carla cristina braz de oliveira - Instituto de Computação

Transcrição

carla cristina braz de oliveira - Instituto de Computação
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONSTRUCIONISTA
PARA O USO DA INTERNET NA ESCOLA MUNICIPAL
CENTRO EDUCACIONAL DOM MÁXIMO BIENNÉS CÁCERES/MT
CARLA CRISTINA BRAZ DE OLIVEIRA
CUIABÁ – MT
2011
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONSTRUCIONISTA
PARA O USO DA INTERNET NA ESCOLA MUNICIPAL
CENTRO EDUCACIONAL DOM MÁXIMO BIENNÉS CÁCERES/MT
CARLA CRISTINA BRAZ DE OLIVEIRA
Orientador: Prof. Dr. Jésus Franco Bueno.
Monografia
apresentada
ao
Curso
de
Especialização em Informática na Educação da
Universidade
Aberta
do
Brasil
da
Universidade Federal de Mato Grosso –
Modalidade à Distância, do Instituto de
Computação, como requisito para obtenção do
título de Especialista em Informática na
Educação.
CUIABÁ – MT
2011
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONSTRUCIONISTA PARA O USO DA
INTERNET NA ESCOLA MUNICIPAL CENTRO EDUCACIONAL DOM
MÁXIMO BIENNÉS - CÁCERES/MT
AUTOR: CARLA CRISTINA BRAZ DE OLIVEIRA
Aprovada em ___/___/___
______________________________________
Prof. Dr. Jésus Franco Bueno
(Orientador)
IC/UFMT
______________________________________
Profa. Dra. Claudia Aparecida Martins
IC/UFMT
______________________________________
Prof. Dr. Elmo Batista de Faria
IC/UFMT
DEDICATÓRIA
Eu dedico este trabalho a todos que me incentivaram e contribuíram para chegar onde
cheguei. A Deus primeiramente, porque sem ele não seria nada, pois me iluminou e me
fez seguir em frente mesmo com os obstáculos da vida.
A minha mãe, que sempre esteve ao meu lado, me ajudando e dando apoio ao meu
crescimento intelectual e profissional.
Aos meus amigos e companheiros de especialização: Edicarla Venturolli, Flávio
Zancanaro e Kelliane Lacerda que se tornaram um apoio do outro neste tempo de
estudo. Além dos meus amigos: Decele Passos, Daiany Lara, Edmar de Assis, Edivania
Rodrigues, Ecilda Gomes, Michelly Cardozo que apesar da distância de alguns sempre
estiveram me dando forças e incentivo.
Aos meus tios e segundos pais Zenaide Braz de Araújo e Luiz Antônio de Araújo que
estiveram presentes em todas as fases da minha vida e sempre acreditaram e ainda
acreditam no meu crescimento pessoal. E ao meu padrinho Albanno Pinheiro pela
grande colaboração na execução desta monografia.
E finalmente ao meu orientador Jésus Franco Bueno, que desde o inicio acreditou que
eu conseguiria realizar este trabalho juntamente com seu apoio.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo, aos seus professores,
direção e coordenação por me ajudar a tornar possível este trabalho.
RESUMO
A presente monografia tem como objetivo propor um curso de formação para
professores baseado no uso da Internet de forma pedagógica. Para isto haverá um
levantamento sobre o histórico da Internet, conceito, ferramentas e seu papel na
Educação, além de abordar sobre a teoria de aprendizagem construcionista como forma
de didática a ser explorada. Para análise de dados será realizado uma investigação com a
utilização de questionários (com perguntas abertas e fechadas) com os professores da
Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo Biennés da cidade de Cáceres –
MT, para desta forma compreender suas concepções acerca da temática e quais suas
necessidades a nível de informação teórica e prática. E por fim, como resultado uma
proposta com apresentação, objetivo, conteúdo, implementação, metodologia e
contribuição será apresentado.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .......................................................................................................................................... 4
AGRADECIMENTOS................................................................................................................................ 5
RESUMO .................................................................................................................................................... 6
SUMÁRIO ................................................................................................................................................... 7
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................. 9
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................................. 10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................................. 11
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 12
CAPÍTULO I ............................................................................................................................................. 13
INTERNET NA EDUCAÇÃO ................................................................................................................ 13
1. A HISTÓRIA DA INTERNET .................................................................................................................. 13
1.1 A INTERNET SOMADA A EDUCAÇÃO ................................................................................................. 15
1.1.1 COMO UTILIZAR A INTERNET NA EDUCAÇÃO ................................................................................. 16
1.1.2 Ferramentas da Internet no auxílio à aprendizagem ............................................................... 17
1.1.2.1 Listas de Discussão ............................................................................................................... 18
1.1.2.2 Blogs e Fotologs ................................................................................................................... 19
1.1.2.3 WIKIs .................................................................................................................................... 20
1.1.2.4 Redes de Relacionamento/Comunidades Virtuais................................................................. 20
1.1.2.5 Objetos de Aprendizagem ..................................................................................................... 21
1.1.2.6 Programas de Mensagens Instantâneas ................................................................................ 22
1.1.2.7 Sites Educacionais ................................................................................................................ 22
1.1.2.8 Jogos Online Educacionais ................................................................................................... 24
1.2 ORIENTAÇÕES PARA O USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO ................................................................. 24
1.2.1 Vantagens do Uso da Internet no Ensino ................................................................................. 25
1.2.2 Desvantagens do Uso da Internet no Ensino ........................................................................... 25
CAPÍTULO I I ........................................................................................................................................... 27
FORMAÇÃO DOCENTE PARA O USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO ................................... 27
2. CONCEPÇÕES E PRÁTICAS ................................................................................................................... 29
2.1 CONCEITUANDO O MÉTODO CONSTRUCIONISTA .............................................................................. 30
2.1.1. A formação com base no construcionismo .............................................................................. 31
CAPÍTULO III ........................................................................................................................................... 34
DEFINIÇÃO METODOLÓGICA .......................................................................................................... 34
3. ESCOLHA DO TEMA ............................................................................................................................. 35
3.1 PARTICIPANTES DA PESQUISA ........................................................................................................... 36
3.2 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS .......................................................................................... 36
3.3 DA ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................................. 36
CAPÍTULO I V.......................................................................................................................................... 38
ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA ........................................................................................ 38
4. QUEM SÃO OS PROFESSORES ANALISADOS DA ESCOLA MUNICIPAL CENTRO EDUCACIONAL “DOM
MÁXIMO BIENNÉS” (PERFIL) .................................................................................................................. 38
4.1 AFINIDADE COM O COMPUTADOR ..................................................................................................... 40
4.2 UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NAS AULAS....................................................................................... 42
4.4 CONCEPÇÕES .................................................................................................................................... 45
4.5 ESTRUTURAÇÃO DE UM FUTURO CURSO DE FORMAÇÃO .................................................................... 46
4.6 PROPOSTA: CURSO DE FORMAÇÃO EM INTERNET NA EDUCAÇÃO ..................................................... 48
4.6.1 Apresentação do Curso de Formação ...................................................................................... 48
4.6.2 Objetivos do Curso .................................................................................................................. 49
4.6.3 Módulos do Curso e Conteúdos ............................................................................................... 49
4.6.4 Modalidade .............................................................................................................................. 50
CONCLUSÕES ........................................................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 54
APÊNDICE A............................................................................................................................................ 58
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - O Ciclo Reflexivo do Professor ..................................................................... 33
Figura 2: Sexo dos professores analisados ..................................................................... 38
Figura 3: Professores que possuem computador ............................................................ 40
Figura 4: Ferramentas mais utilizadas ............................................................................ 42
Figura 5: Importância da Internet em Casa .................................................................... 46
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Formação dos Professores Analisados ........................................................... 39
Tabela 2: Ferramentas mais utilizadas............................................................................ 41
Tabela 3: Período do Curso ............................................................................................ 47
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
NCP
Network Control Procol
TCP/IP
Transfer Control Procol/ Internet Procol
NSF
National Science Foundation
CERN
Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire
WWW
Word Wide Web
OA
Objeto de Aprendizagem
VRML Virtual Reality Modeling Language
IM
Instant Messaging
FTP
File Transfer Protocol
HTML HyperText Markup Language
CEFAPRO Centro de Formação e Atualização de Professores
TICS
Tecnologias da Informação e Comunicação
MSN
Microsoft Network Messenge
INTRODUÇÃO
Atualmente a Internet tem atingido as diversas áreas, inclusive a Educação. Mas o
que pensam os professores diante desta realidade? Com esta problemática surge a
justificativa do nosso trabalho, no qual se mescla como processo de formação de
professores sobre as possibilidades da Internet em suas práticas pedagógicas. Em
particular, a pesquisa leva os professores a reconhecer suas próprias atitudes em relação
à Internet, como procedimento de introdução ao estudo sobre os usos da Internet em
seus contextos de atuação cotidiana.
Desta forma, este trabalho tem por objetivo conhecer qual a concepção dos
professores da Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo Biennés a respeito
do uso da Internet na Educação, o qual será identificado através de questionários que
investiguem suas ideias e anseios, propondo um curso de formação Construcionista
específico e baseado na análise de dados.
Assim, nesta pesquisa, consideramos a necessidade de conhecer as atitudes dos
professores em relação à Internet de forma a pensar sua formação para a utilização dessa
tecnologia. Investigar as atitudes dos professores para pensar sua formação, assim se
justifica, pois cumpre considerar não somente os saberes disciplinares que precisam
desenvolver, ou os necessários saberes curriculares relativos aos métodos que devem
empregar, mas, sobretudo focalizar aqueles saberes que mais diretamente se relacionam
às relações que os professores estabelecem com a Internet, e que manifestam ao
expressarem posições, reações e atitudes em relação a essa tecnologia.
A cidade escolhida para tal pesquisa foi Cáceres, já que está sendo meu local de
residência como profissional da área da Educação e observo no cotidiano a prática dos
professores, seja com o uso de alguma tecnologia ou até mesmo sua aversão às mesmas.
Além disso, também já participei como tutora de dois cursos de formação oferecido para
os professores pelo CEFAPRO, diante disso ficou o anseio em investigar como estes
profissionais usam a Internet na sala de aula (se é que usam) e até mesmo propor um
curso menos generalizado e mais de acordo com as suas necessidades.
CAPÍTULO I
INTERNET NA EDUCAÇÃO
Neste Capítulo será abordado sobre a História da Internet, como surgiu e para
que propósito. Logo após será apresentado a Internet como ferramenta pedagógica,
como surgiu esta ideia no Brasil e alguns Projetos que colaboraram em sua divulgação e
desenvolvimento.
Após esta abordagem histórica, será abordado qual o caminho mais adequado
para a utilização da Internet na Educação, suas principais ferramentas e por fim quais as
vantagens e desvantagens da utilização da mesma.
1. A História da Internet
De acordo com Travaglia (2000) a Internet começou a ser projetada a partir dos
anos 60 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O objetivo era integrar os
diversos Centros Militares aos Centros de Pesquisa. A ideia era criar uma grande rede
de comunicação descentralizada, na qual as diversas conexões pudessem operar sem
hierarquias. Em 1969 surge a ARPANET (Desenvolvida pela empresa ARPA), que
contava com quatro nós, cujo objetivo era desenvolver projetos em conjunto,
independente da localização física, sem correr o risco de perder dados e informações em
caso de bombardeios.
No entanto, segundo Bogo (2009) quando a ameaça da Guerra Fria passou,
ArphaNet tornou-se tão inútil que os militares já não a consideravam tão importante
para mantê-la sob a sua guarda. Foi assim permitido o acesso aos cientistas que, mais
tarde, cederam a rede para as universidades as quais, sucessivamente, passaram-na para
as universidades de outros países, permitindo que pesquisadores domésticos a
acessarem, até que mais de 5 milhões de pessoas já estavam conectadas com a rede e,
para cada nascimento, mais 4 se conectavam com a imensa teia da comunicação
mundial.
14
Porém, no final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu
protocolo de comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol
(NCP), tornou-se inadequado. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a
serem comunicados são divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de
forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-postais no
sistema postal. Assim também como os cartões-postais, os pacotes possuem um
tamanho máximo, e não são necessariamente confiáveis. Os pacotes são enviados de
um computador para outro até alcançarem o seu destino. Se algum deles for perdido, ele
poderá ser reenviado pelo emissor original. Para eliminar retransmissões desnecessárias,
o destinatário confirma o recebimento dos pacotes.
Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo
protocolo chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido
em UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na
época) o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de implementar
em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de computador.
Segundo Bruno (2006) em 1983 os militares passam a usar a MILNET (rede dos
militares), preocupado com as possíveis brechas de segurança. A Arpanet tornou-se a
ARPA-INTERNET, e foi dedicada à pesquisa. Em 1984, a National Science Foundation
(NSF) montou sua própria rede de comunicações entre computadores, a NSFNET, e em
1988 começou a usar a ARPA-INTERNET como infra-estrutura de rede. Em 1990, a
Arpanet, com tecnologia já obsoleta, foi retirada de operação. Dali em diante, tendo
liberado a Internet de seu ambiente militar, o governo dos EUA confiou sua
administração a NSF. Mas o controle da NSF sobre a rede Internet durou pouco.
Com a tecnologia de redes de computadores no domínio público, e as
telecomunicações plenamente desreguladas, a NSF tratou logo de encaminhar a
privatização da Internet (SLAVOV, p.4).
Em 1991, um grupo de cientistas do CERN (Laboratório Europeu para a Física
de Partículas) visando tornar o uso da Internet mais rápido, fácil e produtivo, criou o
conceito de World Wide Web (WWW) que deu início a um projeto para a criação d e
uma interface gráfica amigável para a comunicação via Internet (BRUNO, 2006, p.12).
Assim, a tarefa de navegar pela Internet tornou-se extremamente simples, com
endereços amigáveis e visualização clara e rápida. Para esse novo sistema, foi
desenvolvido um programa de computador que ficou conhecido como navegador de
15
hipertexto de World Wide Web. Depois de outras criações, em 1995, a Microsoft
introduziu seu próprio navegador, o Internet Explorer, junto ao Windows 95.
Hoje, os dados sobre o uso da Internet são crescentes, de acordo com a Internet
World Stats, 1,96 bilhão de pessoas tinham acesso à Internet em junho de 2010, o que
representa 28,7% da população mundial. Segundo a pesquisa, a Europa detinha quase
420 milhões de usuários, mais da metade da população da Europa. Mais de 60% da
população da Oceania tem o acesso à Internet, mas esse percentual é reduzido para 6,8%
na África. Na America Latina e Caribe, um pouco mais de 200 milhões de pessoas têm
acesso à Internet (de acordo com dados de junho de 2010), sendo que quase 76 milhões
são brasileiros.
1.1 A Internet somada a Educação
Para falar sobre este assunto, vamos primeiro entender e esclarecer porque as
pessoas utilizam a Internet, o que elas procuram afinal?
“Segundo uma pesquisa feita pelo Georgia Institute of Technology’s
Graphics, Visualization and Usability Center, as cinco atividades mais
comuns na Internet são:
1º)Recolher informação
2º)Procurar informação
3º)Navegar
4º)Educação
5º)Comunicação” (2010, Apud TRAVAGLIA, 2000, p.16).
Assim, pelo que foi analisado a Educação não é prioridade das pessoas. Isso nos
leva a compreender que não basta apenas que a Internet exista, deve existir um
mediador no processo, pois esta ferramenta traz grandes possibilidades de uso, desde
que explorada e conduzida corretamente.
A Internet se tornou uma ferramenta atrativa para a Educação com o surgimento da
WWW, uma vez que demonstrou a possibilidade mediadora do ensino e aprendizagem à
distância. Ainda, segundo Travaglia (2000) mais que somente recursos informacionais,
os novos recursos disponíveis via Internet, como os documentos hipertextos, são acima
de tudo novas ferramentas cognitivas, de abrirem novas possibilidades cognitivas e
intelectuais que extrapolam em muito, aquelas oferecidas por documentos em papel, de
leitura linear.
No entanto, traz à tona a discussão do verdadeiro significado das pesquisas no
ambiente escolar, já que a Internet oferece tantos recursos para tal. Será que copiar e
16
colar trechos de sites (muitas vezes desconhecidos) ou imprimir uma página sobre o
assunto procurado pode ser considerado um trabalho de pesquisa? A respeito disso
Mercado (2001), nos esclarece no seguinte trecho:
Assim, muitos alunos acham que só pelo fato de encontrar o material
desejado e imprimi-lo, já cumpriram suas tarefas escolares. Antes eram as
cópias reprográficas dos livros, agora são as impressões. O que precisa ser
esclarecido a todos é que são os procedimentos de pesquisas que precisam
ser respeitados (MERCADO, 2001, p.52).
Para Demo (2003), o aluno deveria ir à escola não para assistir à aula, mas para
pesquisar, compreendendo-se por isso que sua tarefa crucial é ser parceiro de trabalho,
não simples ouvinte domesticado. “A pesquisa inclui sempre a percepção emancipatória
do sujeito que busca fazer e fazer-se oportunidade, à medida que começa e se reconstitui
pelo questionamento sistemático da realidade. Incluindo a prática como componente
necessário da teoria, e vice-versa, englobando a ética dos fins e valores”. (id, p. 8)
Com estas novas possibilidades os estudantes se veem maravilhados, porém não se
deve e nem é do objetivo deste trabalho elevar esta ferramenta tecnológica e nem
qualquer outra como solução dos problemas educacionais, mas apenas apontá-la como
uma alternativa de aprendizado. Assim como Freire defendia a atuação docente em
ambientes interativos, com a utilização de recursos audiovisuais como o vídeo, a
televisão e a informática no processo de ensino e de aprendizagem. Mas não aceitava a
sua utilização de forma acrítica. A citação a seguir apresenta a opinião de Freire sobre
as tecnologias na prática pedagógica. “Nunca fui ingênuo apreciador da tecnologia:
não a divinizo, de um lado, nem a diabolizo, de outro. Por isso, sempre estive em paz
para lidar com ela” (FREIRE, 1996, p. 97).
1.1.1 Como utilizar a Internet na Educação
Segundo Morran (1997) para se ensinar na e com a Internet e atingir resultados
significativos só é possível quando se está “integrada em um contexto estrutural de
mudança do ensino-aprendizagem, onde professores e alunos vivenciam processos de
comunicação abertos, de participação interpessoal e grupal efetivos” (MORAN, 1997,
p.5).
17
Caso isso não aconteça a Internet não será uma ferramenta tecnologia
revolucionária, mas uma entre as demais reforçando apenas as práticas educacionais
tradicionais:
Compreendo perfeitamente que a Internet é uma ferramenta fantástica para
abrir caminhos novos, para abrir a escola para o mundo, para trazer
inúmeras formas de contato com o mundo. Mas essas possibilidades só
acontecem se, na prática, as pessoas estão atentas, preparadas, motivadas
para querer saber, aprofundar, avançar na pesquisa, na compreensão do
mundo. Quem está acomodado em uma atitude superficial diante das coisas,
pesquisará de forma superficial (MORAN, 1997, p.8).
A seguir será abordado algumas ferramentas que a Internet pode contribuir no
processo ensino aprendizagem.
1.1.2 Ferramentas da Internet no auxílio à aprendizagem
De acordo com Gebran e Santos (2003), no artigo “O Uso da Internet no
Processo de Aprendizagem”, umas das ferramentas de destaque são os ambientes
virtuais, que possuem um agregado de outras ferramentas:
Chat: Sala de aula permanente, aberta a todos os participantes. Este recurso
permite a comunicação direta entre alunos e professores.
Fórum: permite a entrada em um espaço criado para discutir diversos temas que
serão propostos pelo professor ao longo do curso.
Correio eletrônico: permite enviar uma mensagem para qualquer usuário da
rede. Em questão de minutos, o texto chega ao destino. A vantagem é que o
destinatário não precisa estar conectado à Internet no momento em que a
mensagem chega. O texto fica armazenado em uma espécie de caixa postal
eletrônica até que o usuário entre novamente na rede. Depois de ler a
mensagem, é possível responde-la imediatamente, imprimi-la ou enviar cópias
para outras pessoas.
Links/Biblioteca virtual: recurso que permite organizar e direcionar assuntos
interessantes pertinentes ao curso propostos em outros sites.
Mural: funciona como um mural de classificados ou de recados, com temas de
interesse de alunos e professores.
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Assim, foi observado que algumas destas ferramentas são encontradas
independentes dos ambientes virtuais, mas que podem contribuir no ambiente escolar
são eles os chats, e-mails e biblioteca virtual (para pesquisas principalmente). Além
destes outros recursos de comunicação e interação são de grande valia na educação:
Listas de Discussão;
Blogs;
Wiki;
Redes de Relacionamento/Comunidades Virtuais;
Objetos de Aprendizagem;
Programas de Mensagens Instantâneas;
Sites Educacionais;
Jogos online Educacionais.
1.1.2.1 Listas de Discussão
Segundo Levy (1990) “O correio eletrônico permite enviar, de uma só vez, uma
mesma mensagem a uma lista (que pode ser longa) de correspondentes, bastando indicar
essa lista. Assim, não é necessário fazer fotocópias do documento, nem digitar diversos
números telefônicos, um após o outro”.
A lista de discussão é um endereço de e-mail para o qual um usuário envia uma
mensagem. Esta mensagem é automaticamente enviada para todos os membros
cadastrados nesta lista. Estas mensagens são recebidas através do e-mail de cada
participante.
Baseia-se na associação de um endereço de correio eletrônico a várias caixas
postais ou lista de usuários, onde uma mensagem enviada a um endereço é recebida por
todos os integrantes inscritos na lista. As listas de discussão podem ser simples (sem
controle de cadastramento de usuários), moderadas (com o controle da correspondência
por um usuário) ou fechada (com controle sobre o cadastramento de usuários).
Existem diversas situações em que a lista de discussão pode ser utilizada.
Abaixo relacionamos algumas delas:
• Para discutir sobre um assunto: os participantes trocam experiências,
sugestões, dúvidas e contribuições, sendo possível elaborar um documento
final com a análise destas participações.
• Para discutir sobre um documento: envia-se, juntamente com a mensagem,
um documento anexado para ser analisado individualmente pelos
19
participantes. A partir daí, cada um pode contribuir com a construção deste
documento, fazendo anotações e justificativas.
• Para construir um documento: utilizando-se do dinamismo de troca de
mensagens na lista de discussão, pode-se elaborar artigos, trabalhos e
projetos colaborativos sem a promoção de encontros presenciais.
• Para agilizar a comunicação numa equipe de trabalho: por ser uma
ferramenta assíncrona (os participantes não precisam estar conectados
simultaneamente na Internet) todos os membros tem a oportunidade de
participar, dentro de suas possibilidades de horários e deslocamentos (EPROINFO, 2009).
Assim, ao utilizar esses serviços, de certa forma, está sendo ensinado e
aprendido, sendo uma forma também de ensino a distância.
1.1.2.2 Blogs e Fotologs
O Blog foi concebido como um diário na Web, cuja informação está organizada
da mais recente para a mais antiga, disponibiliza um índice de entrada e pode conter
apontadores para outros sites. Aberto a todos os cibernautas, permite que os visitantes
deixem os seus comentários, tornando-se num fácil e popular meio de comunicação.
Os blogs são essencialmente uma ferramenta facilitadora de interação, pois,
segundo Barbosa e Granado (2004), podem ajudar alunos e professores a comunicar
mais e melhor.
Na construção e manutenção do seu blog, o aluno terá de procurar sites dentro
do seu campo de interesse, analisar o seu conteúdo, averiguar da veracidade e
credibilidade dos sites a inserir no seu blog.
“Cria-se então uma comunidade de aprendizagem em torno de um tema que
interessa a todos os membros, multiplicando as possibilidades de se encontrar mais
soluções ao possibilitar a intervenção e o diálogo com mais pessoas” (CLOTHIER,
2005). De acordo com Costa (2005) os debates podem ser em torno de temas atuais, a
divulgação de projetos escolares, organização de um trabalho de investigação, registro
de trabalho de campo, entre outros.
De acordo com Clothier (2005), os professores podem ainda usar estes sistemas
digitais como complemento ao ensino presencial, já que os blogs poderão ser um
veículo privilegiado de comunicação, para avisos, indicação de trabalhos a realizar,
ligações para materiais de consulta, textos de apoio às aulas, entre outros, possibilita
20
ainda que os pais acompanhem o processo de ensino/aprendizagem, bem como trocar
experiências com outros professores de qualquer parte do mundo.
1.1.2.3 WIKIs
Pretto e Pinto (2006) esclarecem o significado e a importância do ambiente virtual wiki.
Os sistemas de produção colaborativa merecem receber uma especial
atenção, pois ocupam hoje um grande espaço no movimento do software
livre mundial, denominados wikis, que possibilitam a publicação de páginas
na web, estando sua edição aberta para todos os usuários. Os termos wiki e
wikiwiki, que em havaiano significam rápido e rapidinho, foram adotados
nesse tipo de software e ferramenta exatamente porque possibilitam que,
onde quer que esteja o usuário possa editar o conteúdo da página que está
lendo e, com isso, acrescentar a sua contribuição à mesma. Uma das maiores
experiências no wiki é a Wikipédia, criada em 2001 na Flórida e que hoje já
está traduzida para cerca de 80 idiomas (PRETTO,PINTO, 2006, p. 22).
Trata-se de uma coleção de textos criados de forma coletiva no ambiente da
Internet e que apresenta as possibilidades de interação, acesso e atualização das
informações. Dessa forma, o wiki pode ser utilizado como uma ferramenta de escrita
virtual, onde todos podem atuar, interagir e trocar informações sobre o assunto, gerando
ambientes colaborativos.
Assim, segundo Vygotsky (1987) a medida que se propicia um ambiente
coletivo de sócio construção, o conhecimento é elaborado em dois momentos: primeiro
em nível interpessoal, com a ajuda do outro, e em um segundo momento em nível
intrapessoal, quando ocorre a apropriação do conhecimento pelo indivíduo.
1.1.2.4 Redes de Relacionamento/Comunidades Virtuais
Uma comunidade virtual pode ser definida como uma comunidade de pessoas
compartilhando interesses comuns, ideias e relacionamentos, através da Internet ou de
outras redes colaborativas. O possível inventor do termo e um de seus primeiros
proponentes foi Howard Rheingold. “Comunidade virtual é “um agregado social que
surge na Internet, quando um conjunto de pessoas leva adiante discussões públicas
21
longas o suficiente, e com suficiente emoção, para estabelecerem redes de
relacionamentos no ciberespaço”. (RHEINGOLD ,1996, p. 18)
São exemplos de redes de relacionamento: Orkut, facebook, myspace, twitter, tymr.
Para Ávila (1975), uma comunidade apresenta as seguintes características:
a) Uma certa contigüidade espacial, que permita contatos diretos entre seus membros;
b) A consciência de interesses comuns, que permite aos seus membros atingirem
objetivos que não poderiam alcançar sozinhos;
c) A participação em uma obra comum, que é a realização desses objetivos e a força de
coesão interna da comunidade.
1.1.2.5 Objetos de Aprendizagem
Os Objetos de Aprendizagem - OA podem ser compreendidos como “qualquer
recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao ensino” (WILEY, 2000, p.
3).
Eis alguns fatores que favorecem o uso de Objetos de Aprendizagem na área
educacional, segundo Prata e Nascimento (2007):
flexibilidade: os Objetos de Aprendizagem são construídos de forma
simples e, por isso, já nascem flexíveis, de forma que podem ser
reutilizáveis sem nenhum custo com manutenção;
facilidade para atualização: como os Objetos de Aprendizagem são
utilizados em diversos momentos, a atualização dos mesmos em tempo
real é relativamente simples, bastando apenas que todos os dados
relativos a esse objeto estejam em um mesmo banco de informações;
customização: como os objetos são independentes, a ideia de utilização
dos mesmos em um curso ou em vários cursos ao mesmo tempo torna-se
real, e cada instituição educacional pode utilizar-se dos objetos e arranjálos da maneira que mais convier;
a interoperabilidade: os Objetos de Aprendizagem podem ser utilizados
em qualquer plataforma de ensino em todo o mundo.
Assim, os Objetos de Aprendizagem utilizam-se de imagens, animações e
applets, documentos VRML (realidade virtual), arquivos de texto ou hipertexto, dentre
22
outros. Não há um limite de tamanho para um Objeto de Aprendizagem, porém existe o
consenso de que ele deve ter um propósito educacional definido, um elemento que
estimule a reflexão do estudante e que sua aplicação não se restrinja a um único
contexto (BETTIO; MARTINS, 2004).
1.1.2.6 Programas de Mensagens Instantâneas
Um mensageiro instantâneo ou comunicador instantâneo, também conhecido por
IM (do inglês Instant Messaging), é uma aplicação que permite o envio e o recebimento
de mensagens de texto em tempo real.
1.1.2.7 Sites Educacionais
Miyakazi (1997 apud FILENO, 2007) define site como sendo o conjunto de
páginas Web agrupadas por um mesmo assunto, propósito ou objetivo, podendo ser de
uma instituição, empresa ou indivíduo. Ao utilizar sites como recurso pedagógico há
uma certa complicação , pois no caso de sites educacionais não há etapas prévias de
avaliação, que recai totalmente sobre os professores e a escola. Portanto, não basta mais
que estes dominem suas áreas de conhecimento. É preciso que tenham conhecimentos
mínimos de como a Internet funciona e se o site escolhido é adequado ao enfoque
pedagógico adotado.
A seguir disponibilizamos uma lista de sites educacionais elaborado pela Revista Veja
(2007):
Aprendiz - Lição de casa: Seção do site Aprendiz que auxilia nas pesquisas
escolares. Link para acesso: aprendiz.uol.com.br/.
Biblioteca Virtual: Biblioteca do estudante brasileiro. Bom acervo de pesquisa,
livros para download, links para pesquisas escolares. Projeto ligado ao site
Escola
do
Futuro,
da
USP.
Link
para
acesso:
http://futuro.usp.br/portal/website.ef.
10 em tudo: Site com acesso pago com material didático para ensino médio,
simulados, vestibular, faculdades. Possui uma seção de Obras Literárias com
resumos e análises de livros requisitados por colégios e exames vestibulares.
Link para acesso: www.10emtudo.com.br.
23
EducaRede: Portal de educação gratuito voltado para a realidade de alunos e
professores do ensino fundamental e médio da escola pública. Mantido pelo
grupo Telefônica. Link para acesso: www.educared.org.
eAprender: Portal com áreas para educadores, alunos e escolas com mais de
20.000 páginas de conteúdo didático exclusivo. Link para acesso:
www.eaprender.com.br.
Educacional: Portal de educação com as seguintes áreas: pesquisa escolar,
reportagens, notícias, áreas para educação infantil; da 1ª à 4ª série; da 5ª a 8ª;
ensino médio, educadores, escolas e pais e canais de serviços e referências. Link
para acesso: www.educacional.com.br.
EdukBr: Portal de educação coordenado por educadores e professores com a
proposta de ser uma escola aberta na internet. Acesso às seguintes seções: Arte
Manhas; Celeiro de Projetos; Estúdio Web; Leituras & Escrita. Link para acesso:
www.edukbr.com.br.
KlickEducação: Portal de educação pago com áreas para alunos, pais e
professores. Boa seleção de literatura na seção Klick Escritores. Link para
acesso: www.klickeducacao.com.br.
Escol@24horas: Site educacional com serviços para alunos, pais e professores
24 horas por dia, 7 dias por semana. Parte do acesso é público, parte restrito aos
usuários de escolas associadas. Link para acesso: www.escola24h.com.br.
Ensino.net: Portal educacional com conteúdo classificado por matéria, tema e
ciclo. Link para acesso: www.ensinonet.com.
Lição de Casa : Portal da UOL que tem o objetivo de auxiliar o estudante na
realização das tarefas escolares. Link para acesso: educacao.uol.com.br.
Mini Web: Lista de sites para pesquisa educacional de alunos e professores. As
indicações, divididas por área de conhecimento, são avaliadas e detalhadas em
pequenos textos que resumem seu conteúdo. Link para acesso:
www.miniweb.com.br.
Pedalando & Educando: Projeto onde o arquiteto Argus Caruso Saturnino
relata sua aventura de bicicleta ao redor do mundo sob a perspectiva histórica e
geográfica das regiões que visita. Link para acesso: www.arguscaruso.com.br.
ThinkQuest: Rede mundial de estudantes, professores, pais e técnicos dedicada
ao aprendizado na internet. São mais de 100 países participantes (em inglês e
opção em português). Link para acesso: http://www.thinkquest.org/pt_br/.
WebQuest:,WebQuest é uma método de pesquisa na internet criada pelo
americano Bernie Dodge em que os próprios professores criam sites sobre temas
específicos e desenvolvem tarefas para serem cumpridas pelos alunos, com a
indicação de endereços confiáveis de consulta. Link para acesso:
www.wequest.futuro.usp.br
Bernie Dodge em que os próprios professores criam sites sobre temas
específicos e desenvolvem tarefas para serem cumpridas pelos alunos, com a
24
indicação de endereços confiáveis
edweb.sdsu.edu/people/bdodge.
de
consulta.
Link
para
acesso:
EducaFórum: Site que defende uma Escola Pública de qualidade. Link para
acesso: www.webamigos.net/educaforum.
Edutecnet: Grupo de discussão com profissionais e estudantes sobre a área
educativa. Link para acesso: www.edutecnet.com.br.
1.1.2.8 Jogos Online Educacionais
Jogos educacionais podem envolver as características de qualquer um dos
jogos anteriores. Por exemplo, um jogo de aventura pode envolver enigmas
relativos a um templo maia ou a um castelo medieval e, assim, se tornar um
jogo educacional sobre história antiga. (BATTAIOLA, 2000, p.10)
Quando motivadores do processo de aprendizagem, eles podem ser definidos
como jogos educacionais. Contudo, há ainda muita discussão sobre o que são jogos
educacionais (CAMPOS, 2008, p.27).
Dempsey, Rasmussem e Luccassen (1996) citados por Botelho (2004) definem
que os jogos educacionais “se constituem por qualquer atividade de formato
instrucional ou de aprendizagem que envolva competição e que seja regulada por
regras e restrições”.
Todavia, é importante ressaltar a ideia de que o uso de recursos tecnológicos,
dentre eles o jogo educacional, não pode ser feito sem um conhecimento prévio do
mesmo e que esse conhecimento deve sempre estar atrelado a princípios teóricometodológicos claros e bem fundamentado. Daí a importância dos professores
dominarem tecnologias e fazerem uma análise cuidadosa e criteriosa dos materiais a
serem utilizados, tendo em vista os objetivos que se quer alcançar.
1.2 Orientações para o uso da Internet na Educação
O uso da Internet apresenta seus prós e contras, por isso é de essencial
importância esclarecer quais são estes itens, para desta forma enfatizar as vantagens no
nosso cotidiano escolar e procurar amenizar as desvantagens, procurando soluções e
formas de utilizar a Internet na Educação corretamente e prazerosa tanto para o
professor quanto para o aprendiz.
25
1.2.1 Vantagens do Uso da Internet no Ensino
Segundo Klering (2008), as vantagens do uso da Internet na Educação são:
Com ela é possível criar ambientes virtuais de aprendizagem, onde o aluno
encontra a matéria a ser estudada e as tarefas a serem feitas.
A Internet pode ser utilizada como uma gigantesca biblioteca onde são
encontrados uma infinita variedade de assuntos.
A Internet também permite a troca de conhecimentos com outras pessoas, as
quais podem estar até do outro lado do mundo. Nesse caso, a aprendizagem
cooperativa é possível através da troca de mensagens eletrônicas (e-mail), das
videoconferências e das salas de bate-papo (chats).
Outro processo que pode se beneficiar muito com a Internet é a aprendizagem do
inglês. Isso porque além de termos acesso a vários textos nessa língua via rede,
ainda pode-se entrar em salas de bate-papo estrangeiras, onde a pessoa pode
dialogar e aprender a se apresentar ou a defender um ponto de vista usando a
língua inglesa, o que, segundo professores, permite um aprendizado mais rápido
e mais avançado desse idioma.
Além destas citadas por Klering, existem outras vantagens com as ferramentas
citadas mais acima, cabe ao professor se adequar a estas novas possibilidades. Pois,
de acordo com o professor Moran (2009) os alunos estão prontos para utilização da
Internet e o professor pode perceber aos poucos, que a Internet está passando de
uma palavra da moda a realidade em alguns colégios e nas suas famílias.
1.2.2 Desvantagens do Uso da Internet no Ensino
Para mostrar as desvantagens do uso da Internet na Educação vamos nos basear
nas palavras de Moran (2009) que identifica:
Há certa confusão entre informação e conhecimento: no qual informações
demais e conhecimento de menos no uso da Internet na educação, pois o
conhecimento não se passa, o conhecimento se cria, se constrói.
26
Facilidade de dispersão: Muitos alunos se perdem no emaranhado de
possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado deixando-se
arrastar para áreas de interesse pessoal. É fácil perder tempo com informações
pouco significativas, ficando na periferia dos assuntos, sem aprofundá-los, sem
integrá-los num paradigma consistente.
Perde-se muito tempo na rede: Há informações que distraem, que pouco
acrescentam ao que já sabemos, mas que ocupam muito tempo de navegação.
Nem sempre é fácil conciliar os diferentes tempos dos alunos: Uns respondem
imediatamente, outros demoram mais, são mais lentos.
A participação dos professores é desigual: Alguns se dedicam a dominar a
Internet, a acompanhar e supervisionar os projetos. Outros, às vezes por estar
sobrecarregados, acompanham à distância o que os alunos fazem, e vão ficando
para trás no domínio das ferramentas da Internet.
Assim, procuramos identificar algumas das desvantagens, que muitas vezes
podem ser revertidas ou amenizadas ao adotar algumas técnicas pedagógicas para
que fique bem claro que a Internet não é uma ferramenta milagrosa, mas uma
alternativa tecnológica que requer preparação antecipada dos professores que
desejam utilizá-la em suas práticas escolares.
27
CAPÍTULO I I
FORMAÇÃO DOCENTE PARA O USO DA INTERNET NA
EDUCAÇÃO
De acordo com Valente (1997), o computador é uma ferramenta que pode
auxiliar o professor a promover aprendizagem, autonomia e criatividade do aluno. Mas,
para que isso aconteça, é necessário que o professor assuma o papel de mediador da
interação entre aluno, conhecimento e computador, o que supõe formação para exercício
deste papel.
Assim, Cox (2003) salienta alguns pontos essenciais para a capacitação docente:
Disposição para estudar: pois precisa ter conhecimento sobre, dentre outras
coisas, o que a informática pode oferecer ao processo educacional escolar e até
mesmo pelo fato da informática ser muito dinâmica estando em constante
evolução.
Domínio da Informática: “A capacidade de intervenção dos agentes
educacionais, em especial dos professores, é indispensável para a execução e
êxito do processo”, assim para que possa intervir precisa dispor de
conhecimentos e habilidades.
Competência para se educar continuamente: “Para atender a dinâmica
contemporânea, o professor precisará apresentar competência para educar-se
continuamente”. Desta forma, a educação continuada entra em discussão,
indispensável à formação docente, podendo ser promovida e/ou favorecida.
Capacidade de ousar: A necessidade de estudar informática exigirá que os
professores avancem além dos limites da sua área de conhecimento, ter
iniciativa, acreditar em seu potencial, se distanciar do que foi aprendido em sua
formação são passos fundamentais.
Cumplicidade com o Educando: Fazer com que professor e aluno caminhem
juntos e unidos: “Assim sendo, é chegado o tempo em que o professor precisa
abandonar sua cátedra pretensamente superior e autoritário para dispor-se
junto ao alunado como parceiros em meio as aventuras e descobertas.” (COX,
2003, p. 114).
28
Criatividade: Após estudo e pesquisas caberá do professor emergir sua
criatividade, criando estratégias próprias com diferentes caminhos e descobertas.
Capacidade de Sociabilizar “Saberes” e “Fazeres”: Com o intuito de garantir
o desenvolvimento da coletividade, conscientizando de suas competências e de
que o meio resultado das ações humanas.
Outro ponto relevante para que a parte docente seja capaz de incluir a Internet em
suas práticas pedagógicas, é necessário dedicação a longo prazo, o que nos leva a
identificar que cursos de capacitação que duram apenas um mês ou menos, dependendo
do nível de conhecimento do profissional não são suficientes já que muitas vezes
precisam superar certas concepções e aversões ao uso do computador, aprender certas
teorias e práticas, como utilizar um e-mail, como navegar na internet, como criar blogs
são alguns dos exemplos.
Porém, estes conhecimentos adquiridos devem estar associados à utilização
pedagógica e não ensinados de forma aleatória, pois de nada adiantaria saber como
utilizar e não entender onde e para que utilizar, de forma a gerar conhecimento aos seus
aprendizes. É o que pode ser identificado no seguinte trecho:
Para que as atividades pedagógicas baseadas na Internet sejam possíveis, é
pedido aos professores uma série de requisitos. Primeiro, é necessário
empenho a longo prazo. Segundo, é preciso ultrapassar obstáculos técnicos e
assimilar uma série de informações. Os professores não só precisam de
conhecimento geral sobre computadores e redes, como também precisam
aprender a usar o e-mail, o ftp e a World Wide Web. Se eles pretenderem
publicar material na rede ainda precisam dos conhecimentos básicos de
HTML ou de um editor de texto de HTML, como exemplo o FrontPage. Os
professores ainda têm que ter uma noção da estrutura da Internet e de como
os outros professores a usam. Terceiro, é necessário que o professor adquira
cultura tecnológica, para superar o problema do controle da ferramenta e se
tornar o assistente da construção do conhecimento através desta tecnologia.
É necessário que os professores estejam à vontade com a utilização e
potencialidade da Internet para poder guiar os alunos no novo mundo da
informação, ajudando-os a construir e adquirir novos conhecimentos de
forma a eles começarem a utilizar a Internet da maneira mais eficiente, não
se limitando a navegar nela. (TRAVAGLIA, 2000, pg.17)
Assim, Valente (1997) que afirma “a formação do professor deve prover
condições para que ele construa conhecimento sobre as técnicas computacionais,
entenda por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz
de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica”.
29
No entanto, para se pensar em um curso de formação destinado a professores é
necessário entender o que eles pensam a respeito do assunto, já que isso influencia as
suas práticas, por isso dedicamos uma parte deste nosso trabalho ao tema concepções.
2. Concepções e Práticas
Como Ponte (1992), acredita-se que a impregnação de elementos sociais no
processo de construção do conhecimento reforça a perspectiva de que existe uma
relação interativa entre as concepções e as práticas. As concepções influenciam as
práticas, no sentido em que apontam caminhos, fundamentam decisões, etc. Por seu
lado, as práticas, que são condicionadas por uma multiplicidade de fatores, levam
naturalmente à geração de concepções que com elas sejam compatíveis e que possam
servir para enquadrá-las conceitualmente.
As concepções dos professores não constituem um todo relativamente
homogêneo. Diferenciam-se, claramente, pelos níveis de ensino, pela sua formação
inicial, formação científica e pedagógica, pela sua inserção social e suas opções
ideológicas e educativas.
Enfim, para se traçar um curso de formação, primeiro é necessário entender suas
concepções que refletem na sua prática pedagógica, para desta forma procurar maneiras
de incluir a Internet em suas práticas já existentes.
Assim, pode-se concluir que um professor que seja completamente contrario a
utilização da Internet na Educação, com toda certeza isso se remeterá a suas práticas, ou
seja, provavelmente ele terá pouco ou nenhum conhecimento sobre tal recurso e,
portanto em sala de aula nunca propôs ou utilizou o laboratório de informática, por
exemplo. O qual nos leva a identificar um determinado curso de formação, mais intenso
e que primeiramente o leve a desmistificação da Internet, diferentemente do que seria
para um educador que já utiliza ou procura incluir a Internet em suas aulas.
Por isso, neste trabalho primeiramente irá abordar a concepção dos professores,
procurar saber quem são (perfil) e o que desejam para desta forma traçar uma formação
mais adequada e específica.
30
2.1 Conceituando o Método Construcionista
Construcionismo é um termo criado pelo pesquisador Seymour Papert (1994),
professor do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, para designar uma teoria
educacional cuja filosofia é um ramo das filosofias educacionais que nega a "verdade
óbvia" do valor da instrução. Papert é pioneiro no uso do computador na educação,
fundamentando-se na teoria construtivista de Piaget, define o termo construcionismo
para a construção do conhecimento pelo aluno por meio do computador (ALTOÉ;
PENATI, 2005).
Nesta teoria o computador consiste em uma ferramenta a ser programada pelo
aprendiz e não o contrário conforme a perspectiva tecnicista. “O computador no
paradigma construcionista deve ser usado como uma ferramenta que facilita a descrição,
a reflexão e a depuração de ideias” (VALENTE, 1993, p. 42).
Assim, em uma educação tecnicista os conteúdos e as ações humanas são
relegados no processo de ensino e aprendizagem a um segundo plano já que a eficiência
das técnicas e dos métodos de ensino é enfatizada. “O computador em si não está,
necessariamente, vinculado à pedagogia tecnicista. No entanto, o modo de utilizá-lo e as
escolhas que o professor precisa fazer expressam claramente, uma determinada
concepção de educação” (PRADO, 1996, p. 20).
Em uma proposta de educação construcionista o computador dever ser utilizado
como ferramenta capaz de potencializar os conteúdos e as tarefas de diferentes áreas do
conhecimento. Essa construção ocorre quando o aprendiz utiliza-se do computador com
autonomia assumindo o controle sobre o seu processo formativo. “A maior contribuição
do computador como meio educacional advém do fato do seu uso ter provocado o
questionamento dos métodos e processos de ensino utilizados” (VALENTE, 1993,
p.20).
Os princípios desta abordagem, segundo, Papert (1990), Harel (1991) e Falbel
(1993), enfatizam dois aspectos. Um deles é o desenvolvimento de materiais que
permitem aos diferentes sujeitos o engajamento em atividades reflexivas. Atividades
que favoreçam o sujeito tanto aprender-com como aprender-sobre-o-pensar - é a ideia
do hands-on e head-in.
O outro aspecto é a criação de ambientes de aprendizagem, que deve considerar
certas características, como: a escolha, a diversidade de situações, a diversidade de
31
aprendizes e a qualidade da interação. A compreensão desses aspectos é que dão
consistência na viabilização de uma prática pedagógica construcionista.
Porém, segundo Prado (1996) alguns dos pressupostos dessa abordagem são
interpretados literalmente e tratados na prática de maneira restrita. Consequentemente,
esse fato acaba comprometendo e obscurecendo o processo de mudança de postura do
professor. Por esta razão, torna-se pertinente discutir alguns desses aspectos a partir de
tais afirmativas:
O professor precisa deixar o aluno descobrir para aprender: É
importante que o aluno descubra suas estratégias e experimente suas
hipóteses, fazendo as comparações e as relações dos fatos, dos objetos e
das ideias que perpassam seu ambiente.
O professor deve conhecer o desenvolvimento cognitivo do sujeitoaluno: Evidentemente. Porém, o ato educativo não pode restringir-se ao
processo de investigação do desenvolvimento cognitivo do aluno. Este
aspecto é muito importante e deve estar integrado na prática do
professor.
O professor deve desafiar o aluno: Considerando os acertos e erros
como auxiliadores no processo de aprendizagem.
O professor não é o dono do saber; ele aprende com o aluno: é
fundamental o professor aprender a aprender, libertando-o de certas
amarras que o impedem de embarcar, prazerosamente, no processo de
estar constantemente aprendendo.
2.1.1. A formação com base no construcionismo
A respeito de um curso de formação que adote o Construcionismo como base,
Valente (1998) dos esclarece com as seguintes palavras:
Utilizar a abordagem construcionista na formação do professor significa
propiciar as condições para o professor agir, refletir e depurar o seu
conhecimento em todas as fases pelas quais ele deverá passar na
implantação do computador na sua prática de sala de aula: conhecer os
diferentes software e como eles podem propiciar aprendizagem, saber como
interagir com um aluno, saber como interagir com a classe como um todo e
desenvolver um projeto de como integrar o computador na sua disciplina .
(VALENTE, 1998, p.6)
32
Com isto, percebe-se que um curso de Formação para professores em Internet na
Educação deve levá-lo a agir, refletir e depurar seu conhecimento adquirir
conhecimento sobre a informática e desenvolver, juntamente com os seus alunos,
atividades relativas ao conteúdo da sua disciplina, e não apenas a ensinar a navegar na
internet, usar um e-mail, mas também como utilizar tais ferramentas pedagogicamente.
Ainda de acordo com Valente (1998), um curso de formação baseado na
abordagem construcionista para ser efetivo deve ser desenvolvido na escola onde o
professor trabalha, pois o conhecimento adquirido seria contextualizado, já que estaria
no seu próprio local de trabalho, utilizando o espaço já destinado as práticas
computacionais. Além disso, os horários podem ser encaixados conforme a necessidade
do grupo, tendo o formador sempre próximo a suas dúvidas.
Pode haver dificuldades no fato do professor do curso ter que ficar literalmente à
disposição dos professores da escola para resolverem os problemas que impedem a
realização das atividades de informática. Isso se tornou tremendamente custoso e
impossível de ser continuado. Solução que pode ser implementada como uso da Internet
(após as aulas práticas já compreendidas), essa solução dá origem ao projeto de
formação baseado no construcionismo contextualizado combinando atividades
presencias e atividades e trocas de informação via Internet.
Nesse modo de conceber a formação do professor, Prado (1998) explica que o
papel do formador também se amplia. A intervenção do formador no processo de
reconstrução da prática do professor envolve outros aspectos que precisam ser tratados.
O formador além de lidar com os aspectos computacionais precisa saber intervir no
processo de reconstrução da prática do professor.
A formação do professor baseada no enfoque de “estar junto”, considerando a
dimensão do cotidiano do professor, pressupõe a recontextualização dos princípios
construcionistas norteando a interação entre os formadores e os professores. A ideia de
Papert sobre o aprendizado através do hands on e head in vista no contexto de formação
de professor implica propiciar ao professor condições para que possa “aprender
fazendo” - a usar o computador na sua prática pedagógica e a refletir sobre a sua ação.
Isto é que possibilita a depuração, a compreensão e a reconstrução da sua ação
pedagógica (Figura 1)
33
Reflexão
Depuração
Ação Pedagógica
Professor
Nova ação pedagógica
O Ciclo da
atividade de
Programação
Feedback
Figura 1 - O Ciclo Reflexivo do Professor
Fonte: VALENTE, 1995
O movimento contínuo entre o fazer e o compreender, que se estabelece na atividade,
marca a possibilidade de aproximação, quase simultânea, entre a reflexão-na-ação e a
reflexão-sobre-ação. Porém, é necessário configurar neste processo a intervenção do
professor. Seu papel é fundamental para que efetivamente venha ocorrer a reflexão e a
depuração no processo de aprendizagem do aluno. Assim, a interação (sujeito-aluno X
computador) se amplia estabelecendo um outro nível de interação, que envolve a
atuação do professor ( (sujeito-aluno X computador) X professor). (PRADO, 1998, p.
18).
34
CAPÍTULO III
DEFINIÇÃO METODOLÓGICA
Este estudo tem como objetivo geral propor um curso de formação
construcionista para professores da Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo
Biennés, de acordo com os resultados obtidos em relação ao uso da Internet na
Educação e como objetivos específicos:
Aplicar questionários para levantar quem são (perfil) e o que os professores
da Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo Biennés pensam
(concepção) a cerca do uso da Internet na Educação.
Analisar os dados obtidos com os questionários aplicados.
Identificar quais as necessidades e anseios dos professores da Escola
Municipal Centro Educacional Dom Máximo Biennés e respeito do uso da
Internet em suas práticas pedagógicas.
Esta pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, no qual, Michel (2005)
acredita que: a pesquisa qualitativa “fundamenta-se na discussão da ligação e
correlação de dados interpessoais, na co-participação das situações dos informantes,
analisados a partir da significação que estes dão aos seus dados”.
Trata-se também de uma pesquisa de caráter exploratório, cujo planejamento é
bastante flexível, possibilitando a consideração dos mais variados aspectos relativos ao
fato estudado. (Gil, 2002, pág. 40).
No delineamento da pesquisa possui uma revisão bibliográfica, com
levantamento de informações a respeito do uso da Internet na Educação, desde o seu
histórico até conceitos e práticas. Além de formação de professores e dados sobre o
Construtivismo, para desta forma traçar com o máximo de veracidade um curso de
formação baseado em tal teoria.
35
3. Escolha do tema
A motivação para escolha deste estudo surgiu primeiramente quando ainda no
ano de 2009 (na cidade de São José dos Quatro Marcos) me tornei técnica de laboratório
de Informática e desta forma passei a ter contato direto e diário com professores que
nunca haviam utilizado um computador em suas práticas pedagógicas, pela inexistência
do ambiente informatizado, destinado ao mesmo. Paralelamente, me tornei tutora de um
curso de formação oferecido pelo CEFAPRO, cujo objetivo era ensiná-los a utilizar o
Sistema Operacional Linux Educacional (com carga horária de 40 horas), incluindo
também o uso da Internet.
Com isto, passei a ter mais contato com os professores e entender o motivo pelo
qual eles eram tão despreparados, a maioria dos profissionais que ali se encontravam já
tinham tido no ano anterior o mesmo curso e novamente estavam ali dispostos a obter
conhecimento.
No entanto, pude perceber que o curso era basicamente técnico, ou seja, a
intenção da formação era que os professores aprendessem a utilizar o pacote BrOficce
(Editor de Texto, Planilhas Eletrônicas, Apresentação de slides) e aprender a utilizar o
navegador Mozilla, criar e-mail e etc. Ou seja, o objetivo era que o tutor ensinasse como
utilizar , mas não com que fim, nada que vinculasse os conhecimentos de informática as
suas praticas pedagógicas.
Em 2010 (já na cidade de Cáceres), novamente me tornei tutora de um curso de
formação do CEFAPRO, intitulado com TICs: Ensinando e Aprendendo com as novas
tecnologias (com carga horária de 100 horas), o conteúdo era mais dinâmico e
priorizava também a construção do conhecimento por parte dos professores, mediado
pelo tutor, adotando uma metodologia presencial e a distancia. Porém, pude perceber
que mesmo ensinando o professor a trabalhar de forma Constucionista, mais uma vez
não ensinava como as ferramentas computacionais poderiam ser aplicadas, com
exemplos mais práticos e menos teóricos. Além disso, muitos dos professores não
tinham conhecimento técnico para podermos adotar práticas a distancia (mesmo sendo
pré-requisito para ingressar no curso).
Desta forma, com estando tão próxima e atuante no processo, veio o desejo de
projetar um curso de formação menos generalizado, com embasamentos teóricos, mas
36
também com conhecimentos práticos e específicos, que ajudem o professor ao levar
seus alunos em um laboratório de informática a realizar atividades pedagógicas com o
auxílio da Internet, seja através de pesquisas, downloads de softwares, jogos
educacionais, confecção de blogs, fotologs, e-mails, Msn, Orkut para fins educacionais.
3.1 Participantes da pesquisa
A pesquisa foi realizada na Cidade de Cáceres – MT, na escola Municipal
Centro Educacional Dom Máximo Biennés.
Os sujeitos da pesquisa são os professores desta escola, que totalizam 18 dos
professores das diversas áreas e do 1º (Alfabetização) do ensino Fundamental ao 9º ano
(8ª Série), incluindo professores interinos e efetivos no qual buscamos manter o
anonimato dos mesmos, sendo estes identificados através de letras do alfabeto (da letra
A a R), seguindo assim a ordem alfabética dos seus verdadeiros nomes.
3.2 Procedimentos da Coleta de dados
Para a coleta de dados, conforme comentado anteriormente, utilizamos a
aplicação de questionários (anexo), contendo perguntas abertas e fechadas.
3.3 Da Análise dos Dados
A análise é a discussão, argumentação e explicação nas quais o pesquisador
se fundamenta para anunciar as proposições. É a tentativa de evidenciar as
relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores, [...] nenhuma
norma rígida pode ser estabelecida para obtenção de uma análise adequada.
(GLESSER, 2003, pág. 186-187)
A análise de conteúdo foi dividida em três fases, como alerta Bardin (2004): Préanálise, Exploração do Material e Tratamento dos resultados:
• Pré-analise; com a leitura dos dados transcritos, no qual foi organizado e
retirado sua essência de cada questão.
• Exploração do material; sendo organizados conforme semelhança e
diferencial. Em alguns casos os dados foram divididos em categorias.
37
• Tratamento e interpretação dos resultados obtidos: os dados foram
interpretados de forma livre e se apoiando nas bases teóricas existentes sobre o assunto.
Assim, a Análise teve por objetivo através do questionário e da entrevista
conhecer os seguintes dados:
Quem são os professores da Escola Municipal Centro Educacional “Dom
Máximo
Biennés”:
Faixa
Etária
das
Idades,
Sua
formações
(Graduação,
Especialização, Mestrado), a que série/Ano atuam, com quais disciplinas e a quanto
tempo atuam na área da educação.
Afinidade com o computador: Entender se tem alguma experiência com o
computador, para desta forma traçar um curso de acordo com o nível de conhecimento
do grupo.
Utilização do computador nas aulas: Para conhecer se o professor já utilizou a
informática em suas práticas pedagógicas e de que forma. E caso isso não tenha
acontecido, gostaríamos de saber se existe algum professor com aversão a mesma.
Conhecimento das ferramentas oferecidas pela Internet: Conhecer quais as
ferramentas que a internet disponibiliza que já são mais conhecidas e as que ainda
precisam ser apresentadas.
Concepções: Algumas questões abertas contidas no questionário, são para
conhecer qual a concepção do professor a respeito do uso da Internet na Educação, para
desta forma compreender se são a favor ou contra e caso sejam a favor como pode
contribuir a Internet na Educação.
Estruturação de um futuro curso de formação: Algumas questões foram
montadas a fim de compreender o que o professor espera de um curso de formação:
conteúdo, horário (matutino, vespertino, noturno), carga horária diária e semanal, para
desta forma evitar a evasão tão comum entre os cursos para professores.
Desta forma, no Capítulo IV monstraremos os dados obtidos e analisados,
para no fim elaborarmos um Projeto de um Curso de Formação destinado ao
conhecimento do Uso da Internet voltada a Educação.
38
CAPÍTULO I V
ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA
Após um levantamento teórico e metodológico, no qual se seguiu até este momento,
iniciaremos a partir deste capítulo a análise dos dados, contendo as informações que foram
obtidas pela pesquisa realizada na Escola Municipal Centro Educacional “Dom Máximo
Biennés”.
4. Quem são os Professores analisados da Escola Municipal Centro Educacional
“Dom Máximo Biennés” (Perfil)
Os Professores analisados, no qual totalizam 18 profissionais, são entre eles
efetivos e interinos, com carga horária entre 20, 30 e 40 horas semanais, que se
distribuem no período matutino e vespertino. Em relação ao sexo dos analisados e
seguinte gráfico (Figura 2) nos ilustra:
Sexo dos Professores analisados
17%
Sexo Feminino
Sexo Masculino
83%
Figura 2: Sexo dos professores analisados
Assim, podemos verificar que há uma predominância de mulheres entre os
analisados, sendo que apenas 17% são do sexo masculino.
39
Já em relação as suas respectivas formações (Graduação. Especialização e
Mestrado), elaboramos a seguinte tabela:
Tabela 1: Formação dos Professores Analisados
Professor
Graduação
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
Licenciatura em Pedagogia
Licenciatura em Pedagogia
Ciências Biológicas
Licenciatura em História
Licenciatura em Pedagogia
Licenciatura em Pedagogia
Licenciatura em História
Ciências Biológicas
Licenciatura em Letras
Licenciatura em Matemática
Licenciatura em Pedagogia
Licenciatura em Pedagogia
Licenciatura em Matemática
Licenciatura em Pedagogia
Licenciatura em Letras
Licenciatura em Letras
Licenciatura em Geografia
Licenciatura em Letras e Pedagogia
Especialização Mestrado
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
possui
-
Fonte: Dados do questionário
Observamos que com exceção dos Professores J e L, todos já possuem
Especialização, no entanto apenas um deles (o Professor Q) possui Mestrado, sendo que
todos estão na área da educação entre 10 a 20 anos aproximadamente, ou seja, atuam
como professores há um tempo razoavelmente grande.
No entanto, muito deles com exceção dos Pedagogos, não atuam apenas na
Disciplina de sua formação, assim como é o caso do Professor D, que mesmo sendo
formado em História, ministra aulas de Matemática, Geografia, Ciências e Artes ou
mesmo o Professor H que mesmo sendo formado em Ciências Biológicas, também
ministra aula de Ensino Religioso e Artes.
Enfim, com os dados obtidos dos questionários em relação ao perfil dos
professores, podemos de inicio concluir que são profissionais em sua maioria de idade
mais avançada (principalmente os pedagogos) que possuem técnicas pedagógicas ainda
bem arcaicas. E que os professores da outras áreas na maioria das vezes não ministram
apenas uma disciplina (a de sua formação), portanto necessitam de conhecimentos
tecnológicos em outras áreas também, já que todo ano (na contagem de pontos)
40
dependendo das aulas excedentes podem acabar sendo responsáveis por ministrar
disciplinas diferentes do ano anterior.
4.1 Afinidade com o Computador
Procuramos entre os entrevistados saber qual o grau de afinidade com o
computador, para desta forma compreender em qual nível iniciar o curso, para sabermos
por exemplo se seria necessário ensinar a manusear o mouse ou já iniciaríamos no
conteúdo central: Internet na Educação.
Com isto, foi perguntado no questionário:
Possui computador em casa? (Resposta Fechada: Sim, Não)
Você considera seu conhecimento de Informática: (Nenhum, Básico,
Intermediário ou Avançado)
Quais as ferramentas que mais utiliza no computador?
Para a primeira pergunta, as respostas obtiveram o seguinte gráfico (Figura 3):
Possuem Computadores em Casa:
11%
Sim
Não
89%
Figura 3: Professores que possuem computador
Assim, podemos identificar que apenas 11% dos professores não possuem
computador em casa, sendo que os 89% que possuem, tem acesso a Internet.
Para a segunda pergunta, a maior parte respondeu Básico, com exceção do
Professor I, que diz pertencer ao nível Intermediário, no qual podemos entender tal
reposta ao analisar a seguinte tabela que ilustra o terceiro questionamento (Quais as
ferramentas que mais utiliza no computador):
41
Tabela 2: Ferramentas mais utilizadas
Professor
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
Ferramentas mais utilizadas no computador
Internet (navegação em sites), Word.
Internet (navegação em sites, e-mail, Msn), Word.
Internet (navegação em sites, e-mail).
Internet (navegação em sites, orkut).
Internet (navegação em sites).
Internet (navegação em sites).
Internet (navegação em sites, orkut), Word.
Internet (navegação em sites, E-mail, Msn, orkut).
Internet (navegação em sites, E-mail, Msn, Blogs, Orkut, Jogos onlines), Word,
Power Point, Excel
Internet (navegação em sites),
Internet (navegação em sites), Word.
L
Internet (navegação em sites),
M
Internet (navegação em sites, E-mail, Youtube).
N
Internet (navegação em sites).
O
Internet (navegação em sites), Word e Excel.
P
Internet (navegação em sites, Orkut, Msn, Youtube, Jogos, E-mail),
Q
Internet (navegação em sites), word, Excel, Power Point
R
Internet (navegação em sites, Msn, Orkut, Youtube, E-mail), Word.
Fonte: Dados da Entrevista
Observe que 100% dos Professores entrevistados têm conhecimento do uso da
Internet, que se baseiam na maioria em: Navegação em Sites (para pesquisa), Msn,
Orkut, E-mail, outros poucos utilizam alguns jogos online e mais uma vez a Professora I
que cita o Blog (já que é responsável pela atualização do Blog da Escola e também do
42
Orkut). Os programas do Pacote Oficce também são bastante citados, no qual se destaca
o uso do Editor de Texto – Word (Figura 4).
Ferramentas mais utilizadas pelos Professores
18
18
16
14
12
10
8
6
6
8
7
Quantidade de Professores
5
4
2
2
2
3
0
Sites
Orkut
Msn
E-mail Jogos Word Power Excel
Online
Point
Figura 4: Ferramentas mais utilizadas
4.2 Utilização do computador nas aulas
Para identificarmos se o professor já utilizou a informática em suas práticas
pedagógicas elaboramos o seguinte questionamento:
Já utilizou o computador em suas práticas pedagógicas? ( Se e a resposta
for sim, de que forma? E caso a resposta seja Não, Gostaria de Passar a
Usar? Por quê?)
Desta forma, não só conheceríamos a realidade da escola em relação à utilização
do computador como recurso pedagógico, como também poderíamos identificar se
existe alguém que possui aversão a tecnologia, no qual a mesma responderia que não
possui gostaria de utiliza-la.
Com isto as respostas que foram obtidas foram que a maioria (14 professores)
utiliza sim informática em suas aulas, porem a forma pelo qual utilizam é que nos deixa
surpresos, ou seja, utilizam como forma de pesquisa (para aprimoramento do
conhecimento deles mesmos), como fonte de atividades, reproduzindo as atividades
existentes na rede e para elaborar suas provas, enfim, motivo pelo qual só envolve o
professor e o aluno é apenas receptor da interação realizada por eles e pelo computador.
Isso acontece pela falta de um monitor no laboratório, problemas de hardware e
pela falta de formação dos professores em utilizar um ambiente informatizado destinado
a professores e alunos, ou seja, o laboratório de informática. Os resultados indicam a
43
necessidade de monitoria nos laboratórios, de maneira a auxiliar o professor. A falta de
prática e treinamento, ampliada pelo fato de os professores não contarem com
equipamento próprio, deixa os professores inseguros nesse tipo de aula, fazendo-os
evitá-las.
Essa falta de atualização, conforme Dawes (1999) faz que o professor tenha
problemas com alunos, que muitas vezes têm maior conhecimento sobre o equipamento
do que ele próprio. Além de sanar os problemas levantados, dentro das prioridades
encontradas, as aulas devem ter propósito certo. O estudo apresenta ainda outro fator
importante: o professor resiste a dispor de tempo para o treinamento (apud CARBONI,
p.4).
Já os outros professores (4 deles) admitem não utilizar o computador de forma
alguma em suas práticas, utilizando apenas para diversão, comunicação e
entretenimento. No entanto, nenhum destes possui alguma aversão a sua utilização,
compreendem sua importância e dizem que gostariam de passar a usar, é o que se
entende nas seguintes palavras da Professora F: “Gostaria de passar a usar, para
falarmos a mesma língua dos alunos, sendo que os mesmos nasceram na Era da
Internet. É o que também identificamos nas palavras de Alves e Carli (2008) em seu
artigo: Formação de Professores para o uso adequado das TIC’s: uma reflexão em
construção:
São muitos os desafios que atualmente rondam os bancos escolares com a
chegada da internet e das diversas mídias educacionais. É de suma
importância que os professores busquem formas de apropriar-se delas como
subsídios para sua prática pedagógica. Impossível é negar estas mudanças e
ficar alheio a tudo que vem acontecendo. Grande parte de nossos alunos
nasceram nesta “era virtual” e trazem consigo informações, experiências e
muita criatividade aliada à curiosidade. (ALVES; CARLI, 2008 p.1)
Ou seja, mesmo aqueles que não utilizam o computador em suas práticas,
percebem a importância deste processo nos dias atuais, já que a maior parte dos alunos
se encontram em uma realidade tecnológica e nada mais correto do que procurar se
enquadrar na mesma realidade deles.
44
4.3 Conhecimento das ferramentas oferecidas pela Internet
Pois bem, já identificamos quais os as ferramentas que os professores mais
utilizam no computador para fins diversos, porem, agora nosso objetivo é identificar
que itens mais utilizam da Internet com fins educacionais.
Para isto, foi elaborada a questão: “Quais dos recursos abaixo, você já utilizou
para fins educacionais?” Como alternativas foi dado os itens já propostos neste trabalho
monográfico:
Ambientes Virtuais;
Redes de Relacionamento;
Chats;
Objetos de aprendizagem;
Fóruns;
Programas de Mensagens Instantâneas;
E-mail;
Portais ou Sites Educacionais;
Lista de Discussão;
Jogos Onlines;
Blogs;
Outros: (Identifique:__________)
Wiki’s;
Seguindo a linha das outras respostas, como foi identificado acima no qual
diziam que a Informática era utilizada para autoconhecimento, como fonte de pesquisa
para eles mesmos e para elaborar provas e atividades. As respostas obtidas também
tiveram este propósito, ou seja, os únicos itens marcados foram: E-mail (para receber
material da disciplina em que atuam), Blogs (para ler informações e obter atividades e
provas já prontas, com exceção do Professor I que utiliza o Blog para colocar
informações sobre a escola), Wiks’s (para fonte de pesquisa), Portais ou Site
Educacionais (como fonte de pesquisa).
Os outros itens ou utilizam para entretenimento e comunicação ou desconhecem
o significado e função dos mesmos. É o que pude observar quando os professores
respondiam as questões, muitos me perguntaram o que eram Ambiente Virtuais, Lista
de Discussão e Objetos de Aprendizagem. E declaram que Orkut, Mns e Chats não
imaginam que poderiam e nem como poderiam utilizá-los na educação, achavam que só
poderiam ser usados para comunicação. Porem, não estão tão longes da realidade,
segundo Marques e Caetano (2002) que classificam em cinco tipos as possibilidades da
utilização da Internet em sala de aula, sendo umas delas a seguinte:
Instrumento de Comunicação: continuará sendo um dos pilares da
Internet, pois as pessoas sentem necessidade de se comunicarem com
45
seus pares. Em sala de aula será uma ferramenta de grande interação
entre todos.
Ou seja, não estavam errados de que Orkut, Msn e Chats eram meios de
comunicação, no entanto, ainda não compreendem que estes meios de comunicação
também podem contribuir em sala de aula e em suas práticas pedagógicas.
Já os outros dois itens: Fóruns e Jogos Onlines declaram saber o que são e que
podem ser utilizados na educação, porem não possuem conhecimento técnico de
utilização dos mesmos. Isto só evidencia a importância de um curso de capacitação para
estes profissionais. No entanto, elas só se tornam evidentes quando o professor, após o
término de um curso de capacitação, retorna à sua escola para recontextualizar na sua
prática pedagógica aquilo que aprendeu.
4.4 Concepções
Para analisar qual a concepção dos Professores a cerca do uso da Internet na
Educação, foram elaboradas duas questões:
Você acha interessante que seus alunos tenham acesso a Internet? ( Sim
ou Não, Justificando sua resposta);
Você acredita que a Internet pode contribuir em suas práticas
pedagógicas? (Justifique)
Para a primeira questão as respostas foram unânimes, todos acreditam que é
importante os alunos terem Internet em casa, no qual se dividem entre três respostas
(Figura 5):
Importante para estarem atualizados;
Para realizarem pesquisas, somando ao livro didático;
Pode contribuir se os pais supervisionarem.
46
Importância da Internet em Casa
17%
Atualização
Pesquisa
55%
28%
Supervisão dos Pais
Figura 5: Importância da Internet em Casa
Já para a segunda questão, mais uma vez as respostas foram unânimes, todos
acham que a Internet pode contribuir em suas práticas pedagógicas, porém admitem que
desconhecem os recursos que a Internet disponibiliza voltados para a educação, por isso
e por outros motivos nunca utilizaram o Laboratório de Informática:
Confesso nunca ter utilizado o Laboratório de Informática, porque apesar
dos Cursos que já tivemos, nunca consegui me integrar e voltar o que
aprendo as minhas práticas, no entanto, acho que poderia contribuir nas
minhas aulas, porque com a Internet o aluno se sente mais “em casa”, onde
pode pesquisar, assistir vídeos, entrar em um mundo que infelizmente não
podemos ter acesso, seja por falta de recursos, seja por falta de estrutura.
(Professor B)
Acredito que pode contribuir, só não sei ainda como. Percebo que os alunos
utilizam internet em casa, porque peço alguns trabalhos e eles utilizam o
computador como fonte de pesquisa, mas gostaria de poder instruí-los como
utilizar, que fontes fornecer a eles. (Professor D)
Estes são alguns depoimentos dados pelos professores que deixa mais claro a
necessidade de um curso mais específico que atendam suas necessidades.
4.5 Estruturação de um futuro curso de formação
Para compreender a disponibilidade e preferência dos professores, no que diz
respeito a período, carga horária, colocamos no questionário perguntas como:
Gostaria de participar de um curso sobre o uso da Internet em sala de aula?
47
Qual o tempo que você teria disponível para esse estudo? (Numero de horas por
dia, quantos dias da semana e em que período).
Assim, ao responder a primeira questão, todos (sem nenhuma exceção) declaram
que gostariam de participar de um curso de formação para poderem fazer uso da Internet
em sala de aula. E no que diz respeito ao tempo disponível, a maioria dos professores
responderam ente 1 (60%) e 2 dias (40%) da semana destinado ao curso, já que ao
decorrer da semana também possuem a Sala do Professor, caso excedesse a este número
de dias, ficaria muito tumultuado.
Já em relação a carga horária diária o tempo estipulado por eles ficou entre 2 (45%)
e 3 horas (55%), pois afirmam que a partir de 3 horas já começam a ficar cansados e o
curso passa a não render como o esperado. E o período (matutino, vespertino ou
noturno) teve como resultado:
Período
Tabela 3: Período do Curso
Número de professores
Porcentagem
Matutino
1
5,56%
Vespertino
7
38,89%
Noturno
11
61,11%
Fonte: Dados do questionário
Ou seja, a maioria decidiu que o melhor período seria o noturno, já que a escola
funciona apenas no período matutino e vespertino, desta forma, sendo no período
noturno o período agradaria a todos.
Outra pergunta adicionada ao questionário foi a seguinte: O que você espera de um
curso de formação voltado ao uso da Internet na Educação? Como a pergunta é aberta,
várias foram as respostas, no qual a maioria procurou salientar os cursos que tiveram,
mas que não obtiveram sucesso:
Gostaria de um curso que tivesse menos teorias e mais praticas, porque as
vezes ficar só na teoria complica quando nos deparamos com uma sala de
aula com 30 alunos e apenas 10 máquinas, por isso a importância de um
curso que nos forneça uma metodologia e ferramentas para esta realidade.
(Professor J)
Neste aspecto, vemos a importância da capacitação desses profissionais da
educação, pois, sendo a escola um lócus que contribui para a socialização de indivíduos,
48
é necessário que os professores trabalhem a inserção de seus alunos nessa nova “era”
educacional se atualizando e estando por dentro das novas tecnologias educacionais.
Não estamos aqui, defendendo aulas exclusivas com a utilização de recursos
tecnológicos. Não desprezamos os valores de uma boa aula tradicional, utilizando
“cuspe e giz”, mas é preciso estar atento às novas tendências para que “(...) os
professores desenvolvam a habilidade de beneficiarem-se da presença dos
computadores e de levarem este benefício para seus alunos” (PAPERT, 1985, p. 70).
Outro ponto destacado pelos professores em sua grande maioria “é preciso que
nos ajudem a familiarizar um pouco mais com o computador”, assim com destaca o
Professor A, no qual concluímos que eles acham necessário que o curso se inicie com
uma parte mais básica da utilização do computador, pois muitos ainda não sabem
comando básicos e necessários como: copiar um arquivo, colar um arquivo, recortar um
arquivo, criar uma pasta, selecionar textos. Depois desta iniciação, começar com o foco
central do curso: Internet na Educação:
“Espero que este curso nos ajude a dominar um pouco mais o computador, e
evoluir nos conhecimentos apenas de Msn e orkut que temos, e compreender
como posso fazer da Internet uma contribuição pedagógica em minhas
práticas. (Professor B)
4.6 Proposta: Curso de Formação em Internet na Educação
Baseado nas pesquisas bibliográficas, cuja coleta de dados foi realizada por
questionário com os professores da Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo
Biennés, elaboramos a seguinte proposta de acordo com as conclusões obtidas.
4.6.1 Apresentação do Curso de Formação
Irá se tratar de um curso de qualificação de profissionais em exercício nos sistemas
de ensino público e privado (de acordo com a necessidade de quem interessar), usando a
Internet para viabilizar um ambiente de ensino e de aprendizagem mais rico e
motivador.
Propiciando aos profissionais um perfil interdisciplinar capacitando-os a buscar na
Informática Educativa soluções para uma atitude de ensino e de aprendizagem que,
embora usando tecnologia digital, com maior ou menor grau de sofisticação, não seja
49
pautada apenas pelos aspectos tecnológicos em si, mas que seja também desenvolvida
em coerência com a epistemologia da Educação e da Psicologia.
Sua divisão será em três Módulos (carga horária total de 80 horas), distribuídos
semanalmente: o primeiro terá carga horária de 20 horas capacitando o professor a
utilizar o computador em suas ações mais simples e necessárias (totalmente presencial),
o segundo Módulo terá carga horária de 40 horas (sendo que 10 são a distancia)
orientando os professores com a utilização da Internet e suas ferramentas e o ultimo
Módulo terá duração de 20 horas, no entanto nesta fase haverá divisão por Áreas
educacionais, já que será um modulo mais especifico e prático, facilitando o uso da
Internet na Educação de acordo com a especificidade de cada disciplina.
4.6.2 Objetivos do Curso
Capacitar primeiramente o professor a utilizar o computador, já que muitas
vezes estes chegam aos cursos de formação sem ao menos saber ligar o
computador.
Fazer da Internet uma ferramenta de fácil domínio, assim como suas
ferramentas: e-mail, blogs, Msn, Orkut, entre outros.
Tornar estas ferramentas alternativas educacionais, com propostas de didáticas
específicas a cada área.
4.6.3 Módulos do Curso e Conteúdos
Modulo I: Introdução á Informática
Inicializando e Fechando o Linux (Já que os laboratórios das escolas se
encontram com Linux).
Usando o Mouse
A Área de Trabalho
Organizando ícones
Propriedades da Área de trabalho
O Menu Iniciar
50
Programas, Documentos, Configurações
Localizar (Localizando Arquivos ou Pastas)
Executar, Ajuda
Criando Pastas
Renomeando Arquivos/Pastas
Movendo, Copiando e Excluindo Arquivos/Pastas
Apresentação dos Aplicativos Educacionais existentes no Software Linux
Educacional.
Módulo II: Internet
Navegação
O que é a Internet e como funciona
Conceitos
História
Importância
Browser e Downloads
Utilização de Ambientes Virtuais, Chats, Fóruns, E-mail, Lista de Discussão,
Blogs, Wiki’s, Redes de Relacionamento, Objetos de Aprendizagem, Programas de
Mensagens Instantâneas, Jogos Onlines, Portais Educacionais.
Módulo III: Práticas pedagógicas com o uso da Internet
Como analisar sites e conteúdos disponíveis na Internet para posteriormente
utilizá-los em sala de aula;
Utilização de Ambientes Virtuais, Chats, Fóruns, E-mail, Lista de Discussão,
Blogs, Wiki’s, Redes de Relacionamento, Objetos de Aprendizagem, Programas de
Mensagens Instantâneas, Jogos Onlines, Portais Educacionais de forma pedagógica.
Estudo de Teorias Construcionistas.
4.6.4 Modalidade
Inicialmente o curso será totalmente presencial, já que presenciamos a maior parte
dos professores com pouco domínio do computador. Assim, apenas no segundo modulo,
51
no qual já se encontram capacitados a nível pratico é que atividades a distancia serão
implementadas, para desta forma iniciar o ultimo módulo.
4.6.5 Implementação
A implementação deste Curso de Formação será inicialmente na Escola no qual foi
realizada a pesquisa, cuja infra-estrutura é ainda é carente, pois possui apenas 10
máquina em ótima conservação (já que foram muito pouco utilizados), cujo Software
instalado é o Linux Educacional, porem as condições do laboratório é bem inferior ao
desejado, com cadeiras de madeira (cadeiras das salas de aulas), sem ar condicionado,
além de ser um laboratório improvisado (antiga sala de aula). Por se tratar de uma
escola municipal o apoio deve vir da Prefeitura da cidade de Cáceres, no qual aos pouco
o retorno vem acontecendo.
4.6.6 Metodologia
A Metodologia aplicada, assim como se baseia este trabalho será fundamentada
na teoria Construcionista, levando o aprendiz a agir, refletir e depurar seu conhecimento
a cerca da parte técnica da informática e da parte pedagógica. Os professores serão
divididos em quantas turmas necessárias (procurando manter um aluno por máquina),
aprendendo desde a parte básica da utilização do computador até como utilizá-lo em
sala de aula de forma a gerar conhecimento por parte de seus alunos.
Os horários serão distribuídos de forma a evitar evasão, no máximo duas vezes
por semana, para desta forma não congestionar a semana do professor, no qual será
disponibilizado um e-mail para troca de informações e duvidas.
4.6.7 Contribuição
Na seguinte afirmação, encontra-se a contribuição de um curso de formação o
qual objetiva este trabalho:
A formação continuada pode possibilitar a reflexividade e a mudança nas
práticas docentes, ajudando os professores a tomarem consciência das suas
dificuldades, compreendendo-as e elaborando formas de enfrentá-las. De
fato, não basta saber sobre as dificuldades da profissão, é preciso refletir
sobre elas e buscar soluções, de preferência, mediante ações coletivas.
(LIBÂNEO, 2004, p. 227)
52
Como foi analisado, observou-se uma certa dificuldade da utilização do
computador e consequentemente da Internet em suas praticas pedagógicas, portanto, não
adianta apenas os professores identificarem isto, eles precisam de um curso que
solucione e os leve a fazer uso destas novas tecnologias, para desta forma levar a sala de
aula uma ferramenta que os torne mais próximo de seus alunos. Pois de nada adiantaria
levar os alunos ao laboratório e não saber de que forma trabalhar com os mesmo,
gerando conhecimento.
53
CONCLUSÕES
Este trabalho inicialmente teve por finalidade esclarecer sobre conceitos,
histórico e finalidade do uso da Internet, principalmente o uso na educação, suas
ferramentas e possibilidades pedagógicas. Após estas teorias baseadas em alguns
autores como Valente, Demo, Moran e outros, foi realizada uma pesquisa com os
professores da Escola Dom Máximo Biennés, para que de acordo com suas respostas
(obtidas por questionário) formulássemos um curso de formação em Internet na
Educação.
Desta forma, concluímos que em relação ao tempo disponível, declaram que o
período noturno, de 1 a 2 dias de curso seria o bastante para não sobrecarrega-los.
Em relação a conteúdo, todos os professores consideram muito importante o uso
do computador no ensino e a Internet colabora no processo de atualização e informação
seus e de seus alunos, portanto acham de suma necessidade um curso que objetive
ajuda-los a utilizar a Internet em sala de aula, levando recursos que aparentemente são
apenas de entretenimento, a serviço da Educação. Mas, inicialmente precisam de uma
formação a cerca do uso do computador, já que se consideram pouco preparados para a
utilização básica da máquina.
Assim, o curso seria do básico com aulas de como utilizar o computador, e-mail
e outras ferramentas, para depois avançar para como utilizar pedagogicamente o Msn,
Orkut (redes sociais), E-mail, Sites, Jogos Educacionais e etc., já que muitas vezes
sabem utilizá-los, porém não encontram formas de como isso poderia auxiliá-los no
laboratório de informática e em suas disciplinas. Outra necessidade que podemos
observar nas falas dos professores é o conhecimento de certos macetes que os ajudariam
na elaboração de aulas ou planejamento de aulas como: Downloads de vídeos de
servidores, exemplos de sites educacionais, softwares livres educacionais disponíveis
para download, ou seja, utilizações mais práticas para o dia a dia que o tornasse mais
independente e criativo.
Enfim, com este trabalho podemos conhecer o que os professores pensam a
cerca da temática e assim conhecer suas necessidades e anseios, já que muitas vezes são
tentados a participar de cursos generalizados no qual entram e saem com a mesma
bagagem inicial de conhecimento.
54
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VALENTE, José Armando. Computadores e conhecimento repensando a educação.
Campinas SP, Gráfica Central da UNICAMP 1993.
_________. "O uso inteligente do computador na educação". Pátio Revista
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_________. A TELEPRESENÇA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA ÁREA
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VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
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Disponível em: < http://www.internetworldstats.com/stats> Acesso em: 05/04/2011.
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APÊNDICE
A
QUESTIONÁRIO
1. Nome: _____________________________________________________ 2. Sexo: ( ) Fem
( ) Masc
3. Data de Nascimento:____________________________________________
4. Formação: ( ) 2º grau ( ) Licenc. curta ( )Licenc. plena ( ) Especialização ( ) Mestrado ( )
Doutorado
Área: __________________________________________________________
5. Atuação: ( ) 1º ( ) 2º Ano ( ) 3º Ano ( ) 4ª ( ) 5º Ano ( ) 6º Ano ( ) 7º Ano 8ª Ano e ( ) 9º
Ano
Disciplina (s): ____________________________________________________
6. Tempo de trabalho como professor: _________________________________
7. Possui computador em casa? Sim( ) Não ( )
8. Você considera seu conhecimento de Informática: Nenhum ( ), Básico ( ), Intermediário ( )
ou Avançado ( )
10. Quais as ferramentas que mais utiliza no computador:_______________________________
______________________________________________________________________________
11. Usa Informática em suas aulas: a) ( ) Sim. De que forma? ___________________________
_____________________________________________________________________________
b) ( ) Não. Gostaria de passar a usar? ( ) sim ( ) não Por quê?___________________________
_____________________________________________________________________________
12. Quais dos recursos abaixo você já utilizou para fins educacionais?
a) Ambientes Virtuais
h) Redes de Relacionamento (orkut,
b) Chat
facebook, twitter, por exemplo)
c) Fóruns
i) Objetos de Aprendizagem
d) E-mail
j) Programas de Mensagens
e) Lista de Discussão
Instantâneas (Msn, por exemplo)
f) Blogs
k) Portais ou sites educacionais
g) Wiki
l) Jogos Onlines
13. Acha interessante que seus alunos tenham acesso à Internet? ( ) Sim ( ) Não
Por quê? _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
14. Você acredita que a Internet pode contribuir em suas práticas pedagógicas? (Justifique)
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
15. Gostaria de participar de um curso sobre o uso da Internet em sala de aula? ( ) sim ( )não
16. a)Qual o tempo que você teria disponível para esse estudo?
b) Nº de horas (por dia): _______________ Quantos dias da Semana:______________________
c) Períodos: Matutino( ) Vespertino ( ) Noturno ( )
17. O que você espera de um curso de formação voltado ao uso da Internet na Educação?
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
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