Frecuencia Latinoamérica

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Frecuencia Latinoamérica
Frecuencia
COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA
Ano 9 - Nº 64 - Março 2005
Edição em PORTUGUÊS
Latinoamérica
www.frecuenciaonline.com
Máxima
SEGURANÇA
Quem é capaz de afirmar que possui
UMA REDE IMUNE A INVASÕES?
DHL APOSTA
NA MOBILIDADE
TELEXPO 2005
PORTABILIDADE:
SEM CONSENSO
A febre da telefonia celular e o desembarque dos serviços convergentes
exigem uma nova discussão sobre o setor de telecomunicações no Brasil
Frecuencia
Latinoamérica
EDITORIAL
Nº 64 Março 2005
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distribuída às empresas e executivos do mercado de
telecomunicações sem fio.
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Europa e Ásia: 60 Euros. Brasil R$ 50.
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publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas
na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e
não necessariamente a da ITP Editorial.
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N
o cenário político e socioeconômico, a América Latina
possui uma diversidade própria. Quase sempre o consenso
é uma realidade distante, mas o jogo de cintura, característica nata do povo latino, ajuda a contornar as crises mais sérias.
No caso das Telecomunicações, no entanto, há uma peculiaridade
a ser ressaltada: o diagnóstico dos principais problemas é absolutamente semelhante.
Em todos os paises, o momento é o de observar as ações e o papel
dos órgãos reguladores. A convergência de serviços e de tecnologias
atropela a dinâmica das Agências. Na Argentina, por exemplo, o
Governo Kirchner planeja uma nova Lei Geral de Telecomunicações.
Só que, ao mesmo tempo, retoma uma série de privatizações, causando mal-estar entre os investidores estrangeiros. Será que esse
será o caminho também a ser adotado na área?
No Uruguai, que colhe os bons resultados apresentados pela
vizinha Argentina, a concorrência ganha novas cores com as presenças da América Móvil e da Telefónica. Ainda assim, a operação
estatal permanece disposta a não perder a majestade. Nos países
andinos, a situação é mais complexa. Os Estados Unidos pressionam para a adesão deles ao Tratado de Livre Comércio.
Se o acordo for celebrado nos gabinetes presidenciais, a área de
telecom será impactada. Os Estados Unidos exigem a interconexão
de redes, a abertura total do mercado e a adoção da portabilidade
numérica, tema na pauta dos órgãos reguladores da região, mas
ainda distante da realidade do consumidor. Na América Central, o
TLC traz conseqüências diretas para a competição e, apenas um
País, El Salvador já aderiu oficialmente ao acordo.
No Brasil, a telefonia celular tem sido o motor da economia. Nunca se vendeu tanto terminal. Esse ano promete ser igual ao ano
passado, apesar de a rentabilidade ainda passar longe das operadoras. O custo de fidelizar um cliente tem sido muito alto. E os problemas não cessam por aí. O destino da Agência Nacional de Telecomunicações preocupa. Os principais executivos deixaram a
entidade. Para quem quer acompanhar, lance a lance, os rumos
do mercado na região, todos esses temas estão presentes nesta
edição da Frecuencia LatinoAmérica. Boa leitura!
Equipe editorial
Março 2005
FRECUENCIA Latinoamérica
3
ÍNDICE
NOTÍCIAS
NOTÍCIAS
CAPA
6
ARGENTINA
Governo reestatiza Correios, mas garante que não há
planos de replicar o modelo na área de telecomunicações
8
CHILE
Acionistas do Grupo Almendral aprovam aumento de
capital para financiar a compra das ações da Telecom
Itália na Entel
10
URUGUAI
País colhe os frutos do bom desempenho da vizinha
Argentina. Ancel, América Móvil e Telefónica criam
promoções para conquistar assinantes
14
TEMPOS
MODERNOS
Poucas tecnologias foram capazes de
revolucionar tanto como as redes sem
fio. O acesso à mobilidade transformou o
modo de viver do homem. Mas se engana
quem pensa que o mundo Wireless é uma
panacéia. Os riscos são muitos. Saber enfrenta-los
é a tarefa de quem planeja desfrutar dessa inovação que já
assegurou um lugar de destaque na história
PERFIL
36
PORTABILIDADE NUMÉRICA
Robert Mercer responde por
uma das unidades de
negócio de crescimento
mais rápido no mundo do
SAS Institute. Em entrevista
à FRECUENCIA
LATINOAMÉRICA, o executivo
afirma que a disputa
acirrada no mercado de
telecom tem se convertido
em oportunidades de negócios
22
TELEFONIA MÓVEL
26
Estrela maior nas receitas de dados das operadoras
móveis, as mensagens de texto conquistam a
preferência do usuário
CASE STUDY
OPINIÃO
38
Operadoras resistem a idéia de
conceder ao consumidor o direito
de manter o número de telefone, em
caso de troca de provedor
Novos players afiam as
garras e mostram disposição
para brigar por um lugar no
mercado de chipsets 802.16
30
DHL adota a tecnologia Wireless
para melhorar a performance no
atendimento ao cliente
MERCADO
32
PRÓXIMA EDIÇÃO
EDIÇÃO ESPECIAL - TOP TEN OPERATORS
CONVERGÊNCIA
Agências debatem as perspectivas do mercado diante da
unificação da oferta de serviços. O papel dos órgãos
reguladores é crucial e está em discussão no mundo. Até que
ponto é preciso intervir na evolução das novas tecnologias?
4
FRECUENCIA Latinoamérica
Telexpo 2005: Brasil está entre os cinco maiores
consumidores de telefonia celular do mundo
Março 2005
Frecuencia Latinoamérica faz uma radiografia do mercado
móvel. Especialistas elegem as melhores prestadoras de
serviços e apontam as principais tendências para 2005.
Quem fica e quem deixa a prestação da oferta móvel celular
na região. Os caminhos das gigantes Telefónica Móviles e
América Móvil na batalha pela liderança continental.
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NOTÍCIAS
NOTÍCIAS
Onda de privatizações?...
petróleo e telecomunicações.
Depois de amargarem pésO Ministro do Trabalho,
simos resultados em função da
Carlos Tomada, adota um disgrave crise econômica do País,
curso tranqüilizador. Segunos investidores estrangeiros,
do ele, a reestatização dos
agora, temem um retrocesso no
Correios é “um caso pontual”.
processo de privatização. O goCarlos Tomada
O executivo garantiu que a
verno Kirchner confirmou que
decisão do Governo não será replicada
irá reestatizar as operações dos Correiem nenhuma outra empresa já prios. O fato assusta, e a maior parte dos
vatizada. “Não temos a intenção de
empresários acredita que política semeintervir. O modelo está garantido”, afirlhante poderá ser adotada em outras áremou o Ministro do Trabalho.
as estratégicas, entre elas, a de energia,
...Mais telefonia para todos
Apesar de descartar qualquer estatização na área de telefonia, o Governo
Kirchner quer implementar o Serviço Universal e levar o acesso à comunicação para
as áreas ainda não atendidas pela infraestrutura convencional de telecomunicações. A idéia do Governo é impulsionar o
uso da telefonia fixa através da tecnologia Wireless, na faixa de freqüência 450
MHz, em discussão de uso no País.
O Poder Executivo espera que os sistemas Wireless possam vir a reduzir o
preço dos serviços básicos de telefonia
e Internet em até 60%. Desta forma, o
modelo seria ideal para atender aos moradores das áreas mais carentes. O Serviço Universal deverá ser uma das obrigações impostas às teles na nova Lei
Geral de Telecomunicações, que poderá ser aprovada em 2005.
45,5% em 2004
• As chamadas completadas apresentaram um incremento de 77,5%
• Foram vendidos 13,51 milhões de aparelhos móveis
• As operadoras fixas comercializaram 8,74 milhões de linhas
• No serviço de telefonia básica, as chamadas urbanas aumentaram 6,6%
Já as interurbanas registraram um crescimento de 14,5%
• O serviço de chamadas de longa distância internacional cresceu 21,5%
• O número de telefones celulares cresceu
A interconexão entre operadoras teve bom resultado. Os minutos tarifados cresceram
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FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
Fuente: Indec
FRANCA RECUPERAÇÃO
16,7%
Impasse entre
telefônicas
fixas e móveis
Apesar de todos os esforços da Secretaria Nacional de Telecomunicações
(Senatel), órgão regulador do País, as
operadoras fixas e móveis não conseguiram chegar a um consenso com relação
aos novos valores relativos às tarifas de
interconexão de rede.
Diante do impasse, a Senatel declarou que irá intervir. As cinco operadoras
do País - Andinatel e Pacifictel, na área
fixa, e Porta, BellSouth(MoviStar) e Alegro - apresentaram propostas distintas
para o caso. Operadoras fixas e móveis
não se entendem quanto à remuneração das chamadas finalizadas.
Progressão
geométrica
Os resultados da Telefónica foram
excepcionais na área de banda larga
na região. A gigante espanhola registrou um crescimento de mais de 80%
e atingiu a casa de 1,4 milhão de assinantes. A operadora conquistou, em
2004, 653,7 mil clientes de linhas
ADSL na América Latina.
Argentina Brasil, Chile e Peru foram os países que registraram maior
índice de crescimento. A Telefónica
revelou que, em 2008, planeja somar
10 milhões de linhas ADSL no mundo,
sendo que dessas, 6,5 milhões, na
Espanha. Os números para a América
Latina não foram revelados.
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“
NOTÍCIAS
Estamos vivendo um
dinamismo excepcional no
mundo das
telecomunicações.
Exatamente por isso é
muito difícil afirmar que
“
NENHUMA MUDANÇA IRÁ
OCORRER NESTE OU
NAQUELE PAÍS. MAS
AGORA POSSO DIZER QUE
NÃO HÁ A INTENÇÃO DE
VENDER AS AÇÕES DA
TELECOM ITÁLIA NA ENTEL
MARIO FUMI, presidente da
Entel Bolívia, logo após a venda
da Entel Chile e comentando
os rumores da possível saída
da operadora italiana do País
Paixão mundial
Nos últimos 25 anos, a Internet, o celular e o microcomputador foram as maiores inovações tecnológicas, de acordo com
estudo realizado pelo MIT (Massachusetts
Institute of Technology) e pela CNN.
Realizada para comemorar os 25 anos
da tradicional cadeia de televisão norteamericana, a pesquisa teve o objetivo de
apontar as tecnologias que, a partir de
1980, transformaram a vida das pessoas.
Com operação comercial desde
1991, a Internet é a líder absoluta no
ranking das inovações. O telefone celular desponta na segunda colocação e
supera o tradicional PC.
As redes sem fio também conquistam espaço. As tecnologias Wi-Fi e Bluetooth já integram o ranking das inovações ocupando a 25ª posição.
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FRECUENCIA Latinoamérica
Almendral amplia capital
em US$ 525 milhões
Para financiar a compra de 54,76%
das ações da Telecom Itália no controle
acionário da Entel, maior operador de
telefonia móvel do País, os acionistas
do Fundo de Investimentos Almendral
autorizaram um aumento de capital,
estipulado em US$ 525 milhões.
Para conseguir os recursos, o fundo
de investimentos, controlado por
Hurtado Vicuña, Fernández Leon, Consorcio, Matte e outros, anunciou que
emitirá 13 bilhões de ações para serem
comercializadas na Bolsa de Valores.
No final de janeiro, o Grupo Almendral anunciou a compra das ações da
Telecom Itália na Entel, por US$ 934
milhões. Além do aumento de capital
de US$ 525 milhões, o Fundo de Investimentos obteve um empréstimo de
US$ 475 bilhões do J.P. Morgan, para
completar o pagamento aos italianos.
A Entel é a maior operadora de
telefonia móvel e de serviços Internet
no Chile. No final de 2004, a tele,
usuária da plataforma GSM/GPRS/
EDGE, somava 3,2 milhões de celulares e a liderança do ranking da telefonia móvel. Com a confirmação da compra da BellSouth pela Telefónica, a gigante espanhola ultrapassou a Entel
em número de assinantes e assumiu
a liderança do mercado.
Telefónica: Eduardo Caride
assume operações no Cone Sul
O processo de integração da Telefónica com a BellSouth prossegue em
toda a América Latina. O mais recente passo da gigante espanhola foi nomear Eduardo Caride, para chefiar a
operação da empresa na região do
Cone Sul. O executivo terá sob a sua
responsabilidade, as unidades da Argentina, Chile e Uruguai. Caride reportará a Oliver Flögel, nomeado CEO
da Telefónica Móviles no Chile.
A equipe de Flögel será a responsável pela integração gerencial das
Março 2005
equipes que atuam na Telefônica e
na BellSouth. Até que todo o modelo
fique azeitado, a gigante espanhola
decidiu que a rotina administrativa
das operadoras permanecerá sem
qualquer alteração. Telefónica Móvil
e BellSouth manterão as marcas e os
modelos comerciais.
Após a integração completa das operações, o planejamento da Telefónica
Móviles é o de lançar a marca MoviStar,
que foi a eleita para substituir as existentes em toda a região latino-americana.
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NOTÍCIAS
Renovação de forças
A América Móvil desembarcou no
Uruguai com o firme propósito de brigar
pela liderança na área móvel. O plano
da tele é ambicioso: ela quer conquistar
50% dos assinantes. Os outros competidores , a estatal Ancel e a Movicom,da
Telefónica, por sua vez, não parecem
dispostos a deixar os mexicanos provarem a eficiência da meta estipulada.
As duas operadoras montaram estratégias para manter e fidelizar os usuários. Em dezembro do ano passado, por
exemplo, a Ancel reduziu o valor das
tarifas e lançou uma série de promoções.
Já a Telefónica, agora proprietária da Movicom, ex-BellSouth, vislumbra o mercado uruguaio como uma
continuação dos negócios argentinos.
Nessa estratégia, a gigante espanhola mantém os parâmetros adotados
na Argentina para estabelecer as
ações para os assinantes uruguaios.
Para reforçar a presença no País, a
tele anunciou a disposição de investir
US$ 30 bilhões, ao longo de 2005, na
construção de uma infra-estrutura baseada em GSM/GPRS para concorrer
com a “inimiga” mexicana.
Telcel vence
Licitação para
Serviços Universais
Com a melhor proposta do ponto de vista
técnico e financeiro, a Telcel se sagrou vencedora da licitação realizada pela Comissão Nacional de Telecomunicações para a oferta de
serviços em 34 pontos do País. A operadora
será responsável pela conectividade nos Estados de Mérida, Táchira, Apure e Barinas. O
cronograma da Conatel prevê a instalação da
nova rede num prazo de 18 meses.
Participaram da concorrência as operadoras Cantv, Multiphone, Infonet e NetUno. A
Telcel, informou a Comissão Nacional de Telecomunicações, foi a que
apresentou a melhor proposta do ponto de vista técnico e financeiro
para os cofres do Governo da Venezuela.
O Serviço Universal, fixado em norma na Lei Geral de Telecomunicações do País, prevê a oferta de serviços de telefonia básica com performance, qualidade e cobertura geográfica em áreas distantes e com maior
concentração de assinantes de menor poder aquisitivo.
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FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
Mão no bolso
Um grupo de deputados dos Estados Unidos
apresentou um projeto que, se aprovado, poderá causar barulho em outros países. Os parlamentares sugerem que uma taxa de 3%, criada
em 1898, e aplicada até hoje nos serviços de
telefonia, seja estendida para todos os produtos ofertados pela área de comunicação de dados para usuários finais.
Se o projeto de Lei apresentado pelos parlamentares vier a ser aprovado, os usuários de serviços de acesso à Internet discado (dial-up) e de
banda larga a partir do uso de tecnologias como a
DSL (Digital Subscriber Line), também passariam
a pagar o tributo de 3%. A questão é bastante
polêmica, até porque o contribuinte norte-americano corre o risco de ser bi-tributado.
Além disso, pode servir para ampliar ainda
mais a adoção de novas tecnologias em detrimento das tradicionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, as operadoras convencionais reclamam uma
legislação específica para as operações IP, hoje sem
qualquer tipo de legislação no País.
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PRODUTOS
CELULAR
Escritório
móvel
• Utilizado em mais de 40
países no mundo, o
Blackberry, solução
desenvolvida pela canadense
Research In Motion (RIM),
enfim desembarcou na América
Latina. Desde fevereiro a
brasileira TIM comercializa a
solução, que tem como alvo o
segmento empresarial. Com teclado
alfanumérico e tela colorida que facilita a
leitura de textos e telas de Internet e intranet, o
Blackberry permite a visualização de arquivos no
formato Word, Excell, PowerPoint e PDF.
Uma das fórmulas encontradas pela TIM para disseminar
o conceito de escritório móvel por meio do
Blackberry foi oferecer o terminal em regime de
comodato (aluguel). O custo da corporação
será o da aquisição da solução que será
implementada no servidor da rede. O
preço inicial é de R$ 4.500,00, com
direito a cinco licenças de uso. A IBM é a
parceira corporativa do projeto. A big
blue assume a parte do suporte técnico
e manutenção do Blackberry.
Na região, informa o diretor de
Vendas para a Europa da RIM, Rick
Constanzo, o blackberry está em testes
na
Telcel, operadora do grupo América
Blackberry
Móvil no México. Mas até o momento não
houve um acordo para o uso comercial da solução no País.
Lançado em 1999, o produto levou cinco anos para
conquistar o primeiro milhão de clientes, mas superou a
casa dos dois milhões em pouco mais de 10 meses.
NOTEBOOK
REDE
Ultraportabilidade
Velocidade Máxima
• Combinar desempenho, mobilidade,
performance e segurança. Esses são os
principais atrativos dos mais recentes
notebooks incorporados ao portfólio
da Dell. Os equipamentos utilizam a
tecnologia chipset 915GM/PM, da
Intel, e processadores com
velocidades de até 2,13 GHz,
533 MHz de Front Side Bus e
2 MB de memória cache L2.
D810, da Dell
Entre as novidades
tecnológicas se destacam
ainda o mostrador com indicadores separados dos sinais de
Wi-Fi e bluetooth e a adoção do sistema de segurança TPM
(Trusted Platform Module) com leitoras integradas de Smart
Card. Os novos modelos são compatíveis com os periféricos da
família Latitude D, entre eles, as dock stations, os replicadores
de portas e acessórios já disponíveis no mercado.
• O mercado de acesso Wireless na banda
de 3,5 GHZ é de grande potencial para a
fornecedora israelense Alvarion. A
empresa fechou recentemente um contrato
com a DirectNet, provedora brasileira de
acesso à Internet sem fio, orçado em mais
de US$ 1 milhão. A solução da Alvarion´s
é compatível com o padrão WiMAX.
Solução também será comercializada na
Argentina e no Chile.
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Família BreezeACCESS
Janeiro/Fevereiro 2005
FRECUENCIA Latinoamérica
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CAPA
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FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
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Poucas tecnologias foram capazes
de revolucionar tanto como as
redes sem fio. O ACESSO À
MOBILIDADE TRANSFORMOU O
MODO DE VIVER DO SER HUMANO.
Mas se engana quem pensa que o
mundo Wireless é uma panacéia.
OS RISCOS SÃO MUITOS, MAS É
NECESSÁRIO ENFRENTÁ-LOS PARA
DESFRUTAR CADA VEZ MAIS DESSA
INOVAÇÃO QUE JÁ ASSEGUROU
UM LUGAR NA HISTÓRIA
Ana Paula Lobo e Graça Sermoud
São Paulo
O
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novo sempre assusta. Tem sido assim ao longo da história da humanidade. No mundo da tecnologia o cenário
não é diferente. As redes sem fio sofrem por serem inovadoras e o preconceito ainda é grande. Nas corporações, muitos gestores de Tecnologia da Informação ainda afirmam que elas são inseguras e pouco confiáveis.
Mas será que esse temor tem razão de ser? Ou simplesmente o homem não admite enfrentar a própria deficiência de monitorar suas ações?
O especialista norte-americano Russ Rogers, Chief
Executive Officer, da Security Horizon, e integrante
dos conselhos da ISSA (Information Systems Security
Association) e da ISACA (The Information System Audit
Ard Control Association), é taxativo ao afirmar que nenhuma corporação pode acreditar que é absolutamente segura. Todas convivem com os riscos, mesmo que
não utilizem as redes sem fio.
“O mundo Wireless é uma ferramenta a mais para
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FRECUENCIA Latinoamérica
15
CAPA
construir tempos modernos. Ele pode funcionar muito bem, desde que todos os cuidados sejam tomados”, revela o executivo em entrevista exclusiva à
Frecuencia LatinoAmérica. Rogers estará no Brasil,
de 28 a 30 de março, como principal palestrante da
Security Week – 4ª Conferência Internacional de Gestão Corporativa da Segurança da Informação, que
será realizada em São Paulo.
EVOLUÇÃO
Os defeitos genéticos das redes Wireless estão sendo corrigidos e, em pouco tempo, os argumentos desconfiados, pelo menos os ligados à tecnologia, terão que
mudar, afirma o consultor de tecnologias Wireless,
Eduardo Prado. “Poucas inovações foram tão difamadas como as redes sem fio, principalmente na questão
de falta de segurança”, observa.
Na base desta mudança está a ratificação do padrão 802.11i pelo IEEE. O standard embute as primitivas de segurança intrínsecas aos protocolos IEEE
802.11b, 802.11a e 802.11g. Na prática, explica o
consultor, o 802.11i, ou WPA 2 (Wi-Fi Protected Access)
utiliza o padrão AES, ferramenta de criptografia aprovada pelo governo dos EUA e capaz de suportar chaves de 128, 192 e 256 bits.
“A questão segurança tecnológica estará assegurada com a adoção do padrão”, diz Prado. “Mas poderá
ser necessária a aquisição de novos hardware por empresas que já tenham algum tipo de uso Wireless”,
complementa. A grande novidade é a correção de um
defeito genético ainda
mais importante: a ausência de Qualidade
de Serviço (QoS)
para permitir a
transmissão de voz
nas redes Wi-Fi (Wireless Fidelity), as
que estão mais pró-
ERROS FREQÜENTES
Sem rodeios, os especialistas afirmam que a alta taxa
de insegurança apontada pelos usuários nas redes sem
fio, principalmente as baseadas em Wi-Fi, tem um único
culpado: os próprios responsáveis por suas instalações.
O erro humano é uma realidade, admite Marcelo Barbosa
Lima, consultor de segurança do CpQD, principal instituição de pesquisa da América Latina.
“Redes sem fio e Access Points (pontos de acesso
porativa sem testar antes se todas as configurações
Wi-Fi) são de interface amigáveis ao usuário. Essa faci-
sugeridas pelo fabricante do equipamento foram efetuadas.
lidade é a chave de tantos problemas. Muitos não confi-
Se esse controle não ocorrer, as chances de uma invasão
guram os equipamentos. Simplesmente os põem para
são grandes. Para Lima, do CpQD, medidas preventivas em
funcionar”, destaca o consultor do CpQD.
redes Wireless são iguais às das tradicionais.
O gerente de produtos Wireless da MUDE, distribuidora
“Comprar o equipamento correto e adequado para o
latino-americana de produtos de rede, Diogo Superbi, aler-
negócio também é mais uma maneira de tentar fechar a
ta aos administradores que as infra-estruturas sem fio não
porta para possíveis invasões”, complementa Superbi,
podem ser tratadas como uma “experiência”. “Reconhe-
da distribuidora MUDE. Mesmo com todos os manda-
cer o papel delas e adotar cautela máxima são conselhos
mentos de segurança sendo cumpridos, os especialis-
cruciais para evitar uma possível invasão”, completa.
tas admitem: não existe rede totalmente segura. Quem
Premissa básica de segurança: nunca conecte uma
infra-estrutura sem fio, por menor que ela seja, à rede cor-
16
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
pensa assim, completam eles, está a um passo de conviver com um invasor.
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CAPA
ximas da realidade do usuário final e corporativo.
Eduardo Prado diz que os especialistas do IEEE
trabalham no desenvolvimento do padrão 802.11e. O
consultor explica que a especificação reúne dois componentes: o WME (Wi-Fi Multimedia Extensions), homologado em setembro do ano passado e que será
utilizado por desenvolvedores para associar prioridades à transmissão dos pacotes, e o WSM (Wi-Fi
Scheduled Multimedia), controlador de recursos de
largura de banda, que tem homologação prevista ainda nesse semestre.
“Quem difamava a tecnologia, agora terá que arrumar razões muito fortes para não implementá-la,
pelo menos do ponto de vista de recursos técnicos”,
assinala o consultor. Para Eduardo Prado, o preconceito em relação às redes sem fio está ligado ao modelo de gestão do ser humano. Criar políticas de segurança é uma tarefa que requer especialização e consciência de que não há redes imunes a invasão. “Hu-
mildade é essencial”, alerta o especialista.
Com relação às redes WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) – direcionadas para infraestruturas metropolitanas e capazes de atingir velocidades de até 75 Bits e cobrir uma área de 20 Km – os
especialistas admitem que a questão segurança foi cuidada com mais atenção. Isso porque o WiMAX possui
encriptação de nível superior, situação distinta ao WEP
(Wired Equivalent Privacy) do Wi-Fi. Além disso, os
trabalhos de especificação do WiMAX estão sendo conduzidos por Grupos de Trabalho do IEEE e contam com
forte apoio da indústria - fornecedores, provedores,
operadoras - através do WiMAX Fórum.
A grande preocupação dos especialistas é estabelecer um conjunto mínimo de especificações de interoperabilidade da interface aérea. O objetivo é evitar
que operadoras, provedoras de serviços, e principalmente os usuários, fiquem dependentes de soluções
proprietárias. O trabalho não é fácil. Criar regras de
ENQUANTO O WIMAX NÃO CHEGA...
No vácuo da padronização da tecnologia, A MOTOROLA
REFORÇA OS INVESTIMENTOS NA LINHA CANOPY
e promove uma série de pilotos na região
No caso da linha Canopy, que funciona nas freqüências 2.4GHz e 5.8GHZ, liberadas pelos órgãos reguladores na região, os recursos de segurança são embutidos no
processo de produção dos equipamentos. O executivo explica que cada produto possui um número
Levar infra-estrutura de comunica-
"Isso significa que um terminal Canopy será
pelos provedores convencionais. Este
reconhecido e autorizado a partir dessa identi-
tem sido o trabalho da Motorola com
dade original. O produto sem essas caracterís-
a plataforma Canopy na América Lati-
ticas não tem como acessar à rede. A plata-
na. Em vários países, entre eles, Méxi-
forma de gerenciamento embute os padrões
co, Peru, Venezuela, Argentina e Brasil, a
fabricante lidera experiências em municípios
localizados em áreas rurais e distantes das capitais.
18
de série e um endereço IP.
ção para as regiões não atendidas
AES de criptografia, o que garante a transmissão dos dados com segurança", afirma Martins.
Questionado sobre o fato de o Canopy ser um sistema
O diretor da Área Canopy da Motorola, Joeval Martins,
proprietário da Motorola, o executivo diz que hoje essa é
admite que a segurança da integridade dos dados trans-
uma vantagem para o usuário, que ganha ao adquirir uma
mitidos na infra-estrutura de alta velocidade é uma das
solução ponta-a-ponta. Martins, no entanto, enfatiza que o
questões cruciais no desenvolvimento de um projeto. "Os
sistema está preparado para interagir com qualquer plata-
usuários sempre perguntam se as informações estão pro-
forma existente, entre elas o WiMAX, tão logo os produtos
tegidas. Infra-estruturas Wireless sempre provocam uma
baseados na tecnologia estejam disponíveis, o que deve
boa dose de desconfiança", afirma.
ocorrer no final desse ano.
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
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certificação e homologação que atendam aos fornecedores requer habilidade dos integrantes do IEEE e do
WiMAX Forum. Ainda assim, os primeiros equipamentos certificados estão previstos para desembarcar no
mercado no segundo semestre desse ano.
A Intel, uma das maiores articuladoras em prol
do WiMAX, joga suas fichas na tecnologia. O diretor
de Marketing para a América Latina da fabricante de
chip, Ronaldo Miranda, acredita que somente em
2006, as redes WiMAX vão começar a conquistar o
usuário corporativo. “Será quando a oferta de equipamentos estará mais diversificada”, esclarece o executivo. Até lá, a tecnologia tem sido usada como um
elemento essencial para levar serviços de comunicação para as áreas ainda não-atendidas pela infraestrutura convencional. Para mostrar a eficácia do
WiMAX, a Intel está à frente de projetos ligados às
inclusões social e digital no México, Argentina, Chile,
Peru, Colômbia e Brasil.
FIQUE ATENTO
COMPRE EQUIPAMENTOS COMPATÍVEIS COM O PADRÃO
802.11I. Ele foi ratificado em junho do ano passado e
embute recursos de segurança
A instalação de uma rede sem fio é muito simples. É
praticamente plug and play. E esse é o grande risco da
infra-estrutura corporativa. ANTES DE ACIONAR A NOVA
INFRA-ESTRUTURA, VERIFIQUE SE OS RECURSOS DE
SEGURANÇA DOS EQUIPAMENTOS FORAM CONFIGURADOS
O homem é o maior inimigo do homem. ANTES DE
QUALQUER INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, DEFINA REGRAS
CLARAS DE SEGURANÇA. Vigilância permanente é missão
de todo e qualquer bom administrador de rede
Fonte: especialistas consultados nessa reportagem
BARREIRA ULTRAPASSADA
Mesmo com os temores relativos à
segurança, OS PROJETOS DE REDES WI-FI
CONQUISTAM A CONFIANÇA DO USUÁRIO
2,4 GHz, livre de controle regulatório, com largura de banda de até 54 Mbps. O sistema permite a navegação simultânea de 70 a 80 usuários. Coube a IBM a responsabilidade
de projetar a arquitetura de rede, assim como a implementação e a manutenção dos serviços. Já a Cisco forneceu os
equipamentos de rede, entre eles antenas e switches.
A opção pela rede Wireless foi uma questão de custo/
cesso à Internet sem fio para 13 mil estudanbenefício, revela o executivo de Tecnologia da Informação da
tes. Esse é o projeto que a Fundação Armando
FAAP, Paulo César Klain. Segundo ele, os custos de um projeÁlvares Penteado (FAAP) disponibilizou no iníto do porte da instituição nos moldes tradicionais – intercocio deste ano letivo para os alunos. A iniciativa é consinexão com redes ópticas – inviabilizariam a iniciativa.
derada a maior da América Latina na área de redes WiA partir do uso da rede sem fio, a FAAP se inteFi e tem como fornecedores a IBM e a Cisco.
grou à Rede de Competência em Wireless (WCN), resA instituição de ensino criou uma rede sem fio pela
ponsável pela difusão mundial
qual os alunos do campus unide conhecimento em tecnologia
versitário, localizado na capital
O projeto cobre toda a
móvel da Intel. A iniciativa é conpaulista, poderão acessar a
siderada pioneira, uma vez que
Internet ou a intranet da faculextensão do campus e
dade com notebooks, PDAs
permite que 13 MIL ALUNOS a infra-estrutura cobre todo o
campus, e não apenas departa(Personal Digital Assistant) ou
ACESSEM DADOS DA INTERNET mentos previamente selecionahandhelds. No total foram insE DA INTRANET ATRAVÉS DE
dos. Os custos do projeto não
talados 254 hotspots Wi-Fi.
foram revelados.
A freqüência utilizada é de
DISPOSITIVOS MÓVEIS
A
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FRECUENCIA Latinoamérica
19
CAPA
ESTRATÉGIA DE DEFESA
Conviver com a proliferação dos ataques
É IRREVERSÍVEL PARA CONSUMIDORES,
OPERADORAS E FORNECEDORES
S
eria impossível que um mercado tão explosivo como
o dos dispositivos móveis ficasse imune aos piratas.
Afinal, apenas em 2004, de acordo com a
consultoria IDC, mais de 664 milhões de aparelhos celulares foram vendidos mundialmente. Boa parte deles
com recursos técnicos equivalentes aos encontrados
hoje em um PC tradicional.
O convívio com as pragas é considerado absolutamente normal pelo CTO (Chief Technology Officer) da
Security Horizon, Russ Rogers. Ele não deixa por menos: os ataques só tendem a aumentar. Até porque as
redes sem fio conquistam cada vez mais espaço. “As aplicações móveis são um prato cheio para os piratas. Eles
vão explorar ao máximo as vulnerabilidades da tecnologia e do usuário móvel”, sentencia o executivo.
Estudo recém-divulgado pela IBM traz uma conclusão
assustadora: a proliferação dos vírus nos aparelhos celulares, dispositivos móveis e redes Wireless será uma das principais ameaças no segmento ao longo desse ano. As pragas
que massacraram o internauta ao longo de 2004 rumam em
ALVO PREDILETO
O sistema operacional Symbian, desenvolvido por um consórcio de
direção à mobilidade. A pesquisa contou com a participação
de 2,7 mil profissionais de segurança do mundo todo.
A pesquisa da big blue alerta que cavalos de tróia como
o Cabir, que atacou terminais móveis com sistema
operacional Symbian, devem ganhar ainda mais recursos
em 2005. Softwares maliciosos, batizados de malware, vão
ficar ainda mais sofisticados e preparados para espalhar
programas destrutivos para PDAs e aparelhos celulares.
O especialista em segurança do CPqD, Marcelo Barbosa Lima, diz que o uso das redes sem fio para a transmissão de dados, a coloca em evidência para os invasores. “É como na Internet, desvendar um sistema e provar que ele é falho é o desafio. Infelizmente, a convivência será irreversível”, diz. No caso de voz, exemplifica o
especialista, as redes CDMA são mais vulneráveis.
Tanto que a clonagem de aparelhos é uma das
maiores reclamações dos consumidores. Já nas redes
GSM o problema parece sob controle, pelo menos até
agora. Salvador Alvarado, diretor técnico da Porta,
diz que a operadora ainda não registrou qualquer reclamação de clonagem. Segundo ele, a tecnologia assegura uma série de medidas de proteção, entre elas
a autenticação e identificação do assinante.
PROTEJA-SE!
PROCURE SABER SE O MODELO DO SEU
TERMINAL MÓVEL É CAPACITADO PARA
INSTALAR SOFTWARE ANTIVÍRUS. Se for,
instale e atualize com freqüência regular
fornecedores liderados pela Nokia, está presente em mais de 20 milhões
de terminais móveis inteligentes. Com recursos de última geração, o sistema operacional se tornou o prato preferido dos invasores.
Desde que a proliferação de vírus começou a acontecer no ambiente celular, o Symbian é o mais "atacado". Uma série de cavalos de
tróia já foi desenvolvida pelos piratas para causar danos irreversíveis
aos dispositivos móveis.
O pior dessa ação é que os ataques têm origem diversas. As últimas
versões de vírus (Gavno.A e Gavno.B) foram criadas por piratas russos. As
pragas simplesmente desabilitam todas as funções do telefone obrigando
ao usuário a restaurar as configurações do fornecedor.
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FRECUENCIA Latinoamérica
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SÓ UTILIZE A CONEXÃO BLUETOOTH EM
DISPOSITIVOS MÓVEIS SE ELA FOR
ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIA. A tecnologia
apresenta vulnerabilidades e permite a
ação de piratas
NÃO BAIXE SOFTWARE PIRATA, PRINCIPALMENTE
SE O TERMINAL MÓVEL UTILIZADO TIVER O
SYMBIAN COMO SISTEMA OPERACIONAL.
Hoje ele é o maior alvo de ataque
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ESPECIAL
QUEDA
DE BRAÇO
Serviços convergentes são a marca
de um modelo de negócio que prevê
a união das operações de telefonia
fixa e móvel. NESSE UNIVERSO,
A PORTABILIDADE NUMÉRICA SE TORNA
AINDA MAIS SENSÍVEL, MAS SUA ADOÇÃO
PARECE DISTANTE NA REGIÃO
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FRECUENCIA Latinoamérica
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EM FOCO
LNP (Local Number Portability ou
Portabilidade Numérica Local) é uma
medida que dá ao usuário o direito de
trocar de provedor de serviço sem mudar o
Ana Paula Lobo, São Paulo
e Clara Persand, Miami *
unca se falou tanto em convergência. Com
ela, um debate reacende: a portabilidade
numérica é, de fato, crucial para o consumidor? Especialistas asseguram que sim, mas
as operadoras resistem. Na prática, a portabilidade dá ao assinante o direito de trocar de provedor de
serviço sem mudar o número de telefone. O tema é antigo, mas na América Latina, nenhum país a implementou.
Promulgada em 1998, a Lei Geral de Telecomunicações brasileira tem a portabilidade numérica como um dos
principais itens. Só que, passados quase sete anos, a medida não saiu do papel. Há pouco mais de um ano, ao assumir
o cargo de presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Pedro Ziller assegurou que a portabilidade
numérica seria uma de suas prioridades de gestão.
O tempo passou, o executivo deixou o comando da Agência e a questão permanece em aberto. “É claro que o tema
não agrada as operadoras, principalmente as fixas. Por isso,
ele não ganha força. Mas é absolutamente essencial para o
mercado global de telecom”, alerta Luiz Cuza, presidente da
Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas do Brasil (Telcomp).
N
EM PARALELO
Cuza diz ser um erro condicionar a importância da
portabilidade numérica apenas aos chamados serviços
móveis, como muitos apregoam. Ela é ferramenta imprescindível para que possa vir a ocorrer uma disputa saudável na telefonia fixa local. No mundo, e na América Latina
não é diferente, esse serviço está cada vez mais em poder
de poucos. “Os concorrentes têm poucas chances de cres-
número de telefone.
Existem três tipos de portabilidade
numérica:
OPERADORA - usuário mantém o número ao
trocar de provedora
SERVIÇO - o assinante mantém o número,
mesmo trocando de serviços. Exemplo: um
número de telefonia local pode ser migrado
para o serviço móvel celular e vice-versa
LOCALIZAÇÃO - o assinante mantém o número
de telefone mesmo quando muda de bairro
ou de região
cer. A portabilidade numérica pode fazer esse quadro mudar”, salienta o
presidente da Telcomp.
No Peru, o tema portabilidade
numérica aportou no Congresso Nacional. Parlamentares decidiram discutir a adoção da medida com o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC),
responsável por traçar as diretrizes do setor no
País. Como se podia esperar, a reação foi imediata. As
operadoras Telefónica de Peru e Nextel – principais
controladoras dos serviços locais – sinalizaram insatisfação com a decisão governamental.
Elas alegam um custo excessivo com a adequação da
atual infra-estrutura. Nos cálculos efetuados pelas carriers,
o investimento para oferecer a portabilidade numérica ficaria em torno de US$ 76 milhões, quantia que poderia ser
aplicada no desenvolvimento de outros produtos e serviços.
Apesar de considerar a portabilidade numérica um serviço
essencial para o usuário, especialmente para o corporativo,
o consultor peruano Marco Villacorta se mostra descrente
em relação a uma rápida implementação. “Boa vontade
legislativa existe, mas as operadoras têm a seu favor a questão econômica. Há um custo a ser considerado”, observa.
DESCONFIANÇA
Prioridade para a competição fixa local, a portabilidade numérica está muito mais próxima das operações celulares. Os órgãos reguladores da América Latina tendem
a adotar políticas similares a de países como Estados Unidos e França, onde a medida foi imposta, pelo menos
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FRECUENCIA Latinoamérica
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ESPECIAL
BRASIL
A Anatel promete regulamentar o uso da portabilidade numérica em
2005, mas a Agência vive um momento de “compasso de espera”. Até
o fechamento dessa edição, estava sob o comando de um presidente
interino, em função da indefinição do Governo em relação ao cargo e
também ao papel da entidade no comando do setor de telecomunicações
ARGENTINA
O governo Kirchner quer incentivar a concorrência na telefonia móvel e
fixa. O Poder Executivo prepara uma nova Lei Geral de
Telecomunicações, com o intuito de promulgá-la ainda em 2005
CHILE
O Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) prevê a implementação
comercial da portabilidade numérica para o segundo semestre deste
ano. As operadoras reagiram e questão ainda está indefinida
PERU
Também não é usuário da portabilidade numérica. O assunto volta à
tona com a venda da Entel, que perdeu a liderança do segmento móvel
para a Telefónica, a partir da compra das operações da BellSouth
MÉXICO
Prevista há 10 anos na Lei Geral de Telecomunicações, a
portabilidade ainda não entrou na agenda da Agência reguladora
numa fase inicial, somente aos provedores móveis.
O grande x da questão é que as operadoras celulares
não parecem interessadas. Quando questionadas, evitam polemizar. Afirmam estar aguardando as normas
dos órgãos reguladores. Interessante é que estudos de
mercado apontam a portabilidade numérica como um
meio ágil para a almejada rentabilidade.
Em 2004, revela estudo da Pyramid Research, as corporações representaram de 5% a 10% da base total de assinantes da telefonia móvel na AL, só que, ainda assim, elas
são os principais responsáveis pelo ARPU (Rentabilidade
Média por Assinante) registrado na receita final das carriers.
No ano passado, o segmento empresarial proporcionou um
faturamento de US$ 4,1 bilhões. O montante representou
18% das receitas com serviços móveis na região.
Um dos motivos para a baixa taxa de adesão de empresas
é o não domínio sobre o número do telefone, assegura o estudo da Pyramid Research. A adoção da portabilidade traria um
incremento imediato para as operadoras. O aumento da receita ficaria acima dos 20%, uma vez que muitas empresas
passariam a contratar o serviço. Hoje, segundo o instituto
de pesquisa, as corporações trazem um ARPU mensal até
quatro vezes acima do obtido com as pessoas físicas. * Com reportagem de Fabíola Gonzalez, do México
COMPASSO DE ESPERA
Prevista há quase 10 anos pela Lei federal das Telecomunicações, a portabilidade numérica
AINDA AGUARDA ESPAÇO NA AGENDA DO ÓRGÃO REGULADOR MEXICANO
ento e seguro” parece ser o lema da Comissão Federal de Telecomunicações (Cofetel) do
México no que se refere à portabilidade numérica. Apesar de estar previsto, desde 1995, na Lei Federal
das Telecomunicações (artigo 44), o tema não conquistou
um lugar de destaque na agenda regulatória da Agência.
Nos últimos meses, por exemplo, o órgão regulador
preferiu dedicar atenção integral para a elaboração das
regras de competição para a Longa Distância Internacional, convergência de serviços e licitações PCS (celulares). Ainda assim, fontes da Agência asseguram que “a
portabilidade numérica será tratada no seu tempo”.
Especialistas no mercado mexicano advertem: para
tornar a portabilidade numa estratégia de sucesso, o
“L
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FRECUENCIA Latinoamérica
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órgão regulador terá que redobrar a atenção na definição do modelo. Será preciso definir regras claras e transparentes para que os usuários entendam que o serviço é
um direito, e não, uma concessão das operadoras.
Já no caso das prestadoras de serviços, o órgão
regulador terá que exigir a adoção de uma plataforma
flexível, que simplifique o processo de interconexão e
demande o menor gasto possível com as adequações
dos sistemas. Oficialmente, a Cofetel garante já ter
um estudo onde analisa os diversos cenários de custos
e benefícios da portabilidade. No entanto, até o momento, os resultados dessa pesquisa não foram divulgados pelo órgão regulador.
(Fabíola Gonzalez, Cidade do México)
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AQUÉM DAS EXPECTATIVAS
A oferta de novos serviços foi a arma utilizada pelas operadoras norteamericanas PARA ENFRENTAR UMA POSSÍVEL MIGRAÇÃO EM MASSA
DE ASSINANTES EM FUNÇÃO DA PORTABILIDADE NUMÉRICA.
A estratégia funcionou. O churn ficou bem abaixo do previsto
tivada oficialmente nos Estados Unidos em 23 de
novembro de 2003, a portabilidade numérica não
provocou a migração maciça de clientes conforme
temiam as operadoras. Nos cálculos iniciais das carriers,
com a garantia da manutenção do número, pelo menos
30 milhões de assinantes trocariam de provedores em
busca de novos serviços e de tarifas mais baixas. O número real ficou aquém dessa expectativas. Dados da Comissão Federal de Comunicações (FCC) revelam que,
num universo estimado de 170 milhões de assinantes, a troca foi feita por apenas seis
milhões. Na telefonia fixa local, nesse
período, somente 500 mil usuários
solicitaram a mudança dos números para terminais móveis.
Esses dados mostram que não
aconteceu o temido churn (troca
de operadoras) devido à possibilidade da manutenção do número de telefone. Na Cingular Wireless, por exemplo, o impacto da medida foi considerado irrelevante. Segundo o gerente Regional de Relações Públicas,
Dawn Benton, a operadora estabeleceu uma estratégia de serviços capaz de fidelizar o assinante.
Entre os produtos, destaca, o de maior receptividade é o
que permite o acúmulo e o uso dos minutos, de acordo
com a necessidade do assinante.
A
QUALIDADE
Para a Sprint PCS, a expectativa também foi maior
que a realidade. A gerente de Comunicação da empresa, Nanci Schwartz, afirma que o mercado não registrou aumento de clientes devido à portabilidade numérica local. Para atrair os clientes, a operadora lançou,
em maio do ano passado, o serviço “PCS fair and
flexible” (PCS justo e flexível), que consiste na cobrança de apenas US$ 0,25 quando o consumidor ultrapaswww.frecuenciaonline.com
sa seu limite de minutos. “O normal é uma tarifa de
US$ 0,40”, explica Nanci Schwartz.
As operadoras aprenderam a lidar com a portabilidade numérica. Antes, se o assinante solicitava a troca
de provedor, o prazo para informar o número à operadora escolhida era de um a dois dias. Hoje, isto demora
apenas algumas horas, apesar de ainda existirem dificuldades técnicas de comunicação entre as operadoras, usuárias de tecnologias diferentes e
sem muita compatibilidade entre si.
Na Nextel, a portabilidade numérica é
considerada um diferencial. A operadora
informa que, a cada trimestre, perde menos assinantes para a concorrência. A principal estratégia
adotada para a manutenção dos usuários foi a
oferta de “roaming”
mais global no produto
Nextel Direct. Nesse
serviço, o cliente norte-americano se comunica, por meio da
tecnologia “push-to-talk”, com assinantes do Brasil, Argentina, México e
Peru, ao preço de uma chamada local.
Na visão do analista de telecomunicações, Jeff
Kagan, a portabilidade numérica local ganhará fôlego
nos próximos anos no mercado norte-americano. Os
problemas técnicos registrados no início da adoção da
medida podem ter causado a baixa adesão. “Apenas
8,5 milhões dos 30 milhões de consumidores esperados trocaram de operadora e levaram os seus números”, destaca o analista. “Não digo que é um resultado
pequeno, mas poderia ter sido melhor. Agora, com as
operadoras mais preparadas , o processo deve ficar
mais ágil”, complementa Kagan.
(Clara Persand, Miami)
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FRECUENCIA Latinoamérica
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TELEFONIA MÓVEL
TECLAS
Estrela maior nas receitas
de dados das operadoras
móveis, AS MENSAGENS DE
TEXTO CONQUISTAM A
PREFERÊNCIA DO USUÁRIO e
determinam a evolução das
plataformas tecnológicas
mágicas
RECEITA APROVADA
Operadoras fixas replicam conceito
móvel e investem no serviço
Ana Paula Lobo
26
Se um modelo de negócios é vitorioso, por que não
São Paulo
adotá-lo? Pensando assim, as teles fixas decidiram
O mundo SMS mudou. Nunca se trocaram tantas
mensagens de texto como agora no mercado latino-americano. O volume impressiona. Em números aproximados, em 2004 mais de três bilhões de mensagens foram
enviadas na região. Com preço abaixo do custo de voz,
as mensagens de texto não são mais apenas utilizadas
pelos jovens, passando a substituir também ligações tradicionais. Nessa evolução, fatores como
performance, escalabilidade e qualidade de serviço passam a ser diferenciais competitivos,
assim como o baixo custo e a facilidade de
integração tecnológica.
As receitas de dados ainda são baixas
em todas as operadoras da região, mas
crescem, e muito, em função da massificação
do SMS. O País com maior volume de troca
de mensagens é a Venezuela, que está entre os
três maiores mercados mundiais. O volume de mensagens trafegadas supera a casa de 1, 2 bilhão/mês. O
resultado não surpreende ao diretor para a América
Latina da LogicaCMG, Vancrei de Oliveira.
“A Venezuela foi o primeiro País a ter, de fato, a
interconexão de redes SMS. Esse foi um salto qualitativo para a aplicação”, diz o executivo. Na Colômbia e no
Equador, onde a interconexão praticamente inexiste, a
troca de mensagens de textos entre clientes da própria
operadora apresenta um volume considerável de crescimento. “São mercados potenciais que só tendem a
também apostar no envio de mensagens de texto. A
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
brasileira Telemar foi a primeira a anunciar a oferta do
serviço, em dezembro do ano passado.
Batizado de "Telefone Telemar Inteligente", o produto envia e recebe mensagens de texto para outros telefones fixos da Telemar e, inicialmente, para celulares da Oi. Ao longo desse ano, a tele promete
negociar contratos de interoperabilidade com
outras teles móveis, mas até o momento não
há nenhum acordo pré-estabelecido.
Caso o telefone de destino não tenha a
função SMS, a plataforma do serviço está
preparada para, automaticamente, converter a mensagem de texto em mensagem de voz a partir do uso da tecnologia TTS (Text to Speech). A
adoção da novidade permite que
toda base de clientes da tele – 15,2
milhões de linhas ativadas – possa receber mensagens de texto nos terminais fixos.
A iniciativa ganha adesões. A mexicana Telmex já
anunciou oficialmente que planeja lançar SMS na telefonia fixa no terceiro trimestre. A operadora quer reforçar a linha de serviços de valor agregado para conquistar
e fidelizar o usuário. Quem seguirá o mesmo caminho é
a subsidiária brasileira Embratel, também interessada
em ampliar o número de clientes na telefonia local.
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crescer tão logo as arestas da interconexão
sejam resolvidas”, complementa Oliveira.
Outro país que revela a força do SMS é
a Argentina. Com a retomada do mercado
de telefonia celular, a quantidade de mensagens de textos trocadas superou a casa
dos 600 milhões em 2004, praticamente o
primeiro ano da oferta integrada do produto. Para este ano, a taxa média de crescimento esperada é de 50%.
POPULAR
No Brasil, programas de televisão como o
Big Brother elevam o faturamento das operadoras participantes. Apesar de não revelarem
o percentual de ligações de voz e de mensagens de textos, se sabe que o programa é um dos responsáveis pelo resultado final do SMS na receita. Andreas
Blazoudakis, presidente da Yavox, integradora de soluções
de transmissão de dados por telefonia celular para o mercado corporativo, e responsável pela plataforma do reality show,
revela que em janeiro desse ano, apenas na plataforma da
companhia passaram mais de 150 milhões de mensagens.
“É um número marcante para a receita de dados, que
até bem pouco tempo, era considerada insignificante”, observa o executivo. Para este ano, a Yavox, que mantém uma
infra-estrutura mundial para o envio de mensagens de
textos e de multimídia, acredita que o faturamento com
SMS irá triplicar na região. Até porque as operadoras descobriram o filão e começam a adotar soluções próprias para
terminais pré-pagos, os mais vendidos na AL.
O grande entrave para a receita é a questão da interconexão. Na Venezuela, lembra Blazoudakis, as operadoras deixaram de lado as divergências, acertaram um
contrato e o volume de mensagens trocadas explodiu,
assim como o faturamento de cada uma delas. No Brasil,
as teles móveis também perceberam que o negócio de
dados só funciona se um usuário puder mandar mensagem para qualquer outra pessoa, mesmo de outro provedor. Agora é a vez de outros países entenderem que,
na área de dados, volume é quesito essencial para a
obtenção de um equilíbrio financeiro saudável.
Com relação ao MMS na América Latina, a reticência é
maior. “Hoje ele é uma realidade, mas são poucos os terminais disponíveis e os serviços ainda são gratuitos. O modelo
de negócio não está definido”, esclarece Blazoudakis. As
principais empresas especializadas na oferta de soluções
para operadoras acreditam que o serviço será utilizado
conforme o aumento de aparelhos capacitados para a transmissão de vídeo e imagens. A previsão é que somente daqui a seis anos o MMS venha a trazer o retorno financeiro
esperado pelas teles móveis.
CALCANHAR de Aquiles
SPAM MÓVEL É CULPA DAS
OPERADORAS, afirmam consumidores
Spam também é uma praga no ambiente móvel, só
que no caso das celulares, os usuários tendem a culpar
as operadoras pelo envio indesejado de mensagens nãosolicitadas, ao contrário do que ocorre na Internet, onde
os internautas mantêm uma postura mais amigável em
relação aos provedores de acesso.
A questão é tão séria que um estudo conduzido pela
Universidade de Saint Gallen, na Suíça, em parceria com a
operadora Bmd Wireless, apontou o spam no SMS como
um dos pontos mais críticos na relação do consumidor com
o provedor de serviço na Europa. O estudo apontou que
oito em 10 usuários entrevistados já receberam algum tipo
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de spam móvel. A
"invasão de privacidade" foi muito
criticada e a maioria demonstrou interesse em trocar
de número.
Nos Estados
Unidos o órgão regulador FCC determinou que, a partir de março, será ilegal
enviar mensagens comerciais a assinantes móveis sem que
haja uma prévia autorização do consumidor. A regra também é válida para os pagers. As empresas que violarem as
normas poderão ser penalizadas com multas de até US$
11 mil por lote de mensagens enviadas.
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TECNOLOGIA
Sem sinal,
NÃO DÁ!
Com a massificação das aplicações de
mobilidade, A COBERTURA DEIXOU DE SER UM
SERVIÇO OBRIGATÓRIO PARA SE TORNAR UM
DIFERENCIAL DE COMPETITIVIDADE
assinante não fala, ele não paga pelo uso da rede.
Em função disso, nos últimos tempos, expandir a
cobertura
virou questão de ordem em qualquer tele
Precariedade de cobertura ainda é uma das domóvel. Nunca se investiu tanto em crescimento de sites
res de cabeça da telefonia móvel celular. A falta de
como agora. Shopping centers, metrôs, estacionamensinal impede a finalização de uma chamada e, em
tos e estradas são cobiçados
tempos de transmissão de dados,
pelas teles, que negociam a
o envio de mensagens de texto e/
possibilidade de montar infraou fotos e imagens via celular. O
estruturas de comunicação
“silêncio” do terminal afeta a remunestes locais. Na Venezuela,
neração das operadoras. Afinal se o
por exemplo, o governo decidiu fazer uma licitação para
AMIGOS PARA SEMPRE
permitir a instalação de cobertura móvel no metrô.
O crescimento gradual das redes Wi-Fi e a
“Será uma das maiores
possibilidade da adoção do WiMAX como opção
concorrências de sistemas
de última milha nas redes metropolitanas tamindoor na região”, afirma Luiz
bém são fatores de incentivo à produção de sisAntonio Oliveira, presidente
temas, comemoram os principais fabricantes de
da RFS Latinoamérica. No Chisoluções de comunicação indoor. O diretor da
le, as minas de cobre – localiKathrein Mobilcom, Karl-Heinz Lensing, afirma
zadas em áreas rurais e carenque esses sistemas exigem infra-estrutura cates de infra-estrutura de telepaz de garantir performance, confiabilidade e segurança na transmissão dos dados. A
comunicações – também são
maior parte desses sistemas funciona nas freqüências 2,4 GHz a 5,8 GHz.
um mercado a ser explorado
Quem também aposta no sucesso das redes Wi-Fi é a Andrew. O vice-presidente de
ao longo deste ano.
Vendas da fabricante, Sylvio Cid Filho, diz que a maior parte das operadoras começa
O ano de 2004 foi espea estudar a opção Wireless como uma infra-estrutura complementar ao ambiente
cialmente
satisfatório para a
celular. O executivo salienta que os sistemas sem fio são uma excelente alternativa
RFS na região, já que houve um
para a região em função do preço mais acessível.
crescimento de 160%. Para
Ana Paula Lobo
São Paulo
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FRECUENCIA Latinoamérica
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este ano, a expectativa é positiva, mas com margens
menores, em torno de 50%. “Houve muito aporte no
ano passado. Esse ano o trabalho será o de descobrir
novos mercados”, complementa Oliveira, que há pouco
mais de três meses assumiu o comando de todos os
negócios da RFS na América Latina, incluindo o México.
A RFS também está fazendo um projeto piloto na
Colômbia, na área de utilities, para reforçar o conceito
de comunicação indoor. Oliveira não quis adiantar detalhes, mas assegurou que é um novo filão que promete criar várias oportunidades de negócios.
OTIMIZAÇÃO
O vice-presidente de Vendas para a América Latina da Andrew, Sylvio Cid Filho, revela que os negócios da fabricante na região superaram todas as expectativas em 2004. A consolidação do mercado móvel preocupa, mas não a ponto de exigir uma revisão
de metas para este ano. O executivo diz que a sofisticação das aplicações móveis celulares, originadas
pelas redes GPRS, EDGE e CDMA
1x e CDMA EV-DO exige uma
cobertura ainda maior por
parte das operadoras.
“Velocidade na transmissão de dados depende
de uma infra-estrutura.
Além disso, todo mundo quer
falar ao celular, em qualquer
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ponto que esteja”, complementa Cid Filho. Na América Latina, o vice-presidente de
Vendas da Andrew destaca
o México, a Argentina e o
Brasil como os maiores compradores de soluções de comunicação indoor. A cobertura em edifícios inteligentes também é um negócio particularmente atraente, assim
como a progressiva expansão de sites em estradas e
regiões mais afastadas dos grandes centros.
Na Kathrein Mobilcom, a expectativa é crescer 35%.
A área indoor será o principal meio de receita, avalia
o presidente da empresa, Karl-Heinz Lensing, em função de três fatores: baixa densidade implementada;
maior demanda na faixa de 1,8GHz, uma vez que a
penetração de sinais se reduz com o aumento da freqüência; e a necessidade de as empresas atenderem
de forma mais eficiente e produtiva os clientes corporativos, principalmente ampliando a cobertura para a
oferta de serviços de dados em alta velocidade. Argentina, Colômbia, Peru e Brasil são considerados países em franca expansão na região. Mas os sinais de
retomada de investimentos começam a surgir no
Paraguai, Uruguai – em função dos bons resultados da
vizinha Argentina – e na Venezuela, especialmente na
área de plataformas de petróleo.
COBERTURA CELULAR
Expansão pura e simples da infra-estrutura existente em
estradas, túneis, metrôs, estacionamentos, garagens, etc. para
assegurar a manutenção do sinal de comunicação
EDIFÍCIOS
Necessidade de cobertura em prédios inteligentes e de
grande densidade de escritórios. Muitos desses locais têm
cobertura precária
LOCALIDADES DISTANTES
São as regiões onde a infra-estrutura convencional de
telecomunicações não existe, como por exemplo, as regiões das
minas de cobre no Chile, e das plataformas de petróleo no
Brasil e na Venezuela.
Março 2005
FRECUENCIA Latinoamérica
29
CASE STUDY
LOGÍSTICA
de ponta
Transparente para o usuário e sem
necessidade de investimentos em
capacitação profissional e adaptação de
estrutura, A DHL, EMPRESA DE TRANSPORTE
EXPRESSO, ADOTA A TECNOLOGIA WIRELESS
PARA MELHORAR O ATENDIMENTO AO CLIENTE
FORÇA-TAREFA
O acordo selado com a DHL mexicana poderá ser
estendido para outros países da América Latina, entre
eles, o Brasil. A informação é dos próprios provedores
do serviço - Nokia e IBM - interessados em ampliar os
negócios ligados à mobilidade corporativa. "Todo o
processo implementado no México é replicável em
Fabiola V. González
qualquer País da região", salienta Augusto Carvalho,
Cidade do México
diretor da área de Mobile Solutions da IBM Brasil.
No mundo das empresas de transportes expressos,
parecia que nada superaria a possibilidade de rastrear
pela Internet a localização de pacotes e entregas. Parecia. A subsidiária da DHL no México encontrou, através
da tecnologia Wireless, uma forma de permitir aos clientes identificarem, quase em tempo real, o momento exato da entrega a partir da assinatura efetuada pelo destinatário comprovando o fim da operação.
Desenvolvida pela Nokia e pela IBM, a solução funciona do seguinte modo: o destinatário assina o recibo com
uma caneta digital, que atua como um dispositivo de
captura de dados. Uma vez registrada a confirmação, o
operador da empresa marca uma caixa de verificação ao
lado da assinatura, liberando o envio daquela
informação à sede da DHL.
A caneta, utilizando uma conexão GPRS feita
por um celular Bluetooth, envia instantaneamente
a assinatura ao e-Server da IBM, instalados nos escritórios da DHL. Uma vez armazenada no servidor, a
confirmação pode ser, imediatamente, consultada pela
Internet. No caso da entrega ocorrer em algum lugar
sem cobertura móvel, a caneta digital armazena as assinaturas e as envia posteriormente, de modo automático,
assim que reconhecer uma área com serviço GPRS. Tudo
isso sem a necessidade de intervenção do operador.
Para os clientes, a nova tecnologia não traz qualquer
30
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
Não à toa, gigantes como a SAP, do mundo de ERP
(Enterprise Resource Planning), e a Siebel, do mercado de CRM (Customer Relationship Management), já
portaram aplicações para o ambiente móvel.
Um mercado com um potencial imenso e ainda
pouco explorado. Assim, o diretor de Vendas e Canais
da Nokia do Brasil, Gustavo Jamarillo, define o mundo
das aplicações móveis na AL. A DHL integra um time de
empresas pioneiras que aposta na inovação para avançar diante dos concorrentes. "Na Europa, as aplicações críticas migram cada vez mais para os dispositivos móveis. Aqui na região não será diferente", complementa o executivo da Nokia.
(Ana Paula Lobo, São Paulo)
complicação adicional, já que a Digital Pen funciona como
uma caneta comum. A única diferença é que o cliente, ao
invés de assinar sobre uma folha de papel, assina sobre
uma versão digital do documento. No momento, 120
motoristas da DHL utilizam a solução, que permite uma
economia de 20 minutos por dia a cada um deles.
A previsão da DHL é que o retorno do investimento
(ROI) feito na nova plataforma ocorra em nove meses. A
empresa não detalha valores, mas exemplifica: uma Digital Pen custa hoje cerca de 250 euros (R$ 875), contra
os cerca de 5.000 euros (R$ 18.000) de um mini-laptop,
solução mais utilizada hoje pela concorrência.
www.frecuenciaonline.com
MERCADO
Cliente no bolso,
MARGEM
O Brasil está entre os cinco
maiores consumidores de telefonia
celular do mundo. OS NÚMEROS
IMPRESSIONAM, MAS AS OPERADORAS
PAGAM O PREÇO DA CONQUISTA DOS
ASSINANTES. A pressão pela
rentabilidade cresce entre os acionistas
REDUZIDA
São Paulo
Vedete da economia nacional nos últimos dois anos,
a telefonia móvel não parece disposta a perder o posto
de destaque. Passado o período de conquista de assinantes, as operadoras se deparam com uma missão
delicada: inovar para alcançar a rentabilidade. O grande problema é que o aumento da concorrência reduz
ainda mais a margem de lucro.
O custo de fidelização dos clientes tem sido alto.
Evitar o churn (troca de assinantes) é uma tarefa diária das teles, que não param de investir em ofertas
tecnológicas e de preços baixos para manter os assi-
• O faturamento das
empresas de telecom no
Brasil deve apresentar
um crescimento de 26%
em relação a 2004. A
receita está estimada
em R$ 16 bilhões,
ante os R$ 13 bilhões
registrados no ano
passado
32
• A telefonia celular
permanece como a
grande vedete. Em 2004,
as vendas de terminais
alcançaram a casa dos
40 milhões de
unidades, sendo que
30 milhões foram
absorvidos pelo mercado
interno e 10 milhões,
direcionados para a
exportação
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
nantes que gastam mais, no caso os usuários de maior
poder aquisitivo – os clientes pós-pagos, que respondem apenas por 20% da base total de usuários do País.
Nessa guerra, todas as armas são válidas. As operadoras apostaram na atualização das infra-estruturas e agora fazem uma série de campanhas para incentivar a migração dos usuários TDMA para as novas
redes CDMA e GPRS/EDGE. Para isso, precisam buscar toda experiência para incentivar o assinante a atualizar os terminais, oferecendo aparelhos mais modernos com grandes descontos.
Agressividade tem sido a marca. Um bom exemplo
é a estreante Brasil Telecom GSM. Em pouco mais de
• Esse ano a expectativa
é que a infra-estrutura
cresça 20% contra os
40%, registrados no ano
passado, uma vez que a
maior parte das
operadoras já está em
processo de migração
tecnológica
• A banda larga deverá
apresentar um
crescimento significativo
no País. A expansão
deverá ser de 84%
pulando dos 1,9 milhão
de assinantes registrados
em dezembro de 2004,
para 3,5 milhões em
dezembro desse ano. O
número ainda é
considerado abaixo da
média, mas revela
investimentos na área de
inclusão digital
www.frecuenciaonline.com
Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)
Ana Paula Lobo
RAIO-X BRASIL
65,6 milhões de assinantes
12,8 milhões de aparelhos pós-pagos
52,8 milhões de pré-pagos
Fonte: Agência Nacional de Telecomunicações
três meses de operação, a operadora conquistou mais
de 600 mil assinantes. O resultado poderia ser ainda
melhor se a convergência de serviços fosse uma realidade. Hoje, além da parte regulatória, há também problemas tecnológicos a serem superados, entre eles a
dificuldade dos fornecedores de produzir em escala
aparelhos híbridos – que funcionem como terminal fixo
quando o assinante estiver em casa e móvel quando sai,
com adaptação automática das tarifas.
TDMA 35,5% (23,3 milhões)
GSM 34,1% (22,4 milhões)
UNIFICAÇÃO
Na Telexpo 2005, evento que acontece na capital
paulista de 01 a 04 de março, a convergência será um
dos temas mais debatidos por fornecedores, operadoras
e especialistas. A maior preocupação do mercado é a
concentração do poder de oferta de serviços nas mãos
de poucos. No caso da América Latina, o duopólio já é
uma realidade. Telefónica Móviles e América Móvil centralizam mais de 70% do mercado. A Telecom Itália desistiu das operações no Chile e resolveu focar os esforços
nas operações do Brasil e da Argentina.
Em meio a tantas mudanças, uma questão ainda
mexe, e muito, com as operadoras da região: interconexão. O diálogo é zero entre as provedoras de todos os
países latino-americanos. No Brasil não é diferente. Apesar de enfrentar uma das maiores crises da história, a
Agência Nacional de Telecomunicações decidiu jogar
duro: qualquer reajuste de tarifa só virá depois de um
acordo fixado entre as operadoras fixas e móveis.
DINAMISMO
CDMA 29,7% (19,5 milhões)
AMPS (analógico) 0,56% (366,1 mil)
O órgão regulador acredita que, ao mexer com o bolso das partes, o consenso pode chegar mais rápido. Hoje
as teles fixas repassam às celulares R$ 0,38 por minuto
de ligação feita de telefones fixos para móveis. Na chamada inversa (de celular para fixo), o repasse das teles
móveis para as fixas é de apenas R$ 0,05 por minuto.
A questão é que o órgão regulador brasileiro vive
um momento de falta de identidade. Os principais
executivos deixaram a Agência. Desde janeiro, o órgão regulador é comandado interinamente por Elifas
Chaves Gurgel do Amaral. O ex-presidente, Pedro
Ziller, indicado pelo Partido dos Trabalhadores, cumpriu o mandato de apenas um ano. A indefinição em
torno da Anatel é preocupante e já mobiliza várias
áreas do setor de telecomunicações.
licenciados – começam a incomodar as
Terceira Geração. A região estaria pre-
teles tradicionais, que já reclamaram jun-
parada para a evolução? Fornecedo-
Com um fórum especial sobe o mun-
to ao FCC (Federal Communications
res e especialistas garantem que não.
do Wireless, a Telexpo 2005 promete
Commission), órgão regulador local, a de-
Presidentes de operadoras também
acirrar o debate entre fornecedores,
finição de regras e normas para a explo-
afirmam ser cedo para mudar o atual
legisladores e operadoras sobre a con-
ração dos serviços. No Brasil e nos de-
estágio das redes. Muitos acreditam
vergência de tecnologias e serviços. Um
mais países da região, essa questão é mais
que o momento ainda é o de migrar as
dos pontos altos da discussão será a
uma a sobrecarregar a já lotada agenda
infra-estruturas TDMA para as redes
preocupação, já revelada por uma série
dos órgãos reguladores. Como nos Esta-
de 2,5G, sejam elas GSM/GPRS/EDGE
de órgãos reguladores na América Lati-
dos Unidos, por enquanto, não há proje-
ou CDMA 1x/CDMA EV-DO. O represen-
na, do uso indiscriminado das freqüên-
tos para a criação de regras de uso, mas
tante do Comitê Executivo do Congres-
cias consideradas livres de outorga,
já há uma preocupação com a poluição
so da Telexpo 2005, Gilson Rondinelli,
entre elas a 2,4 GHz e a 5.8 GHz.
excessiva das faixas de freqüências.
acredita que o fórum sobre as redes
Nos Estados Unidos, por exemplo,
Outro tema que promete mobilizar a
os WISPs – provedores Wireless não
atenção dos participantes do evento é a
www.frecuenciaonline.com
Março 2005
sem fio deverá ser um dos mais procurados no Congresso.
FRECUENCIA Latinoamérica
33
MERCADO
Honras à
CONVERGÊNCIA
Realizada no início de fevereiro,
a Expo Comm México 2005 reuniu analistas,
fabricantes e provedores de soluções e
serviços com o objetivo de DISCUTIR
TENDÊNCIAS, PLANOS E PROJETOS DAS
INDÚSTRIAS DE TI E DE TELECOMUNICAÇÕES
Como não poderia deixar de ser, os novos terminais
apresentados pela LG, Kiocera, Motorola, Nextel, Nokia
e Sony Ericsson fizeram sucesso, assim como, a TV sobre IP apresentada pela UTStarcomm e os aparelhos de
som equipados com Bluetooth produzidos pela
Fabiola V. González
Plantronics. Já os fornecedores centrados na oferta de
Cidade do México
produtos para os setores corporativo e governamental
Segurança da informação, interoperabilidade de redes fixas e Wireless, software e serviços de Tecnologia
da Informação e convergência foram os temas mais debatidos durante a Expo Comm 2005, realizada no início
de fevereiro. O momento atual do setor de Telecom no
México, onde questões regulatórias importantes estão
em debate, e a oferta comercial das novas
tendências tecnológicas como o WiMAX e o
PLC (acesso à Internet através da rede elétrica) dominaram os painéis e as apresentações dos principais expositores do evento.
Durante a cerimônia de abertura do evento, o secretário de Comunicações e Transportes do México, Pedro Cerisola, ressaltou que a
área de Telecomunicações é prioridade na
política de governo do País. Nos últimos anos,
Ricardo Zermeño,
as taxas de crescimento do setor têm superadiretor geral da Select
do a casa dos dois dígitos. Essa tendência trouxe a oferta de novos serviços para os consumidores e um
incremento nos aportes estrangeiros na área.
Para os próximos dois anos, as metas são ainda mais
ambiciosas. “A intenção do governo é alcançar uma taxa
de penetração de 54%. Vamos trabalhar para fomentar
a inclusão digital e social”, destacou Cerisola.
Uma das certezas dos mexicanos é que a consolidação
da indústria de telecomunicações é um fato. De acordo
com o instituto de pesquisas Select, que pela primeira vez
34
DESTAQUES
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
vieram focados em integração e convergência. A maior
parte investiu em soluções com funcionalidades como
segurança, armazenamento e gerenciamento de redes
Wi-Fi e conectores com suporte a tecnologia IP.
Entre lançamentos e debates temáticos, o resultado final apresentou um panorama positivo no que
diz respeito ao potencial de negócios no País. No
aspecto político/legislativo ficou evidente a necessidade premente de trabalhar com mais empenho as
questões regulatórias, principalmente diante da evolução das tecnologias e do desembarque dos serviços
convergentes nos portfólios.
realizou seu Fórum de Tendências dentro da Expo Comm
México, o setor mostrará um desempenho positivo em
2005, alavancado fortemente pelo nicho de equipamentos e serviços de convergência (voz, vídeo e dados).
O instituto aponta significativas mudanças no modelo de comercialização: a tendência é que provedores ofereçam uma gama de soluções não mais às corporações,
mas sim para as operadoras que integram equipamentos e criam pacotes de serviços completos para clientes
empresariais e residenciais. “Está se gerando um movimento importante, no qual o governo, no caso do México, tem papel relevante. O setor privado começa a perceber as vantagens do novo modelo”, sentenciou Ricardo
Zermeño, diretor geral da Select.
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AMÉRICA CENTRAL
CARTAS
na mesa
Ana Paula Lobo
São Paulo
As negociações para a adesão dos países que compõem o Sistema de Integração Econômica da América
Central – El Salvador, Guatemala, Costa Rica, Honduras
e Nicarágua – ao Tratado de Livre Comércio proposto
pelos Estados Unidos, paralisadas ao longo do ano passado em função da guerra do Iraque, foram retomadas e
prometem esquentar os debates políticos na região.
Na área de telecomunicações, o TLC exige mudanças
significativas. Os Estados Unidos reclamam a abertura
integral do setor como condição essencial para o sucesso
do bloco. Só que países como a Costa Rica e Nicarágua,
onde a oferta de vários serviços ainda está sob o controle
estatal, receiam a perder a chancela na área. Outros pontos considerados como prioritários no TLC são a interconexão das redes e a adoção da portabilidade numérica.
O ponto mais sensível na negociação é a privatização. A
exigência atinge em cheio os planos dos governos da Costa
Rica e da Nicarágua, que consideram os serviços de telefonia essenciais e de utilidade pública. Até mesmo em países
onde a liberdade de escolha já é uma realidade, se percebe
uma resistência à adesão imediata ao TLC. A maior parte
planeja negociar itens, antes de assinar qualquer participação oficial. Tanto é assim que, até o momento, El Salvador foi o único País a obter a autorização formal do Congresso Nacional para aderir ao Tratado de Livre Comércio.
COMPLEXIDADE
De acordo com dados da Pyramid Research, a América Central fechou o ano de 2004 com 6,8 milhões de
linhas móveis e 3.9 milhões de linhas fixas ativadas, o
que representou um crescimento de 17,2% no serviço
móvel e de 9,8%, na operação fixa. “As operadoras travam uma batalha interessante para fidelizar e manter
os clientes. Preço e qualidade de serviço fazem a diferença, principalmente porque em muitos países, o
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Estados Unidos retomam
negociações para a adesão dos
países da região ao Tratado de
Livre Comércio. NA ÁREA DE
TELECOM, MEDIDAS EXIGIDAS
CAUSAM POLÊMICA E AGITAM
OS PLENÁRIOS POLÍTICOS
duopólio é a realidade”, comenta Marc Einstein, analista
responsável pela América Central da Pyramid.
Os países mais reticentes à abertura total das operações móvel/fixo são a Costa Rica, totalmente sob controle
estatal, e na Nicarágua, onde apenas os serviços móveis
foram privatizados. Hoje, três empresas fornecem o serviço no País e os resultados econômicos e sociais são considerados positivos. A América Móvil, do megaempresário
Carlos Slim, desembarcou no País, e o relacionamento do
mercado privado com o Governo tem sido cordial.
Na Costa Rica, avalia Einstein, da Pyramid, o cenário é
mais delicado. Escândalos rondam o alto escalão da estatal
ICE, que mantém as operações móvel e fixa no País, mas
ainda assim, a abertura gradual é uma incógnita. O governo
do País assinou um acordo com os Estados Unidos no qual se
comprometeu a privatizar a parte de comunicação de dados, em 2006, e a de Wireless, em 2007. Só que até os mais
otimistas, duvidam que o cronograma seja mantido sem que
seja preciso uma “injeção de ânimo” norte-americana. GUATEMALA
Operadoras investem na atualização tecnológica.
Migração da rede TDMA para GSM
EL SALVADOR Migração para rede GSM
HONDURAS
Millicom lançou o serviço GPRS para os assinantes.
Reforçou o portfólio com a integração de serviços
como o MMS. Megatel, da América Móvel, também
decidiu atualizar a infra-estrutura.
COSTA RICA
Apesar dos escândalos envolvendo o alto escalão
numa possível compra superfatura de equipamentos,
a ICE manteve o cronograma de aportes na migração
da rede TDMA para GSM
PANAMÁ
País atualizou rede TDMA para GSM/GPRS e estuda a
adoção de novas sistemas Wireless
Março 2005
FRECUENCIA Latinoamérica
35
PERFIL
Telefonia
inteligente
ROBERT MERCER RESPONDE POR UMA DAS UNIDADES DE NEGÓCIO DE
CRESCIMENTO MAIS RÁPIDO DO SAS INSTITUTE EM TODO O MUNDO.
Ele lidera um time com mais de 200 funcionários em toda a
América latina e que, em 2004, conseguiu duplicar o faturamento
na região. PARA UMA EMPRESA QUE VENDE SOLUÇÕES DE GESTÃO
CORPORATIVA PARA O SEGMENTO DE TELEFONIA, A DISPUTA ACIRRADA
DA ÁREA MÓVEL E OS DESAFIOS DA REDE FIXA, TÊM SE CONVERTIDO
EM OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
Graça Sermoud
São Paulo
As turbulências na região América Latina parecem não ter afetado os resultados do SAS na região. A que o Sr.
atribui esse resultado?
Nossa unidade de negócios é a de
crescimento mais rápido. Em 2004, por
exemplo, duplicamos o nosso faturamento. O setor de telecomunicações foi um
dos segmentos que contribuiu para os
bons resultados alcançados. A concorrência acirrada obriga as operadoras a procurarem soluções que permitam evitar o
churn. Ao mesmo tempo, estão todas voltadas para aumentar a rentabilidade.
Com isso, soluções que levam inteligência para os negócios são estratégicas.
As mudanças também são freqüentes
no cenário do setor. Agora, o duopólio
se configura como uma realidade. O
embate entre América Móvil e Telefónica Móviles ajuda ou atrapalha?
Para nós, a turbulência é um fator
comum e, sob certos aspectos, motivador. Os desafios levam ao aprimoramento de soluções. O mercado de
36
FRECUENCIA Latinoamérica
“
ROBERT MERCER
VICE-PRESIDENTE PARA
A AL DO SAS INSTITUTE
telecomunicações na região está longe da estabilização, mas independente das forças que atuarem nesse mercado, ainda existe muito caminho a
percorrer. A América Latina é uma
região ainda carente de infra-estrutura de comunicação. O aprimoramento do modelo tende a avançar na busca de soluções que contribuam para
diminuir a exclusão digital.
Março 2005
Qual é o papel da AL na estratégia global do SAS Institute?
O SAS atua em 105 países. Na AL, atuamos em vários locais como Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Peru e México. Nosso faturamento global em 2003
foi de US$ 1,34 bilhão. Em 2004, a receita
ficou em US$ 1,53 bi, o que significa um
crescimento de 15%. As teles, por exemplo, procuraram muito pelos nossos produtos de gerenciamento de campanhas e
de automação de Marketing.
O Sr. acredita que o futuro será Wireless?
Acho que as soluções tendem a conviver em paralelo. A comunicação tradicional
não deixará de ser importante. No entanto, reconhecemos que a comunicação sem
fio ganha espaço cada vez maior. Para nós,
como fornecedores de soluções estratégicas para quase todas as operadoras celulares, essa estrada da mobilidade significa
uma excelente oportunidade. Os investimentos tendem a crescer, mas ao mesmo
tempo, teremos que saber lidar com o desafio de formular soluções qualificadas e
acessíveis ao novo tempo que se apresenta.
O SAS Institute é muitas vezes classificado como uma empresa de soluções
de Business Inteligence. Entretanto,
seus concorrentes na região dizem que
não. Como vocês se classificam?
Somos uma empresa que oferece uma
nova geração de software e serviços para
gestão corporativa, isso inclui performance, risco, governança, previsão de demanda, análise de clientes, custos por atividades, entre outras. Acreditamos que gestão
corporativa baseada na inteligência é o
modelo que vai vigorar na administração
empresarial. As empresas precisam, cada
vez mais, ter uma visão integrada dos negócios. Muitas ferramentas de mercado
permitem uma análise do passado e do
presente. Nós fazemos isso, mas damos
principalmente uma visão de futuro.
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EVENTOS
ANUNCIANTES
COMPANHIA
WEBSITE
Siemens Mobile
www.siemensmobile.com
Loral Skynet
www.loralskynet.com
Página 5
Axalto
www.axalto.com
Página 7
Frecuencia Online
www.frecuenciaonline.com
Página 9
Openet
www.openet.com
ITU Americas 2005
www.itu.int/americas2005/
Página 17
Security
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Página 21
IBC
www.telexpo.com.br
Página 31
Carlson Wireless
Tekelec
PÁGINA
Capa 2
Páginas 12 e 13
www.carlsonwireless.com
Capa 3
www.tekelec.com
Capa 4
MARÇO
TELEXPO 2005
Março 01-04
São Paulo, Brasil
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Conferencia Latinoamericana
de CTIA - Wireless 2005
Março 16
Nova Orleans, EUA
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Intele-CardExpo
Março 22-24
Miami, EUA
VOIP Latin America 2005
Março 30-31
São Paulo, Brasil
2nd Connectivity
Access Roundtable
Santiago, Chile
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ABRIL
XVII Reunión Iberoamericana
de Tráfico Internacional AHCIET
Punta Cana, República Dominicana
Billing Summit &
Revenue Assurance Caribbean
Abril 14-15
San Juan, Porto Rico
CDMA Latin America
Regional Conference
Abril 18-20
Rio de Janeiro, Brasil
Cable Value Added
Services Conference
Guadalajara, México
Cono Sur Telecom Summit
Abril 28-29
Santiago, Chile
MAIO
VI Foro de Regulación
Miami, EUA
10th Annual ICT
Americas Conference
Miami, EUA
Parlay Group Meeting
Maio 10-13
Osaka, Japão
Telecoms Access Brazil
Maio 18-19
Rio de Janeiro, Brasil
Março 2005
FRECUENCIA Latinoamérica
37
OPINIÃO
Foi dada a largada!
Novos players afiam as garras e mostram
disposição para BRIGAR POR UM LUGAR NO
MERCADO DE CHIPSETS 802.16
Por Adlane Fellah
Apesar de ainda estar sendo entregue apenas a clientes especiais, o primeiro chip compatível com o padrão 802.16,
o DM256, finalmente desembarcou no
mercado. Desenvolvido pela canadense
Wavesat, especializada na tecnologia
OFDM (Orthogonal Frequency Division
Multiplexing), o chip atende a todas as
especificações do WiMAX e 802.16-2004,
tanto para estações Radiobase quanto para
CPEs (Customer Premise Equipment). O
que esse pioneirismo significa para o cenário geral do chipset 802.16?
Antes de responder a questão é pre-
ciso apresentar
o contexto – do
setor e da empresa. Uma estação
para assinantes, ou
CPE, é composta de três elementos principais: o PHY, que inclui uma baseband,
o MAC (Medium Access Controller) e um
front-end de RF análogo, que serve como
um meio para inserir sinais em uma banda de freqüência específica. Os fornecedores de equipamentos esperam que os
fabricantes de chips forneçam designs
de referência completos, lista de materiais, componentes, e software/firmware
RAIO-X DOS COMPETIDORES
MERCADOS
ESTRATÉGIA
AGENDA
FUJITSU
Fabricante de WiMAX CPEs
e estações radiobase
fixas e móveis
Oferecer 5 BITS/HZ
usando 64 qam
Primeiro chipset
802.16-2004 no
2º Semestre de 2005
INTEL
WiMAX, CPEs e estações
radiobase fixas e móveis
SOC integrado a US$ 25
integrado no laptop e
dispositivos móveis
Primeiro chipset
802.16-2004 no
2º Semestre de 2005
RUNCOM
Fabricantes de WiMAX,
CPEs e estações radiobase
fixas e móveis
Korea WiBro e
integradores móveis
Inicialmente chipset .
PHY e Low MAC em um
ASIC e MAC superior com
processador externo
SEQUANS
Fabricantes de WiMAX
CPEs e estações radiobase
fixas e móveis
Oferecer maior performance
(cobertura interna, eficiência
espectral) e serviços (VoIP, vídeo)
Primeira plataforma
FPGA disponível
SI-WAVE
Fabricantes de WiMAX CPEs
e estações radiobase móveis
Vender placas de
desenvolvimento só para
clientes importantes
Protótipo disponível agora
em FPGA. PHY integrado +
MAC durante 2005
TELECIS
Fabricantes de WiMAX
CPEs fixos e móveis e
estações radiobase Pico
Oferecer melhor preço
chegando a CPEs de
US$ 100
Kits de Design de
Referência oferecendo
solução de porta de
antena para Ethernet
WAVESAT
Fabricantes de WiMAX
CPEs e estações radiobase
fixos e móveis
Foco especial na China
DM256 PHY disponível
agora - Versão indoor IC
"shark" no final de 2005
38
FRECUENCIA Latinoamérica
Março 2005
para que possam produzir equipamentos com certificação WiMAX.
O grande diferencial da Wavesat é que,
sem se importar com a presença de gigantes como Intel e Fujitsu, a fornecedora
decidiu concentrar as energias na
construção desse chip e se mostra
capaz de emergir no mercado
WiMAX, tão logo a tecnologia ganhe mais força. Hoje, ela fornece
baseband ou camada PHY para as
CPEs e estações Radiobase, e planeja
continuar especializada na produção
apenas de PHY. O preço atual do chip
baseband é de US$ 35 por dez mil unidades e diminui quanto maior for o volume.
A companhia mantém ainda parceria
com a Agere Systems para integrar frontends de RF para a banda 5.8 GHz e com
a RF Magic para a banda 3.5 GHz internacional. O desenvolvimento final para
um circuito integrado, em parceria com a
Atmel, estará pronto dentro de seis meses. Quanto ao MAC (Medium Access
Controller), a Wavesat ainda está estabelecendo parcerias com outras empresas
devido aos recursos e tempo limitados.
Isso porque a fabricante mantém um
total de 40 engenheiros concentrados no
desenvolvimento da próxima geração de
chipset, que será chamado de “Shark”, e
na atualização da próxima versão móvel
do 802.16e, prevista para ser ratificada
no segundo semestre. Nessa guerra de
“produção” , uma questão importante a
ressaltar, especialmente para as operadoras, é se o equipamento adquirido em
2005 ainda poderá ser usado nos próximos anos. Mais: se as carriers conseguirão amortecer o valor da compra em vários anos. Tecnologicamente é preciso
identificar se as estações radiobase suportarão as aplicações fixas no futuro e
permitirão a migração para aplicações
nômades, portáveis e até móveis.
Adlane Fellah, MBA, é CEO e
fundador da Maravedis Inc.
www.frecuenciaonline.com

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