A presença de áudio em materiais educacionais - NUTED
Transcrição
A presença de áudio em materiais educacionais - NUTED
A PRESENÇA DE ÁUDIO EM MATERIAIS EDUCACIONAIS DIGITAIS Fátima Weber Rosas-UFGRS- [email protected] Apesar da música ainda não estar sendo valorizada no âmbito educacional como deveria, ela está presente em quase todos os ambientes (local de trabalho, escolas, propagandas, filmes, novelas, internet, supermercados, vídeos). A música também está se tornando cada vez mais presente nos materiais educacionais digitais1 que integram sons e/ou música com imagens, textos, animações e outros. É de suma importância que, ao criar um material educacional, como por exemplo, um vídeo, uma apresentação Power Point, ou outro, o professor saiba inserir arquivos de som. Muitas vezes, torna-se necessário realizar a edição de um áudio ou de uma música ao inserila nesses materiais. Para isso é importante conhecer alguns formatos de arquivos de áudio e suas extensões, bem como alguns aspectos a observar ao inserir arquivos de áudio em um material educacional digital. Existem diversos tipos de compactação e programas que geram e tocam arquivos de áudio. Como estamos lidando com som e música, primeiramente distinguir-se-á alguns termos, como o conceito de áudio, de som, de música e de trilha sonora. De acordo com o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, áudio significa: “O som audível, reproduzido eletronicamente; a parte sonora de um filme; a parte do sinal que contém as informações de som.” (Ferreira, 2004). Som quer dizer: Fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material elástico (especialmente o ar); sensação auditiva criada por esse fenômeno; ruído; som musical: um som de violoncelo, de flauta; [...] O que provém de uma vibração periódica, e se caracteriza pela altura, pela intensidade e pelo timbre. [...] O som é a matéria-prima da música. (Ferreira, 2004). Para o conceito de música, música concreta e música eletrônica, têmse: “Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo.” (Med, 1996). 1 [...] “materiais educacionais digitais (MEDs), conceituados [...] como todo o material didático elaborado com objetivos relacionados à aprendizagem e que incorpora recursos digitais.” (Behar, 2009). Música: Arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido. [...] Música concreta: Gênero de música experimental de vanguarda, ou novo método de compor idealizado pelo francês Pierre Schaeffer (1910-1995), e através do qual o compositor procura reunir toda espécie de objetos sonoros (sons musicais e ruídos concretos), já gravados em disco ou em fita magnética, para transformá-los em seguida por meio de manipulações complexas, e utilizá-los em montagens e colagens, conforme seu pensamento musical; Música eletrônica: A que utiliza sons de origem eletromagnética, que o compositor seleciona e ordena a fim de obter um resultado artístico. (Ibidem). Fritsch (2008) acrescenta o conceito de música eletroacústica, englobando o conceito de música eletrônica e de música concreta: Os termos “música eletrônica” e “música concreta” ainda são utilizados nesta obra, por outras publicações e compositores; entretanto, atualmente, ambos são englobados pelo termo “música eletroacústica. [...] A música eletroacústica é realizada através de procedimentos que sintetizam ou transformam o som através do computador. (Fritsch, 2008). Trilha sonora quer dizer: Fita magnética sobre a qual se grava o som de um filme; a parte sonora de um filme, de uma produção de televisão, etc.; o registro sonoro obtido mediante determinado canal de áudio; pista sonora. (Ferreira, 2004). A partir de um maior esclarecimento dos significados das palavras áudio, som, música e trilha sonora, se utilizarão o termo áudio como sendo uma música, a parte sonora ou a trilha sonora de um vídeo, de um filme, de um material educacional digital ou de um objeto de aprendizagem (OA), sendo que, para a parte sonora de um OA, prefere-se utilizar o termo trilha sonora. Em determinados programas encontramos no menu “inserir” a palavra som, empregada como sinônimo de áudio. O termo trilha sonora também é, muitas vezes, utilizado como sinônimo de áudio. Entretanto, todos esses termos na informática, referem-se a arquivos de áudio com diversas extensões e compactações, reproduzidos em diferentes programas. Principais extensões de arquivos de áudio .ACC: Arquivo de codificação de áudio no padrão MPEG-3 ou mp3. .ACV: Usado para comprimir e descomprimir arquivos de áudio. .AIFF ou AIF: Audio Interchange File Format: Formato de arquivo de troca de áudio desenvolvido pela Apple. Usado inicialmente como um formato do Macintosh. Atualmente está sendo mais usado, cruzando plataformas, ou seja, podendo ser aberto em outros sistemas operacionais. .AMF: Módulo de música (MOD). Formato de módulo avançado. . AMS: Módulo de música (MOD) Velvert Studio. . AMV: Mídia de vídeo avançada. . APE: Áudio do programa Monkey. . APL: Áudio do programa Monkey. . ASF: Arquivo de áudio ou vídeo executável no Windows Media Player. O formato ASF (Advanced Streaming Format ou Formato de Fluxo Avançado) é especialmente projetado para rodar na Internet. Os arquivos ASF podem conter áudio, vídeo, apresentação de slides, e eventos sincronizados, podem ser altamente compactados e distribuídos como fluxo contínuo de dados (TV ou rádio on-line). Os arquivos podem ser de qualquer tamanho, e podem ser comprimidos para adequar-se a muitas larguras de banda (velocidades de conexão) diferentes. .AU: Arquivo de som do Unix. .ENC: Partituras geradas no programa Encore. .MP1: Áudio MPEG Audio Layer 1. .MP2: Áudio MPEG Audio Layer 2 .MP3:Desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer, o mp3 ou MPEG -1/2 Audio Layer 3 é um formato de áudio que pode ser comprimido em diversas qualidades. Os reprodutores mais famosos destes arquivos são o Winamp, o Windows Media Player e o Real Player. Dentre vários programas geradores de arquivos mp3 citamos o Windows Media Player que copia arquivos de áudio de um CD e os armazena em formato wma, wav ou mp3. O Switch File Sound Converter, programa grátis que converte vários formatos de áudio, inclusive formatos de vídeo; o Freecorder Toolbar, programa grátis que permite o armazenamento de áudio e vídeo de páginas da Web e também realiza a conversão de vários formatos de áudio e vídeo, e o Music Match Jukebox que gera arquivos mp3 a partir de CD’s e arquivos wav. .OGG e OGG VORBIS: É um formato de áudio comprimido que pode apresentar igual ou melhor qualidade que o mp3 e pode ser reproduzido no Winamp a partir da versão 3. É um formato livre de encapsulamento desenvolvido pela Fundação Xiph.Org. Vorbis, é o nome dado à técnica de compressão de áudio que é empregado no arquivo ogg. O maior atrativo do Ogg Vorbis é o fato de se tratar de um padrão livre, ou seja, todos podem usálo livremente. Dentre os programas para gerar arquivos nesse formato destacam-se o Audacity, o Audiograbber e o Freerip para Windows e no Linux os programas RipperX e crip. .OKT: Módulo de música (MOD) Oktalyzer. .M3U: Lista de reprodução de arquivos de áudio/vídeo. .M3U8: Lista de reprodução de arquivos de áudio/vídeo. .M4A: Áudio no formato MP4 .MAC: Áudio do programa Monkey. .MDL: Módulo de música (MOD) Digital Tracker. .MID: Arquivo com tecnologia MIDI. .MIDI: MIDI significa Musical Instrument Digital Interface e não é um arquivo de áudio propriamente dito, pois as informações MIDI não carregam em si, nenhum sinal de áudio. MIDI é um padrão de comunicação de dados criado por diversos fabricantes de instrumentos musicais norte-americanos e japoneses com a finalidade de possibilitar a transferência de informações entre instrumentos musicais e computadores. Atualmente é também utilizado para controle de iluminação e equipamentos de áudio. (Fritsh, 2008). .MUS: Partituras geradas no programa Finale. .RM OU RAM: Formato Real Audio desenvolvido para a Internet pelo Real Media. O formato também suporta vídeo e permite fluxo de áudio (música online, rádio na Internet) com largura de banda baixa (low bandwidths). Por causa da prioridade da largura de banda baixa, a qualidade é geralmente reduzida. .SWF: Formato de animação com áudio gerado no programa Adobe Flash. Para visualizá-lo é preciso instalar o plugin da Macromedia. .WAV: Arquivo de áudio sem compressão. O formato WAVE (waveform ou forma de onda) é desenvolvido pela IBM e Microsoft e é suportado por todos os computadores com sistema operacional Windows, e por todos os navegadores web mais populares. Os sons armazenados no formato WAVE têm a extensão .wav. .WM: Áudio/vídeo do Windows Media Player, desenvolvido pela Microsoft. .WMA: Windows Media Audio: Arquivo de áudio gerado no Windows Media Player, desenvolvido pela Microsoft. .WMX: Lista de reprodução de áudio/vídeo do Windows Mídia Player. Aspectos a observar ao inserir um áudio em um material educacional digital Ao escolher ou criar um áudio ou trilha sonora para inserir em um material educacional digital é preciso que este esteja de acordo com as imagens e com o conteúdo em questão, ou seja, deve estar contextualizado. De acordo com a Teoria da Carga Cognitiva2 e com o uso do bom senso, deve-se evitar colocar uma trilha com letra (presença da voz cantada ou narrada) se houver textos escritos no material, para não distrair a atenção do aluno. Nestes casos utilizase música instrumental, ou seja, sem a presença da voz. Como estamos trabalhando com música, é importante conhecer alguns termos como: melodia, harmonia, ritmo, música vocal e música instrumental. Segundo o Dicionário Grove de música, o conceito de melodia pode variar bastante de acordo com a cultura. “Uma série de notas musicais dispostas em sucessão, num determinado padrão rítmico, para formar uma unidade identificável.” (Dicionário Grove de música, 1994). De acordo com Med (1996) melodia é um “conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva (concepção horizontal da música).” (Med, 1996). “Melodia, ritmo e harmonia são considerados os três elementos fundamentais da música; encará-los como independentes, porém, seria uma simplificação excessiva.” (Dicionário Grove de música, 1994). Para harmonia têm-se: “Conjunto de sons dispostos em ordem simultânea (concepção vertical da música).” (Med, 1996). Ou ainda: “A combinação de notas soando simultaneamente, para produzir acordes, e sua utilização sucessiva para produzir progressões de acordes.” (Dicionário Grove de música, 1994). Ritmo é “a subdivisão de um lapso de tempo em seções perceptíveis; o agrupamento de sons musicais, principalmente por meio de duração e ênfase. Com a melodia e a harmonia, o ritmo é um dos três elementos básicos da música.” (Ibidem). Ou “ordem e proporção em que estão dispostos os sons que constituem a melodia e a harmonia.” (Med, 1996). Música vocal “é a música feita para ser cantada por um coro ou por cantor solista. Antes do desenvolvimento da tecnologia para construção de instrumentos musicais, toda a música era vocal.” (Dicionário eletrônico Wikipedia, 2009). Música instrumental: “Obra composta para ser executada apenas por instrumentos.” (Ferreira, 2004). Para identificarmos a melodia de uma música vocal, devemos prestar a atenção na voz principal. A voz principal pode ser cantada por um solista ou por um coro. Para identificarmos a harmonia, devemos prestar a atenção no acompanhamento, ou seja, nos acordes. A melodia, na música vocal popular é geralmente cantada, mas pode-se criar sua versão instrumental onde a melodia 2 A Teoria da Carga Cognitiva defende que a elaboração de materiais didáticos, principalmente os que utilizam multimídia, deve seguir alguns princípios para, assim,diminuir a sobrecarga cognitiva do aluno e potencializar seu aprendizado. (Santos, 2007). é tocada em vez de cantada. Para exemplificar, quando ouvimos um cantor cantando e tocando uma canção popular ao violão, a parte da música cantada é a melodia e a parte que é tocada (acompanhamento da voz) é a harmonia ou acompanhamento. Na ferramenta JamStudio podemos criar somente acompanhamentos. Para criarmos melodias nessa ferramenta, precisaríamos de um teclado ou outro instrumento virtual para tocá-la. Também podemos cantar uma melodia utilizando a base harmônica (acompanhamento) do JamStudio, mas para isso é preciso abrir o acompanhamento criado, utilizando um software, por exemplo, o Audacity. No Audacity é possível abrirmos arquivos de áudio com diversas extensões como wav, mp3, ogg e outros, e gravarmos a voz (melodia). Também é possível exportarmos o áudio com extensão wav ou até mesmo mp3. Ao exportar, ocorre a mixagem, ou seja, a mistura do acompanhamento com a voz gravada. Dependendo do público-alvo, principalmente se forem crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental ou Educação Infantil, e da finalidade do material educacional, pode-se criar uma trilha sonora (uma canção, ou seja, uma música com a voz cantada) para determinado conteúdo, com uma letra contextualizada com o mesmo, e disponibilizar para escutar a música completa, porém, no material educacional digital essa pode aparecer na sua versão instrumental (sem a voz). É importante também definir os meios ou mídias que irão armazenar o material educacional digital. Por exemplo, se o material será armazenado numa página da Web, ou será enviado por e-mail, é importante verificar o tamanho. Para a Internet é preferível arquivos em mp3, pois possuem compactação, apesar de haver uma perda na qualidade. Se o material for armazenado em um CD ou pen-drive, a extensão do áudio poderá ser wav. Ao inserir um áudio num vídeo ou criar uma trilha para um vídeo, é importante realizar a edição do áudio previamente, de maneira que este acabe junto com o vídeo, evitando que a música acabe repentinamente antes das imagens ou as imagens acabem antes da música. Editar um áudio significa utilizar as ferramentas e efeitos disponíveis nos softwares de edição. Um exemplo de software para edição de áudio é o Audacity. Através deste software é possível cortar trechos de músicas, realizar colagens e mixagens, normalizar o volume, ou seja, aumentar ao máximo sem causar distorções no som, diminuir o volume gradualmente através do efeito “fade out”, aumentar o volume gradualmente através do efeito “fade in” e outros. Referências bibliográficas BEHAR, Patrícia e colaboradores. Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Ed. Artmed, Porto Alegre, 2009. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª Ed. Curitiba: Positivo, 2004. FRITSCH, Eloi F. Música eletrônica: uma introdução ilustrada. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. Dicionário Grove de música: edição concisa. Editado por Stanley Sadie; editora- assistente Alison Latham. Tradução Eduardo Francisco Alves.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. Dicionário eletrônico Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_vocal. Acesso em 25 fev. 2010. MED, Bohumil. Teoria da música. 4ª Ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Musimed, 1996. Página Web.COMPRARÉ. Extensão de Arquivos. 2009. Disponível em: http://www.comprape.com.br/Dicionario-de-extensao-de-arquivos.aspx. Acesso em 24 fev. de 2010.