Julho a Dezembro 2012

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Julho a Dezembro 2012
Nº 6/2012
Julho a Dezembro de 2012
Associação Portuguesa de Educação Ambiental
editorial
Mais uma Folha Informativa onde poderão tomar conhecimento de actividades desenvolvidas pela ASPEA, nos seus
vários pólos de acção e pelos vários intervenientes que continuam a desempenhar o seu papel no panorama cada vez
mais mitigado da Educação Ambiental e da Sustentabilidade,
no nosso país.
Damos-vos igualmente notícia de mais umas jornadas, as XX
Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental, que estamos
a ultimar para o mês de Janeiro, dias 17 a 19, numa parceria
exemplar com a Câmara Municipal de Leiria. Assim, podemos
apresentar já nesta data um programa fechado, com conferências, oficinas, grupos de trabalho, saídas de campo, animação, enfim, uma riqueza e variedade de propostas que
irão tornar estas jornadas um verdadeiro espaço de aprendizagem e de partilha que será um sucesso, como em anos
anteriores. Consultem a nossa página web e não se esqueçam de anotar nas vossas agendas este evento, para o qual
contamos com a vossa participação, pois também foi pensado para todos vós.
Enquanto damos continuidade ao projecto europeu Floresta
para todos, Todos pela Floresta, iniciado em 2010, ao abrigo
do qual um grupo de 8 pessoas se deslocou à Roménia, notícia relatada nesta FI, iremos iniciar em Dezembro um outro
projecto europeu na mesma temática, com outros parceiros,
outros públicos e outros objectivos. Dele vos daremos notícia
proximamente.
Verão, pois, que seguimos apostando na educação ambiental
para a sustentabilidade. Com este esforço enorme, para uma
associação com poucos recursos humanos e financeiros,
acentuados pela crise que se instalou, esperamos contribuir
para que haja, por um lado, uma maior transparência nos
decisores e nos agentes económicos, por outro, uma maior
consciência nas comunidades das questões ambientais e do
seu dever de participação individual e cívica, contribuindo
todos e cada um para um mundo melhor.
Deixo-vos um desenho do polaco Paul Kuczynski
(Pawła Kuczyńskiego), que nos ajuda a reflectir e a
continuar neste caminho, sem desânimo, apesar das
notícias que nos chegam da Conferência sobre Alterações Climáticas, em Doha, onde o secretário-geral
da ONU disse esperar "um compromisso político
forte" dos participantes da conferência, que contou
com mais de 17.000 participantes e também com a
presença de ministros de mais de 100 países. Com o
protocolo de Quioto a expirar a 31 de Dezembro,
sem que muitas das metas traçadas tivessem sido
cumpridas e com as manifestações climáticas a que
ninguém pode fechar os olhos, tal como o furacão
Sandy, as inundações, as chuvas torrenciais, os nevões extemporâneos, etc. que nos apontam que as
alterações climáticas "estão a aproximar-se depressa, muito, muito mais depressa do que se esperava,
sendo pois urgente chamar os países à acção "antes
que seja demasiado tarde". Tal como o beija-flor da
história que muitos, certamente, conhecem, nós
estamos a fazer a nossa parte. Contamos convosco.
Fátima Matos Almeida
(Presidente da ASPEA)
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Rádio Ás – Um espaço dedicado à Educação Ambiental
O Programa «Espaço EA fora de portas» realiza-se quinzenalmente e a partir de diferentes temáticas ambientais pretende-se proporcionar contactos e familiarização com as
diferentes experiências pedagógicas, culturais, sociais e políticas da comunidade lusófona.
A partir de diferentes temas ligados ao ambiente, cidadania e sustentabilidade pretende
-se partilhar as experiências, projetos e diversos tipos de manifestações cultural, artística e musical tendo em conta as culturas e identidades locais no espaço lusófono.
Todos os programas têm em conta uma abordagem transversal a diferentes países lusófonos, proporcionando o estabelecimento de redes de cooperação, o fomento de parcerias entre pessoas e organizações da comunidade lusófona e a respetiva partilha das
áreas culturais, artísticas e musicais.
Alguns temas de interesse público:
a. Práticas e projetos de Educação Ambiental nos países lusófonos em especial desenvolvidos por crianças e
jovens;
b. Eventos e efemérides ligadas ao ambiente, cidadania e sustentabilidade;
c. Notícias da atualidade no contexto lusófono sobre temáticas ambientais;
d. Referências literárias e eletrónicas de temáticas ambientais;
e. Contos de autores lusófonos;
f. Entrevistas a cidadãos e personalidades como referências na área ambiental;
g. Repórter fora de portas com acompanhamento de atividades no terreno;
h. Diversidade musical, cultural e artística numa relação com o ambiente.
Esta rádio comunitária, exclusivamente web alojada no domínio da Câmara Municipal de Aveiro, é acessível
em http://www.cm-aveiro.pt/radioas/.
Não perca o próximo programa que se vai realizar no dia 8 de janeiro.
Joaquim Ramos Pinto
informação aos sócios...
Caros Associados,
Uma associação vive do contributo dos seus associados, tanto em trabalho voluntário, como no cumprimento do pagamento da quota anual, que neste caso é de 25 Euros, uma pequena quantia para cada um, se dividida pelos 12 meses
do ano pouco mais é que 2 euros/mês, mas ajuda a manter de pé o funcionamento da associação, bem como a continuidade das acções em desenvolvimento, e possibilita a planificação de novas actividades.
Apelamos então a todos e todas que ajudem a ASPEA a dar continuidade de um trabalho iniciado há mais de 20 anos.
Para aderir ao sistema de pagamento de quota por Débito Directo deverá preencher a ficha de autorização de Débito
Directo e devolvê-la à ASPEA.
Se ainda não pagou a quota de 2012, é tempo de regularizar a sua situação. O seu contributo é fundamental!
Autorização de Débito Directo
Identificação do credor _______________________
Nº autorização__________________________
Eu, ____________________________________________________________________________associado
nº___________,autorizo que por débito da minha conta abaixo procedam ao pagamento da importância da quota
e/ou jóia que for apresentada pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA).
Data ___/___/___
NIB______________________
Assinatura_____________________________________
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ESPECIAL JORNADAS
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ESPECIAL JORNADAS—Aprender fora de portas: redes,
recursos e potencialidades
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ESPECIAL JORNADAS—Aprender fora de portas: redes, recursos e
potencialidades
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ESPECIAL JORNADAS—Aprender fora de portas: redes,
recursos e potencialidades
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projetos a destacar… 1º Encontro do Projeto DRYMOS
Iniciou-se em Outubro a participação da ASPEA no projeto DRYMOS - ΝOVAS COMPETÊNCIAS PARA NOVAS PROFISSÕES NO SETOR FLORESTAL, um projeto no âmbito do Programa PROALV - Leonardo da Vinci, Transferência
de Inovação (TOI), financiado pela Direção-Geral Educação e Cultura da EU.
O objetivo do projeto é desenvolver uma plataforma europeia de e-learning em grego e nas outras línguas dos
parceiros, para a formação de técnicos florestais.
O primeiro encontro plenário do projeto
teve lugar na sede da União para a Proteção & Desenvolvimento de
Hymettus (SPAY), a 6 e 7 de dezembro. O projeto será coordenado pela SPAY, em parceria com instituições de
sete países europeus e duas outras organizações gregas, a Universidade de Patras e a Action Synergy SA. As
instituições europeias parceiras são o Centro Nacional da Floresta de Zvolen (Eslováquia), a Universidade de Friburgo (Suíça), a Etifor Company, representada pela Universidade de Pádua (Itália), a Associação Portuguesa de
Educação Ambiental - ASPEA (Portugal), os Serviços Florestais e Centro de Promoção de Castela & Leão - CESEFOR (Espanha) e a Eurosuccess Consulting Ltd. (Chipre).
No âmbito das próximas tarefas do projeto, os parceiros decidiram fazer um registo de materiais e conteúdos
educativos existentes que possam ser adaptados para a plataforma de e-learning, e proceder a pesquisas em
cada país para identificar as necessidades de formação do utilizador final (engenheiros florestais e silvicultores,
estudantes finalistas, profissionais da floresta, etc.). Ficou também acordado um calendário e um plano de ação
que consiste em “pacotes de trabalho” da responsabilidade de cada um dos parceiros.
Durante o segundo dia do encontro, os parceiros efetuaram uma visita técnica ao monte Hymettus, onde tiveram
oportunidade de obter uma visão detalhada da área reflorestada pela SPAY, em 2009, em Glyfada. Aí também
visitaram o Quartel dos Bombeiros, gerido por uma equipa local de voluntários da proteção civil e combate a incêndios. Mais tarde, os técnicos da SPAY mostraram um equipamento por eles montado na floresta de Kaisariani,
enquadrado no programa LIFE 08/ΝAT/GR/539 – projeto AMIBIO (Automatic Acoustic Monitoring and Inventorying of BIOdiversity), que integra um software que permite a identificação da fauna, através do som produzido.
Nikos Hardalias, presidente da SPAY e Presidente da Câmara de Vyronas, participou no almoço organizado pelos
anfitriões, no segundo dia do encontro.
Fátima Matos Almeida
Parceiros ostentando a faixa do projeto DRYMOS, em Vyronas
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projetos a destacar… ASPEA colabora na versão portuguesa de
Manual sobre Alteraçoes climáticas
Os próximos anos constituirão um período chave que alicerçará as bases da transição para um modelo económico
e social mais sustentável, para o qual se pretende contribuir através do desenvolvimento de todo o tipo de ações
orientadas para atingir uma maior consciencialização ambiental na sociedade, através de atividades de educação,
sensibilização e divulgação na temática das alterações climáticas.
Com a tradução para português do Guia Conhece e valoriza as Alterações Climáticas: proposta para trabalhar em grupo, editado em Espanha pelo Instituto de Prevención, Salud y Medio Ambiente da Fundación
MAPFRE, sob coordenação do Grupo de Investigación, Pedagoxía Social e Educación Ambiental da Universidade
de Santiago de Compostela, a ASPEA procurou dar o seu contributo para ampliar a informação da comunidade
educativa e da sociedade em geral, através de um conjunto de propostas que ajudam a entender a necessidade
de se tomarem decisões informadas quanto ao consumo e aos estilos de vida mais sustentáveis e menos gravosas para as gerações atuais e vindouras.
Destinado a todos os grupos com idades superiores a 8
anos, este guia contempla 14 propostas para trabalhar
em grupo estruturadas com: Resumo – Objetivos Ficha técnica - Chaves didáticas – Introdução – Desenvolvimento passo a passo, que compreende as fases
de Preparação (nos casos em que seja necessário), o
Desenvolvimento da atividade, propriamente dito, a
Avaliação e possíveis Sugestões.
O Guia foi lançado no Seminário EDUCAÇÃO E AMBIENTE: UMA COOPERAÇÃO PELA CIDADANIA
que de-
correu no passado dia 6 de junho no Auditório do ex INAG , em Lisboa.
O Guia encontra-se disponível para download no site
da ASPEA (www.aspea.org).
Joaquim Ramos Pinto
Torne-se sócio da ASPEA
Venha fazer parte da equipa de voluntários da ASPEA.
Como tornar-se sócio? É fácil.
Para tal basta aceder ao site www.aspea.org, clicar em “Associação” e depois em “Ficha de sócio”. Preencha os
seus dados e envie para nós através do email [email protected].
Faça parte desta associação “amiga do ambiente”.
20 anos é também tempo de reflexão e análise, muito gostaríamos que nos dirigissem os vossos
comentários e sugestões para iniciarmos mais uma etapa juntos.
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por onde andam os aspeanos… Dia Mundial da Bolota em Monsanto
O 1º Dia Mundial da Bolota foi instituído e comemorado a 10 de Novembro 2009 pela Escola Secundária Quinta das
Palmeiras, situada na Covilhã. Este dia surgiu para chamar a atenção sobre a destruição da floresta autóctone em Portugal, ancestralmente formada em grande parte por carvalhos (Quercus sp.). A bolota, como se sabe, é o fruto destas
árvores.
Desde esse ano que, no dia 10 de Novembro, se tem vindo a comemorar a efeméride, com várias actividades desenvolvidas por escolas e grupos que têm aderido, cada ano em maior número, a esta iniciativa.
A ASPEA, em associação com a Escola Secundária José Gomes Ferreira, realizou uma acção de recolha de bolotas provenientes de carvalhos autóctones existentes no Parque Florestal de Monsanto, onde participaram 60 alunos e alguns
professores. Esta atividade inseriu-se também no projecto de Parcerias Grundtvig “Forests for All, All for Forests” que
a ASPEA coordena.
No parque de Monsanto existem várias espécies de carvalhos, mas as mais abundantes são o sobreiro: Quercus suber,
a azinheira: Quercus ilex e o carvalho cerquinho: Quercus faginea.
Assim, depois de uma breve descrição do parque, das árvores existentes e da actividade a realizar, começámos todos,
com entusiasmo, a apanhar bolotas! A recolha seguiu os preceitos do “Manual da bolota” da autoria do Professor Jorge
Carecho, disponível no blogue bologta (http://www.bologta.blogspot.pt/) que vos aconselhamos vivamente a consultar.
Os participantes, divididos em grupos de 3, reuniram num saco o maior número possível de bolotas. Nesta primeira
fase, excluímos apenas bolotas com danos facilmente perceptíveis: com buracos, fungos, muito claras e muito leves.
De notar que algumas das bolotas já tinham começado a germinar no solo.
Depois da recolha, os alunos fizeram pacotinhos de papel para depois de fazerem na escola uma nova selecção já mais
exigente das bolotas (por exemplo, observando, num recipiente com água, quais delas flutuam, sinal de que já não
estão em condições, e quais vão ao fundo), levarem algumas para dar ou semear.
As bolotas, depois de um processo de preparação, poderão ser semeadas em vasos/sementeiras, ou directamente no
local pretendido para a germinação e crescimento da árvore.
E assim se deu por concluída a primeira fase desta actividade. Esperamos em breve dar mais notícias de algumas das
nossas bolotas, já noutra fase do seu ciclo de vida. Quem sabe se algumas delas não serão, daqui a alguns anos, imponentes e frondosas árvores, como é nosso desejo!
André Pinheiro de Sousa
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por onde andam os aspeanos… da Letónia a Portugal
Entre os dias 22 e 26 de Outubro a Aspea recebeu a visita de formandas da Letónia, no âmbito do Programa Leonardo da Vinci. Este programa; parte do programa de Aprendizagem ao Longo da Vida, da Comissão Europeia;
financia projectos na área de educação e formação e as suas iniciativas variam desde o proporcionar a indivíduos
experiências de formação relacionadas com o seu trabalho a esforços de cooperação em larga escala.
As experiências de formação incluem por exemplo iniciativas de “mobilidade”, que permitem às pessoas treinar
noutros países, projetos de cooperação para desenvolver práticas inovadoras e redes na área em questão. Os
beneficiários deste programa podem ser estagiários, licenciados, profissionais, ou quaisquer pessoas pertencentes a organizações ativas na área da educação.
O programa estimula organizações que trabalhem na área de educação a trabalhar com organizações parceiras
em toda a europa, trocando boas práticas e aumentando a experiência, conhecimento e habilitações do seu pessoal. O programa aumenta também a competitividade do mercado de trabalho europeu.
No caso presente, as formandas provenientes da Letónia, pertencem à organização VIAA (Valsts Izglítíbas Attístíbas Agentúra), que estabeleceu uma parceria com a Aspea no âmbito do Programa Leonardo, para adquirir conhecimentos e treino com base na observação do que se faz a nível da Educação Ambiental em Portugal.
No primeiro dia o programa da visita foi apresentado e de tarde as formandas foram guiadas ao Espaço Monsanto, onde a Câmara Municipal de Lisboa desenvolve várias atividades de educação ambiental, com a sua interessante exposição permanente, que incluí uma descrição da formação do Parque de Monsanto, desde a plantação
das primeiras árvores; na terra anteriormente dedicada a cultivo; em 1937, a desenhos e fotografias dos animais
e plantas existentes no parque. Das atividades desenvolvidas pela câmara destacam-se os “Percursos da Biodiversidade”, realizados no Parque de Monsanto.
No dia seguinte inteiraram-se na sede da Aspea, em Monsanto, acerca dos objetivos e vários projetos de educação ambiental desenvolvidos pela associação, de entre os quais se destacaram as Jornadas Pedagógicas, Jornadas de Arte e Ambiente, Projeto Rios, Aulas Verdes, parcerias e workshops Grundtvig, etc. Posteriormente, em
conjunto com dois monitores da Aspea, realizaram um percurso pelo parque de Monsanto. Este percurso, em que
se salienta a biodiversidade do parque, quer a nível de espécies vegetais – com o bónus de termos visto as alfarrobeiras e os medronheiros, espécies mediterrânicas, abundantes no parque, pouco conhecidas no norte da europa, carregados de frutos -, quer de espécies animais (e em que se fala também um pouco da história do parque)
foi intercalado por actividades e jogos, semelhantes aos que a aspea realiza no parque em diversas ocasiões
(aulas verdes, cursos de monitores, etc.).
No dia quarta-feira de manhã visitou-se a Quinta Pedagógica dos Olivais, propriedade da Câmara Municipal de
Lisboa, onde percorremos a quinta com um dos responsáveis -observando os animais, a horta, o pomar - que
nos descreveu os vários programas nela existentes (programa escola, programa família e programa sénior) e
onde pudemos também realizar uma das actividades deste último programa, intitulada “O Chá da Quinta” que
tem por objectivo conhecer e identificar Plantas Aromáticas e Medicinais e Sensibilizar para a utilidade e aplicações destas plantas (alimentação, medicina, cosmética, etc.). A actividade decorreu no jardim das Plantas Aromáticas e Medicinais, onde foram descritas as várias plantas, bem como a sua utilidade e terminou com a preparação de um chá com as plantas recolhidas.
De mencionar que a quinta desenvolve as actividades sem qualquer encargo para os visitantes e durante todos
os dias (excepto às segundas feiras, em que encerra).
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por onde andam os aspeanos… da Letónia a Portugal
Houve ainda tempo para uma visita guiada ao Museu da Electricidade, com enfase nas actividades pedagógicas realizadas (experiências, jogos, etc.).
Na Quinta-Feira visitámos a EMAC - Empresa Municipal de Ambiente de Cascais, onde os responsáveis pelo pelouro do
ambiente da câmara nos apresentaram as várias vertentes do seu extenso programa, nomeadamente ao nível da educação ambiental, seguiu-se uma visita ao Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, onde a bióloga responsável nos mostrou o “Aquário de toque”, onde os visitantes do centro são convidados a tocar nalguns dos animais
existentes na zona entre marés, nomeadamente ouriços-do-mar, anémonas, estrelas-do-mar, vários gastrópodes.
Foram também descritas actividades realizadas, nomeadamente, as visitas à praia e à referida zona entre marés.Visitámos também a Eco-Cabana, construção edificada com recurso a derivados de madeira e cortiça. Neste espaço são apresentados os vários parques, ou centros ambientais, existentes no município, bem como os programas, a
fauna e flora existentes em cada um. No Centro de Interpretação Ambiental de Crismina, foi-nos explicado o processo
de formação das dunas, bem como as medidas implementadas para a preservação e recuperação das mesmas.Por fim
visitámos a Quinta do Pisão, espaço da Câmara, onde se pretende que os visitantes usufruam da forma mais descontraída possível da natureza, nomeadamente passeando a pé, de bicicleta e onde se realizam também eventos de Landart, que deixaram já várias belas obras espalhadas pelo parque, se podem também ver animais, nomeadamente uma
criação dos ameaçados burros mirandeses. Neste espaço decorrem também alguns projectos de recuperação de vegetação ripícola e também hortas pedagógicas.
As actividades do dia terminaram com uma visita à Escola Básica da Galiza, activa no âmbito do programa EcoEscolas.
No último dia da visita, as formandas assistiram a uma apresentação do Projecto Rios, em Algés, onde foi também
demonstrado o uso do kit do projecto. Falou-se um pouco da história e dos objectivos do Projecto Rios. Puderam então
participar na demonstração do kit, simulando o que se faz com os participantes nas
saídas do projecto: nomeadamente observação e recolha de amostras.
As águas quiçá não tão limpas e certamente frias da ribeira, não detiveram estas afoitas visitantes, que efectuaram as medições e recolha de água bem no leito da mesma!
Finalizou-se a visita com uma ida ao Parque das Nações, onde Maria João Correia,
bióloga, que participou na recuperação e manutenção da área de sapal aquando da
realização das obras da Expo 98, nos falou da importância deste tipo de paisagem, da sua flora específica, da sua função de viveiro para diversas espécies de animais e das diversas actividades de educação ambiental que se realizaram durante e depois da exposição, não
só na área de sapal, mas também nos vários jardins existentes no parque.
Concluindo, pareceu-nos que cumprimos o objectivo que tínhamos em relação às
formandas: proporcionar um programa rico a nível de conteúdo e também de visitas
a várias entidades/locais onde se desenvolvem actividades de educação ambiental,
interessantes e importantes. As visitantes transmitiram-nos uma opinião muito positiva do que viram, mencionando que poderiam vir a desenvolver algumas dos programas/projectos actividades no seu
país.
Por fim convém mencionar e agradecer o empenho e simpatia com que os técnicos e responsáveis das várias instituições, nomeadamente Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Lisboa, Quinta Pedagógica dos Olivais, Escola
Básica da Galiza,… nos receberam, demonstrando que por vezes com muita vontade e empenho se superam grande
parte dos obstáculos criados pela escassez de recursos e se proporcionam ao público programas variados e de qualidade na área da Educação Ambiental.
André Pinheiro de Sousa
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por onde andam os aspeanos… pela Roménia!
Oito membros da ASPEA, estiveram entre os dias 16 e 21 de outubro, na Roménia, no encontro no âmbito do
Projeto europeu Forests for all, all for forests conjuntamente com 5 parceiros do projecto, a Grécia, a Polónia,
a Lituânia, a Turquia e a Roménia.
Chegada a Bucareste
Chegados ao aeroporto de Bucareste (“bukur” significa “bonito” em
albanês) fomos rumo ao centro da
cidade cuja grandiosidade imperial
não nos deixou com dúvidas por
que esta cidade foi considerada, durante séculos, a Paris do Leste. Um passeio a pé pelo parque “Parcul
Herǎstrǎu”, plantado com carvalhos, faias, plantas aquáticas (thypha sp.) e bétulas, entre outras, levou-nos às
margens do lago artificial Cismigiu, alimentado pelo rio Colentina, onde é possível fazer pesca desportiva (ex.
peixe tigre). Fizemos ainda um reconhecimento das zonas históricas da cidade através de um tour de autocarro num excelente dia de sol romeno.
Workshop de fotografia e visita ao Castelo de Barn
No dia seguinte, no hotel Maridor em Zǎrnesti na Transilvânia (região
do Conde Drácula) reunimo-nos com os restantes participantes da
reunião. Após uma breve apresentação de cada elemento do grupo,
participámos numa oficina de fotografia de paisagem. Após uma breve
introdução à teoria do enquadramento da imagem, saímos à rua como
paparazzi tentando captar instantes da paisagem que nos rodeava,
onde predominavam pradarias e pequenas montanhas.
À tarde fomos visitar o castelo do Conde Drácula, em Barn, que, segundo o romance do escritor Bram Stoker, habitou as terras da Transilvânia. Viemos a saber mais tarde que a 6 km de distância existe uma reserva onde habita uma família de ursos (Water bear).
Visita a Covasna
A região de Covasna é conhecida pela sua excelente água, rica em minerais, e utilizada para fins medicinais,
mas também por ter sido no passado (desde o séc. XIX) o centro de comercialização de madeira e de outros
produtos primários, anteriormente transportados por linha férrea, já desactivada, sendo agora a madeira
transportada por estrada. Cerca de 40% da floresta Romena foi devastada, também pelos fogos, não havendo
ainda um plano de reflorestação da mesma. O grupo teve o privilégio de usufruir de um curto passeio de comboio, percorrendo um pequeníssimo troço da linha férrea, utilizado exclusivamente para fins turísticos. Chegados ao rio, participámos numa actividade inserida no projecto Rios, observação da paisagem através da exploração dos 5 sentidos, guiados pelo Pedro Teiga, um dos elementos do grupo da ASPEA, coordenador do Projeto Rios, em Portugal. Junto ao rio observámos a vegetação envolvente e também a macrofauna do rio - uma
pequena rã e sanguessugas, bioindicadores de poluição orgânica.
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por onde andam os aspeanos… pela Roménia
Visita ao lago Santa Ana e à reserva natural de Mohos
O auge da nossa viagem foi a visita ao Lago St. Ana e à turfeira de Mohos (Reserva Natural), única na Europa. Esses
milagres naturais foram formados a partir das duas crateras vulcânicas da montanha Csomad. Na cratera do vulcão
principal, a 950 m acima do nível do mar, situa-se o lago, com 464 m de diâmetro, e na cratera secundária, a 1050 m
acima do nível do mar, a turfeira de Mohos. Locais de beleza natural extraordinária, fizeram-nos sentir o privilégio de
pertencermos àquele lugar, porque a natureza não diferencia culturas, religiões, pessoas, bichos, mas acolhe e protege todos que dela se aproximam.
Fizemos uma pequena caminhada até ao lago, região monitorizada para fins de conservação. Reza a lenda que mulher
que se banhe nas águas do lago de St. Ana terá muitos filhos saudáveis. Na segunda cratera vulcânica, na parte sul do
pico de Mohos, localiza-se a turfeira de Mohos. Turfeiras são solos com alta concentração de carbono e água e constituem relíquias de períodos climáticos passados. A reserva natural conserva raridades científicas e naturais, como a
turfeira Alpine. Neste parque, habitat do famoso urso água (Water Bear), além de vários tipos de musgo
(Sphagnaceae), observámos plantas carnívoras e árvores centenárias com altura reduzida.
À noite tivemos o nosso jantar romeno onde dançámos, cantámos músicas tradicionais e bebemos palinka, uma espécie de aguardente, à volta de uma fogueira.
Último dia
Na manhã do último dia, tivemos oportunidade de saber com mais pormenor o trabalho de cada parceiro. Por exemplo, o grupo da Polónia apresentou um trabalho com crianças focado nas artes, que de forma livre, utilizaram vários
materiais como papel, madeira, barro, metal, ressaltando a importância da conservação das florestas e toda a vida
que nela reside.
Em contraste, a Turquia apresentou duas actividades realizadas com a comunidade, envolvendo várias gerações de
homens. O primeiro foi a recolha de pinhas, como forma de redução de matéria orgânica inflamável para evitar incêndios e a comercialização do pinhão. O segundo trabalho envolveu a utilização do hipericão no fabrico de um xarope
natural contra inflamações, cicatrizante e calmante natural.
Nessa mesma manhã como despedida, partilhámos as iguarias que cada grupo levou para a reunião. Aqui Portugal,
uma vez mais, fez sucesso. O vinho do Porto, o licor de poejo , o queijo de ortigas e a nossa chouricinha com broa,
foram verdadeiros protagonistas da festa. As iguarias dos restantes países complementaram a degustação e a troca de
sabores saiu perfeita.
Joana Matsen da Silva
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por onde andam os aspeanos… com Greg Traymar e o método Flow
Learning
No dia 29 de Setembro, um grupo de participantes entusiasmados, participou numa saída de campo à “floresta” do
parque Sintra/Cascais. O objectivo desta visita foi o de aplicar alguns dos princípios e actividades do método Flow Learning, que foi criado por Joseph Cornel mentor de Greg Traymar e autor da série de livros Sharing Nature, e que é
muito apreciado pela sua facilidade de utilização, eficácia e poder para inspirar.
O método foi concebido tendo e conta os processos de aprendizagem que as pessoas desenvolvem naturalmente e
fornece uma sequência intuitiva de actividades na natureza para maximizar o seu efeito.
Os seus quatro estádios são: 1.Despertar o entusiasmo; 2.Direccionar a Atenção; 3.Experienciar de forma directa; 4.
Partilhar a inspiração.
E assim foi, que envolvidos pela bela paisagem e floresta de Sintra que começámos nossos jogos e actividades.
Para despertar o nosso entusiasmo e também para “quebrar o gelo” entre os participantes, começamos com a actividade “Corujas e Corvos”:
O grupo, de 16 pessoas, foi dividido em duas equipas iguais, denominadas por
Corujas e Corvos. As equipas foram então alinhadas em frente uma da outra,
com cerca de 1 metro de distância entre elas. No meio da distância que as
separava, foi colocada, ao comprido, uma corda e a cerca de 5 metros atrás de
cada equipa colocou-se uma bandana para assinalar cada base. O instrutor
fazia uma afirmação em voz alta e caso essa afirmação fosse verdadeira as
Corujas perseguiam os Corvos numa direcção, tentando apanhar os seus membros antes destes atingirem a sua base. Caso a afirmação fosse falsa, seriam
os Corvos a perseguir as Corujas na direcção oposta. Quem fosse apanhado
mudava de equipa.
Alguns exemplos de afirmações proferidas foram: “Uma árvore de folhas caducas, mantem as mesmas durante todo o
anos”, ou, “O Sol nasce a Este”, mas é claro que estas se devem adaptar à idade dos participantes.
Ainda para este primeiro estádio do método, realizámos outra actividade, que consistia em, com grupos de 5 a seis
pessoas, imitar um animal. A cada membro do grupo era atribuída pelos restantes uma parte do animal, que secretamente tinham escolhido. Depois todos os membros se reuniam, imitando os movimentos e por fim os sons do animal,
para que as outras equipas adivinhassem de que animal se tratava. O nosso grupo imitou um lobo, um de nós foi a
cabeça, outros quatro, as patas e por fim, um sexto a cauda. Terminámos a representação com um poderoso uivo!
Agora que já tínhamos feito o aquecimento, estávamos prontos para passar à segunda fase do método, destinada a
dirigir a atenção dos participantes para os temas em foque, por exemplo para a educação ambiental, através dos seus
sentidos (toque, audição, olfacto, visão…).
Exemplos de actividades:
-Desenhar um mapa de sons: individualmente, cada participante escolheu um sítio sossegado, onde se sentou e desenhou um mapa, em representou por símbolos os diversos sons que ouviu e a sua posição relativa. Aves a chilrear,
insectos a voar, o vento a passar por entre as folhas das árvores, foram alguns
dos sons representados nos mapas.
- O trilho de objectos não naturais: um conjunto de objectos não pertencentes à
natureza (produzidos pelo homem), foi disposto ao longo de uma corda que os
participantes tiveram de seguir. Os objectos estavam mais ou menos disfarçados no chão ou nas plantas nas proximidades da corda e tivemos de os contar,
não dizendo nada aos restantes participantes que seguiam atrás ou à frente de
nós. No fim sussurrámos o número de objectos que contámos ao ouvido do
Greg. No fim foram enumerados todos os objectos e verificámos ver se os tínhamos descoberto a todos.
O terceiro estádio deste método desenvolve actividades que envolvem os
participantes em experiências relacionadas com o meio natural que os rodeia. Ao focar-se num aspecto da natureza o participante experimenta o
que é ser parte integrante da mesma.
Para esta fase descrevem-se duas actividades, na primeira, o Greg reuniu
alguns “objectos da floresta” (pinhas, folhas, bolotas, pedras, ramos…) e
escondeu-os num lenço dobrado. Destapou os objectos durante cinco segundos, fim dos quais os voltou a tapar e pediu que, passeando na floresta
recolhêssemos objectos idênticos e em igual número aos que tínhamos conseguido memorizar.
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A segunda actividade consistiu num passeio individual, feito em silêncio, em que se
escolheu um sítio do nosso agrado para nos sentarmos e dialogarmos com algum
elemento natural ali presente: uma planta, uma rocha, um líquen…A minha escolha
recaiu sobre um líquen, o que permitiu, enquanto escrevia o diálogo, revisitar o meu
interesse e conhecimentos na área da biologia. Foi uma actividade introspectiva e
interessante.
Tenho que mencionar a beleza do cenário da Serra e também o entusiasmo contagiante de Greg, comunicador excepcional. Os seus olhos faiscavam sempre que partilhava connosco experiências vividas ao desenvolver estas e outras actividades em
várias partes do mundo, com reacções muito diferentes por parte das pessoas. O seu
entusiasmo em relação à educação em geral, e educação ambiental em particular é
sem dúvida genuíno.
O tempo era agora de pausa para o almoço. E este foi rico e exótico quer no aspecto, com o colorido de vários legumes e frutas
de produção biológica (beringelas, romãs, tomates, pimentos…), quer nos sabores.
Depois do almoço, progredimos para o estádio final do método, em que se realizam actividades que envolvem uma maior partilha com outros participantes. Nesta fase os participantes podem reflectir em conjunto sobre o que aprenderam ou experienciaram. Reflectir, com tempo, sobre uma experiência, pode reforçar e aprofundar a aprendizagem dela proveniente – o que pode
até ser feito de forma simples, por exemplo respondendo a algumas questões, escrevendo um texto, fazendo um desenho, etc.
Por fim dar a oportunidade para os participantes falarem com os restantes, ou exporem as suas experiências aprofunda a aprendizagem em todo o grupo. Esta partilha conjunta une também os participantes, criando uma atmosfera alegre e animada, em que o monitor/professor conseguirá partilhar ideias, histórias e conhecimentos com muito maior facilidade.
Em grupos de dois, um dos elementos, vendado, foi conduzido pelo parceiro num
passeio, até a uma árvore escolhida pelo segundo. Aí foi convidado a “sentir” essa
árvore, com as mãos, através do
olfacto…regressaram depois ao ponto de partida, onde a venda foi retirada. O elemento anteriormente
vendado teria então que reconstituir
o seu trajecto e (re)descobrir a sua árvore…uma tarefa quase impossível, mas
que nos proporcionou momentos muito divertidos!
Noutra actividade, também em grupos de dois, após um dos participantes ter
fechado os olhos, foi colocado um objecto natural, uma pena, por exemplo, à
sua frente, a um sinal do companheiro este abra os olhos, durante três segundos, qual obturador de uma máquina e tirava um instantâneo do objecto, que
depois desenhava. Os desenhos foram expostos de forma a ser vistos por todos.
Fizemos também uma árvore humana, com várias pessoas a formarem o
cerne, o floema, o xilema, as raízes, os ramos, as folhas e a casca da árvore. Quando esta ficou completa, os diferentes grupos que constituíam as
várias partes funcionais da árvore fizeram uma coreografia com gestos e
sons que correspondiam às suas funções (por ex. puxar água, respirar,
etc.).
A actividade final foi mais introspectiva. A sós, escolhemos novamente um
“cantinho” da floresta, onde desenhámos, escrevemos um poema ou um
texto, enfim nos expressámos da forma que nos foi mais fácil, pensando
na floresta como uma entidade viva, em que nós constituímos apenas
mais uma nela integrante e viva.
Concluindo, refiro que estas actividades, algumas idênticas ou muito semelhantes a outras realizadas em acções da ASPEA,
dispostas neste método, podem e devem ser utilizadas para proporcionar experiências de aprendizagem únicas. Poderão contribuir para a educação de adultos mais conscientes e que apreciem mais o meio natural que os rodeia bem como as actividades
ao ar livre, os que os levará muito provavelmente a ter um papel mais activo na conservação da natureza.
Como o Greg frisou, não é muito produtivo ensinar educação ambiental através de exemplos negativos, uma experiência emocional positiva proporcionada por um momento único é muito mais marcante e é mais facilmente retida na memória.
A floresta é, claro, um local privilegiado para facultar experiências deste tipo…e durante umas agradáveis horas este foi o nosso
privilégio – “Só podemos proteger aquilo que conhecemos e apreciamos”.
André Pinheiro de Sousa
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Nº 6/2012
Artigo de opinião … Ser voluntário em tempos de crise
Por Bruno Almeida
“Voluntário será sempre alguém, dotado de maturidade humana, afetiva e espiritual, mais disposto a dar que a receber, capaz de estabelecer relações profundas
com os outros, dispondo de boa inserção num grupo e no meio ambiente, o espaço comunitário em que se move.” (Monsenhor Feytor Pinto)
A diversidade de instituições que acolhem voluntários é hoje em dia, arrisco-me a
dizer, maior do que nunca. IPSS, Organizações Não Governamentais de Ambiente
e/ou de Desenvolvimento são aquelas que me recordo mais facilmente, também
por estar direta ou diretamente envolvido nelas, no entanto há mais. É certo, e
estudos devem demonstrar isso, que os níveis de participação da população portuguesa já foram maiores do que agora, provavelmente nas décadas que se seguiram ao pós-25 de abril, contudo nunca a população portuguesa teve os níveis de
literacia que tem hoje. Então o que está a falhar?!
No ano 2011 assinalou-se o Ano Europeu do Voluntariado registando-se um pouco por todo o país inúmeras iniciativas
promovidas em alguns casos pelos Bancos Locais de Voluntariado noutros por diferentes tipos de instituições. Mas
também aqui se levantam questões. E este ano quantas iniciativas idênticas foram realizadas? Deverão restringir-se
apenas aos anos de comemoração? No próximo dia 5 de dezembro assinala-se o dia internacional do voluntário é uma
boa altura para associações e demais instituições apresentarem o seu trabalho e projetos e assim cativarem novos
voluntários. Mas não fiquemos só por este dia.
Ser voluntário é estar disposto a ajudar. É estar atento à sociedade e suas às necessidades. É ter vontade de intervir.
De construir um futuro à semelhança daquilo que deseja. É ter iniciativa própria. É ter atitude crítica. É ter Ambição.
A atual taxa de desemprego jovem e não jovem verificada em Portugal inquieta dirigentes e responsáveis máximos de
associações de voluntariado. No entanto sou da opinião que para um bom desempenho de funções de qualquer voluntário é necessário que este tenha garantida desde logo a sua realização pessoal. Compare-se o número de voluntários
trabalhadores com o número de voluntários em situação de desemprego e tirem-se daí conclusões.
Para uma boa integração de voluntários, em qualquer instituição, é necessário que este reconheça antes de mais ambição do projeto, abertura para exposição de ideias, responsabilização medida e acima de tudo sentido de justiça e de
igualdade. Por outro lado, ao trabalho dos dirigentes – entendidos neste caso como aqueles que coordenam o trabalho
de voluntários – exige-se atenção à evolução do voluntário, acompanhamento, responsabilização e chamadas de atenção na altura certa.
Preocupa-me o excesso de profissionalização que se verifica em algumas associações que nasceram numa base de
voluntariado. Certamente todos, voluntários e dirigentes, querem o melhor para o funcionamento de uma determinada
associação, seja ela qual for, mas quem define a barreira que separa o trabalho do funcionário do trabalho do voluntário? Outra preocupação que aqui registo, é a permanência demasiado prolongada de dirigentes à frente de órgãos sociais. Será apenas a falta de líderes? Organizem-se ações de formação.
Havia ainda tempo e espaço para dizer que é justamente em tempos de crise que se exige a todos mais intervenção.
Seja voluntário! Experimente!
Relato de um voluntário,
Bruno Almeida*
* Bruno Almeida tem 25 anos, é natural e residente na cidade da Guarda. Licenciado em Engenharia do Ambiente, desde 2008, e, no
presente ano, terminou o Mestrado em Sistemas Energéticos Sustentáveis na Universidade de Aveiro. É voluntário da ASPEA desde
2011 e, atualmente, é também tesoureiro na associação Quercus.
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por onde andam os aspeanos… pela Roménia! Um
testemunho de viagem
agenda
XX Jornadas Pedagógicas de
Educação Ambiental—ASPEA
17, 18 e 19 de janeiro de 2013
Teatro Miguel Franco—Leiria
Foi uma oportunidade de criar pontes, estreitar relações e trocar experiências. Uma
mais-valia pessoal e profissional que carregaremos para sempre na nossa bagagem
pessoal.
Programa Missão UP
(Unidos
pelo
Planeta)
-
Galp
Energia
Inicia em janeiro de 2013
Seminário
Nacional
Foi fantástica a oportunidade de viajar para a Roménia e de partilhar com participantes
de outros países – Grécia, Turquia, Polónia, Roménia e Lituânia – o trabalho efetuado
no âmbito das sensibilizações às famílias, no Agrupamento de Escolas de Coruche.
Foi um privilégio representar Portugal, no encontro internacional de parceiros e nele
poder partilhar diferentes olhares sobre a cultura, o património, arte e ambiente, sempre com a floresta com pano de fundo.
Eco-
Escolas—ABAE
25, 26 e 27 de janeiro de 2013
Coine-Teatro S. Pedro—Águeda
Plantabosques
22 a 24 de fevereiro de 2013
Serra de S. Mamede
Clean Up The Med 2013
As apresentações dos trabalhos dos diferentes grupos, o lanche partilhado com produtos locais/tradicionais de cada participante, permitiram conhecer melhor os outros países envolvidos numa perspetiva de partilha de sabores, de tradições, de culturas.
Não poderíamos deixar de salientar a união do grupo, o convívio, a camaradagem. As
vivências e descobertas coletivas. A importância do saber individual para o enriquecimento do todo. Sem tudo isto, esta aventura não teria sido a mesma.
A nossa expectativa inicial era muito reduzida. Tínhamos uma ideia errada acerca desse
belíssimo país que é a Roménia. Constatamos que é um país a erguer-se, a lavar fachadas, a consertar passeios e cada vez mais cosmopolita.
Ficam-nos para sempre guardados lagos, florestas, vulcões, pântanos, castelos encantados, Dráculas e até ursos!
Uma experiência a reter e, se possível, a repetir!
24, 25 e 26 de maio de 2013
7º Congresso Mundial de Educação Ambiental
9 a 14 de junho de 2013
Marraqueche—Marrocos
27th Conferência da Caretakers of the Environment International (CEI)
7 a 13 de julho de 2013
Loch Lomond, Escócia
Vera Severino e Joana Lopes
proposta de jogo… conhecer uma árvore!
Fase de Aprendizagem: Experiência direta
Os conceitos, atitudes e qualidades que ensina: Empatia, consciência olfactiva e
tátil
Quando e onde jogar: Dia/Floresta
Número de jogadores necessários: 2 ou mais
Melhor faixa etária: Maiores de 4 anos
Materiais especiais necessários (se for o caso): Vendas
Este jogo destina-se a grupos de pelo menos duas pessoas, divididos em pares. Deverá
vendar o seu parceiro e levá-lo através da floresta até uma qualquer árvore que o
atraia. (A distância dependerá da idade e capacidade de se orientar/mover do seu
parceiro. Para todos, exceto crianças muito jovens, uma distância de 18 a 27 metros é
normalmente suficiente.
Centro Associativo do Calhau
Parque Florestal de Monsanto
Apartado 4021, 1500-001 Lisboa
Tel.: 217 724 827 | Fax: 217 724 828
[email protected]
|
www.aspea.org
http://www.facebook.com/aspea
Deverá ajudar o membro "cego" do grupo a explorar a sua árvore e sentir que a
árvore é única. As sugestões específicas são as melhores. Por exemplo, se
dissermos às crianças "Sente a árvore", elas não respondem com tanto interesse
como se disser, "esfrega o rosto na casca da árvore." Em vez de "explora a tua
árvore," poderá ser mais específico: "Esta árvore está viva?”, “Consegues
envolver a árvore com os teus braços?”, “A árvore é tão velha como tu?”,
“Consegues encontrar plantas, musgos ou líquenes que cresçam sobre ela? “,
“Há sinais de animais?”, etc..
Quando o seu parceiro terminar de explorar, deverá levá-lo de volta onde
começou, tomando uma rota indireta. Deixe-o mais ou menos na direção da
árvore. Remova então a venda e deixe o seu parceiro tentar encontrar a árvore
com os olhos abertos. Enquanto ele procura pela sua árvore aperceber-se-á que
a floresta se tornou num conjunto de árvores individuais com características
muito próprias.
Inês Faria