernas.
Tradição ou Identidade?
Dennis Meier é pastor
da igreja Grindelberg, em
Hamburgo, Alemanha.
Gosta de fazer música e
de gastar tempo com sua esposa, Gunda, a
filha Thandi (9 anos) e o filho Levi (6 anos).
20
Adventist World | Março 2010
E nós, adventistas, guardamos o
sábado simplesmente porque isso se
tornou tradição? Que Deus nos livre!
Será que o fato de sermos “guardadores
do sábado” simplesmente se tornou
nossa marca registrada? Qual, então, é
a relação entre tradição e identidade?
Será que nossa compreensão da
verdade ficou presa nos anos 1900?
descobriram o sábado. Foi bem parecido com o agricultor da parábola.
Descobriram por acaso uma verdade
bíblica que por séculos esteve enterrada e perdida. Nossos antepassados
espirituais “compraram” esse tesouro.
Muitos de nossos irmãos e irmãs
pagaram e continuam pagando alto
preço pelo tesouro do sábado.
O Ritmo de Deus
A música é uma parte importante
da vida humana. O ritmo é a moeda
da música e, em certo sentido, o sábado
é o ritmo do tempo que governa e
move cada aspecto de nossa vida. Uma
orquestra ou banda pode tocar uma
música lenta ou rápida. Elas podem
variar no tempo, mas se você quiser
cantar e bater palmas junto com a
música tem que seguir o ritmo
estipulado. Tudo é questão de tempo.
Jesus usa a parábola do tesouro
escondido como uma metáfora do
reino de Deus ou do evangelho. Seria
muito forçado ou completamente fora
de contexto comparar o sábado com o
reino de Deus? Ou, em outras palavras:
não seria a acusação, frequentemente
feita contra nossa teologia do sábado, de
que fizemos dela um requerimento para
a salvação? Só esclarecendo esse ponto:
Não creio que temos que guardar o
sábado para nos salvar. Essa não é uma
teologia adventista. A salvação vem tão
somente por meio de Jesus Cristo.
Salvação e Sábado
Alguns cristãos pensam que o
único assunto importante é o da
“salvação.” Mas, se fôssemos seguir essa
lógica, o discipulado se tornaria sem
importância, uma vez que o discípulo
é alguém que já foi salvo e, por isso,
começa a modelar sua vida de acordo
com a vontade de Deus. Um discípulo
ora: “seja feita a Tua vontade” (Mt
6:10) e, depois de orar, está preparado
para praticar a vontade de Deus. Isso
nos leva totalmente de volta à salvação.
Lendo as Escrituras, creio que é da
vontade de Deus que entremos em
Seu ritmo. Esse é o ritmo de Deus, não
meu. Não sou eu quem decide como
muitos cristãos creem, em que dia devo
descansar (contanto que seja um entre
os sete), mas é Deus quem decide. Em
termos teológicos, isso é chamado de
justificação pela fé. Significa: não a
minha vontade, mas a dEle. Não o meu
método, mas o método de Deus. Não a
minha justiça, mas a Sua justiça, Jesus.
Dois eventos bíblicos ilustram muito bem esse conceito:
1. Genesis 2:2 indica que Deus descansou (literalmente) e que abençoou
e tornou santo o sétimo dia. Quão “velha” era a humanidade naquela época?
Não tinha nem um dia de idade, uma
vez que os humanos apareceram no
cenário da vida apenas no sexto dia. O
sétimo dia de Deus foi o primeiro dia
completo para a raça humana. De que
tipo de obras de jardinagem, de dar
nome aos animais, ou de “multiplicar”,
o casal poderia se lembrar? Nenhum!
No dia de sábado, Adão e Eva desfrutaram das obras de Deus e não das suas
próprias obras. É por isso que o sábado
é um símbolo da salvação e justificação
pela fé desde o princípio.
2. Em seguida, vem a entrega da
lei. Moisés sobe a encosta do Monte
Sinai e recebe os Dez Mandamentos
das mãos de Deus. O sábado está
ali, no meio da lei. Mas a verdadeira
questão não consiste no fato de Deus
primeiro ter libertado Seu povo, ato que
O conduziu à lei da aliança? Mais uma
vez, justificação pela fé.
Voltemos ao nosso tesouro escondido no campo. Jesus disse que o tesouro
é um símbolo do reino de Deus. Eu
creio que o sábado também é um
símbolo do reino de Deus (embora
não seja propriamente o reino de
Deus). Assim como o batismo é um
símbolo que em si mesmo não salva
ninguém e sim uma demonstração
viva, o sábado é um sinal da salvação
em nosso tempo. E o que é realmente
fantástico é que independentemente da
cultura, língua, posição social ou idade,
o tempo é a única coisa imparcialmente
dividida: 24 horas, 7 dias, para todo
o mundo.
O que teria dito minha guia turística sobre tudo isso? Ela habilmente
havia descrito a fé dos huguenotes
nos sítios históricos, enfatizando que
podemos agradecer a esses mártires
a nossa liberdade religiosa e de consciência, embora considerasse nossa
guarda do sábado um passo atrás para
a Idade Média. Ela me ensinou que
Jesus deve ser o principal, inclusive em
nossa teologia do sábado, uma vez que
não é possível compreender o que é
importante para um discípulo quando
não se conhece o Senhor ao qual o
discípulo está seguindo. O sábado não
é nada sem o Senhor do sábado. Em
vez de dizer às pessoas que guardem o
sábado, deixemos que nossa guarda do
sábado se torne nítida prova de nossa
redenção, e assim, sintamos o ritmo de
Deus em nossa vida!
O
Sábado
O bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou no sétimo dia e instituiu o
sábado para todas as pessoas como memorial da criação. O quarto mandamento da
imutável lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como ensino
e prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. É um símbolo de
nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no
reino de Deus. O sábado é o sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A prazerosa observância desse tempo sagrado,
duma tarde a outra tarde, do pôr do sol ao pôr do sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus. (Gn 2:1-3; Êx 20:8-11;
Lc 4:16; Is 56:5, 6; 58:13, 14; Mt 12:1-12; Êx 31:13-17; Ez 20:12, 20; Dt 5:12-15; Hb 4:1-11; Lv 23:32; Mc 1:32.)
Março 2010 | Adventist World
21
D E S C O B R I N D O
O
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
Q
uanto tempo resta ao nosso mundo? Os crescentes desastres naturais ou provocados pelo homem
sugerem que o fim está próximo. E enquanto não
podemos saber quanto tempo resta ao mundo,
temos uma ampla ideia dos eventos futuros pelos escritos de
Ellen White. Nesse breve artigo, podemos apenas tocar em
alguns deles. A seguir, apresento sete fatos que precisamos
saber sobre os eventos finais.
1. Desde 1844, não há mais profecias ligadas ao tempo. A
conclusão da mais longa profecia ligada a tempo em 1844 marca
o início do período final da história da Terra. Desse ponto favorável podemos delinear os eventos finais, mas somos alertados
de que nenhuma nova luz servirá de base para calcular o tempo
específico ou definitivo desses eventos. Os anos a partir de 1844
fornecem ampla evidência e apoio à predição de Ellen White,
em 1909, de que “grandes mudanças estão prestes a operar-se no
mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos”.1 Ela também
lamenta que Cristo já poderia ter voltado se a igreja houvesse
tido êxito em realizar o trabalho para o qual foi chamada por
Deus. Seu retorno foi protelado “em misericórdia ..., porque
se o Mestre viesse, quantos se achariam desapercebidos!”2
2. “Tanto o nosso título ao Céu, como nossa idoneidade
para ele, encontram-se na justiça de Cristo.”3 Uma compreensão errônea do evangelho pode deixar as pessoas despreparadas para o futuro. Através da confissão e arrependimento,
o crente é levado a se harmonizar com Deus e Sua lei. A
verdadeira santificação é um trabalho progressivo, tendo
como seu objetivo ser semelhante a Cristo. Ao mesmo tempo,
é-nos assegurado: “Se hoje estais em paz com Deus, estais
preparados para receber a Cristo, se viesse hoje.”4
3. Acontecerá um falso reavivamento em nossas igrejas
e a genuína manifestação do Espírito Santo será ignorada.
A mensagem do tempo do fim destina-se a preparar o povo
para a Segunda Vinda. Satanás, porém, introduzirá imitações
baseadas em sentimentos para desviar a mente das verdades
para esse tempo. “Não devemos considerar como nosso trabalho criar o entusiasmo.”5 “É por meio da Palavra – não de
sentimentos ou de exaltação – que precisamos influenciar as
pessoas a obedecer à verdade.”6
Somos também advertidos de que “temos muito mais a
temer de dentro do que de fora”.7 Satanás procurará abalar
a confiança das pessoas no Espírito de Profecia, porque ele
sabe que não pode ter “caminho tão fácil para introduzir seus
enganos e prender almas em suas mentiras se as advertências e
repreensões e conselhos do Espírito de Deus forem atendidas”.8
22
Adventist World | Março 2010
certo
A
de Contas
Final
Por
Clinton
Wahlen
Sete fatos que precisamos saber
sobre os eventos finais
4. Devemos ser santificados pela obediência à verdade e
ter um claro conhecimento do ministério investigativo de
Cristo, a fim de sobreviver à sacudidura. Satanás procura
desviar nossa mente de Jesus para que nos preocupemos
com as atividades e prazeres mundanos. Em breve, “A marca
da besta nos será recomendada com insistência. Os que,
passo a passo, cederam às exigências do mundo e se sujeitaram a costumes mundanos não acharão difícil submeter-se
aos poderes dominantes, de preferência a expor-se a
escárnio, insultos, ameaças de prisão e morte... Satanás
acossará intensamente os fiéis, mas em nome de Jesus
eles se tornarão mais que vencedores” pela obediência à
verdade.9
Por outro lado, muitos adventistas renunciarão à sua
fé: “Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito,
chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo
a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular.”10
Ellen White declara que “a igreja talvez pareça como prestes
a cair, mas não cairá”,11 e que a maior parte dos verdadeiros
seguidores de Cristo está em Babilônia. “Milhares de milhares que nunca ouviram palavras como essas, escutá-las-ão”,12
apesar de “a vasta maioria ignorá-las”.13
5. A proclamação final e gloriosa de Apocalipse 18 é uma
revelação do caráter amoroso de Deus. Ao aproximar-se
o fim, os testemunhos do povo de Deus “tornar-se-ão mais
decididos e mais poderosos”.14 “A última mensagem de misericórdia a ser dada ao mundo é uma revelação do caráter
de amor [de Deus]. Os filhos de Deus devem manifestar Sua
glória. Em sua vida e caráter devem revelar o que a graça
de Deus tem feito por eles.”15 Satanás também trabalhará
com “prodígios de mentiras” e “Assim os habitantes da Terra
serão levados a decidir-se.”16
6. O fator decisivo para que uma pessoa receba o selo de
Deus ou a marca da besta é a lealdade. O sinal da besta é “o
sinal de submissão aos poderes terrenos”,17 enquanto o selo
de Deus é para aqueles que permanecerem leais à autoridade
divina. Ninguém recebeu ainda o sinal da besta e não o
receberá pelo simples fato de ter parado de “trabalhar com as
mãos no domingo”, mas porque vão “reconhecer com a mente
que o domingo é o sábado”.18 Os que recebem o selo de Deus
e que serão protegidos no tempo de tribulação devem “refletir
completamente a imagem de Jesus”.19
Uma vez que todos os que “mostraram ser leais aos preceitos divinos receberam ‘o selo do Deus vivo’, Jesus cessa de
interceder no santuário celestial”, fecha-se a porta da graça
e os pecados dos filhos de Deus são encerrados.20 “A vinda
de Cristo não nos muda o caráter; fixa-o apenas para
sempre além da possibilidade de qualquer mudança.”21 Não
há necessidade para um segundo “tempo de graça”, porque
aqueles que persistentemente resistiram à convicção dada
pelo Espírito Santo “nunca se convenceriam”.22
7. A chuva serôdia será mais abundante que a chuva
temporã e ajuda a preparar o povo de Deus para resistir
no tempo de tribulação. Empregando a imagem bíblica da
colheita, Ellen White explica que “o amadurecimento do grão
representa a terminação do trabalho da graça de Deus na
alma. Pelo poder do Espírito Santo, deve a imagem moral de
Deus ser aperfeiçoada no caráter. Devemos ser completamente
transformados à semelhança de Cristo”.23 Especialmente
durante o tempo de angústia, Jesus percebe cada dificuldade
enfrentada por Seu povo e “até a prisão será como um
palácio.”24 Os ímpios, porém, “nunca exercitaram a mente no
amor à pureza; nunca aprenderam a linguagem do Céu, e
agora é demasiado tarde. Uma vida de rebeldia contra Deus
incapacitou-os para o Céu. A pureza, santidade e paz dali lhes
seriam uma tortura; a glória de Deus seria um fogo consumidor.
Almejariam fugir daquele santo lugar. Receberiam alegremente
a destruição, para que pudessem esconder-se da face dAquele
que morreu para os remir. O destino dos ímpios se fixa por
sua própria escolha. Sua exclusão do Céu é espontânea, da sua
parte, e justa e misericordiosa da parte de Deus.”25
Ellen White frequentemente procurava chamar a atenção
das pessoas para as glórias do Céu e a nova terra. A recompensa dos justos, escreveu ela, “será conhecida apenas dos
que a contemplarem… Nessas pacíficas planícies, ao lado
daquelas correntes vivas, o povo de Deus, durante tanto
tempo peregrino e errante, encontrará um lar”.26 Mesmo
quando estivermos lá, quanto mais aprendermos de Deus,
mais admiraremos Seu caráter e com maior conhecimento
testificaremos que “Deus é amor”.27
Ellen G. White, Eventos Finais (Casa Publicadora Brasileira), p 11. Note que as ideias não
documentadas neste artigo, também são extraídas dessa importante compilação.
Ibid., p. 37.
3
Ibid., p. 283.
4
Ibid., p. 74.
5
Ibid., ênfase no original.
6
Ibid., p. 93.
7
Ibid., p. 156.
8
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 6, p. 48.
9
Ellen G. White, Testemunhos Para Igreja, v. 5, p. 81, 82.
10
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 608.
11
White, Eventos Finais, p. 180.
12
White, O Grande Conflito, p. 606.
13
Ellen G. White, Nos Lugareas Celestiais, p. 343.
14
White, Eventos Finais, p. 201.
15
Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 415, 416.
16
White, O Grande Conflito, p. 612.
17
Ibid., p. 605.
18
White, Eventos Finais, p. 224.
19
Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 71.
20
White, O Grande Conflito, p. 613, 614.
21
White, Testemunhos Para Igreja, v. 5, p. 466.
22
White, Eventos Finais, p. 237.
23
Ibid., p. 183.
24
Ibid., p. 266. Veja também p. 277.
25
White, O Grande Conflito, p. 543.
26
Ibid., p. 675.
27
Ibid., p. 678.
1
2
Clinton Wahlen é diretor associado do
Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação
Geral; mora em Silver Spring, Maryland, EUA.
Março 2010 | Adventist World
23
H E R A N Ç A
A D V E N T I S T A
Esquerda: PASTOR CHOI
Direita: MÃOS LEVANTADAS: Membros
da Igreja de Youngshinwon.
Tocando os Itoc
Por Kuk-Heon Lee
E
ra setembro de 1957, após um
quente verão, a estação da colheita
finalmente havia chegado. O arroz
amadurecia nas lavouras e as castanhas
estavam quase maduras nas montanhas
ao redor. Nem o fato de os campos estarem devastados pela Guerra da Coreia
podia impedir a chegada da estação
das colheitas. A maioria dos coreanos,
exausta pela fome e pela guerra, tinha
esperança de uma colheita abundante.
Encontrando os Inacessíveis
No dia seguinte ao festival Chusok
(tradicional festival da colheita), um estranho grupo de pessoas visitou a Igreja
Adventista do Sétimo Dia de Hadong,
localizada na região sul da península
coreana. Sung-Hun Choi, pastor dessa
igreja, estava com medo de atendê-los,
pois estavam muito desfigurados. Os
dedos estavam em terrível estágio de
decomposição, as sobrancelhas haviam
caído e havia sérias e visíveis lesões
na pele. Os visitantes vinham de uma
24
Adventist World | Março 2010
FOTO OFICIAL: O pastor Choi, com sua esposa, e M. V. Campbell, ex-vice
presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.
colônia de leprosos próxima. Na verdade,
a visão era tão repulsiva que o pastor
sequer conseguia olhar diretamente
para eles.
O pastor Choi, no entanto, era
apaixonado pela obra de Deus. Quando
foi convidado pelos leprosos para ir e
pregar a mensagem de Deus, decidiu
trabalhar para eles. “Eu não podia
rejeitar o convite, pois vi um apelo em
seus olhos. Descobri que, realmente,
desejavam receber a mensagem de Deus
e a esperança do Céu”, ele afirmou. Esse
foi um encontro providencial para o
pastor Choi, quando decidiu concentrar
seu ministério, pelo resto da vida, nas
pessoas que sofriam com a lepra.
áveis
Sung-Hun Choi – um
pioneiro adventista
Salvo por Milagre
Sung-Hun Choi nasceu numa
pequena aldeia coreana, no dia 3 de
fevereiro de 1913, ou seja, três anos
após as três mensagens angélicas terem
sido introduzidas na Coreia, pequeno
país asiático cuja economia na época,
dependia quase exclusivamente da
agricultura. Como a maior parte de
seus vizinhos, ele vivia em extrema
pobreza, pois, com a ocupação japonesa,
a vida era muito difícil. Abençoado
com um forte espírito de independência
e sinceridade, Choi superou muitas
lutas e tribulações e, quando jovem, fez
importantes escolhas. Foi nessa época
que ele se tornou adventista. Em 1940,
quando tinha 27 anos de idade, foi
batizado na igreja adventista local e se
tornou colportor durante os difíceis
anos da II Guerra Mundial.
Tempos Difíceis
Em 1943, a Igreja Adventista da
Coreia foi oficialmente dissolvida pelas
autoridades japonesas. Essa foi a experiência mais difícil para os adventistas
coreanos. Não podiam se reunir em
igrejas e seus líderes foram espalhados
por todas as direções. Entretanto, alguns
pastores decidiram resistir e cuidar das
igrejas e de seus membros. Eles formaram igrejas secretas que se reuniam
para adorar e orar. Em Jangmae-ri,
perto de Pyongyang, Choi fundou uma
igreja secreta e mantinha os cultos
regulares aos sábados. Um sábado, pela
manhã, um policial foi à aldeia para
procurar pela igreja secreta. O estudo
da Lição da Escola Sabatina havia
terminado. Choi instruiu os membros
que voltassem para suas casas, assim
que ouviu da aproximação da polícia.
Ele esperou ansiosamente pela chegada
dos policiais, após esconder todas as
Bíblias e hinários. Ninguém, porém, foi
ao lugar secreto. A polícia simplesmente
retirou-se da aldeia. Deus usou o líder
daquela comunidade para convencê-los
a abandonar a busca pelos adventistas.
Graças à sua intervenção persuasiva, os
policiais foram embora e o pastor Choi
atravessou ileso por outra crise.
Uma Descoberta e uma Missão
Em 1954, Sung-Hun Choi tornouse pastor de tempo integral. Após se
formar pelo Korean Union College, foi
para Hadong como pastor de igreja e
trabalhou muito para pregar as três
mensagens angélicas naquela área. Foi
nesse período que ele se encontrou com
os leprosos de um lugarejo próximo
a Hadong. Esse encontro mudou sua
vida e ele trabalhou entre os leprosos
daquele momento até o fim da vida.
Essa tarefa, entretanto, não foi fácil.
Logo no início, por causa da ignorância
e do preconceito, ele não conseguia
chegar perto deles. Embora cumprimentasse sua congregação leprosa após
o culto, pensava ser impossível comer
junto com eles em suas casas. Temia ser
infectado com a doença. Um dia, como
prova de gratidão, um casal de leprosos
o convidou para comer com eles em seu
humilde lar. Ele sabia que se rejeitasse
o convite dando alguma desculpa, eles
ficariam desapontados e abandonariam
o cristianismo, pois eram novos na fé.
Mesmo com medo, sabia que, como
pastor, devia mostrar-lhes o amor de
Deus. Assim, aceitou o convite e tomou
a refeição com eles. Daquele dia em
diante, percebeu que se tornara um
verdadeiro pastor de leprosos. Ele se
tornou o grão do trigo para os leprosos
na Coreia, conseguindo não apenas
recursos necessários para aquela comunidade esquecida, mas também compartilhando praticamente todas as dores
e alegrias daquele povo, por meio de seu
ministério e envolvimento pessoal.
Choi trabalhou por quarenta anos
como pastor. Ele dedicou a maior parte
desse tempo ao cuidado dos leprosos de
Youngshinwon, em Hadong, Aejowon,
em Chungmu, Sosaengwon, em Iksan e
outros lugares. Construiu muitas igrejas, centros de treinamento para filhos
de leprosos e asilos para leprosos idosos.
Após jubilar-se oficialmente do ministério, continuou com a mesma paixão
até o fim de sua vida. Certamente Deus
usou o pastor Choi para abrir as portas
da missão a seus irmãos adventistas
na Coreia. Foi um grande homem de
Deus, sendo lembrado pelos adventistas
coreanos como o santo dos leprosos. Ele
realmente tocou os intocáveis.
Kuk-Heon Lee trabalha
como capelão e professor
na Universidade Sahmyook,
Coreia. É formado pelo
Newbold College, Inglaterra, e pela
Universidade Sahmyook. É especialista em
história da igreja.
Março 2010 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N T A : Por
favor, explique o significado
da purificação mencionada em Hebreus 1:3.
para os que aceitam a Cristo como Salvador e Sumo Sacerdote
celestial. “O sangue de Cristo… purificará a nossa consciência
de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo!”
(Hb 9:14). Todos são chamados ao arrependimento de suas
obras mortas (6:1) e são assegurados de que experimentarão
texto diz: “Depois de ter realizado a purificação dos
a purificação por meio de Cristo.
pecados, Ele Se assentou à direita da Majestade nas
Essa limpeza atual é parte intrínseca do trabalho interalturas.”* O verso combina dois elementos: purificação
cessor de Cristo ao lado direito de Deus (7:25), e atinge não
e exaltação, porém não menciona como ocorre a purificação.
apenas os nossos pecados passados, mas também os pecados
A fim de esclarecer o texto, analisemos duas outras passagens
em que esses elementos também estão presentes e, em seguida, não intencionais cometidos em nossa peregrinação cristã
(10:26). Nessa jornada,
exploremos o significado de
“livremo-nos de tudo o que
purificação em Hebreus.
nos atrapalha e do pecado
1. Purificação e Sacrifíque nos envolve” (12:1).
cio: Atente para as seguintes
Pelo poder do sacrifício de
passagens: “Mas quando este
Cristo na cruz, onde Ele
sacerdote acabou de oferecer,
tirou os pecados de muitos
para sempre, um único sacri(9:28), nossos pecados são
fício pelos pecados, assentouperdoados por Deus. No
Se à direita de Deus” (10:12).
sistema israelita, isso era
“[Cristo] suportou a cruz,
representado pelo serviço
desprezando a vergonha, e
Por
assentou-Se à direita do trono
Angel Manuel Rodríguez diário. O sacrifício de Cristo
e Sua intercessão cumprem
de Deus” (12:2). A primeira
o significado tipológico dos
passagem menciona “um únisacrifícios diários.
co sacrifício pelos pecados”
4. Purificação do
em vez de “purificação pelos
Santuário Celestial: O poder
pecados”, esclarecendo, assim,
purificador do sacrifício
seu significado. A segunda
de Cristo também tem uma expressão futura, representada
mostra que o sacrifício foi a morte de Cristo na cruz. Ele
realizou a purificação do pecado no sentido de que Se ofereceu pelo ritual de purificação do Dia da Expiação: “Portanto, era
necessário que as cópias das coisas que estão nos Céus fossem
a Si mesmo como vítima sacrifical. O sacrifício purificador/
purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas
expiatório foi oferecido uma vez. Em Sua exaltação, Ele
celestiais com sacrifícios superiores” (9:23). Essa passagem
continua a oficiar como nosso sumo sacerdote no santuário
pressupõe, claramente, uma interpretação tipológica do Dia
celestial (8:2). Esse trabalho está diretamente ligado à
da Expiação. Ao referir-se à purificação do santuário celeste, o
purificação de nossos pecados.
apóstolo aponta para a consumação da eficiência purificadora
2. Purificação e Primeira Aliança: Foi por meio do sada morte ou sacrifício de Cristo, que resultará na vindicação
crifício de Cristo que os pecados cometidos sob a primeira
de Deus e Seu povo e na consumação da salvação na segunda
aliança foram finalmente perdoados: “[Cristo] morreu
vinda de Jesus (9:28).
como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira
Essa purificação também aponta para o estabelecimento do
aliança” (9:15). Segundo Hebreus, os pecados cometidos
reino eterno de Deus (12:28) e para o momento em que todos
sob a primeira aliança necessitavam de purificação, porque
os inimigos de Cristo “sejam colocados como estrado dos seus
o sangue de novilhos e bodes não podia remover pecados
pés” (10:13; cf. 2:14), isto é, quando forem plena e definitivaou purificar pecadores. O sacrifício de Cristo legitimou a
mente derrotados por Ele. Esse juízo de execução “consumirá
purificação realizada no tipo, sob a primeira aliança. Essa
era a purificação dos pecados cometidos sob a velha aliança, os inimigos de Deus” (10:27) na purificação final da presença
como transgressão da lei da aliança. Esse efeito retrospectivo do pecado e dos poderes do mal no Universo.
do poder purificador do sacrifício de Cristo não é exclusivo
*Todas as citações bíblicas deste artigo foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI).
de Hebreus; está implícito em outras partes do Novo
Testamento (cf. Rm 3:25; At 17:30).
3. Purificação dos Crentes: A purificação dos pecados
por meio do sacrifício de Cristo é eficaz, também hoje, para
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
Bíblicas da Associação Geral.
os que creem. O poder purificador da cruz aplica-se hoje
O
Purificação
e
Exaltação
26
Adventist World | Março 2010
E S T U D O
B Í B L I C O
A
Criação
Por
Mark A. Finley
e asVerdades para oTempo do Fim
A Criação é uma das mais importantes verdades das Escrituras. Nossa compreensão da
Criação influencia nossa compreensão de toda Bíblia. Nesta lição, estudaremos a
importância da Criação e sua relação com outras verdades.
Um dos grandes enganos de Satanás no tempo do fim é confundir o povo de Deus sobre
o assunto da Criação e distorcer sua compreensão de muitas outras verdades bíblicas
básicas. O inimigo é enganador e mentiroso. Suas mentiras sobre a Criação carregam em
si as sementes do erro que ele atribui a toda a Bíblia, a qual, aos olhos de alguns, não é
mais que um livro de mitos e fábulas.
1.
Como fomos criados originalmente?
“E criou Deus o homem à Sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27).
Cada um de nós foi criado à
de Deus.
O pecado deteriorou a imagem de Deus em toda a raça humana. Nossos pecados nos
separam de Deus (Is 59:2). Nossa natureza é caída (Jr 17:9). Entretanto, por meio de Seu
Espírito Santo, o coração amoroso de Deus anseia recriar a Sua imagem em nós.
2.
Que promessa faz nosso Senhor àqueles que comprometem a vida com Ele?
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”
(2Co 5:17).
Escreva o significado dessa promessa em suas próprias palavras:
Se não fomos criados por Deus, Ele não pode nos recriar. Se Deus não teve poder
suficiente para formar o mundo no princípio, certamente não tem poder para transformar
nossa vida. Podemos ser gratos a Deus, pois todo o Seu poder criativo está disponível
para nos recriar à Sua imagem.
3.
Ao longo de toda a Bíblia, Deus é chamado de Criador dos céus e da Terra (Is 40:28;
Ec 12:7; 1Pe 4:19). Se o mundo não foi criado por Ele, que esperança podemos ter de que
Deus recriará novos céus e nova terra? Leia as duas passagens abaixo e, em apenas uma
sentença, diga o que significam para você.
“Porque, eis que Eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais
se recordarão” (Is 65:17).
“Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3:13).
Março 2010 | Adventist World
27
4.
Existe algo que seja impossível para Deus?
“É impossível que Deus minta” (Hb 6:18).
É
que Deus
.
O livro de Gênesis começa com as seguintes palavras: “No princípio criou Deus os céus e
a Terra” (Gn. 1:1). Se as primeiras palavras da Bíblia não forem verdadeiras, então toda a
Bíblia não é confiável. Graças a Deus, elas são verdade, pois Deus não pode mentir.
5.
O que o salmista diz sobre a veracidade da Palavra de Deus?
“A Tua palavra é a verdade desde o princípio” (Sl 119:160).
“Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu” (Sl 119:89).
O salmista declara que a Palavra de Deus é
e que
no Céu.
Os oponentes à Palavra de Deus não podem mudar o fato de que ela é verdade e que
permanece no Céu. Nenhuma das mais conhecidas “teorias científicas” pode alterar a
veracidade da Bíblia.
6.
Por que Deus é digno de nosso culto e suprema lealdade?
“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade
são e foram criadas” (Ap 4:11).
Deus é digno de ser adorado porque Ele
todas as
.
O sábado do sétimo dia é o eterno sinal de Deus de Sua autoridade criativa. Se Ele não
criou o mundo, então o sábado não tem significado nenhum. O quarto mandamento ordena:
“Lembra-te do dia do sábado” (Êx 20:8). Satanás adoraria destruir o sábado introduzindo o
engano de que Deus não é o Criador. Toda vez, porém, que adoramos a Deus no sétimo dia,
o sábado, declaramos nossa lealdade ao nosso Deus criador.
7.
No tempo do fim, qual é a mensagem de Deus para nosso planeta, ligada ao
mandamento do sábado?
Apocalipse 14:6-11 descreve três anjos voando pelo meio do céu. O primeiro anjo diz em alta voz: “Temei a
Deus, e dai-Lhe glória; porque é vinda a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar,
e as fontes das águas” (verso 7).
À luz do julgamento final de Deus, esse primeiro anjo nos chama para adorar a quem?
Devemos adorar Aquele que fez o
ea
e as
A última batalha do longo conflito entre o bem e o mal é pelos mandamentos de Deus.
O sábado, símbolo da Criação, está no centro do conflito.
Nosso amado Criador pode recriar nosso coração. Um dia, Ele criará novos céus e nova
terra. A cada semana, ao adorá-Lo em Seu sábado, seremos lembrados de quanto somos
valiosos para Ele. A Criação é a verdade eterna que nos lembra de que Ele ainda pode
realizar milagres em nossa vida e que Sua Palavra é verdadeira para todas as gerações.
No estudo do próximo mês,
“Eco da Eternidade”,
examinaremos nosso legado semanal
da criação.
28
Adventist World | Março 2010
.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Que Sacrifício
Fiquei impressionado com o artigo
de Thurman C.
Petty, “O que
Nós Fizemos!”
(dezembro de 2009), e o convincente
retrato de Jesus, Criador do Universo,
cuidando de nós neste cantinho do
universo chamado Terra. Na verdade,
Deus nos amou muito antes da criação,
com tal amor, que, até a eternidade,
não compreenderemos completamente.
Infinito e incomensurável amor de nosso
querido Mestre Jesus!
Roberto Deiró
São Paulo, Brasil
Gratidão
Muito obrigado por listar a indústria
da agricultura em primeiro lugar em
seu editorial “Ouvindo com o Coração
Aberto” (dezembro de 2009). Tantas
vezes as pessoas listam profissões como
doutores, advogados, engenheiros e
dizem “até agricultores”. Sou agricultor
aposentado e me irrito constantemente
de estar no final de tais listas. Sua relação foi de gente trabalhadora e apreciei
muitíssimo.
Muito obrigado. Que Deus continue
a abençoar essa revista.
Jim Grubbs
Hickory Corners, Michigan,
Estados Unidos
Transplante Cardíaco
Achei muito importante que nossa
atenção foi levada para a criação,
mais uma vez, e que aceitar um Deus
criativo é muito importante. O assunto
foi muito bem explanado no artigo
“Maravilhas da Criação” (por John T.
Baldwin, Leonard R. Brand, Arthur
Chadwick, e Randall W. Younker, agosto
de 2009). As quatro razões mencionadas
do parágrafo intitulado “Criação Especial e Outras Doutrinas Bíblicas” são
muito importantes e bem formuladas.
Senti falta, entretanto, da quinta e
muito importante razão: Deus também
quer recriar nosso coração.
Falamos sobre criação no passado e
esperamos uma nova criação no futuro.
O sábado é o elo entre esses dois
eventos da Criação. Mas, no intervalo,
Deus deseja criar em nós um novo
coração ou recriar no velho e duro
coração. Criação significa instantaneidade. Muitos cristãos pensam que um
novo coração não é criado por Deus,
mas o resultado de sermos melhores.
Esta é uma interpretação errada do
que a Biblia nos diz e mostra que,
mesmo aceitando a criação de sete
dias, podemos ser evolucionistas em
nosso coração.
Muitos cristãos honestos lutam
contra pecados dos quais não podem
se livrar. Querem ser pessoas melhores,
mas pecado é pecado. Todos têm
fraquezas que finalmente levam ao
pecado; e, sim, podemos evoluir em
melhores seres humanos, à medida que
nossa personalidade, passo a passo, vai
sendo polida por Deus. Ao lutarmos,
porém, vez após vez, contra um pecado
específico faz-nos questionar por que
tem que ser assim. Nós ainda cremos
em um Deus criador capaz de nos
recriar de tal maneira que somos salvos
de nossas fraquezas? Se pedirmos ao
nosso Criador, será Ele capaz de recriar
fortalezas de nossas fraquezas? Somos
realmente criacionistas?
Johan Vanbrabant
Zwevegem, Bélgica
Revista Apreciada
Quero saudá-los no nome de nosso
Senhor Jesus Cristo. Sou grato por publicarem experiências encorajadoras de
pessoas em busca da Palavra de Deus.
Os exemplares da Adventist World que li
até agora me emocionaram muito.
Sou queniano e adventista também.
Estou no meu primeiro ano da
Universidade Médica Delian, na China.
É muito difícil encontrar uma igreja
Adventista do Sétimo Dia aqui, por isso
peço que me enviem palavras de ânimo.
Irei compartilhar qualquer mensagem
com meus amigos para que possamos
formar nossa Escola Sabatina.
Calvin
Liaoning, China
Nós ainda cremos em um Deus
criador capaz de nos recriar de tal
maneira que somos salvos de nossas
fraquezas?
— Johan Vanbrabantz
Zwevegem, Bélgica
Março 2010 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
No momento, estou morando na
Divisão Africana Centro-Oriental da
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Sempre
é muito bom receber a revista Adventist
World. Louvo o árduo trabalho da
equipe para que ela chegue até nós.
Continuo acompanhando o fato
de que essa revista tem sido de grande
ajuda para muita gente. Não sei como
é em outras partes do mundo, mas fui
a oito países africanos e os jovens da
África, em sua maioria, são leitores da
Adventist World. Os jovens adventistas
estão sempre prontos a ler qualquer
coisa que os ajude a melhorar a sobrevivência e que os ajude a realizar mais na
vida. Parece que a igreja faz pouco na
capacitação dos jovens na África. Posso
estar errado, e se estiver, estou aberto
à correção.
Um exemplo foi em julho de
2009, em Genebra, Suíça, quando os
adventistas e a Organização Mundial de
Saúde (OMS) realizaram um congresso
sobre saúde. O assunto foi “Incluindo
a Participação dos Jovens em Decisões
de Saúde”, e entre os palestrantes, não
havia nem um representante jovem,
embora vários jovens recebessem patrocínio para participar do evento. Eu
falei, e fui percebido. Embora não seja
suficiente chamar a atenção apenas, na
ocasião funcionou.
Em todos os países que visito na
África, procuro uma família adventista
que me receba, e falo extensivamente
com os jovens da igreja. Eles são
maravilhosos e têm grande paixão
pelo Senhor.
Por favor, continuem o bom trabalho.
Oro para que continuem a encontrar
recursos para essa grande revista para
que na África e fora dela, sejamos
sempre edificados pela Palavra de Deus.
Temmylade Ayo Aladeokin
África Centro-Oriental
Inspiração
Posso comprar mais exemplares desta
revista para distribuir em minha igreja?
O conteúdo da Adventist World é
soberbo. As cópias que recebemos para
os anciãos da igreja têm sido recebidas
com muito entusiasmo e agradável
surpresa pelo trabalho de nossa igreja
ao redor do mundo.
Marcos de Oliveira
Maceió, Alagoas, Brasil
Infelizmente, no momento, a Adventist
World, na América do Sul, só pode ser
adquirida através da assinatura da
Revista Adventista. Porém, pode ser lida
online em vários idiomas, inclusive o
português, no site www.adventistworld.
org. Para outros idiomas, quando na
página da Web, clique na janela superior,
do lado direito, e escolha o idioma de sua
preferência.
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Sou grato a Deus por suas orações em
favor de meus estudos. Consegui fazer
um curso de administração com bolsa
de estudos integral. Por favor, orem
por minha vida espiritual e por minha
família, para que o Espírito Santo habite
em nosso coração e Jesus seja o líder de
nossa vida.
Patrick, Zâmbia
Sou formando na Universidade da
Libéria. Espero conseguir meu segundo
diploma em teologia, mas em meu país
não temos universidade ou faculdade
adventista. Orem para que eu encontre
ajuda financeira para meus objetivos.
Remsee, Libéria
30
Adventist World | Março 2010
Sou colportor-evangelista e necessito
do contínuo favor e da bênção de Deus
sobre meu trabalho para Ele. Sei que
suas orações me ajudarão. Continuem
trabalhando para Jesus.
Pattie, Estados Unidos
Estou muito feliz por informá-los sobre
meu trabalho. Deus respondeu a suas
orações. Muito obrigado a todos os
membros do grupo de oração. Pode
ser que este ano a empresa reduza seu
quadro de funcionários e ninguém está
seguro sobre o amanhã. Meu contrato
vai até abril, mas a Deus pertence o
futuro. Por favor, orem para que eu
continue trabalhando. Lembranças a
toda a equipe, com meu desejo de feliz
Ano Novo.
Henry, Uganda
Tenho o prazer de informá-los de que
suas orações me levaram até um nível
de formação em educação. Portanto,
agradeço a Deus pela intercessão de
vocês. Peço que continuem orando para
que eu continue me esforçando.
Josiya, Malávi
Orem para que Deus abra as portas
para eu estudar medicina. Quero ser um
missionário.
Pedro, Paraguai
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Mangas em
Em um mundo
absurdo, o povo de Deus
ainda pode reunir-se
Heidiland
E
nquanto o trem panorâmico
segue caminho até o coração
das montanhas na região
central dos Alpes, gasto um minuto
para dar uma segunda olhada nos
meus companheiros do vagão de
primeira classe. À minha direita,
está um casal japonês. Próximo a
eles, um homem paquistanês e um
monte de falantes vovôs ingleses.
Pelo menos é o que parece. Minha
vontade era perguntar: “De onde são
vocês? O que estão procurando?”
Então, desviei o olhar deles e
da linda visão das montanhas para
observar a garrafa de suco de manga gelado em minhas mãos. Enquanto bebia, li a
informação nutricional (como sempre, muitas calorias), mas uma frase no fim do
rótulo chamou minha atenção: “Fabricado na Suíça” – escrito em três dos quatro
idiomas oficiais daquele país –, “com mangas da Índia e Peru.” Mangas da Índia
e do Peru? Mãos anônimas, há milhares de quilômetros de distância, colheram a
fruta e levaram para alguma empresa com licença para exportar, permitindo que
eu, um forasteiro sul-americano, desfrute o doce suco de manga, feito na Suíça.
Um momento depois, minha mente sai das mangas para pensar na minha
jaqueta fabricada no Sri Lanka, com couro australiano, e na minha toalha de mão
fabricada em Honduras, com algodão egípcio. Que tipo de mundo é esse? Em que
tipo de mundo estamos vivendo, onde podemos tomar um suco feito com frutas
vindas de dois hemisférios, mas não conhecemos nosso vizinho do lado? Como
podemos entender tal absurdo? Como podemos começar a fechar tal lacuna?
Dois dias depois, volto novamente para o nível do mar, pronto para passar o
sábado com irmãos e irmãs que não conheço. Quando me sentei na igreja, um
jovem senhor, do púlpito, dava as boas-vindas a todos. “Nossos membros vêm de
diferentes nações”, disse ele, e começou a descrever os países. Após mencionar mais
de uma dúzia, os membros começaram a “soprar” os países que ele esquecera.
“Peço desculpas se por acaso esqueci algum de vocês”, ele disse. “Mas não importa
de onde você vem, aqui somos todos família”, acrescentou enfaticamente. Ao ver seu
sorriso, acreditei nele. No momento seguinte, todos erguemos a voz para louvar a Jesus.
Saí da igreja com o espírito elevado. A lacuna é imensa, mas há uma abertura
quando o povo de Deus se reúne para louvar Seu nome. E sei que será essa abertura
que finalmente levará Seus seguidores ao lugar onde os povos de todas as nações se
reunirão para desfrutar, entre milhares de maravilhas, o suco de manga mais doce
que já existiu.
– Marcos Paseggi, nascido na Argentina, reside em Ottawa, Ontário,
Canadá.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Karnik Doukmetzian, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor Online
Carlos Medley
Coordenadora Técnica
Merle Poirier
Assistente Executiva de Redação
Rachel J. Child
Assistentes Administrativos
Marvene Thorpe-Baptiste
Alfredo Garcia-Marenko
Atendimento ao Leitor
Merle Poirier
Diretor de Arte e Diagramação
Jeff Dever, Fatima Ameen
Consultores
Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon,
Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu,
Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa,
Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka
T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong
Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj,
Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A.
Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: [email protected]
Website: www.adventistworld.org
A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente
na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 6, No. 3
Março 2010 | Adventist World
31
O Lugar Das
AS
Q U E
L U G A R
É
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R E M O
PARTICIPE DA CONVERSA!
Precisamos de colaboração nas seguintes categorias:
Frases Adventistas (profundas ou espontâneas)
Vida Adventista (anedotas curtas, especialmente do
mundo adulto)
Jotas e Tils (dicas relacionadas à igreja)
Lembranças de Campais (anedotas curtas,
humorísticas ou profundas)
Que Lugar é Esse? (fotos em alta qualidade de
membros de todo o mundo)
R A D N E Y
PESS
E N V I A D O
P O R
Favor enviar sua colaboração para The People’s
Place, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, MD 20904-6600(Estados Unidos);
fax: 301-680-6638; e-mail: [email protected].
org. Favor incluir número de telefone. O material
enviado não será devolvido.
FRASE DO MÊS
“Causar impressão positiva aos outros é um investimento lucrativo.”
– Arni Holm (falecido) trabalhou a maior parte de sua vida para a igreja como professor, diretor, pastor
e psicólogo nos Estados Unidos e Islândia; enviado por sua esposa Soley Holm
T I M
E
T E
A N N E T
G U L I C K
que chegou à escola, recémformado na faculdade, para
lecionar matemática. Quando
o diretor o informou de que
uma das matérias que teria de
ensinar seria Geometria, ele
objetou. Durante toda a faculdade de Matemática, por algum
motivo, nunca tinha cursado
Geometria. Álgebra avançada,
sim. Cálculo, sim. Trigonometria,
sim, mas Geometria, não. A
despeito das mais efusivas objeções, acabou tendo que dar aula
de Geometria.
Ele disse que estudava um
dia antes o conteúdo da aula.
Certo dia, um aluno disse:
“Puxa! Como gostaria de saber
Geometria como o senhor!”
Ao que o professor respondeu: “Você saberá amanhã.”
– Phyllis Roehl, Lincoln, Nebraska,
Estados Unidos
RESP O S TA : Em Taoyuan, Taiwan, membros da Comunidade Internacional Taoyuan da Igreja
Adventista do Sétimo Dia posam para foto, após o culto, na manhã de sábado.
VIDA ADVENTISTA
Em recente reunião de
ex-alunos (ensino médio), um
ex-professor foi o orador do
fim de semana. Ele contou

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