Workshop: oportunidades científicas com os novos instrumentos do

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Workshop: oportunidades científicas com os novos instrumentos do
Uma publicação eletrônica para divulgação de notícias para os usuários do
MCTI/Laboratório Nacional de Astrofísica
Editores: Giuliana Capistrano e Patrícia Aline de Oliveira
ISSN 2179­4324 / [email protected]
Número 34 ­ 25 de abril de 2014
Workshop: oportunidades
científicas com os novos
instrumentos do Gemini e
do SOAR
Albert Bruch
Índice
LNA
Workshop .............. 1
Artigo UPs ............... 3
Eclipse ...................... 3
OPD
O
s observatórios Gemini e SOAR
encontram-se em fase de renovação/ampliação de sua instrumentação
periférica. Os novos instrumentos ou
capacidades instrumentais já oferecidos
pelos observatórios ou em fase de comissionamento são:
GSAOI - Gemini South Adaptive Optics
Imager (Gemini)
GPI - Gemini Planet Imager (Gemini)
Flamingos 2 - (Imageador de campo largo e espectrógrafo multi-objeto no IR
(Gemini)
SAM - SOAR Adaptive Module (SOAR)
Acrescenta-se a essa lista o GRACES
(Gemini Remote Access to CFHT ESPaDOnS Spectrograph).
Com o intuito de ampliar, na comunidade de usuários do Gemini e do SOAR, o
conhecimento desses instrumentos e a
capacidade de usá-los, o LNA, conjuntamente com o INCT-A, convida os pesquisadores para participar de um
Workshop de treinamento. O evento visa informá-los sobre as oportunidades
oferecidas pela nova instrumentação e
capacitá-los no uso dos instrumentos
para suas pesquisas.
1,60 P-E ................... 4
Chamada ..............
7
Marte
..................
8
Gemini
Exoplaneta ................ 9
GPI
.....................
10
GRACES ................. 11
Agradecimento ......... 12
SOAR
Chamada ..............
13
GHTS - Goodman High Throughput
Spectrograph (Multi-Object Mode) (SOAR)
Delphin Hotel em Guarujá, no litoral paulista
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LNA em dia
Com esse intuito, no Workshop serão
abordados tópicos tais como:
1.Características e capacidades instrumentais (quais são as oportunidades de
pesquisa?)
2. Estratégias de observações (o que
se precisa considerar para planejar e
executar as observações?)
3. Preparar e executar as observações
(p.ex., como preparar a Fase II e usar o
Observing Tool do Gemini, em relação
aos novos instrumentos?)
LNA
4. Calibrações (como calibrar dados
dos novos instrumentos?)
5. Formato de dados (como os dados
recebidos pelo usuário são organizados?)
6. Redução de dados (quais são as ferramentas disponíveis? Quais são as
técnicas necessárias para reduzir os
dados?)
Será dada ênfase especial nos aspectos práticos desses assuntos. Assim, o
Workshop não vai se limitar a palestras
de especialistas sobre os referentes temas, mas incluirá com peso exercícios
práticos para fornecer aos participantes
experiências "hands-on" de como usar
os instrumentos e os dados provindos
deles.
O público-alvo são estudantes de mestrado ou doutoramento (trabalhando em,
ou planejando escrever teses utilizando
dados dos novos instrumentos), pósdocs interessados em usar os instrumentos, e também líderes de grupos de
pesquisa que poderão identificar novas
oportunidades de pesquisa para si próprio e para seus colaboradores.
O Workshop é aberto para todas as comunidades integrantes dos consórcios
Gemini e SOAR. Por motivos práticos, o
número de participantes será limitado
em cerca de 50 - 60 pessoas.
O Workshop será realizado no final de
semana (sexta-feira, sábado, domingo,
dias 8 a 10 de agosto de 2014, no
Delphin Hotel em Guarujá, no litoral
Paulista. Maiores informações encontram-se
no
site
do
LNA
(http://www.lna.br/wsnovosinstr/index.html).
Albert Bruch é pesquisador do
LNA e presidente do comitê de
organização do workshop
Artigo sobre as Unidades de Pesquisa e os indicadores do
desenvolvimento científico
A revista "Parcerias Estratégicas" do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
(CGEE), na edição de dezembro de 2013, publicou um artigo do (na época)
Subsecretario de Coordenação das Unidades de Pesquisa, Dr. Arquimedes
Diógenes Ciloni, e do Coordenador-Geral das Unidades de Pesquisa, Dr.
Carlos Oiti Berbert, intitulado "As unidades de pesquisa do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no contexto da ciência brasileira."
O link a seguir traz o artigo com alguns avanços mais recentes, como a
Portaria 251 (a da Inovação) e a Lei 12.954 (que criou quatro novos institutos
de pesquisa), bem como a mais recente avaliação da CAPES (o artigo foi
publicado com base na avaliação do triênio anterior).
Para
a
leitura
do
artigo
com
dados
http://www.lna.br/interno/news/pdf/UPeMCTI.pdf
P á g i n a 2 | L N A em Dia | A b r i l d e 2 014 | N ú m e r o 3 4
atualizados,
acesse:
LNA em dia
Exposição "O eclipse e o
presidente"
O
LNA, em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e
a Prefeitura Municipal de Itajubá, trouxe
a exposição “O Eclipse e o Presidente”,
concebida pela Coordenação de Museologia do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST/MCTI).
As visitas poderão ser realizadas de segunda a domingo, das 8 às 22:00 h, até
25 de maio de 2014, no saguão da Biblioteca Mauá (BIM, campus UNIFEI).
Informações gerais sobre a exposição,
incluindo horários com monitoria, podem ser obtidas através do endereço
eletrônico [email protected].
LNA
A mostra é baseada no trabalho de pesquisa da historiadora Christina Barbosa,
pesquisadora da Coordenação de História da Ciência do MAST e mostra, por
meio de painéis fotográficos, as expedições nacionais e internacionais enviadas ao Brasil para observar o eclipse de
10 de outubro de 1912. Esse evento
ocupa uma posição singular na História
do Brasil, na medida em que atraiu as
atenções de políticos e do próprio presidente da República, Hermes da Fonseca – cujo vice era Wenceslau Brás,
para uma ciência a princípio sem apli-
cação imediata, e para suas instituições. Além disso, com a exceção feita à
medicina e suas aplicações, poucas iniciativas científicas mobilizaram tanto as
atenções da imprensa brasileira nas primeiras décadas do século XX, o que
deu origem à produção de um vasto
material textual e iconográfico. É, portanto, apenas uma pequena amostra
desse material que integra a exibição,
visando contribuir para a construção da
memória científica brasileira, sobretudo
junto às novas gerações.
Painéis da mostra em
exposição no saguão da
bibliotecada UNIFEI
L N A em Dia | Abril de 2 01 4 | N ú m e r o 3 4 | P á g i n a 3
LNA em dia
Notícias do OPD
Telescópio de 1,60 m P­E
OPD
Vinicius de Abreu Oliveira
Figura 01 – Telescópio de 1,6 m de diâmetro no espelho principal, construído pela Perkin-Elmer, com
projeto óptico de Ritchey-Chrétien. Imagem de abril de 2014
C
om toda a certeza muitos de vocês,
para
não
dizer
todos,
reconheceram o telescópio da figura 01,
embora acredito que tenham achado
algo de estranho. Eu mesmo tive um
problema de localização espaçotemporal ao olhar de perto o nosso
querido 1,6 m P-E em outro local! Sim,
este é o ''irmão gêmeo'' que está
localizado no Observatoire MontMégantic (OMM), em Québec, QC,
Canadá1.
Nosso irmão é mantido pelo Centro de
Pesquisa em Astrofísica de Québec
(CRAQ – da sigla em francês) e
administrado
em
conjunto
pela
Université Laval (na cidade de Québec)
e pela Université de Montréal (na
cidade de mesmo nome). Uma pequena
diferença estrutural entre os irmãos é
que o brasileiro tem uma razão focal de
f/10, enquanto o quebequá tem uma
razão focal de f/8. Este é o maior
telescópio da costa Leste da América
do Norte, igual nosso querido 160 cm –
1- Visite o site: http://omm.craq-astro.ca/)
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que é o maior da costa Leste da
América do Sul.
O observatório está situado no topo do
Monte Mégantic, a uma altitude de 1
111 m e a uma distância média de 250
km das cidades de Montréal e de
Québec – a saber, cada uma para um
lado, esta para o Norte e aquela para o
Oeste. A cúpula é um pouco diferente
daquela do OPD, está instalada em um
prédio menor em altura e num formato
mais exótico (Figura 02), alguns
equipamentos são diferentes, mas a
montagem e o telescópio são os
mesmos. Claro que, considerando que
a evolução após a construção foi
completamente
distinta,
hoje
as
soluções para alguns problemas
comuns são diferentes. Algo como
separar fisicamente uma espécie por
gerações … Darwin ficaria orgulhoso
por sua teoria ser aplicada, de forma
bem rude eu confesso, aos telescópios.
LNA em dia
A equipe responsável é bem menor do
que a do OPD, são três técnicos que revezam entre si o papel de assistentes
noturnos e diurnos, um diretor geral, um
diretor executivo, um zelador e uma cozinheira. De forma geral, a parte administrativa
é
realizada
pelas
universidades, e a parte eletro-mecânica e de inovação é realizada em parceria com empresas quebequás de
tecnologia e engenharia. Segundo me
informaram, seria uma forma do governo da provincia incentivar o crescimento
destas empresas, além de criar um pólo
industrial tecnológico forte. A parceria
universidade-indústria aqui é bem intensa, o que facilita o desenvolvimento de
novas soluções. Por outro lado, quando
o problema é algo rápido e de fácil solução, os técnicos não possuem material
e autonomia para resolverem eles mesmo! Não se pode ter o melhor dos dois
mundos.
Bem, de fato, quando vi o telescópio
pela primeira vez, logo me vieram boas
recordações, de repente tudo ficou mais
familiar e o trabalho passou a ser mais
fácil. Nesta missão, o ''mano'' está sendo utilizado com o espectroscópio SpIOMM2
– um imageador com
Transformada de Fourier, que pode ser
considerado como o protótipo do SITELLE, que será utilizado pelo CFHT no
Havaí (EUA). Dentre as várias vantagens deste equipamento, que não vêm
ao caso neste pequeno artigo, uma das
maiores é o campo de visão: algo do tipo 10' x 10'. Desta forma resulta em um
cubo de dados – largura x altura x comprimento de onda – de todo o alvo, pelo
menos daqueles que estou observando
aqui. Para quem sempre usou fenda
longa, deslocando em off-set para cubrir
todo o objeto, é uma evolução muito
bem vinda.
OPD
Figura 02 – Cúpula do telescópio de 1,6 m do Observatório Mont-Mégantic, prédio de dois andares com o
telescópio e sala de comando ocupando o segundo andar. Imagem de abril de 2014.
Comparando as fotos (Figura 03) se vê
que as dificuldades e os anos foram
gentis com ambos, mesmo com o quebequá tendo iniciado o trabalho dois
anos antes do que o brasileiro, tendo a
primeira luz em 1978. Sobre as soluções encontradas por cada equipe, no
telescópio quebequá existem pequenas
aberturas laterais próximos ao espelho
principal que permitem minimizar a condensação sobre o espelho. Dificilmente
observável na figura 03, mas inclusive
conta com pequenas lâmpadas infravermelhas para agilizar o processo, antes
de iniciar as observações. Por outro lado, o brasileiro já tem fechamento automático do telescópio!
2 - Para saber mais: http://www.astro.phy.ulaval.ca/staff/laurent/ARTICLES/OSA-3page.pdf
L N A em Dia | Abril de 2 01 4 | N ú m e r o 3 4 | P á g i n a 5
OPD
LNA em dia
Figura 03 – A imagem a esquerda é o ''mano do Sul'', imagem disponível no site do OPD; a imagem da
direita é o ''mano do Norte'' com o equipamento SpIOMM acoplado, imagem de abril de 2014
Já para uma comparação acadêmico-científica, temos o gráfico da figura 04,
onde se percebe que a quantidade de
tese e dissertação (produtividade acadêmica) são equivalentes em números
absolutos, embora o OMM seja utilizado, basicamente, por duas universidades apenas. Com certeza isso deixa
bem claro que o ''mano'' daqui está sendo sub-utilizado em suas funções de
treinamento de novos astronômos.
Por outro lado, a quantidade de artigos
científicos (produtividade científica) para o OPD é muito superior, mesmo considerando que os valores para o OPD
englobam mais de um teléscópio, e não
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apenas o de 1,6 m de diâmetro. Aqui
podemos verificar o efeito oposto, possivelmente por termos muito mais pesquisadores com ascesso direto ao OPD,
em relação ao OMM. Esta característica
pode ser melhor percebida ao estimarmos uma média de artigos para o intervalo de 14 anos da amostra, o que
resulta em 17 artigos para o OPD e 8
para o OMM.
Por fim, vemos que os irmãos seguiram
suas ''vidas'', formando novas gerações
de astronomos em seus países sede e
produzindo ciência. Esperamos que por
muitos anos ainda.
LNA em dia
Vinicius é professor adjunto na Universidade
Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Caçapava
do Sul; atualmente está afastado para realizar pósdoutorado junto ao Grupo de Pesquisa em Astrofísica,
na Université Laval, em Québec, QC, Canadá.
Chamada para submissão de
proposta observacional para
o semestre 2014B
OPD
Figura 04 – Comparação entre as publicações realizadas com dados do Observatório Pico dos Dias
(OPD) e do Observatoire Mont-Mégantic (OMM), para os anos entre 2000 e 2013.
Mark Pereira dos Anjos
Prazo final: dia 30 de abril às 24h
(horário de Brasília)
A
Secretaria da Comissão de Programas do Observatório do Pico
dos Dias (SECOP/OPD) vem comunicar
que o prazo para submissão de propostas de observações astronômicas no
Observatório do Pico dos Dias já está
aberto. O prazo iniciou-se no dia 1° de
abril e encerra-se no dia 30 de abril às
24h (horário de Brasília).
A avaliação dos projetos é realizada
com base no mérito científico, viabilidade técnica e produtividade científica dos
pesquisadores envolvidos.
Mark Pereira dos Anjos é
assistente em C&T e mebro da
SECOP/OPD
O encaminhamento dos pedidos de
tempo é aceito somente através de Formulário on-line, disponível no endereço:
http://www.lna.br/opd/info_obs/prazos_form.html
Dúvidas gerais sobre a submissão de
projetos e formulários on-line, contacte
a SECOP ([email protected]); questões técnicas e operacionais, contacte o
Coordenador do OPD, Rodrigo Campos
([email protected]).
L N A em Dia | Abril de 2 01 4 | N ú m e r o 3 4 | P á g i n a 7
LNA em dia
Oposição de Marte em 08
de abril de 2014
Eder Martioli
OPD
N
a noite de 08 de abril de 2014 o
planeta Marte encontrava-se em
“oposição”, ou seja, ele passou por uma
posição em sua órbita onde o planeta
se situava exatamente do lado oposto
ao Sol com relação à Terra. Esse fenômeno ocorre uma vez a cada dois anos
e dois meses (uma vez a cada 780 dias). Isto deve-se ao fato de que Marte
leva aproximadamente 687 dias para
completar uma órbita em torno do Sol
enquanto a Terra leva pouco mais que
365 dias. Apesar da oposição de Marte
ter ocorrido nesta data, o planeta vermelho encontrou-se mais próximo à
Terra somente na semana seguinte ao
evento. Isso porque as órbitas de Marte
e da Terra não são exatamente circulares, permitindo que eles se aproximem
ainda mais mesmo fora da oposição.
Esta configuração de Marte “passando
por trás da Terra”, que está ocorrendo
agora, favorece a sua observação devi-
Eder Martioli é
pesquisador do LNA e
Gerente do Escritório
Brasileiro do Gemini
P á g i n a 8 | L N A em Dia | A b r i l d e 2 014 | N ú m e r o 3 4
do a sua proximidade, uma vez que ele
aparece mais brilhante e o seu tamanho
aparente torna-se relativamente maior
do que em outras épocas. Durante a
oposição deste ano Marte atingiu uma
magnitude aparente de -1,5 se tornando
um dos objetos mais brilhantes do céu.
A diferença no tamanho aparente de
Marte na oposição chega a ser de até 3
vezes maior do que em outras épocas.
Na noite de 08 de abril, o disco de Marte encontrava-se com um tamanho aparente de aproximadamente 12 segundos
de arco. A figura abaixo mostra uma
montagem para comparar os tamanhos
aparentes da Lua, Júpiter, Saturno e
Marte, onde todas as imagens foram
obtidas na mesma noite, a partir do Observatório do Pico dos Dias (OPD), utilizando o telescópio robótico de 40 cm,
com uma câmera digital Nikon D5100,
instalada no foco cassegrain do telescópio.
LNA em dia
Notícias do Gemini
Eder Martioli
O
bservações realizadas com o
instrumento visitante DSSI (Digital
Speckle Survey Instrument) no Gemini
Norte contribuíram para confirmar a
detecção do primeiro exoplaneta com
tamanho parecido ao da Terra
orbitando a zona habitável de uma
estrela, ou seja, a região onde a
radiação da estrela é tal que o
exoplaneta tenha uma temperatura
semelhante à da Terra, capaz de
manter a água na forma líquida com
condições favoráveis à existência de
vida como aquela que conhecemos na
Terra.
Gemini
Gemini contribui para a
detecção do primeiro
exoplaneta com tamanho
comparável ao da Terra na
zona habitável de uma
estrela
Figura 1 - concepção artística do exoplaneta Kepler-186f, o primeiro exoplaneta
detectado com o tamanho da Terra e na zona habitável de uma estrela.
Créditos: NASA/Ames/JPL-Caltech/T. Pyle
O exoplaneta Kepler-186f, descoberto
pelo telescópio espacial Kepler da NASA consiste em apenas um dos cinco
exoplanetas em torno da estrela Kepler186. A Figura 1 mostra uma concepção
artística do exoplaneta Kepler-186f e a
Figura 2 mostra uma comparação do tamanho de Kepler-186f e da posição relativa das órbitas dos planetas no
sistema Kepler-186 em comparação
com a órbita dos planetas internos do
Sistema Solar. O exoplaneta Kepler186f representa o primeiro planeta já
detectado que tenha o tamanho da Terra (ver comparação de tamanhos na Figura 2) e que esteja em uma órbita na
zona habitável de uma estrela (faixa
verde também na Figura 2).
L N A em Dia | Abril de 2 01 4 | N ú m e r o 3 4 | P á g i n a 9
Gemini
LNA em dia
Eder Martioli é
pesquisador do LNA e
Gerente do Escritório
Brasileiro do Gemini
Figura 2 - No quadro acima à esquerda temos uma representação artística do tamanho de Kepler-186f comparado
ao tamanho da Terra. A figura mostra uma representação das órbitas dos exoplanetas no sistema Kepler-186
(acima) comparados às órbitas dos planetas internos do Sistema Solar incluindo a Terra (abaixo). Créditos:
NASA/Ames/JPL-Caltech/T. Pyle
A descoberta dos exoplanetas em Kepler-186 foi realizada através da detecção de vários trânsitos observados nos
dados fotométricos da missão Kepler.
Trânsitos são passagens do exoplaneta
em frente à estrela provocando pequenos eclipses. Durante esses eclipses,
pode-se observar a diminuição do brilho
da estrela através de medidas fotométricas da luz da estrela. A confirmação
da descoberta do exoplaneta Kepler186f só foi possível através de observações adicionais realizadas com os telescópios Keck II de 10 m e Gemini
Norte de 8 m situados no Mauna Kea,
Havaí. Os dados do Gemini foram essenciais para eliminar a possibilidade de
estrelas de fundo terem causado os
efeitos fotométricos observados nos dados do Kepler, garantindo que esses
eventos foram originados por eclipses
de exoplanetas no sistema Kepler-186.
Para maiores informações sobre esta
descoberta
acesse
o
endereço
http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2014119 ou a edição 51 da revista Gemini
Focus
http://www.gemini.edu/images/pio/newsletters/pdf/gf_0414.pdf.
Resultados da Chamada para Projetos "Early Science"
com o GPI
A recente chamada do Gemini para submissão de projetos “early
science” para utilização do novo instrumento GPI recebeu um
excelente resposta da comunidade, com aproximadamente 30
propostas submetidas cobrindo praticamente todas as
configurações instrumentais do GPI. Os 16 programas aprovados
para observações em abril de 2014 encontram-se disponíveis no
endereço http://www.gemini.edu/sciops/instruments/gpi/gpi-earlyscience?q=node/12191. As observações destes projetos
receberão um período proprietário de apenas 2 meses e os
proponentes são exigidos a fornecer um relatório informando o
Gemini da qualidade dos dados e dos procedimentos
observacionais utilizados em detalhes. O GPI estará disponível
para toda a comunidade como um instrumento regular a partir do
semestre 2014B. (texto adaptado da notícia em: Gemini eNewscast #57)
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LNA em dia
Espectrógrafo GRACES
será testado em breve
Eder Martioli
Observatório Gemini está muito
próximo de oferecer para a sua comunidade a tão esperada instrumentação capaz de realizar espectroscopia
óptica de alta resolução com eficiência.
O projeto GRACES (Gemini Remote
Access to ESPaDOnS Spectrograph),
que consiste num instrumento que permitirá o uso remoto do espectrógrafo
ESPaDOnS no CFHT a partir do Telescópio Gemini Norte (ver figura abaixo),
ganhou força nos últimos meses e poderá em breve responder a duas ques-
tões inéditas na astronomia. A primeira:
é possível compartilhar um instrumento
como o ESPaDOnS entre dois observatórios? E a segunda: é possível alimentar com eficiência um espectrógrafo de
alta resolução com fibras ópticas de 280
metros de comprimento? Se a resposta
para estas perguntas forem positivas
então o Gemini poderá abrir, já no semestre 2014B, uma chamada para pedidos de tempo de verificação científica
no instrumento GRACES.
O GRACES oferecerá a possibilidade
de obter espectros de alta resolução
(R~55k) no óptico com grande
eficiência. Com este instrumento será
possível realizar estudos inéditos em
populações estelares, estrelas de baixa
metalicidade,
sismologia
estelar,
composição química de anãs marrons e
muitas outras aplicações científicas.
Gemini
O
L N A em Dia | Abril de 2 01 4 | N ú m e r o 3 4 | P á g i n a 11
Gemini
LNA em dia
Até o início do mês de abril de 2014
todos os componentes principais do
instrumento
GRACES
foram
qualificados em todos os testes
realizados nos laboratórios do instituto
NRC em Victoria no Canadá, onde ele
foi
construído.
No
momento
o
instrumento encontra-se sendo enviado
para o Havaí, onde em breve será
instalado no telescópio. O teste mais
importante foi aquele realizado nas
duas fibras ópticas de 280 metros de
comprimento.
Cada
uma
delas
apresentou
uma
excelente
transmissividade
óptica
e
uma
degradação focal (FRD) com valores
abaixo de 10%, ambos com resultados
melhores do que esperados. Apesar do
otimismo, lembramos que o GRACES
ainda é um projeto experimental para
provar os conceitos apresentados
acima. Por isso, a implementação
operacional do instrumento somente
ocorrerá numa segunda fase, uma vez
que a eficiência do instrumento seja
comprovada. Para mais informações
sobre o GRACES acesse o endereço
http://www.gemini.edu/sciops/futureinstrumentation?q=node/12131 .
Eder Martioli é
pesquisador do LNA e
Gerente do Escritório
Brasileiro do Gemini
Agradecimento
O LNA agradece à Dra. Cláudia Winge pelo trabalho e grande compromisso
dedicado ao Gemini e, em particular, aos usuários brasileiros nesses quase
14 anos de serviços nesse Observatório.
Desejamos-lhe sucesso na continuidade de sua carreira profissional.
P á g i n a 1 2 | L N A em Dia | A b r i l d e 2 014 | N ú m e r o 3 4
LNA em dia
Notícias do SOAR
Prorrogada a chamada para
envio de propostas de
observação
Alberto Rodríguez Ardila
A
Comissão de Programas do SOAR
informa à Comunidade que o prazo
para a submissão de propostas no Telescópio SOAR - semestre 2014B, foi
prorrogado para o 27 de Abril de 2014
às 23:59 hrs de Brasília. O formulário
para a elaboração dos pedidos e as instruções para seu preenchimento podem
ser encontrados na página web do LNA
(www.lna.br). AS OBSERVAÇÕES SÓ
PODERÃO SER SOLICITADAS NO
MODO CLÁSSICO/REMOTO exceto
para o SAM, que só estará disponível
no modo clássico.
Cinco INSTRUMENTOS são oferecidos
durante 2014B: o imageador óptico do
SOAR (SOI), o espectrógrafo e imageador infravermelho OSIRIS, o espectrógrafo e imageador óptico Goodman, o
imageador infravermelho Spartan e o
Módulo de óptica adaptativa do SOAR,
SAM. O modo de espectroscopia multiobjeto do Goodman está sendo oferecido no modo de risco compartilhado.
A previsão é de que 85% do TEMPO
DISPONÍVEL seja dedicado a observações de ciência, o que equivale a 47
noites para o Brasil. Para 2014B, até
um máximo de 50 horas (seis noites)
poderão ser distribuídas em projetos de
LONGO PRAZO (LP). Essa modalidade
tem como objetivo garantir tempo de
observação a programas científicos que
se estendam além de dois semestres
consecutivos e que visem contribuir sig-
nificativamente a uma questão científica
de interesse geral. O status de LP poderá ser concedido a propostas que o
solicitem e cumpram os dois principais
requisitos: (i) o resultado científico não
pode ser alcançado sem a alocação do
tempo total solicitado; (ii) a duração total
do projeto é maior que dois e menor
que seis semestres. Informações adicionais sobre as regras gerais que se
aplicam a este tipo de projetos foram
publicadas na Edição 22 do Jornal Eletrônico "LNA em Dia" (pag. 9) e estão
também disponíeis na página do SOAR
do LNA.
SOAR
Semestre 2014B (01/08/14 ­ 31/01/15)
Data limite ­ 27 de abril de 2014
às 23:59 hrs de Brasília
Ainda, até um máximo de cinco noites
de observação no modo clássico serão
oferecidas no TELESCÓPIO BLANCO
do CTIO através do tempo brasileiro no
SOAR. A DECam (Dark Energy Camera) estará disponível nesse Telescópio.
Detalhes sobre esse imageador deve
ser obtido diretamente na página do
CTIO (www.ctio.noao.edu/noao).
Atenciosamente,
Secretaria da Comissão de Programas
do SOAR
Claudia Vilega Rodrigues
Presidente da Comissão de Programas
do SOAR.
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