MOVIMENTO G12

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MOVIMENTO G12
E.B.J – Escola Bíblica Jovem
MOVIMENTO G12
Governo dos 12 ou Visão 12 ou G12 ou ainda grupo dos 12 é um controvertido movimento
religioso que teve seu surgimento no meio evangélico neopentecostal, cujo principal objetivo é o de
promover o crescimento da igreja.
Segundo os adeptos, o G12 busca a evangelização, ou seja, ganhar vidas para Deus, cumprindo com
o mandamento do Senhor: Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura, usando como
estratégia as células, pequeno grupos de oração e estudo da Bíblia.
Origem
O movimento G12 foi criado pelo pastor colombiano César Castellanos Domínguez, da Missão
Carismática Internacional (MCI).
Castellanos iniciou seu movimento em 1983, inspirado no modelo de igreja em células do pastor
sul-coreano Paul Yonggi Cho da "Igreja do Evangelho Pleno". Com esse projeto deu-se início ao
MCI. Castellanos afirma, então, ter recebido uma revelação profética diretamente de Deus, em
1991, em resposta à sua oração em prol do crescimento de sua igreja, devido o movimento inicial
não ter obtido o êxito esperado.
Em seu livro "Sonhas e Ganharás o Mundo" Castellanos esclarece: "Em 1991, sentimos que se
aproximava um maior crescimento, mas algo impedia que o mesmo ocorresse em todas as
dimensões. Estando em um dos meus prolongados períodos de oração, pedindo a direção de Deus
para algumas decisões, clamando por uma estratégia que ajudasse na frutificação das setenta
células que tínhamos até então, recebi a extraordinária revelação do modelo dos doze. Deus me
tirou o véu. Foi então que tive a clareza do modelo que agora revoluciona o mundo quanto ao
conceito mais eficaz para a multiplicação da igreja: os doze. Nesta ocasião, ouvi o Senhor dizendome: vais reproduzir a visão que tenho te dado em doze homens, e estes devem faze-lo em outros
doze, e este, por sua vez, em outros doze.”[1].
Sistemática
De acordo com a visão de Castellanos, a igreja deve ser subdividida em grupos, denominados
'células'. As células se reunem nas casas, onde se realizam reuniões de estudo bíblico e oração, sob
a coordenação de um líder. O objetivo da célula é o crescimento e a multiplicação. Assim que a
célula atinge a meta de 24 membros é dividida em duas células de 12 membros, e assim por diante.
Algumas igrejas utilizam outros números de membros para a multiplicação. Porém, a idéia é a
mesma.
Segundo Catellanos: "...o princípio dos doze é um revolucionário modelo de liderança que consiste
em que a cabeça de um ministério seleciona doze pessoas para reproduzir seu caráter e autoridade
neles para desenvolver a visão da igreja, facilitando assim a multiplicação; essas doze pessoas
selecionam a outras doze, e estas a outras doze, para fazer com elas o mesmo que o líder fez em
suas vidas"[2].
Dessa forma, a visão, como costuma ser chamado o G12, é tratada como uma estratégia para
frutificação rápida e eficaz da igreja, através da qual o evangelismo é sistematizado. É muito
comum que algumas igrejas, adeptas do G12, estabeleçam metas de crescimento de modo a
incentivar a multiplicação das células.
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O Movimento G12 tem gerado grandes discussões no meio evangélico brasileiro, devido à sua
conotação neo-pentecostal. Bem recebido e implantado por algumas igrejas e totalmente rejeitado
em outras.
A principal crítica ao movimento é com relação às doutrinas que os opositores alegam estar
'embutidas' no G12. Muitas dessas doutrinas não são aceitas pelas denominações tradicionais e
pentecostais clássicas, tais como: batalha espiritual, quebra de maldições, cobertura espiritual, atos
proféticos, cura interior, etc.
G12: doutrina ensina que o homem deve perdoar a
Deus
Eles falam de uma "nova consciência", de um deus que é "fonte geradora de óvulos pensantes e
multiplicadores do bem" e de "códigos sagrados" como pré-requisitos para uma comunicação
genuína com o Criador. No processo para a libertação das almas oprimidas, valem os princípios de
cura interior e de técnicas de visualização, com ênfase na eliminação das emoções negativas através
de estratégias psicológicas. Apesar de tantas alegorias, as propostas não partem de nenhuma seita ou
movimento declaradamente adepto da Nova Era, mas estão incluídas em uma espécie de cartilha do
Movimento G12 , que se utiliza do modelo de "igrejas em células" e cujos adeptos se declaram
evangélicos.
O modelo de "igrejas em células" já existe, pelo que se sabe, há mais de 60 anos, mas o precursor
do movimento na América Latina, ao qual aderiram algumas igrejas brasileiras, foi o paraguaio
César Castellanos, há pouco mais de oito anos. A "nova visão", como preferem dizer, é baseada em
um complicado método chamado "Modelo Celular dos Doze", quando os grupos formados por, no
máximo, 12 pessoas de cada vez, reproduziriam o modelo com o qual Jesus trabalhou, ou seja, com
12 discípulos.
Segundo o próprio fundador do movimento, Cesár Castellanos, em um de seus livretos para
orientação dos adeptos, a "visão" lhe teria sido dada por Deus, em 1991, ordenando que, através
dele, o modelo fosse reproduzido no mundo inteiro. Para Castellanos, a explicação é simples: "Jesus
reproduziu o seu caráter em doze apóstolos e, ainda que multidões o seguissem, Ele sempre
concentrou sua atenção nos doze", diz.
Pela estrutura do modelo dos 12, não se formam igrejas da forma tradicional, funcionando com um
endereço, mas sim "células familiares", que vão se multiplicando, de preferência a partir da adesão
da própria família do formador do grupo.
"É mais fácil obter resultados quando se trabalha com grupos pequenos. Além de haver uma
descentralização do poder, fora da figura de um único líder", justifica um anônimo, membro do
G12.
Manual proibido e reuniões reservadas para a cúpula
Mas a verdade é que a estrutura não é tão democrática quanto parece. Desde a sua formação, o G12
mantém e manterá, mesmo depois da morte, o lugar dos 12 escolhidos que formam a cúpula da
igreja. Estes costumam fazer reuniões períodicas, das quais não participam os membros que estão
em posição hierarquicamente inferior. De acordo com eles, as orientações da cúpula serão
repassadas pelos líderes de cada célula presentes às reuniões semanais do G12. Eles também
proíbem expressamente a leitura do Manual do Discípulo – espécie de livro de doutrinas da
organização – por qualquer pessoa que ainda não tenha participado de um determinado "encontro
com Deus", que se realiza por três dias em algum ponto do país.
No Brasil, ainda são poucas as denominações declaradamente evangélicas que seguem o dito
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"Modelo Celular dos 12", ou G12 – pelo que se sabe, o Ministério Internacional da Restauração,
representados por Valnice Milhomens, em São Paulo, e Renê Terra Nova, no Paraná, seguem a
doutrina – mas já começa a causar preocupação em diversos líderes evangélicos os métodos e
práticas de forte apelo psicológico e até mesmo ocultistas com os quais a "nova visão" vem
tentando atrair cristãos de outras denominações.
" Na verdade, o modelo nada mais é do que a restauração do cristianismo primitivo. E pelo plano de
Deus, ao mesmo tempo em que experimentaríamos o esfriamento e a apostasia dentro das igrejas,
surgiria também um novo avivamento – tenta explicar um membro do G12 que, no seu entender, o
novo avivamento consistiria no novo modelo. Nascido entre membros de uma das maiores igrejas
pentecostais brasileiras, onde congregou até a juventude, ele prefere não se identificar, mas diz ter
passado cinco dias participando de um encontro do grupo.
Pela orientação dos praticantes do G12, em sua página na Internet, a "visão" não deve ser
compartilhada com meros curiosos e críticos gratuitos, e sim, com os que forem simpáticos a ela.
Mas, segundo eles, melhor mesmo é que essas pessoas a quem se deseja conquistar sejam recémconvertidas ou ainda não alcançadas, ou seja: que nem tenham visão alguma. A cartilha também
aconselha que os seus membros se guardem de "contaminações e misturas", para que o modelo dos
12 seja preservado.
Para o bispo Renato Andrade dos Santos, da Igreja Episcopal Apocalipse, de Brasília (DF), a
organização parece ser mais um dos tantos movimentos que se apresentam como escolhidos por
Deus para a divulgação de uma nova unção.
"No caso do G12, temos informações de que nos encontros promovidos se cobra uma quantia de 40
reais por pessoa. Chega mesmo a lembrar aquele método da pirâmide, muito divulgado aqui em
Brasília, tempos atrás, e que enriqueceu muita gente", destaca.
Teorias e ensinamentos nada cristãos
Semelhante ao que é encontrado nas religiões ocultistas e movimentos esotéricos, o G12 também se
utiliza de símbolos e modelos fortemente rejeitados no seio das igrejas evangélicas, como a
chamada "Roda de Oração", que consta do "Manual do Discípulo - Construindo Relacionamentos".
O modelo é quase idêntico às "mandalas" (símbolo esotérico) e mapas onde constam os signos do
Zodíaco, e torna complicado o que deve ser simples: o ensino da Palavra de Deus.
As técnicas psicológicas ensinadas no "Manual de Realização do Encontro", por sua vez, são de
arrepiar qualquer cristão: pelas regras do G12 , para que um indivíduo alcance a devida libertação
dos traumas do passado (técnica de cura interior), é necessário que este tente visualizar o "encontro
do espermatozóide do seu pai com o óvulo de sua mãe". Depois da visualização de cada etapa de
vida – no útero, durante a gestação, na infância até a idade adulta –, a pessoa deve perdoar àqueles
que eventualmente tenham lhe causado sofrimento, sem esquecer ninguém - nem mesmo Deus.
"Eles precisam liberar perdão às pessoas envolvidas em cada fase e até mesmo a Deus", diz um
trecho do manual.
Os líderes do G12 também ensinam que "o novo homem nasce de uma consciência ajustada e
harmoniosa", que precisa ser alcançada também através da observância de cinco códigos sagrados
para um relacionamento com Deus: consciência, invocação, intenção, proposta e juramento. Com
significados estranhos, como na fase da invocação – "Invoco vossa presença viva, na formação de
um núcleo de óvulos pensantes e multiplicadores do bem", ou na do Juramento: "Não posso jurar
diante de vós, porque sou terráquea e falível" –, o G12 vem atraindo para si as análises críticas de
muitos teólogos evangélicos.
A começar pela escolha dos doze apóstolos como modelos de caráter, eles mostram pelo estudo
sério e aprofundado do Evangelho, os deslizes teológicos do grupo.
"A Palavra de Deus manda examinarmos tudo, reter, guardar o que for útil. Mas não devemos julgar
a vida do profeta, mas sim a profecia", diz o escritor e pesquisador norte-americano Josh
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McDowell.
De acordo com o pesquisador, todos os doze escolhidos por Jesus tiveram um caráter diferente do
Senhor e dá exemplos: Judas era um dos doze, mas traiu a Cristo; o apóstolo João era bastante
ciumento; Pedro, um homem de pouca fé. Além disso, de acordo com Malaquias 3.6, Hebreus 13.8
e Tiago 1.17, se o Espírito Santo quisesse para os dias de hoje qualquer modelo, Ele teria deixado
escrito, porém não o fez.
Em um outro livrete do movimento G12, seus membros afirmam que já está comprovado que
"espíritos demoníacos controlam as vidas, impedindo-as de se desenvolverem como cristãos
autênticos", daí a necessidade dos retiros espirituais, que permitem a cada novo crente experimentar
uma proximidade mais genuína do Senhor e sentir a influência do Espírito Santo no processo de
libertação e cura interior".
Pelo que mostra a Palavra de Deus, o homem nascido de novo não precisa realizar cura interior ou
se valer de práticas ocultistas para ver respondidos os anseios de seu coração , pois quando se
conhece a Cristo o novo convertido é liberto pelo poder da Palavra ouvida (Romanos 10.17; 2
Coríntios 5.17; Apocalipse 1.5; 21.5; Isaías 43.18,25).
Identificando uma seita
De acordo com as análises de Josh McDoweell e Don Stewart, publicadas na Revista "Defesa da
Fé", especializada em seitas e novos movimentos religiosos, a tolerância religiosa deve ser aceita
por todos, porém, o direito de escolher a própria religião não quer dizer que todas sejam boas.
Como exemplo dos tempos da igreja primitiva citam os saduceus e os fariseus, que tinham posições
religiosas distintas, mas mesmo assim Jesus não poupou palavras duras a esses grupos (Atos 5.17;
15.5; 23.8 e Mateus 23.13, 15 e 33).
No artigo, também orientam como uma pessoas podem identificar uma seita e os quatro caminhos
seguidos por ela. "As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo nunca acertam o
resultado", diz o artigo. O primeiro caminho é o da "Adição" – quando o grupo adiciona algo à
Bíblia, isto é, sua fonte de autoridade não se restringe somente à Bíblia –; o segundo, da
"Subtração" – quando subtrai algo da pessoa de Jesus –; e o terceiro, o da "Multiplicação" – onde
crer em Jesus é importante mas não é tudo. Pregam a auto-salvação, que viria pelas obras. Às vezes
repudiam publicamente o sangue de Jesus. Pela quarta e última característica está a da "Divisão" –
eles acreditam que não existe salvação fora do seu sistema religioso. Além disso, dividem a
fidelidade entre Deus e a organização, e desobedecer a ela equivale a desobedecer a Deus.
De acordo com os pesquisadores, as seitas pseudocristãs costumam se apresentar como a
restauração do cristianismo primitivo que teria sucumbido à apostasia, e o novo movimento surgiria
para restaurar o que fora perdido. Outras ensinam que todas as religiões são boas, contudo será o
seu grupo quem irá unir todas as demais. A Bíblia também é farta em advertências sobre o risco que
a Igreja do Senhor sofreria durante a apostasia, quando muitos cristãos abandonariam o Evangelho
genuíno para seguir práticas estranhas. Para lidar com elas, a Palavra de Deus é definitiva: fuja
correndo de

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