conto-de-fadas - Bem-vindo ao PLANETA VIDA

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conto-de-fadas - Bem-vindo ao PLANETA VIDA
PLANETA VIDA – The next generation
Era uma vez um menino que vivia triste. O seu pai tinha morrido e a sua mãe tinhase casado com outro homem, um viúvo com dois filhos. O seu novo padrasto não gostava
nem um bocadinho do rapaz. Todas as coisas boas, palavras carinhosas e privilégios especiais
eram para os seus dois filhos. Eles tinhas roupas que estavam na moda, comida deliciosa e
miminhos especiais. Mas, para o pobre e triste rapaz, não havia nada. Nem roupas giras, só
as que passavam para ele dos seus meios-irmãos. Nem pratos de comida especiais, só os
restos para comer. Não havia privilégios, nem descanso, porque ele tinha que trabalhar o dia
todo, ir à mercearia, cozinhar, lavar a roupa e manter toda a casa limpa. Só à noite é que ele
podia sentar-se um pouco junto ao forno da cozinha.
Durante estas longas noites sozinho, ele costumava chorar e falar com a gata. A gata
dizia “Miau”, quando o que realmente queria dizer “Anima-te! Tu tens uma coisa que os teus
irmãos não têm, a tua beleza.”
O que a gata dizia era verdade. Mesmo vestido de trapos, com o seu rosto
enfarruscado das cinzas, ele era um jovem rapaz atraente, enquanto os seus irmãos adotivos,
independentemente das roupas elegantes que usavam, eram desajeitados e feios e sempre
seriam assim.
Um dia, roupas novas e bonitas, sapatos e joias começaram a chegar a casa. A Rainha
estava a realizar um baile e os meios-irmãos preparavam-se para lá ir. Estavam
permanentemente em frente ao espelho. O rapaz teve de ajudá-los a vestir toda a
indumentária e acessórios. Ele não se atreveu a perguntar: “Então e eu?”, porque sabia muito
bem qual ser a resposta: “Tu? Meu querido rapaz, tu estás cá em casa para lavar a loiça,
esfregar o chão e fazer as camas dos teus irmãos. Eles chegarão a casa muito cansados e com
sono.”
Depois de os irmãos e o seu pai terem saído para o baile, o pobre rapaz limpou as
suas lágrimas e falou com a sua gata: “Oh, gatinha, estou tão infeliz!” e a gata murmurou
“Miau”. Naquele preciso momento, uma luz inundou a cozinha e um fada-macho apareceu.
“Não fiques alarmado, rapaz”, disse o fada-macho. “O vento enviou-me os teus suspiros. Eu
sei que desejas ir ao baile. E irás!”
“Como poderei ir, vestido em trapos?” – respondeu o rapaz. Os empregados
denunciam-me!”. O fada-macho sorriu. Com um abanão na sua varinha mágica, o pobre
rapaz viu-se com as melhores roupas, as mais bonitas do reino.
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“Agora que resolvemos o problema da roupa, “, disse o fada-macho, teremos que
arranjar-te um coche. Um verdadeiro senhor nunca iria a um baile a pé! Rápido, arranja-me
uma abóbora” ordenou-lhe.
“Oh, claro”. Disse o pobre rapaz enquanto se despachava.
Depois, a fada-macho virou-se para o gato. “Tu, traz-me sete ratos!”
O pobre rapaz regressou com uma bela abóbora e a gata com sete ratos que tinha
apanhado na cave. “Que bom!”, exclamou a fada-macho. Com um abanão na sua varinha –
milagre dos milagres! – a abóbora transformou-se num coche brilhante e os ratos
transformaram-se em seis cavalos, enquanto o sétimo rato se transformou numa bela
condutora de coche, com um bonito vestido e um chicote. O pobre rapaz não conseguia
acreditar nos seus olhos.
“Em breve verás a princesa, em cuja honra está a ser feito o baile. Ela ficará encantada
pela tua aparência. Mas lembra-te! Tens mesmo de sair do baile à meia-noite e voltar para
casa. Porque é a essa hora que a magia se quebra. O coche transformar-se-á novamente em
abóbora, os cavalos voltarão a ser ratos e a condutora do coche voltará a ser rato. E tu
voltarás a estar vestido de trapos e a usar chinelos em vez desses sapatos esplendorosos.
Percebeste?”
O rapaz sorriu e respondeu “Sim, percebi!”
Quando o rapaz entrou na sala de baile no palácio, fez-se silêncio. Toda a gente parou
a meio do que estava a dizer para admirar a sua elegância, beleza e graça.
“Quem será aquele?” perguntavam as pessoas. Os dois irmãos também se
interrogaram sobre quem aquela pessoa nova ali seria, pois nunca na vida teriam adivinhado
que aquele belo jovem era o seu irmão que falava com a gata!
Depois, a Princesa poisou os olhos na sua beleza. Caminhou até ele, cortejou-o e
pediu-lhe para dançar. E para desapontamento de todos os jovens, ela dançou com o rapaz
toda a noite.
“Quem és tu, rapaz bonito?” Perguntava-lhe sempre a Princesa. Mas o pobre rapaz
só respondia: “O que é que isso importa? Não me vais ver nunca mais.” “Oh, vou ver sim!
Tenho a certeza!” respondeu-lhe.
O pobre rapaz divertiu-se imenso no baile, mas, de repente, ouviu o som do relógio:
o primeiro toque da meia-noite! Ele lembrou-se do que a fada-macho lhe tinha dito e, sem
uma palavra de despedida, desapareceu dos braços da Princesa e desceu escada abaixo.
Enquanto corria, perdeu um dos sapatos, mas nem por um momento ele pensou em parar
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para apanhá-lo! Porque quando ouvisse a última badalada… ai, que desastre seria! Correu e
desapareceu na noite.
A Princesa, que estava já loucamente apaixonada por ele, encontrou o seu sapato,
apanhou-o e proclamou que iria casar-se a quem servisse aquele sapato. Disse às suas
assistentes: “Vão e procurem por todo o lado o rapaz a quem serve este sapato. Eu só ficarei
descansada quando o descobrir!” Então as suas assistentes experimentaram o sapato no pé
de todos os rapazes do reino.
Quando elas chegaram à casa onde o rapaz vivia com o seu padrasto e os seus meiosirmãos, uma das assistentes pediu para experimentar o sapato nos homens da casa. Os dois
meios-irmãos não conseguiam nem enfiar os dedos no sapato. Quando a assistente
perguntou se havia mais algum rapaz na casa, o padrasto disse-lhe “Não.” Contudo, assim
que a gata chamou a sua atenção, roçou-se na sua perna e conduziu-a à cozinha. Ali estava o
pobre rapaz sentado em frente às cinzas. A assistente deu-lhe o sapato a calçar e para sua
surpresa verificou que lhe servia na perfeição!
“Esse rapaz sujo não pode simplesmente ter estado no baile,” resmungou o padrasto.
“Digam à Princesa que ela tem de casar com um dos meus dois filhos! Não conseguem ver
como o rapaz é feio?! Não veem?”
De repente, ele desapareceu e apareceu a fada-macho.
“Já chega! Exclamou ele, levantando a sua varinha. Num toque mágico, o rapaz
apareceu num belo fato, a brilhar de juventude e beldade. O seu padrasto e meios-irmãos
olharam-no com espanto e as assistentes da Princesa disseram-lhe: “Anda connosco, jeitoso!
A Princesa está à tua espera para te oferecer um anel de noivado!” Então o rapaz foi com
elas. A Princesa casou-se com ele uns dias mais tarde e viveram felizes para sempre.
A gata disse “Miau”.
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