Review of the etiologies of viral meningitis and encephalitis in a

Boletim Neuro Atual- Resenhas de Trabalhos Científicos em Neurologia.
Volume 3, Número 4, 2011
“Review of the etiologies of viral meningitis and encephalitis in a dengue endemic
region” Cristiane N. Soares, Mauro J Cabral-Castro, José M Peralta, Marcos R G de
Freitas, Mariano Zalis, Marzia Puccioni-Sohler . Journal of the Neurological Sciences
303 (2011): 75-79
Os autores avaliam, pela primeira vez num país da América do Sul, a etiologia
da Meningites / Encefalites Virais em pacientes adultos e adolescentes HIV
soronegativos, usando técnicas de biologia molecular avançada com testes
imunológicos.
Conseguem determinar sua etiologia em 85% dos vinte pacientes que tiveram o
diagnóstico confirmado de Meningite Viral, em dois hospitais do Rio de Janeiro, no
período de março de 2006 a março de 2008. Em metade deles foi identificado o
Enterovirus como causador da doença; em segundo lugar ficou o HSV-1 (3 casos) e a
seguir CMV e Dengue (dois casos cada). Ambos os pacientes com CMV eram
imunocompetentes.
A etiologia dos casos de Encefalite Viral foi identificada em 76,4% dos casos, e
o vírus da Dengue foi seu principal causador (8 dos 17 casos); em apenas metade desses
casos a doença exibira suas manifestações clínicas habituais. Os autores chamam a
atenção para a ocorrência freqüente de celularidade normal no LCR nestes casos (75%
deles), o que deve redobrar nossa atenção quando a suspeita clínica de Dengue for forte.
A seguir, como segunda causa de Encefalite, vem o HSV-1 (3 casos); dois deles
apresentaram sintomas frustros, o que parece ocorrer mais frequentemente do que se
pensava. CMV e Enterovirus foram identificados em um caso cada.
Este artigo mereceu amplo comentário no World Neurology, jornal oficial da
World Federation of Neurology, em seu número de abril de 2011, feito pelo Professor
Alex Tselis, da Wayne State University, Detroit, USA. Chama a atenção para a
gravidade da doença em questão, lembrando que são responsáveis por seqüelas
significativas e preocupantes epidemias. Ressalta a falta de estudos como esse em áreas
menos desenvolvidas do mundo, e se impressiona com a alta taxa de confirmação
diagnóstica encontrada pelo grupo. Analisa algumas contribuições que o trabalho
oferece, e termina ensejando novos trabalhos sobre o assunto.
Ronaldo Abraham
Coordenador do DC de Moléstias Infecciosas da ABN