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Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão
I. Geórgia
01. Aspectos Geográficos
A ex-república soviética da Geórgia é um país de 69.500 km² de área, situado ao oeste da Ásia,
banhado pelo mar Negro. O relevo é marcado por áreas montanhosas: na fronteira norte fica a cordilheira
do Cáucaso, que abriga o ponto mais alto do país, o Gora Shara, de mais de 5 mil metros de altitude; no sul
fica o Cáucaso Menor, cujos picos chegam quase aos 3 mil metros. Entre os dois sistemas encontram-se a
planície da Cólquida, o planalto de Kartli e o vale de Alazan.
Os dois principais rios do país fluem em direções opostas: um deságua no mar Cáspio e o Rioni, no
mar Negro. Com grande extensão de bosques nativos, a vegetação é dominada pelas florestas de coníferas,
que cobrem mais de 40% do território. O clima é subtropical úmido no oeste e continental moderado no
leste com variações condicionadas pela altitude.
A Geórgia abriga quase uma centena de diferentes grupos étnicos. O principal é o dos georgianos,
que representa 70% da população de 4,3 milhões (2013) de habitantes. Entre os demais, os mais
importantes são os armênios (8,1%), os russos (6,3%) e os azeris (5,7%). Há ainda os ossetianos e os
abecazes - habitantes das regiões da Ossétia do Sul e da Abkházia, respectivamente - que promovem
movimentos separatistas desde os anos 1990. A principal religião é o cristianismo (64,2%), onde a Igreja
Ortodoxa domina (61,3%), seguido pelo islamismo (19,6%). O idioma oficial é o georgiano, sua capital é a
cidade de Tbilisi, sua moeda é o lari.
02. Aspectos Econômicos
Com um PIB de US$ 15,8 bilhões (2012), é uma das mais prósperas repúblicas da antiga União
Soviética, a Geórgia teve sua economia prejudicada pelo colapso do bloco socialista e pelos conflitos
internos que o seguiram.
A agricultura produz cereais, chá, algodão, tabaco, hortaliças, uva e outras frutas. Criam-se
principalmente bois e ovelhas. Há importantes reservas de petróleo, carvão, ferro, molibdênio, mármore,
alabastro e mercúrio. A energia, produzida em termelétricas e hidrelétricas, chega a ser exportada. A
indústria se destaca nos ramos petroquímico, siderúrgico, automobilístico e têxtil, entre outros.
03. Aspectos Históricos
Na Antiguidade, gregos, persas e romanos sucedem-se no domínio da região Os romanos
introduzem a religião cristã no século IV. Mais tarde, o território torna-se foco de disputas entre o Império
Persa e o Bizantino. Cai em poder dos árabes em 654 e um emirado muçulmano é instituído em Tbilisi, a
capital. Os georgianos recuperam a soberania e sua cultura chega ao apogeu entre os séculos VIII e XIII, sob
a dinastia bagratuna, fundadora de um império que se estende do Azerbaijão à Turquia. Na Idade Média, a
cultura local atinge alto grau de desenvolvimento. Datam dessa época o Monastério Gelati, centro
educacional e cultural da Geórgia medieval, e a Catedral Bagrati, em Kutaisi, ambos patrimônios da
humanidade. A invasão mongol, em 1386, põe fim à idade de ouro georgiana. Em 1453, a tomada de
Constantinopla pelos turcos isola a Geórgia do mundo cristão. Nos três séculos seguintes, o país é invadido
por turcos e persas, até que, em 1783, se submete ao Império Russo, ao qual é anexado no século XIX.
Em 1918, revolucionários socialdemocratas georgianos, estimulados pela Revolução Russa, lideram
a luta por um Estado independente. O país é brevemente ocupado pelos britânicos ao fim da I Guerra
Mundial. O regime comunista russo reconhece a independência da Geórgia em 1920, mas o Exército
Vermelho invade o país no ano seguinte e o transforma em república soviética. A repressão a nacionalistas
georgianos e comunistas dissidentes mata mais de 400 mil pessoas durante a ditadura de Josef Stálin - ele
mesmo georgiano -, entre 1924 e 1953. O nacionalismo volta a aflorar com as reformas do presidente
soviético Mikhail Gorbatchov, na década de 1980.
Os nacionalistas obtêm maioria esmagadora nas eleições legislativas de 1990. Em 9 de abril de
1991, o Parlamento proclama a independência da Geórgia. O intelectual Zviad Gamsakhurdia, eleito
presidente em maio, é deposto em dezembro. Eduard Chevarnadze, ex-chanceler de Gorbatchov, assume a
presidência em 1992. Eleito em 1995, é reeleito em 2000, em meio a denúncias de fraude. O país procura
distanciar-se da influência da Federação Russa, mas a eclosão de revoltas separatistas na Ossétia do Sul
(1990) e na Abkházia (1992) frustra esses planos.
04. Atualidade
Em 2002, forças dos Estados Unidos (EUA) instalam-se na Geórgia para treinar os militares do país.
Em 2003, protestos acusam o governo de fraudar as eleições parlamentares, e Chevarnadze renuncia. O
movimento conhecido como Revolução Rosa, é liderado por Mikheil Saakashvili, político pró-EUA. Em 2004,
Saakashvili é eleito presidente. O novo governo procura recuperar domínio sobre a Ossétia do Sul e a
Abkházia, o que eleva a tensão nas regiões. A situação do país é acompanhada pelo governo dos EUA,
interessado em garantir a construção do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan. A visita do presidente norteamericano, George W. Bush, à Geórgia, em 2005, solidifica a aliança entre os dois países, construída a partir
da Revolução Rosa. Nesse ano, é inaugurado oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan, que liga o Azerbaidjão ao mar
Mediterrâneo, passando pela Geórgia.
Em 2005, Federação Russa inicia a retirada de suas tropas da Geórgia. Os russos mantêm duas
bases militares no país vizinho desde a era soviética, o que visto pela Geórgia como entrave às pretensões
de aproximação com Ocidente. Em janeiro de 2006, a explosão criminosa de dois gasodutos prejudica o
fornecimento do gás russo para a Geórgia, afetando o sistema de aquecimento no país durante o rigoroso
inverno. O ato é interpretado como retaliação de Moscou à política pró-o¬cidente da Geórgia. Entre março
e maio, a Federação Russa suspende a exportação de vinhos, frutas e água mineral do país, que vê
motivações políticas no embargo. Em julho, o Parlamento pede a retirada das tropas russas da Ossétia do
Sul e da Abkházia e acusa a Federação Russa de querer anexar as províncias separatistas.
Em setembro de 2006, a relação entre os dois países agrava-se com a prisão de quatro militares
russos na Geórgia, suspeitos de espionagem. O presidente russo, Vladimir Putin acusa o país vizinho de
"terrorismo de Estado". Em outubro, os militares russos são liberados. O fato, contudo, não impede a
Federação Russa de deportar cidadãos georgianos e impor sanções ao país, cortando as redes de
comunicação, e transportes entre as duas nações As medidas afetam drasticamente a Geórgia e
comprometem sua economia. Em agosto de 2007, a Geórgia acusa os russos de terem invadido seu
território aéreo e lançado um míssil. Não há registro de feridos e a Federação Russa nega o ataque.
Cerca de sete mil pessoas vão às ruas e quatro políticos da oposição anunciam greve de fome
pedindo a renúncia do presidente. Os protestos levam Saakashvili a decretar estado de emergência no país
e antecipar as eleições presidenciais para janeiro de 2008. Em seguida, Saakashvi renuncia, dizendo que se
candidatará. O presidente do Parlamento, Nino Burjanadze, assume interinamente a chefia de governo.
Nas eleições de janeiro, Saakashvili é re-eleito. Parte da oposição acusa a pleito de fraudulento e organiza
manifestações nas ruas de Tbilisi, que atraem milhares de pessoas pedindo recontagem de votos. O
presidente Saakashvi decreta estado de emergência e acusa a Federação Russa de envolvimento nos
distúrbios. Apesar dos protestos observadores internacionais relatam que o processo eleitoral foi idôneo.
Em referendo realizado no mesmo mês, 77% da população apóia a adesão da Geórgia à Organização do
Tratado do Atlântico Norte – OTAN.
A Ossétia do Sul e a Abkházia lutam pela independência desde os anos 1990. Com o agravamento
da crise diplomática entre a Federação Russa e a Geórgia, a influência de Moscou sobre as províncias
separatistas torna-se mais forte. A tensão se eleva em agosto de 2008, e os dois países entram em guerra.
Ao final do confronto, os russos não só tomam o controle da Ossétia do Sul como ocupam a Abkházia, além
de territórios da Geórgia em torno dessas duas regiões. No dia 26, Medvedev assina decreto e reconhece a
independência dos dois territórios. A medida gera indignação na comunidade internacional. Em outubro, o
acordo mediado pela França, as tropas russas iniciam retirada das "zonas de segurança" em torno da
Ossétia do Sul e Abkházia. Porém, cerca de 8 mil soldados russos devem permanecer nas duas províncias
separatistas.
FATOS RECENTES
Em fevereiro de 2012, o bilionário Bidzina Ivanishvili cria a coalizão Sonho Georgiano e unifica a
oposição. Em maio, organiza um protesto contra Saakashvili na capital.
OPOSIÇÃO NO PODER
A força do Sonho Georgiano é comprovada com a vitória nas eleições parlamentares de outubro,
batendo o governista Movimento da União Nacional (veja a composição parlamentar em Dados Gerais).
Ivanishvili assume como primeiro-ministro.
NOVO PRESIDENTE
O Sonho Georgiano também vence as eleições presidenciais de outubro de 2013. Seu candidato,
Giorgi Marqvelashvili, obtém 62% dos votos, derrotando David Bakradze do Movimento da União Nacional.
Nesse mesmo mês, entra em vigor a nova Constituição do país. Aprovada em 2010, ela transfere muitos
poderes do presidente para o premiê.
Em um sinal de maior engajamento com a UE, a Geórgia assina um acordo preliminar de associação
e livre-comércio com o bloco em novembro.
JOGOS DE SOCHI
Em janeiro de 2014, a Rússia expande temporariamente suas fronteiras sobre a região separatista
da Abkházia, sob pretexto de ampliar as operações de segurança durante a realização dos Jogos Olímpicos
de Inverno, em Sochi. O governo protesta e afirma que irá intervir caso Moscou fomente ações para incitar
os movimentos separatistas na Abkházia.
PROCESSOS
Em 2014 intensificam-se as investigações contra possíveis delitos cometidos por membros do
governo anterior - dezenas deles são condenados e presos. Em fevereiro, o ex-premiê Vano Merabeshvili é
condenado a nove anos de prisão por abuso do poder. No mês seguinte, o governo ameaça emitir um
mandado de prisão contra o ex-presidente Saakashvili, caso ele não retorne ao país para ser interrogado
sobre a morte do ex-premiê Zurab Zvania e outros casos. Saakashvili afirma ser vítima de perseguição
política.
II. ARMÊNIA
01. Aspectos Geográficos
A República da Armênia, com 29.743 km² de área, é a menor das ex-repúblicas soviéticas. É país da
região do Cáucaso, no oeste asiático, limitado pela Turquia, Geórgia, Azerbaijão e Irã. Ao sul, faz fronteira
com a república autônoma de Nakhitchevan, que integra o território azeri. Repleto de montanhas, o relevo
tem altitude média de 1,8 mil metros. A cadeia montanhosa do Cáucaso estende-se por todo o território e
atinge o ponto mais alto no monte Ararat. O ponto culminante é o monte Aragats Lerr, no oeste do país,
que ultrapassa os 4 mil metros. Os rios costumam ser bem acidentados. O mais importante, no qual vários
outros menores deságuam, é o Araks, que vem da Turquia e corre para o mar Cáspio. Na região leste fica o
lago Sevan, de 1.410 km², o maior do país. A vegetação das zonas mais altas é tipicamente alpina; no
sudeste e nordeste encontram-se florestas de faias e carvalhos. O clima é continental, variável de acordo
com a altitude. As precipitações mais abundantes ocorrem nas encostas das montanhas.
Predominantemente cristão, o país está cercado de vizinhos de maioria muçulmana, como Turquia,
Irã e Azerbaijão. Antes da independência, já disputava com os azeris o controle de Nagorno-Karabakh,
território de maioria armênia. Mais de 90% da população, de 3 milhões de habitantes, pertence à etnia
armênia. Curdos e russos constituem as minorias mais importantes. Há, ainda, ucranianos, georgianos e
gregos. Quanto à religião, a maioria é cristã (83,4%) a Igreja Ortodoxa detém a maior parcela de fieis
(73,3%) e quase 15% declaram-se ateus ou sem religião. A língua oficial e mais falada é o armênio.
02. Aspectos Econômicos
O colapso do comunismo e o bloqueio do fornecimento de gás e eletricidade imposto pelo
Azerbaijão agravam a crise econômica do país, baseada na agropecuária e na indústria de alimentos e
bebidas. Nos últimos anos, o país fecha acordos de fornecimento de energia com Irã e Federação Russa e
volta a crescer, mas metade da população vive abaixo da linha da pobreza.
A economia armênia é bem distribuída entre os setores primário, secundário e terciário: cada um
representa entre 30% e 40% do PIB do país (US$ 9,9 bilhões). A agricultura produz cereais, batata,
hortaliças e uva. Criam-se ovinos, bovinos e aves. No lago Sevan se desenvolve uma importante atividade
pesqueira. Os recursos minerais são escassos e a geração de energia é bastante dependente das usinas
nucleares. A indústria se destaca na produção de máquinas, ferramentas, produtos químicos,
medicamentos, borracha sintética, tecidos, alimentos e bebidas alcoólicas.
03. Aspectos Históricos
Por volta de 700 a.C., povos de língua indo-europeia invadem a região, onde então se localizava o
Reino Uratu. Da fusão dos invasores com os habitantes nativos surge o povo armênio. O território torna-se,
no século VI a.C., província do Império Persa. No século I a.C., os armênios caem sob domínio dos romanos,
que permitem ao país manter-se com reis próprios, subordinados a Roma. Em 301, a Armênia é o primeiro
país a adotar o cristianismo como religião oficial, pretexto para uma guerra que resulta na anexação da
maior parte de seu território pela Pérsia, atual Irã. É, depois, disputada e repartida entre vários impérios:
Árabe e Bizantino, Otomano e Persa, Russo e Otomano.
No século XIX, a parte oriental do território armênio passa ao Império Russo, enquanto o oeste permanece
sob o domínio otomano. Até o fim da I Guerra Mundial, a população que se mantinha na área anexada ao
Império Turco-Otomano é perseguida, sob a acusação de lealdade aos russos. Em 1915, os turcos
massacram grande número de armênios e deportam sobreviventes para a Síria e Mesopotâmia (atual
Iraque). Calcula-se que, entre 1915 e 1922, os turcos tenham sido res¬ponsáveis pelo genocídio de 1,5
milhão de armênios.
Aproveitando-se da Revolução Russa, os armênios sob o domínio russo estabelecem, em 1918, uma
república independente. O país é invadido pela Turquia. Para evitar outro massacre, os armênios aceitam a
intervenção de tropas russas, que expulsam os turcos. Em 1920, a Armênia torna-se uma república
soviética.
Foco de um conflito de difícil solução entre Armênia e Azerbaijão, a região de Nagorno-Karabakh
está encravada em território azeri, país de maioria muçulmana, mas quase 80% de sua população é
armênia e cristã. Em 1921, Nagorno-Karabakh foi entregue à Armênia por um conselho regional do
Cáucaso. Porém, logo após o acerto, as duas nações foram incorporadas pela União Soviética e NagornoKarabakh, cedida à república soviética do Azerbaidjão. O nacionalismo volta a ganhar força em 1985, com a
abertura política promovida pelo líder soviético Mikhail Gorbatchov. Em 1988, os armênios pedem a
anexação de Nagorno-Karabakh, cedido ao Azerbaijão. O governo azeri se recusa a ceder o enclave. No
mesmo ano, um terremoto de grandes proporções mata cerca de 25 mil pessoas no norte do país. Depois
de autoproclamar-se independente, em 1991, a região Nagorno-Karabakh é bombardeada pelo governo
azeri até 1992, quando a Armênia conquista o enclave e extensa área ao redor, criando um corredor de
ligação com seu pró¬prio território (Corredor de Latchine). Em 1994 é assinado um cessar-fogo e mesmo
depois da proclamação de independência (2006) a questão ainda permanece instável.
O oposicionista Movimento Nacional Pan-Armênio vence as primeiras eleições livres no país, em
1990. A independência é declarada em 1991 e a nação filia-se à Comunidade dos Estados Independentes
(CEI). No mesmo ano, Nagorno-Karabakh autoproclama-se independente, o que desencadeia uma guerra
entre Azerbaijão e Armênia. O conflito e o colapso soviético mergulham o país em profunda crise. Em 1995,
nova Constituição adota a economia de mercado. O primeiro-ministro Robert Kocharian - ex-presidente da
autoproclamada República de Nagorno-Karabakh - vence o pleito presidencial em 1998.
Atualidade
Em 2003, há suspeita de fraude nas eleições. Kocharian, sem partido, é reeleito. E 2006, a
Federação Russa fecha acordo pra controlar o gasoduto da Armênia, em troca, o país receberá o gás russo a
preços mais baixos.
Em 2007, o primeiro-ministro Markarian morre de infarto e é substituído por Serge Sarkissian. Em
2008, Sarkissian é eleito presidente, nas a oposição não reconhece o resultado e cerca de 30 mil
manifestantes tornam as ruas de Yerevan. O governo declara estado de emergência no país. Em setembro,
Sarkissian e o presidente turco Abdullah Gul se reúnem para buscar uma solução para a tensão histórica
entre os dois países. A Turquia e nega a reconhecer como genocídio o massacre de mais de 1,5 milhão de
armênios em 1915.
Em 2008 tropas voltam a se enfrentar na região de Nagorno-Karabakh, com os dois países
acusando-se mutuamente de autoria do rompimento cessar fogo.
O partido governista HHK vence as eleições legislativas de maio de 2012, e o premiê Tigran Sarkissian é
mantido no cargo (veja a composição parlamentar em Dados Gerais).
HUNGRIA
Em agosto, o país rompe relações com a Hungria devido à decisão do governo húngaro de
extraditar para o Azerbaijão um oficial azeri condenado pelo assassinato de um militar armênio durante
treinamento da Otan, em 2004. Em setembro, o Parlamento aprova tratado de livre-comércio com a Rússia
e outras seis nações da CEI.
ELEIÇÕES
Com 58,6% dos votos, o presidente Serge Sarkissian é reeleito nas eleições de fevereiro de 2013.
Em junho, o governo assina acordos de cooperação militar e tecnológica com a Rússia. Em setembro, os
dois países iniciam negociações para o ingresso da Armênia na união aduaneira que abrange Rússia, Belarus
e Cazaquistão.
III. AZERBAIDJÃO
01. Aspectos Geográficos
A ex-república soviética do Azerbaijão é um país de 86.600 km² de área, da região do Cáucaso, no
oeste da Ásia e extremo leste da Europa, banhado pelo mar Cáspio. O território nacional inclui a república
autônoma de Nakhitchevan, situada entre a Armênia e o Irã. No sudoeste do país fica a região autônoma de
Nagorno-Karabakh, habitada majoritariamente por armênios e reclamada pelo país vizinho.
O relevo é caracterizado por altas cordilheiras e vales estreitos. Na fronteira norte fica o Grande
Cáucaso, que abriga o monte Bazardüzü Dag (4.480 metros), altitude máxima do país. Na fronteira sudeste
fica o setor mais alto do sistema do Pequeno Cáucaso, com elevações de até 3,5 mil metros. A região
central do país é formada pelos vales dos rios Araks e Kura, ao longo dos quais foram criados canais de
irrigação. Florestas de pinheiros crescem nas encostas das montanhas. O clima é temperado continental.
Na região de Länkäran, porém, uma área baixa aos pés do Pequeno Cáucaso, o ambiente assume condições
subtropicais.
A população, de 9,4 milhões (2013) de habitantes, é na sua grande maioria da etnia azeri (83%). Há
minorias de curdos, tártaros, georgianos e ucranianos. A religião dos azeris - e, portanto, predominante - é
o islamismo xiita (87%). A língua oficial é o azerbaidjano, de origem turca. Fala-se também russo. República
com forma mista de governo, sua capital é a cidade de Baku. A moeda oficial é manat azerbaidjano.
02. Aspectos Econômicos
Devastado pela guerra e pelo colapso do regime planificado soviético, a nação apresenta forte
queda no Produto Interno Bruto (US$ 67,2 bilhões) na primeira metade da década de 1990. Nos últimos
anos, o Azerbaijão volta a investir em exploração de petróleo e gás natural no mar Cáspio, retomando o
crescimento.
As riquezas mais importantes do Azerbaijão são as reservas de petróleo e gás natural da região do mar
Cáspio, que já fizeram do país o maior centro petrolífero do mundo, no início do século XX. A produção
agrícola se concentra nas planícies centrais, onde são cultivados principalmente cereais, algodão, tabaco e
uva. Na região de Länkäran são produzidas frutas e chá. A pecuária, praticada nas encostas das montanhas,
dedica-se sobretudo à criação de ovinos e bovinos.
03. Aspectos Históricos
No século VII, com a invasão dos árabes, as várias tribos existentes no local são unificadas sob o
islamismo. A partir do século XI, turcos seljúcidas chegam à região. Durante os séculos XVI e XVII, o
território é objeto de disputa entre o Império Persa e o Turco-Otomano. No século XIX, é cobiçado pela
Rússia Depois de duas guerras, é dividido: o sul fica com a Pérsia (hoje Irã) e o norte é incorporado à Rússia.
Em 1920, os comunistas russos invadem o Azerbaijão, que é depois incorporado à União Soviética
(URSS). As aspirações à independência afloram com a abertura política no governo soviético de Mikhail
Gorbatchov, em meados dos anos 1980. Nessa época, a questão do enclave de Nagorno-Karabakh domina
o debate político nacional. A oposicionista Frente Popular do Azerbaijão (AXC) organiza grandes
manifestações para exigir que Moscou garanta a soberania do Azerbaijão sobre o enclave. O país conquista
a independência em 1991, em meio ao conflito com a vizinha Armênia pela posse do território de NagornoKarabakh, e enfrenta dificuldade para assentar cerca de meio milhão de refugiados internos.
Em menos de um século, o Azerbaijão mudou três vezes de alfabeto. Os azeris usaram o alfabeto
árabe durante quase 1,3 mil anos. Em 1929, os soviéticos passam a re-alfabetizar a população com os
caracteres latinos, procurando, assim, diminuir a força do islamismo. Em 1939 trocam para o alfabeto
cirílico, utilizado na escrita do russo. Com o fim do domínio soviético e a independência, o Parlamento azeri
aprova, em 1991, a volta para o latino. A decisão é um passo para a aproximação com a União Europeia. A
modificação vinha sendo feita de forma gradual, mas um decreto editado em 2001 deu dois meses de prazo
para que tudo no país fosse escrito no alfabeto latino. Jornais locais boicotam a medida.
04. Atualidade
Em 2001, a exploração de petróleo e gás natural leva ao fim da recessão. As ricas reservas
petrolíferas do mar Cáspio ficam mais acessíveis ao Ocidente com o oleoduto de Baku-Tbilisi-Ceyhan,
inaugurado em 2005 e operações iniciadas em 2006. Construído por um consórcio internacional a um custo
estimado em 4 bilhões de dólares, o oleoduto de 1.760 km, sai de Baku, a capital do Azerbaijão, à beira do
mar Cáspio, passa por Tbilisi, na Geórgia, e chega ao mar Mediterrâneo pelo porto de Ceyhan, na Turquia.
O projeto foi cercado de controvérsias durante seus mais de dez anos de planejamento. O trajeto escolhido
é favorável aos Estados Unidos, pois passa ao lado da base aérea norte-americana de Incilik, na Turquia, e
consolida a influência do país sobre a Geórgia e o Azerbaijão. A Federação Russa critica a rota.
As eleições de 2005, vencidas amplamente pelo partido governista - YAP, são marcadas por
denúncias de fraude e manifestações da oposição. Irregularidades levam à anulação do resultado e a novas
eleições. O pleito ocorre em maio de 2006, com o boicote dos principais partidos de oposição.
Em 2006, o governo troca a moeda nacional pelo novo manat. No mesmo ano o presidente Aliev
visita os Estados Unidos e, no ano seguinte, analistas russos, norte-americanos e azeris se reúnem para
discutir a possibilidade do uso conjunto da antiga estação antimísseis soviética, Gabalá, no Azerbaijão.
Em 2008, tropas azeris e armênias se enfrentam em Nagomo-Karabakh. Os dois países se acusam
mutuamente de ter iniciado o conflito. É a primeira vez que usam artilharia pesada na região. Em outubro,
Alíev é reeleito, com 89% dos votos, em pleito boicotado pelos principais partidos da oposição.
Em 2011, o oposicionista Movsum Samadov é preso sob a acusação de tentar derrubar Alíev.
Inspirados pela Primavera Árabe, estudantes realizam atos contra o regime, que terminam com a prisão de
diversos oposicionistas. Em maio de 2012, dezenas de manifestantes são presos em protestos contra a falta
de liberdade de expressão.
TENSÃO REGIONAL
Em março de 2012, as autoridades azeris anunciam a prisão de 22 suspeitos de espionagem a
serviço do governo iraniano, acusados de planejar atentados contra alvos israelenses. Em agosto, o oficial
azeri Ramil Safarov, detido na Hungria por assassinar um militar armênio em 2004, é extraditado para o
Azerbaidjão. Ao chegar ao país, Safarov é libertado, o que abala ainda mais as relações entre Azerbaijão e
Armênia.
RÚSSIA
Em julho de 2013, o governo confirma a compra de armamentos da Rússia no valor de 1 bilhão de
dólares. O arsenal inclui tanques e sistemas de lançamento de mísseis. No mês seguinte, o presidente russo
Vladimir Putin visita o Azerbaijão na tentativa de estreitar laços comerciais.
ELEIÇÃO
Com 84,5% dos votos, o presidente Alíev é reeleito para um terceiro mandato no pleito de outubro
de 2013, derrotando Jamil Hasanli, do recém-criado Conselho Nacional das Forças Democráticas, que
obtém 5,5%. A oposição e organizações de direitos humanos denunciam fraudes, enquanto o Conselho da
Europa considera que o pleito foi livre.
IV. CAZAQUISTÃO
01. Aspectos Geográficos:
Ex-república soviética, a República do Cazaquistão é um país da Ásia Central cujo território é
caracterizado por uma extensa superfície plana limitada por cordilheiras a leste e a sudeste. Essas
montanhas são ramificações dos montes Altai e Tian Shan e suas altitudes variam entre 4 mil e cerca 7 mil
metros. O centro e o oeste do país são ocupados por planaltos de estepe praticamente desabitados. Na
costa do mar Cáspio se encontra a depressão de Karagie, situada 132 metros abaixo do nível do mar. Entre
os principais rios destacam-se o Ural, que corre para o mar Cáspio, e o Irtys, que segue em direção ao
oceano Ártico. Vários outros cursos menores deságuam no mar de Aral e nos lagos Zajsan e Balkhash. A
vegetação do país é muito pobre: restringe-se, basicamente, à estepe e a áreas de arbustos. O clima é
continental extremo, com grandes diferenças térmicas entre as estações.
Com 2.724.900 km² de área, está entre os dez maiores países em extensão territorial e tem uma
das menores densidades demográficas do mundo. A população, de 16,4 milhões (2013) de habitantes,
concentra-se no norte e no sul, onde ficam as terras mais férteis e as cidades industrializadas. A etnia
predominante é a dos cazaques, que representa 43% da população. Em segundo lugar estão os russos, com
36%. O restante é composto de ucranianos, alemães, uzbeques e tártaros. O cazaque de origem turca, é a
língua oficial - embora o russo seja a majoritária. O islamismo é a principal religião com 49,8% da
população, seguida pelo cristianismo com 14,1% de praticantes. Sua capital é Astana.
02. Aspectos Econômicos
A agricultura, prejudicada pelo clima e pela escassez de água, produz principalmente cereais e
algodão. Nos pastos, os rebanhos mais numerosos são os de ovinos e bovinos.
O Cazaquistão possui grandes reservas de recursos minerais, entre os quais se destacam petróleo,
gás natural, carvão, ferro, cromo, chumbo, tungstênio, cobre, carvão e zinco. Essas riquezas alimentam os
principais ramos da indústria (petroquímico, metalúrgico e siderúrgico), que responde por quase 40% do
PIB do país, que é de US$ 201,7 bilhões (2012).
Graças ao petróleo, o Cazaquistão vive ciclo de prosperidade econômica, impulsionado por
investimentos em prospecção e pela alta dos preços no mercado internacional. Com reservas estimadas
que oscilam entre 6 bilhões e 9 bilhões de barris.
A jazida de Kashagan, no mar Cáspio, é descoberta em 2000 e tem potencial estimado em cerca de
13 bilhões de barris de petróleo.
A exploração dos recursos do mar Cáspio esbarra em alguns obstáculos, como a definição dos
direitos sobre as reservas da região, disputadas pelo Cazaquistão e por países vizinhos, e o escoamento do
gás e do petróleo. A Turquia, com o apoio norte-americano, a Federação Russa e o Irã propõem diferentes
traçados de oleodutos e gasodutos.
03. Aspectos Históricos
Os cazaques, ou cavaleiros das estepes, descendem de tribos nômades de origem turca e religião
islâmica que, no século XVII, pedem proteção ao czar russo diante da ameaça de invasão mongol. O Império
Russo retira o poder dos chefes tribais e domina gradualmente o Cazaquistão. Com a abolição da servidão
pelo Império, em 1861, milhões de camponeses russos e ucranianos instalam-se em terras cazaques doadas
pelo governo central, o que provoca ressentimento entre os nativos. O Exército czarista reprime uma
rebelião contra o poder russo em 1916, o que provoca a morte de 150 mil pessoas.
Após a Revolução Russa, em 1917, nacionalistas cazaques declaram a autonomia da região. A
aliança fracassa, e o Cazaquistão torna-se, em 1920, uma república soviética com o nome de Turquestão.
Em 1936 se transforma em república autônoma dentro da URSS. Nos anos 1930 e 1940, o país recebe
intensa onda migratória de russos, tártaros e bielo-russos, muitos deportados pelo governo de Josef Stalin.
Os cazaques só voltam a ser mais numerosos na década de 1990. Sob o domínio soviético, um terço da
população morre de fome por causa da coletivização forçada da terra e do assentamento dos povos
nômades. Nursultan Nazarbayev, presidente do Soviete Supremo, torna-se presidente do Cazaquistão em
1990.
Depois da desintegração da União Soviética (URSS), em 1991, o país é a última das ex-repúblicas
soviéticas a proclamar a independência, grande número de russos deixa o país, que recebe 100 mil
cazaques vindos de outras repúblicas. Em troca de ajuda financeira norte-americana, o governo desmonta
seu arsenal nuclear, herdado da ex-URSS. Os foguetes do programa espacial russo continuam a ser lançados
da base de Baikonur. A economia vive crescimento acelerado, graças a investimentos externos e à
exploração de petróleo e gás natural O país enfrenta, no entanto, altas taxas de pobreza e de desemprego.
Nazarbayev é reeleito em 1991 e adota política de abertura ao capital estrangeiro. Em 1995, ele dissolve o
Parlamento e vence referendo que estende seu mandato até 1999, quando é novamente reeleito. A capital
é mudada, em 1997, de Almaty para Aqmola (atual Astana).
04. Atualidade
Em 2005, Nazarbayev é reeleito com 91% dos votos. O candidato derrotado, Zharmakhan
Tuyakbayev, acusa o governo de ter cometido irregularidades durante o pleito, fato confirmado por
observadores internacionais.
Em 2007, líderes da Comunidade Econômica Euroasiática (Eurasec) determinam as bases legais de
uma união comercial que reunirá Cazaquistão, Belarus, Rússia, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.
Ainda em 2007, o Cazaquistão é escolhido para assumir a presidência da Organização para
Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). O país será a primeira ex-república soviética a tomar o posto,
em 2010. Alguns grupos criticam a decisão por entender que o Cazaquistão desrespeita os direitos
humanos.
As estepes e os lagos da região de Saryark, no norte do país, são escolhidos como uma das oito
novas maravilhas naturais da lista de patrimônios da humanidade da Unesco, em 2008.
Em abril de 2011, Nazarbayev volta a se reeleger, com 95% dos votos. O pleito é boicotado pela
oposição. No mesmo mês, a explosão de uma bomba fere duas pessoas na cidade de Aqtobe, no primeiro
atentado suicida no país. Ao longo do ano, atentados e confrontos entre militantes islâmicos e policiais
deixam 25 mortos.
MANIFESTAÇÕES
Em maio, petroleiros entram em greve salarial. A greve é declarada ilegal e quase 2 mil são
demitidos. Em dezembro, 15 pessoas morrem em confrontos entre grevistas e policiais na cidade de
Zhanaozen. A polícia é acusada de atirar em manifestantes desarmados.
OPOSIÇÃO
O Nur Otan obtém ampla maioria nas eleições legislativas de janeiro de 2012. Mas pela primeira
vez dois outros partidos elegem deputados (veja a composição parlamentar em Dados Gerais). Em outubro,
o Parlamento ratifica acordo de livre-comércio com a Rússia e outras seis ex-repúblicas soviéticas. No
mesmo mês, o oposicionista Vladimir Kozlov é condenado a sete anos e meio de prisão por tentar derrubar
o governo e incitar os protestos em 2011. No fim de 2012, o governo fecha sites, jornais e um canal de TV
acusados de “propagar o extremismo”.
ACORDO
Em junho de 2013, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, visita o país. Além de acordos
comerciais, ele acerta o transporte terrestre das tropas britânicas que vão deixar o Afeganistão.
EXTRADIÇÃO
Em janeiro de 2014, uma Corte francesa determina a extradição do magnata e dissidente cazaque
Mukhtar Ablyazov para a Rússia ou para a Ucrânia, onde deve enfrentar processo envolvendo fraude
bancária. Preso em julho de 2013 na Riviera Francesa, Ablyazov havia fugido do Cazaquistão em 2009, onde
era acusado de corrupção. Ele é ex-ministro da Energia e do Comércio e afirma que as acusações são
politicamente motivadas.
COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE:
- Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
- Atlas National Geografic, livro 08: Ásia II. São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades
atuais, 32ª Ed.Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
- VESENTINI & VLACH. Geografia Crítica, vol 4. São Paulo: Ática, 2005.
- http//www.wikipedia.org
- http//br.geocities.com/ccv3a/cei.htm

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