APOSENTANDO O OPERÁRIO

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APOSENTANDO O OPERÁRIO
~
MAKRO
Books
APOSENTANDO O OPERÁRIO
m sua autobiografia, o primeiro grande líder trabalhista americano, Samuel Go
rememorou uma experiência de infância que teria um efeito profundo na formaçã
seus esforços. ao longo de sua vida, em benefício de homens e mulheres trabalha
"Uma das primeiras lembranças mais vívidas de minha infância foi a grande difi
com que se defrontaram os tecelões de seda quando a máquina foi inventada para su
a sua habilidade e tomar seus empregos. Ninguém pensou nesses homens aos quais
tirado seu meio de subsistência. Angústia e incerteza permeavam a vizinhança co
clima deprimente de apreensão. As ruas estreitas ecoavam com os passos de home
perambulavam em grupos sem ter o que fazer."!
E
Desde o início da Revolução Industrial, máquinas e formas inanimadas de e
têm sido usadas para impulsionar a produção e reduzir a quantidade de mão-di
necessária para fabricar um produto. Já no início da década de 1880, fabricantes
American Tobacco Company, Quaker Oats, Pillsbury, Diamond Match, Campbell
Procter & Gamble. H. J. Heinz e Eastman Kodak começaram a fazer experiênci
máquinas de "processo contínuo" na industrialização. Essas máquinas exigiam
atenção humana e produziam quantidades maciças de produtos, mais ou menos a
ticamente. Os operários apenas as alimentavam com materiais e deixavam o equip
moldar e embalar o produto.
Em 1881, James Bonsack patenteou uma máquina que enrolava automatí
os cigarros, sem qualquer mão-de-obra humana. A máquina "arrastava o fumo para
1
138
Gompers, Samuel. Seventy Years of Life and Labor: An Autobiography. Cornell, NY: lnd
Labor Relations Press, 1925, pp. 3-4.
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Capo 9
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sem fim', comprimia-o
dando-lhe forma arredondada, embalava com o papel, levava-o a
um 'tubo de cobertura' que moldava o cigarro, colava o papel e cortava o bastão resultante
no comprimento desejado". Ao final da década de 1880, a máquina de processo contínuo
produzia 120 mil cigarros por dia. A maioria dos operários especializados
conseguia fazer
no máximo três mil cigarros por dia. Tão produtivo era o novo equipamento que menos de
30 máquinas conseguiam atender toda a demanda nacional de cigarros em 1885, usando
apenas alguns operários."
A Diamond Match Company introduziu equipamentos
de processo contínuo em
1881 e logo estava produzindo bilhões de fósforos automaticamente.
Nessa mesma época,
a Procter & Gamble introduzia a fabricação contínua de sabonete e, em menos de uma
década, tornava seunovo produto, o Ivory, um nome consagrado nos lares. George Eastman
inventou um método de processo contínuo para fazer negativos fotográficos, impulsionando sua empresa à proeminência
nacional. A Pillsbury e outras empresas de grãos introduziram a maquinaria de processo contínuo na moagem, produzindo farinha de alta qualidade
em grande quantidade e a baixo custo, novamente utilizando bem menos mão-de-obra no
processo.'
As tecnologias de processo contínuo introduziram uma nova abordagem radical à
industrialização.
O conceito da maquinaria automática produzindo bens com pouco ou
nenhum esforço humano já não era apenas um sonho utópico. Hoje, as novas tecnologias da
informação e da comunicação estão tornando possível a utilização de processos contínuos
muito mais sofisticados.
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AUTOMATIZANDO O AUTOMÓVEL
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Alguns dos avanços mais dramáticos na reengenharia e no deslocamento tecnológico estão
ocorrendo na indústria automotiva. Como já mencionado anteriormente,
o pós-Fordismo
está transformando
rapidamente a indústria automobilística
em todo o mundo. Ao mesmo
tempo, a restruturação pós-Fordismo está resultando em demissões maciças de operários na
linha de montagem. Maior atividade fabril do mundo, os fabricantes de automóveis produzem mais de 50 milhões de novos veículos por ano. Certa vez, Peter Drucker apelidou a
fabricação de automóveis de "a indústria das indústrias"." O automóvel e seus empreendi2
Chandler, Alfred D. The Visible Hand: The Managerial Revolution in American Business. Cambridge,
MA: Harvard University Press, 1977, pp. 249-5l.
3
Ibid.
4
Drucker, Peter. The Conceptofthe
Corporation. Nova largue: John Day, 1946.
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Capo 9
mentos industriais paralelos são responsáveis pela geração de um em cada 12 empregos
área industrial nos Estados Unidos e são servidos por mais de 50 mil fornecedores satéli
Nos anos 30, um defensor entusiasta exclamou, "Pense nos resultados para o m
industrial, ao colocar no mercado um produto que duplica o consumo do ferro maleá:
triplica o consumo do vidro laminado e quadruplica o uso da borracha ... Como consu
de matéria-prima. o automóvel não tem igual na história domundo't.>
*'
A importância do automóvel para a economia global e para a oferta de empr _
é inquestionável. Desde a época em que Henry Ford instalou a primeira linha de montag
móvel, os fabricantes de automóveis experimentaram milhares de inovações para aum
a produção e reduzir a mão-de-obra no processo de produção. O próprio Ford orgulha ••'
da capacidade de sua empresa em substituir a mão-de-obra física pela tecnologia e pe:
sava constantemente novas maneiras de reduzir as tarefas a operações simples sem esf
Em sua autobiografia, My Life and Work, vangloriava-se de que enquanto produzir
modelo-T exigia -.882 tarefas distintas, apenas 949 dessas tarefas exigiam "homens fe
e fisicamente ~erfeitos".
Quanto às demais tarefas, Ford afirmava que "670
.
ser realizadas por homens sem pernas, 2.637 por um homem perneta, duas por homens
\ braços, 715 por um homem maneta e dez por homens cegos"."
A visão de Ford de uma linha de montagem está avançando rapidamente
japoneses estão liderando o processo. Especialistas do setor prevêem que ao final da
década, as fábricas japonesas serão capazes de produzir um automóvel completo em
de oito horas. - A redução do tempo de fabricação significa que bem menos trabalha
são necessários na linha de montagemf
Seguindo o exemplo do Japão, os fabricantes americanos estão come
aplicar a reengenharia às suas próprias operações, na esperança de aumentar a produ'
de, reduzir a folha de pagamento, melhorar sua fatia de mercado e sua margem de lucn
1993, o Presidente da General Motors, John F. Smith Jr. anunciou os planos de imple
reformas muito necessárias nas fábricas da GM e estimava que as mudanças nas práti
produção poderiam eliminar até 90 mil empregos, ou um terço de sua força de trab
o final desta década. Esses novos cortes vêm em cima dos 250 mil empregos que a G
eliminou desde 19712 9
5
Clark, Wilson. Energy for Survival. Garden City, NY: Doubleday/Anchor
Books, 1975, p. 170.
6
Ford, Henry. My Life and Work, 1923, pp. 108-9.
7
Reich, Robert The Work of Nations: Preparing Ourselves for 21st Century Capitalismo Nova
Random House, 1992, p. 214.
8
Attali, Jacques. Millennium:
House, 1990, pp. 95-6.
9
"GM Drive to Step Up Efficiency is Colliding with UAW Job Fears", Wall Street Journal, 23
1993, p. AI.
Winners and Losers in the Coming World Order. Nova lorque:
Cap.9
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Outros fabricantes de automóveis internacionais também estão aplicando a reengenharia em suas operações e eliminando grandes números de funcionários. Em setembro
de 1993, a Mercedes-Benz anunciou que em 1994 procuraria aumentar em 15% a eficiência
em suas instalações e que cortaria mais de 14 mil empregos. Para 1995, analistas do setor
prevêem que os fabricantes alemães de automóveis poderiam eliminar um em cada sete
empregos. Isto em um país onde 10 % de toda a força de trabalho industrial ou está na
indústria automotiva ou serve a ela.'?
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Os fabricantes de automóveis consideram a tecnologia de deslocamento da mãode-obra como 'sua melhor opção para reduzir custos e melhorar o desempenho dos lucros.
Embora o custo da mão-de-obra represente menos de 10 a 15% dos custos totais, repreentam uma porcentagem maior nas vendas do que a margem de lucro e são facilmente
reduzíveis com o emprego de novas tecnologias da informação. A Organização Internacional do Trabalho das Nações Unidas estima que reduzindo pela metade o custo do trabalho,
as multinacionais fabricantes de automóveis poderiam triplicar seus lucros. A GM espera
que com a eliminação de um quarto de sua força de trabalho e a reengenharia de suas
operações, possa economizar mais de US$ 5 bilhões por ano em 1995.11
Os robôs estão tornando-se cada vez mais atraentes enquanto alternativa ao
trabalho humano na linha de montagem do automóvel. Os japoneses, bem mais à frente dos
outros fabricantes de automóveis, robotizaram grande parte de suas linhas de produção. A
Mazda Motor Corporation anunciou em 1993 sua meta de 30% de automação da montagem
final em sua nova fábrica em Hofu, Japão. A empresa espera ter uma linha de montagem
final 50% automatizada até o ano 2000.12 À medida que a nova geração de robôs "espertos"
equipados com maior inteligência e flexibilidade vão abrindo seu caminho no mercado, os
fabricantes de automóveis estão mais propensos a usá-los em substituição aos trabalhadores, porque são mais eficazes em termos de custos. O periódico especializado Machinery
and Production Engineering traduziu o ponto de vista corporativo em termos francos: "O
pagamento de salários mais altos a trabalhadores que não podem ser descritos por quaisquer
padrões como qualquer coisa mais elevada do que zeladores de máquinas, está tornando-se
rapidamente desestimulante e onde um homem é empregado exclusivamente para descarregar uma máquina e carregar outra ... sua substituição por robôs não é apenas o caminho
10
"Mercedes Aims to Improve German Plants' Efficiency", Wall StreetJournal,
2 de setembro. 1993,
p. A7; "German Auto Job Cuts Seen",New York Times, 16 de agosto, 1993, p. D5.
11
Van Liemt, Gijsbert. lndustry on the Move: Causes and Consequences of lnternational Relocation in the
Manufacturing Industry. Genebra: lntemational Labor Office, 1992, p. 76; "Labor-Management Bargaining
in 1992", Monthly Labor Review, janeiro, 1993, p, 20.
12
"Mazda Pushing Toward 30% AutoíDation",Automotive
News, 14 de abril, 1993, p. 24.
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flagrantemente óbvio, como também cada vez mais fácil de se justificar financeiram
Sobretudo, um robô não está sujeito a variações aleatórias de desempenho ... e para todas
finalidades práticas trabalha tão duramente, tão responsavelmente e tão coerentem
tanto no final como no início do expediente't.P
Engenheiros industriais estão desenvolvendo atualmente máquinas ainda
avançadas "com habilidades, tais como: comunicação por voz, linguagem de program
de uso genérico, aprendizado por experiência, visão tridimensional com sensibilidade à
múltipla coordenação motora, habilidades de locomoção e autonavegação e habilidad
auto diagnóstico e correção". A meta, diz o sociólogo Michael Wallace, "é aproximar
quanto possível das capacidades humanas para processar dados ambientais e solu .
problemas, evitando, ao mesmo tempo, os problemas (por exemplo, absenteísmo e rot
dade) apresentados por agentes humanos"J4
Estima-se que cada robô substitua quatro empregos na economia e, se ..constantemente, 24 horas por dia, se pagará em apenas pouco mais de um ano.P Em
segundo a Federação Internacional de Robótica, a população mundial de robôs era d
..!!!D. Esse número deverá aumentar dramaticamente nas próximas décadas, à medida
máquinas pensantes tornarem-se mais inteligentes, versáteis e flexíveis."
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COMPUTANDO O
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Enquanto a indústria automotiva global está rapidamente aplicando a reengenharia as
operações e investindo em novas tecnologias da informação, que resultam na redu mão-de-obra, setores relacionados estão fazendo a mesma coisa, eliminando, co
cada vez mais empregos no processo.
o destino das indústrias siderúrgicas está tão intimamente ligado ao da in
automotiva, que não é de surpreender ver as mesmas mudanças devastadoras na
zação e produção ocorrendo no aço como estão ocorrendo nos negócios de automó
13
Citado em James, Samuel D. K. The Impact ofCybernation ori BlackAutomotive Workers in
p.44.
14
Wallace, Michael. "Brave New Workplace", Work and Occupations, vol. 16 #4, novembro, 19,
15
Kennedy, Paul. Preparing for the 21st Century. Nova Iorque: Random House, 1993, p. 86; Wi
William, Reclaiming Our Future: An Agenda for American Labor. San Francisco: Westv
1989, p. 149.
1fi
"Boost for Productivity", Financial Times, 23 de março, 1993.
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indústria do aço é o coração e alma do poder industrial. As grandes usinas siderúrgicas da
Inglaterra, da Alemanha e dos Estados Unidos fornecem a infra-estrutura material para a
moderna economia industrial. Gigantescas fornalhas de minas, em cidades industriais, tais
orno Sheffield, Essen e Pittsburgh converteram imensas quantidades de minério de ferro
em perfis de aço redondos que foram usados para construir trilhos, estruturas para locomotivas e, mais tarde, automóveis, vigas fundidas para a construção de imensos arranhaéus, fábricas e, nos Estados Unidos, rolos de arame farpado para cercar as grandes
planícies do oeste.
Por volta da década de 1890, os Estados Unidos eram o líder da produção de aço.
Os fornos de Andrew Carnegie, os maiores do mundo, produziam duas mil toneladas por
emana. Na virada do século, uma moderna usina americana produzia tanto aço em um dia,
quanto produzira em meio século anterior.'?
se usado
~ 1991,
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O aço era o rei das indústrias de chaminés e o preço para a entrada de cada país
que quisesse participar do clube industrial. Os Estados Unidos desfrutavam da primazia na
produção do aço, por força de sua tecnologia superior e dos métodos organizacionais, de seu
acesso à matéria-prima barata e aos mercados de dimensões continentais. Atualmente, essa
vantagem competitiva foi seriamente desgastada, principalmente devido à incapacidade das
empresas americanas de se manterem atualizadas com as novas tecnologias da revolução da
informação que refizeram a indústria siderúrgica.
Martin Kenney e Richard Florida descrevem os contrastes entre duas fábricas d;'
aço muito diferentes, localizadas a uma hora de distância uma da outra, no cinturão de ferro
dos Estados Unidos. A primeira é um complexo de prédios velhos e galpões enferrujados
onde centenas de operários trabalham em condições dickensianas. Cobertos de graxa e
fuligem, operam fornalhas de aço envelhecidas, transformando metal derretido em placas
de aço. Espalhadas pelo chão enlameado, estão peças enferrujadas, ferramentas abandonadas e tambores de produtos químicos. O barulho é ensurdecedor. O aço é transportado por
correntes suspensas sobre a fábrica cavernosa, enquanto supervisores gritam as instruções,
em meio a confusão das idas e vindas de homens e materiais. Do lado de fora da fábrica,
vêem-se máquinas e caminhões quebrados e pilhas de aço enferrujado.
,p.366.
A segunda usina é uma estrutura branca e luminosa que mais se parece com um
laboratório do que uma fábrica. Em seu interior, máquinas de cores vivas produzem aço
laminado. No centro da fábrica há uma cabine de vidro cheia de computadores e equipamentos eletrônicos. Operários trajando uniformes impecavelmente limpos programam e
monitoram os computadores que supervisionam e controlam o processo de produção. ~
17
Beniger, James. The Control Revolution: Technological and Economic Origins of lhe Information
Society. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1986, p. 238; Temin, Peter. 1ron and Stee/ in
Nineteentk Century America: An Economic Inquiry. Cambridge, MA: MIT Press, 1964, pp. 159, 165.
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Capo 9
Nenhum dos homens manuseia diretamente o aço. O processo é quase totalmente
tizado e produz aço laminado a frio em menos de uma hora. O mesmo processo
usina de aço antiga costumava levar até 12 dias."
A usina computadorizada é da Nippon Steel, que, juntamente com outr
cantes japoneses de aço, como Kawasaki, Sumitomo e Kobe estão abrindo fábri
Estados Unidos, algumas em sociedade com siderúrgicas americanas. As novas usi
alta tecnologia transformaram com êxito a fabricação do aço, de um processo em I
uma operação contínua altamente automatizada, através da combinação de proced
antes separados, em uma operação única, semelhante à produção de rolos em uma
de papel."
No processo tradicional da laminação a frio, grossos rolos de aço são
através de várias etapas distintas e transformados em lâminas de aço mais finas
utilização em automóveis, refrigeradores, máquinas de lavar roupa e outras u
domésticas. Primeiro, os rolos de aço são levados à uma máquina que raspa a ferrug
oxidação da superfície. A seguir, é levado para outra máquina onde é banhado
solução química para completar o processo de limpeza. De lá, é levado a outra máq .
secagem, após o que é enviado para mais uma máquina onde é prensado na e
desejada. Finalmente, o aço é cortado e preparado.ê?
A Nippon e outros fabricantes de aço japoneses transformaram todas essas
distintas em um fluxo uniforme e, com isso, revolucionaram a fabricação do aço.
çaram combinando os processos de entrada e raspagem. A seguir, combinaram os p
de limpeza e secagem. Controles computadorizados foram acrescentados para aut
a produção. A nova usina de laminação a frio de USS 400 milhões da Nippon, pr
Gary, Indiana, - uma joint-venture com a Inland Still- é operada por uma pequen
de técnicos. Reduzindo o tempo de produção de 12 dias para uma hora. Na nova automatizada, a direção da Inland conseguiu reduzir significativamente sua força rl~
lho, fechando duas usinas mais velhas e demitindo centenas de operários.ê'
O emprego na indústria do aço também foi dramaticamente afetado pela'
ção de miniusinas. Essas novas fábricas computadorizadas e altamente autom~
utilizam fornos a arco voltaico para converter sucata de aço em cabos e lingo;
operação muito mais barata do que as usinas de aço integradas, as novas miniusinas
18
Kenney, Martin e Florida, Richard. Beyond Mass Production: The Japanese Systems and Its T'
the U.S. Nova lorque: Oxford University Press, 1993, p. 3.
19
Ibid.
20
Ibid, p. 189.
21
Reich, Robert. The Work of Nations: Preparing Ourselves for 21st Century Capitalismo No'>
Vintage Books, 1992, pp. 214-5.
7
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roduzindo um terço de todo o aço nos Estados Unidos. A mão-de-obra de alta tecnologia
as miniusinas é reduzida em número e especializada em química, metalurgia e prograação de computador. Com seu processo industrial computadorizado, a miniusina pode
roduzir uma tonelada de aço com menos de um doze-avos da mão-de-obra de uma
igantesca usina de aço integrada.P
A crescente automação da produção do aço tem deixado milhares de operários
empregados. Em 1980, a United States Steel, a maior empresa siderúrgica integrada dos
Estados Unidos, empregava 120 mil trabalhadores. Em 1990, mantinha a mesma produção
m apenas 20 mil.> Esses números devem cair ainda mais acentuadamente nos próximos
ez ou 20 anos, à medida que novas e mais avançadas operações computadorizadas forem
sendo introduzidas no processo de fabricação.
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Os novos métodos industriais altamente automatizados estão sendo combinados
com uma reestruturação radical da hierarquia administrativa, para levar a fabricação de aço
l era da produção enxuta. As classificações de cargo na indústria siderúrgica tomaram-se
-o complexas ao longo dos anos, que até mesmo os responsáveis pela supervisão do
rocesso não têm certeza de quantas categorias e demarcações existem. Em algumas
empresas existem entre 300 e 400 diferentes classificações de cargo. Empresas japonesas
com joint-ventures nos Estados Unidos aplicaram a reengenharia às operações tradicionais
fábricas e reduziram drasticamente as classificações. Na fábrica da LTV-Sumitomo, as
tegorias foram reduzidas de cem para três. As novas classificações são: "iniciante",
"intermediário'' e "avançado"." Os operários horistas passaram a mensalistas. Novas
equipes de auto gestão passaram a ter mais controle da produção, reduzindo signifizativamente o número de gerentes na folha de pagamento. As hierarquias gerenciais
bém foram achatadas. A Inland Steel reduziu seus níveis gerenciais de dez para
"'is.25O mesmo processo de reengenharia está em andamento nas usinas de aço em todo
mundo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, de 1974 a 1989, a produzâo de aço usinado caiu apenas 6% para os países da Organização para a Cooperação e
envolvimento Econômico (OECD - Organization for Economic Cooperation and
velopment), enquanto o emprego caiu mais de 50%. Mais de um milhão de empregos
raro perdidos na indústria siderúrgica das nações da OECD durante um período de 15
. "Em até 90% dos casos", diz a Organização Internacional do Trabalho, "a explicação
ica para a redução no emprego não são as mudanças no nível de produção, mas o
ento de produtividade."26
Drucker, Peter, Post Capitalist Society. Nova lorque: HarperCollins,
is Stalled", Fortune, 8 de março, 1993, p. 5I.
Drucker, p. 72.
Kenney e Florida, pp. 171, 173.
'que:
Van Liemt, p. 202.
Ibid, p. 314.
1993, pp. 72-3; "Why Jobs Growth
146
O Fim dos Empregos
Capo 9
Outros setores que utilizam o aço na fabricação de seus produtos també
passando por uma revisão fundamental, refletindo a nova ênfase nas práticas de p
enxuta. A indústria metalúrgica é um bom exemplo. Há apenas três décadas, a Inte
Association of Machinists (IÀM) afixou uma placa sobre a porta principal da
sindicato em Washington, D.e., com os dizeres, UM MILHÃO E FIRMES.
permaneceu ao longo dos anos, enquanto o número de metalúrgicos no país definha
menos de 600 mil.'?
/illiam Winpisinger, ex presidente do IAM, cataloga as várias mudanças
cionárias nos materiais e tecnologias que encolheram as fileiras de metalúrgico
lizados em rodo o mundo. Ele cita o exemplo das barras de aço bruto que tradicio
eram cortadas. esmerilhadas e polidas por metalúrgicos especializados para a fabri
peças para motores de aviões. Hoje, metais em pó são simplesmente despejados d
como cimento - em formas pressurizadas que moldam as peças. Em alguns casou.
cas e plásticos leves substituem o pó de metal, passando pelo mesmo processo de
Fabricar peças de precisão em moldes e matrizes tem eliminado o emprego de mjJt~
metalúrgicos especializados.
.
A indústria metalúrgica abrange toda uma gama de subindústrias, q
ferramental. laminadoras, máquinas de solda, máquinas para usinagem, matrize
calibradores e acessórios.ê? Em todas essas indústrias, máquinas operatrizes
dorizadas. controladas numericamente, sistemas de desenho assistidos por com
sistemas de fabricação e engenharia, células de fabricação flexíveis e equip
inspeção automatizado baseado em sensores, reduziram a necessidade de me
especializados. Winpisinger diz que "embora não devamos nos interpor aos av
facilitam o trabalho ... precisamos nos preparar para cuidar dos trabalhadores
deslocados pela nova tecnologia=."
Entre 1979 e 1990, o emprego na indústria metalúrgica diminuiu em
anual de 1.7Cé. O Departamento de Estatísticas de Emprego prevê uma perda total
trabalhadores adicionais por volta do ano 2005. Para os operários especializado
27
Statistics from lhe International Association of Machinists, maio, 1994.
28
Winpisinger. William, Reclaiming Our Future: AnAgenda for American Labor. São Franci
Press, 1989. pp. 149-50.
29
Technological Clzange and Its Impact on Labor in Four Industries. U .S. Department of La
1992, Boletim 2409. p. 25.
30
Entrevista, 29 de abril, 1994. William Winpisinger ressalta que "sempre disse aos mem
sindicato) que o trabalho foi feito para cavalos e mulas e mesmo estes tinham o bom senso
traseiros ao trabalho". O ex-presidente da International Association of Machinists (IAM
"qualquer coisa que possamos fazer para facilitar o trabalho e torná-lo mais agradável,
Entretanto, ele adverte que "se não existem mecanismos sociais para tributar os lucros
resultam de empregar 2% de pessoas para fabricar 100% dos bens, então vamos ter de brigar
I
Cap.9
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o operário
147
.tão
.lDl nível de desemprego ainda maior, atingindo 14% de agora até a primeira década do
ção
-;;óximo século." Em países como a Alemanha, onde ferramenteiros qualificados são um
[nalesouro
nacional e reconhecidos pela sua habilidade, os novos processos de automação
do
'erão um forte impacto, tanto psicológico quanto econômico, sobre a economia nacional.
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- tor após setor, as empresas estão substituindo o trabalho humano por máquinas e, nesse
rrocesso, mudando a natureza da produção industrial. Um dos setores mais afetados pela
-eengenharia e pelas novas tecnologias baseadas na informação é o da borracha. Kenney e
Florida citam o exemplo de uma fábrica da Firestone Tire em La Vergne, Tennessee. As
condições de trabalho eram tão precárias, contava um representante sindical que "era difícil
editar que pneus pudessem ser fabricados ali".32 Embora esta fosse uma das instalações
ecnologicamente mais avançada da Firestone, o mau relacionamento entre empregados e
empregador deteriorou a tal ponto o ambiente de trabalho no decorrer do tempo que a
odução praticamente parou. A fábrica era tão desorganizada que corpos estranhos tais
mo pontas de cigarros, pregos e copos de papel podiam ficar incrustados nos pneus.
Em 1982, a Bridgestone, produtora de borracha japonesa, comprou as instalações
Firestone e imediatamente aplicou a reengenharia às operações de acordo com seus
xóprios padrões rígidos de produção enxuta. Introduziu equipes de trabalho, achatou a
rarquia organizacional de oito para cinco níveis, reduziu as classificações de cargo, criou
___gramas de retreinamento profissional para melhorar o controle de qualidade e investiu
--$ 70 milhões em novos equipamentos projetados para automatizar o processo de produ:30. Em menos de 5 anos, a produção aumentou de 16.400 para 82.175 pneus por mês .
- se mesmo período, a produção de pneus com defeitos caiu em 86%.33
A Goodyear, uma empresa tradicionalmente associada a pneus de alta qualidade
Estados Unidos, tem uma história de sucesso parecida. A Goodyear teve lucro recorde
US$ 352 milhões sobre um faturamento de US$ 11,8 bilhões em 1992. A empresa está
duzindo 30% mais pneus do que em 1988, com 24 mil funcionários a menos."
se
seus
Technological Changeand Its Impact, p. 25.
que
Kenney e Florida, p. 195.
or"
qu=
Ibid., pp. 195-7.
"Jobs in America", Fortune, 12 de julho, 1993, p. 36.
148
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A experiência da Bridgestone e da Goodyear está sendo reproduzida em
fábricas de pneus em todo o mundo. No Reino Unido, a Sumitomo, outro produtor .
de pneus, comprou as instalações da Dunlop e aplicou as práticas da produção enxu
a produtividade aumentou em mais de 40%, com 30% de funcionários a menos."
As indústrias extrativas também foram afetadas pela automação. Em 199:"":'empregos foram eliminados no setor da mineração nos Estados Unidos." A mine:JIIII
assim como a agricultura, tem passado por um processo constante de desemprego
gico há 70 anos. Em 1925, 588 mil homens, quase 1,3% de toda a força de trabalho
extraíram 520 milhões de toneladas de carvão betuminoso e linhita. Em 1982, menos
mil homens e mulheres produziram mais de 774 milhões de toneladas de carvão."
utilização de avançada tecnologia de computador, equipamento de escavação e
porte mais rápido. tecnologias aperfeiçoadas de dinamitação e novos métodos de ~
samento. as empresas de mineração têm sido capazes de aumentar a produção a um;
anual de 3t:ê. desde 1970.38
A crescente automação da indústria de mineração resultou na perda de de
milhares de empregos nas regiões produtoras de carvão do país. Na primeira dé
próximo século. menos de 113.200 pessoas - uma força de trabalho 24% menor
atual- produzirá todo o carvão necessário para atender a demanda doméstica e e.
im como a mineração, o setor de refinação química também vêm su__
a mão-de-obra humana por máquinas. A refinaria da Texaco em Port Arthur foi a
empresa no setor a introduzir o controle digital por computador em 1959. Entr
1964. a produtividade teve um aumento vertiginoso e o número de trabalhadore
químico caiu de 112.500 para 81.900, à medida que empresas como a Mo
Goodrich passavam suas operações para o controle do computador. As dramáticas
ças nas práticas de produção ocasionadas pelas novas tecnologias de computação =
ções de processo contínuo tornaram-se evidentes para o Sindicato dos Trabalha
Indústrias de Petróleo. Atômicas e Químicas, quando seus participantes entraram
nas refinarias de petróleo no início da década de 1960. Os grevistas malograram
tentativa de reduzir o ritmo da produção nas novas fábricas automatizadas. Elas
mente operavam por si mesmas.f Nos anos seguintes, a indústria química con:
35
Radford, G. "How Sumitomo Transformed Dunlop Tyres", Long Range Planning, junho, 1
36
"1992: Job Market in Doldrums", Monthly Labor Review, fevereiro, 1993, p. 9.
37
"The Mechanization of Mining", Scientific American, setembro, 1982, p. 91.
38
Technological Change and Its Impact, p. 1.
39
Ibid.
40
Noble, David. Forces of Production: A Social History of Industrial Automation.
Knopf, 1984, pp. 63·5.
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Cap.9
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utomatizar suas instalações fabris, demitindo números crescentes de trabalhadores. De
1990 até meados de 1992, a produtividade cresceu enquanto o número de funcionários na
rodução e supervisão caiu em 6%. Hoje, como Harry Braverman ressalta, "o trabalho do
perador químico, de modo geral, é limpo", e relaciona-se com "a leitura de instrumentos e
om a manutenção de gráficos"."
Não é de surpreender que alguns dos avanços mais significativos na reengenharia
e na automação tenham ocorrido na indústria eletrônica. A General Electric, líder mundial
na fabricação de produtos eletrônicos, reduziu seu número de funcionários em todo o
mundo de 400 mil em 1981 para menos de 230 mil em 1993, triplicando suas vendas ao
mesmo tempo. A GE achatou sua hierarquia gerencial nos anos 80 e começou a introduzir
novos equipamentos de automação na fábrica. Na GE Fanuc Automation Plant, em Charlottesville, Virgínia, novos equipamentos de alta tecnologia "montam componentes eletrônicos nas placas de circuitos, na metade do tempo da tecnologia anterior"."
Na Victor Company, no Japão, veículos automatizados entregam componentes de
filmadoras e outros materiais a 64 robôs que, por sua vez, executam 150 tarefas diferentes
de montagem e inspeção. Apenas dois seres humanos estão presentes no ambiente de
fabricação. Antes da introdução das máquinas inteligentes e robôs, eram necessários 150
empregados para fabricar as filmadoras na Victor.v
Na indústria de utilidades domésticas, novos equipamentos de alta tecnologia,
inclusive desenho assistido por computador, sistemas de engenharia e fabricação, robôs,
esteiras e sistemas de transporte automatizados, estão aumentando a produtividade e eliminando empregos em cada estágio do processo de produção. Entre 1973 e 1991, a produção
da indústria de utilidades domésticas nos Estados Unidos aumentou a uma taxa anual de
0,5%. No mesmo período, a produção por funcionário/hora aumentou a uma taxa média de
2,7%. A exemplo de outras indústrias, os ganhos de produtividade resultantes da introdução
de novas tecnologias poupadoras de tempo e de mão-de-obra, significaram um declínio nas
taxas de emprego. Entre 1973 e 1991, o emprego caiu acentuadamente, de 196.300 para
117.100 e o Departamento de Estatísticas do Trabalho prevê que continuará a cair. Por volta
do ano 2005, apenas 93.500 trabalhadores - menos do que a metade do número empregado
em 1973 - estarão produzindo o total de produtos utilidades domésticas do país+'
41
"Chemical Productivity Jumped in Second Quarter", Chemical and Engineering News, 14 de setembro,
1992, p. 21; Braverman, Harry. Labor andMonopoly Capital: The Degradation ofWork in the Twentieth
Century. Nova Iorque: Monthly Review Press, 1974, p. 224.
42
"Strong Companies Are Joining Trends to Eliminate Jobs", New York Times, 26 de julho, 1993, p. D3;
"Jobs in America", Fortune, 12 de julho, 1993, p. 40.
43
"Why Japan Loves Robots and We Don't", Forbes, 16 de abril, 1990, p. 151.
44
Technology andLabor in Copper Ore Mining, HouseholdAppliances and Water Transportation Industries.
Washington, D.e.: V.S. Department of Labor, Bureau ofLabor Statistics, maio, 1993, Boletim 2420, p. 22.
150
O Fim dos Empregos
Capo 9
A perda de operários na produção, por categoria de produto, na ind
utilidades domésticas é assustadora. Em 1973,49 mil trabalhadores estavam empreg
indústria de geladeira e freezer. Em 1991, esse número havia caído para 25.700, uma ~
média anual de 3,5%. Os fabricantes de lavadoras de roupa reduziram sua mão-de-~
28.300. em 1973, para 20.600, em 1991. Na indústria de artigos domésticos el
ventiladores. o emprego caiu no mesmo período de 56.300 para 31 mil. Segundo
tamento do Trabalho, "virtualmente nenhuma dessas demissões foi resultado do
das importações ou de queda na demanda't.v Num estudo detalhado da indús
utilidades domésticas, o Departamento descobriu que, "embora o emprego esteja
segmento industrial dos eletro-eletrônicos e ventiladores é a história de maior
industrial. A força continuada da demanda por utilidades domésticas e ventil
reflete em preços atraentes em uma expansão significativa no número de produtos
níveis aos consumidores"."
-enhum setor está mais associado à Revolução Industrial do que o setor te
mais de ~OO anos. as primeiras máquinas movidas a vapor foram utilizadas na Ingl~
fiação de lã. provocando uma revolução no modo como os bens eram produzid
enquanto outras indústrias têm se adiantado na corrida da automação, os têxtei para trás. em grande parte como conseqüência do uso intensivo de mão-de-obra no
de costura.
em estudo da indústria do vestuário descobriu que um modelo de roupa
demorar 66 semanas para passar do estágio do desenho e produção da fibra
distribuição no varejo. O longo tempo de espera e a lentidão na entrega custam à .
mais de C'SS 25 bilhões ao ano em perdas de vendas potenciais. A maioria desse
ocorre na extremidade do varejo, quando as lojas são obrigadas a liquidar a merca
causa das mudanças na moda ou da mudança de estação. O potencial de venda
resulta também de itens sem estoque."?
últimos anos, entretanto, o setor têxtil começou a emparelhar-se aos
setores de fabricação com a introdução de práticas de produção enxuta e a
sistemas de automação. A meta é instituir a fabricação flexível e entregas just-in-ti
que a demanda dos consumidores possa ser atendida "sob medida". Algumas e
como a Allied Textile Co., a Parkland Textile Co. e a Courtaulds, da Inglaterra, co
a introduzir a robotização aos seus processos industriais. O desenho assistido por
dor (CAD) reduziu de semanas para minutos o tempo de desenho de um traje ..
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45
Ibid., pp. 22-4.
46
Ibid., p. 24.
47
Bradley, Stephen. Globalization, Technology and Competition.
School, 1993, p. 190; Davidow e Malone, p. 57.
Cambridge,
MA: Harva
Capo 9
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151
.::omputadorizada e os sistemas de acabamento também têm sido introduzidos. Sistemas
mputadorizados também estão dinamizando a armazenagem, o manuseio, a embalagem e
embarque das roupas."
Embora a costura das roupas ainda utilize mão-de-obra intensiva, as empresas têm
sido capazes de reduzir o tempo de produção em outras áreas do processo industrial.
Algumas já usam moldes computadorizados automatizados e máquinas de corte do tecido.
Máquinas de costura microe1etrônicas também têm sido introduzidas nas salas de costura,
ijudando a realizar um número pré-programado
de pontos, seguidos de um arremate
utomático ao término da costura."? Jack Sheinkrnan, presidente do Sindicato dos Traba:hadores nas Indústrias Têxteis e do Vestuário, diz que a indústria têxtil está rapidamente
.ornando-se uma "indústria de alta tecnologia. Segundo Sheinkrnan, "o componente mãoe-obra foi significativamente reduzido" nos últimos anos e é responsável por pouco mai
e 30% do processo produtivo. O resto do processo é automatizado.t''"
As novas tecnologias estão começando a permitir a competitividade de custo da
fabricação de roupas em países industrializados, com empresas que operam em países com
aixo custo de mão-de-obra. À medida que cada vez mais empresas renderem-se à reengeaharia e à automação, até mesmo os exportadores do terceiro mundo. como a China e a
Índia, serão forçados a passar dos processos de fabricação dependentes de mão-de-obra
ara métodos mais baratos e rápidos de produção mecanizada.
A automação na fabricação de roupas finas já está resultando em perda recorde de
empregos. Em empresas têxteis recentemente pesquisadas, num estudo realizado pelo
. g1eses, a produtividade e os lucros estavam aumentando enquanto os empregos diminuíam. Por exemplo, na Allied Textile Company, os lucros antes do imposto aumentaram em
~14% entre 1981 e 1986, enquanto o emprego encolhia em 47%, de 2.048 para 1A09
abalhadores.v
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"New Technologies, Employment Shifts, and Gender Divisions Within the Textile Industry". New
Technology, Work and Employment, primavera, 1991, p. 44.
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Aposentando
-9
"Production Restructuring in the Textite and Clothing Industries",
Employment, março, 1993, p. 45.
50
Entrevista, 14 de abril, 1994. Jack Sheinkman diz que o deslocamento como decorrência da tecnologia
influenciou na perda de quase 500 mil empregos no setor têxtil, na última década. Embora acredite que
mais auto mação seja inevitável, ele defende uma distribuição mais justa dos ganhos de produtividade
entre os empregados, inclusive a redução da semana de trabalho.
51
"New Technologies, Employment Shifts, and Gender Divisions Within the Textile Industry", p. 47.
ne
New Technology,
Work and
152
O Fim dos Empregos
Capo 9
Em virtualmente todas as principais atividades industriais, a mão-de-obra
está sendo substituída por máquinas. Atualmente, milhões de homens e mulheres
lhadores em todo o mundo estão presos entre eras econômicas e cada vez mais margiza ••••
dos pela introdução de novas tecnologias poupadoras de mão-de-obra. Por vol;
décadas centrais do próximo século, o operário terá passado para a história, ,.
Terceira Revolução Industrial e da implacável marcha rumo à maior eficiência tecn