ética empresarial - Feira Conceitual

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ética empresarial - Feira Conceitual
Ética Empresarial
10
pio, um drogado ou um bêbedo, um faminto ou um maníaco - atenua~c () jl~lgan~ento moral sem evitá-lo. Afora essas condições muito peculiar~s, llélO ha como escapar do seguinte imperativo: as implicações ou os
dei tos dos atos praticados responsabilizam quem os patrocina.
Para que ética?
Figura 5
Para que a reflexão ética produza efeitos,
não bastam ações pedagógicas.
É preciso fazer "política pela ética".
Moralidade, amora/idade, imoralidade
1~l..1lação moral
Relação am oral
Relação imoral
;\ ética e as morais
Ora, quando muita gente comete ações que a moral oficial condena
como administrar tal incongruência? O que tem mais valor: a moral ofi:
ua! ou, os c~stumes e suas pautas implícitas? O discurso público e formal
ou as Justificações embutidas nas práticas do cotidiano e no mais das
vezes, verbalizadas à socapa? Poderia uma coletividade ab~igar uma dupla moral? A resposta é, sem dúvida, afirmativa. Isso põe na ordem do
til a questões delicadas que merecem ser abordadas.
, Observações apontam para o fato de que, na dúbia atmosfera dessas
Sll'l.IaçÕes, muitos agentes sociais anseiam no fundo d'alma por respeito e
11I'oblclade. Não se pode esperar, contudo, que tal ambiente caia do céu.
,"lua construção resulta da ação permanente de uma cidadania ativa misIllr;~ de mobi~ização e de pedagogia, A convivência social, feita de c~ope­
LI '~1O IH;ccssana e de entendimento, fica incessantemente sujeita à falta
de ~.~l:rÍlpulo:s c aos conflitos de interesse, de maneira que a mútua vigi!.IIH'IU .1~,lb:l 1IlLIISp ,'lIs;ível para que lnrerc;;scs egoístas não se imponham
,lU
1\11('1'1'
}.l''i [(lII'IIVO;',
Vamos repeti-lo: o que vêm a ser as morais? Conjuntos de regras de
L'lll11portamento, códigos de conduta que coletividades adotam, quer sepll1 lima nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou um,a
organização qualquer. Como discursos normativos que são, as moraiS
definem qual a forma correta de agir, orientam e justificam as ações dos
,11!.l'lltes sociais. Como existem múltiplas coletividades, há múltIplas mor~is _ nervuras sensíveis das culturas ou dos imaginários sociais, peças
de resistência que armam as identidades organizacionais, códigos genéticos das condutas sociais requeridas pelas coletividades,
Enquanto a ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo sistemático, as morais correspondem às representações imaginárias que dizem aos
~Igentes sociais o que se espera deles, quais comportamentos são bemvindos e quais não, As normas que compõem os códigos morais - vale
dizer, que compõem morais determinadas - são pautas de ação que e~­
sinam o "bem fazer" ou o "fazer virtuoso", a melhor maneua de agIr
coletivamente; são marcos que qualificam o bem e o mal, o permitido e o
proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício.
A ética opera no plano da reflexão ou das indagações; tem, portanto,
um caráter abstrato-formal. As morais, ao reverso, têm um caráter histórico-real, são empíricas e observáveis, constituem a matéria-prima, a ser
proc:cs::;acla. A ética estuda os costumes das coletividades e as moralS qUL'
pro' I';Hn con ferir cOllsisrrnc;:\;l sscs modos recorrentes de al'-;i L COI1\
u
11I \ rrnp(lsito? Liber\;lr lI', ,1)',.'111.",' n ·i.~\is ela prisão do egoísllI(l qUI' Il:lll
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St t;) !Jrel1ussa altruísta É
.
"
. ClentJ Icas d<l et1<.:a: trataSl' da fJremissa altruista. E uma especie
de
tributo
que
a
ciencia
da moral
espeCle
tnbuto
p,lga ao senso comum qua d
'I
que a Clel1Cla da moral
paga, ao senso comum quando
assimilaa o0 "ser etico"
n o aSSImI
'( " ao ser altruista.
bll outras palavras a e't'
. ,
e ICO ao ser altruísta.
,
lCa
VIsa
a
sabedo
.
E'l} outras palavras, a etica visa sabedoria 01.1 ao conhecimento tem­
d
na Ou <lO conhecimento tempCI';n/o pelo juizo' eis o
pCI';n/o
eiso0rporque
, peJo jUizo;, p
q u e dee seu ponto de
d partida
'd altruista. As
JllOr;l!s, em contrapartid
e partl a altruísta. As
1Il<)r;lis,
em
conrrapartida,
correspondem
a
um
feixe
de
'! . 0_
. .
a, Correspondem
f
d normas que as
b
eIxe e normas que as
pl.ll IC<lS cotidIanas deveri
Pr:ll-jcas
cotidianas deveriam
am observar
o servar e assumem,
assumem no essencial,
. quer urn
"
ll';II';irel'
;11':lfel' altruista,
altruísta quer
um!
'
' no essencIal, quer um
, quer um carater
carater egoista.
egoIsta.
Sl'
SlIPOS(O
o
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o
o .
•
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Figura 7
o
o
Pianos da
do análise
analise
Planos
h
o
Figura 6
o que estuda a etica
ética empresarial?
mrmti*lml
Objeto
~jeto
de estlldo
estudo
Existem morais
macrossociais que
que recobrem
recobre as sociedades
'
Existem
morais macrossociais
como um
\'odo e que servem de b 1"
m as SOCIedades como um
, e que servem de baIizas
a lZas as cemenas
centenas de
d morais
. mesossociais ou
todo
IJJlcrossociais. As morais que -- __
e moraiS mesossociais ou
microssociais.
macrossociais
,"
' _ As morais que nao sao macrosso
. , expressam os interes­
.
.
' . ClaIS expressam os mteres.ses e as VIsç>es de mundo d
sesde as vi~ges de mundo das
muitas coletividades
as muItas
coletIvIdad que constituem as so­
ele ades: .tomam as feições d '
es que COnstItuem as somoraIS paroquia'
.
ciedades: fo-dIam as feic;oes dee morais
paroquiais, corporativas,
profissio­
nalS, setoriais, classistas regI'o . , .
IS, corpOratIvas, profissiolI;]is, setoiiais, classistas,, regionais,
01.1 confessionalS.
Sao modula­
n a I S etnicas
etmcas ou
c f .
\oes daquelas morais macros
.' ' f
on eSSlOnaIs. São modulamorais macrossociais,
de interpretar
\(leS
SOCIaIS formas
armas particulares
1
seus temas 'ou ainda
. __
. '
partlcu ares de interpretar
Stus temas," 'ou, ainda,, vanaçoes
variac;oes smgulares
singulares de suas pautas, especies de
pf.::toetas
suas pautas, espécies de
pl.:Joetas de um mesmo
rnesmo sistema solar.
o
o
o
--
:,
o
o
o
o
daq~elas
o,
Nao ha
etica com moral, como induzem ex­
Não
há vantagem em confundir ética
expressoes
cat6lica", "ética
"etica
pressões consagradas como "etica
"ética protestante", "etica
"ética católica",
liberal", "etica
01.1 "etica
"ética socialista" ou
"ética nazista". Vale mais falar de moral
01.1 moral na­
protestante, moral cat6lica,
católica, moral liberal, moral socialista ou
naética, como teoria, estuda as marais
morais na plenitude de
zista a
à medida que a etica,
sua natureza histórica.
hist6rica. Somente quando especialistas se debruc;am
debruçam sobre
as morais e produzem um
urn estudo delas, pode-se falar de etica
ética do prates­
protes01.1 de etica
referencia a
empresa­
tantismo ou
ética do socialismo. Assim, a referência
à etica
ética empresarial ou
01.1 a
neg6cios significa estudar e tomar
à etica
ética dos negócios
tornar inteligivel
inteligível a moral
vigente nas empresas capitalistas contemporâneas
contemporaneas e, em particular, a mo­
moral predominante em empresas de uma nacionalidade especifica.
específica.
Com efeito, o0 que eé valido
válido para a coletividade "N'
''N.' nao
não o0 eé necessari­
necessariamente para a coletividade "B". Os padroes
padrões culturais sao
são extremamente
diversificados, relativos e mutáveis
mutaveis - e essa evidencia
evidência constitui urn
um velho
truismo
truísmo das Ciencias
Ciências Sociais.
o
o
Entre os mugulmanos
muçulmanos africanos, a mutilagao
mutilação genital das adolescen­
adolescentes e das meninas (entre os quatro e oito anos de vida) corresponde a
um mandamento divino ou a uma obrigagao
obrigação natural. Ha
Há tres
três formas de
mutilagao
mutilação genital feminina: a) a clitoridectomia, em que se extirpa total
excisao, em que se extirpam o
0 clitóris
clitoris e
au
ou parcialmente 0o clitoris;
clitóris; b) a excisão,
1
I',
ro qu" r·.'"u,
r".' u,
l'or{ll'~"J
I, fit
tiL.,
,/
II1I1
mltll
r'''/IIi''snr/o/
Icí.LJio m01l0rnr;
til '1101 (~ ciu
cid vélgina,
u parcialmente; c) a
ti infibulação,
O~. 1f:1l>ios
vagina, total au
infibulagao,
ern que se extirpam
eXlirpam todos os genitais e se costura quase todo o
0 orifíoriH­
em
urna pequena abertura para a passagem da uriuri­
cio genital, deixando uma
menstrua<;ao. Em mulheres adultas, colocam-se
na e do sangue da menstruação.
tambem
genitália
também argolas de metal ou colchetes, ou ainda costura-se a genitalia
0 pretexto de evitar 0o ate
com o
ato sexual.
Cerca de 15% das mulheres submetidas à mutilação
mutila<;ao genital mormor­
0 ato porque a circuncisao
rem durante o
circuncisão é feita, sem anestesia, com
laminas, facas­
tesouras, cacos de vidro, tampas de lata, navalhas, lâminas,
facasinstrumentos estes que quase nunca sao
são esterilizados. Em algumas
rG!gioes da Africa
sao colocadas
África Ocidental, cinzas au
ou fezes de animais são
mgiões
0 que aumenta a incidencia
110 ferimento para estancar a sangria, o
incidência de
infec<;oes graves, hemorragias, abscessos, pedras na bexiga e na
infecções
obstruQao do fluxo menstrual e cicatrizes proeminentes.
uretra, obstrução
Apesar de proibida em parses
países como Gana, Egito, Somalia
Somália e Sudao,
Sudão,
a mutilação
mutila<;ao genital feminina continua praticada como tradi<;ao
tradição cultural
infancia
parses, visto que constitui um rito de passagem da infância
nesses países,
adolescencia. Ao todo, a prática
pratica encontra-se difundida em 28
para a adolescência.
paises da Africa
Medio, atingindo mais de dois mi­
África e dois do Oriente Médio,
mipaíses
Ihoes
lhões de mulheres a cada ano.
Os fundamentalistas mu<;ulmanos
muçulmanos argumentam que e
é indispensa­
indispensável "proteger as mulheres das consequencias
conseqüências do excessivo desejo
Maome a afirmação
afirma<;ao de que "a circuncisão
circuncisao é
e uma
sexual" e atribuem a Maomé
necessidade no homem e um adorno na mulher". Os demais homens
femi­
e mulheres manifestam-se convictos de que remover os genitais femie questão
questao de respeito e homa,
honra, de garantia de um bom
ninos externos é
uniao da tribo, pois um dos maiores
casamento e de fortalecimento da união
mae não
nao
insultos na Africa
África Islamica
Islâmica e
é chamar alguem
alguém de "filho de uma mãe
pratica é
e antiqüíssima,
antiqOfssima, anterior ao cristianismo e ao
circuncidada". A prática
islamismo, datando de pelo menos 2.200 anos.'
e alvo de organizações
organiza<;oes como a Visão
Visao Mundial e o
0 FunFun­
Hoje em dia, é
do das Nagoes
Nações Unidas para a Popula<;ao,
População, em fun<;ao
função de luta em prol
dos direitos humanos, e horroriza as mulheres ocidentais, conscientes
de sua especificidade e empenhadas em preservar a sexualidade do
genero.
gênero.
e
a
I. LISBOA,
LlSBOA, Lutz
0 Estado de S.Paulo, 21 de
I.
Luiz Carlos. "Argolas metalicas
metálicas para prevenir atos sexuais", O
ill1ho
revisra Veja, 10 de junho de 1998; FARAH, Paulo Daniel. "Circllncisiio
"Circl!ncisiio afeta 2
julho de 1996; revista
lI\ilh6es
m:.olheres por ano",Folha de S.Paulo, 10 de janeiro de 1999; lDOETA,
IDOETA, Carlos Alberto.
lI\ilhões de mulheres
mar~o de 1999.
"Mlllheres
Folha de S.Paulo, 8 de março
"Mulheres Mutiladas", Follia
da) aboliu a muti\9\\8,0
!Jova
Sabiny (região
(regiao leste de U
Uganda)
aboliu a muti­
1
ovo de Sablny
gan
,.
ual
111.), P
.
t'da em ritual slmboltco pelo q
Ii 11(110 uenitall'eminina:
fOi convertida
conver I em ritual simb6lico pelo" qual
. I .' a" esta foi
1111 \ l uenlta\'emlnln "
O presidente da Assoclaçao
I u.
ser\am
declaradas
.
d
claradas mulheres. 0 presidente da
. I
II !Vens senam
e
b'
que promoveu
veu tal reVlsao,
. 1
._
b'
G
W. Che
onan, que promo
tal revisao,
1\111\
Allciaos
de Sabiny,
G.w.
Cheborian,
'\[1'; Anclaos de Sa my,
~ d Nações Unidas de 1998 2
i'
0 Prêmio
Premio populaçao das
Unidas de 1998.
\{.t-:8beu
o
as
rill
I I' I
~pvens
'i~8beu
Associa~ao
popu\a~ao
Na~oes
.
'1 XX que lhes
direitos no secu
seculoo XX que lbes
As mulheres ocidentais conquistaram direltos
egados no século
,'1:11\1 · negados
seculo anterior, como:
,'1,11\\
n
•• o0 direita
direito de votar;
• o
0 uso de contraceptivos;
matricular-se na faculemprego , matricular-se na facul­
•• 0 direito de serem contratadas
tratadas no emprego,
dar queixa
queixa na
na delegacia
delegacia sem
sem pre­
pre• odade,
dlIeito
de serem
con imovel
. ; 1ee dar
comprar
e vender
'.
dade, comprar e vender lmo ve
. .- por
or escnto
do marido;
mando,
.
cisar
de autoriza<;ao
escrito
1 do
.
ter perdido a virgmdade;
cisar de
autonzaçao P
• nao mais ser deserdadas peio pai por ter perdido a virgindade;
• não mais ser deserdadas pe ~ p~1 :o;e até a noite de núpcIas;
• nao mais ter que manter a virgindade ate a noite de nupcias;
• não mais ter que m~ter a vlrg;ar: casar e ter filhos;
• deixar
deixar de
de ser
ser educa
educadas
apenas para casar
e ter
as apenas
d
'd filhos;
.
•• decidir adotar ou nao
_ 0 sobrenome
brenome doo marido;
man o,
decidir adotar ou nao o so
"
.'
'nas relações sexuaiS;
13
•• exigir
• eXign prazer
prazer nas rela<;6es sexuais;
f
desaprovação mora.
• poder fumar
e
beber
sem
sofrer
desaprova~ao
moral.
so rer
. . n
f
•Mas,
poder
e 2000, um artigo
. ddo Código
Pen.al da
Jor d"ama
1se
aindaumar
no ano
C6digo Penal
da ]ordania
isen­ Mas ainda no ano 2000, um artigO dO . es de honra. Cerca de 20
,
d
" - OS chama
os cnm
tou praticamente
de puni<;ao
chamados
crimes de homa. Cerca de 20.
tou praticamente e pumçao
terem mantido relações sexuaIS
muiheres sao assassinadas
todo
ano
por
terem
mantido
. das
. O sexuais
. i
mulheres são assassma
laçães extraconjugais. s cnm sem se casar ou por terem
rela<;6es extraconjugais. dOs crimi­
·1
em dado curso a re
sem se casar ou por ter
b
leves ou são inocenta os.
recebem
noSO , maridos ou irmaos,
. - os rece
em penas leves ou sao inocentados:'
.
noSOS,
ou 1rma,da variedade
. d d de
de costumes
costumes ee de
de normas
normas morais
mora1S
S maridos
Mais
uma iiustra<;ao
Mais uma ilustração da vane ~.e é
'derada hoje, uma espécie
. ;d" Essa pratica
.
remete-nos ao infantiddio.
pnltica e Con.S1'
considerada, hoje, uma especie
'd 1
nte empregada entre mUltas
remete-nos ao infantIcl 10.
de homiddio,
tenha sido
empregada entre
S1 o iargamente
argame
d muitas
'
. embora
b
f
- da escassez e V1veres.
de homicídlO, em ora
. .' vas geralmente
ralmente em fun~ao
unçao da escassez
. de
"
comunidades primitivas,
vlveres..
"
' f ticídio das cnanças femm1comunidades pnm1tl , ~e.
Entretanto, na China
e naa india
atuais,
0 lU
infantiddio
das
'
IndIa
atuaiS,
o
an
l'
"femini­
f"
Entretanto, na ChlUa e n . .
. " '. isso na China tota 1tana, 01
nas ainda perdura. 5 0
minimizar isso, na China totalitaria,
foi
O meio
melO de mlmm1zar,
d h
da
nas ainda per dura.
'l'zações sob o guar a-C uva
0
guarda-chuva
da
incentivar
oficialmente
abortos
e
esteriliza<;oes
sob
f' . lmente
esten 1
.
incentlvar O lCla
.
poHtica de controle da natalidade.
política
rela~6es
crian~as
. .julho
li de
1998
999
S.Paulo, 17 ae
cie
de 1998.
22. 0O Estado de S.Poulo,
)u.)O"
.' Vi
22 de dezembro de 1
"
V1 sl'a Ve;a,
3.· SCAVO[\;E, M'
Miriam.
"As
revista
.
"As vitor'losas",
VltotlOSas ,re
e , 22 de dezembro de 1999.
!fIam.
C
34.· SCAVOI"E
. d' S D I 15
0 Estado
15 de
de fevereiro
fevereiro de
de 200
2000..
4 O
Estado dee S.Paulo,
.!iH/. (),
·
.
. 8'de .il1lho
lho de
1998.
de 1998.
S. Rev'sta
Rev~.sta Veja,
VeJo, 8 ae)11
"0
2
Ltll rl
PI" V l/lJr'
fll'llr",~(mQI
Outra curiosidade chinesa, do ponto de vista ocidcnral,
rcspeito
ocidel1wl, diz respeito
pais que seguem uma maxima
"Come­
~lOS h;,lbitos
h;,1bitos alimentares do país
máxima popular: "Comese tudo que tem perna, menos as mesas; tudo que voa, menos os avioes;
aviões;
c [Udo
tudo que nada, menos os barcos." Assim, comem-se ratos e ratazanas,
cachorros e ate
até escorpioes,
escorpiões, que chegam vivos a
à cozinha e depois sao
são ser­
ser6
vidos como se fossem lagostas.
Iagostas.
Milhares de outros exemplos poderiam ser citados, hauridos tanto
(!ris
antropológicas como dos jornais e revistas de nosso cotidiano,
clrls fontes antropo16gicas
cotidiano.
con­
Em setembro de 1999, os telespectadores da Tanzania
Tanzânia foram confrontados com imagens de peles humanas ao lado
tado de cadaveres
cadáveres
desmembrados dos quais as peles tinham sido retiradas. O
0 prego
preço de
cada pele variava entre US$300 e US$500.
Representantes das polfcias
polícias de Zambia,
Zâmbia, Tanzania
Tanzânia e Malaui
Maláui se com­
comprometeram a atuar em conjunto para par
pôr fim ao que qualiticaram
qualificaram como
uma vergonha para a Africa
África oriental. Na regiao,
região, sobretudo 110
no Zaire,
Zaíre,
feiticeiros utilizam as peles para produzir pog6es
poções magicas;
mágicas; 6rgaos
órgãos
genitais de crianças
criangas convertem-se em poções
pogoes medicinais e a pele da
cabega
cabeça de homens calvos é um dos insumos para dar sabedoria a
quem a consome?
e
o
relativismo cultural ap6ia-se
justifica<,;oes morais igualmente
apóia-se em justificações
competentes, porque igualmente legitimadas pelas sociedades que as cul­
cultivam. Assim, as morais sao
são multiplas
múltiplas e nenhum sistema de normas mo­
morais pode pretender obter o0 selo da eternidade ou da universalidade. Isso
por uma razao
razão bem simples: as representac;oes
representações mentais, os bens simb6li­
simbólicos e tudo o0 que eé imaginario
imaginário fincam suas rafzes
raízes na hist6ria
história e, portanto,
mergulham por inteiro nos eventos singulares e em fluxo. Assumem, pOl'
por
isso mesmo, carater
provis6rio, passageiro e mutave!'
caráter efemero,
efêmero, transit6rio,
transitório, provisório,
mutável.
Acontece que nenhuma moral se sustenta pura e exclusivamente pelas
virtudes de seu discurso.
discurso, H<i
Há sempre urn
um embate entre morais diversas,
que expressam ideologias variadas e representam interesses diferencia­
diferencia-
Fo/ha de S.Paulo, 6 de fevereiro de 2000.
6. Folha
7.
peje hurnann",
humana", The Independent, reproduzido
7. SMITH, Alex Duval.
Duvnl. "África
"Africa combate venda de pele
pela Folha de S.Paulo,
S.Pattlo, 29 de outubro de 1999.
1111t"Q(
ias a moral
. '.'
A 'emplo das ideologias,
,111ft. tlO rnais das vezcs contradit6rios. A exemplo das ideolog
, a moral
11" tlO mais das vez<.;s contraclHónos
ex, f to de uma relação de forIJII\I\ill~\nte
em
Llma
coletividade
qualquer
e
fruto
de
uma
reIa<,;ao
de for­
.Iíl\l\iname em Llma coletividade qua quer e .r~
. ,
vale-tudO relativista.
relatlVlsta.
,''.I'" sc nao, cairiamos
em um
um Ivale-tudO
I .1'., se não, calnamos em
d
ralidade repousa no conflito de
A questao-chave
dos
problemas
da
moralidade
repousa no conflito
~
have dos prob emas a mo
~ de
A
CJuestao-c
.
.
'
stância
os
interesses
pessoais
contrapoem1111 cresses. Em uma primeira instancia, os interesses pessoais contrapoem­ "11 cresses. Em uma pnmelra 111'1'
'aroquiais corporativos, empresa'il: ~\ .interess
coletivos
paroquiais,, corporativos, empresa­
oIetivos -- familiares,
f am11ares, P
" . ;\ I11teress es c
,"
I ssistas nacionais ou supraI ,his,
categorias SOCtalS,
sociais, classistas,
. comunitarios,
' , . s de categonas
c a , nacionais ou supra­
1 ' I l:llS, comunltanO ,
,~ .
a!
tipo de interesse co etlvO
ILKionais.
Em
uma
segunda
instancia,
algum
tipo
de
interesse
coletivo
,
'E
egunda 1I1stanoa, gum
, .
II:lClonatS. m uma s
d'
abrangência. O propno
Jlode contrapor-se a outroS
igual1 ou maior
maior abrangencia.
0 pr6prio
outros dee 19ua
. ,
pode contrapor-se
.
. ' t resses
privados e pessoalS, e
es
cg,olsmo, que expressa,
interess
privados e pessoais, e
tn extremis,
extremts, OS 111
e
sa in
cg,oismo, que expres ,
I ' .d de de modo que toda moformulado
e endossado
_
d
do por alguma coletividade,
co etlvl a , de modo que toda mo­
lormulado e en ossa
l'
A eficácia de qualquer
r"l e sempre a moral1 de
d algum
19 m agente coletivo.
CO etlvo. A eficacia de qualquer
r<ll é sempre a mora ~ a ui"
dos agentes que a suportam, bem
moral depende dos apoios politicos ou dos agentes que a suportam, bern
moral depende dos apolOS po 1tlCOS ou 1 t' 'ldades dispõem para fazer
como do arsenalI de
de que as coletividades
dispoem para fazer
d san<,;oes
~
co e lV
como do arsena e san~oes
d
as sejam estes propósitos.
vater seus ditames - sejam estes dogmas, sejam estes prop6sitos.
vater seus ditames - sejam estes ogm , ormas sociais? Pautas de ação
Abrindo
parenteses,
sociais? Pautas de a,;ao
~
o0 que vem
vêm a ser as normas
n
.
Abnndo parenteses,
.
d f"d por uma coletividade qualquer
que expressam valores;
balizas
definidas
por
uma
coletividade qualquer
lores' bal1zas e 1111 as
que expressam v a ,
'~ . que tornam obrigatórias as conpara guiar
. 0 comportamento;
rtamento' exigencias
eXlgenClaS que tornam obrigat6rias as .con­
~
para gUlar o compo
,
_
. lo como regras de conVlvendutas e operam como fatores de coesao SOCla
social ou
como
regras
de
conviven­
u
dutas e operam como,
.
s contraditórios. Mas por que as
cia visando
entre interesses
istênCla entre
mteress e contradit6rios. Mas pOl' ,que as
· d 'a coexistencia
cia vlsan o a coex
P
~
o~es que muitas vezes se conjugam:
Dormas sociais
razoes
que muitas vezes se conjugam:
.' sao
~ acatadas?
acatadas) Por
or tres raz
normas SOC1alS sao
. ,
' d de requer o respeito a regras
• a convic<,;ao
vida em
sociedade
, - de
de que
que aa vlda
em sooe
a requer 0 respeito a regras
, ~
• adeconvlcçao
, 0 caso das
das normas
morais); essa
essa convic<,;ao
conViCçao
interesse
comum
(e
normas
morais);
de interesse comum (e o caso
_
r
ção
ou
da
reflexao;
d
.
decone
socializac;ao
ou'da
reflexao; a representada por sanções
decorre daa SOCia
lza
d
• a submissao dos agentes diante da amea<,;a representada pOl' san,;oes
• a submissão dos agentes dlante a(, aom::s~ das normas jurídicas);
que a coletividade
1 ' .dade pode exercer (ee 0 caso das normas juridicas); ,
a co et!Vl
.d d de
d identificar-se
identtficar-se ee pertencer
a
• que
a adesao
motivada pela necessidade
pertencer a
• a adesão motivada pela neceSS1 a e e d t' ueta) 8
' 'd d ('
e etiqueta).8
e lq
.
dada coletividade
(e o
0 caso das normas de
dada co1et1vl a e e
) d' ~ m de sanções sobre o
As normas "d'
jurfdi.cas (leis e regulamentos
regulamentos) dispoem
lspoe de san<,;oes sobre 0
As normas Jun lcas
"
C rrespondem a reclusões (pricorpo ou as vontades
dos
agentes
sociais.
Correspondem
a reclusoesd (pri­
d
t des dos agentes Socla1S, o
corpo ou as von a
f
d . timidação e são respa! a as
vac;ao de liberdade)
ou aa outras
formas
dee 111
intimida<,;ao,, e sao respaldadas
'b
d
de)
ou
outras
ormas
d
'
d e l1 er a
vação
'1' d violência que o Estado etem.
pelo poder
poHtico
ou
["
o pelo
pelo monop6tio
monopo 10 daa violencia que 0 Estado detem.
d
pelo po er po 1tlco u
, , .
s efeltos da coação extereficaCla repousa nos
no efeitos da coafao exter­
POl' via de consequencia, sua eficacia
Por via de consequencta,
de etiqueta as religiosas, :lI'
na. As demais
, normas, por sua vez, como as de etiqueta,, as religiosas,
"1 ;lS
na.
As demals nor~as~
,
. b'lico e implicam a aceitação vo \111
esteticas
e
as
morais,
tern
carater
simb6lico
e
implicam
a
aceita<,;ao
"volull
estéticas e as mora1S, tem carater Sim o
i
.. A
•
.
. dn. Vicios
.' s Pri/Jados,
8. FONSECA, Eduardo Giannetri
Pri/Jados, Benefícios
Belle(fcios Públicos?
pl,iblicos? A
A litica
etica na
na "iqf/l''-''
"iqll";" ,/,/
./"
8, FONSECA, Eduardo Gjanne~n da. VJCtO .
88-91.
_
sp 1· Companhia das Letras, 1993, pp. 88-91.
llai(oes.
Sao
Pn111o:
naçoes. ao all O,
3
, 'I'" , '''pl
"'111 (')(IfI(11
('~i1Il(/1
/'UflI rJlJ .
(~íria"
dos agentes
Isso
11'-10 1 ' ..,'
,
' . [sso
'.'.
<
(LlCr
I it. [lfdas de san~6es
(~Iria" dos
agcntes.
n;1o
quer (Izer
dizer qu"'"
que estejam d<.:st
quem as desrespeit '
""
e estejam ( <.:st 11 tlídas de sanções
n>ll(T<l
tem carater
f' .' , quem" as desrespeitar,
aI., apenas indica
mdlca que as san~6es
" ~" nuo
.;-,
,
ISICO, mas unagmário cult 1.
san~oes Ilao tem carater
fisico,
sobretudo
. I ' mas il11agin<hio,, cultural:
ura , remetem sobret
d a
' censura que recai
S{))I e os agentes que transg 'd
u o a censura que recai
sobre
das normas simb6­
,'
. os' agentes que transgridem
n em suas pautas.
pautas A efiC<lcia
f ' ' d
Icas resIde em boa part ( b
_
'. e ICaCla as normas simbó.
lieas reside, em, boa partee (embora
nao
exclusivamente)
na
co4fdo
em ora
exclusIva
)
_ interna:
.
• na dIScIplina da conscl'e"n' d
mente na coaçao Interna:
• oa disciplina da consciencia,
dee seus temores
e fantasm
as, nos pa­
f
cla,
temo
d rões inculcados
inculcados pelos
pelos agentes
agente sociais;
' .
res e antasmas, nos padroes
ou
' , ,
s SOCIaIs; ou
d
• na
na dinamica
lOamlca da
' a pertinencia dos
•
da reflexão
reflexao madura
madura, que convaIida
mecanismos de regulaça-o
. 1' que ,c~nvahda a pertinência dos
mecanismos
de regula~ao SOcla
social e JustIfIca
justifica a existencia
,
' " ' das regras
j e convivencia
(de
conVlVencia social.
eXlstenCla das regras
n>ll(Ta
A
Figura 8
Por que se acatam normas?
(raz6es conjugadas)
(razões
Inculca
'Inculca
Temor
Fazendo agora
, comum,
Fazendo
agora uma
uma anáIíse
analise mais
mais afeita
afeita ao d'
discurso social
podemos responder à questa- "P
,. ao lScurso socIal comum
da seguinte
maneira: na,
podemos
responder a questaoo "Para
etlCa l " d
'
,ara que etica?"
Vlsao mística, o que é J'ulgado
'b
' .'
a seguInte maneira: na
visao
mfstica, 0 que e julgado no tn
tribunal
unal divino
dlvmo apos
' a mone? Apenas e
tao-somente a conduta mo 1 b '
apos a morte? Apenas e
tao-somente
a
conduta
moral
sobressai
dentre
todos
humanos.
.ra so ressal dent t d os ffeitos
'
Na Vlsao
secular, ao fl'm e aoca bo oqu d' ,re o os os eItos humanos .
Na visao secular, ao fim e ao cabo, 0 que distingue
as pessoas? Novamen­
te comparece a conduta mor 1 I '
e. lstmg u.e as pessoas? Novamente comparece a conduta moral. Isso equivale a dizer duas coisas:
1. identificam-se o b
a. sso equIvale a dIzer duas coisas:
em com as luzes ((seja
. D
. a retidao de
1. identificam-se 0 bern
Deus, seja
caráter) e o mal COln as t
.
seja eus, seja a retidão de
f 1 de escrupulo);
revas (seja Sata,
Satã seja
. a falta
carMer) e 0 mal Com as trevas
2. em conseqüência o"
d
"
.
.' seja a a ta de escrúpulo)'
mento implica
Impl uma bonifica~ao
b' ,
2. em consequencia,, 0 JUIZO
jufzo dee merito
_ quer,
a entrada no reino do '
lCa uma 011lÚcaçáo - quer
ceus quer urn
um credito
'd' social
, de confian~a.
a entrada no reino doss ceus,
Temos
chaves preciosas
preciosas'
fi c;e ItO
sOCLal
de confiança.
Temos aí
ai chaves
para
as
reflexoes
que
seguirao.
para as re exoes que seguirão.
"\\ quem
Be
cleve
se eleve
J9
19
lcaldadc?
lealda.de?
1\
ja perdeu
A 6t'ica
<St'ica sempre foi uma disciplina filosofica,
filosófica, mas a filosofia já
n:dusividade de seu exercfcio.
.\.1 n:dl.lsividade
exercício. De fato, mantido 0o mesmo objeto de
.!lIdo (as morais, as práticas
''',ll1do
praticas que estas pautam ou os fenômenos
fen6menos morais),
Il'scllvolveu-se
carater cientifico.
It'scllvolveu-se recentemente nova disciplina de caráter
científico.
rJtica filosófica
filosofica sempre tentou estabelecer princfpios
A ética
princípios constantes e
lI11ivcrsalmente
IIllivcrsalmente validos
válidos para a boa conduta da vida em quaisquer socieda­
sociedaepocas. Definiu 0o bern
bem moral como 0o ideal do melhor agir ou do
des ec épocas.
IllclllOr
Illclhor ser, e procurou as fontes da moral nas divindades, na natureza ou
,110 pensamento racional.
no
re1ativismo cultural e o
0
ética cientffica
científica constata 0
o relativismo
Em contrapartida, a etica
to mar inteligíveis
inteligiveis os fenômenos
fenomenos morais.
aJota como pedra angular para tornar
bern e 0o mal, assim como a virtude e o
0
I)ito de outra forma, qua1ifica
qualifica o0 bem
vfcio
vício a partir de seus fundamentos sociais e historicos;
históricos; aborda as normas
que as coletividades consideram válidas
validas sem julgá-las;
julga-las; investiga e explica a
razao de ser da pluralidade, da dinâmica
dinamica e da coexistência
coexistencia das morais hishis­
razão
toricas. Trata-se de um
urn discurso demonstrativo com asserções
asser~6es verificáveis,
verificaveis,
tóricas.
fi10sofia que consiste em "pensar sem provar".9
diferentemente da filosofia
provar". 9
filos6fica - ou filosofia da moral - tende a ter
Em sintese,
síntese, a etica
ética filosófica
urn caráter
cad.ter normativo e de prescri~ao,
um
prescrição, ansiosa por estabelecer uma moral
universal, cujos prindpios
princípios eternos deveriam inspirar os homens, malgrado
contingencias de lugar e de tempo.
as contingências
No polo
pólo oposto, a etica
ética cientffica
científica - ou ciencia
ciência da moral - tende a
ter um
urn carater
aten~ao no coco­
caráter descritivo e explicativo porque centra sua atenção
nhecimento das regularidades que os fenômenos
fenomenos morais apresentam,
pressumalgrado sua diversidade cultural e apesar da variedade de seus pressu­
postos normativos. Na medida do possivel,
possível, procura preyer
prever a ocorrencia
ocorrência
desses mesmos fen6menos.
fenômenos.
Mas 0o que vern
bern, ou melhor, 0o supremo bem (summum
vem a ser o0 bem,
Ao
longo
da
historia
eticas (filosofias morais), o
0
bonum)?
história das doutrinas éticas
bern em sua plenitude assumiu as mais diversas
pelo bem
que se entendeu pe10
definições:
perfeição, prudencia,
prudência, poder, discidefini~oes: felicidade, prazer, dever, perfei~ao,
disci­
gra~a de Deus, ra­
plina mental, conhecimento, autocontrole, ascetismo, graça
razão, prosperidade, liberdade, igualdade social, realização
suceszao,
realiza~ao pessoal, suces­
so... Temos diante de nós,
nos, portanto, um
urn extraordinário
extraordinario leque de hipote­
hipóteses ou de convicções
convic~oes que apenas refor~a
ores
reforça 0o carater
caráter relativista dos val
valores
I
9, COMTE-SPONVILLE, Andre.
Sao Paulo: Ma~tins Fon­
9.
André, PequellO
Pequel10 Tratado das Grande>
Gral1des Virtudes. Sáo
Fon173.
tes, 1995, p. 173,
4
Ului
umi
e
culturais,
c, como' l,6~ Lkil
r~
,'I ckduzir,
.
cultUl'<1is,
te61'ica
. d"
• LI
CI'd'
C U!.'.lr, a
a I'dlcx50
I'dlex5'
t>é" -, urio
~ l,;sl:i illlUnc as
con lClonantes históricas.
' . o e )IIUl IJ;\O 'SLI Illlune às
condicionantes hist6ricas.
estão em jogo
'o o problemas morais, em vez de procurar a
Assim, quando estao
essência metafísica do bem Jpgar problelmhas morais, em vez de procurar a
essencia
metaflsica do bern,' parece
pergunta: a
u em d, evemos
ece melhor
me or fazer
faze r aa seguinte
'
lealdade?
segumte
pergunta: a
quem
devemos lealdade?
q
•• A
organiza~ao em que trabalh
trabalhamos ou ao chefe imediato?
A organização
• Aos colegas de trabalho ou aoamo~ ou ao chefe imediato?
• Aos colegas de trabalho ou aos amigos de fora?
s,amlgos de fora?
• Ao nosso padrinho (
quem nos indicou)
mdico ) ou ao c1iente?
I'
• Ao nosso padrinho (quem
nossa família ou a n
"
u ou ao c lente?
À
••• A
nossa
famnia
ou
a
nossa
igreja?
À
I
ossa Igreja?
•A
classe
pais?
E nossa
n~ss~ c
asse social ou ao nosso país?
n6s mesmos (e
(egoismo)
•• Exclusivamente
xc US1Vamente a nós
oísm ou, no extrema oposto, a
g
o) ou, no extremo oposto, à
l:tll11anidade como um todo?
hUl11anidade como urn todo?
•• A
representada pelo sindicato, ou as
A nossa categoria profissional,
profissional re
nossas convicções ideoló'
' presentada pelo sindicato ou às
nossas
convic<,;6es
ideo16gicas
expressas
por urn partido
polftico?
• A
'
glCas
'd
'
um mOVlmento social que d f d
um partI o político?
• A
urn
movimento
social
que
defende
causas
nob
res
ou
a
empresa
que dirigimos?
e en e causas nobres ou à empresa
que dirigimos?
_ Qual seja: falar de moral eé falar
f I dde conflito
' de interesses.
,
Toda rela­
Ç<lO moral implica escolhas I
a ar _e c?nfllto de mteresses. Toda rela<;ao
moral
escolhas, algumas
diffceis
nos levam acatatonia.
Af
1 nãoimplica
gumas tao dá'
' que
_ ma,
se pode ser leal,a
a todo
d lcelS
que nos levam à catatonia.
AfinaI,
nao
se
pode
ser
leal
a
todos
e
a
tudo
0 tempo todo. Em sintese, no
terreno mora,1 nao
_
a tu ' o o tempo
'
neutralidads e possivel,
' todposicionar-se.
O. ElU smtese,
no
terreno moral,
nao há
ha neutralidade
e, precise
Em
termos práticos, toda decisão b ef,P?ssllvel, e preCiSO posicionar-se Em
termos
praticos,
toda decisao beneficia
de outros,
,
f
ene lCla aalguns
guns em detrimento
d '
.
p01S os a eta desigualmente O
em etnmento de outros
as variadas lealda­ '
Jpais os afeta desigualmente.. Ora,
ra, como compatibilizar
com
'bT
es que cultivamos? Qual es Ih f
patl I Izar as variadas Jealdadesta
que
cultivamos?
Qual
escolha
fazer?
Quem
sera
beneficiado
e quem
'.' preJu
'd'lCado?
co a azer~. Que m sera'b eneÍlciado
'
e quem
sera prejudicado?
se
Por exemplo
exemplo,' urn
porque ele fala a
um advogado
advogado nao
não escolhe
escolh seu cliente
I'
ver ade ou aparenta ser '
e seu c lente porque ele fal
mocente mas porque,
po
aa
verdade
na qualidade de cidadao,
d , ou aparenta ser inocente,
pOSSUI direitos que deve
' , r q u e , na qualidade de cidad' d direitos que devem
m ser protegIdos
N
possui
protegidos. Nesses
estritos
Iimites, sobao,a
egl e do respeito à lei, o advogad d
I'l esses estntos limites, sob a
egide do respeito a lei, 0 advogado deve lealdade ao reu, unica e exclusiva­
mente para garantir-lhe um jul o eve _ea dade ao réu, única e exclusivamente para garantir-lhe urn julgamento justa. Vale dizer: s6 deve lealdade
ao cidadão, não ao cliente em ~a;;ento JUsto. Vale dize" só deve lealdade
ao cidadao, nao ao cliente em si. Da mesma forma, 0 promotor publico se
preocupa em defender direitos ~u/ mesm~forma, o promotor público se
preocupa em defender direitos que 0 acusado supostamente lesou. 0 pro­
motor deve, então lealdade
o ~cusa o supostamente lesou. O promotor
deve, entao,,
lealdade
a quem?
Novamente, sob a egide da lei, a
,'
a
quem- Novam
vlttma na sua qualidade de cjd d _ É. "
ente, sob a égide da lei à
vftima na sua qualidade de cidada. E 0 juiz? Deve lealdade a sociedade
como um todo, sem discriminar:í;"
o JUiZ? Deve lealdade à socied:de
como urn todo, sem discriminar vitimas ou acusados, na cega imparcialida­
de da administração da Justiça
lmas ou acus~dos, na cega imparcialidade da administra~ao da Justi~a, presQ ao cumprimento da lei. A rigor, nem
_"mpre esses preceitos são obs~;::~~;oC~pIlme?to da lei. A rigor, nem
sempre
esses preceitos sao observados; dai 0 descredito que recai as vezes
sobre os tnbunais e sobre os me b _ ,talo deSCre?lto que recai às vezes
sobre os tribunais e sobre os membros
do aparelho judiciario.
m
Por seu turno uma agA ' d lOS o aparelho Judiciário
encla dee ppublicidade
Por seu tumo,, uma agencia
u bl' 'd d deve lealdade . a quem? Ao
contratante da campanha publicitári l~l a ~ dev~ lealdade a quem? Ao
contratante da campanha publicitaria,
imediato desta
desta?,~ Ao pu
publico
a, ccliente
lente lmedlato
'bl'lCO
'I'"
atingido por
sua ,nensagem
,nen;agem e que pode vir a tornar-se
'I'" .".,
',"""a ,,,;ngirln
par suo
tornar-s cous
cons
­,1"1 ,\(1
produto ou usuário
II".
'\0 proc!uto
usu5rio do serviço?
servi<,;o? A todos ao mesmo tempo? Como
es ? Sem uma reflexao
I 111
\l.lra conciliar tantos e tão
díspares interess
interesses?
reflexão a
III'"I p.ILI
taO dlspares
r
",."",n
n. o
0 "abalho
vabalho da agência
cia perde ao ruma
, , -,,'" " n,
rumo e pode deriva
derivar para a misti­
misti111.1
: 0, a
à l11edida
medida que, ao privilegiar o0 diente
não perder o0
ill .1\;(10,
cliente imediato para nao
, "llll':IW, em detrimento dos usuários
usuarios finais, satisfara
",lilr:IW,
satisfará apenas os interesoperação. Todavia, havendo dúvidas
I',I 1l,ais
,"ais diretamente envolvidos na opera<,;ao.
duvidas
IIq',Il"imas
",lt-imas a respeito da qualidade do produto ou do serviço
servi<,;o a ser anunhHlo,
não caberia uma investigação
suspen-
illdo, nao
investiga~ao prévia,
previa, indo ao extremo da suspen­
"!I\l
funda­
' .. In do lan<,;amento
lançamento da campanha caso as suspeitas tenham algum fundaIllt;llto? Afinal, haveria como evitar a co_responsabilidade da agencia
111l:1ltO?
agência e de
de
sa
.,cllS
enganosa implica
implica
',('\IS profissionais, tendo em vista que uma publicidade engano
en
usuários finais? A ag
agên-­
\'Yl:ntuais prejulzoS
prejuízos para os consumidores ou os usuarios
,'vl:ntuais
não só
cliente ­,..,.-i;1
i~1 correria o0 risco de comprometer nao
s6 a credibilidade do c1iente
,linda que este possa não se preocupar com o0 fato - , mas de manchar a
propria
as práticas
praticas interesseiras e
própria reputa<,;ao.
reputação. 0
O que fazer, entao?
então? Aderir às
a ? A quem a agência
de curto alcance, ou cultivar uma cautela escrupulos
agencia
escrupulosa?
cleve
deve lealdade? A uma coletividade restrita ou a uma coletividade mais
'Hupla! ElU
pratica, nem ,empre
Em tese, a resposta eé 6bvia.
óbvia. Na prãtica,
sempre a escolha
,,<upla'
altrulsta
haja vista a ansia
altruísta prevalece, haia
ânsia de auferir lucros no curto prazo.
S
administra~ao de recursoS
recurso de terceiros:
Vejamo
situação da administração
Vejamos agora a situa<,;ao
um
s
não poderi
poderá surgir alg
algum
se forem geridos por corretora ou por banco, nao
entos financeiros e seus clien­
conflito de interesse entre os estabelecim
estabelecimentos
clienes , como administradores
aqueles,
tes? É
E claro que sim, na medida em que aquel
de recurso
poderia m usar informações confidenciais ern
pr6­
recursos,, poderiam
em proveito prós
par meio
prio. 0
O sigilo de opera,6es
operações da especie
espécie costuma ser garantido por
mein
das chamadas "muralhas da China", verdadeiros anteparos que visam a
informa<,;6es con­
conevitar a inside information ou prevenir o0 vazamento de informações
funcionirios da propria
finan­
fidenciais entre os dientes ou os funcionários
própria empresa financeira, e que tambem
também consistem em isolar o0 que eé informação publica
pública do
se
que eé informa,ao
informação privada. As muralhas sao
são levantadas estabelecendo-se
qoe
estabelecendo­
separa<,;6es físicas
Hsicas entre os vários
varios departamentos, ate
desde separações
até condi<,;6es
condições de
trabalho; implicam o0 cumprimento de poHticas
políticas de investimentoS
investimentos a que os
funcionirios
£icam obrigados sob pena de serem demitidos e levam
aà
funcionários ficam
mia
departamentos de fiscaliza"O
fiscalização (compliance) com autono
autonomia
criação de departamentoS
cria,ao
em relaçãO
rela~ao aà dire<;ao
direção para controlar eventuais deslizes.
deslizes, Aqui, no caso, a
lealdade eé devida aoS clientes como coletividade de investidores e não,
nao,
ern
servi<,;os;
em primeira mao,
mão, ao estabelecimento financeiro que prove
provê os serviços;
ag~n
I
I
n~lO
informa~6es
informa~ao
5
Ul·"
L.llljJH:1StJnaf
loll '/IICT
sem o
'
sem 0 que,
que, os
os lI1vestidores
investidores fugiriam
fugiriam dda empresa
que n"io viesse a Utes
garantÍr
a empresa que n"io viesse a lhes
garantir o0 sigilo.JO
sigilo.1O
A
lit/tn'
•
No primeiro
primeiro semestre
semestre de
de 2002
No
2002, a ffamosa Merryll Lynch fo; acusada
pelo procurador geral de N
~ a amosa Merryll Lynch foi acusada
Spitzer,
de ter acobertado
pelo procurador geraJ de Nova
ova York,
lork Eliot S
't
relações "promíscuas" entre
d' '. _
P' zer, de ter acobertado
relagoes "prom{scuas" entre suas divisoes
IVISoes de analise
')' e investimentos.
.
O procurador acusou os anaJistàs d
' ~na Ise e Investimentos.
procurador acusou os anaJistas de crassificar favoravermente as
e clasSificar favoravelmente as
ações de empresas que utill'zav
agoes -de empresas que utilizavam
servigos d
da corretora para colo­
am os serviços
car açoes no mercado E
a Corretora para colocar
palavras, a M
MerryJlli Lynch
foi denun­
. agoes no mercado.. Em
m outras palavras
L
clada como tendo induzido'
:
,erry ynch foi denunciada, como tendo indUZido Investidores
investidores ao erro
ten­
er com avaliagoes
. denClosas. No mês seguinte ao
'.
. ro com avallaçoes teninvestigagao,
em
denCiosas.
No mes seguinte ao anunciO
anuncio da Invest'
.
• atingida
'.
c helO em sua credibilidade
/gaçao, atingida em
em va­
cheio em sua credibilidade,, a corretora perdeu US$11
US$1 bilhoes
'Bolsa.
1 bllhoes em valor de mercado na Boisa.
o
Assim,
para pôr
fim as
às acusagoes
acusações do
do procurador geral; a empresa
par tim
Assim, para
fechou um acordo que implicou a
procurador geral, a empresa
fechou um acordo que implicou pagar uma multa de US$1 00 milhoes:
US$48 milhões destinados ao E~a~ar~ma multa de US$100 milhões:
US$48 milhoes destinados ao Estado de Nova York e 0 restante a ou­
tros Estados. A corretora tamb '
o e Nova York e o restante a outros Estados.
A corretora tambem
a criar
.
em se comprometeu
compromet
. um comite
para revisar as mudanças nas cla l
_
. e~ a cnar um comitê
para revisar as mUdangas nas classificagoes de agoes e foi obrigada a
controlar a comunicaça·o e t
S~I Icaçoes de açoes e foi obrigada a
,
nreasareasde
'I' e de investimento.
,
controlar
a comunicagao entre
as areas de analise
A MerryJJ Lynch não ficou ao abri o '
ana Ise e de Investimento.
.A MerryJJ Lynch nao ticou ao abrigo, claro, da impetragao de agoes
coletivas na Justiça ou d
I g .' e cl~ro, da Impetração de ações
coletivas na Justiga,, ou do
apelo
de arbitragem
privados, a
o ape
o a tribunais
tribunaiS d
b'
serem desencadeados
'.
e ar rtragem privados a
I
'
serem desencadeados por Investidores
investidores que alegam
ter perdido mi­
por causa
causa d
' .que viciadas.
a egam ter perdido miIhões de
de d6lares
dólares por
Ihoes
de
suas
analises
e suas analises viciadas. 11
e
Aliás, no final de 2002
'
no final de 2002,' em um
urn acordo hlst'
hist6rico
. com a Procuradoria
G eraAlias,
1de Nova
York e a 5EC . d
.
onco com a Procuradoria
Ceral
de
Nova
York
e
a
SEC,
Yisando
arquivar
acusac;oes
,
,Vlsan
o
arqUIvar
a
- dde que iludiram
c1lentes com análises t d
.
cusaçoes e que iludiram
en enClOsas quanto ao comportamento de ac;oes
c1ientes com anaJises tendenciosas
negociadas na Bolsaa as
'
ao comportamento de ações
negociadas
, as maiores Corretoras de W
Wall
_ Citigroup,
" . na Bols ,maIOres
11 Street
5
' ,
C
redu 5Ulsse First BOston M 'lI L
a treet - C1tlgroUP
Credit
Suisse
First
BOston,
Merrill
Lynch,
Morgan
Stanley,
Goldman
Sachs,
'
' ern ynch Morg 5 1
L eh man Bros, Deutsche Bank
] P. M '
an tan ey, Goldman 5achs
Bear Stears,
UBS Paine
Lehman Bros, Deutsche Bank,].
, " P. Morgan,
organ Bear
5t
UB5
P , Webber'
- acertaram pagar U5$1 b'lh'
ears,
ame Webber
em multas, aMm de US$450 milhoes
- acertaram pagar US$l bilhao
1 ao em multas, além de U5$450 milhões
opera~iio
acusa~iio
lO, REBOUÇAS , Lu Cla,
" "'CJ'
llnese wall'
. ,
10. 19
REBOUC;:AS,
lucia.
'''Chinese wall'
gatante o0 SIgIlo
sigilo de
bancaria", Cauta
de agosto de
1996.
1996
'garante
de operação bancária"
Ga t Mercantil,
M
.
11 Bl
b
.
, ze ·a ercanttl
. oom erg e Dow Jones "M
11 L
'
' "Merryll
erry Lynch
ynch paga
pa
I por
",
11. G
Bloomberg
e Dow22Jones.
multa
azeta Mercantil
de maio
. d 2002.
' g a mu
ta por acusação de
de induzir
J' d
" investido
.
Cazeta
Mercantil,
' n lIZ1r InvestIdor",
,
maIo dee 2002.
r
I~'.'r:\ fin~ll1ciar
fin~tnciar
1i',1J'i\
distribui~';'io de anMises
"indepcndentes"c1e outras el)lern­
a distribui~·ito
an<1lises "independentes"de
11
~ll:~;\S
II'l
'~:lS que Ilao
não tern
têm banco de investimento. 11
[lortanto,
neg6cio depende dessa lealdade maior
maio!"
Portanto, a sobrevivencia
sobrevivência do negócio
.IOS
final'l­
,lOS investidores em geral. Mais ainda: a credibilidade do sistema finanl \,jro como um
urn todo estaria em jogo se a coletividade de investidores njo
(eiro
nJo
h
nao enfrentar questão
questao bern
/,( ,sse
'SSe respeitada. Isso para não
bem mais abrangente L'l,'
dclicada: a indagação
indagac;ao a respeito do caráter
carater socialmente responsável
responsavel dos
delicada:
illvestimentos.
Em abril de 1994, The New York Times anunciou um escandalo
escândalo po­
potencial envolvendo o
0 maior banco americano, 0o Citibank. 0
O presiden­
presidenIe,
America La­
te, John Reed, e Richard Handley, ex-diretor do banco na América
Latina, entao
subsidiaria do Citi na Argentina, a Citicorp
então presidente de uma subsidiária
neg6cios suspeitos na Argentina.
Equity Investiment (CEI), teriam feito negócios
As operagoes
operações deram muito dinheiro ao banco, mas teriam tambel'll
tambêr \
enriquecido amigos de Handley, com o
0 conhecimento de Reed.
Edesse desvio, prejudicial aos demais acionistas do Citi, que Handley
É
Handl 'y
e Reed são
sao acusados. 0
O banco garante que 0o neg6cio
negócio argentino 'fui
'f li
muito correto
correto..
0 Citibank tinha US$1
operagao começou
comegou em 1989. Naquele ano, o
A operação
bllhao
dfvida argentina. Essa fortuna tinha valor apenas
bilhão em papeis
papéis da dívida
papeis estavam muito desvalorizados. 0
O pais
país es­
esnominal, porque os papéis
tava em um processo de hiperinflagao
hiperinflação e os investidores pagavam ape­
apenas 11 centavos por um bonus
bônus de 1 d61ar
dólar do governo argentino.
argentino Handley
convenceu 0o governo a aceitar os bonus
bônus em troca de agoes
ações de empre­
empresas estatais. As agoes
ações compradas pelo Citi foram colocadas na CEI,
isso.
criada especialmente para isso,
0 Plano Cavallo trouxe alguma estabilidade à
Em 1992, depois que o
economia argentina, o
0 pais
país foi invadido pelos d61ares
dólares dos investidores
estrangeiros, a privatizagao
privatização deslanchou eo
e o prego
preço das agoes
ações deu um sai­
salto enorme. A CEI converteu-se na maior holding industrial da Argentina.
Mas o
0 Citi nao
0 unico
não era mais o
único dono da CEI. Vendeu 60% da em­
empresa justamente quando o
0 neg6cio
negócio estava se valorizando ... E os com­
compradores foram, na maioria, amigos de Handley: um amigo de infancia
infância
assumiu 33% das ações
agoes pertencentes a hold!ng;
holdjng; e a compra, cujo
a
12. GASPARINO,
GA5PARINO, Charles. "Acordo de U5$1,4 bilhiio
neg6cios em Wall
12,
bilhão muda pnitica
prática de negócios
WaJl 511'('('1",
511"('('1",
The Wall Street Journal
Americas, reproduzido pOl'
0 Estado de S,
S. Paulo, 23 de dezembro d,'
de'
lournal Arnericas,
por O
pagara multa recorde nos EUA", Gazeta Mercantil, 23 a 25 de dezembro de
d~ 200i.
2002; "Danco p~gará
200,J.
6
II rli,
It "r.I I III/l/(".(.I"III
/lI/di "" ,,,,, l/
/"1/01
montante
alcançou
US$269 rnilh
" (jnanci~j(:I;
.~ I 1'1110 'II i IprlO Citi;
montante
alcangou
dois
advogados
f US$269
. ,. rnilh6es,
oes, foi
fOI fJnanCld<1i I 1,,,10 '11 [rprk Cili
unClonanos da
da CEI
CEI e assessores elu I ItHl(.lI :y, lica­
' .,
dois advogados,, funcionarios
i
ram com outros 12'Yc da h Id'
e assessores clu II H)( IIpy,
licaram com outros 12% da holding (pagaram uma parte em dinheJro e 0
restante
trabalh;).
00 Ing (pagaram uma parte em dinheiro e o
restante em
em trabalho).
As explicações
' '. como os acionistas
. .
As
explicagoes dadas
dadas pareceram
pareceram razo
razoaveis:
nao
avelS. ~omo os aCionistas não
recebiam dividendos desde 1991
recebiam dividendos desde 1991 e
e como
como havia
havia pressão
pressao do
governo
d
norte-americano por causa do
. ,
.
o governo
norte-americana por causa dos prejuizos seguidos do banco, fol pre­
ciso vender fatias da subsid' , ~ preJurz~s seguidos do banco, foi preciso vender fatias da sUbsidjaria argentina para incorporar 0 lucro ao
seu balanço e agradar os a Jan~ atrgentrna para incorporar o lucro ao
seu
balan90 e agradar os acionistas.
Citi US$
US$450 milh6es
'.
clonlS as Ganhou 0 Cf
livrando-se dos títulos da d'lv1'd
'.
o, I
450 milhoes
livrando-se dos titulos da divida argentina. Os acionistas argumenta­
ram, no entanto que o Cl d ,a argentln~, Os acionistas argumentade realizar
realizar outros
US$575 m'lhmilhoes
ram, no entanto,, que 0 CHi
1 I deixou
eJXOU de
outros US$575
com essa operação
.. 13
I oes
com
opera9ao ...
A
deviam lealdade
' ,. do Citibank? Uma
A quem
quem deviam
lealdade esses
esses alto
altos ffuncionarios
resposta lícita o d '
,
" s uncJonanos do Citíbank? Uma
o erla ser.
A? Porque se trata
res posta licita .poderia
ser: aos aCIonistas
acionistas. E p
por que?
de uma coletividade cuja abrangência' . . or que, Porque. se trata
de uma coletividade cUja abrangencia maior do que a rede informal
de poder formada pelos fu ' /,
e mal?r do que a rede Informal
de poder
- e por­
. formada pelos funcionarios
nClonanos envolvidos na Operag30,
que,
d
operaçao, e porque, afinai,
afinal, os
os acionistas
acionistas são
sao seus
seus em
empregadores,
prega ores.
e
Um
.
Urn dos
dos graves
graves problemas
problemas que
que atorm
atormentou a sociedade
brasileira no
final do século XX disse
.
d/' ~ntou a sOCledade brasileira no
final. do seculo XX disse respeito
ao deficit
da Previdencia
Social.
respeltoao
efIcltdaPre
'd~
. S
. Por sell
vulto, ameaçou a estabilidade
VI enCla ocral. Por seu
vult'o, .amea~ou
a estabilidade economlca
economica do pals.
Havia
/
p/H
' um abissal
.
d eseqU1lIbrio
que ganhava
ganhava ee o0 que Custava
ais.um aVia
um ablssal
desequiHbrio entre
entre o0 que
trabalhador
do
setor privado e outro do setor / bl' q~e Custava um trabalhador do
setor privado e outro do setor PU
publico. No primeiro caso, 0 beneficio
obedecia ao teto de R$l 200 N
lCO. o prImeIrO caso, o benefício
obedecia
ao teto de R$1.200.
. .
.
. Noo segundo caso nao
n- havia
h . limite.
l' . Ora,
eXistIam em 1998 18 'lI - d
b
ao aVIa ImIte. Ora
l 10es dee tra
alhad
' d recebendo be­'
existiam,, em 1998,, m
18 milh6es
trabalhadores
privados
nefícios pelo INSS e o r
b dI'
ores pnva os recebendo beneffcios pelo INSS e 0 rombo
R$7,8 bilh6es.
Em
om o doo Instituto
nstltuto chegava a R$78
b'lhcontraposição,
menos de
'lh- d
a,
1 oes. Em
contraposi~ao, menos
de 33 milh6es
de
trabalhadores
do
setor
publico
ml oes e trabalhadores d
/ bl'
R$34 bilh6es!
b'II - I O
. atraves dos
o setor pu pa­
lCO
geravam
um déficit
deficit de
de R$34
geravam um
I lOes. Ou
u seja,
seja atra
/ d impostos
.
gos, o conjunto dos brasileiros ba
,ve~ os Impostos pagos, 0 conjunto dos brasileiros bancava a aposentadoria de uma pequena
minoria. No seio desta 905 'I nc~~a a aposentadorIa de uma pequena
minoria. No seio desta, 905 mil servidores da Uniao Custavam a socieda­
de US $18 bilhões mai; do qml ser~Id ol'es da União Custavam à sociedade US $18 biIh6es,, mais do que
I - J4 AContece
ue a saude
sau e de
d e toda a popula<;:ao.
que o0 rombo
d R$
AContece
rombo da
da Previdência
Previdencia subi
subiu de
R$42,24 P?p~
biIh6esaçao.
em 1998
para
que
R$72,3 bilhões em 2002
u e . 42,24 btlhoes em 1998 para
R$72,3 bilh6es em 2002,, e as mesmas distor<;:6es
distorções permaneceram: entre
os
aposentados, 11
servidores publicos,
úbl'
. pe:maneceram:
entre
os aposentados,
11 %
% eram
eram servidores
recebiam
41 % dos bene­
fícios e representavam po . /
Pd / . I~OS, I eceblam 41 % dos benefkios e representavam,, porr si
s6s, um
um deficit
R$S 6,2 bilhões
bilh6es!!15
15
SI sos,
efIclt de
de R$56,2
'I""
('(It u/
LltlC os
OS dir\;ilO/>
COl1verteram em priviIe­
"'i('I':i
'I ,i qLH'
dírl'ilO~ .lllquirido~
.l~lquil"ido~ de uns n:::io
n:10 se converteram
privilé-
(l.~ pobres
bencficiJlldo os bem aquinhoados, em uma espécie
!",obl"cS beneficiJlldo
especie de
i,llll¥icdade
so­
1011li<~ril;d<1de invertida? A aposentadoria que favorece uma categoria so1·I.ll detrimento da maioria da população
popula<;:ao não
nao perdeu, assim, sua legilegi­
Ii II_d
ilI'IH
illillll.:lde e, portanto, sua validação
valida~ao moral? Escreve Joelmir
JoeImir Beting:
llllllll.lde
11I I
I' ' .
'I
"( ) saudoso conselheiro Acacio,
Acácio, fil6sofo
filósofo e semi610go,
semiólogo, costumava ad­
ads6 3% dos brasileiros vovo­
IJcrtir, 110S
nos idos da Velha Republica
República (quando só
lavam para presidente), que nos tratos da coisa pública
publica a soma das
tavam
fwrtes nao
política contra a
partes
não pode ser maior do que o0 todo. Essa revolta politica
está na raiz de todos os vicios
vícios e desvios
(Jritmética
I.lritmetica orçamentária
orfamentaria ée que esta
irresponsa­
contempordneo - no Brasil e 110
no mundo. A irresponsado Estado contemporâneo
tel' mil explicações,
explicafoes, mas nenhuma justificativa.
justificativa .
hilidade fiscal pode ter
Lla estiola governos que não
nao se governam, nao
não se deixam governar e,
Lia
fechando aroda
publica, nao
a roda da gastanfa
gastança pública,
não conseguem govemar.
governar. 0
O pro­
proe que a boa gestdo
gestão das contas publicas,
públicas, sem vazios
blema de fundo é
exigencia moral, demanda compettncia
nem desvios, sobre ser uma exigência
competência
tecnica
política, ou seja: duas moedas mais escassas, histo­
histotécnica e sabedoria po/{tica,
J6
ricamente, da administração
administrafao publica,
pública. 16
H
A'
13.
14,
_
14.
lJ,
15,
Revista
1994.
Revissa Veja, 27 de abril de 1994,
,
LAHOZ Anei . "C '
r e . "Caiu
am a ficha", revista Exame
d novembro de 1998.
LAHOZ,,Andre.
Exame, 18 de
CORREA, CrisriaJle
"C d'e a te forma)" r . ,Ee novembro de 1998 .
',a
maio de
de 2002.
2002.
CORREA, Crisriane.
"Cad;: ceforma?",
, , reyjsta
eVlSta Exarne,
,xame, 15
15 de
de maio
in6meras linhas
Iinhas divisórias
divis6rias que demarcam o0 espaço
espa<;:o
Para superar as inúmeras
-"KiaI,
safda consistiria em fazer escolhas
escoIhas que inin­
,'o leial, aparentemente a tinica
única saída
rcressassem a
urn todo. Esrarfamos,
à humanidade como um
Estaríamos, assim, praticando
um
aItrulsmo inquestionável,
inquestionaveI, pois terfamos
L[1n altruísmo
teríamos sempre em mente os bens
publicos
ja que estes nao
publicos glogIo­
não conhecem fronteiras. Bens públicos
públicos globais, íá
bais a serem preservados, combatendo-se, entre outros, o0 narcotrafico,
narcotráfico, a
radia~6es nucleares, a polui~ao
ambientaI, o0 buraco de ozônio,
ozonio, o0
Aids, as radiações
poluição ambiental,
fossil, a
efeito estnfa, o0 lixo radioativo, o0 mercado negro de material fóssil,
aItera~ao dos ritmos das estações,
esta~6es, a erosão
erosao do solo, o0 desemprego
alteração
tecnoI6gico
internacionai. Poderíamos
Poderfamos tambem
tecnológico e o0 terrorismo internacional.
também investir na
redu~ao dos arsenais nucleares e na concon­
defesa dos direitos humanos, na redução
tenção
proliferação.
tens:ao de sna prolifera~ao.
quest6es vêm
vem a ser enfrentadas, levanlevan­
Mesmo assim, quando essas questões
daque1es cujos interesses são
sao feridos; por exemplo, nem
tam-se as vozes daqueles
to
dos, ainda hoje,
ap6iam o0 respeito aos direitos humanos (países
(pafses totalitotali­
todos,
hoíe, apóiam
tarios e polfcias
autoritfuias); nem os traficantes e os viciados endossam o0
tários
polícias autoritárias);
trafico de drogas, nem todas as empresas acatam de born
combate ao tráfico
bom
16. BETI"lG, Joelmir. "Medo da ordem?", O
0 Estado de S,Paulu,
S.Pau!o, 11 de junho de 2002,
2002.
7
1'1'1 II '11111 Iii P lll:
1'1",1 r"lplj""f11111
. I " elll
.' termoS
quais
kalcLid~ st:" 1rLldl\L~1
termoS de
de fidelidade
fidelidade aa tais
tais ou
OLl quais
t-:Illhora" kalcLIck lit.ll,lLlI/,el (;111
.'t r abstrato de lealdade a
't" vczes
'zes assume o0 cala
e abstrato de lealdade
. a'
\,,,Il'lividacks, esta muitas
carater
. "~I 'Iividac\cs, esta 011.11 eIS VC" , • '1
t'rl'co e ideológico contnbUI
I" illLlpios Oll a ideais,
0 inv6lucro
e ideol6gico contribui
'd " isto e,
'o
rnvo ucro ret6rico
re o
\lI 111 'ípios ou a I ealS, IstO e,
"A
'm em nome da Tradição, da
J.lr:\ mobilizar
os
"semelhantes".
Age-se
assim
em
nome da Tradi<,;ao,
,.
"
lhantes
ge-se assl
. da
d
.Irn moblhzar os seme
:' d R 1"~ da Honra da LeI e a
D
dda Famlha
e Iglao, da Honta,' da Lei e da
I'ropricdade, dde Deus,
Familia, daa Religiao,
(pricdade, e eus, a
"1"
d Superioridade da Raça, da 1nh dem, da Hierarquia
'a e da Disciplina,
DrsCIp ma, daa Superioridade da Ra<,;a,, da
l' 1n­
,
1'1 dCI11, d a H lerarquI
~ S '1 do Futuro do Socra rsmo,
,k["'t'ndencia
Nacional,
Revolu<,;ao Social,
, N'
1 da Revoluçao
OCla, do Futuro do Socialismo,
,
P
d 1nternacionalismo Proleta,kpendêl1cra ~ aCiona,
,Ii i lZeino
Ceus, da
entre os
os Povos,
, dos
d C'
d Paz
Paz entre
ovos, doo Internacionalismo Proleta­
ld d
,h
i lZemo
os Prometida,
eus, ,a da Fraternidade,
.d de da
Justiça
Social, da
Igua
a e
1'10,
da
Terra
da
Justi<,;a
Social,
da
Igualdade
, d 'T a PrometIda , da FraternJ a ,
1'10, a .I.err
l-:1l1hOL1 "
grntlo, no lkJsd, ;\;1 proihj~:1o
lISC) do gás
gas CFC par.I
paLl pl
pi (',<;1"1
C,';(" 1 \',11
\'JI' o
0 OZÔlllO
ozonlO
.'rntio,
proihjç;io do LISO
cia atmosfera aCl partir do ana
Protoco]o de Montreal
ela
ano 2000, em respeito ao Protocolo
17
de 1987.
estratosferico rere­
ele
1987,17
E isso, embora se saiba que, sem o0 escudo estratosférico
urn todo seja mais vulnerávulnera­
presentado pelo ozonio,
ozônio, a humanidade como um
imunol6gico das pesso­
pessovel ao cancer
câncer de pele e aà catarata, e que o0 sistema imunológico
as fique prejudicado. 18
ha conceitos que ainda não
nao consolidaram seu status de bens
Ademais, há
cami­
piiblicos globais - exemplo da Internet - , embora outros estejam a camipúblicos
19
seguranc;a, a cultura e a justiça.
justic;aY Todavia,
nho do consenso como a paz, a segurança,
consciencia, será
sera que ée sempre POSSIVel
huma­
ern
nn sa
sã consciência,
possível tomar decisoes
decisões tendo a humareferencia? A complexidade das sociedades contempocontempo­
I\ichde
nitbde por marco de referência?
1·~1.1C\S e suas fraturas sociais expostas deixam ampla margem a
1':111(;;15
à duvida.
dúvida.
Em um lugarejo de nome Vladimir Volynskiy, cerca de 500 quilômequil6me­
tros de Kiev, na Ucrania,
famma gentia Vavrisevích
Vavrisevich escondeu sete
Ucrânia, a família
Judeus de novembro de 1942 a fevereiro de 1944.
1944, Alimentou-os e cui­
cuiespecie de porao
dou-os em uma espécie
porão escavado sob o0 assoalho de sua
casa.
"solugao final" nazista (eliminagao
casa, Procurou contrapor-se à "solução
(eliminação dos
judeus em campos de extermínio),
exterminio), sem nenhuma salvaguarda contm
contl"a
denunciada.
o pelotao
pelotão de fuzilamento caso ela fosse denunciada,
Os membros dessa família
familia nao
não eram guerrilheiros em luta contra o0
média da populagao
população crista
cristã
invasor nem eram mais religiosos do que a media
susten­
Não tinham tantas posses que pudessem sustenortodoxa da aldeia, Nao
tar sem problemas, em tempo de guerra, sete bocas além
alem das pr6­
próprias, mas nao
contrario da esmagadora maio­
não eram anti-semitas, ao contrário
maioria de seus conterraneos.
quan­
conterrâneos Escoilleram
Escolheram apenas fazer a coisa justa, quando nao
não fazer nada ou fazer a coisa injusta era a coisa certa a fazer, do
20
interesses,20
ponto de vista de seus interesses.
Fizeram o
0 bem, quando a banalidade do mal era a regra.
regra,
a
I'l.
combarer inimigos do ozônio",
ozonio", Gazeta MercaNtil,
Mercantil, 2 de jl1lho
l'l, HANDYSIDE, Gillian.
Gillian, "CE vai combater
julho de
SATOMI, Lili,lIl e CASPANI, Eduardo. "Empresas fazem opção
op<;iio
1998; CASTRO, Gleise de; SATaMI,
Menantil Latino-americana, 2 a 8 de outubro de 2000,
2000.
pelo verde", Gazeta Mercantil
ozonio", 0
re­
IIX.
x, COCKROFT, Claire. "Dezenove paises
países estndariio
estndarão perda de ozônio",
O Estado de S.Paulo,
S,Paulo, reproduzindo artigo de The Guardia11,
Guardial1, 29 de janeiro de 2000.
ctitica efeitos
efeiros da globalização",
globaliza<;ao", Gazeta Merca11til,
Menantil, 9 a 11 de julho
I'). CALAIS, Alexandre. "ONU critica
I'),
de 1999,
1999.
lO.
1997.
lO, WEIS, Luiz. "A lista de Vavriseyich",
Vavrisevich", 0O Estado de S.Paulo,
S,Paulo, 9 de dezembro de 1997.
1·1t.:.
I'l '.
b a quem
acaba cruDe maneira
quem dever
dever lealdade
lealdade
cru­
pergunta sobre
so re a
l acaba
i
, que a pergunta
De manerra que a
ld d
,. ~ Aparece entãO uma ea;llldo e modelando
esta
lealdade
do
u toutra:
r a ' lea
a e a que?
que. Aparece entaO uma leal­
enta
nlldo e mode Ian o esta
< •
f"s ou guias às representações
lhde as ,ideias
que funcionam
"
f
ionam como far6is
arOl ou guias,, as repres ., <,;6es
d
d;lde às Ideras que unc
l'
energias de colenvlda es
, , ' que sao
- capazes
es de ga
vanlzar as energias de coletividades
il11aginarias
galvanizar
il11agmanas que sao c~paz,
. / ' são preconizados por agentes
porque
ideais
ou
prindpios
hem precisas,
,
e Idears
pnncrploS sao preconizados par
, ' agentes
d"
d dos interesses
matenalS que se
hem preCIsas, porqu,
es
coletivOs,
nao
entidades
~
tldades dissociadas
lssocra as dos interess materiais quedse
,
- sao
'1 .
'staArlcia raros são aqueles que ecoletivos, nao sao en
confrontam socialmente.
Em
ultima
instancia,
'1
te Em u tlma m
, raros sao aqueles que de­
1
confrontam
socra
~en . .
do
de
vida
e
com.re
suas expectativas
expectativas com
rela­afendem algo que va ferir seu modo de vida e suas
t dem a esposar pontos de vista e
fendem algo que va fenr s~u mO
~ao aO futuro. Ao contrario,
a esposar pontos de, vista e
t árlo todos
to d os tendem
en
ção aO futuro. A o COI1 r. ,
les têm de mais preCIOSO - a
perspectivas
que se coadunam
tem de mais precioso
- a
adunam com o0 que eles
e
,
,
perspectivas que se co
'alou a posição que imagmam que
posi<,;ao
que
ocupam
no
espa<,;o
social
ou
a
posi<,;ao
que
imaginam
que
posição que ocupam no espaço SOCI
merecem
oCl1par.
merecem
ocupar.
'b d d 0 grito
rito de
Quando
se fala de Liberdade,
de guerra
guerra arregimenta,
arregimenta, por
por exemexem­
Quando se fala de LI er a e, o g A'
Regime absolutista e seus
plo, bnrgues e plebeus
o0 Antigo
ntlgo Regime absolutista e seus
1
es e p Ieb eu s contra
io, burgueses
b
lto clero) pondo em jogo co ePestamentos
privilegiados
, '1 . d (a nobreza
no reza e o0 aalto clero),, pondo em jogo cole­
estamentos pnvI egla os
d f d
d terminado estado de coisas.
estado de coisas.
tividades que questionam
e en em determinado
e
, 1
( am ou defendem
tividades
que
ques
lOn
,
._
_
se
trata
Quando se fala de religiao, niio se trata de
de algo
algo etéreo
etereo ee não
nao observave
observavel,,
Quando se fala de rehglao, 11ao,
' fl eAncia em dado perío, '- espedfica
'f que detem certa influencia
m u , em dado .
. mas de uma religiao
perf'
0­
'mas de uma rehglao especI Ica
l ' 'd d professa. E possívelldentldo hist6rico
_
religiao
que
uma
coletividade
professa.
E
posslvel
identi­
,.
r ,~
co etlvl a e
.
'
do
histonco
- re ~grao
, que aa abra
uma categoria
social
abra<,;aa (católica,
(cat6lica, evangélica,
evangelica, Judaica,
judaica,
ficar
ficar uma categona SOCIal que.
ç
t-o em J·ogo. Até no caso do
, etc.) e d'"
ualS interesses
mteresses estao
es a em jogo. Ate no caso do
islamica
distinguir quais
islâmica etc.) e IstmgUl[ q
.
istas e os socialistas de forate1smo, geralmente oss comunistas,
anarquistas e os socialistas de, for­
comU11lstas, os anarqu
' l o s fiéis de todas as confrssoes
ateísmo, gera Imente o
ma<,;8.o marxista
aglutinam-se
po o e os fieis de todas as confissoes
,
,
1 t'nam-se em um p610
mação marxista ag u I
f
t ocorre por consegu1l1te, enreligiosas formam outro p610.
'lo 0
O confronto
con ron o ocorre,, por conseguinte, en­
les credos e não entre absreligiosas formam outro po .
ou aque
f sam esses au
tre coletividades que professam
aqueies credos,, e nao entre abs­
res de
tre coletividades que pro ~s_
d'
gentes que são portadores
de
tra<,;6es formais.
oposi<,;3.o se daa entre agentes
que sao portado
. E a oposlçao
a
trações
formaiS.
a
,
d
(
.
ersuS
categorias
religiosas,
por
exemrela<,;oes sociais
sociais determl11a
determinadas
categorias religiosas, por exem­
relações
as (ateus
at~u: versuS
v
plo) e que personificam contradlçoes.
contradi<,;oes.
pIo)
8
".-0·
<10
"'HII ""1
"'Ii"
I'"
I.J< !I t.J IIIJ/"<;I/II,,/
I
I
Assim, os
OS idearios
nao pairam no ar, divorciados das coletividades
coJetividades que os
ideários não
abraçam,
defiabra~am, mas fincam suas raizes nos interesses materiais historicamente defi­
as traduções
tradu~6es imaginárias
imaginarias desses mesmos interesses.
nidos e correspondem às
J"M II OI'
I"
,'111
, L1n) Cll"
"'1 ( ,,' l·l\l.:hlsivl';1.,
"
,\ assumiu
"lSSLunILl
..
rc.:h I1:1l1~.1
un) c~.Ir;'lll"1'
l·l\ . . :I!lP,jVI',t:1
I'
p<.:h
111 .\ Illtlll..ld:!,
LLII I 1/.• 11
l.,."
.
" lil\ 1"'\'jlllIC.1
'.
.'
1 ,-. " da 'jue 11l;)is l;lrl l ', l ' IHU
I' d" >11 '<('lido condenaJa
ainda que,
c1n popula<;;ao,
popu éll,:<10, am
l
, m:)is l;)rdl',
" q~ IllU
" d 'lJ'l IpeLt
" ti 11.11 " ' I(Io con en<
d 1 'tear licenças
prOVI.'01'lUIi 111
as
1. '11'.(.l;i :1l1xiliares
obtivessem
ito dee P
pleitear
licencs provis6t"ins 1111
T
btivessem o0 dire
dll'elto
el
I
1"1 L',(,U; :IUXl lares o
/
_
1d
de também, da I'cb~Jp .. l"
1
1.\1<;:1.
Minai,
0
que
e
au
nao
moral
depende,
tambem,
da
reb~Jo
..
Iv
1,1'
epen ,
, \L .1, Afinal, o que e ou nao mora
" ill\ I "'I'jlldicados
, \' "dos
I.
"
v
_
dente' a quem devemos le
o can
I~nl
questao
candente:' a quem devenws Iv
, suma,
. . como resolver esta questa
I,-'I\n~
I,,,
n~l em
"111 presell~a.
presença,
I
No final de novembro do ano
ana 2000, no Rio de Janeiro, cerca de 3 mil
motoristas auxiliares - trabalhadores que pagam uma diária
diarla aos dodo­
nos de taxi
transite nas principais vias da cidade,
táxi - bloquearam o0 trânsito
provocando um verdadeiro caos
caos.
A manifestag8.o
A
manifestação foi organizada pelo movimento
movimento""Diaria
Diária Nunca Mais",
em protesto contra a liminar concedida pela Justiga
Justiça e que sustou os
efeitos de uma lei aprovada em lunho
Junho pela Camara
Câmara dos Vereadores e
sancionada pelo prefeito Luiz Paulo Conde.
Conde, Essa lei permitia que a
Prefeitura fornecesse licengas
licenças de taxi
táxi aos 13 mil motoristas auxiliares,
convertendo-os em autônomos.
aut6nomos.
side solicitado pelo Sindicato dos Moto­
O pedido de liminar havia sido
Motoristas Autônomos
Aut6nomos do Rio de Janeiro, js.
já que considerou absurda a en­
entrada de mais concorrentes na praga.
praça,
Em represalia,
os
motoristas
auxilfares abandonaram centenas de
represália,
auxiliares
levacarros nas principais vias de acesso
aces so da cidade, trancaram-nos e leva­
ram as chaves. 0
Batalnao
de
Choque
O Batalháo
da Polfcia
Polícia Mifitar
Militar interveio, que­
que0 vidro de 40 taxis
brou o
táxis para soltar o0 freio de mao,
máo, apreendeu 220
vefculos
veículos e prendeu 22 manifestantes. 21
o
suma, como
. ,.
b' t'VO que passa por outra pCI
,\,l,hk? Lan~ando
mao
criterio objetivo,
o Je 1 , que passa par olltr;] ,\WI
- o de um cnteno
d
1\,1,1\1 .? Lançan o ma , ,
_ d t . ;nada e a quem esta pl't:]lIc1t
~~\illl.)
_ a quem b
beneficia
a~/io
determinada
e a quem esta pre;",cll
.(. ta uma açao
e erm.
I'IIIIL) a
quem
ene,/c
d'
b
etida a esse crivo. Em tese, ql1: l11
iii? Toda e qualquer a<;ao pode ser submetida a esse erivo. Em tese, flll;ll!
. ,I' .roda e qualquer ação po e,s~rdsud lTI ef1'cl'ada mais altruíst<) scr:i ,I
b en . , mais altrulsta scr~i
ill) I11dis
uma coletlVI
coletividade
, ampla
1 for
f
a e beneficiada,
. ..1
,In mais amp a .or uma
.
1 f r uma coletividade preJl.llll
,11,:10,
contrario, quanto
ou , ao
ao contrário,
quanto 111ais
ma1S ampla
amp
a ...for
o uma coletividade prejl.ldi.
, au,
l. 0,
,
. mais
, exclusivista
I" t ou egoista
egoísta sera
a a<;5.o.
açao.
.
.ld;),
í ,1'\;), maIS exc USIVIS a ou
b sera a .dentíficar
o tamanho das coleI I
15so
nos
leva
a
procurar
saber
como
identificar
0 tamanho das colc\ i
Isso nos leva a procurar sa er como I
.
\.''111
i
vidades:
,idades:
. maior
' coletividade
1 t'V1'dade possive1
possível no
plan ,\;\ (',
no plan~I~'
• No nfvel
/ 1macrossocial,
ossoClal aa ma.lür
co e I
, '\'l',
baixo desta vêm nVI I
• No l11ve m a c r ,
sem
duvida,
a
humanidade,
enquanto
que,
abaixo
desta,
vern
('ivili
sem dúvida, a humanidade, en.qu~nto que, a
,
es
/'
lações
e
rellglO
.
'
za~6es, lmpenos,
imperios, I,
na<;6es I 'religi6es.
'd d d tamanho íntermediári.() ~.. I'l1
• zaçoes,
No nlvel
coletividades
'1 mesossocial,
sOClal co
et1vI a es dee tamanho intermedi:5.ril) ~\.l(
.
,
/.
I sses sociais as Cé1t'g,,'II.I'1
• No mve mesos
as etnias,
as regiões
regi6es au
provincias, as
as cclasses
sociais,, as catcgul i.\',
, S as
ou provtnClaS,
a
'd
)
as etma ,
. . e os publicos
'bl'cos (usuarios
(usuários au
ou consumidores).
consumI ores.
,
sociais
SOCIaIS
e
os
pu
l
i
'
'd
d
-estritas
são
organizações
SllI
• No nfvel
coletividades
, lmicrossocia1,
'
social co
etlvl a es Irestritas sao organiza<;6es sill
• No 11lve mIcros,
,d
bocar nas famílias 'I LI
gulares
e
suas
areas
componentes,
nas familia:,; e ILl
guiares e suas áreas co~pon:ntes, ate
ate desembocar
esem
menor celula,
célula, que e
é o0 individuo.
WdlVIduo.
Figura 9
A tentativa dos motoristas auxiliares de sensibilizar a popula~ao
população carioca
para que apoiasse o0 movimento saiu pela culatra. As l.ideranças
lideran~as não
nao perper­
ceberam que a tatica
tática utilizada feria os interesses de centenas de milhares
de pessoas que deixaram de poder circular livremente, levando-os a se
insurgir contra os "baderneiros que transtornam a vida da cidade". Em­
Embota a reivindicação
táxi - pudesse ser
reivindica<;ao - obtenção
obten~ao de uma licença
licen~a de taxi
considerada legftima,
legítima, os meios utilizados foram desastrosos e o0 resultado
a~ao de bloquear os acessos ao Rio de Janeiro
nao poderia ser outro: a ação
não
deu moralmente ganho de causa aos taxistas. E por que isso? Porque não
nao
sefoi altruísta,
altrufsta, não
nao levou em consideração
considera~ao os interesses daqueles que se­
Karine. "Com projeto, auxiliar vira prupriet~rio",
de: nono­
21. RODRIGUES, Karine.
proprietário", Folha de S.Paulo, 2S
205 de
vembru de 2000,
2000.
vembro
Escopo das morais: devemos lealdade a quem?
lNrERMEDrARlO
iN' ERMEDIÂRIO
(nivelm
(ní"el111e~o)
c s.o)
RE~S~lO
sTRtl 0
R
(nivel
(nl
el m1CfO)
lero)
9
SltLJa~oes muiro
pecujjare~ OU
elll sirll:l,/>('s
I) 1;'1,> _
SItuações
muírü pecujiare~
Ou em
Sí("Il:I~Õ('s (;:x1
eXLrI"C'llI;'I\
_ <e'OlllO
<,;01110 cnl
<':111
algumas "escolhas de Sofia" - , eé possivel ser i:lltrufsta
i:lltruísra atelldendo a cok
cole.:
22
tividades menores. Mas, no caso, estariamos diante do que e
é uiduel
viável
fazer, nao
não do que seria o0 mais desejave1
desejável fazer.
fazer, Exatamente conlO
chacon1O nas cha­
madas "roletas russas" que Ocorrem
ocorrem em hospitais públicos
publicos super/atados,
superlotados,
quando sobram pacientes criticos
criticas nos corredores e aparece uma unica
única
plantao? Escolhe um dos pacientes
vaga na UTI - o0 que faz o0 medico
médico de plantão?
ou nada faz, porque nao
não existem vagas para todos?
tm
Por
Po r que ética
Mica nos negócios?
neg6cios?
" , l
It Ulll11! Itl Ilfllrll/lI!1l11111l
IJ f lld 111111 1111Ill',
ti,
1111i ',I',I01I1I-[CIO ~mlluIJi\j;J'<OO('
lui InUlllndn
tl~, til
11111 ',!',I 1111 111 {,( IflUlllI ,li;
Il' "'111' reli I ' I. 511111 li'
YSIi
, 0 que
I",( Iiti 111
"II ~I,')lr:: In
InlOI'I \~~~Hd08,
rcsullou
elll
Cfll'CfJ
de
12!-',
I
till
!,'
u 'r "'U ou '"
I,
Ii
'I EtO
rlO redor
r dor clo
do Illur
do,
na mlclJa
lTlundo,
na 1 IC I ( 't
or um norle-americL nQ lua.'"
l'lulrtllV,-\ dc chantagem reita por um norte-americano qUt;l ::iuho
I· II til tl cJ cl'lant gem fel a p
rle do lote distnbUlcl n I
Ii" 'III, l1U(+SIW, colo
cando cianureto
do lote distribufclo
locando
cianureto em
em parle
pa
, , IW
J'
11" 1111, li
co
ela J&J e o culpado. mé:lls IdU ,
fii' l:hicago, foi denunciada pela J&J e 0 culpado, mais 1art,.. ,
I,' :I,i.c. go, foi denunclad~ p t' ação estar completa. e ~ t) I)
Iii Ii" IIJ preso, S6
investigagao
estar completa.
S . que antes de a Inves
Ig
" e ~ot) ()
II li 11111 1)1 - O.
o que
.'
em resa teve que se pOSlclon f,. (
ir (! It, t/:Js ropercussoes publicas, a empresa teve que se posicionar,
"It' 11.' ropercus~ões publicas, a ar:reverter o quadro de eles orlll
I'" , jnrrmsse medidas corajosas para reverter 0 quadro de c1esconll
4 II I J'lfl' 'se medidas corajosas Próprio negócio. e não somenh ~ o
,(',< do , arriscaria
arriscana perder o
p
II"
'I 1(~riado,
0 pr6prio
negocio, e nao somenlt~
j"""
I' 'reflelo do Tylenol.
I'f' ,'c, cio do Tylenol.
d
ontinuar a produção do remé li
IJuddiu entao tazer 0 recall e descontinuar a produ<;ao do remedl
1 Jdd' então fazer o recai! e esc , 'Ia'vel Fez campanha d)
iI'; IdangEl-lo com nova embalagem, inviolavel.
InVIO
, Fez campanhas flu
;>"
JI': I ]lançá-lo com nova
pela prisão do assassino. I LI ,
, ':.:Gll'lrBcimento e ofereceu
fereceu recompensas pela prisao do assassino, /;1.."
I
. _
, dar quem necessitasse p, ( I'
' ;l~d~lrecimento e o
",
, disposigao
d'sposlçao para ajudar
aJu
lilillas telef6nicas
a
quem necessitasse 8 ,ClI'
1IIIIl S telefonlcas a I
_
t gédia Fez um acord , ,I W)
IllOl1strou visivel
, I preocupagao
ocupaçao com a tragedia
r a , Fez um acordo,, GlIlf)
I
f IIOl1strou víSlve pre
f aml'\'as
das sete vítimas, ,; li, , III
. velo
, a publico,
. bl'
com as famllias
I
vl;llor jamais
das sete vitimas, G: I: .11 )11
vutor jamais velO a pu ICO,
f'.1 da devolução dos rtl (~II:.J
'Ih - s com a parte fiscal
Isca da devolugao dos medII;! I
r Jutras US$100 milhOes
( litros US$100 ml oe
meter sua imag rn (l I t; 111
' correr o
rllentos, Nao quis
0 risco de compro
comprometer sua imagenl C I J; III
"IEmtos, Não qUIs
bia como mera fabricante de I"l:lfl II
fragar. Afinal, a J&J nao se concebia como mera tabricante de I'l~~rllt
fragar Afinai, a J&J nao,s~ conce
d r "saúde segura", Havia el81JI
dios: seu neg6cio
vender
,. estrategico
t ateglco era ven
e "saude segura". Havia elabn
, I
dios' seu negocIo es r
,
a a resposta apropnn, I
determlnav a resposta aproprkJdH
duta que determinava
rado' um codigo d
de conduta
rado um código e con
" . Oualquer mancha sobre sua r,
para situa<;oes de grave emergencia, Oualquer mancha sobre sua f'
para situações de grave emergencla,
edimentos colocaria em X8
- ou sobre a lisura de seus procedimentos,
proc
putagao,
colocaria em X"
putaçao,
que sua credibilidade.
que sua credibilidade.
d gír e consolidou sua imagem d '
Na ocasiao, reafirmou seu modo de agir e consolidou sua imagem d~
Na ocasião, reafirmou seu modo e a ,
ente gastou mais US$1!:lO
empresa confiavel
e responsavel.
Posteriormente,, gastou mais US$15
.•
nsável Postenorm
d'
,.;,
recuperar o mercado per l_
empresa conflavel e respo
milhoes em campanhas
publicitarias para recuperar 0 mercado
perdi­
has publlcltanas
?3
milhões em campan
d' anos
nos depois
depois do
incidente,'
do incidente,23
OIS a
do, e obteve enorme sucesso dois
I'
I IlrJllcias
. ,
,II
I II
I {oh las
JÓ~ICO,
I
nao são
sao in6cuas, an6dinas ou isentas de conse­
As decisoes
decisões empresariais não
consepe10s e£eitos
pro­
quencias:
qüências: carregam Um enorme poder de irradiação pelos
efeitos que provocam. Em termos praticos,
Vocam.
práticos, afetam os stakeholders, os agentes que man­
manvinculos com dada organização, isto é,
e, os participes
tem
têm
vinculas
partícipes ou as partes
in
teressadas:
interessadas:
irradja~ao
organiza~ao,
• na frente interna, temos os trabalhadores,
traba1hadores, gestores e proprietários
proprietarios
(acionistas ou quotistas);
•
hente externa, temos os clientes, fornecedores, prestadores de
• na frente
servi~os, autoridades governamentais, bancos, credores, concorren­
serviços,
concorrentes, mfdia,
mídia, comunidade local e entidades da sociedade civil _ sin­
sindicatos,
associações
profissionais, movimentos sociais, clubes de
.
"
servl~Os e igrejas.
servIçOs
Igrejas.
associa~6es
Mas por que as decisoes
decisões empresariais afetam os ambientes interno e
externo? Simp1esmel1te
Simplesmente porque os agentes sociais sao
são vulneraveis.
vulneráveis. 0
O caso
do Tylenol nos Estados Unidos eé um exemplo classico.
clássico.
A Johnson & Johnson possufa 35% do mercado de analgesicos
analgésicos nos
Estados Unidos, com vendas anuais de US$400 mjlhOes,
milhões, No final de
apos ingerir
setembro de 1982, sete pessoas morreram envenenadas após
As
vendas
do
remedio
cairam
Tylenol
Contaminado
com
cianeto,
remédio caíram entao
então
Ty/enol
milhões para US$4 milhOes
milhões por mes,
mês,
de US$33 milhOes
A J&J agiu com prontidao:
fras­
prontidão: recolheu e destruiu 22 milhoes
milhões de frascos em todo o
0 territ6rio
território norte-americano a um custo de US$100 mi.
mi-
22. Ver capítulo
capitulo sobre as teorias éticas,
eticas.
cor~er
I
' a fundo. E
' d'f
emp resa tenha a~SII
.
Vamos mais
dificil'I acreditar que a empresa
a~Sll
Vamos maIs a fundo. E 1 ICl,
"E' mais crível aceitar que ('h
mido tal postma par mero "bom
"born mocismo".
Emais crivel aceitar que (·Lt
mOClsmo
mido tal postura por mero
"
I ,_ que considera a empI',',
('S,l
'
do seu credo organizacional
organIZaClOna - que considera a empreS;l
tenha conjugado
conjuga
1')'/1\,'
.
_ .J parte., São
Pa:Jlo: Makron B
00 I,
<S, . 1')'/
23, NASH,
Laura L. Etica
nas Empresas:, boas
Books,
N
.
boa' intem;oes
mtençoes
parte, Sao
ASH Laura L Etica
nas Empresas,.
' aa crise"
revista Exame, 26 de jall~lr"
. .I.
23, p, 36-40;
" CALDINJ, Alexandre.
Alexandre, "Como gerenciar a crise",, revista Exame, 26 de iall~ir" ,I,
p. 36-40,
. Exame, 88 de
1995,
de novembro
novembro de
de 1995.
2000;
e revista
10
,....,
',HI' I'I
"li!
'I~··
• -.•..'
.
,1IT11
I 1/111/,'
I 1/.
" 111I
/< Iol1l
til.iulI/
'II'
respons5vel pelos clientes, empregados, comunidade
cOl1lunidade e ac:ionislas
responsável
ac:ioni::>l:Js - com
Gom
rela~ao de forças
for~as no mercado, relação
re1a~ao esta que
uma analise
análise estrategica
estratégica da relação
tao bem
bern ajudou a forjar, com alertas regulares a
mfdia tão
a mídia
à opiniao
opinião publica,
pública,
e que se ttaduz na capacidade de os stakeholders boicotarem qualquer
nao proceda de forma socialmente responsável.
responsavel. De maneira
entidade que não
que não
nao eé improvavel
proprio credo organizacional tenha sido fru­
improvável que o0 próprio
fruto de urn
um contexto hist6rico
histórico bern
bem preciso e de uma analise
análise da dinamica
dinâmica
social.
Malgrado a influencia
influência do codigo
código elaborado, alguns perguntam: por
recall do Tylenol distribufdo
que sera
será que a J&J fez apenas o0 recal!
distribuído nos Estados
sera que não
nao inHuiu
Unidos e nao
não no resto do mundo? Será
influiu aqui a percep~ao
percepção
de que o0 nível
nive! de mobilização
mobiliza~ao da sociedade civil norte-americana e
é muito
paises, igualmente consu­
maior do que o0 das sociedades civis de outros países,
consunao fosse, dizem aquelas vozes, bastaria
midores do produto? Se assim não
ter recolhido o0 Tylenol na area
área de Chicago em que daramente
claramente se eviden­
evidenviola~ao dos frascos e não
nao no território
territ6rio todo dos
ciaram os indfcios
indícios de violação
Estados Unidos.
Eis uma boa pista para penetrar no cerne da etica
ética empresarial. Entre
diferentes cursos de a~ao,
ação, h5
há sempre uma escolha a fazer: nao
não seria esse
urn
reHexao etica
um motivo razoavel
razoável para que a reflexáo
ética se de
dê nas empresas? Por que
adotar uma decisao
e
nao
ontra?
Quais
consequencias
decisão não
conseqüências poderiam advir? 0
O
que poderia prejudicar os neg6cios?
negócios? Quais medidas poderiam ferir os
contribui~6es a
interesses ou os valores de quais stakeholders e quais contribuições
à so­
sociedade seriam bem acolhidas? Como tudo isso repercutiria sobre o0 futu­
futuro da empresa? Em suma, qual resposta estrategica
estratégica dar nas mais diversas
situa~6es de mercado?
situações
A bem
bern da verdade, em ambiente competitivo, as empresas tern
têm uma
imagem a resguardar, uma reputação,
reputa~ao, uma marca, e em países
paises que des­
desfrutam de Estados de Direito, a sociedade civil reúne
reune condições
condi~6es para
mobilizar-se e retaliar as empresas socialmente irresponsaveis
irresponsáveis ou inid6neas.
inidôneas.
c1ientes, em particular, ao exercitar seu direito de escolha e ao migrar
Os clientes,
simplesmente para os concorrentes, disp6em
dispõem de uma indiscutivel
indiscutível capaci­
capaciespecie de arsenal nuclear.
dade de dissuasao,
dissuasão, uma espécie
nuclear, A cidadania organiza­
organizaresponsavel, em
da pode levar os dirigentes empresariais a agir de forma responsável,
convic~6es intimas.
detrimento, ate,
até, de suas convicções
íntimas.
tern possibilidade de fazer "polf­
Em outros termos, a sociedade civil tem
"políado~iio de posturas morais por parte das
tica pela etica"
ética" e viabilizar a adoção
interven~ao na realidade social. Lançando
Lan~ando
empresas por meio de uma intervenção
illi'un\1'lIl~lltoS?
~IS
.lll~tli.i:\'
,
'1','\ 1,Il'U :1, ,lI'
,
,;J Recorrendo a miL \.1, ' , '
IILill de quais
.It'
, canais
'. ()\l1 III 'lI'lllllL:lltl)S, Recorrendo a mk!i:l, ;\
. 1 1'("
.'Il) de CIu<:llS canaiS OI,
'
,
"
~.
d defesa cios conStllI11( () ,
IIL
d' \' . s agencias
agenCias dee defesa clos consl\ruid()!"(';'
hllicote dos produtos vendidos,
" to. dos produtos vetl IC U~) LI
d P
·0 e Defesa do (,nn
\\)\1
)()ICO e
(Fundação
' . do
cia cidadania, como 0 Pro con
dee roteça e Defesa
\)\1 ela cidadania, como o Procon ,
Proteça~o do Consumidor, (l 11")('111
:-'Iltnidor),
a Promo toria
do Consumidor,
,
, de
d J stlça e
' 0 lPCll1
, ,
~IllOidor), a Promotona
,e u
Centro de Vigilância Sanitána, o ()1l1l:1
(Institnto de PesOS e Medidas), 0 Centro de Vigilancia Sanitaria, 0 Dill\.\
to Naclll
(I nsütnto de PesOS e Med'~as), °Al'
tos) o Inmetro (Instituto
(Departamento de Inspe,ao de Alimentos), 0 Inmetro (Institu Nad..
(Departamento ~e Inspeça~ de~ ~m~:alid~de Industrial) e o Idec (lnsll
llat de Metrolog ,
e Qualidade Industrial) eo Idee (\ma i
ia Normahza~ao
llal de Metrologia,
.d ) uma organização não gOVl'l'
tuto Brasileiro
de
Defesa
do
Consumidor),
'1'
de Defesa do Consumi or , uma organiza~ao nao g<;lVL:l'
tu to Brasl elro
\lamental.
\lamentaI.
(Funda~ao Prote~ao
(~nn
1
Justi~a Prote~ao
Normaliza~ao
Figura 10
es cidadãs
A politiCO
política pela etica:
ética: presso
pressões
cidadiis
fi
ências;
ugencias!
i
C
defes~
c',defes,~
,
I
.,i
/
bpi cote )
~ pouco efiLJ
, , .
totalitários, esses
esses recurso
recursoss sao
':
Em paises autoritarios
ou1 totalitarios,
sao ponca efiea
Em países autontanos 01
. d d
. '( ive amordaçada ou SUll,
"
socle a e CIVIl vive
v
, sil1l­
r
zes ou nao estao disponiveis,
e a sociedade
ou
zes ou não estão dlspoI1lve's, e " "
em ambientes econômIcoS c.;plesmente nao existe.
De forma suuetnca,
simetrica, em ambientes economicos
.
D
d
'"k
plesmente não eXIste. e,
d ou noS ambientes e caratel
chados como nas economias de comando, ou noS ambientes de carater
chados como nas econom'als de cO~ga:p~iiOS e cartéis, a "política peLl
em que prevalecem oligop61ios e carteis, a "poHtica peb
semifechado
semI.fec h a do em que preva, ecem so
etica"
ética" tambem
também sofre impedimento
impedlmen,t~s.. , boas condições para floresCl'r
relIne boas condi~6es para, HoresCl'r
Traduzindo: a polftica
l' ' pe1a
ela etica
etlca reune
Traduzindo: a po ltlca p
d d. empresas está distribUldo, quall"
quando 0 chamado
poder
de mercado
quan­
oder de
merca o das
aS empresas esta distribufdo,
Ih
pal'tl.'
h ama d o P
uando
o ccol11peti~ao
,
'b'l'dades reais
reais de
de escolha
esco a por
,
qdo
efetiva
e
possibilidades
por
partl'
existe
'
.
f
tlva
e
pOSSI
I
I
'
'\ '
'ste
competlçao
e
e
"
'to
à
soberaI1la
L os
dde
o eXI
" finais.
' Mesmo
assim
respel a soberania dos
im , o0 respeito
clientes e usnarios
Mesmo ass
de clientes e usuános fmals.
m~itos países e só acontecç Sl'
c1ientes
ainda
nao ée moeda
.
' d náo
moeda corrente
corrente em
em muitos paises e s6 acontece St'
clientes am a
civi~
arnorda~ada
11
I
urI
oj
~
II ;.:
.i'
111l1"tU 't/lti
eles gritare
In ou fizerem
f'Izerern um escândalo'
-,
gritarem
escaudalo! At"estado
de dClllollstrJ<;Jo de
força dos consumidores enco t
. ~testado de dClllollstrJçJ.o de
for~a
dos
consumidores
encontra-se
no
nurnero
de
_ f'
n ra-se
numero d consultas e reclarna­
çoes eltas ao Procon da ca 't 1d 5e consultas e reclama<;:6es' feitas
0 nurnero
de
'
d atendimentos
d ao Procon da capital
pl a dee Sao
ao Paulo:
Paulo' o
. numero e atendimentos
rea iza os entre 1977 e 1994 f 'd
realizados
entre 1977 e 1994 foi
1.498.517;
" l
01 de
e 1,498
517· entre 1995
19 e 2000, esse
numero subIU para 1.776492 I
....
, entre 95 e 2000 esse
numero
subiu para 1.776.492.
em 6 anos, houve 18,50/0
.
.
. Isso
sso significa
slgmflca que,
q
'
maiS atendimentos do qlle no 18
ue, em anos, houve 18 50/0
mais
atendimentos do que nosS 18 anos anteriores.
Sem
duvida, urn cres­
.
ant
S
'
Clmento vertiginosoY
enores. em dúvida, um cres24
cimento vertiginoso.
. urn caso que chocou
Para ilustrar esse poder de ffogo,
o vale a pena citar
a opinião pública e envolveu OgB , v.ale a pena CItar um caso que chocou
a opiniao
Veado D'O
D'Ouro, farmacia de
. [ _publica e envolveu a Botica
otlca ao Vead
mal1lpu
açao centenaria
centenária fundada
o
mo, farmácia de
manipula~ao
fundada em
em 1858.
1858.
laboratorio de su
sua propriedade
(Veafarm), fo­
Por intermedio
intermédio de um laboratório
'
ram produzidos em 1998 1 'Ih _
a pro~r1edade (Veafarm), foram produzidos em 1998 1 milhao de comprimidos lnocuos de um
remédio indicado para O trat ml ao de compnmidos inócuos de um
, 0 tratamento
amento de cancer
cân
d prostata
'
de
(Androcur
remedio indicado para
cer e prostata (Androcur
da Schering do Brasil) Dez'
do Brasil).. Dez pacientes que fale
faleceram na epoca
podem
da Schering
,
'
ter tido a morte acelerad
.
ceram na epoca podem
ter tide a morte acelerada
ingerido 0 placebo.
Revelado 0
a por terem Ingerid
I
o
ato, a denúncia da falsifl'caç-ao fOI. repercutid o o Ip acebo.
,. e Revelado
ffato, a denuncia da falsifica~ao
foi repercutida pela midia
teve efeitos
devastadores sobre a em
a pe a mldla e teve efeitos
devastadores
sobre a empresa.
logo, 19 pessoas foram indi­
,
presa. Desde log
cladas pela Justiça no proces d f ,. o, 25
25 pessoas foram indiciadas
Seis pela
me Justi~a no
. processo
so de
e falsificacgao.
alslflcação.
. meses
uses depOIS,
.
.
Seis
depois, as lojas mantidas em importantes
shoppings
paulistanos (Ibirapuera Mo
b'
ImpOrtantes shoopings
paulistanos (Ibirapuera, Morumbi e 19uatemi) tiveram suas portas fe­
chadas; metade dos an'da rum I e ,lguatemi) tiveram suas
feres d
a propna
t . no centro de Sao
chadas; metade dos andares
da
propria lo'
loja matriz,
Paulo, foi desocupada' o f t
. Ja ma nz, no centro de São
80~ . d
.
a urarnento caiu 80%;
Paulo, foi desocupada;, 0 faturarnento
dos 200 funcionarios
0,
os 200 funCionários
que a empresa tinha antes d
que a empresa tinha antes do
o evento restaram pouco menos de 50; os
fornecedores deixaram de rece b er
pouco menos de 50'' os
26
dia,26
fornecedores deixaram de receber
em dia.
po~tas
I\ .1fI
rY)eados de 1
199~1.
Il()rio realizou
t8ste
UInH nOVd
.1 í n1eados
gg. u
I 1 Il~ll.lt)l:
lll!)1 :-Itório
re lizou um te
te GUn)
(.;011'1 urrr
nc Vi I
\Ililquina
pilu\as anticonc
anticoncep·
kfLquina embaladora. ProduLiu
Pr dULiu embalagens com pílulas
ps
donais M\crov\a
M\crovla sem o
0 princípio
principio ativo. Os placebo
placebos das 644 mil cartela.
r
uu
qui\os de comprimidos,
comprirnidos, continham lactose com um rre­ UIJ dos 1.200 quilos
\I
carte~as.
,~ionais
ve~'timento
a~ucar
vestimento de açúcar e foram mandados para serem incinerados por
especializada.
urna empresa especializada.
iniormada, por meio de uma
uma
Ocorre que, em maio, a Schering io\
foi informada,
carta anônima,
anonima, que um lote de placebo estar'la sendo comercializado
comercializado
anexa. Como a empresa já
ja tinha sido
sido
Uma cartela do produto estava anexa,
ten­
vlt\ma de remédios
remedios ialsos,
anonima era uma tenvítima
falsos, acreditou que a carta anônima
chantag em
. Resolveu
Reso\veu então
entao investigar por conta própr'la
propr'la em
em
tativa de chantagem.
esclareceu.
mais de uma centena de iarmacias.
farmácias. Nada esclareceu.
inicio de iunho, uma senhora gravida
mes enLrou
entrou em concon­
No início
grávida de um mês
0 laboratorio
tato com o
laboratório e apresentou as pllulas
pílulas falsas. A Schering levou
levou
mais 15 dias, apos
denuncia, para notificar
notiticar a V'lgilância
V'lgilancia Sanitária.
Sanitaria.
apóS a denúncia,
0 fez no dia em que Jornal Nacional da TV Globo levava
\evava
Curiosamente, o
ao ar a primeira reportagem a respeito. Seu pecado residiU
aí: embora
residlu al:
\aboratorio nada tivesse ialsificado,
o laboratório
falsificado, foi displicente no contrale
controle do
placebos e nao
descarte de p\acebos
não alertou a opiniao
opinião publica
pública sobre a possibi­
possibi-
lidade de desvio de parte destes.
Sua omissao
Até final de agosto, 189 mulheres disomissão custou-Ihe
custou-lhe caro. Ate
ram
seram ter engravldado, vítimas
às
chega
as farmáfarma­
vltimas dos placebos que chegaram
midia moveu uma fortíssima
fort\ssima campanha contra a empresa, afeafe­
cias. A mídia
atras.
urna marca criada na Alemanha 127 anos atrás,
tando profundamente uma
Procurado
Sao Paulo e o
0 Procon entraram
A Procuradoria
Gera\ do Estado de São
ria
acgao civil pública
publica contra o
0 laboratorio,
laboratório, pedindo indenização
com uma ação
\ndeniza~ao
por danos morais e mater'la\s.
mater'iais. A Secretaria de Direito Economico
Econômico do
A dclientela nao
não perdoou o0 desr
. ee a ffraude
desrespeito
nem a irresponsa­
bTd
11 a e virtualmente homic'd
pespeIto
'
a rau d e nem a irresponsabilidade
boicote.
O virtualmente homicida.
I a. Puniu
umu a empresa com
co urn eficaz
f'
,
., Outta
utro caso,
que
desta
vez
envolveu
d'
m
um
e
lcaz
bOICote.
caso, que desta vez envolveu diretamente a Schering do Brasil,
frhal da Schering alemã
. lretamente a Schering do Brasil
ã ja
., que tambem retrata 0,
.
filial
da Schering alema,' merece consIdera
considera~ao,
mconformismo dos consumidores.
ç o, Ja que também retrata o
inconformismo dos consurnidores.
Justl~a
Ministério
mui ou a empresa em quase R$3 mi\h6es
milhões. A Vigi­
VigiMinisterio da Justiça multou
0 laboratório
laboratorio por
par duas vezes. A suspensão
suspensao
lancia
lância Sanitaria
Sanitária interditou o
me\o e forçou a Schering a
do anticoncepcional durou um mes
mês e meio
relan~ar
foi Hder
merca­
relançar 0o produto, que ia
já toi
líder do segmento (tinha 22% do merca-
for~ou
do), com nova cor de embalagem.
oO inquérito
inquerito policial
pol\cial instaurado sobre o
0 caso toi
loi encerrado sem ind'lind'l­
recupera~ao
24.
FUllda~ao Procon SP:
2~. Ver Fundação
sp· www.procon.sp.gov.br.
.
2.), CONTE Carla "J . d . www.procon.sp.gov.br.
c de socio
lUZ decrcra
ecrna prisao
pr'
"
. ' rO
25. CONTE,
da
Folha
Paulo,
Sao
/ 10 dde novembro
de 1998 ,. Carla.. "]uiz
IS,\O d
e SOCIO
da Borica",
Botica"
"11,a ddee Sao
- Pa
26 BERTON
.,
U 0,
e novembro
de 1998. P ..
uro faz
.. Gazeta
G azeta Mercantil,
26." BERTON,, Particia.
D'Ouro
feestrurura~ao",
Menanti!, 29 de abril de 1999.
arncla. "Veado D'ü
faz reestrururac,ao,
culpado , o
0 que dificultou tremendamente a recuperação da
car culpadoS,
s
ver
uma
laboratOrio. A Scheríng
Schering teve então
entao que promover
promo
credibilidade do laboratório.
milionária
milionaria campanha de comunicação, com gastos avaliados em mais
comunica~ao.
12
5
Etica
Oca tmpresarial
-mpresariol
/ '011
o, 11 ot/I
de R$15 milhões, em uma tent .
de R$15 milhoes, em uma tentativa de reCOnstruir sua imagem que
ficou
ativa. de _reconstruir sua imagem que
ficou muito
muito desgastada
desgastada e
e sob
sob suspeita.
21
Suspelta. 27
No a n o '
seguinte,
a
matriz
alemã
deter'
, suas 50 sUbsidiarias
No ano seguinte, a matriz alema determinou as
qUe Suspendessem os testes d
minou as SUas 50 subsidiárias
que Suspendessem os testes de novos equipamentos e embalagens
usando p/acebo, a fim de eVita~ novos equipamentos e embalagens
usando placebo, a tim de evitar que casos como 0 do Microvlar se
r~p~tissem pelo mundo. A empre que casos como o do Microvlar se
repetissem pelo mundo. A empresa
a perdeu R$18 milh6es com 0 epi­
sodio, somando os meses em u: perdeu R$18 milhões com o episodia, samanda as meses em q
que a praduta esteve fara do mercado,
o produto esteve fora do mercado
queda nas vendas quando t
queda
nas
vendas
quando
este
as prateleiras
e dois acordos,
es,e vo/tou
voltou à
s'
f 't
feitos
elos com consumidoras. 28
prateleiras e dois acordos
A Schering do Brasil levou três an
A Schering do Brasil Jevou tres anos para vo/tar ao topo do mercado
de anticoncepcionais: em 2001
os para_voltar ao topo do mercado
de
anticoncepcionais:
em 2001.,a
a partlclpaçao
participagao no
no m
mercado do Microvlar
17 o
c/legou
a , 7% (embora detiv
ercado do Microvlar
,
22% em
em 1998)
1998). Tres
cllegou a 17,7% (embora detivesse
burra
esse 22%
~' fatores Contri­
m para
.
. as
res consumidoras
fatores Contria) a
a fd
fideJidade
que
buiram
para essa
essa recuperação'
recuperagao: a)
em geral mantêm Com a pílula'
. I eJidade que as consumidoras
com a pilula que romam
tomam, ja
em gera/
j' que tem
, que acertar a
dos
agem de hormônios e livrar-se
' , a ~ue tem que acertar a
dosagem de hormonios e livrar-se dos possiveis efeitos colaterais de
seu uso; b) o baixo preço do prodU~o~ pos~Ivels efeitos colaterais de
seu usa; b) 0 baixo prego do produto
0 (3 reais e 50 centavos a cartela,
Gim 2001),: e c) a confiança preserva 3.reafs e 50 c:ntavos a cartela,
8m 2001); e c) a confianga preservada junto aos medicos que recei­
tam
anticoncepcional. 29
da Junto aos medicos que receítarn o
0 anticoncepcionaJ.
mantE~m
-----------
----_-.J
Para quem não soube av r
Para quem nao soube avaliar
dos
cliente
a lar corretamente 0 nivel
'L de exigencia
.
r'
s
e
para
quem
errou
redondam
o
Olve
de
eXIgência
dos
dientes e para quem errou redondamente em termos de comunica,ao,
OI sem dúvida um sério trans
e~1te em termos de comunica ão
i<,i sem dnvida um serio transtorno, simpfesmente porque nao ho
crÍ~~~~o,
sImplesmente
porque não ho~v:
adequado
adeqllado gerencÍamento
gerenciamento da crise.
30
uve
Em um caso semelhante
.'
um Caso
semelhante,' porem
J~hoclÍaEm
Parma
foi alertada
porem Com
Com rea,ao
reação rapida
rápida ee COmpetente,
competent •
por um far
,.
e a
par
farmaclurico,
em
1993,
de que um.
j{hoclia
Farma
foi
aJerracia
Cu'te 1a do neurolítico A
'.
maceurIcO, em 1993 d
'
C"'tela do
AmpJictil
de uma
do
:llltial~
. neuroJitico
1::'
mp1rctll fora achada dentro
d
' e caixa
que uma
ergrco renergan. No dia s
.
entro de uma caixa d
:llltialergico Fenergan. No rua seguinte,
labo rat 6rio soltou
soltou um comunica­
egmnte, o0 laboratório
. o
um ComUlllca-
"A~ao
'7 /WITFN
'
"
. ; COURT, Sl1via e CONTE C
:/. de
/lfTTENCOURT,
Silvia
CONTE,
de Sena
Serra ée eleitor
eleitoraJ.j diz
alema", Fo!ha
.'I/au/o, 3 de Julho
dee 19
. ' Carla.
arla. Ação de
. Schering
•
lde
XL'cUlivo"
Estad
I a , foi
dI~ vitima
S~heflng
Fo/ha
S./}ll1!O, 3Ode
julho dde S'j98,SCHEINBERG
1998; SCHEINBERG, Gabllela
Gabriela. "5
"Sc.hering
de alemã"
crime, afjnna
e 'a I 4 d .
'
. ç: 1enng f
' .
,
u:c:curivo",
0 Estado
de 1';' U o, 4 dee Julho
julho de 1998;
PASTORE, 1/
Karina.
"0 paraiso
dos aflnna
reme­
cil<'.'
I.IlsdJcado
1998· PASTORE
OI vltana
de cnme,
s " , re'
VIsta l1eja,
eJa 88 de
J' 11
d 1998; PFEIFER,
'
, \.anna
" O gasta
'
<
clius I.JlsiJi(ado
revista
Ismael.
"Schering
milh6es
,
1'.11'11
Ic~OnstrllÍ1 ",1111<1
em"
, de julho
U 10 de
e 1998, PFEIFER 1s
,,~
paralSO dos
reméI'~I'II
rcconstruir ill1<lgem", Gazeta Mercantil, 27 de agosro de 1998.
,~. ( ()I{ REA, SílVia e E~cóssf;z~a Mercantil, 27 de <1gosro d~ 19~~el. :>chenng gasta milhões
26 Silvia
d sel'elllbro
' Fernanda
elrlanda da
"S~l
. cancela res res
- Com placebo", Folha de
'x. .\.Hw/"
c ESC()SSJA,
cIa. "Scherillg
S.I'tw!",
de 1999.
"J VII
\ I' " 26_. dee s<::l'elllhro
de
)999
"
Jenllg cancela restes Com placeb "
" d\\C,A, V'<::l'JlIl' "1\1,
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o , Fo/ha de
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, 'LI Oval vo}t
Ic' IJIIl".
,,) ,<I,.
VII..
i·\IinAGA,
Illcn,;a<l..
.. ti1 Merci1ntil, 3
I.
"'lllQ
dl' Jon
JnIJ,Vi(L'nl(',
' .VO!!'a
1 ao 1'0po
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I til
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.,
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- .. 'Oll' 1'1 ,,/,," (:
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il1 ,.. • ItI., t\/"I. ,,11111, I ,
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(-uco!
('tlco!
'571
do
televisao advertindo os consumidores. Contatou a Vigilancia
dn na televisão
Vigilância Sanita­
Sanitá3l
rin e determinou o0 recolhimento do lote. Não
Nao houve vítimas
vitimas da troca.
troca,3l
!'.i,l
pagina de um grande jornal do interior de São
Sao Paulo, a
Na primeira página
rnulher careca, afirmando que ficou assim logo depois de
foto de uma mulher
Seda, uma
urna de suas principais
usar um xampu da Gessy Lever (xampu Seda.
rea~ao imediata da
marcas e Ifder
líder do segmento), desencadeou uma reação
empresa.
Os gestores da Gessy Lever fizeram consultas a seu laboratorio,
laboratório,
medico
mandaram recolher produtos para analise,
análise, despacharam um médico
independente e um advogado para a cidade interiorana. Em algumas
cabe~a!
horas, respiraram aliviados: a mulher raspou a cabeça!
inquerito
Mesmo assim, a Gessy Lever teve que responder a um inquérito
estrategia de comunicação
comunica~ao para dirimir quaisquais­
policial e definir uma estratégia
duvidas. 32
quer dúvidas.
As empresas detem
detêm marcas que representam preciosos ativos intangi­
intangíveis e que consomem tempo e dinheiro para serem construídas.
construidas. Em de­
decorrencia,
corrência, muitas percebem que perder a credibilidade, deixando de ser
transparentes e de agir rapidamente, e
urn passo fatal para o0 negócio
neg6cio que
é um
operam.
0 da contaminação
contamina~ao de alimentos
Caso de repercussao
repercussão mundial foi o
ra~ao fornecida aos animais nas granjas e fazendas da Belgica.
pela ração
Bélgica. A
origem da contaminação
contamina~ao foi um óleo
oleo chamado ascarel e os donos da
ra~ao foram presos.
empresa acusada de ter adulterado a ração
0 fato.
fato, sumiram das prateprate­
Em junho de 1999, depois de difundido o
leiras dos supermercados os frangos e os ovos, a carne de boi e de
0 leite,
leite. a manteiga, os queijos e tudo o
0 que é
e feito com esses
porco, o
ingredientes. inclusive os chocolates. O
0 governo belga interditou a dis­
ingredientes,
dis-
(.·i/;,~,
1/.
I'IN(,k:R,
j:lI.;ql h'l !I I< , ".\
".\ 11/,
11.111 ;I"
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Exarne, 15 de
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I
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Etica
Ética Empresarial
58
8
. morais
,,
' . u'lis Pautas
PautaS de
de orientação
parâmetros P:lr.l
i' 11\,.ciencias
individuais.
orienta<5 ao ee pad-metros
\,:11":1
tribuigao desses alimentos por suspeita de contaminação
contaminagao por
par dioxinas,
tribuição
substancias altamente tóx;cas
t6x;cas que podem causar doenças
doengas que vão
vao
substâncias
cancer.
do diabetes ao câncer.
O que deflagrou grave escandalo
escândalo na Uniao
União Eurcpeia,
Eurcpéia, entretanto, foi
0 governo belga demorou dois meses para revelar que os produ­
que o
produ0 consumo. A negligência
negligencia provocou a
tos estavam impr6prios
impróprios para o
renuncia de dois ministros - o
0 da Agricultura e o
0 da Saúde
Saude - e levou
renúncia
exportag6es, causando um prejuízo
prejuizo avaliado em
à suspensao
suspensão das exportações,
bilhao. Mais ainda: deixou aberta a possibilidade de a BélgiBelgi­
US$1 ,545 bilhão.
ca ser levada a julgamento em uma corte internacional por expor a
populagao do continente europeu. 33
riscos a população
o
a
ultimo quartel do século
seculo XX, a qnestão
qnestao ética
etica tornoutornou­
Em resumo, no último
urn imperativo no universo das empresas privadas e, par
extensao, das
se um
por extensão,
organizas:oes publicas
organizações
públicas do Primeiro Mundo. Converteu-se ate
até em discipli­
disciplirazoes residem, no essenessen­
na obrigat6ria
obrigatória nos cursos de Administras:ao.
Administração. As razões
escandalos vieram a
desenvolvi­
cial, no fato de que escândalos
à tona em virtude do desenvolvimento de uma mídia
mfdia plural e dedicada àa investigação.
investiga<53.o. Atos considerados
imorais ou inidôneos
inidoneos pela
peJa coletividade
coJetividade deixaram de ser encobertos e to­
tolerados. A sociedade civil passou
passon a exercer pressões
pressoes eficazes sobre as
empresas. Isto e,
é, dada a sua vulnerabilidade, cada vez mais os clientes
procuram assegurar a qualidade dos produtos e dos serviços
servi<5os adquiridos.
POl' sua vez, concorrentes, fornecedores, investidores, autoridades gover­
Por
goverservis:os e empregados auscultam o
0 modus
namentais, prestadores de serviços
mantem relações,
relas:oes, visando policiar
operandi das empresas com as quais mantêm
fraudes e repudiar ações
irresponsáveis.
a<50es irrespons8.veis.
escandalos eclodem, estes geram altos cuscus­
Resultados? Quando os escândalos
tos; multas pesadas, quebra de rotinas, baixo moral dos empregados,
aumento da rotatividade, dificuldades para recrutar funcionários
funciowirios quali­
qualias e perda da confiança
confial1<5a publica
reputa<5ao das
ficados, frau
des intern
fraudes
internas
pública na reputação
empresas. 34
Dificilmente os dirigentes empresariais podem manter-se alheios a
esse movimento de mobiliza<5ao
mobilização dosstakeholders. Nem o0 posicionamento
à mercê das flutuações
inúmeras
mora! das empresas pode ficar amerce
moral
flutua<50es e das inumeras
33. Revi5ta Veja, 16 ue junho de 1999; 0O Estado de S.Paulo.
S,Paulo, 2 de Jl.dho
lulho ,k
lk '1l)')'J.
'I 'I')'}.
34. NASH, Laura L. op.cit., p. 4,
I
"1\sciênClas moraiS 111dlVld c - '
.
dl·spensáveis. Reponta 'IILID
I'illhlc;ao de conflitos
de illteresse
indispensaveis. RepontH l:,Il[;lU
t -esse tornam-se 111
' d'
fi
I , .\tlção de con ltoS
e III eI,
'
I'
chave para a própri~l suhr\'
111\1.1 conclusao: a moral organizacional virou chave para a pr6pri~1 soh, (.
11111.\ e'ondusão: a moral organlzaClona VIrou
~'l\r~llcia
'lI'lllCia
das empresas.
B 'i dado o porte de sua eeOll n
I\. materia
, , esra, ganhando
h do relevo no Brasil
raSl dado 0 porte de sua eeOll"
.
I\. mate na esta gan an
, .
f . fe'ta _ integrar o p;ll~ ('111
1\11.1 e em fun<5 da 0P<5ao estrategrca
estrategica que foi
- integrar
0 ,p:li~ ' ('III
01 feita
1
..'
ao d a opção
1\ lI.1 e em funçao
.
.
1 ções
proftsSlonals e C()1\
oes
'l'll mercado que se globaliza
exige re
rela<5
profissionais e COil ,
10bahza e que eXIge
a
Ipi! mercado que se g .
'
. , ' b s'lIeiro está sofrendo knt;l~ l.
lI.ill1ais.
est:1 sofrendo
. Em ddecorrencia,
~
a o0 imaginario
lmagmatlo brasileiro
ra
. lenta~,I "c
1I.ll11alS, Em ecorrenCI,
d
nda por rransparênCla e pn) II
\,,'rsistentes altera<5Oes
. Há
Ha crescente demanda
por rransparencia e pru\li
~
ema
I
'I'l'sistentes aIteraçoes.
bI'
o fornecimento de proc ntL)-'
1d:l,k, tanto no nato da
publica como nO fornecimento de proclllltJ~'
d coisa
'apúlcacomon
,
_ , mpresas convencionar e pJ'J\ I
i:ldc, tanto no trato a caIs,
,crvi<5os
ao mercado.
Caberia, entao, as eempresas convencionar e prJ! i
.
do Cabetla
"crVlçoS ao merca.
,
.
.monia com essas expeç\;\11
l "I" ;11gum c6digo
de
esteja em sintonia
com essas expect:\t1
, d'
d conduta
duta que estep
SI
'I
,Ir :llgum co 19O
e con .
b
'mplantar um conjunto l ('
d valeria
I -la a pena conce
er e implantar
1
\I.IS. Mas, sobretudo,
conceber
um conjunto, tk
I.IS. Mas, sobretu o, va eI
, s transgtessões
es às oJ'H"1l
conrrol
prevenir
as
transgtesso
as ori('1\
\\'ccanismos
de
que
pudesse
.
controlee
prevemr a
1III:Ca11lSmos
\II\::t)es adotadas,
adotadas.
'\Içôes
14
3
As teorias éticas
Com o olhar per,1
d'do, um sob
'
revlvente
"
do campo de extermínio disse:
Se Auschwitz existiu, Deus não pode existir.
As
J>
linhas de demal'cação
Uma mocinha de 15 anos procura o
'
,
um aborto, Exige no entanto
,~ pa~ e p~de-Ihe ajuda para fazer
.
,
, que a mae nao saIba Ab I d
gunta quem a engravidou Em
d
.
a a o, o paI per'
.
um rasgo e maturidad
' h
d IZ
que o menino tenl 16
e, a mocm a lhe
anos e portant
/ ,
Vall!os consultar a mãe sugere
}, "P
o, :"tao cnança quanto ela,
' o paI.
ara que per
" b
Ja sa emos a resposta I" S
d
_
'
gunta a garota, "se
. egun o a mae uma c ' l'
'
constitui um atentado contr
'd
"
ato Ica pratICante, o aborto
a a VI a, um cnme Im
d/I
A moral católica abriga-se sob
d
~e.r oave e pomo final.
as asas e uma etlca d d
, "f
CIa: aça o que está prescrl't " C
.
o ever e senteno. orno o paI é
/.
f
diálogo. Ele não Costuma repetir' "
d agnOstlco, a llha aposta no
possa sensibilizar-se com a situa' _re~~n;> o p~r /meus atos"? Quem sabe
implicações de uma gravl'de
çao e a. QUl.ça venha a considerar as
' ,
,
z prematura e a hlpot
seu futuro de adolescente? "N, e c a que recalra sobre
chance", suplica a filha.'
ao empate minha vida, pai; me dê uma
O pai, então, cai em si, Uma vez ue sua es
"
, _
da, para que consulta/-la;> D' t d q
.
posa J3 tem poslçao toma. lan e e convlcçl'
aborto como um pecado ab
. / 1 _
oes re IglOsas que tacham o
ommave nao resta
d
resposta será sempre um '
< margem
e manobra. A
nao sonoro Isso não
d
pensar e de agir do pai que
d ~
correspon e ao modo de
,
nunca elxou de a al'
.. ~ ,
que faz. Assim em face do d
v lar as consequencIas do
,
esamparo da filh
Algumas interrogações começam a assaltá-lo' "a, como nao ~e comover?
ter um bebê fruto da jmpr'ld~ .;> E'
,faz sentido mmh.1 menina
c '
,
'
~ enCla.
sensato cna
",'
_
rOI d~'S"J'l(j-[;> ()
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, r um,1 <.;1 1:111(.[
~1'lt 11)()
.. .... ..
qu r 'Ih'WI:1 '
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I
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I ,
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1\'. """""
I
.dwcidos do clube, os professores, as colegas da minha filha? O qw' <limo
;1 pessoas com as quais me relaciono? E aquelas com as quais trabalho?
l~,';o tudo não vai comprometer o destino dela? E se eu concordar com ()
,Ihorto, e alguém souber, o que vai acontecer?"
O pai reflete sobre as circunstâncias e mede os efeitos possíveis LI '
',tda uma das opções que se lhe apresentam. Sua avaliação é decisiva. A
ll'nsão, porém, o deixa exausto, em um processo de crescente angústi:l,
pois as conseqüências da decisão a ser tomada recairão sobre seus 0111I ros. Em contrapartida, como ficaria a mulher dele se soubesse do pedi
lo da filha? Certamente não ficaria desnorteada, graças à resposta pronu que tem. É provável que aceite com resignação a vinda daquela criatwa
:10 mundo e que não se atormente com os desdobramentos do faro. Por
que isso? Porque as implicações do cumprimento do dever não são de Sll;t
:llçada - simplesmente pertencem a Deus.
Em resumo, estamos diante de duas maneiras opostas de enfocar a '1"l';.
l:tO do aborto. Melhor dizendo: estamos diante de dois modos difnl·I\I~·I.
L ' tomar decisões, cada qual derivando de uma matriz ética distint;\.
Ora, como a ética teoriza sobre as condutas morais, vale iudag.11 ',I
existe uma única teoria ética? Absolutamente não. A despeito de m I, "
logos fazerem da unicidade da ética um postulado, ou apesar dt;: se', 11111
csafio recorrente para muitos filósofos, há pelo menos duas teoria,'i (111
'as, como ensina magistralmente Max Weber:
1. A ética da convicção, entendida como deontologia (tratadu dt I',
deveres);
2. A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo d()·,
fins humanos).l
Escreve Weber:
"... toda atividade orientada pela ética pode ser subordinar-se a dl/li,'
111,áximas totalmente diferentes e irredutivelmente opostas. Ela Im",·
orientar-se pela ética de! responsabilidade (verantwortungsetbisch) ()/I
pela ética da convicção (gesinnungsethisch). Isso não quer dizer J(/' ,/
ética da convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade' a (fica
da responsabilidade ti tW -{flláa de convicção. Não se trata (},/údl'/JI,'
mente disso. Todauia. f", 1111/./ '/11 J'i.. . L7n abissal entre a aI ilude r!t' 'lf{t'JIl
f
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li r 1!
I, \,I/',m/ ,'li..
J 1!l1I,',,,
I
I
\'1 I li' '1"",1·
,1'1.1111111.
q~".
1'1' I,,,, lI!.
IDO
Ética Empresarial
..
age segundo as máximas da ética da convicção _ em linguagem religiosa diremos: 'O cristão faz seu dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus' - e a atitude de quem age segundo a
ética da responsabilidade, que diz: 'Devemos responder pelas conseqüências previsíveis de nossos atos. "'2
De forma simplificada, a máxima da ética da convicção diz: "cumpra
suas obrigações" ou "siga as prescrlções". Implicitamente, celebra variados maniqueísmos ou impecáveis dicotomias quando advoga: "tudo ou
nada; sim ou não; branco ou preto". Argumenta que não há meia gravidez nem virgindade relativa; descarta meios-tons e não tolera incertezas,
É uma teoria que se pauta por valores e normas previamente estabelecidos, cujo efeito primeiro consiste em moldar as ações que deverão ser
praricadas. Em um mundo assim regrado, deixam de existir dilemas ou
questionamentos, não restam dúvidas a dilacerar consciências e sobram
preceitos a serem implementados; tal qual a mãe católica que nega a
priori qualquer cogitação de aborto. Essa matriz, todavia, desdobra-se
em duas vertentes:
aplicar prescrições, llllllprir
nrdel1,~,
1
curvaI-se
. a certezas
_ , imbui r-sv
de rigor, roçar o absoluto;.
"
d ética da responsabilidade,
árdua VIa-crUClS a
2, Podem percorrer a
.. ~ 'as das decisões que tornam;
'd
~
s das consequenCl
I
assumm bo od onu t da étIca
, e envere d ar p elos desvios tortuosos
. l. ~l
,\. Podem a an onar o
al '
escolha não um dest1l1o.
"
'f
o bem ou o m e u m a ,
.
vIlama,
azer ompoem os co, d'Igos morais traduzem valorl.:s,
.
,pOIS
,
Os (1JSPOSlt1VOS que c
"
b
sendo aplicados pelos
.
as ou IdeaIS e aca am
. "
11IlllCíplOS, normas, crenç
.
ortanto como receItuanos,
,
~
oncretas FunCIOnam, p ,
'd
q'l'ntes a sltuaçoes c
.
. d . struções que são seguI' Os
. 'd'lOS d e p rescrições ou manuais e m
i liIlpen
I.L mais diversas ocorrenClas,
~
A'
1. A de princípio, que se atém rigorosamente às normas morais
' estabelecidas, em um deliberado desinteresse pelas circunstâncias,
e cuja máxima sentencia: "respeite as regras, haja o que houver";
2. A da esperança, que ancora em ideais, moldada por uma fé capaz
de mover montanhas, pois convicta de que todas as coisas podem
melhorar, e cuja máxima preconiza: "o sonho antes de tudo".
Essas vertentes correspondem a modulações de deveres, preceitos,
dogmas ou mandamentos introjetados pelos agentes ao longo dos anos.
Assim, como é possível instituir infinitas tábuas de valores, no cadinho da
ética da convicção forma-se um sem-número de morais do dever. Ou,
dito de Outra forma, o modo de decidir e de agir que a ética da convicção
prescreve comporta e conforma muitas morais. Isso significa que, embora as obrigações se imponham aos agentes, estes não perdem seu livre
arbítrio nem deixam de dispor de variadas opções: em tese, podem até
deixar de orientar-se pelos imperativos morais que sempre os orientaram
e preferir Outros caminhos.
1. Podem adotar outros valores ou princípios, sem deixar de obedecer à mesma mecânica da teoria da convicção e que consiste em
2. WEBER, Max. Idem, p, 172.
1,
I~, 'VI'.1. \1./
ti ".
DIIII",(I/-
II
,li-
'10"<'1111",,01. I 'I f I" OI' I III ,li
. •
., ,I.
I t.\ I 'I~ 1
,,,,111./ ,'./·,IUI",
I
,
."
I I' li . , "')", I, 11,1\", I" 1\ II'!',"'"
(1
'.. 111",,1
I
A máxima da ética da ,es/Jonsabi/,dade, por sna vez, apregoa que "
mos responsáveis por aquilo que fazemos. Em vez de aplicar ordenament"
previamente estabelecidos, os agentes realizam uma análise situacional:
avaliams os efeitos previsíveis qUe uma ação produz; planejam obter re.
sultado positivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao
preconizar que "dos males, o menor" ou ao visar "fazer mais bem ao
maior número passível de pessoas". A tomada de decisão deixa de ser
dedutiva,
como
ocorre na teoria da convicção, para ser indutiva. E por
quê? Porque
a decisão:
1. so
deriva
de uma
reflexão sobre as implicações qUe cada possível Curo
de ação
apresenta;
2. obriga'se ao conhecimento das CIrCunstâncias vigentes;
3. configura uma análise de riscos;
4, supõe uma análise de CUstos e benefícios;
5. funda·se sempre na preSunção de que serão alcançados Conseqüên.
cias ou fins muito valiosos, porque altruístas imparciais.
Isso corresponde de alguma fnrma à expressão norte.americana "mom! haza'd", qUase intraduzível, e utilizada quando uma decisãn de SOcorro financeito é tomada par razões de ordem POlítica. Por exemplo, diante de uma crise de desconfiança ou de ataqnes espeCUlativos Cama os que
ocorreram, em 1998, na Rússia e no Brasil, o mundo não podia deixar
que esses Países quebrassem sob pena de provocar Um sério abalo no
sistema financeiro internacional. Diante disso, organismos mundiais, en.
tre os quais o Fundo Monetário Imernaciona!, viabilizaram operações de
socorro. Vale dizer, embora o custo do resgate fosse grande, a omissão
diante da situação seria ainda pior- para todos os agentes da eConomia
mundia1.~
/, '11 '" ais
'
,
(J
"Dois aviões chegaram, As luzes então foram
d OIS minuto .
Id a.
rdem dele,
It dos com a crue
'I "I ".los por o
. e os pilotos licaram revo a
ceano; por
I HlfJulação do navIo
I deixou um avião perdido no o
I ) ~nmandante, Afina,
,
?
,
I
. . s erou mais alguns minutos
escolher entre arnscar a
dante loi o de ter que
.
t s da aerona.
I1 clilema do coman
s ou tentar salvar os tnpulan e
o porta-
I1I ". 'o e p
'Ihares de homen
I I, I lo. ml
I
.
nsequênclas se
esmo: quais seriam as co,.
I ,rguntou a SI m
U
ossível mortlclnlO,
II I ;" fosse descob~r~o? 5 m p
li ri ficar os retardatarJos,
F' quando decidiu
OI
.
uma empresa. Diante da
'
de ser reprodUZIda em
, . , o da forte remesma sltuaçao po 't, s um dos cenários posslveIs e O que fazer?
da das receI a )
de pessoa.
l to e agravar a
'P" ,Ia ,ceotua
O conseqüente corte
·1" ." das
cr:;resentado pela folha de
e devolver
"lllt"a Io lspen d' oncordata), ou dImInUir o
tormenta? Vale
t' pe lr c , 'o para tentar f'Icar a'tona na
I II l' (la vez a e
assegurar
VI go necessan <
.
1
ara tentar <
' "'presa o o e rificar alguos tflPU antes p ) E
que mais inte_
, no navIO. , o
.
'
be ou nao sac
I11hn~Vlda
"r, ea ao re sto da
e aoempresa
prop que feche as portas ou uma
. tripu!açao
. 1. uma
sacra .
I '''L' d o P onto de Vista
')
IlIpresa que ger e nquezas.
ts~e~to
~::::~:Iso
~cossada U::~~~d:~;r;:~~~~:'~entos, se~;:~:e:~~~:~:
8$250 milhões, a Arisc~ ,
IVme~deu fábricas'velhas
e terrenOsp'aD~ciPação na Fritex,
m esta sua
,
por
uma ?as mais
fOI ao spa,
Em 1944, vOltando de uma missao, aviões da Royal Alt Fotce esta.
vam sendo perseguidos por uma esqUadrilha da lu/twalfe. Naquela
noite Iria, a tripUlação do porta·aviões britânico aguardava ansiosa. O
comandante do navio anunciara que dali a dez minutos apagaria as
luzes de bordo, inclusive as da pista de pouso. A maioria dos aviões
pausou a tempo. Mas restaram três retardatários. O Comandante Con.
I
-----'
I
r~
.
. (dona da Viscontl) a, co
.' f 'das SBP mantido com
com a VlsaglS
do de dlSlribuição doSlnse ICf
5.800.
Interrompeu um acor , ero de funcionários de 8.200 pa. em vendas
a
Cloro~.
RedUZI~eO~~:nçar seuarando
primeiro bilhaol~;r ~e~'~ovo sócio e
As vesperas
para aco
licar
' a Arisco estava, seo prep
anuaiS,
teve que aI'IVI'ar o excesso de carga e
virtual controlador, por ISS
enxuta,6
4. ro'.101.de 2000.
DO PRADO, M'd, Cf,,·,. "R,,,I;.. ido"" '",,,,, """d'", C,,", M~'~'iI. , d, "'me;.
111 o', ,I,
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I'' ' 'I ' ,k"'lInro
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r,' ,i~t,
Ililll'\
1/2
I
'LtiC(J Empresarial
(
Em fevereiro de 2000, a empresa foi comprada pelo grupo norteamericano Bestfoods, um dos maiores do mundo no setor de alimentos, por US$490 milhões, A 8eslfoods também assumiu o passivo de
US$262 milhões.
,lhOl'to da filha
11111<\ atitude.
I'
para depOiS,
, e s omente então, tornar
, , lesa teve que se haver com o caso
Em agosto de 2000, a JustIça Ing b 'a' só uma delas tinha cora-'
I' adas pela arng ,
I _
lIe duas irmas
o com desenvolvimento normal. A so u
('50 e pulmões, alem d,o cere~r,
d sacrificar a mais fraca para salvar
('30 proposta pelos medlcos OI a e
sla~esas 19
a4 outra,
.
vindos da ilha de Malta em b usc a de
Os pais, católicos pratlcant~s,
opuseram à cirurgia, alegan"d'
mais sofisticados, se
recursos me ICOS
. .
t o das meninas.
do que Deus deveria deCidir odes In nossas crianças deva morrer
de
I's em comunicado es"Não podemos aceitar que uma
'vaU disseram os pa
,
para permitir que a outra VI ~a das meninas deveria receber cUldacrito. 'Acreditamos que nenhu
mos deixar que ele deCida o
e quere
' . Temo s fé em Deus f'lh
s"
dos espeCiaiS,
nossas I a .
, d'
ue deve acontecer cor:n,
ermissão para que os me .1_
q Um tribunal de primeira Instanch,a deeu
e a Corte de Apelaçao
inas Mas ouv
d 9
cos operassem as men
,
as deveriam ser separa as,
decidiu, em setembro, que as geme
A respeito dessa temática, Antonio Ennírio de Moraes _ espécie de
mito do capitalismo brasileiro e dono do império Votorantim _ se
posicionou COm lucidez:
'<Tínhamos no passado cerca de 50 mil homens. Hoje temos a metade
disso. Fazer esses cortes não foi uma questão de gandncta, de quem
ganhar dinheiro. Foi uma questão de sobreviVência. É lamentável ter
de fazer isso. Uma das coisas mais tristes que pode acontecer a um
chefe de família é chegar em casa e dizer à mulher <tenho 40 anos e
perdi o emprego'. No Brasil, Um homem de 40 anos é um homem
velho. Temos consciência de tudo isso e fizemos essas mudanças com
muito sofrimento. O fato é que tínhamos de faZê-las e as fizemos."8
É assim que procede aquele pai que sopesa COm muito cuidado qual
das duas opções será assimilada pela coletividade à qual pertence _ apoiar
'f'í
r"",
~. lo~, -
ti' OS
---~==~~
Ao transferir o Controle para uma companhia mundial, a família
Oueiroz explicou que a 8esttoods POderia dar sustentação aos planos
de expansão da Arisco, além de guardar simetria e coincidência de
métodos
goiano,7 em relação à estratégia empresarial adotada pelo grupo
A ética da responsabilidade não Converte princípios ou ideais em peltlcas do COtidiano, tal COmo o faz a ética da convicção, nem aplica normas ou crenças previamente estipuladas, independentemente dos impactos que pOSsam Ocasionar. Como procede então? Analisa as situações Concretas e antecipa as repercussões que uma decisão pode provocar. Dentre
as opções que se apresentam, aquela que presumivelmente traz benefícios maiores à coletividade acaba adotada, ou seja, ganha legitimidade a
ação que produz um bem maior ou evita um mal maior,
ali
rr IIIlíl'
A'
r~curso
A
, • e os
' d pela teoria da convlcçao,
Foi um embate entre os pa~s, insPILra ~s
orientados pela teoria da
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on res,se transforman do u
m ' ).
médicos do St.
ary ' s Hospital de acabou
em
responsa b 1'l'Id a de . Esse desencontro
'1 '
Ih
. d'cial
u tlmos.
bata a JU
I
"vencida
' "pelos da
convicção, duas vertentes expressam
De modo SImilar a etlCa
:1
ética da responsabilidade:
_
oduzam o máximo de bem ~a~':l ()
1 a utilitarista exige que as açoes pr mbl' nar a mais intensa felicllh.
.
,
e possam co
, ,
maior número, istO e, qu
.d d ou da eficácia) com a 111aIOI
de possível (critério da qua!l, ~ e
tidade ou da eqüidade);
1 .onal (cnteno d a quan
"
abrangência popu aCI
"
o maior bem para mais gente ;
sua máxima recomenda: faça
de FILHO,
2000. Lauro, "Bestfoods decide Illanrer a mareei Ari" ,,", l :,i ','(./ M,'/rll'llil, 9 de feve7. reiro
VEIGA
S, VASSALLO, Cláudia, "Profi":l":
olilrJi~n'"", rn-i';r~
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III
, 11
fT
b nprcsorial
• rr
2. a da finalidade determina que a bondade dos fins justifica as ações
empreendidas, desde que coincida com o interesse coletivo, e supõe que todas as medidas necessárias sejam tomadas; sua máxima
ordena: "alcance objetivos altruístas, Custe o que CUstar".
Ambas as vertentes exprimem, de forma difetenciada, as expectativas
que as coletividades nutrem. Partem do pressuposto de que os eventos
desejados só ocorrerão se dadas decisões forem tomadas e se determinadas ações forem empreendidas. Assim, de maneira simétrica à outra ética,
sob o guarda-chuva da ética da responsabílidade, podem aninhar-se inúmeras morais históricas. Afinal, quantos bons propósitos podem interessar à coletividade? Ou melhor: muitas morais podem obedecer à lógica
da reflexão e da delibetação e, portanto, podem justificar e aSSumir o
ônus dos efeitos produzidos pelas decisões tomadas.
rIu
'(1
as
115
, ., . " .
sim ti os diferentes de referênc~as
As duas teonas ('ucas ellfocam, ,a~
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f'guram de forma ln. r 145 Proposltos - e con 1
,
'111'll'.lis - prescnçoes ve 5 d 'd', E q anto os agentes que obedecem
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odos de ecl 11. n u .
IHllun lve, OIS m
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l' am-se por uma analise e 11S,
1 ,. d 'esponsa lia e gu
' I ícnram pe a etlca a I
.
d suas inJ'unções moraIS com
1 elebram o nto
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_
\1i. Enquanto aque es c .
f 'tos presumíveis que suas açoes
'
t exammam os e el
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IllillUdente ngor, es es
ue lhes aponta os maiores bene lC10S
I lO
rovocar e adotam o curso q
>
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,',',letfvo5 possíveis em relação aos custos provavels.
• I
Figura 16
O contraponto fica claro, embora ambas as teorias encontrem no altruísmo imparcial um denominador comum:
Móximas éticas
1. as ações cometidas pelos praticantes da ética da convicção decor-
rem imediatamente da aplicação de prescrições anteriormente definidas (prindpios ou ideais);
E
('A D. CO, 'lCt,:.\(
2. as ações cometidas pelos praticantes da ética da responsabilidade
decorrem da expectativa de alcançar fins almejados (finalidade) ou
conseqüências presumidas (utilitarismo).
Figura 15
As duas teorias éticas
ÉTICA. DA COI 'VIC ÃO
p;rrCA JJ..\
RESPON SABTLIT),'\DF
.
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No renomado Hospital das Chn
, lares e de convênio enfrentam
ou "dupla entrada": os pacientes partltc U do Sistema Único de Saúde
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s do que os paclen es
filas bem menore
,.
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(SUS) público e gratuito. Na radiologiaf' p
exa~e de raios X en.. - tro meses para azer um
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11
1
Ética Empresana{
Ao, r (Idos é cicas
o Superintendente do hospital admite qUe haja fila dupla e discrepância nos prazos de atendimento, mas garante qUe os pacientes do
SUS teriam um ganho ínfimo na redução do tempo de espera se houvesse a fila única. Em contrapartida, o hospital não terja como atrair
pacientes particulares - são 4,8% do total dos pacientes qUe respondem por 30% do faturamento -, o que prejudicaria a qualidade do
atendimento. Contra essa política erguem-se VOzes que qualificam a
fila dupla como ilegal, uma vez que a Constituição estabelece a universalidade, integralidade e equidade do atendimento do SUS,1D
Confrontam-se, aqui, as duas éticas, ambas COm posturas altruístas. Hospitais universitários dizem necessitar de mais recursos, par
I
isso, passaram a reservar parte do atendimento a pacientes particulares e conveniados. O modelo de "dupla porta" começou na década de
1970, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, mas os críticos
dessa política consideram inconcebível que se atendam pessoas de
forma diferente em um mesmo local público, assumindo claramente a
discriminação entre os qUe podem pagar e os qUe não podem
O juiz paulista que julgou a ação civil impetrada pejo Ministério Púbrico assim se manifestou: "a diferenciação de atendimento entre os
que pagam e os que não pagam pelo serviço constituí condição indispensável de subsistência do atendimento pago, que não fere o princípiO constitucional da isonomia porque o critério de discriminação está
plenamente justificado". 11
o famoso romance A Escolha de Sofia, de Wílliam Styron, conta-nos
que, na triagem dos que iriam para a câmara de gás do campo de concentração de Auschwitz, Sofia recebeu Uma propOsta de um oficial alemão,
que se encantou com sua beleza. Depois de perguntar-lhe se era comunista
ou judia, e obtendo dela duas negativas, disse-lhe, sem pestanejar, que era
muito bonita e que ele estava a fim de dormir com ela. A proposta, que
pretendia ser misericordiosa, foi atordoanre, se SofIa quisesse salvar a vida
de uma criança, tinha de deixar um dos dois filhos na fila! Dilaccrada dianlO. 29
MATEOS,
Si"""
Ri,hl". '''Fij, d"pl,' ,"mi""."O HC d,
de janeiro
de 2000,
"o ,,,lo", O ",,,do "" S.P,",O,
~
, I. LAMBERT, Priscila e BIANCARELLI, Aureliano, "Justiça aprova prjyjlégio a pal r"JJI<' I':JJ'I"ILII2000.
lar do HC" e "Jatene defende atendimento diferenciado", Folha d,' S,I\""", I ,1,. I,,', I "'i", d"
117
.
' f mou repetidas
vezes q ue não podia
, le tão hediondo dilema, Sofia a I!f' , 1 exasperado, mandou que guar". ~·()lher.
,
, os. Foi quando, em um sufoAté o momento e.m que o o IClabra
cnança:~~s
p~u
a~. ~:
s:u;oi
p ada com seu fil bo J
' " Sofia apontou Eva de OIto . -o na sua vertente de prmClplO, .0
'
"d
ética da convlcça
" segumtes termos.. "ou os tres se
I ivesse exercI o a
f ' f 'ta nos
f
nas nao sao
',cusaria a o erta qu e lhe
_" 01E elar quê? Porque v I'das h uma.
ue
~'dvam ou morrem os tres. ,~
re o? Duas valendo maiS do ~
,
"' el's . Há como lhes defImr
p ç Iaça-o alguma a esse respeito.
_
I um
ra especu
IlcgoClav
lima? A ética da convicção na~ tode Sofia foi imoral. Outros a "vêem como
Para muitos leitores, a opçao, e ão extrema, Sofia não tmh~ condlaI J
"á que refém de uma sltuaç
hamos: Sofia fez, Sim, uma
''''lOr ,
,
Ih V. mos e conven
. d
la
f.lho e também a dela, alO a que e
'ões de fazer uma esco .a. da
\escolha - a de sa1var a Vida e umtroca
I
entregou a fI"Ih a.
fosse servir de escrava sexual. Em cada nunca deixou de ser uma e;coCabe lembrar que a m?rte provo
os de concentração que pre enlha haja vista os prisioneiros. dos c:;l~es era reservada. Sofia adotou a
da finalidade: refletiu que, em
' o suicídio à morte planejada q
l';1m
"d
a vertente
d ". 1
ética da responsabllrda e em;u.
1 SÓ' fez um cálculo, quan o
vez de perder dois filhos, 'per ena ~n de uma só, justificava a esc~ a,
que a salvação de duas VIdas, em tlaO~~itar um mal maior. Ade,malS, lm~P
ensou cometer um mal menor par 'lhares de irmãos de infortumo segUl1
tros tantos ml
d
.
rováve que ou
f
apresenta a.
gmou p
. ho se a alternativa lhes asse
d S f a" (dilemas entre
riam seu camm
.d I a s "escolhas e o I
,
De fato, no mund~ OCI_ enta ,
as em que as opções implIcam gr~ações indesejáveis ou sltuaço~~ ~xtr::aiores) encontram respaldo cole~l­
ves concessões em troca de o Je ~vo Em um navio que afunda e que nao
•L" anancassem as d uas
~_
alUll~"'
sus~~:~de
vo a despeito do horror que
suficiente, o que se costuma
"
botes
salva-vidas
em
qu.
'lantes , ou salvam-se quan
pOSSUI
",
to dos os passageiros e tnpu
zer? Sacnflcam-se
;~;
b
couberem nos ates.
,
morsa corroeu a o la
I S f do romance.
Consumado o fato, porem, o ~e afora e acabou matando-s~.com
Ela carregou sua angústl~ pela v~~~o no recôndito de sua CODSClenCla,
.
d otássio. Ao fIm e ao
:
Clanureto e p .d
' tica da convicçao.
Castro:
talvez tenh;l~enCl o a e
Escr,,',' l .1""JIO d e Moura
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118
Ética Empresarial
{\', ( 'R/' J
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hospitais. " 12
sao gera as pelos tratamentos e
Uma "escolha de Sofia", ocorrida em meados
.
de 1999, recebeu grande atenção por parte da 'd'
Ih er de 42 anos de idad ml la norte-amencan,a, "Ti.
rala-se de uma mu,
e que ganhou o direito d t
a mantinham viva desligado A
' _
e er os aparelhos que
s, condlçao par t I f '
com a Justiça do Estado da FI' 'd
a a OI a de colaborar
, .
on a, nos Estados U 'd
nl os, para acusar
a propna mãe de homicídio,
Georgette Smith aceitou o acordo
' ,
Com a justificativa de que não
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que "consistiu em testemunhar,
po la maIs Viver ass' "A d
e um olho, atirou contra a filha d '
Im, mae, cega
em uma casa de idosos Af"e t
epoJS de saber que seria internada
'-' r ou o pescoÇo d G
b ala que rompeu sua e . 'h
e eorgette Com uma
spln a dorsal E
cOnseguisse falar com esforço
f1h' moora est~vesse consciente e
movimentos do corpo e vinh ,a I a havia perdido qUase todos os
Após o depoimento a promotaorSeesnd?bajIlmentada por meio de tubos,
, ,
pu ICOS o J'u' d t
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medlcos retirassem o resp'rado rt'f' ,
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.
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e ganhar o direito de "
nsclente apelar para a
processado (a mãe) por m t nao mais Viver artificialmente, e alguém
or e provocada p d ' va com a vida em jogo (a filha), 13
or eClsao de quem estaI
,
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Quem deve decidir sobre a 'd
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va, Como dIZem muitos adeptos d ,. d
. eus, e 1Ürma exclusia etlCa a co ' morte, em certos casos, seria o menor do
nVIcçao, ou,. a opção pela
tamos adeptos da ética da respon b'l'd s males, como afltmam Outros
cidlO assistido, a eutanásia vaI s,a .1 1 a~e? Isso poderia justificar o suiuntana e a Invol
,.
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a morte a partir do necessário t t
~ntafla e até a aceleração
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Quem tem medo da avaliação ,"
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119
Um projeto de lei proposto em 1999 pelo governo da Holanda desencadeou uma polêmica acirrada nos meios médicos do país, baralhando ética da responsabilidade e ética da convicção,
O projeto visou a descriminar a prática da eutanásia, tanto para pessoas adultas como para crianças com mais de 12 anos, Previa autorizar essas crianças, portadoras de doenças incuráveis, a solicitar uma
morte assistida por médicos, com a concordância de seus pais. Mas
um artigo estipulava que os médicos poderiam passar por cima do
veto dos pais se achassem necessário, tendo em vista o estado e o
sofrimento dos pacientes,
A Associação Médica Real dos Países Baixos declarou que "se os
pais não podem cooperar, é dever do médico respeitar a vontade de
seus pacientes", Partidos de oposição, diversas associações familiares e os movimentos de combate ao aborto denunciaram o projeto,15
Uma situação-limite foi vivida por Herbert de Souza, hemofílico ('
contaminado pelo vírus da Aids em uma transfusão de sangue. Em 1990,
diante de uma grave crise de sobrevivência da organização não gover
namental que dirigia - a Associação Brasileira Interdisciplinar da A id~;
(Abia) - , Herbert de Souza (Betinho) fez apelo a um amigo que "r.I
membro da entidade. Desse apelo resultou uma contribuição de US$4()
mil feita por um bicheiro. Para Betinho, tratava-se de enfrentar uma epidemia que atingia o Brasil; um flagelo que matava seus amigos, seus ir
mãos e tantos outros que não tinham condição de saber do que morrialll.
Considerou legítimo o meio, avaliando a situação como de extrema m'
cessidade. Escreveu:
'1\ ética não é uma etiqueta que a gente põe e tim, é uma luz quI' I
gente projeta para segui-la com os nossos pés, do modo que pudermos,
com acertos e erros, sempre e sem hipocrisia. "1(,
Em seu apoio, acorreram muitos intelectuais, um dos quais recolIllL'
ceu que ;lS vidas que foram salvas mereciam o pequeno sacrifício J:l rnH
I~,
N""I, 1\ ,'" ,
i1jl)'1
I I, ",1)1 l.',' I r. ,I,
I
,I
o
Ética Empresarial
A'i
I':d, pois, aceitando o dinheiro sujo dos contraventores, Betinho cometeu
~lto I1noral do ponto de vista da moral oficial brasileira. Em COntrap:-Irllela, alcançou resultados necessários e altruístas (ética da responsabilidade, vertente da finalidade), A responsabilidade de Betinho consistiu
(,lll deCidIr o que fazer diante de um quadro em que vidas se encontravam
'Il,t regues ao descaso e ao mais cruel abandono. 17
11111
NO. fim da Segunda Guerra Mundial, um oficial alemão foi morto por
'll/Ilrnlh Iros Italianos na Itália Setentrional. O comandante das tropas
'1111 111\ U a seus soldados que prendessem vinte civis em uma aldeia
vi /lIla. razidos à sua presença, mandou executá-los.
do fuzilamento, um dos soldados - piedoso e comprometiI) '( rn os _valores cristãos - assinalou ao comandante que havia
11) rroporçao entre um único oficial morto e vinte civis. O comandante
/lltletiu e disse, então, ao soldado: "está bem, escolha um deles e fuziI ,~O! ",' Por razões de Co~sciência, o soldado não ousou escolher. Logo
(.1 POIS, aqueles vinte CIVIS foram fuzilados.
Á, li
J '
!t'O//{J
éticas
'11
Durante a Primeira Guerra Mundial, um soldado alemão desgarrouse de sua patrulha e caiu em uma vala cheia de gás letal. Ao aspirar o
gás, começou a soltar baba branca.
Em pânico, seus camaradas o viam sofrer. Um deles então gritou:
"atire nele!". Ninguém se atreveu. O oficial apontou a pistola, embora
não conseguisse puxar o gatilho. Logo desistiu. Deu então ordem ao
sargento para matar o infeliz, Este, aturdido, hesitou. Mas finalmente
atirou ...
Decisão dramática, a exemplo dos animais que, irrecuperavelmente
feridos, são sacrificados pelos próprios donos, Com qual fundamento? O
de dar cabo a um sofrimento insano e inútil. A intervenção se impõe,
ainda que à custa da dor da perda que terá de ser suportada. Dos males o
menor, sem dúvida, na clara acepção da vertente da finalidade (teoria da
responsabilidade).
Ma~s de cinqüenta anos mais tarde, este homem ainda sofria com a
d Clsao que tomou e que o eximia de qualquer culpa. Mas se tivesse
tido a coragem de escolher (e tivesse assumido o terrível fardo da
morte do infeliz que teria escolhido), dezenove inocentes não teriam
perdido a vida .. .1B
o ~oldado alemão obedeceu à teoria ética da convicção, que confere,
~('rn duv~d~, certo conforto quanto às conseqüências dos atos praticados
,~ob_~ma eglde, Ne~te caso, porém,. quanto constrangimento ao saber que
I.lJJtos morreram lnutrlmente1 POIS, para muitos dentre nós a ética d
J'('sponsabili.dade se impunha: mais vaUa matar um para sa1v~r os outro:
d '7.(;'nove, amda que o soldado tivesse de carregar a pecha...
As tomadas de decisão
A ética da convicção move os agentes pelo senso do dever e exacerba
o cnmprimento das prescrições. Vejamos algnmas ilustrações:
• Como sou mãe, devo cuidar dos meus filhos e tenho de dedicar-me
à família.
• Como son católico, é forçoso obedecer aos dogmas da Igreja e à sua
hierarquia.
• Como sou brasileiro, sinto-me obrigado a amar a minha pátria e
defendê-la se esta for agredida.
• Como sou empregado, tenho de vestir a camisa da empresa.
• Como sou motorista, preciso cumprir as regras do trânsito,
• Como sou aluno, cumpre-me respeitar os meus mestres e seguir as
orientações de minha escola.
• Como tenho um compromisso marcado, não posso atrasar-me; e
assim por diante,
IlllpL'1 ,11 I \I li', li . t"(lllsciência guiam estritamente os comportamentos:
"fa~'(l ;t1,1',II 1'''''11 1' I IPi II1.ll1cLunento". Quais são as fontes desses impemli~!ll":' 1(, ,li"" ,1, 111";'jl',r~\(bst'scFit1lr;'\s, 'l1sil!anH':l\losdt:r,li,jo(I'"
til ,1"
111
II1I1 I" 1111l'n, rI:l, qllclrlill(''Il' fl 111 ({. o ql! .
I
'"
Ih
17.7. I
f ",,"(/',
l'tÍcas
tOca >mpresarial
ntido eu ser patriota, principalrm:lllv ~(.
. '
• Como sou brasJ1euo, faz se, "
's e servir de elo com Olt'l\~;
minha conduta puder contnbUlf para o péU
Figura 17
conterrâneos.
'i'd
.t r as orientações do clero plll
• Como sou cato'1'lCO, é va t o respel a
d
lvar a minha a I,ma l' .1
que isso promove a glória de Deus e po e sa
A tomada de decisão: ética da convição
dos demais fiéis.
"i ~ d uidar dos meus famili.1
• Como sou mãe, é intelige~te e U::a:::ee:~rna feliz.
res porque isso lhes traz em-e
AÇÕES
Figura 18
A tomada de decisão: ética da responsabilidade
não é apropriado fazer, credos organizacionais, conselhos da família ou
dos professores. Isso tudo sem que grandes explicações sejam exigidas,
pois vale o pressuposto de que uma autoridade superior avalizou tais
preceitos.
Ora, para estabelecer uma comparação pontual, o que diria quem se
oriellta pela ética da responsabilidade?
• Como tenho um compromisso marcado, vale a pena não me atrasar, caso contrário, comprometerei a atividade que me confiaram,
posso prejudicar a firma que me emprega e isso pode afetar minha
carreIra.
• Como sou aluno, é sensato não perturbar as aulas, concentrar-me
nos estudos e respeitar as regras vigentes, caso contrário, isso atrapalhará os outros e, por extensão, me criará problemas.
• Como sou motorista, é de interesse - meu e dos demais - que
existam regras de trânsito e que estas sejam obedecidas para que
possa circular em paz, evitar acidentes e não correr riscos de vida.
• Como sou empregado, é importante me empenhar com seriedade
para não atrapalhar o serviço dos outros, comprometer os resultados a serem alcançados e pôr em risco minha promoção, 011 j1mvocar sem pensar minha própria demissão.
.. ~'
ld
e conduzem a lotH:1
sequenClaS mo am
ObJ'etivos ou ana [ses e con,
.
b "ou "como SOll fL'S
ISSO semeIa o em
,
,
les maiores". Em vez til" :\:',1 1
da de decisão: "faço algo, porque
'd
s atoS eVIto ma
I
onsável pelos efeltOS e meu
,
.
ente-se obrigado ou tt:1l1 l ('
P
nte deve precIsa, s
,'
'
'til sensato, válido, bendll"',
simplesmente porque o age.
. a 1 acha Importante, u ,
"
f
for necessáno. ASSIOl. 11.11'
fazer alguma COlS , e e
. t ligente azer o que
, '
,
d
vantajoso adequa o e 111 e
.
toS dos agentes SOC\;II , I\\d',
,
.
lsionam os mOVlmen
são obrigações que ImpU
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' mais esquecer qlle, 11:lll 1111
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preVIS[VelS, sem Ja <
.
I'
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sultados
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. hes de prole 'p,"" ,y 1/111.·
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po rta a tcori:l etlca, as
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tas (t 'ol'i:\ 1111 ('''IH)I1SJ.Ol [ a e
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vil" -.\11).
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a
l1/)r
(II'itl!
100 rng por quilo Je sal. Ela visa a impedir doenças como o bócio
Na leitura de Weber, a ética da res
',
" ponsablhdade expressa, de forma
típica, a "vocação do homem pol"
ltlCO na medida
b
.'
em que ca e a alguém
se opor ao mal pela força se I _
H'
1ao qUlser ser resp
'1 1
a um preço a pagar para alcança b
f"
Ollsave pe o seu triunfo.
_ d r e n e 1ClOS coletivo E' i
t
raçoes e decisões tomadas' I d '
s. 1S a gumas ilusde delicadas polêmicas éticas~ uz a teona da responsabilidade, no bojo
• A colocação de (lúor na água ara r d .'
, .
mdignou aqueles que repudiav~m a ,e uz~ as canes da população
bito dos direitos individ'
mgerenCla do governo no âmualS, mas acabou adotad
I
mesmo que ninguém pude
a pe o governo
~ h
sse assegurar com abs I
'
nao averia erros de dosagem.
'
o uta certeza, que
• A vacinação em massa para pr~venjr d
.
,
glOsas (varíola poliomiel' t d'f '
?enças mfecclOsas ou conta'
1 e, 1 tena tetano coqu i h
tu b erculose , caxumba , ru b'eo 1a h epatlte
'. B f' b e uc e, sarampo '
bou sendo adotada a despeito de f "
,e re amarela etc.) acab .
,
ort1ss1mas reSIstências. Por exempIo em 1904
,
, a o ngatonedade d
.
"
Janeiro, deflagrou uma gra da_vaCIna ant1vanólica, no Rio de
n e reaçao popular
. d
to para um levante da Escol MT
' - servlU e pretexdente Rodrigues Alves e
a f ~ ltar que pretendia depor o presi1
hão contra a vacina empq~e °Rp~ontamente reprimido. A rebeo gou UI Barbosa que d'
"Nnome na categoria dos'
cnmes d o poder ()
' .1sse:
'
.ao~ tem
.
... a tlrama, a vlOlenc1a
(...) me envenenar com a i t d _
,
n ro uçao no meu
(
V1ruS (... ) condutor ( ) da
O
sangue ... ) de um
..
.. ,
morte.
Estado ( ) .
por o SUIcídIO aos inocentes". 19
... nao pode (...) 1m·
• A legalização do aborto defla~rou celeu
Unidos e em outros país
. d
mas sangrentas nos Estados
es e aJ.11 a constitui t
f' 'I
se travem debates agressivo
erreno ertl para que
s e ocorram confro t
em um vaivém infernal entre c 'b' _
~ n os ou atentados,
veis à liberdade de escolh
01 Iça0 e toleranC1a, facções favorád f
'
a e outras que se prod
a vIda, abortos clandestino
.
_
~mam
e ensoras
dciais;
s e autonzaçoes restntas a casos espe• A introdução dos anticoncepcionais ar
.
..
embora amplamente ace't
. d P ~ a o planejamento fa111.1ltar,
1 a, am a nao se \ .
I'
consensual.
lnlVerSa lZ0U nem é
,
• A adição de iodo 110 sal não vem sendo re
'
.
presas, embora seja hoje d t
.
_
speltada por mUltas eme enmnaçao legal, fixada entre 40 mg e
I 'i, SARNEY, José. "Deod'
010,
' .I epubhca
/ .
RUI.
e vacina" }Folha d,e ..
S n.ll1.0
I 12<.k
1)
J
("papo") e o hipotireoidismo, que causa fadiga crônica e deficiências no desenvolvimento neurol ó gico ;20
• A fertilização in vitro (os "bebês de proveta"), introduzida em 1978,
enfrentou discussóes acirradas sobre a inseminação artificial, acusada de ser um fator de desagregação da família e um fator de risco
na formação de uma sociedade de clones;
• O uso da el1ergia nuclear por fissão como fonte de produção de
eletricidade, depois de uma forte difusão inicial (desde 1956), acabou sendo contido após os acidentes conhecidos de Three Mile lsland
(Estados Unidos, 1979) e de Chemobyl (Ucrânia, 1986). Desde o
final dos anoS 1970, aliás, não há mais novas plantas nos Estados
Unidos e a Suécia decidiu desativar todas as suas usinas nucleares
até 2010. Muitos pianos e reatores nucleares no mundo todo foram caJ.1ce1ados, mas, mesmo assim, a polêmica persiste, de forma
• acirrada;
O uso dos cintos de segurança e dos air-bags transformou-se em
uma batalha nos Estados Unidos, nas décadas de 1970 e 1980, até
converter-se em exigência legal. O confronto se deu entre: a) os
defensores dos direitos individuais, que rechaçavam qualquer imposição e desfrutavam do apoio da indústria automobilística, preocupada com o aumento de seuS custOS; e b) o poder público, que
pretendia reduzir O número de feridos e de mortoS em acidentes
sofridos por motoristas e seus acompanhantes;
• O rodízio de carros, que restringiu a circulação para melhorar o
trânsito e reduzir a poluição nas cidades brasiteiras, depois de inúmeras resistências, acabou sendo respeitado não só por causa das
multas incidentes sobre quem o infringisse, mas por adesão às suas
vantagens coletivas, malgrado o sacrifício pessoal dos motoristas;
• A conclusão da hidrelétrica de Porto Primavera, no Estado de São
Paulo, em 1999, sofreu a oposição de várias organizaçóes não governamentais e de muitos promotores de Justiça, que alegavam que
"um desastre ambiental e social" se seguiria à formação completa
do 3 0 maior lago do Brasil, constituído por uma área de 220 mil
hectares. Em contrapartida, a posição governamental era a de que
'I),
SA \'0. S:'tll,lr.• "Milli,r6rio apreende marca, de s,,1 sem iodo", O E.i/lld(J de
V\'(lIbl'ol
110\1 IJil 1 t- II I\1
11)'Jll
,11' \' ')",
~.H1tIJ(), 6 de nO-
11~
I
t.Üc.u
mpresmia!
I 1
a usina destinava-se a abastecer de energia elétrica 6 milhões de
pessoas e que obras de compensação e de mitigação dos danos causados seriam realizadas;2J
g anismos modificados geneti 'I 1 :1:1.:
"
lí ,,:, Argumentaram que os ,or
. tema imunológico ou transmitir
•
I 'as danificar o S\S
Ilodem causar a ergl ',.
d
I ntas gerando superpragas e po,) , genes a outras especles e p a ,
.
• A utilização de pesticidas na agricultura, dos raios X para realizar
diagnósticos, dos conservantes nos alimentos, da biotecnologia, provocou e continua provocando emoções fortes;
• No passado, amputações cirúrgicas de membros gangrenados, de
eventuais extirpações de apêndices, amígdalas, cânceres de pele ou
outros órgãos atacados pelo câncer, eram motivos de francas oposiÇões, Isso, contudo, não impediu que as intervenções fossem feitas;
• As chamadas políticas públicas compensatórias, em que agentes
sociais tece bem tratamentos específicos (mulheres grávidas, idosos, crianças abandonadas ou de rua, portadores de deficiências
físicas, aidéticos, desempregados, inVálidos, dependentes de drogas, flagelados etc.), fazendo com que desiguais sejam tratados desigualmente, correspondem a orientações inspiradas pela ética da
responsabilidade,
d:sa~tres eCOIÓ9IC~: Convenção da Biodiversidade
dendo provocar
a
Até a 5 ConferenCia das parteds 1999 170 países não haviam che~
U 'das em fevereiro e
,
_
d
rJas Naçoes n l ,
t I internacional da produçao e o
[ I3.do a um acordo sobre o con ro e ,
23
de sementes alteradas geneticamente.
~omércio
"
da responsa b'11"dade
1 , realizam-se análjs's
"
Assim, ao adotar-se a etlca ~ '. sopesam-se as forças em Jogo,
.
as cucunstanClas,
. ~
.11: risco, mapelam-se
.
seqüências das deClsoes lIL1l'
"
e medem-se as con
~, ,
I el"seo"uem-se o b Jet1vos
,
. 1 a articulacao de apoIos
- o
-se de uma teona que envo ve
" 'rao tomadas, Trata
, '" O f 'tos deflagrados pelas .H.. IIL,
'
la eflcaCla. s e e1
.
I
)olíticos e que se gUla pe <
•
~
mal"s úteis do que pcngc ),';C t',
d
tas proJecoes e ser
<levem correspon er a ce. r
I f' 'os eventuais e COmpL'11~,1I
h d
erar os ma e ICI
P
VO le dizer, os gan os eve.m su ,
d" scutem os possíveis efeitos 1o111
"
10 amda h oJe se I
,
os nscos; por exemp ,
Ih
létricos' quantos S,lll,
s
erados
pelos
apare
os
e
,
L'erígenos dos campo g
_
'1" 1 ~
-en a nao UtllZa- os,
". .
UJl1tudo, os que se propo 1
'"
d _
sabilidade _ a utI1lt:ll'lSI;1
' '.
tes da etlca a lespon
Entre as propnas verten
. . , tações contraditórias, depen
heO"am a eXlst1r onen
"
' l'd d cdendo
a da fma
I a e , ec das
o
. 'd d
dos enfoques
coletlv1
a es afetadas. Veja-se o caso da qll I
. da pa. lha de cana-de-açúcar.
ma
J "
,
"
J
Permanecem ainda em aberto inúmeras questões éticas, como a pena
de morte, a união civil entre bOl1lossexuais (embora já admitida no final
do século XX pela Dinamarca, França, Inglaterra, Holanda, Hungria,
Noruega e SUécia),22 a clonagem humana, a manipulação genética de
embriões, a identificação de doenças tardias em crianças através do DNA,
os limites da engenbaria genética e mil Outras,
- - - - - --- --~---------,
I
Uma polêmica diz respeito ao plantio e à comercialização de sementes geneticamente modificadas para resistir a vírus, fungos, insetos e herbicidas - a exemplo da soja transgênica Essas práticas obtiveram o aval de agências reguladoras governamentais (entre as quais
as norte-amerjcanas) e o apoio de muitos cientistas, pois foram vistas
como alternativas para aumentar a prodUção mundial de alimentos e
para combater a fome,
.
d fendem o meio ambiente por quest~o
Ao lado de ecologistas que _e)
' t m ecologistas de orientaçao
,. (
'da convlcçao , eXls.e
de prinCipiO teoria
, adas deixa no ar um mar d
fumaça das quelm
, .
utilitarista para quem a
I - e agrl'de a camada de ozonlo.
'
. de da popu açao
fuligem que areta a sau
,
'mero e favorece ecollo~
"
d e bem
Não traz, poís, o maxlmo
, ao maior nu
Entretanto, ambíentalistas e outros tantos cientistas alertaram contra os riscos alimentares, agronômicos e ambientais, reagindo na Jus-
micamente apenas uma minOria,
d' m que a queimada afugent::J
a por sua vez, Ize
d
Os cortadores e can ,
_ 'fac,'lita o corte e permit ' un 1=\
h
I'mpa a plantacao,
cobras e aran as e I
do;.":, egura melhor remuneraçao, pr I
produção de 9 toneladas ao Id" ~
, " 6 ta/I 'Iaelas e 9 nll I ii ~
II
que, em .~,
I umcortadorprodlJ/llhl \[HIlI,!'
I"
21. TREVISAN, Cl<íudi<1. "É djfícil vender a Cesp agora, afirma Covas", Folha ,I" Ç,I:"II"I, K de
maio de 1999; O Estado de S"Pal~!o, 25 de julho de 1999,
22, SALGADO, Eduardo, "Gays no poder", revista VeJa, 17 de novemhro 01, I"''''
'
!.
I'
'11}I,"
I
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• 11/'/
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Iv,. rrlr" " I
ItliI'J
..
121)
128
Eti
.0
Empresarial
terço a menos. Alegam que a alternativa disponível implica o uso de
colheitadeiras mecânicas, o que reduziria a força de trabalho a um quarto da atual, gerando desemprego. Portanto: ao beneficíar uma ampla categoria profissional no campo, os fins são bons - vertente da finalidade.
Para os empresários, também adeptos dessa vertente, a queimada
aumenta a produtividade, gara'lte baixo custo de produção, torna desnecessários os investimentos para uma colheita mecanizada (as
colheitadeiras custam em média US$260 mil cada) e gera efeitos
multiplicadores sobre a economia.
Em outras palavras, uns olham para o todo, o genérico, outros para
o específico; uns pensam nas gerações vindouras e no futuro do planeta, outros pensam nos benefícios imediatos para coletividades mais
restritas.
Todavia, os imperativos da competitividade e as pressões políticas
por um meio ambiente sustentável acabaram fazendo com que, aos
poucos, as colheitadeiras fossem introduzidas, superando paulatinamente o probiema da queimada...
Nesse caso, o utilitarismo parte de pressupostos bem mais amplos e,
por via de conseqüência, mais altruístas. A quem deveríamos beneficiar:
às gerações futuras, lançando mão de técnicas de produção que não
dilapidem recursos naturais, ou a alguns agentes coletivos (interesses mais
imediatos) em detrimento do planeta? Assim, a dissonância não ocorre
apenas entre as duas teorias éticas, mas também entre as vertentes que as
ramificam, na medida em que põem em jogo a questão dos beneficiários
das decisões e ações - a quem devemos lealdade?
As duas matrizes éticas
No plano mais abstrato da teoria operam a ética da convicção e a
élica da responsabilidade. Descendo em direção ao real, para o plano
iJ isrórico das coletividades - nações, classes sociais, categorias sociais,
comunidades locais, organizações - , operam as morais; por exemplo,
110 :Hl1bito inclusivo da sociedade brasileira, a moral da in!' " 'ridade e a
1I101':1! do oportunismo; no âmbito inclusivo da sociedadl' :1I111'ril, na, :1 mor:ll rllriclll:l. rl1:t1gr~1do a importJncia que tem a 1l10l',d .I" ',(I, I ',',/l, j,,' 'UH;
d
itil'(llng', l'('OI1C'l1li :111volib
:d.
. ~,
ética do dever, do absoluto, porque seus
A ética da convlcçao e uma
s agentes em obrigações
, '
'd . convertem-se para o
.
1I,Il1ClPtoS e seus 1 eais
.
d"
's' não resultam de delibera.
ativos lllcon lClonal ,
.
Illlívocas ou em lmper , ~ i
lt dos presumidos, Seus preceItos
rOJeçao c e resu a
.'
'
I I'S nortea d as pe1a p
d'
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ieterminadas a pnon e acel,
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1\~rl1lam um Slstema co
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tl'ência concteta. MaIS alil a:
,
t de qua quer expe
\," indepen d entemen e . ~'
' e abstraem ou desconSideram
d eXlgenClaS moraiS qu
11 '\'inem um acervo e
.
d'
~ es de modo que somente
.
, . ' como os efeltoS aS aço ,
, ,
\1\to as ClrcunstanCidS
' - dos valores em prancas
,. , ,
morais ou a transposlçao
.
l' h d' .so'ria que separa os vlrtuOSOS
. ohedienCla as normas
~
d marcam a 111 a lVl
I ~itimam as açoes e e
~ bastam a si mesmas na plenitude de sua
,ios pecadores, Como condusao,
verdade.
..
. I
em nome do ideal anarquista,
"
f'
m1l1tante Imo a-se
Se necessano ar, o,
c, d d
nitária aqui e agora, porque a
,'
h
r a SOCle a e c o m u ,
. 'L.1Cnbca-se para cega
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fl'lhos (ética da convlCçao,
~
,
. e
t ega tota e seus
.
~ 'voluçao SOCial eXlg a en r
, .
omo os ambientahstas da
,
) OutroS atlvrstaS, c
t I que atua em quarenta
V"rtente da esperança.
,
- não governamen a1
;r'enpeace - orgalllzaçao
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erigem por causas a defesa
~ .
ilhóes de aSSOCia os - ,
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' d ça-o de alimentoS transgemcOS,
I l.l1ses e tem quatro
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combate
a
pro
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ih floresta amazo lllca , o
~ de espécies ameaçadas c e
.. a nuclear a proteçao
, ,
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te conhecidas diz resperto as
ões
mun
la
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,'t ção etC. \.Jma d as a .
.
d'
ça de baleias: em botes
, _
'
ue Vlsam a lmpe lt a ca
1l1lssoes de seu naV10 q
t 'e o arpão e as balelas, dependu'I'
se colocam en 1
infláveis, seus ml ltantes
1 não seJ'am puxados para bor.'
oados para que e es
>4 E
r.111l-se nos a11lmdlS arp
inbo dos caçadores.sdo ou mergulham no mar para bloquear o cam
G
•
neve Max Weber:
,
. - ão se sentirá 'responsável' senão
"O partidário da étIca da convlcçaho n da pura doutrina a fim de que
'd d d velar sobre a c ama
.
pela necesst a e e
I obre a cha11'za que aJ'uma o
. a
lar por exemp o, s
ela não se extmg ; ve . . '
, 1S
s só podem e devem ter um
'ustlça socIa., eus at o
. .
protesto contra a 111J
.
.
d d P to de vista do obJettvo
os
o on
e
consIdera
valor exemp Iar, mas qu , .
'
' , podem ter um único fim: reat aI são totalmente IrraclOnatS, so
. _ "'5
even u ,
d
convrcçao. ni111,ar perpetuamente a chama e sua
) I VII 1.\-'.1 A, lZiol'do, "1\ ",1\<\' d~11
, '. \'(/~I'.P {, tV\;l • "1',11/ • \' I .
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I'1f 1 \"JII ~ .... ) l -
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Ética Empresarial
])jfe,rente seria pensar à maneira leninista ar
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P a a qual, para Implantar
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' '
111,\0 das mesmas armas q
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( ' 1~ ,
11Izac!a), lI1stalando a d't d
d
, a usa aVIO enCIa orga, l a Ufa o proletanado
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d
Jlllplclcável os inimigos da
I _ ,.
e repnmm o de forma
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revo uçao (etlca da t
b'l'
d:l Í"Jnzdidade). Neste últ'
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_
esponsa 1 Idade, vertente
Imo caso, a açao nao é
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'
VO, 111<15 por um fim deliber d 'f
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' ~ ~OVl a por um lmperati.'
a o, az a vlOlenCla
'
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I1 (J caminho do poder'
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' seu tnstrumento para
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vo UCIonanos uma cont' ~ , d
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mgenCla o processo, Os
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' ,lil ,Ir UII' ;1 sociedade s
'I' exemp o.' unagmaram a POSSl'b'l'd
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par amentar, assocIada à
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ao preVia confrontos
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Vejamos, agora o caso exempl d
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m os partI Os burgueses.
,
'
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;'::1 v:H.:tlou e que permanece'
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,
.
pnncIploS, que nunu tnque 1 antavel dIante das piores ameaç as.
(J
Condenado à morte pela Assembléia P
,
opular ateniense (Ekk/esia)
Sócrates não se c
"
urvou nem fez concess O '
'
clencia o levaram a não aceitar I
oes. s d~tames de sua consnão reconhecer os deuses do ~Utp~ n~s acusaçoes que lhe fizeram:
corromper a juventude Rejeitou aS [,a .o, dlntro~uzlr novas divindades e
d ela o eXlllo ou do
,
multa, apesar do fato de pod f'
"
pagamento de
er Ixar a propna pen
xe, após o veredicto da condenação P f '
a, como era de pracal' de suas convicções ou trair sua' c;e en~u a, morte para não abdiinstado por seus ami
'
nsclencla, e, mesmo quando
gos a fugir, manteve-se irredutível para não desrespeitar a lei.
"A única coisa que importa" disse Sócr
".,
cometer injustiças nem ~esmo
ates~ e v~ver honestamente,
rpcebida" 8 e b '
"
em retnbUlçao a uma Injustiça
,
eu a Cicuta, sublinhando d f f
'
I r lava: a fidelidade a si m
a up a Idelrdade que o aniesmo e aos compromissos assumidos,26
elTI
11, I r' 11 'U~
C' ticas
1311
Na ética da convicção, à moda de Kant, sendo a veracidade um dever
:\hsoluto, não se admite mentir em circunstância alguma. Imaginemos
11m homem que estivesse escondendo um amigo na própria casa: ele não
deveria mentir aos dois malfeitores que procuram o refugiado, ainda que
lal gesto viesse a custar ao amigo a própria vida, pois é melhor faltar com
a prudência do que faltar com seu dever, nem que seja para salvar um
inocente ou a si mesmoY
Nesse preciso exemplo, e de forma diametralmente oposta, a ética da
responsabilidade rotularia a mentira como prudente e necessária, abrinJo espaço para o florescimento de um vasto leque de mentiras úteis das piedosas às inocentes, das solidárias às cívicas.
Para fustigar a dúvida de que ninguém, hoje em dia, adotaria as prescrições de Kant, basta citar o caso verdadeiro do programa Twenty One
que o filme Ouiz Show, dirigido por Robert Redford, retrata.
Um professor universitário de literatura da Columbia University de
Nova York, Charles van Doren, pertencente a uma família tradicional
de intelectuais (a mãe era escritora e o pai era também professor da
Columbia), confessou uma tramóia diante de uma subcomissão investigadora do Congresso,
De fato, recebia com antecedência as perguntas e ensaiava as
respostas dos produtores de um programa de televisão, cujo chamariZ e encanto eram os testes de conhecimento que os candidatos enfrentavam, Toda semana, os prêmios e as dificuldades cresciam, mantendo a audiência em estado de excitação, O jovem professor não era
o único candidato a aderir à trapaça, como se soube logo depois,
Pressionado por um promotor, igualmente jovem e formado em
Harvard, o professor não resistiu às cobranças da própria consciência
moral. Incapaz de conviver com a mentira e o engodo, decidiu tudo
revelar, em um tributo pago à ética da convicção,
Isso destruiu sua carreira profissional: perdeu o programa que mantinha na rede de televisão NBC, em que ganhava US$50 mil por ano;
:.7.l:'Jllnt ',j'lltl 1111
tI
'.~ I I11 ~
I,
11
1\-,
rr
111 11/1'. {\ll{
(I:,.
Ética Empresarial
foi demitido de sua docência na universid
.
e execrado por muitos Apenas
d ade, e acabou discriminado
também dificuldades, enquanto
~sr~~~ ~~~essadfou-se
o programa
sofreram
da encrenca.
Uma pergunta então reponta: embora h' 'd ~
.
moral se sobrepõe aos próprios' t
aja Cl ~~aos cUJa consciência
111 eresses, o que dirIa
t
'd
',
sa 11ldade a esse respeito;>, Ela d'ma
. que a astuCla
, ' e
a eona' a responb
dos produtores do programa com d '
o oportunismo, tanto
'd
o o Jovem professor d d
.
1 atos que se prestaram à f
d
~
."
e os emalS canrau e, nao se Just1fica d
"
d, '
etlCO. E por quê? Porque a fraud e b ene f"lClava algumm o ponto de v1sta
mento de milhões de pessoas 1'1 u d'd
.
as pessoas
em detri1 as mampulad
f
logradas.
,
as e,eaon ~ nu e I
ao '
cabo,
.
, Prevalecia entre eles um alt' rUlsmo
parcial
lmparClal que ambas as teorl'as e't'
"
ao o a trUlsmo
, '
lcas eXigem.
.
~ e, um vale-tud"
AdemaiS, a etlca da responsabilidad e nao
f
/
ua
rasa
dos
valores
que
as
coletO
'd
d
.
o
nem
az
talVl a es tanto preza
S'
b
tes,. em vez de tomar decisões e xc1USlvamente
.
em +u m.- do que I os agenos l1uminam tomam decisões
+.
- d
~,nçao os va ores "que
,
em I Ul1çao os efetto
produzir sobre a coletividade , se m d·'
' 5 concretos
que Irão
elxar d e respelt
1
xar de nortear-se pelo altruíslDO lmparCla
.
, I que co b"ar va, ores e sem deicorporativos e particulares,
m ma mteresses gerais,
~n~~lca
Mas vejamos outra situação Segundo l/
d
'
lidade, o uso de cobaias animai; é válido
a ética da responsabiem nome do bem-estar da hu
'd d '
que de forma controlada,
, '
mam a e, para testar
1
remedlOs, terapias ou procediment os me'dolCOS ou ' por
'dexemp o,fnovos
"
soro antiofídico _ quando ca 1
"
am a, para abncar
va os sao moculados co
d
para que produzam anticorpos e s-ao sangra d os toda m veneno
A / e cobra
humanas são utilizadas em certas'
semana. te cobaias
.
clrcunstanClas co
h'
nscos envolvidos e com prévia ap rovaçao d os paCientes
' . 111 con
eClmento dos
28
A contrapelo, certos adeptos da ética d
. '.,
o uso de cobaias animais em
d
a convl~çao rejeitam in limine
,
nome e seus dneltos c
'
mesmo
que 1SS0 prejudique o avanço d a ClenCla
.
orno -seres
ou a prod
d VIVOS,
/
.
lOS. Quanto ao caso de cob'
h umanas, a reprov - uçao
e remealas
"
,
d
porqne trata as pessoas apenas co mo meIOs
' e nao co açaof e plOr amda,
'
mos (na linguagem de Kant) , desr
.
d
.mo
ms
em
SI
mes. espeltan o-as e fermdo SUH dip;nidade.
~.
~
Em um patamar tot~lllncnlC Jiverso, em nome de uma pseudocl ~11\,.i;1
L' justificadas em um âmbito estritamente nacional, perpetraram-s' du1 :Illte o século XX atrocidades inomináveis, principalmente por paíst,;:;
lotalitários:
• Pesquisas duvidosas e cruéis foram realizadas por médicos nazist::)s
comandados por Josef Mengele no campo de concentração dI:
Auschwitz. Era freqüente deixar crianças morrer de fome para 'S
tudar a morte natural.
• Os japoneses, antes e durante a Segunda Guerra Mundiat, infectar;l1l1
prisioneiros chineses (homens, mutheres e crianças) com as bacl'
rias causadoras da peste bubônica, anuaz, febre tifóide e cólera.
Depois de doentes, os expunham a vivissecções sem anestesia.
• Na África do Sul, durante o regime racista (apartheid), houve tt'll
tativas de desenvolver microorganismos manipulados em labor;lt<'J
rio que esterilizassem a população negra, sem atingir os brancos.
• No Iraque dos anoS 1990, milhares de prisioneiros curdos St'1'VI
ram de testes para armas químicas e bacteriológicas: foram ;\111.11
rados a estacas e alvejados com bonlbas recheadas de subSI.llli LI.
armazenadas em laboratórios. E mais: em aldeias intt;ÍJ ;IS 11<
Curdistão foram despejadas armas químicas letais, dizim:lIld( I ,I
I
população.
O mais surpreendente é saber que garotos deficientes mentais havi:\111
usados como cobaias humanas pelo governo dos Estados UniJo'.
durante os anoS 1940 e 1950. Em sua escola estadual recebiam mer nd.1
de mingau de aveia contaminada com isótopOS radiativoS. A trOCO do
quê? Empenhadas na Guerra Fria e temendo uma guerra atômica, as h Ir
ças Armadas americanas queriam avaliar as conseqüências da radiação III!
organismo humano. Em um processo sigitoso, cidades inteiras for:llll
~ido
A'
deliberadamente expostas aos efeitos da radiação.
Essas revelações foram possíveis graças à abertura dos arquivos 11111
te-americanos em 1994. O presidente Bill Clinton pediu desculpas públ,
tl
cas à nação por isso, em outubro de 1995. O mais grave, entretallt , "
A'
~
-
28. BOYC:~:
jlll l1o,l".. NelI.
J')l)i{. "c.o!. .li;lS IHl 1ll;1I I,"
l
.. •
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.
,
,(/('1111,;/.
rq,rtld,,~ ,I" l'rI., I,·{",' ,I, 'I I' 111("
li ,I"
que muitas experiências vitimaram minorias étnicas:
• Entre os anos 1930 e 1970, o Serviço de Saúde PúblicJ ft-d('I,d
privou pacientes negros de tratamento, sem que soubessem, \',1\,1
poder observar os efeitos da sífilis no longo prazo.
" inchos navajos foram l'111prcg:1c\os, na década de 1950, '111 111i1LI',
de urânio, entãO () prin\ il"d 'rlliíh\lstível atômico, sem SL'fl'nll1t\I)1
Ética Empresarial
mados dos malefícios da radiação, Em conseqüência, muitos morreram de câncer.
• Injeções de plutônio foram ministradas a pacientes em hospitais,
sem que estes desconfiassem.
• Soldados foram enviados para locais de teste de bombas atômicas
logo após as explosões. 29
,
'"
.'
is - crimes de genocídio, 'l';llll'"
1)('\oS mais graves delItos l11tel naClOlla
'es de agressão,lI VaI" (Ih
'd d
mes de guerra e cnm
I (lntra a hUlnaD1 a e, cn
'h
ratificado o estab·k
,
'
e embora 75 paises ten am
d
, .,-var, to aVia, qu ,
' s a r a m seu apOlO - 1'~"1.1
11 lento do tribunal, três importantes palses recu
dm; Um'd os, R"usSia e China ' 32 ,
' t e as duas teorias éticas, (1'.111
'd
l'
ergênclas pontuaiS en r
Aw a que 1aj3 conv
b
't' a da convie', l i "
,
,_
odem existir entre elas. Se rou ar na e te
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,
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sabihdade o urtO ame 1
jura a etlca a respon
f '
' t;fi'cados Se fabr a venLl\1., '
são per eitamente JUs
III11TIigOS durante a guerra
. ' 't'
na segunda não deixa de ~,ll
"
norte na pnmelra e lca,
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de casa nos ofere\.' ('111
,
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1
1l lequado e ogiar a so nv
b'
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,
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"d
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onfere endosso a a~O('~' q\1I ,
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"
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que ISSO ere um man J.
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b
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,
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I ;:mátiCos dispostoS a anç
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eservação da vida J . l.\t-/l'
,
b
ual argumento?
e que a pr
,
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, "
'f' de centenas delas. "~1I11,
lIas de milhares de pessoas Justihca o sacn 1C1O
I
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha e os Estados
Unidos organizaram o recrutamento e a transferência para a Austrália
de cientistas e especialistas em armas alemães, incluindo ex-nazistas
e membros das SS, para trabalhar em projetos secretos na área da
defesa,
Os motivos foram o desenvolvimento do potencial militar e o temor
de ,que a União Soviética seqüestrasse os especialistas se permanecessem na Alemanha Dez deles haviam trabalhado para a companhia
química alemã que inventou o gás Zyklon-B, usado para matar judeus
em campos de concentração, Segundo o jornal Sydney Morning Hera/d,
pelo menos 127 cientistas alemães foram contratados clandestinamente
entre 1946 e 1951, e não foram investigados pelo Tt'ibunai de Crimes
de Guerra Australiano. 30
No contexto da rivalidade entre as superpotências militares e, posteriormente, da Guerra Fria, tais decisões chegaram a encontrar legitimidade - à luz da ética da responsabilidade, vertente da finalidade,
Claro está que, do ponto de vista da humanidade, todos esses eventos
merecem o repúdio de qualquer uma das duas teorias éticas. Basta lembrar que, na órbita jurídica, o avanço já está em curso, confotme se pode
depreender pelo Estatuto de Roma (o documento foi concluído em 1998).
Pela primeira vez na história, foi estabelecido um Tribunal Penal Internacional de caráter permanente, sediado na cidade de Haia, na Holanda,
como entidade autônoma vinculada à ONU. O tribunal começou a funcionar em julho de 2002 e se destina a processar e julgar os responsáveis
1
dos males, o menor.
.
alegando que um 1ll~d 11.1 0
'd
, - ' nsurge-se contra ISSO,
A étiCa a conviCçao 1
,
te para salv;1\' ,\
/ '
outro mal. Condenar um 1110cen
<',
pode ser remedlO p a r a ,
d es como Kant DOSlOil.'%ld,
,
'
'omíma para pensa ar
,
hllmamdade sena uma 19n, h A 'd dos homens perderia o valor ~,' ,I
lkrgson, Camus e JankeleviCtc, Vi a
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justiça desaparecesse.
"
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IJt.
I
ti .(J
II'Ipt
'sarial
,l\" lt'l)(ias éticas
crenças religiosas, certos de que o martírio lhes abrirá a porta do paraíso
(vertente da esperança).
Vejamos agora um caso interessante que permite comparar as diversas vertentes das duas teorias.
A diretora de uma fundação que financia programas de arte em escolas públicas secundárias a fundo perdido estava procurando um
professor. Entre os vários currículos que chegaram às mãos da comissão de sete membros encarregada do processo de seleção, havia o
de um reputado pintor regional Este, aliás, não se fez de rogado e
espalhou aos quatro ventos que era candidato, Em seu currículo constava que era doutor em história da arte,
A assistente da diretora procedeu às checagens rotineiras e descobriu com surpresa que, na universidade indicada, não havia menção à
tese defendida, A diretora relatou o fato à comissão e chamoú o pintor
para se pronunciar, Este alegou que não pôde completar seu doutorado porque teve de alistar-se no exército e que a indicação em seu
currículo saiu truncada, na medida em que fez os cursos para o doutorado, embora sem defender a tese, Em seguida, o pintor alertou a
comissão que se ela o recusasse por uma tecnicalidade dessa ordem
- que muito pouco tinha a ver com sua capacidade de lidar com alunos -, ele iria processar seus membros por discriminação de sua
candidatura e por difamação potencial de seu caráter.
A comissão decidiu então analisar de forma desapaixonada as op.
ções de que dispunha, Alguns argumentaram que, em termos do máximo de benefícios para o maior número, a presença do pintor era
desejável (vertente utilitarista da ética da responsabilidade), Todo mundo
na comunidade sabia da candidatura dele e ansiava pelo seu Sucesso; seu talento conferiria credibilidade ao programa e os alunos aprenderiam muito com um professor de seu gabarito, Era preciso ser realista, pensar nas terríveis conseqüências que adviriam se fosse recusada sua contratação e não conferir tanta importância a uma formalidade,
Outros, no entanto, fundados nas normas vigentes, insistiram que
não era pouco desconsiderar a infração Cometida, Como aceitar sem
mais uma fraude? Não importa quão talentoso fosse o pintor. I I tipo
de desonestidade era inaceitável. Não se Podia transigir (rI I 11111 d.
I 7
se podia admitir trapaça, fraude
IJios que as normas espelhavam, não
, '
, ça-o) Ademais caso
' "
da etlca da conVIC,
,
t' ha uma falsidade e que a
u logro (vertente de prinCipiO ,
'
e o cUrrlculo con In
;J mídia descobrisse qu
. a dele isso não desacrecomissão conhecia o fato, passando por clm
,
ditaria o programa todo? d' t
manl'festar-se houve empate de
tes de a Ire ora
,
a A diretora argumentou
Na votaçao,
an
"
ela o voto d e M'Inerv,
três a tres, FIcou com
de grande valia para o ensino
•
b
pintor pudesse ser
,
entao que, em ora o
tí io ao programa (vertente da finalldaela arte e pudesse carrear ~res dg) não se podia ser leniente com a
de da ética da responsabllida e ,
d _ s esperados do corpo dodesonestidade moral. Isso feria os pa rOI e
a fundação queria dar
'
ra o 'po de exempo que
,
cente O pintor nao e,
os ro ramas que ela financiava, Deflaos alunos que partiCIpavam d p f g ra dos docentes desejados, a
nido o ideal que deveria Inspirar. a (~~~tente da esperança da ética da
diretora votou contra a contrataçao
convicção),
_
d'ante o seu blefe: retirou sua can'd o pintor nao levou a I
, I
Em seguI a,
, _ processou nem dlvu gou
didatura e não cumpriu suas ameaç~s, ,n~~
as verdadeiras razões de sua deslstencla,
,
mexi ir contrapartidas ao pll1tor
- por
g
t aI retratação pública, o
/culo uma even u
exemplo, a correçao o curn
'h d
nte ou ainda a defesa da tese
d
desempen o oce
,
,
acompanhamento e seu
,
d a fundação perder sua
- d / I de doutor - , o nsco e
,
P
ara a obtençao o tltu o
"f"
o~ r a perder seu patrimônIO
,
' ,
Isso Slgl1l lcana p
credibilidade sena Imenso.
as sociais que patrocma
'
~
risco todos os program
, d
mais preciOSO e por em
_ d'
nidade. Assim, a teonaa
' d
de doaçoes a comu
com recursos onun os
,
d
as devidas precauções, por' 'd d
ode ser ll1voca a sem
responsab111 a e nao p
"f'
_ nem deixa de sopesar as
'squer JUStl lCaçoes
que ela não encampa qual
• b
_ em suma de salvaguardas
'
mbutem; nao a re mao,
"
implIcaçoes que estas e
d
c'almente responsáveis. Em resu.to a con utas so I
'I'
que preservem o respel
/' d '
-o a teoria da responsabllmo: ao fazer uma análise estrIateglca o ap:l:~:;:ti~mo exacerbado.
dade não é míope nem resva a para
'
É preciso sublmhar que, se
~
d
U6/
Ética Empresarial
, r :orJa' ,Ucas
Nas duas éticas, é claro, lazem-se escolhas, porque em ambas a adesáo a um cursa de ação depende da "concepção de mundo" que os agen.
testém ou de SUa "consciência da necessidade", na linguagem de Espinosa.
Mas, na ética da convicção, não há alerição dos eleitos a serem gerados.
Há, isso sim, obediência a valores, respeito àquilo que as normas morais
Ou os ideais determinam, pois os agentes já dispõem de ordenações pré.
vias e explícitas, em Um movimento Prima faáe, que independe de um
eXame completo da situação. Excluem-se avaliações, apreciações, mensurações,
dutivas. uma vez que as escolhas derivam de pressupOstos e são deA idéia que paSSa a quem náo compartilha da mesma oriemação é que
as decisões não são verdadClfas escolhas, na medida em que derivam de
obediência a prescrições. Em termos práticos, porém, não há Como dei.
xar de vê-Ias como escolhas, pois é sempre possível aos agentes recuar ou
Optar por Outro caminho. Ademais, os agentes não deixam de argumen_
tar, dando a real impressãn de que a situação loi ou está sendo estudada.
Para os adeptos da ética da convicção, quem infringir as pautas es.
tabelecidas deve assumir o õnus da transgressão, sofrer as respectivas
sanções e SUportar o peso da culpa e do n,mo'So. Em contrapartida, quem
cumprir o seu dever sõ pode remeter-se a Deus quanto ao resultado da
ação.
b
Tornam-se, enta- O , reféns de
Imdo por um atalho par.a chegar. aoó ~:"as ao antecipar mentalmente
I ,,"ddemas. Debatem.-se
de
Equacionam nscos e acaItado
s e ao enunCIar hIpoteses.
estratégias alternatIvas, levam
tr''''
.
. magmam
. ,.
U
')$ captam as forças em Jogo, 1
por
isso lhes faltam pnnCIplOS o
' .,
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' 111 conta
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'litarismo,
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1 na vertente o utl
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em os fms
101 os como bons
· maior numero,"
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" de f"d
.
2 na vertente da finalrdade, assum
p:rten~:do
as escolhas revelam-se infeh· pela coletividade à qual
d
"- s tomadas
e das
No reverso a medalha, porem, sq efeitos das d eCIsoe
..
ando paradoxalmente, o
ropósitos iniCIaIS _ nao
,es ou qu
'd' das nã o correspondem aos p
.
do que aqueles
:;'~~ia:,~r~::~
Os agentes levam em Conta as circunstâncias e as múltiplas opções
que se oferecem, uma Vez que aSsumem de antemáo fins específicos ou
medem as cOnseqüências de cada decisáo e ação. Para ele.s. " "m .. do não
está ordenado como em um breviário no qua I se I 51."""",.01.""" 1/ ,." /'"
cio bem. Aceitam Cometer um mal m
"";1." "'" ''''.r '" ""1. """
'''o,' ""'"
~
d~res ~n:~~t::~~~:~::::ssançõ~s
infligem
e
da cole'lue
pretendiam .evitar
- , entao °fsdgo do malogro e da inépcta. Escreve
l . "d de Mais alO
d a:
tlVI a
.
. carr egam o ar
Renato Janine RibeIro:
Ih
,. d responsa b I"l'dade
t
.
aparece como
uma
o o que e:
uitos, a etlca a _
, uma ética menos
nO
I
- e' e nao com d
/' plaindecenCta, o que e a nao ,
r isso leve e por ta ~, porque e Im
mas nem po . ,
. '"
"osa dos prtnClplOs,
feitos prometI'd os. (...) a res"A
De maneira sensivelmente diversa, os adeptos da ética da responsabi_
lidade seguem duas etapaso primeiramente refletem sobre os fatos e as
condições presentes e, depois, deliberam. A legitimação das decisões calca-se em um pensamento indutivo. Ao elaborarem e ao distinguirem opções, os agentes detém-se em uma delas após lazer uma avaliação dos
eleitos que poderáo vir a OCOrrer. As escolhas decorrem de um juízo náo
codilicado, de uma compreensão do COntexto histõrico e de uma anteci.
pação dos impactos que as ações iráo proVOcar. São escolhas ex post, que
derivam de um exame que se reahza, quais as vantagens e as desvantagens que cada escolha implica! Quais as possibilidades de alcançar objetivos determinados! Quais os CUstos envolvidos! Quem se benelicia com
isso e quem fica prejudicado?
139
s o os
de m
A'
~~vel com quem n~o
~~~o
wnsegue
o:u:'sso. Não hã perdão para o
b I'dade impoe a obngaç
d para a derrota e para
ponsa "
lítico tem de estar prepara o.
a ";;
fracasso. (...) um po
bilidade produz a sua volt.
" qu e a ética da responsa
o vazto
""
'eta no futuro seus desideratos_e torA validade de uma açao enA ética da responsabIlIdade proJ "d
-se uma ética dos resultados presu~1o~s~u na antecipação de consena
na bondade dos fms almejad 1 'coletividade interessada.
contra-se
q
, .
u ando grandes ma es a .
~ das quais o mferno esta'cheio , pois
üências benehcas, po p .
,.
das
boas
mtençoes,
N- é uma etIca
, ".
.
1
a0 pretende alcançar metas
dos resultados e a eficiênCia cios
2.· prioriza, a um so, te m p o , a e lcaCla
facftIv:I~,
. 3. meios;
alia posicionamento fi r;!) ,,IlL "tl\
1
1 (11'
) •
postura altruísra.
I I [,
lll·IILlll·,.li)IIItI.IIII·",
[,,,/1'.1 '/" .\nll"", I 1 do-
140
,(/Co Empresarial
A ri
A ética da convicção é uma ética das certezas e dos imperativos (;ll("
góricos, das ordenações incondicionais e das mentes perfiladas. Repousa
no conforto das respostas acabadas e das verdades absolutas, É uma ética
convencional, disciplinada, formalista e incondicional, que se inspira elll
"valores eternos" e em verdades reveladas. Lembra de algum modo o
misticismo religioso, na medida em que as orientações pressupostas são
percebidas como sagradas. É uma ética saturada pela universalidade dt:,
sua profissão de fé.
'
A ética da responsabilidade, por sua vez, é uma ética das dúvidas 011
das interrogações, uma ética que se subordina ao exame das circunstâncias e dos fatores condicionantes; enfrenta a vertigem das Controvérsias e
o desafio das soluções incertas; desemboca em prognósticos. É uma ética
aberta, cética e condicional, em busca do "horizonte possível" de cada época, moldada pelas análises de risco e precariamente estribada em certezas provisórias, sujeita à dinâmica dos COs,tumes e do conhecimento, É uma ética saturada pela historicidade de seu ptojeto,
A ética da convicção imbui-se de princípios universalistas e anistóricos,
confortada por sua pureza doutrinária; faz Com que os agentes por ela
inspirados passem ao largo das implicações que suas decisões acarretam.
A ética da responsabilidade, ao contrário, faz com que os agentes
mergulhem na análise dos COntextos históricos, das variáveis conjunturais,
do fogo cruzado das forças em jogo e respondam pelos efeitos que suas
decisões provocam.
situaciona~,
,,"11', "fI< ri'
I" I
I
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- V'I '/')', iCl ,
'. "o entre a etJca
d · " I -' Illll:1 po Ianzaça
resumo, eSlll 1.1 S ( ,
'.
d mático lírico dcduflv(),
d
'd 'altsmo pUrista og
,
,
'IIH' correspon e a um I e '
,.
da responsabilídade, qu{'
,
,
"d
bsoluto - , e a etlca
.
'
, '
aI'tl'cO calculi.sta lI1dUtIV(),
111;\Il1quelsta, ngl o, a
I'
pragmatzco - an 1 ,
,
• "ITcsponde a um rea
D f
etafórica a primeira refkt ' o
.
f I ' 1 latI VIS ta e orma m ,
I
pluralIsta, eXlve, re,
.
da mística e transcenclenl;l ,
'"
' e de essenCla sagra ,
"1 'ino dos ceus , espeel
'"
d h
ens" de modo pr()f:1no,
'ilLJuanto a segunda expressa o remo os om
,
1-<:111
IS~,O
A'
,.
d f' uma ética da razão, aind.l
IllLlndano e secular.
'm umaetlca a ee
,
Conttapoem-se, aSSI , .
'E
_ ~;> Porque o juízo [111 a I J('
dam raCIOnaiS.
_'
qlle ambas se preten
~ pOI que.
ondem fielmente às pr serl
'
tatar se as açoes corresp
.
.'/'
11 ma conSIste em cons
"
f' 1 da outra conSiste em Vel I, I
1 'd
nto o JUIZO ma c
óes preestabe eel as, enqua
1 d pretendidos e os result,l
I.,lr a consistência existente entre os resu ta os
dos alcançados.
.
d'
dos absolutamente d iS1111
.
"
confIguram OIS mo
,,
As duas matnzes etlcas
_'
distinguir c 1111,11
. ~
dois moldes que pel mitem
los de tomar deClsoes,
'"
f
s adept()~ a illll '\111
' A"
da conVlcçao con orma seu
fortifica com as n:rlo,I', 11' li
discursos moraIS. etlca
~
ao mesmo tempo, os
1 ,
1 'I'd a d e con vence seus adeptos (;0111 ,I I, 11',1
junto de o Jngaçoes
d e, espOnSaJII
A "
proclama, etlca
a
r
~
esmo tempo, os ator doa com as incerl (''/,,1', 'I' II
Gl de suas razoes e, ao m
~
'sso mesmo div '1'."( .'>: 11.1
'
.
. mbas correm sao, por 1
,
maneja. Os nscos que a
f
do fanatismo com sn:IS l ,I. ,lI.
. '
h'a se mpre rondando o antasma
pnmelra,
(I',
Figura 19
Figura 20
As duas teorias éticas
As duas teorias éticas
Ética Empresa/lul
às bruxas e seus autos-de-V.
- d
e, na segunda há sem
'
sao o ceticismo em cinismo 't'f'
d'
pre o perIgo da conv 'I
_
, JUS] lcan o o uso d
.
"
consecuçao dos obJ'etivos
I' e meIOS cruelS para .1
,ou egltlmando a o'
~
, d
seu desfile de abusos e horrores,
mpotenCla o arbítrio COI1l
Resta uma importante observa ão a faze
'
adotado aqui' n-10 é a s b' . 'd Çd
r, relatIva ao enfoque teórico
,
,
•
c.
u jetlvl a e dos
defImr o que obedece a t I l
'
agentes que tem o condão dl'
.
a ou qua Onentação '(
turaIS, objetivos e observáveis A
, e Ica, mas os padrões cuJ.
.
perspectlva port t
'
,
macrossoclal, e toma as colet' 'd d
'
an o, e socIOlógica,
, ,
IVI a es como refe
'. Nguem Imaginar universalizáv 1
renoalS. ao basta al"
e uma norma para
I
' .
, ,
JUIZO moral 111dIVidual não
- f
que e a se torne etlca' o
POSSUI a acuidade d
"
'
'
a d eCIsões ou ações.
e Outorgar caráter ético ,.
As leis morais ou os ideais dos discurs
'
ca da ética da convicção Cor
d
os moraiS que obedecem à lógirespon em a pr
. d as. De forma similar os f I - d
escnçoes soctaln-zente validams a meJa os ou as
.. ~ ,
'
,
d os dIscursos
morais que ob d
' I"
consequenclas presumidas
d
e ecem a oglC d "
correspondem a propósitos so ' I
~ a etlca a responsabilidade
ela
mente
valrdad
A'
.
cu 1turalS partilhados pela colet' 'd d
os. SSlm, sao os padrões
1
dro à moralidade, pois permite: da e q~e ;erv em de régua e de esquaquia dos valores e de outr 'd'- e um a o, conhecer a efetiva hierar.
, ,
o, In Icam a ab'
"
d o altruísmo que se deve
t'
S- <
rangencla e a Il11parcialidade
pra lcar. ao os padr I
.
que conferem às ações sua I . oes cu turals macrossociais
,
egltlmação ét'
. d
estejam condicionados por relaç - d
dIca, am a que esta e aqueles
oes e po er.
A legitimação ética
Nem todo mundo tem um "preço",
não só porqu.e a venalidade é abominada,
mas também porque ela
depende de condições particulares.
('onvergências e confrontações
Argumenta-se, às vezes, que não se pode falar de moralidade em siwlções-limite, por exemplo, no caso da sobrevivência física ou no cham.ldo estado de necessidade, quando um agente sacrifica o direito do
I )~Itro para garantir o seu, porque quem pratica o ato não ptovoca a situl"".io por sua vontade nem pode evitá-Ia. É o caso de uma calamidade
Il.ltural que detona o furto famélico: a ação visa a salvar os agentes de
perigo atual inadiável.
Estariam então suspensos os padrões morais? Claro que não. E a rado é bem evidente: os padrões estão sendo simplesmente transgredidos!
() que pensa disso a coletividade? Não faz sentido que as pessoas só teIlham humanidade em situações de normalidade e se convertam em besI a-fera quando tudo desanda. No momento em que os padrões morais
estão em jogo, cabe perguntar-se: a coletividade chancela ou não a escolha feita? Por exemplo, matar constitui um estigma na civilização cristã,
porém, se o ato ocorrer em legítima defesa, justifica-se a quebra do mandamento. Salvo raras exceções integristas, em quantas ocasiões comunidades ou sociedades cristãs deixaram de promover morticínios por uma
hoa causa? Estariam elas mergulhadas na amoralidade, além das dimen,>í cs do universo conhecido? Os regramentos motais deixam assim de
valer? Não, essa é uma falsa resposta, Diga-se logo com todas as letras:
em situações-limite, a colerivilbde Lonf~re endosso mora.! às transgres~tll'S, por hllrrendas que ~'('j;lll, 11.:-; ~>\)h '<;[TilaS condil;;llLS: LI 'sd<: qll .
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