ética empresarial - Feira Conceitual
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ética empresarial - Feira Conceitual
Ética Empresarial 10 pio, um drogado ou um bêbedo, um faminto ou um maníaco - atenua~c () jl~lgan~ento moral sem evitá-lo. Afora essas condições muito peculiar~s, llélO ha como escapar do seguinte imperativo: as implicações ou os dei tos dos atos praticados responsabilizam quem os patrocina. Para que ética? Figura 5 Para que a reflexão ética produza efeitos, não bastam ações pedagógicas. É preciso fazer "política pela ética". Moralidade, amora/idade, imoralidade 1~l..1lação moral Relação am oral Relação imoral ;\ ética e as morais Ora, quando muita gente comete ações que a moral oficial condena como administrar tal incongruência? O que tem mais valor: a moral ofi: ua! ou, os c~stumes e suas pautas implícitas? O discurso público e formal ou as Justificações embutidas nas práticas do cotidiano e no mais das vezes, verbalizadas à socapa? Poderia uma coletividade ab~igar uma dupla moral? A resposta é, sem dúvida, afirmativa. Isso põe na ordem do til a questões delicadas que merecem ser abordadas. , Observações apontam para o fato de que, na dúbia atmosfera dessas Sll'l.IaçÕes, muitos agentes sociais anseiam no fundo d'alma por respeito e 11I'oblclade. Não se pode esperar, contudo, que tal ambiente caia do céu. ,"lua construção resulta da ação permanente de uma cidadania ativa misIllr;~ de mobi~ização e de pedagogia, A convivência social, feita de c~ope LI '~1O IH;ccssana e de entendimento, fica incessantemente sujeita à falta de ~.~l:rÍlpulo:s c aos conflitos de interesse, de maneira que a mútua vigi!.IIH'IU .1~,lb:l 1IlLIISp ,'lIs;ível para que lnrerc;;scs egoístas não se imponham ,lU 1\11('1'1' }.l''i [(lII'IIVO;', Vamos repeti-lo: o que vêm a ser as morais? Conjuntos de regras de L'lll11portamento, códigos de conduta que coletividades adotam, quer sepll1 lima nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou um,a organização qualquer. Como discursos normativos que são, as moraiS definem qual a forma correta de agir, orientam e justificam as ações dos ,11!.l'lltes sociais. Como existem múltiplas coletividades, há múltIplas mor~is _ nervuras sensíveis das culturas ou dos imaginários sociais, peças de resistência que armam as identidades organizacionais, códigos genéticos das condutas sociais requeridas pelas coletividades, Enquanto a ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo sistemático, as morais correspondem às representações imaginárias que dizem aos ~Igentes sociais o que se espera deles, quais comportamentos são bemvindos e quais não, As normas que compõem os códigos morais - vale dizer, que compõem morais determinadas - são pautas de ação que e~ sinam o "bem fazer" ou o "fazer virtuoso", a melhor maneua de agIr coletivamente; são marcos que qualificam o bem e o mal, o permitido e o proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício. A ética opera no plano da reflexão ou das indagações; tem, portanto, um caráter abstrato-formal. As morais, ao reverso, têm um caráter histórico-real, são empíricas e observáveis, constituem a matéria-prima, a ser proc:cs::;acla. A ética estuda os costumes das coletividades e as moralS qUL' pro' I';Hn con ferir cOllsisrrnc;:\;l sscs modos recorrentes de al'-;i L COI1\ u 11I \ rrnp(lsito? Liber\;lr lI', ,1)',.'111.",' n ·i.~\is ela prisão do egoísllI(l qUI' Il:lll m ~.;...,-, •• .... r• IIII I JJil",tl//(11 'Jlf I ··I(JII<11 fit/l ti 'lU l.Í (J '~(' íll1Jl()I'~,:1 <':()I~l OS sobre Os os Outros. " I-U, ' irllJl()I'I~1 COli) OS dcitos dcitos prodl.l7.idos prodl.l7,idos solwe . urn pre;:s pois, I'tJosMico Cjue ínfor ,I Outl.OS. l-LI, pOIS, um prc;sSlJpOS(O que infornla d<1 etica: trata ',I .. fiJos6{ico . n1é1 ambas am Jas as teorias teonas cientfficas "f St t;) !Jrel1ussa altruísta É . " . ClentJ Icas d<l et1<.:a: trataSl' da fJremissa altruista. E uma especie de tributo que a ciencia da moral espeCle tnbuto p,lga ao senso comum qua d 'I que a Clel1Cla da moral paga, ao senso comum quando assimilaa o0 "ser etico" n o aSSImI '( " ao ser altruista. bll outras palavras a e't' . , e ICO ao ser altruísta. , lCa VIsa a sabedo . E'l} outras palavras, a etica visa sabedoria 01.1 ao conhecimento tem d na Ou <lO conhecimento tempCI';n/o pelo juizo' eis o pCI';n/o eiso0rporque , peJo jUizo;, p q u e dee seu ponto de d partida 'd altruista. As JllOr;l!s, em contrapartid e partl a altruísta. As 1Il<)r;lis, em conrrapartida, correspondem a um feixe de '! . 0_ . . a, Correspondem f d normas que as b eIxe e normas que as pl.ll IC<lS cotidIanas deveri Pr:ll-jcas cotidianas deveriam am observar o servar e assumem, assumem no essencial, . quer urn " ll';II';irel' ;11':lfel' altruista, altruísta quer um! ' ' no essencIal, quer um , quer um carater carater egoista. egoIsta. Sl' SlIPOS(O o o' o o . • o 'o .0 - o h Figura 7 o o Pianos da do análise analise Planos h o Figura 6 o que estuda a etica ética empresarial? mrmti*lml Objeto ~jeto de estlldo estudo Existem morais macrossociais que que recobrem recobre as sociedades ' Existem morais macrossociais como um \'odo e que servem de b 1" m as SOCIedades como um , e que servem de baIizas a lZas as cemenas centenas de d morais . mesossociais ou todo IJJlcrossociais. As morais que -- __ e moraiS mesossociais ou microssociais. macrossociais ," ' _ As morais que nao sao macrosso . , expressam os interes . . ' . ClaIS expressam os mteres.ses e as VIsç>es de mundo d sesde as vi~ges de mundo das muitas coletividades as muItas coletIvIdad que constituem as so ele ades: .tomam as feições d ' es que COnstItuem as somoraIS paroquia' . ciedades: fo-dIam as feic;oes dee morais paroquiais, corporativas, profissio nalS, setoriais, classistas regI'o . , . IS, corpOratIvas, profissiolI;]is, setoiiais, classistas,, regionais, 01.1 confessionalS. Sao modula n a I S etnicas etmcas ou c f . \oes daquelas morais macros .' ' f on eSSlOnaIs. São modulamorais macrossociais, de interpretar \(leS SOCIaIS formas armas particulares 1 seus temas 'ou ainda . __ . ' partlcu ares de interpretar Stus temas," 'ou, ainda,, vanaçoes variac;oes smgulares singulares de suas pautas, especies de pf.::toetas suas pautas, espécies de pl.:Joetas de um mesmo rnesmo sistema solar. o o o -- :, o o o o daq~elas o, Nao ha etica com moral, como induzem ex Não há vantagem em confundir ética expressoes cat6lica", "ética "etica pressões consagradas como "etica "ética protestante", "etica "ética católica", liberal", "etica 01.1 "etica "ética socialista" ou "ética nazista". Vale mais falar de moral 01.1 moral na protestante, moral cat6lica, católica, moral liberal, moral socialista ou naética, como teoria, estuda as marais morais na plenitude de zista a à medida que a etica, sua natureza histórica. hist6rica. Somente quando especialistas se debruc;am debruçam sobre as morais e produzem um urn estudo delas, pode-se falar de etica ética do prates protes01.1 de etica referencia a empresa tantismo ou ética do socialismo. Assim, a referência à etica ética empresarial ou 01.1 a neg6cios significa estudar e tomar à etica ética dos negócios tornar inteligivel inteligível a moral vigente nas empresas capitalistas contemporâneas contemporaneas e, em particular, a mo moral predominante em empresas de uma nacionalidade especifica. específica. Com efeito, o0 que eé valido válido para a coletividade "N' ''N.' nao não o0 eé necessari necessariamente para a coletividade "B". Os padroes padrões culturais sao são extremamente diversificados, relativos e mutáveis mutaveis - e essa evidencia evidência constitui urn um velho truismo truísmo das Ciencias Ciências Sociais. o o Entre os mugulmanos muçulmanos africanos, a mutilagao mutilação genital das adolescen adolescentes e das meninas (entre os quatro e oito anos de vida) corresponde a um mandamento divino ou a uma obrigagao obrigação natural. Ha Há tres três formas de mutilagao mutilação genital feminina: a) a clitoridectomia, em que se extirpa total excisao, em que se extirpam o 0 clitóris clitoris e au ou parcialmente 0o clitoris; clitóris; b) a excisão, 1 I', ro qu" r·.'"u, r".' u, l'or{ll'~"J I, fit tiL., ,/ II1I1 mltll r'''/IIi''snr/o/ Icí.LJio m01l0rnr; til '1101 (~ ciu cid vélgina, u parcialmente; c) a ti infibulação, O~. 1f:1l>ios vagina, total au infibulagao, ern que se extirpam eXlirpam todos os genitais e se costura quase todo o 0 orifíoriH em urna pequena abertura para a passagem da uriuri cio genital, deixando uma menstrua<;ao. Em mulheres adultas, colocam-se na e do sangue da menstruação. tambem genitália também argolas de metal ou colchetes, ou ainda costura-se a genitalia 0 pretexto de evitar 0o ate com o ato sexual. Cerca de 15% das mulheres submetidas à mutilação mutila<;ao genital mormor 0 ato porque a circuncisao rem durante o circuncisão é feita, sem anestesia, com laminas, facas tesouras, cacos de vidro, tampas de lata, navalhas, lâminas, facasinstrumentos estes que quase nunca sao são esterilizados. Em algumas rG!gioes da Africa sao colocadas África Ocidental, cinzas au ou fezes de animais são mgiões 0 que aumenta a incidencia 110 ferimento para estancar a sangria, o incidência de infec<;oes graves, hemorragias, abscessos, pedras na bexiga e na infecções obstruQao do fluxo menstrual e cicatrizes proeminentes. uretra, obstrução Apesar de proibida em parses países como Gana, Egito, Somalia Somália e Sudao, Sudão, a mutilação mutila<;ao genital feminina continua praticada como tradi<;ao tradição cultural infancia parses, visto que constitui um rito de passagem da infância nesses países, adolescencia. Ao todo, a prática pratica encontra-se difundida em 28 para a adolescência. paises da Africa Medio, atingindo mais de dois mi África e dois do Oriente Médio, mipaíses Ihoes lhões de mulheres a cada ano. Os fundamentalistas mu<;ulmanos muçulmanos argumentam que e é indispensa indispensável "proteger as mulheres das consequencias conseqüências do excessivo desejo Maome a afirmação afirma<;ao de que "a circuncisão circuncisao é e uma sexual" e atribuem a Maomé necessidade no homem e um adorno na mulher". Os demais homens femi e mulheres manifestam-se convictos de que remover os genitais femie questão questao de respeito e homa, honra, de garantia de um bom ninos externos é uniao da tribo, pois um dos maiores casamento e de fortalecimento da união mae não nao insultos na Africa África Islamica Islâmica e é chamar alguem alguém de "filho de uma mãe pratica é e antiqüíssima, antiqOfssima, anterior ao cristianismo e ao circuncidada". A prática islamismo, datando de pelo menos 2.200 anos.' e alvo de organizações organiza<;oes como a Visão Visao Mundial e o 0 FunFun Hoje em dia, é do das Nagoes Nações Unidas para a Popula<;ao, População, em fun<;ao função de luta em prol dos direitos humanos, e horroriza as mulheres ocidentais, conscientes de sua especificidade e empenhadas em preservar a sexualidade do genero. gênero. e a I. LISBOA, LlSBOA, Lutz 0 Estado de S.Paulo, 21 de I. Luiz Carlos. "Argolas metalicas metálicas para prevenir atos sexuais", O ill1ho revisra Veja, 10 de junho de 1998; FARAH, Paulo Daniel. "Circllncisiio "Circl!ncisiio afeta 2 julho de 1996; revista lI\ilh6es m:.olheres por ano",Folha de S.Paulo, 10 de janeiro de 1999; lDOETA, IDOETA, Carlos Alberto. lI\ilhões de mulheres mar~o de 1999. "Mlllheres Folha de S.Paulo, 8 de março "Mulheres Mutiladas", Follia da) aboliu a muti\9\\8,0 !Jova Sabiny (região (regiao leste de U Uganda) aboliu a muti 1 ovo de Sablny gan ,. ual 111.), P . t'da em ritual slmboltco pelo q Ii 11(110 uenitall'eminina: fOi convertida conver I em ritual simb6lico pelo" qual . I .' a" esta foi 1111 \ l uenlta\'emlnln " O presidente da Assoclaçao I u. ser\am declaradas . d claradas mulheres. 0 presidente da . I II !Vens senam e b' que promoveu veu tal reVlsao, . 1 ._ b' G W. Che onan, que promo tal revisao, 1\111\ Allciaos de Sabiny, G.w. Cheborian, '\[1'; Anclaos de Sa my, ~ d Nações Unidas de 1998 2 i' 0 Prêmio Premio populaçao das Unidas de 1998. \{.t-:8beu o as rill I I' I ~pvens 'i~8beu Associa~ao popu\a~ao Na~oes . '1 XX que lhes direitos no secu seculoo XX que lbes As mulheres ocidentais conquistaram direltos egados no século ,'1:11\1 · negados seculo anterior, como: ,'1,11\\ n •• o0 direita direito de votar; • o 0 uso de contraceptivos; matricular-se na faculemprego , matricular-se na facul •• 0 direito de serem contratadas tratadas no emprego, dar queixa queixa na na delegacia delegacia sem sem pre pre• odade, dlIeito de serem con imovel . ; 1ee dar comprar e vender '. dade, comprar e vender lmo ve . .- por or escnto do marido; mando, . cisar de autoriza<;ao escrito 1 do . ter perdido a virgmdade; cisar de autonzaçao P • nao mais ser deserdadas peio pai por ter perdido a virgindade; • não mais ser deserdadas pe ~ p~1 :o;e até a noite de núpcIas; • nao mais ter que manter a virgindade ate a noite de nupcias; • não mais ter que m~ter a vlrg;ar: casar e ter filhos; • deixar deixar de de ser ser educa educadas apenas para casar e ter as apenas d 'd filhos; . •• decidir adotar ou nao _ 0 sobrenome brenome doo marido; man o, decidir adotar ou nao o so " .' 'nas relações sexuaiS; 13 •• exigir • eXign prazer prazer nas rela<;6es sexuais; f desaprovação mora. • poder fumar e beber sem sofrer desaprova~ao moral. so rer . . n f •Mas, poder e 2000, um artigo . ddo Código Pen.al da Jor d"ama 1se aindaumar no ano C6digo Penal da ]ordania isen Mas ainda no ano 2000, um artigO dO . es de honra. Cerca de 20 , d " - OS chama os cnm tou praticamente de puni<;ao chamados crimes de homa. Cerca de 20. tou praticamente e pumçao terem mantido relações sexuaIS muiheres sao assassinadas todo ano por terem mantido . das . O sexuais . i mulheres são assassma laçães extraconjugais. s cnm sem se casar ou por terem rela<;6es extraconjugais. dOs crimi ·1 em dado curso a re sem se casar ou por ter b leves ou são inocenta os. recebem noSO , maridos ou irmaos, . - os rece em penas leves ou sao inocentados:' . noSOS, ou 1rma,da variedade . d d de de costumes costumes ee de de normas normas morais mora1S S maridos Mais uma iiustra<;ao Mais uma ilustração da vane ~.e é 'derada hoje, uma espécie . ;d" Essa pratica . remete-nos ao infantiddio. pnltica e Con.S1' considerada, hoje, uma especie 'd 1 nte empregada entre mUltas remete-nos ao infantIcl 10. de homiddio, tenha sido empregada entre S1 o iargamente argame d muitas ' . embora b f - da escassez e V1veres. de homicídlO, em ora . .' vas geralmente ralmente em fun~ao unçao da escassez . de " comunidades primitivas, vlveres.. " ' f ticídio das cnanças femm1comunidades pnm1tl , ~e. Entretanto, na China e naa india atuais, 0 lU infantiddio das ' IndIa atuaiS, o an l' "femini f" Entretanto, na ChlUa e n . . . " '. isso na China tota 1tana, 01 nas ainda perdura. 5 0 minimizar isso, na China totalitaria, foi O meio melO de mlmm1zar, d h da nas ainda per dura. 'l'zações sob o guar a-C uva 0 guarda-chuva da incentivar oficialmente abortos e esteriliza<;oes sob f' . lmente esten 1 . incentlvar O lCla . poHtica de controle da natalidade. política rela~6es crian~as . .julho li de 1998 999 S.Paulo, 17 ae cie de 1998. 22. 0O Estado de S.Poulo, )u.)O" .' Vi 22 de dezembro de 1 " V1 sl'a Ve;a, 3.· SCAVO[\;E, M' Miriam. "As revista . "As vitor'losas", VltotlOSas ,re e , 22 de dezembro de 1999. !fIam. C 34.· SCAVOI"E . d' S D I 15 0 Estado 15 de de fevereiro fevereiro de de 200 2000.. 4 O Estado dee S.Paulo, .!iH/. (), · . . 8'de .il1lho lho de 1998. de 1998. S. Rev'sta Rev~.sta Veja, VeJo, 8 ae)11 "0 2 Ltll rl PI" V l/lJr' fll'llr",~(mQI Outra curiosidade chinesa, do ponto de vista ocidcnral, rcspeito ocidel1wl, diz respeito pais que seguem uma maxima "Come ~lOS h;,lbitos h;,1bitos alimentares do país máxima popular: "Comese tudo que tem perna, menos as mesas; tudo que voa, menos os avioes; aviões; c [Udo tudo que nada, menos os barcos." Assim, comem-se ratos e ratazanas, cachorros e ate até escorpioes, escorpiões, que chegam vivos a à cozinha e depois sao são ser ser6 vidos como se fossem lagostas. Iagostas. Milhares de outros exemplos poderiam ser citados, hauridos tanto (!ris antropológicas como dos jornais e revistas de nosso cotidiano, clrls fontes antropo16gicas cotidiano. con Em setembro de 1999, os telespectadores da Tanzania Tanzânia foram confrontados com imagens de peles humanas ao lado tado de cadaveres cadáveres desmembrados dos quais as peles tinham sido retiradas. O 0 prego preço de cada pele variava entre US$300 e US$500. Representantes das polfcias polícias de Zambia, Zâmbia, Tanzania Tanzânia e Malaui Maláui se com comprometeram a atuar em conjunto para par pôr fim ao que qualiticaram qualificaram como uma vergonha para a Africa África oriental. Na regiao, região, sobretudo 110 no Zaire, Zaíre, feiticeiros utilizam as peles para produzir pog6es poções magicas; mágicas; 6rgaos órgãos genitais de crianças criangas convertem-se em poções pogoes medicinais e a pele da cabega cabeça de homens calvos é um dos insumos para dar sabedoria a quem a consome? e o relativismo cultural ap6ia-se justifica<,;oes morais igualmente apóia-se em justificações competentes, porque igualmente legitimadas pelas sociedades que as cul cultivam. Assim, as morais sao são multiplas múltiplas e nenhum sistema de normas mo morais pode pretender obter o0 selo da eternidade ou da universalidade. Isso por uma razao razão bem simples: as representac;oes representações mentais, os bens simb6li simbólicos e tudo o0 que eé imaginario imaginário fincam suas rafzes raízes na hist6ria história e, portanto, mergulham por inteiro nos eventos singulares e em fluxo. Assumem, pOl' por isso mesmo, carater provis6rio, passageiro e mutave!' caráter efemero, efêmero, transit6rio, transitório, provisório, mutável. Acontece que nenhuma moral se sustenta pura e exclusivamente pelas virtudes de seu discurso. discurso, H<i Há sempre urn um embate entre morais diversas, que expressam ideologias variadas e representam interesses diferencia diferencia- Fo/ha de S.Paulo, 6 de fevereiro de 2000. 6. Folha 7. peje hurnann", humana", The Independent, reproduzido 7. SMITH, Alex Duval. Duvnl. "África "Africa combate venda de pele pela Folha de S.Paulo, S.Pattlo, 29 de outubro de 1999. 1111t"Q( ias a moral . '.' A 'emplo das ideologias, ,111ft. tlO rnais das vezcs contradit6rios. A exemplo das ideolog , a moral 11" tlO mais das vez<.;s contraclHónos ex, f to de uma relação de forIJII\I\ill~\nte em Llma coletividade qualquer e fruto de uma reIa<,;ao de for .Iíl\l\iname em Llma coletividade qua quer e .r~ . , vale-tudO relativista. relatlVlsta. ,''.I'" sc nao, cairiamos em um um Ivale-tudO I .1'., se não, calnamos em d ralidade repousa no conflito de A questao-chave dos problemas da moralidade repousa no conflito ~ have dos prob emas a mo ~ de A CJuestao-c . . ' stância os interesses pessoais contrapoem1111 cresses. Em uma primeira instancia, os interesses pessoais contrapoem "11 cresses. Em uma pnmelra 111'1' 'aroquiais corporativos, empresa'il: ~\ .interess coletivos paroquiais,, corporativos, empresa oIetivos -- familiares, f am11ares, P " . ;\ I11teress es c ," I ssistas nacionais ou supraI ,his, categorias SOCtalS, sociais, classistas, . comunitarios, ' , . s de categonas c a , nacionais ou supra 1 ' I l:llS, comunltanO , ,~ . a! tipo de interesse co etlvO ILKionais. Em uma segunda instancia, algum tipo de interesse coletivo , 'E egunda 1I1stanoa, gum , . II:lClonatS. m uma s d' abrangência. O propno Jlode contrapor-se a outroS igual1 ou maior maior abrangencia. 0 pr6prio outros dee 19ua . , pode contrapor-se . . ' t resses privados e pessoalS, e es cg,olsmo, que expressa, interess privados e pessoais, e tn extremis, extremts, OS 111 e sa in cg,oismo, que expres , I ' .d de de modo que toda moformulado e endossado _ d do por alguma coletividade, co etlvl a , de modo que toda mo lormulado e en ossa l' A eficácia de qualquer r"l e sempre a moral1 de d algum 19 m agente coletivo. CO etlvo. A eficacia de qualquer r<ll é sempre a mora ~ a ui" dos agentes que a suportam, bem moral depende dos apoios politicos ou dos agentes que a suportam, bern moral depende dos apolOS po 1tlCOS ou 1 t' 'ldades dispõem para fazer como do arsenalI de de que as coletividades dispoem para fazer d san<,;oes ~ co e lV como do arsena e san~oes d as sejam estes propósitos. vater seus ditames - sejam estes dogmas, sejam estes prop6sitos. vater seus ditames - sejam estes ogm , ormas sociais? Pautas de ação Abrindo parenteses, sociais? Pautas de a,;ao ~ o0 que vem vêm a ser as normas n . Abnndo parenteses, . d f"d por uma coletividade qualquer que expressam valores; balizas definidas por uma coletividade qualquer lores' bal1zas e 1111 as que expressam v a , '~ . que tornam obrigatórias as conpara guiar . 0 comportamento; rtamento' exigencias eXlgenClaS que tornam obrigat6rias as .con ~ para gUlar o compo , _ . lo como regras de conVlvendutas e operam como fatores de coesao SOCla social ou como regras de conviven u dutas e operam como, . s contraditórios. Mas por que as cia visando entre interesses istênCla entre mteress e contradit6rios. Mas pOl' ,que as · d 'a coexistencia cia vlsan o a coex P ~ o~es que muitas vezes se conjugam: Dormas sociais razoes que muitas vezes se conjugam: .' sao ~ acatadas? acatadas) Por or tres raz normas SOC1alS sao . , ' d de requer o respeito a regras • a convic<,;ao vida em sociedade , - de de que que aa vlda em sooe a requer 0 respeito a regras , ~ • adeconvlcçao , 0 caso das das normas morais); essa essa convic<,;ao conViCçao interesse comum (e normas morais); de interesse comum (e o caso _ r ção ou da reflexao; d . decone socializac;ao ou'da reflexao; a representada por sanções decorre daa SOCia lza d • a submissao dos agentes diante da amea<,;a representada pOl' san,;oes • a submissão dos agentes dlante a(, aom::s~ das normas jurídicas); que a coletividade 1 ' .dade pode exercer (ee 0 caso das normas juridicas); , a co et!Vl .d d de d identificar-se identtficar-se ee pertencer a • que a adesao motivada pela necessidade pertencer a • a adesão motivada pela neceSS1 a e e d t' ueta) 8 ' 'd d (' e etiqueta).8 e lq . dada coletividade (e o 0 caso das normas de dada co1et1vl a e e ) d' ~ m de sanções sobre o As normas "d' jurfdi.cas (leis e regulamentos regulamentos) dispoem lspoe de san<,;oes sobre 0 As normas Jun lcas " C rrespondem a reclusões (pricorpo ou as vontades dos agentes sociais. Correspondem a reclusoesd (pri d t des dos agentes Socla1S, o corpo ou as von a f d . timidação e são respa! a as vac;ao de liberdade) ou aa outras formas dee 111 intimida<,;ao,, e sao respaldadas 'b d de) ou outras ormas d ' d e l1 er a vação '1' d violência que o Estado etem. pelo poder poHtico ou [" o pelo pelo monop6tio monopo 10 daa violencia que 0 Estado detem. d pelo po er po 1tlco u , , . s efeltos da coação extereficaCla repousa nos no efeitos da coafao exter POl' via de consequencia, sua eficacia Por via de consequencta, de etiqueta as religiosas, :lI' na. As demais , normas, por sua vez, como as de etiqueta,, as religiosas, "1 ;lS na. As demals nor~as~ , . b'lico e implicam a aceitação vo \111 esteticas e as morais, tern carater simb6lico e implicam a aceita<,;ao "volull estéticas e as mora1S, tem carater Sim o i .. A • . . dn. Vicios .' s Pri/Jados, 8. FONSECA, Eduardo Giannetri Pri/Jados, Benefícios Belle(fcios Públicos? pl,iblicos? A A litica etica na na "iqf/l''-'' "iqll";" ,/,/ ./" 8, FONSECA, Eduardo Gjanne~n da. VJCtO . 88-91. _ sp 1· Companhia das Letras, 1993, pp. 88-91. llai(oes. Sao Pn111o: naçoes. ao all O, 3 , 'I'" , '''pl "'111 (')(IfI(11 ('~i1Il(/1 /'UflI rJlJ . (~íria" dos agentes Isso 11'-10 1 ' ..,' , ' . [sso '.'. < (LlCr I it. [lfdas de san~6es (~Iria" dos agcntes. n;1o quer (Izer dizer qu"'" que estejam d<.:st quem as desrespeit ' "" e estejam ( <.:st 11 tlídas de sanções n>ll(T<l tem carater f' .' , quem" as desrespeitar, aI., apenas indica mdlca que as san~6es " ~" nuo .;-, , ISICO, mas unagmário cult 1. san~oes Ilao tem carater fisico, sobretudo . I ' mas il11agin<hio,, cultural: ura , remetem sobret d a ' censura que recai S{))I e os agentes que transg 'd u o a censura que recai sobre das normas simb6 ,' . os' agentes que transgridem n em suas pautas. pautas A efiC<lcia f ' ' d Icas resIde em boa part ( b _ '. e ICaCla as normas simbó. lieas reside, em, boa partee (embora nao exclusivamente) na co4fdo em ora exclusIva ) _ interna: . • na dIScIplina da conscl'e"n' d mente na coaçao Interna: • oa disciplina da consciencia, dee seus temores e fantasm as, nos pa f cla, temo d rões inculcados inculcados pelos pelos agentes agente sociais; ' . res e antasmas, nos padroes ou ' , , s SOCIaIs; ou d • na na dinamica lOamlca da ' a pertinencia dos • da reflexão reflexao madura madura, que convaIida mecanismos de regulaça-o . 1' que ,c~nvahda a pertinência dos mecanismos de regula~ao SOcla social e JustIfIca justifica a existencia , ' " ' das regras j e convivencia (de conVlVencia social. eXlstenCla das regras n>ll(Ta A Figura 8 Por que se acatam normas? (raz6es conjugadas) (razões Inculca 'Inculca Temor Fazendo agora , comum, Fazendo agora uma uma anáIíse analise mais mais afeita afeita ao d' discurso social podemos responder à questa- "P ,. ao lScurso socIal comum da seguinte maneira: na, podemos responder a questaoo "Para etlCa l " d ' ,ara que etica?" Vlsao mística, o que é J'ulgado 'b ' .' a seguInte maneira: na visao mfstica, 0 que e julgado no tn tribunal unal divino dlvmo apos ' a mone? Apenas e tao-somente a conduta mo 1 b ' apos a morte? Apenas e tao-somente a conduta moral sobressai dentre todos humanos. .ra so ressal dent t d os ffeitos ' Na Vlsao secular, ao fl'm e aoca bo oqu d' ,re o os os eItos humanos . Na visao secular, ao fim e ao cabo, 0 que distingue as pessoas? Novamen te comparece a conduta mor 1 I ' e. lstmg u.e as pessoas? Novamente comparece a conduta moral. Isso equivale a dizer duas coisas: 1. identificam-se o b a. sso equIvale a dIzer duas coisas: em com as luzes ((seja . D . a retidao de 1. identificam-se 0 bern Deus, seja caráter) e o mal COln as t . seja eus, seja a retidão de f 1 de escrupulo); revas (seja Sata, Satã seja . a falta carMer) e 0 mal Com as trevas 2. em conseqüência o" d " . .' seja a a ta de escrúpulo)' mento implica Impl uma bonifica~ao b' , 2. em consequencia,, 0 JUIZO jufzo dee merito _ quer, a entrada no reino do ' lCa uma 011lÚcaçáo - quer ceus quer urn um credito 'd' social , de confian~a. a entrada no reino doss ceus, Temos chaves preciosas preciosas' fi c;e ItO sOCLal de confiança. Temos aí ai chaves para as reflexoes que seguirao. para as re exoes que seguirão. "\\ quem Be cleve se eleve J9 19 lcaldadc? lealda.de? 1\ ja perdeu A 6t'ica <St'ica sempre foi uma disciplina filosofica, filosófica, mas a filosofia já n:dusividade de seu exercfcio. .\.1 n:dl.lsividade exercício. De fato, mantido 0o mesmo objeto de .!lIdo (as morais, as práticas ''',ll1do praticas que estas pautam ou os fenômenos fen6menos morais), Il'scllvolveu-se carater cientifico. It'scllvolveu-se recentemente nova disciplina de caráter científico. rJtica filosófica filosofica sempre tentou estabelecer princfpios A ética princípios constantes e lI11ivcrsalmente IIllivcrsalmente validos válidos para a boa conduta da vida em quaisquer socieda sociedaepocas. Definiu 0o bern bem moral como 0o ideal do melhor agir ou do des ec épocas. IllclllOr Illclhor ser, e procurou as fontes da moral nas divindades, na natureza ou ,110 pensamento racional. no re1ativismo cultural e o 0 ética cientffica científica constata 0 o relativismo Em contrapartida, a etica to mar inteligíveis inteligiveis os fenômenos fenomenos morais. aJota como pedra angular para tornar bern e 0o mal, assim como a virtude e o 0 I)ito de outra forma, qua1ifica qualifica o0 bem vfcio vício a partir de seus fundamentos sociais e historicos; históricos; aborda as normas que as coletividades consideram válidas validas sem julgá-las; julga-las; investiga e explica a razao de ser da pluralidade, da dinâmica dinamica e da coexistência coexistencia das morais hishis razão toricas. Trata-se de um urn discurso demonstrativo com asserções asser~6es verificáveis, verificaveis, tóricas. fi10sofia que consiste em "pensar sem provar".9 diferentemente da filosofia provar". 9 filos6fica - ou filosofia da moral - tende a ter Em sintese, síntese, a etica ética filosófica urn caráter cad.ter normativo e de prescri~ao, um prescrição, ansiosa por estabelecer uma moral universal, cujos prindpios princípios eternos deveriam inspirar os homens, malgrado contingencias de lugar e de tempo. as contingências No polo pólo oposto, a etica ética cientffica científica - ou ciencia ciência da moral - tende a ter um urn carater aten~ao no coco caráter descritivo e explicativo porque centra sua atenção nhecimento das regularidades que os fenômenos fenomenos morais apresentam, pressumalgrado sua diversidade cultural e apesar da variedade de seus pressu postos normativos. Na medida do possivel, possível, procura preyer prever a ocorrencia ocorrência desses mesmos fen6menos. fenômenos. Mas 0o que vern bern, ou melhor, 0o supremo bem (summum vem a ser o0 bem, Ao longo da historia eticas (filosofias morais), o 0 bonum)? história das doutrinas éticas bern em sua plenitude assumiu as mais diversas pelo bem que se entendeu pe10 definições: perfeição, prudencia, prudência, poder, discidefini~oes: felicidade, prazer, dever, perfei~ao, disci gra~a de Deus, ra plina mental, conhecimento, autocontrole, ascetismo, graça razão, prosperidade, liberdade, igualdade social, realização suceszao, realiza~ao pessoal, suces so... Temos diante de nós, nos, portanto, um urn extraordinário extraordinario leque de hipote hipóteses ou de convicções convic~oes que apenas refor~a ores reforça 0o carater caráter relativista dos val valores I 9, COMTE-SPONVILLE, Andre. Sao Paulo: Ma~tins Fon 9. André, PequellO Pequel10 Tratado das Grande> Gral1des Virtudes. Sáo Fon173. tes, 1995, p. 173, 4 Ului umi e culturais, c, como' l,6~ Lkil r~ ,'I ckduzir, . cultUl'<1is, te61'ica . d" • LI CI'd' C U!.'.lr, a a I'dlcx50 I'dlex5' t>é" -, urio ~ l,;sl:i illlUnc as con lClonantes históricas. ' . o e )IIUl IJ;\O 'SLI Illlune às condicionantes hist6ricas. estão em jogo 'o o problemas morais, em vez de procurar a Assim, quando estao essência metafísica do bem Jpgar problelmhas morais, em vez de procurar a essencia metaflsica do bern,' parece pergunta: a u em d, evemos ece melhor me or fazer faze r aa seguinte ' lealdade? segumte pergunta: a quem devemos lealdade? q •• A organiza~ao em que trabalh trabalhamos ou ao chefe imediato? A organização • Aos colegas de trabalho ou aoamo~ ou ao chefe imediato? • Aos colegas de trabalho ou aos amigos de fora? s,amlgos de fora? • Ao nosso padrinho ( quem nos indicou) mdico ) ou ao c1iente? I' • Ao nosso padrinho (quem nossa família ou a n " u ou ao c lente? À ••• A nossa famnia ou a nossa igreja? À I ossa Igreja? •A classe pais? E nossa n~ss~ c asse social ou ao nosso país? n6s mesmos (e (egoismo) •• Exclusivamente xc US1Vamente a nós oísm ou, no extrema oposto, a g o) ou, no extremo oposto, à l:tll11anidade como um todo? hUl11anidade como urn todo? •• A representada pelo sindicato, ou as A nossa categoria profissional, profissional re nossas convicções ideoló' ' presentada pelo sindicato ou às nossas convic<,;6es ideo16gicas expressas por urn partido polftico? • A ' glCas 'd ' um mOVlmento social que d f d um partI o político? • A urn movimento social que defende causas nob res ou a empresa que dirigimos? e en e causas nobres ou à empresa que dirigimos? _ Qual seja: falar de moral eé falar f I dde conflito ' de interesses. , Toda rela Ç<lO moral implica escolhas I a ar _e c?nfllto de mteresses. Toda rela<;ao moral escolhas, algumas diffceis nos levam acatatonia. Af 1 nãoimplica gumas tao dá' ' que _ ma, se pode ser leal,a a todo d lcelS que nos levam à catatonia. AfinaI, nao se pode ser leal a todos e a tudo 0 tempo todo. Em sintese, no terreno mora,1 nao _ a tu ' o o tempo ' neutralidads e possivel, ' todposicionar-se. O. ElU smtese, no terreno moral, nao há ha neutralidade e, precise Em termos práticos, toda decisão b ef,P?ssllvel, e preCiSO posicionar-se Em termos praticos, toda decisao beneficia de outros, , f ene lCla aalguns guns em detrimento d ' . p01S os a eta desigualmente O em etnmento de outros as variadas lealda ' Jpais os afeta desigualmente.. Ora, ra, como compatibilizar com 'bT es que cultivamos? Qual es Ih f patl I Izar as variadas Jealdadesta que cultivamos? Qual escolha fazer? Quem sera beneficiado e quem '.' preJu 'd'lCado? co a azer~. Que m sera'b eneÍlciado ' e quem sera prejudicado? se Por exemplo exemplo,' urn porque ele fala a um advogado advogado nao não escolhe escolh seu cliente I' ver ade ou aparenta ser ' e seu c lente porque ele fal mocente mas porque, po aa verdade na qualidade de cidadao, d , ou aparenta ser inocente, pOSSUI direitos que deve ' , r q u e , na qualidade de cidad' d direitos que devem m ser protegIdos N possui protegidos. Nesses estritos Iimites, sobao,a egl e do respeito à lei, o advogad d I'l esses estntos limites, sob a egide do respeito a lei, 0 advogado deve lealdade ao reu, unica e exclusiva mente para garantir-lhe um jul o eve _ea dade ao réu, única e exclusivamente para garantir-lhe urn julgamento justa. Vale dizer: s6 deve lealdade ao cidadão, não ao cliente em ~a;;ento JUsto. Vale dize" só deve lealdade ao cidadao, nao ao cliente em si. Da mesma forma, 0 promotor publico se preocupa em defender direitos ~u/ mesm~forma, o promotor público se preocupa em defender direitos que 0 acusado supostamente lesou. 0 pro motor deve, então lealdade o ~cusa o supostamente lesou. O promotor deve, entao,, lealdade a quem? Novamente, sob a egide da lei, a ,' a quem- Novam vlttma na sua qualidade de cjd d _ É. " ente, sob a égide da lei à vftima na sua qualidade de cidada. E 0 juiz? Deve lealdade a sociedade como um todo, sem discriminar:í;" o JUiZ? Deve lealdade à socied:de como urn todo, sem discriminar vitimas ou acusados, na cega imparcialida de da administração da Justiça lmas ou acus~dos, na cega imparcialidade da administra~ao da Justi~a, presQ ao cumprimento da lei. A rigor, nem _"mpre esses preceitos são obs~;::~~;oC~pIlme?to da lei. A rigor, nem sempre esses preceitos sao observados; dai 0 descredito que recai as vezes sobre os tnbunais e sobre os me b _ ,talo deSCre?lto que recai às vezes sobre os tribunais e sobre os membros do aparelho judiciario. m Por seu turno uma agA ' d lOS o aparelho Judiciário encla dee ppublicidade Por seu tumo,, uma agencia u bl' 'd d deve lealdade . a quem? Ao contratante da campanha publicitári l~l a ~ dev~ lealdade a quem? Ao contratante da campanha publicitaria, imediato desta desta?,~ Ao pu publico a, ccliente lente lmedlato 'bl'lCO 'I'" atingido por sua ,nensagem ,nen;agem e que pode vir a tornar-se 'I'" ."., ',"""a ,,,;ngirln par suo tornar-s cous cons ,1"1 ,\(1 produto ou usuário II". '\0 proc!uto usu5rio do serviço? servi<,;o? A todos ao mesmo tempo? Como es ? Sem uma reflexao I 111 \l.lra conciliar tantos e tão díspares interess interesses? reflexão a III'"I p.ILI taO dlspares r ",."",n n. o 0 "abalho vabalho da agência cia perde ao ruma , , -,,'" " n, rumo e pode deriva derivar para a misti misti111.1 : 0, a à l11edida medida que, ao privilegiar o0 diente não perder o0 ill .1\;(10, cliente imediato para nao , "llll':IW, em detrimento dos usuários usuarios finais, satisfara ",lilr:IW, satisfará apenas os interesoperação. Todavia, havendo dúvidas I',I 1l,ais ,"ais diretamente envolvidos na opera<,;ao. duvidas IIq',Il"imas ",lt-imas a respeito da qualidade do produto ou do serviço servi<,;o a ser anunhHlo, não caberia uma investigação suspen- illdo, nao investiga~ao prévia, previa, indo ao extremo da suspen "!I\l funda ' .. In do lan<,;amento lançamento da campanha caso as suspeitas tenham algum fundaIllt;llto? Afinal, haveria como evitar a co_responsabilidade da agencia 111l:1ltO? agência e de de sa .,cllS enganosa implica implica ',('\IS profissionais, tendo em vista que uma publicidade engano en usuários finais? A ag agên- \'Yl:ntuais prejulzoS prejuízos para os consumidores ou os usuarios ,'vl:ntuais não só cliente ,..,.-i;1 i~1 correria o0 risco de comprometer nao s6 a credibilidade do c1iente ,linda que este possa não se preocupar com o0 fato - , mas de manchar a propria as práticas praticas interesseiras e própria reputa<,;ao. reputação. 0 O que fazer, entao? então? Aderir às a ? A quem a agência de curto alcance, ou cultivar uma cautela escrupulos agencia escrupulosa? cleve deve lealdade? A uma coletividade restrita ou a uma coletividade mais 'Hupla! ElU pratica, nem ,empre Em tese, a resposta eé 6bvia. óbvia. Na prãtica, sempre a escolha ,,<upla' altrulsta haja vista a ansia altruísta prevalece, haia ânsia de auferir lucros no curto prazo. S administra~ao de recursoS recurso de terceiros: Vejamo situação da administração Vejamos agora a situa<,;ao um s não poderi poderá surgir alg algum se forem geridos por corretora ou por banco, nao entos financeiros e seus clien conflito de interesse entre os estabelecim estabelecimentos clienes , como administradores aqueles, tes? É E claro que sim, na medida em que aquel de recurso poderia m usar informações confidenciais ern pr6 recursos,, poderiam em proveito prós par meio prio. 0 O sigilo de opera,6es operações da especie espécie costuma ser garantido por mein das chamadas "muralhas da China", verdadeiros anteparos que visam a informa<,;6es con conevitar a inside information ou prevenir o0 vazamento de informações funcionirios da propria finan fidenciais entre os dientes ou os funcionários própria empresa financeira, e que tambem também consistem em isolar o0 que eé informação publica pública do se que eé informa,ao informação privada. As muralhas sao são levantadas estabelecendo-se qoe estabelecendo separa<,;6es físicas Hsicas entre os vários varios departamentos, ate desde separações até condi<,;6es condições de trabalho; implicam o0 cumprimento de poHticas políticas de investimentoS investimentos a que os funcionirios £icam obrigados sob pena de serem demitidos e levam aà funcionários ficam mia departamentos de fiscaliza"O fiscalização (compliance) com autono autonomia criação de departamentoS cria,ao em relaçãO rela~ao aà dire<;ao direção para controlar eventuais deslizes. deslizes, Aqui, no caso, a lealdade eé devida aoS clientes como coletividade de investidores e não, nao, ern servi<,;os; em primeira mao, mão, ao estabelecimento financeiro que prove provê os serviços; ag~n I I n~lO informa~6es informa~ao 5 Ul·" L.llljJH:1StJnaf loll '/IICT sem o ' sem 0 que, que, os os lI1vestidores investidores fugiriam fugiriam dda empresa que n"io viesse a Utes garantÍr a empresa que n"io viesse a lhes garantir o0 sigilo.JO sigilo.1O A lit/tn' • No primeiro primeiro semestre semestre de de 2002 No 2002, a ffamosa Merryll Lynch fo; acusada pelo procurador geral de N ~ a amosa Merryll Lynch foi acusada Spitzer, de ter acobertado pelo procurador geraJ de Nova ova York, lork Eliot S 't relações "promíscuas" entre d' '. _ P' zer, de ter acobertado relagoes "prom{scuas" entre suas divisoes IVISoes de analise ')' e investimentos. . O procurador acusou os anaJistàs d ' ~na Ise e Investimentos. procurador acusou os anaJistas de crassificar favoravermente as e clasSificar favoravelmente as ações de empresas que utill'zav agoes -de empresas que utilizavam servigos d da corretora para colo am os serviços car açoes no mercado E a Corretora para colocar palavras, a M MerryJlli Lynch foi denun . agoes no mercado.. Em m outras palavras L clada como tendo induzido' : ,erry ynch foi denunciada, como tendo indUZido Investidores investidores ao erro ten er com avaliagoes . denClosas. No mês seguinte ao '. . ro com avallaçoes teninvestigagao, em denCiosas. No mes seguinte ao anunciO anuncio da Invest' . • atingida '. c helO em sua credibilidade /gaçao, atingida em em va cheio em sua credibilidade,, a corretora perdeu US$11 US$1 bilhoes 'Bolsa. 1 bllhoes em valor de mercado na Boisa. o Assim, para pôr fim as às acusagoes acusações do do procurador geral; a empresa par tim Assim, para fechou um acordo que implicou a procurador geral, a empresa fechou um acordo que implicou pagar uma multa de US$1 00 milhoes: US$48 milhões destinados ao E~a~ar~ma multa de US$100 milhões: US$48 milhoes destinados ao Estado de Nova York e 0 restante a ou tros Estados. A corretora tamb ' o e Nova York e o restante a outros Estados. A corretora tambem a criar . em se comprometeu compromet . um comite para revisar as mudanças nas cla l _ . e~ a cnar um comitê para revisar as mUdangas nas classificagoes de agoes e foi obrigada a controlar a comunicaça·o e t S~I Icaçoes de açoes e foi obrigada a , nreasareasde 'I' e de investimento. , controlar a comunicagao entre as areas de analise A MerryJJ Lynch não ficou ao abri o ' ana Ise e de Investimento. .A MerryJJ Lynch nao ticou ao abrigo, claro, da impetragao de agoes coletivas na Justiça ou d I g .' e cl~ro, da Impetração de ações coletivas na Justiga,, ou do apelo de arbitragem privados, a o ape o a tribunais tribunaiS d b' serem desencadeados '. e ar rtragem privados a I ' serem desencadeados por Investidores investidores que alegam ter perdido mi por causa causa d ' .que viciadas. a egam ter perdido miIhões de de d6lares dólares por Ihoes de suas analises e suas analises viciadas. 11 e Aliás, no final de 2002 ' no final de 2002,' em um urn acordo hlst' hist6rico . com a Procuradoria G eraAlias, 1de Nova York e a 5EC . d . onco com a Procuradoria Ceral de Nova York e a SEC, Yisando arquivar acusac;oes , ,Vlsan o arqUIvar a - dde que iludiram c1lentes com análises t d . cusaçoes e que iludiram en enClOsas quanto ao comportamento de ac;oes c1ientes com anaJises tendenciosas negociadas na Bolsaa as ' ao comportamento de ações negociadas , as maiores Corretoras de W Wall _ Citigroup, " . na Bols ,maIOres 11 Street 5 ' , C redu 5Ulsse First BOston M 'lI L a treet - C1tlgroUP Credit Suisse First BOston, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Goldman Sachs, ' ' ern ynch Morg 5 1 L eh man Bros, Deutsche Bank ] P. M ' an tan ey, Goldman 5achs Bear Stears, UBS Paine Lehman Bros, Deutsche Bank,]. , " P. Morgan, organ Bear 5t UB5 P , Webber' - acertaram pagar U5$1 b'lh' ears, ame Webber em multas, aMm de US$450 milhoes - acertaram pagar US$l bilhao 1 ao em multas, além de U5$450 milhões opera~iio acusa~iio lO, REBOUÇAS , Lu Cla, " "'CJ' llnese wall' . , 10. 19 REBOUC;:AS, lucia. '''Chinese wall' gatante o0 SIgIlo sigilo de bancaria", Cauta de agosto de 1996. 1996 'garante de operação bancária" Ga t Mercantil, M . 11 Bl b . , ze ·a ercanttl . oom erg e Dow Jones "M 11 L ' ' "Merryll erry Lynch ynch paga pa I por ", 11. G Bloomberg e Dow22Jones. multa azeta Mercantil de maio . d 2002. ' g a mu ta por acusação de de induzir J' d " investido . Cazeta Mercantil, ' n lIZ1r InvestIdor", , maIo dee 2002. r I~'.'r:\ fin~ll1ciar fin~tnciar 1i',1J'i\ distribui~';'io de anMises "indepcndentes"c1e outras el)lern a distribui~·ito an<1lises "independentes"de 11 ~ll:~;\S II'l '~:lS que Ilao não tern têm banco de investimento. 11 [lortanto, neg6cio depende dessa lealdade maior maio!" Portanto, a sobrevivencia sobrevivência do negócio .IOS final'l ,lOS investidores em geral. Mais ainda: a credibilidade do sistema finanl \,jro como um urn todo estaria em jogo se a coletividade de investidores njo (eiro nJo h nao enfrentar questão questao bern /,( ,sse 'SSe respeitada. Isso para não bem mais abrangente L'l,' dclicada: a indagação indagac;ao a respeito do caráter carater socialmente responsável responsavel dos delicada: illvestimentos. Em abril de 1994, The New York Times anunciou um escandalo escândalo po potencial envolvendo o 0 maior banco americano, 0o Citibank. 0 O presiden presidenIe, America La te, John Reed, e Richard Handley, ex-diretor do banco na América Latina, entao subsidiaria do Citi na Argentina, a Citicorp então presidente de uma subsidiária neg6cios suspeitos na Argentina. Equity Investiment (CEI), teriam feito negócios As operagoes operações deram muito dinheiro ao banco, mas teriam tambel'll tambêr \ enriquecido amigos de Handley, com o 0 conhecimento de Reed. Edesse desvio, prejudicial aos demais acionistas do Citi, que Handley É Handl 'y e Reed são sao acusados. 0 O banco garante que 0o neg6cio negócio argentino 'fui 'f li muito correto correto.. 0 Citibank tinha US$1 operagao começou comegou em 1989. Naquele ano, o A operação bllhao dfvida argentina. Essa fortuna tinha valor apenas bilhão em papeis papéis da dívida papeis estavam muito desvalorizados. 0 O pais país es esnominal, porque os papéis tava em um processo de hiperinflagao hiperinflação e os investidores pagavam ape apenas 11 centavos por um bonus bônus de 1 d61ar dólar do governo argentino. argentino Handley convenceu 0o governo a aceitar os bonus bônus em troca de agoes ações de empre empresas estatais. As agoes ações compradas pelo Citi foram colocadas na CEI, isso. criada especialmente para isso, 0 Plano Cavallo trouxe alguma estabilidade à Em 1992, depois que o economia argentina, o 0 pais país foi invadido pelos d61ares dólares dos investidores estrangeiros, a privatizagao privatização deslanchou eo e o prego preço das agoes ações deu um sai salto enorme. A CEI converteu-se na maior holding industrial da Argentina. Mas o 0 Citi nao 0 unico não era mais o único dono da CEI. Vendeu 60% da em empresa justamente quando o 0 neg6cio negócio estava se valorizando ... E os com compradores foram, na maioria, amigos de Handley: um amigo de infancia infância assumiu 33% das ações agoes pertencentes a hold!ng; holdjng; e a compra, cujo a 12. GASPARINO, GA5PARINO, Charles. "Acordo de U5$1,4 bilhiio neg6cios em Wall 12, bilhão muda pnitica prática de negócios WaJl 511'('('1", 511"('('1", The Wall Street Journal Americas, reproduzido pOl' 0 Estado de S, S. Paulo, 23 de dezembro d,' de' lournal Arnericas, por O pagara multa recorde nos EUA", Gazeta Mercantil, 23 a 25 de dezembro de d~ 200i. 2002; "Danco p~gará 200,J. 6 II rli, It "r.I I III/l/(".(.I"III /lI/di "" ,,,,, l/ /"1/01 montante alcançou US$269 rnilh " (jnanci~j(:I; .~ I 1'1110 'II i IprlO Citi; montante alcangou dois advogados f US$269 . ,. rnilh6es, oes, foi fOI fJnanCld<1i I 1,,,10 '11 [rprk Cili unClonanos da da CEI CEI e assessores elu I ItHl(.lI :y, lica ' ., dois advogados,, funcionarios i ram com outros 12'Yc da h Id' e assessores clu II H)( IIpy, licaram com outros 12% da holding (pagaram uma parte em dinheJro e 0 restante trabalh;). 00 Ing (pagaram uma parte em dinheiro e o restante em em trabalho). As explicações ' '. como os acionistas . . As explicagoes dadas dadas pareceram pareceram razo razoaveis: nao avelS. ~omo os aCionistas não recebiam dividendos desde 1991 recebiam dividendos desde 1991 e e como como havia havia pressão pressao do governo d norte-americano por causa do . , . o governo norte-americana por causa dos prejuizos seguidos do banco, fol pre ciso vender fatias da subsid' , ~ preJurz~s seguidos do banco, foi preciso vender fatias da sUbsidjaria argentina para incorporar 0 lucro ao seu balanço e agradar os a Jan~ atrgentrna para incorporar o lucro ao seu balan90 e agradar os acionistas. Citi US$ US$450 milh6es '. clonlS as Ganhou 0 Cf livrando-se dos títulos da d'lv1'd '. o, I 450 milhoes livrando-se dos titulos da divida argentina. Os acionistas argumenta ram, no entanto que o Cl d ,a argentln~, Os acionistas argumentade realizar realizar outros US$575 m'lhmilhoes ram, no entanto,, que 0 CHi 1 I deixou eJXOU de outros US$575 com essa operação .. 13 I oes com opera9ao ... A deviam lealdade ' ,. do Citibank? Uma A quem quem deviam lealdade esses esses alto altos ffuncionarios resposta lícita o d ' , " s uncJonanos do Citíbank? Uma o erla ser. A? Porque se trata res posta licita .poderia ser: aos aCIonistas acionistas. E p por que? de uma coletividade cuja abrangência' . . or que, Porque. se trata de uma coletividade cUja abrangencia maior do que a rede informal de poder formada pelos fu ' /, e mal?r do que a rede Informal de poder - e por . formada pelos funcionarios nClonanos envolvidos na Operag30, que, d operaçao, e porque, afinai, afinal, os os acionistas acionistas são sao seus seus em empregadores, prega ores. e Um . Urn dos dos graves graves problemas problemas que que atorm atormentou a sociedade brasileira no final do século XX disse . d/' ~ntou a sOCledade brasileira no final. do seculo XX disse respeito ao deficit da Previdencia Social. respeltoao efIcltdaPre 'd~ . S . Por sell vulto, ameaçou a estabilidade VI enCla ocral. Por seu vult'o, .amea~ou a estabilidade economlca economica do pals. Havia / p/H ' um abissal . d eseqU1lIbrio que ganhava ganhava ee o0 que Custava ais.um aVia um ablssal desequiHbrio entre entre o0 que trabalhador do setor privado e outro do setor / bl' q~e Custava um trabalhador do setor privado e outro do setor PU publico. No primeiro caso, 0 beneficio obedecia ao teto de R$l 200 N lCO. o prImeIrO caso, o benefício obedecia ao teto de R$1.200. . . . . Noo segundo caso nao n- havia h . limite. l' . Ora, eXistIam em 1998 18 'lI - d b ao aVIa ImIte. Ora l 10es dee tra alhad ' d recebendo be' existiam,, em 1998,, m 18 milh6es trabalhadores privados nefícios pelo INSS e o r b dI' ores pnva os recebendo beneffcios pelo INSS e 0 rombo R$7,8 bilh6es. Em om o doo Instituto nstltuto chegava a R$78 b'lhcontraposição, menos de 'lh- d a, 1 oes. Em contraposi~ao, menos de 33 milh6es de trabalhadores do setor publico ml oes e trabalhadores d / bl' R$34 bilh6es! b'II - I O . atraves dos o setor pu pa lCO geravam um déficit deficit de de R$34 geravam um I lOes. Ou u seja, seja atra / d impostos . gos, o conjunto dos brasileiros ba ,ve~ os Impostos pagos, 0 conjunto dos brasileiros bancava a aposentadoria de uma pequena minoria. No seio desta 905 'I nc~~a a aposentadorIa de uma pequena minoria. No seio desta, 905 mil servidores da Uniao Custavam a socieda de US $18 bilhões mai; do qml ser~Id ol'es da União Custavam à sociedade US $18 biIh6es,, mais do que I - J4 AContece ue a saude sau e de d e toda a popula<;:ao. que o0 rombo d R$ AContece rombo da da Previdência Previdencia subi subiu de R$42,24 P?p~ biIh6esaçao. em 1998 para que R$72,3 bilhões em 2002 u e . 42,24 btlhoes em 1998 para R$72,3 bilh6es em 2002,, e as mesmas distor<;:6es distorções permaneceram: entre os aposentados, 11 servidores publicos, úbl' . pe:maneceram: entre os aposentados, 11 % % eram eram servidores recebiam 41 % dos bene fícios e representavam po . / Pd / . I~OS, I eceblam 41 % dos benefkios e representavam,, porr si s6s, um um deficit R$S 6,2 bilhões bilh6es!!15 15 SI sos, efIclt de de R$56,2 'I"" ('(It u/ LltlC os OS dir\;ilO/> COl1verteram em priviIe "'i('I':i 'I ,i qLH' dírl'ilO~ .lllquirido~ .l~lquil"ido~ de uns n:::io n:10 se converteram privilé- (l.~ pobres bencficiJlldo os bem aquinhoados, em uma espécie !",obl"cS beneficiJlldo especie de i,llll¥icdade so 1011li<~ril;d<1de invertida? A aposentadoria que favorece uma categoria so1·I.ll detrimento da maioria da população popula<;:ao não nao perdeu, assim, sua legilegi Ii II_d ilI'IH illillll.:lde e, portanto, sua validação valida~ao moral? Escreve Joelmir JoeImir Beting: llllllll.lde 11I I I' ' . 'I "( ) saudoso conselheiro Acacio, Acácio, fil6sofo filósofo e semi610go, semiólogo, costumava ad ads6 3% dos brasileiros vovo IJcrtir, 110S nos idos da Velha Republica República (quando só lavam para presidente), que nos tratos da coisa pública publica a soma das tavam fwrtes nao política contra a partes não pode ser maior do que o0 todo. Essa revolta politica está na raiz de todos os vicios vícios e desvios (Jritmética I.lritmetica orçamentária orfamentaria ée que esta irresponsa contempordneo - no Brasil e 110 no mundo. A irresponsado Estado contemporâneo tel' mil explicações, explicafoes, mas nenhuma justificativa. justificativa . hilidade fiscal pode ter Lla estiola governos que não nao se governam, nao não se deixam governar e, Lia fechando aroda publica, nao a roda da gastanfa gastança pública, não conseguem govemar. governar. 0 O pro proe que a boa gestdo gestão das contas publicas, públicas, sem vazios blema de fundo é exigencia moral, demanda compettncia nem desvios, sobre ser uma exigência competência tecnica política, ou seja: duas moedas mais escassas, histo histotécnica e sabedoria po/{tica, J6 ricamente, da administração administrafao publica, pública. 16 H A' 13. 14, _ 14. lJ, 15, Revista 1994. Revissa Veja, 27 de abril de 1994, , LAHOZ Anei . "C ' r e . "Caiu am a ficha", revista Exame d novembro de 1998. LAHOZ,,Andre. Exame, 18 de CORREA, CrisriaJle "C d'e a te forma)" r . ,Ee novembro de 1998 . ',a maio de de 2002. 2002. CORREA, Crisriane. "Cad;: ceforma?", , , reyjsta eVlSta Exarne, ,xame, 15 15 de de maio in6meras linhas Iinhas divisórias divis6rias que demarcam o0 espaço espa<;:o Para superar as inúmeras -"KiaI, safda consistiria em fazer escolhas escoIhas que inin ,'o leial, aparentemente a tinica única saída rcressassem a urn todo. Esrarfamos, à humanidade como um Estaríamos, assim, praticando um aItrulsmo inquestionável, inquestionaveI, pois terfamos L[1n altruísmo teríamos sempre em mente os bens publicos ja que estes nao publicos glogIo não conhecem fronteiras. Bens públicos públicos globais, íá bais a serem preservados, combatendo-se, entre outros, o0 narcotrafico, narcotráfico, a radia~6es nucleares, a polui~ao ambientaI, o0 buraco de ozônio, ozonio, o0 Aids, as radiações poluição ambiental, fossil, a efeito estnfa, o0 lixo radioativo, o0 mercado negro de material fóssil, aItera~ao dos ritmos das estações, esta~6es, a erosão erosao do solo, o0 desemprego alteração tecnoI6gico internacionai. Poderíamos Poderfamos tambem tecnológico e o0 terrorismo internacional. também investir na redu~ao dos arsenais nucleares e na concon defesa dos direitos humanos, na redução tenção proliferação. tens:ao de sna prolifera~ao. quest6es vêm vem a ser enfrentadas, levanlevan Mesmo assim, quando essas questões daque1es cujos interesses são sao feridos; por exemplo, nem tam-se as vozes daqueles to dos, ainda hoje, ap6iam o0 respeito aos direitos humanos (países (pafses totalitotali todos, hoíe, apóiam tarios e polfcias autoritfuias); nem os traficantes e os viciados endossam o0 tários polícias autoritárias); trafico de drogas, nem todas as empresas acatam de born combate ao tráfico bom 16. BETI"lG, Joelmir. "Medo da ordem?", O 0 Estado de S,Paulu, S.Pau!o, 11 de junho de 2002, 2002. 7 1'1'1 II '11111 Iii P lll: 1'1",1 r"lplj""f11111 . I " elll .' termoS quais kalcLid~ st:" 1rLldl\L~1 termoS de de fidelidade fidelidade aa tais tais ou OLl quais t-:Illhora" kalcLIck lit.ll,lLlI/,el (;111 .'t r abstrato de lealdade a 't" vczes 'zes assume o0 cala e abstrato de lealdade . a' \,,,Il'lividacks, esta muitas carater . "~I 'Iividac\cs, esta 011.11 eIS VC" , • '1 t'rl'co e ideológico contnbUI I" illLlpios Oll a ideais, 0 inv6lucro e ideol6gico contribui 'd " isto e, 'o rnvo ucro ret6rico re o \lI 111 'ípios ou a I ealS, IstO e, "A 'm em nome da Tradição, da J.lr:\ mobilizar os "semelhantes". Age-se assim em nome da Tradi<,;ao, ,. " lhantes ge-se assl . da d .Irn moblhzar os seme :' d R 1"~ da Honra da LeI e a D dda Famlha e Iglao, da Honta,' da Lei e da I'ropricdade, dde Deus, Familia, daa Religiao, (pricdade, e eus, a "1" d Superioridade da Raça, da 1nh dem, da Hierarquia 'a e da Disciplina, DrsCIp ma, daa Superioridade da Ra<,;a,, da l' 1n , 1'1 dCI11, d a H lerarquI ~ S '1 do Futuro do Socra rsmo, ,k["'t'ndencia Nacional, Revolu<,;ao Social, , N' 1 da Revoluçao OCla, do Futuro do Socialismo, , P d 1nternacionalismo Proleta,kpendêl1cra ~ aCiona, ,Ii i lZeino Ceus, da entre os os Povos, , dos d C' d Paz Paz entre ovos, doo Internacionalismo Proleta ld d ,h i lZemo os Prometida, eus, ,a da Fraternidade, .d de da Justiça Social, da Igua a e 1'10, da Terra da Justi<,;a Social, da Igualdade , d 'T a PrometIda , da FraternJ a , 1'10, a .I.err l-:1l1hOL1 " grntlo, no lkJsd, ;\;1 proihj~:1o lISC) do gás gas CFC par.I paLl pl pi (',<;1"1 C,';(" 1 \',11 \'JI' o 0 OZÔlllO ozonlO .'rntio, proihjç;io do LISO cia atmosfera aCl partir do ana Protoco]o de Montreal ela ano 2000, em respeito ao Protocolo 17 de 1987. estratosferico rere ele 1987,17 E isso, embora se saiba que, sem o0 escudo estratosférico urn todo seja mais vulnerávulnera presentado pelo ozonio, ozônio, a humanidade como um imunol6gico das pesso pessovel ao cancer câncer de pele e aà catarata, e que o0 sistema imunológico as fique prejudicado. 18 ha conceitos que ainda não nao consolidaram seu status de bens Ademais, há cami piiblicos globais - exemplo da Internet - , embora outros estejam a camipúblicos 19 seguranc;a, a cultura e a justiça. justic;aY Todavia, nho do consenso como a paz, a segurança, consciencia, será sera que ée sempre POSSIVel huma ern nn sa sã consciência, possível tomar decisoes decisões tendo a humareferencia? A complexidade das sociedades contempocontempo I\ichde nitbde por marco de referência? 1·~1.1C\S e suas fraturas sociais expostas deixam ampla margem a 1':111(;;15 à duvida. dúvida. Em um lugarejo de nome Vladimir Volynskiy, cerca de 500 quilômequil6me tros de Kiev, na Ucrania, famma gentia Vavrisevích Vavrisevich escondeu sete Ucrânia, a família Judeus de novembro de 1942 a fevereiro de 1944. 1944, Alimentou-os e cui cuiespecie de porao dou-os em uma espécie porão escavado sob o0 assoalho de sua casa. "solugao final" nazista (eliminagao casa, Procurou contrapor-se à "solução (eliminação dos judeus em campos de extermínio), exterminio), sem nenhuma salvaguarda contm contl"a denunciada. o pelotao pelotão de fuzilamento caso ela fosse denunciada, Os membros dessa família familia nao não eram guerrilheiros em luta contra o0 média da populagao população crista cristã invasor nem eram mais religiosos do que a media susten Não tinham tantas posses que pudessem sustenortodoxa da aldeia, Nao tar sem problemas, em tempo de guerra, sete bocas além alem das pr6 próprias, mas nao contrario da esmagadora maio não eram anti-semitas, ao contrário maioria de seus conterraneos. quan conterrâneos Escoilleram Escolheram apenas fazer a coisa justa, quando nao não fazer nada ou fazer a coisa injusta era a coisa certa a fazer, do 20 interesses,20 ponto de vista de seus interesses. Fizeram o 0 bem, quando a banalidade do mal era a regra. regra, a I'l. combarer inimigos do ozônio", ozonio", Gazeta MercaNtil, Mercantil, 2 de jl1lho l'l, HANDYSIDE, Gillian. Gillian, "CE vai combater julho de SATOMI, Lili,lIl e CASPANI, Eduardo. "Empresas fazem opção op<;iio 1998; CASTRO, Gleise de; SATaMI, Menantil Latino-americana, 2 a 8 de outubro de 2000, 2000. pelo verde", Gazeta Mercantil ozonio", 0 re IIX. x, COCKROFT, Claire. "Dezenove paises países estndariio estndarão perda de ozônio", O Estado de S.Paulo, S,Paulo, reproduzindo artigo de The Guardia11, Guardial1, 29 de janeiro de 2000. ctitica efeitos efeiros da globalização", globaliza<;ao", Gazeta Merca11til, Menantil, 9 a 11 de julho I'). CALAIS, Alexandre. "ONU critica I'), de 1999, 1999. lO. 1997. lO, WEIS, Luiz. "A lista de Vavriseyich", Vavrisevich", 0O Estado de S.Paulo, S,Paulo, 9 de dezembro de 1997. 1·1t.:. I'l '. b a quem acaba cruDe maneira quem dever dever lealdade lealdade cru pergunta sobre so re a l acaba i , que a pergunta De manerra que a ld d ,. ~ Aparece entãO uma ea;llldo e modelando esta lealdade do u toutra: r a ' lea a e a que? que. Aparece entaO uma leal enta nlldo e mode Ian o esta < • f"s ou guias às representações lhde as ,ideias que funcionam " f ionam como far6is arOl ou guias,, as repres ., <,;6es d d;lde às Ideras que unc l' energias de colenvlda es , , ' que sao - capazes es de ga vanlzar as energias de coletividades il11aginarias galvanizar il11agmanas que sao c~paz, . / ' são preconizados por agentes porque ideais ou prindpios hem precisas, , e Idears pnncrploS sao preconizados par , ' agentes d" d dos interesses matenalS que se hem preCIsas, porqu, es coletivOs, nao entidades ~ tldades dissociadas lssocra as dos interess materiais quedse , - sao '1 . 'staArlcia raros são aqueles que ecoletivos, nao sao en confrontam socialmente. Em ultima instancia, '1 te Em u tlma m , raros sao aqueles que de 1 confrontam socra ~en . . do de vida e com.re suas expectativas expectativas com relaafendem algo que va ferir seu modo de vida e suas t dem a esposar pontos de vista e fendem algo que va fenr s~u mO ~ao aO futuro. Ao contrario, a esposar pontos de, vista e t árlo todos to d os tendem en ção aO futuro. A o COI1 r. , les têm de mais preCIOSO - a perspectivas que se coadunam tem de mais precioso - a adunam com o0 que eles e , , perspectivas que se co 'alou a posição que imagmam que posi<,;ao que ocupam no espa<,;o social ou a posi<,;ao que imaginam que posição que ocupam no espaço SOCI merecem oCl1par. merecem ocupar. 'b d d 0 grito rito de Quando se fala de Liberdade, de guerra guerra arregimenta, arregimenta, por por exemexem Quando se fala de LI er a e, o g A' Regime absolutista e seus plo, bnrgues e plebeus o0 Antigo ntlgo Regime absolutista e seus 1 es e p Ieb eu s contra io, burgueses b lto clero) pondo em jogo co ePestamentos privilegiados , '1 . d (a nobreza no reza e o0 aalto clero),, pondo em jogo cole estamentos pnvI egla os d f d d terminado estado de coisas. estado de coisas. tividades que questionam e en em determinado e , 1 ( am ou defendem tividades que ques lOn , ._ _ se trata Quando se fala de religiao, niio se trata de de algo algo etéreo etereo ee não nao observave observavel,, Quando se fala de rehglao, 11ao, ' fl eAncia em dado perío, '- espedfica 'f que detem certa influencia m u , em dado . . mas de uma religiao perf' 0 'mas de uma rehglao especI Ica l ' 'd d professa. E possívelldentldo hist6rico _ religiao que uma coletividade professa. E posslvel identi ,. r ,~ co etlvl a e . ' do histonco - re ~grao , que aa abra uma categoria social abra<,;aa (católica, (cat6lica, evangélica, evangelica, Judaica, judaica, ficar ficar uma categona SOCIal que. ç t-o em J·ogo. Até no caso do , etc.) e d'" ualS interesses mteresses estao es a em jogo. Ate no caso do islamica distinguir quais islâmica etc.) e IstmgUl[ q . istas e os socialistas de forate1smo, geralmente oss comunistas, anarquistas e os socialistas de, for comU11lstas, os anarqu ' l o s fiéis de todas as confrssoes ateísmo, gera Imente o ma<,;8.o marxista aglutinam-se po o e os fieis de todas as confissoes , , 1 t'nam-se em um p610 mação marxista ag u I f t ocorre por consegu1l1te, enreligiosas formam outro p610. 'lo 0 O confronto con ron o ocorre,, por conseguinte, en les credos e não entre absreligiosas formam outro po . ou aque f sam esses au tre coletividades que professam aqueies credos,, e nao entre abs res de tre coletividades que pro ~s_ d' gentes que são portadores de tra<,;6es formais. oposi<,;3.o se daa entre agentes que sao portado . E a oposlçao a trações formaiS. a , d ( . ersuS categorias religiosas, por exemrela<,;oes sociais sociais determl11a determinadas categorias religiosas, por exem relações as (ateus at~u: versuS v plo) e que personificam contradlçoes. contradi<,;oes. pIo) 8 ".-0· <10 "'HII ""1 "'Ii" I'" I.J< !I t.J IIIJ/"<;I/II,,/ I I Assim, os OS idearios nao pairam no ar, divorciados das coletividades coJetividades que os ideários não abraçam, defiabra~am, mas fincam suas raizes nos interesses materiais historicamente defi as traduções tradu~6es imaginárias imaginarias desses mesmos interesses. nidos e correspondem às J"M II OI' I" ,'111 , L1n) Cll" "'1 ( ,,' l·l\l.:hlsivl';1., " ,\ assumiu "lSSLunILl .. rc.:h I1:1l1~.1 un) c~.Ir;'lll"1' l·l\ . . :I!lP,jVI',t:1 I' p<.:h 111 .\ Illtlll..ld:!, LLII I 1/.• 11 l.,." . " lil\ 1"'\'jlllIC.1 '. .' 1 ,-. " da 'jue 11l;)is l;lrl l ', l ' IHU I' d" >11 '<('lido condenaJa ainda que, c1n popula<;;ao, popu éll,:<10, am l , m:)is l;)rdl', " q~ IllU " d 'lJ'l IpeLt " ti 11.11 " ' I(Io con en< d 1 'tear licenças prOVI.'01'lUIi 111 as 1. '11'.(.l;i :1l1xiliares obtivessem ito dee P pleitear licencs provis6t"ins 1111 T btivessem o0 dire dll'elto el I 1"1 L',(,U; :IUXl lares o / _ 1d de também, da I'cb~Jp .. l" 1 1.\1<;:1. Minai, 0 que e au nao moral depende, tambem, da reb~Jo .. Iv 1,1' epen , , \L .1, Afinal, o que e ou nao mora " ill\ I "'I'jlldicados , \' "dos I. " v _ dente' a quem devemos le o can I~nl questao candente:' a quem devenws Iv , suma, . . como resolver esta questa I,-'I\n~ I,,, n~l em "111 presell~a. presença, I No final de novembro do ano ana 2000, no Rio de Janeiro, cerca de 3 mil motoristas auxiliares - trabalhadores que pagam uma diária diarla aos dodo nos de taxi transite nas principais vias da cidade, táxi - bloquearam o0 trânsito provocando um verdadeiro caos caos. A manifestag8.o A manifestação foi organizada pelo movimento movimento""Diaria Diária Nunca Mais", em protesto contra a liminar concedida pela Justiga Justiça e que sustou os efeitos de uma lei aprovada em lunho Junho pela Camara Câmara dos Vereadores e sancionada pelo prefeito Luiz Paulo Conde. Conde, Essa lei permitia que a Prefeitura fornecesse licengas licenças de taxi táxi aos 13 mil motoristas auxiliares, convertendo-os em autônomos. aut6nomos. side solicitado pelo Sindicato dos Moto O pedido de liminar havia sido Motoristas Autônomos Aut6nomos do Rio de Janeiro, js. já que considerou absurda a en entrada de mais concorrentes na praga. praça, Em represalia, os motoristas auxilfares abandonaram centenas de represália, auxiliares levacarros nas principais vias de acesso aces so da cidade, trancaram-nos e leva ram as chaves. 0 Batalnao de Choque O Batalháo da Polfcia Polícia Mifitar Militar interveio, que que0 vidro de 40 taxis brou o táxis para soltar o0 freio de mao, máo, apreendeu 220 vefculos veículos e prendeu 22 manifestantes. 21 o suma, como . ,. b' t'VO que passa por outra pCI ,\,l,hk? Lan~ando mao criterio objetivo, o Je 1 , que passa par olltr;] ,\WI - o de um cnteno d 1\,1,1\1 .? Lançan o ma , , _ d t . ;nada e a quem esta pl't:]lIc1t ~~\illl.) _ a quem b beneficia a~/io determinada e a quem esta pre;",cll .(. ta uma açao e erm. I'IIIIL) a quem ene,/c d' b etida a esse crivo. Em tese, ql1: l11 iii? Toda e qualquer a<;ao pode ser submetida a esse erivo. Em tese, flll;ll! . ,I' .roda e qualquer ação po e,s~rdsud lTI ef1'cl'ada mais altruíst<) scr:i ,I b en . , mais altrulsta scr~i ill) I11dis uma coletlVI coletividade , ampla 1 for f a e beneficiada, . ..1 ,In mais amp a .or uma . 1 f r uma coletividade preJl.llll ,11,:10, contrario, quanto ou , ao ao contrário, quanto 111ais ma1S ampla amp a ...for o uma coletividade prejl.ldi. , au, l. 0, , . mais , exclusivista I" t ou egoista egoísta sera a a<;5.o. açao. . .ld;), í ,1'\;), maIS exc USIVIS a ou b sera a .dentíficar o tamanho das coleI I 15so nos leva a procurar saber como identificar 0 tamanho das colc\ i Isso nos leva a procurar sa er como I . \.''111 i vidades: ,idades: . maior ' coletividade 1 t'V1'dade possive1 possível no plan ,\;\ (', no plan~I~' • No nfvel / 1macrossocial, ossoClal aa ma.lür co e I , '\'l', baixo desta vêm nVI I • No l11ve m a c r , sem duvida, a humanidade, enquanto que, abaixo desta, vern ('ivili sem dúvida, a humanidade, en.qu~nto que, a , es /' lações e rellglO . ' za~6es, lmpenos, imperios, I, na<;6es I 'religi6es. 'd d d tamanho íntermediári.() ~.. I'l1 • zaçoes, No nlvel coletividades '1 mesossocial, sOClal co et1vI a es dee tamanho intermedi:5.ril) ~\.l( . , /. I sses sociais as Cé1t'g,,'II.I'1 • No mve mesos as etnias, as regiões regi6es au provincias, as as cclasses sociais,, as catcgul i.\', , S as ou provtnClaS, a 'd ) as etma , . . e os publicos 'bl'cos (usuarios (usuários au ou consumidores). consumI ores. , sociais SOCIaIS e os pu l i ' 'd d -estritas são organizações SllI • No nfvel coletividades , lmicrossocia1, ' social co etlvl a es Irestritas sao organiza<;6es sill • No 11lve mIcros, ,d bocar nas famílias 'I LI gulares e suas areas componentes, nas familia:,; e ILl guiares e suas áreas co~pon:ntes, ate ate desembocar esem menor celula, célula, que e é o0 individuo. WdlVIduo. Figura 9 A tentativa dos motoristas auxiliares de sensibilizar a popula~ao população carioca para que apoiasse o0 movimento saiu pela culatra. As l.ideranças lideran~as não nao perper ceberam que a tatica tática utilizada feria os interesses de centenas de milhares de pessoas que deixaram de poder circular livremente, levando-os a se insurgir contra os "baderneiros que transtornam a vida da cidade". Em Embota a reivindicação táxi - pudesse ser reivindica<;ao - obtenção obten~ao de uma licença licen~a de taxi considerada legftima, legítima, os meios utilizados foram desastrosos e o0 resultado a~ao de bloquear os acessos ao Rio de Janeiro nao poderia ser outro: a ação não deu moralmente ganho de causa aos taxistas. E por que isso? Porque não nao sefoi altruísta, altrufsta, não nao levou em consideração considera~ao os interesses daqueles que se Karine. "Com projeto, auxiliar vira prupriet~rio", de: nono 21. RODRIGUES, Karine. proprietário", Folha de S.Paulo, 2S 205 de vembru de 2000, 2000. vembro Escopo das morais: devemos lealdade a quem? lNrERMEDrARlO iN' ERMEDIÂRIO (nivelm (ní"el111e~o) c s.o) RE~S~lO sTRtl 0 R (nivel (nl el m1CfO) lero) 9 SltLJa~oes muiro pecujjare~ OU elll sirll:l,/>('s I) 1;'1,> _ SItuações muírü pecujiare~ Ou em Sí("Il:I~Õ('s (;:x1 eXLrI"C'llI;'I\ _ <e'OlllO <,;01110 cnl <':111 algumas "escolhas de Sofia" - , eé possivel ser i:lltrufsta i:lltruísra atelldendo a cok cole.: 22 tividades menores. Mas, no caso, estariamos diante do que e é uiduel viável fazer, nao não do que seria o0 mais desejave1 desejável fazer. fazer, Exatamente conlO chacon1O nas cha madas "roletas russas" que Ocorrem ocorrem em hospitais públicos publicos super/atados, superlotados, quando sobram pacientes criticos criticas nos corredores e aparece uma unica única plantao? Escolhe um dos pacientes vaga na UTI - o0 que faz o0 medico médico de plantão? ou nada faz, porque nao não existem vagas para todos? tm Por Po r que ética Mica nos negócios? neg6cios? " , l It Ulll11! Itl Ilfllrll/lI!1l11111l IJ f lld 111111 1111Ill', ti, 1111i ',I',I01I1I-[CIO ~mlluIJi\j;J'<OO(' lui InUlllndn tl~, til 11111 ',!',I 1111 111 {,( IflUlllI ,li; Il' "'111' reli I ' I. 511111 li' YSIi , 0 que I",( Iiti 111 "II ~I,')lr:: In InlOI'I \~~~Hd08, rcsullou elll Cfll'CfJ de 12!-', I till !,' u 'r "'U ou '" I, Ii 'I EtO rlO redor r dor clo do Illur do, na mlclJa lTlundo, na 1 IC I ( 't or um norle-americL nQ lua.'" l'lulrtllV,-\ dc chantagem reita por um norte-americano qUt;l ::iuho I· II til tl cJ cl'lant gem fel a p rle do lote distnbUlcl n I Ii" 'III, l1U(+SIW, colo cando cianureto do lote distribufclo locando cianureto em em parle pa , , IW J' 11" 1111, li co ela J&J e o culpado. mé:lls IdU , fii' l:hicago, foi denunciada pela J&J e 0 culpado, mais 1art,.. , I,' :I,i.c. go, foi denunclad~ p t' ação estar completa. e ~ t) I) Iii Ii" IIJ preso, S6 investigagao estar completa. S . que antes de a Inves Ig " e ~ot) () II li 11111 1)1 - O. o que .' em resa teve que se pOSlclon f,. ( ir (! It, t/:Js ropercussoes publicas, a empresa teve que se posicionar, "It' 11.' ropercus~ões publicas, a ar:reverter o quadro de eles orlll I'" , jnrrmsse medidas corajosas para reverter 0 quadro de c1esconll 4 II I J'lfl' 'se medidas corajosas Próprio negócio. e não somenh ~ o ,(',< do , arriscaria arriscana perder o p II" 'I 1(~riado, 0 pr6prio negocio, e nao somenlt~ j""" I' 'reflelo do Tylenol. I'f' ,'c, cio do Tylenol. d ontinuar a produção do remé li IJuddiu entao tazer 0 recall e descontinuar a produ<;ao do remedl 1 Jdd' então fazer o recai! e esc , 'Ia'vel Fez campanha d) iI'; IdangEl-lo com nova embalagem, inviolavel. InVIO , Fez campanhas flu ;>" JI': I ]lançá-lo com nova pela prisão do assassino. I LI , , ':.:Gll'lrBcimento e ofereceu fereceu recompensas pela prisao do assassino, /;1.." I . _ , dar quem necessitasse p, ( I' ' ;l~d~lrecimento e o ", , disposigao d'sposlçao para ajudar aJu lilillas telef6nicas a quem necessitasse 8 ,ClI' 1IIIIl S telefonlcas a I _ t gédia Fez um acord , ,I W) IllOl1strou visivel , I preocupagao ocupaçao com a tragedia r a , Fez um acordo,, GlIlf) I f IIOl1strou víSlve pre f aml'\'as das sete vítimas, ,; li, , III . velo , a publico, . bl' com as famllias I vl;llor jamais das sete vitimas, G: I: .11 )11 vutor jamais velO a pu ICO, f'.1 da devolução dos rtl (~II:.J 'Ih - s com a parte fiscal Isca da devolugao dos medII;! I r Jutras US$100 milhOes ( litros US$100 ml oe meter sua imag rn (l I t; 111 ' correr o rllentos, Nao quis 0 risco de compro comprometer sua imagenl C I J; III "IEmtos, Não qUIs bia como mera fabricante de I"l:lfl II fragar. Afinal, a J&J nao se concebia como mera tabricante de I'l~~rllt fragar Afinai, a J&J nao,s~ conce d r "saúde segura", Havia el81JI dios: seu neg6cio vender ,. estrategico t ateglco era ven e "saude segura". Havia elabn , I dios' seu negocIo es r , a a resposta apropnn, I determlnav a resposta aproprkJdH duta que determinava rado' um codigo d de conduta rado um código e con " . Oualquer mancha sobre sua r, para situa<;oes de grave emergencia, Oualquer mancha sobre sua f' para situações de grave emergencla, edimentos colocaria em X8 - ou sobre a lisura de seus procedimentos, proc putagao, colocaria em X" putaçao, que sua credibilidade. que sua credibilidade. d gír e consolidou sua imagem d ' Na ocasiao, reafirmou seu modo de agir e consolidou sua imagem d~ Na ocasião, reafirmou seu modo e a , ente gastou mais US$1!:lO empresa confiavel e responsavel. Posteriormente,, gastou mais US$15 .• nsável Postenorm d' ,.;, recuperar o mercado per l_ empresa conflavel e respo milhoes em campanhas publicitarias para recuperar 0 mercado perdi has publlcltanas ?3 milhões em campan d' anos nos depois depois do incidente,' do incidente,23 OIS a do, e obteve enorme sucesso dois I' I IlrJllcias . , ,II I II I {oh las JÓ~ICO, I nao são sao in6cuas, an6dinas ou isentas de conse As decisoes decisões empresariais não consepe10s e£eitos pro quencias: qüências: carregam Um enorme poder de irradiação pelos efeitos que provocam. Em termos praticos, Vocam. práticos, afetam os stakeholders, os agentes que man manvinculos com dada organização, isto é, e, os participes tem têm vinculas partícipes ou as partes in teressadas: interessadas: irradja~ao organiza~ao, • na frente interna, temos os trabalhadores, traba1hadores, gestores e proprietários proprietarios (acionistas ou quotistas); • hente externa, temos os clientes, fornecedores, prestadores de • na frente servi~os, autoridades governamentais, bancos, credores, concorren serviços, concorrentes, mfdia, mídia, comunidade local e entidades da sociedade civil _ sin sindicatos, associações profissionais, movimentos sociais, clubes de . " servl~Os e igrejas. servIçOs Igrejas. associa~6es Mas por que as decisoes decisões empresariais afetam os ambientes interno e externo? Simp1esmel1te Simplesmente porque os agentes sociais sao são vulneraveis. vulneráveis. 0 O caso do Tylenol nos Estados Unidos eé um exemplo classico. clássico. A Johnson & Johnson possufa 35% do mercado de analgesicos analgésicos nos Estados Unidos, com vendas anuais de US$400 mjlhOes, milhões, No final de apos ingerir setembro de 1982, sete pessoas morreram envenenadas após As vendas do remedio cairam Tylenol Contaminado com cianeto, remédio caíram entao então Ty/enol milhões para US$4 milhOes milhões por mes, mês, de US$33 milhOes A J&J agiu com prontidao: fras prontidão: recolheu e destruiu 22 milhoes milhões de frascos em todo o 0 territ6rio território norte-americano a um custo de US$100 mi. mi- 22. Ver capítulo capitulo sobre as teorias éticas, eticas. cor~er I ' a fundo. E ' d'f emp resa tenha a~SII . Vamos mais dificil'I acreditar que a empresa a~Sll Vamos maIs a fundo. E 1 ICl, "E' mais crível aceitar que ('h mido tal postma par mero "bom "born mocismo". Emais crivel aceitar que (·Lt mOClsmo mido tal postura por mero " I ,_ que considera a empI',', ('S,l ' do seu credo organizacional organIZaClOna - que considera a empreS;l tenha conjugado conjuga 1')'/1\,' . _ .J parte., São Pa:Jlo: Makron B 00 I, <S, . 1')'/ 23, NASH, Laura L. Etica nas Empresas:, boas Books, N . boa' intem;oes mtençoes parte, Sao ASH Laura L Etica nas Empresas,. ' aa crise" revista Exame, 26 de jall~lr" . .I. 23, p, 36-40; " CALDINJ, Alexandre. Alexandre, "Como gerenciar a crise",, revista Exame, 26 de iall~ir" ,I, p. 36-40, . Exame, 88 de 1995, de novembro novembro de de 1995. 2000; e revista 10 ,...., ',HI' I'I "li! 'I~·· • -.•..' . ,1IT11 I 1/111/,' I 1/. " 111I /< Iol1l til.iulI/ 'II' respons5vel pelos clientes, empregados, comunidade cOl1lunidade e ac:ionislas responsável ac:ioni::>l:Js - com Gom rela~ao de forças for~as no mercado, relação re1a~ao esta que uma analise análise estrategica estratégica da relação tao bem bern ajudou a forjar, com alertas regulares a mfdia tão a mídia à opiniao opinião publica, pública, e que se ttaduz na capacidade de os stakeholders boicotarem qualquer nao proceda de forma socialmente responsável. responsavel. De maneira entidade que não que não nao eé improvavel proprio credo organizacional tenha sido fru improvável que o0 próprio fruto de urn um contexto hist6rico histórico bern bem preciso e de uma analise análise da dinamica dinâmica social. Malgrado a influencia influência do codigo código elaborado, alguns perguntam: por recall do Tylenol distribufdo que sera será que a J&J fez apenas o0 recal! distribuído nos Estados sera que não nao inHuiu Unidos e nao não no resto do mundo? Será influiu aqui a percep~ao percepção de que o0 nível nive! de mobilização mobiliza~ao da sociedade civil norte-americana e é muito paises, igualmente consu maior do que o0 das sociedades civis de outros países, consunao fosse, dizem aquelas vozes, bastaria midores do produto? Se assim não ter recolhido o0 Tylenol na area área de Chicago em que daramente claramente se eviden evidenviola~ao dos frascos e não nao no território territ6rio todo dos ciaram os indfcios indícios de violação Estados Unidos. Eis uma boa pista para penetrar no cerne da etica ética empresarial. Entre diferentes cursos de a~ao, ação, h5 há sempre uma escolha a fazer: nao não seria esse urn reHexao etica um motivo razoavel razoável para que a reflexáo ética se de dê nas empresas? Por que adotar uma decisao e nao ontra? Quais consequencias decisão não conseqüências poderiam advir? 0 O que poderia prejudicar os neg6cios? negócios? Quais medidas poderiam ferir os contribui~6es a interesses ou os valores de quais stakeholders e quais contribuições à so sociedade seriam bem acolhidas? Como tudo isso repercutiria sobre o0 futu futuro da empresa? Em suma, qual resposta estrategica estratégica dar nas mais diversas situa~6es de mercado? situações A bem bern da verdade, em ambiente competitivo, as empresas tern têm uma imagem a resguardar, uma reputação, reputa~ao, uma marca, e em países paises que des desfrutam de Estados de Direito, a sociedade civil reúne reune condições condi~6es para mobilizar-se e retaliar as empresas socialmente irresponsaveis irresponsáveis ou inid6neas. inidôneas. c1ientes, em particular, ao exercitar seu direito de escolha e ao migrar Os clientes, simplesmente para os concorrentes, disp6em dispõem de uma indiscutivel indiscutível capaci capaciespecie de arsenal nuclear. dade de dissuasao, dissuasão, uma espécie nuclear, A cidadania organiza organizaresponsavel, em da pode levar os dirigentes empresariais a agir de forma responsável, convic~6es intimas. detrimento, ate, até, de suas convicções íntimas. tern possibilidade de fazer "polf Em outros termos, a sociedade civil tem "políado~iio de posturas morais por parte das tica pela etica" ética" e viabilizar a adoção interven~ao na realidade social. Lançando Lan~ando empresas por meio de uma intervenção illi'un\1'lIl~lltoS? ~IS .lll~tli.i:\' , '1','\ 1,Il'U :1, ,lI' , ,;J Recorrendo a miL \.1, ' , ' IILill de quais .It' , canais '. ()\l1 III 'lI'lllllL:lltl)S, Recorrendo a mk!i:l, ;\ . 1 1'(" .'Il) de CIu<:llS canaiS OI, ' , " ~. d defesa cios conStllI11( () , IIL d' \' . s agencias agenCias dee defesa clos consl\ruid()!"(';' hllicote dos produtos vendidos, " to. dos produtos vetl IC U~) LI d P ·0 e Defesa do (,nn \\)\1 )()ICO e (Fundação ' . do cia cidadania, como 0 Pro con dee roteça e Defesa \)\1 ela cidadania, como o Procon , Proteça~o do Consumidor, (l 11")('111 :-'Iltnidor), a Promo toria do Consumidor, , , de d J stlça e ' 0 lPCll1 , , ~IllOidor), a Promotona ,e u Centro de Vigilância Sanitána, o ()1l1l:1 (Institnto de PesOS e Medidas), 0 Centro de Vigilancia Sanitaria, 0 Dill\.\ to Naclll (I nsütnto de PesOS e Med'~as), °Al' tos) o Inmetro (Instituto (Departamento de Inspe,ao de Alimentos), 0 Inmetro (Institu Nad.. (Departamento ~e Inspeça~ de~ ~m~:alid~de Industrial) e o Idec (lnsll llat de Metrolog , e Qualidade Industrial) eo Idee (\ma i ia Normahza~ao llal de Metrologia, .d ) uma organização não gOVl'l' tuto Brasileiro de Defesa do Consumidor), '1' de Defesa do Consumi or , uma organiza~ao nao g<;lVL:l' tu to Brasl elro \lamental. \lamentaI. (Funda~ao Prote~ao (~nn 1 Justi~a Prote~ao Normaliza~ao Figura 10 es cidadãs A politiCO política pela etica: ética: presso pressões cidadiis fi ências; ugencias! i C defes~ c',defes,~ , I .,i / bpi cote ) ~ pouco efiLJ , , . totalitários, esses esses recurso recursoss sao ': Em paises autoritarios ou1 totalitarios, sao ponca efiea Em países autontanos 01 . d d . '( ive amordaçada ou SUll, " socle a e CIVIl vive v , sil1l r zes ou nao estao disponiveis, e a sociedade ou zes ou não estão dlspoI1lve's, e " " em ambientes econômIcoS c.;plesmente nao existe. De forma suuetnca, simetrica, em ambientes economicos . D d '"k plesmente não eXIste. e, d ou noS ambientes e caratel chados como nas economias de comando, ou noS ambientes de carater chados como nas econom'als de cO~ga:p~iiOS e cartéis, a "política peLl em que prevalecem oligop61ios e carteis, a "poHtica peb semifechado semI.fec h a do em que preva, ecem so etica" ética" tambem também sofre impedimento impedlmen,t~s.. , boas condições para floresCl'r relIne boas condi~6es para, HoresCl'r Traduzindo: a polftica l' ' pe1a ela etica etlca reune Traduzindo: a po ltlca p d d. empresas está distribUldo, quall" quando 0 chamado poder de mercado quan oder de merca o das aS empresas esta distribufdo, Ih pal'tl.' h ama d o P uando o ccol11peti~ao , 'b'l'dades reais reais de de escolha esco a por , qdo efetiva e possibilidades por partl' existe ' . f tlva e pOSSI I I ' '\ ' 'ste competlçao e e " 'to à soberaI1la L os dde o eXI " finais. ' Mesmo assim respel a soberania dos im , o0 respeito clientes e usnarios Mesmo ass de clientes e usuános fmals. m~itos países e só acontecç Sl' c1ientes ainda nao ée moeda . ' d náo moeda corrente corrente em em muitos paises e s6 acontece St' clientes am a civi~ arnorda~ada 11 I urI oj ~ II ;.: .i' 111l1"tU 't/lti eles gritare In ou fizerem f'Izerern um escândalo' -, gritarem escaudalo! At"estado de dClllollstrJ<;Jo de força dos consumidores enco t . ~testado de dClllollstrJçJ.o de for~a dos consumidores encontra-se no nurnero de _ f' n ra-se numero d consultas e reclarna çoes eltas ao Procon da ca 't 1d 5e consultas e reclama<;:6es' feitas 0 nurnero de ' d atendimentos d ao Procon da capital pl a dee Sao ao Paulo: Paulo' o . numero e atendimentos rea iza os entre 1977 e 1994 f 'd realizados entre 1977 e 1994 foi 1.498.517; " l 01 de e 1,498 517· entre 1995 19 e 2000, esse numero subIU para 1.776492 I .... , entre 95 e 2000 esse numero subiu para 1.776.492. em 6 anos, houve 18,50/0 . . . Isso sso significa slgmflca que, q ' maiS atendimentos do qlle no 18 ue, em anos, houve 18 50/0 mais atendimentos do que nosS 18 anos anteriores. Sem duvida, urn cres . ant S ' Clmento vertiginosoY enores. em dúvida, um cres24 cimento vertiginoso. . urn caso que chocou Para ilustrar esse poder de ffogo, o vale a pena citar a opinião pública e envolveu OgB , v.ale a pena CItar um caso que chocou a opiniao Veado D'O D'Ouro, farmacia de . [ _publica e envolveu a Botica otlca ao Vead mal1lpu açao centenaria centenária fundada o mo, farmácia de manipula~ao fundada em em 1858. 1858. laboratorio de su sua propriedade (Veafarm), fo Por intermedio intermédio de um laboratório ' ram produzidos em 1998 1 'Ih _ a pro~r1edade (Veafarm), foram produzidos em 1998 1 milhao de comprimidos lnocuos de um remédio indicado para O trat ml ao de compnmidos inócuos de um , 0 tratamento amento de cancer cân d prostata ' de (Androcur remedio indicado para cer e prostata (Androcur da Schering do Brasil) Dez' do Brasil).. Dez pacientes que fale faleceram na epoca podem da Schering , ' ter tido a morte acelerad . ceram na epoca podem ter tide a morte acelerada ingerido 0 placebo. Revelado 0 a por terem Ingerid I o ato, a denúncia da falsifl'caç-ao fOI. repercutid o o Ip acebo. ,. e Revelado ffato, a denuncia da falsifica~ao foi repercutida pela midia teve efeitos devastadores sobre a em a pe a mldla e teve efeitos devastadores sobre a empresa. logo, 19 pessoas foram indi , presa. Desde log cladas pela Justiça no proces d f ,. o, 25 25 pessoas foram indiciadas Seis pela me Justi~a no . processo so de e falsificacgao. alslflcação. . meses uses depOIS, . . Seis depois, as lojas mantidas em importantes shoppings paulistanos (Ibirapuera Mo b' ImpOrtantes shoopings paulistanos (Ibirapuera, Morumbi e 19uatemi) tiveram suas portas fe chadas; metade dos an'da rum I e ,lguatemi) tiveram suas feres d a propna t . no centro de Sao chadas; metade dos andares da propria lo' loja matriz, Paulo, foi desocupada' o f t . Ja ma nz, no centro de São 80~ . d . a urarnento caiu 80%; Paulo, foi desocupada;, 0 faturarnento dos 200 funcionarios 0, os 200 funCionários que a empresa tinha antes d que a empresa tinha antes do o evento restaram pouco menos de 50; os fornecedores deixaram de rece b er pouco menos de 50'' os 26 dia,26 fornecedores deixaram de receber em dia. po~tas I\ .1fI rY)eados de 1 199~1. Il()rio realizou t8ste UInH nOVd .1 í n1eados gg. u I 1 Il~ll.lt)l: lll!)1 :-Itório re lizou um te te GUn) (.;011'1 urrr nc Vi I \Ililquina pilu\as anticonc anticoncep· kfLquina embaladora. ProduLiu Pr dULiu embalagens com pílulas ps donais M\crov\a M\crovla sem o 0 princípio principio ativo. Os placebo placebos das 644 mil cartela. r uu qui\os de comprimidos, comprirnidos, continham lactose com um rre UIJ dos 1.200 quilos \I carte~as. ,~ionais ve~'timento a~ucar vestimento de açúcar e foram mandados para serem incinerados por especializada. urna empresa especializada. iniormada, por meio de uma uma Ocorre que, em maio, a Schering io\ foi informada, carta anônima, anonima, que um lote de placebo estar'la sendo comercializado comercializado anexa. Como a empresa já ja tinha sido sido Uma cartela do produto estava anexa, ten vlt\ma de remédios remedios ialsos, anonima era uma tenvítima falsos, acreditou que a carta anônima chantag em . Resolveu Reso\veu então entao investigar por conta própr'la propr'la em em tativa de chantagem. esclareceu. mais de uma centena de iarmacias. farmácias. Nada esclareceu. inicio de iunho, uma senhora gravida mes enLrou entrou em concon No início grávida de um mês 0 laboratorio tato com o laboratório e apresentou as pllulas pílulas falsas. A Schering levou levou mais 15 dias, apos denuncia, para notificar notiticar a V'lgilância V'lgilancia Sanitária. Sanitaria. apóS a denúncia, 0 fez no dia em que Jornal Nacional da TV Globo levava \evava Curiosamente, o ao ar a primeira reportagem a respeito. Seu pecado residiU aí: embora residlu al: \aboratorio nada tivesse ialsificado, o laboratório falsificado, foi displicente no contrale controle do placebos e nao descarte de p\acebos não alertou a opiniao opinião publica pública sobre a possibi possibi- lidade de desvio de parte destes. Sua omissao Até final de agosto, 189 mulheres disomissão custou-Ihe custou-lhe caro. Ate ram seram ter engravldado, vítimas às chega as farmáfarma vltimas dos placebos que chegaram midia moveu uma fortíssima fort\ssima campanha contra a empresa, afeafe cias. A mídia atras. urna marca criada na Alemanha 127 anos atrás, tando profundamente uma Procurado Sao Paulo e o 0 Procon entraram A Procuradoria Gera\ do Estado de São ria acgao civil pública publica contra o 0 laboratorio, laboratório, pedindo indenização com uma ação \ndeniza~ao por danos morais e mater'la\s. mater'iais. A Secretaria de Direito Economico Econômico do A dclientela nao não perdoou o0 desr . ee a ffraude desrespeito nem a irresponsa bTd 11 a e virtualmente homic'd pespeIto ' a rau d e nem a irresponsabilidade boicote. O virtualmente homicida. I a. Puniu umu a empresa com co urn eficaz f' , ., Outta utro caso, que desta vez envolveu d' m um e lcaz bOICote. caso, que desta vez envolveu diretamente a Schering do Brasil, frhal da Schering alemã . lretamente a Schering do Brasil ã ja ., que tambem retrata 0, . filial da Schering alema,' merece consIdera considera~ao, mconformismo dos consumidores. ç o, Ja que também retrata o inconformismo dos consurnidores. Justl~a Ministério mui ou a empresa em quase R$3 mi\h6es milhões. A Vigi VigiMinisterio da Justiça multou 0 laboratório laboratorio por par duas vezes. A suspensão suspensao lancia lância Sanitaria Sanitária interditou o me\o e forçou a Schering a do anticoncepcional durou um mes mês e meio relan~ar foi Hder merca relançar 0o produto, que ia já toi líder do segmento (tinha 22% do merca- for~ou do), com nova cor de embalagem. oO inquérito inquerito policial pol\cial instaurado sobre o 0 caso toi loi encerrado sem ind'lind'l recupera~ao 24. FUllda~ao Procon SP: 2~. Ver Fundação sp· www.procon.sp.gov.br. . 2.), CONTE Carla "J . d . www.procon.sp.gov.br. c de socio lUZ decrcra ecrna prisao pr' " . ' rO 25. CONTE, da Folha Paulo, Sao / 10 dde novembro de 1998 ,. Carla.. "]uiz IS,\O d e SOCIO da Borica", Botica" "11,a ddee Sao - Pa 26 BERTON ., U 0, e novembro de 1998. P .. uro faz .. Gazeta G azeta Mercantil, 26." BERTON,, Particia. D'Ouro feestrurura~ao", Menanti!, 29 de abril de 1999. arncla. "Veado D'ü faz reestrururac,ao, culpado , o 0 que dificultou tremendamente a recuperação da car culpadoS, s ver uma laboratOrio. A Scheríng Schering teve então entao que promover promo credibilidade do laboratório. milionária milionaria campanha de comunicação, com gastos avaliados em mais comunica~ao. 12 5 Etica Oca tmpresarial -mpresariol / '011 o, 11 ot/I de R$15 milhões, em uma tent . de R$15 milhoes, em uma tentativa de reCOnstruir sua imagem que ficou ativa. de _reconstruir sua imagem que ficou muito muito desgastada desgastada e e sob sob suspeita. 21 Suspelta. 27 No a n o ' seguinte, a matriz alemã deter' , suas 50 sUbsidiarias No ano seguinte, a matriz alema determinou as qUe Suspendessem os testes d minou as SUas 50 subsidiárias que Suspendessem os testes de novos equipamentos e embalagens usando p/acebo, a fim de eVita~ novos equipamentos e embalagens usando placebo, a tim de evitar que casos como 0 do Microvlar se r~p~tissem pelo mundo. A empre que casos como o do Microvlar se repetissem pelo mundo. A empresa a perdeu R$18 milh6es com 0 epi sodio, somando os meses em u: perdeu R$18 milhões com o episodia, samanda as meses em q que a praduta esteve fara do mercado, o produto esteve fora do mercado queda nas vendas quando t queda nas vendas quando este as prateleiras e dois acordos, es,e vo/tou voltou à s' f 't feitos elos com consumidoras. 28 prateleiras e dois acordos A Schering do Brasil levou três an A Schering do Brasil Jevou tres anos para vo/tar ao topo do mercado de anticoncepcionais: em 2001 os para_voltar ao topo do mercado de anticoncepcionais: em 2001.,a a partlclpaçao participagao no no m mercado do Microvlar 17 o c/legou a , 7% (embora detiv ercado do Microvlar , 22% em em 1998) 1998). Tres cllegou a 17,7% (embora detivesse burra esse 22% ~' fatores Contri m para . . as res consumidoras fatores Contria) a a fd fideJidade que buiram para essa essa recuperação' recuperagao: a) em geral mantêm Com a pílula' . I eJidade que as consumidoras com a pilula que romam tomam, ja em gera/ j' que tem , que acertar a dos agem de hormônios e livrar-se ' , a ~ue tem que acertar a dosagem de hormonios e livrar-se dos possiveis efeitos colaterais de seu uso; b) o baixo preço do prodU~o~ pos~Ivels efeitos colaterais de seu usa; b) 0 baixo prego do produto 0 (3 reais e 50 centavos a cartela, Gim 2001),: e c) a confiança preserva 3.reafs e 50 c:ntavos a cartela, 8m 2001); e c) a confianga preservada junto aos medicos que recei tam anticoncepcional. 29 da Junto aos medicos que receítarn o 0 anticoncepcionaJ. mantE~m ----------- ----_-.J Para quem não soube av r Para quem nao soube avaliar dos cliente a lar corretamente 0 nivel 'L de exigencia . r' s e para quem errou redondam o Olve de eXIgência dos dientes e para quem errou redondamente em termos de comunica,ao, OI sem dúvida um sério trans e~1te em termos de comunica ão i<,i sem dnvida um serio transtorno, simpfesmente porque nao ho crÍ~~~~o, sImplesmente porque não ho~v: adequado adeqllado gerencÍamento gerenciamento da crise. 30 uve Em um caso semelhante .' um Caso semelhante,' porem J~hoclÍaEm Parma foi alertada porem Com Com rea,ao reação rapida rápida ee COmpetente, competent • por um far ,. e a par farmaclurico, em 1993, de que um. j{hoclia Farma foi aJerracia Cu'te 1a do neurolítico A '. maceurIcO, em 1993 d ' C"'tela do AmpJictil de uma do :llltial~ . neuroJitico 1::' mp1rctll fora achada dentro d ' e caixa que uma ergrco renergan. No dia s . entro de uma caixa d :llltialergico Fenergan. No rua seguinte, labo rat 6rio soltou soltou um comunica egmnte, o0 laboratório . o um ComUlllca- "A~ao '7 /WITFN ' " . ; COURT, Sl1via e CONTE C :/. de /lfTTENCOURT, Silvia CONTE, de Sena Serra ée eleitor eleitoraJ.j diz alema", Fo!ha .'I/au/o, 3 de Julho dee 19 . ' Carla. arla. Ação de . Schering • lde XL'cUlivo" Estad I a , foi dI~ vitima S~heflng Fo/ha S./}ll1!O, 3Ode julho dde S'j98,SCHEINBERG 1998; SCHEINBERG, Gabllela Gabriela. "5 "Sc.hering de alemã" crime, afjnna e 'a I 4 d . ' . ç: 1enng f ' . , u:c:curivo", 0 Estado de 1';' U o, 4 dee Julho julho de 1998; PASTORE, 1/ Karina. "0 paraiso dos aflnna reme cil<'.' I.IlsdJcado 1998· PASTORE OI vltana de cnme, s " , re' VIsta l1eja, eJa 88 de J' 11 d 1998; PFEIFER, ' , \.anna " O gasta ' < clius I.JlsiJi(ado revista Ismael. "Schering milh6es , 1'.11'11 Ic~OnstrllÍ1 ",1111<1 em" , de julho U 10 de e 1998, PFEIFER 1s ,,~ paralSO dos reméI'~I'II rcconstruir ill1<lgem", Gazeta Mercantil, 27 de agosro de 1998. ,~. ( ()I{ REA, SílVia e E~cóssf;z~a Mercantil, 27 de <1gosro d~ 19~~el. :>chenng gasta milhões 26 Silvia d sel'elllbro ' Fernanda elrlanda da "S~l . cancela res res - Com placebo", Folha de 'x. .\.Hw/" c ESC()SSJA, cIa. "Scherillg S.I'tw!", de 1999. "J VII \ I' " 26_. dee s<::l'elllhro de )999 " Jenllg cancela restes Com placeb " " d\\C,A, V'<::l'JlIl' "1\1, / o , Fo/ha de . "Ivlicrr.>vlar , 'LI Oval vo}t Ic' IJIIl". ,,) ,<I,. VII.. i·\IinAGA, Illcn,;a<l.. .. ti1 Merci1ntil, 3 I. "'lllQ dl' Jon JnIJ,Vi(L'nl(', ' .VO!!'a 1 ao 1'0po !"opn do 1ll''I"'' I til I prl,d.,,", ., .11 - .. 'Oll' 1'1 ,,/,," (: " I I INI\I',I(, ""bi ., I . - ,,1::<:111 Mercallti! 3 'I~ 1'.11 ()/-', dll '.1 U ~ II il1 ,.. • ItI., t\/"I. ,,11111, I , ) .. 11 .',. F'.ihiu.•,/"" 1',.1'''''/ d" L.''oilllflrnilll(,(;u.. /.' 11.. Jll/l"io .I,. I')')li. 11 ,{ o!J / /./ 11/,·/, ""11/. I I, I d ,,>lho .I,. 1')'11,. , ° s.Pa~rlo, C()Rl{J~A, "II'/~"I\I':R( ~ t/ltr l/'IP (-uco! ('tlco! '571 do televisao advertindo os consumidores. Contatou a Vigilancia dn na televisão Vigilância Sanita Sanitá3l rin e determinou o0 recolhimento do lote. Não Nao houve vítimas vitimas da troca. troca,3l !'.i,l pagina de um grande jornal do interior de São Sao Paulo, a Na primeira página rnulher careca, afirmando que ficou assim logo depois de foto de uma mulher Seda, uma urna de suas principais usar um xampu da Gessy Lever (xampu Seda. rea~ao imediata da marcas e Ifder líder do segmento), desencadeou uma reação empresa. Os gestores da Gessy Lever fizeram consultas a seu laboratorio, laboratório, medico mandaram recolher produtos para analise, análise, despacharam um médico independente e um advogado para a cidade interiorana. Em algumas cabe~a! horas, respiraram aliviados: a mulher raspou a cabeça! inquerito Mesmo assim, a Gessy Lever teve que responder a um inquérito estrategia de comunicação comunica~ao para dirimir quaisquais policial e definir uma estratégia duvidas. 32 quer dúvidas. As empresas detem detêm marcas que representam preciosos ativos intangi intangíveis e que consomem tempo e dinheiro para serem construídas. construidas. Em de decorrencia, corrência, muitas percebem que perder a credibilidade, deixando de ser transparentes e de agir rapidamente, e urn passo fatal para o0 negócio neg6cio que é um operam. 0 da contaminação contamina~ao de alimentos Caso de repercussao repercussão mundial foi o ra~ao fornecida aos animais nas granjas e fazendas da Belgica. pela ração Bélgica. A origem da contaminação contamina~ao foi um óleo oleo chamado ascarel e os donos da ra~ao foram presos. empresa acusada de ter adulterado a ração 0 fato. fato, sumiram das prateprate Em junho de 1999, depois de difundido o leiras dos supermercados os frangos e os ovos, a carne de boi e de 0 leite, leite. a manteiga, os queijos e tudo o 0 que é e feito com esses porco, o ingredientes. inclusive os chocolates. O 0 governo belga interditou a dis ingredientes, dis- (.·i/;,~, 1/. I'IN(,k:R, j:lI.;ql h'l !I I< , ".\ ".\ 11/, 11.111 ;I" ill,~ndio", rcvi"r,\ Exatne, Exarne, 15 de d(' lulho 10~)H. I. IIIU,'1 IslUo ITIN(, :R, J:Kq,,~III'" " dl'·ll·r,r _'I' !j'r'" in '~ndio", rcvi"t" lU lho de 19")1{. 13 LT'·.l· 1'. II'{\ I\.llIn(lS!( M 1:ldlS!( l, I[JIlII'" 1 '. fI·1 I< 1.1. ""I, !'fed ;Irfe LT'-.,·", : '. 1"1\ llll111' 1.1' I" I I'. /I. \ II' lI' I I l' ~ I "l.I. ",A, ,Ii diHc" ;\rr~ de d~ eviral' ~vir;\r e~ cllfrelll,!" cl1frC'lI.\I' 1I1ll.1 lIl1la ... (,,1'1'1,( ~~flr'JI .1l1IU. ,I, '11\I 1It1'!, lid 'I , lljltl (.,/ d,( l~11r111 ,'1110, I' '.11 I,L' IIHH ,>, I I OJ') 'i? I "," " '/'II" {:c,k"J Etica Ética Empresarial 58 8 . morais ,, ' . u'lis Pautas PautaS de de orientação parâmetros P:lr.l i' 11\,.ciencias individuais. orienta<5 ao ee pad-metros \,:11":1 tribuigao desses alimentos por suspeita de contaminação contaminagao por par dioxinas, tribuição substancias altamente tóx;cas t6x;cas que podem causar doenças doengas que vão vao substâncias cancer. do diabetes ao câncer. O que deflagrou grave escandalo escândalo na Uniao União Eurcpeia, Eurcpéia, entretanto, foi 0 governo belga demorou dois meses para revelar que os produ que o produ0 consumo. A negligência negligencia provocou a tos estavam impr6prios impróprios para o renuncia de dois ministros - o 0 da Agricultura e o 0 da Saúde Saude - e levou renúncia exportag6es, causando um prejuízo prejuizo avaliado em à suspensao suspensão das exportações, bilhao. Mais ainda: deixou aberta a possibilidade de a BélgiBelgi US$1 ,545 bilhão. ca ser levada a julgamento em uma corte internacional por expor a populagao do continente europeu. 33 riscos a população o a ultimo quartel do século seculo XX, a qnestão qnestao ética etica tornoutornou Em resumo, no último urn imperativo no universo das empresas privadas e, par extensao, das se um por extensão, organizas:oes publicas organizações públicas do Primeiro Mundo. Converteu-se ate até em discipli disciplirazoes residem, no essenessen na obrigat6ria obrigatória nos cursos de Administras:ao. Administração. As razões escandalos vieram a desenvolvi cial, no fato de que escândalos à tona em virtude do desenvolvimento de uma mídia mfdia plural e dedicada àa investigação. investiga<53.o. Atos considerados imorais ou inidôneos inidoneos pela peJa coletividade coJetividade deixaram de ser encobertos e to tolerados. A sociedade civil passou passon a exercer pressões pressoes eficazes sobre as empresas. Isto e, é, dada a sua vulnerabilidade, cada vez mais os clientes procuram assegurar a qualidade dos produtos e dos serviços servi<5os adquiridos. POl' sua vez, concorrentes, fornecedores, investidores, autoridades gover Por goverservis:os e empregados auscultam o 0 modus namentais, prestadores de serviços mantem relações, relas:oes, visando policiar operandi das empresas com as quais mantêm fraudes e repudiar ações irresponsáveis. a<50es irrespons8.veis. escandalos eclodem, estes geram altos cuscus Resultados? Quando os escândalos tos; multas pesadas, quebra de rotinas, baixo moral dos empregados, aumento da rotatividade, dificuldades para recrutar funcionários funciowirios quali qualias e perda da confiança confial1<5a publica reputa<5ao das ficados, frau des intern fraudes internas pública na reputação empresas. 34 Dificilmente os dirigentes empresariais podem manter-se alheios a esse movimento de mobiliza<5ao mobilização dosstakeholders. Nem o0 posicionamento à mercê das flutuações inúmeras mora! das empresas pode ficar amerce moral flutua<50es e das inumeras 33. Revi5ta Veja, 16 ue junho de 1999; 0O Estado de S.Paulo. S,Paulo, 2 de Jl.dho lulho ,k lk '1l)')'J. 'I 'I')'}. 34. NASH, Laura L. op.cit., p. 4, I "1\sciênClas moraiS 111dlVld c - ' . dl·spensáveis. Reponta 'IILID I'illhlc;ao de conflitos de illteresse indispensaveis. RepontH l:,Il[;lU t -esse tornam-se 111 ' d' fi I , .\tlção de con ltoS e III eI, ' I' chave para a própri~l suhr\' 111\1.1 conclusao: a moral organizacional virou chave para a pr6pri~1 soh, (. 11111.\ e'ondusão: a moral organlzaClona VIrou ~'l\r~llcia 'lI'lllCia das empresas. B 'i dado o porte de sua eeOll n I\. materia , , esra, ganhando h do relevo no Brasil raSl dado 0 porte de sua eeOll" . I\. mate na esta gan an , . f . fe'ta _ integrar o p;ll~ ('111 1\11.1 e em fun<5 da 0P<5ao estrategrca estrategica que foi - integrar 0 ,p:li~ ' ('III 01 feita 1 ..' ao d a opção 1\ lI.1 e em funçao . . 1 ções proftsSlonals e C()1\ oes 'l'll mercado que se globaliza exige re rela<5 profissionais e COil , 10bahza e que eXIge a Ipi! mercado que se g . ' . , ' b s'lIeiro está sofrendo knt;l~ l. lI.ill1ais. est:1 sofrendo . Em ddecorrencia, ~ a o0 imaginario lmagmatlo brasileiro ra . lenta~,I "c 1I.ll11alS, Em ecorrenCI, d nda por rransparênCla e pn) II \,,'rsistentes altera<5Oes . Há Ha crescente demanda por rransparencia e pru\li ~ ema I 'I'l'sistentes aIteraçoes. bI' o fornecimento de proc ntL)-' 1d:l,k, tanto no nato da publica como nO fornecimento de proclllltJ~' d coisa 'apúlcacomon , _ , mpresas convencionar e pJ'J\ I i:ldc, tanto no trato a caIs, ,crvi<5os ao mercado. Caberia, entao, as eempresas convencionar e prJ! i . do Cabetla "crVlçoS ao merca. , . .monia com essas expeç\;\11 l "I" ;11gum c6digo de esteja em sintonia com essas expect:\t1 , d' d conduta duta que estep SI 'I ,Ir :llgum co 19O e con . b 'mplantar um conjunto l (' d valeria I -la a pena conce er e implantar 1 \I.IS. Mas, sobretudo, conceber um conjunto, tk I.IS. Mas, sobretu o, va eI , s transgtessões es às oJ'H"1l conrrol prevenir as transgtesso as ori('1\ \\'ccanismos de que pudesse . controlee prevemr a 1III:Ca11lSmos \II\::t)es adotadas, adotadas. '\Içôes 14 3 As teorias éticas Com o olhar per,1 d'do, um sob ' revlvente " do campo de extermínio disse: Se Auschwitz existiu, Deus não pode existir. As J> linhas de demal'cação Uma mocinha de 15 anos procura o ' , um aborto, Exige no entanto ,~ pa~ e p~de-Ihe ajuda para fazer . , , que a mae nao saIba Ab I d gunta quem a engravidou Em d . a a o, o paI per' . um rasgo e maturidad ' h d IZ que o menino tenl 16 e, a mocm a lhe anos e portant / , Vall!os consultar a mãe sugere }, "P o, :"tao cnança quanto ela, ' o paI. ara que per " b Ja sa emos a resposta I" S d _ ' gunta a garota, "se . egun o a mae uma c ' l' ' constitui um atentado contr 'd " ato Ica pratICante, o aborto a a VI a, um cnme Im d/I A moral católica abriga-se sob d ~e.r oave e pomo final. as asas e uma etlca d d , "f CIa: aça o que está prescrl't " C . o ever e senteno. orno o paI é /. f diálogo. Ele não Costuma repetir' " d agnOstlco, a llha aposta no possa sensibilizar-se com a situa' _re~~n;> o p~r /meus atos"? Quem sabe implicações de uma gravl'de çao e a. QUl.ça venha a considerar as ' , , z prematura e a hlpot seu futuro de adolescente? "N, e c a que recalra sobre chance", suplica a filha.' ao empate minha vida, pai; me dê uma O pai, então, cai em si, Uma vez ue sua es " , _ da, para que consulta/-la;> D' t d q . posa J3 tem poslçao toma. lan e e convlcçl' aborto como um pecado ab . / 1 _ oes re IglOsas que tacham o ommave nao resta d resposta será sempre um ' < margem e manobra. A nao sonoro Isso não d pensar e de agir do pai que d ~ correspon e ao modo de , nunca elxou de a al' .. ~ , que faz. Assim em face do d v lar as consequencIas do , esamparo da filh Algumas interrogações começam a assaltá-lo' "a, como nao ~e comover? ter um bebê fruto da jmpr'ld~ .;> E' ,faz sentido mmh.1 menina c ' , ' ~ enCla. sensato cna ",' _ rOI d~'S"J'l(j-[;> () ~ , r um,1 <.;1 1:111(.[ ~1'lt 11)() .. .... .. qu r 'Ih'WI:1 ' ' • • c ( 0" p~ll'l·llt·, 'IS '11111'l' I' , • I s,. ()~ vr/lll II '''I ••• ,,' I , r/ a 1\'. """"" I .dwcidos do clube, os professores, as colegas da minha filha? O qw' <limo ;1 pessoas com as quais me relaciono? E aquelas com as quais trabalho? l~,';o tudo não vai comprometer o destino dela? E se eu concordar com () ,Ihorto, e alguém souber, o que vai acontecer?" O pai reflete sobre as circunstâncias e mede os efeitos possíveis LI ' ',tda uma das opções que se lhe apresentam. Sua avaliação é decisiva. A ll'nsão, porém, o deixa exausto, em um processo de crescente angústi:l, pois as conseqüências da decisão a ser tomada recairão sobre seus 0111I ros. Em contrapartida, como ficaria a mulher dele se soubesse do pedi lo da filha? Certamente não ficaria desnorteada, graças à resposta pronu que tem. É provável que aceite com resignação a vinda daquela criatwa :10 mundo e que não se atormente com os desdobramentos do faro. Por que isso? Porque as implicações do cumprimento do dever não são de Sll;t :llçada - simplesmente pertencem a Deus. Em resumo, estamos diante de duas maneiras opostas de enfocar a '1"l';. l:tO do aborto. Melhor dizendo: estamos diante de dois modos difnl·I\I~·I. L ' tomar decisões, cada qual derivando de uma matriz ética distint;\. Ora, como a ética teoriza sobre as condutas morais, vale iudag.11 ',I existe uma única teoria ética? Absolutamente não. A despeito de m I, " logos fazerem da unicidade da ética um postulado, ou apesar dt;: se', 11111 csafio recorrente para muitos filósofos, há pelo menos duas teoria,'i (111 'as, como ensina magistralmente Max Weber: 1. A ética da convicção, entendida como deontologia (tratadu dt I', deveres); 2. A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo d()·, fins humanos).l Escreve Weber: "... toda atividade orientada pela ética pode ser subordinar-se a dl/li,' 111,áximas totalmente diferentes e irredutivelmente opostas. Ela Im",· orientar-se pela ética de! responsabilidade (verantwortungsetbisch) ()/I pela ética da convicção (gesinnungsethisch). Isso não quer dizer J(/' ,/ ética da convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade' a (fica da responsabilidade ti tW -{flláa de convicção. Não se trata (},/údl'/JI,' mente disso. Todauia. f", 1111/./ '/11 J'i.. . L7n abissal entre a aI ilude r!t' 'lf{t'JIl f I \VI'I li r 1! I, \,I/',m/ ,'li.. J 1!l1I,',,, I I \'1 I li' '1"",1· ,1'1.1111111. q~". 1'1' I,,,, lI!. IDO Ética Empresarial .. age segundo as máximas da ética da convicção _ em linguagem religiosa diremos: 'O cristão faz seu dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus' - e a atitude de quem age segundo a ética da responsabilidade, que diz: 'Devemos responder pelas conseqüências previsíveis de nossos atos. "'2 De forma simplificada, a máxima da ética da convicção diz: "cumpra suas obrigações" ou "siga as prescrlções". Implicitamente, celebra variados maniqueísmos ou impecáveis dicotomias quando advoga: "tudo ou nada; sim ou não; branco ou preto". Argumenta que não há meia gravidez nem virgindade relativa; descarta meios-tons e não tolera incertezas, É uma teoria que se pauta por valores e normas previamente estabelecidos, cujo efeito primeiro consiste em moldar as ações que deverão ser praricadas. Em um mundo assim regrado, deixam de existir dilemas ou questionamentos, não restam dúvidas a dilacerar consciências e sobram preceitos a serem implementados; tal qual a mãe católica que nega a priori qualquer cogitação de aborto. Essa matriz, todavia, desdobra-se em duas vertentes: aplicar prescrições, llllllprir nrdel1,~, 1 curvaI-se . a certezas _ , imbui r-sv de rigor, roçar o absoluto;. " d ética da responsabilidade, árdua VIa-crUClS a 2, Podem percorrer a .. ~ 'as das decisões que tornam; 'd ~ s das consequenCl I assumm bo od onu t da étIca , e envere d ar p elos desvios tortuosos . l. ~l ,\. Podem a an onar o al ' escolha não um dest1l1o. " 'f o bem ou o m e u m a , . vIlama, azer ompoem os co, d'Igos morais traduzem valorl.:s, . ,pOIS , Os (1JSPOSlt1VOS que c " b sendo aplicados pelos . as ou IdeaIS e aca am . " 11IlllCíplOS, normas, crenç . ortanto como receItuanos, , ~ oncretas FunCIOnam, p , 'd q'l'ntes a sltuaçoes c . . d . struções que são seguI' Os . 'd'lOS d e p rescrições ou manuais e m i liIlpen I.L mais diversas ocorrenClas, ~ A' 1. A de princípio, que se atém rigorosamente às normas morais ' estabelecidas, em um deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima sentencia: "respeite as regras, haja o que houver"; 2. A da esperança, que ancora em ideais, moldada por uma fé capaz de mover montanhas, pois convicta de que todas as coisas podem melhorar, e cuja máxima preconiza: "o sonho antes de tudo". Essas vertentes correspondem a modulações de deveres, preceitos, dogmas ou mandamentos introjetados pelos agentes ao longo dos anos. Assim, como é possível instituir infinitas tábuas de valores, no cadinho da ética da convicção forma-se um sem-número de morais do dever. Ou, dito de Outra forma, o modo de decidir e de agir que a ética da convicção prescreve comporta e conforma muitas morais. Isso significa que, embora as obrigações se imponham aos agentes, estes não perdem seu livre arbítrio nem deixam de dispor de variadas opções: em tese, podem até deixar de orientar-se pelos imperativos morais que sempre os orientaram e preferir Outros caminhos. 1. Podem adotar outros valores ou princípios, sem deixar de obedecer à mesma mecânica da teoria da convicção e que consiste em 2. WEBER, Max. Idem, p, 172. 1, I~, 'VI'.1. \1./ ti ". DIIII",(I/- II ,li- '10"<'1111",,01. I 'I f I" OI' I III ,li . • ., ,I. I t.\ I 'I~ 1 ,,,,111./ ,'./·,IUI", I , ." I I' li . , "')", I, 11,1\", I" 1\ II'!',"'" (1 '.. 111",,1 I A máxima da ética da ,es/Jonsabi/,dade, por sna vez, apregoa que " mos responsáveis por aquilo que fazemos. Em vez de aplicar ordenament" previamente estabelecidos, os agentes realizam uma análise situacional: avaliams os efeitos previsíveis qUe uma ação produz; planejam obter re. sultado positivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao preconizar que "dos males, o menor" ou ao visar "fazer mais bem ao maior número passível de pessoas". A tomada de decisão deixa de ser dedutiva, como ocorre na teoria da convicção, para ser indutiva. E por quê? Porque a decisão: 1. so deriva de uma reflexão sobre as implicações qUe cada possível Curo de ação apresenta; 2. obriga'se ao conhecimento das CIrCunstâncias vigentes; 3. configura uma análise de riscos; 4, supõe uma análise de CUstos e benefícios; 5. funda·se sempre na preSunção de que serão alcançados Conseqüên. cias ou fins muito valiosos, porque altruístas imparciais. Isso corresponde de alguma fnrma à expressão norte.americana "mom! haza'd", qUase intraduzível, e utilizada quando uma decisãn de SOcorro financeito é tomada par razões de ordem POlítica. Por exemplo, diante de uma crise de desconfiança ou de ataqnes espeCUlativos Cama os que ocorreram, em 1998, na Rússia e no Brasil, o mundo não podia deixar que esses Países quebrassem sob pena de provocar Um sério abalo no sistema financeiro internacional. Diante disso, organismos mundiais, en. tre os quais o Fundo Monetário Imernaciona!, viabilizaram operações de socorro. Vale dizer, embora o custo do resgate fosse grande, a omissão diante da situação seria ainda pior- para todos os agentes da eConomia mundia1.~ /, '11 '" ais ' , (J "Dois aviões chegaram, As luzes então foram d OIS minuto . Id a. rdem dele, It dos com a crue 'I "I ".los por o . e os pilotos licaram revo a ceano; por I HlfJulação do navIo I deixou um avião perdido no o I ) ~nmandante, Afina, , ? , I . . s erou mais alguns minutos escolher entre arnscar a dante loi o de ter que . t s da aerona. I1 clilema do coman s ou tentar salvar os tnpulan e o porta- I1I ". 'o e p 'Ihares de homen I I, I lo. ml I . nsequênclas se esmo: quais seriam as co,. I ,rguntou a SI m U ossível mortlclnlO, II I ;" fosse descob~r~o? 5 m p li ri ficar os retardatarJos, F' quando decidiu OI . uma empresa. Diante da ' de ser reprodUZIda em , . , o da forte remesma sltuaçao po 't, s um dos cenários posslveIs e O que fazer? da das receI a ) de pessoa. l to e agravar a 'P" ,Ia ,ceotua O conseqüente corte ·1" ." das cr:;resentado pela folha de e devolver "lllt"a Io lspen d' oncordata), ou dImInUir o tormenta? Vale t' pe lr c , 'o para tentar f'Icar a'tona na I II l' (la vez a e assegurar VI go necessan < . 1 ara tentar < ' "'presa o o e rificar alguos tflPU antes p ) E que mais inte_ , no navIO. , o . ' be ou nao sac I11hn~Vlda "r, ea ao re sto da e aoempresa prop que feche as portas ou uma . tripu!açao . 1. uma sacra . I '''L' d o P onto de Vista ') IlIpresa que ger e nquezas. ts~e~to ~::::~:Iso ~cossada U::~~~d:~;r;:~~~~:'~entos, se~;:~:e:~~~:~: 8$250 milhões, a Arisc~ , IVme~deu fábricas'velhas e terrenOsp'aD~ciPação na Fritex, m esta sua , por uma ?as mais fOI ao spa, Em 1944, vOltando de uma missao, aviões da Royal Alt Fotce esta. vam sendo perseguidos por uma esqUadrilha da lu/twalfe. Naquela noite Iria, a tripUlação do porta·aviões britânico aguardava ansiosa. O comandante do navio anunciara que dali a dez minutos apagaria as luzes de bordo, inclusive as da pista de pouso. A maioria dos aviões pausou a tempo. Mas restaram três retardatários. O Comandante Con. I -----' I r~ . . (dona da Viscontl) a, co .' f 'das SBP mantido com com a VlsaglS do de dlSlribuição doSlnse ICf 5.800. Interrompeu um acor , ero de funcionários de 8.200 pa. em vendas a Cloro~. RedUZI~eO~~:nçar seuarando primeiro bilhaol~;r ~e~'~ovo sócio e As vesperas para aco licar ' a Arisco estava, seo prep anuaiS, teve que aI'IVI'ar o excesso de carga e virtual controlador, por ISS enxuta,6 4. ro'.101.de 2000. DO PRADO, M'd, Cf,,·,. "R,,,I;.. ido"" '",,,,, """d'", C,,", M~'~'iI. , d, "'me;. 111 o', ,I, '. 1\>I1'l.l1\\1 I'JI- ' J (\, I.. ,,, li ' .',11",", r 11\111",,' ",1\1 H 1"'1'1 Ir"r "to ',I"'" I I / , <; HlII /(l. 10 de ,'~ 1'1<> l I~' 1999. t ' 11" ,.,,'"'li ()"';.lOI!", /'."'1. "" . }:).""1/1', I'' ' 'I ' ,k"'lInro l '1(,' ,I," r,' ,i~t, Ililll'\ 1/2 I 'LtiC(J Empresarial ( Em fevereiro de 2000, a empresa foi comprada pelo grupo norteamericano Bestfoods, um dos maiores do mundo no setor de alimentos, por US$490 milhões, A 8eslfoods também assumiu o passivo de US$262 milhões. ,lhOl'to da filha 11111<\ atitude. I' para depOiS, , e s omente então, tornar , , lesa teve que se haver com o caso Em agosto de 2000, a JustIça Ing b 'a' só uma delas tinha cora-' I' adas pela arng , I _ lIe duas irmas o com desenvolvimento normal. A so u ('50 e pulmões, alem d,o cere~r, d sacrificar a mais fraca para salvar ('30 proposta pelos medlcos OI a e sla~esas 19 a4 outra, . vindos da ilha de Malta em b usc a de Os pais, católicos pratlcant~s, opuseram à cirurgia, alegan"d' mais sofisticados, se recursos me ICOS . . t o das meninas. do que Deus deveria deCidir odes In nossas crianças deva morrer de I's em comunicado es"Não podemos aceitar que uma 'vaU disseram os pa , para permitir que a outra VI ~a das meninas deveria receber cUldacrito. 'Acreditamos que nenhu mos deixar que ele deCida o e quere ' . Temo s fé em Deus f'lh s" dos espeCiaiS, nossas I a . , d' ue deve acontecer cor:n, ermissão para que os me .1_ q Um tribunal de primeira Instanch,a deeu e a Corte de Apelaçao inas Mas ouv d 9 cos operassem as men , as deveriam ser separa as, decidiu, em setembro, que as geme A respeito dessa temática, Antonio Ennírio de Moraes _ espécie de mito do capitalismo brasileiro e dono do império Votorantim _ se posicionou COm lucidez: '<Tínhamos no passado cerca de 50 mil homens. Hoje temos a metade disso. Fazer esses cortes não foi uma questão de gandncta, de quem ganhar dinheiro. Foi uma questão de sobreviVência. É lamentável ter de fazer isso. Uma das coisas mais tristes que pode acontecer a um chefe de família é chegar em casa e dizer à mulher <tenho 40 anos e perdi o emprego'. No Brasil, Um homem de 40 anos é um homem velho. Temos consciência de tudo isso e fizemos essas mudanças com muito sofrimento. O fato é que tínhamos de faZê-las e as fizemos."8 É assim que procede aquele pai que sopesa COm muito cuidado qual das duas opções será assimilada pela coletividade à qual pertence _ apoiar 'f'í r"", ~. lo~, - ti' OS ---~==~~ Ao transferir o Controle para uma companhia mundial, a família Oueiroz explicou que a 8esttoods POderia dar sustentação aos planos de expansão da Arisco, além de guardar simetria e coincidência de métodos goiano,7 em relação à estratégia empresarial adotada pelo grupo A ética da responsabilidade não Converte princípios ou ideais em peltlcas do COtidiano, tal COmo o faz a ética da convicção, nem aplica normas ou crenças previamente estipuladas, independentemente dos impactos que pOSsam Ocasionar. Como procede então? Analisa as situações Concretas e antecipa as repercussões que uma decisão pode provocar. Dentre as opções que se apresentam, aquela que presumivelmente traz benefícios maiores à coletividade acaba adotada, ou seja, ganha legitimidade a ação que produz um bem maior ou evita um mal maior, ali rr IIIlíl' A' r~curso A , • e os ' d pela teoria da convlcçao, Foi um embate entre os pa~s, insPILra ~s orientados pela teoria da M on res,se transforman do u m ' ). médicos do St. ary ' s Hospital de acabou em responsa b 1'l'Id a de . Esse desencontro '1 ' Ih . d'cial u tlmos. bata a JU I "vencida ' "pelos da convicção, duas vertentes expressam De modo SImilar a etlCa :1 ética da responsabilidade: _ oduzam o máximo de bem ~a~':l () 1 a utilitarista exige que as açoes pr mbl' nar a mais intensa felicllh. . , e possam co , , maior número, istO e, qu .d d ou da eficácia) com a 111aIOI de possível (critério da qua!l, ~ e tidade ou da eqüidade); 1 .onal (cnteno d a quan " abrangência popu aCI " o maior bem para mais gente ; sua máxima recomenda: faça de FILHO, 2000. Lauro, "Bestfoods decide Illanrer a mareei Ari" ,,", l :,i ','(./ M,'/rll'llil, 9 de feve7. reiro VEIGA S, VASSALLO, Cláudia, "Profi":l": olilrJi~n'"", rn-i';r~ /".\',1/111', I', d, '" 11" ,I, 1IJOl, Pi'. 'I, 1'1\ ( 1\ 111, '\ 11 I, "\ 'ni-Il)s , ~i\ ') . '~/'/[(hl ' ), I ~ I' 1\11' I 1111111"1 d" j . " 1 n'vl~Ll ;ltl H.IM (I .. ,',0011, (///\. \!,,' I, . I' '000 • ,,() /",(",/" ,I,' lI.- ~'crclllh'<l".. III , 11 fT b nprcsorial • rr 2. a da finalidade determina que a bondade dos fins justifica as ações empreendidas, desde que coincida com o interesse coletivo, e supõe que todas as medidas necessárias sejam tomadas; sua máxima ordena: "alcance objetivos altruístas, Custe o que CUstar". Ambas as vertentes exprimem, de forma difetenciada, as expectativas que as coletividades nutrem. Partem do pressuposto de que os eventos desejados só ocorrerão se dadas decisões forem tomadas e se determinadas ações forem empreendidas. Assim, de maneira simétrica à outra ética, sob o guarda-chuva da ética da responsabílidade, podem aninhar-se inúmeras morais históricas. Afinal, quantos bons propósitos podem interessar à coletividade? Ou melhor: muitas morais podem obedecer à lógica da reflexão e da delibetação e, portanto, podem justificar e aSSumir o ônus dos efeitos produzidos pelas decisões tomadas. rIu '(1 as 115 , ., . " . sim ti os diferentes de referênc~as As duas teonas ('ucas ellfocam, ,a~ , p f'guram de forma ln. r 145 Proposltos - e con 1 , '111'll'.lis - prescnçoes ve 5 d 'd', E q anto os agentes que obedecem . d' 1 d' odos de ecl 11. n u . IHllun lve, OIS m . tl'VOS de consciência, os que se ' ' - ' am-se por Impera ,. d " I ('\Ica da conViCçao gm b'I'd d l' am-se por uma analise e 11S, 1 ,. d 'esponsa lia e gu ' I ícnram pe a etlca a I . d suas inJ'unções moraIS com 1 elebram o nto e _ \1i. Enquanto aque es c . f 'tos presumíveis que suas açoes ' t exammam os e el f' . IllillUdente ngor, es es ue lhes aponta os maiores bene lC10S I lO rovocar e adotam o curso q > ' ,',',letfvo5 possíveis em relação aos custos provavels. • I Figura 16 O contraponto fica claro, embora ambas as teorias encontrem no altruísmo imparcial um denominador comum: Móximas éticas 1. as ações cometidas pelos praticantes da ética da convicção decor- rem imediatamente da aplicação de prescrições anteriormente definidas (prindpios ou ideais); E ('A D. CO, 'lCt,:.\( 2. as ações cometidas pelos praticantes da ética da responsabilidade decorrem da expectativa de alcançar fins almejados (finalidade) ou conseqüências presumidas (utilitarismo). Figura 15 As duas teorias éticas ÉTICA. DA COI 'VIC ÃO p;rrCA JJ..\ RESPON SABTLIT),'\DF . . icas de São Paulo, há uma fila dupla No renomado Hospital das Chn , lares e de convênio enfrentam ou "dupla entrada": os pacientes partltc U do Sistema Único de Saúde d s do que os paclen es filas bem menore ,. ar exemplo um paciente o (SUS) público e gratuito. Na radiologiaf' p exa~e de raios X en.. - tro meses para azer um ,. ' lua • I poucos dias para conseguir o SUS poclc ..,p ' lal . I 11\, I: >nvef1l0 eva o qUélnl IIII1 I . \1.11 1I I . uir fazer uma ressoJ IIII I· IIJ',!' H te pala conseg , nl :::'I11fll'X,IIIII , 'I I I ll·'I'li" Cllll'>IJl1rl" '" (-:il' Ir( I' '-r. I,fllll 'li I 111.1' III II I I '111' .. , I I( H, I I , -'" , I 11 1 Ética Empresana{ Ao, r (Idos é cicas o Superintendente do hospital admite qUe haja fila dupla e discrepância nos prazos de atendimento, mas garante qUe os pacientes do SUS teriam um ganho ínfimo na redução do tempo de espera se houvesse a fila única. Em contrapartida, o hospital não terja como atrair pacientes particulares - são 4,8% do total dos pacientes qUe respondem por 30% do faturamento -, o que prejudicaria a qualidade do atendimento. Contra essa política erguem-se VOzes que qualificam a fila dupla como ilegal, uma vez que a Constituição estabelece a universalidade, integralidade e equidade do atendimento do SUS,1D Confrontam-se, aqui, as duas éticas, ambas COm posturas altruístas. Hospitais universitários dizem necessitar de mais recursos, par I isso, passaram a reservar parte do atendimento a pacientes particulares e conveniados. O modelo de "dupla porta" começou na década de 1970, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, mas os críticos dessa política consideram inconcebível que se atendam pessoas de forma diferente em um mesmo local público, assumindo claramente a discriminação entre os qUe podem pagar e os qUe não podem O juiz paulista que julgou a ação civil impetrada pejo Ministério Púbrico assim se manifestou: "a diferenciação de atendimento entre os que pagam e os que não pagam pelo serviço constituí condição indispensável de subsistência do atendimento pago, que não fere o princípiO constitucional da isonomia porque o critério de discriminação está plenamente justificado". 11 o famoso romance A Escolha de Sofia, de Wílliam Styron, conta-nos que, na triagem dos que iriam para a câmara de gás do campo de concentração de Auschwitz, Sofia recebeu Uma propOsta de um oficial alemão, que se encantou com sua beleza. Depois de perguntar-lhe se era comunista ou judia, e obtendo dela duas negativas, disse-lhe, sem pestanejar, que era muito bonita e que ele estava a fim de dormir com ela. A proposta, que pretendia ser misericordiosa, foi atordoanre, se SofIa quisesse salvar a vida de uma criança, tinha de deixar um dos dois filhos na fila! Dilaccrada dianlO. 29 MATEOS, Si""" Ri,hl". '''Fij, d"pl,' ,"mi""."O HC d, de janeiro de 2000, "o ,,,lo", O ",,,do "" S.P,",O, ~ , I. LAMBERT, Priscila e BIANCARELLI, Aureliano, "Justiça aprova prjyjlégio a pal r"JJI<' I':JJ'I"ILII2000. lar do HC" e "Jatene defende atendimento diferenciado", Folha d,' S,I\""", I ,1,. I,,', I "'i", d" 117 . ' f mou repetidas vezes q ue não podia , le tão hediondo dilema, Sofia a I!f' , 1 exasperado, mandou que guar". ~·()lher. , , os. Foi quando, em um sufoAté o momento e.m que o o IClabra cnança:~~s p~u a~. ~: s:u;oi p ada com seu fil bo J ' " Sofia apontou Eva de OIto . -o na sua vertente de prmClplO, .0 ' "d ética da convlcça " segumtes termos.. "ou os tres se I ivesse exercI o a f ' f 'ta nos f nas nao sao ',cusaria a o erta qu e lhe _" 01E elar quê? Porque v I'das h uma. ue ~'dvam ou morrem os tres. ,~ re o? Duas valendo maiS do ~ , "' el's . Há como lhes defImr p ç Iaça-o alguma a esse respeito. _ I um ra especu IlcgoClav lima? A ética da convicção na~ tode Sofia foi imoral. Outros a "vêem como Para muitos leitores, a opçao, e ão extrema, Sofia não tmh~ condlaI J "á que refém de uma sltuaç hamos: Sofia fez, Sim, uma ''''lOr , , Ih V. mos e conven . d la f.lho e também a dela, alO a que e 'ões de fazer uma esco .a. da \escolha - a de sa1var a Vida e umtroca I entregou a fI"Ih a. fosse servir de escrava sexual. Em cada nunca deixou de ser uma e;coCabe lembrar que a m?rte provo os de concentração que pre enlha haja vista os prisioneiros. dos c:;l~es era reservada. Sofia adotou a da finalidade: refletiu que, em ' o suicídio à morte planejada q l';1m "d a vertente d ". 1 ética da responsabllrda e em;u. 1 SÓ' fez um cálculo, quan o vez de perder dois filhos, 'per ena ~n de uma só, justificava a esc~ a, que a salvação de duas VIdas, em tlaO~~itar um mal maior. Ade,malS, lm~P ensou cometer um mal menor par 'lhares de irmãos de infortumo segUl1 tros tantos ml d . rováve que ou f apresenta a. gmou p . ho se a alternativa lhes asse d S f a" (dilemas entre riam seu camm .d I a s "escolhas e o I , De fato, no mund~ OCI_ enta , as em que as opções implIcam gr~ações indesejáveis ou sltuaço~~ ~xtr::aiores) encontram respaldo cole~l ves concessões em troca de o Je ~vo Em um navio que afunda e que nao •L" anancassem as d uas ~_ alUll~"' sus~~:~de vo a despeito do horror que suficiente, o que se costuma " botes salva-vidas em qu. 'lantes , ou salvam-se quan pOSSUI ", to dos os passageiros e tnpu zer? Sacnflcam-se ;~; b couberem nos ates. , morsa corroeu a o la I S f do romance. Consumado o fato, porem, o ~e afora e acabou matando-s~.com Ela carregou sua angústl~ pela v~~~o no recôndito de sua CODSClenCla, . d otássio. Ao fIm e ao : Clanureto e p .d ' tica da convicçao. Castro: talvez tenh;l~enCl o a e Escr,,',' l .1""JIO d e Moura . . . I lateraiS ÜS ?llr "d '111 sempre efeitos co ". ).~ /1'/11,', " /11' ' ." ,1"1111 I-l as te r/I IIII//Uh'IIUf f',4r,.1 (/I , . ,'7r '/"'1111. ,li, /'/011 111,.1' "'I • H'I,III/,', IJ/'/oInl /)( ) "( I' 11'". 1 (J 118 Ética Empresarial {\', ( 'R/' J dão o remédio e lidam depo' , , , lSJ com os efeItos l ' lI' co aterals e COm as doenças tatrogênicas isto ' J e, aque as qUe d hospitais. " 12 sao gera as pelos tratamentos e Uma "escolha de Sofia", ocorrida em meados . de 1999, recebeu grande atenção por parte da 'd' Ih er de 42 anos de idad ml la norte-amencan,a, "Ti. rala-se de uma mu, e que ganhou o direito d t a mantinham viva desligado A ' _ e er os aparelhos que s, condlçao par t I f ' com a Justiça do Estado da FI' 'd a a OI a de colaborar , . on a, nos Estados U 'd nl os, para acusar a propna mãe de homicídio, Georgette Smith aceitou o acordo ' , Com a justificativa de que não d" que "consistiu em testemunhar, po la maIs Viver ass' "A d e um olho, atirou contra a filha d ' Im, mae, cega em uma casa de idosos Af"e t epoJS de saber que seria internada '-' r ou o pescoÇo d G b ala que rompeu sua e . 'h e eorgette Com uma spln a dorsal E cOnseguisse falar com esforço f1h' moora est~vesse consciente e movimentos do corpo e vinh ,a I a havia perdido qUase todos os Após o depoimento a promotaorSeesnd?bajIlmentada por meio de tubos, , , pu ICOS o J'u' d t . medlcos retirassem o resp'rado rt'f' , ' 12 e ermlnou que os . I r a I ICla/ e Geo tt ' Ha dOIs fatos inéditos a " rge e morreu, . qUi, uma pessoa co . J usttça e ganhar o direito de " nsclente apelar para a processado (a mãe) por m t nao mais Viver artificialmente, e alguém or e provocada p d ' va com a vida em jogo (a filha), 13 or eClsao de quem estaI , , Quem deve decidir sobre a 'd , VI a Ou a morte; D d r va, Como dIZem muitos adeptos d ,. d . eus, e 1Ürma exclusia etlCa a co ' morte, em certos casos, seria o menor do nVIcçao, ou,. a opção pela tamos adeptos da ética da respon b'l'd s males, como afltmam Outros cidlO assistido, a eutanásia vaI s,a .1 1 a~e? Isso poderia justificar o suiuntana e a Invol ,. d a morte a partir do necessário t t ~ntafla e até a aceleração , ra amemo palIat1vo. H d'", CASTRO, '!'002. Il, UNS DA Claudio de M " Quem tem medo da avaliação ," , . C "J' .; ' . " • , reVJsta Vela, J O de julho de I . ,aI <)s Lcluilrdo, J\.rncri" _ .. 0 ti.' m:lll1 d,· I Y",~'.I, ",Ina acusa /l]ae r'lra rnt!'cr mil Ir I • I', >lI, ' , , 1<1, [I'I( k~IN'1 IN I1 ., ." I • "d, ,\,I,lltlo, I' ,l'l 1",1" d,', "'UI ,I 1'111 IIllJ" . • • JI I .JiJ, TI'r~J ;\ f'~'41111!t~~ .1 '~4 t "I til ".1J,II'~. I1I<"d R, 'I ..... ~ 1-"/"'111' llfl IJ~~ OUrol. SILVA '" 1\1, ',"/1"'"'110 .• It.~.'r),. ~11~II.dll"llill 'ticas 119 Um projeto de lei proposto em 1999 pelo governo da Holanda desencadeou uma polêmica acirrada nos meios médicos do país, baralhando ética da responsabilidade e ética da convicção, O projeto visou a descriminar a prática da eutanásia, tanto para pessoas adultas como para crianças com mais de 12 anos, Previa autorizar essas crianças, portadoras de doenças incuráveis, a solicitar uma morte assistida por médicos, com a concordância de seus pais. Mas um artigo estipulava que os médicos poderiam passar por cima do veto dos pais se achassem necessário, tendo em vista o estado e o sofrimento dos pacientes, A Associação Médica Real dos Países Baixos declarou que "se os pais não podem cooperar, é dever do médico respeitar a vontade de seus pacientes", Partidos de oposição, diversas associações familiares e os movimentos de combate ao aborto denunciaram o projeto,15 Uma situação-limite foi vivida por Herbert de Souza, hemofílico (' contaminado pelo vírus da Aids em uma transfusão de sangue. Em 1990, diante de uma grave crise de sobrevivência da organização não gover namental que dirigia - a Associação Brasileira Interdisciplinar da A id~; (Abia) - , Herbert de Souza (Betinho) fez apelo a um amigo que "r.I membro da entidade. Desse apelo resultou uma contribuição de US$4() mil feita por um bicheiro. Para Betinho, tratava-se de enfrentar uma epidemia que atingia o Brasil; um flagelo que matava seus amigos, seus ir mãos e tantos outros que não tinham condição de saber do que morrialll. Considerou legítimo o meio, avaliando a situação como de extrema m' cessidade. Escreveu: '1\ ética não é uma etiqueta que a gente põe e tim, é uma luz quI' I gente projeta para segui-la com os nossos pés, do modo que pudermos, com acertos e erros, sempre e sem hipocrisia. "1(, Em seu apoio, acorreram muitos intelectuais, um dos quais recolIllL' ceu que ;lS vidas que foram salvas mereciam o pequeno sacrifício J:l rnH I~, N""I, 1\ ,'" , i1jl)'1 I I, ",1)1 l.',' I r. ,I, I ,I o Ética Empresarial A'i I':d, pois, aceitando o dinheiro sujo dos contraventores, Betinho cometeu ~lto I1noral do ponto de vista da moral oficial brasileira. Em COntrap:-Irllela, alcançou resultados necessários e altruístas (ética da responsabilidade, vertente da finalidade), A responsabilidade de Betinho consistiu (,lll deCidIr o que fazer diante de um quadro em que vidas se encontravam 'Il,t regues ao descaso e ao mais cruel abandono. 17 11111 NO. fim da Segunda Guerra Mundial, um oficial alemão foi morto por 'll/Ilrnlh Iros Italianos na Itália Setentrional. O comandante das tropas '1111 111\ U a seus soldados que prendessem vinte civis em uma aldeia vi /lIla. razidos à sua presença, mandou executá-los. do fuzilamento, um dos soldados - piedoso e comprometiI) '( rn os _valores cristãos - assinalou ao comandante que havia 11) rroporçao entre um único oficial morto e vinte civis. O comandante /lltletiu e disse, então, ao soldado: "está bem, escolha um deles e fuziI ,~O! ",' Por razões de Co~sciência, o soldado não ousou escolher. Logo (.1 POIS, aqueles vinte CIVIS foram fuzilados. Á, li J ' !t'O//{J éticas '11 Durante a Primeira Guerra Mundial, um soldado alemão desgarrouse de sua patrulha e caiu em uma vala cheia de gás letal. Ao aspirar o gás, começou a soltar baba branca. Em pânico, seus camaradas o viam sofrer. Um deles então gritou: "atire nele!". Ninguém se atreveu. O oficial apontou a pistola, embora não conseguisse puxar o gatilho. Logo desistiu. Deu então ordem ao sargento para matar o infeliz, Este, aturdido, hesitou. Mas finalmente atirou ... Decisão dramática, a exemplo dos animais que, irrecuperavelmente feridos, são sacrificados pelos próprios donos, Com qual fundamento? O de dar cabo a um sofrimento insano e inútil. A intervenção se impõe, ainda que à custa da dor da perda que terá de ser suportada. Dos males o menor, sem dúvida, na clara acepção da vertente da finalidade (teoria da responsabilidade). Ma~s de cinqüenta anos mais tarde, este homem ainda sofria com a d Clsao que tomou e que o eximia de qualquer culpa. Mas se tivesse tido a coragem de escolher (e tivesse assumido o terrível fardo da morte do infeliz que teria escolhido), dezenove inocentes não teriam perdido a vida .. .1B o ~oldado alemão obedeceu à teoria ética da convicção, que confere, ~('rn duv~d~, certo conforto quanto às conseqüências dos atos praticados ,~ob_~ma eglde, Ne~te caso, porém,. quanto constrangimento ao saber que I.lJJtos morreram lnutrlmente1 POIS, para muitos dentre nós a ética d J'('sponsabili.dade se impunha: mais vaUa matar um para sa1v~r os outro: d '7.(;'nove, amda que o soldado tivesse de carregar a pecha... As tomadas de decisão A ética da convicção move os agentes pelo senso do dever e exacerba o cnmprimento das prescrições. Vejamos algnmas ilustrações: • Como sou mãe, devo cuidar dos meus filhos e tenho de dedicar-me à família. • Como son católico, é forçoso obedecer aos dogmas da Igreja e à sua hierarquia. • Como sou brasileiro, sinto-me obrigado a amar a minha pátria e defendê-la se esta for agredida. • Como sou empregado, tenho de vestir a camisa da empresa. • Como sou motorista, preciso cumprir as regras do trânsito, • Como sou aluno, cumpre-me respeitar os meus mestres e seguir as orientações de minha escola. • Como tenho um compromisso marcado, não posso atrasar-me; e assim por diante, IlllpL'1 ,11 I \I li', li . t"(lllsciência guiam estritamente os comportamentos: "fa~'(l ;t1,1',II 1'''''11 1' I IPi II1.ll1cLunento". Quais são as fontes desses impemli~!ll":' 1(, ,li"" ,1, 111";'jl',r~\(bst'scFit1lr;'\s, 'l1sil!anH':l\losdt:r,li,jo(I'" til ,1" 111 II1I1 I" 1111l'n, rI:l, qllclrlill(''Il' fl 111 ({. o ql! . I '" Ih 17.7. I f ",,"(/', l'tÍcas tOca >mpresarial ntido eu ser patriota, principalrm:lllv ~(. . ' • Como sou brasJ1euo, faz se, " 's e servir de elo com Olt'l\~; minha conduta puder contnbUlf para o péU Figura 17 conterrâneos. 'i'd .t r as orientações do clero plll • Como sou cato'1'lCO, é va t o respel a d lvar a minha a I,ma l' .1 que isso promove a glória de Deus e po e sa A tomada de decisão: ética da convição dos demais fiéis. "i ~ d uidar dos meus famili.1 • Como sou mãe, é intelige~te e U::a:::ee:~rna feliz. res porque isso lhes traz em-e AÇÕES Figura 18 A tomada de decisão: ética da responsabilidade não é apropriado fazer, credos organizacionais, conselhos da família ou dos professores. Isso tudo sem que grandes explicações sejam exigidas, pois vale o pressuposto de que uma autoridade superior avalizou tais preceitos. Ora, para estabelecer uma comparação pontual, o que diria quem se oriellta pela ética da responsabilidade? • Como tenho um compromisso marcado, vale a pena não me atrasar, caso contrário, comprometerei a atividade que me confiaram, posso prejudicar a firma que me emprega e isso pode afetar minha carreIra. • Como sou aluno, é sensato não perturbar as aulas, concentrar-me nos estudos e respeitar as regras vigentes, caso contrário, isso atrapalhará os outros e, por extensão, me criará problemas. • Como sou motorista, é de interesse - meu e dos demais - que existam regras de trânsito e que estas sejam obedecidas para que possa circular em paz, evitar acidentes e não correr riscos de vida. • Como sou empregado, é importante me empenhar com seriedade para não atrapalhar o serviço dos outros, comprometer os resultados a serem alcançados e pôr em risco minha promoção, 011 j1mvocar sem pensar minha própria demissão. .. ~' ld e conduzem a lotH:1 sequenClaS mo am ObJ'etivos ou ana [ses e con, . b "ou "como SOll fL'S ISSO semeIa o em , , les maiores". Em vez til" :\:',1 1 da de decisão: "faço algo, porque 'd s atoS eVIto ma I onsável pelos efeltOS e meu , . ente-se obrigado ou tt:1l1 l (' P nte deve precIsa, s ,' ' 'til sensato, válido, bendll"', simplesmente porque o age. . a 1 acha Importante, u , " f for necessáno. ASSIOl. 11.11' fazer alguma COlS , e e . t ligente azer o que , ' , d vantajoso adequa o e 111 e . toS dos agentes SOC\;II , I\\d', , . lsionam os mOVlmen são obrigações que ImpU .,' ' mais esquecer qlle, 11:lll 1111 'd preVIS[VelS, sem Ja < . I' d sultados preten 1 os ou . hes de prole 'p,"" ,y 1/111.· re , . d ' -es sflo sempre pJen . ' . eClSO ('llll'lIi$I<I:; (\('(0 'LI ,\.\ l,'I\ po rta a tcori:l etlca, as . l.Td do) OLl oe I11ltll,(JI. tas (t 'ol'i:\ 1111 ('''IH)I1SJ.Ol [ a e '1' d I j'" vil" -.\11). -" /.fl a l1/)r (II'itl! 100 rng por quilo Je sal. Ela visa a impedir doenças como o bócio Na leitura de Weber, a ética da res ', " ponsablhdade expressa, de forma típica, a "vocação do homem pol" ltlCO na medida b .' em que ca e a alguém se opor ao mal pela força se I _ H' 1ao qUlser ser resp '1 1 a um preço a pagar para alcança b f" Ollsave pe o seu triunfo. _ d r e n e 1ClOS coletivo E' i t raçoes e decisões tomadas' I d ' s. 1S a gumas ilusde delicadas polêmicas éticas~ uz a teona da responsabilidade, no bojo • A colocação de (lúor na água ara r d .' , . mdignou aqueles que repudiav~m a ,e uz~ as canes da população bito dos direitos individ' mgerenCla do governo no âmualS, mas acabou adotad I mesmo que ninguém pude a pe o governo ~ h sse assegurar com abs I ' nao averia erros de dosagem. ' o uta certeza, que • A vacinação em massa para pr~venjr d . , glOsas (varíola poliomiel' t d'f ' ?enças mfecclOsas ou conta' 1 e, 1 tena tetano coqu i h tu b erculose , caxumba , ru b'eo 1a h epatlte '. B f' b e uc e, sarampo ' bou sendo adotada a despeito de f " ,e re amarela etc.) acab . , ort1ss1mas reSIstências. Por exempIo em 1904 , , a o ngatonedade d . " Janeiro, deflagrou uma gra da_vaCIna ant1vanólica, no Rio de n e reaçao popular . d to para um levante da Escol MT ' - servlU e pretexdente Rodrigues Alves e a f ~ ltar que pretendia depor o presi1 hão contra a vacina empq~e °Rp~ontamente reprimido. A rebeo gou UI Barbosa que d' "Nnome na categoria dos' cnmes d o poder () ' .1sse: ' .ao~ tem . ... a tlrama, a vlOlenc1a (...) me envenenar com a i t d _ , n ro uçao no meu ( V1ruS (... ) condutor ( ) da O sangue ... ) de um .. .. , morte. Estado ( ) . por o SUIcídIO aos inocentes". 19 ... nao pode (...) 1m· • A legalização do aborto defla~rou celeu Unidos e em outros país . d mas sangrentas nos Estados es e aJ.11 a constitui t f' 'I se travem debates agressivo erreno ertl para que s e ocorram confro t em um vaivém infernal entre c 'b' _ ~ n os ou atentados, veis à liberdade de escolh 01 Iça0 e toleranC1a, facções favorád f ' a e outras que se prod a vIda, abortos clandestino . _ ~mam e ensoras dciais; s e autonzaçoes restntas a casos espe• A introdução dos anticoncepcionais ar . .. embora amplamente ace't . d P ~ a o planejamento fa111.1ltar, 1 a, am a nao se \ . I' consensual. lnlVerSa lZ0U nem é , • A adição de iodo 110 sal não vem sendo re ' . presas, embora seja hoje d t . _ speltada por mUltas eme enmnaçao legal, fixada entre 40 mg e I 'i, SARNEY, José. "Deod' 010, ' .I epubhca / . RUI. e vacina" }Folha d,e .. S n.ll1.0 I 12<.k 1) J ("papo") e o hipotireoidismo, que causa fadiga crônica e deficiências no desenvolvimento neurol ó gico ;20 • A fertilização in vitro (os "bebês de proveta"), introduzida em 1978, enfrentou discussóes acirradas sobre a inseminação artificial, acusada de ser um fator de desagregação da família e um fator de risco na formação de uma sociedade de clones; • O uso da el1ergia nuclear por fissão como fonte de produção de eletricidade, depois de uma forte difusão inicial (desde 1956), acabou sendo contido após os acidentes conhecidos de Three Mile lsland (Estados Unidos, 1979) e de Chemobyl (Ucrânia, 1986). Desde o final dos anoS 1970, aliás, não há mais novas plantas nos Estados Unidos e a Suécia decidiu desativar todas as suas usinas nucleares até 2010. Muitos pianos e reatores nucleares no mundo todo foram caJ.1ce1ados, mas, mesmo assim, a polêmica persiste, de forma • acirrada; O uso dos cintos de segurança e dos air-bags transformou-se em uma batalha nos Estados Unidos, nas décadas de 1970 e 1980, até converter-se em exigência legal. O confronto se deu entre: a) os defensores dos direitos individuais, que rechaçavam qualquer imposição e desfrutavam do apoio da indústria automobilística, preocupada com o aumento de seuS custOS; e b) o poder público, que pretendia reduzir O número de feridos e de mortoS em acidentes sofridos por motoristas e seus acompanhantes; • O rodízio de carros, que restringiu a circulação para melhorar o trânsito e reduzir a poluição nas cidades brasiteiras, depois de inúmeras resistências, acabou sendo respeitado não só por causa das multas incidentes sobre quem o infringisse, mas por adesão às suas vantagens coletivas, malgrado o sacrifício pessoal dos motoristas; • A conclusão da hidrelétrica de Porto Primavera, no Estado de São Paulo, em 1999, sofreu a oposição de várias organizaçóes não governamentais e de muitos promotores de Justiça, que alegavam que "um desastre ambiental e social" se seguiria à formação completa do 3 0 maior lago do Brasil, constituído por uma área de 220 mil hectares. Em contrapartida, a posição governamental era a de que 'I), SA \'0. S:'tll,lr.• "Milli,r6rio apreende marca, de s,,1 sem iodo", O E.i/lld(J de V\'(lIbl'ol 110\1 IJil 1 t- II I\1 11)'Jll ,11' \' ')", ~.H1tIJ(), 6 de nO- 11~ I t.Üc.u mpresmia! I 1 a usina destinava-se a abastecer de energia elétrica 6 milhões de pessoas e que obras de compensação e de mitigação dos danos causados seriam realizadas;2J g anismos modificados geneti 'I 1 :1:1.: " lí ,,:, Argumentaram que os ,or . tema imunológico ou transmitir • I 'as danificar o S\S Ilodem causar a ergl ',. d I ntas gerando superpragas e po,) , genes a outras especles e p a , . • A utilização de pesticidas na agricultura, dos raios X para realizar diagnósticos, dos conservantes nos alimentos, da biotecnologia, provocou e continua provocando emoções fortes; • No passado, amputações cirúrgicas de membros gangrenados, de eventuais extirpações de apêndices, amígdalas, cânceres de pele ou outros órgãos atacados pelo câncer, eram motivos de francas oposiÇões, Isso, contudo, não impediu que as intervenções fossem feitas; • As chamadas políticas públicas compensatórias, em que agentes sociais tece bem tratamentos específicos (mulheres grávidas, idosos, crianças abandonadas ou de rua, portadores de deficiências físicas, aidéticos, desempregados, inVálidos, dependentes de drogas, flagelados etc.), fazendo com que desiguais sejam tratados desigualmente, correspondem a orientações inspiradas pela ética da responsabilidade, d:sa~tres eCOIÓ9IC~: Convenção da Biodiversidade dendo provocar a Até a 5 ConferenCia das parteds 1999 170 países não haviam che~ U 'das em fevereiro e , _ d rJas Naçoes n l , t I internacional da produçao e o [ I3.do a um acordo sobre o con ro e , 23 de sementes alteradas geneticamente. ~omércio " da responsa b'11"dade 1 , realizam-se análjs's " Assim, ao adotar-se a etlca ~ '. sopesam-se as forças em Jogo, . as cucunstanClas, . ~ .11: risco, mapelam-se . seqüências das deClsoes lIL1l' " e medem-se as con ~, , I el"seo"uem-se o b Jet1vos , . 1 a articulacao de apoIos - o -se de uma teona que envo ve " 'rao tomadas, Trata , '" O f 'tos deflagrados pelas .H.. IIL, ' la eflcaCla. s e e1 . I )olíticos e que se gUla pe < • ~ mal"s úteis do que pcngc ),';C t', d tas proJecoes e ser <levem correspon er a ce. r I f' 'os eventuais e COmpL'11~,1I h d erar os ma e ICI P VO le dizer, os gan os eve.m su , d" scutem os possíveis efeitos 1o111 " 10 amda h oJe se I , os nscos; por exemp , Ih létricos' quantos S,lll, s erados pelos apare os e , L'erígenos dos campo g _ '1" 1 ~ -en a nao UtllZa- os, ". . UJl1tudo, os que se propo 1 '" d _ sabilidade _ a utI1lt:ll'lSI;1 ' '. tes da etlca a lespon Entre as propnas verten . . , tações contraditórias, depen heO"am a eXlst1r onen " ' l'd d cdendo a da fma I a e , ec das o . 'd d dos enfoques coletlv1 a es afetadas. Veja-se o caso da qll I . da pa. lha de cana-de-açúcar. ma J " , " J Permanecem ainda em aberto inúmeras questões éticas, como a pena de morte, a união civil entre bOl1lossexuais (embora já admitida no final do século XX pela Dinamarca, França, Inglaterra, Holanda, Hungria, Noruega e SUécia),22 a clonagem humana, a manipulação genética de embriões, a identificação de doenças tardias em crianças através do DNA, os limites da engenbaria genética e mil Outras, - - - - - --- --~---------, I Uma polêmica diz respeito ao plantio e à comercialização de sementes geneticamente modificadas para resistir a vírus, fungos, insetos e herbicidas - a exemplo da soja transgênica Essas práticas obtiveram o aval de agências reguladoras governamentais (entre as quais as norte-amerjcanas) e o apoio de muitos cientistas, pois foram vistas como alternativas para aumentar a prodUção mundial de alimentos e para combater a fome, . d fendem o meio ambiente por quest~o Ao lado de ecologistas que _e) ' t m ecologistas de orientaçao ,. ( 'da convlcçao , eXls.e de prinCipiO teoria , adas deixa no ar um mar d fumaça das quelm , . utilitarista para quem a I - e agrl'de a camada de ozonlo. ' . de da popu açao fuligem que areta a sau , 'mero e favorece ecollo~ " d e bem Não traz, poís, o maxlmo , ao maior nu Entretanto, ambíentalistas e outros tantos cientistas alertaram contra os riscos alimentares, agronômicos e ambientais, reagindo na Jus- micamente apenas uma minOria, d' m que a queimada afugent::J a por sua vez, Ize d Os cortadores e can , _ 'fac,'lita o corte e permit ' un 1=\ h I'mpa a plantacao, cobras e aran as e I do;.":, egura melhor remuneraçao, pr I produção de 9 toneladas ao Id" ~ , " 6 ta/I 'Iaelas e 9 nll I ii ~ II que, em .~, I umcortadorprodlJ/llhl \[HIlI,!' I" 21. TREVISAN, Cl<íudi<1. "É djfícil vender a Cesp agora, afirma Covas", Folha ,I" Ç,I:"II"I, K de maio de 1999; O Estado de S"Pal~!o, 25 de julho de 1999, 22, SALGADO, Eduardo, "Gays no poder", revista VeJa, 17 de novemhro 01, I"'''' ' !. I' '11}I," I I • 11/'/ '·\.1 Iv,. rrlr" " I ItliI'J .. 121) 128 Eti .0 Empresarial terço a menos. Alegam que a alternativa disponível implica o uso de colheitadeiras mecânicas, o que reduziria a força de trabalho a um quarto da atual, gerando desemprego. Portanto: ao beneficíar uma ampla categoria profissional no campo, os fins são bons - vertente da finalidade. Para os empresários, também adeptos dessa vertente, a queimada aumenta a produtividade, gara'lte baixo custo de produção, torna desnecessários os investimentos para uma colheita mecanizada (as colheitadeiras custam em média US$260 mil cada) e gera efeitos multiplicadores sobre a economia. Em outras palavras, uns olham para o todo, o genérico, outros para o específico; uns pensam nas gerações vindouras e no futuro do planeta, outros pensam nos benefícios imediatos para coletividades mais restritas. Todavia, os imperativos da competitividade e as pressões políticas por um meio ambiente sustentável acabaram fazendo com que, aos poucos, as colheitadeiras fossem introduzidas, superando paulatinamente o probiema da queimada... Nesse caso, o utilitarismo parte de pressupostos bem mais amplos e, por via de conseqüência, mais altruístas. A quem deveríamos beneficiar: às gerações futuras, lançando mão de técnicas de produção que não dilapidem recursos naturais, ou a alguns agentes coletivos (interesses mais imediatos) em detrimento do planeta? Assim, a dissonância não ocorre apenas entre as duas teorias éticas, mas também entre as vertentes que as ramificam, na medida em que põem em jogo a questão dos beneficiários das decisões e ações - a quem devemos lealdade? As duas matrizes éticas No plano mais abstrato da teoria operam a ética da convicção e a élica da responsabilidade. Descendo em direção ao real, para o plano iJ isrórico das coletividades - nações, classes sociais, categorias sociais, comunidades locais, organizações - , operam as morais; por exemplo, 110 :Hl1bito inclusivo da sociedade brasileira, a moral da in!' " 'ridade e a 1I101':1! do oportunismo; no âmbito inclusivo da sociedadl' :1I111'ril, na, :1 mor:ll rllriclll:l. rl1:t1gr~1do a importJncia que tem a 1l10l',d .I" ',(I, I ',',/l, j,,' 'UH; d itil'(llng', l'('OI1C'l1li :111volib :d. . ~, ética do dever, do absoluto, porque seus A ética da convlcçao e uma s agentes em obrigações , ' 'd . convertem-se para o . 1I,Il1ClPtoS e seus 1 eais . d" 's' não resultam de delibera. ativos lllcon lClonal , . Illlívocas ou em lmper , ~ i lt dos presumidos, Seus preceItos rOJeçao c e resu a .' ' I I'S nortea d as pe1a p d' d ieterminadas a pnon e acel, dificado e Vlttu es c , 'd 1\~rl1lam um Slstema co 1 tl'ência concteta. MaIS alil a: , t de qua quer expe \," indepen d entemen e . ~' ' e abstraem ou desconSideram d eXlgenClaS moraiS qu 11 '\'inem um acervo e . d' ~ es de modo que somente . , . ' como os efeltoS aS aço , , , \1\to as ClrcunstanCidS ' - dos valores em prancas ,. , , morais ou a transposlçao . l' h d' .so'ria que separa os vlrtuOSOS . ohedienCla as normas ~ d marcam a 111 a lVl I ~itimam as açoes e e ~ bastam a si mesmas na plenitude de sua ,ios pecadores, Como condusao, verdade. .. . I em nome do ideal anarquista, " f' m1l1tante Imo a-se Se necessano ar, o, c, d d nitária aqui e agora, porque a ,' h r a SOCle a e c o m u , . 'L.1Cnbca-se para cega 1d fl'lhos (ética da convlCçao, ~ , . e t ega tota e seus . ~ 'voluçao SOCial eXlg a en r , . omo os ambientahstas da , ) OutroS atlvrstaS, c t I que atua em quarenta V"rtente da esperança. , - não governamen a1 ;r'enpeace - orgalllzaçao . d erigem por causas a defesa ~ . ilhóes de aSSOCia os - , m ' d ça-o de alimentoS transgemcOS, I l.l1ses e tem quatro ~. combate a pro u i ih floresta amazo lllca , o ~ de espécies ameaçadas c e .. a nuclear a proteçao , , I rejeiçãO do uso d a energl d" 1 te conhecidas diz resperto as ões mun la men ç ,'t ção etC. \.Jma d as a . . d' ça de baleias: em botes , _ ' ue Vlsam a lmpe lt a ca 1l1lssoes de seu naV10 q t 'e o arpão e as balelas, dependu'I' se colocam en 1 infláveis, seus ml ltantes 1 não seJ'am puxados para bor.' oados para que e es >4 E r.111l-se nos a11lmdlS arp inbo dos caçadores.sdo ou mergulham no mar para bloquear o cam G • neve Max Weber: , . - ão se sentirá 'responsável' senão "O partidário da étIca da convlcçaho n da pura doutrina a fim de que 'd d d velar sobre a c ama . pela necesst a e e I obre a cha11'za que aJ'uma o . a lar por exemp o, s ela não se extmg ; ve . . ' , 1S s só podem e devem ter um 'ustlça socIa., eus at o . . protesto contra a 111J . . d d P to de vista do obJettvo os o on e consIdera valor exemp Iar, mas qu , . ' ' , podem ter um único fim: reat aI são totalmente IrraclOnatS, so . _ "'5 even u , d convrcçao. ni111,ar perpetuamente a chama e sua ) I VII 1.\-'.1 A, lZiol'do, "1\ ",1\<\' d~11 , '. \'(/~I'.P {, tV\;l • "1',11/ • \' I . II " " I ".' ~( k I'1f 1 \"JII ~ .... ) l - "-\l\l'iro ,,~ • LO()O. I o Ética Empresarial ])jfe,rente seria pensar à maneira leninista ar ' socrallsl11o e assegurar sua l'd _ P a a qual, para Implantar conso I açao é abs I t ' ' 111,\0 das mesmas armas q " ' o u amente valIdo lançar " ue a mmona explorador ( ' 1~ , 11Izac!a), lI1stalando a d't d d , a usa aVIO enCIa orga, l a Ufa o proletanado " d Jlllplclcável os inimigos da I _ ,. e repnmm o de forma .. revo uçao (etlca da t b'l' d:l Í"Jnzdidade). Neste últ' _ _ esponsa 1 Idade, vertente Imo caso, a açao nao é 'd ' VO, 111<15 por um fim deliber d 'f d ' ~ ~OVl a por um lmperati.' a o, az a vlOlenCla ' I I1 (J caminho do poder' Ih ' seu tnstrumento para ,esco e uma estratég , ' ," H: 1\11'1);1 d morte dos re 1 ' " la entre vanas outras o vo UCIonanos uma cont' ~ , d J ','I' r. dj: I :lS democráticos por I" mgenCla o processo, Os , J ' ,lil ,Ir UII' ;1 sociedade s 'I' exemp o.' unagmaram a POSSl'b'l'd 11 ade de OCIa lsta por melO da via 1 ' '11 "11, I !lO pacífica dos espa l' . , par amentar, assocIada à ços po ItlCOS eXIstentes E d . , I,1./' t Ivil: :1dotaram uma estrat" I' 1 no sta o e na socieegla e el tora que n , ,li ''',Idos, mas eventual alt ~ , ao preVia confrontos ernanCla no poder co 'd Vejamos, agora o caso exempl d h m os partI Os burgueses. , ' ar e um omem de ' " ;'::1 v:H.:tlou e que permanece' b. , . pnncIploS, que nunu tnque 1 antavel dIante das piores ameaç as. (J Condenado à morte pela Assembléia P , opular ateniense (Ekk/esia) Sócrates não se c " urvou nem fez concess O ' ' clencia o levaram a não aceitar I oes. s d~tames de sua consnão reconhecer os deuses do ~Utp~ n~s acusaçoes que lhe fizeram: corromper a juventude Rejeitou aS [,a .o, dlntro~uzlr novas divindades e d ela o eXlllo ou do , multa, apesar do fato de pod f' " pagamento de er Ixar a propna pen xe, após o veredicto da condenação P f ' a, como era de pracal' de suas convicções ou trair sua' c;e en~u a, morte para não abdiinstado por seus ami ' nsclencla, e, mesmo quando gos a fugir, manteve-se irredutível para não desrespeitar a lei. "A única coisa que importa" disse Sócr "., cometer injustiças nem ~esmo ates~ e v~ver honestamente, rpcebida" 8 e b ' " em retnbUlçao a uma Injustiça , eu a Cicuta, sublinhando d f f ' I r lava: a fidelidade a si m a up a Idelrdade que o aniesmo e aos compromissos assumidos,26 elTI 11, I r' 11 'U~ C' ticas 1311 Na ética da convicção, à moda de Kant, sendo a veracidade um dever :\hsoluto, não se admite mentir em circunstância alguma. Imaginemos 11m homem que estivesse escondendo um amigo na própria casa: ele não deveria mentir aos dois malfeitores que procuram o refugiado, ainda que lal gesto viesse a custar ao amigo a própria vida, pois é melhor faltar com a prudência do que faltar com seu dever, nem que seja para salvar um inocente ou a si mesmoY Nesse preciso exemplo, e de forma diametralmente oposta, a ética da responsabilidade rotularia a mentira como prudente e necessária, abrinJo espaço para o florescimento de um vasto leque de mentiras úteis das piedosas às inocentes, das solidárias às cívicas. Para fustigar a dúvida de que ninguém, hoje em dia, adotaria as prescrições de Kant, basta citar o caso verdadeiro do programa Twenty One que o filme Ouiz Show, dirigido por Robert Redford, retrata. Um professor universitário de literatura da Columbia University de Nova York, Charles van Doren, pertencente a uma família tradicional de intelectuais (a mãe era escritora e o pai era também professor da Columbia), confessou uma tramóia diante de uma subcomissão investigadora do Congresso, De fato, recebia com antecedência as perguntas e ensaiava as respostas dos produtores de um programa de televisão, cujo chamariZ e encanto eram os testes de conhecimento que os candidatos enfrentavam, Toda semana, os prêmios e as dificuldades cresciam, mantendo a audiência em estado de excitação, O jovem professor não era o único candidato a aderir à trapaça, como se soube logo depois, Pressionado por um promotor, igualmente jovem e formado em Harvard, o professor não resistiu às cobranças da própria consciência moral. Incapaz de conviver com a mentira e o engodo, decidiu tudo revelar, em um tributo pago à ética da convicção, Isso destruiu sua carreira profissional: perdeu o programa que mantinha na rede de televisão NBC, em que ganhava US$50 mil por ano; :.7.l:'Jllnt ',j'lltl 1111 tI '.~ I I11 ~ I, 11 1\-, rr 111 11/1'. {\ll{ (I:,. Ética Empresarial foi demitido de sua docência na universid . e execrado por muitos Apenas d ade, e acabou discriminado também dificuldades, enquanto ~sr~~~ ~~~essadfou-se o programa sofreram da encrenca. Uma pergunta então reponta: embora h' 'd ~ . moral se sobrepõe aos próprios' t aja Cl ~~aos cUJa consciência 111 eresses, o que dirIa t 'd ', sa 11ldade a esse respeito;>, Ela d'ma . que a astuCla , ' e a eona' a responb dos produtores do programa com d ' o oportunismo, tanto 'd o o Jovem professor d d . 1 atos que se prestaram à f d ~ ." e os emalS canrau e, nao se Just1fica d " d, ' etlCO. E por quê? Porque a fraud e b ene f"lClava algumm o ponto de v1sta mento de milhões de pessoas 1'1 u d'd . as pessoas em detri1 as mampulad f logradas. , as e,eaon ~ nu e I ao ' cabo, . , Prevalecia entre eles um alt' rUlsmo parcial lmparClal que ambas as teorl'as e't' " ao o a trUlsmo , ' lcas eXigem. . ~ e, um vale-tud" AdemaiS, a etlca da responsabilidad e nao f / ua rasa dos valores que as coletO 'd d . o nem az talVl a es tanto preza S' b tes,. em vez de tomar decisões e xc1USlvamente . em +u m.- do que I os agenos l1uminam tomam decisões +. - d ~,nçao os va ores "que , em I Ul1çao os efetto produzir sobre a coletividade , se m d·' ' 5 concretos que Irão elxar d e respelt 1 xar de nortear-se pelo altruíslDO lmparCla . , I que co b"ar va, ores e sem deicorporativos e particulares, m ma mteresses gerais, ~n~~lca Mas vejamos outra situação Segundo l/ d ' lidade, o uso de cobaias animai; é válido a ética da responsabiem nome do bem-estar da hu 'd d ' que de forma controlada, , ' mam a e, para testar 1 remedlOs, terapias ou procediment os me'dolCOS ou ' por 'dexemp o,fnovos " soro antiofídico _ quando ca 1 " am a, para abncar va os sao moculados co d para que produzam anticorpos e s-ao sangra d os toda m veneno A / e cobra humanas são utilizadas em certas' semana. te cobaias . clrcunstanClas co h' nscos envolvidos e com prévia ap rovaçao d os paCientes ' . 111 con eClmento dos 28 A contrapelo, certos adeptos da ética d . '., o uso de cobaias animais em d a convl~çao rejeitam in limine , nome e seus dneltos c ' mesmo que 1SS0 prejudique o avanço d a ClenCla . orno -seres ou a prod d VIVOS, / . lOS. Quanto ao caso de cob' h umanas, a reprov - uçao e remealas " , d porqne trata as pessoas apenas co mo meIOs ' e nao co açaof e plOr amda, ' mos (na linguagem de Kant) , desr . d .mo ms em SI mes. espeltan o-as e fermdo SUH dip;nidade. ~. ~ Em um patamar tot~lllncnlC Jiverso, em nome de uma pseudocl ~11\,.i;1 L' justificadas em um âmbito estritamente nacional, perpetraram-s' du1 :Illte o século XX atrocidades inomináveis, principalmente por paíst,;:; lotalitários: • Pesquisas duvidosas e cruéis foram realizadas por médicos nazist::)s comandados por Josef Mengele no campo de concentração dI: Auschwitz. Era freqüente deixar crianças morrer de fome para 'S tudar a morte natural. • Os japoneses, antes e durante a Segunda Guerra Mundiat, infectar;l1l1 prisioneiros chineses (homens, mutheres e crianças) com as bacl' rias causadoras da peste bubônica, anuaz, febre tifóide e cólera. Depois de doentes, os expunham a vivissecções sem anestesia. • Na África do Sul, durante o regime racista (apartheid), houve tt'll tativas de desenvolver microorganismos manipulados em labor;lt<'J rio que esterilizassem a população negra, sem atingir os brancos. • No Iraque dos anoS 1990, milhares de prisioneiros curdos St'1'VI ram de testes para armas químicas e bacteriológicas: foram ;\111.11 rados a estacas e alvejados com bonlbas recheadas de subSI.llli LI. armazenadas em laboratórios. E mais: em aldeias intt;ÍJ ;IS 11< Curdistão foram despejadas armas químicas letais, dizim:lIld( I ,I I população. O mais surpreendente é saber que garotos deficientes mentais havi:\111 usados como cobaias humanas pelo governo dos Estados UniJo'. durante os anoS 1940 e 1950. Em sua escola estadual recebiam mer nd.1 de mingau de aveia contaminada com isótopOS radiativoS. A trOCO do quê? Empenhadas na Guerra Fria e temendo uma guerra atômica, as h Ir ças Armadas americanas queriam avaliar as conseqüências da radiação III! organismo humano. Em um processo sigitoso, cidades inteiras for:llll ~ido A' deliberadamente expostas aos efeitos da radiação. Essas revelações foram possíveis graças à abertura dos arquivos 11111 te-americanos em 1994. O presidente Bill Clinton pediu desculpas públ, tl cas à nação por isso, em outubro de 1995. O mais grave, entretallt , " A' ~ - 28. BOYC:~: jlll l1o,l".. NelI. J')l)i{. "c.o!. .li;lS IHl 1ll;1I I," l .. • n'lI' 'i' . , ,(/('1111,;/. rq,rtld,,~ ,I" l'rI., I,·{",' ,I, 'I I' 111(" li ,I" que muitas experiências vitimaram minorias étnicas: • Entre os anos 1930 e 1970, o Serviço de Saúde PúblicJ ft-d('I,d privou pacientes negros de tratamento, sem que soubessem, \',1\,1 poder observar os efeitos da sífilis no longo prazo. " inchos navajos foram l'111prcg:1c\os, na década de 1950, '111 111i1LI', de urânio, entãO () prin\ il"d 'rlliíh\lstível atômico, sem SL'fl'nll1t\I)1 Ética Empresarial mados dos malefícios da radiação, Em conseqüência, muitos morreram de câncer. • Injeções de plutônio foram ministradas a pacientes em hospitais, sem que estes desconfiassem. • Soldados foram enviados para locais de teste de bombas atômicas logo após as explosões. 29 , '" .' is - crimes de genocídio, 'l';llll'" 1)('\oS mais graves delItos l11tel naClOlla 'es de agressão,lI VaI" (Ih 'd d mes de guerra e cnm I (lntra a hUlnaD1 a e, cn 'h ratificado o estab·k , ' e embora 75 paises ten am d , .,-var, to aVia, qu , ' s a r a m seu apOlO - 1'~"1.1 11 lento do tribunal, três importantes palses recu dm; Um'd os, R"usSia e China ' 32 , ' t e as duas teorias éticas, (1'.111 'd l' ergênclas pontuaiS en r Aw a que 1aj3 conv b 't' a da convie', l i " , ,_ odem existir entre elas. Se rou ar na e te . \ ,IS opOsiçoes P h 'd de constitua um valor m01,1 ), d 'vel (caso a onestl a , • bsolutamente con ena ,. f f '1' co ou o roubo de Prolt'\( I': " d sabihdade o urtO ame 1 jura a etlca a respon f ' ' t;fi'cados Se fabr a venLl\1., ' são per eitamente JUs III11TIigOS durante a guerra . ' 't' na segunda não deixa de ~,ll " norte na pnmelra e lca, j1'lde tornar-se o unlCO , d de casa nos ofere\.' ('111 , f ' el comida que uma ona 1 1l lequado e ogiar a so nv b' selhável louvar o "bOlll ,I', 'al' pode tam em ser acon 111ll gesto h OSplt eiro. , lhorar seu ânimo. Isso sj)',11ili "d arente multO doente para me _, pccto e um p b'l'd d onfere endosso a a~O('~' q\1I , " d responsa lia e c c\ que a etlca a b d to de vista da col 'lIVi.I,I,11 '1 ngendram um em o pon presumiVe mente, e , _ d .' t - o católica cenSll 1',1 \, .1111 I' " d convlcçao e onen aça Enquanto a etlca a 'f d' mento divino, :\ (., 1\ ,I ,I d'd que ISSO ere um man J. matar, na me 1 a em, . l'd d bada de um avi:IO ,01111 I 'l'd d - heSita em va 1 ar a erru I'cspOnSabl i a enao , d deques e qüe,tr;lll'I\'lI entenas de passageiros, es \ L.ial que transporta c b " a sobre uma 11let1111'(l , , 1 ar 11ma bom a qUlmte I ;:mátiCos dispostoS a anç O d eservação da vida J . l.\t-/l' , b ual argumento? e que a pr , Jom ase em q , " 'f' de centenas delas. "~1I11, lIas de milhares de pessoas Justihca o sacn 1C1O I Depois da Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos organizaram o recrutamento e a transferência para a Austrália de cientistas e especialistas em armas alemães, incluindo ex-nazistas e membros das SS, para trabalhar em projetos secretos na área da defesa, Os motivos foram o desenvolvimento do potencial militar e o temor de ,que a União Soviética seqüestrasse os especialistas se permanecessem na Alemanha Dez deles haviam trabalhado para a companhia química alemã que inventou o gás Zyklon-B, usado para matar judeus em campos de concentração, Segundo o jornal Sydney Morning Hera/d, pelo menos 127 cientistas alemães foram contratados clandestinamente entre 1946 e 1951, e não foram investigados pelo Tt'ibunai de Crimes de Guerra Australiano. 30 No contexto da rivalidade entre as superpotências militares e, posteriormente, da Guerra Fria, tais decisões chegaram a encontrar legitimidade - à luz da ética da responsabilidade, vertente da finalidade, Claro está que, do ponto de vista da humanidade, todos esses eventos merecem o repúdio de qualquer uma das duas teorias éticas. Basta lembrar que, na órbita jurídica, o avanço já está em curso, confotme se pode depreender pelo Estatuto de Roma (o documento foi concluído em 1998). Pela primeira vez na história, foi estabelecido um Tribunal Penal Internacional de caráter permanente, sediado na cidade de Haia, na Holanda, como entidade autônoma vinculada à ONU. O tribunal começou a funcionar em julho de 2002 e se destina a processar e julgar os responsáveis 1 dos males, o menor. . alegando que um 1ll~d 11.1 0 'd , - ' nsurge-se contra ISSO, A étiCa a conviCçao 1 , te para salv;1\' ,\ / ' outro mal. Condenar um 1110cen <', pode ser remedlO p a r a , d es como Kant DOSlOil.'%ld, , ' 'omíma para pensa ar , hllmamdade sena uma 19n, h A 'd dos homens perderia o valor ~,' ,I lkrgson, Camus e JankeleviCtc, Vi a '\3 justiça desaparecesse. " 'das chegam a invocar "S\i\ \lIt I , ém terronstas SUlCl Cunosamente, por , l' _ para a realizaç50 ti ' ~\l"', , . - de orientação fundamenta lsta " ma etlca "ro _I,I'AlVA, \,;\\110, "1,11\ d('~01l2, ","1".' ·1" !1I1I,\. 1.1.- 1')'1" 111 ,\1,,,.1. 'I)I!', ',\ \ II~I \ I ",1'\ 'I '\'11 I I ,,~ I I M"'can/il \1.1, 1",,1 .. , 1 ,',,' 1,1i'IIII:d Inlt'rJ1.1Cio1l81 ,\,LI~,I',I 1 , 1'"'C~I,IIIIII,", .. 1i I'" , ' "'\I'il'"IL.ll 1'. 11\.1 I",. ,I,' " I' ,11 \', "1'1'1 29, SELlGMAN, Airron, "Cob~n:l' Iiwn:IIl,l''', r<:vi.,t~ 'vi:ia, 2~ de .10, (l "Iad" ,li' S,I'alllll, I K d~ I \''''111 I' 1'1 11 '1, • 11' li' 1\ I I 111,' "'li r U,· , 'I I I, /' \,I'III1!". I" ), ju.1h l l ,li' '110',' r~ { r I ( I 'I "11JII<rtlI1. 1il1·' l.jo,ll/.r)./•.\.,III", ' IJt. I ti .(J II'Ipt 'sarial ,l\" lt'l)(ias éticas crenças religiosas, certos de que o martírio lhes abrirá a porta do paraíso (vertente da esperança). Vejamos agora um caso interessante que permite comparar as diversas vertentes das duas teorias. A diretora de uma fundação que financia programas de arte em escolas públicas secundárias a fundo perdido estava procurando um professor. Entre os vários currículos que chegaram às mãos da comissão de sete membros encarregada do processo de seleção, havia o de um reputado pintor regional Este, aliás, não se fez de rogado e espalhou aos quatro ventos que era candidato, Em seu currículo constava que era doutor em história da arte, A assistente da diretora procedeu às checagens rotineiras e descobriu com surpresa que, na universidade indicada, não havia menção à tese defendida, A diretora relatou o fato à comissão e chamoú o pintor para se pronunciar, Este alegou que não pôde completar seu doutorado porque teve de alistar-se no exército e que a indicação em seu currículo saiu truncada, na medida em que fez os cursos para o doutorado, embora sem defender a tese, Em seguida, o pintor alertou a comissão que se ela o recusasse por uma tecnicalidade dessa ordem - que muito pouco tinha a ver com sua capacidade de lidar com alunos -, ele iria processar seus membros por discriminação de sua candidatura e por difamação potencial de seu caráter. A comissão decidiu então analisar de forma desapaixonada as op. ções de que dispunha, Alguns argumentaram que, em termos do máximo de benefícios para o maior número, a presença do pintor era desejável (vertente utilitarista da ética da responsabilidade), Todo mundo na comunidade sabia da candidatura dele e ansiava pelo seu Sucesso; seu talento conferiria credibilidade ao programa e os alunos aprenderiam muito com um professor de seu gabarito, Era preciso ser realista, pensar nas terríveis conseqüências que adviriam se fosse recusada sua contratação e não conferir tanta importância a uma formalidade, Outros, no entanto, fundados nas normas vigentes, insistiram que não era pouco desconsiderar a infração Cometida, Como aceitar sem mais uma fraude? Não importa quão talentoso fosse o pintor. I I tipo de desonestidade era inaceitável. Não se Podia transigir (rI I 11111 d. I 7 se podia admitir trapaça, fraude IJios que as normas espelhavam, não , ' , ça-o) Ademais caso ' " da etlca da conVIC, , t' ha uma falsidade e que a u logro (vertente de prinCipiO , ' e o cUrrlculo con In ;J mídia descobrisse qu . a dele isso não desacrecomissão conhecia o fato, passando por clm , ditaria o programa todo? d' t manl'festar-se houve empate de tes de a Ire ora , a A diretora argumentou Na votaçao, an " ela o voto d e M'Inerv, três a tres, FIcou com de grande valia para o ensino • b pintor pudesse ser , entao que, em ora o tí io ao programa (vertente da finalldaela arte e pudesse carrear ~res dg) não se podia ser leniente com a de da ética da responsabllida e , d _ s esperados do corpo dodesonestidade moral. Isso feria os pa rOI e a fundação queria dar ' ra o 'po de exempo que , cente O pintor nao e, os ro ramas que ela financiava, Deflaos alunos que partiCIpavam d p f g ra dos docentes desejados, a nido o ideal que deveria Inspirar. a (~~~tente da esperança da ética da diretora votou contra a contrataçao convicção), _ d'ante o seu blefe: retirou sua can'd o pintor nao levou a I , I Em seguI a, , _ processou nem dlvu gou didatura e não cumpriu suas ameaç~s, ,n~~ as verdadeiras razões de sua deslstencla, , mexi ir contrapartidas ao pll1tor - por g t aI retratação pública, o /culo uma even u exemplo, a correçao o curn 'h d nte ou ainda a defesa da tese d desempen o oce , , acompanhamento e seu , d a fundação perder sua - d / I de doutor - , o nsco e , P ara a obtençao o tltu o "f" o~ r a perder seu patrimônIO , ' , Isso Slgl1l lcana p credibilidade sena Imenso. as sociais que patrocma ' ~ risco todos os program , d mais preciOSO e por em _ d' nidade. Assim, a teonaa ' d de doaçoes a comu com recursos onun os , d as devidas precauções, por' 'd d ode ser ll1voca a sem responsab111 a e nao p "f' _ nem deixa de sopesar as 'squer JUStl lCaçoes que ela não encampa qual • b _ em suma de salvaguardas ' mbutem; nao a re mao, " implIcaçoes que estas e d c'almente responsáveis. Em resu.to a con utas so I 'I' que preservem o respel /' d ' -o a teoria da responsabllmo: ao fazer uma análise estrIateglca o ap:l:~:;:ti~mo exacerbado. dade não é míope nem resva a para ' É preciso sublmhar que, se ~ d U6/ Ética Empresarial , r :orJa' ,Ucas Nas duas éticas, é claro, lazem-se escolhas, porque em ambas a adesáo a um cursa de ação depende da "concepção de mundo" que os agen. testém ou de SUa "consciência da necessidade", na linguagem de Espinosa. Mas, na ética da convicção, não há alerição dos eleitos a serem gerados. Há, isso sim, obediência a valores, respeito àquilo que as normas morais Ou os ideais determinam, pois os agentes já dispõem de ordenações pré. vias e explícitas, em Um movimento Prima faáe, que independe de um eXame completo da situação. Excluem-se avaliações, apreciações, mensurações, dutivas. uma vez que as escolhas derivam de pressupOstos e são deA idéia que paSSa a quem náo compartilha da mesma oriemação é que as decisões não são verdadClfas escolhas, na medida em que derivam de obediência a prescrições. Em termos práticos, porém, não há Como dei. xar de vê-Ias como escolhas, pois é sempre possível aos agentes recuar ou Optar por Outro caminho. Ademais, os agentes não deixam de argumen_ tar, dando a real impressãn de que a situação loi ou está sendo estudada. Para os adeptos da ética da convicção, quem infringir as pautas es. tabelecidas deve assumir o õnus da transgressão, sofrer as respectivas sanções e SUportar o peso da culpa e do n,mo'So. Em contrapartida, quem cumprir o seu dever sõ pode remeter-se a Deus quanto ao resultado da ação. b Tornam-se, enta- O , reféns de Imdo por um atalho par.a chegar. aoó ~:"as ao antecipar mentalmente I ,,"ddemas. Debatem.-se de Equacionam nscos e acaItado s e ao enunCIar hIpoteses. estratégias alternatIvas, levam tr'''' . . magmam . ,. U ')$ captam as forças em Jogo, 1 por isso lhes faltam pnnCIplOS o ' ., f turo e nem presente e o u ' 111 conta " d b para o 1o I ';crúpu os: d 'litarismo, procuram o max 'Imo e em 1 na vertente o utl dt~te ~:~r:balho. em os fms 101 os como bons · maior numero," '. " de f"d . 2 na vertente da finalrdade, assum p:rten~:do as escolhas revelam-se infeh· pela coletividade à qual d "- s tomadas e das No reverso a medalha, porem, sq efeitos das d eCIsoe .. ando paradoxalmente, o ropósitos iniCIaIS _ nao ,es ou qu 'd' das nã o correspondem aos p . do que aqueles :;'~~ia:,~r~::~ Os agentes levam em Conta as circunstâncias e as múltiplas opções que se oferecem, uma Vez que aSsumem de antemáo fins específicos ou medem as cOnseqüências de cada decisáo e ação. Para ele.s. " "m .. do não está ordenado como em um breviário no qua I se I 51."""",.01.""" 1/ ,." /'" cio bem. Aceitam Cometer um mal m "";1." "'" ''''.r '" ""1. """ '''o,' ""'" ~ d~res ~n:~~t::~~~:~::::ssançõ~s infligem e da cole'lue pretendiam .evitar - , entao °fsdgo do malogro e da inépcta. Escreve l . "d de Mais alO d a: tlVI a . . carr egam o ar Renato Janine RibeIro: Ih ,. d responsa b I"l'dade t . aparece como uma o o que e: uitos, a etlca a _ , uma ética menos nO I - e' e nao com d /' plaindecenCta, o que e a nao , r isso leve e por ta ~, porque e Im mas nem po . , . '" "osa dos prtnClplOs, feitos prometI'd os. (...) a res"A De maneira sensivelmente diversa, os adeptos da ética da responsabi_ lidade seguem duas etapaso primeiramente refletem sobre os fatos e as condições presentes e, depois, deliberam. A legitimação das decisões calca-se em um pensamento indutivo. Ao elaborarem e ao distinguirem opções, os agentes detém-se em uma delas após lazer uma avaliação dos eleitos que poderáo vir a OCOrrer. As escolhas decorrem de um juízo náo codilicado, de uma compreensão do COntexto histõrico e de uma anteci. pação dos impactos que as ações iráo proVOcar. São escolhas ex post, que derivam de um exame que se reahza, quais as vantagens e as desvantagens que cada escolha implica! Quais as possibilidades de alcançar objetivos determinados! Quais os CUstos envolvidos! Quem se benelicia com isso e quem fica prejudicado? 139 s o os de m A' ~~vel com quem n~o ~~~o wnsegue o:u:'sso. Não hã perdão para o b I'dade impoe a obngaç d para a derrota e para ponsa " lítico tem de estar prepara o. a ";; fracasso. (...) um po bilidade produz a sua volt. " qu e a ética da responsa o vazto "" 'eta no futuro seus desideratos_e torA validade de uma açao enA ética da responsabIlIdade proJ "d -se uma ética dos resultados presu~1o~s~u na antecipação de consena na bondade dos fms almejad 1 'coletividade interessada. contra-se q , . u ando grandes ma es a . ~ das quais o mferno esta'cheio , pois üências benehcas, po p . ,. das boas mtençoes, N- é uma etIca , ". . 1 a0 pretende alcançar metas dos resultados e a eficiênCia cios 2.· prioriza, a um so, te m p o , a e lcaCla facftIv:I~, . 3. meios; alia posicionamento fi r;!) ,,IlL "tl\ 1 1 (11' ) • postura altruísra. I I [, lll·IILlll·,.li)IIItI.IIII·", [,,,/1'.1 '/" .\nll"", I 1 do- 140 ,(/Co Empresarial A ri A ética da convicção é uma ética das certezas e dos imperativos (;ll(" góricos, das ordenações incondicionais e das mentes perfiladas. Repousa no conforto das respostas acabadas e das verdades absolutas, É uma ética convencional, disciplinada, formalista e incondicional, que se inspira elll "valores eternos" e em verdades reveladas. Lembra de algum modo o misticismo religioso, na medida em que as orientações pressupostas são percebidas como sagradas. É uma ética saturada pela universalidade dt:, sua profissão de fé. ' A ética da responsabilidade, por sua vez, é uma ética das dúvidas 011 das interrogações, uma ética que se subordina ao exame das circunstâncias e dos fatores condicionantes; enfrenta a vertigem das Controvérsias e o desafio das soluções incertas; desemboca em prognósticos. É uma ética aberta, cética e condicional, em busca do "horizonte possível" de cada época, moldada pelas análises de risco e precariamente estribada em certezas provisórias, sujeita à dinâmica dos COs,tumes e do conhecimento, É uma ética saturada pela historicidade de seu ptojeto, A ética da convicção imbui-se de princípios universalistas e anistóricos, confortada por sua pureza doutrinária; faz Com que os agentes por ela inspirados passem ao largo das implicações que suas decisões acarretam. A ética da responsabilidade, ao contrário, faz com que os agentes mergulhem na análise dos COntextos históricos, das variáveis conjunturais, do fogo cruzado das forças em jogo e respondam pelos efeitos que suas decisões provocam. situaciona~, ,,"11', "fI< ri' I" I I .' la I t;OI1 - V'I '/')', iCl , '. "o entre a etJca d · " I -' Illll:1 po Ianzaça resumo, eSlll 1.1 S ( , '. d mático lírico dcduflv(), d 'd 'altsmo pUrista og , , 'IIH' correspon e a um I e ' ,. da responsabilídade, qu{' , , "d bsoluto - , e a etlca . ' , ' aI'tl'cO calculi.sta lI1dUtIV(), 111;\Il1quelsta, ngl o, a I' pragmatzco - an 1 , , • "ITcsponde a um rea D f etafórica a primeira refkt ' o . f I ' 1 latI VIS ta e orma m , I pluralIsta, eXlve, re, . da mística e transcenclenl;l , '" ' e de essenCla sagra , "1 'ino dos ceus , espeel '" d h ens" de modo pr()f:1no, 'ilLJuanto a segunda expressa o remo os om , 1-<:111 IS~,O A' ,. d f' uma ética da razão, aind.l IllLlndano e secular. 'm umaetlca a ee , Conttapoem-se, aSSI , . 'E _ ~;> Porque o juízo [111 a I J(' dam raCIOnaiS. _' qlle ambas se preten ~ pOI que. ondem fielmente às pr serl ' tatar se as açoes corresp . .'/' 11 ma conSIste em cons " f' 1 da outra conSiste em Vel I, I 1 'd nto o JUIZO ma c óes preestabe eel as, enqua 1 d pretendidos e os result,l I.,lr a consistência existente entre os resu ta os dos alcançados. . d' dos absolutamente d iS1111 . " confIguram OIS mo ,, As duas matnzes etlcas _' distinguir c 1111,11 . ~ dois moldes que pel mitem los de tomar deClsoes, '" f s adept()~ a illll '\111 ' A" da conVlcçao con orma seu fortifica com as n:rlo,I', 11' li discursos moraIS. etlca ~ ao mesmo tempo, os 1 , 1 'I'd a d e con vence seus adeptos (;0111 ,I I, 11',1 junto de o Jngaçoes d e, espOnSaJII A " proclama, etlca a r ~ esmo tempo, os ator doa com as incerl (''/,,1', 'I' II Gl de suas razoes e, ao m ~ 'sso mesmo div '1'."( .'>: 11.1 ' . . mbas correm sao, por 1 , maneja. Os nscos que a f do fanatismo com sn:IS l ,I. ,lI. . ' h'a se mpre rondando o antasma pnmelra, (I', Figura 19 Figura 20 As duas teorias éticas As duas teorias éticas Ética Empresa/lul às bruxas e seus autos-de-V. - d e, na segunda há sem ' sao o ceticismo em cinismo 't'f' d' pre o perIgo da conv 'I _ , JUS] lcan o o uso d . " consecuçao dos obJ'etivos I' e meIOS cruelS para .1 ,ou egltlmando a o' ~ , d seu desfile de abusos e horrores, mpotenCla o arbítrio COI1l Resta uma importante observa ão a faze ' adotado aqui' n-10 é a s b' . 'd Çd r, relatIva ao enfoque teórico , , • c. u jetlvl a e dos defImr o que obedece a t I l ' agentes que tem o condão dl' . a ou qua Onentação '( turaIS, objetivos e observáveis A , e Ica, mas os padrões cuJ. . perspectlva port t ' , macrossoclal, e toma as colet' 'd d ' an o, e socIOlógica, , , IVI a es como refe '. Nguem Imaginar universalizáv 1 renoalS. ao basta al" e uma norma para I ' . , , JUIZO moral 111dIVidual não - f que e a se torne etlca' o POSSUI a acuidade d " ' ' a d eCIsões ou ações. e Outorgar caráter ético ,. As leis morais ou os ideais dos discurs ' ca da ética da convicção Cor d os moraiS que obedecem à lógirespon em a pr . d as. De forma similar os f I - d escnçoes soctaln-zente validams a meJa os ou as .. ~ , ' , d os dIscursos morais que ob d ' I" consequenclas presumidas d e ecem a oglC d " correspondem a propósitos so ' I ~ a etlca a responsabilidade ela mente valrdad A' . cu 1turalS partilhados pela colet' 'd d os. SSlm, sao os padrões 1 dro à moralidade, pois permite: da e q~e ;erv em de régua e de esquaquia dos valores e de outr 'd'- e um a o, conhecer a efetiva hierar. , , o, In Icam a ab' " d o altruísmo que se deve t' S- < rangencla e a Il11parcialidade pra lcar. ao os padr I . que conferem às ações sua I . oes cu turals macrossociais , egltlmação ét' . d estejam condicionados por relaç - d dIca, am a que esta e aqueles oes e po er. A legitimação ética Nem todo mundo tem um "preço", não só porqu.e a venalidade é abominada, mas também porque ela depende de condições particulares. ('onvergências e confrontações Argumenta-se, às vezes, que não se pode falar de moralidade em siwlções-limite, por exemplo, no caso da sobrevivência física ou no cham.ldo estado de necessidade, quando um agente sacrifica o direito do I )~Itro para garantir o seu, porque quem pratica o ato não ptovoca a situl"".io por sua vontade nem pode evitá-Ia. É o caso de uma calamidade Il.ltural que detona o furto famélico: a ação visa a salvar os agentes de perigo atual inadiável. Estariam então suspensos os padrões morais? Claro que não. E a rado é bem evidente: os padrões estão sendo simplesmente transgredidos! () que pensa disso a coletividade? Não faz sentido que as pessoas só teIlham humanidade em situações de normalidade e se convertam em besI a-fera quando tudo desanda. No momento em que os padrões morais estão em jogo, cabe perguntar-se: a coletividade chancela ou não a escolha feita? Por exemplo, matar constitui um estigma na civilização cristã, porém, se o ato ocorrer em legítima defesa, justifica-se a quebra do mandamento. Salvo raras exceções integristas, em quantas ocasiões comunidades ou sociedades cristãs deixaram de promover morticínios por uma hoa causa? Estariam elas mergulhadas na amoralidade, além das dimen,>í cs do universo conhecido? Os regramentos motais deixam assim de valer? Não, essa é uma falsa resposta, Diga-se logo com todas as letras: em situações-limite, a colerivilbde Lonf~re endosso mora.! às transgres~tll'S, por hllrrendas que ~'('j;lll, 11.:-; ~>\)h '<;[TilaS condil;;llLS: LI 'sd<: qll . •, 'i:1111 .dlllli·,I.lq illlP;lI'l,:i.lj,,,