Enquadramento Territorial do município

Transcrição

Enquadramento Territorial do município
“O Douro, rio e região é a realidade mais séria que temos”
Miguel Torga
ficha técnica
autoria
criado em
Câmara Municipal Armamar
Setembro 2007
actualizações
1ª Actualização
2ª Actualização
3ª Actualização
Março 2008
Novembro 2008
Janeiro 2009
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1.
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LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE ARMAMAR
Em termos geográficos, o município de Armamar situa-se no interior Norte de Portugal, numa
região complexa de montanha a sudoeste do planalto transmontano, a sul do rio Douro e a
Noroeste da Serra do Marão, confrontando a leste com o rio Tedo, na região natural Beira Douro
(fig.1).
Em termos administrativos, Armamar confronta a Norte com os municípios de Sabrosa e Peso da
Régua, ambos do distrito de Vila Real; a Sul com os municípios de Moimenta da Beira e de
Tarouca; a leste com Tabuaço, servindo de divisória o curso do rio Tedo e a ocidente com o
município de Lamego.
O município de Armamar tem cerca de 112,2 km 2 , distribuídos por dezanove freguesias.
Portugal
Região Demarcada do Douro
Portugal
Armamar
Região Demarcada do Douro
Fi g.1 – Enquadramento geográfi co e admi ni stra ti vo do Muni cí pi o de Armamar
Fonte: El aboração própri a
Fi g.1 – Enquadramento geográfi co e admi ni strati vo do Muni cí pi o de Armamar
Armamar situada nas encostas do Douro, está inserida numa região de rara beleza, classificada
pela UNESCO, em 14 de Dezembro de 2001, como Património da Humanidade, na categoria de
paisagem cultural, sob o nome de Região Vinhateira do Alto Douro 1.
1
Em 14 de Dezembro de 2001, o Comité do Património da Unesco (United Nations Educ ational, Scientific and
Cultural Organization) decidiu inscrever o “Alto Douro Vinhateiro – paisagem cultural, evolutiva e viva” na Lista
do Património Mundial, a pedido do Governo Português. Além da mancha de 25 000 há que foi considerada
representativa dos valores em presença na região do D ouro, a Unesco considerou a restante Região Demarcada
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A área classificada, situa-se no nordeste de Portugal com mais de 26 mil hec tares, engloba 13
municípios: Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó, Sabrosa,
Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira e
Vila Nova de Foz Côa, e representa dez por cento da Regi ão Demarcada do Douro 2.
A zona proposta para inscrição na lista do património mundial, como paisagem cultural evolutiva
viva, é considerada representativa das três unidades de paisagem - Baixo Corgo, Cima Corgo e
Douro Superior - que caracterizam os 250.000 hectares da vasta Região Demarcada do Douro. O
Alto Douro reúne o conjunto muito significativo de bens que, em termos gerais, apresenta um
bom estado de conservação. O Rio Douro e os seus afluentes Varosa, Corgo, Távora, Torto e
Pinhão são a espinha dorsal da zona proposta.
Assim, o Alto Douro Vinhateiro, paisagem cultural, evolutiva e viva, para além do seu potencial
agrícola para o cultivo da vinha, tem um enorme potencial turístico que se começa a fazer sentir
um pouco por toda a região.
2.
2.1.
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
Geologia
A região de Armamar insere-se na Zona Centro Ibérica (ZCI) do Maciço Hespérico e em termos
litológicos
é,
predominantemente,
constituída
por
granitóides
hercínicos
e
metassedimentos
paleozóicos.
O município de Armamar está incluído nas folhas 10-D (Alijó) e 14-B (Moimenta da Beira),
respectivamente, da Carta Geológica de Portugal à escala de 1/50 000.
Segundo a Carta Geológica de Portugal, o município de Armamar caracteriza -se na zona Norte pelo
predomínio de xistos pouco cristalinos, co rrespondendo a terrenos impermeáveis e grauvaques com
alguns quartzitos e poucos vulcanitos do Paleozóico e Precâmbrico, em parte muito metamorfizados
(gneisses, micaxistos), particularmente nos pendores para o Vale do Douro, onde se cultiva a
vinha.
como “zona tampão” e deu indicações no sentido de ser aplicado nela o mesmo tipo de medidas conducentes à
gestão e salvaguarda da paisagem classificada.
De acordo com a “Convenção do Património Mundial”, da Unesco “alguns lugares da Terra têm um valor
universal excepcional e merecem, como tal, fazer parte do património comum da humanidade”. Por outro lado,
de acordo com a Unesco, os sítios classificados são “pelo seu esplendor, um enriquecimento para cada um de
nós e testemunham a diversidade do nosso planeta e dos seus habitantes. Eles para que os partilhemos, os
acarinhemos e os respeitemos. O seu desaparecimento seria uma perda irreparável para a humanidade”.
2
A Região Demarcada do Douro foi a primeira região vitícola do mundo a ser delimitada (1756). Situa -se na
bacia hidrográfica do rio Douro, para além das serras do Marão e Montemuro, desde Barraqueiros a jusante, até
Mazouco a montante do mesmo rio. De contornos muito irregulares, abrange cerca de 250 000 ha distribuídos
pelos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu, encontrando -se actualmente uma área de cerca de 40
000 ha ocupados pela vinha.
2
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Na zona Sul e a Leste, predominam as rochas intrusivas, hercínicas, predominantemente graníticas.
Quando se analisa a área do município inserida na região Demarcada do Douro, parece existir uma
clara relação entre a demarcação dos vinhos generosos do Douro e a localização das rochas
metassedimentares, “sendo a linha de demarcação, muitas vezes, próxima da linha de contacto
entre as rochas graníticas e as rochas xistentas” (Sousa, 1989:8).
As rochas xistentas, que constituem uma superfície aplanada a cotas bastante inferiores às da
superfície fundamental que as rodeia (essencialmente granítica), a par dos vales entalhados,
formam como que uma depressão ao longo do vale do Douro, onde o calor se concentra (Sousa,
1989) (fig.2).
Armamar está inserida na designada “Terra Quente”, as características do microclima (secura do
clima), a topografia (exposição solar), a baixa permeabilidade e porosidade das rochas e o poder
reflector das superfícies de clivagem são aspectos muito importantes que contribuem para o
elevado grau alcoólico das uvas na região.
Fi g.2 – Geol ogi a do Muni cí pi o de Armamar
Fonte: El aborado com base na Cartografi a do Atl as do Ambi ente
Fi g.1 – Enquadramento geográfi co e admi ni strati vo do Muni cí pi o de Armamar
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2.2.
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Relevo
Armamar situa-se numa área de relevo muito acidentada e montanhosa, com um conjunto de
cumes e elevações encadeados, dispostos na direcção Norte -Sul e separados pelo Vale da ribeira
de Temilobos. As altitudes variam entre os 100 e os 950 metros (fig.3). Um terço da superfície
está abaixo do 500m e dois terços entre os 500 e os 950m.
Na parte Norte do município dominam altitudes relativamente mais suaves sobre o vale do Douro,
sendo o ponto mais baixo na foz do rio Tedo. A zona Oriental, junto ao rio Tedo, apresenta
altitudes moderadas.
As cotas mais elevadas encontram-se no Sul do Município, ultrapassando por vezes os 900
metros, correspondendo às freguesias de Santa Cruz, (onde se localiza o ponto mais elevado no
lugar de Fragas (Senhora da Saúde) a 956m), São Martinho das Chãs, São Cosmado e Arícera.
2.3.
Hidrografia
Em termos hidrográficos, a área do município é drenada pelo rio Douro que é o principal curso de
água que banha as freguesias de Fontelo, Vacalar, Folgosa e Vila Seca (fig.3).
O rio Tedo é o segundo curso de água mais importante, serve de divisória parcial entre o
município de Armamar e Tabuaço, desaguam nele, o ribeiro de Pias que nasce em Coura e a
ribeira das Porqueiras.
O curso de água mais importante nascido no interior do município é a ribeira de Temilobos que
tem a sua nascente na Serra de Lumiares e vai desaguar directamente ao rio Douro, no lugar da
Foz, perto de Vacalar, tem como afluentes o ribeiro de Alcatruz, que nasce na Serra da Piedade e
o ribeiro Rabo d’Asno que nasce no Vale do Sol (entre Arícera e Travanca).
O ribeiro de Bagaúste também conhecido por ribeiro de Balteiro, nasce na Serra granítica de São
Domingos, passa por Fontelo e desagua no rio Douro.
O ribeiro de Temilobos, o Ribeiro de Alcabriz (que nasce em São Martinho das Chãs), o ribeiro de
Bagaúste e o Ribeiro de Pias (nasce nas encostas de Coura, e desagua na margem esquerda do
rio Tedo) e ainda as pequenas ribeiras de Cimbres, Goujoim, Lapinha, Marmarinho, Reiga,
Santiago, Várzea, Guilhufos e Vale da Azenha constituem a rede natural de drenagem superficial.
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Fi g.3 – Hi psometri a e hi drografi a do muni cí pi o de Armamar
Fonte: El aboração própri a
2.4. Declives
No município prevalecem os declives 3 acentuados na zona Norte onde dominam os declives
superiores a 17º, bem como na vertente esquerda do Rio Tedo. Nesta zona os declives são
extremamente fortes, sendo muito frequente a existência de valores superiores a 30º, condicionando o
aproveitamento agrícola que é feito com base na construção de pequenos patamares de difícil acesso.
A parte Sul do município apresenta declives menos acentuados variando entre 2º e 10º.
Dois quintos da superfície apresenta declives superiores a 30% , cerca de 3400ha têm declives
entre 10% e os 20% e apenas um quinto da área apresenta declives infer iores a 10% (fig.4 e 5).
3
O declive é uma inclinação da superfície topográfica relativamente a um plano horizontal, e pode tornar-se decisivo na
instalação de equipamentos. Existem alguns critérios sobre os limiares dos declives e a própria criação de infra-estruturas: por
norma são considerados declives preferenciais para a instalação dos equipamentos os declives de 0º a 2º (se bem que por
vezes a drenagem pode ser bastante dificultada) e de 2º a 5º. Os declives entre 2° e 17°, já necessitam de alguns cuidados,
embora acima do limiar dos 10° os custos são inflacionados por todo o trabalho de terraplanagem. Por seu turno, os 17°
apresentam-se como o limiar máximo de movimentação das terras, valor a partir do qual já começam a sentir-se problemas
graves ao nível de movimentos de terreno.
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Fig.4 – Declives do município de Armamar
Fonte: Elaboração própria
Fig.5 – Declives Preferenciais do município de Armamar
Fonte: Elaboração própria
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2.5. Clima
O clima do município é fortemente afectado pela actuação conjunta de duas ordens de factores,
por
um
lado
o
relevo,
que
pela
sua
presença
remete
para
uma
situação
de
interioridade/continentalidade, toda a vertente oriental da Serra do Marão, e por outro, a
altitude.
Em termos climáticos, o município apresenta três zonas distintas: a zona quente (a Norte), que
corresponde ao Vale do Douro com temperaturas médias a rondar os 14ºC ; a zona de transição
(Centro-Sul) que oscila entre os 12ºC e os 14ºC; e a zona Fria entre os 10ºC e os 12,5ºC. Estas
duas últimas correspondem à zona fria de planalto.
Os contrastes térmicos ao longo do ano acentuam -se, onde os Invernos são frios, com
temperaturas médias (meses de Dezembro e Janeiro) na ordem dos 2,5ºC, sem queda de neve e
os Verões são quentes e curtos com temperaturas médias (meses de Julho e Agosto) na ordem
dos 25ºC. Esta situação é ainda mais marcada nas depressões e vales interiores onde, apesar de
os Invernos serem menos frios que nos planaltos, as amplitudes térmicas anuais podem
ultrapassar os 20ºC.
No município de Armamar predominam as exposições a Norte, a Este e a Oeste, o que está de
algum modo relacionado com a situação geográfica na margem Sul do rio Douro, e pela presença
do vale da Ribeira de Temilobos e rio Tedo orientados na direcção Norte -Sul. Denota-se também
uma fraca percentagem de terreno plano (fig.6).
Em termos de precipitação, esta concentra-se entre os meses de Novembro e Abril, a média anual
situa-se entre os 500mm e os 800mm, sobretudo nos vales encaixados.
Estes
baixos
índices
de
pluviosidade
devem-se
aos
ventos
da
costa
atlântica
que
são
interrompidos na sua trajectória pelo alinhamento das serras do Marão e M ontemuro (fig.7).
Em relação à formação de geada, esta ocorre entre 30 a 50 dias por ano (INMG, 1991).
No que respeita, ao regime geral dos ventos, este domina do quadrante Norte (Marão), embora
também se faça sentir, com menor frequência, ventos do quad rante leste (Espanha) e vento
soão.
Fig.6 – Exposições solares do município de Armamar
Fonte: Elaboração própria
7
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25
T(º)
5
180
20
160
18
16
140
14
12
120
100
10
8
80
60
Dez
Nov
Set
0
Jan
Dez
Out
Nov
Set
Jul
Ago
Jun
Abril
Maio
Mar
Jan
0
Fev
0
Out
5
20
R(mm)
10
Ago
40
15
Jul
10
60
20
Jun
15
80
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25
Abril
100
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30
Maio
20
120
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100
90
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70
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R (mm)
50
T (º)
40
30
20
10
0
Mar
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160
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T (º)
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4
40
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2
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Ago
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Maio
Mar
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Jan
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Fig.7 - Gráficos termo-pluviométricos das estações pluviométricas da Régua; Pinhão (Santa Bárbara) e Moimenta da Beira,
respectivamente, para o período de 1951-1980.
Fonte: INMG, (1991) - O clima de Portugal. Fascículo XLIX, vol. 3 - 3ª Região. Normais climatológicas da região de "Trás-Os-Montes e Alto
Douro e Beira Interior", 1951-1980. Lisboa
2.6. Biodiversidade florística e faunística
O Município caracteriza-se por uma grande biodiversidade quer a nível de flora quer a nível de
fauna.
A flora do Município é caracterizada por uma diversidade de formações vegetais constituída por
árvores, arbustos e herbáceas.
A cobertura vegetal do Município é diferenciada, dependendo das condições climáticas e da
natureza dos solos. Assim, o pinheiro bravo (pinus pinaster) e o castanheiro (castanea sativa)
abundam a leste e na metade sul do Município, onde o clima é mais frio. A Norte, nas encostas
viradas para o rio Douro, encontram-se espécies variadas como a oliveira (olea europaea), a
figueira (ficus carica) e a laranjeira (citrus sinensis).
Nas florestas e matagais temos a giesta branca (cytisus multiflorus), a urgueira (calluna
vulgares), o sumagre (Rhus Coriaria L.), o medronheiro (arbutus unedo), o loureiro (laurus
nobilis), o tojo (ulex europaeus), a urze branca (Erica arborea), a mimosa (acácia dealbata), a
erva mata pulgas (Dorycnium pentaphyllum subsp. transmontanum), e muitas outras espécies
bravias que podem ser apreciadas. Em termos de espécies gramíneas e com características
aromáticas e medicinais, utilizadas em chás e na alimentação , temos o rosmaninho (lavandula
sampaioana), sanganho (cistus psilosepalus), carqueja (Chamaespartium tridentatum), bela-luz,
ervilha branca (pisum sativum), azevinho (Ilex aquifolium), alfazema (Lavandula officinalis
Chaix) e uma infinidade de outras, que constituem o património botânico do Município.
Durante muito tempo na economia do Município tiveram grande importância algumas espécies e
arbustos nomeadamente a Amoreira (morus nigra) - cujas folhas alimentavam o bicho-da-seda,
actividade com grande significado na região nos séc. XVIII e XIX; o Sumagre (Rhus coriaria) –
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utilizado para o curtimento de couros e tinturaria e a Figueira (ficus carica) (que durante muito
tempo coabitou com a vinha) com a produção do figo seco.
Tal como acontece um pouco por todo o lado, também no Município de Armamar a fauna silvestre
se encontra drasticamente dizimada, por acção directa do homem. Na Idade Média, e segundo
relato de vários documentos da época, abundavam na região o urso (Ursus arctos arctos), o
veado (Cervus elaphus) e o javali. O javali (sus scrofa) (porco bravo) sobreviveu no seu habitat e
tem ainda presença um pouco por todo o Município. Também se encontram outras espécies
mamíferas como o lobo (canis lupus), a raposa (vulpes vulpes), o texugo (Meles meles), a
doninha (Mustela lutreola), a fuinha (Martes foina), o gineto (Genetta genetta), o coelho bravo
(Oryctolagus cuniculus) e a lebre (Lepus europaeus). Estas espécies, consequência dos fogos,
pesticidas e herbicidas e da perseguição do homem fora das épocas venatórias, têm vindo a ser
destruídas.
Quanto às aves, o panorama também não é animador, ao ponto do pintassilgo (Carduelis
carduelis) ter mesmo desaparecido e o peneireiro (Falco tinnnunculus), a coruja do mato (Strix
aluco), o mocho galego (athene noctua) e a águia-real (Aquila chrysaetos) estarem também em
risco de vir a desaparecer na região.
2.7 Uso e Ocupação do solo
De uma forma geral, apresenta-se a distribuição da ocupação do solo, mais representativas, no
município. De modo a termos uma leitura mais perceptível da ocupação do solo, este foi
agrupado em cinco classes. A floresta ocupa 48% da área, seguida das áreas dotadas para a
agricultura que ocupam 46,6% do território, 9 ,4% é constituído por incultos, 2% áreas sociais e
1% das superfícies aquáticas (fig.8).
Fig.8 – Ocupação do solo do município de Armamar
Fonte: Elaboração própria
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Urbanismo e Habitação
As condições habitacionais são um elemento fundamental para a qualidade de vida da população ,
pelo que se torna importante conhecer a dinâmica de Armamar a este nível.
Em 2001, o município de Armamar contava com 4.297 alojamentos familiares, dos quais 4 285
eram familiares clássicos e 12 não clássicos. Analisando o período de 1991 e 2001, denota -se
uma variação positiva do número de alojamentos clássicos (9,3%) (INE, 2005) (fig.9).
9,7
32,32
Residência habitual
57,97
Uso sazonal
Residências vagas
Fi g.9 – Al ojamentos cl ássi cos, segundo a forma de ocu pação, no muni cí pi o de Armamar.
Fonte: INE – O paí s em números (2007).
Fi g.8 – Al ojamentos cl ássi cos, segundo a forma de ocu pação, no muni cí pi o de Armamar.
Fonte: INE – O paí s em números (2007 ).
Quando analisado o ano de construção de edifícios, observa-se que cerca de 41,3 % são da década
de 1980 e é na década de 70 a 80 que se regista um aumento do número de construções (fig.10).
Entre 2002 e 2004 foram aprovados 218 processos de pedidos de licença s para construções novas e
71 para reconstruções (INE, 2007).
Fig.10 – Número de edifícios construídos, por década, no município de Armamar, em 2001.
Fonte: INE – O país em números (2007 ).
Apesar de não haver Bairros Sociais, em Armamar, existem cerca de 29 fogos de cariz social, com
27 famílias, abrangendo 81 pessoas, propriedade da Câmara Municipal e de IPSS’s.
Quando se analisa a proporção de edifícios exclusivamente residenciais, entre 1991 e 2001, para a
região Norte, Nut Douro e Armamar verifica-se que em todas ouve um aumento. Em relação ao
índice de envelhecimento dos edifícios, em 2001 para as mesmas área s geográficas denota-se, um
claro índice para elevado para a Nut Douro, ficando Armamar em melhor posição (quadro 1).
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Quadro 1 – Proporção de edi fí ci os excl usivamente resi denci ai s, entre 1991 e 2001, e índi ce de envel heci mento
dos edi fí ci os em 2001, na Regi ão Norte, Douro e no muni cí pi o de Armamar
Proporção de edifícios exclusivamente
Índice de envelhecimento dos edifícios
residenciais
Área Geográfica
1991
2001
2001
Região Norte
89,10
90
87
Douro
87,80
90,60
114,80
Armamar
86,60
91,70
80,60
Fonte: INE – O paí s em números (2007).
2.8.
Comunicações e rede de acessibilidades
A rede viária é um elemento importante a considerar quando se pretende definir uma estratégia
de desenvolvimento, seja a que escala for.
Em termos de acessibilidades regionais destaca-se a proximidade à IP3 e à IP4 e ao aeroporto do
Porto, pelo que as estradas nacionais que permitem aceder-lhes desempenham um importante
papel, quer do ponto de vista das ligações regionais quer inter-concelhias.
A rede de acessibilidades do município, constituída por uma rede de estradas municipais e
caminhos secundários, tem vindo a sofrer modificações qualitativas substanciais, fundamentais
para uma maior abertura e para o desenvolvimento do município.
O Município é servido por duas estradas nacionais que cobrem 53% das freguesias – EN 222 que
atravessa as freguesias de Fontelo, Vacalar, Folgosa, Vila Seca e Santo Adrião e a EN 313 que
serve as freguesias de Fontelo, Aldeias, Armamar, São Martinho das Chãs e São Cosmado, que
permitem o acesso à A24 que faz a ligação para o Sul, Litoral e Norte do país (fig.11).
Atendendo às condições de acessibilidade, natureza das vias de comunicação existentes e
respectivos limites de velocidade, impostos pela lei p ara cada uma, estima-se que cada km
percorrido
corresponda
a
uma
unidade
de
tempo
de
1,5
minutos.
Assim,
a
relação
distância/tempo entre a sede do município de Armamar e as sedes de todas as freguesias que o
constituem, não ultrapassa os 15 minutos, mesmo as que geograficamente se encontram mais
distantes.
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Fi g 11 – Rede vi ári a do Muni cí pi o de Armamar . Fonte: El aboração própri a
e
Fi g.10 – Rede vi ári a do Muni cí pi o de Armamar
3. CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA
3.1
Evolução da população residente e projecção da população
Armamar tal como outros municípios do Douro, tem vindo a perder população, como se pode
apurar através da análise dos últimos recenseamentos. Em relação à população residente, esta
tem vindo a registar uma diminuição, desde 1950 até à actualidade, com tendência a manter-se
segundo a projecção para 2011 (fig.12 ).
O município de Armamar com um total de 7492 habitantes (INE, 2001) distribuídos por 117,2 km 2
e com uma densidade populacional de 62 hab. /km 2 (INE, 2005) apresentou entre 1991 e 2001
uma variação negativa da sua população (- 13,7 %) (fig.12 e 13).
Em 2001, as freguesias com mais habitantes residentes são as de Armamar e Fontelo com
respectivamente, 1222 e 816 habitantes. Verifica -se também que o povoamento é concentrado
em aglomerados populacionais de pequena dimensão.
Fi g.12 – Evol ução da popul ação re si dente do muni cí pi o de Armamar, entre 1940 e 2001 e previ sões para 2011.
Fonte: INE (2005) e Carta Educativa do mun i cí pi o de Armamar (2006)
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A projecção da população do município de Armamar para 201 1 deixa antever que no cômputo
geral se vai assistir a uma diminuição da população. As freguesias que se prevê que ganhem mais
população são Armamar, seguida da freguesia de Santa Cruz e as que perdem mais população
são Fontelo, São Cosmado e São Martinho das Chãs (fig.14).
Fig. 13 – Variação da população residente, entre 1991 e 2001, por freguesias no Município de Armamar
Fonte: INE (2005)
Fig. 14 – Variação da projecção da população residente, 2001 e 2011, por freguesias no Município de Armamar
Fonte: INE (2005)
Fig. 13 – Variação da projecção da população residente, 2001 e 2011, por freguesias no Município de Armamar
Fonte: INE (2005)
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3.2
Factores
de
dinâmica
demográfica:
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natalidade,
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mortalidade,
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casamentos
e
divórcios
A dinâmica demográfica de uma população pode contribuir para aferir da dinâmica da evolução
económica da mesma. Por outro lado, o conhecimento e acompanhamento das tendências de
crescimento da população poderão permitir a identificação de constrangimentos futuros em áreas
como a educação, a saúde e a oferta de equipamento de protecção social e, nessa medida, serem
úteis na tomada de decisões por parte dos agentes públicos e privados.
Quando analisamos o número de nascimentos para o período entre 2000 e 2007 verificamos que
se tem assistido a um decréscimo progressivo, enquanto que o número de óbitos tem registado
algumas oscilações no período considerado. Em 2003, verificou -se um aumento do número de
óbitos, com uma diminuição até 2006 e em 2007 ouve um aumento para 80 óbitos (fig.15).
Fi g.15 – Evol ução da di nâmi ca demográfi ca no muni cí pi o de Armamar.
Fonte: Conservatóri a do Regi sto Civil de A rmamar (2007)
A análise dos índices de dependência permite -nos ver o grau de sobrecarga da população que não
produz riqueza (jovens e idosos) para a população activa. Assim sendo, se no início do século XX
tínhamos um índice de dependência de jovens maior que o índice de dependência de idosos, esta
situação inverteu-se nos anos 50 e na última década 1991 a 2001 observa-se um aumento do
número de idosos e uma diminuição da população jovem o que a longo prazo se traduzirá em
encargos acrescidos para a população activa (fig. 16 e 17).
%
%
Fig. 16 – Índices de dependência da população de Armamar
Fonte: INE, 2001
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%
%
Fig. 17 – Índice de juventude e de envelhecimento da população de Armamar
Fonte: INE, 2001
3.3
Estrutura Etária da população
Quanto à repartição da população por grandes grupos etários, de acordo com os dados
disponíveis referentes ao censo de 1991 e 2001, verifica -se que o município de Armamar
apresenta uma tendência crescente para o envelhecimento da população (fig. 18). A explicação
para esta evolução da população no sentido do envelhecimento deve -se ao facto de ser um
município do interior do país, que devido ao seu fraco dinamismo económico, acaba por se tornar
numa área repulsiva para a fixação dos jovens, o que resulta no aumento dos movimentos
migratórios. O resultado é um município com uma taxa de natalidade baixa e um índice de
envelhecimento elevado.
Fig.18 – Pirâmide etária de 1991 e 2001 do município de Armamar
Fonte: INE (2005)
15
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3.4 Educação
A educação é um dos pilares fundamentais de sustentação de todo o desenvolvimento e evolução
de uma sociedade. Assim sendo, torna-se imperativo conhecer as principais características e
dinâmicas dessa base social, cultural e económica.
Em 2001, o Município registava uma taxa analfabetismo de 14.7%, sendo bastante superior à
observada a nível nacional que foi de 9%. Esta taxa de analfabetismo acaba por ser um reflexo
do nível de escolaridade da população, a qual se concentra, essencialmente, nos índices mais
baixos. Esta taxa de analfabetismo elevada e os baixos níveis de escolaridade, d izem mais
respeito, não tanto às gerações mais novas, mas às suas anteriores gerações tendencialmente
envelhecidas.
Quando analisamos o nível de escolaridade intra-concelhio, verificamos que existe um predomínio
de população com baixa escolaridade, 48,1% apenas possui o 1º ciclo de ensino básico e apenas
3,7% possui formação superior, o que denota um fraco capital humano qualificado (fig. 19 e
quadro 2). Este facto remete-nos para a necessidade de criar políticas educativas e sociais
capazes de travar esta situação.
Fig. 19 - Nível de escolaridade da população de Armamar, em 2001.
Fonte: INE, 2007
Quadro 2 – Número de escol as, educadores/professores e al unos, nos di ferentes
nívei s de ensi no, no ano l ecti vo de 2007/2008, no muni cí pi o de Armamar .
Indicadores
Educação pré-escolar
1º Ciclo
2º e 3º Ciclo
Escolas
Educadores/Professores
Alunos
9
11
_
14
25
293
1
55
406
Fonte: Carta educati va do muni cí pi o (2006)
Fonte: Carta educati va do muni cí pi o (2006)
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3.5 Emprego/Desemprego
A taxa de actividade no Município é reduzida (37%), em finais de 2001 existiam 2.745 activos, dos quais
1.884 empregados e 198 desempregados. Quanto à população acima dos 15 anos, residem no Município
2.745 indivíduos com actividade económica e 3.559 sem qualquer actividade económica.
No grupo dos que não exercem qualquer actividade económica, há uma preponderância de reformados
(49%) e domésticos (30%).
Quanto à população desempregada, em Outubro de 2005 encontravam-se inscritos no IEFP - Instituto de
Emprego e Formação Profissional 350 pessoas (142 homens e 208 mulheres). Os indivíduos mais afectados
pelo desemprego têm idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos (37,7%).
Na condição de procura de emprego, 18,6% procuravam o 1º emprego e 81,4% procuravam um novo
emprego.
Quanto à escolaridade dos desempregados, 64,6% possui menos que a actual escolaridade obrigatória e os
restantes (35,4%) têm escolaridade igual ou superior ao 9º ano. Os grupos profissionais mais afectados pelo
desemprego são os “Trabalhadores não Qualificados” (31,4%), seguidos do “Pessoal dos Serviços e
Vendedores” (20,8%) e Trabalhadores Qualificados na Agricultura e Pescas” (11,4%). As restantes categorias
representam 36,4% dos desempregados inscritos.
Analisando a população que exerce uma actividade económica, verifica-se que 2.383 têm idades
compreendidas entre os 15 e os 54 anos e que os restantes 362 têm mais de 55 anos, o que nos leva a
concluir que a população com actividade económica do Município é uma população jovem. Relativamente à
população que não exerce qualquer actividade económica, 1176 estão nos grupos etários dos 15 aos 44 anos.
Estes valores indicam a existência de uma percentagem significativa de indivíduos, ainda em idade activa,
sem qualquer actividade económica (quadro 3).
Quadro 3 - População Residente, por Grupo Etário, segundo a condição perante a actividade económica, no município de Armamar
Quadro
3 - População
Residente,
por Grupo Etário, segundo a condição perante a actividade económica, no município de Armamar
Condição
perante
a
15-24
25-34
35-44
45-54
55-64
> 65
Actividade Económica
Com Actividade Económica
506
745
700
432
304
58
Sem Actividade Económica
587
257
332
325
529
1.529
Total
1.093
1.002
1.032
757
833
1.587
Fonte: INE (2005)
Fonte: INE (2005)
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CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA
4.1
Sectores de actividade económica e repartição da população activa empregada
A dinâmica económica de um dado território é, simultaneamente, consequência e um factor impulsionador
das próprias tendências demográficas.
Em termos de população empregada por sector de actividade económica pode verificar-se que Armamar
acompanha as tendências da região Norte, com mais população empregada no sector dos serviços, seguido
do sector agrícola e por fim o sector da indústria e afins (quadro 4).
Quadro 4 – Popul ação empregada por sectores de acti vi dade económi ca, na Regi ão Norte, Dou ro e Armamar
em 2001
População Empregada (nº) - Segundo os sectores de actividade económica (2001)
Área Geográfica
Agricultura, silvicultura e pesca
Indústria, construção, energia e água
Serviços
Região Norte
78726
75 8079
81 9298
Douro
16 752
18 657
44 885
Armamar
960
522
1 065
Fonte: INE (2005)
A estrutura da população activa por sector, no município de Armamar, reflecte as características dos
municípios rurais. Verificando-se entre 1991 e 2001 que o sector primário e secundário perderam população
para o sector terciário (fig.20).
Em 1991 havia predominância do sector primário, seguido do secundário e depois o terciário. Contudo, em
2001, assistiu-se a uma terciarização da economia no Município. O sector dos serviços foi o responsável pelo
maior acréscimo da população empregada.
Fig. 20 – Distribuição da população activa por sectores de actividade económica no Município de Armamar
Fonte: Censos da População 1991 e 2001 (INE)
Analisando as sociedades por sector de actividade pode verificar-se que no município de Armamar, dominam
as sociedades do sector terciário, seguidas do sector secundário e por fim as do sector primário, apesar de
ser um sector que ainda emprega grande quantidade de população (fig. 21).
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So ciedades do Secto r
P rimário
So ciedades do Secto r
Secundário
So ciedades do Secto r
Terciário
Fi g.21 – Soci edades por sector no muni cí pi o de Armamar
Fonte: El aboração própri a com base no FUE do INE, que contém dados fí si cos (número de
Empresas/Soci edades) reportados a Dezembro de 2004 e económi cos (Pessoas ao Servi ço e Vol ume de
Vendas) rel ati vos a Dezembro de 2003.
Observando o número de empresas em Armamar, segundo a classificação das actividades
económicas, podemos constatar que existe um maior número de empresas no sector do comércio
por grosso e a retalho e no sector agrícola, seguidos da construção e depois das empresas
ligadas ao ramo dos alojamentos e restauração (fig. 22).
Transportes,
armazenagem e
comunicações
Adm. pública,
defesa e seg. social
obrig., educação,
saúde e acção
social e outras
Alojamento e
restauração
Agricultura e pesca
Activ. imobiliárias,
alugueres e
serviços prestados
às empresas
Actividades
financeiras
C omércio por
grosso e a retalho
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformadoras
C onstrução
Produção e
distribuição de
electricidade, gás e
água
Fi g.22 – Empresas, segundo a cl assi fi cação das acti vi dades económi cas de 2005 no muni cí pi o de Armamar
Fonte: INE, 2005
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4.2
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Especialização sectorial
Em termos económicos, temos um predomínio do sector primário onde se destaca as empresas ligadas à
fruticultura e vitivinicultura, sobretudo a cultura da maçã e da vinha.
As freguesias a Norte de Armamar, têm uma vocação natural para a produção de vinho onde se destaca os
vinhos generosos da Região Demarcada do Douro.
A sul, nas freguesias de São Cosmado, São Martinho e Santa Cruz é de salientar a fruticultura, sendo a aldeia
de Gogim, um dos principais centros produtores e de armazenamento de maçã. Merece ainda destaque a
floresta, a cultura da castanha e também a pastorícia (caprinos) que tem conseguido sobreviver às
adversidades. Esta zona apresenta características tipicamente beirãs, realçando ainda a produção de leite e
carne (cabritinho de Armamar) na aldeia de Vila Nova. Actividades estas que podem ser complementadas
com a actividade turística.
A área total do município é de 6302 hectares, dos quais 4483 (ha) (INE, 1999) correspondem à Superfície
Agrícola Utilizada (SAU) (fig.23).
Segundo dados do Anuário Estatístico da Região Norte (2004) nos anos de 2002/2003 plantaram se em todo o município cerca de 82.065 árvores de fruto, das quais 62.970 são macieiras. C om
cerca de 1400 hectares, Armamar é um dos municípios que tem a maior área de pomares de
macieiras no país, tendo uma produção anual de cerca de 50 mil toneladas de maçãs, (segundo dados da
Associação de Fruticultores de Armamar) daí ser designado de “Capital da Maçã”, embora ainda não
seja um produto com denominação de origem. O que pode constitui -se como um produto capaz
de potenciar o turismo de forma sustentável.
14%
30%
Frutos Frescos
Vinha
Olival
Outros
13%
43%
Fi g.23 – Superfí cie Agrí col a Utili zada por cul tura do Muni cí pi o de Armamar
Fonte: Anuári o Estatí sti co da regi ão Norte (2004)
As principais variedades de maçãs produzidas no município são a golden e a starking, por serem muito
resistentes e assim se adaptarem melhor ao frio que outras variedades. Produzem-se em zonas de grande
altitude e têm ambas um elevado teor de açúcar, em especial a golden. Existem ainda pomares com outras
variedades, como a royal gala, a bravo esmolfe e a reineta.
No sector secundário, as indústrias que existem estão ligadas ao sector vinícola e agro-alimentar. Este sector
tem a sua maior representatividade na indústria da Construção Civil (57%), embora 42% corresponda à
Indústria Transformadora de carnes e de leite e à criação e abate de gado bovino e caprino (fig.24). Convêm
referir a existência de uma zona industrial localizada em Arícera e que começa a ter algumas unidades
industriais.
No sector vinícola destacamos algumas sociedades existentes que se dedicam à produção de vinhos,
nomeadamente produtores engarrafadores com selo próprio.
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Construção Civil
Indústria Transformadora
Indústria Extractiva
Fi g.24 – Di stri bui ção do sector se cundári o, no muni cí pi o de Armamar
Fonte: INE, 2001
Por último, no sector terciário, assumem particular relevo as actividades ligadas ao comércio, ao turismo e
aos serviços. Tal como aconteceu noutros municípios do país, este sector ganhou maior importância nos
últimos anos. É de destacar aqui, a representatividade do comércio por grosso e a retalho, a reparação de
veículos automóveis, motociclos e bens de uso pessoal e doméstico e ainda serviços prestados nas áreas da
Administração Pública, correios, IPSS´s, entre outros.
Neste sector, destacamos ainda o aumento, nos últimos tempos, de unidades de alojamento turístico
(turismo de aldeia, agro-turismo e turismo rural).
Turismo
O turismo é um dos principais caminhos para o desenvolvimento rural. É necessário conhecer o
território de modo a tirar partido das suas potencialidades, e criar e dinamizar novos produtos
turísticos
sem
nunca
esquecer
a
necessária
sustentabilidade
numa
óptica
que
integre
a
perspectiva económica, social e ambiental. Os turistas hoje em dia já não procuram apenas
lugares ligados ao sol e praia mas sim lugares associados à natureza e ao meio rural e que pelas
suas especificidades despertam curiosidade (Osório e Carvalho, 2007 4).
O município apresenta duas paisagens completamente distintas e de uma rara beleza, a zona a
Norte da sede de município ligada à produção de vinho do porto e do vinho e as zona sul virada
para a produção de cereais, maçã, queijos e cabritos. É também va sto o património religioso
(igrejas, capelas, alminhas e cruzeiros) espalhado por todo o município. A zona Norte integra o
Alto Douro Vinhateiro, classificado pela UNESCO como património da humanidade e possui ainda
algum património classificado pelo IPPAR na categoria de Monumento Nacional (Igreja Matriz de
Armamar, de arquitectura medieval, séc. XIII) e na categoria de Imóveis de Interesse Público Marcos graníticos de delimitação da Região Demarcada do Douro (nº 80 e 81 em Fontelo;
nº82,84 e 85 em Vila Seca; nº 83 e 87 na Folgosa e nº 86 em Santo Adrião); Pelourinho em
Goujoim; Ponte Antiga de Santo Adrião e Capela da Nossa Senhora das Neves no Marmelal.
Em termos de património cultural destaca -se a produção de artesanato (cestaria e tanoaria),
vasta gastronomia associada aos produtos locais (queijos, cabrito, cereais, maçã). Relativamente
às infra-estruturas e equipamentos turísticos, Armamar possui 8 unidades de alojamento e 10
restaurantes, dos quais 7 são em Armamar (fig.25).
Osório, Lisete e Carvalho, Paulo (2007) - “Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Município de Armamar”, Instituto de Estudos
Geográficos, Universidade de Coimbra, 83 pp. (inédito).
4
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Fi g.25 – Identi fi cação dos pri nci pai s recursos do muni cí pi o de Armamar
Fonte: El aboração própri a
Fi g.24 – Identi fi cação dos pri nci pai s recursos do muni cí pi o de Armamar
Fonte: El aboração do autor
4.3 Poder de Compra5
Quando analisamos o poder de compra per capita confirma a ideia de que o país apresenta dois grandes níveis
de assimetria. Primeiro, a tradicional oposição litoral-interior, com o litoral a apresentar níveis mais elevados de
poder de compra. Depois a dualidade que se torna cada vez mais relevante na leitura territorial do país e que
opõe, com maiores níveis de poder de compra, os municípios mais urbanos aos municípios mais rurais e
periféricos.
Assim, apesar de se ter assistido a um aumento significativo e gradual ao longo dos últimos 10 anos, do poder
de compra em Armamar se encontra numa situação bastante frágil, quer em relação à média nacional, quer ao
nível da Região Norte e Distrito de Viseu (quadro 5).
5
De acordo com o INE, o Indicador de Poder de Compra per Capita (IpC) é um número índice que compara o
poder de compra regularmente manifestado nos diferentes municípios e regiões, em termos per capita, com o
poder de compra médio do país, a que foi atribuído o valor 100.
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Quadro 5 – Indi cador do Poder de Compra (%) entre 1995 e 200 4, na Regi ão Norte, Di stri to de Vi seu e no
muni cí pi o de Armamar
Anos
Área Geográfica
Quadro 5 – Indi cador do Poder de Compra (%) entre 1995 e 2004, na Regi ão Norte, Di stri to de Vi seu e no
1995
1997
2000
2002
2004
muni cí pi o de Armamar
Região Norte
81,87
83,17
85,96
85,58
83,9
Viseu
91,54
86,5
95,39
91,58
87,77
Armamar
30,12
34,66
37,33
39,71
44,55
Fonte: INE – Estudos sobre o pode r de compra concel hi o (2005).
Fonte: INE – Estudos sobre o pode r de compra concel hi o (2005).
4.4
Resíduos Sólidos
Desde 2002 que toda a população está servida com sistema de recolha de resíduos sólidos e tem -se
registado também no período de 2002 a 2005 um aumento da proporção de população servida com
sistema de drenagem de águas residuais e da população servida com sistemas abastecimento de
águas (fig. 26).
Entre 2005 e 2007 podemos verificar que a produção total anu al de resíduos registou um ligeiro
aumento de 2005 (1970,4 toneladas) para 2006 (2053,76 toneladas), verificando -se uma ligeira
descida em 2007 (2017,32) (fig.27).
O mês de maior produção de RSU é o de Agosto fruto do regresso dos imigrantes ao município.
Quanto à frequência semanal de recolha de lixo 14 freguesias têm recolha até duas vezes por
semana enquanto 5 freguesias têm recolha entre 3 a 4 vezes por semana. A recolha de monstros é
feita todas as primeiras terças-feiras de cada mês.
Fi g.26 – Proporção de popul ação servi da com abasteci mento de água, com si stema de drenagem de águas
resi duai s e com si stema de recol ha de resí duos sól i dos, no muni cí pio de Armamar, entre 2 002 e 2005.
Fonte: INE – O paí s em números (2007).
Fi g.25 – Proporção de popul ação servi da com abasteci mento de água, com si stema de drenagem de águas
resi duai s e com si stema de recol ha de resí duos sól i dos, no muni cí pio de Armamar, entre 2002 e 2005.
Fonte: INE – O paí s em números (2007).
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Fig. 27- Recolha e Tratamento de RSU, em toneladas e por meses, entre 2005, 2006, 2007 e 2008.
Fonte: Câmara Municipal de Armamar (2009)
4.5
Água para consumo humano
Em 2006 e 2007, o município de Armamar contava com 21 zonas de abastecimento de água
caracterizando-se na sua maioria pelo abastecimento a pequenos aglomerados populacionais
dispersos, cujas captações de água têm origem subterrânea (minas, furos, poços), excepto o caso
da captação do rio Douro, que é realizada de forma sazonal, apenas no Verão.
A
água
captada
nas
diversas
origens
é
misturada
nos
respectivos
reservatórios,
sendo
posteriormente distribuída à população, após a desinfecção com cloro. Na zona de abastecimento
do Rio Douro existe uma estação de tratamento de água, cujo esquema de tratamento é a pré oxidação com cloro, coagulação/floculação e desinfecção (sedimentos primários e filtros de areias
lentos).
5
Cultura, património e equipamentos
5.1
Associativismo e equipamentos culturais, recreativos e desportivos
O associativismo e as manifestações culturais nas suas diferentes formas são o reflexo de uma
sociedade mais activa e, por outro, promotora de um desenvolvimento sócio-cultural mais
harmonioso. Por esta razão, o número de associações activas numa dada comunidade reflecte o
grau de empenho e participação voluntária da respectiva população.
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Em termos associativos contamos com várias associações despor tivas, culturais e recreativas,
bem como a existência Ranchos Folclóricos, Grupos de cantares tradicionais, fanfarras e grupos
de bombos com bastante expressão no Município (quadro 6).
No que diz respeito aos equipamentos culturais, existe actualmente uma biblioteca e uma
biblioteca móvel e um espaço internet com 6 computadores ligados à internet, um dos quais
adaptado para pessoas com necessidades especiais.
Quadro 6 – Associ ações, por fregu esi a, no muni cí pi o de Armamar.
Freguesia
Aldeias
Associações
Agrupamento de Escuteiros de Aldeias
Bombeiros Voluntários de Armamar
Armamar
Fontelo
S. Cosmado
S. Martinho
das Chãs
S. Romão
Tões
Vacalar
958
- Rancho Folclórico
*
Associação de Escoteiros de Portugal
Culturais, Desportivas e
Recreativas
__________________
Desportivas
- 3 Equipas de Futebol,
nos escalões: Juvenis,
Juniores, Seniores
Corpo Nacional de Escutas de Fontelo
Associação Cultural e Desportiva de
Queimada
Corpo Nacional de Escutas de Queimada
Queimadela
Sociais e Humanitárias
- Equipa de Futebol de 5
- Equipa de Atletismo
- Fanfarra
- Grupo de Teatro
Fontelo Futebol Clube
Queimada
__________________
Actividades ao ar livre,
Culturais e Recreativas
Associação Desportiva e Recreativa de
Arícera
Associação Desportiva e Cultura da
Folgosa do Douro
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Actividades ao ar livre,
Culturais e Recreativas
Desportivas
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Actividades ao ar livre,
Culturais e Recreativas,
Centro Social, Cultural e Recreativo
“Pioneiros de Queimadela” a)
Sociais, Culturais e
Solidariedade
Associação Desportiva e Cultural de
Contim
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Sociais, Culturais e
Solidariedade
Associação de Solidariedade Social e
Recreativa de S. Cosmado a)
__________________
__________________
__________________
__________________
__________________
- Grupo de Bombos
__________________
- Fanfarra
- Rancho Folclórico
- Grupo de Zés Pereira
- Grupo Coral PIETATE
__________________
__________________
Centro Cultural e Recreativo de S.
Cosmado
Culturais, Desportivas e
Recreativas
- Grupo de Cantares
Tradicional
Associação Cultural e Recreativa de
Lumiares
Culturais, Desportivas e
Recreativas
- Rancho Folclórico
Associação Cultural e Recreativa
“Jograis de Gogim”
Culturais, Desportivas e
Recreativas
- Rancho Folclórico
- Grupo de Cantares
- Equipa de Futebol de 5
Associação de Desenvolvimento Social e
Cultural de S. Martinho das Chãs
Associação Cultural e Recreativa “Vida
que Desponta”
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Clube Desportivo e Recreativo de Tões
Grupo Desportivo de Vacalar
Grupo Recreativo Cultural e Desportivo
de Vila Seca
Com estatuto de IPSS.
* - Sem dados.
Vila Seca
Nº de
Sócios
Actividades ao ar livre,
Culturais e Recreativas
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Culturais, Desportivas e
Recreativas
Sporting Clube de Armamar
Folgosa
Pólos de Expressão
Cultural
Centro Recreativo e Cultural de
Travanca
Associação de Jovens do Município de
Armamar - AJCA
ATAR – Associação C. A. R. dos
Trabalhadores da Câmara Municipal de
Armamar
Arícera
Actividades
__________________
- Grupo de Cantares
__________________
Desportivas
__________________
Culturais, Desportivas e
Recreativas
__________________
*
*
______
110
*
*
140
*
*
204
*
130
*
*
94
70
150
*
*
*
*
*
Fonte: Associações Descritas (2005).
Fonte: Acção Social da CMA (2005).
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Em termos de equipamentos desportivos, o município conta com 1 piscina municipal descoberta, 2 pavilhões
desportivos com piso em borracha sintética, 16 polidesportivos com piso em betão poroso e 19 campos de
futebol com piso pelado que servem a comunidade do município (quadro 7). Quanto à propriedade e gestão dos
polidesportivos 75% são da alçada da Câmara municipal e 25% das Juntas de freguesia e em relação aos
campos de futebol 47,3 % são de associações, 42,1% são de juntas de freguesia e 10,5 % da Câmara
Municipal.
Quanto à procura, pode-se dizer que estes equipamentos são maioritariamente utilizados por indivíduos do
sexo masculino até aos 25 anos e pelos alunos das respectivas escolas.
Quadro 7 – Equi pamentos e i nfra -estruturas desporti vos no muni cí pio de Armamar.
Equipamentos desportivos
Valor (número)
Quadro 7 – Equi pamentos e i nfra -estruturas desporti vos no muni cí pio de Armamar.
Campos de Futebol de 11
19
Polidesportivos
16
Parque infantil
8
Circuitos de manutenção
2
Fonte: Câmara Municipal de Armamar e Juntas de Freguesias (2005).
5.2
Equipamentos colectivos
Os equipamentos colectivos são um elemento determinante no que diz respeito ao tecido so cial,
promovendo a qualidade de vida da população ao assegurarem o acesso à educação, à saúde, à
segurança social, ao desporto, à cultura e ao lazer, sendo também fundamentais no apoio prestado
à actividade económica. São também elementos dinamizadores do espaço envolvente, funcionando
como referências nos percursos e na paisagem. Os equipamentos colectivos existentes no Município
de Armamar são os seguintes:
Equipamentos escolares
O sistema educativo do município de Armamar está suportado, em termos de eq uipamentos físicos,
por 9 Jardim-de-infância, 14 Escolas que leccionam o 1º Ciclo do Ensino Básico e 1 Escola com o 2º
Ciclo e 3º Ciclo do Ensino Básico.
As escolas do sistema público de ensino dependem funcional e hierarquicamente da Direcção
Regional de Educação do Norte, organismo pertencente ao Ministério da Educação.
As escolas públicas que integram o subsistema pré -escolar e o ensino básico estão reunidas no
Agrupamento de Escolas de Armamar com sede na EB 23 de Armamar, gerido localmente por
órgãos próprios: Assembleia de Escola, Conselho Executivo, Conselho Administrativo e Conselho
Pedagógico.
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No âmbito do funcionamento dos estabelecimentos escolares, a Câmara Municipal de Armamar
assegura apoio a alunos do 1º Ciclo no montante global de 300 0€/ano e para o Jardim Infantil é de
2250€/ano. O restante é atribuído aos alunos com carência especial.
No sector privado só existe o Jardim Infantil na Fundação Gaspar e Manuel Cardoso.
Um outro apoio às famílias refere-se ao serviço de refeições. Este serviço está disponível para
cerca de 48% das crianças que frequentam o 1º Ciclo e os Jardins -de-Infância servindo-se mais de
102 refeições diárias, no 1º Ciclo (nos Jardins -de-Infância serão mais de 112).
Estas refeições servidas na Cantina da própria escola ou de outra próxima são servidas em grande
parte dos casos por instituições (IPSS) a quem foi concessionado o serviço.
Cerca de 37% das refeições servidas são grátis e cerca de 63% dos alunos paga o valor máximo da
refeição, ou seja 1.25€. Este serviço implica um investimento, por parte da Câmara Municipal de
Armamar de cerca de 23.500€ por ano (1º Ciclo).
Apenas em 4 escolas não é, actualmente, colocado à dispo sição dos alunos o fornecimento de
refeições.
Um terceiro apoio prende-se com os transportes escolares. A Câmar a Municipal assegura-os, de
fora gratuita, aos alunos do ensino básico que dele necessitam, utilizando carreiras regulares.
No caso das crianças com necessidades educativas especiais de carácter prolongado (8 alunos) é
assegurado o transporte de forma grátis.
O ensino da Língua Inglesa ao 3º e 4º ano de escolaridade iniciou-se há 3 anos. Neste novo
programa estão envolvidos cerca de 148 alunos e a verba proveniente do Ministério da Educação é
investido pela Câmara Municipal no pagamento a docentes, aquisição de material e outras
eventuais despesas com os cursos.
Em relação ao ensino secundário, este n ão existe no município de Armamar, o que faz com que
quem queira prosseguir os seus estudos secundários tenha de se deslocar para os municípios
vizinhos (quadro 8).
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Quadro 8 – Oferta de Ensi no Secundári o Profi ssi onal nos muni cí pi os vi zi nhos para o an o l ecti vo 2008/2009
Oferta de Ensino Secundário Profissional nos municípios vizinhos
Localidade
Estabelecimento de
Cursos oferecidos
Quadro 8 – Oferta de Ensi no Secundári o Profi ssi onal nos muni cí pi os vi zi nhos para o ano l ecti vo 2008/2009
ensino
Cozinha/Pastelaria
Escola de Hotelaria e
Turismo
Restaurante/Bar
Lamego
Escola de Formação Social
Rural
Escola Profissional Agrícola
Régua
Escola Profissional de
Desenvolvimento Rural do
Rodo
S. João da Pesqueira
Esprodouro
Moimenta da Beira
Efobeiras
Sernancelhe
Esproser, Escola
profissional SA
Vila Real
Escola Profissional
Agostinho Roseta
Tecnológico de Acção Social
Gestão e Programação de Sistemas Informáticos
Técnico de contabilidade
Técnico de Turismo Ambiental e Rural
Técnico de Produção Agrária
Técnico de Controlo e qualidade alimentar
Técnico de Higiene e Segurança do Trabalho e
Ambiente
Técnico de Gestão e Programação de Sistemas
Informáticos
Técnico de Informática de Gestão
Técnico de Restauração - Variante RestauranteBar
Técnico de Restauração Cozinha - Pastelaria
Técnico de Fotografia
Técnico de Apoio Psicossocial
Técnico de Apoio à Infância
Técnico de Marketing
Técnico de Comunicação (Marketing, Relações
Públicas e Publicidade)
Técnico de Termalismo
Técnico de Biblioteca Arquivo e Documentação
Artes do Espectáculo - Interpretação
Técnico Animador Sociocultural
Técnico de Jardinagem e Espaços Verdes
Técnico de Viticultura e Enologia
Técnico de Produção Agrária
Gestão e Programação de Sistemas Informáticos
Hotelaria (Restauração, Cozinha e Pastelaria)
Animador Sociocultural
T. Hotelaria/Restauração - Organização e Controlo
T. Gestão de PME's e Cooperativas
Desenhador Projectista
T. Serviços Jurídicos
Técnico de Construção Civil / Organização e
Preparação de Obra / Desenho
Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e
Ambiente
Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos
Técnico de Turismo
Técnico de Secretariado
Técnico de Hotelaria / Recepção e Atendimento
Técnico de Instalações Eléctricas
T. Informática de Gestão
T. Comunicação/Marketing, Relações Públicas e
Publicidade
Fonte: El aboração própri a
Quadro 8 – Oferta de Ensi no Secundári o Profi ssi onal nos muni cí pi os vi zi nhos para o ano l ecti vo 2008/2009
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Saúde e equipamentos
Um dos principais indicadores do desenvolvimento de uma sociedade, sendo causa e efeito da sua
evolução, é o estado de saúde das suas populações, quer a nível físico quer a nível psíquico. Este
reflecte por um lado, o tipo de oferta de cuidados aí existentes e os hábitos sócio-culturais da
população e por outro, o nível de sensibilização de boas práticas e a “cultura de prevenção” tão
pouco vulgarizada na sociedade portuguesa.
O município conta com um centro de saúde na sede do município e uma extensão de saúde em
São Cosmado que funciona dois dias por semana. Existem ainda duas farmácias em Armamar.
Cerca de 76 % da população tem médico de família, porém a capacidade de resposta é, na
verdade, dificultada pelo reduzido número de recursos de recursos humanos médicos ( quadro 9).
Existe também um serviço de apoio ao domicílio no município, que totalizou em 2005 cerca de
903 visitas, destinadas a apoiar 25 utentes com mais de 46 anos, dos quais 88% têm mais de 60
anos. As patologias destes doentes são, essencialmente, vítimas de AVC, diabetes e úlceras.
Os principais problemas que afectam o município são a toxicodependência e o alcoolismo.
Quadro 9 – Indicadores de saúde no município de Arma mar.
Indicador
Médico/1000 hab.
Valor (número)
0,5
Farmácias
2
Centros de Saúde sem internamento
1
Extensões de Saúde
1
Utentes inscritos no Centro de Saúde
7 392
Utentes com médico de família
5 623
Utentes sem médico de família
1 769
Consultórios Dentários
2
Análises clínicas – postos de colheita
2
Consultórios médicos particulares
2
Fonte: Centro de Saúde de Ar ma mar ( 2005).
5.3
Justiça, Segurança e Prevenção
Em termos de segurança e justiça, o município conta com um Tribunal de 1ª instância,
pertencente ao Tribunal de Círculo de Lamego e um Posto da GNR com 15 efectivos (1 Sargento –
Comandante de Posto; 3 Cabos e 11 Soldados) e duas viaturas: um jipe todo-o-terreno e um
automóvel, ligeiro de passageiros, ligado ao Programa Escola Segura.
Em 2005, a GNR registou 642 ocorrências, 570 contra-ordenações e 72 crimes, registando-se um
aumento do número de contra-ordenações e uma diminuição dos crimes relativamente aos anos
anteriores.
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No Tribunal deram entrada cerca de 384 processos jurisdicionais/ano (INE, 2005). A área
processual com maior número de processos foi a Justiça Civil (67%), seguindo -se a Justiça penal
(27,5%) e por fim, a Justiça Tutelar (5,5%).
O município de Armamar está dotado de um Quartel de Bomb eiros, da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Armamar, com 79 indivíduos e 20 viaturas.
5.4
Património
5.4.1
Património Natural
A paisagem e o património natural e construído são considerados pela “Lei da Bases do Ambiente”
(Lei n.º 11/87, de 7 de Abril), no artigo 17.º, como «componentes ambientais humanos» os quais
«definem, no seu conjunto, o quadro específico de vida, onde se insere e de que depende a
actividade do homem» (Carvalho et al., 2007 6).
5.4.1.1
Douro – património natural
Santo Adrião, Vila Seca, Folgosa, Vacalar e Fontelo são as freguesias a norte do Município que
fazem parte da Região Demarcada do Douro (fig.27). Esta região criada no reinado de D. José pelo
Marquês de Pombal (segunda metade do século XVIII), com o objectivo de distingu ir os vinhos de
excelente qualidade e os vinhos de qualidade inferior, evitando que os vinhos de qualidade inferior
não fossem exportados para não causarem má reputação.
Esta área que vai desde a foz do rio Tedo até perto da Barragem de Bagaúste demarca -se pelos
anfiteatros da vinha. As encostas íngremes de xisto banhadas pelo rio Douro, moldadas pelo
homem no cultivo da vinha, criaram uma paisagem singular e única no mundo. Esta paisagem,
classificada como património mundial é um dos ex-líbris do Município de Armamar.
5.4.1.2
Paisagem Serrana
A paisagem serrana domina na parte sul do Município de Armamar e diferencia-se pela sua geologia
predominantemente granítica, pelo relevo acidentado e pelo domínio dos pomares de maçã.
Os afloramentos graníticos erodidos ao longo dos anos transformam a paisagem através das suas formas
únicas como é o exemplo dos “Calhaus do Cunho” na freguesia de São Cosmado. As recentes plantações de
maçã no sul do Município, transformaram a paisagem criando uma imagem de beleza rara, sobretudo na
Primavera.
O Município de Armamar oferece-nos uma paisagem deslumbrante e os vários miradouros existentes são locais
privilegiados para a observação da paisagem e a contemplação da natureza e do sossego.
6
Paulo de Carvalho, Lisete Osório e Paulo A. Soares Carvalho (2007): “Áreas de paisagem protegida, actores públicos e dinâmicas de
desenvolvimento: abordagem geográfica a partir da serra do Açor (Cordilheira Central Portuguesa) ” In: Actas das Comunicações do IV Congresso
Internacional de Investigação e Desenvolvimento Sócio-cultural, (Guadalajara, (México, de 19 a 21 de Outubro de 2006), Póvoa de Varzim, AGIR,
30pp.
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Fi g. 28 – Freguesi as i nseri das, d o muni cí pi o de Armamar, na Regi ão Demarcada do Douro .
Fonte: El aboração própri a
5.4.2 Património Construído
Num passeio pelo Município de Armamar é desde logo notório o vasto património religioso e monumental
existente, espalhado um pouco pelas várias
Freguesias. Do património construído, as Igrejas, Capelas, Nichos, Alminhas, Cruzeiros e Pelourinhos,
predominam no espólio deste Município.
Armamar, um dos Municípios que integra o Alto Douro Vinhateiro, classificado pela UNESCO como Património
da Humanidade, possui Património Imóvel Classificado. Assim, o Município de Armamar tem como Património
Classificado os seguintes monumentos nas respectivas categorias:
1 - Monumentos Nacionais:
- Igreja Matriz de Armamar, de arquitectura medieval, séc. XIII.
2 - Imóveis de Interesse Público
- Marcos graníticos de delimitação da Região Demarcada do Douro feita pelo Marquês de Pombal:
- Marcos graníticos nº 80 e 81 em Fontelo;
- Marcos graníticos nº 82, 84 e 85 em Vila Seca;
- Marcos graníticos nº 83 e 87 na Folgosa;
- Marco granítico nº 86 em Santo Adrião;
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- Pelourinho em Goujoim;
- Ponte antiga de Santo Adrião;
- Capela de Nossa Senhora das Neves no Marmelal.
Encontra-se de momento, em processo de classificação o Castro de Goujoim, na freguesia de Goujoim, que é a
mais importante estância arqueológica do município dada a importância que lhe vem sendo atribuída por vários
historiadores e arqueólogos portugueses (quadro 10). A classificação surge da necessidade de preservar as
estruturas que o compõem e de garantir a sua protecção legal. Para a abertura do processo foi considerada a
antiguidade do povoado, o seu valor histórico e importância enquanto objecto de estudo da organização e
vivência das sociedades pré-históricas.
Quadro 10 – Patri móni o cl assifi cado ou em vi as de cl assi fi cação pel o IPPAR
Designação
Categoria
Tipologia
Freguesia
Quadro 10 – Patri móni o cl assifi cado ou em vi as de cl assi fi cação pel o IPPAR
Grau
Ponte de Santo Adrião sobre o Rio Tedo
Arquitectura Civil
Ponte
Santo Adrião
Igreja
Arquitectura
Igreja
Armamar
MN
1922
de
São
Miguel
(Armamar)
ou
IIP
Ano
1983
Igreja Matriz de Armamar
Religiosa
Marco granítico 82
Arquitectura Civil
Marco
Vila Seca
IIP
1946
Marco granítico 84
Arquitectura Civil
Marco
Vila Seca
IIP
1946
Marco granítico 85
Arquitectura Civil
Marco
Vila Seca
IIP
1946
Marcos graníticos 80 e 81
Arquitectura Civil
Marco
Fontelo
IIP
1946
Marco granítico 83
Arquitectura Civil
Marco
Folgosa
IIP
1946
Marco granítico 86
Arquitectura Civil
Marco
Santo Adrião
IIP
1946
Capela de Nossa Senhora das Neves
Arquitectura
Capela
Vila Seca
VC
2001
(Marmelal)
Religiosa
Pelourinho de Goujoim
Arqueologia
Pelourinho
Goujoim
IIP
1933
Castro de Goujoim
Arqueologia
Castro
Goujoim
VC
2007
Fonte: IPPAR (2008)
5.4.3
Património Cultural e Gastronómico
5.4.3.1
Artesanato
O artesanato neste Município está associado desde séculos à fileira da agricultura, sobretudo, ligado ao cultivo
da vinha. Assim, os artífices de então, manufacturavam todo um conjunto de instrumentos para dar apoio às
necessidades agrícolas de outrora.
Hoje em dia existe poucos artesãos, fruto da industrialização, mas ainda se pode encontrar alguns que
continuam a produzir nos mesmos moldes do passado e com a mesma qualidade as peças que hoje são
considerada uma arte ancestral.
A cestaria é uma das artes mais típicas de Armamar e está associada aos métodos tradicionais de fazer a
vindima. Durante séculos e séculos, os cestos em madeira de castanho foram usados para transportar as uvas
para os lagares.
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Também associada ao vinho está a arte da tanoaria. As pipas e tonéis em madeira de carvalho continuam a ser
elementos associados à cultura e aos hábitos locais, apesar de terem já pouca procura. Hoje, constituem um
dos mais típicos aspectos do artesanato local e é por amor á tradição que muitos artífices resistem às
novidades do progresso e continuam a fabricá-los com as suas próprias mãos, à moda dos velhos tempos
(quadro 11).
Quadro 11 – Pri nci pai s acti vi dades li gadas ao artesanato
Actividade
Nome
Freguesia
Soqueiro
Anacleto Santos Cruz
Cimbres
Tanoeiro
António José Oliveira
Queimadela
Cesteiro
Carlos Barradas
Fontelo
Quadro 11 – Pri nci pai s acti vi dades li gadas ao artesanato
Fonte: El aboração própri a
5.4.3.2
Gastronomia
Quadro 11 – Pri nci pai s acti vi dades li gadas ao artesanato
Os hábitos de alimentação e a culinária, são uma das mais completas e importantes formas de manifestação
cultural e um património a valorizar e a salvaguardar. Uma vez que, o património cultural não é somente
prédios, igrejas, monumentos, mas também as festas, músicas, danças, falares, comidas e sabores.
Desta forma, a gastronomia de uma região é uma vertente importante da cultura popular, devendo por isso ser
tratada como as restantes disciplinas: recolha, estudo e divulgação. Em Portugal, a gastronomia7 foi
considerada um valor integrante do património cultural (Resolução do Conselho de Ministros n.º 96/2000, de 26
de Julho).
O Município de Armamar é particularmente rico em gastronomia tradicional. A sua gastronomia está muito
ligada aos recursos agro-pecuários que possui.
Segundo Monteiro (1999), a carne foi sempre um prato nobre, mas os cereais e as castanhas, produtos locais
eram transformados em farinha, dando origem a determinados sabores que saberes antigos transmitiam de
geração em geração. Deste modo, descreve-se a seguir uma lista de pratos típicos regionais de Armamar:
7
Neste âmbito foi criada a Comissão Nacional da Gastronomia, à qual compete “coordenar a criação, desenvolvimento e
utilização de uma base de dados de receitas e produtos tradicionais portugueses” (Portaria n.º 312/2002, de 22 de Março). Esta
base de dados, designada de “Gastronomia, património cultural”, inclui os seguintes elementos: receituário classificado;
produtos agrícolas e agro-alimentares qualificados. A referida base de dados é coordenada e desenvolvida pela Comissão
Nacional de Gastronomia com o apoio logístico da direcção Geral do Turismo.
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Carnes
Cabrito de Armamar
Arroz de cabidela
Arroz de Mucanca
Arroz de feijão com salpicão cozido à portuguesa
Cordeiro assado no forno com batatas miúdas e arroz
Cozido à Portuguesa
Favas com chouriço
Favas com Carne de Porco
Peixes
Bacalhau com milho e batatas a murro
Peixinhos do rio
Peixes de escabeche
Sopas
Caldo de castanhas piladas
Caldo de Cebola
Sopa de ovo
Vegetais e cereais
Milhos
Guisado de abóbora
Papas de nabiças
Aperitivos
Bola de Carne
Enchidos e fumeiros da região
Queijinhos frescos de Vila Nova
Doçaria Tradicional
Aletria
Fritas de cevada
Falachas
Fritas lêvedas
Bolo amarelo
Bolo da Teixeira
Castanhas de ovos
Digestivos
Vinho Fino (Vulgarmente designado de Vinho do Porto)
Vinho do Douro
Vinho Tinto da Adega Cooperativa de Armamar
Vinho Branco
Fonte: El aboração própri a
Quadro 11 – Pri nci pai s acti vi dades li gadas ao artesanato
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Bases para o Desenvolvimento Local Sustentável
A Agenda 21 é de todos para todos. Por isso, assume particular relevância o processo de
participação
e
co-responsabilização.
Neste
processo,
a
participação
é
essencial.
Só
assim
poderemos configurar uma Agenda onde tendencialmente todos os cidadãos e actores se revejam e
que responda ao essencial das aspirações locais. Apesar da globalização, os recursos e os meios
continuam a ser locais. É nesta dimensão que podemos e devemos fazer muito.
A Agenda Armamar 21 não é um desafio da Câmara Municipal de Armamar, antes deve constituir
um propósito colectivo. Cada cidadão, cada associação, cada empresa, cada organização deve
assumir a sua parte, a sua responsabilidade e participar no estabelecimento de prioridades de
desenvolvimento e na constituição de parcerias para e concretização do plano de acção traçado .
A Agenda 21 de Armamar existe fundamentalmente para configurar
soluções e estratégias
comparticipadas que possam resolver problemas e atingir desígnios e ambições locais. Trata -se de
uma estratégia mais consistente para criar riqueza e bem-estar social sem comprometer a
qualidade do ambiente e a sustentabilidade.
A sua eficácia assenta em vários princípios, designadamente:
- Democracia participativa: o processo de criação e implementação de uma Agenda 21 Local
implica o desenvolvimento de canais de informação junto dos cidadãos, em todas as suas fases de
execução, e exige o envolvimento de toda a sociedade no desenho concreto do plano e na
consequente avaliação, permitindo assim uma maior participação da cidadania na gestão e na
definição do futuro da comunidade.
- Partilha de responsabilidade: à Agenda 21 Local importa que todos os agentes políticos,
sociais, económicos e cidadãos assumam, numa perspectiva integrada, o conjunto das suas
responsabilidades.
- Subsidiariedade: pretende assegurar uma tomada de decisões tão próxima quanto possível do
cidadão, mediante a verificação constante de que a acção a empreender a nível local se coaduna
com os outros níveis de governação regional, nacional, europeu.
- Parcerias: internas e externas: a optimização das diferentes intervenções institucionais e o
respeito pela responsabilidade partilhada e a fundamental perspectiva integrada do processo da
Agenda 21 Local, requerem o estabelecimento de parcerias alargadas: poder central, autarquias,
empresas, escolas, associações de desenvolvimento local, associações da sociedade civil, cidadãos
particulares.
- Abordagem inter-sectorial e integrada: a abordagem integrada das diferentes realidades
compreendidas na Agenda 21 Local é indispensável. Este pilar assenta na necessidade do maior
número
possível de agentes intervenientes e na máxima
integração
de perspectivas inter-
disciplinares.
- Cooperação: o processo de criação e desenvolvimento de uma Agenda 21 Local exige, ainda o
estabelecimento de uma rede de cooperação e informação entre os vários processos de Agenda 21
Locais, que proporcionam a troca de experiências e de informação.
- Longo prazo: a Agenda 21 Local constitui-se como um processo de longo prazo, reconhecendo-se
que a dimensão e a complexidade das questões abordadas determinam a adopção de políticas,
planos, recursos e parcerias duradouros.
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Todo o processo de avaliação da sustentabilidade local é complexo e muitas vezes subjectivo. A
síntese que agora se apresenta não deve ser considerada mais do que uma primeira aproximação
que, todavia, encerra já bastante reflexão.
Localização geográfica do município de Armamar
Potencialidades
Debilidades
NUT II- Norte
Interior do país
NUT III - Douro
Beira Douro
Região Demarcada do Douro
Margem esquerda do rio Douro
Alto Douro Vinhateiro
Caracterização física do município de Armamar
Potencialidades
Debilidades
Rio Douro
Elevada sensibilidade da floresta a incêndios
Microclima
Relevo montanhoso
Biodiversidade florística e faunística
Qualidade da água (rica em ferro)
Boas acessibilidades regionais e concelhias
Poluição de alguns cursos de água
Navegabilidade do rio Douro
Espaços naturais de grande valor ecológico e
paisagístico
Agricultura e floresta
Espaços naturais com excelentes condições para
a prática de desportos de aventura e lazer.
Boa dotação de infra-estruturas (rede de
abastecimento de água; esgotos e de recolha de
lixos)
Caracterização social do
Potencialidades
Reajuste da rede escolar
Projecto de construção do centro escolar
Afirmação progressiva das escolas profissionais
na região
Existência de população jovem disponível e com
níveis de escolarização progressivamente mais
elevados
Terciarização da população
município de Armamar
Debilidades
Envelhecimento da população
Êxodo rural
Diminuição da população
Baixa taxa de natalidade
Baixa escolaridade da população
Saída de população em idade escolar para
conclusão do ensino secundário
Fraco poder de compra
Abandono e insucesso escolar
Fraco tecido socioeconómico local.
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Caracterização económica do município de Armamar
Potencialidades
Debilidades
Recursos agro-florestais de excelente qualidade
Estrutura empresarial débil
(vinho, maçã, azeite, mel, castanha, queijos da
serra, cabrito de Vila Nova, fumeiros)
Unidades de alojamento de óptimas condições
Falta de redes comerciais para os produtos
locais
Gastronomia Artesanato e produtos locais
Estrutura do mercado de trabalho com elevado
peso de trabalhadores não qualificados e de
baixa escolaridade
Vasto Património material e imaterial
Ausência de cultura de empreendedorismo
Crescente oferta de animação turística cultural.
Fraca rede de parceria entre as diferentes
unidades turísticas.
Crescente procura turística do Douro
Sub-aproveitamento de potencialidades
turísticas do município
Existência de programas de prevenção de
saúde.
Existência de ensino recorrente
Aumento da comparticipação da autarquia em
matéria de acção social escolar (auxílios
económicos, bolsas de estudo e transportes
escolares)
Existência de formação profissional para
desempregados
Cultura, património e equipamentos do município de Armamar
Potencialidades
Debilidades
Pluralidade de entidades e instituições
existentes
Fraca cidadania activa e participativa
Crescente preocupação da autarquia na
sensibilização ambiental e divulgação cultural
junto da população
Problemas de articulação entre as diferentes
entidades culturais, económicas e sociais.
Existência de iniciativas e projectos conjuntos
de deposição e tratamento de resíduos sólidos
urbanos de âmbito supra municipal.
Débil aproveitamento dos recursos naturais
para desportos de aventura.
Rede de equipamentos de abastecimento
público de águas, de drenagem e tratamento de
águas domésticas.
Grande riqueza e diversidade de património
cultural
Fraca rede de equipamentos escolares préescolar e secundário
Construção das piscinas cobertas
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