Foi o que aconteceu. - Aguinaldo Silva Digital

Transcrição

Foi o que aconteceu. - Aguinaldo Silva Digital
Escrito em:29/6/2009
VIVER NÃO É COISA PRA MARIQUITAS!
Querido Moacir Jardim, João Sequeira de Sousa querido:
dormi feito um anjo, porque nada me tira o sono. Mas a
verdade é que, quando me deitei ontem à noite, estava
precisando muito de colo. Por isso, mal acordei hoje – às 8
horas, fato raríssimo! – corri para o blogão, pois sabia que
era isso que vocês dois me dariam: um colo farto, igual
àqueles das madonas retratadas nas pinturas
renascentistas.
Foi o que aconteceu.
As palavras de Moacir foram as mais
sábias que li no blogão nos últimos
tempos... E, com a devida autorização
dele, serão incluídas no Deu no Blogão!, o
livro que vou publicar antes do fim do
ano (não sabiam? Aquela idéia do livro
do blogão vingou, volto a falar em breve
sobre isso).
E quanto a João... Seu estilo sempre
confesssional e, portanto, sincero, é um
must diário cuja ausência - eu já disse e
repito - faria muita falta em nossas
páginas. E hoje ele se excedeu em clareza
e afeto, pois viu que eu precisava disso.
Sou grato aos dois. Sou grato a todos. Tenho amigos que
mostram a cara e assinam embaixo. Pra que me preocupar
com “amigos” anônimos? É isso que eles querem – sugar
minha energia e fazer com que mergulhe num clima
negativo.
Às vezes até conseguem me dar um tranco, e foi o que
aconteceu ontem à noite... Mas não por muito tempo.
Já disse e repito: a master class foi um dos grandes
momentos da minha vida. Não só porque descobri uma
faceta minha ainda desconhecida – a de orientador -, como
pelas pessoas que, através dela, invadiram a minha vida.
Se existe ou não uma alma precisando de mais orientação
e conselhos no meio delas eu não sei, nem quero descobrir
- nem vale a pena pensar nisso.
O que vale a pena é continuar pensando que fizemos
juntos um belíssimo trabalho... E que ele não pode ser
simplesmente desconsiderado.
Não, eu não sei qual será o destino de
MARIDO DE ALUGUEL, já que até
agora não tive da parte da Rede Globo
nenhuma indicação concreta quanto a
isso.
Mas acho sim, que aquela sinopse
magnífica terá forçosamente um grande
destino onde quer que venha a ser
produzida... O que beneficiará até
mesmo quem não quer isso.
Se serei eu a escrevê-la não sei. Mas em
qualquer negociação a respeito terá que
constar uma cláusula incluindo alguns de
vocês na equipe.
Portanto, Rodrigo, Maurício, Pedro e todos os que
guardaram silêncio, não se preocupem, pois agora cito um
dos brasileiros de quem mais me orgulho, o professor
Fernando Henrique Cardoso, pra dizer: “esqueçam o que
eu escrevi” ontem à noite, pois tudo o que já tinha escrito
antes sobre a excelência de vocês todos continua valendo.
De qualquer modo, como vocês podem ver na foto lá em
cima (by Davi Vallerio), eu já estou em estado de alerta
para o próximo arranca-rabo...
___________________________________________________________
E LA NAVE VA...
__________________________________________________
Vejam, na foto abaixo, a beleza do quadro de
Carlos Calvet, um pintor português, que eu
acabei de arrematar no leilão do Palácio do
Correio Velho, aqui em Lisboa. É neste navio que
eu vou dar a volta ao mundo até que o
mundo acabe!
___________________________________________________________
UMA BELA NOITE DE FADOS
Tivemos nesta segunda-feira uma bela noite no “Senhor
Vinho”, casa de fados que fica num dos bairros mais
tradicionais daqui: a Madragoa. Marília Gabriela, os
editores Inês e Alexandre Vasconcelos (da Objectiva), o
escritor José EduardoAgualusa, eu e o baixista Ricardo
Cruz, que é também o produtor musical de uma das
“estrelas” da casa: Antônio Zambujo.
A essa altura vocês já viram o vídeo acima, no qual
Zambujo canta de modo luxuoso um clássico da música
popular brasileira, Lábios que Beijei (que, entre outras
coisas, deu nome a um dos meus livros), e já perceberam o
quanto ele é cool e moderníssimo.
No ambiente do fado de vozes quase sempre estentórias,
Zambujo se destaca pelo modo suave, quase jazístico de
cantar, num estilo que vai de Chet Baker a João Gilberto,
passando até mesmo por Caetano Veloso, mas sem nunca
deixar de lado os que o antecederam no fado.
Pra mim, foi uma novidade absoluta. Tive o maior prazer
em ouvi-lo.
Além de ouvir o fado, comer bem e beber ótimos vinhos,
falamos de tudo. Muito sobre CINQUENTINHA é claro,
com Marília felicíssima por conta da sua personagem, e
também do corte de cabelo que fez pra ela, e que a deixou
ainda mais radiosa e bonita.
Falamos também do novo livro de Agualusa, Barroco
Tropical, que faz o maior sucesso aqui e eu não sei se saiu
no Brasil, mas de qualquer modo já recomendo.
Mas a “estrela” da noite foi mesmo Antônio Zambujo (na
foto abaixo), com seu jeito único de cantar o fado. Gostei
tanto que já mandei reservar lugar para o concerto que ele
fará, dia 15 de julho, no Parque Marechal Carmona, lá em
Cascais, quando dividirá o palco com ninguém menos que
o nosso Ivan Lins: imperdível!
____________________________________________________________
DESCULPE ALGUMA COISA, ELTON QUERIDO!
Não, infelizmente não fui ao concerto de Sir Elton John
aqui em Lisboa.
É que fui almoçar no restaurante do Hotel do Guincho, lá
em Cascais, cuja comida mereceu uma estrela do Guia
Michelin...E confesso que me excedi um pouco.
Já no sábado, num almoço com Marília Gabriela no
restaurante “A Comenda”, outro must lisboeta, eu também
tinha me excedido no vinho durante nossas três horas de
ótima conversa. Assim...
No domingo à noite, pesadão como estava, percebi que
não ia agüentar o tranco e saracotear ao som de Elton lá no
Pavilhão Atlântico. Por isso desci até a Praça da Figueira e
dei meu ingresso de 125 Euros ao primeiro romeno de
olhos verdes que me passou pela frente... Mesmo sabendo
que, em vez de ir ver o show, ele trataria de vendê-lo a
bom preço, pois essa é a natureza dos ciganos.
De qualquer modo me senti na obrigação
de dar alguma coisa do Elton a vocês
hoje, e por isso postei esse vídeo-promo
de “Nikita”, uma das músicas dele que
todos nós adoramos.
Sim, porque vocês sabem: Elton John é
um clássico. Vai tocar no rádio enquanto
o rádio existir, e o mundo – como nós o
conhecemos hoje, antes que aconteçam
todos os cataclismas já previstos e
surjam de novo os dinossauros –
continuar por aí vagando.
Não há como deixar de comparar a
trajetória de Elton com a de Michael
Jackson. O primeiro a certa altura de
sua carreira também desceu aos infernos
e quase acabou destruído. Mas deu a
volta por cima. Recuperou-se, deixou a
droga de lado, virou um senhor de
respeito, um homem casado (com outro
homem, diga-se), foi galardoado com o
título de “Sir”...
E nunca, mesmo nos momentos mais
hards, deixou de compor musicas
fantásticas com seu parceiro Bernie
Taupin, sempre em “quartos separados”
(é este o nome do CD antológico que
celebra a brilhante parceria dos dois).
Já Michael Jackson, bem... É aquela
história que todos nós sabemos.
Então é isso: fico devendo um show de Elton John a mim
mesmo. Qualquer dia desses nos encontraremos. Pois eu,
como vocês estão fartos de saber, não vou morrer nunca. E
o Elton, a julgar pela foto abaixo, tirada aqui em Lisboa,
bem... Ainda pode resultar num belo caldo.
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Exercícios para cinco dedos
A revista VISÃO publicou uma extensa pesquisa sobre a
vida sexual dos portugueses.
No item “masturbação”, 35.6% dos homens disseram que
“nunca a praticaram”; 24,5% só “algumas vezes por ano”;
e 63,4% das mulheres declararam peremptoriamente que
“jamais fizeram tal coisa!”
No item “relações com pessoas do mesmo sexo” os
números foram ainda mais incríveis: 94,1% dos
entrevistados disseram que “nunca”; 3,2%, chocadíssimos
com a pergunta, nem responderam; e só 2,7% disseram
que, bem, quer dizer... “sim, pois”
Quanto à pergunta que provocou o grande terremoto de
Lisboa – “considera-se homossexual?” – as respostas
foram as seguintes: 88,3% disseram que “não”; 5,8% que
“sim”; e 5,9% não quiseram responder.
A pesquisa, de um modo geral, dá a impressão de que em
matéria de sexo os portugueses ainda não fizeram a sua
revolução de Abril... Ou a Revolução de Abril esqueceu
esse item do progresso nas relações sexuais, que é da
maior importância para a completa realização do ser
humano. De qualquer modo, vendo os líderes da esquerda
de hoje – Francisco Louçã e Jerônimo de Sousa -, é
impossível imaginá-los a fazer esse tipo de coisas.
Quanto a mim, tirei minhas próprias conclusões. Baseado
nas respostas sobre a masturbação, eu vos digo: ou os
portugueses são uns tolinhos ou são uns grandes
mentirosos!
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VIVA SÃO JOÃO!
As notícias que chegam do Brasil têm me deixado muito
triste. Por isso, pra que não digam que deixei de falar do
meu país, prefiro registrar aqui apenas este flagrante feito
pelo fotógrafo oficial da Presidência da República, durante
a festa junina deste ano na Granja do Torto. Dona Marisa,
Dilma Roussef e o Presidente Lula, vestidos a caráter,
felizes e descontraídos, numa foto que diz tudo.
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-------------------------------------------------------------------------------------Escrito em:24/6/2009
E AGORA, DE VOLTA À "LA VIOLETERA"
E chega de Michael Jackson, né não? Fiquemos só com as
músicas dele e, de vez em quando, com uma palinha de
algum dos seus “clips” espampanantes.
Vamos voltar ao assunto inicial deste meu post – a
memória prodigiosa dos atores.
Várias pessoas me ligaram pra comentar
que, mesmo sem querer acabei sendo
injusto com Regina Duarte.
Reli o texto e concordo.
Vou explicar porquê: a cena de “Vale Tudo”, com Regina
e Glória Pires, que eu postei para ilustrar o texto, tem 4
minutos e 17 segundos. Lembro-me de que, em “Roque
Santeiro”, cheguei a escrever cenas de absurdos sete
minutos para Regina e Lima Duarte... E os dois não
perdiam uma vírgula.
Em “ValeTudo” Regina era a protagonista, e gravava até
50 cenas por dia. Só que estas cenas eram muito maiores
que as de “Senhora do Destino”. Era texto demais sim, e
era natural que a atriz, a certa altura, não conseguisse
absorver tudo.
Portanto, não é que Regina seja menos
capaz de decorar seus textos – nem eu
quis dizer isso. Pelo contrário, se
somarmos o total de cenas dela nas
novelas em que foi protagonista,
podemos dizer, sem medo de errar, que
Regina Duarte foi a atriz que mais
decorou textos no Brasil em todos os
tempos... E não apenas os decorou, mas
os disse de maneira inesquecível.
Pois Regina tornou-se nossa estrela máxima num tempo
em que, na televisão, a palavra tinha valor e era ouvida.
Hoje em dia, qualquer cena que tenha mais que um minuto
e meio faz o telespectador levantar da frente da tevê pra ir
fazer xixi ou tomar um refresco.
Culpa da MTV... E (agora juntando as
pontas todas) do Michael Jackson! Pois o
que todo mundo quer ver hoje não é o
requinte da dramaturgia, mas a
linguagem toda pinicada do videoclipe.
Quanto ao resto, depois de pensar muito no que tinha
escrito, acho que descobri a causa dessa incrível facilidade
dos atores de decorar textos: é que eles, quando
incorporam um personagem, acreditam piamente no que
dizem.
Tô certo ou tô errado, Regina?
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O ÚLTIMO "CLIP" DE MICHAEL JACKSON
Esqueçam o Timberlake e pensem em Michael
no clip acima.
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Ninguém torceu mais que eu pela “volta” de Michael
Jackson após estes anos todos de silêncio. Todos os dias
eu pensava nisso: sim, ele produziria outro daqueles discos
geniais e se reafirmaria como gênio!
Mas essa minha expectativa foi praticamente anulada em
2006 quando Justin Timberlake lançou o álbum “Future
Sex/Love sounds”. Pois aquele, pra mim, teria sido o novo
e revolucionário disco de Michael Jackson. Produzido por
um artista regular como Timberlake ficou interessante. À
maneira de Michael ele teria sido no mínimo
revolucionário.
Timberlake e seu produtor até que tentaram. No clip de
“Sexy Back” o branquelo de verdade chegou a ensaiar
passos de dança sem dúvida copiados do branquelo de
mentira... Mas sem o menor jeito.
O disco chegou ao topo das paradas, graças a ele Justin
ganhou um up grade, mas depois ficou tudo por isso
mesmo.
Imagino a frustração, a raiva de Michael quando (se é que)
ouviu “Future Sex”: um branco fingindo ser um negro que
finge ser um branco: o que ele podia fazer depois daquilo?
Rolam na internet clips de supostas novas músicas do que
viria a ser um futuro álbum de Michael. Tudo muito
suspeito, e nada que seja mais do que interessante. Talvez
se exigisse demais dele: depois de tanta genialidade, mais
ainda?
De qualquer modo, não haverá retorno porque o Rei do
Pop nunca foi embora. Pois é como eu disse ontem:
enquanto a droga desse planeta continuar rolando por aí na
escuridão da noite, sempre haverá uma rádio a tocar
músicas de Michael Jackson.
Começou o processo de canonização, como
sempre comandado pelos hipócritas. Michael
Jackson, o negrinho metido a branquelo, o pedófilo,
o malucão de todas as manias, agora é reconhecido,
pelos mesmos que o crucificaram em vida, como o
artista importante que foi - um dos maiores do século
XX. O que mais se vê na mídia é gente chorando
lágrimas de crocodilo. Mas Michael, na morte como
na vida, está muitos quilômetros acima dessas
miseráveis carpideiras.
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QUEM SABE CANTAR "LA VIOLETERA"?
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Bom, vamos por partes, como diria aquele açougueiro que
certa vez foi entregar um quilo de bifes de contra-filé na
minha casa da rua Visconde de Maranguape, lá na Lapa e
aí...
Mas essa é outra história.
Do que eu quero falar agora é de quem manda aqui no
Blogão do Aguinaldão: sou eu, é claro! Sou eu, e não abro
mão disso. Aqui só entra quem eu quero. E rapa fora todo
aquele de quem não gosto. É assim que funciona. Quem
quiser democracia que vá pro Iran ou pra Venezuela, pois
aqui tem um chefão todo poderoso, que sou eu mesmo.
Repito, pra que fique bem claro: eu é que decido quem
entra e quem sai. E no dia em que não puder mais fazê-lo,
pego meu chapéu e vou embora... E aí vocês vão ter que
fazer hora no blog da Geovana Taminaga.
Por que estou escrevendo isso? Porque ontem à noite
apareceu mais um desses Zé Ruelas para os quais o blog é
de quem comenta, e não de quem o mantém com muito
trabalho... E que, por isso, eles podem se esconder atrás de
quantos nicknames queiram e escrever todo tipo de
sandices e grossuras.
A ele, e a outros que apareçam com as mesmas idéias de
jerico, eu só tenho uma coisa a dizer:
Vai tomar no toba!
E tenho dito.
Ah sim: o vídeo que postei lá em cima (felonemal, não?)
tem a ver não com esse texto, mas com o que vem depois
da foto abaixo. É a famosa cena de "Vale Tudo" em que
Maria de Fátima humilha Raquel - vale a pena ver de
novo... E sempre... Ainda mais porque, embora o texto
fosse longuíssimo, elas não erraram uma só palavra
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Antônio Fagundes: um camaleão de memória prodigiosa.
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Uma coisa que sempre me espantou foi essa facilidade dos atores
– e quando digo “atores” estou me referindo aos de verdade é
claro, aos profissionais – de decorar páginas e páginas de texto.
Como é que eles conseguem?
Cada um afirma ter seus próprios truques. E existem até
fenômenos fartamente comprovados, como é o caso de Antônio
Fagundes, que lê o texto apenas uma vez e depois, pimba!, repete
palavra por palavra sem esquecer nem ao menos uma miserável
vírgula.
Eu, por exemplo, sou péssimo pra decorar qualquer coisa além
das senhas do banco eletrônico. Dois dias antes de começar a
master class preparei um texto engraçado e inteligentíssimo com
o qual abriria os trabalhos, e tratei de decorá-lo. Até consegui,
mas no dia, na hora, diante daquela platéia ávida a me observar,
esqueci tudo... E tive que falar de improviso.
Dizem que me saí muito bem, mas até
hoje tenho sérias dúvidas.
A única vez que consegui decorar um texto (e de tal modo
o fiz que o guardei pra sempre na memória), foi nos
tempos de ginásio. Ia haver uma festa qualquer, e uma
aluna CDF, cujo nome usei depois numa de minhas
novelas (“Linda Inês”) fora designada pra nela declamar o
monumental poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves.
Só que, a certa altura dos ensaios, Linda Inês ficou gripadíssima.
Alguém achou que deviam indicar um stand-by pro caso de, no
dia D, ela amanhecer afônica...
E adivinhem quem foi o escolhido?
Euzinho é claro!
Virei um dia e uma noite a decorar o cartapácio:
“Era um sonho dantesco./O tombadilho que das
luzernas/avermelha o brilho/em sangue a se banhar./Tinir de
ferros, estalar de açoites/legiões de homens negros como a
noite/horrendos a dançar./Presos nos elos/de uma só cadeia/a
multidão faminta cambaleia/e chora, e dança, e ri!”
E por aí fui, centenas de vezes, até o final condoreiro: “Andrada,
arranca esse pendão dos ares!/Colombo, fecha a porta dos teus
mares!”
Decorei não apenas as palavras, mas também a entonação que
achava mais apropriada... E apintalhada é claro, pois eu não ia
subir naquele palco pra ser menos que pintosa. E, ao final de uma
noite insone, me vi com o texto na ponta da língua, tal como o
tenho até hoje.
Mas no dia seguinte Linda Inês apareceu sem o menor vestígio de
rouquidão, e eu tive que me recolher à minha insignificância de
stand by. Com um travo de despeito na garganta, nada mais pude
fazer além de, no final do seu “Navio Negreiro”, aplaudi-la... Mas
certo de que minha versão teria sido, digamos assim, mais
impactante... E, portanto, melhor.
O fato é que os truques dos atores funcionam.
Em SENHORA DO DESTINO Susana Vieira era capaz de gravar
40 cenas num só dia e ainda fazer a lista de compras do
supermercado no intervalo.
Já em VALE TUDO houve um momento em que Regina Duarte
pediu arreglo:
“Meu cérebro está parecendo uma esponja! Já se encharcou tanto
de palavras que não consegue absorver mais nada!”
A frase era digna de Raquel, a personagem dela... E pra nós, os
autores da novela, a única solução possível foi dar mais cenas pra
Odete Roitman e Maria de Fátima.
Mas tem autor que faz justamente o contrário: se um ator reclama
da quantidade de cenas, ele diz, “tudo bem, vou dar um jeito”... E
escreve mais ainda pro coitado.
De qualquer modo, além de gênios na arte de dar vida a terceiros,
os atores também são verdadeiras máquinas da arte de decorar
textos.
Mas de vez em quando o mecanismo falha, e aí...
Sai de baixo.
Uma vez eu vi isso acontecer com Ítalo Rossi (foto acima). Ele
fazia um travesti chamado “Elpídio” num episódio de Plantão de
Polícia escrito por mim e, no final, aparecia vestido de Sarita
Montiel e cantava “La Violetera”.
A canção começava assim: “como aves precursoras, de
primavera...” Ítalo entrou com seu vestido longo e sua cestinha
de violetas à mão e cantou:
“Como aves primaveras, de precursora...”
O diretor mandou parar, alertou o ator pro engano e disse pra ele
começou de novo. E Ítalo começou... E recomeçou por 18 vezes...
E durante 18 vezes cometeu o mesmo erro... Até que o diretor,
desesperado, disse que era melhor cortar a cena.
Ao que o ator deve ter pensado: ele, vestido de Sarita Montiel,
com aquela cestinha cheia de flores na mão, a cantar “La
Violetera”... E iam cortar a SUA cena?! E pediu:
“Deixa eu tentar de novo!”
O diretor disse que não e não, mas, ante a insistência do ator,
afinal cedeu, com uma ressalva:
“Vai ser a última vez!”
E foi, sim, porque dessa vez não teve erro.
Susana Vieira: quarenta cenas decoradas por dia
sem errar uma só palavra.
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-------------------------------------------------------------------------------------Escrito em:20/6/2009
VOCÊ QUÉ MI ACABÁ COMIGO?!!!!!!!!
Pois é quereeeeedos, quem viu
"Leona, a assassina vingativa", viu,
quem não viu que vá procurar no You
Tube.
No coments, please... Mas agora sou
eu quem pergunto:
VOCÊ QUÉ MI ACABAR
COMIGO?!!!!!!!!!!!
__________________________________________________________________
"CINQUENTINHA" É "ALL STAR"!
Gente, fui miseravelmente “furado”!
O Wolf Maya ligou pra mim na sextafeira e me acenou com uma lista de
estrelas pra compor o elenco de
“Cinquentinha”, além de Susana,
Renata, Marília Pêra e Marília
Gabriela: José Wilker, Fábio
Assunção, Tarcísio Meira, Daniela
Winitz, Ângela Vieira, Reinaldo
Gianecchini, Luiz Mello... E Jesus
Luz, se ele não tiver a língua presa e
se sair bem no teste.
Mas eu não publiquei nada no blogão,
pois ele me pediu o mais absoluto
segredo. Pois não é que hoje eu vejo esses
nomes todos nas folhas? Wolf querido, eu
juro que não fui eu, estou a sete mil
quilômetros de distância... Foi alguém
daí mesmo que entregou o ouro!!!!!
E por falar em “ouro”: que elenco é esse
gente? Só mesmo o Wolf Maya pra
reunir um “dream team” como esse.
Agora é que Maria Elisa Berredo e eu
vamos ter que caprichar nos textos.
Entenderam agora por que eu postei a
foto do Jesus Luz aí embaixo?...
________________________________________________________________
MAS AFINAL, QUEM É LARA ROMERO?
Ih! Me deu uma vontade enorme de publicar de novo aqui
no blog essa foto de Jesus Luz com uma certa loura. A
razão? Depois eu conto!... E posso garantir que, quando eu
contar, vocês vão adorar.
_______________________________________________________________________
Já está na hora de dar uns pitacos sobre
CINQUENTINHA, não acham? Não vou falar do elenco,
porque o Wolf Maya está guardando os nomes todos no
maior segredo, pra evitar olho grande. Só posso dizer que,
além das quatro estrelésimas já anunciadas (Susana Vieira,
Marília Pera, Renata Sorrah e Marília Gabriela), o
felomenal José Wilker, pra variar, também já está
escalado. Como hoje é domingo e vocês merecem um
presente pelos milhares de comentários da semana,
resolvi, pra começar com os tais pitacos, postar o perfil de
LARA ROMERO, uma das nossas "cinquentinhas". Leiam
e abaixo e depois me digam se ela vai ou não aprontar
muito.
LARA ROMERO, a atriz, cinquentinha
há anos. A diva por excelência –
exuberante, escandalosa, extravagante,
autocentrada autoreferente, e uma
consumista voraz. Lara é uma overdose
de si mesma. E mais: ela brilha sem
nunca perder a pose, porque é isso que
fazem as estrelas mesmo em situações
adversas. Profissional rigorosa e exigente
ao extremo angariou algumas antipatias
entre os colegas. Mas isto não importa, o
que interessa é a legião de fãs que a ama.
Egoísta extremosa, não deixou a filha ser
mais do que sua eficiente, previdente, e
devotada secretária. A neta ela nunca
conseguiu dominar, e os inúmeros amores
e amantes só por algum tempo.
Obcecada com a idéia de não envelhecer,
Lara é adepta de todos os tratamentos
rejuvenecedores faciais e corporais. E
como se não bastasse permanecer com a
mesma idade há anos, sempre que pode
finge ser irmã de sua filha e mãe de sua
neta. Aliás, em relação à neta ela
efetivamente sempre tomou à frente da
educação da menina.
Depois de uma vida amorosa intensa e
escandalosa, nos últimos tempos ela
parece ter abdicado desta parte
importante de sua vida. “É a idade”,
dizem suas rivais com ar maldoso. O que
elas não sabem é que Lara tem um
amante misterioso... Alguém cuja
identidade não será revelada aqui, mas
que, sem que se saiba do que acontece de
íntimo entre eles, já faz parte de sua vida.
______________________________________
AINDA VAMOS TODOS NOS COMER VIVOS?
Dou um bordejo on line pelos jornais brasileiros, e vejo
um anúncio de “Zoológico de Cristal”, peça de Tenessee
Williams que vai estrear no Rio com Cássia Kiss à frente
do elenco. Ótima notícia. Rever uma obra de Tenessee,
feita por profissionais, é sempre útil. Espero que ainda
esteja em cartaz quando eu voltar daqui a dois meses, pois
logo estarei lá na primeira fila.
Enquanto isso, pra não fugir do assunto – teatro -, vou
falar da peça a cuja estréia compareci aqui em Lisboa na
quarta-feira que passou, uma montagem mesmerizante de
“O Deus da Matança”, de Yasmina Reza (essa moça aí da
foto abaixo), em cartaz no Teatro Aberto.
Yasmina Reza, 45 anos, é francesa. Na verdade é filha de
iranianos que se mudaram pra França. Mas, em vez de
fazer como outras filhas de imigrantes muçulmanos e ir à
luta pelo direito de continuar usando o “chador” (aquele
pano preto na cabeça), ela preferiu se adaptar à cultura do
país que a adotou.
Estudou teatro, primeiro foi atriz (fez muito Molière e
Maurivaux, influências clássicas visíveis nos seus textos
moderníssimos), e depois se tornou dramaturga,
estourando em todas as praças em 1994 com uma peça
chamada “Arte”, que correu mundo (teve uma encenação
brilhante no Brasil) e lhe deu fama e fortuna.
Desde então Yasmina tornou-se figurinha carimbada na
cultura francesa. Escreveu outras peças, em 2007 publicou
um livro sobre a campanha de Sarkozy bastante
polêmico... E agora retornou ao teatro com “O Deus da
Matança” que, no dia 7 de junho passado, ganhou o Tony
de melhor peça da Broadway, com um elenco dos deuses
(vejam a foto abaixo): Márcia Gay Harden (Tony de
melhor atriz dramática por esse trabalho), Hope Davis,
James Gandolfini (o Tony Soprano!) e Jeff Daniels.
O espetáculo português, dirigido por João Lourenço, e
com Joana Seixas, Paulo Pires, Sérgio Praia e Sofia
Portugal, foi pra mim uma surpresa. Primeiro pela
contundência do texto, que é muito menos “elegante” e
mais brutal que o de “Arte”, por exemplo. Temos aqui
uma Yasmina Reza mais amarga, e mais impaciente com
os limites que as pessoas se impõem em nome do
politicamente correto e do “verniz” cada vez mais
patinado a que se chama “civilização”.
Acima: Joana Seixas e Sérgio Praia, com Paulo Pires e
Sofia de Portugal ao fundo. Abaixo: Paulo Pires, Sofia de
Portugal e Joana Seixas, ainda tentando parecer
"civilizados".
A premissa é básica, e no começo lembra o melhor do
teatro francês – a comédia de boulevard. Dois casais se
reúnem para discutir o que fazer diante da situação limite
com a qual se envolveram seus filhos de onze anos no
play ground do prédio onde moram: um deles pegou um
pedaço de pau e, com uma porretada, quebrou dois dentes
do outro.
Selvageria pura, portanto, para a qual ninguém tem
explicação.
Diante disso, como agir? O que fazer? Tudo teria que ser
conduzido do modo mais cortês e civilizado possível...
Não fosse o fato de que ali estão reunidas quatro cidadãos
que, como todos nós, em determinadas circunstâncias,
deixam o verniz civilizatório de lado e passam a ouvir
apenas o clamor dos tambores que (ainda) atroam lá na
selva.
“Eu acredito no Deus da matança”, diz Alan, o
personagem brilhantemente vivido por Paulo Pires, a certa
altura. É a dica pra que todos se desnudem, até mesmo
Verônica (Joana Seixas), a mais “enquadrada” de todas. O
final é uma verdadeira catarse, em que o tema da reunião
dos dois casais é esquecido e nada, incluindo o cenário,
permanece inteiro.
É uma peça brutal, eu disse, mas que provoca na platéia
ondas de riso nervoso o tempo inteiro. É um grande texto,
e os profissionais portugueses envolvidos na montagem
fizeram tudo por merecê-lo. Joana Seixas e Paulo Pires,
que têm a desvantagem da extrema beleza, não hesitam
um instante sequer antes de ficarem feios. E Sérgio Praia e
Sofia de Portugal não deixam dúvidas em quem os viu
pela primeira vez como eu, que são grandes, imensos
atores.
É espetáculo que recomendo não só aos portugueses, mas
também a todos os brasileiros de passagem... E que vou
ver de novo.
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Escrito em:17/6/2009
DANÇANDO PARA NÃO DANÇAR...
Ando meio sentimental – acho que por causa da idade. De vez em
quando choro, como aconteceu hoje, durante um concerto em que
o maestro Neemi Jarvi regeu, ao ar livre e à luz de milhares de
velas, a Berliner Philharmoniker a tocar, entre outras peças,
“Scheherazaade”, de Rimsky-Korsakov.
Eu não estava lá, mas vi no Mezzo, um canal francês que exibe
música clássica e no qual minha tevê aqui em Lisboa fica ligada
praticamente dia e noite. Logo cedo eu já vira, num especial sobre
o coreógrafo Maurice Bejart, outro momento emocionante: o
“Bolero” de Ravel, coreografado por ele e dançado não por Jorge
Donn como é de praxe, mas por ninguém menos que Maya
Plisetskaya.
Ah, Maya Plisetskaya... Se meu amigo Alcides “Paplovskaya”
Muniz fosse vivo faria uma vênia, daquelas de cair com a cara no
chão, só de ouvir esse nome.
Sim: Maya Plisetskaya!
Foi por causa dela que, em vez desse escritor que hoje sou, quase
me tornei um bailarino. Tinha quatorze anos, quando o cinema
Art Palácio, no Recife, passou um festival de filmes de balé no
qual Plisetskaya, então a estrela máxima do Bolshoi soviético,
dançava “O Lago dos Cisnes”. Entrei no cinema na primeira
sessão, às duas horas da tarde, e só sai à meia-noite,
completamente transtornado, a repetir pela rua afora alguns
passos que pensei ter decorado.
Imaginem a marmota: eu a dançar pelas
ruas de Recife no final da década de 50.
Levei muito coió, é claro... Mas não liguei
nem um pouco, pois finalmente tinha
descoberto um objetivo suficientemente
digno para a minha vida miserável – o
balé clássico.
No dia seguinte procurei a única escola de balé que então existia
no Recife, a da professora Flávia Barros, e lá descobri que, por
causa de Maya, além de mim muitas outras vocações masculinas
para o balé tinham surgido.
Unidos pela arte que afinal não seguiríamos, ficamos todos
amigos... E logo formamos um corpo de baile, que fazia suas
apresentações nos jardins do Quem-me-Quer, à beira do Rio
Capibaribe, e em vez de aplausos recebia pedradas.
Na época, e acho que já escrevi aqui sobre isso, o único
bailarino homem do Recife era Alcides Muniz, que
estudava com Flávia e a quem chamávamos de
“Paplovskaya”. E como as alunas eram todas de classe
média alta, as aulas de Flávia eram caríssimas! Na onda de
Plisetskaya entramos lá cinco meninos, mas logo quatro
desistiram, inclusive eu: de todos o único que conseguiu
ficar foi Wilson “Virgínia”. Infelizmente seus pais
morreram, ele teve que se dedicar aos negócios da família
– a produção de “quentinhas” – e, cada vez com menos
tempo, também desistiu da carreira.
“Paplovskaya” e sua partner Gerluce
Amorim acabaram contratados pela TV Rádio Clube, cujo
diretor, Hílton Marques, tinha uma queda pela bailarina,
sem saber que ela não estava interessada nele... Mas o
bailarino sim... E por isso ninguém nunca comeu ninguém,
e cada um seguiu sua vida. Hílton acabou redator dos
programas humorísticos do Jô Soares, Gerluce criou sua
própria escola de balé no Recife, e Alcides Muniz,
descoberto por um mecenas português, veio parar no
Teatro São Carlos, aqui em Lisboa, onde fez carreira.
Eu continuei fanático pelo balé, mas me conformei em
continuar escrevendo aqueles livros que já escrevia desde
os doze anos, e que me trouxeram até aqui onde estou
agora... A chorar de emoção por ver Maya Plisetskaya na
década de 80, já uma senhora, mas ainda a dançar o
“Bolero” em plena forma.
Ah, o balé, a ópera, a música clássica, a
nossa cultura ocidental tão ameaçada
pelos bárbaros – os do Oriente e os da
esquerda!... Eu gosto de imaginar que, ao
prestigiar o máximo de espetáculos que
possa ver, estou a defender essa cultura
com todo vigor do meu espírito e da
minha alma.
Por isso choro quando escuto um solo de violino obsessivo como
esse da música de Rimsky-Korsakov, através do qual
Scheherazaade desfia seu infindável rosário de histórias. Ou
quando vejo Maya a dançar, a maior bailarina clássica da segunda
metade do século XX, já que a primeira metade teve o privilégio
de ver outra russa igualmente genial, Galina Ulanova.
Agora o balé é pura ginástica. Os bailarinos escalam paredes, em
vez de dar pinta. Como as artes plásticas, que se transformaram
numa farsa na qual até o macaco da novela das sete pode ser
artista, a dança dita “moderna” é apenas uma demonstração de
força e equilíbrio. A harmonia foi pra casa do carvalho e hoje é
considerada uma coisa aviadada e ridícula.
Mas sempre haverá uma “Giselle” pra calar a boca dessa
gente... E sempre haverá, numa noite de luar num bosque
de papel celofane, um hipnótico “Lago dos Cisnes”. Pois é
graças a maravilhas como essas que o nosso mundo, tal
como nossos antepassados o fizeram, ainda sobrevive.
Quanto a Plisetskaya, aos 84 anos (70 e tantos na
foto acima) ainda continua a dançar!Agora
mesmo, em agosto, vai se apresentar na Grécia.
Pois, como ela mesma diz, “o importante é sentir
a música, e nunca se deixar levar por ela”.
Grande Maya!
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Escrito em:12/6/2009
"SENHORA DO DESTINO" CONTINUA!
A Rede Globo entrou com recurso na justiça
contra a proibição de SENHORA DO DESTINO
e conseguiu que fosse deferido o pedido de efeito
suspensivo da medida. Dessa forma a novela
continuará sendo exibida pelo Vale a Pena Ver de
Novo.
_____________________________________________________________
E EU, SANTO ANTÔNIO, COMO FICO?...
Pouca gente sabe, mas o padroeiro de Lisboa não é Santo
Antônio, e sim São Vicente, que tem uma igreja estupenda
chamada São Vicente de Fora. Mas não é este e sim o
outro santo quem merece todas as honras da cidade. E ela
o adorou ontem no seu dia, nas chamadas “festas de rua”,
nas quais Santo Antônio mais uma vez teve a chance de
mostrar o seu poder de santo casamenteiro.
Eu mesmo pude comprovar isso de madrugada, sem
precisar nem sair da minha sacada: de lá, acompanhei
vários casamentos, realizados de improviso atrás do
tapume de uma obra. A certa altura vários casais se
acasalavam a pequena distância uns dos outros. E já de
madrugada não eram apenas casais – pelo menos não no
sentido tradicional do termo – mas pessoas de sexos
variados, que ocupavam, sem maiores problemas, lugares
num frenético trenzinho casamenteiro.
Quando amanheceu, e quase todos tinham ido embora
(alguns, de tão bêbedos, ficaram por ali mesmo), nem
precisei de binóculos para constatar que atrás do tapume
havia dezenas de artefactos de látex com jeito de terem
sido usados.
Ou seja, festejou-se o santo com muita sardinha, litros e
litros de todo tipo de bebida, drogas certamente, e - de
quebra ou em conseqüência - um verdadeiro ritual da
fertilidade, daqueles que faziam as delícias dos tempos do
paganismo. Eu ia escrever que só faltaram as trombetas,
mas, bem: havia alternativas bastante visíveis pra quem
insistisse em soprá-las.
A rua amanheceu coberta de detritos, mas não ficou assim
por muito tempo. Pois logo um funcionário da Câmara de
Lisboa - que cumpre essa tarefa dia sim, dia não, e a quem
eu chamo “o rapaz da mangueira” - apareceu com seu jato
possante e fez com que toda a sujeira escorresse ladeira
abaixo.
Nas fotos: lá no alto, Santo Antônio chega à porta da
Sé de Lisboa, durante a procissão, literalmente nos
braços do povo. E aqui embaixo: a minha rua por volta
de 23 horas, antes de começarem os “engates”; o assim
chamado rapaz da Mangueira (vejam como a rua ficou
limpa após sua passagem: não há mais nem sinal de
camisinhas!); e o coitado do tapume, que amanheceu
vazio, mas quase destruído por causa do lesco-lesco.
Quanto à pergunta lá em cima, espero que Santo Antônio me dê
notícias...
_____________________________________________________
DANÇANDO RUMBA À BEIRA DO ABISMO!
Apreciem, no vídeo acima, trecho de uma de minhas aulas na
master class. Até que eu levo jeito pra coisa, né não? De vez em
quando vou postar aqui umas pílulas como essa. Pra quem não
participou - mas vai participar da próxima - já é uma espécie de
"trailler". Que nome eu daria se fosse um filme? "A Marca da
Pantera"!
____________________________________________________________
Ando meio sem assunto. Não posso falar sobre isto, não
devo escrever sobre aquilo, silêncio, cautela e muito caldo
de galinha... Enfim: não sei se vou nem sei se fico.
Porém, como esse post aí embaixo já está meio antigo,
tenho que renová-lo. Mas como?
Bom...
Dá pelo menos pra falar da alegria que SENHORA DO
DESTINO me proporcionou – de novo – nesta reprise que pode
não chegar ao happy end... Mas me deixou felicíssimo.
Assim, vou contar algumas curiosidades sobre a novela, que eu
pretendia escrever apenas para cumprir contrato antes de me
despedir do gênero, mas que caiu na boca do povo, tornou-se um
fenômeno de audiência e – merde! – me botou na fita para
escrever pelo menos mais três outras.
Sabiam que a Rede Globo pensou em dois diretores antes
de chegar a Wolf Maya? Foi mesmo! Primeiro alguém
sugeriu Luiz Fernando Carvalho, mas este - graças a Deus!
- não demonstrou maior interesse. Depois alguém lembrou
Jayme Monjardim, que, no entanto, já estava
comprometido com Glória Perez... Sem saber que logo
seria afastado de “América”.
Aí alguém me perguntou:
“Você trabalharia com Wolf?”
Nessa hora me lembrei que Paulo
Ubiratan, pouco antes de morrer, disse
que um dia eu ia trabalhar com Wolf
Maya, sim... E ia gostar muito!
Baseado nessa lembrança eu respondi que sim,
trabalharia. E Wolf, consultado a respeito e
depois de ler a sinopse, logo embarcou no projeto.
O que eu não sabia é que ali estava nascendo uma
parceria pra toda a vida... E um trabalho que se
tornaria clássico.
Na minha cabeça as duas atrizes principais já estavam escolhidas:
Regina Duarte faria “Maria do Carmo”, e Susana Vieira daria
vida a “Nazaré”.
Mas Regina levou semanas pra dizer se aceitava ou não, e ainda
deixou claro que, caso aceitasse, Gabriela Duarte teria que fazer
“Isabel”, a sua filha na novela.
Foi então que Wolf virou a mesa e me perguntou: por que não
Susana como a protagonista, e Renata Sorrah no papel de “Naza”?
Durante 18 segundos eu estranhei, até que uma voz desconhecida
sussurrou no meu ouvido:
Deixa de frescura e aceita, sua boba!”
Aceitei é claro. Fez-se a troca... Um dia antes que Regina afinal
lesse a sinopse e aparecesse no maior entusiasmo para anunciar
que topava... Mesmo que Gabriela não fizesse a filha!
Mas aí já era tarde, Inês estava morta e enterrada: Susana e
Renata também já tinham dito que topavam... E assim se fez
História.
Na escolha dos colaboradores também houve trocas. Um deles
seria Thiago Santiago... Mas para isso eu teria que dispensar um
dos meus colaboradores mais antigos, e não tive coragem de fazer
isso.
Sem querer, acertei em cheio; pois Thiago não fez SENHORA,
mas foi pra Record, onde hoje é uma de suas “estrelas”. E a minha
equipe continuou unida, tanto que foi praticamente a mesma em
DUAS CARAS.
Ou seja, SENHORA DO DESTINO foi uma novela abençoada.
Deu certo sempre. Caiu no gosto do povo, virou a maior
audiência da televisão brasileira desde 1997... É imbatível há doze
anos, portanto. E agora, na reprise do Vale a Pena Ver de Novo,
caminha pra bater o recorde de audiência do horário, e sem
dúvida o fará...
Porque Deus é justo.
_________________________
Na foto acima o dr. Romeu Tuma Júnior, diretor do
Departamento Nacional de Segurança do Ministério da
Justiça, a quem caberá decidir se SENHORA DO
DESTINO, uma novela cujo tema é a reafirmação dos
valores familiares, deve ou não continuar sendo exibida no
horário da tarde.
________________________________________________________________
Mais uma galeria de
premiados!
Olhem só a galeria de fotos aí embaixo. Pra começar,
a honorável alteza Princesa e seu querido Tom Hanks;
depois Adriano Rafael; a seguir Bruno Joel e sua irmã Ana
Cláudia, dois lindões; Virgílio Neto posando cheio de
atitude. E pra encerrar, Rogério Sabath, Priscilla e o filho
deles, Victor, fantasiado de lobinho no dia do aniversário.
Os prêmios demoraram a seguir dessa vez, porque os
livros acabaram e eu tive que encomendá-los!
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Escrito em:7/6/2009
CUIDADO: TEM PASSARALHO NO AR!
O que posso dizer a vocês a essa altura
dos acontecimentos?
O INSS resolve cassar minha
aposentadoria, depois de me pedir
documentos referentes a 1981, que não
tenho mais como apresentar; os rapazes
lá do Ministério da Justiça dão à Rede
Globo um prazo de cinco dias para tirar
do ar “Senhora do Destino”, a minha
novela que faz – de novo – um sucesso
estrondoso.
Eu, aqui em Portugal, penso seriamente
em nunca mais voltar.
Porque minha paranóia me diz que há
algo de perverso, torpe e hediondo por
trás disso tudo... Que o meu assim
chamado rabo pode estar a prêmio... Que
um passaralho de asas imensas paira
sobre minha inocente cabeça...
E que é melhor não facilitar.
____________________________________
FELIZ PRÓXIMO ANIVERSÁRIO, NENÉM!
Fui ver o que Dhio e Tsunami fizeram pro meu aniversário no blog
deles, e gostei tanto que resolvi postar aqui. Vejam aí embaixo!
_________________________________________________________
____________________________________________________
Não sou de festejar meu próprio aniversário.
Quando era criança minha família, por ser muito pobre, também
nunca pensou em fazê-lo No máximo me ofereciam algum
presente, desde que me fosse útil. Um Dicionário da Língua
Portuguesa foi um deles: meu pai me deu um exemplar quando fiz
onze anos. Eu o guardei comigo durante várias décadas. Mas no
dia 6 de novembro de 1969, quando os agentes do Cenimar
invadiram minha casa na Lapa e me prenderam, também levaram
o dicionário junto com outros livros que consideraram
“subversivos”.
Nunca pensei em pedir indenização ao
governo pelos dias em que estive preso,
pois não acho que o povo deva pagar pelas
conseqüências das minhas posições
políticas. Mas caso o INSS casse mesmo a
minha aposentadoria, como está
pretendendo, aí sim: vou pedir ao governo
uma indenização altíssima pela perda desse
livro de valor inestimável.
A única exceção a essa regra dos (des)aniversários foi quando
completei dezoito anos. Meu amigo A.M. resolveu me brindar
com uma festa no puteiro que dividíamos no Edifício Holliday, lá
no Recife. Mas um dos convidados - um bofe que bebeu demais teve um ataque e saiu vomitando em cima de todo o mundo. E
assim minha única festa de aniversário foi interrompida
precocemente, sem que eu sequer tivesse a chance de cortar o
bolo.
Nos últimos doze anos adquiri o hábito estranhíssimo de passar
meu aniversário fora de casa, do Rio de Janeiro, do Brasil... Cada
vez mais longe: tanto que até o passaria em outro mundo, não
fosse o fato de que pra lá só existem bilhetes de ida...
E, findo este dia fatídico, o que prevalece
em mim é o desejo de, por muitos
aniversários mais, continuar bem vivo.
Este ano decidi passar o dia 7 de junho em Sintra... E sozinho,
como prefiro. Escolhi para almoçar o restaurante do Palácio dos
Seteais, que já era lindíssimo, e ficou ainda mais bonito depois de
restaurado (vejam a foto aí embaixo).
O maitre do Seteais, que já me conhecia de outras passagens pelo
hotel, falou de pessoas do meio artístico brasileiro que lá vão de
vez em quando: Fafá de Belém, Glória Pires, Jô Soares... “E
Paulo Autran, que Deus o tenha: ele vinha quase todo ano quando
era vivo”.
Pelo menos pra mim, eu vos garanto: foi uma verdadeira festa. A
comida era dos deuses, e o vinho igualmente divino. Sintra estava
num daqueles dias dignos de um romance de Eça de Queiroz... E
a certa altura, tive mesmo a impressão de ver o Carlos da Maia e o
Ega a passearem numa carruagem coupé.
Mas eu, moderno que sou, não fui de carruagem, e sim de
Mercedes, conduzido pelo senhor José Correia, um ilustre cidadão
sem o qual minha vida em Portugal seria mais difícil.
Não fiz 42 anos, como declarei antes aqui
de brincadeira, e sim 65. Guimarães
Rosa disse – e assinou embaixo - que
“viver é sempre muito arriscado”. Eu
acrescento que a partir dessa minha nova
idade o risco passa a ser altíssimo.
Seria a hora de fazer um balanço? Tudo o que tive até aqui, o que
ainda me falta pra que eu possa dizer, sem medo de errar, que não
desperdicei minha vida...
Um balanço sim. Pensei: “quando chegar em casa em vou fazêlo”.
O problema é que eu tinha comprado ontem na Fnac do Chiado o
DVD de “Vicky Cristina Barcelona”, e achei que, em vez de
contabilizar minhas perdas e danos, seria melhor assisti-lo.
É o que vou fazer agora, depois de terminar estas mal traçadas
linhas, certo de que um Woody Allen é sempre um Woody Allen,
e nada melhor que um filme dele para encerrar um feliz
aniversário.
Obrigado a todos que me cobriram de carinhos aqui no blog... E
ao pessoal da master class que se esmerou neste vídeo aí
embaixo (by Bruno Pires) maneiríssimo.
Vejam as fotos abaixo, da bela Sintra e do senhor José Correia e
seu Mercedes...
E até o próximo aniversário, se Deus quiser... E num lugar bem
longe, lá nos confins, mas ainda neste insensato mundo!
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-------------------------------------------------------------------------------------Escrito em:2/6/2009
E "MARIDO DE ALUGUEL", CADÊ?
___________________________________________________________________
E AGORA VEJAM ESSE GRANDE MINIVÍDEO...
Eu sei que alguns por aí vão dizer que estou querendo aparecer
demais... Porém não resisto em postar o vídeo que Moacir Jardim
produziu em homenagem ao meu aniversário de 42 anos.
Obrigado Moá, diga a Kuquita Pára-Raio que eu mandei um beijo!
________________________________
NOVAS (E FUTURAS) TRAQUINAGENS!
O almoço da quinta-feira foi só um pretexto: lá, Jacqueline
Barroso, Eduardo Pires e eu bolamos uma série de novas
traquinagens para os próximos meses, todas do agrado de vocês.
Aguardem!
_________________________________________________________
Na porta do Le Monde, após a aula, o debate: como será o
processo de escolha?
__________________________________________________________
Daniel Berlinsky, um dos alunos da nossa master class, manda
comentário diretamente de suas férias no Canadá e diz que está
ansioso por notícias da sinopse de MARIDO DE ALUGUEL.
Eu também estou quereeeeeedo, assim como seus 14 colegas de
turma, a Maria Elisa Berredo, a Jacqueline e o Edu, o Xandy
Brito, e o nosso discretíssimo Moderador, que se fez de fotógrafo
oficial do evento só pra não aparecer nas fotos.
Afinal, a sinopse foi entregue à direção artística da Rede Globo há
uma semana, e a essa altura já deve estar em processo de
avaliação.
Será que vai ser aprovada?
Porque se for, aí vou me ver diante de um problema: eu disse que
escreveria a novela... Mas só se ela fosse aprovada para o horário
das oito, porque, chiquerésimo como sou (ainda mais quando me
visto todo de preto, como estou agora), não escrevo para horários
menos nobres.
Claro, nas minhas mãos até &ldquoCinderela&rdquo viraria
novela das oito porque, como costumo dizer e ninguém me
contesta, &ldquominha mão pesa&rdquo. Assim, MARIDO DE
ALUGUEL não fugiria à regra. Na minha mão daria uma novela
das oito sem dúvida.
Assim, digamos que ela seja aprovada (e rezemos todos por isso).
Eu já disse que, neste caso, ia escolher quatro dentre os alunos
que mais se destacaram (e se destacaram todos) para colaborar
comigo.
Como seria esse processo de escolha?
Confesso que até agora não pensei nisso. Durante as três semanas
em que estivemos juntos não consegui escolher nenhum favorito.
Eram todos tão competentes e empenhados que, se pudesse
&ndash e, mais uma vez, se a sinopse for aprovada &ndash
escreveria a novela com todos.
Mas como isso não é possível...
E levando em conta que, caso MARIDO DE ALUGUEL não seja
aprovada numa emissora, certamente o será em outra...
Tenho que começar já agora a pensar como farei para selecionar
apenas quatro naquela equipe de 15 alunos competentíssimos.
Tarefa dificílima!
Em geral, ao escolher um colaborador novo, eu o chamo para uma
reunião, converso com ele e fico pelo menos uma hora a olhar
dentro dos seus olhos. É no &ldquocara a cara&rdquo que decido
com quem trabalho, e nunca na &ldquoporrinha&rdquo... E
sabem que este meu método funciona? Tanto que, nesses anos
todos de novelista tive os melhores colaboradores possíveis e
nenhum desacerto.
De qualquer modo, meu caro Berlinsky, essa é a notícia que tenho
pra lhe dar:
Ainda não temos notícias!
Mas minha intuição me diz que elas não demoram... E serão
ótimas!
A bela Laura Proença exibe o seu livro de cabeceira.
______________________________________________
MAS UM "SUPERVISOR" FAZ O QUÊ?
Pra começar, uma jóia preciosa: o "trailler" do novo filme de
Daniel Filho, "Novas Diretrizes em Tempo de Paz", baseado na
peça do mesmo nome de Bosco Brasil (na foto abaixo), o meu
"supervisionado".
_________________________________________
Como vocês já sabem, porque a notícia saiu em todos os jornais menos em O GLOBO - vou fazer a supervisão da próxima novela
das 19 horas, assinada por Bosco Brasil, e que tem o título
provisório de &ldquoBom dia, Frankenstein&rdquo. Por que
provisório? Porque nessa história de nomes nem sempre a
vontade do autor prevalece. Tanto que, como já escrevi aqui, uma
novela que acabou se chamando &ldquoVale Tudo&rdquo quase
foi ao ar com o título de: &ldquoBUFUNFA&rdquo.
Porém mal comecei a escrever esse texto e já divago.Voltemos à
vaca fria.
Eu não queria fazer supervisão, nem mesmo da novela do Bosco,
que é um dramaturgo do maior respeito. Mas fiquei com medo de
a TV Globo descobrir uma cláusula no meu contrato que me
obrigaria a varrer, em troca da supervisão, os corredores do
Projac...
E por isso aceitei, ainda que sob protesto.
Antes, é claro, li a sinopse, e achei o máximo. Tivemos várias
reuniões, eu e o Bosco, e ele partiu pra tarefa hercúlea de escrever
os seis primeiros capítulos. Também os li, e não tive muitos
reparos a fazer, pois percebi que ele estava no caminho certo.
Tanto que, vários meses e muitos ajustes depois, a novela
finalmente foi aprovada e já está em fase de produção... E com a
maior urgência, pois estréia em novembro.
Agora a pergunta que mais ouço é: o que faz um supervisor?
Respondo que não sei.
E que, como não tinha qualquer experiência anterior no ramo, por
enquanto estou apenas improvisando.
De uma coisa, nessa minha tarefa, não abro mão: vou permanecer
nas sombras. A novela é do Bosco. E ao supervisor cabe apenas
ajudá-lo a tornar sua tarefa menos estressante. Para isso, tudo que
posso fazer é lhe dar conselhos baseado na minha experiência
pessoal, mas deixando claro que a escolha final é sempre dele.
Pois essa história de supervisão envolve também uma questão de
egos. Bosco Brasil é um dramaturgo premiadíssimo. Sua peça
&ldquoNovas Diretrizes em Tempo de Paz&rdquo, encenada com
Tony Ramos e Dan Stolbach (e agora filmada com os mesmos
atores por Daniel Filho) já virou um clássico. Ele também já
trabalhou em várias novelas e, inclusive, foi co-autor de
&ldquoBicho do Mato&rdquo na Record.
Não se trata, portanto, de um autor inexperiente. Assim, na sua
primeira novela solo, tudo o que posso fazer é contribuir, com
minhas sugestões e conselhos, para que se sinta mais seguro.
Se vou opinar sobre elenco, música, cenários, figurinos e esses
troços todos? Bem, aqui e ali darei os meus pitacos. Mas sempre
deixando bem claro que Bosco e o diretor José Luiz Villamarin é
quem mandam.
O problema é que meu nome vai figurar nos créditos e, portanto,
o meu assim chamado ânus também estará na reta. Pra evitar
algum dano inesperado que possa me levar à urgência
proctológica, terei que me empenhar bem fundo (sem
trocadilhos);
Será que vai dar certo?
Acho que sim. Confio na história, que se passa em São Paulo e
mostra a cidade como nunca se viu antes em novelas... E também
confio no Bosco. Ainda mais porque ele vai trabalhar com dois
colaboradores meus, Maria Elisa Berredo e Nelson Nadotti. E
uma novela que conte com esses dois já tem meio caminho
andado.
Agora outra pergunta que ouço muito é: quem serão os
protagonistas? Não sei, Bosco e Villamarin é que decidem. A
escolha não depende de mim. Porém, se dependesse, eu arriscaria
um palpite: Antônio Fagundes e Glória Pires no casal maduro, e
Débora Falabella e Cauã Raymond no casal romântico.
&ldquoMas como - perguntará a turma da master class indignada
&ndash você não já escalou a Glória pra ser a Griselda da Silva
Pereira, ô seu Zé Ruela?!...&rdquo
Escalei... Mas aí descobri que ela estava reservada pra novela
anterior à minha. No entanto, se ela fizer essa novela agora, não
poderá fazer a tal... E aí estará liberada pra quando chegar a
minha vez e hora.
Pois outras tarefas que cabem ao supervisor são justamente essas:
saber se virar, pensar com pelo menos dois anos de
antecedência... E fazer política!
___________________________
"MASTER CLASS" CONTINUA BOMBANDO!
Mais de uma semana depois de terminada a primeira turma
da &ldquomaster class&rdquo continua dando pano pras
mangas na mídia. Só no sábado estivemos no TV Fama e duas
vezes na revista VEJÁ, cuja rival, &ldquoÉpoca&rdquo, deu
na capa uma foto do poeta Ferreira Gullar... E certamente
não vendeu nada! Além disso dei mais duas entrevistas sobre
o assunto, uma delas para uma revista portuguesa. E se o
assunto continua quente, não somos nós que vamos esfriá-lo,
não é mesmo? Por isso publico uma foto da turma e aproveito
pra dizer a todos: em breve teremos novidades, gente!
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