James Doolittle

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James Doolittle
James Doolittle
Escrito por Daniel Souza
Seg, 26 de Maio de 2008 10:48
Numa época de muitos bandidos e poucos heróis, se torna um dever nosso trazer à memória
pessoas que fizeram a diferença em momentos cruciais da história.
Desejo, com este texto, fazer um tributo à memória de um homem que certamente não deve
ser esquecido, James Harold “Jimmy” Doolittle.
Figura praticamente desconhecida no Brasil, o General Doolittle, então Coronel aviador da
Marinha dos EUA, foi uma das principais figuras da chamada Batalha do Pacífico, ocorrida
durante a Segunda Guerra Mundial. Antes de contar a sua história, farei uso de um breve
parágrafo para explicar onde tudo começou.
Em 07 de Dezembro de 1941, 353 caças e bombardeiros japoneses atacaram a base
americana de Pearl Harbor, fazendo milhares de vítimas e, ainda mais, pondo a pique boa
parte da frota naval americana no Pacífico. Esse episódio ficou conhecido posteriormente como
o “Dia da Infâmia”, um termo cravado pelo então presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt.
Esse fato marcou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, conflito que já
estava por completar dois anos em solo europeu.
Em Abril de 1942, quatro meses após o ocorrido em Pearl Harbor, o Porta-aviões USS Hornet,
já navegando em águas do oceano Pacífico, recebe a ordem para um ataque-surpresa a
instalações militares e industriais do Japão Imperial. Refinarias de petróleo e a fábrica de
aviões de combate da Mitsubishi em Tóquio eram seus principais alvos.
No momento em que foi recebida a ordem, o USS Hornet estava a 1500 km da costa japonesa.
Seu plano era se aproximar até 700 km do alvo, distância segura tanto para o porta-aviões, que
teria tempo hábil para retornar, quanto para o esquadrão de bombardeiros
B-25
, comandado pelo até então Coronel James Doolittle, que teria combustível suficiente para voar
até pistas de aterrissagem na China, país aliado dos EUA naquele conflito.
Porém, imprevistos e obstáculos acontecem. - Mas são esses os momentos em que a
coragem, a habilidade, o preparo e a determinação de homens como o Cel. Doolittle fazem
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toda a diferença.
Na manhã do dia 18 de abril de 1942, a 1.050 km da costa japonesa, são avistados supostos
navios de pesca, que na realidade faziam a ronda do mar imperial. O USS Hornet havia sido
descoberto e sua presença já não era mais uma novidade para os inimigos. Era necessário se
tomar uma decisão: ou se desistia da missão, retornando em alta velocidade; ou se prosseguia
com o plano, mesmo com o risco de falta de combustível para os bombardeiros. A decisão,
tomada pelo comande do
Hornet
Marc Mitscher,
em conjunto com o Cel. Doolittle, foi pela segunda opção. Rapidamente é montado o plano de
ataque e mobilizado o contingente de pilotos e aeronaves.
Dez horas antes do previsto (e mais de 250 km antes do ponto que havia sido planejado), às
08h20, é iniciada a decolagem do primeiro avião B-25, comandado pelo Cel. Doolittle, ele
próprio
.
Em uma pista de 142 metros, sobre o convés de um porta-aviões e sem o uso de nenhuma
catapulta, decola o primeiro de 16 aviões, carregando, cada um deles, 4 bombas. Dentro de
uma hora, todos os aviões haviam decolado, formando uma linha de ataque, contínua, de 300
km. O ataque, anteriormente programado para acontecer durante a madrugada, é feito à plena
luz do dia.
Por volta do meio-dia (horário local do Japão) são feitos os primeiros disparos em direção a
complexos militares e refinarias de petróleo. O Império havia sido atacado de surpresa.
Curiosamente, dois lugares não deviam ser bombardeados: o Palácio Imperial e a grande torre
de rádio existente em Tóquio, - pois todos deveriam saber que o Japão havia sido atacado em
seu próprio território.
Como se poderia imaginar, poucas horas após o ataque, já em solo Chinês, começa a acabar
o combustível das aeronaves americanas. Sem ter se chegado à pista de pouso, só uma
decisão restava ao Cel. Doolittle: ordenar que seus homens pulassem de pára-quedas,
abandonando as aeronaves que os haviam conduzido em tão ousada missão, descendo em
um país desconhecido e no meio de um povo de cuja língua não falavam sequer uma palavra.
Ao fim da operação, e podemos dizer que milagrosamente, a maioria dos homens sobreviveu,
incluindo o Comandante da operação. Havia sido dado o recado: os EUA podiam revidar a
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agressão japonesa em Pearl Harbor no próprio solo adversário.
Essa operação, bem sucedida apesar de todas as adversidades enfrentadas, teve um peso
fundamental para equilibrar a Guerra do Pacífico e - o mais importante - consolidar o plano do
Presidente Roosevelt de elevar a moral do povo americano e prepará-lo para aquilo que seria
um dos maiores desafios que estavam à frente: a Guerra na Europa.
Concluo lembrando que, obviamente, nenhuma guerra ou conflito é algo bom. Porém existem
momentos na história, em tempos de guerra ou de paz, em que precisamos estar prontos para
as mais diversas circunstâncias e acontecimentos que possam nos acometer. Algo que no
Brasil, infelizmente, não se leva em consideração. Nossas escolas formam alunos para um
suposto “raciocínio crítico”, mas sem preparo para as diversas situações da vida real. Pais
terceirizam a educação de seus filhos à televisão, onde podem ser disciplinados pela Xuxa e
pelas novelas. As igrejas ficam vazias, mas os bares estão cheios. Poucos jovens escolhem
carreiras profissionais que realmente contribuam para o futuro do país, mas sobram
adolescentes participando da “Marcha da Maconha”.
Cada país sabe o futuro que prepara para si e para os seus.
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