13o Domingo do Tempo Comum

Transcrição

13o Domingo do Tempo Comum
13o Domingo do Tempo Comum
1o de Julho de 2012
Sb. 1:13-15; 2:23-24; Sl. 30; 2 Cor 8:7-15; Mc. 5:21-43
Tema: Vós convertestes meu lamento em alegria (Sl. 30:11)
Nossa primeira leitura para o décimo terceiro Domingo proclama que Deus “não tem prazer em destruir os
viventes”” (Sb. 1:13). Em resposta, como alguém salvo dos dentes da morte, o salmista canta “vós convertestes
meu lamento em alegria” (Ps 30:11). Essas duas declarações nos preparam para ouvir no Evangelho o “milagre
dentro do milagre” história que retrata dois personagens femininos: uma jovem no limiar de sua feminilidade
arrancada da morte; e uma mulher curada de hemorragia crônica debilitante e fatal. Estas histórias tornam-se
ocasiões para louvar o Deus da vida pelo poder de cura que foi liberado através de Jesus, o Messias. Cantamos
com o salmistas: Vós convertestes meu lamento em alegria.
Para a maioria dos comentaristas, entretanto, esta passagem intercalada, tratando de menina morta e uma
senhora com um fluxo sanguineo anormal, é lida como exemplo de como Jesus transgrediu e superou as leis
judaicas de purificação.
As personagens nas histórias são frequentemente representadas como duplamente marginalizadas, primeiro
porque elas são mulheres e depois porque elas estão “impuras” de acordo com as leis Judaicas de pureza. Jesus
cura ambas afirmando “o que o contexto social dele nega: a humanidade e o valor delas; ao tocá-las, ele ignora e
assim descarta os códigos de pureza” (Levine, 380). Na realidade, como observa Levine ao comentar sobre o
paralelo de Mateus, “, “[o] Ponto é que aqueles que estavam doentes e mortos estão agora vivos e saudáveis,
não que as práticas judaicas tivessem sido transgredidas ou superadas” (Levine, 386; ênfase meu).
Os comentaristas frequentemente enfatizam que Jesus, porque a mulher tocou seu manto, e porque ele mesmo
tomou a menina morta pela mão, incorreu em contaminação através do toque. John Meier observa que “ a
questão de contração do ritual da impureza não parece estar no horizonte mental dos evangelistas. . . . É mais
tarde que comentaristas, começando com os Padres da Igreja leram o problema no texto” (Meier, 473). Na
verdade o ritual da impureza tem ligação com restrições que dizem respeito aos limites do Templo, mas ambas as
histórias acontecem na Galiléia que é muito longe do Templo em Jerusálem! Mais do que focalizar sobre questões
de (im) pureza, que não está presente de todo no texto, o povo que observou estas duas curas milagrosas da
parte de Jesus “foram superados com perplexidade” (Mc. 5:42) e nós somos também!
Reflexão: Meio século depois do Vaticano II, muito da nossa interpretação do Evangelho ainda está contaminada
com supercessionismo inconsciente. Até mesmo nossos melhores comentaristas às vezes caem nesta armadilha.
Reflita sobre o modo como você pode contribuir para a Celebração do Jubileu de Ouro do Concílio Vaticano II
(1962-1965) através da adoção de medidas concretas em direção a eliminação de todo o supercessionismo
remanescente na pregação e no ensino.
Bibliografia: A-J. Levine, “Discharging Responsibility: Matthean Jesus, Biblical Law, and Hemorrhaging Woman,”
in Treasures New and Old: Contributions to Matthean Studies. D. R. Bauer and M. A. Powell, eds., (Atlanta, 1996)
379-397; John Meier, A Marginal Jew: Rethinking the Historical Jesus. Vol IV, Law and Love. Anchor Bible
Reference Library, (New Haven: Yale University Press, 2009.
O comentário deste Domingo foi preparado por
Helen R. Graham, M.M., PhD, Institute of Formation and Religious Studies, Quezon City, Philippines. Bat Kol
alumna 2002, 2005, 2006, 2009. Email: [email protected] e traduzido por
Maria Cecília Piccoli, Colégio Nossa Senhora de Sion – Curitiba, Brasil Bat Kol Alumna, 2006, 2007
[Copyright © 2012]
Estes ensinamentos da parashah, como todas as outras matérias publicadas no web site do Bat Kol , são direitos autorais dos escritores, estão disponíveis somente para estudo pessoal
ou em grupo, e também para objetivos da igreja ou congregação local. Reimpressões requerem permissão antecipada do Bat Kol.
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“Cristãos estudando a Bíblia dentro do meio judeu, usando fontes judaicas.”
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