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www.guanabara.org.br A Natureza é o nosso Guia Tereza Aragão na crista do Dôme des Ecrins - França Edição de Junho de 2003 - 300 exemplares Artigos Subida ao Dôme des Ecrins Teresa Aragão Eu, Tu, Eles... Fernanda Reis A primeira vez agente nunca esquece Flávio de Anchieta Assembléia Geral Extraordinária Rodolfo Campos Junho de 2003 PROGRAMAÇÃO DE JUNHO Dia Atividade/Local Tipo Guia/Responsável 07 Face Norte/Perdidos do Andaraí Escalada 3.º III Manuel 07 Salomith/Babilônia Escalada 3º IIIsup Beto 08 Cavalo Louco/Pão de Açúcar Escalada 5.º VI Rogéria 15 Churrasco/Reserva Florestal do Grajaú Comemoração dos aniversariantes do mês Altair e Lula www.guanabara.org.br ANIVERSARIANTES DO MÊS 1 2 3 4 5 6 7 9 10 11 16 M2/Babilônia Escalada 4.º V Rogéria 19 Ricardo Prado/Babilônia Escalada 3.º VI Rogéria 21 Andaraí Maior/PNT Caminhada leve Fred 22 Dedo de Deus/PARNASO Escalada 3.º III Fred e Trindade 13 14 23 IV Sol/Babilônia Escalada 4.º IV sup Rogéria 15 26 Luiz Arnaud/Babilônia Escalada 4.º IV Rogéria 17 28 P3/Pico da Tijuca Escalada 3º V Beto e Lula 18 28 Vereda Tropical/Pico da Tijuca Escalada 4.º IV (A0/VIIb) Fred 20 28 Reinaldo Benken/Babilônia Escalada 3.º III Mollica 12 22 Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta-feira à noite: Tel.: 2232-0569 23 24 25 26 27 28 29 Julieta Annete Nabuco de Araújo Maria Ângela Gauveia Pedrosa Murilo Cesar da Silva Amaral Conceição Moreira Mattos Rebello Fátima Ignácio Idelzuith Santos Matos Lêda de Souza Lopes Nerine Lobão Jorge Ronaldo Teixeira Heloisa Casalino Pieri Helena Pereira de Magalhães Alain Noel Wagner Nuno campos Moraes Rita de Cássia Rinaldi Jorgina Rosa Teixeira Suely Magalhães Pereira e Souza Antônio Carlos Teixeira Freitas Paulo Martins Ribeiro Rosa Scuotto Luiz Pereira de Souza Marcos Antonio Coelho Elias Pereira Alváro André Braga Pereira Francil Alves de Lima Altair Trindade Mozart Hastenreiter Catão Marcia Fregolon Leonardo Demer Rosati Jair Lourenço Frederico Mello S. Barbosa Marly Assis Moreira Luciano Perez Lopez Zindara Peres Malantrucco Hélio dOliveira Simen Shi Koo Pan Adriana Tokumashi Kauati Elias Lins de Melo Eleonora Gonçalves Dias Leonardo Messias Zurita Roberto Fernandes Bulhões Ricardo Peixoto Penna João Vicente Quirino Barros Júnior Haroldo Ricardo Juvenal de Macedo Juratan Leite da Câmara Marcus Soares Santos Francisco Eduardo de Aguiar Almeida Ramos Pedro Luiz da Silva Rodrigues Pedro Cardoso Norma de Almeida Antônio Casalino Pieri Irini Petro Eyrigos Rodrigues Agende-se: Dia 26/06/03 Festa dos Aniversariantes do mês de junho. Compareçam! 2 Diretoria do CEG Presidenta Vice Presidente Te s o u r e i r a 1º Secretário 2º Secretário Dir Dir.. Técnico Dir Dir.. Social Dir Dir.. Divulgação Dir Dir.. de Meio Ambiente Bibliotecário Juliana Fell José Ivan Fernanda Reis André Stellmann Luiz Bandeira Frederico Noritomi Eliete Marostica Altair Trindade Alexandre Souza Elisa Goldman Colaboraram nesta edição: Textos: Teresa Aragão, Fernanda Reis, Flavio de Anchieta e Rodolfo Campos Arte: Rodolfo Campos Reuniões Sociais do CEG Todas as quintas-feiras, a partir das 19:00. Caso queira contribuir com esse boletim, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões ashington LLuiz, uiz, 9 - cobertura para R ua W Washington Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou por e-mail: [email protected] As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. Tabela de PPreços reços Mensalidade: Matrícula ou Descongelamento: Curso Básico de Montanhismo: Curso Avançado de Escalada: R$ 10,00 R$ 30,00 R$ 300,00 R$ 180,00 11 Junho de 2003 www.guanabara.org.br Subida ao Dôme des Ecrins Foi num impulso que resolvi usar meus 20 dias das férias de julho do ano passado para ir à França rever os amigos e subir o Dôme de Écrins. Tomada a decisão iniciei prontamente os preparativos. Guia observador ... observador... No Laguna, após uma aula do curso básico, o Fred questiona aos presentes: - Como é mesmo o nome daquele cara de Niterói, que tem os olhos claros? Prontamente o Beto responde: - O nome dele é Wanderley, e os olhos dele são azuis!! Eclipse solar No último eclipse da lua o pessoal estava combinando de sair direto do clube para ver o elipse em Santa Teresa. Eram quase onze da noite e o evento iria ocorrer dentro de pouco tempo. O Fred chega no meio da roda e pergunta: - Vocês estão indo aonde agora? - Ver o eclipse. - Eclipse do sol? Com seus 4015 metros o Dôme des Écrins é um dos pontos mais altos do maciço de Oisans, fazendo parte do Parque Nacional des Écrins. A primeira vez que vi o Dôme foi paixão à primeira vista, instalando-se no meu coração o desejo de um dia estar lá em cima. E por quê não ir atrás dos nossos sonhos e desejos? Cheguei em Nice numa sexta-feira e no sábado partia, com Magali e Jean Louis, bons amigos de Nice, para o Lauzet, para a casa de Pierre-Marie, outro bom amigo que deixei na França.. O Lauzet é um vilarejo medieval no Vale do rio Guisane, onde fica o famoso complexo de esqui de Serre Chevalier , que compreende Briançon, La Salle les Alpes, Chantemerle e Monetier les Bains. De um lado do vale temos as montanhas onde se encontra a Aiguillete du Lauzet, e do outro lado, montanhas de mais de 3000 metros, imponentes, com seus glaciares, seus picos, neves eternas, compondo de maneira lírica a paisagem. Esta seria minha 4a temporada na região, que além de rios maravilhosos para a canoagem oferece escaladas fantásticas e caminhadas para todos os gostos e condicionamentos físicos. Chegamos no Lauzet debaixo de uma chuva fina. Eu estava triste, com medo do tempo não melhorar. Procurei Allain Tallaron, o guia amigo de Pierre Marie que me levaria até o cume do Dome. Nossa subida estava marcada para 5a feira e segundo ele a previsão era de tempo bom. Nos dia que se seguiu, mesmo com chuva fininha, aproveitei para uma caminhada na região. Passeando por bosques de melézias (um tipo de 10 pinheiro), por vezes beirando o Rio Guisane, margeando os campos floridos, eu aproveitava para respirar a poética da paisagem, celebrando aquela sensação gostosa de liberdade, de ser cidadã do mundo e da natureza. Nesta época os campos estão floridos e a grande variedade de formas e cores das flores alpinas dá um colorido delicado e festivo à paisagem. Na euforia de estar ali, não me dei conta de que esrtava debilitada com as poucas noites de sono antes da viagem, o cansaço dos ultimos dias de trabalho, e alimentaçao irregular. Peguei uma senhora gripe. Os dois dias seguintes foram lights, regados a coquetéis de vitaminas e outras pílulas coloridas que jamais havia ingerido na vida... na tentativa desesperada de cura antes da quinta-feira, o dia D da subida ao Dôme, valia tudo!!! Melhorei, mas não curei, Na quarta-feira fiz uma caminhada de hora e meia morro acima, e hora cheia morro abaixo, prá começar avisar o meu corpo que ele começaria a trabalhar em altitude. Da guinda-peira agordei com o dariz endubido, tosse, dor-de-cabeça, e uma vontade danada de ficar na cama. Enfim, lembrei-me de meu amgio Fontenelle, guia do CEC , que dizia que o melhor remédio para a gripe era o desprezo... Parecendo ler meus pensamentos, Magali me lançou um olhar de madre superiora: « Não esqueça que você tem um encontro marcado no Refúgio do Glaciar Branco com o guia às 14 horas ! ». Sorri… para uma boa entendedora, só o olhar já bastava. Acabei de arrumar a mochila , cuidando para não esquecer nada. O dia estava bonito, e o tempo parecia querer firmar. Uma hora de carro do Lauzet pelas montanhas até o ponto de partida, o Pré de Madame Carle (pré = pastagem) O lugar é assim chama3 Junho de 2003 do pelo trágico acidente com a dita cuja (a tal Madame Carle) que ali perdeu a vida em um tombo de cavalo. Na realidade o Lauzet está exatamente do outro lado do Pico Neige Cordier, mas é necessario fazer uma grande volta para contornar a cadeia de montanhas de mais de 3000ms. Passei protetor solar no rosto, me despedi de Magali e Jean Louis, e comecei a caminhar. Havia algumas nuvens no céu, mas o sol reinava absoluto. Céu azul, calor, e a promessa do serviço de metereologia de bom tempo. Iniciei minha subida solitária, calmamente, parando para contemplar as gencianas, as pensées e outras flores alpinas que enfeitavam a montanha. Neste primeiro trecho da caminhada, a palheta da natureza se mostrava rica variada e alegre. Aos poucos, conforme ia subindo as plantas e flores iam ficando mais raras dando lugar às morrenas, cascalhos e pedra nua. Havia chegado ao pé do Glaciar Branco. Lindíssimo, imponente, faria parte da minha paisagem pelo menos nas próximas 24 horas. Uma pausa para descansar um pouco, e apreciar a grandeza do Glaciar, assim como o rio de degelo que nascia ali e cujas águas já desciam turbulentas e nervosas, numa rapidez incrível. Atravessei a ponte rumo ao refúgio, e, olhando o rio pensei que não seria nada saudável cair naquelas águas que logo a seguir despencariam montanha abaixo. O Pelvoux magestoso, com suas neves eternas enfeitava a caminhada do outro lado do Glaciar. Passei pelo antigo Refúgio Tucows, hoje destivado, emoldurado por um pequeno lago que espelhava a beleza das montanhas em frente. Um pouco mais de subida e cheguei ao Ref’úgio do Glaciar Branco. Acabava de fazer meu lanchinho básico quando o guia Allain Tallaron me encontrou. Mochila nas costas subindo agora pelas morrenas lapias, caminhado ora pelas pedras ora pela neve, fomos costeando a borda do Glaciar. Começava a esfriar. O sol se escondeu e de repente bolinhas de isopor começavam a cair. Um tipo de neve pouco comum. Como toda brasileira fico maravi4 lhada sempre que vejo neve. Acho que sigo à risca os conselhos de Matisse que dizia ser preciso olhar o mundo sempre como se fosse a primeira vez. Gribada do jeito que estava, tratei de me cobrir bem. Eu não acreditava no que via... Alain caminhava de short! Chegamos ao Refugio das Ecrins. Um lugar de sonho. Na minha frente A Barra e o Dome des Ecrins. Eu estava a meio caminho de realizar um sonho. Jantamos às 6 da tarde e fui para a varanda contemplar aquela paisagem mágica. As cores do entardecer traziam um encantamento indescritível, me fazendo esquecer o tempo. As montanhas douradas com o por-do sol não me deixavam sair dali. Acabei sendo a última a me recolher. Melhor assim, pois não saberiam quem era aquela pessoa que não deixaria ninguém dormir, tossindo a noite inteira… Não dormi. De pé às 3 horas, me aprontei rapidamente, encontrei Allain no refeitório, e às 3 e meia estávamos saindo. Mesmo assim, éramos a segunda cordada com outra logo atrás de nós. Mantivemos esta ordem até o retorno. A temperatura estava agradável, devia estar fazendo somente uns 4 graus negativos. O amanhecer nos encontrou já na crista. Um dia maravilhoso, nenhuma nuvem no céu. Subindo num bom ritmo, com pequenas paradas para beber água e tirar fotos. O medo era a passagem da rimaye, onde havia uma grande fenda (crevasse) que neste dia não foi problema. Este era o único trecho onde, após esta passagem tinha-se que « gramponear » uns 15 metros até o trecho final ao cume.. Na realidade, o único trecho de escalada em neve com uso de piolet. A chegada ao cume foi uma emoção única. Eu tinha conseguido chegar lá mesmo com a prótese na perna, parafusos e gripe. A imponência da paisagem me tirava a respiração. As lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu chorava feito criança de tanta emoção e maravilhamento. Na minha www.guanabara.org.br Eu, Tu, Eles... Recentemente, ouvi a seguinte frase: “Se ela fez, técnica, costumo me sair melhor em um longo tre- eu também posso”. Infelizmente não foi a primei- cho de “trepa pedra” do que numa “passadinha ra vez que ouvi tal afirmação, e sei que não foi a de 5º”, e costumo me sair melhor em uma cami- última. Eu ficaria imensamente feliz se soubesse nhada pesada do que numa escaladinha leve. Isso que tal frase fosse o resultado de uma observa- me coloca “abaixo” do nível da maioria dos ção mais técnica e menos machista, como por escaladores do CEG, mas, se usarmos as cami- exemplo: “Se ela, que tem basicamente a mesma nhadas como referência, posso me colocar a um experiência que eu, e está equiparada à mim tec- nível “acima” de alguns desses mesmos nicamente, conseguiu passar sem problemas, eu, escaladores. provavelmente, também conseguirei”. Para fazer progressos e melhorar a técnica e o coNa montanha, assim como em várias outras situ- nhecimento, é preciso, antes de tudo, saber onde ações na vida, devemos nos comparar apenas queremos chegar e do que estamos dispostos a àqueles que estão no mesmo nível que nós, inde- abrir mão. É óbvio que, quanto mais alto o cume, pendente da idade, do sexo e da quantidade de mais tempo vai levar para chegar. É preciso lem- equipamentos que estamos usando. São muitos brar que a maioria dos nossos “ídolos” costumam os quesitos que devem ser levados em considera- se dedicar integralmente à causa, e que muitos ção na hora de analisarmos a capacidade, pró- dos bons escaladores que conhecemos fizeram pria ou alheia, de se conseguir um grande feito. desse esporte um meio de vida, portanto, antes de Experiência, técnica, preparo físico e psicológico sonhar com o “8c”, é preciso reavaliar a lista de são apenas alguns deles, de certo os mais impor- prioridades. tantes, mas na maioria das vezes não bastam. Ter o melhor equipamento também não basta, tem Todos nós almejamos “escalar muito”, e até mes- que saber usar... mo aqueles que pensamos estarem no “topo” têm as suas ambições, porque o topo não existe, pois É muito importante saber em que nível estamos, sempre existirá um desafio maior, ou alguém me- como estamos e quanto pretendemos melhorar. lhor. Felizmente. Eu, particularmente, costumo me sair melhor em escaladas que exijam mais “transpiração” do que Fernanda Reis 9 Junho de 2003 A primeira vez agente nunca esquece Quarta feira, final da aula, feita a divisão do grupo para a primeira escalada do CBM 1/2003, até então só tínhamos feito campo escola. Estava marcado sábado às 11:00h na Pça. Gen. Tibúrcio, na Urca, grande palco do montanhismo carioca. A partir daí começou a acontecer uma revolução de sentimentos dentro do meu coração. Medo, ansiedade, curiosidade, apreensão e muitos outros. Na sexta quase não consegui me concentrar no trabalho, tamanha a ansiedade. Dormir então foi difícil. Sábado então, às 10:00h, passando na Av. Pasteur me deparei com aquele paredão cheio de formigas penduradas, era incrível aquele monte de gente na pedra. Foi aí que começou a dar aquele friozinho na barriga, as horas pareciam intermináveis, o ponteiro do relógio se arrastava. Acabei encontrando mais alguns alunos do CBM e ficamos conversando, Fred chegou às 11:00h e nos dirigimos ao paredão. Entramos na pista Cláudio Coutinho, e no caminho juntaram-se a nós o Lula e o Beto. Mais alguns instantes estaríamos no paredão Coloridos, a via escolhida seria a Laranja e quem iria me guiar nessa primeira escalada seria o Lula. Subimos até a base da via e começamos a nos equipar, nos encordamos e em seguida preparei a segurança do meu guia. Foi quando o Lula começou sua ascensão. A essa altura, meu coração já estava muito acelerado, as mãos suavam, alguns minutos depois meu guia chegou na primeira parada e gritou: “Vou te trazer!” Pronto! Quase que tomo uma multa tamanha a velocidade que meu coração batia. Desfiz a segurança do Lula e ele fez a minha, agora teria que me soltar do grampo que me parecia tão confortável. Comecei minha ascensão. Procurei me tranqüilizar, mas estava difícil, fui bem devagar, passadas curtas. Alguns metros acima estava o Lula, e mais alguns segundos alcançaria sua posição. Pronto, o primeiro esticão fora 6 www.guanabara.org.br vencido, pequeno e bem fácil, me enchendo de ânimo e coragem para prosseguir. Lula já se preparava para pegar a diagonal que nos levaria à “Laranja”, pois é uma variante da Azul, e alguns instantes depois já alcançara a segunda parada que, acredito, por minha causa, tenha feito esticões bem curtos de no máximo 20 metros. Pronto, chegara minha vez de subir novamente. Tudo estava tranqüilo, tinha conseguido controlar minha ansiedade e ascendia com passadas curtas e firmes, procurava “ler a pedra” como o Mollica costumava falar aos alunos do CBM. Em algumas passadas demorava um pouco mais até achar a melhor forma de vencer o lance, e a cada passada sentia mais prazer, até chegar ao crux da via. Muito complicado, pois teria que usar de aderência para passar, e eu não me sinto nem um pouco à vontade usando essa técnica. Foi quando ouvimos um grito muito próximo, era a Roberta, aluna do CBM, na via ao lado, que tinha acabado de escorregar. Felizmente só alguns centímetros. É engraçado, mas isso me desestabilizou, e minha perna começou a tremer, e cada passada ficava mais difícil. Foi quando pisei nas folhas de uma bromélia e escorreguei também. Felizmente existia um pequeno platô logo abaixo e a corda nem chegou a esticar, me posicionei na pedra novamente depois de alguns segundos, consegui finalmente passar e vencer o grande desafio da via. Pronto, mais alguns metros e chegaria ao final da via. Que maravilha a visão da praia vermelha, do mar e das ilhas próximas. Descansamos um pouco, tomamos alguns goles de água e nos preparamos para rapelar, pois só estávamos na metade da escalada. Chegando na base da via fiz a melhor coisa do dia depois de ter vencido minha primeira escalada: tirar a sapatilha! Foi uma experiência espetacular, meus pés até hoje me agradecem. Um grande abraço e viva a Montanha Flavio de Anchieta CBM 1/2003 Mutirão Voluntário do PNT Dia 15/06, domingo, será realizado no PNT na Floresta da Tijuca um mutirão para manutenção de trilhas, coleta de lixo e orientação dos visitantes. Os voluntários devem estar às 8:30 no Centro de Visitantes do PNT e devem levar lanche, roupas confortáveis e muita disposição. 7 Junho de 2003 Assembléia Geral Extraordinária Dia 8 de maio foi realizada a Assembléia Geral Extraordinária do Centro Excursionista Guanabara para a eleição do Conselho Fiscal e a votação da alteração do Estatuto do clube e do Manual de identificação da Marca. Contando com a presença da maioria dos sócios ativos, a votação ocorreu em um clima de descontração e ireverência, embora todos os requisitos necessários para a ocasião tenham sido observados. Conforme determina o Estatuto, o voto foi secreto e os candidatos tiveram oportunidade fazer suas campanhas antes de começar o evento. A cabine ficou posicionada em ciam do freezer do bar, o que atrapalhou um pouco a venda de bebidas e gerou alguns protestos, mas a situação foi rapidamente contornada. O Estatuto foi modificado para adaptar-se a atual realidade do clube e para legitimar alguns procedimentos que já vinham sendo adotados informalmente. Quanto ao Manual de identificação da Marca do CEG, este foi criado para orientar a todos os interessados na maneira correta de aplicar o logotipo e demais símbolos do CEG em qualquer situação em que seja necessário, tais como em cartazes, folhetos, camisas, bonés, etc. A atenção de todos, entretanto, estava voltada para a eleição do Conselho Fiscal. Após a apuração, Luiz Alberto Carvalho, Alberto Fernandes de Araújo e Bernardo Sacic comemoraram a vitória e já começaram a traçar planos para o Conselho. Como suplentes foram escolhidos Altair Trindade Júnior, Marcelo Braga e Luiz Bandeira. Dentre as atribuições do Conselho Fiscal estão: zelar pela fiel execução do Estatuto e resoluções da Assembléia Geral, examinar, mensalmente as prestações de contas da Diretoria e apresentar à Assembléia Geral parecer anual sobre movimento econômico, financeiro e administrativo. A Diretoria e todos os associados desejam boa sorte aos novos conselheiros e esperam que eles venham a contribuir de forma bastante positiva para o clube. Rodolfo Campos www.guanabara.org.br frente o MontBlanc, mais adiante o Cervino, do outro lado o Meiji, o Pelvoux e as outras montanhas do Parque. Eu tentava fotografar aquele momento no meu coração. Lá no alto, porém, o vento estava glaciar e não aguentamos muito tempo no cume. Começamos a descida. Passamos a rimaye, e estávamos no terço final da descida quando escutamos um estrondo. Uma avalanche descia à uns 100 metros à nossa esquerda. Allain me olhou e disse : « agora direto para baixo sem paradas, e sem fotos » Estávamos bem embaixo de um « serac » ode haviam blocos com risco de se desprender. Allain estava tenso, e perguntei como proceder em caso de avalanche e ele me repondeu : « reze » No grupo da frente o guia gritava com os oito rapazes para andarem rápido dizendo que não haveriam mais paradas.para descanso. Cheguei em baixo com a parte anterior da coxa « batendo pino » mas logo que saímos do caminho da possível avalanche diminuímos o passo e pegamos o vale nevado rumo ao Refugio das Ecrins. O dia continuava glorioso, um sol intenso e quente … daí o perigo das avalanches. Fizemos um lanche próximo ao refúgio e fomos descendo, sem pressa. Com o coração feliz, eu ia saboreando cada pedaço de paisagem. Me despedi de Allain no Refugio do Glaciar Branco, e iniciei minha descida solitária até a base, aproveitando os últimos olhares sobre a paisagem e caminhando com calma para economizar os joelhos. No Pré de Madame Carle, Pierre Marie me esperava, lendo um jornal. De volta ao Brasil, mandei as fotos por mail para Allain, que me escreveu agradecendo e dizendo que nossa expedição havia sido a melhor e a mais agradável expedição que ele havia feito nos últimos tempos. Agora preciso encontrar outra montanha para me apaixonar… Teresa Aragão 8 5
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