o lince 01 - Jornal O Lince
Transcrição
o lince 01 - Jornal O Lince
NOVA FASE - ANO 2 - Nº 1144 - 20 de feverei ro de 200 fevereiro 20088 - APARECIDA-SP Fundado em 20 de outubro de 1969 DIRETOR FUNDADOR: Benedicto Lourenço Barbosa Tem o que le lerr ................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................... UFOs em Aparecida-SP Em 1995, a partir do mês de março, a Ufologia Brasileira teve um ano atípico, com uma grande onda ufológica no país. Tivemos ocorrências em vários estados, mas a maior concentração foi no litoral paulista e principalmente no Interior do Estado de São Paulo, alguns, em Aparecida. Imagem batida por Jamil Vila Nova, com uma Nikon FM2, com lente 400mm, f2,4 da Fuji, o filme também era um Fuji de asa 200 e a velocidade era de 1/60 com abertura 2.4, só consegui bater um chapa, pois logo as luzes se apagaram não retornando mais. Na data citada pelo Claudeir. No momento estávamos em Aparecida fazendo uma vigília e durante uma queimada, apareceram estas luzes que ficaram por mais ou menos 1 a 2 minutos e desapareceram, no momento eu as pude observar por meio de um binóculo 8x30 da Fujinon com características militares, ou como dizem os americanos, milspec, portanto, um binóculo com alta qualidade óptica. Durante o dia, fizemos outras imagens do local mas nada que indicasse que no local havia alguma construção. Foto de 2 de setembro de 1995. O frentista Roberto Augusto da Silva, por diversas vezes, viu estranhas luzes no céu de Aparecida. Em abril de 1995, quando, retornava para casa com seu fusca, avistou um intenso clarão na entrada de sua propriedade. Chegou a pensar que poderiam ser alguns ladrões tentando roubar sua residência. Ele apagou os faróis do carro e se aproximou sem fazer muito barulho, quando ficou muito assustado. Viu uma luz muito forte, do tamanho de um automóvel, que brilhava na cor branca como um lindo diamante e no centro tinha uma luz vermelha. Roberto disse que o objeto se movimentava lentamente e veio descendo, parando uns quatro metros do solo, emitindo uma forte luz vermelha para baixo. Roberto estava a uns 70 metros de distância quando sacou sua arma e disparou diversas vezes contra o objeto. Este diminuiu a luz, a intensidade do brilho, se afastou e desapareceu por detrás de um morro, sem emitir qualquer ruído. Roberto não soube dizer se acertou ou não o objeto, mas nos dias seguintes, sentiu tonturas, fortes dores de cabeça e teve muita insônia. Disse ainda que jamais iria esquecer aquela visão. Outro caso muito interessante envolveu o caseiro Jorge Divino Pereira, uma pessoa muito humilde e com pouca instrução Foto: Nelson Almeida — O Estado de São Paulo Foto: Dr. Ricardo Varela Corrêa — INPE (São José dos Campos-SP) escolar, que morava em uma simples casa, sem energia elétrica, sem TV e sem rádio, no bairro dos Motas, em Aparecida. Vivia fazendo cestos de bambu que vendia na cidade. Na madrugada do dia 01.09.1995, Jorge acordou com uma intensa luz entrando pela sua janela. Percebeu que os cachorros choravam muito. Pegou sua tocha feita de bambu, com querosene e pano, acendeu com fogo e saiu para o quintal, para ver o que estava acontecendo. Viu duas esferas luminosas que se encontravam no terreno de sua residência. As luzes "tremiam" e não era possível olhar diretamente para elas. Jorge iniciou a caminhada em direção das luzes, quando ocorreu uma pequena explosão em sua tocha, e o querosene foi sugado para o interior daquelas luzes. Em seguida, ele flutuou, ficando aproximadamente um metro e meio do solo e foi "arrastado" por uns 50 metros de distância. Teve a impressão que foi levado para o interior daquelas luzes. Ele tentou gritar, mas não conseguiu. Acabou desmaiando. Ele acordou de manhã, já com dia claro, deitado no meio da mata. Acredita que tinha se passado umas cinco horas. Seus braços e suas pernas estavam imóveis e com uma sensação de torpor. Então, ele rastejou até sua cama, deitou e não conseguia se levantar. Seus olhos ficaram irritados e inchados. Teve fortes dores de cabeça, insônia e vômito por vários dias. Na semana seguinte, a Equipe INFA, juntamente com a produção do Aqui Agora, do SBT, retornaram no local com um hipnólogo. Na regressão, o Jorge narra com detalhes aquilo que ele já havia narrado, mas não acrescentou novos fatos. Nessa mesma data, 01.09.1995, o engenheiro e pesquisador Ricardo Varela Corrêa, do INPE, juntamente com a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, fizeram uma vigília no local das aparições. Por volta das 18:20 horas, surgiram dois focos brilhantes sobre as montanhas. As luzes aumentavam e diminuíam a intensidade, num tom avermelhado. Efetuavam movimentos verticais e horizontais. O momento mais impressionante ocorreu por volta da meianoite e meia, quando vários fachos luminosos cortaram o céu numa perpendicular aos pontos brilhantes, proporcionando um belo espetáculo. O fotógrafo Nelson Almeida fez várias fotos do objeto. O Varela também fotografou. Varela utilizando-se de um aparelho denominado Posicionador Global por Satélites (GPS) determinou a localização exata dos pontos luminosos. Em uma das vigílias que fizemos no local, o pesquisador Jamil Vila Nova, também do INFA, acabou fotografando um estranho objeto no céu, que estava muito distante. Jamil usou uma teleobjetiva. Naqueles dias em que estivemos em Aparecida, fizemos visitas em várias fazendas da região. A ocorrência de luzes estranhas no céu é muito comum, e os moradores do campo, na sua grande maioria, já viu essas manifestações do fenômeno ufológico. Claudeir Covo é engenheiro e ufólogo Leia mais nas páginas 10 e 11. Fotos coloridas no site: www.jornalolince.com.br Foto: Nelson Almeida — O Estado de São Paulo ................................................................................................................................................................................................... Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 1 E DITORIAL F ATOS “Avis rara, avis cara” – os ÓVNIs chegaram Turismo começa em casa Ernesto Elache e Nelson Marques Alexandre Marcos Lourenço Barbosa “Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do Norte, e uma grande nuvem com fogo a revolver-se, e resplendor ao redor dela, e no meio disto, uma coisa como metal brilhante, que saía do meio do fogo. Do meio dessa nuvem saía à semelhança de quatro seres viventes, cuja aparência era esta: tinham a semelhança de um homem. Cada um tinha quatro rostos, como também quatro asas. As suas pernas eram direitas, a planta de cujos pés era com a de um bezerro e luzia como o brilho de bronze polido. (...) O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam relâmpago; os seres viventes ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos”. (Ezequiel 1-7; 13-14) O QUE MELHOR DEFINE aquilo que chamamos de compreensão humana? A razão enquanto atributo universal de cada ser humano corresponde, grosso modo, a uma capacidade de domínio intelectivo sobre os fenômenos ou resultaria da utilização de prévios esquemas mentais adquiridos por longo processo de aculturação que condiciona a distinção entre o que é crível e o que não é? Crer na possibilidade da existência de vida inteligente no Universo além de nosso diminuto sistema solar é admitir a lógica do absurdo, ou é assumir uma postura coerente em busca da ampliação dos limites de nossa compreensão? Entre realidades e ficções, fato é que os muitos desvarios e fraudes envolvendo a provável presença de fenômenos ufológicos na atmosfera e na superfície terrestres fizeram atraso na investigação séria e com base científica, ou pelo menos aquilo que compreendemos como científico nos dias de hoje, estancando por anos o trato acadêmico do assunto. Tais estudos, possivelmente, contribuiriam para desmontar os engodos e dissipar as névoas de mistério que só fazem aproximar de um misticismo ingênuo e de um ceticismo preconceituoso. Mais que isso, a superação de um pensar dogmático incapaz de ir além das crenças e convicções pouco ou nada refletidas, que per se são obstáculos a um pensamento lógico que não se deixa frear por juízos de valor. O simples admitir, mesmo como possibilidade, a presença de tecnologia extraterrena em nossa órbita já implicaria em revisar conceitos e valores que orientaram a espécie humana durante milênios. Significaria questionar a nossa própria origem, o que poria em ruínas os fundamentos de religiões e de outras instituições inspiradas numa moralidade calcada na consideração da razão humana como originada de uma razão divina. Em Aparecida, no final de 1995, intrigantes fenômenos chamaram a atenção da imprensa, de ufólogos e de pessoas comuns que, curiosas, convergiram às dezenas para assistir ao espetáculo de luzes que se descortinava acima do horizonte e nos grotões da Serra de QuebraCangalha e proximidades. DO Decorridos mais de doze anos, “O Lince” busca, nesta edição, distante dos prováveis efeitos de distorção que a euforia do momento poderia causar, resgatar os fatos ocorridos, mesmo que parcialmente. Para tanto, as contribuições dos amigos Celso Plentz e Erick Leornadi foram decisivas. Celso Plentz quando, em 19 de julho de 2007, enviou-me, para publicação, um texto sobre a origem do termo “discos voadores”, acompanhado de uma missiva na qual diz de sua dupla experiência de avistar Objetos Voadores Não-Identificados na região, sendo que uma delas deu-se pelos idos de 1955, quando estava na “fazenda dos padres”, na ocasião administrada por meu avô João Lourenço Barbosa. De posse do artigo e em busca de um contexto que o adequasse aos propósitos do jornal, procurei o Erick que, ao conceder-me uma entrevista elucidativa, forneceu inúmeras informações posteriormente confirmadas por dois grandes especialistas em Ufologia que acompanharam de perto os acontecimentos da época: os engenheiros Claudeir Covo, do INFA, e Ricardo Varela, do INPE. Ambos dão como autênticos os fenômenos ufológicos de Aparecida. Também o Jornal O Estado de São Paulo não só reconheceu que os UFOs estiveram na região como publicou fotos coloridas dos objetos avistados. Agradecimentos especiais aos pesquisadores Claudeir Covo, do INFA, Ricardo Varela, do INPE, Osmar de Freitas, do Grupo de Estudos de Objetos Não-Identificados, e Jamil Vila Nova, que com solicitude admirável, abriram arquivos, enviaram relatos, responderam perguntas e forneceram material fotográfico que viabilizaram uma matéria substancial que, cremos, cobrirá uma lacuna que já se instaurava na memória local. Se de tudo o que for dito resultar polêmica, que sirva para manter acesa a chama da reflexão, pois que a verdade é fruto do dissenso e da discussão, diria certo filósofo. Que uma razão aberta não permita que as crenças se instalem facilmente onde nossa compreensão encontra limites, pois não queremos oferecer leituras diet para cérebros anoréxicos. LEITOR Orgulho gamela Venho aqui parabenizar a familia Lourenço Barbosa que, por meio de seu Benedicto e seu Alexandre, vem dando total apoio à cultura aparecidense em todas suas manifestações, trazendo à tona o orgulho de sermos gamelas. Pedro Rezende, Aparecida, SP VOCÊ CHEGA A UM hospital, vai até a sala do médico que vai atendê-lo e... descobre que não é médico! Na conversa que se segue, você fica confuso: Bom-dia, senhor, qual é o seu problema? - diz a pessoa que está sentada na mesinha branca, à sua frente, vestindo um uniforme de jardineiro. Errr... bom-dia. Bem, eu vim aqui para uma consulta com um cardiologista, mas vejo que ele não está. Quando é que ele chega? Ora, meu amigo, que preconceito é esse! - diz ele. Você não está vendo que estou fazendo o atendimento. Então? Qual é o problema? E vamos rápido porque a fila está grande! Ora, o problema é que meu problema não é corte de samambaia. Estou querendo tratar uma dor no peito, mas o senhor está sentado exatamente onde deveria estar o médico com que vim consultar. O senhor não é médico, pois não? Claro que eu não sou médico, mas sou muito amigo do Diretor do hospital, e ele me nomeou para o Departamento de Cardiologia. Sabe como é ... há anos que faço um excelente trabalho no jardim da casa dele, e como estou precisando trabalhar, ele me deu essa oportunidade para mostrar meu talento. Estou fazendo um ótimo trabalho e em breve vou poder conversar com ele sobre minha promoção para a área de Neurocirurgia. Sempre quis ser neurocirurgião, mas não tive oportunidade na vida, você entende, né? Mas vamos lá. Dói onde...? Você se levanta meio atônito, sai do consultório e chega à rua com a certeza de que a dor no peito passou. O que dói agora é a cabeça. Onde já se viu! O cara pode ser o melhor jardineiro do mundo, mas daí a fazer ponte de safena... vai uma enorme diferença. A pequena passagem acima serve para ilustrar situações bastante semelhantes, que passam despercebidas da grande maioria de nós, principalmente pelo fator "sempre foi assim ...". É prática comum, na formação de um governo municipal, a elaboração de uma lista de correligionários que, no momento da luta eleitoral, tiveram um excelente desempenho como cabos eleitorais, apoiadores, multiplicadores, patrocinadores, etc, e que precisam ser recompensados pelo esforço, participando do staff do novo prefeito, governador ou presidente da república. Não há necessidade de apresentação de credenciais objetivas, mas apenas a participação ativa no grupo vencedor, para estabelecer a contratação para um cargo de confiança - ou nem tanto - no corpo funcional, exercendo muitas vezes funções estratégicas e fundamentais para o bom andamento da administração pública. Ora, se numa empresa privada (de qualquer porte), o processo de seleção está cada vez mais rigoroso, com o candidato passando pelo crivo da análise de currículo, entrevista preliminar, dinâmica de grupo, prova escrita, entrevista final para então poder ser contratado... por que para escolher secretários municipais as coisas são tão mais fáceis? O próprio município, no momento da contratação de funcionários, realiza exames rigorosos para a seleção dos futuros colaboradores, porque os "chefes" passam pela janela? Dizer que isso é um sinal de autonomia do Estado, que qualquer coisa em contrário seria antidemocrática é ignorar os resultados que essa prática reflete em várias áreas da administração pública, e queremos analisar isso do ponto de vista do Município, que é a nossa casa, o ponto de referência política mais próxi- mo que dispomos, enquanto eleitores e cidadãos. Cito o caso das Secretarias de Turismo, que no mais das vezes são relegadas a um segundo plano, principalmente porque o setor ainda não teve a consideração das lideranças políticas, mesmo em sendo o aquele mais cresce no mundo, proporcionando condições de geração de emprego e renda para todas as classes sociais. Analisando o perfil de diversas prefeituras, vemos que a Secretaria de Turismo está sempre associada a alguma outra atividade ou até nem existe no organograma. Pedem-se verbas para o Turismo, fala-se da necessidade de preparar mãode-obra para a atividade, sabe-se que essa é a saída mais rápida e apropriada para as prefeituras de pequenas cidades, mas na hora de "contratar" um gestor, repete-se o modelo que privilegia o descaso. E quando alocado à função, esse gestor dispõe de uma fração de orçamento municipal mínima, de um poder de atuação limitado ou de uma equipe desmotivada, mantida numa sala sem estrutura. É quase como pedir que ninguém faça nada pelo turismo, mantendo apenas as aparências para o caso de aparecer alguma coisa interessante no setor. Esse, repito, não é um problema localizado, mas sim generalizado. Em maior ou menor escala, com maior ou menor estrutura, com mais ou menos competência dos envolvidos, a situação se repete seja lá para onde estivermos olhando. O nosso Vale Histórico, esse imenso rincão de 7 mil quilômetros quadrados, com potenciais formidáveis, resquícios de épocas áureas, com quase 600 mil habitantes, merece um cuidado maior e uma atenção redobrada. Hoje, apenas a cidade de Aparecida conta com uma visitação anual de 8,5 milhões de pessoas. A região como um todo deve ter uma visitação que ultrapassa, hoje, os 12 milhões de turistas/ano, e esse número deve ultrapassar rapidamente a marca dos 15 milhões até 2010. Em contrapartida, vemos que pouco mais de 8% de nossa população ainda se encontra no campo, tendo em conta o êxodo que vem se agravando ano a ano pela redução de oportunidades. A maioria esmagadora vai se comprimindo em cidades que, pela falta de estrutura, acabam empurrando aqueles que dispõem de ânimo e energia para as áreas com maior PIB, o que acarreta criação de bairros periféricos, falta de estrutura básica e, finalmente, violência urbana. A par dos esforços feitos pela iniciativa privada, que quer encontrar campo para florescer, desenvolvendo a chamada "indústria do turismo" para a nossa região, é necessário que o poder público municipal esteja atento a isso: valorize a Secretaria de Turismo de seu município em todos os sentidos. Buscar competência técnica, criar infraestrutura, desenvolver o tema de sua cidade e mesmo a marca de seu município são tarefas que o administrador público precisa ter em mente, hoje mais do que nunca, para poder conduzir um processo de crescimento a partir do interesse do mercado para as maravilhas que existem aqui. Turismo não é feito apenas por empresários. Excelência em Turismo é um esforço conjugado para atingir o coração daqueles que, em contato com um produto qualificado, deslocam-se para viver um momento mágico. Turismo, portanto, começa em casa. Na nossa casa. Ernesto Elache e Nelson Marques são Presidente e Diretor de Projetos do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Aparecida e Vale Histórico Jardim da Dona Nina Aquele maravilhoso jardim que você criou, murchou e secou. Para Dona Nina, as flores eram seus grandes amores. Todos que passavam, paravam para sentir seu perfume e suas belas flores contemplavam. Hoje, aquele caminho do jardim, alegre e perfumado, era por todos comentado. Tornou-se um trajeto triste, porque aquele maravilhoso jardim, para todos, já não mais existe. Sua criadora e protetora foi chamada por Jesus, para cuidar do jardim das almas. Sua chegada foi recebida com festas e flores pelas almas com muitas palmas. No lugar do jardim, foi colocada uma grande cruz com Jesus, para aqueles que passassem pelo extinto jardim rezassem aos pés da cruz evocando suas orações à pequenina e maravilhosa Dona Nina. Ofereço essa homenagem à minha querida e maravilhosa esposa Nina Couceiro. Luiz Abade, Aparecida, SP PROPRIETÁRIO: Alexandre Marcos Lourenço Barbosa ENDEREÇO: Rua Alfredo Penido, 101 Tel.: (12) 9138-5576 — [email protected] PROJETO GRÁFICO: Marco Antônio Santos Reis REVISÃO: Heloísa Helena Arneiro Lourenço Barbosa JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rita de Cássia Corrêa (MTB 26.190/SP) IMPRESSÃO: Gráfica e Editora Santuário TIRAGEM: 3000 exemplares - Distribuição Gratuita Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Registro no Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica - Comarca de Guaratinguetá - SP, sob nº 26, fls. 17 do livro B-1. 2 Não é o maior mas é o melhor Aberto de Segunda a Sábado das 6 às 21h Domingos e Feriados das 6 às 20h ACEITAMOS ENCOMENDAS DE BOLOS EM 3 TAMANHOS Rua Benedito Macedo, 301 - Ponte Alta - Aparecida-SP Tel.: 3105-2058 Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 A RTE Grande Hotel Libertador I e II Clodomiro Amazonas (O Paisagista do Brasil) Apartamentos com TV - Ventilador Estacionamento Ambiente Familiar Gilberto Gomes CLODOMIRO AMAZONAS Monteiro, teve como berço a cidade valeparaibana de Taubaté (tenho que lembrar que por lá nasceram, ou se radicaram, outros grandes artistas pintores do nível de Justino, Marylene Moura, Anderson Fabiano, Guima, Demétrio, Gleuza Furquim, Monteiro Lobato), no ano de 1893, precisamente a 14 de março. Em 1906, segue para São Paulo e lá tem a oportunidade de conhecer e conviver com o grande mestre da paisagem brasileira, João Baptista da Costa, e esse não poupa esforços para conduzir o jovem pintor na descoberta dos arcanos da pintura de paisagens, e o tempo inexorável mostraria que isso seria conquistado, fazendo de Clodomiro um dos grandes mestres desse difícil gênero da pintura. Outros mestres, como Augusto Luiz de Freitas e o italiano Carlo de Servi, também influenciariam o pintor ao longo de sua vida. De início, com predominância da arte acadêmica, Clodomiro explorou as pinturas de gênero, naturezas - mortas e marinhas. Aos poucos, sua pintura se fez mais solta, com técnica apurada, comparável ao nível de Camile Corot ou Gustave Courbet, mestres da pintura francesa, que dominavam também uma paisagem iluminada, de cores bucólicas. Clodomiro era exigente, e isso o fazia se esmerar no preparo de suas telas e molduras. Por volta de 1901, restaura as obras do Convento de Santa Clara, de sua cidade, vindo mais tarde, em 1905, a criar a "Associação Artística e Literária de Taubaté", juntamente com seus mestres Gastão e Euzébio da Câmara Leal. Participou, em 1911, da Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes, instalada no Liceu de Artes e Ofícios e, em 1912, faz sua primeira exposição individual no Salão do Edifício da Rádium, na Rua São Bento, em São Paulo. Ao longo de sua brilhante carreira de pintor, realizou exposições individuais e coletivas nas cidades de Taubaté (SP), Recife (PE), Belém (PA), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Em São Paulo, foi um dos fundadores do Salão Paulista de Belas Artes, isto em 1934. Em 1938, participa do 5º Salão Paulista de Belas Artes, onde é agraciado com a "Grande Medalha de Prata", e "Primeiro Prêmio Prefeitura de São Paulo". Já no ano de 1939, Clodomiro Amazonas participa também do 6º Salão Paulista de Belas Artes, onde novamente, conquista o "2º Prêmio Prefeitura de São Paulo". Clodomiro Amazonas foi sem dúvidas um pintor que soube enriquecer nossas paisagens, mostrando que o Vale do Paraíba é fértil nas cores e nas luzes que emanam de suas pinturas, tão cheias de vida. As obras desse pintor possuem a riqueza e a exuberância de quem realmente sentia grande afinidade com sua paleta e pincéis. Viveu até 1953, partindo depois para o estágio avançado das Almas que com certeza, continuam a criar coisas belas. A riqueza e a exuberância das paisagens de Clodomiro Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 Tel.: (12) 3105-6320 Fax.: 3105-4754 Site: www.hotellibertador.com.br DIÁRIAS COMPLETAS RESTAURANTE SELF-SERVICE COM CAFÉ DA MANHÃ, ALMOÇO E JANTAR Rua Domingos Garcia, 168 centro e Av. Getulio Vargas, 433 Santa Rita Aparecida-SP ZEZÃO CONCRETAGEM O pioneiro há mais de 25 anos Lajes e pisos industriais nivelados a laser www.zezaoconcretagem.com.br [email protected] Aparecida-SP Tel.: (12) 3105-2812 São José dos Campos Tel.: (12) 3936-2005 IMOBILIÁRIA ITERLEX Aluga e administra seu imóvel Tel. (12) 3105-1503 3105-7199 [email protected] Rua Dr. Oliveira Braga, 374 Aparecida-SP Araci / Paula Hotel de Alto Padrão Apartamentos com TV, Ar condicionado, Frigobar, Interfone, Elevador, Estacionamento Rua Domingos Garcia, 30 Centro - Aparecida-SP Gilberto Gomes é Artista Plástico, Professor e Crítico de Artes [email protected] www.bahiahoje.com.br/gilbertogomes 3 A RTE A miniatura e o elefante: a inacreditável arte de Gabriel Ramos Alexandre Marcos Lourenço Barbosa "Como artista, a gente gosta não do que faz, mas do que gostaria de fazer" — Gabriel Ramos VISLUMBRAR as esculturas de um mexicano com sombrero em cima de um burrico, uma bailarina, um pescador, um soldado sentinela ou o sábio e ilustre Visconde de Sabugosa, seria um fácil exercício de imaginação não fossem essas obras esculpidas com gilete, a olho nu, em palitos de dente. A reação de espanto é inevitável diante da meticulosidade encontrada nos trabalhos que redefinem as costumeiras formas de olhar e é preciso, numa experiência inusitada, abrir as retinas para encontrar as formas nas dimensões que redefinem uma microfísica do olhar estético. As miniaturas, esculpidas em palitos de dentes, valeram ao artista a Medalha Prêmio Criatividade, em 1988, por ocasião do Salão de Artes Tenochtitlán promovido pela Direção Geral de Ação Cultural do Governo do México, no Centro Cultural "Jose Marti". E isso é apenas um pouco do extraordinário trabalho artístico de Gabriel Ramos, um paulistano nascido em 02/07/1958, radicado há seis anos na cidade de Potim-SP e que, desde muito criança, como autodidata, embrenhou-se na aventura da criatividade em busca do belo. De posse de uma peculiar tranqüilidade, estado de espírito que considera fundamental para produzir, Gabriel diz ter nascido para a arte, assim como seus oito irmãos. "Todos os nove irmãos têm grande facilidade para desenhar, mas apenas eu e meu irmão mais velho, Gilberto, voltamo-nos para as artes plásticas. (...) Ainda criança, lembro-me de ter esculpido um pequeno rosto de Cristo em mogno usando uma faca. Minhas mãos ficaram arrebentadas, mas consegui fazer a escultura", conta o artista. A facilidade para o desenho, desde tenra idade, e o acaso permitiram a Gabriel Ramos fazer uso de seu talento como um meio de subsistência. O relato do artista é esclarecedor: "Foi jogando futebol que conheci um amigo de um de seus irmãos. Estávamos no mesmo time e vencemos a partida. Após o jogo, em conversa com meu irmão, esse amigo dele disse que a empresa dele precisava de alguém que desenhasse bem. Meu irmão me indicou Escultura com tela de arame Gabriel desenvolveu técnica de modelagem totalmente feita com papel jornal e eu fui fazer um teste de desenho técnico. Gostaram tanto que fui contratado como projetista, mesmo sem ter a formação escolar correspondente. Assim, durante um bom tempo, fiz desenhos e projetos para produtos de muitas empresas: Ford, GM, Volkswagen e outras". Paralelamente aos trabalhos de cunho comercial, Gabriel seguia esculpindo, pintando, modelando, experimentando materiais e técnicas, apreciando os impressionistas franceses, Van Gogh e o surrealismo de Salvador Dali, mesmo sem se considerar um artista. "Nunca me considerei um artista, pois achava que a falta de formação acadêmica, de um curso de artes, não me habilitava a alimentar tal pretensão", diz com realce. Foi, então, que buscou o curso de licenciatura em Educação Artística da Universidade São Judas Tadeu. Enquanto universitário, e pouco antes, participou de várias mostras e exposições, auferindo prêmios como a medalha de prata na categoria pintura e destaque especial na categoria escultura do VI Salão de Arte das Faculdades São Judas Tadeu (1987), a medalha de ouro, na modalidade "escultura em madeira", do III Concurso de Obras Premiadas da Associação dos Artistas Plásticos Profissionais do A.B.C.D. (1989), "homenageado do ano", na modalidade escultura, do VIII Salão de Arte da Universidade São Judas Tadeu (1989), "homenageado Escultor concede entrevista para canal de televisão, em Praia Grande, São Paulo OSMANOS Restaurante e Churrascaria QUALIDADE EM REFEIÇÕES Churrasco à Moda Serviço à La Carte - Refeições O MELHOR SERVIÇO DA CIDADE Av. Monumental Papa João Paulo II, 48 Em frente à Basílica Nova — Aparecida-SP 4 especial", na modalidade escultura, do X Salão de Arte da mesma universidade (1991) e participação em exposição, no mesmo ano, na Pinacoteca Camargo Freire, em Campos do Jordão, SP. Graduando-se, em 1992, inicia um profícuo período de produção artística, mas, especialmente, nasce, incontinenti, um inquebrantável desejo de fazer da arte-educação o seu propósito maior. Dentre as muitas instituições que tiveram o privilégio de acolher a mestria artística e pedagógica de Gabriel Ramos, estão a Escola de Música e Arte "Prof. Giovanni de Vicenzo", onde lecionou desenho de 1993 a 2004; os cursos de Educação Artística (Escultura, Modelagem e Linguagem Gráfica), Comunicação Social (Cenografia) e Arquitetura (Oficina de Maquete) da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo; a Escola de Artes Plásticas "Mãos à Arte", além de inúmeros projetos voltados à arte para crianças de pais trabalhadores em centros comunitários e escolas de São Paulo e região do ABC. Paralelamente, oficinas, palestras, criação de cenários para TV, mostras, cursos, etc. foram enriquecendo um extenso e diversificado currículo: "Simplesmente Carmem", por exemplo, é uma escultura feita com arame retorcido e que compõe, após a exposição "No tic tac de Carmem", desde 1998, o acervo cultural da Caixa Econômica Fede- Escultura em palito de dente ral; em Praia Grande, SP, uma oficina de escultura em areia deixou boquiabertos alunos e turistas; por ocasião da exposição "Brasileirando", alusiva aos "500 anni della scoperta del Brasile", realizada em Firenze, na Itália, a arte de Gabriel se fez presente; a turma de 2001 dos alunos da disciplina Expressão Plástica Bidimensional do curso de pós-graduação latu-sensu em Fundamentos da Cultura e das Artes do Instituto de Artes da UNESP teve oportunidade de ouvir palestra do artista e professor, "proferida com brilhantismo", segundo o Prof. Dr. José Leonardo do Nascimento, coordenador do curso; em Xingó, no estado de Alagoas, coordenou o Programa Universidade Solidária junto à comunidade Olho d'Água do Casado; ainda em 2001, fez um curso de "Teoria e Prática do Restauro" com o prof. Gianluigi Colalucci, no Instituto Domingo Telechea; no projeto Universidade Aberta para a Terceira Idade, da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, desenvolveu oficinas de artes plásticas Com seus alunos e ao longo dos anos, Gabriel expandiu suas técnicas, pelo aprendizado ou pela criação, fazendo desenhos, pinturas e esculturas utilizando escova de dente, barbante, pó e cola, lixa, restos de giz de cera, tela de galinheiro e uma infinidade de outros recursos. Porém, o primado de suas criações pertence à técnica de escultura em papel jornal, um material aparentemente frágil, pouco consistente, que, com um pouco de cola e nas mãos hábeis do artista, transforma-se em quase tudo. Uma vez mais, é a arte do improvável que aflora. Aliás, parece ser essa a grande habilidade deste artista e educador: tornar real aquilo que a grande maioria das pessoas considera impossível, enxergar possibilidades naquilo que os "falsos realistas" desprezam, fazendo o cético transformar-se num crente. Diante da obra de Gabriel, que em hebraico significa "fortaleza de Deus", é bem possível acreditar que sua sina esteja ligada ao seu nome, pois a sua Arte pode parecer tonificada por Deus, afinal quantos não são os que crêem na beleza no mundo como fruto do Criador. [email protected] ESCRITÓRIO CONTÁBIL DICO Avenida Monumental, 446 Tel. 3105-2716 Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 Á GORA TURISMO RELIGIOSO: Uma breve apresentação Prof. Dr. Christian Dennys Monteiro de Oliveira A PRIMEIRA IDÉIA que se tem ao mencionar o termo Turismo Religioso é de que seu usuário pretenda, tão-somente, fazer um trocadilho com duas noções que se defrontam. Afinal, de que maneira os aspectos ditos "profanos" do universo turístico lazer, prazer, entretenimento e descontração - podem compor uma atividade cheia de obrigações espirituais ou "sacrifícios" como um fenômeno religioso? Essa primeira impressão, para definir o tipo de viagem que nasce de diferentes motivações religiosas, constrói-se a partir de uma "natural" visão dicotômica ou dualista. Digo "natural" na medida em que aprendemos, com a educação positivista, a reconhecer conceitos imediatamente por um mecanismo de sim/não; um sistema binário de relações. Por conseguinte, pode-se negar o turismo religioso com o simplório pré-conceito: quem vivencia o fenômeno religioso não pode estar fazendo turismo. Logo, se viajo por motivações turísticas, para lugares turísticos, utilizando-me de serviço turísticos, não exerço compromissos religiosos. A não ser que... E assim começamos a apresentar uma conceituação, de raízes históricas e escala planetária, capaz de ultrapassar essa dicotomia vulgar para representar dimensões múltiplas das culturas humanas contemporâneas. Continuando a frase acima, temos um Turismo Religioso, a não ser que a própria realidade religiosa - a manifestação pública e coletiva da fé, - absorva bases e estruturas do fazer turístico. Chamamos isso de Religiosidade Turística. Uma definição talvez mais incômoda para se popularizar; porém muito mais operacional para compreensão das características essenciais de formação e crescimento do Turismo Religioso, em tempos recentes. O Turismo Religioso não é, necessariamente, um turismo feito por religiosos, místicos, santos populares, devotos e sacerdotes/profissionais de qualquer credo ou confissão religiosa. O adjetivo "religioso" deve ser reconhecido em sua amplitude espiritual e metafísica, embora esteja perigosamente comprometida com a perspectiva cristã responsável pela sistematização desse significante, no universo do Império Romano e da Igreja Católica. Portanto, a correta definição para esse tipo de turismo encontra-se num exercício aproximativo. Tratase de um fazer turístico capaz de manifestar algum dado de religiosidade. E é exatamente na religiosidade - no ato popular de professar o sistema de crenças chamado de Religião - que o Turismo Religioso pode ser comparado às peregrinações e romarias aos lugares sagrados, em momentos também sagrados. Mas até que ponto uma peregrinação à Benares (no hinduismo), à Meca (no Islamismo), à Santa Sophia (na ortodoxia cristã) ou à Jerusalém, pode ser considerado um fenômeno turístico? Não estaria havendo aí uma mistura ou confusão entre o visitante motivado pelo mistério religioso (o peregrino) com aquele interessado apenas na materialidade cultural desses eventos ou localidades? Efetivamente, sim: há mistura e confusão, mas exclusivamente provocada pela própria realidade complexa da visitação religiosa. Até em Fátima tenta-se resolver o impasse com o seguinte aviso ao visitante, no portal de entrada do Santuário: Aqui termina o turista e começa o peregrino. Em outras palavras: troque sua personagem; mas saiba que o ator continuará o mesmo. Foto de Vera de Souza Por esta razão entende-se aqui ser mais sensato não ignorar que o Turismo Religioso seja, ao mesmo tempo, uma forma indiscutível de turismo e uma manifestação evidente da religiosidade contemporânea, em diferentes sociedades. Percebe-se, nos últimos anos, o aumento sistemático do debate sobre questões religiosas. Debate este motivado por uma série de fatores convergentes para uma espécie de "renascimento do sagrado". Tais fatores são em nível internacional: os conflitos no mundo islâmico (bem com o crescimento geométrico desta religião monoteísta), o esgotamento dos recursos ambientais, as crises econômicas e sua associação global com a redução dos investimentos sociais, a derrocada do socialismo como alternativa política global, o crescimento do terrorismo, entre outros. E no Brasil, especificamente, o reconhecimento prático de que a democracia, a urbanização e os meios de comunicação selaram, de uma vez por todas, a separação entre cidadania e catolicismo. O que permitiu contraditoriamente um aumento da tolerância e da concorrência entre diferentes credos. Era afinal o nascimento de um mercado religioso pulsante, fortalecendo em distintos rituais e estratégias de manutenção/expansão. Sem dúvida, o Turismo Religioso representa mais uma dessas estratégias. Vale lembrar alguns episódios atuais relevantes. Nunca tivemos tantos religiosos beatificados e canonizados pelo Vaticano Anchieta, Frei Galvão, Madre Paulina - e tantos santuários católicos (oficiais ou populares) sendo expostos nos meios eletrônicos de comunicação. Pelo movimento protestante, nunca foi tão farta e ostensiva a pre- sença de casas de culto das mais variadas denominações evangélicas. Além da paisagem urbana, rádios, jornais, televisões, internet, multiplicam os valores da vida religiosa, como fenômeno de massa. Os espiritismos (kardecistas, umbandistas ou orientais) ganham nova força sincrética, graça ao boom de misticismo da Nova Era e o intercâmbio cultural da virada do milênio. Virada esta, por si só, um período especial para motivar exercícios de fé e busca ritual. Está aí o consumo global das festividades natalinas, transformadas em evento turístico-religioso internacional: o ecumênico reveillon. Esse panorama de incentivo ao Turismo Religioso não poderia passar desapercebido pelos estudiosos e planejadores da área. Mas era o que vinha acontecendo na medida que, via de regra, as análises sociológicas das motivações turísticas fixavam-se, exclusivamente, nos aspectos da renda e do entretenimento, voltados ao lazer. E se religião não é lazer, não se pode afirmar que a religiosidade não o contenha. No campo da religiosidade, temos sim uma permanente reconstrução de práticas e valores. Por isso fazer Turismo Religioso é fazer visita e, portanto, comprometer outra viagem, outra estada, outro patamar de aproximação ao sagrado. A densidade desses aspectos que reúnem, num só evento, raízes históricas das peregrinações religiosas, costumes rituais nos locais de destino (santuários e festas) e a gestão dos equipamentos e atrativos correlatos, tem provocado a reflexão acadêmica e operacional de novos estudiosos. Só em 2003, foram editadas, no Brasil, três publicações específicas sobre o assunto. "Turismo Religioso", da série "Desenvolvendo o Turismo" - Volume 9 - Edição Sebrae, de Vânia Beatriz Florentino Moletta, com caráter mais técnico e direcionado às localidades e empreendimentos interessados nos possíveis ganhos do setor. Os demais são "Turismo Religioso: Ensaio e Reflexões", Organizado por Reinaldo Dias e Emerson Silveira e publicado pela Editora Alínea e "Turismo Religioso: Ensaios Antropológicos sobre Religião e Turismo", organizado por Edin Abumanssur e publicado pela Papirus Editora . Conforme os próprios títulos, essas obras trazem estudos de diferentes autores e perspectivas para contribuir na sistematização de um ramo tão recente nas preocupações dos cientistas humanos. Neste último, encontra-se um artigo de nossa autoria - "Turismo, Monumentalidade e Gestação: as Escalas da Visitação Religiosa Contemporânea" - no qual reafirmamos operar o Turismo Religioso em dimensões metropolitanas, isto é globais e locais, factuais e simbólicas, sagradas e profanas. O Turismo Religioso, na lógica cultural da visitação e da comunicação, é capaz de compatibilizar, no mesmo meio, o peregrino ecoturista e o romeiro excursionista. É isto, vivência da religiosidade turística, pois ambos são capazes de multiplicar significados para um mesmo atrativo, por mais repulsivo que tal atrativo possa parecer, aos olhos de alguns. Afinal, não há uma estética tão agradável assim na Passarela da Fé em Aparecida (SP), na Corda do Círio em Belém (PA) ou no Templo de Tia Neiva (DF). Mesmo nas cidades de Nova Trento (SC), Bom Jesus da Lapa (BA), Canindé ou Juazeiro do Norte (CE), não se consegue estabelecer essa conexão entre paisagem e fé. A prática do visitante religioso, no local, é múltipla e diferenciada. Basta imaginar a excursão de uma comunidade de bairro para uma das praias do litoral paulista, num fim de semana. Nem todos que vão à praia, vão só pela praia em si; e não é sempre que "praia" é sinônimo de beleza. Algo relativamente semelhante acontece com uma visita motivada pela fé. A partir dos "pretextos" fé/penitência/culto, realizam-se encontros, compras, divertimentos, exercícios de saúde e educação etc, além de renovação mística, superando o simples mecanicismo da "satisfação das necessidades". No Turismo Religioso, o atrativo é verdadeiramente um pretexto. Não adianta caracterizá-lo em uma conexão preconcebida. A dita conexão, portanto, não é automática nem natural. Requer estudos metodologicamente elaborados. Requer investigação dos lugares (emissivos e receptivos) nas variantes de diferentes enfoques. Requer disposição para o manuseio da complexidade que, literalmente, não se encerra em um "lugar comum". Os lugares do Turismo Religioso são especiais. São Santuários . Podem ser naturais, metropolitanos, oficialmente sagrados ou festivamente profanos. Mas refletem este especial - que chamamos de sagrados, de energia ou fé - que levamos como turistas e podemos, de repente, reencontrar. Christian Dennys Monteiro de Oliveira é doutor em Geografia do Turismo, pela USP. [email protected] Sobre a mitologia dos santuários, ler também Basílica de Aparecida: Um Templo para Cidade Mãe, do autor (São Paulo, Olho D'água, 2001) Self Service — A la carte — Bolos Tortas — Doces — Salgados Salgadinhos para festa Ambiente Familiar Disk Marmitex a la carte: 3105-3005 Entrega em domicilio Som ao vivo nos finais de semana De 4ª a 2ª, das 10h30 as 23 h Praça Lucia Marcondes Penido, 26 — Jardim Paraiba (Ao lado do Colegio Via Solis) Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 5 G RAFIAS Poesia e Futebol Fernando Sabino em Itabira Sofia Helena Arneiro Lourenço Barbosa Nelson Marzullo Tangerini QUANDO VISITEI Final Pedro x Luísa O time de Pedro jogava mal Mesmo assim chegou à final. O time de Luísa pisou na bola, Mesmo assim não gastou muita sola. Na final, um time fez um gol, Pedro, então, comemorou. Luísa lhe deu um cartão Ele, então, fez uma declaração... De amor. [email protected] Em Nossas Mãos As Sementes Denise A. Souza Compreender o caos da humanidade... São mendigos de amor, paz, luz, serenidade. Chega de maldade, precisamos de integridade, não temos mais idade, pra viver sem bondade. Viveremos em harmonia quando a Terra for transformada em jardim. Não precisamos de guerra. Parece fantasia faça acontecer a magia O mundo vivendo em poesia arte, flores e alegria Em poucos meses cultiva-se um belo jardim. Imagine um mundo novo de flores, iluminado pelas cores. Cultive um jardim, plante árvores, flores e amor. Em nossas mãos as sementes, de um mundo novo de cor. Denise A. Souza Nanos, Micros e Minicontos Wilson Gorj BALA VS. VIDA Ambas perdidas. CARNAVAL Fantasiou-se de político corrupto. Foram quatro noites e três dias de impunidades. TRANSPLANTE De córneas. Ou melhor, de "córneos". Ao ver que a mulher não prestava, deixou que o amante a levasse. PÉ D'ÁGUA A caminho de casa, pegou carona no guarda-chuva da vizinha. Suas meias secaram atrás da geladeira dela. DIREITOS Fosse em casa, na escola ou na rua, o Estatuto do Menor o amparava, ora protegendo-o de castigos mais severos, ora absolvendo-o de punições legais. No país das impunidades, ele também desfrutava a sua. PISTA Pisou fundo no acelerador. Queria deixar tudo para trás: a cidade, a casa, o quarto, a cama, o corpo, o pu - ah, o punhal!! Como pudera esquecê-lo?! DENUNCIANTE Daquela mão, apenas um dedo era honesto. De modo que, quando os outros quatro decidiam furtar algo, ao bom dedo não restava outra atitude senão permanecer em riste. RESSACA Disposto a iniciar-se no mundo dos vinhos, comprou o livro de um famoso enólogo. Mas tão ruim era o livro que o neófito adormeceu logo nas primeiras páginas. Acordou depois com uma tremenda dor de cabeça. 6 EM BUSCA DO AMOR PERDIDO Construiu uma Máquina do Tempo. Contudo, nem lhe passou pela cabeça conhecer Jesus ou ficar milionário com a loteria. Seu propósito era bem simples. Queria apenas regressar trinta anos, para entrar no seu quarto de adolescente e deixar no bolso do seu jeans o seguinte recado: "Hoje à noite, ela vai sugerir namoro. Não seja burro. Aceite". SUPERPODERES Banhado de álcool, o garoto ateou fogo ao próprio corpo, acreditando que assim se transformaria no Tocha Humana. Felizmente, os pais chegaram a tempo de evitar uma tragédia maior. Plásticas depois, mesmo apesar do trauma, o menino ainda continua fã de superheróis. Porém, o seu predileto, agora, é o Homem de Gelo. Por precaução, os pais botaram um cadeado na geladeira. RUMO AO DESCONHECIDO A ânsia de conhecer lugares novos levara-o a percorrer o mundo todo. Não havia canto do planeta onde um dia não estivera. Envelhecido, finalmente fixara-se em sua cidadezinha natal. Ali, entediava-se, quando uma forasteira a cavalo o abordou: - Há um lugar que você ainda não conhece. Que vir comigo? Não pensou duas vezes. Montou na garupa e com ela partiu. Na pressa, nem percebeu que seu corpo ficava para trás. [email protected] a terra de Carlos Drummond de Andrade pela primeira vez, fiquei conhecendo a poetisa Amanda Fonseca Duarte, até então com 80 anos de idade, de Itabira e de Minas Gerais. Tão encantado fiquei com sua "prosa" e a poesia que passei a trocar correspondência com ela. Numa das cartas, ela enviou-me algumas poesias suas. Quando voltei pela segunda vez a Itabira, fui visitá-la. Soube, então, que tinha livros de poesias publicados. Pediume, porém, segredo máximo, que não contasse a ninguém que ela era uma poetisa. Foi na minha segunda ida à cidade de Drummond que D. Amanda me contou um fato muito interessante, verídico, garantiume a itabirana, que acontecera certa vez com ela. Um homem de terno preto, chapéu preto e óculos escuros subia lentamente a Rua Tiradentes, onde mora - e onde morou o poeta. Apreciava, talvez, o casario, espremido entre as novas e audaciosas construções que vão dando nova cara, menos mineira, à cidade do "gauche" itabirano. Talvez tivesse frases prontas em sua mente - não frases dele, mas do poeta de Itabira - para tudo o que via: "Minas não há mais", "Itabira é apenas uma fotografia na parede"... D. Amanda, sentada numa cadeira, na calçada, como é de seu costume, o avistara desde quando ele dobrou a curva da rua e ela pode vê-lo envolvido em pensamentos e poesia. Ela pensou: "O que Valdik Soriano estaria fazendo em Itabira?" Sim, foi isto mesmo o que pensou D. Amanda, uma senhora muito divertida e espirituosa. O homem de terno preto, chapéu preto e óculos escuros parou em frente à sua porta e ela pôde ver quem era o "claro enigma". Olharam-se por alguns instantes. E abriram sorrisos um para o outro. A senhora me conhece? - perguntou ele. Sim - respondeu a itabirana - o senhor é o Fernando Sabino. Como a senhora me conhece? - continuou. Leio seus livros e suas crônicas no jornal. - respondeu a poetisa. Sou mineiro - prosseguiu ele. Eu sei - disse D. Amanda. A senhora poderia me fornecer um copo d´água? - perguntou o escritor. Pois não. - respondeu a bondosa senhora. Mas eu queria que a água não fosse gelada. E que fosse de filtro de barro. Quero sentir o sabor de Minas - prosseguiu. Meu filtro é de barro - respondeu a itabirana. Nesse instante, Fernando Sabino olhou para dentro da casa e pediu permissão para entrar. Pois não - disse D. Amanda. O escritor mineiro pediu licença e entrou. A senhora permite que eu veja todos os cômodos? Pois não - disse a senhora, que foi lhe mostrando sala, quartos, cozinha, banheiro... Sabino, sempre muito educado, pedia licença e entrava. Enquanto dialogava com o consagrado escritor, a poetisa pensava, intrigada: Sabor de Minas Gerais... É uma típica moradia mineira. - concluiu Sabino, depois de muito meditar. Bebeu toda a água oferecida por D. Amanda e lhe disse: Que água gostosa! Tem sabor de Minas Gerais! O escritor agradeceu pela água, retirouse e prosseguiu em sua caminhada em direção à casa onde morou Drummond. E D. Amanda Fonseca Duarte ficou a meditar: Sabor de Minas Gerais... Também eu, apaixonado por Minas Gerais, estou agora a meditar sobre a frase de Fernando Sabino: Que sabor terá Minas Gerais? Respondam-me Affonso Romano de Sant´Anna, Fernando Brant, Milton Nascimento, Olavo Romano e Carlos Herculano Lopes. Como os mineiros trabalham em silêncio, talvez nunca respondam. Eles, sim, sabem o sabor que Minas Gerais tem. Mas jamais o dirão. Nelson Marzullo Tangerini, é escritor e membro do Clube de Escritores Piracicaba. [email protected] MAURÍLIO REIS ....................................................................................................................................... Aparecida, Aparecida,2020dedenovembro fevereiro de 2007 2008 G RAFIAS Sentinela Marco Antônio Santos Reis Não sabia que nome dar àquetempo em que eu não sale quedar-se por tempo sem bia que nome dar àquele fim a olhar a minúscula criaquedar-se. tura saltitando sobre quadros Não sei se porque não connumerados. Dez quadros. segui saltar nenhum quadro, Acima deles, um maior, escriou se porque emaranhei-me to “Céu”. naquelas linhas, não cheguei Abaixo, de igual tamanho, ouao céu riscado no chão datro quadro, escrito “Inferno”. queles idos. De costas, ela jogava uma peNão sei porque, ficou pareÉ LINHA dra. Tinha de saltar sobre o cendo que a vida, de costas, quadro onde ela caia, ora com uma, ora passou a jogar pedras em mim. Só sei que, tardiamente, descobri que com duas pernas. E ia e vinha até que, feliz, chegava ao o nome era inocência, que tinha tudo a céu. E começava tudo outra vez, a saltar ver com a vida que viria, que dependeria do amor e das linhas que eu não linhas sem fim. A trilha sonora daquele quedar-se era seu pulei. riso, estridente, que se perdia no espaço Era só um jogo de amarelinha. e espantava os pássaros, que completa- Amar é linha. vam, num agitado bailado, a cena que eu Bastava saltar as pedras que eu não via, até se aquietarem novamente, nos saltei. [email protected] frondosos ramos das árvores daquele O Irmão Nuno Marques — Filho, dá a chupeta pro seu irmão que eu tô ocupada aqui! Que droga de vida! As coisas não andavam nada bem para mim depois que aquele chorão nascera. Era botar chupeta na boca, balançar o berço pra ninar o menino, empurrar carrinho para ele passear, dar papinha na boquinha... — Tudo eu! Tudo eu! Tudo eu... — Tá reclamando do que, menino?!?! É, nem eu sabia do que reclamava. Afinal a culpa era minha de as coisas estarem naquele pé. Que é que eu tinha de insistir para ganhar um irmão?!?! — Mãe, você arruma um irmãozinho pra mim? Quase todo mundo tem irmão! Só eu é que tenho essas irmãs chatas que nem brincam comigo... — Calma, menino, que sangria desatada é essa. Fala devagar pra eu entender.... Eu entrara correndo e não notara que minha mãe cochilava no arremate da costura. Não era a primeira vez que eu pedia um irmão. Sentia falta de alguém para brincar. Alguém como eu que gostasse dos mesmos brinquedos e dos mesmos jogos. Não podia ver avião passando que saía correndo e gritando para jogar um irmão para mim. Um dia eu vi um colega ser repreendido por sua mãe porque estava agachado, olhando para trás, de cabeça para baixo, por entre as pernas. "Pára de chamar outra criança, menino!" — dissera ela. Ele ficou sem graça... A partir daí, sempre que podia, estava eu lá chamando uma criança também. Chegou a esfolar minha cabeça de tanto que eu a ralava no chão quando agachava para pedir um irmão. Só parei quando mamãe veio com a notícia de uma gravidez. Gravidez?!?! Finalmente, eu ganharia um irmãozinho! Tá certo que ela não podia garantir nada; afinal, e se fosse mais uma menina? Eu, de minha parte, tinha certeza de que seria um menino. Até já sonhara com ele... E agora eu estava ali, naquela situação! Já não brincava mais direito com meus amigos, pois tinha de ficar olhando-o. E o curioso é que o carinha era pequenininho demais. Onde mamãe pensa que ele vai, cercado por essas grades de madeira, rolos de espuma e travesseiro? O menino parece mais um pacote com uma touca! E como chora o pestinha! Acho que ele veio com defeito. Às vezes vaza e fede. E o tamanho?! Olha só! Quem consegue brincar com isso... Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 À medida que a barriga crescia, aumentava ainda mais minha curiosidade. Quer dizer, então, que aquela história de cegonha e coisa e tal era tudo balela pra enganar criancinha? — Não acredito! — bradou meu maior amigo quando eu lhe revelei aquele segredo de família. — Não grita, seu louco! Só os mais velhos podem saber disso... Algumas vezes mamãe me deixava sentilo com a mão sobre sua barriga que crescia e crescia. Parecia até que ia explodir. E ele estava lá, protegido... — Nossa, ele me chutou, mãe. E olha que onda ele tá fazendo agora! — Acho que ele quer brincar com você, meu filho. Mamãe ria e afagava minha cabeça. Eu pensava que, quando ele saísse, eu deveria protegê-lo dos meninos mais velhos. E, sussurrando bem próximo àquele barrigão, falava-lhe para me chamar ao menor sinal de perigo. — Que é que você já está conversando com ele, meu menino? — Papo de homem, mãe. Papo de homem... Como, então, eu poderia sentir raiva dele, agora que nascera? Olhei com maior atenção para seu rostinho. Ele já estava calmo. Dormia profundamente e parecia que respirava sem muito ritmo. Em alguns momentos, eu chegava a palma da mão em direção a suas narinas para sentir o ar expulso pelos seus pulmões. Nem percebi que mamãe estava ali há algum tempo nos observando. Quando notei, ela já falava baixinho ao meu ouvido: — É, filho, você vai ser um paizão quando crescer... — A senhora acha? — Acho, não. Tenho certeza! Mal sabia ela dos meus pensamentos. Eu olhei mais uma vez para o berço, passei minha mão enorme no seu rostinho e ele sorriu para mim. — Tá vendo? Até ele concorda comigo — falou mamãe, puxando-me pra almoçar. Confesso que não sentia fome. Não me lembrava nem dos meus amigos. Por mim ficaria ali, debruçado na guarda do berço, olhando para aquela criaturinha de Deus. [email protected] Lúcio Mauro Dias Rua vazia que simplesmente anoitece. Corredeira de ventos e pensamentos. Mórbido percurso de silêncios. Iluminada por um vago rasgo de lua e por estrelas que renascem no brilho do sereno no telhado. De cabíveis inspirações e impossíveis palavras. Rua pela qual se guarda passos imaginários. Sustentação de pessoas invisíveis. De direções opostas e reluzentes. Paisagem de uma quietude passageira, encantada pelo assovio de pássaros livres e de uma solidão dormente tragada pela luz de um outro dia que simplesmente amanhece. Lúcio Mauro Dias Amor de sem-terra Alessandra Farias Insistente, teimoso,... Assim você surgiu. Veio devagar, caminhando cuidadosamente, Para reconhecer o terreno. Armou acampamento. E va-ga-ro-sa-men-te, Foi se apossando das terras ao redor. Sem que eu percebesse foi dominando meu pensamento, E se fazendo presente em todos os momentos. E agora aqui estou, Rendida aos teus encantos, E MORRENDO de amor... (ah, se eu falasse!) Alessandra Farias é universitária Coragem! Maria Laura Diniz dos Santos Reis Vocês nunca estarão sozinhos. Por favor, nunca soltem minhas mãos. Essa música é para lhes dar coragem Enquanto caminham na penumbra. Durante as batalhas, na penumbra, Nós falaremos, cremos! E as batalhas venceremos, Pois coragem teremos. Por favor, não chorem. Nós já iremos voar. Nós sempre seremos amigos. Por favor, nunca soltem minhas mãos. Vocês nunca estarão sozinhos. Por favor, nunca soltem minhas mãos. Essa música é para lhes dar coragem Enquanto caminham na penumbra. [email protected] ção Promo al especi para escolas Aquário de Aparecida Centro de Apoio aos Romeiros Asa Oeste - Aparecida-SP [email protected] (12) 3104-1263 e 3104-1264 7 D ROPS Experiência é o nome que todos dão aos seus próprios erros. Aquele que se mantém o mais longe possível do seu século é na verdade o que melhor o espelha. O homem pode suportar as desgraças, elas são acidentais e vêm de fora; o que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas. Antigamente ninguém pretendia ser melhor que o seu vizinho, ser melhor que o vizinho, aliás, era considerado algo muito feio e vulgar; hoje em dia, com a nossa moderna mania da moral, todos devem posar como modelos de pureza, de incorruptibilidade, e das outras sete virtudes humanas. E qual é o resultado? Todos escorregam e caem no gelo fino. Para entendermos os outros precisamos fortalecer a nossa própria personalidade. É uma pena que nós levemos tão a sério as lições da vida somente quando já não nos servem para nada. O Romantismo é privilégio dos ricos, e não profissão dos desempregados. Ao pobre só é permitido ser prático e prosaico. O nosso ser é o nosso passado. Somente através do passado podemos julgar as pessoas. O fato de um homem imolar-se por uma idéia não prova de forma alguma que ela seja verdadeira. Crer é muito monótono, a dúvida é profundamente sedutora. Ficar de sobreaviso, isto é a vida; deixar-se minar na tranqüilidade, isto é a morte. E NTREVISTA Decreto de elevação da igreja de Aparecida à condição de Basílica Menor "Pio X, Papa. Em perpétua memória. Segundo o uso e a prática dos Pontífices Romanos costumamos nós com todo gôsto conceder honras e privilégios aos templos conspícuos que diante de outros se distinguem por sua construção e pela especial devoção dos fiéis para que seu culto torne-se mais esplêndido e mais aumente o concurso e a piedade do povo cristão. Sabendo porém existir um templo nestas condições dedicado à Imaculada Virgem Mãe de Deus sob o título popular de Aparecida, nas margens do rio Paraiba no território da Diocese de São Paulo no Brasil, nós deferindo benignamente os pedidos a nós apresentados por nosso venerável irmão Duarte Leopoldo e Silva, bispo daquela diocese, em nome do Clero e de todo o povo, tivemos por bem elevar essa Igreja à dignidade mais alta. Fazemos isto com tanto mais gosto parque conforme soubemos, o mencionado templo construído no século XVIII e eminente entre os templos marianos do Brasil por sua grandeza e obras de arte, atesta claríssimamente a grande devoção à Virgem que primeiro tal introduzida pelos Luzitanos nesta parte da América. Além disto guarda-se ali uma imagem da Mãe de Deus célebre por milagres e que os fiéis veneram vindo de toda parte em peregrinação quer para pedir o auxílio da Mãe de Deus, quer para agradecer-lhe pelos benefícios concedidos. Aconteceu por isto que o mesmo templo foi enriquecido de estandartes, quadros votivos e muitíssimos donativos que muito a exortam. Essa Imagem tão venerada da Virgem foi no quinquagésimo ano depois da proclamação de sua Conceição Imaculada, no dia 8 de setembro por decreto do Capítulo Vaticano, ornada de coroa de ouro com solene pompa e em presença de nosso Núncio Apostólico, dos Bispos do Brasil e de numeroso Clero e povo. Enfim este Templo munido de abundantes paramentos sacros e enriquecido de indulgências pelos romanos Pontífices, nossos Predecessores, está agora confiado aos Presbíteros da Congregação do Santíssimo Redentor que muito se esforçam para promover ali o Culto Divino. A vista de tudo Cada efeito bonito que produzimos nos cria um inimigo; para ser popular, a pessoa precisa ser uma mediocridade. Todas as pessoas fascinantes têm vícios: está aí o segredo da sua fascinação. Não existem presságios. O destino não envia arautos. É sábio demais, ou demasiado cruel, para fazê-lo. Hoje em dia nos consolamos com a diversão, não com o arrependimento. A penitência já não está na moda. Os sofrimentos superficiais e os amores superficiais duram. Os amores e os sofrimentos profundos acabam morrendo devido à sua própria intensidade. Cada um de nós passa a vida buscando o segredo dela. Pois bem, o segredo da vida é a arte. As inglesas escondem os seus sentimentos até se casarem. Aí os ostentam. Aforismos Oscar Wilde, escritor irlandês 8 do pescador no dia 29 de Abril de 1908; quinto ano de nosso Pontificado." Cardeal Mery de Val, Secretário de Estado NR: O jornal Santuário de Aparecida publicou o texto latino no dia 27 de junho de 1908 e sua tradução no dia 16 de junho de 1917. isto e na esperança certa de que esta nossa concessão seja para a maior glória de Deus e maior proveito das almas, em virtude de Nossa autoridade apostólica, pelas presentes letras concedemos para sempre à mesma Igreja da Imaculada Virgem Mãe de Deus, chamada de Aparecida, sita na margem do rio paraiba dentre os limites da diocese de São Paulo no Brasil, o título de Basílica Menor e lhe conferimos todos os direitos, privilégios, prerrogativas, honras e indultos que de direito competem às Basílicas menores desta augusta cidade. Decretamos que estas nossas presentes letras, são e serão firmes, válidas e eficazes e produzam seus plenos e íntegros efeitos e favoreçam plenamente em tudo aqueles a que toca ou no futuro tocará; e assim deve neste negócio ser julgado e decidido por todos os juizes ordinários e delegados; e, nulo e inválido será o que qualquer autoridade cientemente ou por ignorância atestar em contrário. Não prevaleça cousa alguma em contrário. Dado em Roma, em São Pedro, sob o anel Anunciando este decreto e a constituição da província Eclesiástica de São Paulo, com suas novas dioceses, Dom Duarte Leopoldo e Silva, o Primeiro Arcebispo, em Carta Pastoral de 11 de outubro de 1908, declara: "Elevado por decreto especial da S. C. dos Ritos à categoria de Basílica Menor, o Santuário de N. S. Aparecida continuará sob a jurisdição do Arcebispo Metropolitano, como um patrimônio sagrado de toda a província, perdendo, pois o seu caráter puramente local. É uma honra para o nosso tradicional e devotíssimo Santuário que, assim colocado em maior evidência, porventura se tornará o ponto convergente de toda a nação brasileira. Concedendo as honras de Basílica à Capela de N. Sra. Aparecida, manifestou, ainda uma vez, o Sumo Pontifice o particular carinho que lhe merece a Igreja no Brasil. Insigne tributo de veneração recebe assim a modesta Imagem tirada aos pedaços do rio, vai para dois séculos, pelo pescador João Alves e que, nos 200 anos decorridos, tamanha devoção tem inspirado e tantos milagres tem produzido, atraindo peregrinos das mais remotas regiões, curando moléstias, estancando lágrimas, ascendendo esperanças, dispartindo lenitivos, determinando magníficas cerimônias culturais, despertando, reacendendo a fé em milhares, senão milhões de almas. Nossa Senhora Aparecida é o Santuário mais popular do Brasil inteiro, aquele que em seu ativo registra maior soma de prodígios e em grau mais acentuado provoca o zelo e a liberalidade dos fiéis. É o Santuário Nacional por excelência..." R ETRATO João Pinto Barboza Júnior Cássia Mara Barboza NASCEU EM APARECIDA, no dia 06 de fevereiro de 1957. Filho de Heloisa de Castro Encarnação Pinto Barboza e João Pinto Barboza. Teve uma infância muito curta. Aos seis anos de idade, entrou para o primeiro ano do antigo primário, o qual terminou aos nove anos. Iniciou o primeiro ano do antigo ginásio e terminou aos treze anos. Durante todos esses anos, estudando, ele dizia que seu sonho era ser piloto da Força Aérea Brasileira . Terminado o ginásio, ele prestou exames para a EPCAR, Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Barbacena - MG). Passou em todos os exames e iniciou seus estudos. Lá permaneceu, estudando muito, por três anos. Era o início da realização do seu sonho. Bem-sucedidos esses anos! Com dezesseis anos, para continuar essa carreira, passou a estudar, como cadete, na AFA, Academia da Força Aérea (Pirassununga-SP). Terminou seus estudos para piloto da FAB, quatro anos depois, com vinte e um anos de idade, realizando assim, o sonho de toda a sua vida. Casou-se em dezembro de 1976, com Maria Aparecida Soares da Cunha. Desse casamento, nasceu uma filha, Dorothéa Soares da Cunha Barboza. Assim que se formou, foi para Natal, no Rio Grande do Norte, para dar continuidade à sua carreira. No mesmo ano, 1978, em 28 de maio, com apenas vinte e um anos, em uma de suas viagens a serviço da Força Aérea, sofreu um acidente fatal. O maior orgulho da família, ídolo dos seus melhores amigos, exemplo para aqueles que o conheceram apenas depois de sua morte. Teve uma existência curta, mas teve um sonho, lutou por ele, conseguiu realizálo. Simplesmente sonhou, lutou por esse sonho, realizou-o e não pode vivê-lo. Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 Á GORA HOMO VIATOR Benedicto Lourenço Barbosa QUANDO EU ERA ALUNO de Sociologia em curso de graduação, a informação considerada básica pelo meu professor, um sacerdote com doutorado no exterior, era a de que o sociólogo é aquele que constata e analisa os fenômenos sociais, sejam eles políticos, familiares, culturais, educacionais ou religiosos. Tais fenômenos acontecem em tempo e lugar determinados, e o cientista social não pode deixar de lado tudo aquilo que se relacione com o homem em sua origem e meio. O homem é, por definição, um criador. Os regimes políticos, o poder, o Estado em suas várias formas, as superstições, magias, mitologias e religiões, nada mais são que fruto de sua ação criadora. Mesmo as ciências quando divididas em diferentes áreas (exatas, biológicas, humanas e tantas outras) são criações e estão a serviço do homem. Não há uma ciência que esteja acima ou fora da condição humana. Somente o homem faz ciência para dela se servir. É a própria ciência uma evidência de que o ser humano não nasce acabado e pronto. Ao contrário, está ligado a um processo histórico e evolutivo. Durante milênios, entretanto, uma visão bíblica a respeito da origem humana predominou como sendo a correta versão acerca da origem do homem datando-a em torno de 6.000 anos, mas recentes pesquisas arqueológicas, paleontológicas e antropológicas ligadas ao passado, ancoradas no avanço científico e tecnológico, fizeram esse tempo recuar para cem, duzentos, quinhentos mil, ou até um milhão de anos ou mais. Se o homem apareceu há um, dois ou cinco milhões de anos, certamente foi de forma diferente da narrada pela Bílbia. Assim sendo, ao longo do tempo, o homem vem recebendo influências do meio que o circunda e evoluindo em todos os aspectos, o que envolve não só a dimensão biológica, como também a racional e, porque não dizer, a espiritual. É ponto pacífico que o homem é oriundo da família dos primatas. É bom que se esclareça que ser da família, em biologia, não significa ser da espécie. O papagaio, a arara, a maritaca, o periquito e o tuim são da família dos psitacídeos, mas de espécies diferentes. Assim também, o homem é um primata, ou seja, pertence à família dos chimpanzés, orangotangos e gorilas, mas é de uma espécie diferente. Aliás, é preferível ter sido originado de um primata, um ser vivo, do que ser feito de barro ou de uma costela. Uma posição conciliatória entre criação e evolução, talvez nascesse da aceitação de que num tipo de primata diferente, o Criador infundiu os rudimentos do pensamento e da espiritualidade, cabendo à criatura desenvolver-se mais ou menos, de acordo com seu esforço ("Ganharás o pão com o suor de seu rosto" Gênesis, 3;19). O homem primitivo, como os demais animais, acasalava-se, nascendo os filhotes que mereceriam cuidados especiais, particularmente da fêmea, a quem foi dada a capacidade de alimentar. As relações de parentesco e a necessidade de proteção levam-nos a viver em grupos como forma de proteger-se dos animais mais fortes e dos peçonhentos. Habitavam as árvores e, posteriormente, como recurso de proteção, passaram a habitar as tocas, grutas ou cavernas até que começaram a construir palhoças, cabanas e palafitas. Alimentavam-se de frutos e raízes. Quando os alimentos se esgotavam, necessariamente buscavam outras localidades. Eram, portanto, nômades e, vez ou outra, disputavam, com outros grupos, territórios onde existiam os alimentos naturais. O aprendizado ou adestramento, de Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 início, é o mesmo dos outros animais. Aprende-se pela experiência e pela imitação dos mais velhos. O poder é baseado na força física que define a posição no grupo. As primeiras manifestações "religiosas" nasceram do medo das forças naturais. Sociedades tribais, ainda hoje existentes, inclusive no Brasil, acreditam e respeitam os fenômenos da natureza: o raio, o trovão, o sol e a lua que, de certa forma, transformam-se em divindades. O misterioso, o desconhecido e o inexplicável tornam-se os fundamentos de uma religião do medo, que ainda persiste e, muitas vezes, é até estimulada por lideranças religiosas menos sérias. As capacidades do ser humano de descobrir e de adaptar-se permitem saltos qualitativos na história. A utilização das mãos, por exemplo, permite uma extensão do poder humano. É quando um pedaço de pau ou simples pedras transformamse em armas ou ferramentas, ampliando o poder do homem sobre a natureza e sobre outros homens ou grupos. Também a roda, as canoas, os barcos, a domesticação dos animais e outros inventos vão levando o homem a transformar-se. A utilização do fogo, além de proteção contra os animais e a escuridão da noite vai servir para a mudança na alimentação que pode ser cozida ou assada. As atividades humanas ampliam-se e o homem que era coletor de frutos e raízes será, também, pescador, caçador, criador e domesticador de animais tornando-se pastor ou guerreiro. A comunicação humana feita por gestos, sinais e sons não-articulados vai ganhando aos poucos as primeiras palavras formando um vocabulário mínimo que se amplia, sem pressa, como tudo que acontecia nos primórdios dos tempos. A aquisição das palavras não foi como hoje, em que a criança num curtíssimo período domina centenas delas. A palavra é conseqüência do pensamento, assim como a ação é conseqüência dos anteriores. Quando surgiu o pensamento? A capacidade de pensar? Quando foram pronunciadas as primeiras palavras? Não há como determinar. Os antigos grupamentos humanos eram ágrafos, ou seja, não possuíam escrita. Nem mesmo podemos falar em transmissão oral das tradições ou conhecimentos nos primeiros tempos, a não ser a partir da escrita. Com certeza, por centenas de milênios, os seres humanos não tiveram domínio de escrita ou de outras formas de expressão artística, musical ou cultural. Teilhard Chardin, padre e cientista, em seu livro "Fenômeno Humano", dedica páginas para tratar do nascimento do pensamento, mas não determina quando, o que seria temerário ante as inúmeras possibilidades de descobertas referentes ao passado humano, do planeta e do próprio universo. Da simplicidade a uma complexidade cada vez maior o homem ampliou os seus campos de atividades num leque cada vez maior. A organização social surge como conseqüência desta pluralidade. Em termos de religião, essa gradativa complexidade passa a exigir um responsável pelas ações curativas e mágicas. Surge o culto aos mortos e aos antepassados e com ele a figura do curandeiro como fundamental para exercer a cura com plantas medicinais e afastar os maus espíritos e os maus agouros. Alimentadas pelo temor e pela ignorância, as superstições, embora surgidas nos primórdios dos tempos, ainda encontram guarida nos tempos atuais. Atribuindo falsos valores a fenômenos e objetos, demonstram que o primitivo convive com o moderno, uma religiosidade que encontra sentido, à guisa de exemplo, nas espa- das de São Jorge, nas ferraduras, nos pésde-coelho, nas sementes de romã, no comigo-ninguém-pode, nas figas, no galho de arruda, e tantos tipos de objetos, figuras, estátuas, roupas, bebidas, aromas, etc. Assim o homem tem caminhado em termos mágicos, mitológicos ou religiosos. Enquanto não encontra respostas satisfatórias, migra de crença em crença. A magia pressupõe a existência de espíritos, gênios e demônios e outros efeitos extraordinários que o mago tem o poder de alterar através de práticas, ritos e cerimônias, tanto para o bem como para o mal, daí a magia poder ser branca ou negra. Com o decorrer do tempo, tem-se a necessidade de sistematizar esses conhecimentos e crenças e daí o surgimento da mitologia. A mitologia enquanto história fabulosa e fantástica de deuses, semi-deuses e heróis, aparece principalmente entre gregos e romanos, mas persas, babilônios, egípcios e outros povos antigos não deixam de tentar uma explicação sobre a criação: a origem do mundo, do homem e de tudo o que é existente. Também o povo hebreu tem sua mitologia e podemos dizer de uma mitologia hebraica que quer justificar sua superioridade através de um deus superior e único que pode derrotar os demais e que se manifesta através de profetas. Mas em seus livros sagrados não há só profecias. Existem também genealogia, tradições, costumes, poesia, guerras, etc. Isso exige separar uma coisa da outra para uma boa interpretação. Afinal, os livros sagrados são uma obra acabada há mais de dois mil anos ou a obra sagrada teve continuidade? Não existem novas profecias, novos santos, novos profetas, novos líderes? Ao que parece, a maldição encontrada no final do livro Apocalipse ("...a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro...") resume-se a este livro. Já é tempo de incorporar as manifestações divinas que aconteceram ao longo destes dois mil anos. As diversas religiões têm deuses ou Deus com diferentes denominações significando a mesma coisa. Brahma, Javé, Jeová, Zeus ou Júpiter, Ahura Mazda, Alá ou Deus são forças (ou uma só força sobrenatural) tidas como criadoras e controladoras do universo, devendo ser obedecidas e adoradas. Baseiam-se em livros sagrados, inspirados e transmitidos para pessoas especiais consideradas profetas ou santas e que teriam um contato com Deus ou seus mensageiros. Entre os livros sagrados das diversas religiões, entre outros, destacamse: o Bhagavad Gita; os Vedas com os Puranas e Upanishades; o Zend Avesta com os Gathas; o Yast dos zoroástricos; a Torá que contém o Pentateuco de Moisés, o Talmude, os livros dos profetas e a Cabala (considerada secreta); a Bíblia com textos hebraicos e cristãos; o Alcorão (textos maometanos); o Evangelho dos Espíritos. Os ocultistas também têm seus livros destacados como: Ísis sem véus, Dogma e Ritual de Alta Magia e outros de autores como Eliphas Levi, Helena Blavatsky, Annie Besant, etc. De Michel de Nostradamus existem as centúrias numa linguagem hermética, escritas no século XVI. Para os livros sagrados, não existem as mesmas formas de interpretação, mesmo porque poucos são os que estudam exegese ou hermenêutica para ampliarem sua capacidade interpretativa limitada. E é da diferente interpretação que surgem as muitas ramificações no seio das próprias religiões. Entre os judeus estabelecem-se grupos como os fariseus, os saduceus e os essênios. Entre os cristãos, o primeiro grande cisma gera católicos romanos e orientais (ortodoxos), seguido do movimento de Reforma Protestante em suas inúmeras denominações: luteranos, calvinistas, batistas, metodistas, presbiterianos, adventistas e tantos outros. Por outro lado, surgem grupos com interesse de unificação com religiões ou com grupos não-cristãos, daí os espíritas buscarem a reencarnação ("metempsicose") no bramanismo e no budismo. A umbanda, o ocultismo, o esoterismo também incorporam elementos do bramanismo e do cristianismo. Nem todas as religiões e ramificações ou seitas, afinal, têm tido a capacidade de colocar-se na vanguarda com a absorção de tantos conhecimentos permitidos pela evolução científico-tecnológica, e buscar uma síntese orgânica, numa visão de homem em sua totalidade de ser biológico e racional, psicológico e sociológico, histórico e econômico, parapsicológico e gnosiológico, político, jurídico, lúdico,... enfim, um ser que aprende e aprende a aprender, não é acabado e deve estar aberto para uma compreensão da necessidade de, como "inquilino" do Planeta Terra, deixá-lo em boas condições de habitabilidade para as novas gerações, É necessário, portanto, que as religiões vejam que o planeta deve ser visto num contexto cósmico, univérsico e em movimentos e ações ainda ininteligíveis para os humanos, transeuntes das estrelas. Mesmo no próprio planeta temos muito por descobrir. E no universo? Não podemos ter a razão direcionada e limitada por crenças e ideologias. A religião sem o complemento básico da espiritualidade deixa a desejar. Existindo um espírito e, conseqüentemente, uma divindade, ela não pode ser manipulada por quem que seja. Não podemos tê-la como um gênio da lâmpada que está à disposição por um simples esfregão e que satisfaz a todos os nossos desejos. A divindade tem a sua vontade, a sua liberdade, os seus fins e os seus mistérios que não estão disponíveis para qualquer um ou para charlatães. A divindade, para o ser, não pode ser controlada por seres limitados e finitos. Pode aceitar orações ou oferendas e atenderá ou aceitará se quiser. O homem que tem descoberto sua própria casa, o planeta, necessita descobrirse a si mesmo, em suas profundezas, em seu íntimo e relacionar-se primeiro consigo mesmo, aceitar ou não sua espiritualidade e então ter um relacionamento com um Ser Supremo se sua racionalidade for capaz de aceitá-lo. Já é tempo e hora de uma visão pluriteológica, ecumêmica, aceitando as semelhanças e tolerando as diferenças. Talvez a frase de Nietzsche "Deus está morto" tenha sido mal interpretada por analistas apressados ou mal intencionados que o rotularam de ateu, louco e outros adjetivos menos dignificantes. Mas, para leitores mais atentos, pode-se concluir ser uma frase de profundidade, envolvida num véu para ser entendida, por quem tem olhos e ouvidos, como a necessidade de, constantemente, revermos nossos pobres conceitos e visões a respeito da Divindade, que está além da razão, de determinadas "revelações" e das próprias religiões, estas muitas vezes empobre-cidas pelos ritos, pelos mitos, pelas hierarquias, pelo carreirismo, pela suntuosidade e que fogem à espiritualidade profunda de busca do Reino dos Céus, do Altíssimo. Benedicto Lourenço Barbosa é mestre em ciências pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e autor do livro “Nossas Origens” 9 M EMÓRIA Eu vi um ÓVNI No Final de 95, recebí vários relatos de pessoas que viam pequenos glóbulos de luz que passeavam pelas casas. Isso me intrigou bastante e estava esperando um fim de semana com bom tempo para ir até lá. Comentei com um colega que na época era repórter do Estado de São Paulo, que resolveu me acompanhar. Os relatos de pessoas que afirmaram ver estranhos objetos eram muito interessantes. Resolvemos passear por áreas mais remotas da Serra do Quebra-Cangalha, próxima a Aparecida. Ali, os casos aumentaram de intensidade e chegamos a conversar com um senhor que contou uma estória bem assustadora. Ele ficou tão assustado que se mudou da região. Nesse caso, ele afirmava que, em uma madrugada, foi acordado pelos latidos assustados de seus três cães. A casa em que morava era bem humilde e esse senhor bem pobre, praticamente vivendo da renda de cestas de bambu que fazia. Ao abrir a porta de casa, viu uma bola de luz de uns três metros de diâmetro, com uma luminosidade bem intensa, mas que não machucava os olhos. Ao sair no portal, uma luz o atingiu no peito, e ele afirma que ficou paralisado. No local em que ele mostrou, em seu peito, havia uma pequena queimadura, recente, mas não estava apresentando inflamação. Ele disse que tentou correr, mas ficou paralisado. A luz se aproximou e ele só se recorda de ter acordado tarde da manhã e com uma dor de cabeça bem forte. Tentamos agendar uma hipnose, mas ele se recusou e disse que estava mudando. Essa e outras estórias interessantes foram aparecendo. Fiz várias vigílias próximas a Aparecida e, em um dia, aconteceu uma coisa interessante. Por volta da meia-noite, começamos a observar um incêncio na Serra do Mar. Ficamos observando com binóculos a desenrolar do incêndio, pois já estavamos preocupados e 'já estavamos nos preparando para sair e chamar os bombeiros. Depois de alguns minutos, vimos um carro seguir uma trilha na direção do incêndio. O carro ia devagar e pudemos acompanhá-lo com o binóculos. Ficamos tranquilizados e voltamos para a vigília, mas de olho no incêndio. Após alguns miinutos, vimos o farol do carro voltando em velocidade maior que a inicial. Apontamos o binóculos para lá e vimos que ele estava com pressa. Imediatamente após, o incêndio foi debelado. Nenhuma luz. Isso me intrigou. Marquei as coordenadas de onde estava e por triangulação e mapas, identifiquei o local do incêndio. No dia seguinte, por volta das 10 horas eu estava no local do incêndio. Uma parte do topo das árvores estava consumido pelas chamas em uma área de uns 30 metros ou talvez um pouco mais. CELSO PLENTZ, advo- cados (ÓVNIs). A primeira vez em que vimos, aconteceu justamente na fazenda que seu avô administrava. Eram pelas nove horas de uma noite não enluarada, quando não só nós dois, mais uma ou mais pessoas com as quais conversávamos na frente da sede da fazenda (não me recordo de quais eram), vimos que imenso clarão iluminou as redondezas da fazenda e que instantaneamente percebemos um aparelho em forma de charuto, espargindo chispas de fogo. Provavelmente isso se deu por volta do ano de 1955, numa época em que ainda não tinha sido lançado nenhum satélite ou foguete na estratosfera. Notou-se que o aparelho subia. A segunda vez em que presenciamos os ÓVNIS, foi quando, de volta da cidade de Cunha, estávamos andando de carro, no alto da serra. Em certo momento, eu, olhando por cima do vidro da porta do carro, notei dois objetos no céu, cruzando entre si, sem quase saírem do lugar. Chamei a atenção do Guido para o fato, e ele rapidamente pôde presenciar a estranha cena." gado e professor, escreveu em carta à redação de O Lince: "Caro amigo Alexandre, Sirvo-me desta carta para enviar-lhe um artigo sobre um assunto polêmico. Acreditado por muitos e desacreditado por outros: a visita de extraterrestres ao planeta Terra. O curioso sobre as naves espaciais relatadas por supostas testemunhas oculares é que tais aparelhos têm a forma de discos ou de alongados charutos e não produzem ruídos ao fixarem o tripé no solo, costumam aparecer, segundo a maioria das narrativas, nos meses de junho a agosto, sendo que foram vistos a primeira vez no dia 24 de junho de 1947. Nessa ocasião, eu morava em Caxias do Sul e, por coincidência, o Dia Internacional da Ufologia é comemorado, a cada ano, no dia do meu aniversário. Entretanto, não é pelo fato da coincidência das duas datas que eu me interesso por ufologia. A verdade é que, por duas vezes, o Guido, meu irmão, que é tenente da Aeronáutica, e eu vimos objetos voadores não-identifi- Saí do local e procurei o dono da fazenda, indo a todas as casas que encontrei. Depois de um par de horas, encontrei uma moça que disse que ela era a dona da fazenda e que realmente ela tinha ido inspecionar o incêndio junto com o namorado. O que ela contou foi bem interessante. Ao chegar ao local, ela viu uma bola de luz bem intensa. Quando se aproximaram, a bola desceu e se aproximou do veículo. Ela se assustou e voltou pela estrada. O namorado, pulou para o banco traseiro e tirou uma foto do objeto. Nesta foto, é possível ver uma bola de luz a claridade do incêndio próximo. Os casos de pequenos globos de luz que entravam nas casas estava assustando bastante algumas famílias. Algumas pessoas se recusavam a sair à noite e mantinham suas janelas e portas fechadas. Encontramos umas dez pessoas com relatos interessantes. O caso do frentista também foi interessante. Ele estava retornando para casa por volta das 23 horas em seu fusca, quando viu uma dessas bolas de luz em frente ao portão da garagem. Ele achou que poderia ser a lanterna de um assaltante, então tirou sua pistola de baixo do banco, saiu do carro e agachado se aproximou. O que ele viu o deixou bem assustado. Ele viu uma bola de luz de um metro de diâmetro que iluminava toda a área da rua, mas não incomodava a vista. Deu dois tiros nessa bola quando ela começou a se aproximar. A bola passou por ele e, ao lado de sua casa, desapareceu em um grotão próximo. A luminosidade parece que se desligou ao entrar nesse grotão. Andei pelo local, mas não achei nenhuma evidência. Fizemos diversas vigílias no local. Em uma delas, uma pequena bola de luz começou a vibrar na parte de baixo do morro em que nos encontrávamos. Talvez a uns bons 20 metros de distância. Na véspera, durante o dia e ao entardecer, costumava identificar todas as estradas e todas as casas para não as confundir com o fenômeno que queríamos registrar. Consultei os pontos marcados e no local não havia nada. Apontei a máquina que estava no tripé e disparei o obturador com tempo de 5 segundos. Essa bolinha se deslocou rapidamente e próximo a mim, desapareceu. Ao revelar o filme, é possível ver um risco de luz vindo da base do morro e chegando até bem próximo. Dr. Ricardo Varela Corrêa é técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE. É graduado em engenharia eletrônica pela Universidade de Brasília (1982), mestre (2000) e doutor (2005) em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) atuando, principalmente, nos seguintes temas: algoritmos estocásticos, MPI, CMB. ERICK LEONARDI BARBOSA PINTO, em 1995, ocasião em que conheceu Claudeir Covo e Ricardo Varela, acompanhou a equipe do SBT durante os trabalhos investigativos que duraram semanas. Ele foi um dos primeiros a observar o fenômeno em Aparecida. Ouviu depoimentos impressionantes e assistiu à sessão de hipnose feita com Jorge Divino Pereira, um possível caso de abdução. As informações que forneceu em entrevista foram confirmadas nos relatos de Claudeir Covo e Ricardo Varela. O JORNALISTA ROGÉRIO BRAGA estava com sua esposa no Restaurante Três Garças, à margem da rodovia Presidente Dutra, quando foi surpreendido por um grande movimento de pessoas para o lado externo do estabelecimento. Ao sair, afirma ter visto "três bolas de fogo" voando, em formação, no sentido Lorena-Guaratinguetá tendo ao fundo a Serra da Mantiqueira. Quando os objetos esféricos incandescentes chegaram à direção de onde estavam, guinaram para a Serra do Mar e seguiram em direção ao Oceano Atlântico. Ainda segundo o jornalista, mais de trezentas pessoas presenciaram o fenômeno que aconteceu por volta de 23h e meia-noite. "Isso aconteceu há uns sete ou oito anos", afirmou. Situado à Praça N. Sra. Aparecida, junto ao convento dos Padres Redentoristas ÓTIMO TRATAMENTO * Apartamentos e quartos amplos e arejados * Suítes com TV em cores * Ar Condicionado quente e frio * Frigobar, Elevador Atlas Garagem Própria Praça N. Sra. Aparecida, 247 Aparecida-SP Tel.: (12) 3105-2700 / 3105-1548 FAX: 3105-3652 www. hotelcentralaparecida.com.br 10 Tel/Fax: 3105-1377 Av. Padroeira do Brasil, 689 Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 E NTREVISTA Claudeir Covo Da Redação passar do tempo, fiz vários cursos envolvendo reconhecimento do céu, mecânica celeste, meteorologia, radioastronomia, etc. Estudei os fenômenos que são conhecidos da Ciência, mas desconhecido do grande público. Assim resolvemos fundar o INFA, uma entidade mais forte, com uma área maior de atuação, envolvendo Ufólogos com muita experiência. Foi legalmente constituída, registrada em Cartório e no Ministério da Fazenda. O Ricardo Varela Correa é vice-presidente do INFA. CLAUDEIR COVO tem 57 anos de idade e pesquisa a Ufologia há mais de quatro décadas. Seu interesse pelo tema remonta a 1966. Engenheiro (eletricista e de segurança do trabalho) de formação, especializou-se em ótica, fotometria, calorimetria e fotoelasticidade, na área de dispositivos de iluminação e sinalização veicular. Desde 1981, é presidente do Comitê de Iluminação Veicular da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de São Paulo. É representante estadual da MUFON (Mutual UFO Network), em São Paulo. Fundou e preside o INFA (Instituto Nacional de Investigações de Fenômenos Aeroespaciais) que mantém um site (www.infa.com.br ) e a TV INFA (www.tvinfa.com.br ) com riquíssimos acervos de fotos, depoimentos, textos e vídeos sobre OVNIS. O Lince - O senhor é considerado uma das maiores autoridades em ufologia na América Latina, possuindo um dos maiores acervos de fotos, filmes e depoimentos do mundo. Qual a trajetória que o levou a essa condição? Claudeir Covo - Não me considero uma das maiores autoridades em Ufologia na América Latina, pois aqui no Brasil e também em outros países da América do Sul temos excelentes ufólogos. Pela minha formação em Engenharia, pesquiso o fenômeno há 42 anos, com metodologia científica, com muita seriedade e "pés" no chão. Provavelmente, pela minha seriedade na pesquisa, revelando fraudes e enganos, sabendo separar o joio do trigo, bem como o tempo de dedicação ao assunto, acabei me destacando. Pesquiso a Ufologia desde 1966, quando tinha 16 anos, mas o meu trabalho só se tornou público a partir de 1980. Desde criança, me interesso por coisas celestes e, em 1966, li nos jornais que astronautas foram seguidos por objetos discóides quando estavam em órbita da Terra. A partir daí, resolvi ir a fundo ao assunto. Nesse tempo todo, consegui um arquivo relativamente grande. Só em VHS tenho mais de mil horas gravadas, que nos últimos dois anos estou recuperando e passando para DVD, além de umas dez mil fotos, inúmeras publicações em livros, jornais, etc. O Lince - O que é e por quê o senhor fundou e preside o INFA (Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais)? Claudeir Covo - Em 1975, eu fundei o CEPU - Centro de Estudos e Pesquisas Ufológicas, que não era registrado. Com o Aparecida, 20 de fevereiro de 2008 O Lince - Atualmente, a revista UFO, da qual é co-editor, é a mais antiga publicação do mundo, ligada ao assunto, em circulação. A que se deve isso? Claudeir Covo - A Revista UFO foi fundada em 1984, por Ademar José Gevaerd. A UFO ainda sobrevive por muita luta por parte do Gevaerd, pois normalmente ela fecha no "vermelho". Por diversas vezes, o Gevaerd resolveu encerrar a UFO, mas por amor e gosto pelo assunto, conseguiu manter ela viva até hoje. As empresas não anunciam em revistas ufológicas. O Lince - Os fenômenos observados em Aparecida, em 1995, podem ser considerados como registros de ÓVNIS? Claudeir Covo - Sim, sem dúvidas, aconteceram diversos fenômenos ufológicos, inclusive alguns documentados em fotos. Também houve casos de Roberto Augusto enganos com faróis de veículos automotores. A grande onda ocorreu em 1995. O Lince - Há um relato de um caso provável de abdução. Que evidências foram encontradas que possam comprovar tal fato? Quando os depoimentos são considerados confiáveis? Claudeir Covo - O cesteiro Jorge Divino Pereira relatou que acordou de madrugada, com uma forte luz entrando pela janela. Ao sair no quintal, recebeu um jato de luz que o arrastou pelo ar, flutuando, por dezenas de metros. Só se lembra que acordou caído no quintal quando o dia amanheceu. Estivemos com o Jorge no dia seguinte, e ele estava com forte irritação e inchaço nos olhos. Pela simplicidade dele, pelos detalhes do seu depoimento e pela hipnose, consideramos um caso confiável. transformar em um caso real de abdução. O Jorge, em hipnose, confirmou o seu relato, mas não foi possível acrescentar nenhum detalhe importante. O Lince - O senhor comprovou que muito do que foi visto não passava de faróis de carros em uma estrada da Serra da Quebra-Cangalha. Isto caracteriza a presença de UFOs em Aparecida como uma fraude? Claudeir Covo - Estivemos em Aparecida do Norte por diversos dias, acompanhado pela equipe do Programa Aqui Agora, do SBT. No local onde escolhemos para fazer as vigílias, à distância, em um único local, constantemente apareciam luzes e desapareciam. Através de fotos feitas com tripé, com tempo longo de exposição, constatamos que aquele lugar era sempre o mesmo. De dia, com o auxílio de um bom binóculo, verificamos que era o braço (curva) de uma estrada, provavelmente a que vai para a cidade de Cunha. Esse lugar em específico de uma parte da estrada foi um caso isolado, pois diversas testemunhas viram luzes em outros lugares, inclusive no céu, tipicamente de origem Ufológica. Algumas registram o fato em fotos. OBS: No dia em que eu revelei para a equipe do Aqui Agora, do SBT, que aquelas luzes que sempre apareciam no mesmo lugar eram tão-somente faróis de carros, alguns moradores do local brigaram comigo e queriam me bater. Alguns diziam que moravam lá muitos anos e nunca tinham visto luzes naquele local. Pensei que ia ser linchado (rs). Ora, a mata cresce, encobre placas e também a própria estrada. Naquele período a curva da estrada estava visível. O Lince - O engenheiro Ricardo Varela, doutor pelo INPE, registrou fotos curiosas. O que o senhor tem a dizer a respeito? Claudeir Covo - As fotos obtidas pelo Varela foram consideradas autênticas, envolvendo a manifestação do fenômeno ÓVNI na região. pre foi rico em avistamentos, e eu teria que procurar com calma nos meus arquivos para encontrá-los. Em Aparecida do Norte, o fotógrafo Nelson Almeida, do jornal O Estado de São Paulo, fez algumas fotos do fenômeno em plena atividade no céu, em 31.08.1995. Foi dado tempo longo de exposição. O Lince - Quais as formas mais freqüentes dos ÓVNIS? Claudeir Covo - Veja a tabela: PERÍODO DIURNO FORMADiscóide - 73% OUTRAS FORMAS NOTURNO Esférico - 86% 27% 14% Por outras formas, entende-se como charutos, triangulares, retangulares, etc. O Lince - Que explicação o senhor daria para o fato de, em Aparecida, os depoimentos referirem-se a bolas de luz intensa? Claudeir Covo - Pelo fato de serem avistamentos noturnos. Independente da forma, o UFO forma ao seu redor um campo eletromagnético tão intenso que ioniza o ar ao ser redor, que é visível durante a noite. Esse campo toma quase sempre a forma esférica. O Lince - Suas considerações finais. Claudeir Covo - O Fenômeno UFO é real, mas nem tudo que reluz é ouro. Estatisticamente falando, de tudo aquilo que se divulga, envolvendo depoimentos, filmes e fotos, temos: — 83% de enganos com fenômenos físicos e químicos, naturais ou artificiais, bem conhecidos da Ciência, mas desconhecido pelos leigos. — 15% de fraudes, envolvendo a má fé, em que a pessoa pega um prato de pizza, uma tampa de panela, uma calota de carro, e até modelos, jogam para o ar e fotografam. Depois inventam uma estória. Hoje, com os softwares de computação gráfica, as fraudes ficaram mais sofisticadas. — Apenas 2% dos casos realmente envolvem o Fenômeno UFO autêntico. Temos também muitos "acidentes" fotográficos que confundem os leigos. Jorge Divino O Lince - Há outros registros da presença de ÓVNIs no Vale do Paraíba que o senhor conheça? Poderia comentá-los? Claudeir Covo - O Vale do Paraíba sem- Entrevista concedida em 9 de fevereiro de 2008 Contatos de Claudeir Covo - São Paulo - SP www.infa.com.br — www.tvinfa.com.br www.inpubr.com.br — http://www.orkut.com/ Community.aspx?cmm=15632617 (Orkut da TV INFA) [email protected] O Lince - Submetido à hipnose, o suposto abduzido confirmou as informações dadas em estado de consciência. Por que a hipnose, como técnica, é confiável? O que disse o hipnotizado? Claudeir Covo - A hipnose na Ufologia é uma excelente ferramenta, mas não é totalmente confiável. Ela tem as suas limitações. O perigo é quando o hipnotizador induz coisas na mente da testemunha, quando muitas vezes faz um simples sonho se Desenho de Sueli - Jorge Divino sendo abduzido 11 .X& LUX L .&UIONS I. O. N. S Noite de autógrafos de W ilson Gor Gorjj no Museu Conselheir o R odrigues Alv es Conselheiro Rodrigues Alves As paredes da antiga casa do Conselheiro Rodrigues Alves, hoje Museu, ressoaram liras das cordas do grupo de câmera “Prestíssimo” e das letras breves do escritor Wilson Gorj em mais uma noite de autógrafos de seu livro “Sem Contos Longos”. Organizado pelo poeta Tonho França, com o apoio do Museu Conselheiro Rodrigues Alves, do Sítio do Juca, do Grupo de Escoteiros de Guaratinguetá e do Jornal “O Lince”, o evento, ocorrido no dia 15 de fevereiro, contou com a presença de amigos e admiradores das micronarrativas de Gorj. Diante do Presidente da República e de sua família, os presentes se congratularam e conversaram sob o clima agradável permitido pelos acordes clássicos de violinos e violoncelo. Diógenes Antunes, Tonho França e Alexandre Lourenço fizeram públicas as palavras de agradecimentos aos presentes e de elogios ao autor e sua obra. Wilson Gorj E aí? Tá ligado? ENSINO MÉDIO DIURNO!!! Novas turmas 2008. Se liga! Ligue 3105-1959 falou de sua alegria e gratidão aos familiares e amigos que o prestigiaram naquela noite e, como lhe é habitual, não deixou de fazer um trocadilho em deferência ao Museu Rodrigues Alves que passa por um momento de sérias dificuldades, correndo o risco de encerrar suas atividades: “criado para preservar, agora é o museu que precisa ser preservado”. Escola Pires do Rio Aparecida-SP CASARÃO Churrascaria, Lanchonete e Restaurante BOI NA BRASA Nicésio Atacado e Varejo Forró toda quinta Há mais de 15 anos servindo em Aparecida. Sempre trabalhando para o progresso de Aparecida Do amigo Adilson Boi na brasa Avenida Dr. Júlio Prestes, 238 Aparecida - SP À esquerda do portão principal da Nova Basílica Estacionamento próprio .. . o s Pen , logoino! ass 12 Rua Afonso Pereira Rangel, 57 Jardim Paraíba - 12570-000 Tel.: 3105-2029 Atacado e Varejo Estrada Vale do Sol, Pedro Leme, Roseira-SP Telefone 8173- 2525 Tenha o que ler, mensalmente, em sua casa. Assine, ganhe um livro no valor de sua assinatura e receba "O Lince", gratuitamente, durante um ano. Saiba como pelo fone: (12) 9138-5576 ou pelo site: www.jornalolince.com.br Campanha exclusiva para moradores de Aparecida Aparecida, 20 de fevereiro de 2008