alta-traição e lesa-majestade - Universidade Católica Editora
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alta-traição e lesa-majestade - Universidade Católica Editora
Carlos Sardinha Professor da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa Alta-traição e lesa-majestade Germanismo e romanismo na história do direito visigótico primitivo UNIVERSIDADE CATÓLICA EDITORA LISBOA 2011 Prefácio O livro que agora se dá à estampa reproduz, com pequenas alterações, a tese de doutoramento em ciências histórico-jurídicas submetida à Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa – Escola de Lisboa em Fevereiro de 2009 e defendida com êxito a 20 de Abril de 2010 perante um júri constituído pelos Srs. Profs. Doutores Manuel Braga da Cruz, que presidiu, José Duarte Nogueira e Eduardo Vera-Cruz Pinto, que arguiram, Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, Maria da Glória Garcia, José Lobo Moutinho e Germano Marques da Silva. Ao meu Mestre, Sr. Prof. Doutor Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, agradeço não só o interesse e disponibilidade com que aceitou orientar a minha dissertação, mas também o muito que com ele aprendi enquanto seu aluno e assistente. O presente trabalho foi, na sua maior parte, redigido na biblioteca do Institut für Rechtsgeschichte und geschichtliche Rechtsvergleichung da Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (Alemanha). Sem as excelentes condições de trabalho que aí me foram oferecidas não teria sido possível levar a cabo esta investigação. Desejo, por isso, agradecer vivamente aos Profs. Doutores Wolfgang Kaiser e Detlef Liebs a simpatia com que me acolheram no seu Instituto e as facilidades concedidas na utilização da respectiva biblioteca, bem como tudo o que me ensinaram nas suas aulas e seminários. Estou, também, profundamente grato à Universidade Católica Portuguesa e à sua Faculdade de Direito pela oportunidade que me foi dada de continuar os meus estudos na Alemanha. Agradeço ao Sr. Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz, Reitor da Universidade Católica, à Sra. Prof.ª Doutora Maria da Glória Garcia, antiga Vice-Reitora, assim como a todos os que exerceram ou exercem funções de direcção na Faculdade de Direito, em especial aos Srs. Profs. Doutores Germano Marques da Silva, Rui Medeiros, Luís Fábrica e José Lobo Moutinho, todo o apoio que, desde o início, me prestaram. Uma palavra de agradecimento, ainda, à Universidade Católica Editora e à Fundação para a Ciência e a Tecnologia por terem tornado possível a publicação de um trabalho desta natureza. Grande é, também, a minha dívida de gratidão para com os meus Pais e Avó Emília. Agradeço, em particular, à minha Mãe todos os sacrifícios que fez durante a minha ausência, principalmente devido às doenças do meu Pai e Avô. 14 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Por fim, recordo, comovido, o meu Avô José. Apesar da idade e da doença, continuava, como sempre, a incentivar-me e a interessar-se pelo meu trabalho. Infelizmente já não assistiu à sua conclusão. Que Deus lhe dê o eterno descanso. Oeiras, Outubro de 2010 Carlos Sardinha ÍNDICE Nota prévia..................................................................................................5 Lista de abreviaturas...................................................................................7 Prefácio....................................................................................................... 13 Parte I Introdução Capítulo I – Preliminares. Aproximação histórico‑jurídica ao conceito moderno de alta‑traição................................................... 17 Capítulo II – Estado da investigação. Objecto do presente trabalho............................................................................ 21 Capítulo III – Dificuldades metodológicas levantadas pelo estudo do direito germânico antigo....................................................................27 Secção 1 – Definição do problema...................................................... 27 Secção 2 – A descoberta do Direito Romano Vulgar (Vulgarrecht)........ 28 Secção 3 – Os problemas levantados pela interpretação da Germania de Tácito............................................................ 35 Secção 4 – Abordagem tradicional: Karl von Amira............................. 37 Secção 5 – Crítica histórico‑filológica do «nordismo»......................... 41 Divisão 1 – Klaus von See.............................................................. 41 Divisão 2 – Novos desenvolvimentos no domínio da runologia...... 43 Secção 6 – Estado actual da questão. Crítica da doutrina germanista tradicional......................................................................... 44 Divisão 1 – Considerações gerais..................................................... 44 Divisão 2 – O exemplo paradigmático da expulsão (Friedlosigkeit). A doutrina tradicional e as críticas que suscitou........... 45 516 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Divisão 3 – Influência da doutrina germanista tradicional na concepção nacional‑socialista do direito: Hans Frank e Karl August Eckhardt. Ideologia e história do direito: precauções metodológicas............................................. 50 Secção 7 – Conclusão......................................................................... 55 Capítulo IV – O problema da fidelidadegermânica (Treue).................... 57 Secção 1 ‑ Crítica da concepção tradicional da fidelidade germânica(Treue): Karl Kroeschell...................................... 57 Secção 2 – Posição adoptada................................................................ 61 Divisão 1 – Observações gerais....................................................... 61 Divisão 2 – A fidelidade germânica (Treue) e a fides, fidelitas e infidelitas alto‑medievais............................................. 61 Divisão 3 – A fidelidade germânica (Treue) no período arcaico: interpretação de Tácito, Germania, 24 e César, Belluum gallicum, VI, 23................................................. 67 Divisão 4 – A poesia épica medieval alemã (Heldensage, Heldendichtung) como fonte de conhecimento da fidelidade germânica. Refutação da doutrina tradicional................................ 73 Divisão 5 – A virtude da fidelidade no código medieval de cavalaria enquanto cristianização do conceito germânico‑pagão de fidelidade. Crítica.................................................... 76 Divisão 6 – Negação da persistência da fidelidade germânica nas Leges. O exemplo paradigmático de uma lei do rei lombardo Liutprando.................................................... 82 Subdivisão 1 – Observações gerais................................................ 82 Subdivisão 2 – Impossibilidade de associar o termo treuua à fides a que alude Tácito, Germania, 24................. 83 Subdivisão 3 – Análise filológica da palavra trewa. Esboço de uma história semântica do termo......................... 85 Subdivisão 4 – Trewa, fides facta e promittere fide data................. 90 Secção 3 – Conclusão.......................................................................... 93 ÍNDICE 517 Parte II O crime de alta‑traição no direito visigótico da época arcaica ao Código de Eurico Capítulo I – Época arcaica.................................................................... 97 Secção 1 – O problema das origens dos Godos................................... 97 Secção 2 – Instituições político‑constitucionais.................................. 103 Divisão 1 – Os conceitos de rex e princeps na Germania de Tácito.................................................................... 103 Subdivisão 1 – Observações gerais.............................................. 103 Subdivisão 2 – A questão do comitatus (Gefolgschaft) germânico.......................................................... 105 Subdivisão 2.1 – A descrição de Tácito, Germania, 13‑15......... 105 Subdivisão 2.2 – O comitatus (Gefolgschaft) germânico na doutrina.................................................... 106 Subdivisão 2.3 – Interpretação proposta.................................... 108 Divisão 2 – O regime político dos Godos segundo Tácito, Germania, 44 . ................................................................ 116 Divisão 3 – Refutação do carácter militar da monarquia gótica primitiva............................................................... 120 Divisão 4 – Aproximação etnológico‑jurídica..................................... 121 Divisão 5 – Conclusão....................................................................... 124 Secção 3 – A proditio na Germania de Tácito...................................... 124 Divisão 1 – Observações gerais....................................................... 124 Divisão 2 – A proditio romana......................................................... 125 Subdivisão 1 – Delimitação do conceito..................................... 125 Subdivisão 1.1 – Proditio e perduellio............................................ 125 Subdivisão 1.2 – Proditio, transfugium e desertio............................ 129 Subdivisão 2 – Proditio e alta‑traição................................................. 130 Subdivisão 2.1 – A proditio e a violação da relação de clientela.................................................... 130 Subdivisão 2.2 – A proditio romana: conclusão........................... 135 Divisão 3 – A proditio na Germania de Tácito: conclusão..................... 136 518 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Capítulo II – A época da fixação nas margens do Danúbio................. 137 Secção 1 – Instituições político‑constitucionais.................................. 137 Divisão 1 – Observações gerais....................................................... 137 Divisão 2 – As fontes em língua gótica. Método............................. 138 Subdivisão 1 – Observações introdutórias................................... 138 Subdivisão 2 – A natureza das fontes e os problemas que levanta......................................................... 138 Subdivisão 3 – A tradução bíblica de Ulfila................................ 139 Subdivisão 3.1 – Vida e obra de Ulfila.................................... 139 Subdivisão 3.2 – Possibilidade e limites da utilização do léxico ulfilano no estudo das instituições visigóticas da sua época...................................................... 141 Divisão 3 – A estrutura político‑constitucional visigoda à luz do léxico de Ulfila..................................................... 145 Subdivisão 1 – hailjan ................................................................ 145 Subdivisão 2 – þiudans e kaisar .................................................. 146 Subdivisão 3 – kindins ............................................................... 147 Subdivisão 4 – A posição relativa do þiudans e do kindins .......... 148 Subdivisão 5 – reiks ................................................................... 149 Subdivisão 6 – Conclusão ......................................................... 151 Divisão 4 – A estrutura político‑constitucional visigótica à luz das fontes clássicas...................................................... 151 Subdivisão 1 – Temístio, Orationes, 10, 134d e Amiano Marcelino, Res gestae, 27, 5, 6............................. 151 Subdivisão 2 – Zósimo, Historia nova, 4, 34, 3............................. 153 Subdivisão 3 – A posição relativa do kindins e do reiks . ............. 155 Subdivisão 4 – A posição do kindins em face do imperador romano. Crítica da posição de Herwig Wolfram.. 156 Divisão 5 – A importância do reiks ................................................ 156 Subdivisão 6 – Conclusão........................................................... 157 Secção 2 – A triggwa gótica. Análise histórico‑filológica..................... 157 Secção 3 – Conclusão: inexistência de um conceito gótico de fidelidade com alcance jurídico‑constitucional............ 159 ÍNDICE 519 Capítulo III – A época das migrações em território romano............... 161 Secção 1 – Enquadramento histórico. A alegada elevação de Alarico à dignidade de rei........................................... 161 Secção 2 – A crise da constituição danubiana: Ataulfo........................ 164 Capítulo IV – Os princípios da monarquia visigótica: o reino de Tolosa......................................................... 167 Secção 1 – A fundação de uma estirpe real (stirps regia) entre os Visigodos............................................................ 167 Divisão 1 – Enquadramento histórico............................................. 167 Divisão 2 – A sucessão de Torismundo a Teodorico........................ 169 Divisão 3 – A subida ao trono de Teodorico II e Eurico................. 170 Secção 2 – O sistema de fixação dos Visigodos em território romano e os problemas que levanta............................ 171 Divisão 1 – Doutrina tradicional.................................................... 171 Divisão 2 – A tese de Goffart . ...................................................... 172 Divisão 3 – Posição adoptada.......................................................... 173 Subdivisão 1 – Crítica do método tradicional............................. 173 Subdivisão 2 – O sistema fiscal romano na época do Baixo Império.............................................. 174 Subdivisão 2.1 – Observações gerais....................................... 174 Subdivisão 2.2 – Decuriões (curiales, decuriones) e colonos (coloni). O sistema de repartição de receitas fiscais entre o fisco imperial (fiscus) e as cúrias (curiae).......................................................... 174 Subdivisão 3 – O sistema de repartição de receitas entre o fisco imperial (fiscus) e as cúrias (curiae) e o sistema de fixação dos aliados (foederati) visigodos na Aquitânia........................................................... 178 Subdivisão 3.1 – Observações gerais....................................... 178 Subdivisão 3.2 – Primeiro caso: a “ordem intolerável” (intolerabilis iniunctio) dirigida contra a população romana de Saintes........................................ 179 Subdivisão 3.3 – Segundo caso: um godo e a sua família apoderam‑se de terras romanas..................... 182 520 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Subdivisão 3.4 – Terceiro caso: a herança da sogra de Sidónio Apolinário....................................... 183 Subdivisão 3.5 – Acesso legítimo dos Visigodos à propriedade romana..................................... 185 Subdivisão 4 – Conclusão........................................................... 188 Parte III A actividade legislativa dos monarcas visigóticos e os crimes de alta‑traição e lesa‑majestade Capítulo I – O chamado Código de Eurico....................................... 191 Secção 1 – Enquadramento histórico................................................. 191 Secção 2 – O problema da identidade do monarca responsável pelo Código de Eurico................................................... 193 Divisão 1 – Observações gerais..................................................... 193 Divisão 2 – A argumentação tradicional a favor de Eurico............ 194 Divisão 3 – A questão das “leis teodoricianas” (leges Theodoricianae).................................................... 195 Divisão 4 – Conclusão.................................................................. 198 Secção 3 – Os bucelários (buccellarii) e saiões (saiones) no Código de Eurico...................................................... 200 Divisão 1 – Observações gerais....................................................... 200 Divisão 2 – Os bucelários (buccellarii).............................................. 200 Subdivisão 1 – Noção ............................................................... 200 Subdivisão 2 – A expansão do bucelariato no Baixo Império ............................................. 201 Subdivisão 2.1 – Império do Oriente. Os bucelários (buccellarii) nos papiros.................................. 201 Subdivisão 2.2 – Império do Ocidente................................... 204 Subdivisão 3 – A regulamentação do bucelariato no Código de Eurico.............................................. 206 Subdivisão 4 – O problema da origem do bucelariato................ 207 Subdivisão 4.1 – As relações entre o bucelariato visigótico e o bucelariato romano................................ 207 ÍNDICE 521 Subdivisão 4.2 – O bucelariato e o comitatus (Gefolgschaft) germânico................................ 210 Subdivisão 4.3 – Conclusão.................................................... 212 Divisão 3 – Os saiões (saiones)........................................................ 212 Subdivisão 1 – Origem e evolução semântica do termo saio . .... 212 Subdivisão 2 – A regulamentação do saionato no Código de Eurico. Diferenças em relação ao bucelariato......................................................... 214 Subdivisão 3 – O problema da origem do saionato..................... 216 Divisão 4 – Conclusão................................................................... 217 Secção 4 – Integração do Código de Eurico em matéria de alta traição com base no Código Visigótico?............... 218 Divisão 1 – Observação introdutória. Método................................ 218 Divisão 2 – O Código de Eurico e a alta‑traição no Código Visigótico....................................................... 219 Secção 5 – O problema da personalidade ou territorialidade do Código de Eurico: remissão....................................... 224 Secção 6 – Conclusão........................................................................ 224 Capítulo II – O Breviário de Alarico.................................................. 225 Capítulo II, A – Questões gerais......................................................... 225 Secção 1 – Considerações introdutórias............................................. 226 Divisão 1 – Importância................................................................. 226 Divisão 2 – Edição......................................................................... 228 Divisão 3 – Génese........................................................................ 228 Divisão 4 – Sistema........................................................................ 230 Divisão 5 – As interpretationes ......................................................... 231 Secção 2 – Motivos que levaram à feitura do Breviário de Alarico........................................................ 233 Divisão 1 – A tese de Bruck........................................................... 233 Divisão 2 – Crítica da tese de Bruck. Posição adoptada.................. 235 Subdivisão 1 – A alegada conspiração dos bispos católicos contra Alarico II................................................ 235 522 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Subdivisão 2 – O alegado ódio insuperável entre Visigodos e Romanos........................................ 239 Subdivisão 3 – A “fraqueza” de Alarico II e as duas concessões à população galo‑romana.................................... 241 Subdivisão 3.1 – Primeira alegada concessão: o Breviário de Alarico.................................................... 241 Subdivisão 3.2 – Segunda alegada concessão: a convocação do Concílio de Agde .................................. 243 Subdivisão 4 – Conclusão........................................................... 243 Secção 3 – O problema da personalidade ou territorialidade do Breviário de Alarico................................................... 244 Divisão 1 – Observações gerais..................................................... 244 Divisão 2 – Sentido da expressão «provinciales nostri» no commonitorium . .......................................................... 245 Subdivisão 1 – Posição de García Gallo..................................... 245 Subdivisão 2 – Crítica da posição de García Gallo..................... 247 Subdivisão 3 – Conclusão ........................................................ 251 Divisão 3 – Sentido da expressão «utilitates populi nostri» no commonitorium . .......................................................... 252 Divisão 4 – A Lei de Teudis (546)................................................. 254 Divisão 5 – O Edictum Theoderici .................................................. 255 Subdivisão 1 – Crítica da posição de García Gallo...................... 255 Subdivisão 2 – Crítica da posição de Calasso.............................. 257 Subdivisão 3 – A tese de Vismara. Posição adoptada.................... 260 Subdivisão 4 – Conclusão........................................................... 262 Divisão 6 – A personalidade do Breviário de Alarico no reino franco............................................................... 262 Divisão 7 – Crítica da posição de Marta Bueno e Aquilino Iglesia Ferreirós.......................................................... 264 Divisão 8 – A arqueologia e o problema do âmbito de aplicação do Breviário de Alarico.............................................. 266 Subdivisão 1 – A tese de Wilhelm Reinhart ............................. 266 Subdivisão 2 – Posição adoptada................................................ 268 ÍNDICE 523 Divisão 9 – As Formulae Visigothicae e o problema da utilização do Breviário de Alarico pelos Visigodos...................... 269 Divisão 10 –A questão das citações do Breviário de Alarico em cânones dos Concílios de Toledo . ....................... 273 Divisão 11 –A tese de Alvaro D’Ors. Crítica.................................. 275 Subdivisão 1 – Observações introdutórias................................... 275 Subdivisão 2 – A aprovação do Breviário de Alarico pela assembleia de «episcopi vel electores provinciales».275 Subdivisão 3 – A chefia da comissão alariciana pelo comes Goiarico.................................................... 276 Subdivisão 4 – O comes Timóteo............................................... 276 Subdivisão 5 – Alcance do termo «universi» no commonitorium . .................................................. 277 Subdivisão 6 – O alegado carácter didascálico do Breviário de Alarico.......................................................... 277 Secção 4 – O problema da personalidade ou territorialidade do Código de Eurico...................................................... 278 Divisão 1 – A questão do monarca responsável pelo CE............... 279 Divisão 2 – O problema da persistência do direito consuetudinário visigodo............................................ 279 Subdivisão 1 – Posição de García Gallo...................................... 279 Subdivisão 2 – Crítica da posição de García Gallo...................... 280 Subdivisão 3 – Posição de Alvaro D’Ors. Crítica......................... 281 Divisão 3 – A regulamentação simultânea do bucelariato e do saionato no Código de Eurico........................... 282 Divisão 4 – A questão dos casamentos mistos................................ 283 Subdivisão 1 – Posição de García Gallo...................................... 283 Subdivisão 2 – Crítica da posição de García Gallo...................... 284 Subdivisão 2.1 – A lei revogada por LV 3, 1, 1 antiqua .......... 284 Subdivisão 2.2 – O problema dos casamentos de visigodos com romanas anteriores a Leovigildo........... 285 Subdivisão 2.3 – A política unificadora de Leovigildo............. 286 Subdivisão 2.4 – Conclusão.................................................... 289 524 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Subdivisão 3 – Posição de Alvaro D’Ors. Crítica......................... 289 Divisão 5 – A questão da existência de jurisdições diferentes para Visigodos e Romanos. A jurisdição do tiufado (thiupha‑ dus). Crítica da posição de Alvaro D’Ors.................... 290 Divisão 6 – Significado da diferença de credos entre Visigodos e Romanos. Crítica da posição de Alvaro D’Ors......... 291 Divisão 7 – O capítulo 327 do Código de Eurico........................ 293 Subdivisão 1 – Posição de García Gallo...................................... 293 Subdivisão 2 – Crítica da posição de García Gallo...................... 293 Subdivisão 2.1 –Conteúdo do capítulo 327 do Código de Eurico. Dificuldades de leitura do palimpsesto parisino..................................... 293 Subdivisão 2.2 –Conteúdo da «lex prior» a que se refere a primeira parte do capítulo 327 do Código de Eurico......................................................... 297 Subdivisão 2.3 – Identificação da «lex prior» substituída pela primeira parte do capítulo 327 do Código de Eurico...............................................................299 Subdivisão 2.4 –Preceitos substituídos pela segunda parte do capítulo 327 do Código de Eurico ............. 301 Subdivisão 2.5 –Conclusão.................................................... 306 Divisão 8 – O capítulo 312 do Código de Eurico.......................... 306 Subdivisão 1 – Posição de García Gallo...................................... 306 Subdivisão 2 – Posição de E. Levy.............................................. 308 Subdivisão 3 – Crítica das posições de García Gallo e de E. Levy. Posição adoptada................................... 310 Subdivisão 3.1 –O capítulo 312 do Código de Eurico e a alegada divisão de terras entre Visigodos e Romanos..................................................... 310 Subdivisão 3.2 –O capítulo 312 do Código de Eurico e o regime romano da translatio ad potentiores . .............................................. 311 Subdivisão 3.3 –O capítulo 312 do Código de Eurico e o regime romano da invasio . .................... 315 Subdivisão 3.4 –Conclusão.................................................... 318 ÍNDICE 525 Secção 5 – O problema da personalidade ou territorialidade do Breviário de Alarico e do Código de Eurico: conclusão.......318 Capítulo II, B – O crime de lesa‑majestade (crimen laesae maiestatis) no Breviário de Alarico............................................ 319 Secção 1 – Introdução....................................................................... 320 Secção 2 – História do crime de lesa‑majestade (crimen maiestatis).............................................................. 321 Divisão 1 – Dificuldades da classificação dos crimes contra o Estado no Direito romano. Insuficiências do sistema de Mommsen.................................................................. 321 Divisão 2 – Os inícios do crime de lesa‑majestade........................ 323 Divisão 3 – O advento do Principado e o crime de lesa‑majestade............................................................. 324 Subdivisão 1 – Observações introdutórias. Método............................ 324 Subdivisão 2 – Época de Augusto...................................................... 325 Subdivisão 2.1 –Punição dos adultérios cometidos por Júlia, Vispânia Júlia e respectivos cúmplices... 325 Subdivisão 2.2 –Punição dos escritos difamatórios (libelli famosi). O caso do orator Cássio Severo... 328 Subdivisão 3 – Época de Tibério................................................ 332 Subdivisão 3.1 –O processo contra Libão Druso................... 332 Subdivisão 3.2 –O processo contra Clutório Prisco............... 334 Subdivisão 3.3 –Desrespeito pela efígie do imperador: o caso do antigo pretor Paulo...................... 335 Subdivisão 4 – Conclusão....................................................... 336 Divisão 4 – O crime de lesa‑majestade nas fontes jurídicas............. 337 Subdivisão 1 – Fontes. Método................................................... 337 Subdivisão 2 – Época clássica..................................................... 337 Subdivisão 2.1 – Definição material do crime........................ 337 Subdivisão 2.2 – Penas e efeitos da condenação...................... 341 Subdivisão 2.3 – Processo....................................................... 358 Subdivisão 3 – Época pós‑clássica: séc. IV................................... 359 Subdivisão 3.1 – A orientalização do Estado romano. O advento do Dominatus ou Monarquia Absoluta.......... 359 526 ALTA-TRAIÇÃO E LESA-MAJESTADE Subdivisão 3.2 – Definição material do crime, penas e outros efeitos da condenação..................... 362 Subdivisão 3.3 – Processo....................................................... 371 Subdivisão 4: Época pós‑clássica: séc. V....................................... 376 Subdivisão 4.1 – Definição material do crime........................ 376 Subdivisão 4.2 – Penas e outros efeitos da condenação........... 378 Subdivisão 4.3 – Processo....................................................... 379 Subdivisão 5 – Os preceitos do Breviário de Alarico relativos ao crime de lesa‑majestade. Análise..................... 379 Subdivisão 5.1 –Considerações introdutórias. Método........... 379 Subdivisão 5.2 –Fontes romanas relativas ao crime de lesa ‑majestade que poderão ter servido de base aos trabalhos da comissão alariciana.................... 380 Subdivisão 5.3 –Análise das fontes romanas relativas ao crime de lesa‑ majestade recebidas no Breviário de Alarico..................................... 382 Subdivisão 6 – Exemplos de processos de lesa‑majestade decorridos na Gália em finais do séc. V: os casos de Arvando e Seronato....................................... 386 Subdivisão 6.1 – Observação prévia........................................ 386 Subdivisão 6.2 – O processo contra Arvando.......................... 386 Subdivisão 6.3 – O processo contra Seronato......................... 389 Subdivisão 6.4 – Conclusão.................................................... 390 Parte IV Epílogo Anexo.................................................................................................... 401 I – Fontes romanas relativas ao crime de lesa‑majestade.............................. 401 1 ‑ Época clássica ...................................................................................... 401 1.1 ‑ Definição material do crime........................................................... 401 1.2 – Penas e efeitos da condenação........................................................ 406 1.3 – Processo......................................................................................... 412 2 – Época pós‑clássica: séc. IV .................................................................. 414 ÍNDICE 527 2.1 ‑ Definição material do crime, penas e outros efeitos da condenação........................................................................................... 414 3 – Época pós‑clássica: século V.................................................................. 428 3.1 – Definição material do crime........................................................... 428 3.2 – Penas e outros efeitos da condenação.............................................. 429 3.3 – Processo......................................................................................... 431 II – Fontes romanas relativas ao crime de lesa‑majestade que poderão ter servido de base aos trabalhos da comissão alariciana (as recebidas no Breviário de Alarico estão assinaladas a negrito).......... 432 1 – Definição material do crime................................................................. 432 2 – Penas e outros efeitos da condenação.................................................... 438 3 – Processo............................................................................................... 442 Bibliografia...................................................................................... 447 1. Fontes..................................................................................................... 447 1.1 Fontes jurídicas.................................................................................. 447 1.2. Fontes não‑jurídicas.......................................................................... 451 2. Obras de consulta................................................................................... 455 3. Bibliografia secundária............................................................................ 459