Frecuencia Latinoamérica
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Frecuencia COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA Ano 9 - Nº 64 - Março 2005 Edição em PORTUGUÊS Latinoamérica www.frecuenciaonline.com Máxima SEGURANÇA Quem é capaz de afirmar que possui UMA REDE IMUNE A INVASÕES? DHL APOSTA NA MOBILIDADE TELEXPO 2005 PORTABILIDADE: SEM CONSENSO A febre da telefonia celular e o desembarque dos serviços convergentes exigem uma nova discussão sobre o setor de telecomunicações no Brasil Frecuencia Latinoamérica EDITORIAL Nº 64 Março 2005 MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 203 Coral Gables, FL 33134-5756 Tel: 1 305 567 2492 / Fax: 1 305 448 5067 DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva [email protected] DIRETORA EDITORIAL Graça Sermoud [email protected] EDITORA EXECUTIVA Ana Paula Lobo [email protected] EDITORA EUA Clara Persand [email protected] Lista de prioridades EDITORA MÉXICO Fabiola González [email protected] CORRESPONDENTES Argentina - Elías Tarradellas Equador - Jaime Yumiseva Peru - Marco Villacorta CIRCULAÇÃO Carmen Burgos [email protected] WEBMASTER Danilo Bilbao [email protected] TRADUTORAS Ana Cristina Gonçalves Barbara Sipe ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS Carmen Luz Yumiseva ESCRITÓRIOS REGIONAIS REDAÇÃO FRECUENCIA - MÉXICO Calle Once # 102-202 Col. Espartaco Del. Coyoacán - C.P. 04870 - México D.F. Tel: 52 55 53 515302 ITP EDITORIAL - REGIÃO ANDINA Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel Quito – Ecuador Tel: 593-22-422-568 / Fax: 593-22-424-871 REDAÇÃO FRECUENCIA - BRASIL Av. Ibirapuera, 2907 / conj. 121 Moema - São Paulo – CEP: 04029-200 Telefones: 55-11-5053-9828 / Fax: 55-11-5053-9838 IMPRESSÃO SuperGráfica EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO PUBLICIDADE Pedro R Costa [email protected] AMÉRICA LATINA, EUA E EUROPA GERENTE de MARKETING & PUBLICIDADE Sara Astoul [email protected] 475 Biltmore Way, Suite 203 - Coral Gables, FL - USA Tel: 305-567-2492 EUA OESTE Jordan Sylvester [email protected] 1715 Mtn. Ridge CT NE - Albuquerque, NM 87112 Tel: 505-480-5109 ARGENTINA Edgardo Muchnik [email protected] Defensa 649 - 4º “D” - C1065 - Capital Federal Buenos Aires Tel: 15-4182-2565 ÁSIA Ben Sanosi [email protected] interAct Group 10 Anson Road - No. 11-17 International Plaza - Singapore Tel/Fax: +65 68770418 FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes no ano e é distribuída às empresas e executivos do mercado de telecomunicações sem fio. Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 35. Europa e Ásia: 60 Euros. Brasil R$ 50. Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e não necessariamente a da ITP Editorial. www.frecuenciaonline.com N o cenário político e socioeconômico, a América Latina possui uma diversidade própria. Quase sempre o consenso é uma realidade distante, mas o jogo de cintura, característica nata do povo latino, ajuda a contornar as crises mais sérias. No caso das Telecomunicações, no entanto, há uma peculiaridade a ser ressaltada: o diagnóstico dos principais problemas é absolutamente semelhante. Em todos os paises, o momento é o de observar as ações e o papel dos órgãos reguladores. A convergência de serviços e de tecnologias atropela a dinâmica das Agências. Na Argentina, por exemplo, o Governo Kirchner planeja uma nova Lei Geral de Telecomunicações. Só que, ao mesmo tempo, retoma uma série de privatizações, causando mal-estar entre os investidores estrangeiros. Será que esse será o caminho também a ser adotado na área? No Uruguai, que colhe os bons resultados apresentados pela vizinha Argentina, a concorrência ganha novas cores com as presenças da América Móvil e da Telefónica. Ainda assim, a operação estatal permanece disposta a não perder a majestade. Nos países andinos, a situação é mais complexa. Os Estados Unidos pressionam para a adesão deles ao Tratado de Livre Comércio. Se o acordo for celebrado nos gabinetes presidenciais, a área de telecom será impactada. Os Estados Unidos exigem a interconexão de redes, a abertura total do mercado e a adoção da portabilidade numérica, tema na pauta dos órgãos reguladores da região, mas ainda distante da realidade do consumidor. Na América Central, o TLC traz conseqüências diretas para a competição e, apenas um País, El Salvador já aderiu oficialmente ao acordo. No Brasil, a telefonia celular tem sido o motor da economia. Nunca se vendeu tanto terminal. Esse ano promete ser igual ao ano passado, apesar de a rentabilidade ainda passar longe das operadoras. O custo de fidelizar um cliente tem sido muito alto. E os problemas não cessam por aí. O destino da Agência Nacional de Telecomunicações preocupa. Os principais executivos deixaram a entidade. Para quem quer acompanhar, lance a lance, os rumos do mercado na região, todos esses temas estão presentes nesta edição da Frecuencia LatinoAmérica. Boa leitura! Equipe editorial Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 3 ÍNDICE NOTÍCIAS NOTÍCIAS CAPA 6 ARGENTINA Governo reestatiza Correios, mas garante que não há planos de replicar o modelo na área de telecomunicações 8 CHILE Acionistas do Grupo Almendral aprovam aumento de capital para financiar a compra das ações da Telecom Itália na Entel 10 URUGUAI País colhe os frutos do bom desempenho da vizinha Argentina. Ancel, América Móvil e Telefónica criam promoções para conquistar assinantes 14 TEMPOS MODERNOS Poucas tecnologias foram capazes de revolucionar tanto como as redes sem fio. O acesso à mobilidade transformou o modo de viver do homem. Mas se engana quem pensa que o mundo Wireless é uma panacéia. Os riscos são muitos. Saber enfrenta-los é a tarefa de quem planeja desfrutar dessa inovação que já assegurou um lugar de destaque na história PERFIL 36 PORTABILIDADE NUMÉRICA Robert Mercer responde por uma das unidades de negócio de crescimento mais rápido no mundo do SAS Institute. Em entrevista à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, o executivo afirma que a disputa acirrada no mercado de telecom tem se convertido em oportunidades de negócios 22 TELEFONIA MÓVEL 26 Estrela maior nas receitas de dados das operadoras móveis, as mensagens de texto conquistam a preferência do usuário CASE STUDY OPINIÃO 38 Operadoras resistem a idéia de conceder ao consumidor o direito de manter o número de telefone, em caso de troca de provedor Novos players afiam as garras e mostram disposição para brigar por um lugar no mercado de chipsets 802.16 30 DHL adota a tecnologia Wireless para melhorar a performance no atendimento ao cliente MERCADO 32 PRÓXIMA EDIÇÃO EDIÇÃO ESPECIAL - TOP TEN OPERATORS CONVERGÊNCIA Agências debatem as perspectivas do mercado diante da unificação da oferta de serviços. O papel dos órgãos reguladores é crucial e está em discussão no mundo. Até que ponto é preciso intervir na evolução das novas tecnologias? 4 FRECUENCIA Latinoamérica Telexpo 2005: Brasil está entre os cinco maiores consumidores de telefonia celular do mundo Março 2005 Frecuencia Latinoamérica faz uma radiografia do mercado móvel. Especialistas elegem as melhores prestadoras de serviços e apontam as principais tendências para 2005. Quem fica e quem deixa a prestação da oferta móvel celular na região. Os caminhos das gigantes Telefónica Móviles e América Móvil na batalha pela liderança continental. www.frecuenciaonline.com NOTÍCIAS NOTÍCIAS Onda de privatizações?... petróleo e telecomunicações. Depois de amargarem pésO Ministro do Trabalho, simos resultados em função da Carlos Tomada, adota um disgrave crise econômica do País, curso tranqüilizador. Segunos investidores estrangeiros, do ele, a reestatização dos agora, temem um retrocesso no Correios é “um caso pontual”. processo de privatização. O goCarlos Tomada O executivo garantiu que a verno Kirchner confirmou que decisão do Governo não será replicada irá reestatizar as operações dos Correiem nenhuma outra empresa já prios. O fato assusta, e a maior parte dos vatizada. “Não temos a intenção de empresários acredita que política semeintervir. O modelo está garantido”, afirlhante poderá ser adotada em outras áremou o Ministro do Trabalho. as estratégicas, entre elas, a de energia, ...Mais telefonia para todos Apesar de descartar qualquer estatização na área de telefonia, o Governo Kirchner quer implementar o Serviço Universal e levar o acesso à comunicação para as áreas ainda não atendidas pela infraestrutura convencional de telecomunicações. A idéia do Governo é impulsionar o uso da telefonia fixa através da tecnologia Wireless, na faixa de freqüência 450 MHz, em discussão de uso no País. O Poder Executivo espera que os sistemas Wireless possam vir a reduzir o preço dos serviços básicos de telefonia e Internet em até 60%. Desta forma, o modelo seria ideal para atender aos moradores das áreas mais carentes. O Serviço Universal deverá ser uma das obrigações impostas às teles na nova Lei Geral de Telecomunicações, que poderá ser aprovada em 2005. 45,5% em 2004 • As chamadas completadas apresentaram um incremento de 77,5% • Foram vendidos 13,51 milhões de aparelhos móveis • As operadoras fixas comercializaram 8,74 milhões de linhas • No serviço de telefonia básica, as chamadas urbanas aumentaram 6,6% Já as interurbanas registraram um crescimento de 14,5% • O serviço de chamadas de longa distância internacional cresceu 21,5% • O número de telefones celulares cresceu A interconexão entre operadoras teve bom resultado. Os minutos tarifados cresceram 6 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 Fuente: Indec FRANCA RECUPERAÇÃO 16,7% Impasse entre telefônicas fixas e móveis Apesar de todos os esforços da Secretaria Nacional de Telecomunicações (Senatel), órgão regulador do País, as operadoras fixas e móveis não conseguiram chegar a um consenso com relação aos novos valores relativos às tarifas de interconexão de rede. Diante do impasse, a Senatel declarou que irá intervir. As cinco operadoras do País - Andinatel e Pacifictel, na área fixa, e Porta, BellSouth(MoviStar) e Alegro - apresentaram propostas distintas para o caso. Operadoras fixas e móveis não se entendem quanto à remuneração das chamadas finalizadas. Progressão geométrica Os resultados da Telefónica foram excepcionais na área de banda larga na região. A gigante espanhola registrou um crescimento de mais de 80% e atingiu a casa de 1,4 milhão de assinantes. A operadora conquistou, em 2004, 653,7 mil clientes de linhas ADSL na América Latina. Argentina Brasil, Chile e Peru foram os países que registraram maior índice de crescimento. A Telefónica revelou que, em 2008, planeja somar 10 milhões de linhas ADSL no mundo, sendo que dessas, 6,5 milhões, na Espanha. Os números para a América Latina não foram revelados. www.frecuenciaonline.com “ NOTÍCIAS Estamos vivendo um dinamismo excepcional no mundo das telecomunicações. Exatamente por isso é muito difícil afirmar que “ NENHUMA MUDANÇA IRÁ OCORRER NESTE OU NAQUELE PAÍS. MAS AGORA POSSO DIZER QUE NÃO HÁ A INTENÇÃO DE VENDER AS AÇÕES DA TELECOM ITÁLIA NA ENTEL MARIO FUMI, presidente da Entel Bolívia, logo após a venda da Entel Chile e comentando os rumores da possível saída da operadora italiana do País Paixão mundial Nos últimos 25 anos, a Internet, o celular e o microcomputador foram as maiores inovações tecnológicas, de acordo com estudo realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e pela CNN. Realizada para comemorar os 25 anos da tradicional cadeia de televisão norteamericana, a pesquisa teve o objetivo de apontar as tecnologias que, a partir de 1980, transformaram a vida das pessoas. Com operação comercial desde 1991, a Internet é a líder absoluta no ranking das inovações. O telefone celular desponta na segunda colocação e supera o tradicional PC. As redes sem fio também conquistam espaço. As tecnologias Wi-Fi e Bluetooth já integram o ranking das inovações ocupando a 25ª posição. 8 FRECUENCIA Latinoamérica Almendral amplia capital em US$ 525 milhões Para financiar a compra de 54,76% das ações da Telecom Itália no controle acionário da Entel, maior operador de telefonia móvel do País, os acionistas do Fundo de Investimentos Almendral autorizaram um aumento de capital, estipulado em US$ 525 milhões. Para conseguir os recursos, o fundo de investimentos, controlado por Hurtado Vicuña, Fernández Leon, Consorcio, Matte e outros, anunciou que emitirá 13 bilhões de ações para serem comercializadas na Bolsa de Valores. No final de janeiro, o Grupo Almendral anunciou a compra das ações da Telecom Itália na Entel, por US$ 934 milhões. Além do aumento de capital de US$ 525 milhões, o Fundo de Investimentos obteve um empréstimo de US$ 475 bilhões do J.P. Morgan, para completar o pagamento aos italianos. A Entel é a maior operadora de telefonia móvel e de serviços Internet no Chile. No final de 2004, a tele, usuária da plataforma GSM/GPRS/ EDGE, somava 3,2 milhões de celulares e a liderança do ranking da telefonia móvel. Com a confirmação da compra da BellSouth pela Telefónica, a gigante espanhola ultrapassou a Entel em número de assinantes e assumiu a liderança do mercado. Telefónica: Eduardo Caride assume operações no Cone Sul O processo de integração da Telefónica com a BellSouth prossegue em toda a América Latina. O mais recente passo da gigante espanhola foi nomear Eduardo Caride, para chefiar a operação da empresa na região do Cone Sul. O executivo terá sob a sua responsabilidade, as unidades da Argentina, Chile e Uruguai. Caride reportará a Oliver Flögel, nomeado CEO da Telefónica Móviles no Chile. A equipe de Flögel será a responsável pela integração gerencial das Março 2005 equipes que atuam na Telefônica e na BellSouth. Até que todo o modelo fique azeitado, a gigante espanhola decidiu que a rotina administrativa das operadoras permanecerá sem qualquer alteração. Telefónica Móvil e BellSouth manterão as marcas e os modelos comerciais. Após a integração completa das operações, o planejamento da Telefónica Móviles é o de lançar a marca MoviStar, que foi a eleita para substituir as existentes em toda a região latino-americana. www.frecuenciaonline.com NOTÍCIAS Renovação de forças A América Móvil desembarcou no Uruguai com o firme propósito de brigar pela liderança na área móvel. O plano da tele é ambicioso: ela quer conquistar 50% dos assinantes. Os outros competidores , a estatal Ancel e a Movicom,da Telefónica, por sua vez, não parecem dispostos a deixar os mexicanos provarem a eficiência da meta estipulada. As duas operadoras montaram estratégias para manter e fidelizar os usuários. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a Ancel reduziu o valor das tarifas e lançou uma série de promoções. Já a Telefónica, agora proprietária da Movicom, ex-BellSouth, vislumbra o mercado uruguaio como uma continuação dos negócios argentinos. Nessa estratégia, a gigante espanhola mantém os parâmetros adotados na Argentina para estabelecer as ações para os assinantes uruguaios. Para reforçar a presença no País, a tele anunciou a disposição de investir US$ 30 bilhões, ao longo de 2005, na construção de uma infra-estrutura baseada em GSM/GPRS para concorrer com a “inimiga” mexicana. Telcel vence Licitação para Serviços Universais Com a melhor proposta do ponto de vista técnico e financeiro, a Telcel se sagrou vencedora da licitação realizada pela Comissão Nacional de Telecomunicações para a oferta de serviços em 34 pontos do País. A operadora será responsável pela conectividade nos Estados de Mérida, Táchira, Apure e Barinas. O cronograma da Conatel prevê a instalação da nova rede num prazo de 18 meses. Participaram da concorrência as operadoras Cantv, Multiphone, Infonet e NetUno. A Telcel, informou a Comissão Nacional de Telecomunicações, foi a que apresentou a melhor proposta do ponto de vista técnico e financeiro para os cofres do Governo da Venezuela. O Serviço Universal, fixado em norma na Lei Geral de Telecomunicações do País, prevê a oferta de serviços de telefonia básica com performance, qualidade e cobertura geográfica em áreas distantes e com maior concentração de assinantes de menor poder aquisitivo. 10 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 Mão no bolso Um grupo de deputados dos Estados Unidos apresentou um projeto que, se aprovado, poderá causar barulho em outros países. Os parlamentares sugerem que uma taxa de 3%, criada em 1898, e aplicada até hoje nos serviços de telefonia, seja estendida para todos os produtos ofertados pela área de comunicação de dados para usuários finais. Se o projeto de Lei apresentado pelos parlamentares vier a ser aprovado, os usuários de serviços de acesso à Internet discado (dial-up) e de banda larga a partir do uso de tecnologias como a DSL (Digital Subscriber Line), também passariam a pagar o tributo de 3%. A questão é bastante polêmica, até porque o contribuinte norte-americano corre o risco de ser bi-tributado. Além disso, pode servir para ampliar ainda mais a adoção de novas tecnologias em detrimento das tradicionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, as operadoras convencionais reclamam uma legislação específica para as operações IP, hoje sem qualquer tipo de legislação no País. www.frecuenciaonline.com PRODUTOS CELULAR Escritório móvel • Utilizado em mais de 40 países no mundo, o Blackberry, solução desenvolvida pela canadense Research In Motion (RIM), enfim desembarcou na América Latina. Desde fevereiro a brasileira TIM comercializa a solução, que tem como alvo o segmento empresarial. Com teclado alfanumérico e tela colorida que facilita a leitura de textos e telas de Internet e intranet, o Blackberry permite a visualização de arquivos no formato Word, Excell, PowerPoint e PDF. Uma das fórmulas encontradas pela TIM para disseminar o conceito de escritório móvel por meio do Blackberry foi oferecer o terminal em regime de comodato (aluguel). O custo da corporação será o da aquisição da solução que será implementada no servidor da rede. O preço inicial é de R$ 4.500,00, com direito a cinco licenças de uso. A IBM é a parceira corporativa do projeto. A big blue assume a parte do suporte técnico e manutenção do Blackberry. Na região, informa o diretor de Vendas para a Europa da RIM, Rick Constanzo, o blackberry está em testes na Telcel, operadora do grupo América Blackberry Móvil no México. Mas até o momento não houve um acordo para o uso comercial da solução no País. Lançado em 1999, o produto levou cinco anos para conquistar o primeiro milhão de clientes, mas superou a casa dos dois milhões em pouco mais de 10 meses. NOTEBOOK REDE Ultraportabilidade Velocidade Máxima • Combinar desempenho, mobilidade, performance e segurança. Esses são os principais atrativos dos mais recentes notebooks incorporados ao portfólio da Dell. Os equipamentos utilizam a tecnologia chipset 915GM/PM, da Intel, e processadores com velocidades de até 2,13 GHz, 533 MHz de Front Side Bus e 2 MB de memória cache L2. D810, da Dell Entre as novidades tecnológicas se destacam ainda o mostrador com indicadores separados dos sinais de Wi-Fi e bluetooth e a adoção do sistema de segurança TPM (Trusted Platform Module) com leitoras integradas de Smart Card. Os novos modelos são compatíveis com os periféricos da família Latitude D, entre eles, as dock stations, os replicadores de portas e acessórios já disponíveis no mercado. • O mercado de acesso Wireless na banda de 3,5 GHZ é de grande potencial para a fornecedora israelense Alvarion. A empresa fechou recentemente um contrato com a DirectNet, provedora brasileira de acesso à Internet sem fio, orçado em mais de US$ 1 milhão. A solução da Alvarion´s é compatível com o padrão WiMAX. Solução também será comercializada na Argentina e no Chile. www.frecuenciaonline.com Família BreezeACCESS Janeiro/Fevereiro 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 11 CAPA 14 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 www.frecuenciaonline.com Poucas tecnologias foram capazes de revolucionar tanto como as redes sem fio. O ACESSO À MOBILIDADE TRANSFORMOU O MODO DE VIVER DO SER HUMANO. Mas se engana quem pensa que o mundo Wireless é uma panacéia. OS RISCOS SÃO MUITOS, MAS É NECESSÁRIO ENFRENTÁ-LOS PARA DESFRUTAR CADA VEZ MAIS DESSA INOVAÇÃO QUE JÁ ASSEGUROU UM LUGAR NA HISTÓRIA Ana Paula Lobo e Graça Sermoud São Paulo O www.frecuenciaonline.com novo sempre assusta. Tem sido assim ao longo da história da humanidade. No mundo da tecnologia o cenário não é diferente. As redes sem fio sofrem por serem inovadoras e o preconceito ainda é grande. Nas corporações, muitos gestores de Tecnologia da Informação ainda afirmam que elas são inseguras e pouco confiáveis. Mas será que esse temor tem razão de ser? Ou simplesmente o homem não admite enfrentar a própria deficiência de monitorar suas ações? O especialista norte-americano Russ Rogers, Chief Executive Officer, da Security Horizon, e integrante dos conselhos da ISSA (Information Systems Security Association) e da ISACA (The Information System Audit Ard Control Association), é taxativo ao afirmar que nenhuma corporação pode acreditar que é absolutamente segura. Todas convivem com os riscos, mesmo que não utilizem as redes sem fio. “O mundo Wireless é uma ferramenta a mais para Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 15 CAPA construir tempos modernos. Ele pode funcionar muito bem, desde que todos os cuidados sejam tomados”, revela o executivo em entrevista exclusiva à Frecuencia LatinoAmérica. Rogers estará no Brasil, de 28 a 30 de março, como principal palestrante da Security Week – 4ª Conferência Internacional de Gestão Corporativa da Segurança da Informação, que será realizada em São Paulo. EVOLUÇÃO Os defeitos genéticos das redes Wireless estão sendo corrigidos e, em pouco tempo, os argumentos desconfiados, pelo menos os ligados à tecnologia, terão que mudar, afirma o consultor de tecnologias Wireless, Eduardo Prado. “Poucas inovações foram tão difamadas como as redes sem fio, principalmente na questão de falta de segurança”, observa. Na base desta mudança está a ratificação do padrão 802.11i pelo IEEE. O standard embute as primitivas de segurança intrínsecas aos protocolos IEEE 802.11b, 802.11a e 802.11g. Na prática, explica o consultor, o 802.11i, ou WPA 2 (Wi-Fi Protected Access) utiliza o padrão AES, ferramenta de criptografia aprovada pelo governo dos EUA e capaz de suportar chaves de 128, 192 e 256 bits. “A questão segurança tecnológica estará assegurada com a adoção do padrão”, diz Prado. “Mas poderá ser necessária a aquisição de novos hardware por empresas que já tenham algum tipo de uso Wireless”, complementa. A grande novidade é a correção de um defeito genético ainda mais importante: a ausência de Qualidade de Serviço (QoS) para permitir a transmissão de voz nas redes Wi-Fi (Wireless Fidelity), as que estão mais pró- ERROS FREQÜENTES Sem rodeios, os especialistas afirmam que a alta taxa de insegurança apontada pelos usuários nas redes sem fio, principalmente as baseadas em Wi-Fi, tem um único culpado: os próprios responsáveis por suas instalações. O erro humano é uma realidade, admite Marcelo Barbosa Lima, consultor de segurança do CpQD, principal instituição de pesquisa da América Latina. “Redes sem fio e Access Points (pontos de acesso porativa sem testar antes se todas as configurações Wi-Fi) são de interface amigáveis ao usuário. Essa faci- sugeridas pelo fabricante do equipamento foram efetuadas. lidade é a chave de tantos problemas. Muitos não confi- Se esse controle não ocorrer, as chances de uma invasão guram os equipamentos. Simplesmente os põem para são grandes. Para Lima, do CpQD, medidas preventivas em funcionar”, destaca o consultor do CpQD. redes Wireless são iguais às das tradicionais. O gerente de produtos Wireless da MUDE, distribuidora “Comprar o equipamento correto e adequado para o latino-americana de produtos de rede, Diogo Superbi, aler- negócio também é mais uma maneira de tentar fechar a ta aos administradores que as infra-estruturas sem fio não porta para possíveis invasões”, complementa Superbi, podem ser tratadas como uma “experiência”. “Reconhe- da distribuidora MUDE. Mesmo com todos os manda- cer o papel delas e adotar cautela máxima são conselhos mentos de segurança sendo cumpridos, os especialis- cruciais para evitar uma possível invasão”, completa. tas admitem: não existe rede totalmente segura. Quem Premissa básica de segurança: nunca conecte uma infra-estrutura sem fio, por menor que ela seja, à rede cor- 16 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 pensa assim, completam eles, está a um passo de conviver com um invasor. www.frecuenciaonline.com CAPA ximas da realidade do usuário final e corporativo. Eduardo Prado diz que os especialistas do IEEE trabalham no desenvolvimento do padrão 802.11e. O consultor explica que a especificação reúne dois componentes: o WME (Wi-Fi Multimedia Extensions), homologado em setembro do ano passado e que será utilizado por desenvolvedores para associar prioridades à transmissão dos pacotes, e o WSM (Wi-Fi Scheduled Multimedia), controlador de recursos de largura de banda, que tem homologação prevista ainda nesse semestre. “Quem difamava a tecnologia, agora terá que arrumar razões muito fortes para não implementá-la, pelo menos do ponto de vista de recursos técnicos”, assinala o consultor. Para Eduardo Prado, o preconceito em relação às redes sem fio está ligado ao modelo de gestão do ser humano. Criar políticas de segurança é uma tarefa que requer especialização e consciência de que não há redes imunes a invasão. “Hu- mildade é essencial”, alerta o especialista. Com relação às redes WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) – direcionadas para infraestruturas metropolitanas e capazes de atingir velocidades de até 75 Bits e cobrir uma área de 20 Km – os especialistas admitem que a questão segurança foi cuidada com mais atenção. Isso porque o WiMAX possui encriptação de nível superior, situação distinta ao WEP (Wired Equivalent Privacy) do Wi-Fi. Além disso, os trabalhos de especificação do WiMAX estão sendo conduzidos por Grupos de Trabalho do IEEE e contam com forte apoio da indústria - fornecedores, provedores, operadoras - através do WiMAX Fórum. A grande preocupação dos especialistas é estabelecer um conjunto mínimo de especificações de interoperabilidade da interface aérea. O objetivo é evitar que operadoras, provedoras de serviços, e principalmente os usuários, fiquem dependentes de soluções proprietárias. O trabalho não é fácil. Criar regras de ENQUANTO O WIMAX NÃO CHEGA... No vácuo da padronização da tecnologia, A MOTOROLA REFORÇA OS INVESTIMENTOS NA LINHA CANOPY e promove uma série de pilotos na região No caso da linha Canopy, que funciona nas freqüências 2.4GHz e 5.8GHZ, liberadas pelos órgãos reguladores na região, os recursos de segurança são embutidos no processo de produção dos equipamentos. O executivo explica que cada produto possui um número Levar infra-estrutura de comunica- "Isso significa que um terminal Canopy será pelos provedores convencionais. Este reconhecido e autorizado a partir dessa identi- tem sido o trabalho da Motorola com dade original. O produto sem essas caracterís- a plataforma Canopy na América Lati- ticas não tem como acessar à rede. A plata- na. Em vários países, entre eles, Méxi- forma de gerenciamento embute os padrões co, Peru, Venezuela, Argentina e Brasil, a fabricante lidera experiências em municípios localizados em áreas rurais e distantes das capitais. 18 de série e um endereço IP. ção para as regiões não atendidas AES de criptografia, o que garante a transmissão dos dados com segurança", afirma Martins. Questionado sobre o fato de o Canopy ser um sistema O diretor da Área Canopy da Motorola, Joeval Martins, proprietário da Motorola, o executivo diz que hoje essa é admite que a segurança da integridade dos dados trans- uma vantagem para o usuário, que ganha ao adquirir uma mitidos na infra-estrutura de alta velocidade é uma das solução ponta-a-ponta. Martins, no entanto, enfatiza que o questões cruciais no desenvolvimento de um projeto. "Os sistema está preparado para interagir com qualquer plata- usuários sempre perguntam se as informações estão pro- forma existente, entre elas o WiMAX, tão logo os produtos tegidas. Infra-estruturas Wireless sempre provocam uma baseados na tecnologia estejam disponíveis, o que deve boa dose de desconfiança", afirma. ocorrer no final desse ano. FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 www.frecuenciaonline.com certificação e homologação que atendam aos fornecedores requer habilidade dos integrantes do IEEE e do WiMAX Forum. Ainda assim, os primeiros equipamentos certificados estão previstos para desembarcar no mercado no segundo semestre desse ano. A Intel, uma das maiores articuladoras em prol do WiMAX, joga suas fichas na tecnologia. O diretor de Marketing para a América Latina da fabricante de chip, Ronaldo Miranda, acredita que somente em 2006, as redes WiMAX vão começar a conquistar o usuário corporativo. “Será quando a oferta de equipamentos estará mais diversificada”, esclarece o executivo. Até lá, a tecnologia tem sido usada como um elemento essencial para levar serviços de comunicação para as áreas ainda não-atendidas pela infraestrutura convencional. Para mostrar a eficácia do WiMAX, a Intel está à frente de projetos ligados às inclusões social e digital no México, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Brasil. FIQUE ATENTO COMPRE EQUIPAMENTOS COMPATÍVEIS COM O PADRÃO 802.11I. Ele foi ratificado em junho do ano passado e embute recursos de segurança A instalação de uma rede sem fio é muito simples. É praticamente plug and play. E esse é o grande risco da infra-estrutura corporativa. ANTES DE ACIONAR A NOVA INFRA-ESTRUTURA, VERIFIQUE SE OS RECURSOS DE SEGURANÇA DOS EQUIPAMENTOS FORAM CONFIGURADOS O homem é o maior inimigo do homem. ANTES DE QUALQUER INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, DEFINA REGRAS CLARAS DE SEGURANÇA. Vigilância permanente é missão de todo e qualquer bom administrador de rede Fonte: especialistas consultados nessa reportagem BARREIRA ULTRAPASSADA Mesmo com os temores relativos à segurança, OS PROJETOS DE REDES WI-FI CONQUISTAM A CONFIANÇA DO USUÁRIO 2,4 GHz, livre de controle regulatório, com largura de banda de até 54 Mbps. O sistema permite a navegação simultânea de 70 a 80 usuários. Coube a IBM a responsabilidade de projetar a arquitetura de rede, assim como a implementação e a manutenção dos serviços. Já a Cisco forneceu os equipamentos de rede, entre eles antenas e switches. A opção pela rede Wireless foi uma questão de custo/ cesso à Internet sem fio para 13 mil estudanbenefício, revela o executivo de Tecnologia da Informação da tes. Esse é o projeto que a Fundação Armando FAAP, Paulo César Klain. Segundo ele, os custos de um projeÁlvares Penteado (FAAP) disponibilizou no iníto do porte da instituição nos moldes tradicionais – intercocio deste ano letivo para os alunos. A iniciativa é consinexão com redes ópticas – inviabilizariam a iniciativa. derada a maior da América Latina na área de redes WiA partir do uso da rede sem fio, a FAAP se inteFi e tem como fornecedores a IBM e a Cisco. grou à Rede de Competência em Wireless (WCN), resA instituição de ensino criou uma rede sem fio pela ponsável pela difusão mundial qual os alunos do campus unide conhecimento em tecnologia versitário, localizado na capital O projeto cobre toda a móvel da Intel. A iniciativa é conpaulista, poderão acessar a siderada pioneira, uma vez que Internet ou a intranet da faculextensão do campus e dade com notebooks, PDAs permite que 13 MIL ALUNOS a infra-estrutura cobre todo o campus, e não apenas departa(Personal Digital Assistant) ou ACESSEM DADOS DA INTERNET mentos previamente selecionahandhelds. No total foram insE DA INTRANET ATRAVÉS DE dos. Os custos do projeto não talados 254 hotspots Wi-Fi. foram revelados. A freqüência utilizada é de DISPOSITIVOS MÓVEIS A www.frecuenciaonline.com Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 19 CAPA ESTRATÉGIA DE DEFESA Conviver com a proliferação dos ataques É IRREVERSÍVEL PARA CONSUMIDORES, OPERADORAS E FORNECEDORES S eria impossível que um mercado tão explosivo como o dos dispositivos móveis ficasse imune aos piratas. Afinal, apenas em 2004, de acordo com a consultoria IDC, mais de 664 milhões de aparelhos celulares foram vendidos mundialmente. Boa parte deles com recursos técnicos equivalentes aos encontrados hoje em um PC tradicional. O convívio com as pragas é considerado absolutamente normal pelo CTO (Chief Technology Officer) da Security Horizon, Russ Rogers. Ele não deixa por menos: os ataques só tendem a aumentar. Até porque as redes sem fio conquistam cada vez mais espaço. “As aplicações móveis são um prato cheio para os piratas. Eles vão explorar ao máximo as vulnerabilidades da tecnologia e do usuário móvel”, sentencia o executivo. Estudo recém-divulgado pela IBM traz uma conclusão assustadora: a proliferação dos vírus nos aparelhos celulares, dispositivos móveis e redes Wireless será uma das principais ameaças no segmento ao longo desse ano. As pragas que massacraram o internauta ao longo de 2004 rumam em ALVO PREDILETO O sistema operacional Symbian, desenvolvido por um consórcio de direção à mobilidade. A pesquisa contou com a participação de 2,7 mil profissionais de segurança do mundo todo. A pesquisa da big blue alerta que cavalos de tróia como o Cabir, que atacou terminais móveis com sistema operacional Symbian, devem ganhar ainda mais recursos em 2005. Softwares maliciosos, batizados de malware, vão ficar ainda mais sofisticados e preparados para espalhar programas destrutivos para PDAs e aparelhos celulares. O especialista em segurança do CPqD, Marcelo Barbosa Lima, diz que o uso das redes sem fio para a transmissão de dados, a coloca em evidência para os invasores. “É como na Internet, desvendar um sistema e provar que ele é falho é o desafio. Infelizmente, a convivência será irreversível”, diz. No caso de voz, exemplifica o especialista, as redes CDMA são mais vulneráveis. Tanto que a clonagem de aparelhos é uma das maiores reclamações dos consumidores. Já nas redes GSM o problema parece sob controle, pelo menos até agora. Salvador Alvarado, diretor técnico da Porta, diz que a operadora ainda não registrou qualquer reclamação de clonagem. Segundo ele, a tecnologia assegura uma série de medidas de proteção, entre elas a autenticação e identificação do assinante. PROTEJA-SE! PROCURE SABER SE O MODELO DO SEU TERMINAL MÓVEL É CAPACITADO PARA INSTALAR SOFTWARE ANTIVÍRUS. Se for, instale e atualize com freqüência regular fornecedores liderados pela Nokia, está presente em mais de 20 milhões de terminais móveis inteligentes. Com recursos de última geração, o sistema operacional se tornou o prato preferido dos invasores. Desde que a proliferação de vírus começou a acontecer no ambiente celular, o Symbian é o mais "atacado". Uma série de cavalos de tróia já foi desenvolvida pelos piratas para causar danos irreversíveis aos dispositivos móveis. O pior dessa ação é que os ataques têm origem diversas. As últimas versões de vírus (Gavno.A e Gavno.B) foram criadas por piratas russos. As pragas simplesmente desabilitam todas as funções do telefone obrigando ao usuário a restaurar as configurações do fornecedor. 20 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 SÓ UTILIZE A CONEXÃO BLUETOOTH EM DISPOSITIVOS MÓVEIS SE ELA FOR ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIA. A tecnologia apresenta vulnerabilidades e permite a ação de piratas NÃO BAIXE SOFTWARE PIRATA, PRINCIPALMENTE SE O TERMINAL MÓVEL UTILIZADO TIVER O SYMBIAN COMO SISTEMA OPERACIONAL. Hoje ele é o maior alvo de ataque www.frecuenciaonline.com ESPECIAL QUEDA DE BRAÇO Serviços convergentes são a marca de um modelo de negócio que prevê a união das operações de telefonia fixa e móvel. NESSE UNIVERSO, A PORTABILIDADE NUMÉRICA SE TORNA AINDA MAIS SENSÍVEL, MAS SUA ADOÇÃO PARECE DISTANTE NA REGIÃO 22 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 www.frecuenciaonline.com EM FOCO LNP (Local Number Portability ou Portabilidade Numérica Local) é uma medida que dá ao usuário o direito de trocar de provedor de serviço sem mudar o Ana Paula Lobo, São Paulo e Clara Persand, Miami * unca se falou tanto em convergência. Com ela, um debate reacende: a portabilidade numérica é, de fato, crucial para o consumidor? Especialistas asseguram que sim, mas as operadoras resistem. Na prática, a portabilidade dá ao assinante o direito de trocar de provedor de serviço sem mudar o número de telefone. O tema é antigo, mas na América Latina, nenhum país a implementou. Promulgada em 1998, a Lei Geral de Telecomunicações brasileira tem a portabilidade numérica como um dos principais itens. Só que, passados quase sete anos, a medida não saiu do papel. Há pouco mais de um ano, ao assumir o cargo de presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Pedro Ziller assegurou que a portabilidade numérica seria uma de suas prioridades de gestão. O tempo passou, o executivo deixou o comando da Agência e a questão permanece em aberto. “É claro que o tema não agrada as operadoras, principalmente as fixas. Por isso, ele não ganha força. Mas é absolutamente essencial para o mercado global de telecom”, alerta Luiz Cuza, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas do Brasil (Telcomp). N EM PARALELO Cuza diz ser um erro condicionar a importância da portabilidade numérica apenas aos chamados serviços móveis, como muitos apregoam. Ela é ferramenta imprescindível para que possa vir a ocorrer uma disputa saudável na telefonia fixa local. No mundo, e na América Latina não é diferente, esse serviço está cada vez mais em poder de poucos. “Os concorrentes têm poucas chances de cres- número de telefone. Existem três tipos de portabilidade numérica: OPERADORA - usuário mantém o número ao trocar de provedora SERVIÇO - o assinante mantém o número, mesmo trocando de serviços. Exemplo: um número de telefonia local pode ser migrado para o serviço móvel celular e vice-versa LOCALIZAÇÃO - o assinante mantém o número de telefone mesmo quando muda de bairro ou de região cer. A portabilidade numérica pode fazer esse quadro mudar”, salienta o presidente da Telcomp. No Peru, o tema portabilidade numérica aportou no Congresso Nacional. Parlamentares decidiram discutir a adoção da medida com o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), responsável por traçar as diretrizes do setor no País. Como se podia esperar, a reação foi imediata. As operadoras Telefónica de Peru e Nextel – principais controladoras dos serviços locais – sinalizaram insatisfação com a decisão governamental. Elas alegam um custo excessivo com a adequação da atual infra-estrutura. Nos cálculos efetuados pelas carriers, o investimento para oferecer a portabilidade numérica ficaria em torno de US$ 76 milhões, quantia que poderia ser aplicada no desenvolvimento de outros produtos e serviços. Apesar de considerar a portabilidade numérica um serviço essencial para o usuário, especialmente para o corporativo, o consultor peruano Marco Villacorta se mostra descrente em relação a uma rápida implementação. “Boa vontade legislativa existe, mas as operadoras têm a seu favor a questão econômica. Há um custo a ser considerado”, observa. DESCONFIANÇA Prioridade para a competição fixa local, a portabilidade numérica está muito mais próxima das operações celulares. Os órgãos reguladores da América Latina tendem a adotar políticas similares a de países como Estados Unidos e França, onde a medida foi imposta, pelo menos www.frecuenciaonline.com Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 23 ESPECIAL BRASIL A Anatel promete regulamentar o uso da portabilidade numérica em 2005, mas a Agência vive um momento de “compasso de espera”. Até o fechamento dessa edição, estava sob o comando de um presidente interino, em função da indefinição do Governo em relação ao cargo e também ao papel da entidade no comando do setor de telecomunicações ARGENTINA O governo Kirchner quer incentivar a concorrência na telefonia móvel e fixa. O Poder Executivo prepara uma nova Lei Geral de Telecomunicações, com o intuito de promulgá-la ainda em 2005 CHILE O Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) prevê a implementação comercial da portabilidade numérica para o segundo semestre deste ano. As operadoras reagiram e questão ainda está indefinida PERU Também não é usuário da portabilidade numérica. O assunto volta à tona com a venda da Entel, que perdeu a liderança do segmento móvel para a Telefónica, a partir da compra das operações da BellSouth MÉXICO Prevista há 10 anos na Lei Geral de Telecomunicações, a portabilidade ainda não entrou na agenda da Agência reguladora numa fase inicial, somente aos provedores móveis. O grande x da questão é que as operadoras celulares não parecem interessadas. Quando questionadas, evitam polemizar. Afirmam estar aguardando as normas dos órgãos reguladores. Interessante é que estudos de mercado apontam a portabilidade numérica como um meio ágil para a almejada rentabilidade. Em 2004, revela estudo da Pyramid Research, as corporações representaram de 5% a 10% da base total de assinantes da telefonia móvel na AL, só que, ainda assim, elas são os principais responsáveis pelo ARPU (Rentabilidade Média por Assinante) registrado na receita final das carriers. No ano passado, o segmento empresarial proporcionou um faturamento de US$ 4,1 bilhões. O montante representou 18% das receitas com serviços móveis na região. Um dos motivos para a baixa taxa de adesão de empresas é o não domínio sobre o número do telefone, assegura o estudo da Pyramid Research. A adoção da portabilidade traria um incremento imediato para as operadoras. O aumento da receita ficaria acima dos 20%, uma vez que muitas empresas passariam a contratar o serviço. Hoje, segundo o instituto de pesquisa, as corporações trazem um ARPU mensal até quatro vezes acima do obtido com as pessoas físicas. * Com reportagem de Fabíola Gonzalez, do México COMPASSO DE ESPERA Prevista há quase 10 anos pela Lei federal das Telecomunicações, a portabilidade numérica AINDA AGUARDA ESPAÇO NA AGENDA DO ÓRGÃO REGULADOR MEXICANO ento e seguro” parece ser o lema da Comissão Federal de Telecomunicações (Cofetel) do México no que se refere à portabilidade numérica. Apesar de estar previsto, desde 1995, na Lei Federal das Telecomunicações (artigo 44), o tema não conquistou um lugar de destaque na agenda regulatória da Agência. Nos últimos meses, por exemplo, o órgão regulador preferiu dedicar atenção integral para a elaboração das regras de competição para a Longa Distância Internacional, convergência de serviços e licitações PCS (celulares). Ainda assim, fontes da Agência asseguram que “a portabilidade numérica será tratada no seu tempo”. Especialistas no mercado mexicano advertem: para tornar a portabilidade numa estratégia de sucesso, o “L 24 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 órgão regulador terá que redobrar a atenção na definição do modelo. Será preciso definir regras claras e transparentes para que os usuários entendam que o serviço é um direito, e não, uma concessão das operadoras. Já no caso das prestadoras de serviços, o órgão regulador terá que exigir a adoção de uma plataforma flexível, que simplifique o processo de interconexão e demande o menor gasto possível com as adequações dos sistemas. Oficialmente, a Cofetel garante já ter um estudo onde analisa os diversos cenários de custos e benefícios da portabilidade. No entanto, até o momento, os resultados dessa pesquisa não foram divulgados pelo órgão regulador. (Fabíola Gonzalez, Cidade do México) www.frecuenciaonline.com AQUÉM DAS EXPECTATIVAS A oferta de novos serviços foi a arma utilizada pelas operadoras norteamericanas PARA ENFRENTAR UMA POSSÍVEL MIGRAÇÃO EM MASSA DE ASSINANTES EM FUNÇÃO DA PORTABILIDADE NUMÉRICA. A estratégia funcionou. O churn ficou bem abaixo do previsto tivada oficialmente nos Estados Unidos em 23 de novembro de 2003, a portabilidade numérica não provocou a migração maciça de clientes conforme temiam as operadoras. Nos cálculos iniciais das carriers, com a garantia da manutenção do número, pelo menos 30 milhões de assinantes trocariam de provedores em busca de novos serviços e de tarifas mais baixas. O número real ficou aquém dessa expectativas. Dados da Comissão Federal de Comunicações (FCC) revelam que, num universo estimado de 170 milhões de assinantes, a troca foi feita por apenas seis milhões. Na telefonia fixa local, nesse período, somente 500 mil usuários solicitaram a mudança dos números para terminais móveis. Esses dados mostram que não aconteceu o temido churn (troca de operadoras) devido à possibilidade da manutenção do número de telefone. Na Cingular Wireless, por exemplo, o impacto da medida foi considerado irrelevante. Segundo o gerente Regional de Relações Públicas, Dawn Benton, a operadora estabeleceu uma estratégia de serviços capaz de fidelizar o assinante. Entre os produtos, destaca, o de maior receptividade é o que permite o acúmulo e o uso dos minutos, de acordo com a necessidade do assinante. A QUALIDADE Para a Sprint PCS, a expectativa também foi maior que a realidade. A gerente de Comunicação da empresa, Nanci Schwartz, afirma que o mercado não registrou aumento de clientes devido à portabilidade numérica local. Para atrair os clientes, a operadora lançou, em maio do ano passado, o serviço “PCS fair and flexible” (PCS justo e flexível), que consiste na cobrança de apenas US$ 0,25 quando o consumidor ultrapaswww.frecuenciaonline.com sa seu limite de minutos. “O normal é uma tarifa de US$ 0,40”, explica Nanci Schwartz. As operadoras aprenderam a lidar com a portabilidade numérica. Antes, se o assinante solicitava a troca de provedor, o prazo para informar o número à operadora escolhida era de um a dois dias. Hoje, isto demora apenas algumas horas, apesar de ainda existirem dificuldades técnicas de comunicação entre as operadoras, usuárias de tecnologias diferentes e sem muita compatibilidade entre si. Na Nextel, a portabilidade numérica é considerada um diferencial. A operadora informa que, a cada trimestre, perde menos assinantes para a concorrência. A principal estratégia adotada para a manutenção dos usuários foi a oferta de “roaming” mais global no produto Nextel Direct. Nesse serviço, o cliente norte-americano se comunica, por meio da tecnologia “push-to-talk”, com assinantes do Brasil, Argentina, México e Peru, ao preço de uma chamada local. Na visão do analista de telecomunicações, Jeff Kagan, a portabilidade numérica local ganhará fôlego nos próximos anos no mercado norte-americano. Os problemas técnicos registrados no início da adoção da medida podem ter causado a baixa adesão. “Apenas 8,5 milhões dos 30 milhões de consumidores esperados trocaram de operadora e levaram os seus números”, destaca o analista. “Não digo que é um resultado pequeno, mas poderia ter sido melhor. Agora, com as operadoras mais preparadas , o processo deve ficar mais ágil”, complementa Kagan. (Clara Persand, Miami) Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 25 TELEFONIA MÓVEL TECLAS Estrela maior nas receitas de dados das operadoras móveis, AS MENSAGENS DE TEXTO CONQUISTAM A PREFERÊNCIA DO USUÁRIO e determinam a evolução das plataformas tecnológicas mágicas RECEITA APROVADA Operadoras fixas replicam conceito móvel e investem no serviço Ana Paula Lobo 26 Se um modelo de negócios é vitorioso, por que não São Paulo adotá-lo? Pensando assim, as teles fixas decidiram O mundo SMS mudou. Nunca se trocaram tantas mensagens de texto como agora no mercado latino-americano. O volume impressiona. Em números aproximados, em 2004 mais de três bilhões de mensagens foram enviadas na região. Com preço abaixo do custo de voz, as mensagens de texto não são mais apenas utilizadas pelos jovens, passando a substituir também ligações tradicionais. Nessa evolução, fatores como performance, escalabilidade e qualidade de serviço passam a ser diferenciais competitivos, assim como o baixo custo e a facilidade de integração tecnológica. As receitas de dados ainda são baixas em todas as operadoras da região, mas crescem, e muito, em função da massificação do SMS. O País com maior volume de troca de mensagens é a Venezuela, que está entre os três maiores mercados mundiais. O volume de mensagens trafegadas supera a casa de 1, 2 bilhão/mês. O resultado não surpreende ao diretor para a América Latina da LogicaCMG, Vancrei de Oliveira. “A Venezuela foi o primeiro País a ter, de fato, a interconexão de redes SMS. Esse foi um salto qualitativo para a aplicação”, diz o executivo. Na Colômbia e no Equador, onde a interconexão praticamente inexiste, a troca de mensagens de textos entre clientes da própria operadora apresenta um volume considerável de crescimento. “São mercados potenciais que só tendem a também apostar no envio de mensagens de texto. A FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 brasileira Telemar foi a primeira a anunciar a oferta do serviço, em dezembro do ano passado. Batizado de "Telefone Telemar Inteligente", o produto envia e recebe mensagens de texto para outros telefones fixos da Telemar e, inicialmente, para celulares da Oi. Ao longo desse ano, a tele promete negociar contratos de interoperabilidade com outras teles móveis, mas até o momento não há nenhum acordo pré-estabelecido. Caso o telefone de destino não tenha a função SMS, a plataforma do serviço está preparada para, automaticamente, converter a mensagem de texto em mensagem de voz a partir do uso da tecnologia TTS (Text to Speech). A adoção da novidade permite que toda base de clientes da tele – 15,2 milhões de linhas ativadas – possa receber mensagens de texto nos terminais fixos. A iniciativa ganha adesões. A mexicana Telmex já anunciou oficialmente que planeja lançar SMS na telefonia fixa no terceiro trimestre. A operadora quer reforçar a linha de serviços de valor agregado para conquistar e fidelizar o usuário. Quem seguirá o mesmo caminho é a subsidiária brasileira Embratel, também interessada em ampliar o número de clientes na telefonia local. www.frecuenciaonline.com crescer tão logo as arestas da interconexão sejam resolvidas”, complementa Oliveira. Outro país que revela a força do SMS é a Argentina. Com a retomada do mercado de telefonia celular, a quantidade de mensagens de textos trocadas superou a casa dos 600 milhões em 2004, praticamente o primeiro ano da oferta integrada do produto. Para este ano, a taxa média de crescimento esperada é de 50%. POPULAR No Brasil, programas de televisão como o Big Brother elevam o faturamento das operadoras participantes. Apesar de não revelarem o percentual de ligações de voz e de mensagens de textos, se sabe que o programa é um dos responsáveis pelo resultado final do SMS na receita. Andreas Blazoudakis, presidente da Yavox, integradora de soluções de transmissão de dados por telefonia celular para o mercado corporativo, e responsável pela plataforma do reality show, revela que em janeiro desse ano, apenas na plataforma da companhia passaram mais de 150 milhões de mensagens. “É um número marcante para a receita de dados, que até bem pouco tempo, era considerada insignificante”, observa o executivo. Para este ano, a Yavox, que mantém uma infra-estrutura mundial para o envio de mensagens de textos e de multimídia, acredita que o faturamento com SMS irá triplicar na região. Até porque as operadoras descobriram o filão e começam a adotar soluções próprias para terminais pré-pagos, os mais vendidos na AL. O grande entrave para a receita é a questão da interconexão. Na Venezuela, lembra Blazoudakis, as operadoras deixaram de lado as divergências, acertaram um contrato e o volume de mensagens trocadas explodiu, assim como o faturamento de cada uma delas. No Brasil, as teles móveis também perceberam que o negócio de dados só funciona se um usuário puder mandar mensagem para qualquer outra pessoa, mesmo de outro provedor. Agora é a vez de outros países entenderem que, na área de dados, volume é quesito essencial para a obtenção de um equilíbrio financeiro saudável. Com relação ao MMS na América Latina, a reticência é maior. “Hoje ele é uma realidade, mas são poucos os terminais disponíveis e os serviços ainda são gratuitos. O modelo de negócio não está definido”, esclarece Blazoudakis. As principais empresas especializadas na oferta de soluções para operadoras acreditam que o serviço será utilizado conforme o aumento de aparelhos capacitados para a transmissão de vídeo e imagens. A previsão é que somente daqui a seis anos o MMS venha a trazer o retorno financeiro esperado pelas teles móveis. CALCANHAR de Aquiles SPAM MÓVEL É CULPA DAS OPERADORAS, afirmam consumidores Spam também é uma praga no ambiente móvel, só que no caso das celulares, os usuários tendem a culpar as operadoras pelo envio indesejado de mensagens nãosolicitadas, ao contrário do que ocorre na Internet, onde os internautas mantêm uma postura mais amigável em relação aos provedores de acesso. A questão é tão séria que um estudo conduzido pela Universidade de Saint Gallen, na Suíça, em parceria com a operadora Bmd Wireless, apontou o spam no SMS como um dos pontos mais críticos na relação do consumidor com o provedor de serviço na Europa. O estudo apontou que oito em 10 usuários entrevistados já receberam algum tipo www.frecuenciaonline.com de spam móvel. A "invasão de privacidade" foi muito criticada e a maioria demonstrou interesse em trocar de número. Nos Estados Unidos o órgão regulador FCC determinou que, a partir de março, será ilegal enviar mensagens comerciais a assinantes móveis sem que haja uma prévia autorização do consumidor. A regra também é válida para os pagers. As empresas que violarem as normas poderão ser penalizadas com multas de até US$ 11 mil por lote de mensagens enviadas. Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 27 TECNOLOGIA Sem sinal, NÃO DÁ! Com a massificação das aplicações de mobilidade, A COBERTURA DEIXOU DE SER UM SERVIÇO OBRIGATÓRIO PARA SE TORNAR UM DIFERENCIAL DE COMPETITIVIDADE assinante não fala, ele não paga pelo uso da rede. Em função disso, nos últimos tempos, expandir a cobertura virou questão de ordem em qualquer tele Precariedade de cobertura ainda é uma das domóvel. Nunca se investiu tanto em crescimento de sites res de cabeça da telefonia móvel celular. A falta de como agora. Shopping centers, metrôs, estacionamensinal impede a finalização de uma chamada e, em tos e estradas são cobiçados tempos de transmissão de dados, pelas teles, que negociam a o envio de mensagens de texto e/ possibilidade de montar infraou fotos e imagens via celular. O estruturas de comunicação “silêncio” do terminal afeta a remunestes locais. Na Venezuela, neração das operadoras. Afinal se o por exemplo, o governo decidiu fazer uma licitação para AMIGOS PARA SEMPRE permitir a instalação de cobertura móvel no metrô. O crescimento gradual das redes Wi-Fi e a “Será uma das maiores possibilidade da adoção do WiMAX como opção concorrências de sistemas de última milha nas redes metropolitanas tamindoor na região”, afirma Luiz bém são fatores de incentivo à produção de sisAntonio Oliveira, presidente temas, comemoram os principais fabricantes de da RFS Latinoamérica. No Chisoluções de comunicação indoor. O diretor da le, as minas de cobre – localiKathrein Mobilcom, Karl-Heinz Lensing, afirma zadas em áreas rurais e carenque esses sistemas exigem infra-estrutura cates de infra-estrutura de telepaz de garantir performance, confiabilidade e segurança na transmissão dos dados. A comunicações – também são maior parte desses sistemas funciona nas freqüências 2,4 GHz a 5,8 GHz. um mercado a ser explorado Quem também aposta no sucesso das redes Wi-Fi é a Andrew. O vice-presidente de ao longo deste ano. Vendas da fabricante, Sylvio Cid Filho, diz que a maior parte das operadoras começa O ano de 2004 foi espea estudar a opção Wireless como uma infra-estrutura complementar ao ambiente cialmente satisfatório para a celular. O executivo salienta que os sistemas sem fio são uma excelente alternativa RFS na região, já que houve um para a região em função do preço mais acessível. crescimento de 160%. Para Ana Paula Lobo São Paulo 28 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 www.frecuenciaonline.com este ano, a expectativa é positiva, mas com margens menores, em torno de 50%. “Houve muito aporte no ano passado. Esse ano o trabalho será o de descobrir novos mercados”, complementa Oliveira, que há pouco mais de três meses assumiu o comando de todos os negócios da RFS na América Latina, incluindo o México. A RFS também está fazendo um projeto piloto na Colômbia, na área de utilities, para reforçar o conceito de comunicação indoor. Oliveira não quis adiantar detalhes, mas assegurou que é um novo filão que promete criar várias oportunidades de negócios. OTIMIZAÇÃO O vice-presidente de Vendas para a América Latina da Andrew, Sylvio Cid Filho, revela que os negócios da fabricante na região superaram todas as expectativas em 2004. A consolidação do mercado móvel preocupa, mas não a ponto de exigir uma revisão de metas para este ano. O executivo diz que a sofisticação das aplicações móveis celulares, originadas pelas redes GPRS, EDGE e CDMA 1x e CDMA EV-DO exige uma cobertura ainda maior por parte das operadoras. “Velocidade na transmissão de dados depende de uma infra-estrutura. Além disso, todo mundo quer falar ao celular, em qualquer www.frecuenciaonline.com ponto que esteja”, complementa Cid Filho. Na América Latina, o vice-presidente de Vendas da Andrew destaca o México, a Argentina e o Brasil como os maiores compradores de soluções de comunicação indoor. A cobertura em edifícios inteligentes também é um negócio particularmente atraente, assim como a progressiva expansão de sites em estradas e regiões mais afastadas dos grandes centros. Na Kathrein Mobilcom, a expectativa é crescer 35%. A área indoor será o principal meio de receita, avalia o presidente da empresa, Karl-Heinz Lensing, em função de três fatores: baixa densidade implementada; maior demanda na faixa de 1,8GHz, uma vez que a penetração de sinais se reduz com o aumento da freqüência; e a necessidade de as empresas atenderem de forma mais eficiente e produtiva os clientes corporativos, principalmente ampliando a cobertura para a oferta de serviços de dados em alta velocidade. Argentina, Colômbia, Peru e Brasil são considerados países em franca expansão na região. Mas os sinais de retomada de investimentos começam a surgir no Paraguai, Uruguai – em função dos bons resultados da vizinha Argentina – e na Venezuela, especialmente na área de plataformas de petróleo. COBERTURA CELULAR Expansão pura e simples da infra-estrutura existente em estradas, túneis, metrôs, estacionamentos, garagens, etc. para assegurar a manutenção do sinal de comunicação EDIFÍCIOS Necessidade de cobertura em prédios inteligentes e de grande densidade de escritórios. Muitos desses locais têm cobertura precária LOCALIDADES DISTANTES São as regiões onde a infra-estrutura convencional de telecomunicações não existe, como por exemplo, as regiões das minas de cobre no Chile, e das plataformas de petróleo no Brasil e na Venezuela. Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 29 CASE STUDY LOGÍSTICA de ponta Transparente para o usuário e sem necessidade de investimentos em capacitação profissional e adaptação de estrutura, A DHL, EMPRESA DE TRANSPORTE EXPRESSO, ADOTA A TECNOLOGIA WIRELESS PARA MELHORAR O ATENDIMENTO AO CLIENTE FORÇA-TAREFA O acordo selado com a DHL mexicana poderá ser estendido para outros países da América Latina, entre eles, o Brasil. A informação é dos próprios provedores do serviço - Nokia e IBM - interessados em ampliar os negócios ligados à mobilidade corporativa. "Todo o processo implementado no México é replicável em Fabiola V. González qualquer País da região", salienta Augusto Carvalho, Cidade do México diretor da área de Mobile Solutions da IBM Brasil. No mundo das empresas de transportes expressos, parecia que nada superaria a possibilidade de rastrear pela Internet a localização de pacotes e entregas. Parecia. A subsidiária da DHL no México encontrou, através da tecnologia Wireless, uma forma de permitir aos clientes identificarem, quase em tempo real, o momento exato da entrega a partir da assinatura efetuada pelo destinatário comprovando o fim da operação. Desenvolvida pela Nokia e pela IBM, a solução funciona do seguinte modo: o destinatário assina o recibo com uma caneta digital, que atua como um dispositivo de captura de dados. Uma vez registrada a confirmação, o operador da empresa marca uma caixa de verificação ao lado da assinatura, liberando o envio daquela informação à sede da DHL. A caneta, utilizando uma conexão GPRS feita por um celular Bluetooth, envia instantaneamente a assinatura ao e-Server da IBM, instalados nos escritórios da DHL. Uma vez armazenada no servidor, a confirmação pode ser, imediatamente, consultada pela Internet. No caso da entrega ocorrer em algum lugar sem cobertura móvel, a caneta digital armazena as assinaturas e as envia posteriormente, de modo automático, assim que reconhecer uma área com serviço GPRS. Tudo isso sem a necessidade de intervenção do operador. Para os clientes, a nova tecnologia não traz qualquer 30 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 Não à toa, gigantes como a SAP, do mundo de ERP (Enterprise Resource Planning), e a Siebel, do mercado de CRM (Customer Relationship Management), já portaram aplicações para o ambiente móvel. Um mercado com um potencial imenso e ainda pouco explorado. Assim, o diretor de Vendas e Canais da Nokia do Brasil, Gustavo Jamarillo, define o mundo das aplicações móveis na AL. A DHL integra um time de empresas pioneiras que aposta na inovação para avançar diante dos concorrentes. "Na Europa, as aplicações críticas migram cada vez mais para os dispositivos móveis. Aqui na região não será diferente", complementa o executivo da Nokia. (Ana Paula Lobo, São Paulo) complicação adicional, já que a Digital Pen funciona como uma caneta comum. A única diferença é que o cliente, ao invés de assinar sobre uma folha de papel, assina sobre uma versão digital do documento. No momento, 120 motoristas da DHL utilizam a solução, que permite uma economia de 20 minutos por dia a cada um deles. A previsão da DHL é que o retorno do investimento (ROI) feito na nova plataforma ocorra em nove meses. A empresa não detalha valores, mas exemplifica: uma Digital Pen custa hoje cerca de 250 euros (R$ 875), contra os cerca de 5.000 euros (R$ 18.000) de um mini-laptop, solução mais utilizada hoje pela concorrência. www.frecuenciaonline.com MERCADO Cliente no bolso, MARGEM O Brasil está entre os cinco maiores consumidores de telefonia celular do mundo. OS NÚMEROS IMPRESSIONAM, MAS AS OPERADORAS PAGAM O PREÇO DA CONQUISTA DOS ASSINANTES. A pressão pela rentabilidade cresce entre os acionistas REDUZIDA São Paulo Vedete da economia nacional nos últimos dois anos, a telefonia móvel não parece disposta a perder o posto de destaque. Passado o período de conquista de assinantes, as operadoras se deparam com uma missão delicada: inovar para alcançar a rentabilidade. O grande problema é que o aumento da concorrência reduz ainda mais a margem de lucro. O custo de fidelização dos clientes tem sido alto. Evitar o churn (troca de assinantes) é uma tarefa diária das teles, que não param de investir em ofertas tecnológicas e de preços baixos para manter os assi- • O faturamento das empresas de telecom no Brasil deve apresentar um crescimento de 26% em relação a 2004. A receita está estimada em R$ 16 bilhões, ante os R$ 13 bilhões registrados no ano passado 32 • A telefonia celular permanece como a grande vedete. Em 2004, as vendas de terminais alcançaram a casa dos 40 milhões de unidades, sendo que 30 milhões foram absorvidos pelo mercado interno e 10 milhões, direcionados para a exportação FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 nantes que gastam mais, no caso os usuários de maior poder aquisitivo – os clientes pós-pagos, que respondem apenas por 20% da base total de usuários do País. Nessa guerra, todas as armas são válidas. As operadoras apostaram na atualização das infra-estruturas e agora fazem uma série de campanhas para incentivar a migração dos usuários TDMA para as novas redes CDMA e GPRS/EDGE. Para isso, precisam buscar toda experiência para incentivar o assinante a atualizar os terminais, oferecendo aparelhos mais modernos com grandes descontos. Agressividade tem sido a marca. Um bom exemplo é a estreante Brasil Telecom GSM. Em pouco mais de • Esse ano a expectativa é que a infra-estrutura cresça 20% contra os 40%, registrados no ano passado, uma vez que a maior parte das operadoras já está em processo de migração tecnológica • A banda larga deverá apresentar um crescimento significativo no País. A expansão deverá ser de 84% pulando dos 1,9 milhão de assinantes registrados em dezembro de 2004, para 3,5 milhões em dezembro desse ano. O número ainda é considerado abaixo da média, mas revela investimentos na área de inclusão digital www.frecuenciaonline.com Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) Ana Paula Lobo RAIO-X BRASIL 65,6 milhões de assinantes 12,8 milhões de aparelhos pós-pagos 52,8 milhões de pré-pagos Fonte: Agência Nacional de Telecomunicações três meses de operação, a operadora conquistou mais de 600 mil assinantes. O resultado poderia ser ainda melhor se a convergência de serviços fosse uma realidade. Hoje, além da parte regulatória, há também problemas tecnológicos a serem superados, entre eles a dificuldade dos fornecedores de produzir em escala aparelhos híbridos – que funcionem como terminal fixo quando o assinante estiver em casa e móvel quando sai, com adaptação automática das tarifas. TDMA 35,5% (23,3 milhões) GSM 34,1% (22,4 milhões) UNIFICAÇÃO Na Telexpo 2005, evento que acontece na capital paulista de 01 a 04 de março, a convergência será um dos temas mais debatidos por fornecedores, operadoras e especialistas. A maior preocupação do mercado é a concentração do poder de oferta de serviços nas mãos de poucos. No caso da América Latina, o duopólio já é uma realidade. Telefónica Móviles e América Móvil centralizam mais de 70% do mercado. A Telecom Itália desistiu das operações no Chile e resolveu focar os esforços nas operações do Brasil e da Argentina. Em meio a tantas mudanças, uma questão ainda mexe, e muito, com as operadoras da região: interconexão. O diálogo é zero entre as provedoras de todos os países latino-americanos. No Brasil não é diferente. Apesar de enfrentar uma das maiores crises da história, a Agência Nacional de Telecomunicações decidiu jogar duro: qualquer reajuste de tarifa só virá depois de um acordo fixado entre as operadoras fixas e móveis. DINAMISMO CDMA 29,7% (19,5 milhões) AMPS (analógico) 0,56% (366,1 mil) O órgão regulador acredita que, ao mexer com o bolso das partes, o consenso pode chegar mais rápido. Hoje as teles fixas repassam às celulares R$ 0,38 por minuto de ligação feita de telefones fixos para móveis. Na chamada inversa (de celular para fixo), o repasse das teles móveis para as fixas é de apenas R$ 0,05 por minuto. A questão é que o órgão regulador brasileiro vive um momento de falta de identidade. Os principais executivos deixaram a Agência. Desde janeiro, o órgão regulador é comandado interinamente por Elifas Chaves Gurgel do Amaral. O ex-presidente, Pedro Ziller, indicado pelo Partido dos Trabalhadores, cumpriu o mandato de apenas um ano. A indefinição em torno da Anatel é preocupante e já mobiliza várias áreas do setor de telecomunicações. licenciados – começam a incomodar as Terceira Geração. A região estaria pre- teles tradicionais, que já reclamaram jun- parada para a evolução? Fornecedo- Com um fórum especial sobe o mun- to ao FCC (Federal Communications res e especialistas garantem que não. do Wireless, a Telexpo 2005 promete Commission), órgão regulador local, a de- Presidentes de operadoras também acirrar o debate entre fornecedores, finição de regras e normas para a explo- afirmam ser cedo para mudar o atual legisladores e operadoras sobre a con- ração dos serviços. No Brasil e nos de- estágio das redes. Muitos acreditam vergência de tecnologias e serviços. Um mais países da região, essa questão é mais que o momento ainda é o de migrar as dos pontos altos da discussão será a uma a sobrecarregar a já lotada agenda infra-estruturas TDMA para as redes preocupação, já revelada por uma série dos órgãos reguladores. Como nos Esta- de 2,5G, sejam elas GSM/GPRS/EDGE de órgãos reguladores na América Lati- dos Unidos, por enquanto, não há proje- ou CDMA 1x/CDMA EV-DO. O represen- na, do uso indiscriminado das freqüên- tos para a criação de regras de uso, mas tante do Comitê Executivo do Congres- cias consideradas livres de outorga, já há uma preocupação com a poluição so da Telexpo 2005, Gilson Rondinelli, entre elas a 2,4 GHz e a 5.8 GHz. excessiva das faixas de freqüências. acredita que o fórum sobre as redes Nos Estados Unidos, por exemplo, Outro tema que promete mobilizar a os WISPs – provedores Wireless não atenção dos participantes do evento é a www.frecuenciaonline.com Março 2005 sem fio deverá ser um dos mais procurados no Congresso. FRECUENCIA Latinoamérica 33 MERCADO Honras à CONVERGÊNCIA Realizada no início de fevereiro, a Expo Comm México 2005 reuniu analistas, fabricantes e provedores de soluções e serviços com o objetivo de DISCUTIR TENDÊNCIAS, PLANOS E PROJETOS DAS INDÚSTRIAS DE TI E DE TELECOMUNICAÇÕES Como não poderia deixar de ser, os novos terminais apresentados pela LG, Kiocera, Motorola, Nextel, Nokia e Sony Ericsson fizeram sucesso, assim como, a TV sobre IP apresentada pela UTStarcomm e os aparelhos de som equipados com Bluetooth produzidos pela Fabiola V. González Plantronics. Já os fornecedores centrados na oferta de Cidade do México produtos para os setores corporativo e governamental Segurança da informação, interoperabilidade de redes fixas e Wireless, software e serviços de Tecnologia da Informação e convergência foram os temas mais debatidos durante a Expo Comm 2005, realizada no início de fevereiro. O momento atual do setor de Telecom no México, onde questões regulatórias importantes estão em debate, e a oferta comercial das novas tendências tecnológicas como o WiMAX e o PLC (acesso à Internet através da rede elétrica) dominaram os painéis e as apresentações dos principais expositores do evento. Durante a cerimônia de abertura do evento, o secretário de Comunicações e Transportes do México, Pedro Cerisola, ressaltou que a área de Telecomunicações é prioridade na política de governo do País. Nos últimos anos, Ricardo Zermeño, as taxas de crescimento do setor têm superadiretor geral da Select do a casa dos dois dígitos. Essa tendência trouxe a oferta de novos serviços para os consumidores e um incremento nos aportes estrangeiros na área. Para os próximos dois anos, as metas são ainda mais ambiciosas. “A intenção do governo é alcançar uma taxa de penetração de 54%. Vamos trabalhar para fomentar a inclusão digital e social”, destacou Cerisola. Uma das certezas dos mexicanos é que a consolidação da indústria de telecomunicações é um fato. De acordo com o instituto de pesquisas Select, que pela primeira vez 34 DESTAQUES FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 vieram focados em integração e convergência. A maior parte investiu em soluções com funcionalidades como segurança, armazenamento e gerenciamento de redes Wi-Fi e conectores com suporte a tecnologia IP. Entre lançamentos e debates temáticos, o resultado final apresentou um panorama positivo no que diz respeito ao potencial de negócios no País. No aspecto político/legislativo ficou evidente a necessidade premente de trabalhar com mais empenho as questões regulatórias, principalmente diante da evolução das tecnologias e do desembarque dos serviços convergentes nos portfólios. realizou seu Fórum de Tendências dentro da Expo Comm México, o setor mostrará um desempenho positivo em 2005, alavancado fortemente pelo nicho de equipamentos e serviços de convergência (voz, vídeo e dados). O instituto aponta significativas mudanças no modelo de comercialização: a tendência é que provedores ofereçam uma gama de soluções não mais às corporações, mas sim para as operadoras que integram equipamentos e criam pacotes de serviços completos para clientes empresariais e residenciais. “Está se gerando um movimento importante, no qual o governo, no caso do México, tem papel relevante. O setor privado começa a perceber as vantagens do novo modelo”, sentenciou Ricardo Zermeño, diretor geral da Select. www.frecuenciaonline.com AMÉRICA CENTRAL CARTAS na mesa Ana Paula Lobo São Paulo As negociações para a adesão dos países que compõem o Sistema de Integração Econômica da América Central – El Salvador, Guatemala, Costa Rica, Honduras e Nicarágua – ao Tratado de Livre Comércio proposto pelos Estados Unidos, paralisadas ao longo do ano passado em função da guerra do Iraque, foram retomadas e prometem esquentar os debates políticos na região. Na área de telecomunicações, o TLC exige mudanças significativas. Os Estados Unidos reclamam a abertura integral do setor como condição essencial para o sucesso do bloco. Só que países como a Costa Rica e Nicarágua, onde a oferta de vários serviços ainda está sob o controle estatal, receiam a perder a chancela na área. Outros pontos considerados como prioritários no TLC são a interconexão das redes e a adoção da portabilidade numérica. O ponto mais sensível na negociação é a privatização. A exigência atinge em cheio os planos dos governos da Costa Rica e da Nicarágua, que consideram os serviços de telefonia essenciais e de utilidade pública. Até mesmo em países onde a liberdade de escolha já é uma realidade, se percebe uma resistência à adesão imediata ao TLC. A maior parte planeja negociar itens, antes de assinar qualquer participação oficial. Tanto é assim que, até o momento, El Salvador foi o único País a obter a autorização formal do Congresso Nacional para aderir ao Tratado de Livre Comércio. COMPLEXIDADE De acordo com dados da Pyramid Research, a América Central fechou o ano de 2004 com 6,8 milhões de linhas móveis e 3.9 milhões de linhas fixas ativadas, o que representou um crescimento de 17,2% no serviço móvel e de 9,8%, na operação fixa. “As operadoras travam uma batalha interessante para fidelizar e manter os clientes. Preço e qualidade de serviço fazem a diferença, principalmente porque em muitos países, o www.frecuenciaonline.com Estados Unidos retomam negociações para a adesão dos países da região ao Tratado de Livre Comércio. NA ÁREA DE TELECOM, MEDIDAS EXIGIDAS CAUSAM POLÊMICA E AGITAM OS PLENÁRIOS POLÍTICOS duopólio é a realidade”, comenta Marc Einstein, analista responsável pela América Central da Pyramid. Os países mais reticentes à abertura total das operações móvel/fixo são a Costa Rica, totalmente sob controle estatal, e na Nicarágua, onde apenas os serviços móveis foram privatizados. Hoje, três empresas fornecem o serviço no País e os resultados econômicos e sociais são considerados positivos. A América Móvil, do megaempresário Carlos Slim, desembarcou no País, e o relacionamento do mercado privado com o Governo tem sido cordial. Na Costa Rica, avalia Einstein, da Pyramid, o cenário é mais delicado. Escândalos rondam o alto escalão da estatal ICE, que mantém as operações móvel e fixa no País, mas ainda assim, a abertura gradual é uma incógnita. O governo do País assinou um acordo com os Estados Unidos no qual se comprometeu a privatizar a parte de comunicação de dados, em 2006, e a de Wireless, em 2007. Só que até os mais otimistas, duvidam que o cronograma seja mantido sem que seja preciso uma “injeção de ânimo” norte-americana. GUATEMALA Operadoras investem na atualização tecnológica. Migração da rede TDMA para GSM EL SALVADOR Migração para rede GSM HONDURAS Millicom lançou o serviço GPRS para os assinantes. Reforçou o portfólio com a integração de serviços como o MMS. Megatel, da América Móvel, também decidiu atualizar a infra-estrutura. COSTA RICA Apesar dos escândalos envolvendo o alto escalão numa possível compra superfatura de equipamentos, a ICE manteve o cronograma de aportes na migração da rede TDMA para GSM PANAMÁ País atualizou rede TDMA para GSM/GPRS e estuda a adoção de novas sistemas Wireless Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 35 PERFIL Telefonia inteligente ROBERT MERCER RESPONDE POR UMA DAS UNIDADES DE NEGÓCIO DE CRESCIMENTO MAIS RÁPIDO DO SAS INSTITUTE EM TODO O MUNDO. Ele lidera um time com mais de 200 funcionários em toda a América latina e que, em 2004, conseguiu duplicar o faturamento na região. PARA UMA EMPRESA QUE VENDE SOLUÇÕES DE GESTÃO CORPORATIVA PARA O SEGMENTO DE TELEFONIA, A DISPUTA ACIRRADA DA ÁREA MÓVEL E OS DESAFIOS DA REDE FIXA, TÊM SE CONVERTIDO EM OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS Graça Sermoud São Paulo As turbulências na região América Latina parecem não ter afetado os resultados do SAS na região. A que o Sr. atribui esse resultado? Nossa unidade de negócios é a de crescimento mais rápido. Em 2004, por exemplo, duplicamos o nosso faturamento. O setor de telecomunicações foi um dos segmentos que contribuiu para os bons resultados alcançados. A concorrência acirrada obriga as operadoras a procurarem soluções que permitam evitar o churn. Ao mesmo tempo, estão todas voltadas para aumentar a rentabilidade. Com isso, soluções que levam inteligência para os negócios são estratégicas. As mudanças também são freqüentes no cenário do setor. Agora, o duopólio se configura como uma realidade. O embate entre América Móvil e Telefónica Móviles ajuda ou atrapalha? Para nós, a turbulência é um fator comum e, sob certos aspectos, motivador. Os desafios levam ao aprimoramento de soluções. O mercado de 36 FRECUENCIA Latinoamérica “ ROBERT MERCER VICE-PRESIDENTE PARA A AL DO SAS INSTITUTE telecomunicações na região está longe da estabilização, mas independente das forças que atuarem nesse mercado, ainda existe muito caminho a percorrer. A América Latina é uma região ainda carente de infra-estrutura de comunicação. O aprimoramento do modelo tende a avançar na busca de soluções que contribuam para diminuir a exclusão digital. Março 2005 Qual é o papel da AL na estratégia global do SAS Institute? O SAS atua em 105 países. Na AL, atuamos em vários locais como Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Peru e México. Nosso faturamento global em 2003 foi de US$ 1,34 bilhão. Em 2004, a receita ficou em US$ 1,53 bi, o que significa um crescimento de 15%. As teles, por exemplo, procuraram muito pelos nossos produtos de gerenciamento de campanhas e de automação de Marketing. O Sr. acredita que o futuro será Wireless? Acho que as soluções tendem a conviver em paralelo. A comunicação tradicional não deixará de ser importante. No entanto, reconhecemos que a comunicação sem fio ganha espaço cada vez maior. Para nós, como fornecedores de soluções estratégicas para quase todas as operadoras celulares, essa estrada da mobilidade significa uma excelente oportunidade. Os investimentos tendem a crescer, mas ao mesmo tempo, teremos que saber lidar com o desafio de formular soluções qualificadas e acessíveis ao novo tempo que se apresenta. O SAS Institute é muitas vezes classificado como uma empresa de soluções de Business Inteligence. Entretanto, seus concorrentes na região dizem que não. Como vocês se classificam? Somos uma empresa que oferece uma nova geração de software e serviços para gestão corporativa, isso inclui performance, risco, governança, previsão de demanda, análise de clientes, custos por atividades, entre outras. Acreditamos que gestão corporativa baseada na inteligência é o modelo que vai vigorar na administração empresarial. As empresas precisam, cada vez mais, ter uma visão integrada dos negócios. Muitas ferramentas de mercado permitem uma análise do passado e do presente. Nós fazemos isso, mas damos principalmente uma visão de futuro. www.frecuenciaonline.com EVENTOS ANUNCIANTES COMPANHIA WEBSITE Siemens Mobile www.siemensmobile.com Loral Skynet www.loralskynet.com Página 5 Axalto www.axalto.com Página 7 Frecuencia Online www.frecuenciaonline.com Página 9 Openet www.openet.com ITU Americas 2005 www.itu.int/americas2005/ Página 17 Security www.viaforum.com.br Página 21 IBC www.telexpo.com.br Página 31 Carlson Wireless Tekelec PÁGINA Capa 2 Páginas 12 e 13 www.carlsonwireless.com Capa 3 www.tekelec.com Capa 4 MARÇO TELEXPO 2005 Março 01-04 São Paulo, Brasil www.telexpo.com.br Conferencia Latinoamericana de CTIA - Wireless 2005 Março 16 Nova Orleans, EUA www.ctiawireless.com Intele-CardExpo Março 22-24 Miami, EUA VOIP Latin America 2005 Março 30-31 São Paulo, Brasil 2nd Connectivity Access Roundtable Santiago, Chile Assine e gerencie sua assinatura em tempo real Para servir melhor aos leitores, Frecuencia Latinoamérica simplifica o modelo de assinatura. O cupom impresso foi extinto. A partir de agora, o processo é on-line se baseia em três itens: Rapidez Simplicidade Objetividade As assinaturas para a revista impressa podem ser feitas através do site: www.frecuenciaonline.com Se voce já é leitor registrado no FrecuenciaOnline, basta clicar em "minha conta" e, em tempo real, gerencie e administre todo o processo de inscrição para receber a revista impressa. Se ainda não está registrado, aproveite o novo modelo! Ingresse em www.frecuenciaonline.com/subscribe Forneça os dados solicitados e faça uma assinatura de forma simples, ágil e objetiva. www.frecuenciaonline.com ABRIL XVII Reunión Iberoamericana de Tráfico Internacional AHCIET Punta Cana, República Dominicana Billing Summit & Revenue Assurance Caribbean Abril 14-15 San Juan, Porto Rico CDMA Latin America Regional Conference Abril 18-20 Rio de Janeiro, Brasil Cable Value Added Services Conference Guadalajara, México Cono Sur Telecom Summit Abril 28-29 Santiago, Chile MAIO VI Foro de Regulación Miami, EUA 10th Annual ICT Americas Conference Miami, EUA Parlay Group Meeting Maio 10-13 Osaka, Japão Telecoms Access Brazil Maio 18-19 Rio de Janeiro, Brasil Março 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 37 OPINIÃO Foi dada a largada! Novos players afiam as garras e mostram disposição para BRIGAR POR UM LUGAR NO MERCADO DE CHIPSETS 802.16 Por Adlane Fellah Apesar de ainda estar sendo entregue apenas a clientes especiais, o primeiro chip compatível com o padrão 802.16, o DM256, finalmente desembarcou no mercado. Desenvolvido pela canadense Wavesat, especializada na tecnologia OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing), o chip atende a todas as especificações do WiMAX e 802.16-2004, tanto para estações Radiobase quanto para CPEs (Customer Premise Equipment). O que esse pioneirismo significa para o cenário geral do chipset 802.16? Antes de responder a questão é pre- ciso apresentar o contexto – do setor e da empresa. Uma estação para assinantes, ou CPE, é composta de três elementos principais: o PHY, que inclui uma baseband, o MAC (Medium Access Controller) e um front-end de RF análogo, que serve como um meio para inserir sinais em uma banda de freqüência específica. Os fornecedores de equipamentos esperam que os fabricantes de chips forneçam designs de referência completos, lista de materiais, componentes, e software/firmware RAIO-X DOS COMPETIDORES MERCADOS ESTRATÉGIA AGENDA FUJITSU Fabricante de WiMAX CPEs e estações radiobase fixas e móveis Oferecer 5 BITS/HZ usando 64 qam Primeiro chipset 802.16-2004 no 2º Semestre de 2005 INTEL WiMAX, CPEs e estações radiobase fixas e móveis SOC integrado a US$ 25 integrado no laptop e dispositivos móveis Primeiro chipset 802.16-2004 no 2º Semestre de 2005 RUNCOM Fabricantes de WiMAX, CPEs e estações radiobase fixas e móveis Korea WiBro e integradores móveis Inicialmente chipset . PHY e Low MAC em um ASIC e MAC superior com processador externo SEQUANS Fabricantes de WiMAX CPEs e estações radiobase fixas e móveis Oferecer maior performance (cobertura interna, eficiência espectral) e serviços (VoIP, vídeo) Primeira plataforma FPGA disponível SI-WAVE Fabricantes de WiMAX CPEs e estações radiobase móveis Vender placas de desenvolvimento só para clientes importantes Protótipo disponível agora em FPGA. PHY integrado + MAC durante 2005 TELECIS Fabricantes de WiMAX CPEs fixos e móveis e estações radiobase Pico Oferecer melhor preço chegando a CPEs de US$ 100 Kits de Design de Referência oferecendo solução de porta de antena para Ethernet WAVESAT Fabricantes de WiMAX CPEs e estações radiobase fixos e móveis Foco especial na China DM256 PHY disponível agora - Versão indoor IC "shark" no final de 2005 38 FRECUENCIA Latinoamérica Março 2005 para que possam produzir equipamentos com certificação WiMAX. O grande diferencial da Wavesat é que, sem se importar com a presença de gigantes como Intel e Fujitsu, a fornecedora decidiu concentrar as energias na construção desse chip e se mostra capaz de emergir no mercado WiMAX, tão logo a tecnologia ganhe mais força. Hoje, ela fornece baseband ou camada PHY para as CPEs e estações Radiobase, e planeja continuar especializada na produção apenas de PHY. O preço atual do chip baseband é de US$ 35 por dez mil unidades e diminui quanto maior for o volume. A companhia mantém ainda parceria com a Agere Systems para integrar frontends de RF para a banda 5.8 GHz e com a RF Magic para a banda 3.5 GHz internacional. O desenvolvimento final para um circuito integrado, em parceria com a Atmel, estará pronto dentro de seis meses. Quanto ao MAC (Medium Access Controller), a Wavesat ainda está estabelecendo parcerias com outras empresas devido aos recursos e tempo limitados. Isso porque a fabricante mantém um total de 40 engenheiros concentrados no desenvolvimento da próxima geração de chipset, que será chamado de “Shark”, e na atualização da próxima versão móvel do 802.16e, prevista para ser ratificada no segundo semestre. Nessa guerra de “produção” , uma questão importante a ressaltar, especialmente para as operadoras, é se o equipamento adquirido em 2005 ainda poderá ser usado nos próximos anos. Mais: se as carriers conseguirão amortecer o valor da compra em vários anos. Tecnologicamente é preciso identificar se as estações radiobase suportarão as aplicações fixas no futuro e permitirão a migração para aplicações nômades, portáveis e até móveis. Adlane Fellah, MBA, é CEO e fundador da Maravedis Inc. www.frecuenciaonline.com
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