Jornal Madras Janeiro-Fevereiro.pmd
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Ano 1 – número 4 – Janeiro/Fevereiro de 2007 2 Editorial ○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ Pelo Ir∴ Alessandro Sani Dedicação é a Pedra Chave para o GOB Nunca pensei tanto na expressão “Abraçar o Mundo com as Pernas!”, como ultimamente. Como é ocupar dois cargos de suma importância sem se dedicar plenamente a um deles? Segundo Roberto Shinyashiki, médicopsiquiatra com pós-graduação em Gestão de Negócios (MBA - USP) e doutor em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP), “dedicação é a capacidade de se entregar à realização de um objetivo.” Em um de seus textos, ele afirma que não conhece ninguém que tenha progredido em qualquer carreira sem trabalhar pelo menos 12 horas por dia nos seus objetivos. A realização de um sonho depende de dedicação. Há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão e não tira ninguém do lugar onde está, pois ilusão é combustível de perdedores. Agora, comparemos como seria ter um Senador da Repúplica do Brasil como Grão-Mestre Geral do GOB. Não avaliaremos suas qualidades como pessoa, como Ir∴ mas pelo seu cargo. Para ele ter sucesso como G∴M∴G∴ precisaria de dedicação ao cargo. Nem vou levar em consideração as 12 horas que Roberto Shinyashiki recomenda, mas o mínimo de dedicação possível. O que seria do povo de Roraima, que votou nele como representante de seu Estado? Seria colocado de lado? Que grande injustiça com nossos compatriotas! Com certeza, como maçom, nosso Ir∴ Mozarildo Cavalcanti não faria isso. Mas, se não o fizer, quem trabalhará no cargo de G∴M∴G∴ para a nossa Maçonaria? Talvez seus homens de confiança. E, se for eleito, nossos IIr∴ não votaram em seus “homens de confiança”, e sim nele! Nesse caso, é mais fácil esses IIr∴ que têm a sua confiança se candidatarem ao cargo, e não ele. Em uma ação mais racional, o melhor de tudo é que um Ir∴ Senador da República tenha a Maçonaria brasileira como aliada, e vice-versa. Nesse caso, com certeza as pernas não precisariam ser tão longas para conseguir abraçar o Mundo! É por essas e outras que mais de 90% dos Grão-Mestres Estaduais apóiam a candidatura da Chapa 1, composta por nossos IIr∴ Marcos José da Silva e Cláudio R. Buono Ferreira, como pode ser conferido a seguir, através de trechos das Cartas de Apoio, enviadas à coordenadoria da Chapa 1 – Tradição e Modernidade! Eis alguns dos depoimentos: ... Todavia, não bastam apenas as propostas de trabalho dos candidatos. É fundamental que seja analisado o perfil de cada um deles. Não estamos falando do perfil ético, moral e probo que é o mínimo que se espera daqueles que se candidatam ao mais elevado cargo da Maçonaria Simbólica Brasileira; estamos falando de efetivo trabalho prestado à Maçonaria que possa vir credenciá-los a tão alto cargo... ... Assim, pelos relevantes serviços prestados à Sublime Instituição; em face da ampla experiência na função de Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil e por todo o conjunto de sua dedicação, competência e experiência, é que se credencia o nosso Irmão MARCOS JOSÉ DA SILVA, para exercer o cargo de Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, e que nas próximas eleições que seguramente contará com nosso voto e absoluto apoio. Que ganhe o Grande Oriente do Brasil! BENEDITO MARQUES BALLOUK FILHO C.I.M. 134.406 Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo ... Como conhecemos bem a estrutura e a organização do GOB e de nossa Ordem, temos convicção absoluta que em sua administração não há lugar para aventureiros, e que somente aqueles que estão muito bem preparados serão capazes de conduzir os destinos de nossa Instituição, sem atropelos e tropeços... ...Hoje, acredito, não existe um Irmão mais bem preparado e apto para administrar o GOB que o Ir mão Marcos José da Silva, pois a experiência acumulada nos vários cargos que ocupou na Ordem o qualificam para desempenhar com maestria a função de Grão-Mestre do GOB... EDUARDO GOMES DE SOUZA Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro Expediente Jornalistas Responsáveis: Alessandro Sani - MTB: 37.401 Carolina Carone - MTB 47.656 Departamento Editorial: Amigos da Madras Colaboradores: Loja Madras; Amigos da Madras; Rede Colméia; Grupo Tempo-deEstudos; Complexo Pitágoras; Adriano Camargo Monteiro; Maria Lucia Victor Barbosa; Francisco Feitosa da Fonseca; Revisão: Arlete Genari Toda e qualquer matéria publicada no jornal é de responsabilidade total do autor, assim como figuras e fotos. Jornal produzido com recursos próprios. Os Irmãos que quiserem colaborar com matérias para o jornal devem entrar em contato com Wagner Veneziani Costa através do e-mail: [email protected] 3 ... O Sapientíssimo Irmão MARCOS JOSÉ DA SILVA não é aquele candidato de última hora, ausente das Lojas e distante dos Irmãos. Ele está aí, como eu disse, há anos e anos, expondo suas propostas, discutindo idéias. Finalmente, tanto o Irmão MARCOS JOSÉ DA SILVA, quanto o Irmão CLÁUDIO ROQUE BUONO FERREIRA possuem currículos maçônicos realmente invejáveis. A análise dos quatro currículos maçônicos, se comparados de forma isenta, não nos deixa qualquer dúvida quanto à decisão incontestavelmente lógica e racional pela CHAPA Nº 1, e, portanto, uma decisão certa. Por tudo isso, eu, Amintas de Araújo Xavier, apóio as candidaturas dos Irmãos MARCOS JOSÉ DA SILVA e CLÁUDIO ROQUE BUONO, por entender que a CHAPA Nº 1, que alia Tradição e Modernidade, é a melhor opção para o GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Belo Horizonte, janeiro/2008 Fraternalmente, AMINTAS DE ARAÚJO XAVIER Grão-Mestre do GOEMG/GOB ...A bem da verdade, preciso dizer que nas minhas andanças, com o objetivo de unir, cada vez mais, a nossa família maçônica, sempre esteve ao meu lado o querido Irmão, GrãoMestre Geral Adjunto, Marcos José da Silva, cuja competência e amor ao nosso trabalho me fizeram ver com bons olhos, o seu desejo de candidatar-se ao cargo que ora ocupo. Diante disso, levando em consideração que a Maçonaria é uma Instituição inteiramente democrática e, mais ainda, por um dever de lealdade, é que venho solicitar ao prezado Irmão que elejamos o Irmão Marcos José da Silva... LAELSO RODRIGUES Grão-Mestre Geral do GOB Relação de Grão-Mestres que apóiam a CHAPA 1 Tradição e Modernidade Além dos Eminentes Amintas de Araújo Xavier, Grande Oriente do Estado de Minas Gerais; Eduardo Gomes de Souza, Grande Oriente do Rio de Janeiro; Benedito Marques Ballouk Filho, Grande Oriente de São Paulo; contamos com o apoio dos Eminentes GrãoMestres: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • José Bezerra de Melo, Grande Oriente do Estado de Alagoas; Hamilton Lustosa Mascarenha, Grande Oriente do Amapá; Antonio José Souto Loureiro, Grande Oriente do Estado do Amazonas; Waldir Chagas, Grande Oriente Estadual do Ceará; Cecilio Andrade de Oliveira, Grande Oriente da Maçonaria do Espírito Santo; Euripedes Barbosa Nunes, Grande Oriente do Estado de Goiás; Julio Cardim, Grande Oriente do Estado do Mato Grosso; Gessírio Domingos Mendes, Grande Oriente do Estado do Mato Grosso do Sul; José de Jesus Dillio Mendes, Grande Oriente do Estado do Maranhão; Waldemar Alberto Chaves Coelho, Grande Oriente do Estado do Pará; Aderaldo Pereira de Oliveira, Grande Oriente Estadual da Paraíba; Dalmo Wilson Louzada, Grande Oriente do Brasil – Paraná; José Marcelo Braga Sobral, Grande Oriente de Pernambuco; Francisco José de Sousa, Grande Oriente Estadual do Piauí; Luiz Gonzaga de Oliveira, Grande Oriente do Brasil - Rio Grande do Norte; Mario Juarez de Oliveira, Grande Oriente do Brasil - Rio Grande do Sul; Francisco Aleixo da Silva, Grande Oriente Estadual de Rondônia; João Batista Carvalho Aguiar, Grande Oriente Estadual de Roraima; Ib Silva, Grande Oriente do Brasil - Santa Catarina; José Francisco da Rocha, Grande Oriente do Estado de Sergipe Alan Divino Siqueira de Souza, Grande Oriente do Estado de Tocantins. Autoridades que apóiam a CHAPA 1 - Tradição e Modernidade Ir∴ Manir Haddad - Ex-Grão-Mestre do GOB; Ir∴ João Baptista Moraes Oliveira, Grão-Mestre de Honra do GOSP; Ir.∴ José Frederico Zanini, Grão-Mestre de Honra do GOSP - Comendador da Ordem de D. Pedro I; Em∴Valdemar Gomes, Presidente da PAEL do GOSP; Em∴ Márcio Corrêa Fernandes, Presidente da PAEL do GOMG; Ir.∴Felipe Spir; Ir.∴Antônio Nami. “As guerras começam quando se quer, mas não terminam quando se deseja.” 4 Por Maria Lucia Victor Barbosa [email protected] Está chegando a TV Lula Está sendo constituída, a poder de muito dinheiro do contribuinte, quer dizer, de todos nós, a TV que o governo chama de pública, mas, ao que tudo indica, será estatal, um monumental veículo de propaganda onde programas inexistentes do grande líder e sua figura serão ainda mais exaltados (já o são em toda mídia), para veneração de seus filhos amantíssimos. Dominados o Congresso Nacional (que vota tudo que o Executivo mandar desde que haja uma contrapartida bastante rentável), o Judiciário em várias de suas instâncias, demais instituições e entidades, faltava o derradeiro tentáculo para amestrar de vez o rebanho ovino, tornando-o ainda mais emocional, submisso e sensível às falas e feitos daquele que mantém companheiros e adesistas no pódio dourado do poder. Medida provisória que cria a TV pública ou Empresa Brasil de Comunicação (EBC) já se encontra no Congresso Nacional, como se houvesse relevância e urgência para tal projeto, requisitos necessários para que o Executivo envie tal tipo de medida ao Legislativo. E num parlamento que mais se assemelha a um balcão de negócios, bastará o governo gritar como animador de auditório: “quem quer dinheiro?”, que jorrarão os votos necessários para a criação da TV Lula. Mas, por que se diz que essa rede de comunicação será estatal e não pública, em que pese o governo jurar que seu magnânimo objetivo é o de criar uma rede de comunicação que apóie as produções culturais e regionais, além de produção nacional de programas Divulgação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Artigo educativos (como se isso não existisse nas TVs cultura e educativas)? Simplesmente porque, como bem definiu um editorial do O Estado de S. Paulo (20/10/ 2007): “O estatuto da EBC será definido por decreto presidencial. O Conselho de administração será constituído por um presidente, indicado pelo ministro da Comunicação Social (Franklin Martins), pelo presidente da Diretoria Executiva (nomeado pelo presidente da República), por dois conselheiros indicados pelos ministros do Planejamento e das Comunicações e por um conselheiro indicado conforme o Estatuto (feito pelo presidente da República). O Conselho Curador, que deveria zelar pela independência da TV Pública, será constituído por quatro ministros e um representante dos funcionários, bem como por 15 ‘representantes da sociedade civil’ indicados na forma do Estatuto (aquele feito pelo presidente da República)”.Bem, diante disso alguém duvida do vezo eleitoreiro e de propaganda ideológica desse órgão de comunicação, tentáculo do poder, repito, que projeta sua sombra sinistra sobre a liberdade de expressão que, a bem da verdade já nem existe mais de forma ideal? Mais uma vez o Brasil segue fielmente nos caminhos de Hugo Chávez. Diga-se de passagem, que o ditador de fato da Venezuela foi aprovado aqui, na Câmara, para fazer parte do Mercosul e, mais reforçado em nosso país estará mandando seus emissários para formar os círculos bolivarianos, células de seguidores do socialismo do século 21, que parecem já existir no Paraná com apoio incondicional do governador Requião. Acrescente-se que Hugo Chávez, que já possui o maior e bem mais armado exército latino-americano, prevê destinar para 2008 US$ 193,4 mi para “fortalecer movimentos alternativos na América Central e no México”. No Brasil isso já deve funcionar, pois se tem noticiado a devoção de João Pedro Stédile, mentor do MST, àquele que se diz a encarnação de Simón Bolívar. Fazer frente à gestação desse processo autoritário no Brasil requer oposições bem articuladas em entidades fortes e, sobretudo, em partidos políticos, coisa que existe na Venezuela. A questão é que não dispomos de tais mecanismos de resistência e, apenas um ou outro parlamentar se insurge contra os descalabros já existentes e que se anunciam. Inclusive, há pouco tempo foi possível ver isso com clareza na controversa atitude do PSDB que se posicionou inicialmente como linha auxiliar do PT para aprovação da CPMF, embora não o tenha feito em sua votação. “Se o inimigo procurar alguma vantagem, seduza-o com alguma armadilha.” 5 Ressalte-se que o senador Arthur Virgílio, ex-fervorosa oposição ao governo, entregou de bandeja a primeira vice-presidência do senado que pertencia ao seu partido, o PSDB, por ser a terceira bancada, ao PT, quarta bancada, o que ensejou a ascensão de Tião Viana à presidência do senado no lugar de Renan Calheiros. Agora temos algo nunca antes visto neste país: a trindade composta por um só partido a reinar absoluta na presidência da Câmara, do Senado (que é também a do Congresso) e da República. Com uma oposição dessas, à exceção de uns poucos tucanos como o senador paranaense Álvaro Dias e dos democratas, estamos bem arranjados e a aprovação da medida provisória que cria a TV Lula é favas contadas, exatamente como da abominável CPMF, que deveria ser utilizada para sanar o caos da Saúde, conforme o objetivo de sua criação, e não para alimentar projetos autoritários e megalomaníacos como o dessa TV estatal que, provavelmente, submeterá as demais TVs às suas normas e condições. A TV Globo que se cuide. A autora é socióloga. ○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ Texto original extraído do Boletim do Grande Oriente do Brasil - 1922 Nascimento: 11 de agosto de 1781, Rio de Janeiro, RJ. Falecimento: 19 de maio de 1847, Fazenda de Macacu, Sumidouro, RJ. Nacionalidade: Brasileiro. Ocupação: Político e jornalista. Principais interesses: Editor do Revérbero Constitucional Fluminense, jornal lançado por ele e por Januário da Cunha Barbosa a 15 de setembro de 1821, Ledo foi um dos promotores do “Dia do Fico” (9 de janeiro de 1822). No jornal, combatiam os interesses dinásticos portugueses e reivindicavam a constituição de um governo liberal. Ledo também foi deputado provincial do Rio de Janeiro até 1835, quando abandonou a política e a Maçonaria para recolher-se em Sumidouro, onde ficaria até sua morte. Gonçalves Ledo Não é nosso intuito fazer a biografia do Pod. Ir.. Gonçalves Ledo, 1º Gr. Vig. do Gr. Or. do Brasil, em 1822, mas seu verdadeiro Gr. Mestre naquela época. Era ele, de fato, quem constantemente presidia as importantes e patrióticas sessões, realizadas em seu seio, nas quase os Maçons tomavam todas as providencias necessárias á Independência do pais. Homem extraordinariamente modesto, avesso a exibições, trabalhando pela libertação do Brasil com sincero amor e não por ambição de cargos, títulos ou honrarias, Ledo é uma figura quase impossível de retratar. Além desse seu feitio de caracter, teve o ilustre brasileiro o inaudito desprendimento pessoal de, segundo dizem, incinerar seu arquivo de documentos relativos á Independência, a prova, com certeza, do papel predominante que desempenhara no grande evento nacional. Si até sua própria fotografia foi difícil encontrar, quanto mais qualquer bosquejo que servisse de base para se escrever a brilhante história de sua vida ! Entretanto, como o professor Assis Cintra, em artigo que transcrevemos no mês de Maio findo, afirmou haver Gonçalves Ledo escrito um manuscrito com o titulo “Memórias Políticas da Independência”, aguardaremos a publicação dele, anunciada para o corrente mês, a fim de estudar suas revelações. Alguma coisa se sabe, porém, do intrépido patriota, que, nascido em 1781, não pode se bacharelar pela Universidade de Coimbra, em virtude do falecimento de seu progenitor, infelicidade que o privou dos recursos indispensáveis a tal fim. Em sua juventude, quando acadêmico , já sonhava com a Independência do Brasil. E em 1820 pregava a Republica nas reuniões secretas de uma Loja Ledo foi, incontestavelmente, o vulto primacial nas ocorrências que ocasionaram a emancipação política do pais. Declarou-o, de modo absoluto, o Ir. General Luiz Pereira da Nobrega de Souza Coutinho, Ministro da Guerra em 1822 e Promot. Fiscal do Gr. Or. do Brasil, nesse ano:“O Chefe supremo ou seja a alma de todo o movimento revolucionário foi o grande fluminense Joaquim Gonçalves Ledo”. E, realmente, todo aquele que se dedicar ao estudo da História da Independência o vulto Divulgação Biografia “Os grandes homens são dotados da intuição necessária para escolher os seus colaboradores.” 6 de Ledo cada vez mais saliente nos acontecimentos que a prepararam. Gigante do pensamento, suas palavras, escritas ou faladas, brilhavam, pelo estilo e beleza das imagens, como pedras preciosas, seduzindo, eletrizando o povo brasileiro e orientando a opinião pública, na qualidade de seu diretor máximo. Em 1921 Ledo trabalhava grandemente por seu ideal, esforçando-se, também, para que José Bonifácio entrasse para a Maçonaria. No mês de Setembro fundou com o Ir. Cônego Januário da Cunha Barbosa, o jornal “Reverbero”, o clarim das liberdades nacionais, como, muito justamente, o batizou. E em 22 de Dezembro mandou convidar José Bonifácio, em S. Paulo, para um movimento político : o “Fico”. De Ledo, outrosim, partiu a idéia, proposta na Maçonaria, do Conselho dos Procuradores das Províncias, decretada em 16 de Fevereiro de 1822. Em 30 de Abril, data do primeiro numero que o “Reverbero” publicou após D. Pedro 1º chegar de Minas, deixando completamente em paz esse Estado, fez ao príncipe, pelas colunas do jornal, a seguinte entusiástica saudação : “Príncipe! Rasguemos o véo dos mistérios; rompa-se a nuvem que encobre o sol, que deve raiar na espera brasileira; forme-se o livro que nos deve reger e, sobre as bases já por nós juradas, em grande pompa, seja conduzido e depositado sobre as asas do Deus de nossos Paes. Ahi, diante do Altíssimo, que te há de ouvir e punir, si fores traidor, jura defende-la e guarda-la á custa de teu próprio sangue; jura identificar-te com ela; o Deus dos cristãos, a Constituição brasílica e Pedro, eis os nossos votos, eis os votos de todos os Brasileiros. Oh, dia da gloria! quanto és belo, até mesmo obrigado por entre as nevoas do futuro!... Príncipe, só assim baquearão de uma vez os cem dragões que rugem e procuram devorar-nos. Não desprezes a gloria de ser o fundador de um novo Império. O Brasil de joelhos te mostra o peito, e nele, gravado em letras de diamante, o teu nome. Não te assustem os pequenos princípios... Ah! si visses como é pobre a nascente dos dois gigantes da América, e como depois levam aos mares mais guerra do que tributos!... Príncipe, as nações todas tem um momento único, que não torna quando escapa, para estabelecerem os seus governos. O Rubicon passou-se; atrás fica o inferno; adiante está o templo da imortalidade. Redire sit nefas.” Logo no mês posterior Ledo redige o discurso que o Ir. José Clemente Pereira, na categoria de Presidente do Senado da Câmara, devia proferir no dia 13 de Maio, aniversário do rei D. João VI, solicitando ao príncipe regente aceitasse o titulo de “Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil”, coisa resolvida na Maçonaria. Ledo, em meados do referido mês de Maio, ainda teve a iniciativa, sempre na Maçonaria, da convocação de uma Constituinte, sendo encarregado de formular a representação dirigida a D. Pedro 1º e entregue a Clemente Pereira. Este convocou o Senado da Câmara, para adaptar imediatamente a resolução de fazer, em tal conformidade, o dedico ao príncipe, que ouvindo o discurso de Clemente Pereira, respondeu, afim de decidir o caso, aguardar os votos da Câmara e Procuradores Gerais das Províncias. Então, eleito, em 1 de Junho, pela do Rio de Janeiro, o que demonstra seu prestigio político nela, Ledo se incumbiu de redigir e ler, no dia 3, o requerimento a D. Pedro 1º, o qual começava assim : “Senhor. A salvação pública, a integridade da nação, o decoro do Brasil e a gloria de V. A. R. ouvir o nosso requerimento : pequenas considerações só devem estorvar pequenas almas.” E a Ledo coube a honra da redação do respectivo Decreto, convocando a Constituinte ! Antes, porém, no dia 20 de Maio, em nome do povo do Rio de Janeiro, Ledo, desassombradamente, dirigiu ao príncipe aquele tremendo ultimatum, que finalizava deste modo: “A natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer á América, a Europa á Europa, porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas o espaço imenso que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande todo, é este... O Brasil no meio de nações independentes, e que lhe falam com exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a uma nação remota e pequena, sem forças para defende-lo e ainda menos para ser conquistado. As nações do Universo tem os olhos sobre nós brasileiros, e sobre ti, Príncipe! Ou cumpre aparecer entre elas como rebeldes ou como homens livres e dignos de o ser. Tu já conheces os bens e os males que te esperam e á tua posteridade. Queres ou não queres? Resolve, Senhor !”. Correram as coisa até 1 de Agosto, Ledo, mais ou menos, de conformidade com o Ministério, pois muito o auxiliava, redigindo alguns trabalhos, como o manifesto que D. Pedro I apresentou, naquela data, aos brasileiros. Por meio dele justificava o príncipe a sua resolução de ficar no Brasil, de se declarar defensor perpetuo e de convocar um Congresso; recapitulava as providencias tomadas iniquamente contra o mesmo Brasil, as desfeitas sofridas “Hábil é aquele capaz de criar diferenciais e oportunidades de vitória.” 7 pelos deputados brasileiros em Lisboa, os planos da Cortes para desunir as providencias umas das outras, etc. ... era perfeitamente adaptado ás circunstancias e próprio a produzir no pais o maior efeito, como realmente produzem. Concluía convocando admiravelmente todas as províncias do Norte a unirem-se ás do Sul, para formarem uma só nação, e exclamando: “Não se ouça entre vós outro grito que não seja União! Do Amazonas ao Prata não retumbe outro echo que não seja – Independência! E no dia 21 tornou Ledo a escrever outra proclamação, que distribuiu por todos os recantos do Rio, cujo final dizia: “Que hesitamos? O momento é chegado. Portugal nos insulta : a América nos convida: a Europa nos contempla: o príncipe nos defende. Cidadãos! Levante o festivo clamor: - Viva o Imperador Constitucional do Brasil, o Sr. D. Pedro I!” A 22 o Senado da Câmara procedia á apuração da eleição de Formem todas as nossas províncias o feixe misterioso que nenhuma força pode quebrar. Deputados á Constituinte, efetuada na Província do Rio de Janeiro, tendo Desapareçam de uma vez antigos preocupações, substituindo o amor do bem geral ao de qualquer sido Ledo eleito para um desses cargos, sem poder, entretanto, tomar província ou cidade.” posse dele, devido á perseguição que lhe foi movida no mês subsequente. Convém aqui lembrar a aclamação de D. Pedro 1º, em 5 de Agosto, para Grão Mestre da Ordem, obra de Ledo.Convém aqui lembrar a aclamação de D. Pedro 1º, em 5 de Agosto, para Grão Mestre da Ordem, obra de Ledo. Na sessão do Gr. Or. do Brasil, realizada em 9 de Setembro, e não a 20 de Agosto, conforme declaram os historiadores, por equivoco, originário da interpretação das datas maçônicas dos atos daquele corpo, mas que nada tira á Maçonaria a honra da primazia no fato, porquanto nessa ocasião ainda se ignorava no Rio de Janeiro o que o príncipe resolvera em S. Paulo, Ledo, num arrebatador discurso, proclamou a Independência do pais. Em 16 de Setembro, dois dias depois da chegada de D. Pedro 1º ao Rio, vindo de S. Paulo, onde ás margens do Ypiranga, soltará o histórico grito de “Independência ou Morte”, Ledo, outra vez em evidencia, fez circular pela cidade a seguinte proclamação, de seu próprio punho : A Gloria o pede : resistir-lhes é crime, hesitar é dos cobardes : somos Homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte ! Eis o grito de Honra, eis o brado nacional, que dos corações assoma aos lábios e rápido ressoa desde as margens do corpulento Prata, quasi a tocar nas do gigantesco Amazonas. A impulsão está dada, a luta encetou-se, tremam os tiranos, a vitoria é nossa. Coragem! Patriotismo! o grande Pedro vós defende : os destinos do Brasil são os seus destinos. Não consintamos que outras províncias mais do que nós se mostrem agradecidas. Elias, um passo, e está vencido. Aclamemos o digno herói, o magnânimo Pedro, nosso primeiro imperador constitucional. Este feito glorioso assombre a Europa, e, recortado por milhares de cidadãos em todos os climas do universo, leve á posteridade o festivo anuncio da Independência do Brasil.”. Mas já na sess., de 14, do Gr. Or., num enérgico discurso, dizendo estar o povo brasileiro no firme propósito de não voltar ao regimen colonial, que o Congresso das Cortes Constituintes de Portugal lhe queria impor, como se depreendia dos diversos decretos e resoluções promulgados, que citou, Ledo propusera fosse, quanto antes, D. Pedro 1º aclamado Imperador do Brasil, o que teve lugar imediatamente ali, sendo escolhido o dia 12, data de seu aniversário natalício, para a cerimonia profana. Todavia, a atitude de Ledo, controlando os atos do Ministério, irritou este, que, esquecendo, era fatal, os inigualáveis serviços do destemido patriota á causa da Independência Brasileira, ou por isto mesmo, moveulhe tremenda guerra, iniciada em seguida ao dia 30 de Outubro. Em vista disso e porque indivíduo desclassificados haviam sido pagos para pedir sua cabeça diante das portas do Paço do Conselho, além de que o Cônego Thomaz de Aquino se oferecera, na devassa aberta, para lhe romper as entranhas, caso lhe perdoassem o assassinato, Ledo se ocultou em S. Gonçalo, arrabalde de Nictheroy, Província do Rio de Janeiro, na fazenda do Ir. Bellarmino Ricardo de Siqueira, de onde, intimoratamente, enviou uma representação a D. Pedro 1º, datada de 2 de Novembro, requerendo se lhe instaurasse processo. Daí aumentar a perseguição conta Ledo, que, graças ao auxilio do Ir. Lourenço Westine, Cônsul da Suécia, pode partir para Buenos Aires, Republica Argentina, num navio mercante daquele reino, apesar de Deputado eleito por aquela Província, prerrogativa que não lhe fora respeitada! De 17 de Abril, em que começaram os trabalhos preliminares da Assembléia Constituinte, a 3 de Maio de 1923, data de sua abertura, esteve Ledo completamente esquecido. Mas na sessão do dia 16 se discutiu seu chamamento, afim de vir tomar posse de sua cadeira de Deputado, “O maior perigo que corre o ingênuo é querer ser esperto.” 8 havendo, durante a discussão do assumpto, partido das galerias significativas manifestações de desagrado ao Ministério. Caindo este e dissolvida a Assembléia Constituinte, Ledo, sendo absolvido, em 21 de Novembro regressou de seu exílio em Buenos Aires, cidade na qual permanecera um ano e onde fora obrigado a trabalhar, diz ele, com enorme magoa, nas “Memórias Políticas da Independência”. E a 17 de Fevereiro de 1824, D. Pedro 1º, como a reparar a injustiça feita ao ilustre brasileiro, nomeou-o dignitário da Pintura de Pedro Américo, “O Grito do Ipiranga”, elaborada em 1888. Ordem do Cruzeiro, distinção não aceita por ele. Ledo não era somente fervoroso patriota, mas um homem de rija tempera. apresentar um projeto de Constituição do Gr. Or. do Brasil. Posteriormente, Aliás, advinha-se através da physionomia fechada, estampando os traços da os desgostoso o levaram a se afastar da Ordem e da política, para se dedicar inquebrantabilidade de seu caracter. Assim, recusou, duas vezes, ser Ministro exclusivamente á agricultura, em sua fazenda da Província do Rio de Janeiro. de Pedro 1º, o mesmo fazendo com o titulo de Marquez, que o monarcha lhe Ledo nunca deixou, porém, de pensar na Maçonaria. Ao falecer José Bonifácio, quis conceder. Si exerceu em várias legislaturas, o mandato de Deputado pela em 1838, enviou uma carta ao nosso Ir∴ José Clemente Pereira, rogando Província do Rio de Janeiro, foi porque essa honra lhe vinha do povo, de seus relegasse ao esquecimento certas queixas e fosse ao seio do Gr. Or., proferir conterrâneos, jamais recebendo, no em tanto, é preciso não o olvidar, qualquer algumas palavras sobre seu Gr. Mestre, que desaparecia. Decorridos 9 anos, pagamento, do Tesouro, por esses serviços. isto é, a 19 de Maio de 1847, Ledo se finava, entregando o corpo á terra, Reorganizado o Gr. Or. do Brasil em 1831, sob o Gr. Mestrado de José “nossa abençoada mãe comum, que não tem as ingratidões da política e dos Bonifácio, Ledo esqueceu todos seus ressentimentos e voltou ao cargo de 1º reis”, consoante uma frase sua, cheia de tristeza, mas profundamente irônica. Gr. Vig., continuando a lhe presidir os trabalhos. Ahi, na sess. de 21 de Janeiro Eis o eminente brasileiro, que arriscou sua vida por causa da Independência de 1832, os Maçons o encarregaram, por consenso e impedimento, devido á da pátria. Eis o valoroso Ir., que deu á Ordem Maçônica Brasileira a gloria de moléstia do Gr. Mestre, de redigir o Manifesto ao Mundo Maçônico, assinado ser a principal fatora de nossa nacionalidade. por José Bonifácio, que lhe comunicou a restauração do Gr. Or., incumbência E a Maçonaria, que tanto tem se esforçado para colocar o nome de que ele desempenhou admiravelmente, gravando magistral peça de arquitetura Ledo na galeria dos beneméritos do pais, tornando-o conhecido desde o lide e aprovada, por unanimidade de votos, em 18 de Fevereiro, Amazonas ao Prata, deve trabalhar, insistentemente, afim de que o Brasil importantíssimo documento que o “Boletim” reproduziu no numero de erga, na capital da Republica, uma estatua ao seu digno filho, divida de Setembro de 1919. No mesmo ano de 1832, ocupou o cargo de Ven. da Loj. gratidão que está para lhe ser paga há 100 anos. Educação e Moral e fez parte da comissão nomeada, pelo Gr.’. Mestre, para * Nota do editor: Foram mantidas a ortografia e a gramática da época. “A guerra é a arte do engano.” ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Crônica Vinicius de Morais Amigos Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos e, principalmente, os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! A gente não faz amigos, reconhece-os. 9 Religião Pelo Ir∴Adriano Camargo Monteiro [email protected] A Via Noturna e a Religião da “Luz” A verdadeira escuridão malévola é aquela da fé que não pode ver, da fé cega nas pseudo-religiões da falsa luz. A verdadeira Luz é aquela percebida pelo contraste da Escuridão essencial; a verdadeira Luz é aquela da consciência espiritual e da sabedoria. A Luz jamais pode existir sem o contraste essencial e necessário das Trevas, porque ambos são dois aspectos do Todo e de Tudo no universo manifestado. Para que a Luz possa iluminar, faz-se necessário a Escuridão, pois só assim a Luz passa a existir e é assim percebida, bem como Tudo o que existe para nós somente é percebido devido a essa interação entre a Luz e as Trevas, sendo inclusive uma lei da Física. No Universo, as Trevas são a própria imensidão escura e misteriosa do espaço sideral (e quem poderá dizer que isso é algo maligno ou diabólico?); no nosso mundo, as trevas são a noite que nos traz sua beleza, acolhimento, descanso do corpo físico e a ação do inconsciente nos sonhos; na natureza, as trevas são as profundezas da terra, onde germina toda a vida; e no ser humano, as trevas são o seu próprio subconsciente repleto de forças desconhecidas e primais que podem trazer experiências e sabedoria. Tal escuridão, essa no ser humano, era chamada de arquétipo da sombra por Carl Gustav Jung, sendo considerado o mais poderoso e primordial de todos os arquétipos. Portanto, tudo nasce das Trevas. Podemos ainda citar mais alguns exemplos: o Cosmos nasce da escuridão do caos; as estrelas nascem no negro espaço cósmico e encrustam a escuridão infinita e serena; os seres vivos nascem da escuridão do útero de suas mães e retornam para as trevas de seus túmulos; as plantas brotam do interior escuro da terra e os minerais e pedras preciosas ali também se formam; a consciência espiritual nasce na subconsciência primitiva onde está toda a nossa herança cósmica que carregamos ao longo das encarnações sem perceber. Por esses poucos exemplos, podemos considerar as Trevas a Mãe do Universo, ou em outras palavras, Nox, Nyx, Nuit-Nout, Noite, Nought, Nada, porque do Nada viemos e para o Nada voltaremos. Mas esse retorno ao Nada, que é Tudo em latência, pode ser de maneira consciente mediante nossos próprios esforços no caminho espiritual, retornando como seres espirituais autoconscientes e tendo vivido todas as experiências em todos os planos do Universo. A Mãe do Universo é, assim, a força primordial da Criação, o pólo feminino que contém em si o pólo masculino como semente cósmica sempre a se desenvolver no Grande Útero, manifestando a vida em todas as suas formas. O aspecto feminino do Universo e o sexo físico e metafísico são, portanto, fatores essenciais na Espiritualidade das Sombras. Esse é o objetivo da Via Noturna, e que de maligno e diabólico não há nada. É o Caminho da Mão Esquerda, apenas defini-lo, e no qual se faz valer também da Ciência, da Religião, da Filosofia, da Arte e da Magia para empreender seus trabalhos, sem as restrições dogmáticas absurdas e perniciosas impostas pela falsa “Luz” (veja tabela adiante). Mas não vamos nos estender demais sobre a metafísica da Luz e das Trevas. O leitor poderá se aprofundar sobre esse e outros assuntos correlatos estudando as obras A Revolução Luciferiana e A Cabala Draconiana (a ser publicada), da Madras Editora. Divulgação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 10 Aqui demonstraremos, de maneira sintética, o que é a supostamente temida e controversa Espiritualidade das Sombras, ou Via Noturna, e suas diferenças fundamentais entre a assim chamada Espiritualidade da “Luz”, tão na moda atualmente mais do que no passado, em virtude de sua divulgação e propagação pelas grandes mídias de massa. Entenda-se por Espiritualidade da “Luz”, ou Religião da “Luz”, o monoteísmo degradado e suas várias ramificações “O ato de injustiça nos horroriza por despertar em nós a consciência do que somos capazes.” 11 modernas espalhadas pelo mundo e que atacam tudo e a todos que não fazem parte de seus rebanhos. Àqueles, ainda muito aferrados aos conceitos dicotômicos e equivocados herdados das grandes religiões monoteístas e patriarcais, dizemos ainda que, na Espiritualidade das Sombras, busca-se o Deus oculto interior, a Individualidade espiritual, representada muitas vezes pelos inúmeros arquétipos do Dragão. Daimon, Sagrado Anjo Guardião, Eu Superior, Logos, etc., são outras referências a esse Deus/Deusa interior. O crescimento psicomental e a evolução pessoal obviamente também fazem parte da busca na Via Noturna, enquanto se trabalha com forças polarizadas do ser humano e do Universo (negativo e positivo, feminino e masculino, trevas e luz) por meio de rituais, meditações, projeções astro-mentais, etc., além de incluir o uso do sexo em contextos mágico-ritualísticos, (a) ou seja, a magia sexual. Nessa Via da Mão Esquerda, presta-se cultos (ocultos) ao feminino e seu complemento masculino, bem como visa acessar as profundezas da subconsciência humana (Trevas) e atingir as alturas da consciência espiritual (Luz). A Via Noturna não é, portanto, de forma alguma, o culto do Diabo nem do Mal, e seria muito equivocado atribuir-lhe uma conotação pejorativa e certamente difundida de magia negra, magia diabólica ou sortilégio. De fato, e curiosamente, a Espiritualidade das Sombras abarca também a Luz, que é a Iluminação e o êxtase mediante os meios já mencionados. Tratase do renascimento do verdadeiro Iniciado interior com sua verdadeira Luz espiritual manifestada e perceptível, justamente porque ilumina as Trevas. É o indivíduo como o Portador da Luz, Lúcifer, lúcido, luminoso, iluminando o véu negro (a Escuridão) que oculta o conhecimento e a sabedoria. Podemos mostrar aqui a evidente diferença entre a Espiritualidade das Sombras (que abarca a Luz) e a Espiritualidade da “Luz” (que abarca apenas a falsa luz, a luz total!). Somente observando a civilização, a sociedade e a vida como um todo, podemos nos conscientizar e constatar essas diferenças gritantes em nosso mundo e a realidade lamentável das religiões da “Luz”. Um adepto draconiano da Via Noturna não intenta fazer o mal gratuito nem prejudicar ninguém, apenas quer estudar, aprender, crescer, ajudar os que realmente querem ser ajudados, ser livre para perseguir seus objetivos e praticar sua filosofia de vida sem ser incomodado pelos fanáticos da “luz” que cega tal qual a luz hostil refletida pela neve dos Andes ou dos círculos polares. O adepto desse Caminho faz submersão em seu próprio Deus/a interior, em sua essência divina, enquanto o “povo da luz” faz submissão a um impróprio Deus exterior pessoal e a um “intermediário” humano presunçoso cheio de defeitos incorrigíveis não assumidos ou admitidos. Apesar de tudo, infelizmente, a grande maioria das pessoas não compreende a Escuridão e a considera como algo maligno, diabólico e aterrorizante e não se dá conta de que as assim chamadas religiões de Deus e da “Luz” são a verdadeira raiz de quase todos os males no mundo, como vimos nos principais exemplos da tabela comparativa. A origem dos problemas que afligem o mundo está na crença unilateral e ilógica das religiões da “Luz” que são monoteístas e, conseqüentemente, materialistas e autoritárias. Seguem as “instruções” de um Deus egoísta, arrogante, caprichoso, machista e igualmente materialista, como podemos ler em seus textos “sagrados” (espalhados pelo mundo e com inúmeras deturpações) e em sua extremamente maligna, cruel e hipócrita continuação, o Malleus Maleficarum, obra hoje esquecida graças à luz da razão, mas que ainda pode ecoar... “Quem é sábio aprende muito com seus inimigos.” 12 Nisso tudo está a origem da dominação monoteísta que estendeu seu materialismo violento e voraz em todas as áreas da vida humana e em todo o mundo, desde o seu surgimento. Essa influência nefasta não é percebida pela grande maioria, mas faz parte da nossa civilização moderna e doentia e está nas ruas, nas famílias ricas e pobres, nas escolas, nos negócios, na mídia, nas comunidades religiosas, etc. Assim, como resultado, temos uma civilização (?) vazia, enferma, cheia de recalques, repressões, dissociações psicológicas, condicionada, consumista e insatisfeita, que não consegue ter paz, que sofre e faz sofrer. O que é, então, essa Espiritualidade da “Luz”? É isso. Na verdade, uma ausência de Espiritualidade e de Luz que leva a raça humana à própria zumbificação mecanóide, à fascinação e submissão ao falso Deus da “Luz” (e ao materialismo obsessivo), mas, ao mesmo tempo, temendo o Diabo, um artifício que serve para dar mais poder a um Deus igualmente artificioso. Esse Deus (e o Diabo) é a propaganda principal e infalível das inúmeras religiões da “Luz” atualmente, que lesam os ignorantes que querem continuar na ignorância. Seus dirigentes, sendo um reflexo quase idêntico de seu Deus ignóbil e nada divino, seguem seu exemplo arrebanhando fiéis e ansiando gananciosamente por grandes riquezas materiais e pelo controle mundial do povo. Mas cada um é “livre” para acreditar no que lhe for conveniente. Contudo, respeitamos o indivíduo mas discordamos dos dogmas (pseudo) religiosos. Qual é, então, o objetivo e o significado verdadeiro da Espiritualidade, da religião? O “povo da luz” realmente é do bem? Realmente quer ver nosso bem-estar, nossa liberdade, nossa saúde, nossa evolução espiritual consciente? Novamente, leitor, veja a tabela comparativa e reflita mais sobre o assunto, tendo consciência, ou pelo menos ciência, da realidade crua do mundo em que vivemos. Que o olho de Shiva se abra! Website:br.geocities.com/adrianocmonteiro exemplo: o registro contábil “10@£3” significava “10 unidades ao preço de 3 libras cada uma”. Nessa época o símbolo @ já ficou conhecido como, em inglês, at (a ou em). No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contábeis dos ingleses. Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo seria uma unidade de peso - por engano. Para o entendimento contribuíram duas coincidências : 1- a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo “a” inicial lembra a forma do símbolo; 2- os carregamentos desembarcados vinham freqüentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de “10@£3”assim: “dez arrobas custando 3 libras cada uma”. Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba. Arroba veio do árabe ar-ruba, ou “a quarta parte”: arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal (58,75 kg). As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados). O teclado tinha o símbolo “@”, que sobreviveu nos teclados dos computadores. Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletrônico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o sentido “@” (at - em inglês), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor.Assim fulano@provedorx ficou significando: “Fulano no provedor (ou na casa) X”. Em diversos idiomas, o símbolo “@” ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma.Em italiano chiocciola (caracol), em sueco snabel (tromba de elefante), em holandês, apestaart (rabo de macaco). Em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel, em Israel; strudel, na Áustria e pretzel, em vários países europeus. Você S@bi@? Na idade média os livros eram escritos pelos copistas à mão. Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido. O motivo era de ordem econômica : tinta e papel eram valiosíssimos. Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um “m” ou um “n”) que nasalizava a vogal anterior. Um til é um enezinho sobre a letra, pode olhar. Já para substituir a palavra latina et (e), os copistas criaram um símbolo que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras: &. Esse sinal é popularmente conhecido como “e comercial” e, em inglês, tem o nome de ampersand, que vem do and (e em inglês) + per se (do latim por si) + and. Com o mesmo recurso do entrelaçamento de suas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de “casa de”. Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço - por “O homem inaceitável é o que nunca muda.” 13 Orkut deve fornecer dados de usuários ao MP e à Polícia A representante do Google no Brasil terá que fornecer ao Ministério Público e à Polícia Civil do Rio de Janeiro dados cadastrais de usuários do site de relacionamentos Orkut que praticarem crimes. A determinação é do juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, da 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Cabe recurso. Com a decisão, o Google deverá revelar data, hora e números de IPs de membros e criadores de comunidades. Antes, essas informações só eram divulgadas em casos específicos e com determinação judicial. Se a liminar não for cumprida, a empresa terá que pagar multa diária de R$ 50 mil. Segundo o Ministério Público, autor da ação, o anonimato da identidade dos usuários do Google tem encobrido a prática de diversas condutas delituosas. Na ação, o MP alega, também, que os dados solicitados não estão protegidos pela Constituição Fedreal. No entanto, o Google diz não poder obter as informações, pois elas estariam armazenadas em provedores fora do país. O juiz entendeu que não há impossibilidade física de acesso às informações solicitadas. “A alegação de que os dados estariam armazenados em provedores fora do país é um insulto às autoridades. É notório que as informações podem ser instantaneamente obtidas pela empresa, através da própria rede mundial de computadores.” De acordo com a decisão, qualquer funcionário do Google Brasil terá que atender às solicitações do MP e da Polícia Civil, caso contrário poderá responder por crime de desobediência. O juiz Quintanilha afirmou, ainda, que os usuários do Orkut têm conhecimento de que os dados inseridos no site serão expostos publicamente. De acordo com o juiz, isso, inclusive, é explicado no momento do cadastro na rede de relacionamentos. Quanto aos aspectos técnicos, como IPs, o juiz explicou que eles são criados durante a utilização do serviço e não fornecidos previamente pelo internauta. Por isso, o Google não teria o compromisso de mantê-los em sigilo diante do requerimento das autoridades. Revista Consultor Jurídico, 24 de novembro de 2007 Ofensas por e-mails e Orkut geram danos morais Ofender uma pessoa pela internet gera indenização. O entendimento foi reafirmado pela juíza Vânia Jorge da Silva, da 9ª Vara de Família, Sucessões e Cível de Goiânia (GO). Ela condenou uma internauta a pagar R$ 2 mil de indenização por danos morais a seu ex-amante. Motivo: ofensa por emails e pelo Orkut, site de relacionamentos na internet. Na ação, o ex-amante relatou que teve um relacionamento extraconjugal com a internauta em 1989. Da relação, resultou uma filha, hoje com 16 anos. Quando a mulher do ex-amante morreu, a internauta ajuizou ação na Justiça contra ele a fim de conseguir pensão alimentícia para a filha. Argumentou que ele teria seus rendimentos aumentados porque passou a receber pensão como viúvo. A ação foi julgada improcedente. Inconformada, a internauta passou a ofendê-lo por e-mails e na sua página do Orkut, à qual seus amigos, familiares e até mesmo clientes têm acesso. Ao contestar a ação de indenização, proposta pelo ex-amante, a internauta disse que sua filha sofre problemas psicológicos pela ausência do pai. Além disso, afirmou que a menina não pôde se submeter a uma cirurgia porque ele a retirara do plano de saúde, inscrevendo-a em um plano precário. A internauta disse, ainda, que escreveu os emails em momento de desespero e em defesa da filha. Ressaltou que as ofensas serviram apenas para aborrecê-lo e não geraram dano moral. Contudo, a juíza observou que “os emails trazem não só aborrecimentos, mas também danos morais, pelo desconforto e perturbação. Para a juíza é incontestável que todos têm direito à tranqüilidade e sossego”. Vânia da Silva também levou em conta o fato de que as ofensas foram feitas não somente por meio de e-mails, mas também pelo Orkut. Dessa forma, os insultos se tornaram públicos e acessíveis às pessoas que costumam navegar pela internet. Revista Consultor Jurídico, 18 de setembro de 2007 “De quem será a vitória? Responda-me: Qual exército tem os oficiais mais bem preparados?” Divulgação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Internet 14 Google é condenado a indenizar vítima de ofensas no Orkut Divulgação A Google Inc. foi condenada a O advogado acredita que a pagar R$ 8 mil por danos morais a um decisão é pioneira ao reconhecer o internauta que foi seguidamente ofendido procedimento malicioso adotado pela e teve seu perfil clonado no Orkut, o site Google no Brasil, o que ensejou a de relacionamento criado pela empresa aplicação de multa de 20% sobre o valor americana. A empresa terá ainda de pagar da condenação.” multa pelo atraso na exclusão do perfil Segundo Saad, o fundamento gira das comunidades de Orkut. A decisão é em torno do fato que o grupo da juíza Erna Thecla Maria Hakvoort, do transnacional Google abriu um escritório Juizado Especial Civil Central Vergueiro. para cuidar dos negócios no Brasil, filial Ranking de usuários no Orkut por país - os 5 mais ativos Cabe recurso ao Colégio Recursal do denominada Google Brasil Internet Ltda., Juizado Especial Civil. mas “em sua defesa, a Google Brasil Há um ano e meio foi criada a primeira freqüentemente aponta que a única responsável por A ação foi movida em julho de 2006 contra Montaury Pimenta Machado & Lioce, o representante comunidade contra a vítima, da qual participavam atos no Orkut seria a Google Inc., com sede na legal da Google no Brasil. Cinco dias após cerca de 40 pessoas. Neste período, foram postada Califórnia, Estados Unidos. protocolada a petição inicial, houve a decisão do as inúmeras mensagens com teor ofensivo. Mais Além disso, sugeriu que a única solução para primeiro juiz do caso sobre o pedido de antecipação tarde, foram criadas outras duas comunidades, em extrair informações do servidor do Orkut seria que o de tutela. O escritório diz que não tem conhecimento que ocorreram as mesmas situações de ataque juiz enviasse um ofício para a empresa sediada no do processo. Diz também que já prestou serviços à moral, com algumas variantes nas ofensas. exterior (querendo fazer acreditar que não existe Também foi criado um perfil falso (“fake”) do nenhum contato entre ela e a Google Inc., como se ela empresa mas que nunca foi representante legal da autor, com sua foto. Segundo a defesa, “nas próprias fosse incapaz de pedir informações.).” Ele sustenta que Google no Brasil. O juiz determinou que a Google excluísse três descrições pessoais, foram realizadas referências a Justiça “analisou o contrato social da Google Brasil comunidades de Orkut que continham menções distorcidas da realidade, com o claro intuito de e verificou que consta a própria Google Inc. como ofensivas à dignidade do autor. Determinou também ofendê-lo moralmente. Ainda, por meio deste perfil sua sócia, transparecendo o nítido caráter protelatório a exclusão do perfil ‘fake’ ou ‘clone’ , que tinha a foto falso, o usuário anônimo enviava mensagens da defesa que só pretende prejudicar a defesa dos do autor com alterações feitas em computador e a grosseiras ao irmão, mãe e namorada do Autor.” direitos dos consumidores lesados no Brasil” O advogado Henrique Saad diz que a vitória identificação do usuário anônimo que criou as O caso ilustra bem a preocupação com a rede comunidades ofensivas e que era o principal contra o Orkut é importantíssima. Para ele, dois Orkut. A ONG Safernet realizou parcerias com o responsável pelas ofensas que ocorreram durante pontos merecem destaque: “Foi reconhecida a Ministério Público Federal, com a Polícia Federal, a relação de consumo, em virtude da remuneração Secretaria Especial dos Direitos Humanos, a Comissão mais de um ano. O juiz concedeu integralmente o pedido de indireta obtida através do site Orkut e foi de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a antecipação de tutela, com multa diária de R$ reconhecida a litigância de má-fé da Google, o que Associação Brasileira de Provedores de Internet e a 1.000,00 por dia de atraso no cumprimento da lhe acarretou uma multa de 20% sobre o valor da Interpol, criando a “Central Nacional de Denúncias”, condenação”. obrigação. para receber denúncias de crimes na Internet. “Aquele que se adianta a vencer os inimigos triunfa antes que as ameaças se concretizem.” 15 Divulgação Dono de comunidade no Orkut é condenado por ofensas De acordo com dados estatísticos da ONG, apenas no primeiro semestre de 2006 foram recebidas 55.842 denúncias, sendo que 52.410 se referem a páginas e comunidades no serviço Orkut. Ou seja: neste período, no Brasil, 93,8% das denúncias de crimes cometidos pela internet ocorreram com a utilização do Orkut. Destas, 44,34% estão relacionadas com a pornografia infantil e pedofilia e 18,05% com a apologia e incitação a crimes contra a vida (tortura, assassinatos, etc). “Espera-se que com mais esta decisão do Poder Judiciário novas medidas sejam adotadas pela Google para evitar o cometimento de novos atos ilícitos nos serviços Orkut”, comemora Henrique Saad. Revista Consultor Jurídico, 18 de julho de 2007 Quem ofende uma pessoa pela internet e pensa que vai ficar impune, pode estar enganado. A Justiça mineira, por exemplo, condenou o dono de uma comunidade no Orkut, site de relacionamentos, a pagar R$ 3,5 mil de indenização por danos morais a um aluno de uma faculdade de Contagem (MG). A 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu, por unanimidade, que o dono de uma comunidade criada para zombar da aparência da vítima, comparando-a a um extraterrestre, deve pagar indenização. O acusado negou ser o dono da comunidade. Segundo ele, a administração do Orkut não exige uma discriminação consistente dos usuários da rede, sendo possível a inscrição com qualquer dado para criar uma comunidade. Além disso, afirmou que as brincadeiras são muito comuns no meio universitário e que os adjetivos referentes ao alvo das ofensas já eram correntes entre os colegas. Para ele, o próprio aluno ofendido teria sido o autor da comunidade com a pretensão de obter vantagem ilícita. Não foi o que o TJ mineiro entendeu. Ao reformar a decisão de primeira instância, o relator do processo, desembargador Tarcísio Martins Costa, considerou que a impressão da página da Internet comprova a existência da comunidade e o seu criador, apesar de já ter sido apagada. “Frise-se que o ‘dono’ da comunidade é o único usuário que pode deletá-la, apagando seus vestígios”, afirmou. Para o desembargador, o próprio acusado admite a autoria das ofensas ao argumentar que a matéria não inova em termos de brincadeiras que se fazem nos meios universitários e que os qualificativos já eram expressão corrente entre os colegas. Acrescenta, ainda, que o suposto anonimato na Internet faz com que as pessoas acreditem que não serão punidas ao praticar ações imprudentes e, até mesmo, criminosas. O dono da comunidade “certamente não esperava que sua conduta antijurídica redundasse em uma ação de indenização por danos morais, já que estava escudado atrás de um pretenso anonimato, como costuma acontecer com os usuários da Internet, gerando uma crescente consciência de impunidade”, afir mou o desembargador. Revista Consultor Jurídico, 19 de abril de 2007 ○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ Curiosidades • Você sabe quando surgiu o primeiro banheiro? A idéia de um recinto separado para as necessidades fisiológicas tem pelo menos 10 mil anos. Em Orkney, Escócia, haviam cabanas de pedra com um sistema de esgoto que levava os detritos para um riacho próximo. • Você sabe quem inventou o biquini? A criação foi do estilista francês Louis Réard (1946), que batizou o maiô de duas peças de biquini, por causa do lançamento da bomba atômica no atol de Bikini, no Oceano Pacífico. Não foi fácil para o estilista apresentar sua criação: as modelos profissionais se recusaram a desfilar de biquini, o • Acabou o papel higiênico? Saiba como os antigos se viravam... estilista teve que apelar para uma strip-teaser. Antes de Joseph Gayetty inventar o papel higiênico, no • Você sabe como surgiu o Gatorade? século XIX, as pessoas usavam conchas, areia, musgo Em 1965, o Dr. Robert Cade estudava os ou até mesmo a própria mão para se limparem. efeitos do desgaste físico em jogadores de futebol americano da Universidade da Flórida. O time era • Você já pensou em viver sem lâminas de barbear? conhecido como Gators. A fórmula do Gatorade As lâminas de barbear são um exemplo de inventos mal surgiu da análise do líquido perdido pelo organismo compreendidos. Quase não vingaram. Criadas por King na transpiração. Dois anos mais tarde, o professor Camp Gillete, em 1901, tiveram apenas 168 interessados Cade vendeu o produto para Stokely-Van Camp, no lançamento. Ainda bem que no terceiro ano veio o que popularizou a bebida. sucesso; foram 123 mil unidades vendidas. “O flagelo da ignorância inunda a Terra, corrompe a alma encerrada no corpo e a impede de atingir o ponto de iluminação.” Hermes Trismegisto 16 Por Sonia Benato [email protected] Divulgação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Astrologia Astrologia Há muito tempo que o ser humano se intriga com a maravilhosa abóbada celeste. Quem ainda não parou para contemplar o céu em sua misteriosa beleza? A busca por explicação para a origem do Universo e dos seres que o constituem sempre foi um desafio. A Astrologia era considerada uma ciência sagrada que, através dos ciclos planetários, estudava as relações entre o céu e as ocorrências terrestres com o fim de facilitar a compreensão de certos princípios metafísicos. Uma das mais antigas formas de conhecimento, ela tem atravessado civilizações e, embora seja alvo das mais variadas e extremadas reações, parece que ninguém lhe fica indiferente. O homem pré-histórico já observava o Sol e a Lua. Quando a caça cedeu lugar à agricultura, o conhecimento da dinâmica dos astros revelou-se de vital importância como instrumento de orientação ao plantio e à colheita. A Astrologia era muito utilizada para prever catástrofes, períodos de bonança, épocas para se realizar grandes eventos e até coroações de reis. Para os povos antigos, a Astrologia centralizavase na comunidade. O Universo era o macrocosmo, como é até hoje, mas o Estado era considerado o microcosmo. Passou a se individualizar na Idade Média, a partir da tomada de Alexandria, quando o homem começou a ser considerado como microcosmo. Supõe-se que a Astrologia originou-se na Suméria, por volta de 4.000 anos a. C.. Na biblioteca de Assurbanípal, em Nínive, Babilônia, foram encontradas tabuinhas com símbolos astrológicos. Entretanto, desde 15.000 a. C. o homem mesolítico já observava o Sol e a Lua. Algumas antigas tradições situam seu aparecimento na antiga Caldéia. Com seus assombrosos conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até Saturno. Previam os eclipses da Lua com precisão. Foram os caldeus que traçando os limites na elíptica dividiram-na em 12 porções que se tornaram os 12 signos do zodíaco. Perceberam que determinadas épocas ou signos produziam certos traços de caráter e criaram toda a base da simbologia que hoje é a Astrologia. A China considera a Lua como um dos fatores principais da Astrologia. Conta-se que Buda, ao morrer, chamou os animais para se despedir deles. Somente 12 compareceram e são esses animais que representam os anos na Astrologia chinesa. O animal do ano da pessoa mora em seu coração e o indivíduo tinha que cumprir esse papel na vida. É um traço comum nas antigas civilizações as referências sob forma de símbolos e inscrições, manuscritos ou transmissão oral e através de construções ou monumentos como a Grande Pirâmide, a Esfinge, Stonehenge na Inglaterra, o Observatório Caracol no México, etc.. Os mapas astrais egípcios datados de aproximadamente 4.240 anos a.C. indicavam com precisão a localização dos planetas e das estrelas fixas, assim chamadas devido à grande distância que se encontram da Terra. Os templos e a arte sagrada do Egito, além de servirem para observações astronômicas, destinavam-se a transmitir conhecimentos. A arquitetura era utilizada para registrar as razões e proporções entre os planetas. A arte astrológica assumiu grande identidade com a mitologia greco–romana. A primeira tentativa de projetar um princípio de ordem e hierarquia sobre a aparente desordem do mundo ocorre através do mito. Segundo a mitologia de vários povos é na separação da terra e do céu que se dá início à polaridade. Hesíodo, poeta grego (770 - 700 a. C.)conta como o mundo foi criado: “No início havia o Caos, um imenso espaço aberto e ilimitado. Aí surgiu Gaia –a Terra, a primeira realidade sólida, depois veio a noite. Mas, ainda restava um espaço vazio sobre Gaia e para preenchê-lo ela criou um ser igual: o Céu –Urano. Gaia e Urano uniram-se e tiveram muitos filhos violentos e tempestuosos, entre eles os Titãs, forças da natureza. Quando o “Mesmo para meus melhores amigos, nunca dei mais do que relatos fragmentários e superficiais das minhas consecuções, nem pretendo gratificar a curiosidade de qualquer um, muito menos de meus inimigos. Esses últimos têm toda liberdade de acreditar em – e divulgar – quantos contos da carochinha quiserem a meu respeito, e de inventar novos contos à medida que os antigos ficarem gastos. Por que não fariam isto, se eles descrêem dos Mestres da Sabedoria?” Hermes Trismegisto Vencer a si próprio é a maior da vitórias. 17 Platão Astrologia é o simbolismo que liga a mente intuitiva e a mente racional A história da Astrologia está intimamente ligada à sincronização das atividades da Terra e os movimentos planetários. Em seu postulado aponta para o fato de que o todo se reflete na parte. Baseia-se nos princípios herméticos: Ritmo, Vibração, Mentalismo, Causa e Efeito, Polaridade, Gênero e Correspondência. A Astrologia é uma fonte de conhecimento das mais profundas. Através dela, pode-se compreender a origem de vários conceitos que atravessam os tempos. Está entre as quatro ciências antigas chamadas de ocultas: Alquimia, Astrologia, Tarô e Cabala, que se fundamentam na Lei da Correspondência. Quando inspiramos, o Universo inspira dentro de nós. Quando expiramos, lançamos uma partícula nossa no universo. Para os ocultistas o superior e o inferior, assim como o interior e o exterior estão profundamente interligados. A criatura humana começou a se perceber através dos sentidos que lhe proporcionam uma imagem física do mundo. A repetição de ocorrências: dia, noite, fases da lua, marés, etc., evidenciou o conceito de uma ordem na criação. A natureza demonstrava-o continuamente na progressão das estações e no processo de nascimento, reprodução e morte. O conceito de que tudo o que existe na natureza é a expressão da combinação, em proporções variáveis, de quatro elementos universais está presente em várias culturas. Os quatro elementos FOGO, TERRA, AR e ÁGUA referem-se às energias vitais que formam toda a criação percebida pelos seres humanos, nada tendo a ver com os elementos da Química, mas transcendendoos. No mapa natal, eles revelam a capacidade de sintonizar certas esferas de existência e é um dos instrumentos básicos de interpretação. Cada elemento representa um tipo básico de energia e consciência e corresponde às quatro funções psíquicas: Água – corpo emocional Ar – corpo mental Terra – corpo físico Fogo – corpo vital Divulgação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Ilusão de Ótica “Vencer a si próprio é a maior das vitórias.” Platão Divulgação Divulgação Caos ficou organizado com todas as divindades primordiais, chamou-se Cosmos. Conta a mitologia grega que Urano, o Céu, se separa de Gaia, a Terra, ao ser castrado por seu filho Saturno – Cronos, o tempo, dando início à temporalidade ou manifestação.” As primeiras observações do pensamento científico derivam dos ciclos planetários. Inúmeros filósofos, pensadores e cientistas estudaram ou efetuaram pesquisas: São Tomás de Aquino, Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, Beethoven, Nicolau Copérnico, Carl Gustav Jung, Einstein. Jung não só usou a Astrologia como instrumento psicológico, como pesquisou os aspectos astrológicos do simbolismo alquímico. O físico Kepler desejou não acreditar na eficiência da Astrologia, “mas a infalível coincidência das configurações estelares e dos eventos sublunares” obrigou-o a acreditar. Outros cientistas foram astrólogos – como Francis Bacon, Benjamim Franklin, Isaac Newton, Lord Napier (inventor dos logaritmos). Em tudo existe o aspecto lunar e solar, o Yin o Yang. No passado todo médico que se prezava era astrólogo, como Paracelso precursor da medicina holística. No Tratado sobre Astrologia Hermética, Paracelso diz: “...Toda engrenagem do Universo está dividida em duas partes, um corpo visível e um corpo invisível. Ninguém jamais viu o (verdadeiro) firmamento, mas apenas o seu corpo, assim como a alma do homem não é visível. O que é impalpável no homem é chamado espírito, o corpo é só matéria bruta. O corpo está sujeito ao espírito, assim como o espírito está sujeito às estrelas. O homem perfeito (sábio) conhece em seu coração todos os segredos do Universo. Sábio é aquele que sabe sintonizar sua consciência pessoal com a consciência do cosmo”. Com o advento do racionalismo se privilegiou o conhecimento objetivo que é a base da ciência que conhecemos, e o saber esotérico ou hermético foi considerado nocivo. No final do séc. XIX, ocorre um resgate do saber subjetivo com Freud e Jung voltando-se a valorizar o mundo interior como fonte de conhecimento. Curiosidade: a comemoração da páscoa cristã se dá no primeiro domingo de Lua Cheia do signo de Áries. Uma velha mulher ou uma bela jovem? 18 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Artigo Ir∴ Francisco Feitosa da Fonseca O Encontro “D’Eus” O termo iniciação vem da palavra latina initium, que significa “começo, treinamento ou o começo da preparação”. O termo equivalente em sânscrito para iniciação é abhisheka, que significa “espargir”, “verter”, “ungir”. E para se verter é preciso que haja um vaso onde possa cair o líquido ver tido. Se nos comprometemos realmente, abrindo-nos para nosso amigo espiritual de maneira apropriada e completa, transformando-nos num vaso que possa receber a comunicação, ele se abrirá, e, então, a iniciação ocorre. Este é o significado do abhisheka, ou “o encontro das duas mentes”, a do Mestre e a do discípulo. Por isso, se diz: “Quando o discípulo está preparado, o Mestre aparece” ou ainda:“O Mestre aponta o Caminho; o discípulo segue sozinho, até novamente encontrar o Mestre, desta vez dentro de si mesmo.” ( JHS). Receber uma iniciação é como plantar uma semente. Com as condições cor retas, posteriormente, esta semente irá florescer e crescer na Iluminação. Desde o início dos tempos, se podemos assim dizer, o homem teve certas idéias a respeito da Divindade, da criação do mundo e de si mesmo. Essas idéias constituíram os “Grandes Mistérios” que eram considerados como o tesouro sagrado de sua herança histórica. Os Mistérios eram escondidos dos profanos, ensinados em Sociedades Secretas e Escolas de Mistérios sendo transmitidos durante o processo da iniciação. Cada civilização, em épocas distintas, adotou um especial sistema religioso ( religação - religião – religare) de acordo com a capacidade intelectual do povo e suas necessidades espirituais; porém, como os Sábios prescindissem do culto por simples formalidades, restringiram a muito poucos o verdadeiro e avançado Conhecimento. A necessidade de se encobrir a genuína face dos altos ensinamentos, a fim de pô-los a salvo de possíveis profanações, se deixou sentir mais e mais em cada geração, e assim, o véu a princípio tênue foi se tornando cada vez mais denso à medida que tomava maior corpo o egoísmo pessoal, até que, por fim, se converteu em Mistérios. Iniciar-se eqüivale procurar a Vida por detrás do sagrado e isíaco velame; beber na fonte dos Mistérios Maiores – ciência de eleitos e super-homens – no seio Mater ou Sanctum Sanctorum das Verdades Primitivas. O mesmo símbolo que o profano defronta e nada vê, o Iniciado contempla e o decifra. A mesma Escritura Sagrada que o profano lê, o Iniciado adentra, e her meneuticamente, consegue sorver a sua essência. Os olhos são iguais, mas a visão da Verdade é bem outra! Falando em Verdade, o sufixo dade (ver - dade) e a raiz ver, nos leva a entender essa palavra como a qualidade de ver. O objetivo de todos os processos de iniciação, incluindo o maçônico, é a expansão da consciência. A consciência de si mesmo, da sua origem, destino e do seu Criador. Para isso, exige do postulante à Iniciação, a transformação e a superação de hábitos e de conduta. A Iniciação não se resume apenas no cerimonial em si, e sim, num processo que se dará ao longo de toda a vida, a partir daquele cerimonial que lhe deu origem. Estamos nos iniciando a cada ato praticado, a cada pensamento vibrado, a cada palavra proferida. Quando despertamos do sono mayávico das ilusões da vida profana e somos brindados a palmilhar a senda da iniciação, assumimos uma grande responsabilidade, não só com os regulamentos da Ordem que nos acolheu, mas com a Divindade e com a nossa própria evolução. É o vencer paixões e submeter vontades! Essa é a Transformação exigida, a renúncia daquilo que nos restou de profano. Não se justifica tomar um banho e vestir as mesmas roupas sujas! Dizia um sábio com relação à iniciação: “Se soubessem quão árduo é o caminho, jamais ousariam começá-lo.” O que na vida de um profano se dá em passos lentos, para um Iniciado acontece numa Prog ressão Geométrica. Poderíamos representar o homem, quando profano, como um copo cheio d’água com resíduos depositados no fundo. Enquanto as suas preocupações resumem-se apenas na manutenção da vida, nesse copo quase nada muda. Essa água, ilusoriamente se mantém translúcida. Porém, quando, por causas e efeitos, esse mesmo homem é chamado a evoluir, começando a trilhar o caminho da Iniciação, aos poucos, ele vai recebendo as águas cristalinas dos excelsos “Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.” Carl Jung 19 , Divulgação ensinamentos iniciáticos, o que vai criar, num primeiro momento, um verdadeiro turbilhonamento na água, deixando-a turva e suja, transbordando o seu conteúdo. É justamente quando muitos Irmãos, mal orientados, deixam a Ordem preferindo a vida calma e tranqüila. Ledo engano! Esse turbilhonamento causado pela entrada da água limpa (ensinamentos) se faz necessário. Aos poucos, com a entrada da água limpa, a água suja vai saindo e, ao final, somente ficará no copo a água pura, verdadeiramente translúcida e sem o depósito no fundo, ou seja, sem as características negativas da personalidade. Sim, a Senda da Iniciação, mais que uma Transformação interna, exige a Superação de enormes obstáculos que se antepõem nesse estreito e difícil caminho. Obstáculos esses, que muito nos serão úteis. Como mal necessário, é um verdadeiro exercício da Vontade, levandonos a superá-los e, para isso, exigindo de nós uma (superação) ação super. Somente após essas fases preliminares, poderemos adentrar o Portal que nos levará a tão esperada Metástase. A fusão do Discípulo com o Mestre. Esse é o tão almejado encontro, das duas mentes, do Eu inferior e do Eu superior (personalidade e individualidade), ou seja, o encontro dos Eus. Seria o mesmo que falar: O Encontro D’Eus. Sim, o encontro de Deus, o nosso Cristo Interno, a centelha Divina que habita em cada um de nós, a qual, estamos, mais cedo ou mais tarde, condenados a despertá-la por força da Lei de Evolução, para que esta Centelha junte-se novamente à Chama do Eterno. É o retorno à Casa do Pai! Assim como a definição de iniciação – absheka, precisamos trabalhar através dos passos da doutrina maçônica a nossa personalidade, transformando-a num vaso, melhor dizendo, numa verdadeira Taça para que possa conter a nossa Individualidade (Espírito) integralmente. Aos Iniciados possuidores das Chaves para entender essa revelação, diria eu: inter – Graal – Mente. Fiquemos por aqui! O autor – 33º M.’.I.’. - Titular da Cadeira nº 21 da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes; Titular da Cadeira nº 25 da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de Janeiro. Nietzsche “O que pensa de si mesmo é muito mais importante do que o que os outros pensam de você.” Sêneca 20 Divulgação Biblioteca de Alexandria A Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas do mundo e se localizava na cidade egípcia de Alexandria. Considera-se que tenha sido fundada no início do século III a.C., durante o reinado de Ptolomeu II do Egito, após seu pai ter construído o Templo das Musas (Museum). É atribuída a Demétrio de Falero sua organização inicial. Estima-se que a biblioteca tenha armazenado mais de 400 mil rolos de papiro, podendo ter chegado a um milhão. Foi destruída parcialmente inúmeras vezes, até que em 646 foi destruída num incêndio acidental (acreditou-se durante toda a Idade Média que tal incêndio houvesse sido causado pelos árabes). Conta-se que um dos incêndios da lendária biblioteca foi provocado por Júlio César. Em caçada ao seu inimigo de Triunvirato Pompeu, César deparou com a cidade de Alexandria, governada na época por Ptolomeu XII, irmão de Cleópatra. Pompeu foi decapitado por um dos tutores do jovem Ptolomeu, e sua cabeça foi entregue a César juntamente com o seu anel. Apaixonado por Cleópatra, César conseguiu colocá-la no poder Entre os anos de 280 a.C. a 416 d.C., a através da força. Os tutores do jovem faraó foram mortos, mas um conseguiu escapar. Temendo que o homem biblioteca de Alexandria reuniu o maior acervo pudesse escapar de navio, César mandou incendiar a todos, inclusive os seus. O incêndio alastrou-se e atingiu de cultura e ciência que existiu na antigüidade. uma parte da famosa biblioteca. A instituição da antiga biblioteca de Alexandria tinha como o principal objetivo preservar e divulgar a cultura nacional, embora tivesse livros de Atenas. Existia também matemáticos ligados à biblioteca, como por exemplo Euclides de Alexandria. Ela se tornou um grande centro de comércio e fabricação de papiros. A lista dos grandes pensadores que freqüentaram a biblioteca e o museu de Alexandria inclui nomes de grandes gênios do passado. Importantes obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, bem como sobre idiomas, literatura e medicina, são creditados a eruditos de Alexandria. Segundo a tradição, foi ali que 72 eruditos judeus traduziram as Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a famosa Septuaginta. A nova biblioteca ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Com espaço para 8 milhões de livros, a nova Biblioteca de Alexandria procura realçar ainda mais a importância dessa cidade antiga, e pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo, como sua antecessora. A nova estrutura, que tem o nome oficial de Bibliotheca Alexandrina, integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. Ela foi aberta ao público em outubro de 2002, e contém por volta de 400 mil livros. Ao todo, a biblioteca tem 11 pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 colunas de 16 metros cada uma. No subsolo há espaço suficiente para 8 milhões de volumes. Há também espaços reservados para exposições, salas de conferências, crianças, jovens, biblioteca para cegos, área multimídia (com amplo arquivos de CDs, DVDs, cassetes áudio e vídeo, diapositivos e fotografias), livros raros, manuscritos e um planetário — uma estrutura esférica, à parte, que lembra um satélite. Esse prédio moderníssimo inclui ainda sistemas sofisticados de computadores que permitem acesso a outras bibliotecas e de combate a incêndios. A Bibliotheca Alexandrina foi aberta ao público em outubro de 2002, e conta com cerca de 400 mil livros. Divulgação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ História