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www.guanabara.org.br Julho de 2001 Aniversariantes do Mês 09 Paulo Monteiro Machado 10 Márcio M. de Araújo 11Maria Daisy de Macedo 12 José Reginaldi Dante 12 Marcelo E. de Oliveira 12 Daniel dos Santos Borges 13 Cheila Maria D. Coutinho 13 Celso Cardeman 14 Alice Aparecida Camargo 15 Myriam Mota 15 Giselle B. do Valle 15 Márcia M. Arroyo Cruz 16 José Coelho Filho 16 Fabio F. N. de Medeiros 17 Rafael Cunha Marini 17 Angela de C. Mattos 18 Vera Lucia de A. Borges 19 Ruth Menezes da Costa 19 Ana Lúcia Freitas da Silva 20 Adalberto J. da S. Britto 20 Daniela Silva Santos 23 Alex Elizeu Cardoso 24 Bernarda Santos 25 Cléber José Padinha Luz 26 Moacyr dos Reis Abreu 26 Ana Maria de Araújo 26 David Simpson 26 João C. de Souza Marques 27 Beatriz H. F. da Silva 27 Claudia R. Arnaud 29 Adauto G. Torres 29 Conchita G. Kaleche Pan Montanhismo - RJ Edição de Julho de 2001 - 300 exemplares IMPRESSO Notícias Problemas com o condomínio Novidades da Biblioteca Notícias da FEMERJ Festa Agostina Nova Coluna no site do CEG Reuniões do CEG Social: Todas as quintas-feiras, a partir das 19:00. Tabelas de Preços Mensalidade: Matrícula ou Descongelamento: Curso Básico de Montanhismo: R$10,00 R$30,00 R$270,00 Diretoria Presidente: Vice Presidente: Tesoureiro: 1º Secretário: Altair Trindade Séblen Ramos Fernanda Reis Anderson Custódio Diretor Técnico: Frederico Noritomi Diretor de Divulgação: Rodolfo Campos Diretor de Meio Ambiente: Clésio Kleske Bibliotecária: Elisa Goldman Colaboradores deste mês: Rodolfo Campos, Frederico Noritomi, Anderson Custódio, Fernanda Reis, Elisa Goldman e Séblen Mantovani Caso você queira contribuir com esse boletin, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões para rua Washingtos Luiz, 9 -cobertura -Rio de Janeiro -RJ -CEP:20230-020 ou por e-mail:[email protected] As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. Rua Washington Luiz, 9 cobertura - Centro - Rio de Janeiro RJ - CEP: 22.230-020 Tel.:(21)2232-0569 www.guanabara.org.br Artigos Nó UIAA Frederico Noritomi O Seio da Mulher de Pedra Anderson Custódio Mulheres e Montanhas Fernanda Reis No Tempo da Pedra Lascada Elisa e Sblén Rodolfo no Escalavrado (Foto de Manuel Rosário) 01 Marly Ferrari Laviola 02 Walmir Leite de Barros 02 Adriana S. da R. Loures 04 José Benito R. Quintas 04 Eliel França Gomes 04 Jana Menezes Assad 05 Lucia Mattos Rebello 05 Yolanda Soares Alves 06 Luiz Soares da Costa 06 Lucy Felix Garrana 07 Janir Rosa 07 Solange Maria Figueirêdo 09 Sérgio Pedro Q. Zoéga 09 Eçy Pontes de C. Junior 09 Gian Shimada Brotto 09 Luiz Fernando M. Ribeiro www.guanabara.org.br Programação do Mês Dia Excursão Julho de 2001 Local 1 1 Pico do Papagaio via Serrilha PNT Pedra da Gávea PNT 7 7 8 8 14 15 Pico do Papagaio Cocanha La Niña Face Norte Cabeça de Peixe Cobiçado PNT PNT Dona Marta Morro da Urca PNSO Petrópolis 15 Costão Pão de Açúcar 21 21 Catacumba PNT 21 Ferrugem Parque Laje /Corcovado / Cosme Velho Asa de Hermes 22 Represa do Camorin Parque da Pedra Branca 22 Circuito do Aiuruoca 28-29 28 29 04/08 Travessia Petrô-Terê Heineken Azul – Coloridos Torres de Bonsucesso PNI PNT Pão de Açúcar Morro da Urca Teresópolis Classificação Guia Caminhada leve Caminhada leve beneficente Caminhada leve Caminhada leve Esacalada 4º, V Escaladas diversas Caminhada pesada Caminhada semi-pesada Caminhada leve c/ lance de 1º Escalada 2º, III Caminhada leve com piquenique Caminhada semi-pesada Caminhada leve Caminhada semi-pesada Caminhada pesada Escalada 2º, III Escalada 2º Caminhada semi pesada com rapel Alex Samara e Macoto Clézio Fred Fred Alex Bomtempo Fred Macoto Samara Bomtempo Alex Luiz Alberto e Flavinho Samara Luiz Alberto e Flavinho Fred e Samara Bomtempo Bomtempo Beto Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta feira à noite (232-0569). 2 www.guanabara.org.br Ao criar essa coluna sobre o passado do CEG tivemos a intenção de resgatar um pouco da história do clube e mais amplamente a história do montanhismo no Rio de Janeiro. A partir da leitura de alguns boletins, relatórios antigos e artigos de jornais nos deparamos com o fato curioso de que os jornais das décadas de 50 e 60, principalmente o Correio da Manhã, O Globo e o jornal O Dia, noticiavam a programação dos clubes de montanhismo e as conquistas dos mesmos numa coluna específica, localizada no caderno dos Esportes. No Correio da Manhã a coluna se chamava “Vida Excursionista”, no Globo; “Montanhismo”, e no jor- Julho de 2001 nal O Dia “ O Dia Excursionista”. A proposta dessa coluna seria divulgar as descobertas do nosso arquivo e até mesmo de outros acervos que registrem histórias curiosas sobre o passado do excursionismo. Desvendar a origem dos clubes, as primeiras conquistas e as condições nas quais estas aconteceram, são algumas das informações preciosas que nós podemos divulgar. Pretendemos registrar entrevistas com montanhistas “das antigas”, do Guanabara e de outros clubes reproduzir fotos e curiosidades a respeito dos hábitos e costumes dos nossos “pioneiros”. Não se sintam ofendidos se vocês forem procurados por nós para enriquecer o nosso arquivo de informações. Brincadeirinha! Curiosidades antropológicas e históricas dos primórdios do montanhismo farão parte do nosso boletim a partir de agora. Contribuições serão sempre bem recebidas, seja na forma de depoimentos, sugestões de conteúdo ou doações de material fotográfico e escrito de época que possam enriquecer a nossa reconstituição histórica. Aguardem as histórias dos “tempos do conguinha”... Elisa e Sblen 11 www.guanabara.org.br Julho de 2001 Mulheres e Montanhas Julho de 2001 Nó UIAA Não sei, no íntimo, o que leva um homem a procurar o montanhismo como esporte para a vida. São muitos os motivos... Superar os próprios limites, um exercício físico radical, desejo de ir a lugares nunca antes visitados, conquistar montanhas na forma de vias de escalada, fugir dos centros urbanos, isolar-se, paixão pela natureza, ter uma vantagem a mais para contar para as garotas... ou seja, são muitas as opções. Mas sei, e posso dizer que de forma “quase” generalizada, salvo as exceções, é claro, o que leva uma mulher a procurar este esporte... Liberdade. Liberdade para fazer o que, antes, era considerada “coisa de homem”, e mulheres dignas e decentes não poderiam, nem de longe, acompanhá-los. Liberdade de fazer uma caminhada pesada, com um grupo basicamente masculino, e, na volta, ser vista como uma mulher forte, determinada, vencedora, e não como uma exibida e vulgar andando entre homens. Liberdade para saber dos próprios limites, e não precisar de autorização para decidir sobre o que fazer. Liberdade de chegar ao cume de uma montanha, olhar em volta e sentir aquela sensação indescritível de vitória, que, em algumas das vezes, chega a dar vontade de chorar. Lembro-me, quando adolescente, que as meninas que iam acampar, com um grupo misto, não eram bem vistas pelas mães das amigas, e consideradas um mau exemplo para as mesmas. E se a intenção era de acompanhar o irmão mais velho em alguma “expedição”... esquece! Imagina se ele iria querer levar a irmã para atrapalhar tudo. E, se por um lado, existiam os pais liberais e democráticos, por outro, havia toda uma sociedade para a qual se deveria prestar contas de todos os nossos atos e palavras. É bem verdade que hoje, algumas de nós, ainda que livres e independentes, prefiram viver sob os domínios de uma figura masculina, seja ela paterna ou marital, mas esse é um outro tipo da mesma liberdade, a de escolha... Esperamos que, daqui a bem pouco tempo, estas palavras não façam mais sentido, pelo simples fato de que nossas filhas e netas não mais ouvirão as histórias de repressão e limitações tão contadas e recontadas por nossas mães e avós. Em resumo, queremos subir todas as montanhas, escalar todas as rochas, conquistar todos os cumes, nadar em todos os rios e rapelar em todas as cachoeiras que pudermos. Porque somos livres, fortes, determinadas e capazes, e queremos ir além das fronteiras, queremos chegar, ver, conquistar (ou participar da conquista), conhecer, descobrir, superar obstáculos, e tudo o mais que nossas mãos e pés alcançarem. Reconhecemos, porém, a superioridade física masculina, a coragem e a experiência de quem, durante toda a história da humanidade, sempre se aventurou pelos meandros da Terra, sem restrições. E pedimos que eles nos ajudem sempre, nesta trilha tão nova e desconhecida por nós, porque, afinal, esta não é uma história de competição, mas de liberdade... Fernanda Reis Festa Agostina do CEG e Sorteio Dia 4 de agosto seré realizada em Teresópolis, na casa do André, a festa “agostina” do CEG. Vai ter quadrilha, comidas típicas, bebida e tudo mais que uma tradicional festa do CEG tem. de Mochila Cargueira Entre aqueles que estiverem vestidos devidamente a caráter (mulheres de homem e homens de mulher), será sorteado uma mochila 75 litros da Lafuma. Maiores informações na secretaria. 10 www.guanabara.org.br O UIAA é um método de segurança muito eficiente que se utiliza apenas da corda e um mosquetão para criar a fricção necessária para frear uma queda. O mosquetão deve ser de base larga com rosca para permitir que o nó passe facilmente por seu interior. O UIAA amplifica a força da mão com o atrito da corda com a corda e da corda com o mosquetão. Ele é provavelmente um dos métodos mais fortes, perdendo apenas para o Grigri, SRC e Trango 8. Pode ser usado tanto no baudrier, como um freio comum para segurança do guia, quanto preso à ancoragem, para segurança do participante. O UIAA é o único método de segurança tradicional que proporciona atrito suficiente qualquer que seja o ângulo entre a corda que entra e a que sai. Daí advém sua maior vantagem: não requer nenhuma posição especial de travamento. Basta que o assegurador segure a corda para travá-a, não sendo necessário puxá-la para trás, como nos outros métodos. O atrito do UIAA tem a peculiaridade de ser menor quando as cordas formam um ângulo de 180º do que quando estão lado a lado, a 0º. Isso significa que sua força máxima é relativamente menor para queda de guia do que para queda de participantes. Mas em termos absolutos o UIAA proporciona mais atrito do que o oito, a plaqueta e a cestinha. Esse atrito maior significa uma frenagem mais rápida em uma queda extrema. O UIAA tem alguns defeitos. Ele torce a corda mais do que qualquer outro método, deixando-a bem encocada após alguns esticões, principalmente se a mesma pessoa guiar o tempo todo. Para desenrolar a corda, pendure-a esticada e sacuda-a bastante. Outro problema é que o calor gerado pelo atrito dinâmico de uma queda longa pode queimar a capa, deixando-a com aspecto vitrificado, conseqüência que tem repercussões apenas cosméticas. O UIAA também pode ser utilizado para rappel, mas tem a enorme desvantagem de torcer demasiadamente a corda (uma volta a cada 1,5m). Frederico Yasuo Noritomi Diretor Técnico do CEG 3 www.guanabara.org.br Notícias da FEMERJ A Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ), fundada oficialmente em 29/08/2000, vem realizando inúmeros trabalhos em prol do montanhismo no Brasil, mais notadamente no Rio de Janeiro – sua área de atuação. Enumeramos, abaixo, alguns dos inúmeros trabalhos que a FEMERJ vem realizando: 1. Organizamos a manifestação pública contra o fechamento da rua Sara Villela no bairro do Jardim Botânico, que dá acesso a uma área de escaladas denominada “Aderências do Sumaré”. Compareceram ao evento cerca de 150 pessoas, na sua maioria montanhistas contando inclusive com a presença de autoridades do governo e ONGs ambientalistas; 2. Promovemos a reunião com Carlos Henrique, Superintendente do Ibama, a fim de efetivar um acordo visando o acesso às “Aderências do Sumaré”; 3. Foi feita denuncia junto ao Ministério Público sobre o fechamento da rua Sara Vilela, 4. Denunciamos, junto a Rede Globo, Revistas Época e Isto É, o fechamento da rua Sara Vilela; 5. Tivemos uma reunião com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Eduardo Paes e o diretor da Secretaria Municipal de Urbanismo, Alfredo Sirks, para a transformação do complexo do Pão de Açúcar em Parque Municipal; 6. Criação do Projeto Pitanguy, que visa fazer manutenção nas vias de escaladas, trocando os grampos que não apresentam mais condições de segurança por novos; 7. Acordo com o PNSO e PNI, garantindo o desconto de 50% para quem apresentar a carteira da FEMERJ na entrada dos Parques; 8. Foi elaborado um Ofício para avisar aos operadores de muros de escalada sobre os riscos iminentes e os cuidados necessários para a sua operação; 9. Criamos de um Grupo de Trabalho a fim de viabilizar a realização do Festival Banff de Cinema Canadense de Montanhismo no Rio de Janeiro; 8 Julho de 2001 10. Criamos de um Grupo de Trabalho para atuar junto ao PNSO, no sentido de apresentar idéias e sugestões com relação aos diversos problemas que este Parque enfrenta; 11. Criamos um Grupo de Trabalho visando avaliar a resistência de material inox para a confecção de grampos de escalada a serem utilizados à beira mar; 12. Organizamos e realizamos da Abertura de Temporada de Montanhismo de 2001; 13. Organizamos campeonatos de escaladas em muros artificiais; 14. Fizemos contatos com os principais meios de comunicação, oferecendo os serviços da FEMERJ, quando houver qualquer noticia sobre montanhismo; 15. Elaboramos a homologação dos Cursos Básicos de Escalada; 16. Abrimos processo junto a Secretaria de Urbanismo solicitando Servidão de passagem preventiva para as escaladas no morro do Cantagalo; 17. Reunimos com o Major Fábio do Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente do Corpo de Bombeiros para que a FEMERJ trabalhe em conjunto com os Bombeiros nos casos de salvamento e resgate de praticantes do esporte; 18. Abrimos processo junto a Secretaria de Urbanismo solicitando Servidão de passagem preventiva para a face sul do Corcovado; 19. Criamos o Grupo de Trabalho – Parque Nacional de Itatiaia, visando a realização, juntamente com a FEMESP, de um Workshop a fim de debater os problemas existentes no parque Para melhor conduzir e ordenar o processo evolutivo da escalada no Estado, temos mantidos discussões constantes sobre a ética. Dentro desta discussão os pontos de destaque são: a) a busca do mínimo impacto ambiental, seja na conquista, como na repetições de vias; e b) o respeito ao direito autoral das vias. Neste contexto a FEMERJ desencoraja e desaconselha veementemente a colocação de de proteções fixas (grampos e chapeletas) próximos www.guanabara.org.br Julho de 2001 A Montanha é o meu Lar Vocês já viram um bivaque com prateleiras e tarimba com colcha de babadinho? Pois é, este é o mais novo estilo de bivaque praticado pelo guia Mario Senna! Quem não te conhece é que te compra... Não divulgaremos a montanha para não haver invasão de privacidade. Esporte Complicado Entusiasmada com o CBM, mas assustada com o volume de informações, Débora comentou após uma escalada: Escalar é muito divertido, mas é muita coisa para prestar atenção. É difícil ter que ficar pensando o tempo todo... Mão Única Descendo a trilha da Agulhinha da Gávea, após escalar o Paredão Olimpo com o CBM, Débora não se conformava com as nuvens bloqueando a maravilhosa vista e já planejava sua volta em um dia com céu mais limpo. –Fred – disse ela – eu tenho que vir aqui novamente! É por esta trilha mesmo que eu vou para o cume? –Bem – pensou Fred – se é por esta trilha que estamos descendo do cume, acredito que subindo nós voltemos para lá... Comida Japonesa No Paraíso das Plantas, após a excursão para o Escalavrado, cada um dos participantes já sonhava com o que comeria no jantar. Foi quando Alexandre suspirou: -Até que um japonês ia bem... -É – concordou André – ia bem mesmo!!! Os dois olharam sorrindo para Macoto que, num pulo, encostou suas costas na parede e se afastou assustado: -Peraí, gente, o que é isso!!! 5 www.guanabara.org.br Julho de 2001 Problemas com o Condomínio Novidades da Biblioteca A histórica péssima relação do Centro Excursionista Guanabara com o Condomínio Devanise se agravou com a deliberação da Assembléia Geral Extraordinária de Condôminos que reduziu o horário de funcionamento da portaria do prédio para o período de 8hs às 20:30hs em virtude do racionamento imposto pelo Governo Federal. Não preciso dizer o quanto essa medida prejudica o CEG, pois muitos sócios não têm condições de chegar antes desse horário. Diante dessa medida arbitrária e ilegal ditada pelo síndico e outro condômino, proprietários de quase a totalidade das salas do edifício, vários sócios do CEG já se mobilizaram para solucionar o problema. Foi contratado um advogado para tentar resolver administrativamente o litígio e, não sendo possível, mover uma ação judicial em face do Condomínio do Edifício Devanise. Enquanto a questão não é resolvida, pedimos aos associados que procurem chegar às reuniões antes das 20:30hs, a partir de que a portaria estará fechada, reabrindo novamente apenas às 22hs para a saída de todos. REVISTAS: Terra - (maio de 2001), edição de aniversário.Artigos:” O mundo lendário de El dorado - sul da Venezuela, artigos sobre a Tailândia, Zanzibar e a floresta dos Guarás no Maranhão. Montagnes Magazine - revista francesa (maio de 2001).artigos sobre as montanhas dos Pireneus. Vertical Roc - revista francesa (maio de 2001) tema dos artigos: As montanhas da Antártica, a precoce morte dos glaciares, as falésias da Alta Savóia... Atenciosamente, A Diretoria 4 LIVROS: Annapurna - Maurice Herzog, Companhia das Letras. (doação de Elisa Goldman) GUIAS: Guia de escaladas de Nova Friburgo - Pedra catarina mãe (à venda no CEG por R$5,00). Errata: o livro Fantasmas do Everest e a revista Montagne, anunciados no último boletim como comprados pelo CEG, foram na verdade doados, respectivamente, por Altair e por Tereza Aragão. www.guanabara.org.br ou em fendas. Uma vez que as fendas podem ser protegidas de maneira segura com os diferentes tipos de equipamento móvel existente. E, principalmente por seguir um dos principais pontos da ética local que é o mínimo impacto ambiental, ou seja, reduzir ao estritamente essencial (numa combinação de segurança e estilo) as marcas da sua passagem sobre a rocha. Por outro lado, a Federação enxerga no direito autoral de conquista das vias uma das bases de sustentação da ética da escalada, e um dos pontos cruciais para a convivência entre os diferentes pensamentos na comunidade de escaladores. Assim, como forma de conciliar estes pontos, a FEMERJ vem estimulando os conquistadores de vias com fendas grampeadas que autorizem a remoção destes grampos, ou que eles mesmo os removam. Após conversa com vários conquistadores, acreditamos que a presença de grampos nas fendas destas vias foram justificadas na época da conquista, pela escassez de material móvel. Este fato já é contornável nos dias atuais. Abaixo estão relacionados os principais pontos que sustentam a diretriz da FEMERJ neste sentido: 1. Os equipamentos móveis são facilmente encontrados nas lojas de equipamentos do Estado; 2. A evolução da tecnologia aumentou tanto a segurança, como as alternativas de utilização destes equipamentos, em diferentes tipos de fendas; 3. O uso do equipamento móvel permite ao escalador adaptar o grau de proteção ao nível de exposição que deseja assumir (aumentando ou reduzindo o número de peças), sempre considerando as características da fenda. Inclusive, podendo realizar a passagem em artificial; 4. Permite, por vezes, um maior controle sobre as proteções. O escalador sabe das condições das proteções que coloca, ficando menos expostos à grampos podres ou batidos inadequadamente; 5. Assim como os cabos de aço foram removidos das vias, a troca dos grampos por proteção móvel, segue a tendência histórica de uma Julho de 2001 escalada mais limpa. Dentro da ética do mínimo impacto ambiental ou da escalada limpa, os grampos e demais proteções fixas devem ficar restritas às situações onde estes são a única alternativa de proteção; 6. Dentre o total de vias existentes no Estado, há um número relativamente baixo de vias que podem ser protegidas com material móvel. Por exemplo, na Urca menos de 13% das vias permitem a proteção com material móvel. Ao proteger uma fenda com grampo, além de reduzimos ainda mais estas vias, conferimos à elas um caráter mais comum. Estaríamos retirando delas sua peculiar característica, que a torna mais destacada, mais interessante e valorizada; 7. A existência de um maior número de vias para serem protegidas com equipamento móvel, permitiria que os escaladores locais, atuais e futuros, desenvolvam melhor técnica para este tipo de necessidade. Pois, de uma maneira geral, o fato de existir poucas vias com fendas faz com que o conhecimento das técnicas de proteção em móvel fique limitada. Isto carece quando nossos escaladores vão conhecer outros locais de escalada, onde as vias com fendas são comuns e a proteção é invariavelmente feita com equipamento móvel, como ocorre nos centros de escalada de quase todos os países. Aos montanhistas que tiverem interesse em limpar vias com fendas grampeadas, onde é possível a colocação segura de proteções móveis, a FEMERJ recomenda: a) – escalar a via em móvel; b) – fazer um croqui mostrando como ficaria a via sem as proteções fixas; c) indicar qual a proteção móvel utilizada; d) – apresentar aos(s) conquistador(es) o projeto de modificação, obtendo a aprovação, por escrito, do(s) conquistador(es); e) – apresentar à FEMERJ o projeto para registro e arquivamento na croquiteca; f) – implantar o projeto com data marcada para a divida divulgação; Saudações montanhistas Diretoria da FEMERJ 9 www.guanabara.org.br Julho de 2001 O Seio da Mulher de Pedra Montanhas e nuvens podem desenhar o inusitado. Entre Teresópolis e Nova Friburgo um conjunto de rochas íngremes e nuas de árvores, por capricho de uma relação de altura, largura e sítio, esculpem à ótica dos viajantes que passam pela rodovia que liga as cidades o perfil de uma mulher vertida ao solo: seu cabelo, o sulco ocular, nariz, queixo, pescoço e um protumberante seio. O Seio da Mulher de Pedra, uma aguda formação a que se ascende em cinco ou seis horas de caminhada, foi a meta da nossa última aventura dentro do projeto de excursões exploratórias patrocinado por Mário Senna e Beto. O dia raiava e eu pegava um táxi ao ponto de encontro com Samara e Macoto, e ouvia sonolento do condutor estórias da noite perversa nesta cidade. A lourinha já estava lá, não com o melhor dos humores tão cedo de manhã, mas com sua mochila e mais energia que eu. Macoto chegou após certa demora, juntamos nossa presença, nossas mochilas à dele e pegamos a estrada. Conversávamos sobre agruras e ansiedades de quem visa conseguir a carteira de guia, mas acho que as mulheres são mesmo mais frágeis, porque na primeira distração Samara partiu para o mundo dos sonhos. Num segundo ponto de encontro, no posto Garrafão de Guapimirim, reunimos a maior parte do grupo: Mário, Beto, Luiz José e Zé Pinho, de nosso clube, e vários convidados do CERJ, capitaneados pelos sempre divertidos Valdecir e Alexandre Festas. A próxima parada foi em Vargem Grande, localidade à beira da rodovia RJ-130, onde encontramos o último convidado - Alexandre Abreu -, que nos retribuiu com uma carona em sua Land Rover até o ponto em que a caminhada começa. Entre paradas e encontros, eram quase nove horas da manhã quando puseram-se em serviço as pernas de tantas pessoas. Invadimos uma chácara - onde não se notava a preocupação com invasores - e, pulando um cercado, encontramo-nos num pasto que se es6 tendia por um pequeno morro acima. Era de fato um sítio lindo, do tipo onde um homem podia querer nascer, crescer ou morrer, um pasto de vegetação rasteira, comida por bois e vacas que não se viam lá, algumas árvores de troncos altos e esguios e copas largas, e o paredão rochoso cujo cume denunciava que estávamos ao lado do Pescoço e do Queixo da Mulher de Pedra, tudo era caetanamente lindo. Mario Senna e Waldecy avançavam na frente; Beto entrevistava Samara perscrutando sinais que lhe permitissem avaliá-la, ambos na retaguarda do grupo. A mim, marchando entre as duas extremidades, interessava tirar fotos de tão iluminado território, documentar mentalmente o refúgio, simplesmente passear por ali. Guias são pessoas e, antes de tudo, sujeitas a enganos. Mário e Waldecy, que já havia estado lá muitos meses antes, sairam da mata e entraram num bosque próximo por um caminho de animais, um espaço na cerca. Ao fim do dia, constatou-se que esse foi um engano que esticou nossa jornada em cerca de uma hora. De fato, a trilha que nosso grupo tomou encaminhou-o até um paredão que não se achava forma de contornar e que confundia de sobremaneira os guias, atormentando-os. Muito tempo foi preciso para que entendêssemos que era preciso retornar um pouco, descobrindo outra trilha que desaguava em um pasto. Surpresa: havia duas ou três mulas lá que, assustadas, relincharam até a exaustão com a aproximação de Luiz José. Por efeito de um efeito revigorante que a visão de cumes e panoramas induz quando se sai da floresta e se encontra um costão ou platô, a fadiga e a fome que surge depois do meio-dia aquietaram-se, e de fato o que perturbou um pouco foram os repetidos avisos de Waldecy, de que logo entraríamos de novo no matagal, e logo em seguida começaria uma esgotante e longa subida que ele não tinha o menor prazer em experimentar. Sem a intenção de soberba, pessoalmen- www.guanabara.org.br te a subida não foi tão pesada para merecer tanta advertência do companheiro do CERJ. Inquietava era o horário; três ou mais vezes ouvi Mário Senna e Beto procurarem concordância sobre uma hora limite para o retorno, o mesmo número de vezes vi-os ignorar tais limites por força de um orgulho próprio de homens da montanha: só parar quando o cume chegar. Às duas e meia da tarde, portanto mais de cinco horas depois do início da excursão e num ponto em que voltando pelo mesmo caminho teríamos que marchar na mata escura, Beto disse: chegaríamos ao cume, nem que tivéssemos de dormir lá. E chegamos. A vegetação rasteira, de galhos firmes e interrompidos, crescia sobre uma capa de terra. Não era por si o cume mais agradável dentre as montanhas que já conheci, mas tinha lá seu charme e um fantástico ponto de vista para a Pedra do Buraco do Ouro, velha conhecida nossa. Farnel devorado, fotos tiradas, não pudemos estender demais a permanência no cume. Em poucas horas cairia a noite. A descida poderia ser mais tranqüila se trovoadas e nuvens não nos ameaçassem na primeira hora após a saída do cume. O trecho odiado pelo Waldecy era realmente imensurável e também inadequado para pessoas com problemas nos joelhos. Samara, Beto e Waldecy não paravam de falar, e foram injustiçadamente culpados por alguma lentidão do grupo, injustiça mesmo pois o ritmo de descida, resguardado o Julho de 2001 cansaço e a natureza acidentada do terreno, era excelente. Mas foi impossível evitar a escuridão. Chegando ao pasto onde antes havia as mulas, encontramo-nos em dúvida, pois outro caminho parecia obviamente mais tranquilo para voltar que a trilha que havíamos pego algumas horas antes. Mário Senna e Beto foram averiguar, enquanto aguardávamos sentados, conversando. Os últimos raios de sol desapareceram e esfriava. Lanternas e anoraks saltaram fora das mochilas. Após uma conferência entre os guias - Mário e Beto - e os aspirantes - Macoto e Samara -, decidiu-se pela utilização da trilha não experimentada. Decisão certa, pois não foi preciso mais de duas horas perambulando com lanternas pela mata escura para retornarmos ao ponto de partida, encontrando os carros, a estrada, um bar. Não havia Skol onde paramos para beber. Alguns de nós se perguntavam por que o Festas parecia menos animado naquele dia, outros anseiavam um banho quente, eu tentava montar uma decisão sobre fazer ou não uma travessia de Petrópolis para Teresópolis no dia seguinte, que acabei não fazendo. Ao som de muito papo num bar de Vargem Grande, cada um de nós, num instante em que os olhos baixavam à mesa dobrável e o pensamento se desviava do instante para a eternidade, percebeu quanto é bom estar vivo para vencer desafios. Anderson Barata Custódio 7
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