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Julho de 2001
Aniversariantes do Mês
09 Paulo Monteiro Machado
10 Márcio M. de Araújo
11Maria Daisy de Macedo
12 José Reginaldi Dante
12 Marcelo E. de Oliveira
12 Daniel dos Santos Borges
13 Cheila Maria D. Coutinho
13 Celso Cardeman
14 Alice Aparecida Camargo
15 Myriam Mota
15 Giselle B. do Valle
15 Márcia M. Arroyo Cruz
16 José Coelho Filho
16 Fabio F. N. de Medeiros
17 Rafael Cunha Marini
17 Angela de C. Mattos
18 Vera Lucia de A. Borges
19 Ruth Menezes da Costa
19 Ana Lúcia Freitas da Silva
20 Adalberto J. da S. Britto
20 Daniela Silva Santos
23 Alex Elizeu Cardoso
24 Bernarda Santos
25 Cléber José Padinha Luz
26 Moacyr dos Reis Abreu
26 Ana Maria de Araújo
26 David Simpson
26 João C. de Souza Marques
27 Beatriz H. F. da Silva
27 Claudia R. Arnaud
29 Adauto G. Torres
29 Conchita G. Kaleche Pan
Montanhismo - RJ
Edição de Julho de 2001 - 300 exemplares
IMPRESSO
Notícias
Problemas com o condomínio
Novidades da Biblioteca
Notícias da FEMERJ
Festa Agostina
Nova Coluna no site do CEG
Reuniões do CEG
Social:
Todas as quintas-feiras, a partir das 19:00.
Tabelas de Preços
Mensalidade:
Matrícula ou Descongelamento:
Curso Básico de Montanhismo:
R$10,00
R$30,00
R$270,00
Diretoria
Presidente:
Vice Presidente:
Tesoureiro:
1º Secretário:
Altair Trindade
Séblen Ramos
Fernanda Reis
Anderson Custódio
Diretor Técnico:
Frederico Noritomi
Diretor de Divulgação:
Rodolfo Campos
Diretor de Meio Ambiente: Clésio Kleske
Bibliotecária:
Elisa Goldman
Colaboradores deste mês:
Rodolfo Campos, Frederico Noritomi, Anderson Custódio, Fernanda Reis, Elisa Goldman e Séblen Mantovani
Caso você queira contribuir com esse boletin, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões para rua
Washingtos Luiz, 9 -cobertura -Rio de Janeiro -RJ -CEP:20230-020 ou por e-mail:[email protected]
As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro
Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir.
Rua Washington Luiz, 9
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RJ - CEP: 22.230-020
Tel.:(21)2232-0569
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Artigos
Nó UIAA
Frederico Noritomi
O Seio da Mulher de Pedra
Anderson Custódio
Mulheres e Montanhas
Fernanda Reis
No Tempo da Pedra Lascada
Elisa e Sblén
Rodolfo no Escalavrado (Foto de Manuel Rosário)
01 Marly Ferrari Laviola
02 Walmir Leite de Barros
02 Adriana S. da R. Loures
04 José Benito R. Quintas
04 Eliel França Gomes
04 Jana Menezes Assad
05 Lucia Mattos Rebello
05 Yolanda Soares Alves
06 Luiz Soares da Costa
06 Lucy Felix Garrana
07 Janir Rosa
07 Solange Maria Figueirêdo
09 Sérgio Pedro Q. Zoéga
09 Eçy Pontes de C. Junior
09 Gian Shimada Brotto
09 Luiz Fernando M. Ribeiro
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Programação do Mês
Dia
Excursão
Julho de 2001
Local
1
1
Pico do Papagaio via Serrilha PNT
Pedra da Gávea
PNT
7
7
8
8
14
15
Pico do Papagaio
Cocanha
La Niña
Face Norte
Cabeça de Peixe
Cobiçado
PNT
PNT
Dona Marta
Morro da Urca
PNSO
Petrópolis
15
Costão
Pão de Açúcar
21
21
Catacumba
PNT
21
Ferrugem
Parque Laje /Corcovado /
Cosme Velho
Asa de Hermes
22
Represa do Camorin
Parque da
Pedra Branca
22
Circuito do Aiuruoca
28-29
28
29
04/08
Travessia Petrô-Terê
Heineken
Azul – Coloridos
Torres de Bonsucesso
PNI
PNT
Pão de Açúcar
Morro da Urca
Teresópolis
Classificação Guia
Caminhada leve
Caminhada leve
beneficente
Caminhada leve
Caminhada leve
Esacalada 4º, V
Escaladas diversas
Caminhada pesada
Caminhada
semi-pesada
Caminhada leve
c/ lance de 1º
Escalada 2º, III
Caminhada leve
com piquenique
Caminhada
semi-pesada
Caminhada leve
Caminhada
semi-pesada
Caminhada pesada
Escalada 2º, III
Escalada 2º
Caminhada semi
pesada com rapel
Alex
Samara e
Macoto
Clézio
Fred
Fred
Alex
Bomtempo Fred
Macoto
Samara
Bomtempo
Alex
Luiz Alberto
e Flavinho
Samara
Luiz Alberto
e Flavinho
Fred e Samara
Bomtempo
Bomtempo
Beto
Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões.
Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta feira à noite (232-0569).
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Ao criar essa coluna sobre o passado do
CEG tivemos a intenção de resgatar um pouco da história do clube e mais amplamente a
história do montanhismo no Rio de Janeiro.
A partir da leitura de alguns boletins, relatórios antigos e artigos de jornais nos deparamos com o fato curioso de que os jornais das décadas de 50 e 60, principalmente
o Correio da Manhã, O Globo e o jornal O
Dia, noticiavam a programação dos clubes
de montanhismo e as conquistas dos mesmos numa coluna específica, localizada no
caderno dos Esportes. No Correio da Manhã a coluna se chamava “Vida Excursionista”, no Globo; “Montanhismo”, e no jor-
Julho de 2001
nal O Dia “ O Dia Excursionista”.
A proposta dessa coluna seria divulgar
as descobertas do nosso arquivo e até mesmo
de outros acervos que registrem histórias
curiosas sobre o passado do excursionismo.
Desvendar a origem dos clubes, as primeiras
conquistas e as condições nas quais estas
aconteceram, são algumas das informações
preciosas que nós podemos divulgar.
Pretendemos registrar entrevistas com
montanhistas “das antigas”, do Guanabara e
de outros clubes reproduzir fotos e
curiosidades a respeito dos hábitos e
costumes dos nossos “pioneiros”. Não se
sintam ofendidos se vocês forem procurados
por nós para enriquecer o nosso arquivo de
informações. Brincadeirinha!
Curiosidades antropológicas e históricas
dos primórdios do montanhismo farão parte
do nosso boletim a partir de agora. Contribuições serão sempre bem recebidas, seja na
forma de depoimentos, sugestões de conteúdo ou doações de material fotográfico e escrito de época que possam enriquecer a nossa reconstituição histórica. Aguardem as histórias dos “tempos do conguinha”...
Elisa e Sblen
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Julho de 2001
Mulheres e Montanhas
Julho de 2001
Nó UIAA
Não sei, no íntimo, o que leva um homem a procurar o montanhismo como esporte para a vida. São muitos os motivos...
Superar os próprios limites, um exercício físico radical, desejo de ir a lugares nunca antes visitados, conquistar montanhas na forma de vias de escalada, fugir dos centros
urbanos, isolar-se, paixão pela natureza, ter
uma vantagem a mais para contar para as
garotas... ou seja, são muitas as opções. Mas
sei, e posso dizer que de forma “quase” generalizada, salvo as exceções, é claro, o que
leva uma mulher a procurar este esporte...
Liberdade. Liberdade para fazer o que, antes, era considerada “coisa de homem”, e
mulheres dignas e decentes não poderiam,
nem de longe, acompanhá-los. Liberdade de
fazer uma caminhada pesada, com um grupo basicamente masculino, e, na volta, ser
vista como uma mulher forte, determinada,
vencedora, e não como uma exibida e vulgar andando entre homens. Liberdade para
saber dos próprios limites, e não precisar de
autorização para decidir sobre o que fazer.
Liberdade de chegar ao cume de uma montanha, olhar em volta e sentir aquela sensação indescritível de vitória, que, em algumas
das vezes, chega a dar vontade de chorar.
Lembro-me, quando adolescente, que as
meninas que iam acampar, com um grupo
misto, não eram bem vistas pelas mães das
amigas, e consideradas um mau exemplo
para as mesmas. E se a intenção era de
acompanhar o irmão mais velho em alguma
“expedição”... esquece! Imagina se ele iria
querer levar a irmã para atrapalhar tudo. E, se
por um lado, existiam os pais liberais e democráticos, por outro, havia toda uma sociedade
para a qual se deveria prestar contas de todos
os nossos atos e palavras.
É bem verdade que hoje, algumas de nós,
ainda que livres e independentes, prefiram viver sob os domínios de uma figura masculina,
seja ela paterna ou marital, mas esse é um outro tipo da mesma liberdade, a de escolha...
Esperamos que, daqui a bem pouco tempo, estas palavras não façam mais sentido, pelo simples fato de que nossas filhas e netas não mais
ouvirão as histórias de repressão e limitações
tão contadas e recontadas por nossas mães e
avós.
Em resumo, queremos subir todas as montanhas, escalar todas as rochas, conquistar todos os cumes, nadar em todos os rios e rapelar
em todas as cachoeiras que pudermos. Porque
somos livres, fortes, determinadas e capazes, e
queremos ir além das fronteiras, queremos chegar, ver, conquistar (ou participar da conquista), conhecer, descobrir, superar obstáculos, e
tudo o mais que nossas mãos e pés alcançarem.
Reconhecemos, porém, a superioridade física masculina, a coragem e a experiência de
quem, durante toda a história da humanidade,
sempre se aventurou pelos meandros da Terra,
sem restrições. E pedimos que eles nos ajudem
sempre, nesta trilha tão nova e desconhecida
por nós, porque, afinal, esta não é uma história
de competição, mas de liberdade...
Fernanda Reis
Festa Agostina do CEG e Sorteio
Dia 4 de agosto seré realizada em Teresópolis,
na casa do André, a festa “agostina” do CEG.
Vai ter quadrilha, comidas típicas, bebida e tudo
mais que uma tradicional festa do CEG tem.
de Mochila Cargueira
Entre aqueles que estiverem vestidos devidamente a caráter (mulheres de homem e homens de
mulher), será sorteado uma mochila 75 litros da
Lafuma. Maiores informações na secretaria.
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O UIAA é um método de segurança muito
eficiente que se utiliza apenas da corda e um
mosquetão para criar a fricção necessária
para frear uma queda. O mosquetão deve
ser de base larga com rosca para permitir
que o nó passe facilmente por seu interior. O
UIAA amplifica a força da mão com o atrito
da corda com a corda e da corda com o
mosquetão. Ele é provavelmente um dos
métodos mais fortes, perdendo apenas para
o Grigri, SRC e Trango 8. Pode ser usado
tanto no baudrier, como um freio comum para
segurança do guia, quanto preso à ancoragem,
para segurança do participante.
O UIAA é o único método de segurança tradicional que proporciona atrito suficiente qualquer que seja o ângulo entre a corda que entra e a que sai. Daí advém sua maior vantagem: não requer nenhuma posição especial
de travamento. Basta que o assegurador segure a corda para travá-a, não sendo necessário puxá-la para trás, como nos outros métodos.
O atrito do UIAA tem a peculiaridade de ser
menor quando as cordas formam um ângulo
de 180º do que quando estão lado a lado, a
0º. Isso significa que sua força máxima é relativamente menor para queda de guia do que
para queda de participantes. Mas em termos
absolutos o UIAA proporciona mais atrito do
que o oito, a plaqueta e a cestinha. Esse atrito
maior significa uma frenagem mais rápida em
uma queda extrema.
O UIAA tem alguns defeitos. Ele torce a corda mais do que qualquer outro método, deixando-a bem encocada após alguns esticões,
principalmente se a mesma pessoa guiar o tempo todo. Para desenrolar a corda, pendure-a
esticada e sacuda-a bastante. Outro problema
é que o calor gerado pelo atrito dinâmico de
uma queda longa pode queimar a capa, deixando-a com aspecto vitrificado, conseqüência que tem repercussões apenas cosméticas.
O UIAA também pode ser utilizado para
rappel, mas tem a enorme desvantagem de
torcer demasiadamente a corda (uma volta a
cada 1,5m).
Frederico Yasuo Noritomi
Diretor Técnico do CEG
3
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Notícias da FEMERJ
A Federação de Montanhismo do Estado do
Rio de Janeiro (FEMERJ), fundada oficialmente
em 29/08/2000, vem realizando inúmeros trabalhos
em prol do montanhismo no Brasil, mais
notadamente no Rio de Janeiro – sua área de
atuação.
Enumeramos, abaixo, alguns dos inúmeros
trabalhos que a FEMERJ vem realizando:
1. Organizamos a manifestação pública contra
o fechamento da rua Sara Villela no bairro do
Jardim Botânico, que dá acesso a uma área de
escaladas denominada “Aderências do
Sumaré”. Compareceram ao evento cerca de
150 pessoas, na sua maioria montanhistas
contando inclusive com a presença de autoridades do governo e ONGs ambientalistas;
2. Promovemos a reunião com Carlos Henrique,
Superintendente do Ibama, a fim de efetivar
um acordo visando o acesso às “Aderências
do Sumaré”;
3. Foi feita denuncia junto ao Ministério Público sobre o fechamento da rua Sara Vilela,
4. Denunciamos, junto a Rede Globo, Revistas
Época e Isto É, o fechamento da rua Sara Vilela;
5. Tivemos uma reunião com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Eduardo Paes e o
diretor da Secretaria Municipal de Urbanismo, Alfredo Sirks, para a transformação do
complexo do Pão de Açúcar em Parque Municipal;
6. Criação do Projeto Pitanguy, que visa fazer
manutenção nas vias de escaladas, trocando
os grampos que não apresentam mais condições de segurança por novos;
7. Acordo com o PNSO e PNI, garantindo o desconto de 50% para quem apresentar a carteira
da FEMERJ na entrada dos Parques;
8. Foi elaborado um Ofício para avisar aos operadores de muros de escalada sobre os riscos
iminentes e os cuidados necessários para a
sua operação;
9. Criamos de um Grupo de Trabalho a fim de
viabilizar a realização do Festival Banff de
Cinema Canadense de Montanhismo no Rio
de Janeiro;
8
Julho de 2001
10. Criamos de um Grupo de Trabalho para atuar
junto ao PNSO, no sentido de apresentar idéias e sugestões com relação aos diversos problemas que este Parque enfrenta;
11. Criamos um Grupo de Trabalho visando avaliar a resistência de material inox para a confecção de grampos de escalada a serem utilizados à beira mar;
12. Organizamos e realizamos da Abertura de
Temporada de Montanhismo de 2001;
13. Organizamos campeonatos de escaladas em
muros artificiais;
14. Fizemos contatos com os principais meios de
comunicação, oferecendo os serviços da
FEMERJ, quando houver qualquer noticia
sobre montanhismo;
15. Elaboramos a homologação dos Cursos Básicos de Escalada;
16. Abrimos processo junto a Secretaria de Urbanismo solicitando Servidão de passagem
preventiva para as escaladas no morro do
Cantagalo;
17. Reunimos com o Major Fábio do Grupamento
de Socorro Florestal e Meio Ambiente do
Corpo de Bombeiros para que a FEMERJ trabalhe em conjunto com os Bombeiros nos
casos de salvamento e resgate de praticantes
do esporte;
18. Abrimos processo junto a Secretaria de Urbanismo solicitando Servidão de passagem
preventiva para a face sul do Corcovado;
19. Criamos o Grupo de Trabalho – Parque Nacional de Itatiaia, visando a realização, juntamente com a FEMESP, de um Workshop a fim
de debater os problemas existentes no parque
Para melhor conduzir e ordenar o processo
evolutivo da escalada no Estado, temos mantidos
discussões constantes sobre a ética. Dentro desta
discussão os pontos de destaque são: a) a busca
do mínimo impacto ambiental, seja na conquista,
como na repetições de vias; e b) o respeito ao
direito autoral das vias.
Neste contexto a FEMERJ desencoraja e
desaconselha veementemente a colocação de de
proteções fixas (grampos e chapeletas) próximos
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Julho de 2001
A Montanha é o meu Lar
Vocês já viram um bivaque com prateleiras e
tarimba com colcha de babadinho? Pois é, este
é o mais novo estilo de bivaque praticado pelo
guia Mario Senna! Quem não te conhece é
que te compra... Não divulgaremos a montanha para não haver invasão de privacidade.
Esporte Complicado
Entusiasmada com o CBM, mas assustada
com o volume de informações, Débora comentou após uma escalada:
Escalar é muito divertido, mas é
muita coisa para prestar atenção. É difícil ter
que ficar pensando o tempo todo...
Mão Única
Descendo a trilha da Agulhinha da Gávea, após
escalar o Paredão Olimpo com o CBM, Débora não se conformava com as nuvens bloqueando a maravilhosa vista e já planejava sua
volta em um dia com céu mais limpo.
–Fred – disse ela – eu tenho que vir aqui novamente! É por esta trilha mesmo que eu vou
para o cume?
–Bem – pensou Fred – se é por esta trilha que
estamos descendo do cume, acredito que subindo nós voltemos para lá...
Comida Japonesa
No Paraíso das Plantas, após a excursão para
o Escalavrado, cada um dos participantes já
sonhava com o que comeria no jantar. Foi quando Alexandre suspirou:
-Até que um japonês ia bem...
-É – concordou André – ia bem mesmo!!!
Os dois olharam sorrindo para Macoto que,
num pulo, encostou suas costas na parede e
se afastou assustado:
-Peraí, gente, o que é isso!!!
5
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Julho de 2001
Problemas com o Condomínio
Novidades da Biblioteca
A histórica péssima relação do Centro Excursionista Guanabara com o Condomínio Devanise se agravou com a deliberação da
Assembléia Geral Extraordinária de
Condôminos que reduziu o horário de funcionamento da portaria do prédio para o período
de 8hs às 20:30hs em virtude do racionamento
imposto pelo Governo Federal. Não preciso
dizer o quanto essa medida prejudica o CEG,
pois muitos sócios não têm condições de chegar antes desse horário.
Diante dessa medida arbitrária e ilegal ditada pelo síndico e outro condômino, proprietários de quase a totalidade das salas do
edifício, vários sócios do CEG já se mobilizaram para solucionar o problema. Foi contratado um advogado para tentar resolver administrativamente o litígio e, não sendo possível,
mover uma ação judicial em face do Condomínio do Edifício Devanise.
Enquanto a questão não é resolvida,
pedimos aos associados que procurem chegar
às reuniões antes das 20:30hs, a partir de que
a portaria estará fechada, reabrindo novamente apenas às 22hs para a saída de todos.
REVISTAS:
Terra - (maio de 2001), edição de
aniversário.Artigos:” O mundo lendário de El
dorado - sul da Venezuela, artigos sobre a
Tailândia, Zanzibar e a floresta dos Guarás no
Maranhão.
Montagnes Magazine - revista francesa
(maio de 2001).artigos sobre as montanhas dos
Pireneus.
Vertical Roc - revista francesa (maio de 2001)
tema dos artigos: As montanhas da Antártica,
a precoce morte dos glaciares, as falésias da
Alta Savóia...
Atenciosamente,
A Diretoria
4
LIVROS:
Annapurna - Maurice Herzog, Companhia das
Letras. (doação de Elisa Goldman)
GUIAS:
Guia de escaladas de Nova Friburgo - Pedra catarina mãe (à venda no CEG por R$5,00).
Errata: o livro Fantasmas do Everest e a
revista Montagne, anunciados no último
boletim como comprados pelo CEG, foram
na verdade doados, respectivamente, por
Altair e por Tereza Aragão.
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ou em fendas. Uma vez que as fendas podem ser
protegidas de maneira segura com os diferentes
tipos de equipamento móvel existente. E,
principalmente por seguir um dos principais pontos
da ética local que é o mínimo impacto ambiental,
ou seja, reduzir ao estritamente essencial (numa
combinação de segurança e estilo) as marcas da
sua passagem sobre a rocha.
Por outro lado, a Federação enxerga no direito
autoral de conquista das vias uma das bases de
sustentação da ética da escalada, e um dos pontos
cruciais para a convivência entre os diferentes
pensamentos na comunidade de escaladores.
Assim, como forma de conciliar estes pontos, a
FEMERJ vem estimulando os conquistadores de
vias com fendas grampeadas que autorizem a
remoção destes grampos, ou que eles mesmo os
removam. Após conversa com vários
conquistadores, acreditamos que a presença de
grampos nas fendas destas vias foram justificadas
na época da conquista, pela escassez de material
móvel. Este fato já é contornável nos dias atuais.
Abaixo estão relacionados os principais pontos
que sustentam a diretriz da FEMERJ neste sentido:
1. Os equipamentos móveis são facilmente
encontrados nas lojas de equipamentos do
Estado;
2. A evolução da tecnologia aumentou tanto a
segurança, como as alternativas de utilização
destes equipamentos, em diferentes tipos de
fendas;
3. O uso do equipamento móvel permite ao
escalador adaptar o grau de proteção ao nível
de exposição que deseja assumir
(aumentando ou reduzindo o número de
peças), sempre considerando as
características da fenda. Inclusive, podendo
realizar a passagem em artificial;
4. Permite, por vezes, um maior controle sobre
as proteções. O escalador sabe das condições
das proteções que coloca, ficando menos
expostos à grampos podres ou batidos
inadequadamente;
5. Assim como os cabos de aço foram removidos
das vias, a troca dos grampos por proteção
móvel, segue a tendência histórica de uma
Julho de 2001
escalada mais limpa. Dentro da ética do mínimo
impacto ambiental ou da escalada limpa, os
grampos e demais proteções fixas devem ficar
restritas às situações onde estes são a única
alternativa de proteção;
6. Dentre o total de vias existentes no Estado, há
um número relativamente baixo de vias que
podem ser protegidas com material móvel. Por
exemplo, na Urca menos de 13% das vias
permitem a proteção com material móvel. Ao
proteger uma fenda com grampo, além de
reduzimos ainda mais estas vias, conferimos à
elas um caráter mais comum. Estaríamos
retirando delas sua peculiar característica, que
a torna mais destacada, mais interessante e
valorizada;
7. A existência de um maior número de vias para
serem protegidas com equipamento móvel,
permitiria que os escaladores locais, atuais e
futuros, desenvolvam melhor técnica para este
tipo de necessidade. Pois, de uma maneira
geral, o fato de existir poucas vias com fendas
faz com que o conhecimento das técnicas de
proteção em móvel fique limitada. Isto carece
quando nossos escaladores vão conhecer
outros locais de escalada, onde as vias com
fendas são comuns e a proteção é
invariavelmente feita com equipamento móvel,
como ocorre nos centros de escalada de quase
todos os países.
Aos montanhistas que tiverem interesse em
limpar vias com fendas grampeadas, onde é possível
a colocação segura de proteções móveis, a FEMERJ
recomenda: a) – escalar a via em móvel; b) – fazer
um croqui mostrando como ficaria a via sem as
proteções fixas; c) indicar qual a proteção móvel
utilizada; d) – apresentar aos(s) conquistador(es)
o projeto de modificação, obtendo a aprovação,
por escrito, do(s) conquistador(es); e) – apresentar
à FEMERJ o projeto para registro e arquivamento
na croquiteca; f) – implantar o projeto com data
marcada para a divida divulgação;
Saudações montanhistas
Diretoria da FEMERJ
9
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Julho de 2001
O Seio da Mulher de Pedra
Montanhas e nuvens podem desenhar
o inusitado. Entre Teresópolis e Nova Friburgo
um conjunto de rochas íngremes e nuas de árvores, por capricho de uma relação de altura,
largura e sítio, esculpem à ótica dos viajantes
que passam pela rodovia que liga as cidades o
perfil de uma mulher vertida ao solo: seu cabelo, o sulco ocular, nariz, queixo, pescoço e um
protumberante seio. O Seio da Mulher de Pedra, uma aguda formação a que se ascende em
cinco ou seis horas de caminhada, foi a meta
da nossa última aventura dentro do projeto de
excursões exploratórias patrocinado por Mário Senna e Beto.
O dia raiava e eu pegava um táxi ao
ponto de encontro com Samara e Macoto, e
ouvia sonolento do condutor estórias da noite
perversa nesta cidade. A lourinha já estava lá,
não com o melhor dos humores tão cedo de
manhã, mas com sua mochila e mais energia
que eu. Macoto chegou após certa demora,
juntamos nossa presença, nossas mochilas à
dele e pegamos a estrada. Conversávamos sobre agruras e ansiedades de quem visa conseguir a carteira de guia, mas acho que as mulheres são mesmo mais frágeis, porque na primeira distração Samara partiu para o mundo dos
sonhos. Num segundo ponto de encontro, no
posto Garrafão de Guapimirim, reunimos a
maior parte do grupo: Mário, Beto, Luiz José e
Zé Pinho, de nosso clube, e vários convidados
do CERJ, capitaneados pelos sempre divertidos Valdecir e Alexandre Festas. A próxima
parada foi em Vargem Grande, localidade à beira
da rodovia RJ-130, onde encontramos o último convidado - Alexandre Abreu -, que nos
retribuiu com uma carona em sua Land Rover
até o ponto em que a caminhada começa.
Entre paradas e encontros, eram quase nove horas da manhã quando puseram-se
em serviço as pernas de tantas pessoas. Invadimos uma chácara - onde não se notava a preocupação com invasores - e, pulando um cercado, encontramo-nos num pasto que se es6
tendia por um pequeno morro acima. Era de fato
um sítio lindo, do tipo onde um homem podia
querer nascer, crescer ou morrer, um pasto de
vegetação rasteira, comida por bois e vacas que
não se viam lá, algumas árvores de troncos altos e esguios e copas largas, e o paredão rochoso cujo cume denunciava que estávamos ao lado
do Pescoço e do Queixo da Mulher de Pedra,
tudo era caetanamente lindo. Mario Senna e
Waldecy avançavam na frente; Beto entrevistava Samara perscrutando sinais que lhe permitissem avaliá-la, ambos na retaguarda do grupo. A
mim, marchando entre as duas extremidades,
interessava tirar fotos de tão iluminado território, documentar mentalmente o refúgio, simplesmente passear por ali.
Guias são pessoas e, antes de tudo, sujeitas a enganos. Mário e Waldecy, que já havia
estado lá muitos meses antes, sairam da mata e
entraram num bosque próximo por um caminho de animais, um espaço na cerca. Ao fim do
dia, constatou-se que esse foi um engano que
esticou nossa jornada em cerca de uma hora.
De fato, a trilha que nosso grupo tomou encaminhou-o até um paredão que não se achava
forma de contornar e que confundia de sobremaneira os guias, atormentando-os. Muito tempo foi preciso para que entendêssemos que era
preciso retornar um pouco, descobrindo outra
trilha que desaguava em um pasto. Surpresa:
havia duas ou três mulas lá que, assustadas, relincharam até a exaustão com a aproximação de
Luiz José.
Por efeito de um efeito revigorante que
a visão de cumes e panoramas induz quando se
sai da floresta e se encontra um costão ou platô,
a fadiga e a fome que surge depois do meio-dia
aquietaram-se, e de fato o que perturbou um
pouco foram os repetidos avisos de Waldecy,
de que logo entraríamos de novo no matagal, e
logo em seguida começaria uma esgotante e longa subida que ele não tinha o menor prazer em
experimentar.
Sem a intenção de soberba, pessoalmen-
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te a subida não foi tão pesada para merecer tanta advertência do companheiro do CERJ. Inquietava era o horário; três ou mais vezes ouvi
Mário Senna e Beto procurarem concordância
sobre uma hora limite para o retorno, o mesmo
número de vezes vi-os ignorar tais limites por
força de um orgulho próprio de homens da
montanha: só parar quando o cume chegar. Às
duas e meia da tarde, portanto mais de cinco
horas depois do início da excursão e num ponto em que voltando pelo mesmo caminho teríamos que marchar na mata escura, Beto disse:
chegaríamos ao cume, nem que tivéssemos de
dormir lá.
E chegamos. A vegetação rasteira, de
galhos firmes e interrompidos, crescia sobre uma
capa de terra. Não era por si o cume mais agradável dentre as montanhas que já conheci, mas
tinha lá seu charme e um fantástico ponto de
vista para a Pedra do Buraco do Ouro, velha
conhecida nossa. Farnel devorado, fotos tiradas, não pudemos estender demais a permanência no cume. Em poucas horas cairia a noite.
A descida poderia ser mais tranqüila se
trovoadas e nuvens não nos ameaçassem na primeira hora após a saída do cume. O trecho odiado pelo Waldecy era realmente imensurável e
também inadequado para pessoas com problemas nos joelhos. Samara, Beto e Waldecy não
paravam de falar, e foram injustiçadamente culpados por alguma lentidão do grupo, injustiça
mesmo pois o ritmo de descida, resguardado o
Julho de 2001
cansaço e a natureza acidentada do terreno, era
excelente. Mas foi impossível evitar a escuridão. Chegando ao pasto onde antes havia as mulas, encontramo-nos em dúvida, pois outro caminho parecia obviamente mais tranquilo para
voltar que a trilha que havíamos pego algumas
horas antes. Mário Senna e Beto foram averiguar, enquanto aguardávamos sentados, conversando. Os últimos raios de sol desapareceram e esfriava. Lanternas e anoraks saltaram
fora das mochilas. Após uma conferência entre
os guias - Mário e Beto - e os aspirantes - Macoto
e Samara -, decidiu-se pela utilização da trilha
não experimentada. Decisão certa, pois não foi
preciso mais de duas horas perambulando com
lanternas pela mata escura para retornarmos ao
ponto de partida, encontrando os carros, a estrada, um bar.
Não havia Skol onde paramos para beber. Alguns de nós se perguntavam por que o
Festas parecia menos animado naquele dia, outros anseiavam um banho quente, eu tentava
montar uma decisão sobre fazer ou não uma
travessia de Petrópolis para Teresópolis no dia
seguinte, que acabei não fazendo. Ao som de
muito papo num bar de Vargem Grande, cada
um de nós, num instante em que os olhos baixavam à mesa dobrável e o pensamento se desviava do instante para a eternidade, percebeu
quanto é bom estar vivo para vencer desafios.
Anderson Barata Custódio
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