Sucót
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Sucót
Sucót Hospitalidade e Alegria “E te alegrarás em tua festa e serás somente feliz” (Devarím 16:14-15) A Festa da Alegria A própria Torá incluiu a mitsvá de estar em estado de alegria nas festas, mas exclusivamente em Sucót esta ordem aparece duas vezes. Mas como é possível estabelecer um mandamento desses? Acaso temos controle sobre nossas emoções? É possível escolher estar feliz? Itzhak (cujo nome significa “ele rirá”) é o patriarca que começa sua vida de forma trágica, pois o pai, Avraham, é ordenado a sacrificar-lhe. Porém, o significado de seu nome nos permite refletir sobre o que é a alegria e o que é a risada. Uma possível opção interpretativa é a de que o riso signifique “pensar fora da caixa”, mudar o próprio destino, olhá-lo de outro modo, lidar de maneira criativa com as condições de vida, dispor-se corajosamente, ser diferente e fazer a diferença, e, principalmente, enfrentar tudo com o espírito sempre disposto a sorrir e rir. Tendo isso em mente, podemos compreender que o mandamento de “ser feliz” não é meramente um clichê, mas, sim, uma ferramenta que nos permite desenvolver um meio construtivo de ver tudo. O riso é entendido não apenas como uma postura superficial ou uma leviandade irresponsável. O riso passa a ser a atitude vital, a escolha pela vida, e uma ótima opção para o primeiro chag de um novo ano. Sucót Sucót começa no quinto dia após Iom Kipur (15 de Tishrê) com uma transição bastante drástica da data mais solene do ano para a mais alegre do calendário, e por isso é conhecida como zmán simchatênu (época da nossa alegria) e como “HeChag” (“A Festa”). A festa, também conhecida por Chag haAssíf (festa da ceifa dos cereais, última colheita do ano agrícola), é a terceira das shalósh regalím (três festas de peregrinação), depois de Pêssach e Shavuót. É uma festividade originalmente agrícola, durante a qual se ceifavam os cereais e se comemorava a chegada das chuvas em Israel. Também é atribuída à festa a comemoração da travessia dos judeus no deserto ao longo de 40 anos. Por esse motivo recebeu o nome de Sucót (cabanas), em uma referência ao modo de vida dos judeus durante este período da história. Dura sete dias, ao longo dos quais somos convidados a vivenciar a experiência de se “viver” em uma sucá. A sucá Como símbolo da frágil liberdade conquistada no deserto, a sucá deve ser uma moradia instável, para nos lembrar do passado vivido pelos judeus, do presente e também do futuro desconhecido, convidando-nos a repensar os benefícios e malefícios da estabilidade. O excesso de segurança faz com que as pessoas se acomodem e deixem de valorizar o que possuem, abandonando a busca por seu aprimoramento e esquecendo os caminhos tortuosos que foram percorridos anteriormente até se alcançar a tranquilidade estável. A sucá abala o modo corriqueiro de ver o mundo, pois, se ao longo do ano, acreditamos que nossas seguranças são concretas e seguras, em Sucót nós nos recordamos que a liberdade, a situação econômica e a própria vida são instáveis, e essa consciência permite uma maior identificação com as necessidades de hoje. Hospitalidade O mais importante da sucá é que ela seja aberta e receba a todos AVRAHAM • Sucát Shalom A principal característica do primeiro hebreu é a hospitalidade. Arbaát haMiním • Quatro Espécies Avraham não conheceu a Torá: sua única mitsvá era a hospitalidade, por isso era conhecido por sua tenda (tenda de Avraham), ou Sucát Shalom, onde todos eram acolhidos. Avraham foi quem mais recebeu e hospedou convidados. USHPIZIM Os patriarcas, matriarcas e outros personagens que visitam diariamente a Sucá (Ushpizim) e desafiam a nossa hospitalidade. A Sucá deve ser aberta e preparada para hospedar diferentes tipos de pessoas, de diferentes épocas, fazendo com que todos se sintam acolhidos. ETRÓG Tem cheiro e gosto. LULÁV Não tem cheiro, mas tem gosto. HADÁS Tem cheiro, mas não tem gosto. ARAVÁ Não tem cheiro nem gosto. TODOS POSSUEM SEU VALOR E IMPORTÂNCIA O cheiro é uma característica externa, podemos senti-lo sem comer o fruto. Simboliza aquilo que realizamos. Já o gosto é interno: sem ingerir não o sentimos. Por isso simboliza aquilo que sabemos, entendemos e pensamos. O DIFERENTE Assim, o etróg representa a ação certa com o entendimento correto; o luláv, com o gosto, simboliza o entendimento certo; o hadás, com o cheiro, representa a ação correta; e o aravá, a ausência de ambos. Pensamento diferente Olha diferente Fala diferente As diferentes possibilidades é que formam a diversidade do povo judeu. Aceitar a diversidade faz com que sejamos melhores anfitriões. Ação diferente Fase da vida diferente ade de Dificuld r com o e iv v con te da diferen época a m s e m Di m ficul comaior d dade o d e co aind ife nv a ou rent iver tra e d épo e ca e Uso d gia lo tecno te n difere As quatro espécies também podem simbolizar: a colheita a necessidade da união na diversidade as quatro letras do nome de Deus as diferentes partes do corpo humano as diferentes formas de ser judeu e humano Todos os simbolismos falam de DIVERSIDADE Apenas reconhecendo as diferenças é que é possível se fortalecer e se aprimorar constantemente. Diferentes Sucot PREPARAR-SE PARA RECEBER A TODOS Hospitalidade: Movimento de dois sentidos. É importante acolher o outro de modo que ele se sinta em casa. Mas também é necessário se comportar bem ao ser recebido. Devemos saber ouvir e respeitar as regras da habitação do outro. Habitar o outro e deixar que o outro habite em nós. s Sucá Sámech A mais fechada de todas, com entrada a partir de apenas uma porta (barreira). Menos acolhedora. Sucá Caf A mais comum de todas, sem uma das paredes. Permite a entrada e a saída de um grande fluxo de pessoas. h k Sucá Hei • Sucát Shalom A tradição diz que assim era a sucá de Avraham: com duas entradas em lados diferentes, acolhendo a quem passasse, não importando de onde viesse. “Receba toda pessoa de bom modo” Pirkê Avót 1:15 Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, a questão dos direitos das minorias ocupa uma posição central na política do país. A declaração de independência israelense declara que o Estado de Israel “patrocinará o desenvolvimento do país para o benefício de todos os seus habitantes; será baseado na liberdade, justiça e paz como idealizado pelos profetas de Israel; garantirá liberdade de religião, consciência, língua, educação e cultura; respeitará os lugares sagrados de todas as religiões; e será fiel aos princípios da Carta das Nações Unidas”. Ao longo da última década, o fluxo migratório de não judeus aumentou significativamente, principalmente vindo da Rússia, Romênia, Tailândia, República Popular da China, Índia e vários países da África, como os refugiados sudaneses e etíopes, onde populações carentes buscam recomeçar a vida. Mesmo com suas dificuldades e desafios, Israel busca acolher a todos, em consonância com o espírito do midrash que sugere que a essência do judaísmo é a hospitalidade, principal característica de Avraham, o primeiro judeu. Para apoiar a construção do Estado Judeu, o Masa, programa de viagens para Israel, oferece oportunidades únicas de experiência no país, que incluem práticas de voluntariado que fazem a diferença nas populações mais vulneráveis do país. Mais informações no site: www.masaisrael.org/pt-br