69 - Pastoral Fé e Política

Transcrição

69 - Pastoral Fé e Política
Ano II — Nº 69
21 a 28 de Dezembro de 2013
Celebrando o nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, colocamos em suas mãos nosso informativo nº 69.
Em nossa agenda, observe a programação de Janeiro: Curso de Verão na PUC e Encontro sobre cultura na
Zona Leste.
Nas dez páginas que compõem este número, trazemos para você os padres João Batista Libânio, José Antonio Pagola e Alberto Maggi com sua reflexões sobre o
Evangelho deste domingo.
Caríssimos amigos, nós do IPDM, vamos tirar alguns dias para descansar nesta época festiva. Sendo
assim, informamos a todos os nossos leitores que
estaremos em férias no período entre os dias 23 de
Dezembro de 2013 e 15 de Janeiro de 2014.
Dom Demétrio Valentini nos fala sobre uma questão
que merece a atenção de todos: a fome no mundo.
Papa Francisco reflete sobre a importância dos leigos como profetas portadores da boa nova de Jesus.
A Pastoral da Diversidade apresenta sua resposta ao
questionário preparatório para o Sínodo das Famílias.
Padre Alfredinho contempla-nos com uma profunda
reflexão sobre o olhar materno de Deus.
Paulo Nogueira, faz uma interpretação do artigo escrito por Slavoj Zizek a respeito do legado de Nelson
Mandela.
Neste período, não editaremos nosso informativo
semanal que você voltará a receber na Sexta-feira
18 de Janeiro de 2014.
Contando com a compreensão de todos, despedimo-nos agradecendo por todo apoio que nos deram
ao longo do ano que termina, e renovamos nossos
desejos de continuarmos juntos no ano vindouro.
Sejam felizes e tenham todos ótimas festas.
Até janeiro, se Deus quiser.
Equipe de Produção IPDM
LITURGIA
Domingo — 22 de Dezembro de 2013
4º Domingo do Advento
Ciclo “A” do Ano Litúrgico
1ª: Is 7, 10-14 – Sl: 23 (24) - 2ª: Rm 1, 1-7
Evangelho: Mt 1, 18-24
Padre João Batista Libânio
Propositadamente, a liturgia equilibra os textos. Colheu um texto do Antigo Testamento, á do tempo de Isaías, que
falava de uma jovem que seria mãe de um futuro rei, que ajudaria Israel a enfrentar os adversários - esse, o fato histórico. Aquilo foi só um aviso, uma espécie de antecipação. Aquela moça simbolizava uma outra, que Isaías não podia saber
quem era naquele momento, mas que depois um ateu saberia: Maria, a esposa de José.
Quando lemos , as leituras parecem obvias, simples, diretas, imediatas, claras, transparentes, lúcidas, tratando da coisa mais corriqueira, mas encerram um mistério muito grande.
Os judeus apenas conheciam o lado humano de Jesus: viam aquele Homem que tinha
todas as necessidades de um ser humano, foi criança como qualquer outra. Era muito difícil para o povo de Israel entender que ali havia um mistério maior. Mateus quer nos dizer alguma coisa muito profunda: esse Homem tem duas faces. A primeira é a que estão
vendo: nasceu de uma mulher, era humano como nós, participaria de nossa humanidade,
mas nele havia um mistério que, unicamente na fé, poderíamos descobrir. O grande mistério é que há uma presença única, original no surgimento desse Jesus. Toda grandeza
de Jesus, que será descoberta lentamente na vida pública e, sobretudo, na ressurreição.
Quando a genética pretende decodificar o genoma, quer conhecer, já naquele nucleozinho, todo o itinerário físico, corpóreo da pessoa. Essa é a grande pretensão do ser humano. De uma maneira teológica, é isto que Mateus nos diz: na origem dessa criança já
está a totalidade de Deus, não apenas o biológico, que é muito pouco. No início dessa
criança já estão infinito! No genoma teológico de Jesus, estava escrito Ele era o Filho de
Deus que seria revelado. José aceitou ser o véu que cobriria este mistério.
Para mim, a grande imagem de José é o véu que cobre o mistério, que eu comparo
com uma mulher grávida: o mistério maravilhoso de vida que está sendo gestada no corpo de uma mulher! O marido é o véu que cobre o mistério, que só irá se manifestar nove
meses depois. Durante nove meses, aquele homem fica olhando, observado a barriga
crescer, a criança já dando seus pequenos sinais e se perguntando: o que irá sair, como
irá nascer, como será 10, 20 anos depois? Já depois de nascida, aquela criança saía com
Maria e com José, e todos achavam que era filho do casal. Passam os anos, e ninguém se
dá conta. O véu continuava cobrindo o mistério daquela criança. Ela cresce e começa a pregar. Não pensem que eles viam Jesus como o vemos hoje.
Pensavam-no como profeta, interessante, até fazia milagres, como muitos outros naquela época. Ninguém podia imaginar o mistério coberto até a
morte e ressurreição. Só aí o mistério se abre; só aí os apóstolos que viveram ao seu lado, entenderam alguma coisa. E nós, 2 mil anos depois, ainda
estamos procurando entender este mistério, que José cobriu como um véu. Quantas vezes
em nossas vidas, fomos chamados para cobrir o mistério?! Penso numa mãe que tem um
filho num presídio. Ela não o rejeitará, mas o cobrirá com o véu do amor. É criminoso, está
condenado, mas ela não o condenará. Será sempre sangue do seu sangue, carne de sua
carne. As mães cobre, com o véu do seu amor, tantos filhos que se perdem por aí a fora.
Cobrem também, com o véu do mistério, a beleza de seus filhos. O amor, a inteligência, o
futuro são os véus com que os cobrimos onde quer que estejam. Todos nós somos chamados a ser José!
Imaginemos que alguém hoje chegue aqui e nos pergunte se estamos contentes com a
situação política e econômica eu temos, com a honestidade maravilhosa que nos é exibida.
Aparece um profeta, e nos pede que olhemos para o rio. Ele irá nos dizer alguma coisa daqui alguns anos. Esse rio se chama São Francisco. Talvez essas água sejam jogadas em outro lugar para beneficiar mega investidores. O rio é essa criança da qual Isaías falou, talvez
o grande profeta de amanhã. Alguém já disse, e quem viver verá!
O Evangelho de hoje é de um pudor, de uma beleza, de uma delicadeza enormes.
Guardemos a grandeza desse homem, que no silêncio acompanhou Maria, deixando que o
mistério de Jesus fosse desvelando lentamente, o grande mistério que José e Maria guardaram no profundo de seus corações.
Amém!
Padre José Antonio Pagola
O evangelista Mateus tem um interesse especial em dizer aos seus leitores que Jesus há de ser chamado
também de “Emmanuel”. Sabe muito bem que pode resultar chocante e estranho. A quem se lhe pode chamar
um nome que significa “Deus conosco”? No entanto, este nome encerra o núcleo da fé cristã e é o centro da celebração do Natal.
Esse mistério último que nos rodeia por todas as partes e que os crentes chamamos “Deus” não é algo longínquo e distante. Está com todos e cada um de nós. Como o pode saber? É possível acreditar de forma razoável que Deus está comigo, se eu não tenha alguma experiência pessoal por pequena que seja?
Habitualmente, a nós cristãos, não foi ensinado perceber a presença do mistério
de Deus no nosso interior. Por isso, muitos o imaginam em algum lugar indefinido e abstrato do Universo. Outros procuram-no adorando Cristo presente na eucaristia. Muitos tratam de escutá-Lo na Bíblia. Para outros, o melhor caminho é
Jesus.
O mistério de Deus tem, sem dúvida, os seus caminhos para fazer-se presente
em cada vida. Mas pode-se dizer que, na cultura atual, se não o experimentamos
de alguma forma dentro de nós, dificilmente o encontraremos fora. Pelo contrário, se percebemos a Sua presença no nosso interior, será mais fácil rastrear o
Seu mistério à nossa volta.
É possível? O segredo consiste, sobre tudo, em saber estar com os olhos fechados e em silêncio aprazível, acolhendo com um coração simples essa presença
misteriosa que nos está alentando e sustendo. Não se trata de pensar nisso, mas
de estar “acolhendo” a paz, a vida, o amor, o perdão… que nos chega desde o
mais íntimo do nosso ser.
É normal que, ao aprofundarmos no nosso próprio mistério, nos encontremos
com os nossos medos e preocupações, as nossas feridas e tristezas, a nossa mediocridade e o nosso pecado. Não temos de inquietarnos, mas de permanecer no silêncio. A presença amistosa que está no fundo mais íntimo de nós nos irá apaziguando, libertando e sarando.
Karl Rahner, um dos teólogos mais importantes do século vinte, afirma que, no meio da sociedade secular dos nossos dias, “esta
experiência do coração é a única com a que se pode compreender a mensagem de fé do Natal: Deus fez-se homem”. O mistério último da
vida é um mistério de bondade, de perdão e salvação, que está conosco: dentro de todos e cada um de nós. Se o acolhemos em silêncio, conheceremos a alegria do Natal.
Em: http://eclesalia.wordpress.com
Padre Alberto Maggi—OSM
Mateus descreve o nascimento de Jesus, inspirando-se no primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, porque quer
indicar que, em Jesus, há uma nova criação.
O livro do Gênesis inicia com estas palavras: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. E depois o autor
acrescenta: “o espírito de Deus soprava sobre as águas”. Da mesma forma, agora, o espírito criador intervém para a nova criação.
Jesus é o verdadeiro homem criado por Deus, o homem que tem a vida divina, capaz de vencer a morte.
Vamos ver o que diz Mateus. “A origem (a geração) de Jesus, o Messias, foi assim”. Antes, por 39 vezes, o verbo “gerar” foi usado
para dizer que um homem gera outro homem, chegando até: “Jacó gerou José” (Mt 1,16). E aqui a corrente das gerações é cortada. De
fato o evangelista não escreve: ‘José gerou Jesus’, mas de “Maria foi gerado Jesus”.
Portanto, toda aquela tradição no povo de Israel – de fato o pai não transmitia só a vida, mas também a tradição e a espiritualidade
– se interrompe com José. “A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José”.
Esta tradução “prometida em casamento” é de difícil compreensão na nossa língua. De fato nós não temos um termo que indique
claramente o costume e o rito do matrimônio e do casamento em Israel.
O matrimônio se realiza em duas etapas. A primeira, quando a moça de doze anos e o rapaz de dezoito celebram as
“núpcias” (noivado). Desde então são marido e mulher, porém só um ano depois (segunda etapa) acontece o casamento e a moça entra
na casa do esposo. Neste intervalo de um ano não é permitido ter relações conjugais, e, em caso de adultério, há a pena do apedrejamento.
Portanto Maria já é casada. Está na primeira etapa do matrimônio. “Antes de viverem juntos” – portanto antes do matrimônio
propriamente dito (segunda etapa) - “ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo”.
O evangelho não é nem um livro de ginecologia e nem de biologia, mas é teologia. O evangelista quer dizer que em Jesus acontece
uma nova criação. Como o Espírito pairava sobre as águas, assim também o Espírito Criador paira sobre Maria e Jesus nasce como
exemplo e modelo da criação querida por Deus.
Portanto o Espírito Santo neste acontecimento é a força criadora de Deus. “José, seu marido, era justo”. ‘Homem justo’ não tem a
mesma conotação, como nós hoje entendemos, de pessoa moralmente íntegra. Justo é a pessoa fiel, observante da lei e de todas as
prescrições de Moisés. Pois bem, o fato de ser justo, obrigava José a denunciar a esposa como adúltera e fazer com que fosse apedrejada.
“Não queria denunciar Maria”. Portanto José entra em crise: tem que escolher entre a observância da lei e o sentimento, se não
de amor, pelo menos de misericórdia. “E pensava em deixá-la, sem ninguém saber”. O repúdio era muito simples na época: se podia
repudiar a esposa até mesmo por uma comida queimada! Bastava escrever em uma folha de papel: “você não é mais minha esposa” e a
mulher era jogada para fora.
Portanto José não quer denunciá-la, não quer que sua esposa seja morta, porém também, não pode recebê-la em casa. Então pensa
em deixá-la, sem ninguém saber. Mas basta que a dureza da lei seja rachada pelo amor, que o Espírito entra e intervém. De fato:
“Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho”. Por que em sonho? No mundo Hebraico – e Mateus escreve para uma comunidade de judeus – evita-se o contato direto entre Deus e os homens. Então Deus intervém em sonho.
No livro dos Números se lê: “Quando entre vocês há um profeta, eu, o Senhor, me apresento a ele em visão e falo com ele em
sonho”. (Nm 12,6) Assim, o sonho é o caminho que Deus tem para se comunicar com os homens.
“O Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho”. Anjo do Senhor não significa um mensageiro enviado por Deus, mas significa uma intervenção direta
de Deus com os homens. Esta intervenção é representada através deste
‘anjo do Senhor’, mas é o próprio Deus.
Havia uma distância entre Deus e os homens, uma grande distância. E no
mundo hebraico não era permitido que Deus se aproximasse dos seres humanos. Quando isso acontecia se usava esta fórmula: “anjo do Senhor”,
mas na realidade era o próprio Deus. O ‘Anjo de Senhor’ intervém três vezes
neste evangelho, sempre em função da vida, porque Deus é o Deus amante
da vida. Intervém aqui para anunciar a vida de Jesus a José; depois intervirá para defendê-la das maquinações assassinas do rei Herodes e por fim no
momento da Ressurreição, para confirmar que a vida, quando provém de
Deus, é capaz de superar a morte.
E esta é a primeira vez. “E disse: "José, filho de Davi, não tenha medo
de receber Maria como esposa” - eis na verdade eles são casados “porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” - portanto há esta
nova criação que se manifesta em Jesus - “Ela dará à luz...” -literalmente
‘parirá”- “... um filho e você lhe dará o nome...”. Aqui há uma novidade!
Ao recém nascido se dava o nome do pai ou do avô, de modo que o nome se
perpetuasse em eterno. Um jeito para ficar vivos para sempre! Portanto a
tradição era que o menino levasse o nome do pai ou do avô. Pois bem, com
Jesus se quebra a tradição, com Jesus inicia-se uma nova época. “Você
lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”.
Nós, na realidade, não vemos qualquer ligação entre o fato de dar o nome
de Jesus e o fato que ele salve o seu povo dos seus pecados. Nas nossas
línguas, para dar uma ideia do que o evangelista quer nos transmitir deveríamos traduzir assim: “Você lhe dará o nome de SALVADOR,
porque Ele vai SALVAR o seu povo dos seus pecados”. De fato em hebraico Jesus se diz “Jeshuá” e o verbo salvar se diz “Joshuá”. Portanto há uma diferença de uma vogal.
Ele será chamado “Jeshuá” porque “Joshuá”. Em outras palavras, para entender melhor, podemos dizer que será ‘chamado Salvador, porque salvará o seu povo dos seus pecados’.
Mas tem mais: o objetivo do evangelista é que quer chegar à citação de Isaias, capítulo 7, versículo 14: “Vejam: a Virgem conceberá
e dará à luz um filho” - O profeta está falando ao rei Acaz do nascimento do filho Ezequias - “Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco”.
Aqui está o porquê fundamental, o fio condutor de todo o evangelho de Mateus. Esta fórmula do “Deus conosco” vai reaparecer, cerca
na metade do evangelho, quando Jesus dirá aos discípulos: “até quando deverei ficar convosco...”; ou quando dirá: “Pois onde dois
ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou aí no meio deles” (Mt 18,20); e as últimas palavras de Jesus no final do evangelho: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,20)
As últimas palavras de Jesus: “Eu estarei convosco sempre” são o fio condutor do evangelho de Mateus. O Deus “conosco”. Um
Deus, portanto que não é preciso procurar, e sim acolher. E com Ele e como Ele ir ao encontro dos homens. Se Deus se fez homem, o
homem não deve mais ir a Deus, mas acolhê-lo. Começa assim a era na qual não se vive mais para Deus, e sim se vive de Deus e com
Deus se vai ao encontro da humanidade.
E termina o evangelho de hoje. “Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa”.
Portanto é um evangelho de uma grande novidade.
Com Jesus Deus se fez homem. Isto significa que Deus se tornou plenamente humano.
Por consequência mais os homens serão humanos e mais descobrirão e manifestarão a divindade que está neles.
Em: www.studibiblici.it
Dom Demétrio Valentini
A repercussão prática da posição do Papa já se mostrou muito eficaz, quando do seu contundente posicionamento contrário à intervenção dos Estados Unidos na Síria. A posição do Papa demoveu uma decisão já praticamente tomada pelo Presidente Obama. E a partir daí, os acontecimentos na Síria vão convergindo para
uma solução pacífica do conflito interno, mesmo com as muitas dificuldades ainda a serem superadas pelo próprio povo da Síria.
que a ação contra a fome se traduza em políticas públicas orgânicas e eficazes
nos países que atualmente mais padecem deste flagelo, especialmente na África, e também na Ásia. Dependendo do critério adotado, chega-se a cifras aproximadas, que quantificam as estatísticas da fome.
O fato é que, segundo as Nações Unidas, existe aproximadamente um bilhão de pessoas que padecem de desnutrição no mundo. Outra constatação
persistente é que o problema não decorre da escassez de alimentos. Com a produção atual, seria possível garantir alimentação suficiente para o mundo inteiro.
O problema, portanto, não se limita à produção de alimentos, que continua
sendo um desafio. O mais difícil é a adequada distribuição dos alimentos, que
Agora, a campanha é mais ampla, mais complexa, e mais duradoura. Desta
vez, o Papa fez questão de agregar outros apoios, estratégicos e práticos, visando inserir esta campanha contra a fome na própria dinâmica da ação da
Igreja.
A campanha foi sugerida pela Caritas da Espanha, e foi logo encampada
pela Caritas Internacional. É de salientar que o Presidente da Cáritas Internacional é o Cardeal Oscar Maradiaga, que é um dos membros do "Grupo dos Oito
Cardeais”, nomeados pelo Papa Francisco para o ajudarem no governo da Igreja.
Desta maneira, resulta evidente a importância estratégica desta campanha,
lançada quando vai tomando forma a nova postura da Igreja, simbolizada pela
figura do Papa Francisco.
Para concretizar a proposta de uma Igreja "voltada para a sociedade”, solidária com suas grandes causas, nada melhor do que enfrentar este "escândalo
público”, que é o flagelo da fome no mundo, como o próprio Papa o qualificou.
Com o lema: "Uma só família – Pão e Justiça para todas as pessoas”, a campanha é lançada agora, com a intenção de ir envolvendo a Igreja
toda, para atrair também as adesões da esfera pública, sobretudo no âmbito
das Nações Unidas, onde o brasileiro José Graziano da Silva preside a FAO, a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
A campanha começa "em casa”, convocando as Caritas de todos os países
onde ela está organizada. Tem a intenção de se prolongar até o ano de 2015,
quando com certeza já será possível avaliar suas repercussões práticas, para
não pode ser deixada à lógica mercantilista, onde o alimento vira mera mercadoria, e a própria fome se torna, inclusive, fator de especulação financeira.
Esta, portanto, será uma campanha que vai mexer com nossas convicções.
E vai colocar em destaque a importância do Brasil, não só pelo seu esplêndido
potencial de produtor de alimentos, mas também pelos efeitos benéficos de suas políticas sociais, embora ainda incipientes.
Vamos aguardar as instruções práticas da Caritas Brasileira, para que esta
campanha se insira de maneira articulada em nossas comunidades, e encontre
uma generosa proposta por parte do povo brasileiro.
Em: www.adital.com.br
Homilia proferida pelo Papa Francisco durante a Santa Missa do dia 16 de dezembro de 2013
“Quando falta a profecia na Igreja, falta a própria vida de Deus e predomina o clericalismo”, disse o papa Francisco na homilia desta terceira segunda-feira do Advento, ao celebrar a missa na Casa Santa Marta.
O profeta, disse o papa ao comentar as leituras do dia, é aquele que escuta as palavras de
Deus, sabe enxergar o momento e projetar o futuro. “Ele tem dentro dele esses três momentos”: o
passado, o presente e o futuro.
“O passado: o profeta é consciente da promessa, ele tem no coração a promessa de Deus, a
mantém viva, se lembra dela, a repete. Depois ele olha para o presente, para o seu povo, e sente
a força do Espírito para dizer uma palavra que o ajude a se levantar, a continuar no caminho em
direção ao futuro. O profeta é um homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do
presente, valentia para apontar o caminho rumo ao futuro. Nosso Senhor sempre protegeu o seu
povo, com os profetas, nos momentos difíceis, nos momentos em que o povo se desanimava ou
era destruído, quando não tinha o templo, quando Jerusalém estava sob o poder dos inimigos,
quando o povo se perguntava: ‘Mas, Senhor, tu nos fizeste essa promessa! O que está acontecendo agora?’”.
É o que “aconteceu no coração de Maria”, explicou o pontífice, “quando ela estava aos pés da
cruz”. Nessas horas “é necessário o agir do profeta. E o profeta nem sempre é bem recebido. Muitas vezes ele é rejeitado. Jesus mesmo disse aos fariseus que os
pais deles assassinaram os profetas, porque os profetas diziam coisas que não eram agradáveis: diziam a verdade, recordavam a promessa! E quando falta a profecia no povo de Deus, falta a vida do Senhor! (...) Quando não há profecia, predomina o legalismo”. Assim, no Evangelho, “os sacerdotes pediam a Jesus a cartilha
da legalidade: ‘Com que autoridade fazes tais coisas? Nós somos os senhores do templo!’. Eles não entendiam as profecias. Tinham se esquecido da promessa!
Eles não sabiam ler os sinais do momento, não tinham nem olhos penetrantes nem tinham escutado a Palavra de Deus: só tinham a autoridade!”.
“Quando não há profecia no povo de Deus, o vazio é ocupado pelo clericalismo: e é esse clericalismo que pergunta a Jesus: ‘Com que autoridade tu fazes estas coisas? Com que legalidade?’. E a memória da promessa e a esperança de seguir em frente ficam reduzidas apenas ao presente, sem passado e sem um futuro esperançador. O presente é a legalidade: se isso é legal, então vá em frente”.
Mas quando reina o legalismo, “a Palavra de Deus fica de fora e o povo de Deus chora no seu coração, porque não encontra o Senhor: falta a
profecia”. Ele chora “como chorava a mãe Ana, a mãe de Samuel, pedindo a fecundidade do povo, a fecundidade que vem da força de Deus, quando Ele desperta a memória da sua promessa e nos empurra para o futuro com a esperança. Este é o profeta! Este é o homem do olho penetrante
que escuta as palavras de Deus”.
“Que a nossa oração neste período em que nos preparamos para o Natal do Senhor seja esta: ‘Senhor, que não faltem os profetas no teu povo!’. Todos nós,
batizados, somos profetas. ‘Senhor, que não nos esqueçamos da tua promessa! Que não nos cansemos de seguir em frente! Que não nos encerremos no legalismo
que fecha as portas! Senhor, livra o teu povo do espírito do clericalismo e ajuda-o com o espírito da profecia!’”.
Em: www.ihu.unisinos.com.br
Sínodo das Famílias
Carta de alguns grupos de Católicos LGBT para os Bispos
em resposta à consulta sobre
Estimados Senhores Bispos,
É a primeira vez na história, tanto quanto se saiba, que todos os fiéis, inclusive nós Católicos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), fomos convidados a nos expressar como sujeitos sobre temas tão importantes para o futuro da nossa Igreja. Aqueles que escrevemos esta
carta estamos longe de nos sentirmos no direito de responder por tantas pessoas diferentes, contudo sentimo-nos honrados pelo convite e queremos
pelo menos tentar responder à altura.
É evidente que nos faltam conhecimentos para responder à maioria das perguntas do questionário, por isso vamos nos ater somente às que nos
dizem respeito diretamente. Antes, porém, gostaríamos de comentar brevemente quatro pontos que fluem de temas fundamentais da consulta.
O primeiro ponto é sobre o próprio termo Família. Gostaríamos de expressar que todos nós, como pessoas LGBT, filhas e filhos de Deus, nascemos no seio de famílias, das mais diversificadas, e todos nós buscamos viver em família, seja ela eletiva ou biológica. Como Católicos, sabemos que
Nosso Senhor Jesus Cristo sempre promoveu e promove mais a família eletiva que a biológica. Ou seja, consideramos que o discurso Católico sobre a
família nos toca profundamente, sobretudo porque estas palavras de Jesus nos ressoam: "A minha mãe e os meus irmãos são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lucas 8, 21). Temos as mais variadas experiências de vida familiar: para alguns de nós, o fato de sermos LGBT
foi aceito com tranquilidade pelos nossos irmãos, pais, primos e outros. Para outros, o fato provocou – e continua provocando – muito sofrimento, seja em nossos parentes mais próximos, seja em nós mesmos. Em suma, queremos dizer que os dramas da vivência da fé em família não nos são alheios. Por isto, não podemos deixar de notar que, até agora, o discurso eclesiástico sobre a família nos trata como se fôssemos os inimigos da família,
hostis de alguma forma à sobrevivência da mesma. Porém, nenhuma dinâmica familiar pode ser considerada saudável se alguém nela é tratado como
ovelha negra (ou rosa). E isto nos leva a pedir que os Senhores não insistam em “defender” a família contrapondo-a aos direitos e à estabilidade psíquica e espiritual das pessoas LGBT. Estas “defesas” soam como forma de se imiscuir de maneira pouco evangélica em vivências familiares complexas
em que todos sairiam ganhando se o assunto fosse tratado com honestidade, escuta, paciência e carinho.
O segundo ponto envolve a noção de Lei Natural. Mesmo que a terminologia não seja muito comum no nosso meio, a realidade visada nos é
muito presente. Grande parte dos avanços no trato digno e humano das pessoas LGBT tem sido fruto da crescente consciência tanto em nível científico quanto em nível popular de que nós, LGBT, somos assim não por qualquer defeito ou deficiência, mas simplesmente como algo que é. Sendo assim, como é o caso com todas as pessoas, o nosso comportamento digno segue daquilo que somos. Ou seja, é a partir de ser, e não apesar de ser,
LGBT que entramos, imbuídos com a força do Espirito Santo, naquela participação consciente e ativa em nos tornarmos aquilo que Deus quer para
nós, que caracteriza a Lei Natural. Aprender aquilo que é, na prática, ser filha ou filho de Deus tendo como um dos aspectos – um elemento pequeno
mas não desprezível – de sua identidade, o ser LGBT, é uma grande tarefa de humanização para todos nós. Nesta tarefa não ficamos isentos de todas
as possibilidades, tanto de pecado quanto de santidade, que desafiam qualquer pessoa. Contudo, observamos que quando a autoridade eclesiástica
fala da Lei Natural, ela assume, aparentemente, sem se questionar que somos de alguma maneira marginais ao tema, somos julgados de maneira
sempre negativa, por causa de nossas inclinações que se supõem serem “objetivamente desordenadas”. Ora, fica cada vez mais claro que a versão
eclesiástica atual da Lei Natural carece de evidência na realidade. Por isso, exortamos os Senhores Bispos a não utilizar a Lei Natural como arma eclesiástica contra as pessoas LGBT e que deem mais espaço à dimensão da Lei Natural que consiste em aprender por observação aquilo que realmente
é, pois só assim serão conhecidos e respeitados os desígnios do nosso Pai, Criador de todas as coisas, nas nossas vidas. Só assim nos ajudarão a
caminhar segundo a vontade d’Ele.
O terceiro ponto trata do termo Pastoral. Desejamos ardentemente a existência de uma verdadeira Pastoral LGBT no Brasil. Sabemos que nenhuma pastoral que não esteja fundamentada na Verdade pode produzir bons frutos. E, de fato, há um grave problema aqui, um dilema: ou somos
pessoas heterossexuais consideradas defeituosas, ou somos pessoas LGBT normais. No primeiro caso, a Pastoral consistiria em nos ensinar a viver
uma estrita continência sexual, lutaria contra qualquer forma de reconhecimento da nossa vida em comum, seja no civil seja no religioso, e talvez
até propusesse métodos para nos “curar” da desordem profunda que nos é atribuída. No outro caso, a Pastoral teria a missão de nos ajudar a florescer e crescer na fé a partir daquilo que somos; seu interesse se voltaria, entre outras coisas, para a formação e estabilidade da nossa vida conjugal e
familiar, inclusive através da adoção de filhos, e para fortalecer nosso compromisso com os mais sofridos através de projetos sociais; e sobretudo, se
empenharia em melhorar a vida de tantas pessoas, especialmente das camadas mais empobrecidas e marginalizadas de nossa sociedade, que sofrem todo tipo de discriminação no trabalho, na educação, na saúde e outros âmbitos, por sua condição de LGBT, chegando até o ponto de serem
jogadas na rua pelas suas famílias, e a se prostituírem para sobreviver.
A situação real na Igreja, no entanto, é que as autoridades eclesiásticas não conseguem reconhecer publicamente sequer que existe uma questão sobre a verdade a ser confrontada, embora no íntimo, tantos o saibam muito bem. O resultado, que vemos no dia a dia, é um mundo onde os
leigos vão se dando conta cada vez mais facilmente de que não há nenhuma desordem objetiva intrínseca ao fato de alguém ser LGBT. Mas o clero,
mesmo sabendo que muitos pertencem à nossa tribo, não consegue tratar deste assunto honestamente. E ainda menos os Senhores, cuja fala nesta
esfera costuma ficar semelhante (com desculpas pela comparação) aos discursos de outrora: “Nós fingimos ensinar, e o povo finge aprender”. O resultado é que uma verdadeira e oficial pastoral católica LGBT fica impossível! Os esforços pastorais hoje existentes, a partir dos quais escrevemos
esta carta, sobrevivem na clandestinidade, sem acolhimento sincero, aberto e fraterno, em espaços eclesiais não reconhecidos como tais. Pedimos,
então, não como mera questão acadêmica, mas como urgente exercício de responsabilidade pastoral, que os Senhores busquem a maneira de entrar
pública e honestamente no processo de elucidar conosco aquilo que realmente é neste campo. Sem medo da verdade, pois sem ela, nenhuma Pastoral Católica é possível. O medo da verdade, além de pouco eficaz para a ação pastoral, também é inútil, pois como lemos na Declaração Dignitatis
Humanae, n.1, do Concílio Vaticano II, "A verdade não se impõe de outro modo senão pela força da própria verdade."
O quarto e último termo é a Evangelização. Observamos com grande alegria a maneira como o Papa Francisco tem abordado este tema na Evangelii Gaudium e sentimo-nos plenamente convocados a participar desta nova evangelização. De fato, muitos de nós já estamos fazendo isto de diferentes maneiras, exatamente como pessoas LGBT que vivenciam profundamente a fé. Infelizmente, sem qualquer apoio da Igreja institucional. Mas
nos sentimos animados pelo Papa quando ele nos disse na JMJ 2013 que assim tem de ser, e que, mais cedo ou mais tarde, os Senhores irão descobrir que nós estávamos fazendo aquilo que devíamos, levando o conhecimento e a presença de Jesus Cristo a diferentes periferias existenciais. Gostaríamos de ressaltar que para nós, descobrir que somos pessoas LGBT amadas como tal por Deus, convidadas à irmandade de Jesus e à nova família eletiva da Igreja, é parte da Boa Nova de Cristo. Na medida em que os Senhores insistem em tratar todo movimento em prol da dignidade e veracidade das pessoas LGBT como contrário ao Evangelho, em vez de discernir os elementos de Kairós que nos chegam por meio deste movimento, da
mesma forma se condena a evangelização a ser uma repetição estéril, uma mera ideologia moralista. A nossa experiência no Brasil, amplamente
partilhada pelos nossos amigos e irmãos LGBT em outros países, tanto católicos quanto cristãos de outras Igrejas, aponta para a seguinte observação: as gerações mais jovens não conseguem entender porque conhecer a Jesus implica numa caracterização, que sabem que é falsa, das pessoas
LGBT com quem convivem como amigos, irmãos, filhos, vizinhos e colegas de escola ou trabalho. Para a nova e verdadeira evangelização, feita com
aquele espirito de que fala o Papa Francisco na sua exortação apostólica, é imprescindível descobrir qual é o elemento “Boa Nova” no assunto LGBT.
Caso contrário, as gerações mais jovens não irão vos escutar.
Feitas estas observações gerais, passamos a responder às perguntas da seção 5 do questionário.
5 - Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo
Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimônio?
Não existe uma lei propriamente dita, mas graças a Deus, o Supremo Tribunal Federal equiparou a união civil entre pessoas do mesmo sexo ao matrimônio civil. Após a decisão do STF, o Conselho Nacional de Justiça expediu resolução, com caráter normativo e vinculante aos cartórios, que obriga os tabeliães a registrar uniões estáveis e casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as pessoas envolvidas neste tipo de união?
Na nossa experiência, tanto a CNBB como as Igrejas particulares eram obedientemente hostis à introdução destas realidades no nosso meio, se bem
que em tom menos agressivo e grosseiro que os grupos evangélicos neopentecostais que protagonizaram a luta contra nossos direitos. Em nível
mais local, não causou tanto problema a nova realidade legal, e como pessoas, algumas das quais envolvidas neste tipo de união, temos poucas noticias de maus-tratos por pessoas ligadas às paróquias, mas também poucas notícias de um acolhimento com júbilo. Evidentemente há uma dificuldade em obter informações mais exatas já que, oficialmente, toda atitude acolhedora neste tema tem sido clandestina.
Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união?
Retomamos nosso terceiro parágrafo acima, sobre o termo Pastoral. Prestamos todo o atendimento que nos é possível, em meio à clandestinidade
eclesial, e aguardamos o dia em que poderemos pensar, em diálogo franco e aberto com nossos Bispos, os tipos adequados de liturgia pública de
bênção para estes casos, como também o acompanhamento apropriado às diferentes etapas da vida das pessoas LGBT.
No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da
transmissão da fé?
Há pouco a fazer enquanto as autoridades eclesiásticas ainda se sentirem na obrigação de convencer as crianças adotadas por nós, pessoas LGBT,
que as suas famílias não são verdadeiras famílias, e que suas mães ou seus pais são pessoas objetivamente desordenadas que contrariam o plano
de Deus ao formar uniões caracterizadas por atos intrinsecamente maus. Se ultrapassarmos esta posição, não haverá grande diferença quanto à
transmissão da fé, sendo as mesmas as facilidades e dificuldades de catequese para filhos adotados por casais do mesmo sexo ou de sexos opostos.
Ajudar a superar o sentido do abandono na criança, sendo que muitas delas passam por situações abomináveis antes de serem adotadas, vai muito
além da mera orientação sexual seja dos próprios filhos adotados, seja dos pais adotivos.
São Paulo SP, Dezembro de 2013
Pastoral da Diversidade (SP) – contato: [email protected]
Diversidade Católica (RJ) – contato: [email protected]
Grupo de Curitiba – contato: [email protected]
Grupo de Recife – contato: [email protected]
Página Web: http://diversidadecatolica.blogspot.com.br/2013/12/carta-de-alguns-grupos-de-catolicos.html
Pe. Alfredo J. Gonçalves (Alfredinho)
Não existe fórmula para um relacionamento sadio e reciprocamente enriquecedor com o "outro, estranho e diferente”. Não
existe receita para um verdadeiro contato com quem vem de outro país, fala outra língua, professa outro credo, defrauda outra
bandeira e se rege por outras referências culturais.
Não existe cartilha para a acolhida ao imigrante, estrangeiro,
exilado, prófugo, refugiado... O estabelecimento e o cultivo de
novos laços e relações humanas, neste e em outros casos, não
seguem a lógica matemática dos conceitos racionais, mas o intrincado labirinto dos afetos, sensações e sentimentos.
A construção de pontes entre pessoas, grupos e povos diversos não se faz com o concreto do ferro, da pedra e do cimento, e
sim com a massa rica, indefinida e indescritível de olhares cruzados, sorrisos trocados, gestos solidários, sons que se harmonizam e palavras bi ou trilíngues. Não me refiro a uma coexistência pacífica ou a uma mera tolerância entre diferenças, como
justaposição de água e ajeite. Tampouco falo de uma trégua forçada, onde a paz se reduz ao equilíbrio das armas. Não basta isso, entretanto, é preciso chegar ao dom da escuta, do diálogo, da
compreensão, da simpatia ou da abertura... Em síntese, o confronto e encontro profundo, verdadeiro, de espíritos e de valores
humanos e culturais.
Vale, contudo, uma tentativa de aproximação. Ou melhor,
uma vereda mais curta no caminho a ser percorrido entre o "eu
ou nós”, de uma parte, e o "ele ou eles”, de outra. Como encurtar
a distância entre os "nossos” e os "outros”, os de "dentro” e os de
"fora”? A vereda ou atalho consiste na tentativa de colocar-se no
lugar da mãe, ou seja, na arte de olhar para o outro/a – pessoa,
grupo, etnia, nação – com o olhar materno. Não será essa, por
outro lado, a maneira de Jesus olhar as pessoas, especialmente
as mais pobres e excluídas,
mais doentes e abandonadas,
mais pecadoras e marginalizadas, mais perseguidas e indefesas... "I più bisognosi e
gli ultimi” (os mais necessitados e os últimos – diria o Papa Francisco)? Bastaria trazer aqui o rosto ferido e desfigurado dos possuídos pelo
demônio, dos doentes e leprosos, dos samaritanos e estrangeiros, das mulheres e
crianças, dos cegos e aflitos...
Um exemplo: caminho pela rua de um bairro mais ou
menos suspeito e me deparo
com uma pessoa completamente estranha, seja no jeito
de vestir, de falar, de andar,
de olhar, seja no modo de comportar-se... Talvez malvestida,
meia esfarrapada, suja, de cor diferente, atitude aparentemente
ameaçadora... Enfim, alguém com quem definitivamente não
simpatizo, ou, pior ainda, alguém que temo. Por instinto, levo a
mão ao bolso, verifico a carteira, desvio uns passos à direita ou à
esquerda, posso até cruzar para o outro lado da calçada, evito
olhar em sua direção... Em outras palavras, a primeira reação é
a de proteger-me e, no limite, partir para a agressão.
Mas se, num relance repentino, me pergunto "qual será seu
nome e sua profissão, se é que tem alguma? Onde habitará, terá
endereço fixo, uma família, irmãos, irmãs, tios, tias, sobrinhos?
Será casado, com esposa e filhos? Mais particularmente, como
se chamará a sua mãe e como ela vê este seu filho meio abandonado, para mim simplesmente tão estranho?” No mesmo instante, um vago sentimento de simpatia parece sacudir-me as entranhas. Uma onda de ternura percorre-me as veias, abranda-me o
coração. Barreiras invisíveis se quebram e abre-se uma pequena
possibilidade de compreensão, por menor que seja...
Outro exemplo: encontro-me diante da televisão, é hora do
telejornal. O noticiário destaca um assalto, flagrado pelo sistema
eletrônico de segurança, onde vítimas e agressores se desencontram. Correria, tiros, feridos, fuga... Depois, já na delegacia, sob
as câmeras, holofotes e microfones indiscretos da mídia, desfilam os rostos dos assaltantes. Uma vez mais, estranhos, malvestidos, pulsos com algemas, olhares enviesados; uns meio envergonhados, outros cínicos ou indiferentes; um menor, outro negro, um terceiro com aparência de classe média... Resumindo,
pessoas que tanto os policiais e os repórteres televisivos, de um lado, quanto
os espectadores, do outro, classificam
como "bandidos, marginais, safados, sem-vergonha”!... Cadeia
neles! Minha reação à cena, embora secreta, acanhada e tímida,
não é diferente. Prevalecem a antipatia e o instinto de agressividade.
Porém se, num relâmpago, me pergunto "quem serão seus
familiares e onde habitarão? Como o estarão vendo neste momento? E mais especificamente, como o vê sua mãe?” Esta, contra tudo e todos, talvez esteja pensando que "tudo isso é verdade, sem dúvida, mas no fundo ele é um bom rapaz”!... Ela conhece seu coração! Novamente percorre-me o corpo uma onda
desconhecida de calor humano, como se o sangue tivesse sido
irrigado pelo efeito de um antibiótico, uma espécie de remédio
contra o um coraçao de gelo. E, ainda desta vez, uma sombra
pesada parece cair de meu rosto de pedra, um véu se abre, e
sinto vontade de conhecer seus nomes, sua história, como chegaram até ali... Até meus olhos parecem umedecidos! Muros se
rompem e surge a luz de uma pequena dose de compaixão, por
menor que seja...
Nem precisaria voltar às páginas do Evangelho para darmonos conta que o olhar de Jesus é como um olhar materno sobre
pessoas e fatos: os temores e tremores, os embates e turbulências, as assimetrias e contradições da história, seja esta de caráter pessoal, familiar ou coletivo. É com essa visão misericordiosa
e compassiva que Deus se revela na pessoa, obras, palavras,
gestos e atitudes do profeta itinerante de Nazaré. Deus com nome de Pai (Abba), coração e olhar de mãe! Os encontros de Jesus
com seres humanos curvados pelo peso da lei e do pecado, da
culpa e da discriminação, da enfermidade e do abandono, da pobreza e da exclusão social – emergem como a prova mais evidente e eloquente desse olhar materno. Olhar que transparece até
mesmo em seus dedos e em suas mãos, no cuidado maternal para com as feridas mais diversificadas do corpo e da alma
de cada pessoa, única e irrepetível. Pai que acolhe e perdoa o "filho pródigo”, pastor
que conhece a voz e carrega
ao colo a "ovelha perdida”,
mãe que se compadece e devolve a outra o "filho único da
viúva”. De fato, o perdão dos
pecados, por uma parte, e a
fé dos interlocutores, por outra, constituem a marca registrada de seus milagres e
parábolas. Entre ambos, porém, se interpõe o olhar materno de Deus.
Essa marca registrada e a atitude maternal do Messias ganham força especial e inusitada nos capítulos 13 a 17 do
Quarto Evangelho: trata-se
de uma sequência que incorpora o lava-pés, a última ceia, o diálogo com os discípulos e a oração sacerdotal. Somente João, o
discípulo mais amado, poderia ter escrito esses capítulos, tamanhas são "la bontà e la tenerezza” (a "bondade e a ternura”, ainda na expressão do Papa Francisco) que neles se respira. Oxigênio vital, indispensável, para toda e qualquer existência humana. Nas palavras do quarto evangelista e na linguagem e gestos
de Jesus torna-se cristalino não somente seu olhar, mas também seu coração materno.
Ao dar-se conta que logo será entregue na mão das
autoridades e será condenado à morte, num gesto característico de comensalidade (partilha de pão e vida) e numa espécie de testamento espiritual, trata seus seguidores como "filhinhos”, comprometendo-se que jamais os
deixará "órfãos”; mostra-lhes que no Reino de Deus poder
é igual a serviço; recomenda-lhes o amor recíproco acima
de qualquer coisa, "amai-vos uns aos outros”; prometelhes o envio do Espírito Santo, como o Paráclito e defensor; garante-lhes que se fará presente até o fim dos tempos, para vencer as forças do maligno; adverte -os para os
perigos que os aguardam no mundo do pecado e das trevas; e por fim, intercede por eles junto a Deus, como que
devolvendo aqueles que o Pai lhes "havia confiado”. Não
parece –tudo isso– o comportamento de uma mãe que,
pressentindo a morte, reúne seus filhos ao redor do leito
e irriga lhes o coração e a alma com o bálsamo de suas
últimas e mais preciosas palavras?!...
Em: www.ihu.unisinos.com.br
Paulo Nogueira
O melhor artigo que li sobre Mandela foi de Slavoj Zizek *, e foi publicado no Guardian. Zizek saiu dos
lugares comuns da beatificação ubíqua de Mandela, e produziu um texto que faz pensar.
Seu ponto central é que Mandela só foi aplaudido por todo mundo, incluídos aqueles que queriam vê -lo
enforcado, porque, paradoxalmente, fracassou.
O fracasso de Mandela, nota agudamente Zizek, está estampado na abjeta desigualdade social que persiste na África do Sul, a despeito do fim do apartheid.
No campo das especulações, Zizek atribui ao malogro no combate à iniquidade a
“amargura” de Mandela em seus últimos anos de vida.
Um dos mais aclamados biógrafos de Mandela, o jornalista inglês John Carlin, admitiu em sua eulogia de
Mandela que em sua presidência de cinco anos ele fez bem menos do que se presumia que fizesse para a construção de uma sociedade economicamente mais justa.
Onde ambos, Zizek e Carlin, divergem é na explicação para o avanço social tímido da África do Sul sob Mandela.
Slavoj Zizek
Para Carlin, ele manobrou com cuidado para evitar uma guerra civil entre brancos e negros.
A hipótese de Zizek me parece mais interessante. Mandela, de acordo com sua interpretação, viveu o drama das esquerdas contemporâneas, em toda parte: ao chegar ao poder, elas como que se acovardam, sob o pavor de serem punidas pelo assim -chamado
“Mercado”, seja isso o que for.
No fim, as esquerdas no poder acabam mudando, elas mesmas, mais do que o mundo que deveriam chacoalhar. Em vez de moldar uma nova ordem, elas se moldam à velha.
Até no plano simbólico: barbas são aparadas, os guarda -roupas se renovam com o que há de mais caro na praça, a retórica passa a ser de conciliação – e por aí vai.
É como se a esquerda se desculpasse por ser de esquerda e garantisse ao “Mercado”, de joelhos, que nada será feito muito diferente do que a direita faria.
Não é preciso muito esforço para associar a visão de
Zizek ao Brasil comandado pela esquerda nos últimos dez
anos.
O que foi a Carta aos Brasileiros senão a promessa
de que nada de muito diferente seria feito? E Henrique
Meirelles no Banco Central?
“Não mordo”, o PT estava dizendo para a plutocracia.
E de fato não mordeu. Lula fez questão, no correr de
sua presidência, de dizer que nunca os empresários tinham ganhado tanto dinheiro.
É uma verdade doída, sob o ponto de vista dos 99%,
para usar a grande divisa do movimento Ocupe Wall St.
Num país em que o 1% fez do Estado uma fonte inexaurível de mamatas e negociatas, algo de que surgiu
uma das sociedades mais iníquas do mundo, não é exatamente animador que num governo de esquerda os mesmos de sempre continuassem a ganhar tanto ou mais do
que sempre ganhavam.
O espantoso, no caso brasileiro, é que a resposta da
direita à conciliação e à moderação primeiro de Lula e depois de Dilma não foi um agradecimento ainda que discreto. Foi um at aque
brutal ao governo, comandado por uma mídia que simplesmente abandonou o jornalismo para tentar repetir o que fez em 1954 e
1964.
Nas duas ocasiões, a mídia buscou os generais para fazer o serviço. Desta vez, uma vez que os generais como administradores
se desmoralizaram inteiramente depois do caos que promoveram em todas as esferas, a mídia tentou os juízes.
A maior lição de Mandela, aplicada ao Brasil, talvez seja a seguinte: para fazer sentido, a esquerda tem que ser de esquerda.
* Para ler o artigo original escrito por Slavoj Zizek acesse: http://www.esquerda.net/artigo/o-fracasso-socialista-de-mandela-por-slavoj-%C5%BEi%C5%BEek/30604
Em: www.cartamaior.com.br
REUNIÕES - 2014
PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS—AGENTES DE PASTORAL
As reuniões entre os padres, religiosos, religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas sempre na última Sexta-Feira dos meses pares.
A próxima será realizada no dia
21 de Fevereiro de 2014
As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA
Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera - Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera
C O O R D E N A Ç Ã O A M P L I A DA
Os membros da Coordenação Ampliada do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3ª s Terças-Feiras dos meses impares. A
próxima será realizada no dia
18 de Março de 2014
As reuniões são realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina
Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança
CURSO DE VERÃO
é um programa de FORMAÇÃOPOPULAR no campo sócio-político-cultural,
a partir da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral e do
empenho transformador da sociedade. É um ESPAÇO ECUMÊNICO E INTER
-RELIGIOSO de convivência, partilha de vida, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe participantes, em especial JOVENS, empenhados na busca da compreensão e respeito entre homens e mulheres de toda
a família humana, no esforço para transformar as pessoas e a sociedade na
linha da justiça, solidariedade e salvaguarda do meio ambiente.
JUVENTUDES EM FOCO:
por políticas públicas inclusivas na educação,
trabalho e cultura
é o tema do Curso de Verão de 2014. Juventudes, no plural, enfatiza a diversidade do fenômeno juvenil
do ponto de vista das classes sociais, do contraste entre o urbano e o rural, entre a periferia e as áreas
urbanizadas nas cidades. Gênero, cor, raça, etnia, inclusão ou exclusão digital, qualidade do ensino,
acesso a equipamentos culturais e de lazer e ao mercado de trabalho compõem o leque das múltiplas
desigualdades que afetam os jovens. O curso oferece um espaço de diálogo, aprofundamento e compromisso em torno a temas que mais preocupam a juventude: da violência ao extermínio de jovens negros;
da disseminação das drogas ao desemprego juvenil; da baixa qualidade do ensino à desagregação familiar; da perda de sentido à crise ecológica. O curso refletira sobre os caminhos para se remover os obstáculos para o protagonismo juvenil na sociedade, nas igrejas e no estabelecimento de políticas públicas transformadoras.
Para Maiores informações acesse o site:
www.ceseep.org.br
Sobre os Projetos:
PONTOS DE CULTURA — V A I
E outros de interesse da Zona Leste
Dia: 17 de Janeiro de 2014 - Sexta-Feira às 19h30
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid, 997—Ermelino Matarazzo—Zona Leste—2546-4254
ASSUNTOS SOBRE CULTURA A SEREM TRATADOS NO DIA 17 DE JANEIRO
1. Recursos para os Pontos de Cultura
Cada Ponto de Cultura vai receber R$ 160.000,00 para dois anos. As entidades que irão realizar o Projeto dos Pontos de Cultura
devem entrar na página da Secretaria Municipal de Cultura e colher todas as informações. O Edital dos Pontos de Cultura sairá entre Janeiro e Fevereiro de 2014. Fiquem de Olho! Os pontos de Cultura devem chegar nas periferias. Cehga de exclusão cultural
na Zona Leste
2. Projeto de Cultura do “V A I” na Zona Leste.
Na reunião do dia 17, as Entidades e Organizações da Zona Leste darão os primeiros passos rumo aos Projetos de Cultura “VAI”.
3. Conselhos de Cultura
É fundamental que haja um Conselho de Cultura em cada Bairro da Zona Leste para acompanhar a gestão dos Projetos “Pontos de
Cultura” e “V A I”. Será que o Projeto “V A I” chegará na Zona Leste???
Ao longo de dez anos, o “V A I”, que tem por foco jovens na faixa de 18 a 29 anos, investiu R$ 18 milhões em 1.144 projetos culturais. No primeiro ano de atuação do programa, em 2003, foram investidos 1 milhão. Em 2013, a Prefeitura de São Paulo destinou R$ 4,32 milhões para contemplar 177 projetos. Com a sanção do “V A I 2”, destinado a jovens e adultos com experiência
em projetos em áreas periféricas, o valor inicialmente previsto para 2014 é de R$ 8 milhões.
4. Compromisso com Eventos e Festas Históricas da Zona Leste
Neste dia 17 de Janeiro queremos que a Secretaria Municipal de Cultura assuma compromisso com os eventos históricos de cultura na Zona Leste. Por exemplo: a Festa do Rosário na Penha, a Festa das Nações em Ermelino Matarazzo, etc... Que as Lideranças da Zona Leste tragam os PROJETOS DAS FESTAS E EVENTOS CULTUARIS para 2014 do seu Bairro. A Luta é de todos. A
Vitória é de todos. (Por que se gasta numa noite na VIRADA CULTURA 10 a 12 milhões de reais e as FESTAS das Periferias num tremendo abandono?
Cadê o NOVO do Governo Haddad?).
5. Centro de Pesquisa, Cultura e Memória no Parque Com Paulo (Chácara Matarazzo)
Este poderá ser o primeiro, mas queremos que cada Bairro da Zona Leste tenha o seu Centro de Pesquisa Cultura e Memória.
6. Debates sobre outras questões Culturais.
Fale com o Tião Soares, a Walquíria, o Júlio, a Patrícia o Paulo... Unidos com você e seu grupo muito poderá ser feito em prol da
cultura na zona Leste. Convide todas as Entidade e Movimentos Culturais da Zona Leste.
G R U P O D E M E M Ó R I A DA Z O N A L E S T E :
No mesmo dia 17 de Janeiro de 2014 - às 15h00 - no Salão da Igreja São Francisco
Vamos dar passos para uma solução dos Patrimônios Históricos da Zona Leste
1)= Queremos publicar a MEMÓRIA dos Patrimônios Históricos
2)= Queremos que cada Patrimônio Histórico tenha seu PROJETO DE RECUPERAÇÃO
3)= Queremos criar um CIRCUITO DOS PATRIMONIOS HISTÓRICOS da Zona Leste
4)= Que a Secretaria Municipal de Cultura assuma a LIDERANÇA CONCRETA para superar estes
mais de meio século de abandono, omissão... diante dos Patrimônios Históricos da ZL
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