Abril

Transcrição

Abril
Um olhar Para o Céu
Marcos de Benedicto
Fariseus modernos
1° de abril
Façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não pra cam o
que pregam. Mateus 23:3
No imaginário popular, os fariseus eram um grupo de hipócritas legalistas que estavam
sempre tentando complicar a vida de Jesus. Porém, na verdade, há evidências de que os
fariseus e seus sucessores condenavam a hipocrisia. Por exemplo, o rabino Eleazar Ben
Pedat disse: "Qualquer pessoa em quem seja encontrada a hipocrisia trará a ira divina
sobre o mundo." O problema é que os fariseus falavam, mas não faziam. Condenar a
hipocrisia no papel e ser hipócrita na prá ca já é em si uma grande hipocrisia.
Originalmente, a palavra "hipocrisia" (do grego hypokrisis) indicava a representação de um
ator, que, ao atuar, fingia ser outra coisa. No teatro grego, os atores usavam máscaras de
acordo com seus personagens. O ator, designado pelo termo técnico hypokrites, não nha
o pres gio que os atores têm hoje. Seu papel era considerado impróprio para uma figura
pública. Para Jesus, igualmente, a hipocrisia está fora de cogitação na vida religiosa.
Religião não é ficção, templo não é teatro. Não somos ar stas da religião.
Nem todo fariseu era hipócrita e mente-fechada. O apóstolo Paulo, que estudou com
Gamaliel, neto do grande rabino Hillel, se orgulhava de ser fariseu. A questão, portanto,
era a hipocrisia de uma classe de fariseus.
Alguns eruditos bíblicos até defendem que Jesus nha mais afinidade com os fariseus do
que com outros grupos da época, como os saduceus e os essênios. Para o professor
Shmuel Safrai, Jesus estava bem próximo do mundo dos hassidim, um piedoso grupo que
deu origem aos fariseus. Como explicar, então, as palavras duras de Jesus contra os
fariseus, mencionados 88 vezes nos evangelhos? Bem, a crí ca é aceitável quando alguém
está falando para seu próprio grupo. Um pai pode ser mais duro com os filhos do que com
as pessoas de fora.
Seja como for, o fato é que Cristo bateu pesado nos fariseus por causa de sua hipocrisia.
Em Mateus 23, usando uma retórica incendiaria, Jesus profere oito "ais" sobre eles
exatamente pela hipocrisia. Em dois deles (v. 25-28), o Mestre cri cou o fato de se
preocuparem com o exterior e se esquecerem do interior. A limpeza deve começar no
interior, para que o exterior também fique limpo.
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Você pode ser um fariseu moderno, no sen do de ter uma grande dedicação a Deus. No
Talmude de Jerusalém, os rabinos mencionam sete pos de fariseus, sendo apenas um
deles retratado como modelo posi vo: o fariseu do amor. Afinal, o fariseu é alguém que
se preocupa tanto com a "san dade" que se esquece do amor. Seja esse fariseu do amor,
mas nunca seja hipócrita.
O doutor F e o senhor P
2 de abril
Se você andar por aí de nariz empinado, vai acabar de cara no chão, mas, se com humildade
enxergar quem você é, acabará se tornando uma pessoa melhor. Lucas 18:14 (A
Mensagem)
Dois homens foram ao templo para orar: o doutor F e o senhor P. Poderiam ser um
gaúcho e um piauiense, um paulista e um mineiro, um argen no e um brasileiro, um
nordes no e um sulista, um ortodoxo e um pentecostal, nessa ordem ou em outra, não
importa.
O doutor F, propagandeando sua religião, disse: "Oh, Deus! Sou muito agradecido por não
ser como esse miserável e esse bando de trambiqueiros e pés-rapados que se comportam
como ele. Nasci numa família adven sta tradicional. Sou natural do melhor estado do
país. Meus ancestrais eram judeus, filhos de Abraão. Com a nova dispensação, meus
antepassados revelaram ser católicos fiéis. Depois, seus descendentes se tornaram
protestantes. Há três gerações, minha família professa a fé adven sta. Ainda jovem,
tornei-me líder da igreja. Sou vegetariano estrito. Jejuo três vezes por semana. Faço 80
madrugadas. Dou o dízimo em dobro. Leio a Bíblia duas vezes por ano. Par cipo das mais
altas comissões da igreja. Faço grandes obras de caridade. Não preciso de nada. Nunca fui
ao cinema. Há anos, não sei o que é pecar. Estou pronto para ser transladado. Se estás
preparado para me encontrar, eu estou preparado para te saudar. Veja minha face brilhando. Eu sou o homem, a fina flor do remanescente, o padrão da san dade."
O senhor P, encolhido num canto, cabeça baixa, mãos no rosto, não ousava levantar os
olhos ao céu. Consciente de seu passado nebuloso, disse: "Deus, tem misericórdia de mim,
um miserável pecador, um lixo humano. Não mereço fazer parte do teu povo. Minha
história não me recomenda. Não tenho tradição na igreja, tenho apenas tradição no
pecado. Talentos não possuo, meus recursos são escassos. A oferta que trago é de
coração, mas é tão pequena que não ajuda em nada. Tenho fracassado con nuamente.
Aqui dentro deste peito tem um coração esfrangalhado e dentro do coração mora um
homem mau. Muda o coração para que o morador seja despejado e um novo morador
apareça."
Qual deles saiu jus ficado? Não seria necessário responder. Contudo, na história original,
Jesus fez questão de dizer que foi o publicano, a fim de ressaltar que a pessoa que se
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exalta será humilhada, enquanto a pessoa que se humilha será exaltada.
Note que Jesus contou a parábola para alguns que confiavam em sua própria bondade ou
jus ça e olhavam com ar de superioridade para os outros (Lc 18:9). Se você tem um toque
de fariseu em seu currículo, cuidado! No fundo, todos somos cobradores (e pagadores) de
impostos.
Religião sem fachada
3 de abril
Tenham o cuidado de não pra car suas "obras de jus ça" diante dos outros para serem
vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celes al.
Mateus 6:1
Em meu tempo de estudante, ve o prazer de vender literatura religiosa durante 12 férias.
As experiências vividas nesse período foram muitas. Certa vez, visitei um senhor
atencioso, simpá co, aparentemente bem-sucedido. Por algum mo vo, a conversa o
levou a dizer: "Sabe, Marcos, eu faço muitas coisas boas. Sou realmente bom." Pela sua
expressão, não dava para duvidar de suas palavras. Porém, nas entrelinhas, era possível
perceber certo orgulho por sua bondade. Embora eu não pudesse julgar seus mo vos,
fiquei com a impressão de que ele pra cava a bondade por vaidade. O fato de ter
comprado apenas uma revista reforçou a impressão.
Dias depois, cheguei a uma casa bem cuidada, com jardim na frente e árvores no quintal.
Uma jovem senhora me atendeu, convidou-me para entrar e logo chamou o marido. O
casal era pura gen leza. Os dois se mostraram muito educados e bem-humorados.
Serviram biscoitos e suco. Convidaram-me para o almoço. Levaram-me ao quintal para
mostrar as belas carpas coloridas no pequeno lago. E, o melhor de tudo para um colportor
estudante, compraram uma cara coleção.
Bondade. Alguns tentam ser bons para impressionar as pessoas. Outros são bons sem
querer impressionar ninguém. Em que categoria você se encaixa?
No Sermão do Monte, Jesus censurou aqueles que tentam impressionar os outros com
sua piedade. Alguns religiosos davam dinheiro para os pobres ao som de trombetas a fim
de chamar a atenção para sua bondade. Outros oravam em pé nas sinagogas e nas praças
para serem vistos. Outros ainda (ou seriam os mesmos?) mudavam a aparência do rosto
para mostrar que estavam jejuando.
Ajudar os pobres, orar e jejuar eram três aspectos fundamentais da espiritualidade
judaica, mas estavam sendo pra cados pelos mo vos errados. A pessoa que precisa de
uma campanha de marke ng para propagandear suas qualidades tem um problema sério.
Atos de piedade feitos para melhorar a reputação se tornam atos de impiedade.
Tenta vas de impressionar o público não impressionam a Deus. Para o Mestre, que é o
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que parece e parece o que é, o mais importante não é parecer espiritual, mas ser
espiritual. O que conta é a realidade, não a imagem.
Seja bom! Ore! Jejue! Mas não faça isso para ser admirado. Pra que a religião sem se
preocupar com os aplausos ou com a sua imagem. Basta Deus saber o que você está
fazendo.
O chamado
4 de abril
Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine. Romanos 12:7
No dia 4 de abril de 1938, um navio italiano vagarosamente se afastou do porto de Hong
Kong. A bordo, os recém-casados Joshua e Eunice (nomes ocidentais de Yun Foh e Tshin
Chin) olharam pela úl ma vez para a pátria. Desolada, Eunice falou: "Veja, todos estão
segurando fitas e flâmulas, e nós não temos ninguém para se despedir de nós." "Eu sei",
disse Joshua, engolindo em seco. "Mas Deus está indo conosco." Ao encostar os lábios
nos cabelos de sua jovem esposa, ele relembrou os eventos que envolveram o chamado
para serem missionários em Bornéu, uma grande ilha localizada na Ásia.
Membros de uma rica família, os avós de Joshua haviam morrido ví mas da peste negra,
sem que os deuses chineses pudessem protegê-los. Conver dos ao cris anismo, seus pais
nham desenvolvido fortes laços com uma missão luterana. Por meio de Joshua, que
providencialmente descobrira a mensagem do sábado, toda a família se tornara
adven sta. Quando o pastor Allen Ham, superintendente da Missão do Sul da China,
chamou Joshua a Hong Kong para falar do chamado e disse que ele era o melhor
candidato, o jovem enfrentou uma batalha interna. Ir ou não ir? Por um lado, se não
bastasse a relutância de sua então noiva, a mãe implorou: "Não, Yun Foh, isso não! O que
você quer com pessoas que nem ao menos falam chinês?" Um amigo argumentou que
não era hora de ele par r: "Seus pais precisam de você. Além disso, você não sabe que
Bornéu é a terra dos caçadores de cabeça?" Por outro lado, havia o apelo do pastor Ham:
"Muitos missionários sacrificaram a família e os amigos para trazer o evangelho ao povo
chinês. Você não acha que agora é sua responsabilidade levar a mensagem ainda mais
longe?" Ao ouvir sobre o chamado, o adoentado pai de Joshua olhou nos olhos do filho e
disse: "Você deve atender ao chamado de Deus e às necessidades da igreja. Veja o que a
Igreja Adven sta fez por você." E acrescentou: "Não deixe sua preocupação com minha
saúde se interpor entre você e esse chamado. Ficarei muito orgulhoso de ter um filho
missionário." Então, ele se levantou e acompanhou o filho até a porta para dizer adeus.
Agora, Joshua e Eunice diziam adeus à pátria, rumo ao desconhecido. Joshua nunca mais
veria o pai. Mas o casal estava embarcando em uma vida de aventuras com Deus. Por
meio deles e de seus filhos, sua influência alcançaria lugares como Bornéu, Malásia,
Cingapura, Vietnã, Camboja, Tailândia, Hong Kong, China, Coréia, Mongólia e Japão. Um
humilde pastor/professor e sua determinada esposa fizeram maravilhas.
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Você já recebeu algum chamado de Deus? Nem sempre é fácil deixar tudo e aceitar o
desafio. No entanto, não existe nada mais gra ficante do que cumprir o propósito divino.
As roupas do imperador
5 de abril
Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é
miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Apocalipse 3:17
O pastor Doug Batchelor conta que, quando jovem, viveu como eremita numa caverna em
Palm Springs, na Califórnia. Nesse período, andava nu pelas redondezas de sua "casa". "No
início", diz ele, "eu era dolorosamente consciente de que me faltava alguma coisa; porém,
depois de andar nu durante várias semanas, raramente pensava a respeito." Afinal, o ser
humano tem grande capacidade de se adaptar a diferentes es los de vida.
Um dia, como fazia de vez em quando, Doug colocou a roupa na mochila e foi para a
cidade, a fim de comprar algumas coisas no supermercado local. Era cedo, o sol brilhava,
o dia estava lindo, o clima primaveril convidava a uma caminhada. Tocando sua flauta,
desceu a montanha e passou pela enorme rocha na vizinhança da cidade onde costumava
parar e colocar as roupas. Quando percebeu, estava se "aventurando dentro dos limites
da cidade usando apenas uma mochila, um par de botas e um sorriso amigável".
Ao virar numa curva, deparou-se com uma família bem ves da que "cur a" seu passeio
dominical: o pai, a mãe e duas filhas. Ao vê-lo, os moradores ficaram petrificados. "Uma
comoção sacudiu a família', recorda Batchelor. "A mãe fechou os olhos e ocultou o rosto
contra o peito do esposo, as duas menininhas se agarraram às pernas do pai e viraram
para trás, e o próprio pai fechou os olhos!"
Batchelor afirma que se sen a perfeitamente bem antes desse encontro, mas então
sen u-se muito mal. "O que fez a diferença? Vi a mim mesmo através dos olhos deles e
percebi que estava nu."
O problema é que o ser humano se acostuma com a sua nudez, ou, pior ainda, nem sabe
que está nu. Imagina que está bem ves do quando, na verdade, está completamente sem
roupa. Somente quando vê a si mesmo através dos olhos de Deus, percebe que está nu.
Muitas vezes, agimos como o imperador do conto de Hans Chris an Andersen, em que um
impostor, fingindo ser um alfaiate de terras distantes, ilude o monarca com a promessa de
que poderia confeccionar uma roupa invisível, que apenas as pessoas inteligentes
poderiam ver. Vaidoso, o imperador desfila pelas ruas com as novas "roupas", e nenhuma
pessoa tem coragem de dizer a verdade, para não parecer estúpida. Por fim, uma criança
diz: "O rei está nu!"
Você está bem ves do? Tem certeza? Mesmo se for contemplado por Deus ou por uma
criança? De que cor são as suas novas roupas, senhor imperador?
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Memorial do poder de Deus
6 de abril
Essas pedras serão um memorial perpétuo para o povo de Israel. Josué 4:7
Alguns povos têm uma grande capacidade de criar memórias cole vas e inventar tradições
nacionais. Tudo vira mito e mo vo de patrio smo. Esse memorial histórico é importante
porque preserva o legado das experiências que definiram o espírito da nação.
Séculos antes de surgirem os países modernos, Deus incen vou um pequeno povo do
an go Oriente Próximo a preservar a memória nacional por meio de monumentos e
cerimônias. Com base em eventos reais, mas u lizando de certa plas cidade na
elaboração da memória cole va, a história seria escrita para es mular a imaginação do
povo. Isso ajudaria a unificar as tradições, conectar o passado ao futuro e criar um senso
de iden dade.
Por exemplo, em Josué 4, no contexto da passagem milagrosa do povo de Israel pelo
Jordão, vemos a ordem divina para que 12 homens dentre o povo, um de cada tribo,
apanhassem 12 pedras do meio do rio e as levassem para servir de memorial desse
momento histórico. Assim como Moisés liderara o povo na travessia do Mar Vermelho,
pelo poder de Deus, agora Josué lideraria o povo na travessia do rio Jordão. Um capítulo
inteiro é dedicado à inicia va de reunir 12 pedras e transformá-las em memorial.
O interessante é que Deus usou coisas comuns do dia a dia para criar monumentos. Afinal,
ele tem o poder de atribuir significado sagrado a eventos e objetos seculares. Assim como
pegamos um pedaço de metal amarelo (ouro) e o transformamos em um lindo símbolo de
compromisso eterno (o anel de casamento), Deus pode pegar pedras ordinárias e
transformá-las em símbolos de seu poder extraordinário.
O moderno Israel con nua reescrevendo histórias de heroísmo para criar seus mitos
cole vos, o que ajuda o país a reforçar seu des no como povo peculiar. De Massada à
Guerra dos Seis Dias, da criação do Estado de Israel ao movimento sionista, tudo é mo vo
para valorizar as raízes nacionais. Toda nação jovem precisa desse recurso. Somente
quando o país parece bem estabelecido é que surgem vozes para cri car e ques onar as
histórias que formaram a memória cole va.
Em nossa história como povo e indivíduos, nós também precisamos de memoriais do
poder de Deus em nossa vida. Relembrar o que Deus fez no passado ajuda a não temer o
futuro. Em sua experiência rumo à terra prome da, você tem construído memoriais do
poder divino? Assim, quando seus filhos perguntarem qual é o significado dessas "pedras",
você poderá dizer que são lembranças de que Deus abriu o rio para você passar em terra
seca.
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Suicidas no Céu?
7 de abril
Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu
estás comigo. Salmo 23:4
O tulo do sermão anunciado para o culto do dia 7 de abril de 2013 na Igreja de
Saddleback, na Califórnia, como início da série "Sobrevivendo em Tempos Di ceis", foi: "O
que Você Faz no Pior Dia de sua Vida?" Essa igreja é liderada por Rick Warren, um dos
pastores mais conhecidos dos Estados Unidos. O que Warren não podia prever é o
momento di cil que sua própria família enfrentaria. Na sexta-feira, dia 5, seu filho mais
novo, Ma hew, rou a própria vida.
Uma declaração da igreja informou que Ma hew era "um jovem incrivelmente bondoso,
gen l e compassivo", mas, infelizmente, "sofria de doença mental, o que resultava em
profunda depressão e pensamentos suicidas". A dor emocional resultante da doença fez
com que ele se matasse aos 27 anos. "As palavras não podem expressar a dor angus ante
que sen mos neste exato momento", disse o pai ao comunicar o fato.
Na ocasião, Rick e Kay Warren foram inundados com mensagens de conforto e
solidariedade, mas alguns cruelmente aproveitaram para dizer que o filho deles estava no
inferno por ter come do suicídio, e houve mesmo quem dissesse que eles deveriam
abandonar suas "supers ções primi vas e aceitar o universo como ele é - um lugar
totalmente indiferente a nós".
Deixando de lado os comentários insensíveis, que podem intensificar uma dor quase
insuportável, será que alguém tem mo vo teológico para dizer com segurança que um
suicida não vai para o Céu? Seria esse o veredito inapelável para os seis suicídios claros
relatados na Bíblia? Todos os 26 brasileiros que, em média, se matam por dia vão para o
"inferno"?
A resposta é um absoluto "não". Sem dúvida, a vida é sagrada e ninguém, em sã
consciência, deveria se matar. Os estoicos, um grupo filosófico da an guidade, viam o
suicídio de forma posi va, pois entendiam que era uma maneira de triunfar sobre o
des no. Não devemos pensar assim. Ninguém deve desprezar ou odiar o próprio corpo.
Porém, não temos o direito de condenar ninguém à perdição. Há casos em que o
sofrimento emocional se torna tão grande que a pessoa perde a noção das coisas.
Somente Deus pode avaliar as pressões que cada um sofre e as circunstâncias de uma
decisão tão radical.
Antes da morte do filho, o pastor Warren postou um pensamento na página da igreja no
Facebook: "Os dias ruins tornam os bons melhores." Para quem confia na graça e no
poder de Deus para curar feridas, as experiências trágicas podem se tornar mais
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suportáveis.
Paradoxo da inesperabilidade
8 de abril
Ele não nha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para
que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e
familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi
desprezado, e nós não o nhamos em es ma. Isaías 53:2, 3
O orgulho, às vezes, tem que rar o chapéu para a humildade, o ce cismo é obrigado a se
curvar diante do incrível, a ro na é surpreendida pelo imprevisível. "De onde menos se
espera, daí é que não sai nada", disse o humorista Barão de Itararé. Contudo, de onde
menos se espera pode vir o inesperado. É delicioso quando alguém por quem não se dá
nada vira a expecta va ao avesso. Afinal, por que a altura, a força, a aparência, a riqueza
e o poder têm que ganhar sempre?
O "paradoxo da inesperabilidade" ocorre quando o menino magricela que está no banco
de reserva entra em campo, sai driblando todo mundo, dá um chapéu no zagueiro
grandalhão e completa a jogada com um gol de placa. Ou mesmo quando alguém como o
desconhecido Paul Po s, dente quebrado, canta uma ária num programa de TV, mostra um
mbre de voz excepcional, surpreende o júri e vence a compe ção.
Porém, acima de qualquer fato inesperado está a figura do Messias sofredor. Sendo
singular, veio como alguém comum; sendo rico, veio como pobre; sendo rei, veio como
servo. Filho de Deus em forma humana, ele não apareceu com o perfil de um líder
imponente, um magnata endinheirado, um modelo de beleza. Não usou nenhum
esplendor espetaculoso para capturar nossa admiração. Sua grandeza estava oculta aos
olhares superficiais. A elite judaica o desprezou, o que significa que a sociedade influente
não viu mérito nele. As pessoas preferiam não notá-lo, como se fosse ninguém. Solitário,
incompreendido, usando métodos não ortodoxos, ele fugiu ao roteiro idealizado para o
Messias. Quem poderia imaginar que ele seria assim?
No entanto, esse personagem rejeitado trouxe luz com um brilho inigualável para um
planeta em trevas, mostrou amor em uma magnitude desconhecida num mundo sem
graça, revelou o valor ines mável de pessoas sem importância. O homem que morreu
como se fosse indefeso era o mais poderoso de todos. O guerreiro ferido na maior de
todas as batalhas estava ali para oferecer a vitória aos derrotados. Inesperadamente, o
Messias era Deus entre os homens, e não nhamos percebido.
Ao contemplar essa figura de Isaías 53, deixe o "paradoxo da inesperabilidade" se
manifestar diante de você. Em vez de desviar o rosto e rejeitar Jesus, olhe para ele. Você
será surpreendido pelo inesperado.
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A sedução dos lugares altos
9 de abril
Destruam completamente todos os lugares nos quais as nações que vocês estão
desalojando adoram os seus deuses, tanto nos altos montes como nas colinas e à sombra
de toda árvore frondosa. Deuteronômio 12:2
Ao ler a Bíblia, em especial alguns capítulos de Reis, é impossível não ficar intrigado com
as várias menções à idolatria dos israelitas nos "lugares altos". Por que esse nome? Ao
que parece, essa designação foi influenciada pela an ga tradução do livro sagrado dos
judeus, a Septuaginta. Contudo, essa a vidade religiosa, que incluía sacri cios, queima de
incenso e fes vais, não era limitada a montes e colinas. Usados pelos cananeus, cujo deus
principal era Baal, esses locais de adoração às vezes con nham altares, relicários e
imagens esculpidas.
Os lugares altos eram um constante teste para a religiosidade e a moralidade de Israel.
Embora alguns reis como Ezequias e Josias tenham derrubado esses lugares, outros os
construíram ou toleraram. Até Salomão, que construiu o templo para centralizar o culto
de Israel, ergueu altares e centros de adoração aos repugnantes deuses estrangeiros (1Rs
11).
O mais incrível era que desde o início Deus havia dado clara instrução a respeito desses
lugares: "Derrubem os seus altares, esmigalhem as suas colunas sagradas e queimem os
seus postes sagrados; despedacem os ídolos dos seus deuses e eliminem os nomes deles
daqueles lugares" (Dt 12:3). Todo o capítulo 12 de Deuteronômio reforça a ideia de que o
povo deveria adorar no local indicado por Yahweh para a sua habitação.
A sedução dos lugares altos se devia, em parte, às falsas promessas dos ídolos e deuses
pagãos. Chuva, fer lidade, bens, proteção e saúde eram alguns dos bene cios oferecidos
a seus adoradores nesses lugares. Hoje não é muito diferente. Os "santuários" e
"relicários" colocados nos "lugares altos" nas casas con nuam oferecendo prosperidade,
sucesso e celebridade, entre outras coisas, ídolos e deuses estranhos ainda representam
fortes tentações para o Israel atual.
A melhor resposta à sedução dos lugares altos é a que Jesus deu quando "o diabo o levou
a um lugar alto e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo", prometendo-lhe
tudo se ele o adorasse (Lc 4:5). Jesus respondeu: "Está escrito: Adore o Senhor, o seu
Deus, e só a ele preste culto'" (v. 8).
Quando o diabo o levar a um "lugar alto", responda com a adoração ao Senhor. Derrube
os "lugares altos" de sua vida! Só o Senhor deve ser adorado, e do jeito indicado por ele.
Os lugares altos levarão você para lugares baixos.
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Variedades da idolatria
10 de abril
Não terás outros deuses além de mim. Êxodo 20:3
Fazendo eco ao seu nome mitológico, Ícaro queria voar alto. Desde cedo, bateu as asas
rumo ao céu. Sonhava em conquistar o mundo. Ambição era sua marca; vaidade, sua
mo vação. Olhava-se no espelho e louvava a gené ca dos pais. Enquanto tanta gente
nasce sem atributos sicos, ele nha porte para ser modelo. Chegou a fazer uma cirurgia
no nariz para ficar com um perfil mais harmonioso. Nos estudos, procurou ser o mais
inteligente. Queria rar as melhores notas. Pensava em ser um grande intelectual, dar uma
contribuição única para o mundo. Seu nome figuraria entre os benfeitores da
humanidade. Depois, vieram as compe ções. A emoção de vencer era incrível.
Experimentou a natação, percorreu as pistas, tentou o ciclismo. Bem que poderia ser um
jogador de basquete. Ou de vôlei? Quem sabe, um velejador. Será que não estava
perdendo algo ao dedicar tanto tempo a essas coisas? Assim, teve início a fase da
sa sfação dos desejos da carne. Em sequência, na tenta va de dar uma guinada na vida,
veio o tempo dos amores. Em busca do relacionamento perfeito, namorou várias meninas
da universidade. Por fim, casou-se com aquela que imaginava ser o amor de sua vida.
Ainda antes de concluir a faculdade, abriu o próprio negócio, com a ajuda do pai. Em
tempos de e-commerce, uma boa inicia va pode encurtar o caminho. Basta oferecer algo
diferenciado, ou que conquiste o povo, ou que supra uma lacuna, ou tudo isso junto. O
primeiro milhão não demorou, No entanto, resolveu buscar mais uma avenida para
expressar seu talento. Tornou-se presidente de empresa. Ah, a glória de mandar!
Querendo mais, entrou para a polí ca. O bom mesmo talvez seria a fama. Por isso, criou
blogs, lançou sites, iniciou um programa de TV. Adicionar um pouco de credibilidade à sua
grife certamente não faria mal. Assim, passou a escrever livros e a dar palestras. Para
coroar, decidiu dedicar tempo à religião. Um toque de espiritualidade era tudo que faltava
em sua vida.
Olhando de longe, parece que a vida de Ícaro foi o máximo. Ajustando o microscópio, vêse que ele foi intensamente infeliz em cada uma das fases. Apostou na beleza, inteligência,
esporte, prazer, amor, dinheiro, poder, popularidade, pres gio, religião. E todas essas
coisas o decepcionaram. Eram promessas vazias. Pois não nham e não têm o poder em
si de preencher o vazio da alma e dar sen do à vida. Uma a uma, suas ilusões caíram.
Buscar a felicidade nas coisas finitas e nos lugares errados é criar deuses ilusórios. É tentar
voar tão perto do Sol que ele derreterá a cera usada para colar nossas asas ao corpo,
expondo o fracasso no sucesso. Nada nem ninguém pode completar você, a não ser Deus.
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Cultura não selfie
11 de abril
Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si
mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me. Mateus 16:24 (ARC)
Os autorretratos fazem parte do cenário humano desde que a fotografia foi inventada.
Contudo, a par r do momento em que colocaram no mercado o celular com câmera, o
fenômeno selfie ganhou popularidade e se tornou parte da cultura atual. O Dicionário
Oxford nomeou o vocábulo selfie como a palavra do ano de 2013. Não é para menos, se
considerarmos que nesse ano seu uso aumentou estratosféricos 17.000%. No início de
2014, uma selfie da apresentadora do Oscar e um grupo de celebridades de Hollywood foi
retuitada 870 mil vezes naquela noite, batendo o recorde de tuíte mais compar lhado.
Será que o fenômeno selfie é apenas um modismo inofensivo, ou seria sintoma de uma
sociedade narcisista? Obviamente, fazer autorretratos não é pecado. Porém, peca quem
passa a vida obcecado com o "eu". Quando você focaliza demais a si mesmo, corre o risco
de perder de vista a Deus e os outros. É impossível dar prioridade para o "eu" e para Jesus
ao mesmo tempo. Exagerar na mentalidade selfie é acreditar na fantasia de que você
pode encontrar significado úl mo e beleza insuperável em si mesmo. Adotar uma a tude
selfie é idolatrar a própria face.
Para os que são tentados pela selfie, o que eqüivale a dizer todos nós, Jesus tem um
convite radical: "Renuncie-se a si mesmo, negue o eu, abandone a câmera, e siga-me." Ou,
se não quiser desgrudar da câmera, coloque Jesus na frente de sua selfie, que ganhará um
novo significado. O chamado de Jesus envolve uma tripla exigência: negar a si mesmo, ou
seja, abandonar o direito de controlar a própria vida e trocar os próprios interesses pelos
de Cristo; tomar a cruz, que implica estar disposto a sofrer e até morrer por Jesus; e seguir
o Mestre, que inclui caminhar dia e noite com ele em absoluta obediência e alegre
submissão. A idéia não é seguir a Jesus para popularizar nossas selfies, mas exaltá-lo em
todos os momentos. Não dá para dizer que você é seguidor de Jesus e não o colocar no
centro de tudo.
Negar o "eu", tomar a cruz e seguir a Jesus nem sempre significa algo espetacular, como
um mar rio sob as câmeras e uma úl ma selfie; pode ser a simples disposição do coração
para pequenas renúncias no dia a dia, a disponibilidade de ser usado por Cristo para
anônimos atos de amor, sem autocobertura na mídia social. Esse po de sacri cio
co diano do "eu" é mais di cil do que um glorioso gesto de querer sofrer por Cristo. A
cruz não é apenas um objeto de sofrimento; é um instrumento de morte. Com os braços e
o "eu" pregados na cruz, você não pode rar selfies; pode apenas contemplar o
Crucificado.
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O sermão de Bobby
12 de abril
Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos
pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Salmo 1:1
Estudantes de colégio interno costumam aplicar trotes em alunos calouros. No Iasp de
outros tempos, escola do interior de São Paulo, os novatos eram instruídos a caçar
" risco", um animal imaginário que podia ser atraído pelo bater em uma lata vazia. Depois
da caçada vinha a caçoada. Novatos invariavelmente eram alvo de zombaria dos mais
velhos. Infelizmente, isso ocorre em todos os lugares.
Gary Weedman, educador na Flórida, conta um caso que marcou sua vida. Um estudante
calouro chamado Bobby, oriundo do interior da Geórgia, criado num orfanato, chegou
com suas camisas listradas e calças xadrezadas, sorriso cômico, e logo se tornou mo vo
de piadas e zombarias dos mais "sofis cados". Ele sempre recebia as crueldades com mais
calma do que qualquer de seus colegas estaria disposto a fazê-lo. Certa vez, os "amigos"
até lhe ofereceram sanduíches com comida de gato, e Bobby, sem saber da verdade, pediu
mais, o que tornou o caso ainda mais engraçado para a turma.
Um dia, durante um culto na capela, o orador agendado não compareceu, e a pessoa
encarregada perguntou se algum estudante teria algo para dizer. Bobby se voluntariou e se
dirigiu para o púlpito com suas roupas picas. Os cochichos e as risadas abafadas logo
começaram. A expecta va era grande para ver o que aquele caipira iria dizer.
Bobby olhou para o auditório e ficou vários minutos sem falar nada. Finalmente, as
risadas pararam, e ele começou: "Feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não
imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores..." Depois de
recitar o salmo inteiro de memória, ele explicou que o alvo de sua vida era ser o po de
pessoa descrito no salmo. Ele queria se deleitar na lei do Senhor, e não ser um enganador
ou escarnecedor. Disse que era abençoado por ter amigos no colégio e agradeceu a todos
por serem seus amigos.
"Não me lembro de nenhum outro sermão na capela daquele colégio, exceto o de Bobby",
diz Weedman. "Lembro-me bem de sua eloquência simples e da dor de meu próprio
remorso. Após a bênção, saímos em fila quietamente da capela. Meus amigos e eu
passamos a ver Bobby sob nova luz. Ele não nha mudado, mas nós havíamos sido
transformados pelo poder da Palavra que ouvimos por meio dele."
A pessoa feliz, de acordo com o salmista, não é a que fica na roda dos zombadores e
in midadores, mas a que se une aos bons e tem prazer em meditar na lei do Senhor. Ser
esse po de pessoa abençoada e feliz deveria ser o alvo de todos nós.
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Dois livros, um sacerdote e um novo ministério
13 de abril
Pois quando há mudança de sacerdócio, é necessário que haja mudança de lei. Hebreus
7:12
Na década de 1990, no mestrado em Teologia, vemos aulas com um professor português
chamado Teófilo Ferreira. A rigor, Teófilo não deveria estar ali, pois seu pai, Ernesto, era
padre. Nascido em abril de 1913 em Portugal, Ernesto foi enviado na juventude para um
monastério na Espanha. Em 1935, depois de 12 anos de preparo, foi ordenado sacerdote,
aos 22 anos.
Feliz em seu ministério, um belo dia uma paroquiana lhe entregou dois livros que havia
comprado de um vendedor: O Grande Conflito, de Ellen G. White, e Nossa Época à Luz da
Profecia, de W. A. Spicer. Ela queria sua permissão para ler os livros, que não nham
imprimatur. "Eu preciso ler os livros primeiro antes de dar a minha opinião", disse-lhe
Ernesto. Resultado: ele contatou a Igreja Adven sta e, em 1939, foi ba zado. Sua vida
passou por uma revolução.
No início, alguns suspeitaram que Ernesto fosse um espião, e ele acabou trabalhando um
ano inteiro para a igreja sem salário. "Ele não nha dinheiro nem mesmo para cortar o
cabelo", relembra a nora, Ode e. Depois, tudo mudou. Com mais estudos no seminário
adven sta nos Estados Unidos, tornou-se educador, editor, presidente de União,
missionário na África e administrador. Em 1997, o Departamento de Educação da
Associação Geral da Igreja Adven sta outorgou-lhe uma medalha por seus marcantes
serviços na área educacional. O filho e a nora também se tornaram dis ntos educadores.
Ernesto morreu em novembro de 2012, aos 99 anos. Por incrível que pareça, em abril do
mesmo ano, embora com um problema de visão, ainda publicou um livro.
Assim como Ernesto mudou de sacerdócio e, portanto, de vida, pois encontrara uma
esperança superior, houve também no passado uma mudança radical de sacerdócio e de
regras, devido a uma realidade superior. O verso de hoje é parte do argumento de que
Jesus se tornou sacerdote não por ser da linhagem de Levi, mas por juramento divino.
Mesmo não pertencendo à tribo oficial do sacerdócio, ele se tornou o maior dos
sacerdotes. E com isso tudo mudou. Jesus tornou-se "a garan a de uma aliança superior"
(Hb 7:22) e, por viver para sempre, "tem um sacerdócio permanente" (v. 24).
Perfeito, eterno, eficaz, nosso sacerdote está pronto para nos ajudar: "Portanto ele é
capaz de salvar defini vamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois
vive sempre para interceder por eles. É de um sumo sacerdote como este que
precisávamos" (v. 25, 26). Esse novo sacerdócio pode revolucionar sua vida.
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Um navio cheio de lições - l
14 de abril
"Senhores, vejo que a nossa viagem será desastrosa e acarretará grande prejuízo para o
navio, para a carga e também para as nossas vidas". Mas o centurião, em vez de ouvir o
que Paulo falava, seguiu o conselho do piloto e do dono do navio. Atos 27:10, 11
Titanic Belfast, um museu localizado na bela capital da Irlanda do Norte, se orgulha de ser
a maior atração do mundo sobre o Titanic. Com a expecta va de atrair 425 mil turistas
por ano, o monumento em formato de navio foi inaugurado em 2012 para marcar o
centenário da fa dica viagem de estreia (e despedida) do Titanic. Em 2010, quando visitei
o local de nascimento da famosa embarcação, o centro de exibição ainda não estava
pronto, mas deu para pensar na história do Titanic, um navio cheio de lições. Eis algumas
delas:
• O Titanic representa a população do mundo, uma mistura de tripulantes e passageiros
fes vos, deslumbrados, desiludidos, deprimidos, uma combinação de sonhos e pesadelos.
Todos nós estamos nesse imenso barco, mo vo pelo qual nosso fascínio por ele nunca
acaba.
• Os passageiros do Titanic, divididos em três classes, diferiam em suas acomodações,
mas enfrentaram o mesmo des no. Das 2.208 pessoas a bordo, 1.523 perderam a vida.
De igual modo, a maioria dos viajantes do navio Terra enfrentará a morte,
independentemente de status ou classe social.
• Às 9 horas do dia fa dico, o capitão Edward Smith recebeu um aviso pelo telégrafo
informando sobre icebergs. Ele par lhou a informação com seu convidado para o almoço,
J. Bruce Ismay, o construtor do navio. Os dois revelaram o perigo para alguns passageiros,
mas, exceto isso, guardaram silêncio até as 19h15. Será que deveriam ter falado? Ou
tomado providências? Mudado o curso? O que você está fazendo com a informação sobre
o risco iminente que o mundo corre?
• Talvez por ser considerado "o navio mais seguro do mundo", o Titanic nha somente 20
botes salva-vidas, espaço suficiente para a metade dos passageiros. Esse total estava
dentro da exigência legal; porém, na hora da crise, não resolveu. Além disso, os botes não
foram usados em sua capacidade máxima. Estamos conscientes de que precisamos
aumentar o número de "botes salva-vidas", ou seja, igrejas e ins tuições?
O capítulo 27 de Atos é dedicado ao relato de outro naufrágio: um navio com des no à
Itália, com 276 pessoas a bordo, inclusive um prisioneiro chamado Paulo. Em toda a
narra va, o apóstolo aparece como protagonista, adver ndo, aconselhando, predizendo.
Resultado: o navio se perdeu, mas todas as vidas se salvaram. Você agiria como Paulo?
Erga sua voz enquanto é tempo.
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Um navio cheio de lições - II
15 de abril
Os soldados resolveram matar os presos para impedir que algum deles fugisse, jogando-se
ao mar. Mas o centurião queria poupar a vida de Paulo e os impediu de executar o plano.
Atos 27:42, 43
Uma edição especial da revista Veja simulando ser uma edição extra de abril de 1912
registrou: "Totem da ousadia humana, orgulho da engenharia náu ca, colosso de 69
metros de comprimento e 46 mil toneladas, obra-prima de 7,5 milhões de dólares, o RMS
Titanic, do e havido como inexpugnável pelos mais insuspeitos especialistas, soçobrou
em sua viagem inaugural. Ao colidir com um iceberg, nas úl mas horas do dia 14 de abril,
o navio afundou e levou consigo a vida de mais de 1.500 pessoas nas águas gélidas do
Atlân co norte." Poderia ter sido diferente? Aqui estão mais algumas lições:
• O capitão do luxuoso e tânico transatlân co confiou na calmaria do oceano. "O mar
estava como grama", disse o segundo oficial. De repente, quando, às 23h40, os vigias
avistaram um imenso bloco de gelo logo à frente e gritaram "Iceberg!", era tarde. Antes de
o navio global afundar, também haverá um sen mento de "paz e segurança" (1Ts 5:3).
• À 0h15, o operador de rádio do Titanic começou a enviar mensagens. O navio
Californian se encontrava a apenas 30 km de distância. Contudo, seu operador de rádio
estava dormindo. Embora membros da tripulação tenham visto luzes e foguetes
sinalizadores, ninguém o acordou. Eles simplesmente tentaram contato por meio de sinais
de luz. Por volta de 0h25, o Carpathia, a cerca de 93 km, ouviu a mensagem e voltou para
prestar socorro. À 1h15 da manhã, as mensagens de rádio pedindo socorro se tornaram
desesperadas. Será que estamos ouvindo os gritos de socorro?
• Enquanto o Titanic afundava, a pequena orquestra con nuava tocando, como se tudo
es vesse bem. Con nuamos com o mesmo ritmo de festa, quando a situação pede
emergência?
• Um conjunto de coisas contribuiu para o afundamento do Titanic. Um fato curioso é
que a temperatura caiu no momento certo (ou errado), o que tornou o navio mais
vulnerável aos danos. Ele poderia flutuar com até quatro compar mentos inundados, mas
o iceberg danificou cinco deles. Será que foi coincidência ou a mão da providência?
• Detalhes extras da história do Titanic vieram à tona em 1985, quando seus destroços
foram encontrados na costa de Newfoundland. No futuro, poderemos descobrir novos
fatos sobre o naufrágio do barco do mundo, em que morreram tantas pessoas. No
entanto, tudo será apenas memória de uma tragédia evitável.
No relato de Atos 27, muitas vidas foram poupadas pela presença de um único mensageiro
de Deus. Que sua presença no Titanic do planeta também represente salvação!
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O som do shofar
16 de abril
Este lhes será um ano de jubileu, quando cada um de vocês voltará para a propriedade da
sua família e para o seu próprio clã. Leví co 25:10
Vamos entrar na "máquina do tempo" e voltar à época dos an gos hebreus. Suponha que
você, vi mado pela má sorte, ficou endividado e teve que vender tudo. Além disso,
precisou se vender e mudar para um lugar distante a fim de trabalhar como escravo de
seus credores.
Agora você está nessa condição miserável. À noite, deitado numa cama rús ca, os ossos
doloridos, olhando para as estrelas, você pensa demoradamente na esposa e nos filhos.
Como estariam? Será que nham comida? Se você visse a filha, será que a reconheceria?
Aba do pela falta de perspec va, subjugado pela saudade, você sente lágrimas quentes
descerem pela face empoeirada e queimada pelo sol. Por que a vida tem que ser tão
injusta e dura?
Entretanto, o tempo passa, ainda que devagar. Você conta os anos que faltam para o
grande dia: 30 anos... 20... 15... 10... 5... Finalmente, ansioso, começa a contar os meses.
Você não possui um calendário no bolso, mas tem uma vaga ideia na cabeça de que o dia
está chegando. Você conhece a lei a respeito do ano do jubileu. Sabe que será um tempo
de celebração. Porém, quando?
A cada 50 anos, após sete ciclos de anos sabá cos, um fes val marcava esse
acontecimento incrível em Israel. O jubileu, cuja legislação se encontra em Leví co 25,
somente podia começar no Yom Kippur, o Dia da Expiação. Era anunciado pelo som do
shofar, um instrumento feito de chifre de carneiro. Nesse dia, a liberdade era proclamada
a todo o povo. Os débitos eram cancelados, as terras voltavam a seus an gos donos, os
negócios podiam ser reiniciados. Os escravos e prisioneiros eram libertados e podiam
retornar para suas famílias.
Você olha para o Sol, de manhã, e se pergunta: "Será hoje o grande dia?" De repente, por
toda a terra, o shofar começa a soar. O povo, com lágrimas de alegria, grita: "Jubileu!
Jubileu! Jubileu!" É o ano do favor do Senhor, o ano da liberdade.
Nossa palavra jubileu deriva do termo hebraico yobhel ("carneiro"), numa referência à
trombeta feita do chifre desse animal. O jubileu era um momento de liberdade e alegria.
Por isso, numa referência indireta ao jubileu, Jesus disse que foi ungido para proclamar
"liberdade" e o "ano da graça do Senhor" (Lc 4:18, 19).
Grite de júbilo hoje, porque o shofar está anunciando que o jubileu já começou! O jubileu
não significa apenas liberdade dos débitos, mas liberdade para abraçar e amar.
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Sofrendo por amor
17 de abril
Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome
diariamente a sua cruz e siga-me" Lucas 9:23
Em 2010, ve a oportunidade de fazer uma viagem à Irlanda, onde meu filho Tiago estava
estudando, e pude constatar pessoalmente a popularidade de Saint Patrick ou São Patrício
naquele país. Há muitas lendas a respeito de Patrick, que nasceu em 389 e morreu em 493,
mas alguns fatos são confiáveis.
Nascido na Bretanha, filho de um diácono e neto de um clérigo, seu nome original
provavelmente fosse Patricius Magonus Sucatus. Quando nha 16 anos, Patrick foi
capturado por um bando de piratas escoceses e vendido como escravo para o chefe
druida Milcho, que reinava no norte da Irlanda. Ali, na solidão de uma terra estranha, Deus
abriu seus olhos, e ele desenvolveu uma intensa vida de oração. Após seis anos cuidando
do rebanho daquele pagão cruel, Patrick conseguiu voltar para casa.
Alguns anos mais tarde, Patrick teve uma visão em que os irlandeses lhe diziam:
"Apelamos a você, santo jovem, a vir e viver entre nós." Então, Patrick decidiu ser Um
missionário entre os celtas e se tornou o grande apóstolo da Irlanda. Seu trabalho foi
grandemente abençoado. Ele fundou pelo menos 300 igrejas, ordenou 5 mil sacerdotes e
ba zou milhares de pessoas. Há quem fale em mais de 120 mil, incluindo senhoras ricas e
jovens nobres.
No entanto, o apostolado de Patrick foi levado adiante em meio a grandes sofrimentos e
riscos. Os druidas, em geral, se opuseram a ele, pois sen am que seu poder estava sendo
ameaçado. Respeitados, lendários, eles eram sacerdotes pagãos, profetas, filósofos,
conselheiros de reis. Agora, percebiam que sua religião estava perdendo terreno para o
cris anismo. Apesar da oposição, nosso herói con nuou firme por amor ao Salvador e
conquistou todo um povo para Cristo.
O rei Aengus foi ba zado por Patrick em meados do 5° século. Conta-se que, durante a
cerimônia, o pregador se apoiou em seu bastão pon agudo e, sem perceber, perfurou o
pé do rei. O sangue real cobriu de vermelho o chão. Depois do ba smo, Patrick olhou para
baixo, percebeu o que nha acontecido e pediu perdão ao monarca. "Por que você
suportou a dor em silêncio?", quis saber. O rei respondeu: "Pensei que fosse parte do
ritual."
O sofrimento não é parte do ritual do ba smo, mas pode fazer parte da vida do ba zado.
Se nosso Salvador sofreu, por que não iríamos sofrer? O sofrimento não tem virtude em
si; porém, pode criar uma iden ficação maior com Cristo. A cruz de Jesus passa a ser a
nossa cruz. Negar a si mesmo por amor é mais do que sofrer, mas não é menos do que
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estar disposto a sofrer.
O maior
18 de abril
Surgiu também uma discussão entre eles, acerca de qual deles era considerado o maior.
Lucas 22:24
Periodicamente, a revista Time faz uma lista das cem pessoas mais influentes do planeta.
Às vezes, a escolha é 100% acertada, e a pessoa desponta no cenário internacional. Em
muitos casos, a dis nção se mostra um fracasso. Com o tempo, a pessoa desaparece no
mar da irrelevância ou se envolve em escândalos. Um analista chegou a dizer que não é
bom aparecer na lista.
Não é apenas essa publicação que elege as mais destacadas personalidades. Em 2013,
usando um complexo sistema de algoritmo, os cien stas da computação Steven Skiena e
Charles Ward fizeram uma análise das figuras mais relevantes da história. Os autores
compararam as pessoas aos "memes", conceito criado por Richard Dawkins para indicar
como as ideias se reproduzem ao se espalhar de mente em mente. Suas descobertas
foram publicadas no livro Who's Bigger (Quem é Maior), que começa com Jesus,
Napoleão, Maomé, William Shakespeare e Abraão Lincoln nas cinco primeiras posições.
Logo depois, com base nessa lista e em seu conhecimento histórico, a revista Smithsonian
nomeou Ellen White entre os cem americanos mais influentes de todos os tempos.
Se você fosse fazer uma lista dessas, tendo que enumerar os maiores cien stas, filósofos,
escritores, pintores, cantores, gênios, inventores, fundadores de religião, teólogos e
polí cos, que nomes viriam a sua mente? Será que criar um cânon dos maiores tem valor
real? Aqueles que se acham grandes, será que são mesmo?
Certa vez, os discípulos de Jesus iniciaram uma discussão para decidir quem deveria entrar
em sua lista dos maiores. Cada um queria incluir o próprio nome. Imagino Tiago
argumentando: "Eu sou mais experiente, equilibrado e prudente. Mereço ser considerando
o maior." Judas contra-ataca: "Lamento, mas sou o mais inteligente e, portanto, o maior."
João apela para a su leza: "Tem alguém maior do que o mais amado?" Pedro não deixa
por menos: "Bem, se querem mesmo saber quem é o maior, é só ver quem está sempre
junto do Mestre, em primeiro lugar."
Ao perceber o teor da conversa, até por conhecer o pensamento dos discípulos, Jesus
"rasgou" a lista deles e acabou com a festa. Os maiorais do mundo gostam de entrar na
lista dos cem mais. Mas isso não faz sen do entre os cristãos. Discu r quem é o mais
brilhante não reflete o espírito de Cristo.
Jesus, que é o maior entre os maiores, veio para servir. Se você quer ser grande, seja o
primeiro no serviço e o úl mo no orgulho. Grandeza não é se destacar acima dos
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pequenos, mas ajudar os pequenos a se destacarem acima dos grandes.
Duas espadas
19 de abril
Nada pode impedir o SENHOR de salvar, seja com muitos ou com poucos. 1 Samuel 14:6
Muitas guerras são desproporcionais. Aquela era uma delas. De um lado, estavam
milhares de guerreiros bem equipados; de outro, uns 600 homens amedrontados. Filisteus
versus israelitas, como sempre. Ao descrever o primeiro grupo, o cronista diz: "Os filisteus
reuniram-se para lutar contra Israel, com três mil carros de guerra, seis mil condutores de
carros e tantos soldados quanto a areia da praia" (1Sm 13:5). Ao relatar a situação do
outro grupo, ele afirma: "Quando os soldados de Israel viram que a situação era di cil e
que seu exército estava sendo muito pressionado, esconderam-se em cavernas e buracos,
entre as rochas e em poços e cisternas" (v. 6).
Se não bastasse o fato de um exército ser numericamente muito superior e bem
organizado, ele possuía a úl ma tecnologia bélica. Já o outro exército, disperso pelo
medo, dispunha de apenas duas espadas. "Naquela época não havia nem mesmo um
único ferreiro em toda a terra de Israel, pois os filisteus não queriam que os hebreus
fizessem escadas e lanças", diz o relato (v. 19). O que o rei e o príncipe fariam com suas
espadas?
Saul sentou-se debaixo de uma romãzeira, árvore muito apreciada no mundo an go.
Ina vo, dominado pelo nega vismo, estava esperando as circunstâncias mudarem.
Mostrava tanto medo quanto seus 600 soldados, "entre os quais Aías, que levava o colete
sacerdotal" (14:3). Nem o símbolo religioso erguia o moral da tropa.
Por outro lado, Jônatas resolveu usar a espada. Disse a seu escudeiro: "Vamos ao
destacamento daqueles incircuncisos. Talvez o senhor aja em nosso favor, pois nada pode
impedir o senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos" (v. 6). Ele não nha certeza
da intervenção divina, mas estava seguro de que, para Deus, não faz diferença se a vitória
vem pelo esforço de muitos ou pelo heroísmo de poucos. Para o Senhor, o número é
irrelevante; o importante é o treinamento na fé, ainda que seja uma fé pela metade,
baseada no "talvez".
Jônatas e seu escudeiro resolveram escalar um penhasco íngreme e seguir os sinais de
Deus. "Jônatas escalou, usando as mãos e os pés, e o escudeiro foi logo atrás. Jônatas
começou a derrubá-los, e seu escudeiro, logo atrás dele, os matava" (v. 13). No primeiro
ataque, eles mataram cerca de 20 homens. Então o pânico dominou o exército filisteu. A
vitória foi arrasadora.
Você tem batalhas para travar, inimigos para vencer? Não fique sentado debaixo da
romãzeira. Tome a inicia va. Escale o penhasco. Lute, pois soldado que não guerreia não
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é soldado. Se não puder ser um herói como Jônatas, seja um escudeiro. Acredite que uma
espada é suficiente para Deus conceder-lhe a vitória.
Ninguém durma!
20 de abril
Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais
próxima do que quando cremos. Romanos 13:11
Se você gosta de música erudita, talvez conheça estas palavras em italiano: "Nessun
dorma! Nessun dorma! Tu purê, o Principessa.." Trata-se do início da famosa ária "Nessun
Dorma" (Ninguém Durma), que faz parte da ópera Turandot, composta por Giacomo
Puccini. Interpretada por nomes como Plácido Domingo, José Carreras, Sarah Brightman,
Paul Po s, David Phelps e Andréa Bocelli, foi Luciano Pavaro quem a tornou popular ao
redor do mundo, especialmente com a versão apresentada durante a Copa do Mundo da
Itália, em 1990.
A história de Turandot, nome que significa "a filha de Turan", uma região da Ásia central,
parte do an go império persa, foi extraída de uma coleção de contos in tulada Mil e Um
Dias. A linda e fria princesa Turandot, em vingança pela morte de uma ancestral, não quer
se apaixonar e propõe três enigmas que devem ser respondidos por qualquer pretendente.
Quem não conseguir é morto. O príncipe Calaf, apaixonado, bate no gongo e anuncia seu
desejo de se candidatar. Ele acerta os enigmas, mas dá uma chance à desolada princesa:
ela poderá matá-lo se descobrir seu verdadeiro nome até o dia seguinte. Turandot então
determina que ninguém durma, para tentar descobrir o nome do príncipe desconhecido.
O ato 3 se inicia com o príncipe Calaf, certo da vitória, cantando confiantemente a ária:
"Que ninguém durma! Que ninguém durma! Você também, ó Princesa, em seu quarto frio,
olhe as estrelas, tremendo de amor e de esperança, mas meu segredo permanece
guardado dentro de mim..." Por fim, depois de cenas dramá cas, Calaf diz seu nome para
que a princesa o anuncie. Ele está pronto para morrer por ela. Vencida e conquistada, a
princesa revela que o nome dele é amor, e terminam abraçados.
Em outro enredo, que daria a maior das óperas e a mais bela das árias, outro Príncipe
(Jesus) fez uma proposta a uma princesa (igreja), que, assim como Turandot, parece
assustada com a ideia de se unir a ele. Num gesto incompreensível para muitos, esse
Príncipe foi além de Calaf, não apenas propondo um enigma e se dispondo a morrer, mas
dando realmente a vida pela princesa.
Assim como a princesa da ópera, apavorada com a ideia do amor, ordenou que seu reino
não dormisse, o escritor bíblico, deslumbrado pela demonstração de amor, conclama o
reino da luz a despertar do sono. Indiferentes à situação ao redor, muitos estão dormindo.
Não percebem o drama ao redor. É hora de acordar, de descobrir o verdadeiro nome do
Príncipe, que é Amor.
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Que ninguém durma! Que ninguém durma!
Redefinindo o des no
21 de abril
Não me chamem Noemi, chamem-me Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida
muito amarga! Rute 1:20
Você certamente já acompanhou histórias tristes de barcos precários lotados de
imigrantes ilegais que afundam em águas inamistosas e mergulham corpos e sonhos
anônimos na imensidão do oceano. Ou de cidadãos desesperados que cruzam a fronteira
do país rico em busca de esperança e acabam sendo caçados impiedosamente. Esses são
exemplos modernos de pessoas que se rebelam contra a geografia e o des no.
Há mais de três milênios, uma família também resolveu lutar contra as circunstâncias e
cruzar "ilegalmente" a fronteira do país em busca de uma vida melhor. Elimeleque, Noemi
e os dois filhos, Malom e Quiliom, foram para Moabe. Deixaram Belém, a "casa do pão",
para buscar comida na terra dos an gos inimigos. Deus havia dito que os israelitas não
deveriam ter nenhum relacionamento com os moabitas. Contudo, a situação em Belém
parecia insuportável.
Em Moabe, a tragédia bateu à porta da família três vezes. Noemi perdeu o marido e os
dois filhos, que haviam se casado com moabitas: Órfã e Rute. Se a situação de uma viúva
era terrível, imagine três viúvas na mesma casa! Calamidade. O que Yahweh significava
para Noemi agora? No entanto, a perda não fora cas go, mas fatalidade. A pessoa que
obedece a Deus não recebe tudo que deseja ou merece. Apesar dos desapontamentos,
Noemi amava o Deus de Israel. Se não vesse uma devoção intensa e uma fé admirável,
Rute não teria se afeiçoado a ela e a seu Deus.
Um dia, chegou a Moabe a no cia de que o Senhor nha visitado a terra amada. A chuva
e o alimento eram sinais de que Deus não havia se esquecido de seu povo. Noemi, cujo
coração ainda estava em Belém, embora o corpo se arrastasse pelas ruas poeirentas de
Moabe, resolveu ir para onde estava a bênção. Pela segunda vez, tomou a inicia va de
mudar o des no. A viagem duraria de sete a dez dias.
Ao entrar em Belém, saco nas costas, roupas envelhecidas, poeira no rosto enrugado,
Noemi deve ter sen do uma grande emoção. Para as mulheres alvoroçadas, olhares
curiosos, talvez censuradores, a imigrante disse: "Não me chamem Noemi [encantadora],
chamem-me Mara [amarga]." Ela havia saído com a família completa e de mãos cheias,
agora voltava quase sozinha e de mãos vazias. Às vezes, tentamos mudar o des no, e o
des no torna a vida ainda mais amarga. Aí, como Noemi, achamos que a culpa é do Todopoderoso. Porém, o des no não tem a palavra final. Deus mudaria a sorte de Noemi, e
pode mudar a sua também. O futuro depende de Deus, não do des no.
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Visita à cracolândia
22 de abril
Seja a a tude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou
que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a
ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Filipenses 2:5-8
Em 2014, o príncipe Harry, da Inglaterra, fez uma visita à cracolândia, no centro de São
Paulo. Um frequentador da região, atropelando a língua, disse: "O príncipe é muita
'humildade'. Ele veio lá do outro lado [do mundo] conhecer o lado feio de São Paulo. Aqui
é a boca do lixo." A visita foi abreviada devido a um tumulto causado por curiosos e
dependentes químicos.
Por mais admirável que tenha sido essa visita, ela não se compara à "visita" de outro
príncipe ao nosso planeta. O escritor sagrado registrou o evento em um hino que tem sido
usado para provar a divindade do visitante. De acordo com ele, Cristo Jesus exis a em
forma de Deus. A palavra traduzida por "forma" (morphe) não se referia apenas à
aparência de algo ou alguém, mas à sua natureza essencial. Era usada para descrever o
selo ou anel romano, que, impresso na cera, expressava a insígnia do imperador. Jesus era
um retrato em 3D do Pai. Para dizer em português claro, o próprio Deus.
No entanto, Cristo abriu mão de tudo para realizar o plano divino. Ele não visitou nossa
cracolândia por algumas horas, encerrando a visita antes do previsto, mas tornou-se um
de nós. Entrou para a classe humana pelo nível mais baixo. Veio como servo, fazendo o
que um escravo faz. Deixou de lado a veste real e colocou a roupa comum. Mais que isso,
humilhou-se até a morte e foi pregado na cruz - punição reservada para os piores
criminosos e considerada tão bárbara que nenhum cidadão romano podia ser crucificado
sem a ordem direta do imperador. Jesus se tornou menos para que você pudesse se tornar
mais. Esvaziou-se para encher sua vida.
Paradoxalmente, o caminho para baixo é também o caminho para cima. Depois da maior
humilhação do universo, Cristo recobrou seu status. Foi novamente exaltado à glória
celes al. Diante dele, todos não apenas se levantam, mas se inclinam.
Você precisa ter a a tude de Cristo, diz Paulo. Pois Deus está mais interessado em dar-lhe
uma nova mente do que no tamanho do seu cérebro. A palavra "mente" (phroneo) se
refere ao modo de pensar, e não ao intelecto em si. Note que o apóstolo coloca o verbo
no tempo presente, indicando uma ação con nua, um es lo de vida; na voz a va,
sugerindo uma decisão da vontade; e no modo impera vo, implicando uma ordem. Em
resumo, adote o padrão mental de Cristo. Abra mão de seus "direitos". Morra para que os
outros vivam. Se você se esvaziar, Deus o encherá; se humilhar-se, será exaltado; se for
para a cruz, terminará no trono.
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Chance para o império
23 de abril
Agora eu, Nabucodonosor, louvo e exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele
faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. Daniel 4:37
Todos os grandes impérios têm em seu currículo episódios de perseguição ao povo de
Deus: o Egito escravizou os hebreus e promoveu um programa de genocídio de crianças; a
Assíria conquistou Israel, invadiu Judá, si ou suas cidades for ficadas e desafiou Yahweh;
Babilônia destruiu Jerusalém e o templo; a Pérsia de Xerxes emi u um decreto
autorizando a morte de todos os judeus num único dia; a Grécia tentou destruir a cultura
judaica pela helenização; Roma matou Jesus, destruiu Jerusalém e o templo e perseguiu
os cristãos; a Alemanha nazista promoveu o Holocausto; os Estados Unidos falarão como
dragão. Por trás de todos esses impérios está o império do mal, que tenta a ngir o Senhor
atacando o povo de Deus.
O que impressiona nessa história é que Deus sempre tem uma maneira de chegar ao
coração do império. Ao Egito, José mostrou quem tem a verdadeira sabedoria, e para lá os
hebreus levaram o conhecimento do único Deus. Os milagres do êxodo mostraram quem
era quem. Os assírios veram a chance de conhecer o poder de Yahweh. Nabucodonosor,
humilhado, chegou a fazer um decreto exaltando o Rei dos céus. No caso do Império
Medo-Persa, o rei Ciro foi chamado de ungido de Deus, e vários judeus testemunharam de
sua fé ali. Os gregos interagiram com os judeus e, nesse período, a Bíblia hebraica foi
traduzida para a língua deles. Os romanos foram alcançados pela pregação de Paulo e dos
apóstolos. A Alemanha, durante o nazismo, teve vozes cristãs sensatas, embora poucas. E
os Estados Unidos, um dos principais centros do cris anismo hoje, têm testemunhas fiéis
de Jesus.
Em sua megalomania, os poderosos desafiam o Céu. No entanto, Deus lhes concede uma
chance. Por quê? Porque é um Deus de amor, que oferece oportunidade, que envia
mensagens, que tenta converter até os mais impenitentes governantes. Quando nada
disse resolve, então Deus mostra quem estabelece reinos e depõe reis. Ele é o controlador
da história, o personagem invisível que dirige o des no do mundo, o poder que está acima
de todos os poderes.
Se você é parte do povo fiel, saiba que o Senhor o protegerá dos reis da Terra. Deus está
acima de todos eles. Contudo, você mesmo pode ser um pequeno imperador e, como
quase todo imperador, talvez não ame a jus ça nem reconheça o Deus do Céu. Apesar
disso, você recebe oportunidades. Deus tem maneiras de chegar a seu coração que até
você desconhece. Você vai louvar, exaltar e glorificar o Rei dos Céus agora ou vai precisar
que Deus mostre para você quem está no controle dos tronos, dos impérios, dos
acontecimentos e da história?
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Explosão no shopping
24 de abril
Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona
encontra misericórdia. Provérbios 28:13
Era di cil acreditar na manchete do jornal, mas o imponderável às vezes acontece: o
Shopping Center Norte, em São Paulo, poderia ser fechado. O mo vo era igualmente
incrível: risco de explosão devido à presença de gás metano no subsolo. Imagine um
centro comercial do tamanho do Center Norte, com 331 lojas e cerca de cem mil pessoas
passando por seus corredores diariamente, sendo interditado por causa de gases! O fato é
que o estabelecimento somente conseguiu con nuar aberto após uma batalha judicial e a
promessa de implantar um sistema de mi gação dos gases, com a instalação de dez
drenos.
O problema é que o Center Norte, inaugurado em 1984, foi construído sobre um an go
lixão. Com o tempo, surgiram altas concentrações do gás metano, que é inflamável. Para a
Cetesb, havia risco real de explosões. Em 2011, segundo a agência, a vistoria encontrou
"índices de inflamabilidade" em sete pontos do shopping. Outros nove pontos nham
"potencial para migração do gás para o ambiente interno". Por isso, além de uma pesada
multa, veio a ameaça de fechamento.
Mesmo con nuando aberto, o Center Norte precisou enfrentar a desconfiança do público
e o desafio de recuperar sua imagem. Isso sem falar no inves mento para descontaminar
a área, o que é possível, mas pode levar décadas. As coisas teriam sido bem mais simples
se o lixão vesse sido eliminado antes da construção do centro comercial.
No âmbito espiritual, existe também o perigo de construirmos o centro de nossa vida
sobre lixões, o que pode levar ao risco de explosões e à interdição de nosso shopping pela
agência celes al do meio ambiente. "Quem esconde os seus pecados não prospera", diz o
texto de hoje. Em outro lugar, lemos: "Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo
definhava de tanto gemer" (Sl 32:3). Encobrir erros é o mesmo que construir sobre lixões.
Em algum momento, o risco de explosão será real.
Pecado encoberto, senso de culpa, ódio, indisposição para perdoar, tudo isso cons tui
"lixo" emocional e espiritual, uma verdadeira fábrica de metano. Para evitar futuras
explosões, é preciso confessar os pecados, buscar o perdão, dispor-se a perdoar, subs tuir
o ódio pelo amor, ou seja, remover todo o lixo antes de construir.
Se você preparar o terreno de sua mente no momento certo, eliminando todo resíduo que
possa criar "gases", evitará problemas futuros. Porém, mesmo que o risco já exista, é
possível descontaminar o subsolo. Você pode colocar drenos e evitar que uma explosão
mande seu shopping mental para os ares. Peça para o técnico celes al vistoriar seu
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coração hoje.
Conhecimento supremo
25 de abril
Mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o
SENHOR. Jeremias 9:24
Ainda que eu conheça os livros de todas as bibliotecas do globo e decore todas as
enciclopédias, se eu não conhecer o Senhor, meu conhecimento será um exercício estéril
de curiosidade intelectual.
Ainda que eu tenha a capacidade de localizar fatos, reunir informações e encontrar
respostas como o Google, se não acessar o conhecimento do Senhor, não passarei de uma
simples ferramenta de inteligência digital.
Ainda que eu me aventure por todos os domínios do conhecimento, como a filosofia, a
sociologia, a antropologia, a psicologia, a teologia, a biologia, a sica, a química, a
astronomia, a medicina, a neurologia, a ciência da computação, a arqueologia e a
futurologia, se eu não me aventurar em conhecer o Senhor, não passarei de um
aventureiro deslumbrado.
Ainda que eu me torne PhD em todas as áreas, se não me especializar no conhecimento
do Senhor, não passarei do estágio do menino que tenta aprender o ABC.
Ainda que eu concentre o conhecimento de todos os cien stas e filósofos do mundo, se
eu não conhecer o Senhor, serei como o ignorante que não sabe que nada sabe.
Ainda que eu encarne o jovem montado no cavalo da escultura Los Portadores de Ia
Antorcha, que Anna Hya Hun ngton esculpiu e doou para a Universidade Complutense
de Madri, representando a transmissão do conhecimento de uma geração para outra, se
eu não conhecer o Senhor, segurarei uma tocha apagada.
Ainda que eu seja um judeu devoto e, durante a Amidah, a oração central da liturgia
judaica, eu recite três vezes por dia o pedido para que o Onisciente me favoreça com
conhecimento, entendimento e discernimento, se eu não conhecer o Senhor, não terei
ideia do que é orar.
Ainda que eu vesse um DNA do conhecimento sempre informando o meu sistema, em
que o conhecimento geraria novo conhecimento, num ciclo sem fim, se não vesse o
conhecimento do Senhor, pereceria por falta de conhecimento.
O conhecimento do Senhor é fonte de vida, é luz da verdade, é caminho de felicidade.
Havendo conhecimento, será ultrapassado; havendo ciência, desaparecerá; havendo
sabedoria, perderá a u lidade. Porém, o conhecimento da glória do Senhor, refle do na
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face de Cristo, encherá a Terra como as águas enchem o mar e brilhará por toda a
eternidade.
A mulher invisível
26 de abril
[Jesus] virou-se para a mulher e disse a Simão: "Vê esta mulher?". Lucas 7:44
No decorrer da festa, a mulher apresentou um comportamento considerado impróprio,
que se tornou ainda mais embaraçoso por causa da escandalosa aprovação dada a ela
por Jesus. A situação era embaraçosa para o anfitrião, mas Jesus não fazia nada para
deses mulá-la.
A mulher não conseguia se controlar. Sua inibição nha desaparecido. Caída aos pés de
Jesus, extravasava suas emoções. Muitos frascos de lágrimas de seu passado fluíam em
abundância. Ela chorava sem parar e secava os pés de Jesus com seus cabelos. Na
concepção da época, usava a parte mais nobre do corpo para honrar a parte menos nobre
do corpo de Jesus. O problema é que soltar o cabelo em público era desonroso, coisa
pica de mulheres pecadoras.
Vendo o gesto da mulher, Simão raciocinou: "Se Jesus fosse um profeta ou o profeta (isto
é, o Messias), conheceria o caráter das pessoas, e não iria querer ter nada a ver com essa
mulher. Já que ele a aceitou, não sabe que ela é pecadora e não pode ser profeta." Porém,
suas premissas e conclusões estavam erradas. A lógica da graça e do amor é diferente da
lógica dos fariseus e dos computadores.
Simão era um pecador silencioso, que se achava melhor que os outros. Como fariseu, vivia
separado dos pecadores. San dade, para ele, era separação. Era tão pecador quanto a
mulher, ou ainda mais. A diferença é que a mulher nha consciência de seu pecado,
enquanto ele só nha consciência de sua jus ça.
Para mostrar que conhecia a vida da mulher e de Simão, Jesus contou a história da própria
vida de Simão. Ele indicou um contraste marcante entre Simão e a mulher: além de não
providenciar o óleo, Simão não nha beijado Jesus; a mulher, além de quebrar o frasco de
perfume, não parava de beijar os pés do Mestre.
"Vê esta mulher?", disse Jesus a, Simão. "Abra seus olhos", ele parecia dizer. "Veja a
situação dela e veja a sua." Como grande pecador, Simão deveria ser imensamente grato e
extravasar sua alegria por ter sido perdoado. Porém, a mulher é que dava vazão a suas
emoções. O perdão era tão real para ela quanto sua vida de pecado.
Para Simão, era como se a mulher fosse invisível por ter má reputação. O preconceito
cega. Ele achava que Jesus não via a vida de pecado da mulher. Jesus via a mulher, mas
não do jeito que Simão a via. Jesus vê você do jeito que você é e do jeito que será. Ele é
capaz de ver além da vida de pecado e fracasso. Onde as pessoas veem apenas impureza
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e degradação, Jesus consegue ver pureza e valor.
Um novo lar
27 de abril
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou
preparar-vos lugar. João 14:2 (ARA)
Em abril de 2006, um devastador tornado de categoria F3 passou por Hendersonville, no
Tennessee, e a ngiu a casa da família Hawkins, destruindo-a completamente. Enquanto o
bombeiro Jerrod estava na estação de trabalho e apenas podia observar a catástrofe pela
TV, sua esposa, Amy, encontrava-se em casa e decidiu fazer algo. Heroicamente, ela deitou
sobre os dois filhos pequenos, Jair (6 anos) e Cole (3 anos), no porão, e os salvou.
Infelizmente, os jolos, pedaços de concreto e escombros que a a ngiram lhe causaram
sérios traumas sicos, inclusive a perfuração dos pulmões e danos nas vértebras,
paralisando seu corpo da cintura para baixo e prendendo-a para o resto da vida a uma
cadeira de rodas.
Indagado sobre o que havia acontecido, Jair disse aos repórteres: "A casa foi pelos ares, e
agora mamãe é uma heroína." A comunidade também reconheceu o heroísmo ' de Amy e
coletou mais de 50 mil assinaturas pedindo que a família Hawkins recebesse a visita da
equipe do programa de TV Extreme Makeover: Home Edi on, da ABC.
Apesar da tragédia, uma no cia boa veio pouco tempo depois. Na manhã do dia 28 de
julho, a família Hawkins foi acordada com o conhecido bom-dia de Ty Pennington. A
família iria receber uma nova casa. Além disso, um concerto do cantor Allan Jackson
organizado pela equipe do programa arrecadou mais de 190 mil dólares para a família.
Assim como os Hawkins, centenas de famílias receberam novos lares do programa, cujo
conceito era elogiável: reconstruir a casa, o sonho e a esperança de famílias esforçadas
que realmente precisavam de ajuda para reiniciar a vida. Com o talento dos designers e o
patrocínio das empresas, o resultado era sempre espetacular.
Durante a construção, a família beneficiada passava uma semana de férias em um lugar
paradisíaco. O emocionante clímax ocorria quando a família voltava numa limusine,
aproximava-se da nova residência, sem vê-la, devido à presença de um grande ônibus na
frente da construção, e o apresentador gritava: "Tire o ônibus! Tire o ônibus!" Então a
família podia conhecer seu novo lar e descobrir as surpresas preparadas pela equipe.
Um dia também Jesus ordenará que seja removido o "ônibus" que impede você de ver seu
novo lar, e então, entre lágrimas de emoção, você poderá descobrir as surpresas
preparadas para transformar seus sonhos em realidade. Nesse dia, em face do presente
de Jesus para você, todos os percalços deste mundo parecerão pequenos. Será pura
emoção!
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O profeta e a viúva
28 de abril
Pois assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: "A farinha na vasilha não se acabará e o azeite
na bo ja não se secará até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra." 1 Reis 17:14
Tempo de crise, época de seca. Deus estava irado com o povo de Israel. Quem conhecia
bem os mo vos era Elias, visionário das montanhas de Gileade, acostumado às paisagens
rigorosas. Homem de Deus, ele havia profe zado a crise hídrica. Agora, por ordem divina,
vivia às margens do ribeiro Querite, um pequeno afluente do rio Jordão, onde permaneceu
por cerca de dois anos.
No meio da seca, ele nha um oásis e corvos-garçons para lhe servir sanduíches duas
vezes por dia. Naquele lugar, pôde confirmar que, em tempo de seca, o Senhor prepara um
riacho no deserto; e, em época de fome, manda comida do céu.
Porém, os bons tempos não duram para sempre. Às vezes, nossas próprias orações secam
nossos rios. Sujeito à natureza assim como o restante da população, Elias estava ficando
sem água. Será que sua fé estava minguando no mesmo ritmo do riacho? Um dia, o
profeta levantou, inclinou-se para lavar o rosto no ribeiro e, consternado, descobriu que a
água se fora!
Nessas horas, a melhor coisa é ouvir a voz de Deus e buscar novos caminhos. Deus
mandou Elias ir ao encontro de uma viúva em Sarepta, perto de Sidom, terra da rainha
Jezabel. Talvez o pai dela fosse rei ali. A vila ficava a cerca de 150 quilômetros. E Elias não
nha um camelo. Será que ele era bom de geografia? No mínimo, sabia que a cidade
ficava perto do centro de adoração a Baal e Astarote.
Localizada ao longo da costa do mar Mediterrâneo, na Fenícia, numa região que hoje
pertence ao Líbano, Sarepta significa "lugar de teste". A caminhada naqueles cenários
esquelé cos era uma prova para um estágio superior na fé.
Quando chegou, a situação ali estava tão ruim que uma viúva anônima, sem
aposentadoria, planejava comer sua úl ma refeição e morrer. O filho, única esperança da
mulher, também estava para morrer. E, meses depois, morreu, como se fosse "um ponto
colocado antes do fim da sentença", para usar uma metáfora de Carl Jung.
O profeta faminto chegou exigindo comida. Quando você está no limite, Deus pede tudo
que você tem. No entanto, Elias e a mulher estavam aprendendo a caminhar pela fé. Ela
ofereceu pão, ele devolveu pão, esperança e vida. Deus usou a viúva para suprir a
necessidade do profeta e usou o profeta para suprir a necessidade dela.
As secas e fomes podem afetar cada área da vida. Porém, há um propósito em cada seca,
em cada ribeiro sem água. O importante é saber que as estações de seca são apenas
estações. Elas podem demorar, mas vêm e vão.
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Fuga do leão
29 de abril
Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Mateus 22:21
No início de 2013, o ator francês Gerard Depardieu foi registrado como residente da
cidade russa de Saransk, onde abriria um restaurante. O mo vo da nova cidadania não era
seu amor pela Rússia, mas a fuga dos altos impostos na sua pátria. No ano anterior, ele já
havia se mudado para a Bélgica a fim de evitar um imposto de 75% para os milionários na
época.
Imposto é um mal necessário, mais mal do que necessário, que só sobrevive por força da
lei. Onde há dinheiro, há imposto. E, às vezes, o imposto existe mesmo onde não há
dinheiro. Exorbitante, geralmente injusto, mal empregado, o imposto é tão certo quanto a
morte. Por sua natureza e seus efeitos, podemos concluir que o imposto também é parte
do salário do pecado!
Na qualidade de bom cidadão, o cristão obedece às leis e paga impostos. O próprio Jesus
disse que devemos dar ao imperador o que é do imperador e a Deus o que é de Deus.
Mas, certamente, nem o cristão consegue pagar impostos de boa vontade quando sabe
que um carro ou computador em seu país custa o dobro do preço em outros países que
oferecem infraestrutura melhor.
Do imposto, não dá para fugir. Porém, podemos pagar "imposto" para alguém que
concede uma res tuição muito maior e melhor. Quando damos a Deus o que é de Deus,
podemos ter certeza de que o inves mento tem um retorno garan do.
Certa vez, um assessor fiscal foi até um cristão pobre para determinar a quan dade de
impostos que ele teria que pagar. "Que propriedade você possui?", perguntou o assessor.
"Sou um homem muito rico", replicou o cristão. "Enumere seus bens, por favor", instruiu o
assessor. O cristão disse: "Primeiro, tenho a vida eterna (Jo 3:16). Segundo, tenho uma
mansão no Céu (Jo 14:2). Terceiro, tenho paz que excede todo o entendimento (Fp 4:7).
Quarto, tenho alegria inexprimível (1Pe 1:8). Quinto, tenho amor divino que nunca falha
(1Co 13:8). Sexto, tenho uma esposa fiel e virtuosa (Pv 31:10). Sé mo, tenho filhos
obedientes e felizes (Êx 20:12). Oitavo, tenho amigos verdadeiros e leais (Pv 18:24). Nono,
tenho canções à noite (Sl 42:8). Décimo, tenho a coroa da vida (Tg 1:12)." O assessor
fechou o notebook e disse: "Você é verdadeiramente um homem muito rico, mas sua
propriedade não está sujeita a impostos."
Dê a Deus o que é de Deus, e você, com uma nova cidadania, terá bens fora do alcance do
Fisco. O Leão da tribo de Judá não pega ninguém na malha fina.
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Oportunidade de inves mento
30 de abril
E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confioulhes os seus bens. Mateus 25:14
O que você faz com as oportunidades determina o que as oportunidades farão por você.
Essa é a verdade fundamental que aprendi com a parábola dos talentos, contada com
inteligência por Jesus e registrada em Mateus 25:14 a 30. O talento aqui foi usado como
metáfora para os dons, as habilidades e oportunidades que recebemos. Em síntese, essa
parábola ensina seis coisas:
1. Cada oportunidade significa uma expressão de confiança. Ao sair de viagem, o patrão
confiou seus bens aos servos (v. 14). O dinheiro, o tempo, a influência e a saúde que você
desfruta não lhe pertencem. É graças a um voto de confiança que você administra esse
capital.
2. A capacidade é o segredo da oportunidade. O critério da divisão foi a capacidade, não a
igualdade (v. 15). A parábola assume que as pessoas são diferentes. Caso contrário, o
patrão dividiria os oito talentos entre os três servos, o que daria quase 2,7 para cada um.
Quanto mais preparo e capacidade você ver, mais oportunidades baterão à sua porta.
3. A oportunidade não dispensa o esforço. A melhor estratégia para duplicar os talentos é
o trabalho diligente e imediato, como fez o servo que recebeu cinco talentos (v. 16). A
a tude medrosa e talvez invejosa do servo de um talento levou-o ao fracasso (v. 18). Viver
perigosamente em prol do reino é melhor do que viver seguramente em bene cio próprio.
4. Toda oportunidade implica responsabilidade. Depois de muito tempo, chegou o dia do
acerto de contas (v. 19), pois tempo de ausência não significa ausência de
responsabilidade. A prestação de contas vale para todos.
5. A produ vidade "rouba" a oportunidade da ina vidade. O servo ina vo perdeu seus
talentos para o mais produ vo. O dinheiro poderia ter sido inves do, gasto ou escondido.
Ele preferiu ocultá-lo, e então arrumou desculpas (v. 24, 25). Se eu fosse escrever um livro
sobre a vida desse servo, o tulo poderia ser: "O homem que perdeu tudo por não fazer
nada." Ele comprovou que o talento se torna inú l se não for usado.
6. A fidelidade traz novas oportunidades. O elogio expresso aos inves dores de cinco e
dois talentos (v. 21,23) não ocorreu por causa do resultado, mas da integridade no uso dos
recursos. Por isso, só eles par ciparam da felicidade e do es lo de vida do patrão. Quando
somos fiéis na ação, Deus é fiel na recompensa. Ele sempre diz: "Venha e par cipe da
alegria do seu senhor!" (v. 23).
Quantos talentos você vai devolver a Cristo no dia do acerto de contas?
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