caderno de resumos e programa_xi elple

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caderno de resumos e programa_xi elple
Pro g rama d e Pó s-Grad u ação em Ed u caçã o
Área Temática Lin g u ag em e Ed u caçã o
Facu ld ad e d e Ed u caçã o
U n iversid ad e d e São Pau l o
201 5
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Prof. Dr. Marco Antonio Zago
Vice-Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Pró-Reitora: Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
Pró-Reitor: José Eduardo Krieger
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Diretora: Profa. Dra. Belmira Amélia de Barros Oliveira Bueno
Vice-Diretora: Profa. Dra. Diana Gonçalves Vidal
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Presidente: Prof. Dr. Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira
Vice-Presidente: Prof. Dr. Julio Roberto Groppa Aquino
ÁREA TEMÁTICA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Coordenador: Prof. Dr. Sandoval Nonato Gomes Santos
Vice-coordenadora: Profa. Dra. Idméa Semeghini-Siqueira
DOCENTES
Prof. Dr. Celso Fernando Favaretto (FEUSP)
Prof. Dr. Claudemir Belintane (FEUSP)
Profa. Dra. Claudia Rosa Riolfi (FEUSP)
Prof. Dr. Emerson Pietri (FEUSP)
Profa. Dra. Idméa Semeghini-Siqueira (FEUSP)
Profa. Dra. Isabel Gretel Maria Eres Fernandez (FEUSP)
Profa. Dra. Lívia de Araujo Donnini Rodrigues (FEUSP)
Profa. Dra. Neide Luzia de Rezende (FEUSP)
Prof. Dr. Nilson José Machado (FEUSP)
Prof. Dr. Sandoval Nonato Gomes-Santos (FEUSP)
Profa. Dra. Silvia de Mattos Gasparian Colello (FEUSP)
Prof. Dr. Valdir Heitor Barzotto (FEUSP)
Profa. Dra. Vera Lucia Marinelli (FEUSP)
Prof. Dr. Vojislav Aleksandar Jovanović (FEUSP)
COMISSÃO ORGANIZADORA
COORDENAÇÃO GERAL Sandoval Nonato Gomes Santos (FEUSP)
Ana Claudia Loureiro (PG-FEUSP)
Elaine Cristina Rodrigues Gomes Vidal (PG-FEUSP)
Hanna Estevam (PG-FEUSP)
Heloísa Gonçalves Jordão (SME-SP)
Iracema Santos do Nascimento (PG-FEUSP)
Lays Pereira (PG-UNIFESP, egresso)
Lindiane Viviane Moretti (PG-FEUSP/EA-FEUSP)
Maria Celeste de Souza (PG-FEUSP)
Maria Helena Rodrigues Chaves (PG-FEUSP/UFPA)
COMITÊ CIENTÍFICO
Prof. Dr. Celso Fernando Favaretto (FEUSP)
Prof. Dr. Claudemir Belintane (FEUSP)
Profa. Dra. Claudia Rosa Riolfi (FEUSP)
Prof. Dr. Emerson Pietri (FEUSP)
Profa. Dra. Idmea Semeghini-Siqueira (FEUSP)
Profa. Dra. Isabel Gretel Maria Eres Fernandez (FEUSP)
Profa. Dra. Livia de Araujo Donnini Rodrigues (FEUSP)
Profa. Dra. Neide Luzia de Rezende (FEUSP)
Prof. Dr. Nilson José Machado (FEUSP)
Prof. Dr. Sandoval Nonato Gomes-Santos (FEUSP)
Profa. Dra. Silvia de Mattos Gasparian Colello (FEUSP)
Prof. Dr. Valdir Heitor Barzotto (FEUSP)
Profa. Dra. Vera Lucia Marinelli (FEUSP)
Prof. Dr. Vojislav Aleksandar Jovanovic (FEUSP)
PROMOÇÃO
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Educação
REALIZAÇÃO
Área Temática Linguagem e Educação
Í N D I CE
Apresentação7
Programação geral9
Atividades
Conferência de Abertura 11
Mesa Redonda 1
11
Mesa Redonda 2
12
Mesa Redonda 3
13
Balanço e perspectivas
15
Atividades Culturais15
(Re) Lançamento de livros
15
Sessões de comunicações16
Resumos23
Índice de autores63
Mapas de Localização65
Informações do Campus
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
A P R ES ENTAÇ ÃO
As relações entre linguagem, educação e sociedade são objeto de interesse implicado central ou lateralmente em diferentes programas de pesquisa nos campos dos estudos da linguagem, da educação e de
outras áreas das ciências humanas e sociais aplicadas. Na base desse interesse encontra-se um desafio
que busca reunir elementos de compreensão dos modos com que a linguagem se organiza e funciona
em práticas sociais situadas institucional e socioculturalmente (incluídas as práticas educacionais) e,
de modo recíproco, dos modos com que tais práticas ganham corpo por meio de ações de textualização
e textos que franqueiam àquelas suas próprias condições de possibilidade.
Trata-se, nessa direção, de um desafio claramente interdisciplinar, no sentido em que supõe o confronto de diferentes tradições disciplinares que permite, assim, criar inteligibilidades tanto sobre práticas
sociais particulares, quanto sobre o papel constitutivo da linguagem em sua conformação.
Na atual conjuntura acadêmica brasileira, em que adquirem cada vez maior relevância as ações de
cooperação interinstitucional, de âmbito nacional e internacional, encontram-se reunidas condições
renovadas para rediscutir o desafio interdisciplinar como recurso de incremento da pesquisa acadêmica no campo dos estudos da linguagem e no campo das ciências humanas e sociais aplicadas, e
colocar em debate o protagonismo dessa pesquisa em termos de políticas científicas de inovação da
pós-graduação no país.
Para a pesquisa em Linguagem e Educação, particularmente, a interface com outras tradições disciplinares tanto está na base de seus investimentos epistemológicos, teóricos e metodológicos, quanto é
condição de problematização de temas e elucidação de problemas de pesquisa a que se tem dedicado,
levando-se em conta o suposto teórico da linguagem como prática social e, complementarmente, da
educação como ação transformadora, tal qual nos ensinou a lição do mestre Paulo Freire.
O Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e EducaÁ„o (ELPLE) do Programa de Pós-Graduação
em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) tem-se constituído,
em seus onze anos de existência, em fórum de discussão de temas que de diferentes modos tocam as
relações entre a reflexão sobre a linguagem e as práticas educacionais, buscando compreender essas
últimas pela problematização do lugar da linguagem em sua constituição, bem como por uma atenciosa
crítica ao próprio estatuto desse campo de estudos, de suas fronteiras disciplinares, de seus temas de
interesse e de sua relação com outros campos acadêmicos também ocupados de algum dos aspectos da
relação entre linguagem, educação e sociedade.
Na esteira dessa percepção do potencial da interdisciplinaridade como recurso central para o incremento da pesquisa no campo dos estudos em Linguagem e Educação, o XI Encontro da Linha de Pesquisa
Linguagem e EducaÁ„o propõe, em sua décima primeira edição, o tema O desafio interdisciplinar na
pesquisa em Linguagem e EducaÁ„o.
Com base nesse tema transversal, as questões em que se assentam as discussões do XI ELPLE são as
seguintes:
(a) Como se constitui o desafio interdisciplinar na investigação da linguagem em contextos situados institucional e socioculturalmente, especialmente em contextos educacionais?
AT I V I DA D ES
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
(b) Como se constitui o desafio interdisciplinar na eleição dos temas, dos aportes teóricos e dos
procedimentos de constituição dos dados da pesquisa nos campos dos estudos da linguagem, da educação e de outras áreas das ciências humanas e sociais aplicadas?
(c) Como se constitui o desafio interdisciplinar para as políticas científicas de incremento e
inovação da pesquisa acadêmica brasileira, especialmente nos campos dos estudos da linguagem, da educação e de outras áreas das ciências humanas e sociais aplicadas?
As discussões ensejadas por essas questões podem fornecer subsídios de reflexão sobre em que bases
se pode construir o protagonismo da pesquisa nos campos dos estudos da linguagem, da educação, na
área de Linguagem e Educação e em outras áreas das ciências humanas e sociais aplicadas, no debate
público sobre temas e problemas da sociedade brasileira da atualidade.
Sandoval Nonato Gomes-Santos
São Paulo, Universidade de São Paulo,
Faculdade de Educação, Maio de 2015.
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
P R O GRAMAÇ ÃO GERAL
1 4 / 05/2015 - Quinta - feira
15/05/2015 - Sexta-feira
9h-9h30 | Recepção – Entrega de materiais
Café – Ponto de Encontro
Local: Hall do Auditório da FEUSP
9h30-10h | Café – Ponto de Encontro
Local: Hall do Auditório da FEUSP
9h30-10h | Abertura Oficial
Local: Auditório da Escola de Aplicação
10h-11h30 | Conferência de Abertura
Profa. Dra. Selma Garrido Pimenta (FEUSP)
Local: Auditório da Escola de Aplicação
10h-12h | Diálogos interdisciplinares III
Mídia, Linguagem e Educação
Profa. Dra. Angelita Gouveia Quevedo (PUC/SP)
Profa. Dra. Roseli Aparecida Figaro Paulino (ECA USP)
Debatedora: Profa. Dra. Gabriela Rodella (FEUSP)
Local: Auditório da Escola de Aplicação
12h-13h30 | Intervalo – Almoço
11h30-12h | Atividade Cultural I
Local: Auditório da Escola de Aplicação
13h30-15h30 | Sessões de Comunicações
Local: Salas de Aula – Bloco B - FEUSP
12h-13h30 | Intervalo – Almoço
13h30-15h30 | Diálogos interdisciplinares I
Juventude, Linguagem e Educação
Profa. Dra. Cláudia Lemos Vóvio (UNIFESP)
Prof. Dr. Rogério Adolfo de Moura (UNICAMP)
Debatedora: Profa. Dra. Lívia de Araujo Donnini
Rodrigues (FEUSP)
Local: Auditório da Escola de Aplicação
15h30-16h | Café – Ponto de Encontro
Local: Hall do Auditório da FEUSP
16-18h | Diálogos interdisciplinares II
Cognição, Linguagem e Educação
Profa. Dra. Edwiges M. Morato (UNICAMP)
Profa. Dra. Ana Luiza B. Smolka (UNICAMP)
Debatedor: Prof. Dr. Emerson de Pietri (FEUSP)
Local: Auditório da Escola de Aplicação
15h30-16h | Café – Ponto de Encontro
Local: Hall do Auditório da FEUSP
16h-18h | Sessões de Comunicações
Local: Salas de Aula – Bloco B - FEUSP
18h | Balanço e Perspectivas
Prof. Dr. Sandoval Nonato Gomes-Santos (FEUSP)
Local: Auditório da Escola de Aplicação
18h30 | Coquetel de Encerramento
Atividade Cultural Lançamento de Livros
Local: Hall do Afresco da FEUSP (Bloco B – altos)
18h-19h30 | Sessões de Comunicações
Local: Salas de Aula – Bloco B - FEUSP
AT I V I DA D ES
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
ATI V I DADES
CO N F ER ÊNC IA DE
A B E RTU RA
14/05/2015 | Quinta-feira | 10h - 11h30
Auditório da EA-FEUSP
Profa. Dra. Selma Garrido Pimenta (FEUSP)
Possui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1965),
mestrado em Educação: Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (1979) e doutorado em Educação: Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (1985). Atualmente é Professor Titular Sênior da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP, e Professor Assistente no Programa de Pós
Graduação em Educação da Universidade Católica de Santos. Coordena (em parceria) o GEPEFE
- Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação do Educador desde 1989, junto ao programa
de Pós Graduação em Educação - FEUSP. Foi coordenadora do Programa de Pós Graduação
em Educação na FE-USP (1997/99) e Diretora da FE-USP (2002 - 2005). Foi Pró Reitora
de Graduação da USP (2006 - 2009). Atuou como Membro do Comitê de Avaliação da área
de Educação junto à CAPES (2001-2003). É Membro do GT Didática da ANPEd - Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação, do qual foi coordenadora (1996 1999) e representou-o como Membro do Comitê Científico da ANPEd (por quatro anos). Tem
experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de
professores, didática, pedagogia e pesquisa educacional. As pesquisas mais recentes são no
campo da Pedagogia Universitária e Docência no Ensino Superior. É Pesquisador 1 A CNPq.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4782583303619681
M ESAS R EDO NDAS
MESA REDONDA 1
Diálogos
interdisciplinares I
Juventude, Linguagem e
Educação
14/05/2012 | Quinta-feira | 13h30-15h30
Auditório da EA-FEUSP
Profa. Dra. Cláudia Lemos Vóvio (UNIFESP)
Graduada em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988), mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (1999) e
doutora em Linguística Aplicada no Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp (2007).
É Professora Doutora da Universidade Federal de São Paulo, no curso de Pedagogia e
no Programa de Pós Graduação Educação e Saúde. Em 2006, ganhou o Prêmio Jabuti
na categoria material didático com o livro Viver, aprender - Alfabetização de Jovens e
Adultos e, em 2007, recebeu o Prêmio Crefal outorgado a melhores teses em educação
de jovens e adultos. Atua, principalmente, nos seguintes temas: educação de jovens e
adultos, alfabetização, letramento, formação de educadores e currículo.
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/6082754427382954
Prof. Dr. Rogério Adolfo de Moura (FE UNICAMP)
Graduação em Artes Cênicas -UFBA(1999), mestrado em Artes ECA USP (2001), Doutorado em Educação FE USP (2006). Professor Doutor na Faculdade de Educação da UNICAMP. Coordenador de Ensino de Graduação(Licenciatura Integrada). Orienta pesquisa
mestrado e doutorado. Tem diversas publicações nos temas de juventude, arte, corpo e
formação de professores. Também vem atuando mais recentemente em estudos voltados
para a internacionalização da educação superior. Foi vice líder e coordenador do Laborarte_ Laboratório de Estudos sobre Corpo, Arte e Educação (UNICAMP 2010-2013)
e atualmente é membro do OLHO - Laboratório de Estudos Audio-Visuais (UNICAMP) e
Vice-coordenador do Grupo de Pesquisas em Pedagogia Social ( USP/UNICAMP).
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/3041105449555161
AT I V I DA D ES
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Lívia de Araujo Donnini Rodrigues (FEUSP) – Debatedora
Possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (1991), graduação em Licenciatura pela Universidade de São Paulo (1992), mestrado e doutorado em Educação pela
Universidade de São Paulo (1999 e 2005). Atualmente é docente do Departamento de
Metodologia do Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo, onde ministra cursos voltados à Metodologia do Ensino de Língua Inglesa.
Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Formação de Professores, atuando
principalmente nos seguintes temas: formação inicial e continuada de professores, desenho curricular, comunidade profissional e produção de materiais didáticos..
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/4537401692636107
MESA REDONDA 2
Diálogos
interdisciplinares II
Cognição, Linguagem e
Educação
14/05/2015 | Quinta-feira | 16h-18h
Auditório da EA-FEUSP
Profa. Dra. Ana Luiza B. Smolka (FE UNICAMP)
Graduou-se em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pela Pontifica Universidade Católica do
Rio de Janeiro (1972). Mestre em Educação pela University of Arizona, USA (1978); Doutora
em Educação pela Faculdade de Educação da Unicamp (1987). Realizou o Pós-doutorado em
Psicologia da Educação na Clark University, Mass, USA (1990), com bolsa CAPES. Concluiu a
Livre Docência na FE/Unicamp (2012). Coordenou o Projeto de Incentivo à Leitura (INEP/MEC/
SESU, 1983-85). Coordenou o Projeto FAPESP sobre a construção de conhecimento no contexto escolar (1992-1995), e mais recentemente coordenou um projeto Fapesp para a melhoria do Ensino Público (2009-2011). Vem desenvolvendo projetos sobre práticas escolares e
práticas discursivas desde 1997, com apoio CNPq (Bolsa PQ). Realizou estágios de intercâmbio
e cooperação internacional na University of Chapell Hill (1995); Washington University at Saint
Louis (2003); CINVESTAV (México, 2006). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Pensamento e Linguagem na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, onde atua
como docente e pesquisadora desde 1979. Foi diretora associada da Faculdade de Educação
da Unicamp (1996-2000) e Coordenadora do Programa de Pós-graduação na mesma instituição (2000-2002). Foi presidente da Society for Sociocultural Studies (SSCS,1996-2002),
membro da comissão executiva da International Society for Cultural and Activity Theory (ISCAR,
2002-2008). Trabalha nas áreas da Educação e da Psicologia, e tem realizado projetos de
investigação relacionados aos seguintes temas: desenvolvimento humano, relações de ensino,
práticas escolares, práticas discursivas, perspectiva histórico-cultural. Ocupa atualmente o
cargo de direção associada da FE/Unicamp (2012-2016).
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/0714157996169290
Profa. Dra. Edwiges M. Morato (IEL UNICAMP)
É Professora-Associada (Livre-docente) do Departamento de Linguística do Instituto de Estudos
da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas. Graduada em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1988) e em Fonoaudiologia, pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (1984), é Mestre (1991) e Doutora (1995) em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, tendo realizado um estágio-sanduíche na Université de Sorbonne-Nouvelle
(Paris III), na França, no período de 1994 a 1995. Fez um pós-doutorado na Universidade
de Paris XII entre 2001 e 2002 (Paris, França) e outro na Université Lumière II, em 2007
(Lyon, França). Tem experiência na área de Linguística e de Neurolinguística, com ênfase nos
estudos que envolvem as relações entre linguagem e cognição, atuando principalmente com
os seguintes temas, a partir de uma perspectiva sociocognitiva de base vygotskiana e tomaselliana: cognição social e práticas linguístico-interacionais, processos de significação verbal e
não verbal no contexto neurolinguístico (principalmente nas afasias e na Doença de Alzheimer),
12
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
referenciação, metaforicidade, contextualização, enquadre cognitivo. Em torno desses temas
tem publicado livros e artigos, bem como realizado e coordenado várias pesquisas financiadas. Orientou 01 pesquisa pós-doutoral, 33 pesquisas em nível de pós-graduação (14
teses e 19 dissertações), além de 24 em nível de Iniciação Científica. É membro-fundador e
atual coordenadora (biênio 2014-2016) do GT da ANPOLL “Linguística e Cognição” e líder
do Grupo de Pesquisa COGITES (“Cognição, Interação e Significação”), cadastrado no Diretório
CNPq. No Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/UNICAMP) tem coordenado há vários anos
as atividades desenvolvidas por um grupo do qual participam pessoas afásicas e não afásicas
(Centro de Convivência de Afásicos /CCA) e é membro de dois centros de pesquisa, sendo a
atual coordenadora do primeiro deles: o LAFAPE (Laboratório de Fonética e Psicolinguística) e
o U-TOPOS (Centro de Pesquisa sobre Utopia). Atualmente, é docente integrante do Programa
de Cooperação Acadêmica da CAPES (PROCAD) que envolve a UNICAMP, a UFMG e a UFES e
membro do Conselho Deliberativo da ANPOLL.
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/6794591756569605
Prof. Dr. Emerson de Pietri (FEUSP) – Debatedor
Possui licenciatura em Letras (1995), mestrado (1998) e doutorado (2003) em Lingüística Aplicada ao Ensino/Aprendizagem de Língua Materna, pelo Instituto de Estudos
da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas. Atualmente, é professor doutor
da Faculdade de Educação da USP/SP, junto ao Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada, em que leciona as disciplinas de Metodologia do Ensino de
Língua Portuguesa, para a licenciatura em Letras, e Metodologia do Ensino de Língua
Portuguesa: a Alfabetização, para o curso de Pedagogia. No Programa de Pós-Graduação
da Faculdade de Educação da USP, junto à Área Temática “Educação e Linguagem”, é
responsável pela disciplina “Concepções de Linguagem e Ensino”. Participa como editor
assistente da Revista “Educação e Pesquisa” (FEUSP) desde agosto de 2012. Desde junho
de 2014, é membro titular da Comissão de Pesquisa da FEUSP. Tem experiência na área
de Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de língua
portuguesa; escrita: ensino e pesquisa; formação de professores de língua materna; história do ensino de língua portuguesa no Brasil.
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/5614646426944850
MESA REDONDA 3
Diálogos
interdisciplinares III
Mídia, Linguagem e
Educação
15/05/2015 | Sexta-feira | 10h-12h
Auditório da EA-FEUSP
Profa. Dra. Angelita Gouveia Quevedo (PUC/SP)
Licenciada em Língua e Literatura Inglesas (1980) e Bacharel em Tradu;äo- Ingles-Portugues pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981)/ mestre (1987) e
doutora(2005) em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem, tambem pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, pós-doutora pela UNICAMP (2007). Atualmente, é
coordenadora da Coordenadoria de Educação a Distância da PUC-SP. Tem experiência na
área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem de lingua estrangeira, atuando
principalmente nos seguintes temas: educação a distância, compreensão oral em lingua inglesa, educação tecnológica, letramento digital e internet para fins educacionais.
Tendo a teoria da atividade como base, vem desenvolvendo pesquisas que focam a educaçäo semipresencial, a media;äo, interaçäo, desenho de curso para ambiente digital e
letramento digital.
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/6923107818557048
AT I V I DA D ES
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Profa. Dra. Roseli Aparecida Figaro Paulino (ECA-USP)
Professora Livre-docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
da Universidade de São Paulo. Possui pós-doutorado pela Universidade de Provence,
França (2007), doutorado(1999) e mestrado (1993) em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo; e graduação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação
Social Casper Líbero (1981). É coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e
Trabalho; pesquisadora do Núcleo de Pesquisa da USP Comunicação e Censura e do Grupo
de Pesquisa do Arquivo Miroel Silveira. Diretora editorial da Revista Comunicação & Educação. Ocupa o cargo de Chefe do departamento de Comunicações e Artes (2012-2014/ e
2014-2016).Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Linguagem Verbal
e Teorias da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação e
mundo do trabalho, gestão da comunicação e comunicação/educação. Autora de Relações
de Comunicação no mundo do trabalho (2008);organizadora, entre outros, de Comunicação e Análise do Discurso (2012); co-autora de “As mudanças no mundo do trabalho do
jornalista de São Paulo” (2013).
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/8523048386991279
Profa. Dra. Gabriela Rodella (FEUSP) – Debatedora
Possui bacharelado em Letras/Alemão e Português pela Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Sociais da USP, licenciatura em Língua Portuguesa pela Faculdade de Educação
da USP, mestrado na área de Linguagem e Educação sobre práticas de leitura literária de
professores de português (2008) e doutorado sobre práticas e representações de leitura
literária de adolescentes (2013), ambos pela FEUSP. Interessa-se por questões relacionadas à leitura literária, suas práticas, representações e ensino, considerando uma perspectiva sócio-cultural e da recepção da literatura. É autora de coleção de livros didáticos
de Português para o EF II, tendo trabalhado anteriormente como revisora e como editora
de materiais didáticos para EF II e EM por 10 anos. Integra o Grupo de Pesquisa Linguagens
na Educação e o grupo interinstitucional de pesquisa Literatura e Educação (Ifes-Guarapari, Ifes-Piúma, Ufes, UFPR, Unicentro, Unifesp, UPNFM-Honduras, USP e UVV-ES). Tem
experiência na área de Educação, com ênfase no ensino de Leitura e Produção de Textos,
Literatura e Língua Portuguesa, atuando principalmente nas seguintes áreas: ensino de
leitura e produção de textos; ensino de leitura literária e de literatura; formação de professor; produção e edição de material didático de português para o ensino básico.
Endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/0903463996787375
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
BA L A NÇ O E P ER S PECTIVAS
15/05/2015 | Sexta-feira | 18h-18h30
Auditório da EA-FEUSP
Prof. Dr. Sandoval Nonato Gomes Santos (FEUSP)
Professor do Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP, 2008). Licenciatura em Letras/
Habilitação Língua Portuguesa (Universidade Federal do Pará, 1997). Mestrado em Linguística Aplicada (Universidade Estadual de Campinas, 1999). Doutorado em Linguística
(Universidade Estadual de Campinas, 2004), com estágio doutoral em Teoria do Discurso
(Universidade de Paris 12, Val-de-Marne, 2002). Estágio pós-doutoral em Didática de
Línguas (Universidade de Genebra, 2006). Membro do GT Linguística do Texto e Análise
da Conversação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL). Coordenador da Área Temática Linguagem e Educação do Programa de
Pós-Graduação em Educação (PG-FEUSP). Coordenador do Grupo de Pesquisa Linguagem
na Prática Escolar (LIPRE, FEUSP). Autor de A exposição oral nos anos iniciais do Ensino
Fundamental (Cortez Editora, 2012) e Recontando histórias na escola (Martins Fontes,
2003). Experiência em Linguística Aplicada, Linguística Textual e Metodologia de Ensino
de Língua. Atuação nos seguintes temas: produção e recepção de gêneros textuais na
escola, trabalho e formação do professor de português.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5698604960460153
ATI V I DADES CU LTU RAIS
Atividade Cultural 1 – Abertura
Performance musical
“A polêmica entre Noel Rosa e Wilson Baptista”
Angela Barbosa: Voz | Emerson de Pietri: Violão
14/05/2015 | Quinta-feira | 11h30-12h
Auditório da EA-FEUSP
Atividade Cultural 2
Coquetel de Encerramento – (Re)Lançamento de Livros
Coral’USP
15/05/2015 | Sexta-feira | 18h30-20h
Hall do Afresco da FEUSP, Bloco B
( R E ) L A NÇ AMENTO DE L IVROS
GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato (Org.); BENTES, José Anchieta
de Oliveira (Org.); ALMEIDA, Patrícia Sousa (Org.). Trabalho docente
e linguagem em diferentes contextos escolares. Belém, PA: PakaTatu, 2014.
RIOLFI, Claudia Rosa. A Língua Espraiada. Campinas, SP: Mercado
de Letras, 2015.
AT I V I DA D ES
15
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
S ESS Õ ES DE CO MU NICAÇ Õ ES
Exposição oral e discussão de estudos organizados em três eixos de produção acadêmica:
• Estudos em Curso – estudos em processo de desenvolvimento por Pós-graduandos de
programas de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado).
• Projetos de Pesquisa – estudos em fase inicial de desenvolvimento por de programas de
Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado).
• Trajetórias de Pesquisas – estudos concluídos por egressos de Programas de PósGraduação com até 03 anos de defesa de Dissertação de Mestrado ou Tese de Doutorado
e por professores-pesquisadores vinculados a Instituições de Ensino Superior.
14/05/2014 | quinta-feira | 18h-19h30
Sessão 1 | EIXO TEMÁTICO: DISCURSOS SOBRE O ENSINO/POLÍTICAS LINGUÍSTICAS/LINGUAGEM E PRÁTICAS SOCIAIS
18h
A CALIGRAFIA COMO EXIGÊNCIA DOS PROGRAMAS E DAS TRADIÇÕES
Marco Aurelio BUGNI (Universidade de
Sorocaba/UNISO, SP, Brasil)
18h20
OS MODOS DE APROPRIAÇÃO DA PERSPECTIVA
CONSTRUTIVISTA DE EMÍLIA FERREIRO SOBRE
AQUISIÇÃO DO SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO
ESCRITA EM PESQUISAS ACADÊMICAS SOBRE
ALFABETIZAÇÃO
Dayse Cristina Araujo da CRUZ
Estudo em
(Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
São Paulo, SP, Brasil)
A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A REFLEXÃO DE UMA ANÁLISE DE
DOCUMENTOS OFICIAIS SOB A PERSPECTIVA
BAKHTINIANA
Lays PEREIRA
(Universidade Federal de São Paulo, SP,
Brasil)
Trajetória de
Pesquisa
A (DES)CONSIDERAÇÃO DE FERRAMENTAS
LINGUÍSTICAS NO WISC-III
Patrícia Aparecida de AQUINO
(Instituto de Estudos da Linguagem,
Universidade Estadual de Campinas, SP.
Brasil)
Estudo em
Curso
18h40
19h
19h20
Estudo em
Curso
Sala 120
Bloco B
FEUSP
Discussão
Sessão 2 | EIXO TEMÁTICO: MÍDIAS DIGITAIS, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
18h
NOVOS LETRAMENTOS DA CULTURA DIGITAL
ATRAVÉS DAS WIKIS: A CONSTRUÇÃO DE UM
CURRÍCULO ESCOLAR COLETIVO EM UM CURSO
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA - INGLÊS
18h20
Roziane Keila GRANDO
LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFES(Universidade Estadual de Campinas, SP,
SORES DE LETRAS
Brasil)
Estudo em
Curso
18h40
OBJETOS EDUCACIONAIS DIGITAIS: NOVOS
LETRAMENTOS E MULTILETRAMENTOS NO
ENSINO DE LITERATURA OU CLASSIFICAÇÃO
DIGITAL DE CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS?
Rosivaldo GOMES
(Universidade Federal do Amapá, AP,
Brasil/PG-Universidade Estadual de
Campinas, SP, Brasil)
Estudo em
Curso
19h
ANÁLISE DO REPOSITÓRIO DIGITAL DO MEC
“PORTAL DO PROFESSOR” À LUZ DOS CONCEITOS DOS NOVOS E MULTILETRAMENTOS
Gláucia de Jesus COSTA
(Universidade Estadual de Campinas, SP,
Brasil)
Projeto de
Pesquisa
19h20
Discussão
16
Ricardo Toshihito SAITO
(Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Projeto de
Humanas, Universidade de São Paulo,
Pesquisa
SP, Brasil)
Sala 121
Bloco B
FEUSP
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Sessão 3 | EIXO TEMÁTICO: ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
18h
A ABORDAGEM INTERCULTURAL NO ENSINO DE
PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA
BOLIVIANOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: UM ESTUDO DE CASO
Ana Katy Lazare GABRIEL
(Universidade de São Paulo/Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, SP,
Brasil)
LETRAMENTOS E PROJETOS COLABORATIVOS
NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA DO PROFIS
Luciana Vasconcelos MACHADO
Estudo em
(Instituto de Estudos da Linguagem, UniverCurso
sidade Estadual de Campinas, SP, Brasil)
18h40
ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E ENSINO
MÉDIO (INTEGRADO): SOB A MIRA(GEM) DA
FORMAÇÃO OMNILATERAL E POLITÉCNICA
Daniella de Souza BEZERRA
(Instituto Federal de Goiás, GO, Brasil)
19h
O ENSINO PÚBLICO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Denise DAMASCO
NO DISTRITO FEDERAL: MEMÓRIAS E TRA(Universidade de Brasília, DF, Brasil)
JETÓRIAS DE CAMPO
19h20
Discussão
18h20
Estudo em
Curso
Trajetória de
Pesquisa
Sala 123
Bloco B
FEUSP
Trajetória de
Pesquisa
Sessão 4 | EIXO TEMÁTICO: DISCURSOS SOBRE O ENSINO/LINGUAGEM E PRÁTICAS SOCIAIS
18h
18h20
18h40
19h
AS PRODUÇÕES DE SENTIDO DA PALAVRA
Francisca Mônica Rodrigues de LIMA
“POPULAR” NOS DISCURSOS DOS PROFESSORES
(Universidade Nove de Julho, SP, Brasil)
DA UNILAB
Projeto de
Pesquisa
IMAGENS DO PROFESSOR E DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA IMPRENSA PAULISTANA
Adriana SEABRA
Estudo em
(Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
São Paulo, SP, Brasil)
A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MÍDIA SOBRE A
INFÂNCIA
Bruna Tairine SILVA
(Universidade Estadual Paulista “Júlio de Estudo em
Mesquita Filho” – Presidente Prudente, Curso
SP, Brasil)
Sala 137
Bloco B
FEUSP
Discussão
15/05/2014 | Sexta-feira | 13h30-15h30
Sessão 5 | EIXO TEMÁTICO: CURRÍCULO E FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA
13h30
CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DA LINGUAGEM NO LETRAMENTO DO PROFESSOR EM
FORMAÇÃO
Caroline SEIXAS
Estudo em
(Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
São Paulo, São Paulo, SP, Brasil)
13h50
CONCEPÇÃO DE DOCENTE E POLÍTICAS DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA LEITURA
PRELIMINAR DO PROGRAMA PARFOR/LETRAS,
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Maria Helena Rodrigues CHAVES
Estudo em
(Universidade Federal do Pará, PA, Brasil/
Curso
PG-Universidade de São Paulo, SP, Brasil)
ENSINANDO A ENSINAR : DAR VOZ ÀS FORMADORAS PARA FORTALECER O MÉTIER
Simone Maria Dantas LONGHI
(Universidade Federal de Viçosa, MG,
Brasil/ PG-Universidade de São Paulo,
SP, Brasil)
14h10
14h30
14h50
PRÁTICAS DE LETRAMENTO FORMATIVAS NO
Paula Bacarat de GRANDE
LOCAL DE TRABALHO DO PROFESSOR: DESENHOS
(Universidade Estadual de Campinas, SP,
TRANSDISCIPLINARES PARA COMPREENSÃO DA
Brasil)
AGÊNCIA DO PROFESSOR EM SUA FORMAÇÃO
Estudo em
Curso
Trajetória de
Pesquisa
Discussão
AT I V I DA D ES
17
Sala 108
Bloco B
FEUSP
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Sessão 6 | EIXO TEMÁTICO: ENSINO-APRENDIZAGEM EM DIFERENTES DISCIPLINAS ESCOLARES
Juliana SCARAZZATTO
13h30
A AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO RELAÇÃO
Projeto de
(Faculdade de Educação, Universidade
DIALÓGICA
Pesquisa
Estadual de Campinas, SP, Brasil)
13h50
A APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM SOCIOLÓGICA
ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO: UMA
PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE LETRAMENTO
E APRENDIZADO
Erika Kulessa de SOUZA
(Universidade de São Paulo, SP, Brasil)
14h10
DA TEORIA À PRÁXIS: A IMPORTÂNCIA DA
SEQUÊNCIA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
Eliane Scandelai SOARES
(Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, SP, Brasil)
Trajetória de
Pesquisa
14h30
LINGUAGEM E LEITURA NAS AULAS DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR
Sebastião Carlúcio ALVES FILHO
(Universidade Estadual de Goiás, Jataí,
GO, Brasil)
Trajetória de
Pesquisa
14h50
Discussão
Estudo em
Curso
Sala 110
Bloco B
FEUSP
Sessão 7 | EIXO TEMÁTICO: ENSINO-APRENDIZAGEM/ LEITURA
13h30
TRAJETÓRIAS DE LEITURA LITERÁRIA DE
PROFESSORAS ALFABETIZADORAS E ENSINO
DE LEITURA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Iracema Santos do NASCIMENTO
Estudo em
(Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
São Paulo, São Paulo, SP, Brasil)
13h50
A ARTE DE FAZER: MEMÓRIA, PARTICIPAÇÃO E
HISTÓRIA NOS 30 ANOS DA ASSOCIAÇÃO DE
LEITURA DO BRASIL
Sonia Midori TAKAMATSU
(Faculdade de Educação, Universidade
Estadual de Campinas, SP, Brasil)
Estudo em
Curso
14h10
LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS NO CONTEXTO
DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO ESCRITO: UMA
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
Miriã Alves de Laet SILVA
(Universidade Estadual de Goiás, Jataí,
GO, Brasil)
Estudo em
Curso
14h30
Sala 120
Bloco B
FEUSP
Discussão
Sessão 8 | EIXO TEMÁTICO: ARTE, LINGUAGEM, CONHECIMENTO
13h30
FEIÇÕES DA DIGNA IDADE: UMA ETNOGRAFIA
VISUAL DO DIREITO HUMANO À ARTE-EDUCAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
13h50
CONTAMINAÇÕES ENTRE ARTES CÊNICAS, FILO- Raquel Valente de GOUVÊA
SOFIA E EDUCAÇÃO NA PESQUISA DA IMPROVI- (Universidade Estadual de Campinas, SP,
SAÇÃO DE DANÇA
Brasil)
14h10
NIETZSCHE, O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Kizz de Brito BARRETTO
Projeto de
(Escola de Comunicações e Artes, UniverPesquisa
sidade de São Paulo, SP, Brasil)
Luiz Antonio Callegari COPP
Estudo em
(Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
São Paulo, SP, Brasil)
ENTRE A LINGUÍSTICA E A LITERATURA: PERCUR- Maurício SILVA
SOS INTERDISCIPLINARES
(Universidade Nove de Julho, SP, Brasil)
14h30
Discussão
18
Estudo em
Curso
Trajetória de
Pesquisa
Sala 123
Bloco B
FEUSP
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Sessão 9 | EIXO TEMÁTICO: ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA/ ESCRITA
Renata de Oliveira COSTA
13h30
INDÍCIOS DE ESTILOSIDADE: O PROCESSO DE ES(Faculdade de Educação, Universidade de
CRITA DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL
São Paulo, SP, Brasil)
Lucas do NASCIMENTO
13h50
DA ANÁLISE DO DISCURSO AO ENSINO DE
(Faculdade de Educação, Universidade de
TEXTO
São Paulo, SP, Brasil)
Soraia Assis GARCIA
14h10
A CATEGORIA VERBAL SOB A ÓTICA ENUNCIATI(Universidade Federal de São Paulo, SP,
VA: PROPOSIÇÕES PARA UM ENSINO REFLEXIVO
Brasil)
Luciana Rugoni SOUSA
14h30
O IMAGINÁRIO DO REVISOR DE TEXTOS NOS
(Universidade Federal de São Carlos, SP,
RITOS GENÉTICOS EDITORIAIS
Brasil)
14h50
Projeto de
Pesquisa
Estudo em
Curso
Trajetória de
Pesquisa
Sala 129
Bloco B
FEUSP
Trajetória de
Pesquisa
Discussão
Sessão 10 | EIXO TEMÁTICO: MÍDIAS DIGITAIS, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
13h30
13h50
14h10
14h30
14h50
MOBILE LEARNING: UM NOVO PARADIGMA
PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM OU APENAS
MAIS UMA FERRAMENTA PARA AS SALAS DE
AULA?
Leandro Fabrício CAMPELO
(Instituto Federal do Norte de Minas
Gerais, MG, Brasil)
Lilian Mara Dal Cin dos SANTOS
(Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo/Universidade Paulista, SP, Brasil)
Rafaela Salemme BOLSARIN
WIKIPÉDIA E LETRAMENTO DIGITAL: UMA EXPE(Universidade Estadual de Campinas, SP,
RIÊNCIA DE PRÁTICA COLABORATIVA DE ESCRITA
Brasil)
Gabriela DIOGUARDI
ARGUMENTAÇÃO E REDES SOCIAIS: O TWEET
(FFLCH/USP – (Faculdade de Filosofia,
COMO GÊNERO E A EMERGÊNCIA DE NOVAS
Letras e Ciências Humanas, Universidade
PRÁTICAS COMUNICATIVAS
de São Paulo, SP, Brasil)
A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS EM MEMES
Projeto de
Pesquisa
Projeto de
Pesquisa
Estudo em
Curso
Sala 108
Bloco B
FEUSP
Trajetória de
Pesquisa
Discussão
Sessão 11 | EIXO TEMÁTICO: ESCRITA/ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
13h30
DISCURSOS INFANTIS SOBRE AS APRENDIZAGENS E PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO TEXTO
ESCRITO
Renata Rezende GONDIM
(Universidade Federal do Rio de Janeiro
– Colégio Pedro II, RJ, Brasil)
Projeto de
Pesquisa
13h50
A EDUCAÇÃO NAS GRANDES METRÓPOLES:
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM SÃO
MIGUEL PAULISTA
Fernanda MARCUCCI
(Universidade Federal de São Paulo, SP,
Brasil)
Estudo em
Curso
14h10
DA ORIENTAÇÃO À PRODUÇÃO – O PERCURSO
DE ESCRITA DE ALUNOS DE UM 5º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Maristela Silva de FREITAS
Estudo em
(Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
São Paulo, SP, Brasil)
14h30
O PAPEL DO OUTRO NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA
PELA CRIANÇA
Julia Maria Borges ANACLETO
Trajetória de
(Faculdade de Educação, Universidade de
Pesquisa
São Paulo, SP, Brasil)
14h50
Discussão
AT I V I DA D ES
19
Sala 139
Bloco B
FEUSP
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
15/05/2014 | Sexta-feira | 16h-18h
Sessão 12 | EIXO TEMÁTICO: MÍDIAS DIGITAIS, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Sushila Vieira CLARO
16h
SHERAZADE 2.0 - NARRATIVAS HIPERMIDIÁTI(Faculdade de Educação, Universidade de
CAS E SEU USO NA EDUCAÇÃO
São Paulo, SP, Brasil)
Aline Akemi NAGATA
16h20
GAMES E NARRATIVA: A LITERATURA GAMER E
(Faculdade de Educação, Universidade de
O JOGADOR-LEITOR
São Paulo, SP, Brasil)
Ana Claudia LOUREIRO
16h10
A NARRATIVA NA CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICA(Faculdade de Educação, Universidade de
DO
São Paulo, SP, Brasil)
Alba Helena Fernandes CALDAS
14h30
O TEXTO DIGITAL EM SALA DE AULA: REGISTRO
(Centro Universitário de Itajubá/FEPI,
E ANÁLISE DA PRÁTICA DOCENTE
MG, Brasil)
14h50
Estudo em
Curso
Estudo em
Curso
Estudo em
Curso
Sala 137
Bloco B
FEUSP
Trajetória de
Pesquisa
Discussão
Sessão 13 | EIXO TEMÁTICO: ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
16h
O GOVERNO FINGE QUE INVESTE, A ESCOLA
FINGE QUE FACILITA, O PROFESSOR FINGE QUE
ENSINA, O ALUNO FINGE QUE APRENDE E A
FAMÍLIA FINGE QUE SE IMPORTA: CRENÇAS E
EXPECTATIVAS DE AGENTES ENVOLVIDOS NO
ENSINO/APRENDIZAGEM DE INGLÊS COMO LE
DE MARABÁ-PA
Luciana Kinoshita BARROS
(Universidade Federal do Sul e Sudeste
do Pará, PA, Brasil/ PG-Universidade de
São Paulo, SP, Brasil)
Projeto de
Pesquisa
16h20
ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NOS
Vilton Soares de Souza
INSTITUTOS FEDERAIS PARA QUÊ? REALIDADE E (Pontifícia Universidade Católica de São
PERSPECTIVAS DO ENSINO DO FRANCÊS
Paulo, SP, Brasil)
Estudo em
Curso
16h40
TRANSDISCIPLINARIDADE EM LÍNGUA INGLESA
– ENSINO FUNDAMENTAL I – PERCURSOS E
REPRESENTAÇÕES DOCENTES
Estudo em
Curso
17h
Discussão
Joana de São PEDRO
(Universidade Estadual de Campinas, SP,
Brasil)
Sala 110
Bloco B
FEUSP
Sessão 14 | EIXO TEMÁTICO: ARTE, LINGUAGEM, CONHECIMENTO/LINGUAGEM E PRÁTICAS SOCIAIS
16h
16h20
16h40
A EFETIVAÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRAS E AFRICANAS NO ENSINO PÚBLICO Antonio GERMANO
E PRIVADO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE (Universidade Nove de Julho, SP, Brasil)
DUAS ESCOLAS
NARRATIVAS DE CULTURA DE TRADIÇÃO ORAL
OU QUANDO A PALAVRA É CORPO
Estudo em
Curso
O MITO E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NAS PRÁTICamilla da Silva SOUZA
Trajetória de
CAS DE TRABALHO DOS CARANGUEJEIROS DE
(Universidade Federal do Pará, PA, Brasil) Pesquisa
BACURITEUA-PA
17h
OS ROMANCES COMO ESPAÇO DE MEMÓRIA
17h20
Henrique Leonardo DUTRA
(Faculdade de Educação, Universidade
Estadual de Campinas, SP, Brasil)
Projeto de
Pesquisa
Discussão
20
Cyntia Belgini ANDRETTA
(Universidade Estadual de Campinas/
Pontifícia Universidade Católica de
Campinas, SP, Brasil)
Trajetória de
Pesquisa
Sala 120
Bloco B
FEUSP
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Sessão 15 | EIXO TEMÁTICO: ESCRITA
16h
DIAGNÓSTICO SOBRE A REALIZAÇÃO DA
COESÃO TEXTUAL EM TEXTOS DE ALUNOS DA
REDE PÚBLICA DA CIDADE DE SÃO PAULO
Hanna ESTEVAM
Projeto de
(Faculdade de Educação, Universidade de
Pesquisa
São Paulo, São Paulo, SP, Brasil)
16h20
ESCREVER PARA PRODUZIR SENTIDOS:
PROCESSOS REFERENCIAIS ENVOLVIDOS NA
CONSTRUÇÃO DA COESÃO E COERÊNCIA EM
REDAÇÕES DE VESTIBULAR
Silvia Albert BACHUR
(Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, SP, Brasil)
16h40
PLANO DE TEXTO E ARTICULADORES TEXTUAIS
EM REDAÇÕES DO ENEM 2012: ESTRATÉGIAS
LINGUÍSTICO-TEXTUAIS EM ESCRITA ARGUMENTATIVA
Maria Isabel Soares OLIVEIRA
(Instituto Federal de Educação, Ciência e Estudo em
Tecnologia do Maranhão, MA, Brasil/PG- Curso
-Universidade Cruzeiro do Sul, SP, Brasil)
17h
PRODUÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS NA UNIVER- Dalve Oliveira Batista SANTOS
SIDADE: DESENVOLVENDO CAPACIDADES DE
(Universidade Federal do Tocantins, TO,
LINGUAGEM
Brasil)
17h20
Discussão
Estudo em
Curso
Sala 123
Bloco B
FEUSP
Estudo em
Curso
Sessão 16 | EIXO TEMÁTICO: ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA/LIVRO DIDÁTICO
16h
A HISTORIOGRAFIA GRAMATICAL NOS CONCURSOS PÚBLICOS DE NÍVEL MÉDIO NO BRASIL
ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
16h20
AS FIGURAS DE LINGUAGEM EM LIVROS DIDÁTI- Loreta Russo MONTEIRO
Estudo em
COS E GRAMÁTICAS ESCOLARES: CONCEPÇÕES (Faculdade de Educação, Universidade de
Curso
DE LÍNGUA E MÉTODOS DE ENSINO
São Paulo, SP, Brasil)
16h40
A DIDATIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADA: DAS
LABAREDAS DA FOGUEIRA ÀS PÁGINAS DO
LIVRO DIDÁTICO
Dalva Ramos de Resende MATOS
(Universidade Federal de Goiás, Jataí,
GO, Brasil)
17h
GRAMÁTICA E TEXTO LITERÁRIO EM LIVROS
ESCOLARES DE PORTUGUÊS DA PRIMEIRA
METADE DO SÉCULO XX
Rejane Rodrigues Almeida de MEDEIROS
Trajetória de
(Universidade Federal de São Carlos, SP,
Pesquisa
Brasil)
17h20
INTERDISCIPLINARIDADE E DESENVOLVIMENTO
DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM MATERIAL DIDÁTICO DA REDE PRIVADA DE ENSINO:
(IN)EXISTÊNCIA (RE)VELADA
Sílvio Ribeiro da SILVA
(Universidade Federal de Goiás, Jataí,
GO, Brasil)
17h40
Alex George MAGALHÃES
(Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, SP, Brasil)
Projeto de
Pesquisa
Estudo em
Curso
Trajetória de
Pesquisa
Discussão
AT I V I DA D ES
21
Sala 128
Bloco B
FEUSP
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Sessão 17 | EIXO TEMÁTICO: ARTE, LINGUAGEM, CONHECIMENTO/ LINGUAGEM E PRÁTICAS SOCIAIS/ ORALIDADE
16h
O CORPO EM AÇÃO E A VIDA EM TRANSFORAlexandre Akio Casoto SUENAGA
Projeto de
MAÇÃO: LINGUAGEM E TRABALHO NA ONTOLO- (Escola de Comunicações e Artes, UniverPesquisa
GIA DO SER SOCIAL
sidade de São Paulo, SP, Brasil)
16h20
CORPO <> GÊNERO:
UMA EXPERIÊNCIA A/R/TOGRÁFICA
16h40
17h
Daniel Santos COSTA
(Faculdade de Educação, Universidade
Estadual de Campinas, SP, Brasil)
Patrícia Raquel de FREITAS
O ENSINO DO GÊNERO SEMINÁRIO EM ESCOLAS
(Universidade Estadual de Campinas, SP,
PÚBLICAS ESTADUAIS DE SÃO PAULO
Brasil)
Dolores Setuval ASSARITTI
A EDUCAÇÃO DO CORPO NA ESCOLA EM NAREliana AYOUB
RATIVAS DO COTIDIANO
(Universidade Estadual de Campinas, SP,
Brasil)
17h20
A LÍNGUA E O JOGO: INTERDISCIPLINARIDADE
NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
17h40
Discussão
Ana Luisa Feiteiro Cavalari LOTTI
(Universidade de São Paulo, SP, Brasil)
Projeto de
Pesquisa
Estudo em
Curso
Sala 137
Bloco B
FEUSP
Estudo em
Curso
Trajetória de
Pesquisa
Sessão 18 | EIXO TEMÁTICO: EIXOS TEMÁTICOS: LEITURA E LITERATURA/ ARTE, LINGUAGEM, CONHECIMENTO
16h
16h20
16h40
AFRICANIDADE E LETRAMENTO LITERÁRIO: A
LEI 10639/03 E A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA
ESCOLA
LEITURA FRUIÇÃO: O PRAZER POSSÍVEL NO
ESPAÇO ESCOLAR
LEITURA, MEMÓRIA E DANÇA: IMAGENS EM
REVERBERAÇÕES
Márcia Moreira PEREIRA
(Universidade Nove de Julho, SP, Brasil)
Fabiana Bigaton TONIN
(Universidade Estadual de Campinas/
Instituto Federal de São Paulo – Capivari,
SP, Brasil)
Rosana BAPTISTELLA
Norma Sandra de Almeida FERREIRA
(Faculdade de Educação, Universidade
Estadual de Campinas, SP, Brasil)
Projeto de
Pesquisa
Projeto de
Pesquisa
Estudo em
Curso
17h
EVENTOS E PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA
SALA DE LEITURA: GESTÃO DO TEMPO E LEITURA LITERÁRIA
Estevão Marcos Armada FIRMINO
(Universidade Federal de São Paulo, SP,
Brasil)
Estudo em
Curso
17h20
LEITURA E LITERATURA NA CONSTITUIÇÃO DO
SUJEITO LEITOR
Rosemary Lapa de OLIVEIRA
(Universidade do Estado da Bahia, BA,
Brasil)
Trajetória de
Pesquisa
17h40
Discussão
22
Sala 139
Bloco B
FEUSP
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
R ES U M OS
M esa Re do nda 1 – Di á l o gos interdisciplin ares I
J u ve ntude, Li nguage m e Educação
DINÂMICAS INTERATIVAS E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA VIVIFICADAS, NA ESCOLA, PELOS JOVENS: DESAFIOS PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Profa. Dra. Cláudia Lemos VÓVIO
(Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil)
Resumo
Fundamentada nas contribuições da sociologia da educação, estudos culturais, da educação, da linguística e linguística aplicada esta
apresentação visa conferir um novo estatuto aos falares dos jovens, atribuindo a tais falares o estatuto de matéria-prima para o estudo
de língua portuguesa direcionado, não só aos usos da língua, mas ao funcionamento de sua própria estrutura. Tais formas – caracterizadas, muitas vezes, como “desvios”, “linguagens marginais” ou “impróprias” – são reposicionadas como fruto de uma experimentação
criativa dos estudantes autorizada pela língua em si, e, portanto, apreendidas como objetos produtivos de análise e reflexão, o que implica, do ponto de vista dos usos, a compreensão das identidades e subjetividades que atravessam-nas, e, do ponto de vista da estrutura,
o abandono de uma concepção estanque de língua e do sentido das expressões. Por fim, aponta-se para a necessária troca de lentes
com as quais observamos os jovens, a escola e, especificamente, as aprendizagens e objetos de ensino de que se ocupam as aulas de
português. A apresentação decorre das reflexões publicadas em coautoria com a Profa. Dra. Marcia Romero no artigo “Da criatividade
do falar dos jovem às práticas pedagógicas criadoras”, Revista Interacções, n. 17, 2011, p. 72-95.
M esa Re do nda 2 – Di á l o gos interdisciplin ares II
Co g n i ç ã o, L i nguage m e Educação
A PERSPECTIVA SOCIOCOGNITIVA DA LINGUAGEM: DESAFIOS PARA O CAMPO DA LINGUÍSTICA E
PARA O CAMPO DA EDUCAÇÃO
Profa. Dra. Edwiges Maria MORATO
(Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, SP. Brasil)
Resumo
Com o desenvolvimento cada vez mais consistente das investigações na área de cognição social, uma agenda de interesses comuns à
Linguística e à Educação se destaca pela compreensão da dimensão cognitiva das estratégias de produção e compreensão textual, das
formas de representação e construção do conhecimento, das tecnologias de informação e comunicação, das relações entre linguagem e
ensino, etc. Minha comunicação pretende apontar que tal quadro impõe ao diálogo interdisciplinar aludido no título desta mesa o enfrentamento de algumas questões, tais como os termos atuais da arbitragem entre domínios distintos do Conhecimento, suas contribuições
recíprocas e sua inserção no campo científico.
ATR
I VES
I DA
UM
DOS
ES
23
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
M esa Re d o nda 3 – Di á l o gos interdisciplin ares III
M í d i a , L i ngua ge m e Educaç ã o
DESAFIOS DO PROFESSOR AUTOR - ESCREVER PARA EAD
Profa. Dra. Angelita Gouveia QUEVEDO
(Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, Brasil)
Resumo
A portaria 2253 do MEC, de 18 de dezembro de 2001, transformou e movimentou o ensino superior porque provocou a discussão de
assuntos relativos à educação a distância, à semipresencialidade e outras questões filosóficas, conceituais, financeiras e educacionais
sobre o assunto. De certa maneira, a portaria levou as instituições educacionais de nível superior a desenvolver, pensar, propor e tentar
criar metodologias que estivessem ancoradas em novas formas de aprender e de ensinar (Maia, 2002: 24). Com os avanços das tecnologias digitais de informação e comunicação, verifica-se um boom nas instituições de ensino superior na oferta de programas e cursos de
educação a distância. A partir desse cenário, surge a figura do professor autor para os cursos a distância. Responsável pela construção
do conteúdo programático e didático de sua disciplina, o professor autor deve possuir um conjunto de competências e habilidades
para as quais não foi preparado. Para Neder e Possari (2001, p.161), a “produção do material didático exige um repensar pedagógico,
incluindo a criação de estratégias didático-pedagógicas, para uma efetiva aprendizagem em uma nova configuração, onde a mídia deve
ser utilizada como apoio a um processo planejado com encontros presenciais ou não”. Hoje, o professor precisa ser “o mediador e como
tal precisa ser pesquisador, integrador, comunicador, questionador, criativo, colaborador, eficiente, flexível, gerador de conhecimento,
atualizado, difusor de informação e comprometido com as mudanças deste novo período histórico” (Hargreaves, 2004, p.60). Questões
como interação, tipo de linguagem a ser adotada, escolha de recursos multimídias, direitos autorais, dialogicidade e hipertexto serão
temas abordados.
COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO : INTER-RELAÇÃO DIALÓGICA
Profa. Dra. Roseli Aparecida Figaro PAULINO
(Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, SP. Brasil)
Resumo
Inspirados por Paulo Freire, retomamos o conceito de comunicação como uma característica essencial da humanidade. A comunicação
como realidade existencial e ontológica da natureza humana; a comunicação como diálogo, como relação transformadora para a emancipação dos oprimidos. Assim, a comunicação é relação social contextualizada e histórica. Ela é ação cultural para a liberdade. A comunicação dialógica de Freire se baseia na relação eu-tu, no reconhecimento do outro como parte do si, fundamento da transformação
social. Nessa direção, a linguagem verbal, cuja função primordial é a comunicação, é ela própria a forma que nos permite relação com o
real, mesmo o real fabricado pelos nossos sentidos e processos de cognição. A linguagem no contexto da comunicação permite ter acesso
ao mundo, nos traz o mundo, um mundo que conforme Baccega (1994) nos chega editado pelas complexas relações sócio-históricas
que estruturam as instituições e o poder. As instituições sociais – escola, mídias, todas elas – propõem-se como significados prontos e
acabados, os quais ‘devem’ ser seguidos. É essa a questão que Paulo Freire nos ajuda a pensar. Como atuar com as mídias e contra as
mídias, com a escola e contra a escola?
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
S essões de
Comunicações
IMAGENS DO PROFESSOR E DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA IMPRENSA PAULISTANA
Adriana SEABRA ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Nesta pesquisa de doutoramento, analisamos a construção da imagem pública do professor de Língua Portuguesa em dois órgãos da
imprensa paulistana dita séria, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Em contrapartida, investigamos a imagem de si produzida
por professores em textos veiculados na blogosfera, com o fim de observar como respondem ao imaginário configurado nos jornais. São
nossos objetivos: 1. Caracterizar a inserção no “já-dito” do discurso da imprensa sobre o professor de língua materna e identificar as
ideologias em confronto na heterogeneidade de vozes que constituem esse discurso; 2. Discutir o papel que as concepções de linguagem e de ensino de língua circulantes na mídia exercem na configuração das representações (interna e externa) do professor de língua
materna; 3. Subsidiar a tomada de posição, por professores e futuros professores de língua materna, perante os discursos produzidos
pela mídia a respeito de sua profissão, competência e relevância social. Para analisar os dados de nosso corpus, recorremos à teoria
polifônica da enunciação de Ducrot (1987) e à teoria metaenunciativa de Authier-Revuz (1998), aduzindo a elas as noções de ethos e
pathos, cuja formalização remonta a Aristóteles (1998), e o atual rendimento deve-se, principalmente, a Maingueneau (2005; 2006).
O corpus da pesquisa constituiu-se a partir de um evento discursivo singular: o factóide criado pela mídia, em 12 de maio de 2011, a
propósito da distribuição, pelo MEC, do livro de português “Por uma vida melhor” (AÇÃO EDUCATIVA, 2011), destinado à educação de
jovens e adultos. Segundo a imprensa, o livro ensinava “a falar errado”. Pudemos observar, até o momento, que, no caso dos dois jornais
sob análise, a difusão de opiniões sobre o caso precedeu a publicação de notícias apuradas, cujos “fatos” estivessem submetidos a
condições de verdade socialmente estabelecidas (o crivo da ciência, a norma jurídica, a opinião qualificada). Sendo assim, os textos
produzidos a propósito de tal episódio têm se mostrado muito profícuos para a detecção de discursos ideológicos circulantes em esferas
sociais várias -- que não a da Educação -- sobre a língua portuguesa e sobre o docente que dela se incumbe. Também nos dão a ver como
os jornais, por meio da enunciação, se apropriam diferencialmente desses discursos circulantes, atualizando e mantendo em circulação
aqueles que melhor expressem seu ideal de língua, de ensino de língua e sua imagem de professor ideal.
Palavras-chave: Análise de Discurso; Enunciação; Imagens do professor; Imprensa; Língua Portuguesa
Eixo Temático: Discursos sobre o ensino
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
O TEXTO DIGITAL EM SALA DE AULA: REGISTRO E ANÁLISE DA PRÁTICA DOCENTE
Alba Helena Fernandes CALDAS ([email protected])
(Centro Universitário de Itajubá/FEPI, MG, Brasil)
A realidade em que vivemos hoje demanda novas formas de atuação no mundo, novas formas de interação e, como tal, a escola, por sua
função formadora, não pode ficar à parte disso tudo. Tal cenário se configura como um grande desafio para o professor repensar em sua
prática docente como trabalhar o texto em um suporte que imprime à produção textual configuração diferente daquela do papel. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa pressupõem em seus objetivos que os alunos em sua formação produzam e
compreendam textos em suportes variados, o que torna relevante a análise do modo como essa proposta curricular de Língua Portuguesa
orienta o trabalho com o texto digital. Com os objetivos de analisar a abordagem que os PCN de Língua Portuguesa dos anos finais do
ensino fundamental fazem sobre leitura de texto digital e de identificar como os professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental de escola pública trabalham em sala de aula o texto digital, especificamente no tocante à leitura, foi desenvolvida uma pesquisa de
cunho qualitativo fundamentada na Linguística Textual. Primeiramente, o trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa documental e
análise de conteúdo, sendo selecionados como corpus fragmentos dos PCN de Língua Portuguesa no tocante à leitura do texto digital.
Em seguida, realizamos a aplicação de questionário a professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental de escola pública. Os
resultados encontrados apontam que os PCN de Língua Portuguesa fornecem algumas pistas que abrem perspectivas para o trabalho
com textos e leituras em suportes diferentes do papel, como a tela do computador ou qualquer dispositivo móvel. Verificamos, também,
que os professores entrevistados não realizam em sala de aula a leitura de textos digitais, visando à possibilidade de o aluno explorar
a internet como um espaço de produção de linguagem, muitas vezes impedidos pela falta de condições dos laboratórios de informática
da escola, ou mesmo pelo próprio despreparo em relação a como utilizar novos suportes e como trabalhar os textos neles produzidos.
Esperamos, portanto, que a pesquisa seja um produto de reflexão e contribua para a prática de leitura do professor de Língua Portuguesa,
estimulando e viabilizando alternativas que possam auxiliar o aluno em sua formação de leitor proficiente.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa; Leitura; Texto digital
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Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
A HISTORIOGRAFIA GRAMATICAL NOS CONCURSOS PÚBLICOS DE NÍVEL MÉDIO NO BRASIL
ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
Alex George MAGALHÃES ([email protected])
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC, SP, Brasil
Este trabalho visa estudar a historiografia gramatical nos concursos públicos de nível médio no Brasil entre os séculos XX e XXI, diante
da abordagem linguística. Serão coletados dados na pesquisa em editais, provas, legislações e entrevistas, destacando as avaliações
de ingresso e o papel da gramática tradicional nesses concursos, e comparando o ensino de gramática no século XXI com as exigências
em provas de língua portuguesa para provimento das referidas carreiras. Inicialmente, o estudo realizará um parâmetro histórico dos
concursos, em vista de pontos de natureza legal para o surgimento do interesse público pela contratação de servidores, ocasionando,
portanto, a progressão da democratização, prevista nas Constituições do século XX: reflexo do profissionalismo por meio de carreiras
burocráticas. Em seguida, diante da contextualização, procederá à comparação de épocas e à identificação das mudanças nelas contidas,
problematizando a exigência linguística e o ensino de gramática. A continuidade do trabalho visará à análise dos dados coletados por meio
de editais, legislações, provas e entrevistas, estabelecendo uma amostra geral dos conteúdos de língua portuguesa. Por fim, observará
o tradicionalismo e as competências requeridas nos atuais concursos públicos, colocando em tese a importância de novos parâmetros
avaliativos nas futuras contratações.
Palavras-chave: Concurso público; Gramática; Historiografia gramatical
Eixo Temático: Discursos sobre o ensino/ Linguagem e Práticas sociais
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
O CORPO EM AÇÃO E A VIDA EM TRANSFORMAÇÃO: LINGUAGEM E TRABALHO NA ONTOLOGIA DO
SER SOCIAL
Alexandre Akio Casoto SUENAGA ([email protected])
Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O objetivo do seguinte artigo é desenvolver uma discussão teórica a partir do materialismo histórico dialético sobre a relação entre linguagem e trabalho na ontologia do ser social. O que define o homem no mundo é precisamente sua ação, ou o trabalho em seu sentido amplo
de atividade humana, e as relações que são criadas a partir da produção. Daí surge a consciência como distinção humana e a linguagem
como exercício prático dessa consciência. Tal concepção contradiz as perspectivas que definem a linguagem como um sistema abstrato,
descolado da práxis social e imutável. Segundo Marx: “[...] a linguagem é a consciência real, prática [...] a linguagem nasce, tal como a
consciência, do carecimento, da necessidade de intercâmbio com outros homens” (2007, p.34-35). O embasamento teórico para a discussão será o materialismo histórico dialético a partir dos escritos de Marx e Engels em “A Ideologia Alemã” (2007), Marx em “O Capital”
(2013) e outros pensadores como Vygotski (2008) e Leontiev (2004) que trabalham especificamente a questão da linguagem na perspectiva
marxista. Tal abordagem privilegia a linguagem em seu movimento histórico de acordo com as relações de produção; “as ações do homem
têm nestas condições uma dupla função: uma função imediatamente produtiva e uma função de ação sobre os outros homens, uma função
de comunicação” (LEONTIEV, 2004, p. 92). Será desenvolvida uma discussão conceitual teórica a partir da análise bibliográfica dos autores
citados. A partir de tal discussão pretendemos evidenciar que a linguagem é indissociável do trabalho e ambos são atividades fundantes
do ser humano como ser social e histórico. Esta articulação teórica faz parte da primeira etapa da pesquisa de mestrado em andamento
– Os discursos dos jovens sobre o mundo do trabalho: pesquisa de recepção na rede pública de ensino – que também inclui um estudo
empírico em uma escola pública da cidade de São Paulo com jovens do terceiro ano do ensino médio.
Palavras-chave: Linguagem; Materialismo histórico dialético; Ontologia; Trabalho
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/ Linguagem e Práticas Sociais/ Oralidade
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
GAMES E NARRATIVA: A LITERATURA GAMER E O JOGADOR-LEITOR
Aline Akemi NAGATA ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O presente trabalho apresentará conclusões iniciais de nossa tese de doutorado, que procura analisar o fenômeno literatura gamer. Ainda
pouco estudado em âmbito acadêmico, entendemos por literatura gamer materiais impressos, como romances, contos e graphic novels
que apelam para outro tipo de mídia, no caso, o videogame, quer utilizando nomes de games e/ou de empresas famosas, quer reproduzin26
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
do, recontando ou dando prosseguimento às narrativas iniciadas neles. Buscando diferenciá-los entre meras adaptações de uma mídia
a outra, dos materiais transmidiáticos (JENKINS, 2009) – nossa teoria de base –, dividimos nosso corpus em três categorias: Reproduzir – materiais que adaptam a história do game, sem acrescentar nada a ela; Reaproveitar – materiais que usam o nome do game,
criando e/ou aproveitando personagens, também sem acrescentar ao enredo principal; e, Revelar – materiais que dão prosseguimento
às histórias, seja fornecendo pano de fundo para o enredo do jogo, seja revelando acontecimentos póstumos. Com base nos escritos de
Jenkins (2009) – de que só podemos considerar uma narrativa transmidiática se ela acrescentar ao enredo original –, destacamos que
somente os materiais da categoria Revelar, podem ser de fato chamados de transmidiáticos. Paralelamente, buscamos compreender
quem é o jogador-leitor, bem como quais são as práticas sociais instauradas por esse tipo de narrativa. Contrariando o senso comum,
constatamos que os jovens são leitores (NAGATA, 2015). E, embora deem preferência, obviamente, a livros que lhes são atrativos, – tais
como as sagas de jovens heróis em voga no momento, em livrarias e cinemas – concluímos que a atratividade dos livros não tem relação
com gênero, ou seja, os jovens não buscam somente quadrinhos ou livros fáceis. Pelo contrário, para além das dificuldades pessoais (de
alfabetização, de leitura), para nós ficou claro que o tema e a forma de retratá-lo é que são essenciais no momento da escolha. Nesse
sentido, os altos índices de vendas, assim como a proliferação de literatura gamer nas livrarias, nos mostraram que tais materiais são
bastante apelativos aos jovens. No mais, a análise dos romances e das graphic novels, como esperado, revelou que as histórias seguem
basicamente a jornada do herói de Vogler (2006). São bastante ricas em detalhes, embora pobres linguisticamente. Dispõem de heróis
fascinantes e empáticos, mas poucos despertam o sentimento catártico. Contudo, ainda assim, são muito atrativas. Já em relação
às práticas sociais, concluímos que essas dependem do enquadramento dos materiais nas categorias supracitadas, sendo assim, do
jogador-leitor dos materiais que reaproveitam a narrativa da mídia original é exigido muito menos interação, sobretudo com os pares,
nas inteligências coletivas (LEVY, 2007), do que daqueles que acessam os livros que revelam questões do enredo, justamente porque
esses necessitam fazer as ligações entre as histórias, muitas vezes relembrando conflitos que podem ter passado despercebidos durante
a adrenalina provocada pelas interações na mídia original.
Palavras-chave: Games; Leitor; Literatura gamer; Transmídia
Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
A NARRATIVA NA CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICADO
Ana Claudia LOUREIRO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Este trabalho é fruto da investigação de doutorado que está sendo realizada, na Faculdade de Educação da USP, na linha de pesquisa
Linguagem e Educação, sob a orientação do professor doutor Nilson José Machado. A pesquisa toma como seu objeto a ideia do uso
de narrativas como elemento construtor de significado, isto é, de conhecimento. Mais especificamente, o estudo pretende verificar de
que maneira as ideias de rede e cadeia não se contrapõem, mas como numa relação simbiótica, cooperam, interagem e colaboram na
construção do conhecimento cognitivo dentro de um hipertexto. Nossa intenção é verificar a narrativa como princípio fundamental de
organização das experiências humanas desempenhando uma função essencial na construção de sentidos e do conhecimento cognitivo.
Para tanto, foi necessário um estudo aprofundado a respeito das múltiplas acepções do conceito de narrativa e sua função essencial
enquanto processo cultural, buscando identificar as potencialidades educacionais da narrativa como elemento construtor de sentidos
num hipertexto. O intuito deste trabalho é apresentar os resultados parciais, deste estudo teórico. Os aportes teóricos estão fundados,
portanto, no campo da epistemologia e nos estudos de Bruner e Ricoeur, onde buscamos as características de uma boa narrativa capaz
de viabilizar a extensão do hipertexto, estabelecendo significados e contextualizando as informações. Não há como construir uma narrativa sobre um tema, um assunto pesquisado, sem saber como as relações são tecidas entre as informações coletadas em cada link
visitado de um hipertexto. Assim, também, não há um único caminho a ser percorrido. É por meio destes princípios, que iremos percorrer
pelas ideias de cartografia simbólica encontradas em Machado e de cinemapas, encontradas em Lévy, tentando circunscrever melhor o
conceito de mapas de relevância - mapear os indicadores de informações fundamentais num hipertexto - levantando elementos necessários para o encadeamento de ideias e construção de significados dentro de um texto eminentemente digital, complexo e fractal e, por fim,
relacionar o mesmo com o objeto da pesquisa de doutorado em questão, qual seja, o processo da construção de significados no hipertexto. Afim de estudar o conceito de construção de significados, e assim, de conhecimentos por meio do uso de narrativas, adotaremos, para
este trabalho, o método de pesquisa teórica, tendo como ponto de partida, uma pesquisa bibliográfica. Isso não significa dizer que uma
investigação teórica, no campo da epistemologia, se restrinja a uma revisão bibliográfica ou a uma validação da teoria já escrita. A metodologia aqui empregada tem o intuito de verificar, a partir dos dados coletados, o uso da narrativa como elemento essencial na construção de sentidos e do conhecimento cognitivo e partir para uma reflexão sobre a própria prática educativa da pesquisadora. Resultados
parciais: Bruner (2001) afirma que é na narrativa que podemos partilhar nossas experiências, tornando-se ícone importante no processo
de aprendizagem. A narrativa possibilita a partilha de significados e conceitos, a organização e a contextualização de informações, a
compreensão do texto “[...] a narrativa como um modo de pensamento, como uma estrutura para a organização de nosso conhecimento e
como um veículo no processo de educação [...]”. (p. 117). Trata-se, aqui, de pensar em uma das principais colaborações de Jerome Bruner
para a educação: o uso da narrativa como elemento essencial na construção de sentidos e na construção do conhecimento cognitivo.
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Palavras-chave: Cadeia; Hipertexto; Mapas; Narrativa
Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
A ABORDAGEM INTERCULTURAL NO ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA BOLIVIANOS NA REDE
PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: UM ESTUDO DE CASO
Ana Katy Lazare GABRIEL ([email protected])
Universidade de São Paulo/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, Brasil
As oportunidades de trabalho no Brasil atraem imigrantes em busca de qualidade de vida. Neste contexto, estão presentes imigrantes
bolivianos cujos filhos estão matriculados na Rede Pública de Ensino do Município de São Paulo. Tais alunos trazem consigo suas heranças
culturais que, nas interações sociais, podem incitar conflitos em contexto escolar e na interação com os brasileiros. Tais conflitos, denominados como choque cultural, podem favorecer entraves nas relações interpessoais e no desenvolvimento da competência comunicativa,
conforme Canale & Swain (1995). O processo de ensino/aprendizagem de uma língua para estrangeiros é considerado um processo
complexo que vai além da habilidade de comunicar e permeia a interação social imergido na cultura, considerando cultura como “... o que
aprendemos, desenvolvemos e construímos para podermos viver nos diversos meios, ambientes, situações, contextos em que nos encontramos” de acordo com Santos (2010). Assim, a inserção do aluno estrangeiro em contexto favorável de ensino/aprendizagem tem de ser
prevista e praticada paralelamente, prezando sua cultura, a fim de equiparar seus conhecimentos linguísticos adquiridos e a compreensão
das diferentes condutas sociais do brasileiro. Para tanger este objetivo, a abordagem comunicativa com enfoque intercultural favorece o
desenvolvimento da consciência intercultural, haja vista que tal consciência é um elemento indispensável à interação entre estrangeiros e
nativos, além de facilitar a competência comunicativa. Assim, esta comunicação, baseada nos estudos da Didática do Ensino de Línguas
Estrangeiras e dos Estudos Interculturais, tem por objetivo apresentar resultados parciais de pesquisa a ser concluída no primeiro semestre de 2016. A metodologia utilizada foi a etnográfica de base qualitativa, que envolveu questionários estruturados, a fim de coletar dados
socioculturais e profissionais, além de uma narrativa de experiência, uma vez que: “[...] o ser humano é essencialmente um contador de
histórias que extrai sentido do mundo das histórias que conta [...] (Barthes,1976). Tais questionários são aplicados a todos os professores
de língua portuguesa do Ciclo II e professoras do Ciclo I de duas escolas da Prefeitura do Município de São Paulo. Os resultados, ainda que
incipientes, demonstraram que: 1. Ao redigir suas narrativas, os professores refletem sobre a presença de alunos e estrangeiros e sobre as
especificidades que esta presença demanda; 2. A abordagem intercultural propicia ferramentas que explicitam dados culturais presentes
em enunciados linguísticos, conforme os postulados de Silveira (1998) e propiciaram maior confiança aos alunos estrangeiros nas aulas
de língua portuguesa; 3. Faz-se necessária a conscientização da competência intercultural.
Palavras-chave: Abordagem comunicativa; Bolivianos na Rede Pública de Ensino; Enfoque intercultural; Formação de professores; Português como língua estrangeira
Eixo Temático: Ensino-aprendizagem de Língua
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
A LÍNGUA E O JOGO: INTERDISCIPLINARIDADE NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Ana Luisa Feiteiro Cavalari LOTTI ([email protected])
Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O entendimento de que a comunicação face-a-face é interacional e multimodal, assim como de que a linguagem é, ao mesmo tempo, corporeada
e social, torna-se essencial no contexto de ensino/aprendizagem em língua portuguesa. O ensino da fala no Ensino Fundamental deve, por conseguinte, privilegiar o trabalho de adequação às diferentes situações comunicativas. Parece ser necessário, nessa perspectiva, propor e analisar um
procedimento metodológico - o jogo teatral (SPOLIN, 2012 [1963]) - um tipo específico de jogo, proveniente do teatro, que é ao mesmo tempo um
jogo e um fazer artístico. Os Jogos Teatrais são um método desenvolvido por Viola Spolin (2012 [1963]), diretora de teatro norte-americana, com
o intuito de utilizá-lo na preparação de atores, no ensino de teatro para iniciantes, bem como no contexto escolar. No quadro teórico das Artes
Cênicas, o trabalho com os jogos é consenso na formação de atores. Na área de pesquisa Teatro-Educação, diversos são os trabalhos, que tiveram
mais amplamente repercussão nas décadas de 1980 e 1990, que incorporam esta prática ao sistema educacional. Os jogos do teatro, nos Estados
Unidos, Canadá e França são amplamente difundidos no meio escolar. No Brasil, são utilizados, principalmente, como metodologia para ensino de
língua estrangeira, inglesa e francesa, dada a amplitude de sua aplicação naqueles países. Esse método foi por nós selecionado em decorrência
de sua alta sistematização e facilidade de aplicação para alunos e professores. Visamos, com essas atividades, promover a integração entre língua
e arte no ensino da língua portuguesa. Isto se faz por meio da correlação entre o trabalho com enunciados em linguagem verbal e não verbal, e
a linguagem teatral. Ademais, tais jogos proporcionam aos alunos e aos professores a possibilidade do exercício da interação, oralidade e da
gestualidade em diferentes situações comunicativas. Faz-se necessário destacar que este trabalho corresponde a um recorte de uma pesquisa de
Mestrado em Língua Portuguesa pelo programa de Filologia e Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana – FFLCH- da
Universidade de São Paulo, na linha de pesquisa Estudos do Discurso em Língua Portuguesa, sob orientação da Professora Doutora Zilda Gaspar
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Oliveira de Aquino; defendida em Junho de 2014. Analisamos, pois, uma situação de jogo realizado em uma aula de língua portuguesa com o
objetivo específico de ensino/aprendizagem. A análise, com embasamento nos dados colhidos por meio de filmagem e transcrição, apresenta
os resultados obtidos no tocante à interação e ao “corpo” vistos pelo prisma da multimodalidade. Nossa fundamentação teórica está ancorada
em uma concepção multidisciplinar de linguagem no bojo das teorias da Linguística, Filosofia e Psicologia. Soma-se a esta, o princípio sociointeracionista da linguagem de Bakhtin (1992 [1929]); os fundamentos da Análise da Conversação, segundo Kerbrat-Orecchioni (1990); e os estudos
de Goodwin (2003) e da nova ciência da gestualidade, entre outros.
Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa; Gestualidade; Interdisciplinaridade; Oralidade
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/ Linguagem e Práticas Sociais/ Oralidade
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
A EFETIVAÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRAS E AFRICANAS NO ENSINO PÚBLICO E PRIVADO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DUAS ESCOLAS
Antonio GERMANO ([email protected])
Universidade Nove de Julho, SP, Brasil
Efetivar o ensino da história e cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio deve
ser uma prática cotidiana dos docentes, porém na prática pouco está sendo feito no sentido de concretizar esta obrigatoriedade, prevalecendo dessa forma uma grande barreira, a da exclusão. Surge, então, a necessidade de estudos mais profundos de interação entre
universidades, escolas, educadores e grupos sociais. A normatização da aprovação da Lei nº 10.639/03 deveria ser de conhecimento dos
educadores das escolas públicas e privadas do país. Ela deveria abranger a educação cotidianamente e tornar-se um processo de luta
pela superação do racismo na sociedade brasileira e não só ter como incentivo pessoas ligadas aos Movimentos Negros, mas também
à Educação. É, em suma, um trabalho de investigação e comparação do ensino da história e cultura afro-brasileiras e africanas por meio
de entrevistas junto ao corpo docente de uma escola pública e de uma escola privada da cidade de São Paulo, observação das práticas
pedagógicas e, por último, elaboração da dissertação com embasamento em estudos e leituras que englobem Educação, Antropologia,
Sociologia, Literatura e Psicologia.
Palavras-chave: Educação; Discriminação; Diversidade racial
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MÍDIA SOBRE A INFÂNCIA
Bruna Tairine SILVA ([email protected])
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Presidente Prudente, SP, Brasil
A presente pesquisa tem como tema “a representação social da mídia sobre a infância”. A pesquisa aborda questões relacionadas à
mídia, focalizando, em especial, como a criança é concebida e representada pelos meios de comunicação, mais precisamente, o desenho
animado televisivo. A escolha da temática remete ao interesse das pesquisadoras pelo tema e pela premente necessidade de pesquisas
sobre as relações entre infância e mídias, tendo em vista que, cada vez mais, se amplia a presença das imagens midiáticas, em especial
as oriundas da TV, no cotidiano das crianças na sociedade contemporânea. Para isso, utilizaremos o conceito de representação social
(Moscovici, 2003) e a técnica de Análise de Conteúdo (Bardin, 1977), para analisar os elementos presentes na discussão. A partir disso,
tomamos como aporte teórico os estudos de Ariès (1978) e as contribuições de Belloni (2010), com o objetivo de construir o panorama de
significação em torno do que é ser criança e de como sua infância se constitui. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de
natureza descritivo-explicativa. Para a efetivação da coleta de dados e realização desta pesquisa, fizemos uso de três instrumentos: a)
Levantamento bibliográfico; b) Pesquisa com 177 crianças, sendo 30 crianças de uma escola privada do munícipio de Diadema/SP e 147
crianças de uma escola municipal do município de São Bernardo Campo/SP, a fim selecionar qual o desenho animado que prevalecia na
sua preferência; c) Áudio e vídeo gravação da programação infantil, selecionada por dois meses. Resultados parciais: Como resultado
parcial, foi realizada uma análise inicial da gravação do primeiro capítulo (03/10/2014) do desenho animado “hora de aventura”, atentando-se à linguagem audiovisual, ou seja, aos enquadramentos e aos ângulos da câmera explorados durante o episódio. Como destacado a
seguir: Composição dos elementos CORES: variações de AZUL; VERDE; ROSA; LARANJA; AMARELO; LILÁS; BRANCO; PRETO; MARRON.
FORMATOS: Redondos; Pontiagudos. TONS: Fortes e vibrantes. Observações O uso das cores tem a finalidade de demarcar: 1. Os lugares
(quando os personagens estão em um lugar específico, como o quarto do príncipe chiclete, as cores permanecem as mesmas); 2. Os
personagens (durante todos os episódios da série os personagens permanecem com a mesma roupa (cor), mesmo na troca de gênero).
3. Características: bem/mal (quando aparece a Rainha gelada o cenário escurece).
Palavras-chave: Desenho animado; Infância; Mídia; Televisão; Representação social
Eixo Temático: Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
O MITO E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NAS PRÁTICAS DE TRABALHO DOS CARANGUEJEIROS DE BACURITEUA-PA
Camilla da Silva SOUZA ([email protected])
Universidade Federal do Pará, PA, Brasil
O presente trabalho evidencia as narrativas acerca do mito do Ataíde ligado às relações de gênero no que se refere ao “homoerotismo”
masculino dentro das práticas de trabalho na coleta de caranguejo na comunidade de Bacuriteua, no interior de Bragança, Amazônia.
Neste complexo universo, busca-se compreender as condições de produção do discurso de negação das práticas afetivo-sexuais entre
pessoas do mesmo sexo, assim como, problematizar o processo desse discurso nas dinâmicas de trabalho dos caranguejeiros. A partir
da observação participante realizada junto aos moradores, método da pesquisa de natureza etnográfica, foi possível coletar as narrativas
referentes ao mito e apreender aspectos culturais singulares do grupo relativos ao imaginário mítico, ao trabalho na coleta de caranguejo
e às formas de sociabilidade. Dessa forma, a abordagem da pesquisa desenvolve as noções de imaginário de Gilbert Durand (2010),
apontando-se o mito do Ataíde como uma dimensão desse imaginário que apenas se estabelece como tal porque é compartilhado entre
os sujeitos através das narrativas orais; o conceito de memória coletiva de Maurice Halbwachs (2006) para pensar a memória desse grupo
social, os componentes que relacionam o cotidiano, as experiências e as lembranças partilhadas pelos seus membros que vão ao encontro
das relações de gênero, pois, em Bacuriteua o mito do Ataíde é transmitido à medida que os indivíduos se encontram, narram, trocam
experiências, sociabilizam. Opera-se, então, uma espécie de reconhecimento de si e do grupo. Neste percurso, as reflexões de Mircea
Eliade (1992) são trazidas à tona para sublinhar a importância do mito, assim como, suas complexidades, indicando que este compõe uma
linguagem sensível e simbólica da inventividade humana. Para a discussão que proponho realizar opto pelo diálogo com três narradores
que vivem na Pontinha do Bacuriteua, partindo de um recorte que procura favorecer o cruzamento geracional, uma vez que os narradores
participam de gerações diferentes e, consequentemente, possuem inserções e experiências diversas no contexto da vila, em relação ao
tempo e ao espaço vividos e praticados no seu lugar de pertencimento. E, como as narrativas sobre a figura fantasmática do Ataíde e as
suas aparições nos manguezais, constituem parcela da aura das imagens fantásticas aderidas àquele ecossistema situando as relações
entre pessoas do mesmo sexo no âmbito do exercício da sexualidade, e nos auxilia a compreender como as memórias ocultas e/ou subterrâneas operam nas suas narrativas, com os ditos/não ditos. Assim, os dados apontam para a existência de tensões sociais quanto às
práticas homoeróticas por parte dos membros da comunidade e a importância das narrativas ligadas ao ser mítico Ataíde, que operam de
maneira ambígua, pois ao mesmo tempo em que as mascaram trazem à tona tais relações.
Palavras-chave: Mito; Imaginário; Memória; Homoerotismo; Coleta de caranguejo
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DA LINGUAGEM NO LETRAMENTO DO PROFESSOR EM FORMAÇÃO
Caroline SEIXAS ([email protected])
Faculdade de Educação/Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
O trabalho é resultado parcial da pesquisa de Mestrado em desenvolvimento e tem como objetivo investigar as concepções epistemológicas da linguagem emergentes de artigos acadêmicos produzidos em contexto de formação docente inicial, mais especificamente o
curso de Licenciatura em Letras, habilitação em português. Como aportes teóricos, destacam-se aspectos da polifonia e do dialogismo
bakhtiniano (Bakhtin, 1929), comparando-os com a terapia filosófica de Wittgenstein (1953), haja vista serem considerados os autores
como concordantes, na medida em que propõem uma análise da linguagem a partir do uso que se faz dela, por meio da investigação das
convenções arbitrárias de significação situadas no contexto de enunciação e materializadas nos enunciados; e não como formas existentes
em si, derivadas de significações extralinguísticas idealizadas ou passíveis de estudo desvinculadas de seu contexto de produção. As concepções apresentadas por estes autores sugerem para a pesquisa e prática educacional pontos de vista que visam a evitar o dogmatismo,
o essencialismo e o tratamento referencial da língua como um sistema acabado e fixo. O método utilizado é constituído da pesquisa qualitativa e quantitativa, a partir de artigos acadêmicos produzidos em contexto de formação docente inicial (curso de Licenciatura em Letras,
habilitação em português), que tiveram como objetivo relatar e analisar a vivência de estágio supervisionado de observação e regência
de aulas de língua portuguesa. A pesquisa propõe investigar quais concepções epistemológicas da linguagem compõem o letramento do
professor em formação no contexto do estágio supervisionado, a partir de dois eixos norteadores: a prática de ensino observada no docente titular, e também a prática planejada e executada na regência pelo docente em formação. Objetiva-se observar como as concepções
da linguagem que baseiam as aulas observadas dialogam com as concepções presentes tanto nas aulas planejadas, quanto no curso de
formação que serviu de contexto para a realização do artigo. O artigo acadêmico é tratado como um gênero catalisador (Signorini: 2006)
que materializa e também possibilita a construção de sentido da experiência vivida durante a formação do professor. Como resultado
parcial, o início da pesquisa quantitativa revela que nas aulas observadas pelos licenciandos predomina o ensino de gramática normativa,
revelador de uma concepção epistemológica da linguagem formalista e referencialista.
Palavras-chave: Dialogismo; Ensino de língua materna; Estágio supervisionado; Formação docente; Terapia filosófica
Eixo Temático: Currículo e Formação do Professor de Língua
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
OS ROMANCES COMO ESPAÇO DE MEMÓRIA
Cyntia Belgini ANDRETTA ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas/ Pontifícia Universidade Católica de Campinas, SP, Brasil
O trabalho pesquisa o romance como o articulador entre as lembranças do narrador, as experiências vividas, o espaço de “lapsos do esquecimento”, a transmissão de tradição e, portanto, de cultura e conhecimento, e o lugar por excelência das inscrições, da linguagem. Não
necessariamente precisa ser um romance documental ou realista, tampouco precisa deixar de ser ficcional, mas reflete o romance que tenha
como função ser esse “guardião da memória”. Para delimitar tal abertura sobre romances, o artigo pretende um estudo mais específico do
romance da década de 1960 nos Estados Unidos. Mas não as produções dos romances canônicos, e sim o que foi “deixado” de lado pelos
grandes nomes de escritores do período e que foi bem “aproveitado” pelos jornalistas que buscavam contar o que estava acontecendo com
a sociedade histórica e regional, tomando por ponto de partida um indivíduo especificamente, ou um grupo deles. A memória desse grupo
ou desse indivíduo fica tão fortemente inscrita na narrativa que passa a ser a memória coletiva daquele período, daquela época. De repente,
o testemunho de um personagem, de tão minuciosamente relatado pelo narrador, compõe uma história coletiva, vivida por mais pessoas
que passaram ou se identificam por aquele exemplo. Trata-se do New Journalism, nos Estados Unidos, que no Brasil ficou denominado de
Jornalismo Literário. Como a transversalidade em literatura é inerente, a discussão do romance traz muitas vantagens para qualquer aula
que seja pensada em termos de linguagem. Os aportes teóricos utilizados são os referenciais da literatura, como Lukács, Benjamim e até
Freud, por exemplo, e os que mais especificamente ditam algumas regras do New Journalism, como Tom Wolfe. Trata-se de uma trajetória
de pesquisa que usou a leitura de três livros-reportagens desse período como exemplo e que foram analisados e comparados para, por fim,
apresentar uma similaridade e padrões observáveis no que se chama de Jornalismo Literário. A intenção desse “movimento” era o retorno
a um texto mais criativo e, portanto, mais literário, que não deixasse, contudo, de ser histórico e documental, tal como o jornal. O que se
pretendia era usar a literatura para chamar a atenção de fatos históricos, como as guerras, por exemplo, mostrados pelo viés de um ou dois
personagens, que pudessem, de alguma forma, resumir um sentimento comum, uma memória mais geral dentro da memória individual. Por
isso, os autores dessa geração, além de serem jornalistas, ambicionavam ser como os romancistas, pois viam neles uma aura especial. E
assim como os romancistas escreviam buscando um estilo próprio, Wolfe conta que os escritores da geração do Novo Jornalismo buscaram
escrever de forma intuitiva, emotiva e até mais formativa. Tal motivação para a literatura é ainda hoje utilizada para a disciplina de Jornalismo Literário que alguns cursos de graduação e pós-graduação em Jornalismo mantêm.
Palavras-chave: Jornalismo literário; Novo jornalismo; Romance
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
A DIDATIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADA: DAS LABAREDAS DA FOGUEIRA ÀS PÁGINAS DO LIVRO DIDÁTICO
Dalva Ramos de Resende MATOS ([email protected])
Universidade Federal de Goiás, Jataí, GO, Brasil
Os eventos de leitura literária podem propiciar um acesso irrestrito a uma diversidade de conhecimentos, pois, conforme afirma Barthes
(1979), todas as ciências estão presentes no monumento literário. Nessa perspectiva, é possível afirmar que os contos de fadas fazem
girar diversos saberes, encantando a todos por meio da arte literária, dos seus significados psicológicos e contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Além disso, as primeiras versões remontam a uma época em que o pensamento humano não se
estruturava de maneira fragmentada, dividido em religião, direito, medicina, artes etc. Por essa riqueza e esse potencial interdisciplinar,
essas narrativas venceram a barreira dos tempos e têm sido fonte de pesquisa e estudo para pedagogos, psicólogos, psicanalistas, filósofos, antropólogos, linguistas, críticos literários e outros especialistas, cada qual dando sua interpretação e aprofundando no seu eixo
de interesse. Neste trabalho, o olhar será voltado para a problemática da didatização do conto de fadas no livro didático de português
(LDP) das séries iniciais do Ensino Fundamental (EF). Partimos da hipótese de que, como todo saber sábio sofre “deformações” em função
do processo de transposição didática (CHEVALLARD, 2001), ao serem transportados de sua esfera original para o LDP, esses contos,
provavelmente, sofrem alterações que deturpam as versões clássicas e dificultam o letramento literário. A partir desses pressupostos,
este trabalho visa socializar resultados parciais de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, no campo da Educação e Linguagem, sobre
a temática supracitada, fundamentada à luz de aportes teóricos interdisciplinares das áreas da Educação, Literatura, Linguística, Psicologia e Psicanálise. O objetivo específico, neste momento, é apresentar características gerais da coletânea das coleções “Porta Aberta:
letramento e alfabetização” e “Porta Aberta: língua portuguesa”, com foco na análise e interpretação de dados referentes à incidência,
autoria e adaptações necessárias à didatização do conto de fadas nas páginas desse material didático. Essas coleções didáticas fazem
parte do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2013) e são as mais adotadas nacionalmente nas duas fases básicas do EF I.
Espera-se que este estudo possa fornecer subsídios para a reflexão e o redimensionamento das formas de escolarização desse gênero
do universo maravilhoso, no sentido de contribuir para a formação inicial do leitor e promover um diálogo interdisciplinar com outras
artes e formas de conhecimentos.
Palavras-chave: Conto de fadas; Didatização; Interdisciplinaridade; Livro didático
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua/Livro didático
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
PRODUÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS NA UNIVERSIDADE: DESENVOLVENDO CAPACIDADES DE LINGUAGEM
Dalve Oliveira Batista SANTOS ([email protected])
Universidade Federal do Tocantins, TO, Brasil
Produzir textos acadêmico-científicos adequados e relevantes parece ser uma tarefa bastante complexa para muitos alunos, que fazem
queixas constantes aos professores sobre a produção de determinados gêneros textuais na universidade. Embora muitos deles estranhem
a presença de aulas voltadas para a produção de textos, o que se verifica nas salas de aula dos ingressantes deste nível de ensino é
que as capacidades de leitura e escrita estão muito aquém do necessário, pois nesta etapa exige-se maior autonomia e reflexão. A falta
de proficiência advém na maioria das vezes das dificuldades de pesquisa e da sistematização de ideias que demandam a produção do
texto acadêmico. E, considerando essas dificuldades encontradas por professores e alunos universitários no que diz respeito à produção
de gêneros acadêmicos, a presente pesquisa pretende auxiliar aos alunos na apreensão e produção dos gêneros que circulam na esfera
acadêmica e expor uma proposta viável para a compreensão e escrita desses gêneros. Nossa proposta está fortemente alicerçada pelos
pressupostos teórico-metodológicos do Interacionismo-Sóciodiscursivo (ISD), que acredita que os gêneros – em especial, nesta pesquisa,
os acadêmicos - devem ser objetos de ensino por levar o aluno a conhecimentos e a uma potencialidade de ação em diversas práticas
sociais, pelo seu estatuto comunicativo e interativo e por ser ele um instrumento de desenvolvimento de capacidades de linguagem,
que são determinantes para a ascensão ao pensamento consciente. Assim, compreendemos aqui, o texto como a unidade de sentido, a
unidade de interação ou ainda um “evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas” (MARCUSCHI 2008).
Desse modo, visamos sugerir aos profissionais da educação um instrumento de trabalho para o ensino de gênero, que potencialize seu
poder de agir na situação didática, de modo a preparar o aluno para interagir, opinar e adaptar-se as variadas situações comunicativas
em que estão inseridos.
Palavras-chave: Escrita; Gêneros Acadêmicos; Interacionismo Sociodiscursivo
Eixo Temático: Escrita
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
CORPO <> GÊNERO: UMA EXPERIÊNCIA A/R/TOGRÁFICA
Daniel Santos COSTA ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Este projeto coaduna com a ideia de interdisciplinaridade ou ainda transdisciplinaridade tangenciando uma aproximação ideológica por
uma epistemologia da experiência. Nesse lugar, uma encruzilhada, será possível f(r)iccionar uma alternativa para superação de um modelo
racionalista técnico na formação de um sujeito autônomo e/ou autoral? Quais serão os desafios para romper com esse modelo? A ideia
de uma epistemologia da prática representa uma eficiente alternativa para essa superação? Diante da crise da educação que a filósofa
e educadora, Viviane Mosé, abrange em sua discussão contemporânea podemos alimentar a dimensão que a valoração da experiência é
um caminho plausível para uma discussão que leve à mudanças da ordem do pensamento. Com a experiência, dimensionada e teorizada a
partir da prática de sujeitos pode-se, então, neste ponto de vista, tornar-se estratégia eficiente para uma proposta de educação não apenas aplicada, mas vivenciada, sentida, amada, saboreada, que seja estética e não anestésica. Embasado na ideia das epistemologias do
sul defendidas por Boaventura de Sousa Santos, enfrento uma questão marginal, do sul, a discussão sobre gênero na sociedade brasileira.
Nesse propósito, a partir da experiência de sujeitos marginais, a comunidade LGBT, na qual me localizo, como poderemos refletir sobre o
panorama que concerne à educação aliada a esta discussão. Assim, expresso o anseio do desenvolvimento de uma pesquisa a/r/tográfica
que evidencie uma epistemologia da experiência, o desenvolvimento de ações expandidas acerca da discussão suscitada e a escrita de
uma dissertação que também é criação. Para alçar voos em um diálogo teórico-metodológico recorro à Gilles Deleuze e Félix Guattari com
suas críticas aos processos identitários e valorização dos processos de singularização, dos devires e linhas de fuga na produção da vida;
os estudos de Michel Foucault pela desconstrução que ele faz dos dispositivos de poder e saber. A filosofia mestiça de Michel Serres
por propor pensar a partir de preposições – pensamento do meio, do terceiro lugar e da interferência – como alternativa às filosofias que
pressupõem a existência de um fundamento transcendente para as práticas individuais e coletivas e o pensamento acerca de gênero e
sexualidade de Judith Butler.
Palavras-chave: A/R/Tografia; Corpo; Educação; Epistemologia; Gênero
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/ Linguagem e Práticas Sociais/ Oralidade
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E ENSINO MÉDIO (INTEGRADO): SOB A MIRA(GEM) DA FORMAÇÃO OMNILATERAL E
POLITÉCNICA
Daniella de Souza BEZERRA ([email protected])
Instituto Federal de Goiás, GO, Brasil
Tendo em vista que o Estado assumiu, no âmbito das diretrizes curriculares, nos últimos anos, a formação humana integral como a concepção fundante do ensino médio (integrado ao técnico), este trabalho faz, primeiramente, uma reflexão teórica a respeito dos construtos
marxistas dessa concepção e, posteriormente, resgata as abordagens de ensino de língua hegemônica e contrahegemônica, com vistas
a refletir sobre como elas se aproximam ou se distanciam das bases fundantes de uma educação politécnica para o ensino médio no
Brasil. Para tal, este texto se organiza em três partes. A primeira trata dos princípios almejados pelos estudiosos da área de Trabalho
e Educação e para o ensino médio (integrado à educação profissional técnica) e discute-se o porquê de uma educação politécnica e a
integração entre ensino médio e educação profissional técnica são os horizontes para a superação da dualidade educacional brasileira.
Na segunda parte, percorrem-se, brevemente, pelos construtos teóricos que subjazem às Abordagens de Ensino de Língua Estrangeira
(AELE) hegemônicas no contexto das escolas de nível médio no Brasil bem como à AELE contrahegemônica prescrita nos documentos
oficiais. No final, conclui-se alertando para necessidade de se trabalhar em prol dos princípios filosóficos e ético-políticos que sustentam a concepção oficial de formação humana integral de ensino médio (integrado à educação profissional técnica), para que ele não
se enviese para o economicismo e o pragmatismo, no caso das articulações com o técnico, e/ou para a preparação para o ingresso no
ensino superior, furtando-se, portanto do compromisso para com uma educação emancipatória. Os resultados das análises evidenciam
que a proposta de letramento crítico para o Ensino de Línguas Estrangeiras, integrada ou não às outras abordagens de ensino de línguas
estrangeiras está coerente com o princípio da formação humana integral em sua totalidade, em termos epistemológicos e pedagógicos.
Levando em consideração que a maior parte dos professores de línguas estrangeiras em serviço em escolas de ensino médio (integrado à
educação profissional técnica) não recebe(ra)m formação para materializar as dimensões de um ensino de uma língua estrangeira a partir
de uma abordagem de letramento crítico, grandes esforços e investimentos terão quer ser demandados pelo Estado (caso lhe convenha
que essa abordagem passe de prescrita à adotada), pelas escolas e, principalmente, pelos professores para que se possa possibilitar
de fato uma formação emancipatória que não dispense, mas que não se restrinja à preparação para o ingresso no ensino superior nem
tampouco ao mundo do trabalho.
Palavras-chave: Currículo; Ensino de Língua Estrangeira; Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnica
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
OS MODOS DE APROPRIAÇÃO DA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA DE EMÍLIA FERREIRO SOBRE AQUISIÇÃO DO SISTEMA
DE REPRESENTAÇÃO ESCRITA EM PESQUISAS ACADÊMICAS SOBRE ALFABETIZAÇÃO
Dayse Cristina Araújo da CRUZ ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Nesta pesquisa, propõe-se investigar como a concepção sobre a aquisição do Sistema de Representação Alfabética, desenvolvida por
Emília Ferreiro, impactou a produção acadêmica sobre alfabetização entre os anos 1985 e 1989, no estado de São Paulo. Parte-se do
pressuposto de que, a partir da popularização dessa perspectiva teórica, houve a apropriação dessa teoria nos âmbitos acadêmico (em
investigações científicas) e pedagógico (em propostas de ensino e de aprendizagem), o que produziu novas proposições sobre a aquisição da língua escrita, num processo em que políticas oficiais para a escola básica produziram efeitos também decisivos. Considerando
que um âmbito encontra-se relacionado interdiscursivamente ao outro, parte-se da hipótese de que as regras semânticas do discurso
pedagógico teriam orientado os modos de constituição do discurso acadêmico sobre “alfabetização construtivista” no Brasil. Como todo
discurso se constitui como interdiscurso, de acordo com Maingueneau (2005), acredita-se que o discurso acadêmico sobre aquisição da
escrita, fundamentado na teoria psicogenética, constitui como seu Outro o discurso pedagógico, e tem seus limites estabelecidos em
função das especificidades do diálogo que estabelece com esse discurso. A investigação proposta aqui permitirá o conhecimento dos
movimentos dialéticos e tensões que se estabelecem no âmbito discursivo e também da formação discursiva em que se posicionavam os
pesquisadores que produziram investigações de base construtivista nos momentos iniciais da circulação dessa perspectiva em contexto
brasileiro. Isso será possível a partir da constatação das filiações institucionais e teóricas e dadas as suas posições de enunciação,
tendo em vista que, partindo do referencial teórico da Análise do Discurso de linha francesa, consideramos que cada sujeito só pode
enunciar de determinada forma, dependendo do lugar/posição de enunciação que ocupa na formação discursiva em que se constitui.
Esse trabalho tem sido ancorado também em elementos teórico-analíticos da Linguística Textual, a partir do referencial de Koch (2011),
os quais complementam nossa abordagem (investigativa) discursiva. Até o presente momento, o nosso corpus é composto por 09 artigos
acadêmicos. É necessário mencionar que, se necessário, o corpus pode ser ainda alterado em razão do cumprimento dos objetivos da
pesquisa em questão. Compõem o corpus de análise artigos acadêmicos publicados em revistas especializadas da área de Educação,
Linguística e Psicologia, entre os anos de 1985 e 1989, período da popularização do construtivismo no Brasil.
Palavras-chave: Alfabetização; Aquisição da Escrita; Construtivismo; Interdiscurso
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Eixo Temático: Discursos sobre o ensino/Políticas llnguísticas
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
O ENSINO PÚBLICO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO DISTRITO FEDERAL: MEMÓRIAS E TRAJETÓRIAS DE CAMPO
Denise DAMASCO ([email protected])
Universidade de Brasília, DF, Brasil
Esta tese integra o Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, tendo sido defendida em outubro de 2014, sob a orientação da Profa Dra Wivian Weller. Essa pesquisa foi desenvolvida no âmbito do grupo de pesquisa
GERAJU - Geração e Juventude, cadastrado no diretório de grupos do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq). A compreensão
dos sentidos e significados do estudo e do ensino de língua estrangeira para o/a jovem da rede pública do Distrito Federal (DF) constituem
o objetivo geral da presente pesquisa. O referencial teórico deste estudo conta com aproximações conceituais em torno de juventude
e língua estrangeira, bem como de docência, histórico da legislação e das políticas de ensino de língua estrangeira no país e no DF. O
campo da juventude e gerações está alicerçado em estudos clássicos e contemporâneos da área. Os aportes teórico-metodológicos estão
ancorados na Sociolinguística Interacional de Erving Goffman, na Etnometodologia de Harold Garfinkel e na Sociologia do Conhecimento
de Karl Mannheim. Realizou-se uma triangulação metodológica na interpretação dos dados qualitativos com o Método Documentário (BOHNSACK, 2004; 2010; e BOHNSACK & WELLER, 2010) e na Análise da Conversação (KERBRAT-ORECCHIONI, 2006 e MARCUSCHI, 2006).
O trabalho de campo foi realizado no período de junho de 2010 a novembro de 2012, com jovens estudantes, jovens que lecionam língua
estrangeira, docentes pioneiros/as dos anos 1970-1980 da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF) e com jovens
estudantes e docentes da escola conveniada de francês à SEDF. Durante a pesquisa empírica, realizou-se 13 grupos de discussão com
estudantes, 05 com professores/as e 04 entrevistas narrativas com docentes da SEDF. Na análise dos dados empíricos foram abordados
dois temas: 1) Reconstrução da história do ensino público de línguas do DF, com uma proposta de periodização da mesma (de 1959 a
1973; de 1974 a 1998 e de 1999 a 2014); 2) Compreensão dos sentidos e significados do estudo e ensino de LE para o/a jovem estudante
e para seus/as docentes. Os resultados da pesquisa revelaram que o estudo de uma língua estrangeira representa uma longa caminhada
para o/a jovem, do acesso ao término, com experiências coletivas vivenciadas e uma projeção de futuro para os/as mesmos. Entre os/as
docentes ativos e com menos de 29 anos, observou-se que estes/as podem ser um modelo de sucesso profissional diante de outro/a jovem
aprendente de línguas, apontando a flexibilidade e a capacidade de adaptar-se às mudanças desde jovem docente. Em relação ao ensino
de línguas, constatou-se diferenças significativas entre os/as docentes pertencentes a primeira geração de professores de idiomas no DF
e os/as jovens docentes na atualidade, destacando-se uma concepção de docência como uma profissão para toda a vida e uma docência
como grau inicial de outra carreira profissional respectivamente.
Palavras-chave: Docência; Ensino de Línguas no Distrito Federal; Juventude e Educação; Pesquisa Qualitativa; Políticas Linguísticas
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
A EDUCAÇÃO DO CORPO NA ESCOLA EM NARRATIVAS DO COTIDIANO
Dolores Setuval ASSARITTI ([email protected])
Eliana AYOUB ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
A escola determina por meio da relação estrita entre espaço e tempo presente na estratificação curricular e no uso da arquitetura
escolar, presenças momentâneas e ausências duradouras dos corpos, das práticas corporais, da linguagem corporal. Salta-nos aos
olhos as diferentes possibilidades de uso do tempo e do espaço na escola de educação infantil e no ensino fundamental que proporcionam peculiaridades à escola das crianças pequenas e à escola das crianças maiores. Ao estudamos seres humanos nas suas mais
complexas relações envoltas em cultura e história, fundamentamos nosso olhar na perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento
humano (Vygotsky, Bakhtin). Embrenhamo-nos por um percurso subjetivo, qualitativo, composto por narrativas cotidianas, caminhamos
sobre um terreno movediço, abrimo-nos aos achados da pesquisa e em meio a um desafio: fuçar nos interstícios, onde se encontra a
linguagem corporal no cotidiano da escola. Acessamos um aparato de materiais acadêmicos (bases de dados da Unicamp e da Universidade de Montréal, dentre outras) em busca de autores e pesquisas, de “verdades acadêmicas” sobre corpo, linguagem corporal e escola. Em meio aos inúmeros estudos encontramos muita terra firme, pressa, quantificação, modelos, métodos, protocolos, conclusões
quase óbvias, poucos inesperados, poucas aberturas, pouca entrega. As narrativas criam possibilidades coletivas na contramão das
tendências do desenvolvimento atual da pesquisa acadêmica, menos certezas e mais imaginários, portanto, foram a nossa escolha.
Intitulamos nossa escrita narrativa nascida no berço da produção científica de acadêmico-poética, sem perder de um a consistência e
de outro a lentidão. Abraçadas à possibilidade de experienciar o mundo com demora e entrega (Benjamin) e à fotografia que eterniza
na bidimensão do papel – narrativa visual composta diante da objetiva – fomos às escolas. Uma escola municipal de educação infantil
e uma escola municipal de ensino fundamental, ambas do município de Campinas, 25 crianças da turma da Borboleta Feliz, 26 crianças
34
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
da turma do Tubarão e duas professoras. Estivemos juntos por aproximadamente quatro meses. Nossos achados são entretecidos de
imagens e histórias que mostram a importância do vínculo humano entre o pesquisador e as pessoas que compõem o lugar por ele
adentrado, fortalecendo a relação não hierárquica entre escola e universidade. De dentro da escola, em meio às crianças e ao trabalho cotidiano das professoras, nossos achados contam sobre as ricas possibilidades de construção de espaços de aprendizado para
além das salas de aula. Vimos de perto e de dentro a expansão do tempo do corpo livre na brincadeira, na criação e na imaginação
fora das carteiras, fora da sala de aula tradicional.
Palavras-chave: Corpo; Educação do Corpo; Escola; Linguagem Corporal; Narrativa
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/ Linguagem e Práticas Sociais/ Oralidade
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
DA TEORIA À PRÁXIS: A IMPORTÂNCIA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
Eliane Scandelai SOARES ([email protected])
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, Brasil
O presente estudo tem por objetivo articular as teorias de desenvolvimento da inteligência com a aprendizagem em geografia no que
tange à produção textual dos alunos. A pesquisa se fundamenta na importância de contribuir com a formação de professores autônomos,
capazes de promover um ensino de geografia holístico na perspectiva da totalidade para as partes, ou seja, do conhecimento complexo
para o simples. A dissertação se desenvolveu a partir da elaboração e aplicação de sequências didáticas que , viabilizam a construção
do conhecimento pelo viés da relação sujeito – sujeito, em contraponto, à relação sujeito-objeto. Tal metodologia aponta para a possibilidade de tornar a sala de aula , um espaço voltado efetivamente para a produção do conhecimento geográfico e desenvolvimento de
capacidades cognitivas a partir da intervenção pedagógica racional docente. A produção do conhecimento, dentro dessa complexidade,
se dá por meio do desenvolvimento das linguagens orais e escritas que, a partir da valorização e reconstrução dos conceitos geográficos, pode, dialogicamente, estabelecer laços cognitivos concretos entre os conhecimentos prévios dos alunos e o conhecimento a ser
produzido e trabalhado no âmbito do espaço escolar. Para tanto, trataremos num primeiro momento da contribuição das teorias de (
PIAGET, 2009, VYGOTSKY, 2007 e BAKHTIN, 2011 ) para o ensino de geografia. Em seguida, abordaremos a relação entre a geografia e a
educação (STRAFORINI, 2001) situando historicamente as transformações no ensino de geografia (MOREIRA, 2008; LACOSTE, 2008), refletindo sobre os dilemas na prática educativa e formação de professores. Por fim, nos deteremos à análise da aplicação da metodologia
da sequência didática por gêneros discursivo-textuais (SCHNEUWLY, NOVERRAZ e DOLZ, 2007). Os resultados dessa pesquisa refletem
sobre um novo rumo na construção do ensino de geografia em sala de aula, relacionado à instância social e à produção da linguagem no
dia-a-dia dos alunos presentes na Educação Básica, tornando-os sujeitos participativos na reflexão do processo histórico e de construção
do espaço que constitui a sua própria existência.
Palavras-chave: Ensino de Geografia; Formação de Professores; Linguagem e discurso geográfico; Sequência Didática; Teorias de
Desenvolvimento da Inteligência
Eixo temático: Ensino-Aprendizagem em diferentes disciplinas escolares
Modalidade de trabalho: Trajetória de Pesquisa
A APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM SOCIOLÓGICA ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO: UMA PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE LETRAMENTO E APRENDIZADO
Erika Kulessa de SOUZA ([email protected])
Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Pretende-se expor os resultados parciais da pesquisa bibliográfica em curso sobre as relações entre letramento e o aprendizado da
Sociologia. Tendo como objeto a apropriação da linguagem sociológica, admite-se que é através de conceitos e teorias que se constrói
o olhar ou pensamento sociológico, que aparece como objetivo do ensino de Sociologia, seja nas orientações curriculares oficiais, seja
nos trabalhos de pesquisadores como Amaury Moraes, Ileizi Silva e Amurabi Oliveira. Considera-se que o ensino deve possibilitar aos
estudantes fazer uso dos conhecimentos sociológicos na reelaboração de suas formas de pensar e intervir na realidade. Trata-se assim,
de inseri-los nesse âmbito da cultura letrada. A partir de Magda Soares, Ângela Kleiman, Sílvia Colello, entende-se o letramento como
conjunto de práticas sociais de uso da escrita e como processo contínuo que se estende ao longo da vida. Pensar o letramento no Ensino
Médio implica refletir sobre as características dos textos e discursos presentes nas disciplinas e nas formas como os estudantes podem
se familiarizar com eles. De tradição marcadamente acadêmica, a Sociologia tem uma linguagem bastante abstrata, conceitual e reflexiva, um tipo de discurso secundário, conforme Bakhtin, que toma a vida social como objeto de conhecimento. A perspectiva histórico-cultural, sobretudo em Vygotsky, mas também em Alvarez e Del Rio, indica que os conceitos e a linguagem sociológica são os elementos
mediadores que possibilitam esse tipo de pensamento abstrato e reflexivo característico dos discursos secundários e dos conhecimentos
científicos. Tais conceitos, por sua vez, também foram formulados a partir instrumentos, tais como atividades de observação, descrição,
comparação, argumentação e primordialmente, escrita. Por ser uma linguagem que, segundo Vygotsky, exige e propicia formas mais
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
abstratas de pensar, a escrita é uma forma privilegiada não só de registrar ou expressar, mas principalmente de organizar o pensamento,
de argumentar, comparar, teorizar. Sendo assim, a pesquisa tem indicado que as situações de interação com a linguagem escrita ao longo
do processo de aprendizagem são fundamentais para promover a organização do pensamento com o subsídio da linguagem sociológica.
Para a seguinte etapa da investigação, propõe-se a análise de produções escritas de estudantes, como meio de avaliar os usos que fazem
das categorias sociológicas e refletir sobre as situações de aprendizagem que favorecem o desenvolvimento das formas de pensamento e
linguagem que caracterizam o universo secundário e letrado dos conhecimentos.
Palavras-chave: Ensino de Sociologia; Ensino Médio; Letramento; Linguagem sociológica
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem em diferentes disciplinas escolares
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
EVENTOS E PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA SALA DE LEITURA: GESTÃO DO TEMPO E LEITURA LITERÁRIA
Estevão Marcos Armada FIRMINO ([email protected])
Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil
A partir de nossa pesquisa de mestrado em educação “Sala de Leitura na rede municipal de São Paulo: reflexões sobre eventos e práticas
de letramento com turmas de 4° e 5° ano”, temos como objetivo deste trabalho investigar os eventos e práticas de letramento no contexto
de uma Sala de Leitura da rede municipal de ensino de São Paulo. Em especifico, vamos enfatizar eventos de letramento ocorridos durante
aulas com uma turma de 4° ano do ensino fundamental I. No âmbito da rede municipal de ensino, a Sala de Leitura foi constituída com
o intuito de promover atividades que favorecessem a inserção dos alunos à cultura escrita. A despeito de estar inserida no interior das
unidades escolares, a Sala de Leitura possui uma dinâmica diferenciada, pois não conta com a obrigatoriedade de avaliações, dispõe de
um acervo de suportes de leitura com possibilidade de empréstimo e está inserida no horário regular dos alunos. Sendo assim, buscamos
entender a dinâmica das aulas de Sala de Leitura, levando em consideração seu caráter complexo e multifacetado, o qual é permeado por
interações que tem como base a cultura escrita. O referencial teórico de nossa investigação se baseia nos Novos Estudos do Letramento
(STREET, 2012 KLEIMAN, 1995) em estudos de interação na sala de aula (CASTANHEIRA, 2010; MACEDO, 2005) e do campo da Linguística
Aplicada (ROJO, 2006; BUNZEN, 2010). Tendo como base a metodologia de cunho qualitativa, e diante de nossas opções teóricas, utilizamos uma abordagem etnográfica (ROCKWELL, 2011; STREET, 2014) sobre um contexto situado de pesquisa, que foram as aulas de Sala de
Leitura ministradas pelo pesquisador numa escola municipal, com uma turma de 4° ano. Dessa forma, nossos instrumentos de pesquisa
para geração de dados foram a gravação em áudio dos eventos de letramento, num período estendido de um ano, fotografias dos eventos
de letramento e um diário de pesquisa. A representação dos dados para análise se deu por meio da utilização de mapas de eventos de
letramento. A partir de nossa análise foi possível identificar inúmeras questões, sendo que destacaremos inicialmente neste trabalho as
tensões existentes na escolarização da leitura literária (SOARES, 2011). Também vamos apresentar dados relativos à gestão do tempo
das aulas na Sala de Leitura. Os dados da pesquisa revelam aspectos do letramento escolar que incidem de maneira influente sobre as
práticas de leitura que são desenvolvidas na Sala de Leitura, do mesmo modo que ao examinar os mapas de eventos de letramento nos
deparamos com momentos diminutos de dedicação a leitura literária durante as aulas ocorridas nesse espaço da escola destinado ao
desenvolvimento de práticas de leitura.
Palavras-chave: Eventos de letramento; Práticas de letramento; Sala de Leitura
Eixo Temático: Leitura e Literatura
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
LEITURA FRUIÇÃO: O PRAZER POSSÍVEL NO ESPAÇO ESCOLAR
Fabiana Bigaton TONIN ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas/Instituto Federal de São Paulo – Capivari, SP, Brasil
Discutir, a partir de experiências e vivências com alunos do Ensino Médio, a possibilidade de se fazer da leitura fruição uma prática significativa no que tange à constituição e consolidação do letramento literário escolar. Ao escolher leituras para partilhar com os alunos, o
professor dá-se a conhecer e também se afirma no papel de leitor-modelo; os alunos, ao optarem por leituras “além dos muros da escola”,
exercitam não só a liberdade de escolha, mas também colocam em jogo gestos de leitura apre(e)endidos nas práticas escolares. Partindo
dessas ideias, o projeto de doutorado “Leituras do prazer: possibilidades de trabalho na escola” está sendo desenvolvido na Faculdade de
Educação da Unicamp, sob orientação da profa. Dra. Ana Lúcia Guedes-Pinto. Esse trabalho se propõe a investigar protocolos de leitura
fruição – a leitura que não é obrigatória e que é feita segundo opções e vontade de alunos e professores, além das determinações escolares. O objetivo é verificar o impacto dessas leituras na formação de jovens leitores, bem como entender melhor como se dá a interferência
da escola na escolha de tais procedimentos de leitura. Outro aspecto que se pretende investigar é a possibilidade de o aluno se construir
como autor e protagonista de práticas de leitura dentro e fora da escola, tendo em vista seu repertório pessoal, fomentado além da escola
e suas leituras pessoais, em geral, não reconhecidas pela instituição escolar. São bases fundamentais para o desenvolvimento desse
projeto os pressupostos da História Oral (Amado, Portelli), História Cultural (Chartier), bem como os trabalhos de Bakhtin. • Método/
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
dados: entrevistas com roteiros semi-estruturados; análise das entrevistas a partir dos pressupostos teóricos elencados anteriormente.
Palavras-chave: Formação de leitores; Leitura escolar; Leitura fruição
Eixo Temático: Leitura e Literatura
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
A EDUCAÇÃO NAS GRANDES METRÓPOLES: ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM SÃO MIGUEL PAULISTA
Fernanda MARCUCCI ([email protected])
Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil
Este trabalho insere-se na pesquisa em andamento “Relações de Interdependência entre escolas e Qualidade das Oportunidades Educacionais”, coordenado pela Profa. Dra. Claudia Lemos Vóvio, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação (Cenpec). Tem como foco verificar de que forma são oferecidas as oportunidades
educacionais em Língua Portuguesa, no final do ciclo de alfabetização (3º ano do ensino fundamental), de modo a analisar a qualidade
das oportunidades educacionais de alunos em escolas de entorno vulnerável. Nosso objeto de estudo prevê, então, a compreensão do
que é ensinado em Língua Portuguesa (BATISTA, 1997) no fim do ciclo de alfabetização em uma escola situada em território vulnerável. A
metodologia de cunho qualitativo implica um estudo de caso, realizado em uma unidade escolar pública, localizada na subprefeitura de
São Miguel Paulista, por ser um local de alto Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS). Os instrumentos metodológicos utilizados
foram entrevista, observação direta com registro de notas de campo, coleta de cadernos escolares e de registros de aula de professores
das turmas de 3º ano do ensino fundamental, estas duas últimas fontes de caráter documental consideradas artefatos culturais (equipamentos, suportes e materiais escritos) imbricados nas interações e certos usos da escrita nas salas de aula (BARTON; HAMILTON;
IVANIC, 2000). Seus resultados podem colaborar para indicar temas e conteúdos voltados à formação inicial e continuada de docentes,
bem como indicações de propostas e subsídios pedagógicos voltados ao final do ciclo de alfabetização.
Palavras-chave: Alfabetização; Educação; Língua Portuguesa; Objetos de Ensino; Vulnerabilidade Social
Eixos temáticos: Escrita/Alfabetização e Letramento
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
AS PRODUÇÕES DE SENTIDO DA PALAVRA “POPULAR” NOS DISCURSOS DOS PROFESSORES DA UNILAB
Francisca Mônica Rodrigues de LIMA ([email protected])
Universidade Nove de Julho, SP, Brasil
O projeto de pesquisa busca analisar, de uma perspectiva dialógica, a palavra “popular” presente nos discursos proferidos pelos professores do curso de Letras da UNILAB (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Brasileira) no contexto da universidade
popular. Para tanto, será considerada a interação social abordando signo, palavra e linguagem em contextos históricos, sociais e culturais, pois a palavra, quando dita, constitui-se como produto ideológico vivo no processo de interação. A articulação dos conhecimentos
científicos com as experiências populares a fim de produzir um pensamento contra-hegemônico justifica esta pesquisa. Assim, cabe
observar como se dão as relações e como os sujeitos são construídos e reconstruídos para atuarem na sociedade utilizando o diálogo
como meio de libertação da relação opressor/oprimido. Nesses termos, a universidade deve ser do povo e para o povo construindo um
espaço de discussões para a formação de uma consciência crítica. Os embates ideológicos são necessários à construção de uma ideologia libertadora por meio do diálogo que vai explorar as possibilidades de sentido da palavra nos contextos de comunicação. Para isso, a
história de cada sujeito, inserido na comunidade acadêmica, deve ser ouvida e valorizada para liderar uma revolução que ultrapasse os
muros da universidade e humanize os sujeitos dentro e fora deste espaço. O corpus será constituído por entrevistas com professores e
composto por cerca de dez questões. Assim, pretende-se observar a existência ou não da palavra popular considerando os contextos de
produção dos discursos. A fundamentação teórica, inicialmente, dar-se-á por meio dos pressupostos teóricos do filósofo da linguagem
Mikhail Bakhtin e do educador Paulo Freire, além dos autores que tratam da Universidade Popular. Quanto à análise de dados, a palavra
popular pode ou não estar presente nos discursos destes professores. No entanto, busca-se analisar os elementos que constituem a
defesa de uma universidade popular pautada no caráter democrático e dialógico, construindo uma ideologia de acesso e permanência
das classes populares na universidade.
Palavras-chave: Diálogo; Ideologia; Linguagem; Popular; Universidade
Eixo Temático: Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
ARGUMENTAÇÃO E REDES SOCIAIS: O TWEET COMO GÊNERO E A EMERGÊNCIA DE NOVAS PRÁTICAS COMUNICATIVAS
Gabriela DIOGUARDI ([email protected])
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Quando observamos os parâmetros estabelecidos por um exame nacional aplicado a todos os alunos que terminam o Ensino Médio, constatamos que é função da escola garantir, além de reflexões, a mediação da construção de conhecimento acerca do uso e aprendizagem
da língua materna sob o ponto de vista tecnológico. Porém, é comum que no âmbito escolar, e também fora dele, dizeres que culpam a Internet pela deficiente produção textual de alunos, compreendendo como deficientes tanto a organização de encadeamento de enunciados
como as marcas de oralidade muito presentes nos gêneros textuais produzidos em situação de ensino/aprendizagem e, que, às questões
linguísticas, subjazam, principalmente, o descontentamento quanto à clareza do projeto do argumentar do estudante. Nessa direção,
esta pesquisa teve por objetivo estudar o funcionamento argumentativo do tweet, um gênero textual digital emergente, particularizado
pela produção escrita de até cento e quarenta caracteres e que circula somente no ambiente Twitter. O corpus constitui-se de cinquenta
tweets produzidos por alunos do 1o. ano do ensino médio de uma escola privada da cidade de São Paulo, desenvolvidos a partir de uma
sequência didática apresentada em aulas de Língua Portuguesa. Em razão de toda produção discursivo-textual não poder ser separada de
seu contexto específico de produção, este trabalho também examinou a Internet em sua concepção de produtora de ambientes virtuais
nos quais circulam variados gêneros textuais digitais emergentes. Tendo em vista que poucos são os estudos sobre o funcionamento da
Argumentação em ambientes digitais virtuais, buscamos detectar quais estratégias argumentativas são acionadas para a tomada de um
posicionamento em uma condição tão particular de produção, para conhecer o valor argumentativo dos elementos linguísticos e não-linguísticos que, utilizados de modo coesivo ou não, constituem o gênero tweet. Por se tratar de uma perspectiva de reflexão linguístico-textual sobre os usos da língua em procedimentos argumentativos, o embasamento teórico deste trabalho fundamenta-se nas referências
de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005 [1958]) sobre estratégias argumentativas; na concepção de instâncias argumentativas propostas por
Amossy (2007); no conceito e funcionalidade de Redes Sociais e, particularmente do Twitter, apontados por Santaella e Lemos (2010); nos
postulados bakhtinianos da constituição e transmutação de gêneros e na perspectiva sociocognitiva-interacionista da Linguística Textual
acerca da materialização linguística dos gêneros textuais digitais conforme Marcuschi (2002, 2008, 2010, 2012), Koch (2000, 2002, 2006)
e Koch e Elias (2009). Os resultados permitem afirmar que a orientação argumentativa dos aspectos linguísticos presentes nos enunciados
e em seus encadeamentos organizam-se no sentido de indicar o posicionamento do locutor que, em função da necessidade de uma economia de escrita, circunscreve seu “querer-dizer” a determinada dimensão estética.
Palavras-chave: Argumentação; Estratégias; Gêneros Digitais; Tweet; Twitter
Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
ANÁLISE DO REPOSITÓRIO DIGITAL DO MEC “PORTAL DO PROFESSOR” À LUZ DOS CONCEITOS DOS NOVOS E MULTILETRAMENTOS
Gláucia de Jesus COSTA ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Ao contrário dos prognósticos dados por muitos educadores ainda resistentes com relação ao uso deliberado das Tecnologias de Informação e Comunicação nos espaços escolares, o uso da internet e dos materiais nela disponíveis tem conduzido cada vez mais as pessoas
ao desenvolvimento de novas habilidades. Os novos tipos de tecnologias permitem novos modos de manutenção e transformações, tanto
dos processos de aprendizagem como das relações sociais envolvidas na construção do saber e essas mudanças trazem consigo novas
inquietações para quem se debruça nos estudos dos novos e multiletramentos. Tais transformações é o que nos parece mais carente de
exploração no âmbito da Linguística Aplicada. Portanto, entendemos que é pertinente investigar como práticas sociais de construção e
utilização de materiais hipermidiáticos de forma colaborativa em redes digitais trazem à baila as discussões sobre os estudos dos novos
e multiletramentos, bem como afetam os ambientes de ensino-aprendizagem. Neste sentido, o presente projeto de pesquisa apresenta
como objetivo central analisar o repositório digital Portal do Professor do MEC em cinco dos seus ambientes a fim de investigar como este
ambiente colaborativo de aprendizagem se coaduna com os novos modelos de educação contemporânea configurados no novo Ethos e
que implicações esse portal traz para uma aprendizagem verdadeiramente significativa que contemple os conceitos dos novos e multiletramentos. Para realizar este empreendimento, optamos por uma análise documental com uma abordagem qualitativa de cinco janelas deste
portal visualizadas logo em seu layout de entrada e de duas subseções de cada janela, totalizando 10 subseções, delineamos um percurso
teórico que possa ao longo do desenvolvimento da pesquisa fundamentar nossas indagações, bem como ser capaz de refinar nossa análise e considerações. Assim, buscamos um arcabouço teórico que se ancora nos pressupostos da Pedagogia dos Multiletramentos, nos
conceitos de Novos letramentos e nos estudos de multimodalidade.
Palavras-chave: Ambiente virtual de aprendizagem; Construção de sentido; Multiletramento; Novos letramentos; Portal do professor
Eixos Temáticos: Ensino-Aprendizagem/Leitura
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
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R ES U M OS
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
DIAGNÓSTICO SOBRE A REALIZAÇÃO DA COESÃO TEXTUAL EM TEXTOS DE ALUNOS DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE
SÃO PAULO
Hanna ESTEVAM ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Esta pesquisa, em estágio inicial, tem por objetivo traçar um diagnóstico sobre as estratégias de coesão textual empregadas por alunos
do Ensino Fundamental II e Médio da rede pública da cidade de São Paulo; para tanto, serão analisadas cerca de 280 redações (40 de
cada ano do Ciclo II e Médio). Este trabalho insere-se no âmbito da Linguística Textual (KOCH: 2011; MARCUSCHI: 2012), de modo que a
análise das redações não será apenas formal, listando quais estratégias coesivas os alunos dominam e quais não dominam; para além
disso, serão analisados os efeitos de sentido produzidos por estas estratégias, compreendendo a coesão como um mecanismo potente
para a produção de sentido na confecção de um texto autoral (POSSENTI: 2002). Após esta etapa de elaboração de um diagnóstico,
será realizada uma pesquisa-ação sobre estratégias metodológicas produtivas para ensino deste tema. Nesta comunicação, será apresentada uma análise prévia de 40 redações de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II de uma escola municipal de São Paulo, com
ênfase para as estratégias de coesão referencial (KOCH & MARCUSCHI: 1998; KOCH: 2010, 2011; CAVALCANTE: 2003; MONDADA &
DUBOIS: 2014).
Palavras-chave: Autoria; Coesão; Diagnóstico; Produção de sentido; Referenciação
Eixo Temático: Escrita
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
NARRATIVAS DE CULTURA DE TRADIÇÃO ORAL OU QUANDO A PALAVRA É CORPO
Henrique Leonardo DUTRA ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
O modelo escolar brasileiro vigente segue parâmetros curriculares educacionais que somente privilegiam conhecimentos científicos,
baseados na escrita e não os conhecimentos/saberes advindos das tradições culturais ou orais, já que a visão transmitida pela escola é
sempre a visão determinada pelas classes dominantes (DUARTE JR. 2011). Nesse sentido, as identidades brasileiras constituídas por um
caleidoscópio de povos e culturas, em especial as indígenas e as africanas, que guardam seu conhecimento por meio da palavra falada e
vivenciada, ficam em segundo plano, ou então, tem suas verdades distorcidas, quando não suprimidas. Neste sentido, a Pedagogia Griô,
criada no contexto do Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô, em Lençóis, na Bahia, ressignifica a identidade e a ancestralidade, colocando
a palavra, o corpo e a vivência no centro da roda. Os mestres de tradição oral, que carregam consigo a biblioteca viva dos saberes, mais
conhecidos como griôs - palavra abrasileirada do francês griot, que traduz a palavra africana dieli ou jieli que, por sua vez, significa
“sangue que circula” (PACHECO, 2006) - são reinventados para integrarem mito, arte, ciência e história de vida com os saberes e fazeres
tradicionais da comunidade a partir da palavra viva. Como pensar por uma educação atravessada por mais cultura? Como a tradição oral
disputa narrativas dentro do contexto de uma cultura certificada pelo advento da escrita? Os autores brasileiros Lilian Pacheco, Duarte
Junior, Paulo Freire e Teixeira Coelho são convocados junto ao africano Amadou Hampate Ba para conceber a tradição oral como ponto
de partida para a elaboração do conhecimento, dialogando com o saber formal nas Escolas, Universidades e demais espaços educativos
a partir da prática experienciada no contexto da Pedagogia Griô. Nesse projeto visceral, afetivo e corporal onde a palavra não cabe na
escrita, é realizada uma análise qualitativa, aliada a observação participante. Ação e vivência se concatenam com entrevistas e organização de um banco de imagens composto por fotografia e vídeo de práticas experienciadas no Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô - BA
e Projeto de Extensão em Pedagogia Griô na Unicamp – SP, criando um portfolio visual de corpo-palavra-imagem na tensão de conceber
uma pesquisa situada entre a linha da escrita e da oralidade.
Palavras-chave: Corpo; Oralidade; Pedagogia Griô; Projeto de extensão; Tradição oral
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
TRAJETÓRIAS DE LEITURA LITERÁRIA DE PROFESSORAS ALFABETIZADORAS E ENSINO DE LEITURA NOS ANOS INICIAIS
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Iracema Santos do NASCIMENTO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Esta pesquisa de doutorado tem como objetivo verificar relações entre trajetórias de leitura literária de professoras alfabetizadoras e
ensino de leitura nos anos iniciais do ensino fundamental. Como contexto mais geral em que essas duas variáveis se inserem, serão
considerados elementos de estrutura e gestão escolar que influenciam no ensino de leitura nessa etapa da escolaridade. Para seu desenvolvimento, encontra-se em andamento pesquisa empírica em uma escola da rede estadual, situada em bairro periférico da zona sul
da capital paulista. A partir do conceito universal de trabalho como atividade orientada a um fim, como mediação entre o ser humano
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39
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
e a Natureza, que garante ao homem a produção material de sua existência pela realização de sua vontade como sujeito criador de valor
e autor de sua própria história (MARX, 1988), procura-se indagar sobre a especificidade do trabalho educativo. A educação também é
compreendida como atividade orientada a um fim, cuja função é a atualização do ser humano-histórico pela apropriação da cultura (PARO,
2011). Cabe à escola e aos professores a atividade primordial que garante às sucessivas gerações humanas a apropriação do saber historicamente produzido (LEONTIEV, 1975). Considerando que a principal peculiaridade do trabalho educativo perante as outras atividades
produtivas é o fato de que o resultado da educação se alcança pela interação entre dois sujeitos, e não entre um sujeito e um objeto (PARO,
2012), a pesquisa busca identificar o papel específico do trabalho da escola como um todo e do professor em particular quanto ao ensino
de leitura nos anos iniciais do ensino fundamental. No tocante aos conceitos de linguagem e língua, a pesquisa ancora-se na ideia da
constituição humana como processo coletivo de diálogo e interação, tomando a noção de língua como trabalho, como atividade cujo fim ou
produto é a consciência dos sujeitos (GERALDI, 2013). Desse modo, cabe à escola e ao professor observar e estimular o esforço, o trabalho
dos educandos em seus processos de produção de textos (orais, escritos, leituras). Diante do engendramento sociocultural e econômico
que conferiu à leitura de livros “extraordinário efeito distintivo” (FABRE, 2009), o estudo procura reforçar que é possível aprender a ler em
seu sentido mais pleno e que tal aprendizagem não é “a simples atualização de um capital herdado” (HÉBRARD, 2009). Assim, refutando
a “suposta neutralidade cultural do ato de ler” e a ideia de que o aprendizado da leitura seja “evidente” para a escola (HÉBRARD, 2009),
defende-se a proposição de que a entrada na escrita é um processo longo “que exige múltiplas habilidades e competências – das crianças
e dos professores” (CHARTIER, 2011). Desse modo, entende-se que a escolarização da leitura literária tem importante papel a cumprir na
apropriação da literatura por crianças, adolescentes, jovens e adultos que frequentam a escola (GOMES-SANTOS, 2010).
Palavras-chave: Aprendizagem de leitura; Ensino de leitura; Leituras de professores; Professor-leitor
Eixos Temáticos: Ensino-Aprendizagem/Leitura
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
TRANSDISCIPLINARIDADE EM LÍNGUA INGLESA – ENSINO FUNDAMENTAL I – PERCURSOS E REPRESENTAÇÕES DOCENTES
Joana de São PEDRO ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
O presente trabalho é um recorte de meus estudos de doutorado em andamento. A pesquisa é um estudo de caso (YIN, 2010) de uma única
professora de inglês do ensino fundamental I, de uma escola particular do interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados
através da observação do total de vinte aulas de diferentes classes ao longo de seis meses e também de entrevistas semi-estruturadas
(LÜDKE; ANDRÉ, 1986) com a professora a respeito de suas representações sobre transdisciplinaridade, língua e cultura. No entanto, para
os fins deste trabalho, destaco somente a questão da transdisciplinaridade. Fez-se, pois, um percurso a respeito desse construto, pelas
visões multidisciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares e o pensamento complexo. Nesse sentido, multidisciplinar é uma justaposição de disciplinas (SANTOS; SANTOS; SOMMERMAN, 2009). Interdisciplinaridade é um grupo de disciplinas conexas, interagindo entre
si de forma recíproca de modo a gerar enriquecimento, religando fronteiras, mas preservando a individualidade de cada uma (FERIOTTI
e CAMARGO, 2007), ou, ainda, momentos de interlocuções entre uma e outra disciplina (SANTOS; SANTOS; SOMMERMAN, 2009).Já a
transdisciplinaridade supera as barreiras e as especificidades de cada disciplina porque busca a integração dentro de um sistema total
sem delineamento de fronteiras, havendo um propósito comum (FERIOTTI e CAMARGO, 2007). A ação transdisciplinar é uma proposta de
articulação da formação do ser humano em sua relação com o mundo, com os outros, consigo mesmo e com o ser (MENSAGEM DE VILA
VELHA-VITÓRIA, 2005). Já a complexidade é um “tecido interdependente, interativo e interretroativo entre o objeto de conhecimento e seu
contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si” (MORIN, 2011, p. 36). Os dados estão sendo analisados considerando a
proposta de Liberali (2012) de descrever, informar, confrontar e reconstruir, tendo em vista o objetivo da formação de professores de inglês
para o fundamental I, fase em que há uma lacuna, visto que não é contemplada nem pelos cursos de Pedagogia nem pelos de Letras (GIMENEZ, 2011). Os dados estão sendo analisados sob as categorias de multidisciplinar; interdisciplinar e transdisciplinar, levando em consideração que esses aspectos se sobrepõem em trechos das aulas e do discurso da professora e, portanto, não são categorias estanques.
Palavras-chave: Ensino Fundamental I; Língua inglesa; Representações docentes; Transdisciplinaridade
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
O PAPEL DO OUTRO NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA PELA CRIANÇA
Julia Maria Borges ANACLETO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Este trabalho tem como objetivo compartilhar a trajetória de nossa pesquisa de mestrado, bem como seus resultados, realizada no âmbito
da linha de pesquisa de Psicanálise e Educação. O objetivo da pesquisa foi investigar como a questão do papel do outro na aquisição
da escrita pela criança é trabalhada por diferentes correntes teóricas que sustentam concepções sobre o processo de alfabetização. A
pesquisa se centrou em uma revisão bibliográfica, buscando construir nexos importantes entre as diferentes perspectivas. Partimos da
40
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
análise de como essa questão comparece na obra de Emilia Ferreiro, autora cuja concepção construtivista sobre a gênese da escrita na
criança teve - e ainda tem - grande repercussão no meio educacional brasileiro. Apesar dessa grande aceitação, a perspectiva adotada
por ela também é alvo de muitas críticas justamente quando se trata de avaliar a importância da interação no processo de aprendizagem.
A leitura mais detida de diferentes textos de Emilia Ferreiro nos revelou uma problematização do próprio conceito de representação,
fornecendo diversos elementos que possibilitem ir além da crítica à concepção “tradicional” da escrita como código, em direção a um
questionamento mais aprofundado da relação da escrita com a oralidade. Além disso, aponta-se a problemática referente ao caráter
social da escrita, no sentido da afirmação da “realidade social” do “objeto-escrita”. Na perspectiva sociointeracionista, a questão do
papel do outro na aquisição da escrita pela criança é trabalhada a partir do apontamento de que se trata de uma interação entre sujeitos,
que para tanto fazem uso da linguagem. Smolka desenvolveu um trabalho pioneiro na tentativa de ir além da referência piagetiana de
Emilia Ferreiro, focando a dimensão discursiva do processo de aprendizagem da escrita. Para tanto, recorre aos referenciais teóricos da
Sociolinguística e da Análise do Discurso, bem como realiza uma discussão importante entre a concepção vigotskiana da aprendizagem
da escrita e a teoria dialógica de Bakhtin. Ao analisar as formulações de Smolka e sua articulação de diferentes referenciais encontramos outros limites, que dizem respeito ao que extrapola o campo político-social. Ao explicitar as referências mobilizadas pela autora,
intentamos analisar como seu estudo dá ênfase ao aspecto comunicativo da linguagem, além de revelar a crença na possibilidade de um
ensino que “esclarece, não oculta, não disfarça” (SMOLKA, 1988, p. 43). Esse modo de abordar a questão deixa de considerar a relação
entre ensino e aprendizagem do ponto de vista de uma impossibilidade estrutural, o que pode ser discutido a partir da perspectiva psicanalítica. A linguagem, nessa perspectiva, é considerada em sua dimensão estrutural, na medida em que, enquanto função significante,
ela é estruturante do próprio sujeito do desejo. Portanto, nossa investigação se direciona para a consideração da teoria psicanalítica
da constituição do sujeito, capaz de fornecer elementos para discutir a questão do papel do outro na aquisição da escrita de uma perspectiva nem sociológica, nem histórico-cultural. A partir da noção de Outro, assim grafado por dizer respeito ao campo da palavra e da
linguagem entendido como condição estrutural do laço social, foi possível problematizar as categorias de indivíduo e meio ambiente e
tecer a discussão sobre o papel do outro no processo de aquisição da escrita e até mesmo dos processos de aprendizagem em geral.
Palavras-chave: Aquisição da escrita; Emilia Ferreiro; Psicanálise e educação
Eixos temáticos: Escrita/Alfabetização e Letramento
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
A AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO RELAÇÃO DIALÓGICA
Juliana SCARAZZATTO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Este estudo tem como objetivo compreender como os professores de educação física atuantes na educação básica elaboram os sentidos
sobre sua aula. Para adentrar nesse universo simbólico, pretende-se realizar um estudo de campo, no qual as ações interativas entre
docentes e alunos serão registradas pela pesquisadora por meio da produção de textos e serão analisadas de forma a explicitar a dinâmica relacional própria da atividade pedagógica. Consideramos que o movimento humano é uma construção eminentemente simbólica
porque produzida entre sujeitos socialmente organizados. Deslocamos o olhar do “movimento mecânico” para o “gesto cultural”, de uma
ação física para uma construção semântica. O gesto se banha no material social, constrói-se entre sujeitos historicamente situados. É
ideologicamente constituído, materializa-se no terreno interindividual, ou seja, no encontro entre sujeitos que dançam, lutam, brincam,
jogam, praticam esportes, fazem ginástica, enfim, compartilham conhecimentos da cultura corporal (COLETIVO DE AUTORES, 1992)
que caracterizam-se como formas de linguagem, expressas e organizadas pelo/no corpo. A aula de educação física encarada como
possibilidade de construção de sentidos, de signos ideológicos, caracteriza-se como um terreno fértil para a compreensão da realidade
(BAKHTIN, 2004, p.35). Com o auxílio da Teoria da Enunciação pretendemos compreender a aula como um processo dialógico. As falas
produzidas nesse contexto são consideradas como relação dialógica, que se estabelece numa cadeia ininterrupta de enunciados, considerados como unidades reais de comunicação. Para Bakhtin (2003, p.32), as relações dialógicas se constituem como um encontro de
enunciados, o que implica dizer que não basta que duas falas distintas sejam sobrepostas, é necessário compreender os enunciados
como um conjunto de sentidos. Enxergar a aula como esse espaço de circulação de sentidos contribui para que os professores compreendam que seus alunos não são ouvintes passivos (BAKHTIN, 2003, p.271) no processo de apreensão de conhecimentos. Os sentidos
são elaborados e reelaborados dinamicamente por alunos e professores que são ouvintes e falantes, produzem respostas ativas aos
enunciados e sentidos.
Palavras-chave: Cultura Corporal; Educação Física; Formação de Professores; Linguagem
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem em diferentes disciplinas escolares
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
FEIÇÕES DA DIGNA IDADE: UMA ETNOGRAFIA VISUAL DO DIREITO HUMANO À ARTE-EDUCAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
Kizz de Brito BARRETTO ([email protected])
Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O projeto de pesquisa está radicado na linha “Fundamentos do ensino e aprendizagem da arte” do Programa de Pós-Graduação em Artes
Visuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Ao promover uma intersecção entre a arte-educação,
a dignidade humana e o envelhecimento, a pesquisa tenciona responder: 1. Qual a importância dos processos arte-educativos na terceira
idade para a preservação da dignidade da pessoa humana nessa fase da vida? 2. A ação arte-educativa contribui para uma senescência
digna? Partimos da hipótese de que o exercício do direito humano à arte-educação na terceira idade, por meio dos mais diversificados
processos de ensino e aprendizagem das artes (com suas múltiplas linguagens), contribui para a preservação da dignidade humana nessa
etapa da existência. A presente pesquisa tenciona verificar a contribuição dos processos arte-educativos para a preservação da dignidade
no envelhecimento. A bibliografia contemplada transita sobre aspectos da educação e da filosofia (ARENDT, 2014; 2009), (CARVALHO,
2013), (CORREIA, 2010), da arte-educação (READ, 2013), (JUNIOR, 1988; 1991), do direito humano à educação (BEITER, 2005), dos direitos
humanos (PIOVESAN, 2006; 2010), (WEIS, 2010), (GALLARDO, 2014), da dignidade e da educação do idoso (DISCH; DOBROF; MOODY,
1998), (CACHIONI; NERI, 2004), além de carrearmos alguns livros relacionados ao alicerce metodológico adotado (BAUER; GASKELL, 2014),
(ANGROSINO, 2008), (ANDRADE, 2002). A pesquisa consiste numa etnografia visual, uma vez que nos ocuparemos da dinâmica cotidiana
existente no ensino e na aprendizagem da arte na maturidade por meio da observação cuidadosa em um Centro de Convivência de idosos
na cidade de São Paulo-SP. A escolha da etnografia visual como método decorre da necessidade de descrevermos as ações arte-educativas
dos idosos desse centro de convivência que será palco das nossas observações de forma dialógica, personalizada e multifatorial para que
assim possamos “revelar o retrato mais completo possível” (ANGROSINO, 2009, p. 31) do grupo senescente sob estudo.
Palavras-chave: Arte-educação; Dignidade Humana; Envelhecimento
Eixo Temático: Arte, Linguagem, Conhecimento/ Ensino-Aprendizagem de Língua
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A REFLEXÃO DE UMA ANÁLISE DE DOCUMENTOS OFICIAIS SOB A
PERSPECTIVA BAKHTINIANA
Lays PEREIRA ([email protected])
Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil
Esta comunicação tem como objetivo apresentar um recorte das análises feitas de dois currículos durante a pesquisa de Mestrado intitulada “As concepções de linguagem, as concepções de textos escritos e as perspectivas de justiça nas Propostas Curriculares do Estado
do Ceará e do Município de Guarulhos/SP: uma análise bakhtiniana”. Além deste objetivo primeiro, tem como intenção, também, dialogar
e contribuir de modo amplo com a área de estudos da linguagem e educação e com os diversos pares e estudos em curso. No momento
da escrita da dissertação de mestrado, o objetivo geral era investigar as concepções de linguagem e textos escritos nas propostas curriculares de Ensino Fundamental I, de redes públicas do município de Guarulhos/SP e do estado do Ceará. Tinha como objetivo, também,
observar as perspectivas de justiça no discurso de ambos os documentos, pois havia o pressuposto de que a justiça na educação escolar, a
qualidade da educação e a equidade, diziam respeito aos processos de aprendizagem e às oportunidades educacionais ofertadas. Tratava-se de uma pesquisa de base documental, especificamente, de um estudo de caso de dois documentos curriculares; um deles organizado
pelo Governo do Estado do Ceará (Proposta Curricular de Língua Portuguesa – PCLP/CE) e o outro pelo Governo do Município de Guarulhos
(Quadro de Saberes Necessários – QSN/GRU). A escolha dessas propostas curriculares, que compõe nosso corpus de análise, não é aleatória, mas pautada pela declaração de que tais normatizações têm no horizonte a construção de escolas justas. Esta pesquisa apoiou-se
nos pressupostos teóricos e metodológicos de Mikhail Bakhtin, enquanto as reflexões e análises foram tecidas a partir dos textos que
circulam e disputam posições na arena de luta social – os currículos de ambos os governos. Para as análises foi mobilizado o conceito
de polifonia, sob o viés bakhtiniano, para compreender e identificar as diversas vozes sociais que constituem a arena de disputa para a
elaboração desses documentos curriculares, por meio da apreensão das condições de produção e do estudo dos enunciados. De modo
mais específico, as análises se organizaram sob três pontos: i) os aspectos conjunturais e históricos; ii) a organização composicional do
documento; iii) as vozes e revozeamentos. Desse modo, sob as lentes bakhitinianas, pudemos vislumbrar o potencial que o texto (das propostas curriculares) apresenta como materiais privilegiados da construção da educação e suas práticas, bem como na interação social, na
relação de interdependência com o outro, na experiência de alteridade. Por meio dele, pudemos compreender a organização educacional
de Estado e do um Município e como o contexto, ao mesmo tempo que interfere, também é constituinte dos discursos, dos documentos e,
por conseguinte, das transformações sociais e educacionais. Por fim, as propostas curriculares que nos propusemos a analisar não estão
soltas e, por isso, não estão isentas das articulações e posições políticas.
Palavras-chave: Concepção de linguagem; Concepção de textos escritos; Discurso Oficial; Ensino de Língua Portuguesa; Justiça; Proposta Curricular
Eixo Temático: Discursos sobre o ensino/Políticas linguísticas
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
MOBILE LEARNING: UM NOVO PARADIGMA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM OU APENAS MAIS UMA FERRAMENTA
PARA AS SALAS DE AULA?
Leandro Fabrício CAMPELO ([email protected])
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, MG, Brasil
O objetivo desta pesquisa é investigar o uso do m-learning na educação com foco em cursos superiores de Geografia. Serão analisadas
Universidades que usam dispositivos móveis para suas aulas presenciais ou a distância. Observa-se que a expansão desses aparelhos
tecnológicos tem levado à discussão sobre sua utilização no âmbito educacional. Desta forma, avaliar suas vantagens e desvantagens
para o processo de ensino e aprendizagem é fundamental. Assim, surgem algumas questões: O uso do m-learning na educação vai mudar a forma de ensinar e aprender em salas de aulas tradicionais e a distância? Os professores estão preparados para lidar com estas
tecnologias? É possível uma sala de aula com nativos digitais sem dispositivos móveis? Experiências com m-learning em outros países
trouxeram benefícios para a sala de aula? Serão usados como aportes teóricos alguns autores que trabalham com temas como dispositivos móveis, educação a distância e nativos digitais. A discussão de John Traxler sobre a influência dos dispositivos móveis na educação
será de grande importância para o tratamento do tema m-learning; já sobre os nativos digitais, os estudos de Veen & Vrakking, Palfrey
& Gasser e Mark Prensky mostram como os jovens pensam e agem, assim facilitando o diálogo com as novas tecnologias. A teoria de
George Siemens sobre o Conectivismo também orientará a análise. Trata-se de uma teoria alternativa de aprendizagem, adaptada à nova
realidade tecnológica e à sociedade em rede. O Conectivismo defende que o conhecimento se cria através de uma rede de conexões,
sendo a aprendizagem a capacidade de construir conhecimento em conexão. A metodologia empregada será a pesquisa qualitativa com
alunos e professores de cursos superiores, para que serão aplicados questionários semiabertos, entrevistas e grupo focal, com o objetivo
de conhecer como professores e alunos usam os dispositivos móveis no seu cotidiano.
Palavras-chave: B-learning; Educação a distância; M-learning; Nativos digitais; Tecnologia na educação
Eixo temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de trabalho: Projeto de Pesquisa
A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS EM MEMES
Lilian Mara Dal Cin dos SANTOS ([email protected])
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/Universidade Paulista, SP, Brasil
Este trabalho tem por objetivo apresentar pesquisa de Doutorado que se encontra em fase inicial. Nosso estudo pretende analisar como
se dá a construção de sentidos e, consequentemente, do humor em memes. A palavra “meme” nos traz a impressão de que estamos
falando de algo novo, nascido com a Internet e as Redes Sociais. No entanto, nada mais é do que um nome novo para algo antigo: é
uma ideia, uma informação, divulgada com a intenção de ser replicada. Algo que não varia nos memes e que é uma característica muito
forte desses textos é o fato de eles serem curtos: uma ideia, uma frase, um bordão, uma foto, um vídeo de alguns segundos. Enquanto as
correntes eram, predominantemente, textos, muitas vezes, longos, os memes são mais concisos. Outra característica dos memes é que
dificilmente se atribui autoria a eles. Ninguém replica uma frase, imagem ou vídeo dizendo quem o produziu. Faz parte da brincadeira
levar as pessoas a se interessarem pelo meme e buscarem descobrir sua origem. Para realização de nosso trabalho, identificaremos e
levantaremos material bibliográfico, dentro da Linguística textual, pertinente ao estudo da construção de sentidos em texto, bem como
ao estudo do humor e da relação entre linguagem verbal e não-verbal. Paralelamente, coletaremos memes que circularem nas Redes
Sociais durante o ano de 2015. Por último, identificaremos, no corpus, as estratégias cognitivas, interacionais e textuais acionadas para
se construir sentido e compreender o humor nesses textos. Acreditamos que nossa pesquisa pode criar subsídios para que se trabalhe
com os memes em sala de aula. A importância de se apresentar esse gênero digital aos alunos reside no fato de ele ser um bom caminho
para se trabalhar o processo de construção de sentidos em um texto, valendo-se do conhecimento prévio do aluno e levando-o à leitura
e ao contato com expressões que fazem parte do seu universo. Todo meme surge de uma situação concreta e, na maioria das vezes,
conhecida pelo estudante. Quando ele é levado a refletir sobre aquela situação, sobre como ela desencadeou a produção de um texto e
sobre como os sentidos e o humor são construídos nele, torna-se não somente mais atento ao que acontece ao seu redor, como também
mais crítico. Concluímos, portanto, que nosso estudo é relevante dentro da área da Linguística/Língua Portuguesa, pois não só explorará
um gênero digital recente, o meme, como trará subsídios para que ele seja trabalhado em sala de aula.
Palavras-chave: Construção textual de sentidos; Gêneros digitais, Linguística Textual; Meme
Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
AS FIGURAS DE LINGUAGEM EM LIVROS DIDÁTICOS E GRAMÁTICAS ESCOLARES: CONCEPÇÕES DE LÍNGUA E MÉTODOS
DE ENSINO
Loreta Russo MONTEIRO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Esta comunicação tem como objetivo discutir concepções de língua que subjazem ao ensino das figuras de linguagem no ensino médio,
sobretudo na 1ª série, a partir de resultados parciais de nossa pesquisa de mestrado. Trata-se, mais especificamente, de realizar uma
descrição de como as figuras são abordadas em livros didáticos e gramáticas escolares, segundo critérios tais como: perspectiva teórica
do autor, didatização dos conceitos teóricos utilizados, contextualização dos exemplos e dos exercícios, entre outros. Geralmente, as
figuras de linguagem constam das gramáticas – em função de uma longa trajetória retórica – e são listadas com exemplos que, muitas
vezes, não ilustram adequadamente as definições. De modo ainda mais preocupante, devido ao extremo formalismo como são tratadas as
figuras de linguagem, não fica claro para o aluno de ensino médio que elas são um instrumento importante de compreensão de textos, no
caso da leitura, e um recurso expressivo valioso nas produções de texto, graças a seu alto poder argumentativo. Mikhail Bakhtin (2013,
p. 24-28), ao escrever sobre a importância de o aluno conhecer o valor estilístico de formas gramaticais, afirma que “todas essas formas
podem e devem ser analisadas do ponto de vista de suas possibilidades de representação e expressão, isto é, esclarecidas e avaliadas
de uma perspectiva estilística. (...) Sem a abordagem estilística, o estudo da sintaxe não enriquece a linguagem dos alunos e, privado de
qualquer tipo de significado criativo, não lhes ajuda a criar uma linguagem própria; ele os ensina apenas a analisar a linguagem alheia já
criada e pronta” (realce nosso). Isso significa que ter domínio dos procedimentos estilísticos – cujo cerne é o processo de figurativização –
faz-se essencial tanto à constituição da autoria do aluno como à sua competência leitora. Segundo José Luiz Fiorin (2014, p. 10), o maior
problema no estudo das figuras é sua apresentação como mera operação formal, sem que se mostre o sentido que elas criam sobre o
interlocutor – seu efeito discursivo –, muito embora as formas da língua existam para produzir sentidos.” De acordo com essa visão, faz-se
mister que o professor, dialogando com o material didático utilizado, consiga mostrar a seu aluno que as figuras de linguagem são mais
que um simples ornamento, simples embelezamento do texto. Além dos autores supramencionados, julgamos imprescindível observar o
tratamento das figuras nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (2000) e na Proposta Curricular do Estado de São Paulo
(2008), documentos estes que orientam a prática docente em nível nacional e estadual, respectivamente.
Palavras-chave: Ensino; Figuras de linguagem; Gramática; Língua Portuguesa; Livro didático
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua/Livro didático
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
DA ANÁLISE DO DISCURSO AO ENSINO DE TEXTO
Lucas do NASCIMENTO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O objetivo deste trabalho é (1) apresentar os pressupostos da Análise de Discurso como proposta de ensino de texto (cf. NASCIMENTO,
2015; PÊCHEUX, 1975; 1983; SMOLKA; 1985) e (2) analisar dois textos de alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental de uma escola pública
da cidade de São Paulo, reconto da narrativa “A raposa e o corvo”. A análise do discurso (AD) na escola, teoria que oferece elementos
para uma disciplina de interpretação integrada ao ensino de Língua Materna, trabalha o resultado de uma atividade de escrita como texto,
como trabalho de significação. O movimento para essa escrita enquanto texto – objeto histórico, que significa – articulado entre sujeitos
interlocutores, diversos e distintos, em determinados lugares de enunciação, é o que se entende por discurso: movimento de linguagem
por sujeitos que trabalham com a língua. Àquele trabalho de escrita (RIOLFI, 2003) equivale dizer que sempre constitui o texto como um
discurso e, enquanto tal, caracteriza-se pela incompletude, ainda que seja um objeto com início, meio e fim. Nesse caso, não só interessa
sua organização nos aspectos gramaticais e textuais para a AD. O que interessa é o que ele organiza em sua discursividade, seus aspectos discursivos (NASCIMENTO, 2015), em relação à ordem da língua e das coisas: sua materialidade corpórea. Segundo estudiosos do
discurso, a história afeta a linguagem de sentidos. Desse encontro resulta o texto, logo, a textualidade, que é histórica, faz sentido. Como
o texto é o fato de linguagem por excelência, os estudos e o ensino que não tratam da textualidade e da discursividade não alcançam a
relação com a memória da língua (PÊCHEUX, 1983). O texto aparece como pressuposto, unidade feita, ou resultado da expressão. Não
aparece na gramática histórica ou na definição de filologia, nas quais a literatura e os documentos literários são o que lhe tomam o lugar.
A fim de que o texto ganhe um estatuto próprio, suas questões não podem estar ligadas somente à gramática – como está nas gramáticas
pedagógicas ou expositivas,. Deve ter sim uma organização gramatical com atenção aos aspectos formais da língua, uma organização
textual com início, meio e fim, mas inicialmente valorar a existência de um autor que representa a ilusão da origem de seu dizer, a sua
vida de trabalhador de escrita, com marcas de leituras que se escrevem, isto é, com discursividade que permita ao leitor identificar um
fio discursivo, com objeto do discurso e progressão temática. Na escola, o fato de o texto não ser concebido na sua complexa articulação
com a noção de discurso é uma das dificuldades de se trabalhar a questão da escrita em sala de aula, da alfabetização como processo
discursivo (SMOLKA, 1985). O comum é aquele ensino de texto em que o professor, ao fazer uma listagem do que o aluno “não pode fazer
em seu texto faz uma mediação marcada pela ideologia e, do alto de sua autoridade, atua por meio de regulamentos, às vezes até mesmo
silenciando a voz do aluno.
44
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Palavras-chave: Análise de Discurso; Ensino; Texto
Eixos temáticos: Ensino-Aprendizagem de Língua/Escrita
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
O GOVERNO FINGE QUE INVESTE, A ESCOLA FINGE QUE FACILITA, O PROFESSOR FINGE QUE ENSINA, O ALUNO FINGE
QUE APRENDE E A FAMÍLIA FINGE QUE SE IMPORTA: CRENÇAS E EXPECTATIVAS DE AGENTES ENVOLVIDOS NO ENSINO/
APRENDIZAGEM DE INGLÊS COMO LE DE MARABÁ-PA
Luciana Kinoshita BARROS ([email protected])
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, PA, Brasil/ PG-Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Em nossa tese de doutoramento, pretendemos investigar as crenças e as expectativas de diferentes agentes envolvidos no ensino/
aprendizagem de inglês como LE na rede pública de Marabá/PA sobre como se dá esse processo em diversos níveis da educação
formal escolar e sobre a formação de professores da língua. A relevância de estudar esse tema está atrelada ao comprovado fracasso
da aprendizagem do inglês como LE na Educação Básica pública brasileira (BRASIL, 2012b, 2013c, 2013d, 2013e, 2013f; LIMA, 2011;
LEFFA, 2011; RUIZ; 2009; MASCARENHAS, 2007; PAIVA, 2003), muitas vezes atribuída à falta de competência linguística dos professores
de inglês (SILVA, 2013; PAVAN, 2012; LIMA, 2011, BARCELOS, 1995; ALMEIDA FILHO, 1992), competência esta que, segundo Almeida
Filho (1993), é apenas uma das quatro que o ofício do professor de LE pressupõe. Nosso objetivo é sugerir possíveis meios para que o
desenvolvimento da competência linguístico-comunicativa em inglês como LE aconteça de forma eficaz na rede pública de ensino a partir
da compreensão de crenças e expectativas de diferentes agentes escolares sobre ensino/aprendizagem de inglês como LE e sobre a formação de professores para tal tarefa em um contexto onde há professores não-nativos trabalhando com alunos não-imersos na LA. Para
alcançar o objetivo traçado pretendemos desenvolver uma investigação de cunho qualitativo que envolverá aplicação de questionários
e análise documental, além de pesquisa bibliográfica com base em referencial teórico relativo a estudos sobre essas questões na área
de Linguística Aplicada que tiverem como foco investigações a respeito de crenças e expectativas em relação ao ensino/aprendizagem
de línguas e formação docente (ALMEIDA FILHO, 1993 e 2009; BARCELOS, 1995 e 2001; BORTONI-RICARDO, 2005; EAGLY e CHAIKEN,
1993; HYMES, 1979; LEFFA, 2001; LIMA, 2011; PAJARES, 1992; PAVAN, 2012; SILVA, 2011 e 2013; VIEIRA-ABRAHÃO, 2006).
Palavras-chave: Crenças; Educação escolar pública; Expectativas; Ensino-aprendizagem de língua estrangeira; Formação de professores de língua estrangeira
Eixo temático: Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira
Modalidade de trabalho: Projeto de Pesquisa
O IMAGINÁRIO DO REVISOR DE TEXTOS NOS RITOS GENÉTICOS EDITORIAIS
Luciana Rugoni SOUSA ([email protected])
Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil
É crescente o número de trabalhos acadêmicos em diversas áreas que vêm abordando aspectos referentes ao mercado editorial, relacionados, sobretudo, à demanda por formação de leitores e também à expressiva multiplicação de títulos e autores, que decerto está
atrelada às especificidades da cultura digital (JOHNSON, 2001). Todavia, embora isso seja um avanço para os estudos relacionados à
ordem do livro (Cf. CHARTIER, 2009), ainda há muito que investigar, inclusive no que tange às condições de produção dos sentidos nos
textos destinados a publicação ou, nos termos que enfatizaremos aqui, seguem para circulação pública. Nesse cenário, há uma etapa
importante da complexa cadeia de produção de textos públicos: a revisão de textos, que, de certo modo, existe há séculos, mas muitos
ainda não sabem o que essa atividade profissional implica, havendo, por isso, uma certa desvalorização desse ofício. Para muitos, a
revisão de textos é um trabalho exclusivamente técnico, pois não se associa a tal atividade a complexidade que envolve os processos de
correção, calibragem e sugestões ao texto de um outro, que tem dimensão normativa, portanto implicações ideológicas. Nesse contexto,
analisa-se discursos variados sobre revisão de textos, textualizados em materiais que foram coletados em diferentes fóruns, na busca
por compreender a dinâmica na qual determinados discursos são ditos (ou não ditos), e como eles são constituídos por meio do outro
nos vestígios dos quais emerge um imaginário de revisor. O corpus é constituído por um conjunto de dados: (i) discursos referentes às
práticas de revisão de textos, postos em circulação em diferentes ambientes, como fóruns e cursos específicos para a formação do leitor
profissional; (ii) textos referentes às práticas de revisão de textos em uma comunidade intitulada Revisores, na rede social Facebook; e
(iii) notas de coenunciadores editoriais num processo de edição de um livro didático de educação a distância. A discussão toma como
referência os caminhos teóricos desenvolvidos por Dominique Maingueneau para apreender a maquinaria discursiva como cenas da
enunciação das quais emerge um ethos discursivo (MAINGUENEAU, 2008; 2010), uma vez que permite analisar o lugar discursivo ocupado pelos mediadores editoriais, procurando identificar o imaginário de revisor de textos. Levando em conta essa questão, investiga-se,
por meio da noção de ritos genéticos editoriais que Salgado (2011) propõe como método, a revisão de textos considerando a condição
histórica, opaca e heterogênea do material linguístico com que esse profissional trabalha. As orientações teórico-metodológicas se
justificam na medida em que possibilitam reflexões que nos permitem mostrar coletivos complexos, estabelecendo relações entre difeATR
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
rentes lugares e memórias, reveladores da posição nevrálgica da atividade de revisão de textos no mercado editorial. Assim, em contato
com os dados, fomos compreendendo que considerar a revisão como atividade discursiva significa verificar que, sendo os textos a publicar
objetos culturais, não se limitam como organização apenas da linguística, pois ela própria está submetida a muitas coerções que são de
outra ordem, a do discurso. Logo, se considerarmos que todo texto lido é uma enunciação efetiva, está sujeito a um conjunto de restrições
semânticas que estão entrelaçadas a práticas sociais e também históricas. Palavras-chaves: ritos genéticos editoriais, revisão de textos,
produção editorial, material didático de educação a distância.
Palavras-chave: Material didático de educação a distância; Produção editorial; Revisão de textos; Ritos genéticos editoriais
Eixos temáticos: Ensino-Aprendizagem de Língua/Escrita
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
LETRAMENTOS E PROJETOS COLABORATIVOS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA DO PROFIS
Luciana Vasconcelos MACHADO ([email protected])
(Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Este trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa de mestrado em Linguística Aplicada que realizo. Meu foco é o ensino-aprendizagem de Língua Inglesa no Programa de Formação Interdisciplinar Superior, implantado em 2011 na Unicamp. Esta pesquisa tem como
objetivos checar quais as percepções discentes e docentes do processo de ensino e aprendizagem de LI a partir do desenvolvimento de
um projeto colaborativo; avaliar como se deu o trabalho com os letramentos neste projeto e; constatar quais foram os aspectos potencializadores e limitadores deste tipo de prática. É importante destacar que, não sem controvérsias, o inglês assume o papel de língua franca,
devido a intensa globalização. Esta evidencia o caráter multissemiótico das práticas de linguagem e influencia o ensino-aprendizagem
de línguas. A partir da visão discursiva de linguagem, que a concebe como prática social, histórico-culturalmente situada, torna-se relevante considerar perspectivas pedagógicas que reconheçam a pluralidade linguística e cultural e que privilegiem o aspecto formativo, em
detrimento do instrumental a partir do potencial agentivo e da criticidade. Logo, a Pedagogia dos Multiletramentos (ROJO, 2012; NEW
LONDON GROUP, 1996) serve de aporte teórico para a pesquisa a partir do olhar discente. Assim, o contexto gerador de dados foi uma
das disciplinas de nível 3 de LI do ProFIS, cuja proposta pedagógica envolvia a elaboração de um site bilíngue (português-inglês) voltado
à apresentação do programa. Foram utilizadas a plataforma Wix e a rede social Facebook nesse projeto. As questões que norteiam minha
pesquisa e que ressaltam sua natureza qualitativa de cunho etnográfico (ANDRÉ, 2013) voltam-se à análise dos aspectos positivos e
restritivos frente ao desenvolvimento de letramentos, destacando também a potencialidade de projetos dessa ordem em contribuir para
um ensino de LI de natureza crítica e colaborativa. Os instrumentos de coleta incluem observação participativa, diários de campo, questionários online e entrevistas em grupos. Os primeiros resultados indicam como positiva a experiência vivenciada pelos alunos, por meio
da construção de material online. Acerca do desenvolvimento do site, é possível apontar que é uma prática efetiva no ensino de LI, pois
permite unir o exercício de letramento crítico e ensino-aprendizagem de língua, fortalecendo letramentos autorais e transculturais em LI,
evidenciando um possível deslocamento em relação a práticas mais tradicionais.
Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem de Língua; Letramento; Projetos didáticos
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
NIETZSCHE, O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Luiz Antonio Callegari COPP ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Esta comunicação propõe uma breve confrontação entre o pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e uma forma bastante cristalizada de entendimento do que seja “aprender a língua materna”. Em uma era em que há uma espécie de “pedagogização” ininterrupta,
em que todos os espaços e momentos são vistos como propícios para um aprendizado quase que nos moldes de uma “aula” tradicional,
a Língua materna acaba sendo um dos principais pratos servidos por essas práticas - quase como uma tábua de valores, a Língua é
apresentada em forma de lições em programas televisivos e em doses homeopáticas nas timelines facebookianas. O aprendizado, nesses
meios, entretanto, é doutrinador: há o certo e o errado; há os pecados mais perigosos; há “mandamentos” a seguir – e sabemos não ser
possível nos enganar quanto a tal forma de conceber o ensino linguístico se limitar a esses espaços alternativos à Escola. Qual um grande
e inabalável deus, essa língua pretensamente ensinada exige adoração e castiga sem dó aqueles que se desviam de suas leis. Se a Língua,
todavia, é apresentada como uma instância divinizada, é nesse cenário que nos parece profícuo o pensamento nietzschiano. O filósofo – e
filólogo, vale ressaltar – que anuncia a morte de Deus, pode ser tomado como base para um questionamento rigoroso desse entendimento
linguístico dogmático e, por que não, apontar orientações sobre o fazer educativo no que concerne à Língua Portuguesa. Para tanto, a
comunicação “Nietzsche, o professor de Língua Portuguesa” busca, a partir da exibição de alguns desses textos linguístico-doutrinários recolhidos em veículos de comunicação diversos, apresentar trechos do pensamento nietzschiano que possam ser discutidos até o ponto de
evidenciarem a falência de um tal entendimento do ensino linguístico. Nosso ponto de partida, enfim, é a indagação a respeito dos efeitos
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
da aproximação de dois assassinatos – o do Deus único, empreendido por Nietzsche ao longo de sua obra, e o de uma presunçosa língua
única, normatizadora de todas as práticas educativas. Por meio de comparações e analogias, de descrições rigorosas e de um grande
esforço interpretativo, assim como o filósofo alemão retira de deus não precisamente sua existência, mas sua unicidade, seu monopólio,
cremos ser possível desbancar o coração de uma tal forma de ensinar – a concepção de uma língua única.
Palavras-chave: Aulas de Português; Nietzsche; Normatividade.
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/Ensino-Aprendizagem de Língua
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
AFRICANIDADE E LETRAMENTO LITERÁRIO: A LEI 10639/03 E A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA
Márcia Moreira PEREIRA ([email protected])
Universidade Nove de Julho, SP, Brasil
A ideia de letramento tem, ultimamente, conquistado muita visibilidade, em razão das diversas possibilidades de aplicação prática no
universo escolar, mas também de sua amplitude teórica. O que começou como uma teoria ainda incipiente, nos anos oitenta, agora tem
cada vez mais importância e incidência no processo de escolarização. Partindo do pressuposto de que a escola deve formar cidadãos,
o letramento está cada vez mais em evidência, uma vez que privilegia o uso social da leitura e da escrita. De acordo com uma primeira
definição geral, o letramento pode ser entendido como o uso da leitura e da escrita em práticas diversas. O que muitas vezes não nos
damos conta (e nem a escola) é que, no dia a dia, estamos envolvidos direta ou indiretamente com muitas práticas sociais de leitura e
escrita, em contextos variados. Nesse contexto, a proposta deste artigo é refletir e apresentar algumas considerações preliminares e
introdutórias acerca do letramento, em seus diversos aspectos práticos e teóricos. Além disso, o objetivo deste trabalho é abordar a Lei
10.639/2003 no contexto das relações étnico-raciais na escola, a partir da análise da literatura de temática africana lusófona dentro do
processo de letramento literário. Entendendo o conceito de letramento como um instrumento que potencialize a leitura de mundo do
aluno, acreditamos que o processo de letramento literário pode despertar no aluno seu senso crítico, por meio do conhecimento e da
interação com outras culturas, desenvolvendo a leitura e proporcionando a aquisição de novos conhecimentos, sobretudo relacionados
ao universo da cultura africana e afro-brasileira. Nesse sentido, um dos propósitos desse trabalho é verificar como o letramento literário
auxilia na aplicação plena da Lei 10.639 e, consequentemente, na assimilação dos conteúdos relacionados às culturas africanas lusófonas e na conscientização das questões étnico-raciais na sociedade. Nessa tarefa, a literatura de temática africana lusófona torna-se um
tema relevante para o educador e para o educando, na medida em que os desperta para um questionamento crítico das relações étnico-raciais e seus desdobramentos: a questão do preconceito, da pluralidade cultural, o substrato histórico e cultural africano e outros.
Portanto, em suma, abordaremos primeiro as questões de inserção geral do aluno afrodescendente no ambiente escolar, para, a seguir,
relacionarmos essa discussão ao debate atual em torno das relações étnico-raciais nesse mesmo ambiente.
Palavras-chave: Alfabetização; Educação; Escolarização; Escrita; Letramento
Eixo Temático: Leitura e Literatura
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
A CALIGRAFIA COMO EXIGÊNCIA DOS PROGRAMAS E DAS TRADIÇÕES
Marco Aurelio BUGNI ([email protected])
Universidade de Sorocaba, SP, Brasil
O debate sobre a questão se a escola deve ou não ensinar letra cursiva está em aberto nos dias atuais. Com o advento da informática nas
nossas vidas, muita gente se pergunta se é necessária a exigência de escrita tradicional na escola. E o que hoje está em xeque mas que
no passado foi prática fundamental na escola do século XX, a caligrafia, é alvo desde o início até o final do século XX de uma batalha, a
da “boa escrita”, e teve defensores e opositores na educação. A temática do estudo é a presença da caligrafia como elemento fundamental de atuação do professor de língua portuguesa nas escolas primárias da cidade de Sorocaba, Estado de São Paulo, no transcorrer do
Século XX. O objetivo perseguido foi discutir a orientação para a prática da caligrafia pela atuação do Inspetor Escolar junto às escolas
primárias. Nesta jornada, analisamos a forma como esse profissional atuava junto à prática da caligrafia no ambiente escolar através da
mediação do conceito de intelectual elaborado por Antonio Gramsci. Como o próprio Gramsci alertou, o contexto de observação não pode
ser deslocado do diálogo com a totalidade que o cerca e, por essa razão, também utilizaremos os estudos das ideias pedagógicas, entendidas como proposições e práticas realizadas em épocas distintas, feito por Saviani para aproximar as realidades locais e nacionais.
A legislação, especificamente os programas de Ensino Oficiais do Estado de São Paulo, a saber: 1894, 1905, 1918, 1921, 1925, 1934,
1949/50 e 1968, também faz parte da pesquisa, visto ser elemento fundamental e orientador da atuação dos inspetores escolares nas
tratativas com professores nas escolas. Desenvolvemos nossos esforços através de abordagem histórica, focada em pesquisa documental e bibliográfica, desenvolvida por meio da utilização de procedimentos de localização, seleção e classificação de fontes documentais e
de leitura da bibliografia sobre a atuação dos intelectuais e sobre as ideias pedagógicas. Como fator interpretativo das realidades locais,
buscamos apreender nos termos de visita dos inspetores escolares, nos relatórios das Delegacias Regionais de Ensino e nos Anuários de
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Ensino do Estado de São Paulo, documentos oficiais do registro da atuação dos inspetores escolares nas escolas, quais eram as práticas
de caligrafia preconizadas nos programas oficiais. Os resultados encontrados ligam o uso da caligrafia como praticas profissionais dos
professores ligadas fortemente mais pela atuação dos inspetores como intelectuais tradicionais, que perpetuam as formas existentes de
ideologia, do que como intelectuais orgânicos ligados ao cumprimento de determinações do Estado ou ainda do que intelectuais orgânicos
da classe trabalhadora, vinculada aos interesses dos alunos e professores.
Palavras-chave: Caligrafia; Intelectuais; Inspetor escolar
Eixo Temático: Discursos sobre o ensino/Políticas linguísticas
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
CONCEPÇÃO DE DOCENTE E POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA LEITURA PRELIMINAR DO PROGRAMA
PARFOR/LETRAS, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Maria Helena Rodrigues CHAVES ([email protected])
Universidade Federal do Pará, PA, Brasil/PG-Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Trata-se de um recorte da pesquisa intitulada “Identidades docentes na Amazônia paraense: a linguagem e o contexto social na construção
de identidades docentes em comunidades rurais da região bragantina”. Parte-se do pressuposto de que a docência, nas zonas rurais, não
se realiza de modo semelhante ao urbano e que os modos como o professor do campo se constitui também são particulares. A pesquisa
de campo traz uma interface documental, com uma leitura dos textos que instituem a Política Nacional de Formação de Profissionais da
Educação Básica e definem os princípios, as diretrizes e os procedimentos a serem observados pelos cursos de licenciatura. Para fins da
apresentação em questão, que tem como foco o Programa Parfor/Letras e a formação de professores de português, em exercício, no estado do Pará, constituíram-se dados de análise o Decreto 6.755/2009, a Portaria MEC nº 9/2009, a Resolução CNE/CP nº 1/2002, o Manual
Operativo Parfor – Capes, o Relatório de Gestão – Parfor - Interstício 2009-2013, produzido pela DEB - Capes e o Projeto Pedagógico do
Curso de Letras – Parfor/Letras-Português, da UFPA, além dos listões das turmas formadas nos processos seletivos ocorridos entre 2010
e 2013 e disponibilizados pelo Plano de Formação Docente do Pará/Seduc-PA – Planfor, órgão encarregado de finalizar o processo de
demanda e oferta estadual. O estudo documental, nesta fase da pesquisa, objetiva investigar as concepções de docente que atravessam
essas políticas públicas, de modo que possamos confrontar os padrões discursivos políticos e institucionais com a experiência situada
sobre a qual se debruça a pesquisa de campo. A ancoragem teórica segue os estudos de Thompson, a respeito dos conceitos de padrão
e experiência, e o sociointeracionismo linguístico, que postula a língua como um produto sócio-histórico. A pesquisa realizou-se por meio
digital, levantando, nos sites competentes, os documentos que nos serviram de dados de análise. A leitura preliminar sugere que as políticas públicas não diferenciam docência urbana de rural, nem professorando sem experiência docente e aluno-professor leigo. Centradas
nos discursos da universalização, democratização, educação de qualidade, valorização do magistério e diminuição das desigualdades
regionais e sociais, essas políticas licenciam professores do campo e professores em exercício orientadas pelos mesmos princípios e diretrizes que regem a formação de professores das metrópoles. A responsabilidade da adequação contextual é transferida para os projetos
institucionais e para o professor formador. O Projeto Pedagógico do Parfor/Letras-Português, da UFPA, num ousado esforço para atender
às diretrizes nacionais e às exigências regionais, encontra, nas práticas de estágio, um portal para um once upon a time de um curso que
tem, entre seus alunos, 96,86% de professores regentes das diversas zonas rurais do estado do Pará, e que anseiam por um final feliz.
Palavras-chave: Docência; PARFOR-LETRAS-UFPA; Políticas de formação de professores
Eixo Temático: Currículo e Formação do Professor de Língua
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
PLANO DE TEXTO E ARTICULADORES TEXTUAIS EM REDAÇÕES DO ENEM 2012: ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-TEXTUAIS EM
ESCRITA ARGUMENTATIVA
Maria Isabel Soares OLIVEIRA ([email protected])
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, MA, Brasil/PG-Universidade Cruzeiro do Sul, SP, Brasil
As notas baixas nas redações do Enem retratam as dificuldades que os participantes encontram na produção de textos argumentativos.
Entendemos que o texto argumentativo resulta de uma série de estratégias empregadas pelo produtor cuja intenção é defender um ponto
de vista, o que exige dele, entre outras, duas iniciativas: ter um plano para o texto e empregar os articuladores textuais-argumentativos
como estratégia que permite a organização dos argumentos e, consequentemente, da realização de sua intenção de dizer. A partir dessa
consideração, a presente comunicação tem por objetivo apresentar projeto de pesquisa de Mestrado em desenvolvimento, cujo tema é
a organização argumentativa de redações nota 1000 do Enem. A pesquisa está vinculada à linha de pesquisa “Texto, discurso e ensino:
processos de leitura e produção de texto escrito e falado”, ao grupo de pesquisa Teorias e práticas discursivas e textuais e ao projeto
guarda-chuva Gramática, Texto e Argumentação para a Prática de Leitura e Escrita. Para esta comunicação selecionamos como corpus, a
título de exemplificação, uma redação nota mil da proposta do Enem 2012 e objetivamos fazer o levantamento do plano de texto e analisar as estratégias linguístico-textuais utilizadas, especificamente os articuladores textuais. As análises fundamentam-se na Linguística
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Textual de abordagem sociointeracional cognitiva, ancorando-se nos recursos estratégicos argumentativos propostos nas competências
três (3) e quatro (4) do Enem (BRASIL, 2013) e na visão do termo competência e sequência argumentativa, defendidos por Charaudeau
(2008), em diálogo com A Teoria da Argumentação na Língua, de Oswald Ducrot com as contribuições de Koch (2011) e Cabral (2010);
contempla ainda o conceito de Plano de Texto, tal como proposto por Adam (2011) e retomado por Cabral (2013) como estratégia para a
escrita. As categorias de análise constituem, por conseguinte, o plano de texto, as sequências argumentativas e os articuladores textuais discursivo-argumentativos. Para dar conta dos objetivos propostos, a comunicação contemplará três partes: na primeira, exporemos
o projeto de pesquisa; na segunda trataremos das competências três (3) e quatro (4) do Enem, procurando estabelecer um diálogo com a
proposta de Charaudeau (2008) relativamente ao modo de organização do discurso argumentativo; na terceira abordaremos brevemente
o conceito de plano de texto, situando-o como estratégia para o planejamento da escrita (CABRAL, 2013), e os conceitos relativos aos
articuladores textuais argumentativos (KOCH, 2011; CABRAL, 2010); na quarta, apresentamos a análise do corpus. As análises apontam
que os produtores, para o alcance da nota máxima na redação, demonstram ter-se apropriado tanto de estratégias relativas ao planejamento textual argumentativo, refletido no plano de texto, como da utilização de estratégias de articulação argumentativa, utilizadas
pelo produtor na defesa de um ponto de vista.
Palavras-chave: Articulador textual-argumentativo; Estratégias linguístico-textuais; Plano de texto; Produção argumentativa; Redação Enem
Eixo Temático: Escrita
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
DA ORIENTAÇÃO À PRODUÇÃO – O PERCURSO DE ESCRITA DE ALUNOS DE UM 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Maristela Silva de FREITAS ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O presente estudo versa a respeito do percurso de escrita de oito alunos de um 5º ano do Ensino Fundamental que, à época da coleta de
dados, em 2013, estudavam em uma escola pública municipal da Prefeitura de Osasco. Trata-se, também, de uma pesquisa-ação, uma
vez que o corpus do trabalho foi coletado na própria sala de aula onde lecionávamos. Nosso objetivo é promover uma discussão auto-reflexiva, com vistas a contribuir para nossa prática pedagógica, bem como analisar em que medida os textos produzidos pelos alunos
revelam um movimento de dezescrita (Barzotto, 2012) em relação à orientação dada; em outras palavras, pretendemos verificar de que
modo os informantes se apropriam e/ou transformam a orientação dada pelo professor para produzir seus textos. O neologismo dezescrita, que orienta nosso trabalho, tem três acepções: a) reversão ou desconstrução de algo já construído; b) pluralidade (pela presença
do numeral “dez”, parte-se do pressuposto de que as diferentes formas de agenciar múltiplas vozes devem ser respeitadas); c) avaliação
positiva (como quando se dá nota “dez” a um texto muito bem escrito, que consegue sustentar sua excelência). O corpus desse trabalho
é composto por versões de textos escritos e transcrições das aulas em que os textos foram solicitados. Cabe ressaltar que os dados da
presente pesquisa foram coletados entre agosto e dezembro de 2013, o que nos permite refletir, entre outras coisas, sobre os avanços
apresentados pelos alunos neste período. São 42 textos recolhidos ao longo de um semestre letivo, que se dividem em duas propostas:
a) escrita de uma narrativa, a partir de uma história em quadrinhos; b) escrita de uma carta argumentativa. Com base em estudos sobre
interação na sala de aula (Calkins, Hartman e White, 2008) e agenciamento da singularidade em textos produzidos em contexto escolar
(Riolfi e Magalhães, 2008), os resultados parciais desse trabalho apontam para a importância da interação entre professor e alunos como
forma de promover o engajamento dos educandos com a atividade que lhes é proposta. Observamos, também, que quanto mais o aluno
se permite ir além da orientação e intervenção do professor, mais próximo ele se encontra de produzir textos que atendam à demanda
escolar sem deixar de manifestar sua singularidade.
Palavras-chave: Escrita; Dezescrita; Interação; Pesquisa-ação
Eixos temáticos: Escrita/Alfabetização e Letramento
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
ENTRE A LINGUÍSTICA E A LITERATURA: PERCURSOS INTERDISCIPLINARES
Maurício SILVA ([email protected])
Universidade Nove de Julho, SP, Brasil
Quando se fala em interdisciplinaridade, de modo geral, pressupõe-se uma determinada metodologia – seja ela de ensino, científica
ou de outra natureza –, buscando articular um determinado cabedal teórico a uma prática condizente, com o objetivo de se chegar a
determinados resultados. Relacionar, nesse contexto, áreas tão próximas, mas com especificidades tão singulares, como a linguística e
a literatura, é, por isso mesmo e desde o início, um desafio. Sem querermos, aqui, oferecer um método propriamente dito, de articulação
interdisciplinar entre elas, buscaremos refletir sobre algumas questões de fundo, que - estas, sim - podem servir de base para a eleição e
aplicação de uma determinada metodologia. Desse modo, o presente artigo tratará da interdisciplinaridade entre linguística e literatura
em dois níveis distintos de interação: um nível que parte da linguística para se chegar à literatura e que, dada sua natureza, situa-se
mais num âmbito geral da educação do que num âmbito específico das pesquisas linguísticas: nesse sentido, privilegiaremos conceitos
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como os de educação linguística e letramento literário; e um nível que parte da literatura para se chegar à linguística, em que trataremos
de questões relacionadas à pesquisa imanente do texto literário, dentro de uma perspectiva da Análise do Discurso. Buscando, assim,
articular todos esses “saberes”, objetivamos conferir maior capilaridade às infinitas conexões que áreas distintas do saber naturalmente
já possuem, além de contribuirmos para uma reflexão mais aprofundada e contínua acerca dos possíveis enlaces entre duas perspectivas
de abordagem do texto tidas, desde quase sempre, como coirmãs: a abordagem linguística e a abordagem literária. Partindo da educação,
pode-se dizer, de maneira geral, que a dimensão pedagógica dos estudos literários e linguísticos só é plenamente alcançada por meio da
prática da interdisciplinaridade: é no encontro entre áreas distintas, mas coirmanadas, do saber humano que o conhecimento atinge, por
assim dizer, sua plenitude, tornando-se não apenas fonte de prazer, mas também de intervenção social em benefício da cidadania plena.
Tudo isso tem a ver, em última instância, com o exercício da leitura, num sentido amplo, tal como prescreve, de maneira simples e objetiva,
a pedagogia crítica.
Palavras-chave: Ensino de literatura; Interdisciplinaridade; Literatura; Linguística.
Eixo temático: Arte, Linguagem, Conhecimento/Ensino-Aprendizagem de Língua
Modalidade de trabalho: Trajetória de Pesquisa
LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS NO CONTEXTO DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
ESCRITO: UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
Miriã Alves de Laet SILVA ([email protected])
Universidade Estadual de Goiás, Jataí, GO, Brasil
Há, no contexto educacional, várias vozes que se levantam para defender a necessidade de formação crítica do indivíduo para o exercício
da cidadania plena. Numa perspectiva interdisciplinar, tais discursos pontuam a preocupação com o desenvolvimento de um trabalho
com leitura e interpretação do texto escrito abrangendo todas as disciplinas do currículo escolar. As práticas educativas desenvolvidas
pela escola, principal agência de letramentos, se inscrevem como elementares nesse processo e o Livro Didático (LD) participa como um
dos instrumentos usados para o trabalho cotidiano em sala de aula. Sua circulação é balizada pelo Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD), com editoração considerável (MUNAKATA, 2007), possibilitando o trabalho com as disciplinas escolares “como sistemas de
atividades estruturados, construídos sobre uma infra-estrutura de gêneros textuais” (BAZERMAN, 2005). Assim sendo, apresento, neste
trabalho, parte de minha dissertação de mestrado, cujo objetivo é investigar se as atividades de leitura e interpretação do texto escrito do
Livro Didático de Português (LDP) Tudo é linguagem, das autoras Ana Trinconi Borgatto, Terezinha Bertin e Vera Marchezi, da Editora Ática,
6º ao 9º anos, mobilizam os descritores da Prova Brasil nas competências e habilidades propostas pela matriz de referência da avaliação
de língua portuguesa. A referida matriz orienta o trabalho com leitura como construção, o que se concretiza a partir da interação. Ela foi
elaborada tendo como referência documentos, como os PCN e as matrizes curriculares. Utilizo como aportes teóricos as considerações
dos PCN (BRASIL, 1998) e as contribuições de Bakhtin ([1929]2004; [1953-54] 1997), Vygostsky ([1987] 2008), Rojo & Batista (2003) e Rojo
(2009), dentre outros. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo e caracteriza-se como estudo de caso. Inicialmente, apresento os
dados quantitativos coletados a partir do mapeamento das atividades propostas aos alunos, nas seções em que o LDP Tudo é linguagem
trabalha com leitura e interpretação de texto escrito; em seguida, apresento o total de atividades que mobilizam os descritores de cada
tópico para, finalmente, problematizar, na análise qualitativa, as habilidades que são privilegiadas, em detrimento de outras que foram
esporadicamente trabalhadas. Assim, os resultados obtidos até o presente momento mostram que as atividades de leitura e interpretação
do LDP analisado não se aproximam daquilo que a Prova Brasil propõe, visto priorizarem habilidades rudimentares de leitura, como a decodificação, pouco contribuindo para a formação do leitor crítico. Mostram também que não privilegiam a interdisciplinaridade na abordagem
entre os conteúdos, ou na relação entre áreas do conhecimento.
Palavras-chave: Interpretação do texto escrito; Leitura; Livro Didático de Português; Prova Brasil
Eixos Temáticos: Ensino-Aprendizagem/Leitura
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
A (DES)CONSIDERAÇÃO DE FERRAMENTAS LINGUÍSTICAS NO WISC-III
Patrícia Aparecida de Aquino ([email protected])
Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, SP. Brasil
No nosso doutorado, analisamos, com base em Maingueneau ([1984]2005), a polêmica em torno da dislexia; no espaço interdiscursivo
analisado, identificamos dois posicionamentos, que chamamos de ‘E’ (devido aos argumentos relacionados à Educação) e ‘M’ (devido aos
argumentos relacionados à Medicina). Durante as análises, nos deparamos com o uso recorrente de um argumento por parte dos enunciadores de ‘E’; segundo eles (p. ex. Coudry e Mayrink-Sabinson (2003)), os do posicionamento ‘M’ ignoram o conhecimento produzido pela
Linguística e, com isso, estariam tratando como patológicas características que devem ser consideradas normais. A fim de compreender
melhor esse aspecto específico da polêmica, procuramos, neste trabalho, analisar em que medida há (des)considerações do conhecimento
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
produzido pela Linguística em um material frequentemente utilizado como suporte aos diagnósticos atribuídos a crianças e adolescentes
com suspeita daquilo que os sujeitos de ‘M’ nomeiam como dislexia: o WISC-III (Escala de inteligência Wechsler para crianças, terceira
versão, edição de 1991 - obra validada e padronizada para o Brasil). Esse material é constituído por 13 subtestes; quatro deles compõem
o “Fator compreensão verbal” e correspondem aos comumente considerados como os mais adequados para avaliar a linguagem: Informação, Semelhanças, Vocabulário e Compreensão. Analisamos esses subtestes, mais detidamente os “Vocabulário” e “Compreensão”,
cujos nomes correspondem a conceitos específicos da Linguística. Em “Vocabulário”, pede-se que o sujeito avaliado defina algumas
palavras, mas, na prática, aceitam-se sinônimos como respostas e cada uma destas recebe uma pontuação diferente, previamente
determinada em uma tabela. A análise dessa tabela demonstrou desconsideração não apenas do conhecimento da Linguística, mas
também dos dicionários da Língua Portuguesa, pois alguns sinônimos dicionarizados aparecem em colunas diferentes da tabela, ou seja,
devem receber pontuação diferente. O subteste “Compreensão” não avalia a capacidade de leitura; ao invés disso, contém questões
que avaliam se o “sujeito” agiria de acordo com determinadas regras de conduta; ou seja, não se trata da compreensão verbal, que envolve processos inferenciais (conforme Marcuschi, 2008), mas da verificação do fato de o avaliado “compreender” ou não determinadas
regras do funcionamento social; mais do que isso, verifica-se se o avaliado se enquadra nessas regras. Evidenciamos, portanto, o uso
inadequado de um teste que se propõe a averiguar o nível de inteligência para avaliar a linguagem. Embora o WISC-III nomeie alguns
subtestes de forma a relacioná-los à linguagem, esta não é efetivamente avaliada; o teste, ao contrário do que os nomes dos seus subtestes sugerem, não avalia a compreensão, a leitura, a linguagem. Ao contrário, subestima o conhecimento linguístico e a inteligência
dos falantes – tanto dos avaliados quanto dos avaliadores. [Fapesp (2013/009985-0)]
Palavras-chave: Dislexia; Polêmica; WISC-III; Ferramentas linguísticas
Eixo Temático: Linguagem e Práticas Sociais
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
O ENSINO DO GÊNERO SEMINÁRIO EM ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE SÃO PAULO
Patrícia Raquel de FREITAS ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Vem ampliando-se, nos últimos anos, o debate e o interesse pelo ensino da oralidade na educação básica, especialmente após a
publicação dos PCNs na década de 90. A abordagem da oralidade em sala de aula vem sendo tema de diversos estudos brasileiros
e estrangeiros, principalmente tomando os gêneros orais como instrumentos para a apreensão da oralidade formal pública que seria
a modalidade de prestígio que deve ser ensinada na escola. Tendo em vistas essas discussões, e se enquadrando no enfoque teórico
de Schneuwly & Dolz et al (2004), o presente estudo objetiva analisar a ocorrência e o ensino-aprendizagem do gênero oral seminário
no ensino médio de uma escola pública de São Paulo. De acordo com Dolz, Schneuwly e Haller ([1998] 2004), a escola deve propor
atividades diversificadas que tratem dos diferentes usos da língua oral na sociedade, em especial aquelas que fazem parte de práticas
mais institucionalizadas, que geralmente não são dominadas pelos alunos. Assim, o trabalho com gêneros na escola mostra-se como
uma alternativa para o ensino da linguagem oral em contextos formais públicos. Para Schneuwly ([1994] 2004), os gêneros seriam,
para o ensino, como megainstrumentos semióticos que permitiriam a produção e compreensão de enunciados. Seria através de seu
domínio que os sujeitos poderiam agir com eficácia diante de uma determinada situação de comunicação. Dessa forma, um dos gêneros
adequados para o trabalho com a oralidade formal pública seria o seminário, já que é usado geralmente em situações relativamente
formais de comunicação em que os expositores assumem a posição de especialistas e dirigem-se a um auditório para transmitir informações ou ensinar-lhe sobre um assunto pesquisado previamente (DOLZ, SCHNEUWLY et al, [1998] 2004). Pensando nisso, propõe-se
um estudo com a perspectiva etnográfico-colaborativa em uma escola pública da rede estadual de São Paulo, que mostre como o gênero
seminário é abordado por professores do ensino médio e como é realizado seu ensino, observando as dimensões ensináveis trazidas por
Schneuwly e Dolz, como a situação comunicativa, a estrutura interna, as características linguísticas e as dimensões não linguísticas.
Assim, baseando-se na análise dos dados gerados em pesquisa de campo, espera-se observar como as características do gênero são
apropriadas pelos alunos. Procura-se, dessa maneira, esclarecer como pode ser feito o ensino desse gênero oral no ensino médio, em um
trabalho em conjunto com o pesquisador, numa perspectiva colaborativa, e auxiliar nossa compreensão sobre o gênero e seu processo
de ensino-aprendizagem (Apoio: CNPq - Processo: 132706/2014-8).
Palavras-chave: Oralidade; Gêneros Orais; Seminário; Exposição Oral
Eixos Temáticos: Arte, Linguagem, Conhecimento/ Linguagem e Práticas Sociais/ Oralidade
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
PRÁTICAS DE LETRAMENTO FORMATIVAS NO LOCAL DE TRABALHO DO PROFESSOR: DESENHOS TRANSDISCIPLINARES
PARA COMPREENSÃO DA AGÊNCIA DO PROFESSOR EM SUA FORMAÇÃO
Paula Bacarat de GRANDE ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
O presente trabalho tem como objetivo discutir a constituição transdisciplinar de uma pesquisa em Linguística Aplicada sobre a formação do
professor em seu local de trabalho. A tese, defendida em 2015, intitulada “Formação continuada no local de trabalho do professor: possibilidades de agência e construção de sentidos para a docência”, sob orientação da Profa. Dra. Angela Kleiman, teve como objetivo geral conhecer
e compreender práticas de letramento formativas do professor em seu local de trabalho. Mais especificamente, a investigação buscou identificar e analisar eventos de letramento de formação em reuniões de corpo docente dos anos iniciais do Ensino Fundamental que, no Estado de
São Paulo, eram chamadas de Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC). Para alcançar esses objetivos, a pesquisa articulou, tanto em sua
perspectiva metodológica, na abordagem teórica e nas análises, contribuições de diferentes áreas de conhecimento. As principais perspectivas adotadas são a abordagem sociocultural dos Estudos de Letramento e a concepção dialógica de linguagem do Círculo de Bakhtin. Tendo
em vista a complexidade do objeto sob investigação - as práticas de letramento formativas -, o contexto e as participantes, foi preciso buscar
contribuições de áreas diversas, como a Educação, a Geografia, os Estudos Culturais, a Sociolinguística Interacional, a Análise da Conversa,
dentre outros. Nessa articulação de diferentes áreas para a compreensão de um objeto complexo de pesquisa, novas possibilidades transdisciplinares são desenhadas para pesquisas em linguagem e educação. Para discutir essas possibilidades transdisciplinares, trago como
exemplo alguns resultados da pesquisa no que diz respeito à articulação entre os conceitos de práticas de letramento, de esfera do Círculo de
Bakhtin e de espaço de Milton Santos (2012), como também as contribuições dos conceitos de agência social (ARCHER, 2000) e o de docência
na perspectiva de Tardif e Lessard (2005, 2008). Para caracterizar as práticas de letramento observadas em campo como sendo da esfera do
trabalho do professor, foi necessário repensar e enriquecer o conceito de esfera discursiva em sua articulação com as contribuições de Santos
(2012), a partir da Geografia, acerca do conceito de espaço. O conceito de esfera e a delimitação da HTPC como uma prática da esfera do trabalho do professor foi um dos passos dados para compreender e analisar as práticas formativas do contexto observado e como as professoras
participantes construíram sentidos para a docência. Optei pela expressão “do trabalho do professor”, e não “escolar”, para qualificar a esfera
e os letramentos sob investigação. Isso se deu por dois motivos: pelo fato de o conceito de esfera estar ligado a características discursivas, e
não físicas e espaciais, e pela maior precisão dada ao objeto investigado, já que os eventos de letramento no espaço escolar são inúmeros e
não poderiam ser todos considerados na pesquisa. Essa opção não ignora que a esfera do trabalho do professor e os letramentos envolvidos
estão intimamente relacionados à esfera escolar e são dela inseparáveis. Ao ocorrer no espaço escolar, a HTPC interage com seus sistemas
de objetos e ações e é parte deles e é também nesse espaço que as participantes constroem sentidos para sua profissão.
Palavras-chave: Construção de sentidos para a docência; Formação do professor; Letramento; Local de trabalho; Transdisciplinaridade
Eixo Temático: Currículo e Formação do Professor de Língua
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
WIKIPÉDIA E LETRAMENTO DIGITAL: UMA EXPERIÊNCIA DE PRÁTICA COLABORATIVA DE ESCRITA
Rafaela Salemme BOLSARIN ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
A proposta da presente pesquisa é analisar o processo de produção de verbetes da Wikipédia enquanto prática colaborativa de escrita.
Considerando o novo paradigma da Era da Informação e, mais especificamente, da Web 2.0, sabemos que houve uma mudança profunda
na relação do internauta com a rede. Assim, impulsionadas pelo potencial de coletividade e colaboração do meio, observamos que as
áreas da educação e da comunicação foram fortemente influenciadas pela cibercultura, o que culminou em novas práticas de escrita
na sociedade, que podemos considerar como novos letramentos. Nessa perspectiva, acreditamos que a Wikipédia se materializa como
letramento digital por meio de práticas colaborativas de escrita. Tendo em vista esse contexto, nossa análise contemplará os processos
de criação e edição dos verbetes, em uma perspectiva de escrita e reescrita coletiva, colaborativa e constante, considerando a Wikipédia
como uma experiência de letramento digital. Dessa forma, o objetivo geral desta comunicação é descrever e analisar o processo de
prática colaborativa de escrita na Wikipédia, identificando como ocorre o processo de escrita colaborativa nos verbetes da ferramenta,
tendo em vista que se trata de uma pesquisa documental de natureza qualitativa e levando em consideração as atividades colaborativas
de escrita, as estratégias colaborativas de escrita, os modos de controle de documentos, os papéis colaborativos de escrita e os modos
colaborativos de escrita. Para a análise, utilizamos como referencial teórico-analítico a taxonomia e a nomenclatura de LOWRY et al.
(2004) sobre “Collaborative Writing”, sendo a escrita colaborativa um processo interativo e social que envolve sempre uma equipe focada
em um objetivo comum. Com relação à metodologia, a presente pesquisa fará a análise documental de 50 verbetes, escolhidos dentre os
destacados pela comunidade lusófona da Wikipédia, e terá como período de investigação o tempo decorrido da criação da página até sua
classificação como verbete destacado.
Palavras-chave: Letramento digital; Práticas colaborativas de escrita; Wikipédia
Eixo temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
CONTAMINAÇÕES ENTRE ARTES CÊNICAS, FILOSOFIA E EDUCAÇÃO NA PESQUISA DA IMPROVISAÇÃO DE DANÇA
Raquel Valente de GOUVÊA ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Em geral, o processo de pesquisa é árduo, instável, solitário. Exige disciplina e muita persistência, mas também despojamento e uma dose
de ousadia para não se deixar aprisionar por pensamentos calcificados, pelo medo de errar ou mesmo de surpreender. É preciso se desapegar da tentação de agradar ou mesmo de se ver obrigado a seguir as pegadas dos interlocutores. Arriscar-se para encontrar as linhas
fugidias que escapam entre palavras, conceitos e imagens e assim criar o seu próprio caminho. Avançando movido por uma intenção genuína
de deixar-se guiar pela singularidade do seu olhar no encontro com o tema, desvelando-o mais do que observando. Não se trata de idealizar,
mas de não perder a poesia, não se permitir a aridez e a indiferença que corrompem a pesquisa. Foi com este espírito que investiguei a improvisação de dança tanto no mestrado em Arte como no doutorado em Educação. Em minha trajetória, a pesquisa formal está diretamente
ligada às experiências como improvisadora e orientadora de experimentações criativas nos territórios da dança e do teatro. A escolha pela
via acadêmica depois de anos de prática decorre do desejo de conhecer mais e, ao mesmo tempo, submeter o trabalho à investigação metódica. Algumas perguntas que se mostram no mestrado atravessam o percurso do doutorado, transformadas pela contaminação filosófica.
Observando os outros e a mim mesma pensava: Como é possível a composição única de um improviso de dança? Como a improvisação de
dança acontece (ou se atualiza) no corpo do improvisador? Quais as necessidades técnicas para a execução artística de um improviso? Como
o orientador pode contribuir neste processo? Estas experiências promovem algum tipo de desenvolvimento humano? Para responder não
bastava mais a experiência isolada. A medida que persistiam perguntas era preciso buscar respostas outras em outros lugares. Para além
do universo dos dançarinos, investiguei no mestrado pesquisadores teatrais como Stanislavski, Grotowski, Barba, Burnier, Artaud e Lebreton. Mas a contaminação se estendeu aos domínios teóricos da Física Quântica, da Psicologia junguiana, das terapias e técnicas corporais
alternativas, da meditação etc. O longo processo culmina na sistematização da prática corporeoenergética a qual integra conhecimentos de
diferentes culturas com o objetivo de propor um procedimento que auxilie o improvisador tanto física como energeticamente para a criação
imediata da dança. No doutorado retornei ao universo dos conceitos filosóficos, fonte primeira de minha formação acadêmica e campo
de atuação profissional, buscando dialogar com filósofos que se dedicaram a pensar o corpo e a arte. Permeada por questões relativas à
composição do plano de imanência do improviso; às mudanças de percepção que afetam o improvisador, facilitador e espectador; cheguei
às potências de um corpo paradoxal que aprende a improvisar, improvisando. Estudando as fenomenologias de Husserl e Merleau-Ponty,
alcancei Deleuze, Guatarri e José Gil, o qual pensa a dança em uma perspectiva metafenomenológica, território das pequenas percepções
e de uma consciência impregnada de corpo. Dialogando com estes autores e em sintonia com o conceito de experiência de Larossa, investiguei a experimentação, o acaso, a imitação e repetição e as interações entre corpo e música.
Palavras-chave: Educação; Filosofia; Improvisação de dança; Teatro
Eixo temático: Arte, Linguagem, Conhecimento
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
GRAMÁTICA E TEXTO LITERÁRIO EM LIVROS ESCOLARES DE PORTUGUÊS DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Rejane Rodrigues Almeida de MEDEIROS ([email protected])
Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil
As relações entre gramática e texto literário no ensino de língua são muito antigas, sendo observadas já na tradição grega, quando, a
partir da atividade dos gramáticos de Alexandria, os textos clássicos de autores gregos, principalmente de Homero, passaram a servir
de modelo de perfeição linguística (cf. MARROU, 1966). Em se tratando do ensino de língua portuguesa ministrado na primeira metade
do século XX, observa-se uma articulação entre gramática e texto literário, em que ora se prioriza a gramática ora se evidencia o texto
literário. Esta pesquisa busca investigar e discutir as relações estabelecidas entre gramática e texto literário, em dois momentos específicos da história da disciplina escolar Português. O primeiro situado nos anos de 1920, quando os programas de ensino e a reedição e
adoção de um número elevado de gramáticas escolares assinalam a primazia da gramática; e o segundo, entre as décadas de 1930 e
1940, quando a Reforma Francisco Campos (1931) e a Reforma Capanema (1942), assim como a elaboração de livros escolares, procuram
dar um maior destaque ao texto literário no ensino de português. A fim de alcançar esse objetivo, são estudadas duas obras didáticas
representativas de cada um desses períodos, a “Gramática expositiva: curso superior” (17ª ed., 1925), de Eduardo Carlos Pereira, e “O
idioma nacional” (1944), de Antenor Nascentes, com ênfase nos conteúdos e no modo como os objetos de ensino são selecionados,
organizados e apresentados por seus autores. Inscrita no campo da Linguística Aplicada, a pesquisa analisa os livros escolares de
português mencionados, estabelecendo um diálogo com outras áreas do conhecimento, como a História das Ideias Linguísticas, Sociolinguística, História da Educação, História das Disciplinas Escolares, História Cultural da Leitura e Teoria Literária. A análise da “Gramática expositiva: curso superior”, de Eduardo Carlos Pereira, apontam indícios de que, na década de 1920, priorizou-se o aprendizado
minucioso da gramática, com complexas nomenclaturas. Excertos de autores predominantemente portugueses são usados tanto para
abonar as regras da gramática, no exemplário, como para fixá-las nos “exercícios analíticos” propostos, de modo que a modalidade da
língua portuguesa considerada como “uso correto” era aquela pertencente à variante europeia. Por outro lado, o estudo das gramáticas
escolares que compunham a série didática “O idioma nacional”, de Antenor Nascentes, revela que seu autor procurou concentrar o
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aprendizado da gramática no ginásio, propondo um ensino mais conciso de simplificado das regras gramaticais para este ciclo; enquanto
que no colégio, buscou privilegiar conteúdos literários, em detrimento da gramática. Desde a década de 1930, com a Reforma Francisco
Campos de 1931, procurava-se conferir ao texto um lugar de maior destaque nas aulas de português; uma vez que, segundo o documento
emitido pelo Ministério da Educação e Saúde, o professor deveria “tirar o máximo proveito da leitura, ponto de partida de todo o ensino”
(BRASIL, 1931 in BICUDO, 1942, p. 137). Nos anos de 1940, as disposições dos programas de português para o ginásio e colégio, emitidas
no âmbito da Reforma Capanema de 1942, assim como a elaboração de “O idioma nacional”, de Antenor Nascentes, indicam que, nesta
década, procurou-se imprimir uma orientação ao ensino de português, em que houvesse precedência da leitura de textos literários em
relação à gramática.
Palavras-chave: Gramática; História da disciplina escolar português; Livro escolar de português; Texto literário
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua/Livro didático
Modalidade de trabalho: Trajetória de Pesquisa
INDÍCIOS DE ESTILOSIDADE: O PROCESSO DE ESCRITA DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Renata de Oliveira COSTA ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
O presente projeto de doutorado, calcado nas áreas de Educação, Linguística e Psicanálise, versa a respeito da escrita de crianças do
ensino fundamental. Interessa-nos investigar, a partir da análise longitudinal de manuscritos produzidos por um grupo de informantes, a
possibilidade de encontrar marcas linguísticas ou extralinguísticas que evidenciem o surgimento de uma escrita que nomeamos estilosa.
Insere-se no projeto Movimentos de Dezescrita, que está sendo desenvolvido pelos membros do GEPPEP – Grupo de Estudos e Pesquisa,
Produção Escrita e Psicanálise, e está em consonância com os trabalhos produzidos pelos integrantes desse grupo que se interessam em
estudar a relação entre subjetividade e escrita. Toma como hipótese a possibilidade de que crianças em idade escolar possam desenvolver algo que se aproxima de um estilo singular para escrever. Assim, busca-se responder à seguinte questão norteadora: Em textos
escritos por crianças do ensino fundamental, quais marcas linguísticas e discursivas evidenciam o surgimento de um escritor “estiloso”?
Para tanto, será realizada a análise de um corpus que está sendo composto por produções escritas de um grupo de 140 crianças, alunos
de uma escola municipal localizada na cidade de São Paulo que, à data da primeira coleta, estavam concluindo o terceiro ano do ensino
fundamental. As coletas, que tiveram início em novembro de 2013, serão realizadas por um período de três anos, totalizando-se, aproximadamente, um corpus de 2380 manuscritos. Os manuscritos que vêm sendo produzidos pelas crianças são resultados de atividades
de produção de textual. Serão analisadas as marcas linguístico-discursivas e extratextuais, que chamaremos de indícios de estilosidade,
que possam caracterizar um texto como tendo sido produzido por um determinado informante. O termo indícios de estilosidade consiste
em um neologismo cunhado a partir do conceito de indícios de autoria formulado por Sírio Possenti. O autor estabeleceu os tais indícios
para analisar textos escolares, sobretudo, de alunos do Ensino Médio. Acreditamos que seja possível encontrá-los, fazendo as devidas
ressalvas, em textos de crianças da primeira etapa do ensino fundamental, assim, nos propomos a ampliar a noção de indícios de autoria.
Palavras-chave: Ensino; Ensino Fundamental; Escrita; Subjetividade
Eixos temáticos: Ensino-Aprendizagem de Língua/Escrita
Modalidade de trabalho: Projeto de Pesquisa
DISCURSOS INFANTIS SOBRE AS APRENDIZAGENS E PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO TEXTO ESCRITO
Renata Rezende GONDIM ([email protected])
Universidade Federal do Rio De Janeiro - Colégio Pedro II, Rio de Janeiro/RJ, Brasil
No universo das interações dialógicas os sujeitos produzem linguagem e interligam discursos em termos de sentido. A linguagem está
ancorada em contextos históricos, sociais e ideológicos, e cada contexto é composto por situações enunciativas que interferem nas formas
de uso da linguagem. O que as crianças do 2º ano do ensino fundamental, em seus discursos orais e escritos, revelam saber da linguagem
escrita? Que conhecimentos da língua escrita são construídos e re-construídos no espaço da sala de aula? Como as crianças identificam e/
ou utilizam diferentes modos de dizer em seus textos escritos em função de contextos? E de interlocutores? Quando se colocam no lugar de
avaliadoras de textos (de seus e/ou de outros) o que revelam sobre os textos? Identificar os conhecimentos e sentidos que as crianças têm
sobre a escrita a partir de seus discursos orais e escritos contribui para a compreensão de como a criança significa a escrita e para a compreensão das relações com as práticas pedagógicas no cotidiano escolar. Proponho a criação de espaços para que a voz discente possa ser
enunciada por meio de atividades, identificadas nesse momento como reflexivas com a língua escrita. Essa prática consiste na mudança
no modo de se trabalhar a língua portuguesa em sala de aula, pois as crianças em contato com suas produções escritas, e, por meio delas,
terão oportunidade de explicitar seus conhecimentos, dúvidas e refletir sobre o funcionamento da língua. Desta forma, poderão elaborar
novos modos de dizer sobre os seus próprios processos de aprendizagem. A discussão proposta neste trabalho situa-se no interior de uma
concepção de linguagem que é vista como um lugar de interação humana (BAKHTIN). Este trabalho está apoiado pelos pressupostos da
concepção de ensino e aprendizagem sócio-histórica (VYGOTSKY) que considera a importância central da interação e da complexidade da
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
escrita; incluem-se também o campo da sociologia da infância no que diz respeito à metodologia de pesquisa com crianças (CORSARO;
SARMENTO; PINTO; FERREIRA), além de estudos sobre ensino e aprendizagem da leitura e escrita (GERALDI).
Palavras-chave: Aprendizagem; Ensino; Gêneros Discursivos
Eixos Temáticos: Escrita/Alfabetização e Letramento
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
NOVOS LETRAMENTOS DA CULTURA DIGITAL ATRAVÉS DAS WIKIS: A CONSTRUÇÃO DE UM CURRÍCULO ESCOLAR COLETIVO EM UM CURSO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA – INGLÊS
Ricardo Toshihito SAITO ([email protected])
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
A Cultura Digital e os Novos Letramentos, frutos da revolução tecnológica ocorrida nessa virada de milênio, transformam a realidade na
qual vivemos e o nosso status quo, seja ele o de imigrante ou nativo digital (Prensky, 2001). Surge assim a necessidade de aprendermos
a aprender e a de apropriarmos as affordances presentes na Web 2.0 com a finalidade de ressignificar a(s) identidade(s) dos sujeitos e
grupos sociais aos quais pertencemos e o mundo no qual vivemos. Nesse novo Ethos (Lankshear e Knobel, 2011), onde sujeitos e grupos
sociais “exploram novos modos de fazer coisas e novas maneiras de ser [...] incorporando também novos significados sobre quem somos
ou podemos ser” (Moita Lopes, 2012), as leituras de mundo e os novos aprendizados se formam, deformam e se transformam e novas
relações são construídas entre os sujeitos e/ou grupos envolvidos na construção do conhecimento e o seu compartilhamento envolve um
discurso menos autoritário, mais participativo e dinâmico. A reflexão sobre novas práticas pedagógicas que contemplem a inter/trans/
multi disciplinaridade (Araújo, 2012) através do Ensino de Novos Letramentos dentro da Cultura Digital poderia contribuir para que os
alunos refletissem sobre a Cultura Grafocêntrica e as diversas linguagens presentes na Cultura Digital, seus modos de organização e
funcionamento dentro das práticas sociais e culturais, durante as aulas de Língua Materna e/ou Língua Estrangeira. Assim, a wiki foi
escolhida por ser um meio (medium) que oferece suporte a diversas modalidades (modes) e funcionalidades (facilities). Ela compartilha
características semelhantes àquela realidade vivida pelos alunos, em sua grande maioria, imigrantes digitais (Prensky, 2001) e usuários
frequentes da internet. Os objetivos da presente pesquisa são (1) descrever como as affordances midiáticas poderiam transformar as
relações tradicionais de uma Cultura Escolar baseada no professor, quadro negro e livro didático; e (2) como ocorreria uma apropriação
dessas novas práticas escolares oriundas da Cultura Digital, no cotidiano desses alunos, dentro das wikis. Serão apresentados ainda
alguns resultados parciais de um projeto-piloto, com alunos de Língua Estrangeira (inglês), em um Centro de Idiomas situado em uma
cidade no interior do Estado de São Paulo.
Palavras-chave: Cultura Digital; Multiletramentos/Novos Letramentos; Wiki
Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Projeto de Pesquisa
LEITURA, MEMÓRIA E DANÇA: IMAGENS EM REVERBERAÇÕES
Rosana BAPTISTELLA ([email protected])
Norma Sandra de Almeida FERREIRA ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Neste trabalho, apresentamos parte das reflexões ligadas à pesquisa “Leitura, corpo e memória: percepções, recepções e reverberações” que tem como temática leitura e linguagem, numa perspectiva da Histórico Cultural. O percurso metodológico consiste em,
utilizando textos selecionados previamente por nós, propor sessões de leitura e laboratórios de criação a um conjunto de artistas da
dança, numa leitura ressignificada que, posteriormente, seja expressa em linguagem cênica, em atitude responsiva (Bakhtin, 2000). Que
sentidos são produzidos? O que e como cada um dos participantes traz de si, de suas histórias e memórias, provocadas pela leitura?
Como essas memórias são amalgamadas aos textos lidos no momento da prática da leitura? Temos verificado que, tendo cada um sua
história peculiar/ própria, diferentes corpos e experiências - no sentido atribuído por Larrosa Bondía (2002) à palavra experiência –, suas
respostas ao texto são autorais, mas também compartilhadas, porque fazem parte de uma mesma comunidade de leitores, artistas da
dança, que foram convidados por afinidades de trabalho e de pesquisas. Sentidos são produzidos, entre memórias, sensações, imagens,
na tensão estabelecida entre os leitores e os textos (CHARTIER, 1988) e reverberados na dança. Cada um desses cinco artistas carrega
um repertório – de sons, movimentos, relações - que estabelece pontos comuns, confluentes com os demais, mas também diversos,
pela natureza de suas atuações, no teatro, dança, música, arte contemporânea, cultura popular. São três mulheres e dois homens. Uma
das mulheres é atriz e, tendo pesquisado batuques, siriris, cururus, histórias de exílios e margens, cria uma amálgama entre culturas
tradicionais e teatro contemporâneo; duas são caixeiras, tendo como fonte de pesquisa as “Caixeiras do Divino do Maranhão” e outras
manifestações ligadas ao universo sagrado, à religiosidade e ao feminino. Os dois colaboradores homens, artistas da dança – criadores
e intérpretes -, são pesquisadores de manifestações da cultura brasileira na contemporaneidade, com destaque a festas e rituais. Trazem
temáticas afins, interesses por pesquisas em que as imagens míticas são recorrentes nos exercícios cênicos criativos. Ainda que únicas
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e autorais, as respostas são produzidas na tensão entre o “aprendido” culturalmente e as condições peculiares em que elas ocorrem e se
enraízam. Nossos referenciais teóricos advêm principalmente de Michel de Certeau (1995; 1998) no que tange a produção de sentidos e
invenção de memória e Roger Chartier (1996; 1998) em relação às práticas de leitura, suportes de textos e representações.
Palavras-chave: Corpo leitor; Criação em dança; Literatura; Memória; Processo artístico
Eixos Temáticos: Leitura e Literatura/Arte, Linguagem, Conhecimento
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
LEITURA E LITERATURA NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO LEITOR
Rosemary Lapa de OLIVEIRA ([email protected])
Universidade do Estado da Bahia, BA, Brasil
O curso de extensão Leitura e literatura na constituição do sujeito leitor é fruto de tese de doutorado defendida em setembro de 2013. Concordando com Coelho, que a literatura é o fio condutor do ensino-aprendizagem, tem por objetivo provocar ações pedagógicas voltadas para as
crianças da educação infantil e anos iniciais, através de atividades lúdicas, seja na forma de contação de histórias ou narração, considerando
essa uma atividade multidisciplinar que provoca a interdisciplinaridade. Segundo Piaget, na multidisciplinaridade, recorremos a informações de
várias matérias para estudar um determinado elemento. Nesse curso, se lança mão da Psicanálise, Didática, Crítica literária, estudos culturais
envolvendo gênero, raça e sexualidade, História, Política, Economia e Religião, entre outras, para provocar a interdisciplinaridade. A ação lúdica
e interdisciplinar visa a mediação do sujeito leitor em seu processo de enleituramento, termo cunhado durante pesquisa de doutorado para dar
conta da capacidade humana de tornar-se leitor de mundo, tendo na leitura uma ação que é contínua e ampliada a cada contato do leitor com
o contexto que o cerca enquanto faz a leitura do texto. Para tanto, apoiamo-nos nos estudos sobre a ludicidade, principalmente com Kishimoto,
autora que entende o lúdico como dinamizador da aprendizagem, desenvolvendo habilidades que não estão voltadas apenas para o cognitivo, mas
também para o social, afetivo, emocional. Assim, entendendo a literatura de forma ampla, igualando-a ao brincar, preservamos o direito da criança
pensar, reinventar, criar e até produzir sua própria cultura. Para isso, o currículo escolar precisa ser repensado, conforme Macedo, como atos de
currículo, tendo na leitura literária, segundo Bettelheim, um componente interdisciplinar, transversal e cultural, por exercer a função de agente
de transformação, uma vez que contribui para sua formação integral, provocando inúmeras emoções e sensações, dando prazer e divertindo,
fazendo com que esse sujeito se transforme em um o leitor capaz de ver o mundo com outros olhos. Com esse aporte multidisciplinar, esse curso
usa da interdisciplinaridade como veio fulcral do ensino-aprendizagem. As ações metodológicas têm sempre conotação de oficinas, entremeadas
de aulas expositivo-dialogadas, buscando no lúdico e na interdisciplinaridade os caminhos possíveis para o ensino-aprendizagem que promova
a autonomia pregada por Freire e a intercriticidade pregada por Macedo. Para isso, dispositivos de escuta sensível, realização de atividades de
leitura, com envolvimento lúdico e discussões teóricas nos campos variados em que se insiram os textos literários, focando a produção de leitura
e de texto, na perspectiva da leitura crítica defendida por Freire, são realizadas, considerando que a leitura, notadamente a literária, é o caminho
privilegiado da formação cidadã. Os resultados esperados são a sensibilização de professores, estudantes de licenciatura e demais profissionais
da educação para o fato de que o ensino através do lúdico promovido pela literatura provoca aprendizagens bem mais significativas, além de
exercer o papel precípuo da educação: a formação cidadã, disparando discussões sobre individualidade, transubjetividade e globalização.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Formação para a docência; Leitura; Literatura infantil
Eixo Temático: Leitura e Literatura
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
OBJETOS EDUCACIONAIS DIGITAIS: NOVOS LETRAMENTOS E MULTILETRAMENTOS NO ENSINO DE LITERATURA OU
CLASSIFICAÇÃO DIGITAL DE CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS?
Rosivaldo GOMES ([email protected])
Universidade Federal do Amapá, AP, Brasil/PG-Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
O uso de Objetos Educacionais Digitais (OED) na sala de aula pode ser uma boa estratégia para ensino de Língua Portuguesa – afinal, se
os meios de comunicação e os estudantes já não são mais os mesmos, não faz sentido manter algumas práticas de ensino que, em certa
medida, não respondem mais às práticas de novos letramentos e multiletramentos, principalmente digitais que a contemporaneidade
exige no uso da leitura e da escrita. Nesse sentido, este estudo apresenta algumas discussões de nossa pesquisa de doutorado em
Linguística Aplicada, intitulada “Gêneros Multimodais, Objetos Educacionais Digitais (ODE), novos letramentos e atividades de leitura
em livros didáticos do Ensino Médio” (Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada – UNICAMP-IEL), ainda em fase de desenvolvimento. Como objetivo, busco discutir sobre como dois objetos educacionais digitais de portais diferentes, relacionam atividades de
leituras e interpretação no que diz respeito ao ensino de literatura em plataformas digitais. Considerando que esses objetos digitais sãos
híbridos, constituídos dessa forma, por diferentes linguagens multimodais e hipermidiáticas que podem atender às novas perspectivas
de aprendizagem, analiso se esses dois OED favorecem e ajudam no desenvolvimento multiletramentos e dos novos letramentos no que
tange às práticas digitais e multissemióticas de ensino de literatura ou se apenas são transpostas práticas do letramento da letra/do impresso para o meio digital. A partir de uma abordagem qualitativo-interpretativa (MOITA-LOPES, 1994, 2006), são analisados dois corpus
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O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
de OED - jogo Enem Wars - desenvolvido pela agência Retoque Comunicação e o jogo Epigramas (Gênero epigramático. Estes objetos
retomam o conceito de objetos digitais de aprendizagem, devendo ser pequenos, reusáveis, interoperáveis e recuperáveis. Eles também
abrem a discussão para o que são e como deveriam ser materiais digitais, tendo em vista que sua maior contribuição seria o ensino de
novos letramentos, neste caso, no ensino de literatura, e não apenas transposições de atividades escolares para uma nova linguagem,
digital. A base teórica que sustenta o trabalho trata de autores que nas áreas dos mutiletramentos (COPE e KALANTZIZ, 2006 [2000]), dos
Novos Letramentos (COIRO, KNOBEL, LANKSEHEAR e LEU (2008); sobre novos letramentos (LANKSHEAR e KNOBEL (2007, 2014); bem
como sobre algumas discussões a respeito de objetos de aprendizagem em (WILEY, 2000; LEFFA, 2006) além de pesquisas recentes sobre
ciberliteratura (Neitzel 2006, 2008; Santaella, 2012, REIS, 2012; MOURÃO, 2013). Considerando que diversos textos/objetos multimodais
com hibridações de diferentes formas de apresentação de linguagens em movimento (verbal e imagética) e linguagens sonoras podem
ser incorporados aos materiais didáticos e devem ser levados em conta nas análises de práticas de novos letramentos e que os sujeitos
envolvidos nas práticas características dos novos letramentos buscam ativamente parceiros que tenham afinidades e interesses nesse
tipo de interação participativa e de relacionamentos intercambiáveis entre autores e seu público leitor/consumidor, dissolvendo, assim,
as práticas de produções individuais que caracterizam os letramentos convencionais (Knobel e Lankshear, 2014), os resultado apontam
que através da análise dos OED é possível perceber que não há favorecimento de novos letramentos sobre as novas formas da criação
literária digital que podem justificar novas perspectivas de ensino de literatura, mas uma transposição direta do letramento da letra para
um simulador virtual de questões. Todavia, há uma articulação parcial com uma pedagogia dos multiletramentos.
Palavras-chave: Ensino de literatura; Multietramentos; Objetos Educacionais Digitais
Eixo Temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
LETRAMENTO DIGITAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LETRAS
Roziane Keila GRANDO ([email protected])
Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Em meio à atual configuração da sociedade em rede e considerando a evolução da educação a distância, vê-se a necessidade de que
esta modalidade também seja utilizada para melhorar e facilitar o processo de ensino e aprendizagem dos cursos presenciais. Em se tratando do uso das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), percebe-se que o aluno, ao ingressar na universidade, ainda apresenta
uma lacuna em sua formação básica, no que diz respeito a um trabalho sistemático e orientado sobre como encontrar as informações de
que precisa para a produção dos mais variados gêneros, tendo autonomia para lidar com elas. Nesse sentido, observou-se a necessidade
de envolver esse aluno, futuro professor, em práticas de estudos com as linguagens multimidiáticas, de forma crítica, não sendo tratadas
como práticas estabelecidas, mas sim, em constante transformação. Por isso, tendo em vista os espaços de interação em contexto de
ensino-aprendizagem, em especial o moodle (ambiente virtual de ensino aprendizagem), a pesquisa objetivou oportunizar práticas de
ensino dos chamados Novos Letramentos, em especial com os multi-hipermidiáticos, na disciplina de Laboratório de Leitura e produção
textual, do curso de Letras Português e do curso de Letras Inglês da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Como aporte
teórico, destacam-se Marcushi e Xavier (2004) e Koch (2009), ao se tratar da linguagem hipertextual, assim como autores que tratam
dos letramentos, tais como: The New London Group (1996); Street (1999), Kress (1997; 2003), Signorini (2012) e Pinheiro (2013). O encaminhamento do trabalho foi divido em duas etapas: a primeira consistiu no planejamento e execução da disciplina on-line, e a segunda
foi pautada numa análise interpretativa das atividades e participações dos alunos no ambiente virtual de Ensino- aprendizagem (AVEA).
Os resultados das atividades e participações feitas pelos alunos no ambiente mostraram que a escolha de trabalhar com a linguagem
hipertextual na disciplina de Laboratório de leitura e produção textual os auxiliou, envolvendo-os em diferentes formas de produzir,
veicular e consumir textos, ampliando seus conhecimentos sobre letramento e uso das TIC. Destaca-se também que, mediante os trabalhos desenvolvidos na disciplina, cujas turmas e cursos foram diferentes, e considerando a questão dos novos letramentos, fica nítida a
necessidade de uma inserção mais esclarecida dos formadores e formandos em Letras a fim de contribuir para uma melhor qualificação
desses futuros profissionais que enfrentarão (ou já enfrentam enquanto educadores) o desafio de levar seus alunos a se apropriarem
desses letramentos enquanto cidadãos.
Palavras-chave: Formação de professores; Novos letramentos; Tecnologias de Informação e Comunicação
Eixo temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
LINGUAGEM E LEITURA NAS AULAS DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR
Sebastião Carlúcio ALVES FILHO ([email protected])
Universidade Estadual de Goiás, Jataí, GO, Brasil
É bastante propagado no ambiente educacional o senso comum de que o trabalho com a linguagem deva se restringir às aulas de língua
e que o professor dessa disciplina seja o único responsável por desenvolver nos alunos sua competência comunicativa. Por acreditar
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XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
que estas informações poderiam não corresponder ao que se propõe ser função da escola, tive como objetivo investigar como é possível
estimular a capacidade de leitura dos alunos utilizando como ponto de partida exercícios de matemática. Para a execução deste trabalho,
analisei as atividades de matemática presentes em um material didático usado por alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola
da rede privada de ensino. Estas atividades foram catalogadas em três categorias organizadas de acordo com o trabalho de leitura que
poderia ser executado pelo professor. As categorias de análise propostas foram criadas com base nas concepções de leitura, avaliação
e linguagem. Para isso, utilizei como fundamentação teórica as palavras de Rojo (2004, 2006 e 2009), Kleiman (1993), Silva (2009) e Solé
(1998), dentre outros que tratam de leitura, bem como as de Freire (1996), Luckesi (2002) e Hadji (2001), que tratam de avaliação e, por
fim, Perfeito (2007), Oliveira (2008) e Bakhtin (1952-53 e 1929), no que diz respeito à linguagem. No fim, as informações obtidas foram
transformadas em dados percentuais cuja análise nos permitiu concluir que uma pequena porcentagem das atividades presentes nos materiais analisados sugere um trabalho com a leitura muito eficiente no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades de leitura dos
alunos. Porém, mesmo sabendo que é possível este trabalho interdisciplinar em sala de aula, o material analisado se ateve a apenas reproduzir um tipo de ensino mecânico com vistas à reprodução de resultados. Os dados obtidos por meio deste trabalho servem de reflexão
no sentido de que é possível estimular as capacidades de leitura dos alunos em outras disciplinas além das que tratam especificamente
do trabalho com a língua. É necessário, então, que este processo interdisciplinar torne-se hábito nas escolas.
Palavras-chave: Ensino de leitura; Exercícios de matemática; Interdisciplinaridade
Eixo temático: Ensino-Aprendizagem em diferentes disciplinas escolares
Modalidade de trabalho: Trajetória de Pesquisa
ESCREVER PARA PRODUZIR SENTIDOS: PROCESSOS REFERENCIAIS ENVOLVIDOS NA CONSTRUÇÃO DA COESÃO E COERÊNCIA EM REDAÇÕES DE VESTIBULAR
Silvia Albert BACHUR ([email protected])
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, Brasil
A presente comunicação insere-se no eixo temático “escrita” e tem por objetivo apresentar nosso trabalho, em curso, em nível de doutorado, desenvolvido na linha de pesquisa “Leitura, Escrita e Ensino”, do Programa de Pós-Graduação em Língua Portuguesa da PUC-SP.
O interesse pelo desenvolvimento da proficiência escritora no processo de ensino e de aprendizagem na educação básica aliado às evidências de insucesso na produção escrita de exames avaliativos, ao final desse período de escolarização, como os vestibulares, motiva a
nossa pesquisa. Sendo assim, propomo-nos investigar como se dá a produção de sentidos em redações de vestibulares e sua relação com
os processos referenciais envolvidos na construção da coesão e coerência textual, visando o desenvolvimento da proficiência escritora na
escolarização básica. Respaldados, principalmente, na Linguística Textual, de perspectiva sociocognitiva e interacional, e pelos Estudos da
Cognição, propomo-nos em nosso trabalho evidenciar a relação entre coerência e coesão e processos referenciais, que concorrem para a
produção de sentidos, a qual ocorre numa complexa relação entre linguagem, mundo e pensamento, estabelecida no discurso. Nosso aporte teórico fundamenta-se nos atuais estudos relativos à produção escrita e à referenciação presentes em autores como Rojo e Cordeiro
(2004), Koch (2006, 2008), Koch e Elias (2009), Marcuschi (2006, 2007, 2008), Cavalcante et al.(2010), Bentes (2012), Cavalcante, Custódio
Filho e Brito (2104), entre outros. Estabelecemos também um diálogo com estudos sobre a escrita e aspectos relacionados à sua produção
em autores como Flusser (1989), Olson (1997), Hanks (2008), Van Djik (2012). Justificamos a escolha do corpus por serem textos escritos
por alunos em situação real de produção, e por ser essa a etapa da educação em que os alunos já completaram o período de escolarização
básica. Nossa análise pretende, pois, evidenciar a produção de sentidos por meio dos processos referenciais relacionados à construção
da coesão e da coerência, sustentados pelas marcas linguísticas na superfície dos textos, que resultem na elaboração de um projeto de
dizer. A título de exemplificação, apresentamos a análise de duas redações de vestibular, destacando no corpus as escolhas lexicais e as
orientações semânticas que norteiam a produção de sentidos relacionada a um projeto de dizer, numa perspectiva sociocognitiva, em que
não se leva em conta apenas os elementos linguísticos. Pretendemos, com nossa pesquisa, ampliar o escopo de atuação para o ensino e
a aprendizagem da escrita, abrindo possibilidades de intervenção por parte do professor a partir da compreensão de que escrever é um
processo complexo que se realiza na interação entre sujeitos sociais que operam cognitivamente com o conhecimento e com a linguagem.
Palavras-chave: Coesão e coerência; Processos referenciais; Produção de sentidos; Produção escrita
Eixo temático: Escrita
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
INTERDISCIPLINARIDADE E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM MATERIAL DIDÁTICO DA REDE
PRIVADA DE ENSINO: (IN)EXISTÊNCIA (RE)VELADA
Sílvio Ribeiro da SILVA ([email protected])
Universidade Federal de Goiás, Jataí, GO, Brasil
O presente trabalho tem como objetivo analisar as atividades de leitura e interpretação apresentadas pelo apostilado do Sistema Positivo
de Ensino (Ensino Médio – EM), usado por alunos de uma instituição da rede privada de uma cidade do interior do estado de Goiás, obser58
R ES U M OS
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
vando se os saberes mobilizados pelas atividades priorizam as competências e habilidades de área exigidas pela avaliação da área de
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do ENEM, levando em conta o aspecto interdisciplinar/contextual inerente à avaliação. Sob a
ótica da pesquisa interpretativista, procedi a um levantamento dos gêneros que são apresentados ao aluno para leitura e interpretação,
observando se existe diversidade deles no material didático. Também foi analisada a forma como esses gêneros são trabalhados com o
aluno, levando em conta se a diversidade (caso fosse presente) considera uma maior abrangência entre áreas, integrando os conteúdos
de uma disciplina com outras áreas do conhecimento. O estudo usou como fonte de referência para a análise dos dados a matriz de competências e habilidades da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, do componente curricular Língua Portuguesa e Literatura, do
exame. Meu interesse por análise de materiais didáticos vem do fato de que esses materiais se constituem na principal fonte de informação impressa utilizada por parte significativa de alunos e professores. Também, são os materiais didáticos que trazem as orientações
do trabalho a ser desenvolvido na escola. A pertinência de um estudo que use como referência o modelo de avaliação do ENEM está no
fato de que ele passa distante do entendimento tão comum até então de encarar o aluno apenas como um depositário passivo, cabendo
a este somente um esforço mecânico de memorização de fatos, regras e conceitos. O ENEM solicita do aluno domínio de competências
e habilidades na solução de problemas, colocando em uso conhecimentos que vieram sendo adquiridos na escola e nas experiências
pessoais extraescolares, colocando em prática os conhecimentos adquiridos para tomar decisões autônomas e socialmente relevantes,
sendo capaz de transpor conhecimento de uma área para outra, numa abordagem interdisciplinar. Os resultados do estudo indicam a
necessidade de mudanças na política de elaboração de material didático, tendo em vista que esse material deve oportunizar ao aluno
a vivência de situações em que o conhecimento esteja relacionado com a realidade, objetivando a construção de competências, numa
abordagem que não considere os conteúdos de forma isolada. Na análise dos dados, busquei orientação nas ideias do interacionismo e
da perspectiva enunciativo-discursiva de Schneuwly (1988), cujo foco está centrado menos na estrutura do texto e na cognição individual
e mais na interação enunciativo-discursiva do sujeito com a situação social de produção. Também ofereceram apoio teórico as contribuições de Bakhtin acerca do dialogismo e de Vygostsky a respeito da interação na construção social da aprendizagem, dentre outros.
Palavras-chave: ENEM; Leitura; Interdisciplinaridade; Interpretação de textos
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua/Livro didático
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
ENSINANDO A ENSINAR : DAR VOZ ÀS FORMADORAS PARA FORTALECER O MÉTIER
Simone Maria Dantas LONGHI ([email protected])
Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil/ Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Esta comunicação visa a apresentar uma pesquisa de doutorado em curso, inserida no campo da formação de professores. Ancorada pelos
aportes teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo, tal como proposto por Bronckart (1999, 2006, 2008) e outros pesquisadores (MACHADO,
2009), em estudos sobre o trabalho de ensinar (FAÏTA, 2004, 2011; SAUJAT, 2004; AMIGUES, 2004) e sobre o trabalho em geral (CLOT, 1999,
2001, 2008), esta pesquisa tem por objetivo analisar o trabalho dos tuteurs que atuam como formadores no contexto dos Cursos Extracurriculares de Francês da FFLCH-USP. A missão desses cursos é, além do ensino de francês para o público interno e externo à Universidade, servir de
laboratório de pesquisas e local de formação para os professores-monitores iniciantes. Desde 2009, os cursos fornecem aos seus monitores,
dentre outras atividades de formação, o programa de tutorat, que consiste no acompanhamento dos professores-monitores novatos (os tutorés) por professores-monitores mais experientes (os tuteurs), que os auxiliam em suas preparações de aula. Buscando dar voz aos tuteurs e
melhor compreender seu trabalho, realizamos uma reunião de constituição de um coletivo de tuteurs, na qual as tutrices participantes desta
pesquisa discutiram os desafios de sua profissão. Nas semanas seguintes, foram realizadas filmagens de reuniões de tutorat e entrevistas em
autoconfrontação simples e cruzada, em que as tutrices puderam assistir aos filmes dos tutorats umas das outras e tecer comentários sobre
as dificuldades de seu trabalho e as diferenças entre seu agir e o agir de suas colegas. Por meio da verbalização proporcionada pela autoconfrontação, buscamos contribuir com o desenvolvimento das tutrices participantes desta pesquisa, protagonistas da evolução do próprio ofício
de tuteur. As gravações em vídeo das reuniões e entrevistas em autoconfrontação com as tutrices constituirão os dados desta pesquisa. Elas
serão transcritas e, posteriormente, analisadas segundo o quadro teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo, com o acréscimo de
categorias de análise decorrentes dessa vertente teórica reservadas ao estudo de textos sobre o trabalho, as figuras de ação (BULEA 2010).
Nesta comunicação, apresentaremos as primeiras análises do contexto de produção da reunião de constituição do coletivo de tutrices. Exporemos, também, os conteúdos temáticos dessa primeira reunião, no intuito de identificar os desafios do métier evocados pelas tutrices e elaborar
hipóteses analíticas sobre esses dados.
Palavras-chave: Autoconfrontação; Formação de professores de língua estrangeira; Interacionismo Sociodiscursivo; Tutoria
Eixo temático: Currículo e Formação do Professor de Língua
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
AT I V I DA D ES
59
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
A ARTE DE FAZER: MEMÓRIA, PARTICIPAÇÃO E HISTÓRIA NOS 30 ANOS DA ASSOCIAÇÃO DE LEITURA DO BRASIL
Sonia Midori TAKAMATSU ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Esta pesquisa elege como tema as memórias da Associação de Leitura do Brasil (ALB); entidade que, há mais de três décadas, congrega
interesses relativos à leitura, às questões pertinentes ao livro como interfaces da educação. A ALB foi fundada em 14 de novembro de
1981. A iniciativa reuniu, no comitê de fundação, pesquisadores e educadores de importantes universidades brasileiras. Sua atuação no
campo da educação ao longo dos anos consolidou um papel de relevância que se traduziram em inúmeras publicações (entre elas a Revista
Leitura: Teoria e Prática),grupos de pesquisas e realização de eventos – entre os quais o Congresso de Leitura do Brasil (COLE). Este projeto
de pesquisa visa compor, através do acervo documental da entidade, a trajetória e as memórias da entidade. O período que recobre o
trabalho marca o início da constituição da entidade em 1978, durante a realização do 1º Congresso de Leitura do Brasil, até o ano 1986,
período em que a entidade se consolida. O que se projeta é a constituição desse percurso no intuito de compor uma narrativa que permita
identificar não só os caminhos que a ALB trilhou, mas as escolhas que a consolidaram no meio acadêmico e, também, para além dele. A
constituição do percurso da história da entidade permite, igualmente, constituir parte da história da leitura no Brasil através dos debates e
ações promovidas por intelectuais e pesquisadores, em especial no interior dos COLEs, sobre as questões da leitura e do livro e que assinalam um momento especial na vida brasileira, o processo de abertura política no país depois de vinte anos de regime militar. Os referenciais
teóricos que constituem o suporte metodológico da pesquisa fazem parte do domínio da História Cultural, especialmente, ao que se refere
às noção de lugar de memória de Pierre Nora. Tomamos a noção de prática de leitura que Roger Chartier desenvolve em seus trabalhos
para que possamos fazer reflexões a respeito da noção de leitura que delimitam as discussões promovidas pela entidade nos congressos e
grupos de trabalhos. A documentação reunida nos arquivos da entidade compõe grande parte das fontes para a pesquisa; são documentos
que se relacionam com o período de criação da entidade como publicações de impressos, correspondências, revistas da ALB e materiais
produzidos nos COLEs realizados nesse período (impressos, áudios dos congressos, fotos). Outra fonte a ser pesquisada refere-se a recolha
de depoimentos de pessoas que participaram da fundação da ALB e a primeira diretoria da entidade para que possamos compor um quadro
de impressões sobre o momento que consideramos a primeira fase da história da ALB. Esta pesquisa faz parte do projeto de pesquisa
ALB: Memórias, coordenado pela Profa. Dra. Lilian Lopes Martin da Silva que visa a organização do acervo documental sobre a entidade.
Palavras-chave: Associação de Leitura do Brasil (ALB); Leitura; Memória
Eixos Temáticos: Ensino-Aprendizagem/Leitura
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
A CATEGORIA VERBAL SOB A ÓTICA ENUNCIATIVA: PROPOSIÇÕES PARA UM ENSINO REFLEXIVO
Soraia Assis GARCIA ([email protected])
Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil
Esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados de pesquisa que buscou compreender o processo de construção da significação a partir da análise sintático-semântica-enunciativa da categoria verbal, tendo como estudo de caso o verbo Cortar. A Teoria das
Operações Enunciativas – TOE (Culioli, 1990; De Vogüé, 2011; De Vogüé, Franckel, Paillard, 2011), referencial teórico ao qual nos afiliamos,
preconiza que nenhuma unidade linguística possui sentidos inerentes, sendo estes evocados por meio das relações estabelecidas no e
pelo enunciado. O verbo, não destoando dessa premissa, também não tem um sentido intrínseco, em termos de traços de conteúdo, nem
uma estrutura argumental de base, definindo-se por sua Forma Esquemática (FE), conceito que apresentaremos como contraponto a uma
estrutura identitária vinculada a uma concepção de valência. Por esse viés, a estabilização semântica do verbo se constrói a partir de valores referenciais, os quais organizam suas regularidades de funcionamento, estabilizando determinados valores semânticos, independentemente de sua variedade de usos. No ensino de língua, o verbo tem sido definido, quase sempre, ou por meio de definições semânticas
ou por meio de seus aspectos morfológicos e funções sintáticas, sem que os domínios morfossintático e semântico-enunciativo se vejam
integrados. Afastamo-nos dessas concepções, e a fim de demonstrar a natureza relacional da identidade semântica do verbo, confrontamos enunciados envolvendo Cortar, buscando o modo como ele determina semanticamente os elementos linguísticos com os quais se
combina e, concomitantemente, como tais elementos o fazem manifestar algumas de suas propriedades enunciativas. De nosso corpus
constam 124 enunciados, cuja manipulação controlada se deu através de metodologia de análise em que o processo de reformulação de
sequências enunciativas é fundamento para elaborações de glosas, um instrumento metalinguístico de análise que permite evidenciar
relações simultâneas entre os níveis cognitivo (atividades epilinguísticas) e linguístico (cuja materialidade das formas traz vestígios
de operações de ajustamentos enunciativos). Entre os resultados alcançados, apresentaremos uma primeira sistematização de Forma
Esquemática para o verbo Cortar e os três diferentes modos como esse lexema mobiliza os constituintes nominais para a construção da
referência. Assim, descrevemos a FE do verbo Cortar como uma ruptura da relação entre elementos que remetem a uma linearidade, evocando continuidade ou sequenciação. Dividimos as ocorrências em três grupos de funcionamento semântico-enunciativo: grupo I – divisão;
grupo II - cessação de curso; grupo III - desvinculação. Além de procedimento metodológico, a glosa é também recurso pedagógico para
reconstrução e compreensão do funcionamento da língua; acreditamos que seu uso, paralelamente à discussão da FE, pode possibilitar
uma contribuição para um ensino-aprendizagem do verbo que integre morfossintaxe, semântica e funcionamento da língua em uso, por
60
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
um ângulo menos preocupado com classificações que englobem seu infinito proliferar de sentidos e mais interessado em propiciar meios
para os alunos compreenderem o que regula essa proliferação, descobrirem, nesse processo, o prazer de refletir sobre os fatos da língua
e se reconhecerem como sujeitos dela. Para isso, apresentamos uma proposta de atividade para sala de aula, intentando dar visibilidade
prática à TOE e abrir caminho ao diálogo no campo pedagógico.
Palavras-chave: Ensino de Língua; Enunciação; Verbo
Eixos temáticos: Ensino-Aprendizagem de Língua/Escrita
Modalidade de Trabalho: Trajetória de Pesquisa
SHERAZADE 2.0 - NARRATIVAS HIPERMIDIÁTICAS E SEU USO NA EDUCAÇÃO
Sushila Vieira CLARO ([email protected])
Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil
A intenção deste estudo é utilizar a narrativa, ato ancestral humano, de modo transmidiático, para verificar se: a) a linguagem utilizada
nas mídias é adequada para cada suporte ou se mantém características de um único suporte; b) estudar a relação do infante (educando)
com a produção em novas mídias; c) verificar se a utilização destas mídias auxilia na criação e no desenvolvimento de narrativas na língua materna. Aportes teóricos: primeiramente, utilizaremos estudiosos da linguagem, voltando-nos para a questão sócio interacionista;
dessa forma, buscaremos conceitos em Bakhtin e Vygotsky. Após, abarcaremos teóricos do desenvolvimento cognitivo (e aprendizado)
da linguagem, tais como Piaget e Ferrero. Paralelamente, analisaremos os artigos de especialistas em hipermídias e interação virtual,
como Lévy, Santaella e Bairon, sem deixar de lado pesquisadores da linguagem hipertextual, a exemplo de Marcuschi. Métodos/dados:
a ideia é trabalhar com alunos entre 7 e 9 anos, oriundos da Escola de Aplicação da FE-USP que tenham dificuldade de aprendizado de
linguagem e de expressão oral. Serão discutidos o uso de mídias para a criação de conteúdo, indo além do simples “usar como ferramenta”, e como uma narrativa pode perpassar tais mídias mantendo sua coerência e interatividade. A intenção é o desenvolvimento
da autonomia crítica, incentivo da criatividade e tomada de lugar como sujeito social através do domínio da linguagem. Para análise de
dados, escolhemos duas linhas: a Análise de Discurso de linha francesa (AD), que busca ir além do componente linguístico, exigindo
que se considerem as condições de produção desse discurso, condições essas que englobam contextos sócio históricos, geográficos,
psicológicos e ideológicos; Análise de Conteúdo (AC), que colocada em um contexto estatístico, nos permite construir indicadores de
valores, atitudes e/ou comportamentos para utilizá-los de modo comparativo. Seus procedimentos têm como foco principal os valores
sintáticos – que descrevem os meios de influência - e semânticos – que trata da questão de sentido, seja ele denotativo ou conotativo.
Assim, o primeiro tipo de análise trataria do discurso incutido na narrativa coletiva e o segundo da frequência do uso de determinadas
palavras, progressivamente, conforme forem avançando as oficinas de narração coletiva. Resultados parciais: sem resultados no presente momento.
Palavras-chave: Hipermídia; Interação; Letramento, Linguagem; Narrativa
Eixo temático: Mídias digitais, Linguagem e Educação
Modalidade de trabalho: Estudo em Curso
ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NOS INSTITUTOS FEDERAIS PARA QUÊ? REALIDADE E PERSPECTIVAS DO ENSINO
DO FRANCÊS
Vilton Soares de SOUZA ([email protected])
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC, SP, Brasil
Apesar de uma constante oferta de disciplinas de línguas estrangeiras durante toda a educação básica, percebe-se que os alunos que
chegam ao ensino superior não apresentam uma competência linguística adequada nem aos programas de mobilidade acadêmica internacional nem ao mundo do trabalho. No contexto dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, onde há uma educação
verticalizada, do ensino médio à pós-graduação, poder-se-á analisar o processo. Nesta pesquisa, buscar-se-á analisar as potencialidades
do ensino de francês para fins específicos como resposta às demandas da formação linguística para o mundo do trabalho e para os
programas de mobilidade acadêmica internacional no Ensino Superior, nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia do
Brasil. Analisar-se-á igualmente as abordagens usadas atualmente nas universidades francesas: Français sur Objectif Spécifique (FOS)
(Francês para Objetivo Específico) e Français sur Objectif Universitaire (FOU) (Francês para Objetivo Universitário), que têm apresentado
resultados satisfatórios para demandas de formação em prazos curtos, para cursos específicos e com objetivos finais claros (MANGIANTE; PARPETTE, 2011). Com abordagem descritiva e explicativa, o percurso metodológico passa pelo aprofundamento das teorias que
sustentam a temática, pela análise dos curricula dos cursos nos campi dos Institutos Federais onde há oferta de língua francesa para o
Ensino Superior e pela análise dos editais dos principais programas de mobilidade internacional. Assim, espera-se trazer uma luz para
a problemática percebida nos últimos anos quanto ao não preenchimento de vagas na oferta dos editais de mobilidade internacional
para os países francófonos, e minimizar as dificuldades enfrentadas por aqueles que já as experienciaram no intercâmbio, sobretudo
no contexto de adaptação linguística e acadêmica. Ainda como resultado, pretende-se oferecer uma proposta de formação continuada
ATR
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61
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
aos professores de línguas estrangeiras que possam responder às atuais demandas, sobretudo àquelas dos programas de mobilidade
acadêmica internacional.
Palavras-chave: Educação profissional; Ensino de Línguas; Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia; Linguística Aplicada;
Mobilidade Acadêmica Internacional.
Eixo Temático: Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira
Modalidade de Trabalho: Estudo em Curso
62
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
Í N D I CE DE AU TOR ES
O rd em . Au to r/I n sti tu i ç ã o Ati v i da de Pá gi na s
1. Adriana SEABRA (FEUSP)
2. Alba Helena Fernandes CALDAS
(Centro Universitário de Itajubá/FEPI)
3. Alex George MAGALHÃES (PUC-SP)
4. Alexandre Akio Casoto SUENAGA (ECA USP)
5. Aline Akemi NAGATA (FEUSP)
6. Ana Claudia LOUREIRO (FEUSP)
7. Ana Katy Lazare GABRIEL (USP/PUC-SP)
8. Ana Luisa Feiteiro Cavalari LOTTI (FFLCH-USP)
9. Ana Luiza B. SMOLKA (FE UNICAMP)
10. Angelita Gouveia QUEVEDO (PUC/SP) 11. Antonio GERMANO (UNINOVE)
12. Bruna Tairine SILVA (UNESP-Presidente Prudente)
13. Camilla da Silva SOUZA (UFPA)
14. Caroline SEIXAS (FEUSP)
15. Cláudia Lemos VÓVIO (UNIFESP)
16. Cyntia Belgini ANDRETTA (UNICAMP/PUCAMP)
17. Dalva Ramos de Resende MATOS (UFG)
18. Dalve Oliveira Batista SANTOS (UFTO)
19. Daniel Santos COSTA (FE UNICAMP)
20. Daniella de Souza BEZERRA (IFG)
21. Dayse Cristina Araújo da CRUZ (FEUSP)
22. Denise DAMASCO (UnB)
23. Dolores Setuval ASSARITTI (UNICAMP)
24. Edwiges Maria MORATO (IEL UNICAMP)
25. Eliana AYOUB (UNICAMP)
26. Eliane Scandelai SOARES (PUC-SP)
27. Emerson de PIETRI (FEUSP)
28. Erika Kulessa de SOUZA (USP)
29. Estevão Marcos Armada FIRMINO (UNIFESP)
30. Fabiana Bigaton TONIN (UNICAMP/IFSP-Capivari)
31. Fernanda MARCUCCI (UNIFESP)
32. Francisca Mônica Rodrigues de LIMA (UNINOVE)
33. Gabriela DIOGUARDI (FFLCH USP)
34. Gabriela RODELLA (FEUSP)
35. Gláucia de Jesus COSTA (UNICAMP)
36. Hanna ESTEVAM (FEUSP)
37. Henrique Leonardo DUTRA (FE UNICAMP)
38. Iracema Santos do NASCIMENTO (FEUSP)
39. Joana de São PEDRO (UNICAMP)
40. Julia Maria Borges ANACLETO (FEUSP)
41. Juliana SCARAZZATTO (FE UNICAMP)
42. Kizz de Brito BARRETTO (ECA USP)
43. Lays PEREIRA (UNIFESP)
44. Leandro Fabrício CAMPELO (IFNMG)
45. Lilian Mara Dal Cin dos SANTOS (PUC-SP/UNIP)
46. Lívia de Araujo Donnini RODRIGUES (FEUSP)
47. Loreta Russo MONTEIRO (FEUSP)
48. Lucas do NASCIMENTO (FEUSP)
49. Luciana Kinoshita BARROS (UNIFESSPA/USP)
50. Luciana Rugoni SOUSA (UFSCar)
Sessão de Comunicação 4
17 e 25
Sessão de Comunicação 12
Sessão de Comunicação 16
Sessão de Comunicação 17
Sessão de Comunicação 12
Sessão de Comunicação 12
Sessão de Comunicação 3
Sessão de Comunicação 17
Mesa Redonda 2
Mesa Redonda 3
Sessão de Comunicação 14
Sessão de Comunicação 4
Sessão de Comunicação 14
Sessão de Comunicação 5
Mesa Redonda 1
Sessão de Comunicação 14
Sessão de Comunicação 16
Sessão de Comunicação 15
Sessão de Comunicação 17
Sessão de Comunicação 3
Sessão de Comunicação 1
Sessão de Comunicação 13
Sessão de Comunicação 17
Mesa Redonda 2
Sessão de Comunicação 17
Sessão de Comunicação 6
Mesa Redonda 2
Sessão de Comunicação 6
Sessão de Comunicação 18
Sessão de Comunicação 18
Sessão de Comunicação 11
Sessão de Comunicação 4
Sessão de Comunicação 10
Mesa Redonda 3
Sessão de Comunicação 7
Sessão de Comunicação 15
Sessão de Comunicação 14
Sessão de Comunicação 7
Sessão de Comunicação 13
Sessão de Comunicação 11
Sessão de Comunicação 6
Sessão de Comunicação 8
Sessão de Comunicação 1
Sessão de Comunicação 10
Sessão de Comunicação 10
Mesa Redonda 1
Sessão de Comunicação 16
Sessão de Comunicação 9
Sessão de Comunicação 13
Sessão de Comunicação 9
20 e 25
21 e 26
22 e 26
20 e 26
20 e 27
17 e 28
22 e 28
12
13 e 24
20 e 29
17 e 29
20 e 30
17 e 30
11 e 23
20 e 31
21 e 31
21 e 32
22 e 32
17 e 33
16 e 33
20 e 34
22 e 34
12 e 23
22
18 e 35
12
18 e 35
22 e 36
22 e 36
19 e 37
17 e 37
19 e 38
13
18 e 38
21 e 39
20 e 39
18 e 39
20 e 40
19 e 40
18 e 41
18 e 42
16 e 42
19 e 43
19 e 43
11
21 e 44
19 e 44
20 e 45
19 e 45
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63
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
51. Luciana Vasconcelos MACHADO (IEL UNICAMP)
52. Luiz Antonio Callegari COPP (FEUSP)
53. Márcia Moreira PEREIRA (UNINOVE)
54. Marco Aurelio BUGNI (UNISO)
55. Maria Helena Rodrigues CHAVES (UFPA/FEUSP)
56. Maria Isabel Soares OLIVEIRA (IFMA/UNICSUL)
57. Maristela Silva de FREITAS (FEUSP)
58. Maurício SILVA (UNINOVE)
59. Miriã Alves de Laet SILVA (UEG)
60. Norma Sandra de Almeida FERREIRA (FE UNICAMP)
61. Patrícia Aparecida de AQUINO (IEL UNICAMP)
62. Patrícia Raquel de FREITAS (UNICAMP)
63. Paula Bacarat de GRANDE (UNICAMP)
64. Rafaela Salemme BOLSARIN (UNICAMP)
65. Raquel Valente de GOUVÊA (UNICAMP)
66. Rejane Rodrigues Almeida de MEDEIROS (UFSCar)
67. Renata de Oliveira COSTA (FEUSP)
68. Renata Rezende GONDIM (Colégio Pedro II)
69. Ricardo Toshihito SAITO (FFLCH USP)
70. Rogério Adolfo de Moura (FE UNICAMP)
71. Rosana BAPTISTELLA (FE UNICAMP)
72. Roseli Aparecida Figaro PAULINO (ECA USP)
73. Rosemary Lapa de OLIVEIRA (UNEB)
74. Rosivaldo GOMES (UNIFAP/IEL UNICAMP)
75. Roziane Keila GRANDO (UNICAMP)
76. Sandoval Nonato GOMES-SANTOS (FEUSP)
77. Sebastião Carlúcio ALVES FILHO (UEG)
78. Selma Garrido PIMENTA (FEUSP)
79. Silvia Albert BACHUR (PUC-SP)
80. Sílvio Ribeiro da SILVA (UFG)
81. Simone Maria Dantas LONGHI (USP)
82. Sonia Midori TAKAMATSU (FE UNICAMP)
83. Soraia Assis GARCIA (UNIFESP)
84. Sushila Vieira CLARO (FEUSP)
85. Vilton Soares de SOUZA (PUC-SP)
64
Sessão de Comunicação 3
Sessão de Comunicação 8
Sessão de Comunicação 18
Sessão de Comunicação 1
Sessão de Comunicação 5
Sessão de Comunicação 15
Sessão de Comunicação 11
Sessão de Comunicação 8
Sessão de Comunicação 7
Sessão de Comunicação 18
Sessão de Comunicação 1
Sessão de Comunicação 17
Sessão de Comunicação 5
Sessão de Comunicação 10
Sessão de Comunicação 8
Sessão de Comunicação 16
Sessão de Comunicação 9
Sessão de Comunicação 11
Sessão de Comunicação 2
Mesa Redonda 1
Sessão de Comunicação 18
Mesa Redonda 3
Sessão de Comunicação 18
Sessão de Comunicação 2
Sessão de Comunicação 2
Balanço e Perspectivas
Sessão de Comunicação 6
Conferência de Abertura
Sessão de Comunicação 15
Sessão de Comunicação 16
Sessão de Comunicação 5
Sessão de Comunicação 7
Sessão de Comunicação 9
Sessão de Comunicação 12
Sessão de Comunicação 13
17 e 46
18 e 46
22 e 47
16 e 47
17 e 48
21 e 48
19 e 49
18 e 49
18 e 50
22 e 55
16 e 50
22 e 51
17 e 52
19 e 52
18 e 53
21 e 53
19 e 54
19 e 54
16 e 55
11
22 e 55
14 e 24
22 e 56
16 e 56
16 e 57
15
18 e 57
11
21 e 58
21 e 58
17 e 59
18 e 60
19 e 60
20 e 61
20 e 61
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
P1
P2
P3
Portão 1 - Acesso Principal
Marginal Pinheiros / Vital
Brasil / Eusébio Matoso /
Vila Madalena
Portão 2
Marginal Pinheiros / Av. Escola Politécnica / Jaguaré
Portão 3
Av. Corifeu de A. Marques /
Rio Pequeno / Osasco
1
Faculdade de Educação - FE
Lanchonete / Restaurante
A
Escola de Educação Física e Esportes - EEFE
B
Centro de Práticas Esportivas da USP - CEPEUSP
Lanchonete / Restaurante
C
Praça do Relógio
D
Reitoria
E
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH
F
Praça dos Bancos
G
Instituto de Geociências - IGc
H
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU
I
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEA
J
Escola Politécnica - EP
K
Prefeitura do Campus
L
Hospital Universitário - HU
M
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ
ATR
I VES
I DA
UM
DOS
ES
65
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
Faculdade de Educação - FE
1
Bloco A da FEUSP
2
Bloco B da FEUSP
Lanchonete / Restaurante
66
3
Biblioteca da FEUSP
4
Escola de Aplicação
A
Ponto de ônibus Educação
O desafio interdisciplinar na pesquisa em Linguagem e Educação
I N FO RMAÇ ÕES DO CAMPUS
Museus
Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) . Professor Almeida Prado, 1466
Horário d e Funcionamento: t erça a sexta, das 10h à s 12h e das 13h30 à s 17h, s ábados, domingos e feriados, das 10h às 16h
Rua da Reitoria, 160
Museu de Arte Contemporânea (MAC )
Horário de Funcionamento: 3 ª a 6ª, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das
10h às 16h
Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) Av. Prof. Melo Moraes, travessa 8 nº 140
Cafés, lanchonetes e Faculdade de Educação - Av. da Universidade, 308
restaurantes
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) Gualberto, 908
Avenida Prof. Luciano
Pontos de taxi
Praça d a Reitoria – ( 11) 3091-3556; n a Praça das Agências B ancárias – (11) 30914488; em frente ao Hospital Universitário – (11) 3091-3536.
Bancos
Banco do Brasil, Banco Real, Banco Santander Banespa, Banco Bradesco, Banco Itaú
Av. Prof. Luciano Gualberto, 600
Hospital / emergência Hospital Universitário - Av. Prof. Lineu Prestes, 2565
Ônibus urbanos
8012 (Circular) Metrô Butantã - Cid. Universitári a
Metrô Butantã - entrada pela Av. da Universidade - saída pela Av. Prof. Mello Moraes
8020 (Circular) Metrô Butantã - Cid. Universitária
Metrô Butantã - entrada Av. Prof. Mello Moraes - saída pela Av. da Universidade
107T Metrô T ucuruvi - Cid. Universitária
Santana - M etrô T ietê - M etrô T iradentes - R epública - Augusta - M etrô Consolação Cid. Jardim - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos
177H Metrô Santana - Butantã-USP
Casa Verde - Barra Funda - M etrô M arechal D eodoro - Av. Angélica - Metrô C linicas Cardeal Arcoverde - Lgo. Batata - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos
177P Metrô Santana - Butantã-USP
Casa Verde - Barra Funda - P erdizes/PUC - Metrô C linicas - Cardeal A rcoverde - Lgo.
Batata - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos
701U Jaçanã - Butantã-USP
Tuc uruvi - S antana - Metrô Ti etê - Metrô Ti radentes - R epúbl i c a - C ons ol aç ão - Metrô
Clínicas - Cardeal Arcoverde - Lgo. Batata P1 - A v. da Universidade - Hosp. Universi tario - IMEUSP - Av. Prof. Luciano Gualberto - ECAUSP
702U T erm. Pq. Dom Pedro II - Butantã-USP (Lorena Hotel Flat)
Pça. Sé/ Pateo do Colegio - Pça Ramos - República - Consolação - Rebouças P1 - A v.
da Universidade - Hosp. Universitario - IMEUSP - Av. P rof. Luciano Gualberto - E CAUS P
724A Aclimação - Cid. Universitári a
Pq. Aclimação - Paulista - M etrô C línicas - Cardeal A rcoverde - Lgo. B atata - P1 - A v.
da Universidade - Praça dos Bancos
7181 T erm. Princ. Isabel - Cid. Universitária
República - Augusta - Metrô Consolação - Cid. Jardim - P1 - Av. da Universidade - P raça
dos Bancos
7411 Pça. da Sé - Cid. Universitária (Lorena Hotel Flat)
Pça R amos - R epública - Consolação - R ebouças - P1 - Av. da Universidade - P raça dos
Bancos
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67
XI Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação
7702 Term. Lapa - USP
-Pio XI - Cerro Corá - São Gualtier - Pça. Panamericana - Pte. Cidade
Universitária P1
- Av. da Universidade - Hosp. Universitario - IMEUSP - A v. P rof.
Luciano G ualberto - ECAUSP
7725 Metrô V. Madalena - Rio Pequen o
Elisa d e Moraes M endes - Pça. Panamericana - P te. Cidade U niversitá
ria - P1 - H osp. Universitario - IMEUSP - A v. P rof. Luciano G ualberto
- ECAUSP - Av. Prof. Melo M oraes - P 2 - Av. Escola Politécnica - Av. R io
Pequeno.
Educação Física e Esporte - EEFE
Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas - IAG
Odontologia - FO
Educação - FE
Matemática e Estatística - IME
Medicina - FM
Museu de Arte Contemporânea - MAC
Arquitetura e Urbanismo - FAU
Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ
Reitoria
Oceanográfico - IO
Ciências Biomédicas - ICB
Comunicações e Artes - ECA
Física - IF
Biociências - IB
Economia, Administração e Contabilidade
FEA
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Química - IQ
Politécnica - POLI
Hospital Universitário - HU
Ciências Farmacêuticas - FCF
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P R O D U ÇÃO, DIAGRAMAÇ ÃO E M ONTAG EM
Comunicação e Mídia FEUSP
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68