Anais – Jornada de Inverno - SBGG-RS

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Anais – Jornada de Inverno - SBGG-RS
IDOSOS E GRUPOS TERAPÊUTICOS: RESSIGNIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Isabel Vargas Witczak, Marinês Leite - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Introdução: apresentam-se conclusões parciais da pesquisa “Violência familiar contra
idosos e a possibilidade de ressignificação a partir de grupos terapêuticos”,. Objetivo:
compreender o papel dos grupos terapêuticos para pessoas idosas que sofrem violência
praticada por familiar usuário de álcool e outras drogas. Metodologia: o construcionismo
social fundamenta a análise e a discussão deste estudo. Centra-se nas práticas
discursivas: meios pelos quais as pessoas produzem sentidos e se posicionam nas relações
que estabelecem no cotidiano. Foram sujeitos de pesquisa 07 pessoas, com 60 anos ou
mais, que sofreram violência praticada por familiar usuário de álcool e outras drogas e
que frequentaram o grupo terapêutico semanalmente por um período de seis meses em
um CAPS AD. Realizou-se duas entrevistas semi-estruturadas individuais com os
frequentadores do grupo de familiares, estas foram gravadas. Os dados foram degravados
na íntegra e analisados.Também utilizou-se um diário de campo para a evolução do
grupo. Resultados: questionados sobre os motivos que os levaram a procurar o CAPS AD,
os sujeitos fazem diferentes associações: procura de ajuda para os familiares (sem
reconhecer a necessidade de cuidados a si próprios) e busca por informação sobre as
questões relativas à dependência química. As principais vantagens identificadas estão
vinculadas ao fortalecimento, a possibilidade de diálogo, ao consolo ou relativização do
problema, a orientação e a possibilidade de “sair feliz”. Nenhuma das pessoas refere que
veio ao CAPS AD por indicação de profissionais da saúde: ou vieram sozinhos por ideia
própria ou por indicação de amigos e colegas e solicitação de familiares. Questionados se
a droga é fonte de violência, todos os entrevistados respondem afirmativamente.
Conclusão: Os relatos demonstram que, as diferentes tentativas de resolução individual
falham, pois muitas vezes é o desespero que conduz tais ações. O processo de mediação
vivenciado nos grupos terapêuticos para familiares e a troca de experiências, facilitam o
acesso a essas informações e a sua ressignificação perante as realidades/dificuldades
pessoais. É dentro desta possibilidade que os sujeitos podem narrar as suas vivências e
compartilhar sentimentos com o grupo, o que lhes possibilita: ver que outros passam por
situações semelhantes; revivenciar sentimentos e poder confrontá-los; e, iniciar um
processo reflexivo.
O TIME UP AND GO (TUG) COMO FERRAMENTA DE SCREENING PARA SARCOPENIA
Michele Bittencourt Silveira, Lidiane Isabel Filippin
Unilassale - Canoas
Introdução: Considerada multifatorial, a sarcopenia determina alterações
significativas em diversos domínios da saúde do indivíduo podendo acarretar
perda da performance funcional e aumento das comorbidades, bem como
acarretar em elevados custos financeiros com o tratamento. O screening
precoce possibilita intervenções como forma de prevenção ou desaceleração
do processo de sarcopenia.
Objetivo: Estimar a validade preditiva do teste TUG como preditor da
sarcopenia em indivíduos vivendo em comunidade.
Métodos: estudo transversal, de base domiciliar com 734 indivíduos (40
- 79 anos) residentes em um município do Vale do Rio dos Sinos - RS. A
variável preditiva foi o teste Timed up and go (TUG) e o desfecho de interesse
foi a presença de sarcopenia (avaliada pelos critérios de Solomon – redução da
massa muscular em associação com a redução da força muscular). A curva
Receiver-Operating Characteristic (ROC) foi construída para avaliar a
capacidade diagnóstica de diferentes pontos de corte do teste TUG.
Resultados: O teste TUG apresentou moderada acurácia (0,73; IC =
0,67 – 0,78; p-valor = 0,001) para predizer a sarcopenia. Após a análise da
curva ROC foi observado os valores de sensibilidade (82,1%), especificidade
(50,9%), VPP (25,0%) e VPN (93,5%), além da razão de verossimilhança
positiva (1,67) e negativa (0,351) para predição da sarcopenia (tabela 2). O
ponto de corte sugerido como preditor de sarcopenia, para essa população, foi
TUG ≥7.5 segundos.
Conclusões: o teste TUG foi capaz de determinar a presença de
sarcopenia na população estudada e obteve adequados valores preditivos.
Esse teste passa ser importante para o rastreamento, pois é de fácil
aplicabilidade e baixo custo, podendo identificar precocemente os indivíduos
com provável sarcopenia.
Palavras chaves: Sarcopenia. Atenção Primária a Saúde. Curva ROC.
Estudos Transversais. Estudo EPES.
PERFIL DE IDOSOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE GERIATRIA ATRAVÉS DE AVALIAÇÃO
GERIÁTRICA AMPLA
Renato Gorga Bandeira de Mello, Roman Orzechowski, Ana Clara Guerreiro Martins, Emilio
Moriguchi, Roberta Rigo Dalacorte, Ana Claudia Tonelli de Oliveira
Hospital de Clinicas de Porto Alegre - HCPA, Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Introdução: Dados da avaliação geriátrica ampla são importantes preditores prognósticos,
principalmente naqueles com múltiplas comorbidades, polifarmácia, dependência e
fragilidade. Entretanto a capacidade preditiva desse método em nosso meio é pouco estudada,
razão que motivou o PREDINTER, estudo de coorte que avaliará a capacidade preditiva de
marcadores funcionais e de fragilidade para rehospitalização em idosos. Objetivos: Apresentar
os dados preliminares da linha de base do estudo PREDINTER e descrever o perfil de pacientes
idosos hospitalizados em unidade de internação geriátrica. Método: Estudo transversal com
pacientes maiores de 65 anos internados na Unidade Álvaro Alvin do Hospital de Clínicas de
Porto Alegre no ano de 2016. Foram aplicados testes de funcionalidade básica e instrumental,
escala de depressão Geriátrica (GDS) e Mini Exame Estado Mental (MEEM), timed get up and
go test (TGUG), velocidade de marcha e força de preensão Palmar. Resultados: Foram
avaliados 51 pacientes no período de um mês, com idade média de 76,8 anos, dos quais 58%
são do sexo feminino; 49% viúvos; 27% são casados e 86% se declararam de cor branca. A
média de escolaridade foi de 4,8 anos e 62,7% moram com apenas 1 pessoa. Os motivos mais
frequentes de internação hospitalar foram: pneumonia (25%) e infecção do trato urinário
(10%), sendo o número médio de comorbidades de 3 e 52% dos pacientes apresentam
polifarmácia. A média de pontos nas escalas de funcionalidade foi: escala Barthel, 75 pontos e
escala de Lawton, 14 pontos. A pontuação média no GDS foi de 3 pontos. Em avaliação de
força de preensão palmar, o valor médio para o sexo feminino foi de 14,7Kgf e para o sexo
masculino 28,0 Kgf. Comparando-se os subgrupos de 65 a 74 e de 75 anos ou mais, foi
observada diferença estatisticamente significativa na pontuação dos seguintes testes: MEEM
(23vs17; p=0,02); TGUG (8,7vs23s; p=0,02), assim como tendência a menor velocidade de
marcha nos mais velhos (0,7vs0,5m/s p=0,07) Conclusão: trata-se de população
predominantemente feminina de baixa escolaridade, exposta à polifarmácia, hospitalizada
para tratar complicações infecciosas e com testes de funcionalidade global alterados,
sobretudo nos mais velhos. Futuramente será avaliada a capacidade preditiva de diversos
escores e variáveis de funcionalidade para declínio funcional e rehospitalizações.
PERFIL DOS CUIDADORES DE IDOSOS SOB O OLHAR DE QUEM CUIDA DO CUIDADOR.
Neisa Fernandes
ACES - Assessoria e Consultoria em Educação e Saude Ltda
RESUMO
O envelhecimento é alvo de grande preocupação, para as mais diversas esferas
governamentais e núcleos da sociedade, na saúde pública são grandes os impactos em sua
demanda frente à fragilidade da população envelhecida. As cuidadoras de idosos não possuem
definição concreta para suas atribuições assistindo os idosos amadoristicamente. Este trabalho
buscou conhecer o perfil de cuidadoras sob o olhar profissional de quem cuida destas
prestadoras de serviço social com atenção a saúde na cidade de Canoas, RS. A metodologia
proposta foi um estudo pontual, de caráter observacional, onde se buscou identificar e
registrar, de maneira organizada e sistemática, fatos e situações existentes na vida laboral e
particular dos cuidadores de idosos. A amostra foi por conveniência, constituída por 20
participantes submetidas a questionário sócio-demográfico, anamnese, avaliação da
sobrecarga, além de outros instrumentos validados para medir a existência de
comprometimento cognitivo, depressão e marcha e equilíbrio. A análise dos dados se
constituiu de uma descrição em média ± desvio-padrão, enquanto que variáveis categóricas,
em frequência absoluta e percentual. Encontramos, dentre outros resultados, que 60% estão
entre 51 a 60 anos de idade, 40% destas, a maioria possui Ensino Médio, e nenhuma delas com
Curso para Cuidadores, 33% já estão neste mercado há mais de 10 anos. Em relação à
dimensão física 35% são obesas, 60% possuem diagnósticos patológicos diversos, onde
constatamos 80% com índice para depressão leve. Quanto ao aparelho cardiovascular às
queixas encontradas eram relativas aos esforços nos atendimentos, e no aparelho locomotor
as dores articulares foram relatadas por 100% das entrevistadas. Em seus estados cognitivos
20% foram encaminhadas para exames complementares. Concluímos que a sociedade ainda
está à mercê de cuidadores de idosos despreparados atuando em domicílios, clínicas, hospitais
e ILPI’s, pois nenhuma delas havia realizado curso ou treinamento para atuar na área. Além do
despreparo formal, constatamos que a saúde encontra-se comprometida em grande parte
delas, o que aumenta a probabilidade de risco na execução de suas tarefas reforçando a
necessidade de uma ordenação nos saberes e fazeres na área do envelhecimento e seus
cuidados, incluindo o cuidado a estas prestadoras de serviço.
Consideramos este trabalho uma referencia a situação geral dos cuidadores domiciliares.
PREVALÊNCIA DE PERDA AUDITIVA EM IDOSOS BRASILEIROS: PESQUISA NACIONA DE SAÚDE
(PNS)
Magda Aline Bauer, Ângelo José Gonçalves Bos
Grande do Sul - PUCRS
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Introdução: A audição é essencial para o processamento de eventos
acústicos, emissão e compreensão dos sinais de fala. A perda auditiva pode
ser consequência de vários fatores, como a exposição ao ruído, medicações
ototóxicas, por fatores genéticos ou metabólicos. Seu acometimento pode ser
adquirido durante a vida ou congênito. Objetivo: O presente trabalho tem por
objetivo analisar a prevalência de queixa de perda auditiva, examinar se a
perda auditiva foi adquirida durante a vida ou foi congênita e verificar o
porcentual de usuários de próteses em idosos do Brasil. Metodologia: Estudo
transversal, observacional e analítico de um banco de dados secundário a
partir da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). A PNS foi conduzida através de
um questionário de base populacional no Brasil e teve como objetivo geral
fazer um levantamento da situação de saúde, dos estilos de vida e sobre a
atenção à saúde dos brasileiros. O uso das informações necessárias para este
estudo foi realizado a partir da autorização de seus respectivos responsáveis.
Para atender ao objetivo desse estudo, selecionaram-se os idosos da amostra
do PNS e as suas respostas quanto às questões referentes à variável
dependente perda auditiva e as independes: incidência do acometimento e uso
de próteses auditivas. Resultados: dos 11177 idosos da amostra, apenas 837
(7,5%) referiram ter algum grau de perda auditiva e destes 28 (3,39%)
nasceram com perda auditiva e os demais 809 (96,61%) adquiriam a perda.
Dentre os idosos com perda adquirida apenas 120(14,83%) utilizavam próteses
auditivas. Conclusão: Embora a perda auditiva cause limitações, ela não
parece ser a sintomalogia de maior queixa entre os idosos. Na amostra 7,5%
da população idosa refere queixa auditiva e destes a maioria 96,6% adquiriam
a perda auditiva, ou seja, não nasceram com o comprometimento auditivo.
Quanto à prótese auditiva, apenas 120(14,83%) dos idosos que adquiriam a perda utilizam
deste dispositivo.
VALIDADE PREDITIVA DO TESTE TUG NA DETERMINAÇÃO DO ESTADO DE FRAGILIDADE
Nathalia Cardoso de Oliveira Lidiane Isabel Filippin, Michele Bittencourt Silveira, Dalvana
Dutra Berwanger, Thamyres Ferreira, Janaína Silveira
Introdução: O envelhecimento populacional tem aumentando nas últimas
décadas. Com o incremento da expectativa de vida somado ao aparecimento
de doenças crônico-degenerativas associadas ao envelhecimento natural, faz
surgir uma nova terminologia, o envelhecimento fragilizado do indivíduo.
Fragilidade é o termo utilizado para descrever pessoas idosas que apresentem
alto risco para desfechos adversos à saúde, tais como: quedas,
hospitalizações, incapacidade, institucionalização e morte. Embora, não exista
consenso sobre sua definição e métodos diagnósticos alguns autores tentam
defini-la fundamentada em modelo baseado em uma tríade de acometimento
funcional, psicossocial e déficits cumulativos. Objetivo: Estimar o ponto de
corte para o teste TUG como preditor da síndrome da fragilidade em idosos
vivendo em comunidade. Métodos: estudo de caráter transversal, de base
domiciliar, com 322 idosos vivendo em comunidade, no município de Nova
Santa Rita - RS. Foram incluídos no estudo indivíduos com idades entre 60 a
79 anos, de ambos os sexos. A escala de Fragilidade de Edmonton foi utilizada
como modelo para avaliar a fragilidade e, o teste de desempenho físico timed
up and go (TUG) foi avaliado como teste preditivo de fragilidade. Todos os
participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para
análise estatística foi utilizada a regressão linear de Poisson para avaliar as
variáveis associadas ao desfecho e a curva Receiver-Operating Characteristic
(ROC) foi construída para avaliar a capacidade diagnóstica de diferentes
pontos de corte do teste TUG. Resultados: a análise da curva ROC indicou
valor de oito segundos na execução do teste TUG como melhor ponto de corte
para diagnóstico da síndrome da fragilidade em idosos. A área sob a curva foi
0,716, com sensibilidade de 72,1%, especificidade de 58,4%, valor preditivo
positivo de 54,4% e valor preditivo negativo de 75,3% para esse ponto de corte.
Conclusões: o ponto de corte de oito segundos no tempo de execução do
teste TUG obteve excelente sensibilidade e valor preditivo negativo para o
rastreamento de idosos com provável síndrome da fragilidade.
Palavras chaves: idoso fragilizado; programa de rastreamento; curva ROC.
VERIFICAR AS DIFERENÇAS ENTRE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS DE MEIA IDADE, IDOSOS JOVENS
E LONGEVOS NO MONITORAMENTO DA SUA DOENÇA
Flávia Picoli Gheno, Cláudia Aline Oliveira Safian, Andressa Dutra Dode, Katiana Spinelli da
Veiga, Josemara de Paula Rocha, Ângelo José Gonçalves Bós
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA
Introdução: O acompanhamento para a prevenção das complicações da Diabete (DM)
é fundamental para estes pacientes. Objetivo: Verificar as diferenças entre indivíduos
diabéticos de meia idade (40 – 59 anos), idosos jovens (60 – 79 anos) e longevos (80 ou
mais) no monitoramento do nível de glicemia e procura de serviço de saúde para o
acompanhamento da doença. Métodos. Trata-se de uma análise secundária de um banco
de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi realizada análise estatística descritiva e
analítica utilizando o programa Epinfo 7; sendo questionado, quando foi a última vez
em que o indivíduo havia avaliado o nível de glicemia, se ele frequentava regularmente
um serviço de saúde para monitorar a DM e os motivos de não procurar por esses
serviços. Foi utilizado o teste qui-quadrado para testar a relação entre essas variáveis,
aceitando p significativo quando menor que 0,05 e indicativo de significância quando
entre 0,10 e 0,05. Resultados: Entre os entrevistados pela PNS, 3321 referiram terem
recebido o diagnóstico de DM, destes, 77,1% relatou ter verificado a glicemia há menos
de 6 meses, sendo essa frequência maior em indivíduos de meia idade e menor em
longevos, embora a relação não tenha sido significativa. Em relação à periodicidade de
consulta médica para acompanhar a DM, 70,0% tinha este cuidado. Porém, 21,3%
afirmou que só buscava esses serviços na presença de algum problema e 8,8% nunca
procuravam. Os idosos jovens (22,2%) tenderam a procurar os serviços com mais
frequência que as demais faixas etárias, ao passo que os longevos (23,4%), a buscar
somente na presença de algum problema deste âmbito (p=0,0714). Dentre os motivos
para a não procura, a maior parte não achava necessário consultar periodicamente,
principalmente os longevos (74,4%, p<0,001). Outros motivos foram o tempo de espera
prolongado no serviço (11,1%), e outros motivos (10,5%). Conclusão: Os dados
apontam para a necessidade de um cuidado com a atenção primária voltada ao
autoconhecimento sobre a DM, pois os indivíduos que não faziam o acompanhamento
relataram não acharem o mesmo necessário, demostrando claro desconhecimento sobre
as consequências desta doença.
(RE) INTERNAÇÃO DE IDOSOS PORTADORES DE DIABETES MELITTUSEM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
Renata Castro dos Anjos Zilli, Graciele Ferreira de Ferreira Mendes, Marcelle Moreira Peres,
Ariel Eduardo Billig
Universidade Católica de Pelotas/ Hospital Universitário São
Francisco de Paula
INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus está associado às doenças crônicas e
endócrinas que representam um grave problema de saúde pública, com alta
prevalência em idosos, aumenta sua prevalência, de modo considerável, com a
idade, o que, implica altos índices de morbidade e mortalidade, sendo
considerada a quarta causa de morte no Brasil. Quando não controlada pode
gerar complicações secundárias acarretando repetidas internações
hospitalares, acometidas com seus agravos. OBJETIVO: Avaliar a prevalência
de DM em idosos internados em um hospital universitário e relacionar ao
histórico de internações prévias durante os últimos dozes meses. MÉTODO:
Realizou-se um estudo transversal incluindo idosos internados na unidade de
Clínica Médica de um hospital universitário, no período de janeiro a abril de
2015. Os dados foram coletados através de um questionário e o diagnóstico de
DM foi obtido através da consulta ao prontuário, todos os pacientes assinaram
o TCLE. RESULTADOS: Participaram do estudo 224 idosos com média de
idade de 71,7 anos (dp 8,7), a faixa etária mais prevalente entre 60-69 anos
(48,7%), na maioria homens (50,9%) e brancos (79,9%). Do total, 31,7%
tinham diagnóstico de diabetes, sendo que a maioria era do sexo feminino e na
faixa etária de 60 a 69 anos. Em relação aos idosos com DM 49,3 afirmaram
ter episódios de (re) internação nos últimos doze meses, estando associado a
DM a hospitalizações prévias (p=0,01). CONCLUSÂO: O número de
internações de indivíduos diagnosticados com DM é crescente, bem como a
hospitalização devido a complicações inerentes à doença, com implicações
diretas para a qualidade de vida, produtividade e tempo de sobrevida do
indivíduo. A análise das hospitalizações decorrentes de diabetes mellitus é de
suma importância no que tange o campo da atenção básica, sendo capaz de
monitorar a efetividade das ações nesse nível e contribuindo para a adesão ao
tratamento, adoção e cultivo de hábitos de vida saudáveis, de maneira a
reduzir a necessidade de hospitalização.
A (RE) CONSTRUÇÃO DO COTIDIANO DE IDOSAS RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE
LONGA PERMANÊNCIA
Vivianne Costa Koltermann
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
O aumento da população idosa no Brasil, juntamente com a falta de cuidadores, sejam
eles formais ou informais, resultou em uma crescente demanda em instituições nas quais
assumissem o papel de cuidar do idoso e de suas necessidades. Neste sentido, as
Instituições de Longa Permanência assumem este papel, dando o suporte necessário
para esta população, com a finalidade de ter uma boa qualidade de vida. Segundo Heller
(2008), o cotidiano desenvolve-se através da personalidade, sentimentos e ideologias de
cada indivíduo. Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo conhecer como a
pessoa idosa organiza o seu espaço dentro da Instituição de Longa Permanência para
viver o seu cotidiano. Como método utilizado foi uma pesquisa qualitativa, na qual se
baseou em estudo de caso realizado em uma Instituição de Longa Permanência para
idosos localizada em uma cidade da região central do estado do Rio Grande do Sul. A
pesquisa teve como sujeitos participantes sete idosas residentes desta instituição, nas
quais eram residentes, no mínimo, há dois anos. A coleta de dados foi realizada no
período de fevereiro e março de 2016 através de uma observação não participante e
entrevista baseada na história de vida do individuo. Após a análise dos resultados,
obtiveram-se como resultados dois principais blocos para análise que foram
encontrados: a organização institucional das Instituições de Longa Permanência e os
espaços em comum existentes entre suas casas e a Instituição. Nesse sentido, a
organização da instituição interferiu, de certo modo, nos primeiros meses em que
estavam na instituição, pois a rotina diária era de modo diferente dos quais elas eram
acostumadas em suas casas, principalmente os horários de refeições e de higiene
pessoal. Mas, ao longo do tempo, acostumou-se com esta rotina e hoje em dia convivem
tranquilamente com seus novos horários. Em relação aos espaços em comum, a maioria
dos relatos mostrou que há muitos espaços em comum, como o banheiro, lugares para
lazer e pegar sol após o almoço, o que auxiliou na organização do seu próprio espaço
dentro da instituição, trazendo consigo um pouco da realidade que tinham em suas
casas. Conclui-se então que as idosas participantes da pesquisa reconstruíram seus
cotidianos no contexto asilar a partir de como era o seu cotidiano em seus lares, porém
foi um processo que necessitou meses de adaptação ao novo cotidiano na qual elas
estavam, mas que hoje se sentem “em casa”, como muitas relataram.
A CORRELAÇÃO ENTRE OS TERMOS VIOLÊNCIA E IDOSO EM BASES DE DADOS VIRTUAIS
Isabel Vargas Witczak Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Introdução: trata-se de uma pesquisa sobre “Violência familiar contra idosos e a
possibilidade de ressignificação a partir de grupos terapêuticos”, realizada no. Objetivo:
entender qual a importância dos grupos terapêuticos para pessoas idosas que sofrem
violência praticada por familiar usuário de drogas. Metodologia: para a revisão narrativa
referente à temática, recorreu-se aos bancos de dados: “Scientific Electronic Library
Online” (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), coletados em janeiro de 2015.
Utilizou-se as palavras-chave violência and idoso para pesquisa ampliada. Selecionou-se
materiais publicados a partir de 2009, os resumos foram lidos - quando em dúvida, houve
leitura de todo artigo. Resultados: a BVS apontou 3185 possibilidades de correlação.
Refinado pelo próprio programa de busca, utilizando-se como indicadores bases de dados
nacionais e ano de publicação, localizou-se 27 referências: 02 teses de doutorado, 11
recursos educacionais e 14 artigos. Os artigos foram escritos em português, um em
espanhol, assim como os recursos audiovisuais e teses de doutorado. As áreas: Psicologia
(13), Saúde Pública (12) e Políticas Públicas (02). Três artigos fazem associação direta da
temática pesquisada, descrevendo o atendimento individual às vítimas como forma de
cuidado. O SciELO, apontou 66 possibilidades de correlação. Refinada ao ano de 2009,
chegou-se a 48 artigos. Os artigos predominantemente escritos em português (04 em
inglês). Nas áreas de Saúde Coletiva (21), Enfermagem (10), Saúde Pública (8), Geriatria e
Gerontologia (05), Psicologia (04), Medicina (01). Dez artigos fazem associação direta à
temática da pesquisa, narrando o atendimento individual às vítimas como forma de
cuidado. Conclusão: estudos diferenciados sobre o estilo de vida e suicídio incluem o uso
e abuso de drogas ilícitas e álcool como fatores determinantes para a violência contra o
idoso, ou por estes praticadas. Encontrou-se, ainda, em ambos os sites, cinco estudos que
fizeram tal correlação em diferentes períodos.
A EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA IDOSOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS NO MUNICÍPIO
DE GRAMADO 1*
Milena Santos SMS Gramado/RS
RESUMO: Dentro desta política de saúde, o Município de Gramado/RS vem realizando
atividades educativas para portadores de diabetes mellitus em grupos que acontecem de
forma centralizada, o grupo, reúne todos os diabéticos do Grupo Hiperdia e conta com
1.349 pacientes cadastrados. Destes, 153 participam do Grupo e, dos participantes, 70
são idosos. Nos encontros mensais promovidos pela equipe multidisciplinar, são
repassadas informações sobre alimentação saudável, atividade física, uso de medicação,
nos quais intervém junto aos pacientes e familiares e, a fim de promover uma assistência
multidisciplinar adequada no qual, é proporcionado atendimento diferenciado aos
pacientes idosos diabéticos. Diante disso, este estudo tem o objetivo de verificar o
entendimento para o autocuidado dos idosos diabéticos através a educação permanente
em saúde, avaliação contínua e melhoria da gestão do cuidado em diabetes. Para tanto,
profissionais de saúde são capacitados para atender aos portadores de diabetes e
ensiná-los a controlar a doença, visando garantir a melhoria da qualidade de vida dos
portadores. Perguntados se têm conseguido manter sua glicemia controlada 76% dos
idosos conseguem manter sua Glicemia pós-prandial inferior a 140 mg/dl, 17% referem
que mantêm sua glicemia até 200mg/dl e 07% referem muito alterada, acima de
200mg/dl. Com relação à monitorização da glicemia, perguntou-se: você acredita ser
importante para seu autocuidado? 91% dos idosos responderam Sim e 09% responderam
não. Já nas questões levantadas pela enfermeira, sobre como aplicar a insulina e
descartar os resíduos, se ainda geram dúvidas: Dos 58 idosos, 9% responderam sim e
91% responderam que não tem dúvidas. Com relação à metodologia utilizada para os
idosos, de que outras maneiras, ou linguagens, eles acreditam que deveria ser melhorada
a educação para o autocuidado: 17% dos Idosos apostam na utilização das figuras, 43%
atividades práticas, 7% gostariam de apresentação de vídeos, 26% relatam estar bom da
forma que está. Ainda completam o comprometimento da equipe. Ao finalizar este estudo
é importante reforçar que o projeto foi elaborado para fortalecer e expandir as ações do
SUS para educação em saúde para o autocuidado, avaliação contínua e melhoria da
gestão do cuidado em diabetes.
PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde. Diabetes Mellitus. Idosos.
A RELAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR COM A SARCOPENIA EM
IDOSOS: COMPARAÇÃO ENTRE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E IDOSOS NÃO
INSTITUCIONALIZADOS
Estela Lopes Scariot, Fernanda Michielin Busnello, Adriana da Silva, Lockmann, Luis Fernando
Ferreira, Luis Henrique Telles Da Rosa
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre ; Banco de Alimentos de Porto
Alegre.
Resumo:
INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é um fenômeno que acontece no
mundo todo e vem aumentado de forma gradual e contínua no decorrer das últimas
décadas, inclusive no Brasil. Nesta população são comuns os diagnósticos de
doenças crônicas e síndromes, dentre estas se encontra a sarcopenia, que é
caracterizada por uma perda gradativa de massa muscular esquelética, somada à
redução de força e, por consequência, uma diminuição da capacidade funcional.
OBJETIVO: Comparar o estado nutricional dos idosos institucionalizados e não
institucionalizados, e analisar sua relação com a sarcopenia e com o consumo
alimentar. MÉTODOS: Estudo observacional de corte transversal com 49 idosos
institucionalizados e 49 não institucionalizados. Foram avaliadas questões sócioeconômicas, demográficas, de saúde, hábitos de vida e alimentares. Realizou-se
avaliação do estado nutricional através da MAN®, aferição de massa corporal, estatura,
cálculo do IMC, circunferência da cintura, circunferência do braço, cálculo da CMB,
circunferência da panturrilha, prega cutânea tricipital e avaliação da capacidade
funcional através da força de preensão da mão e do teste Timed Up and Go (TUG). Com a
classificação da CMB, classificação da força de preensão da mão e o teste
TUG foram classificados idosos com sarcopenia, de acordo com o Consenso Europeu
para a Definição e Diagnóstico de Sarcopenia de 2010. Aqueles que apresentaram
simultaneamente obesidade foram classificados com obesidade sarcopênica.
RESULTADOS: Amostra de 98 idosos, sendo 49 idosos institucionalizados e 49 não
institucionalizados. O sexo feminino foi predominante com 93,9% no grupo de
institucionalizados e 89,8% dos não institucionalizados. Os idosos institucionalizados
apresentam-se mais velhos com idade de 80,2 ± 8,5 anos, estado civil solteiro 32,7%,
aposentados, apresentam maior risco para quedas 87,8% e maior presença de
sarcopenia 40,8%. Idosos não institucionalizados praticam mais atividade física (média
60min). Nas associações realizadas no grupo de idosos com sarcopenia, pode-se
observar quanto a classificação da cintura (p=0,005) e a medida de circunferência da
panturrilha (p=0,008) que há associação significativa. Não houve associação
significativa do consumo alimentar com a sarcopenia e obesidade sarcopênica.
CONCLUSÃO: Idosos institucionalizados apresentam maior risco funcional para
quedas e maior presença de sarcopenia. Os achados estão de acordo com a literatura,
no entanto são necessários mais estudos.
ACESSO DE HIPERTENSOS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO BRASIL: POSSÍVEIS DIFERENÇAS ENTRE
AS FAIXAS ETÁRIAS.
Andressa Dutra Dode, Josemara De Paula Rocha, Carina Zuppa, Katiana Spinelli da Veiga,
Flávia Picoli Gheno, Cláudia Aline Oliveira Safian, Ângelo José Gonçalves Bós" Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul – PUCRS
Introdução: Entre idosos, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença
altamente prevalente e um fator determinante de morbidade, mortalidade e dependência.
Quando adequadamente controlada, reduz e previne significativamente as limitações
funcionais e incapacidades. Objetivo: Verificar a frequência com que hipertensos
procuram serviços de saúde, monitoram a pressão arterial e os motivos de não procura
por atendimento entre indivíduos de meia-idade (40 - 59 anos), idosos jovens (60 - 79
anos) e longevos (80 anos ou mais) no Brasil. Métodos: Trata-se de uma análise
secundária da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. a relação entre as diferentes faixas etárias,
frequência da verificação da pressão arterial (PA), da procura por serviço de saúde em
virtude da PA e o motivo da não procura foi testada pelo qui-quadrado, sendo um p
<0,05, considerado significativo estatisticamente. Resultados: 10768 entrevistados da
PNS referiram ter recebido o diagnóstico de HAS. A maior parte dos participantes havia
verificado a menos de 6 meses (89,9%), longevos e meia-idade apresentaram
frequências menores de verificação da PA (p<0,001). A frequência de acompanhamento
médico foi menor que o da verificação de PA (61,7%). Destes, os idosos jovens (65,6%)
e os longevos (62,6%) apresentaram valores maiores que o esperado para essa procura,
sendo estatisticamente significativo (p<0,001). Os demais responderam nunca ou só
procurar o serviço médico diante de um problema. Destes, 65,4% justificou não achar
necessário procurar esses serviços por causa da HAS, sendo essa frequência maior entre
os idosos (69,1%) e os longevos (68,8%). Dentre as outras justificativas de não procura,
o tempo de espera no serviço de saúde muito prolongado, principalmente entre os
indivíduos de meia-idade, e a distância demasiada do serviço de saúde, principalmente
entre os longevos. Conclusão: Foi possível observar que, mesmo na presença de um
diagnóstico de HAS, os indivíduos não achavam importante procurar o serviço de
atenção básica periodicamente. Outras questões como a questão da distância do serviço
de saúde, para os longevos, e o tempo de espera para atendimento, para os indivíduos de
meia idade, foram relatadas. Esses achados sugerem a importância de aprimorar a
educação em saúde para hipertensos e melhorar o acesso da atenção primária.
ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR DOS CURSOS DE MEDICINA DO RIO GRANDE DO SUL E SUA
RELAÇÃO NO ENSINO E NO INCENTIVO DO ESTUDO EM GERIATRIA.
David de Souza Mendes,Sarah Precht e Souza, Claire São João Krieger Gomes, Luis Fernando
Ferreira, Luis Henrique Telles da Rosa, Eduardo Garcia Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre
Introdução: Com o processo de transição demográfica, o Brasil está se
transformando em um país de idosos. Com o avanço da urbanização e da
medicina, a expectativa de vida da população tem aumentado
significativamente. Com esta mudança na estrutura populacional do país, o
atendimento à saúde deverá sofrer uma importante adaptação, uma vez que,
com o envelhecimento da população, necessita-se de profissionais
especialistas no cuidado geriátrico. Nesse cenário de envelhecimento
populacional, a Geriatria será de grande valia por abranger o cuidado da
população idosa e o processo de envelhecimento como um todo. Nesse
sentido, se faz necessário avaliar a atenção que as faculdades de Medicina
estão dando para a especialidade geriátrica na matriz curricular da graduação
médica. Objetivos: Identificar a presença de disciplinas cujo tema principal
seja a Geriatria e o paciente idoso. Metodologia: Estudo transversal, no qual
foram analisados os currículos de todos os cursos de medicina do estado do
Rio Grande do Sul. Foram assim verificados quais cursos possuíam em sua
grade disciplinas ligadas à geriatria, gerontologia ou cuidado ao idoso.
Resultados: Foram identificados 8 currículos com disciplinas com referência a
geriatria, gerontologia e seus campos de atuação. Das 15 faculdades de
medicina do estado, 53,3% apresentam inserido o assunto da saúde do idoso
em seu currículo. Conclusão: Os dados apresentados demonstram que o
ensino em Geriatria aos estudantes está em andamento na maior parte das
instituições do estado, indo de encontro com as normativas que indicam a
necessidade de ensino em Geriatria, e principalmente com as necessidades
populacionais do país em um futuro muito próximo.Contudo, ainda é válida a
investigação das instituições onde ainda não constam na grade curricular as
referidas disciplinas, bem como das disciplinas que abordem o tema, mas de
maneira superficial. Além disso, também é importante levar em conta que é
muito pequena a dedicação às disciplinas com tema geriátrico, quando estas
estão presentes no currículo. De certa forma, isso pode mostrar o
desenvolvimento de uma importante problemática, pois, no futuro, isso refletirá
em despreparo por parte dos médicos em cuidar de pacientes idosos e
possivelmente colocará em xeque a qualidade do atendimento à saúde no
Brasil. É imprescindível que as faculdades de Medicina preparem os
estudantes para o cuidado com o paciente idoso.
ANÁLISE DE EXECUÇÃO DA TÉCNICA INALATÓRIA EM PACIENTES IDOSOS
Caroline Zanoni Cardoso, Mariel Allebrandt, Maria Angélica Pires Ferreira
Farmácia (UFRGS), Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)
Introdução: As doenças respiratórias são uma causa importante de morte em
nosso meio, sendo a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) a mais
comum em idosos. A taxa de mortalidade chega a 38 mil pessoas ao ano e é a
5ª causa de internação pelo SUS. O tratamento é realizado através do uso de
broncodilatadores e antiinflamatórios pela via inalatória. A execução adequada
da técnica inalatória é essencial para o sucesso terapêutico. Idosos
apresentam taxa de erro de aproximadamente 85% na execução e, mesmo
após treinamento, continuam com o uso incorreto. Frente a tais resultados, o
Grupo de Orientação e Treinamento em Terapia Inalatória (GOTTI), analisou
execução da técnica inalatória em pacientes idosos.
Objetivos: Analisar erros e acertos cometidos no uso de spray dosimetrado e
cápsula inalatória em pacientes idosos.
Metodologia: Os pacientes em tratamento são visitados pelo grupo,
convidados a demonstrar a técnica usada e avaliados por meio de uma ficha de
avaliação da técnica inalatória, na qual é marcada se as etapas estão corretas
ou incorretas. Após, é repassada a técnica correta e entregue material
educativo. As etapas para dispositivo spray dosimetrado são: retirar a tampa,
acoplar o espaçador, agitar o frasco, expirar, disparar um jato de cada vez,
inspirar lenta e profundamente, prender a respiração por 10 segundos,
enxaguar a boca ao final da aplicação e cuspir a água de enxague. As etapas
das cápsulas inalatórias são: colocar a cápsula no inalador em local adequado,
perfurar a cápsula, expirar, inspirar rápida e profundamente, verificar se há
Faculdade de
resíduos na cápsula, enxaguar a boca ao final da aplicação e cuspir a água de
enxague.
Resultados: Foram reunidos 54 pacientes, 52% homens e 59,3% com DPOC.
No uso do spray: 11% não retira a tampa do dispositivo, 65% não acopla o
espaçador, 46% não agita o frasco, 70% não expira, 53% não dispara um jato
de cada vez, 59% não inspira corretamente, 53% não prende a respiração por
10 segundos, 55% não enxagua a boca ao final da aplicação e 59% não cospe
a água de enxague. Nas cápsulas: 2% não coloca a cápsula no inalador em
local adequado, 2% não perfura a cápsula, 20% não expira, 11% não inspira
corretamente, 5% não verifica se há resíduos na cápsula, 12% não enxagua a
boca ao final da aplicação e 13% não cospe a água de enxague.
Conclusão: Devido ao grande número de erros, é necessária a intervenção
pontual e personalizada para pacientes idosos, bem como acompanhamento
constante da execução da técnica.
APOSENTADORIA GRADUAL: DEFINIÇÃO E ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA.
Leandro Minozzo
Gerontoeducação – Ensinar para o Envelhecimento Ativo
O aumento da longevidade e seu impacto na aposentadoria têm sido constantemente
discutidos nos últimos meses. Percebe-se, no entanto, que há um foco quase exclusivo na
questão etária, enquanto formas alternativas e necessárias de construção acabam não sendo
aprofundadas. A presente apresentação oral tem por objetivos definir o conceito de
apresentação gradual, referenciando-a como forma pela qual a maior parte dos brasileiros
desejam ter como transição, e trazer os resultados de levantamento da sua viabilidade em
cálculos de projeção. Hoje, 76% dos brasileiros, segundo pesquisa feita pelo banco HSBC, não
desejam mais parar de trabalhar de uma hora para outra. Proposta para implantação: criação
de para os celetistas da categoria “Microempreendedor individual especial” (MEI) – com INSS
reduzido para o empregador (15%), isenção de recolhimento de FGTS, com oferecimento de
seguro de acidente de trabalho. Para que o aposentado possa ser contratado, deve ser
flexibilizada a legislação para possibilitar a TERCERIZAÇÃO de atividade fim PARA esses MEI’S
especiais por até 5-10 anos. O empregador e o aposentado-gradual, dentro de alguns
balizadores, poderão negociar diretamente carga-horária (entre 20 e 30 horas/semanais) e
outros benefícios (como a permanência no plano de saúde). Sendo um MEI, outro aspecto
interessante é que o aposentado teria liberdade de negociar com um novo empregador, de um
ramo diferente.
Exemplo: um trabalhador de 60 anos que se aposentadoria recebendo o teto do INSS (5.189,82
reais), caso desejasse continuar trabalhando, porém, com jornada de trabalho menor, e
havendo vontade do seu empregador em mantê-lo, poderia optar pela aposentadoria gradual.
O INSS pagaria 80% do valor do benefício e o empregador pagaria INSS reduzido (15%), além
disso arcaria com seguro acidente de trabalho, porém não mais com o FGTS. Resultado:
Considerando o teto do INSS de hoje, caso fossem pagos 20% a menos do valor do benefício,
haveria uma economia de 13.493,5 reais/trabalhador/ano; em 5 anos, 67.467,6 reais. Caso
10,000 trabalhadores que contribuem sobre o teto adotassem a aposentadoria gradual, a
Previdência Social economizaria 674.676 milhões, fora o ganho direto com arrecadação do
INSS pelo empregador (101.201 milhões). Além disso, há ganhos indiretos com a comprovada
redução em gastos com saúde – porque sabemos que idosos que podem trabalhar e o fazem,
adoecem menos.
AS DIFICULDADES DO RESIDENTE DE EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO IDOSO NO
ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Suelen A. Savoldi, Camila C. Marin, Caroline L. Queiroz, Gilmar S. Araújo, Keila C. Ferrari,
Rodolfo S. Ventura.
Faculdade de Medicina do ABC - Santo André - SP
É de conhecimento dos profissionais da saúde que para o controle das doenças não basta
combatê- las quando já eminentes, mas sim prevenir o seu aparecimento, e sobre este
raciocínio se organiza a atenção básica em saúde. Neste estudo procurou-se explanar as
dificuldades do profissional residente em saúde do idoso atuante na A.B. em nível de
aderência do usuário, relacionamento com a equipe básica e entre a própria equipe
multiprofissional. É um relato de experiência das atuações numa unidade mista de saúde.
Verificou-se que a aderência dos usuários às ações de atenção primária é dificultada pela
cultura médico-centrada, e para o profissional residente este é um desafio, visto que se torna
frustrante não conseguir efetividade nas ações propostas, mas que através do trabalho
interdisciplinar o construir compartilhado se torna ferramenta potente para a criação e
desempenho das estratégias de ações. Compreendeu-se também que é necessário investir em
ações que contemplem a saúde do trabalhador das unidades de saúde, sendo que este precisa
entender o seu trabalho e ter o pertencimento do local em que está inserido para poder, em
consonância com a equipe especializada, oferecer melhor atendimento ao usuário e favorecer
a educação em saúde, sendo promotor do conhecimento e também receptor deste quanto
cidadão que também é usuário do SUS.
AS EMOÇÕES NO ENVELHECIMENTO SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)
Margareth Baptista Resende, RenatoVeras
Universidade Estadual do Do de Janeiro
Introdução
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a denominação usualmente dada ao conjunto de
práticas de Medicina Tradicional em uso na China, desenvolvidas ao longo dos milhares de
anos da sua história (3.000 anos). Fundamenta-se numa estrutura teórica sistemática e
abrangente, de natureza filosófica. Tendo como base o reconhecimento das leis fundamentais
que governam o funcionamento do organismo humano, e sua interação com o ambiente
segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta abordagem tanto ao tratamento das
doenças quanto á manutenção da saúde através de diversos métodos.
Acupuntura ramo da MTC que abordaremos, consiste em introduzir agulhas metálicas em
pontos precisos do corpo de um paciente, para tratar de diferentes doenças ou provocar efeito
anestésico.
A acupuntura conhece reformas importantes na dinastia Song (960 a.C – 1279 a.C)
impulsionadas principalmente pelo médico Wang Weiyi que publicou “Acupuntura e os pontos
do Corpo Humano”. No século XX, Mao Tze Tung, oficializou o ensino da Medicina Chinesa à
nível universitário e a sua divulgação por toda a China, criando-se muitas universidades e
hospitais para a prática da mesma, considerada na altura um recurso valioso e acessível para a
saúde publica.
Isto permite afirmar que a Medicina Chinesa, como a Medicina Ocidental, possui uma
experiência de um estatuto oficial, e ao mesmo tempo, uma abordagem mais humanista e
mais global do ser humano, da saúde e da enfermidade.
Ainda sobre a relação entre o mental e o físico, Cordeiro (1994) afirma que: “A MTC ensina que
o mental e o físico têm origem na mesma essência (Jing), que, em sua manifestação maior, se
apresenta como corpo físico - yin -, e, em sua manifestação menor, como mental - yang. Tratase, pois, da mesma energia em níveis diferentes, podendo-se concluir que há uma interação
total entre esses aspectos do homem e, portanto, as atividades mentais dependem da energia
dos órgãos, do mesmo modo que, reciprocamente, influenciam a energia do físico”.Para este
trabalho, interessa verificar que o estado de saúde pelo, equilíbrio do Yin-Yang , torna viável a
compreensão do homem em si mesmo e em seu relacionamento com o meio ambiente e, por
extensão, com o universo, o que torna o ato terapêutico praticado na sessão de acupuntura
um dos possíveis caminhos para o almejado estado de equilíbrio entre homem e o
envelhecimento natural.
Método
A acupuntura foi a técnica eleita como base de estudo, visto que, além de ser possível contar
com um vasto material filosófico como embasamento para reflexões acerca do tema, propicia
uma noção de homem e de mundo que permeia a ancestral cultura chinesa, podendo ser de
grande valia na resolução dos conflitos e dos dilemas que a vida oferece para quem a vive.
Pondera-se que, ao menos em parte, à excessiva ênfase que habitualmente é dada à doença,
em detrimento do doente, que acaba sendo tratado, por vezes, com descaso, resultando em
um desgaste do paciente e de seus familiares. Enquanto se procura conhecer aquela em seus
mais íntimos mecanismos, por vezes, passa despercebido o fato de que, por trás do órgão
doente, existe um ser de altíssima complexidade, cerebral e sentimental, cuja mente se
encontra em contato com todo o universo, por ser parte do mesmo. Como se pode ver, a
partir do que já foi brevemente exposto, a MTC, em particular, a acupuntura, percebe o ser
humano como uma unidade menor (microcosmos) dentro de uma unidade maior
(macrocosmos), sendo um influenciado pelo outro, visto que o primeiro faz parte incondicional
do segundo, e vice- versa, de forma a haver uma contribuição para a evolução do todo. A partir
do problema exposto e das hipóteses formuladas, ambos acima descritos, a pesquisa realizada
baseou-se em textos como os de Cordeiro, Faubert, Campiglia, dentre outros, que podem ser
conferidos nas referências bibliográficas. A atividade de leitura veio a enriquecer o trabalho
prático, realizado tanto no campo profissional, quanto no acadêmico, de forma que um serviu
como base de dados para a ampliação do outro.
Objetivo
Levadas essas informações em consideração e, também, através da experiência prévia
adquirida tanto no meio acadêmico quanto no profissional, acredita-se que este estudo
justifica-se por buscar demonstrar de que maneira, a partir da teoria dos Cinco Movimento, a
acupuntura, enquanto terapia holística, “Teoria segundo a qual o homem é um todo
indivisível, e que não pode ser explicado pelos seus distintos componentes (físico, psicológico
ou psíquico), considerados separadamente.”, possui uma grande influência sobre o equilíbrio
do ser. Logo, ao eleger essa terapia como objeto de estudo, procura-se valorizar sua eficácia e
revelar os benefícios que a visão total do indivíduo oferece, em detrimento da percepção
ocidental mais tradicional, que tende na maioria das vezes, a encarar as doenças e as
mutações da idade como fatores independentes do organismo como um todo. Este trabalho,
objetiva-se, de maneira mais ampla, relacionar alterações da psique com o meio interno e o
externo do Homem idoso em sua complexidade, mostrando que essas influências podem gerar
desequilíbrios nos sistemas dos Cinco Movimentos e dos Zang Fu (órgãos e vísceras). Mostrar o
Homem idoso como um ser complexo e integral, pela ótica da MTC; - definir as emoções e os
seus aspectos mentais e espirituais, junto à teoria dos Cinco Movimentos; - tratar sobre a
psicopatologia sob o viés da MTC; - explorar as entidades viscerais, suas personalidades e
síndromes na psique.
Sentimentos e Emoções:
É importante notar que os fatores emocionais, assim como constituem resultado das
atividades funcionais e dos movimentos do Qi (energia), também têm ações específicas neste
movimento. Ou seja, cada fator emocional se relaciona de maneira positiva ou negativa. A
relação entre as emoções e os órgãos tem dupla direção: as patologias orgânicas podem
provocar perturbações emocionais, assim como as emoções descontroladas podem alterar o
movimento harmônico do Qi. Isso explica o motivo pelo qual indivíduo submetido a um
estresse psíquico prolongado, tenha maior tendência a desenvolver doenças. (WANG, BING,
2001 ) Existem três fatores causadores de doença que precisam ser levados em conta, de
acordo com a tradição oriental: os fatores externos, os internos e os mistos. Os fatores
internos são os mais interessantes a este estudo, visto que são os responsáveis por
desencadear as patologias nos casos de desequilíbrio entre corpo e espírito. São os sete
sentimentos ou as cinco emoções: Alegria; Raiva; Preocupações; Pensamento; Tristeza; Medo
e Pavor. É importante mencionar que tais sentimentos representam as modificações do
espírito em reação à percepção de mensagens emocionais transmitidas pelo ambiente. Eles
não são patogênicos em si ou quando o quadro energético não oferece condições ao
desequilíbrio. (MACIOCIA, 2007) Entretanto, se o indivíduo, que possui esses sentimentos, for
exposto a altos níveis de estresse, esse excesso de sentimentos, causado pela situação
estressante, pode desencadear uma desordem funcional. “No homem de mente
desorganizada, o mal penetra facilmente no corpo, provocando doenças”. Por outro lado, a
manifestação de uma emoção revela um distúrbio que afeta o órgão. Assim, há dois aspectos
inerentes às emoções que devem ser levados em conta. Seguindo a lei de geração e restrição
dos Cinco Movimentos, as emoções também podem se engendrar e se combater mutuamente:
de acordo com o ciclo de geração, cada emoção pode aumentar a próxima.( AUTEROCHE,
1992)
A Personalidade
Os comportamentos e constituições, se pararmos para pensar na infinidade de emoções e
sentimentos existentes no ser humano parece bem difícil de classificá-las dentro de Cinco
Movimentos. Mas o que vemos na verdade são diferentes combinações, com uma gama de
intensidades e nuances diferentes de emoções básicas.
As características básicas das personalidades segundo os Cinco Movimentos são:
a) Personalidade Metal: caracteriza-se pela firmeza de caráter, frieza, força moral, forte poder
de decisão (pouca dúvida), inflexibilidade, determinação e paciência.
b) Personalidade Água: são seres sociáveis, respeitando as opiniões e diferenças alheias.
Procuram sutilmente se incluir e colocar suas idéias de forma indireta. Evitam conflitos frontais
com o inimigo, trabalhando de forma sutil e se infiltrando a partir de “baixo” para alcançar
seus objetivos.
c) Personalidade Madeira: dinâmicos, criativos e imaginativos. Respeitados por sua nobreza
moral e sua capacidade ética. São profissionais por excelência. Sociáveis, gostam de estar em
relação e trabalhar pelos outros, mas não gostam de trabalhar sozinhos.
d) Personalidade Fogo: as palavras chave desse tipo são transformação, mudança e
atualização. Busca a evolução e a transgressão de normas. São naturalmente líderes,
abnegados e lutadores. Mostram autoconfiança, vitalidade e grande capacidade de
organização e habilidade mental. São resolutos, inimigos da passividade e da indiferença.
Trabalham sempre por um ideal, combatendo valores obsoletos e tradicionais, são ousados.
e) Personalidade Terra: metódicos e sistemáticos, bons administradores. Não fazem nada sem
pensar e não “pisa em falso”. É lógico, realista, e faz boas previsões do futuro devido à
capacidade de pensamento sistemático. São lentos no agir, mas quando o fazem são ágeis.
Tem grande capacidade com as finanças, para poupar e para dar destino a coisas
aparentemente inúteis.
É claro que não existem os tipos “puros”, ou se existem são muito passageiros, já que a
“normalidade” está na adaptabilidade comportamental de acordo com as diferentes situações
de vida que possam surgir. E também, como tudo que existe, os cinco tipos podem ser
classificados em Yin ou Yang, de acordo com a natureza da sua manifestação.
O Envelhecimento No Nei Jing, (770 –221 a.C) um dos mais importantes e antigo tratado de
MTC, que consiste num erudito diálogo entre o Imperador Amarelo e seu Ministro Chi Po,
mestre divinamente inspirado, descreve-se o envelhecimento: “Quando a mulher atinge a
idade de quarenta e dois anos, o pulso das três regiões do Yang deteriora se na parte superior
do corpo, o rosto engelha se todo e o cabelo começa a embranquecer. Quando atinge a idade
de quarenta e nove anos já não pode engravidar e a circulação do pulso da grande artéria
diminui. A menstruação acaba (...) Na idade de quarenta anos, as emanações dos testículos
diminuem, o cabelo começa a cair e os dentes a apodrecer. Aos quarenta e oito anos, o vigor
masculino está reduzido ou esgotado, aparecem rugas no rosto e o cabelo das têmporas
embranquece. Aos cinquenta e seis anos, (...) a vitalidade diminui, (...)” Para um
envelhecimento saudável, ChiPo recomenda uma alimentação equilibrada, a prática regular de
exercício físico, hábitos saudáveis de atividade e repouso, paz interior e mente tranquila.
Seguindo estas regras o ser humano chegaria à idade dos 100 anos em saúde. As mudanças
emocionais experimentadas ao envelhecer, podem desencadear reações fisiológicas e
comportamentais, que aceleram o processo de adoecimento desta população. De acordo com
a Dra. Chan (WHO, 2012), o envelhecimento é uma tendência global com consequências
globais para a saúde, principalmente em relação à ascensão universal Doenças Crônicas não
Transmissíveis (DCNTs) como doenças os transtornos mentais que, uma vez desenvolvidas,
geralmente não têm cura e tornam-se crônicos. Há uma necessidade urgente de prevenir
incapacidades relacionadas com tais doenças e planejar cuidados de longa duração. Segundo
Margareth Chan, “para essas doenças e muitas outras condições, a MTC tem muito a oferecer
em termos de prevenção, conforto e cuidados”.
Conclusão
Os cinco elementos materiais – fogo, terra, metal, água e madeira – não prescindem do sexto
elemento imaterial, a psique. O material é presente, em efeito e causa, enquanto que o
imaterial vive oculto entre o espaço, o tempo atual e a sua criação milenar. “Apagar” o fogo
das emoções com muita água esfria o corpo momentaneamente; todavia, se a madeira que
alimenta o fogo vem da floresta seca, que se formou por acontecimentos passados ou remotos
na vida do espírito, a fogueira voltará a queimar, a partir da primeira emoção relacionada. Do
ponto de vista terapêutico, conhecer-se para reconhecer é uma boa medida para todo aquele
que pretende, com a acupuntura, aliviar as dores materiais dos seus semelhantes. A criatura
emocional se expressa na mente e no corpo, em culpas e tumores, medos e dores. Ao tratar a
dor, somente, não se elimina o medo. Ambos devem ser tratados simultaneamente, mesmo
que o imaterial seja imperceptível ao paciente. Cabe, portanto, ao terapeuta, de maneira
integral, tratar do corpo e da alma de seu paciente, a fim de que, conhecendo-se, ele esteja
apto a, finalmente, reconhecer as causas e os efeitos de seus desequilíbrios, curando-os. Ao
dominar o conhecimento MTC, é possível neutralizar uma ferida de causa material-material e
aliviar um ferimento ancestral imaterial-material. As relações dos indivíduos em uma mesma
família ou em sociedade podem criar a psique de maneira saudável ou adoecê-la. Esses efeitos
nem sempre são tão imediatos. Ao contrário, dependem de indutores mais sofisticados, como
as emoções, que disparam o trauma oculto que transborda no corpo em diferentes graus de
intensidade. Unido ao sexto elemento, o equilíbrio psíquico pode ser restabelecido e o
expurgo, derivado da compreensão e do autoconhecimento possibilitará a eficiência da ação
sobre os cinco elementos. Certamente, com o tratamento em curso, haverá melhor qualidade
de vida e o caminho para as realizações emocionais de cada um. Saudável do ponto de vista
material e imaterial, o ser vislumbra possibilidades infinitas para si e para todos os seus
relacionados. O alívio do indivíduo ajuda a melhorar e desenvolver uma série de questões
ligadas às relações familiares e sociais. O modelo da MTC para as atividades mentais obedece a
sua racionalidade. É um modelo explicativo bastante significante, pois correlaciona mente e
corpo em um sistema integrado. Aos olhos do paradigma ocidental de tratamento às doenças,
o pensamento da MTC pode parecer ilógico ou irracional; porém, quando se aprofunda sobre,
por exemplo, um sistema de Zang (órgãos), torna-se possível analisar as diferentes estruturas e
funções que o compõem tanto a natureza quanto o corpo. Desta forma, pode-se começar a
pensar que as atividades mentais que formam Shen (mente) podem, perfeitamente, estar
relacionadas com as estruturas cerebrais e suas funções. Vale lembrar que este modelo teórico
da fisiologia humana tem demonstrado excelentes resultados no tratamento dos pacientes e
que, na teoria, é encarado pelo pensamento tido como racional como “loucura”, na prática,
tem surpreendido tanto os profissionais quanto os pacientes que dele fazem uso. Ao ensinar,
há mais de 5000 anos, que o homem é um ser indivisível, e que corpo e mente fazem parte
"da mesma folha de papel", a acupuntura traz conceitos que muito se aproximam
das atuais construções teóricas, como, por exemplo, as defendidas pela psicossomática. A
acupuntura propõe intervir, através de estímulos em determinados pontos, na causa primeira
dos sofrimentos que, segundo a MTC, estão na desarmonia do homem consigo mesmo, ou
deste em relação ao meio exterior ou do meio em relação ao homem. A busca das interfaces
existentes entre o melhor do pensamento ocidental e o melhor do pensamento oriental, cabe
ao terapeuta fazê-lo. As informações apresentadas não se esclarecem separadamente, toda a
compreensão somente se dá na conjugação de todos os estudos e aprendizados de diferentes
culturas e eras planetárias. O que de igual maneira se dá com relação ao idoso a fusão do
adulto, do jovem e da criança em um mesmo ser.
AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO EM BEIRA DE LEITO EM HOSPITAL DO INTERIOR DO RIO
GRANDE DO SUL
Analice Calegari Lusa, Angélica Savoldi, Lia Mara Wibelinger Universidade de Passo Fundo
INTRODUÇÃO:
A deglutição é um processo automático, porém, muito complexo, pois envolve diversas
estruturas capazes de funcionar de forma coordenada. No entanto, alguns pacientes
quando debilitados e/ou portadores de algumas patologias, apresentam entre tantos
sintomas, a disfagia.
OBJETIVO:
Analisar banco de dados de avaliação fonoaudiológica em beira de leito.
MÉTODO:
Os dados foram abstraídos retrospectivamente do banco de dados do setor de
fonoaudiologia de um hospital do interior do Rio Grande do Sul, do ano de 2015 com
pacientes acima de 18 anos de idade.
RESULTADOS:
Foram realizadas 451 avaliações fonoaudiológicas em beira de leito, somando 1240
atendimentos no total. Dentre estes, 297 faziam uso de via alternativa para alimentação
e após avaliação e acompanhamento fonoaudiológico 166 paciente receberam alta
hospitalar com dieta exclusiva por via oral. 34 mantiveram a via alternativa mais o
estímulo por via oral e 97 necessitaram da permanência de via alternativa para
alimentação.
CONCLUSÃO:
A avaliação fonoaudiológica em beira de leito é capaz de identificar os pacientes
potencialmente de risco para disfagia e pode prevenir possíveis complicações
hospitalares. Além disso, busca através da oferta segura uma melhor qualidade de vida
aos pacientes e sem dúvida um ganho importante na redução de custos da instituição.
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA INGESTÃO POR VIA ORAL APÓS A INTERVENÇÃO
FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS APÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO.
Bruna Saurin, Simone Augusta Finard
Introdução: O envelhecimento populacional traz como consequência o aumento da
prevalência de doenças crônicas como hipertensão arterial sistêmica ou diabetes, que
são as principais causas do Acidente Vascular Encefálico (AVE). Em alguns casos, o
AVE causa sequelas significativas na motricidade, na linguagem, na deglutição, na fala,
entre outras funções. O distúrbio da deglutição, denominado disfagia, pode causar
desnutrição, desidratação e/ou broncopneumonia aspirativa.
Objetivo: descrever a evolução do distúrbio da deglutição de pacientes idosos, com
diagnóstico de AVE, pré e pós-intervenção fonoaudiológicas com a avaliação do Nível
de Disfagia e a Escala Funcional da Ingestão por Via Oral (FOIS).
Método: Foram selecionados 20 prontuários entre os pacientes com acompanhamento
fonoaudiológico ambulatorial, em um hospital de referência de Porto Alegre, no período
entre novembro de 2014 a março de 2016. Apresentavam idade igual ou superior a 60
anos, de ambos os sexos, com distúrbio de deglutição decorrente de AVE. Os pacientes
haviam sido encaminhados em pós-alta imediata ou eram oriundos de outros
ambulatórios da instituição. Os prontuários dos pacientes deveriam conter, no mínimo,
quatro atendimentos que contemplassem a avaliação clínica da deglutição para
identificar o nível da disfagia e a FOIS pré e pós-intervenção fonoaudiológica.
Resultados: com relação à FOIS, 45% (n=9) apresentaram melhora funcional da
deglutição e 55% (n=11) mantiveram o mesmo padrão de ingestão. A classificação do
nível de disfagia demonstrou que 30% (n=6) apresentaram evolução e 70% (n=14)
permaneceram estáveis. Cabe ressaltar que 75% (n=15) dos pacientes apresentaram
deglutição funcional ou disfagia leve (ou seja, ausência de risco de aspiração
laringotraqueal) após o atendimento fonoaudiológico.
Conclusão: O nível da disfagia dos pacientes encaminhados para o ambulatório, em
geral, é leve; já os casos de disfagia grave, quando é necessária alimentação por via
alternativa, ocorreram com menor prevalência. Como a disfagia pode comprometer a
qualidade de vida, verifica-se a necessidade de encaminhamento para que a deglutição
possa ser reabilitada, ou realizadas adaptações caso a caso, com a terapia
fonoaudiológica.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA DIETA EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA, DADOS DO PNS 2013
Flávia Picoli Gheno, Cláudia Aline Oliveira Safian, Ângelo José Gonçalves Bós
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Resumo
Introdução: A qualidade da dieta e os hábitos alimentares cada vez mais estão sendo
influenciados por fatores socioeconômicos. Esses fatores contribuem diretamente nos
hábitos alimentares e cuidados relacionados ao viver saudável. Além disso, o estado
nutricional também é resultante das alterações fisiológicas que ocorrem com o
envelhecimento, especialmente às modificações sensoriais, visuais e olfativas fazendo
com que na medida em que os anos passam haja a diminuição do consumo de alimentos
saudáveis. Objetivo: Analisar a influência de fatores sociodemográficos na qualidade
da dieta da população Brasileira. Métodos. Foi realizada uma análise secundária de
resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE realizada em 2013. Os
participantes foram agrupados quanto à faixa etária em adultos-jovens (18-39 anos),
meia-idade (40-59 anos), idosos (60-79 anos) e longevos (80 anos e mais). O índice de
qualidade da dieta (IQD-PNS) foi calculado usando como parâmetro de pontuação o
preconizado pelo Ministério da Saúde no Guia Alimentar para uma Alimentação Saudável
(2005). Observamos uma distribuição homogênea do índice tendo como valor mínimo de cinco
e máximo de 40 pontos. A média do IQD-PNS foi de 24,5 ± 4,86 em mediana de 25, quartil
25% com 21 e de 75% com 28 pontos. A partir dos quartis foram criados os níveis: pior
qualidade, os que atingiram nível menor que 21, e melhor, pontuação maior que 28 pontos.
Nível regular de IQD foram os participantes que pontuaram entre 21 e 28 pontos.
Resultados: A maioria dos entrevistados (52%, n=30.755) apresentou nível regular de
qualidade da dieta, 20% apresentou melhor nível de IQD-PNS. Idosos e longevos
apresentaram maior frequência (P<0,001) de melhor pontuação da qualidade da dieta.
Essa frequência foi de 34,5% nos longevos e 34% entre os idosos. Os viúvos (32%, n=
1.439) tiveram uma melhor qualidade da dieta (p <0,001). Quando comparado os
gêneros, verificamos um nível pior de qualidade da dieta em homens (32%), Pardos
(21%) e Negros (20%) apresentaram menor frequência de nível melhor da qualidade da
dieta (p<0,001). Concluímos que idosos e longevos apresentaram melhores níveis de
IQD-PNS, o mesmo não acontecendo com homens, pardos ou pretos. A prevalência de
doenças crônico-degenerativas e dificuldades de acesso à educação em saúde podem ser
as causas dos achados da presente análise.
AVALIAÇÃO DE SAÚDE AUTO REFERIDA EM IDOSOS DE ÁREA RURAL
DE UM MUNICÍPIO DO NOROESTE DO PARANÁ
Vanessa Daniele Zambon Valério Pelizzari, Carlos Alexandre Molena-Fernandes
Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO: A população brasileira acima de 65 anos deve passar de 14,9
milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060.
No período, a expectativa média de vida do brasileiro deve aumentar dos atuais
75 anos para 81 anos. O idoso possui suas particularidades que precisam ser
atendidas pelos serviços de saúde. A realização de estudos de perfil de saúde
em área rural é essencial para a assistência a população de idosos, pois irá
proporcionar aos profissionais de saúde, gestores a formulação de ações e
políticas públicas que tornem o cuidado resolutivo e de qualidade. A
autoavaliação de saúde é cada vez mais investigada e retrata o estado de
saúde da população, seja positivo, seja negativo, considerando a ótica pessoal
do indivíduo. Entende-se que o conceito subjetivo de saúde automaticamente
incluso nesse processo possibilita investigar quais são os fatores associados à
percepção de vida saudável da população em estudo. OBJETIVOS: Analisar o
padrão da saúde auto-referida na população de idosos de área rural.
METODOLOGIA: estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa,
com 187 idosos, por meio de inquérito domiciliar, explorando as condições de
saúde de população de 60 anos ou mais residentes na área rural de um
município do noroeste do Paraná. Como instrumento para a coleta de dados foi
utilizado um questionário a partir de um roteiro resumido da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios, aplicado aos idosos. RESULTADO: Em relação à
percepção da saúde, 41,18% avaliaram como boa, 41,71 se auto avaliaram
com regular e 17,11% se percebem com uma saúde ruim. Os homens
tenderam a ter pior avaliação da própria saúde ao classificá-la como regular
(49,35%). Mas a maioria das mulheres considerou sua saúde boa (45,45). Nos
octagenários a maior porcentagem dos idosos se considera com uma saúde
regular (44,4). Sendo que a maioria dos homens octagenários se auto
avaliaram com uma saúde regular (58,3) já 70,0% das mulheres se
consideraram ter boa saúde. CONCLUSÃO: Em relação à percepção de
saúde, a maioria dos idosos entrevistados a considerou regular. Porém verificase a necessidade de os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros,
estar capacitados e preparados para atuar na promoção da saúde e prevenção
de doenças dos idosos, conhecer suas características, a fim de traçar
estratégias embasadas em necessidades reais dessa população e, assim,
realizar o cuidado humanizado e integral.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, P. C. L.; OPITZ, S. P.; KOIFMAN, R. J.;MUNIZ, P. T. Percepção de
saúde e fatores associadosem adultos: inquérito populacional emRio Branco, Acre,
Brasil, 2007-2008. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(12):2441-2451, dez, 2011
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios. Síntese de indicadores 2012. Rio de Janeiro: Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística; 2013. Disponível em
<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv65857.pdf> Acesso em: 15/12/2015.
AVALIAÇÃO DO TEMPO DE INTERNAMENTO DO SERVIÇO DE GERIATRIA DE UM HOSPITAL EM
CURITIBA
Cerlei F. Franzoi, Erica Hilgemberg, João Ricardo Martineli, Ananda Beatriz Munhoz Cretella,
Vitor Last Pintarelli e Maurilio José Pinto
FAVI - Fundação de apoio e valorização do
idoso
Introdução
O tempo de internamento de pacientes idosos é sabidamente relacionado à institucionalização
pós-alta, necessidade de cuidadores e até a morte. Além disso, quando prolongado é
correlacionado a maior risco de comprometimento funcional, físico e mental, levando à perda
de autonomia. Fatores preditores para internamento prolongado são capacidade funcional
física e cognitiva prévias. Um estudo Frances multicêntrico prospectivo com 908 pacientes, dos
quais 64% eram mulheres e cuja idade média foi de 84 anos, mostrou um tempo médio de
internamento 17,68 dias, dos quais 15 % duraram mais de 30 dias e 50 % menos de 15 dias.
Objetivo
Conhecer dados que foram relacionados com o tempo de internação e seus desfechos no
serviço estimula o pensamento crítico sobre práticas para otimizar internação, bem como
preditores de piores desfechos pós hospitalização.
Método
Para este estudo analítico, observacional e retrospectivo foram coletados dados referentes à
internação hospitalar do serviço de geriatria em um Hospital de Curitiba no período de janeiro
de 2015 a janeiro de 2016 com base em revisão de prontuários.
Resultados
Durante o período de inclusão ocorreram 129 internamentos de 99 pacientes diferentes com
média de idade de 85,58 anos. O tempo médio de internação foi de 11,73 dias, sendo o tempo
médio para mulheres de 11,43 dias e para homens de 12,28 dias. Dos idosos, 79,8% ficaram
menos de 15 dias internados, 13,2% ficaram entre 15 e 29 dias internados e 7% permaneceram
mais do que 30 dias no hospital. No período 22% dos idosos foram a óbito e o tempo médio de
internação destes pacientes foi de 16,18 dias. Observou-se que pacientes com home care
tiveram um tempo de internação maior, cuja média foi de 24,68 dias. Ao analisar número de
comorbidades constatou-se que nos idosos com menos de 5 comorbidades o tempo médio de
hospitalização foi de 9,63 dias e para aqueles com mais de 6 comorbidades o tempo foi de
13,41 dias.
Conclusão
A média de tempo de hospitalização no serviço avaliado mostrou-se inferior a de outros
estudos pesquisados, bem como a porcentagem de hospitalização por mais de 30 dias o que
pode sugerir melhores desfechos para os pacientes que passaram pelo serviço.
AVÓS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA: RELACIONAMENTOS INTERGERACIONAIS E PRÁTICAS
DE APOIO EXERCIDAS NO CONTEXTO FAMILIAR
Juliana Archiza Yamashiro, Thelma Simões Matsukura Universidade Federal de São Carlos,
UFSCar, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
A identificação e aprofundamento sobre a intergeracionalidade e seus processos em
diversos contextos, contribuem para o avanço da compreensão das dimensões
multifatoriais presentes nestes relacionamentos, revelando potencialidades, desafios e
possibilidades de melhor qualidade de vida e recursos para intervenções. O presente
estudo teve por objetivo compreender a experiência de avós de crianças com deficiência
intelectual, as práticas de apoio exercidas pelas mesmas no contexto familiar e acerca
dos relacionamentos intergeracionais. Tratou-se de um estudo descritivo de abordagem
qualitativa, do qual participaram seis avós de crianças com deficiência. A coleta de
dados foi realizada entre os meses janeiro e maio do ano de 2012, sendo utilizado um
roteiro de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio da técnica do
Discurso do Sujeito Coletivo. Os principais resultados apontaram que com o nascimento
da criança com deficiência, as avós vivenciaram extensas dificuldades e fizeram uso de
recursos próprios, tais como a fé e a religiosidade, para enfrentar e manejar a situação.
Observou-se ainda que outras fontes de suporte não foram citadas, o que repercutiu em
uma evidente demanda por maiores informações e instruções sobre a deficiência do neto
e o manejo de situações cotidianas relacionadas a ela. Sobre as práticas de apoio
exercidas no contexto familiar, observou-se que as avós despendem importante parte de
seu tempo e de seus recursos para apoiar a família do neto, conferindo variados tipos de
suporte. Entretanto, também foi possível evidenciar as dificuldades enfrentadas por elas,
como questões relacionadas à saúde, financeiras ou de suporte social, as quais implicam
diretamente na oferta de apoio das avós às famílias ou mesmo em sua qualidade de vida.
Ademais, os resultados apontaram para o impacto causado, com nascimento da criança
com deficiência, no relacionamento estabelecido entre avós e netos mais velhos (com
desenvolvimento típico), evidenciando assim a necessidade de novos estudos sobre o
tema para que seja possível aprofundar a compreensão sobre os aspectos implicados
nessa realidade, capazes de influenciar ou interferir na qualidade dos relacionamentos
intergeracionais. Concluiu-se que há uma importante necessidade de oferecer e/ou
fortalecer as redes de suporte social das avós, direcionar atenção especializada e
oportunizar apoio diante das complexidades presentes na realidade de ser avó de uma
criança com deficiência.
Palavras-Chave: Idosos. Avós. Intergeracionalidade. Crianças com Deficiência.
CAPACIDADE FUNCIONAL PARA ATIVIDADES BÁSICAS DA VIDA DIÁRIA DE IDOSOS
RESIDENTES NA COMUNIDADE DE PORTO ALEGRE, E SUAS RELAÇÕES COM ASPECTOS
BIOLÓGICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS.
Caroline Santos Figueiredo, Luciana Martins dos Reis, Luis Henrique Telles da Rosa, Luis
Fernando Ferreira, Bruna Ledur, Laís Andrieli Ferreira Gattino, Luis Henrique Telles da Rosa
Universidade Federal de Ciências da Saude - UFCSPA
Introdução: O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, que
determina a perda da adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando
maior vulnerabilidade e incidência de patologias, que terminam por levá-lo à
morte. O conceito de saúde para o idoso é determinado pela autonomia e
independência em suas ABVD e AIVD, e não pela ausência de doenças. Dessa
maneira, conhecer a capacidade funcional e os fatores que contribuem para a
sua manutenção torna-se muito importante. Objetivo: Analisar a relação da
capacidade funcional para AVD com variáveis demográficas, de saúde, físicas,
psicológicas e de apoio social de idosos. Metodologia: Estudo transversal de
base populacional, com idosos, residentes em Porto Alegre (RS). Dados
obtidos através de visitas domiciliares. Foi utilizada a Escala de Katz,
anamneses demográficas, de saúde e de apoio social. Após as avaliações
foram separados os 547 idosos em três grupos, quanto à capacidade para
AVD: Independentes (II), Moderadamente dependentes (IM) e muito
dependentes (ID). Resultados: No ID 90% são mulheres, contra 60% de II e
IM. Ainda no ID, 5,2% dos pacientes vivem sozinhos, contra 20% entre IM e ID.
34% dos idosos II e IM tiveram quedas nos últimos 2 anos, e mais de 40% de
ID. Quanto à atividade física, 68% do II é muito ativo, enquanto 23% dos
grupos IM e ID apresenta-se assim. Quanto à saúde, incidências de AVE e
depressão aumentaram juntamente com níveis de dependência. Para AVE foi
observado incidência de 6%, 21% e 36% para II, IM e ID, respectivamente. Já
para depressão foi observado 27%, 64% e 68% para II, IM e ID,
respectivamente. 26% do ID teve 2 ou mais internações hospitalares nos
últimos 6 meses, contra 21% de IM e 3% de II. Conclusão: Há correlação
entre o sexo e a incapacidade para AVD, sendo mulheres mais acometidas
pelos danos do envelhecimento. Já os aspectos físicos e de saúde, não há
como fazer uma relação de causa-consequência, uma vez que índices de
depressão, casos de AVE, atividade física, internações hospitalares e quedas
podem entrar em um círculo. Por exemplo, o idoso não pratica atividades
físicas por ter um comprometimento físico incapacitante, e tem essa condição
justamente por não praticá-las. Essa correlação pode ser feita com todos os
dados apresentados, o que reforça a necessidade de não tratar o sintoma da
fragilidade, mas sim o idoso como um todo, oferecendo-lhe oportunidades de
aprimoramento de suas capacidades físicas, biológicas e psicossociais.
CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS, SOCIAIS E EPIDEMIOLÓGICAS DOS IDOSOS RESIDENTES
NA ZONA RURAL ATENDIDOS PELA ESF DO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ
Caroline Nugem Teixeira, Iride Cristofoli Caberlon
ULBRA Campus Gravataí
Universidade Luterana do Brasil-
RESUMO
Introdução: No Brasil, o índice de envelhecimento em idosos com mais de 60 anos de
idade teve um aumento de 500% em 40 anos, tornando-se um desafio para saúde pública.
Embora o envelhecimento seja um processo individual, variando conforme idade, gênero,
etnia, região, história de vida e saúde é comum neste o idoso apresentar alterações
morfológicas, fisiológicas, patológicas e transtornos neuropsiquiátricos. As equipes
multiprofissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) têm uma grande
responsabilidade no desenvolvimento de um conjunto de ações de promoção da saúde, no
âmbito individual e coletivo na Atenção Básica. Objetivos: identificar as características
demográficas, sociais e epidemiológicas dos idosos residentes na zona rural atendidos
pelas Unidades da Saúde da Família (USF) do município de Gravataí. Método: Estudo
descritivo, de base domiciliar, de corte transversal, com dados primários. A amostra
aleatória, 105 idosos, pertencentes a 3 faixas etárias (60-74; 75-84; 85 e +), sendo
entrevistados 15 idosos de cada USF. Foi utilizado um questionário semiestruturado.
Resultados: verificou-se que 52,4% dos idosos são do sexo feminino, 69,5% pertenciam a
faixa etária de 60-74 anos, 66,6% casados, 85,7% praticam uma religião, 69,5% possuem
ensino fundamental incompleto, 92,4% residem em casa própria e 5,7% moram sozinhos.
Nos últimos 6 meses a procura de atendimento na USF pelos idosos foi de 80%, onde 61%
utiliza a USF com frequência e 39% pouco, 70,5% tiveram sua última consulta agendada.
84% são portadores de alguma doença e fazem uso de medicamento. Nos últimos 6 meses
13,3% dos idosos sofreram quedas e 6,7% tiveram internações. Do total 16,2% necessitam
de auxílio em pelo menos uma das AVDs. 64,8% tem HAS, 31,4% DM, e 18,1%
depressão. Na prática de hábitos saudáveis observou-se que 17,1% colocam mais sal na
comida, 38,1% fazem 4ou+ refeições/dia, 45,7% tomam 6ou+ copos de água/dia, e 47,5%
costuma fazer atividade física. No cálculo do IMC dos idosos, 46,7% com sobrepeso e
7,6% baixo peso. O relato sobre a percepção de sua saúde: 43,8% regular, 39,3% boa e
14,3% ótima. Em relação às atividades sociais, 86,7% saem de casa toda a semana e 11,4%
frequenta algum grupo de idosos. Conclusão: Espera-se que estes resultados representem
uma relevante contribuição aos profissionais da ESF para aferição do acesso, acolhimento
e intervenção ao usuário e estabelecer ações efetivas na promoção, assistência e
reabilitação da saúde destes idosos.
CARACTERÍSTICAS DOS AMBIENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA
IDOSOS
Cintia Lazzaroto Copatti
Universidade de Passo Fundo - UPF
Resumo: Introdução: A população idosa no Brasil e no mundo vem crescendo de forma
muito rápida, fato ocasionado pela redução da fecundidade e pelo aumento da
expectativa de vida. No Brasil, o Estatuto do Idoso considera idosas pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos e destina-se a regular seus direitos. Nos últimos anos, vem
crescendo a demanda por intituições voltadas a este público – as Instituições de Longa
Permanência para Idosos (ILPIs). Objetivo: Levantar características necessárias ao
ambiente de uma ILPI para trazer qualidade de vida ao idoso. Método: Trata-se de
pesquisa qualitativa exploratória, que utiliza literatura especializada e estudos de caso
realizados nos residenciais Menino Deus Residencial Sênior e Vida Residencial
Geriátrico, em Porto Alegre, RS. Resultados: As ILPIs devem apresentar um ambiente
acolhedor e familiar, que propicie a interação social, o companheirismo e a ajuda mútua
entre os idosos, aumentando a autoconfiança, o otimismo e a segurança. Devem ser
espaços mais humanizados e menos institucionais. O conforto ambiental (térmico,
lumínico e acústico), nos espaços de ILPIs, aumenta o bem-estar físico e psíquico e
melhora a resposta comportamental do idoso, tornando-o mais disposto à interação
social. As áreas externas de lazer, além de tornarem o local agradável, incentivam o
idoso a participar de atividades recreativas e a interagir com os demais. Ao projetar
espaços para idosos, deve-se considerar as alterações sofridas pela idade, respeitando a
legislação específica, através de critérios técnicos para projeto, construção e adaptação
de edificações às condições de acessibilidade. De forma geral, a ILPI deve estar livre de
perigos e oferecer proteção e facilidades que contribuam para a segurança e
independência, estando o mobiliário disposto de forma que diminua o risco de acidentes
e permita a fácil circulação no ambiente. Conclusão: Os estágios mais avançados da
vida são momentos propícios para realizar novos projetos, nos quais o convívio social é
fundamental. O ideal é que o idoso permaneça no convívio da família, porém, quando
não for possível, a ILPI deve ser um local onde são oferecidos moradia e atendimento
especializado através de uma equipe multidisciplinar nas áreas de saúde e lazer, que
através de ambientes humanizados, infraestrutura apropriada e interação social,
proporcione uma melhor qualidade de vida aos idosos.
CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E DO RISCO DE QUEDAS EM UMA POPULAÇÃO
IDOSA
Caroline Zanin, Bruna Knob, Matheus Santos Gomes Jorge, Rafela Simon Myra,Mariângela
DeMarco, Vinícius Dal Molin, Lia Mara Wibelinger
Universidade de Passo Fundo
INTRODUÇÃO
As alterações decorrentes do processo de envelhecimento são evidenciadas pela
diminuição da força muscular, da amplitude de movimento, da velocidade de contração
muscular, da acuidade visual e auditiva, e pelas alterações posturais que influenciam a
mobilidade funcional e o equilíbrio em idosos. Estas alterações podem acarretar alguns
prejuízos para o idoso, como o aumento do risco de quedas e redução do nível de
independência funcional (PINHO et al., 2011). Atualmente as quedas de idosos são uma
preocupação mundial, pela frequência e pelas implicações em relação à qualidade de
vida (DAS; JOSEPH, 2005), podendo gerar graves consequências físicas e psicológicas,
como lesões, hospitalizações, perda da mobilidade, restrição de atividades diárias,
diminuição da capacidade funcional e o medo de novas quedas. (STUDENSKN;
WOLTER, 2002).
OBJETIVO
Caracterizar e analisar o risco de quedas e as condições de saúde dos idosos residentes
do município de Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
METODOLOGIA
O estudo caracteriza-se como epidemiológico, de natureza descritiva e analítica. A
amostra estudada foi composta por 76 idosos residentes no município de Passo Fundo que
foram entrevistados e responderam a um questionário elaborado pelos autores contendo
dados sócio-demográficos e clínicos.
RESULTADOS
Observou-se que a maioria da amostra estudada é do gênero feminino (76,31%), faixa
etária de 60 a 69 anos (47,36%), casada (40,78%), com baixa escolaridade (52,63%) e
renda mensal de até um salário mínimo (48,68%).
Pode-se verificar que a maior parte possui alguma patologia, correspondendo a 84,21%
da amostra, sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) a mais relatada, seguida da
Osteoartrose e Osteoporose. Já sobre o uso de medicamentos, 73,68% da amostra faz
uso de um ou mais medicamentos, sendo os hipotensores os mais utilizados, seguidos
dos diuréticos e antidepressivos. Quanto ao uso de óculos para correção de problemas
visuais, 76,31% dos indivíduos entrevistados relatam fazer uso deste.
CONCLUSÃO
Através do presente estudo, observou-se que a maioria dos idosos que sofreram quedas
nos últimos seis meses apresentava um ou mais fatores de risco para quedas,
aumentando, assim, a probabilidade de que o uso de medicamentos, a presença de
fatores de risco cardiovascular e alterações visuais podem elevar efetivamente o risco de
quedas nessa população.
CICLO DE CAPACITAÇÃO EM DOENÇA DE ALZHEIMER NA ATENÇÃO BÁSICA EM CAMPO BOMRS
Leandro Minozzo
Gerontoeducação – Ensinar para o Envelhecimento Ativo
A proposta da apresentação oral é fazer o relato de experiência bem-sucedida de capacitação
em geriatria e gerontologia na atenção básica. Destaco a grande necessidade desse tipo de
iniciativa, abrigada por amplo arcabouço legal e uma demanda reprimida enorme de idosos
sem o diagnóstico e/ou tratamento adequado. Em 2014, foi realizada uma palestra de cunho
exploratório sobre doença de Alzheimer com médicos e enfermeiros da atenção básica do
município de Campo Bom-RS. Na ocasião, quando participaram 6 médicos e 20 enfermeiros,
foi aplicado um questionário de preenchimento voluntário e feito debate acerca das carências
e dificuldades na realização do diagnóstico e do tratamento da doença. 100% dos médicos
classificaram a importância do tema como 10, numa escala de 0-10; entre as maiores
dificuldades relatadas encontramos: pouco tempo para consulta, dificuldade para diagnóstico,
relação com a família, falta de sistema de apoio e escolha do tratamento. 86% dos médicos
responderam não ao questionamento “Sente-se Capacitado para Atender Pacientes com
Doença de Alzheimer?”. Em 2015, foi construído, em conjunto com a secretaria de saúde do
município, um ciclo de capacitação e educação em saúde sobre a doença de Alzheimer. As
atividades foram voltadas para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes
comunitários de saúde; além de palestra para a comunidade e distribuição de jornal
informativo para os idosos atendidos nas unidades de saúde. Conforme o levantamento feito
na atividade inicial, focou-se no diagnóstico e no tratamento na capacitação dos médicos e na
gestão do cuidado e na avaliação cognitiva breve para os enfermeiros. A capacitação dos
agentes comunitários de saúde foi sugerida por médicos e enfermeiros e teve como objetivo
desmitificar a doença e orientar os profissionais para sinais precoces de demência. No evento
aberto à comunidade, focou-se na prevenção e na importância do tratamento precocemente.
As avaliações dos participantes foram positivas e as questões abertas apontaram para a
necessidade e vontade dos profissionais na continuação de capacitações. Ao término do ciclo,
foi entregue carta de sugestões com 25 propostas para melhorar o cuidado com a doença de
Alzheimer no município de Campo Bom-RS. Acredito na importância do relato da construção
do ciclo e de seus resultados por se tratar de uma alternativa necessária à carência de
profissionais especializados no SUS.
CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DE MEDICINA SOBRE MEDICAMENTOS INAPROPRIADOS
PARA IDOSOS: ESTUDO EM ALUNOS DOS ÚLTIMOS SEMESTRES DO CURSO DE MEDICINA
Ademar da Silva Mesquita Junior, Ana Paula Rex, Geniffer Curtinaz Cardoso, Isadora Brandão
da Silva, Paulo Cardoso Consoni
Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
Introdução:
As reações adversas a medicamentos são mais frequentes e mais
graves em idosos. A polifarmácia e a prescrição de medicamentos
inapropriados são fatores que expõem esses pacientes a riscos, aumentando a
morbimortalidade nessa população. A falta de conhecimento e o treinamento
inadequado dos profissionais da saúde em relação a prescrição para o
paciente idoso contribuem para a ocorrência de iatrogenia medicamentosa.
Objetivo:
Este estudo tem como objetivo descrever o conhecimento de alunos
de medicina da Universidade Luterana do Brasil – Canoas sobre medicamentos
inapropriados para idosos.
Métodos:
Estudo transversal com aplicação de questionários a 102 alunos de um
total de 137 alunos matriculados do 9º ao 10º semestre do curso de Medicina
da ULBRA – Canoas. Levantou-se dados sobre o conhecimento dos alunos
referente à medicamentos inapropriados para idosos, usando como referência
a classificação da ferramenta Critérios de Beers. Através de um questionário
auto aplicado estruturado com perguntas sobre as características demográficas
da amostra e sobre a segurança de uma lista de 21 medicamentos que são de
uso comum em pacientes idosos e disponíveis no Sistema Único de Saúde
(SUS). Para, fins de minimizar possíveis respostas falsas, em cada questão foi
mantida uma alternativa de resposta de desconhecimento sobre o
medicamento. O aluno foi orientado a marcar apenas uma alternativa em cada
questão. Devido à heterogeneidade na velhice, estabelecemos como critério
para decisão na resposta dos alunos o idoso longevo e o idoso frágil. A análise
estatística foi feita com o programa SPSS 21.0, utilizando os testes QuiQuadrado para a comparação entre as variáveis.
Resultados:
Dos alunos pesquisados, 84,3% afirmaram ter conhecimento sobre
medicamentos inapropriados para idosos, porém o percentual total de acertos
nos questionários foi de 20,2%. O maior número de acertos foi relacionado
quanto à segurança do Diazepam (49%). O medicamento em que os alunos
apresentaram menor percentual de acertos foi a Fluoxetina, com apenas 4,9%
das respostas corretas. Os fármacos que apresentaram maior percentual de
respostas “Não Sei” foram Oxibutinina (48%) e Ciclobenzaprina (37,3%). O
estudo observou que os entrevistados que afirmaram não conhecer o tema
foram os que obtiveram maior percentual relativo de acertos.
Conclusão:
Apesar da maioria dos alunos pesquisados afirmarem possuir conhecimento
sobre o tema, a frequência de acertos quanto a segurança dos fármacos
questionados foi baixa. O aprimoramento do ensino, visando maior qualidade
na prescrição e o uso racional de medicamentos, é necessário para minimizar a
iatrogenia em pacientes idosos. Não encontramos na literatura trabalhos
semelhantes a este, impossibilitando comparação similar. Portanto mais
estudos sobre educação médica em geriatria são necessários, além de
discussões a respeito do conhecimento sobre prescrição adequada a idosos
em todo o meio médico e acadêmico.
CONSUMO DIETÉTICO DE PACIENTES IDOSOS EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
QUIMIOTERÁPICO
Jéssica Cristina de Cezaro, Pâmela Capelari, Giovana Cristina Ceni, Marilene Rodrigues
Portella, Adriano Pasqualotti, Vanessa Dick, Ana Carolina Bertoletti de Marchi
Bolsista
CAPES, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Campus Palmeira das Missões – RS,
Universidade de Passo Fundo (UPF)
INTRODUÇÃO
A boa nutrição exerce importante papel no tratamento do paciente oncológico.
Os riscos do indivíduo desenvolver desnutrição e caquexia são elevados em função dos
efeitos colaterais que os medicamentos propiciam, bem como pela própria agressividade
da doença.
OBJETIVO
Avaliar o consumo energético e de macronutrientes de pacientes idosos em
tratamento quimioterápico em um Centro de Alta Complexidade em Oncologia.
MÉTODO
Trata-se de dados preliminares de um estudo transversal quantitativo que avaliou
22 pacientes oncológicos idosos do sexo masculino, que realizaram tratamento
quimioterápico durante o mês de agosto de 2015 no Centro de Alta Complexidade em
Oncologia (CACON), localizado no município de Ijuí, Rio Grande do Sul. A população
foi caracterizada pelo prontuário do paciente e aplicamos um questionário com
informações sobre idade, estado civil, escolaridade, diagnóstico primário e metástase
sistêmica. Os dados dietéticos foram avaliados por Recordatório alimentar de 24 horas,
e os valores nutricionais foram calculados pela planilha de cálculos CalcNut®, com as
variáveis: energia, proteína, lipídeos, carboidratos e fibras. A pesquisa foi autorizada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria por parecer
de número 1.188.801.
RESULTADOS
A média de idade encontrada foi de 70,55±7,24 anos, e 86,36% (n=19) dos
pacientes eram casados. Metade deles apresentava ensino fundamental incompleto e
14% eram analfabetos. Os diagnósticos principais foram câncer de próstata (32%),
pulmão (14%), intestino (14%) e pele (9%). Casos de metástase sistêmica foram
relatados por 22,73% dos pacientes.
Verificamos que a ingestão calórica média diária foi de 1.281,04±273,37
calorias. Já o consumo médio proteico foi de 65,45±20,33 gramas, representando em
média 20,43±6,30% das calorias totais diárias. Para os lipídeos, encontramos valor
médio de 43,36±11,89 gramas por dia, correspondente a 30,50±8,30% do consumo
energético total. Já os carboidratos representaram média de consumo diário de
157,24±50,08 gramas (49,07±15,63% das calorias diárias) e a ingestão de fibras foi de
13,39±6,35 gramas por dia.
CONCLUSÃO
De maneira geral, podemos afirmar que o consumo médio energético e de
macronutrientes está dentro do recomendado, no entanto, a demanda de tais
componentes pode estar aumentados ou diminuídos em relação ao tipo e localização do
tumor, denotando a importância da avaliação nutricional individualizada.
REFERÊNCIA
DA SILVA, Manuela Pacheco Nunes. Síndrome da anorexia-caquexia em portadores de
câncer. Revista Brasileira de cancerologia, v. 52, n. 1, p. 59-77, 2006.
DESEMPENHO DE IDOSOS COM SÍNDROME DA FRAGILIDADE NO TESTE TIMED UP AND GO
Paulo Giusti Rossi, Juliana Hotta Ansai, Ana Claudia Silva Farche, Larissa Pires de Andrade de
Souza, Anielle Cristhine de Medeiros Takahashi
Laboratório de Pesquisa em Saúde do Idoso, Departamento de Fisioterapia, Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, SP.
Introdução: A síndrome da fragilidade tem sido descrita como uma importante
síndrome geriátrica, por estar associada a um risco aumentado no declínio funcional,
quedas, institucionalização, hospitalização e morte. Assim, torna-se essencial avaliar o
impacto que a síndrome provoca sobre a mobilidade dos idosos. Um instrumento
amplamente utilizado na avaliação de tarefas funcionais e equilíbrio, através de
avaliação clínica da mobilidade, é o teste Timed Up and Go (TUG). A potencialidade
clínica do TUG vem da análise de diversas habilidades funcionais básicas, como sentar,
levantar, virar-se e caminhar, e sua principal variável é o tempo que o indivíduo
dispende na realização. Objetivo: Comparar o desempenho de idosos frágeis, préfrágeis e não frágeis no TUG. Métodos: Sessenta e três idosos foram divididos
igualmente em três grupos (21 por grupo) de acordo com o fenótipo de fragilidade. Foi
realizado anamnese e TUG. Registrou-se o tempo dispendido no TUG, número de
passos e número de paradas. Utilizou-se o teste qui-quadrado para verificar a
normalidade dos dados relacionados a sexo. Para análise dos dados referentes à idade,
tempo, número de passos e cadência, foi utilizado o teste ANOVA one way, com post
Hoc de Tukey e nível de significância de 5%. Resultados: A maioria dos idosos era do
sexo feminino (73,0%) e a média de idade foi de 78,6 anos (± 28,6). Não houve
diferença estatística na idade ou sexo. Com relação ao tempo de realização do TUG, o
tempo médio de grupo não-frágil foi de 12,1s (± 3,1); pré-frágil de 14,4s (± 4,5) e frágil
de 19,5s (± 8,1). Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos nãofrágil e frágil (p = 0,000); e grupos pré-frágil e frágil (p = 0,014). Quanto ao número de
passos, o grupo não-frágil utilizou uma média de 16,3 passos (± 3,9), pré-frágil 18,7
passos (± 5,2) e frágil 22,4 passos (± 7,1). Houve diferença estatisticamente
significativa entre os grupos não-frágil e frágil (p = 0,002). Com relação à cadência
durante o TUG, o grupo frágil utilizou uma média de 82,2 passos/min (± 13,3), préfrágil 79,0 passos/min (± 11,7) e frágil 71,3 passos/min (± 10,0). Houve diferença
estatisticamente significativa entre os grupos não-frágil e frágil (p = 0,011). Conclusão:
Idosos frágeis apresentam desempenho inferior no TUG quando comparados a préfrágeis e não frágeis. Isso confirma a redução da mobilidade causada pela síndrome da
fragilidade das capacidades funcionais básicas de idosos com síndrome da fragilidade.
Agências Financiadoras: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
DESENVOLVIMENTO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DO RISCO DE
QUEDAS EM IDOSOS
Patricia Morsch, Mauro Myskiw e Jociane de Carvalho Myskiw
Gerontologia - PUCRS, ESEF - UFRGS
Instituto de Geriatria e
INTRODUÇÃO: No Brasil, 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de idade cai
a cada ano, sendo que esta proporção aumenta para 32% a 42% para os indivíduos com
70 anos ou mais. A queda se caracteriza por um importante evento para os idosos,
podendo levar a problemas físicos e psicológicos, institucionalização e aumento do
risco de morte. A literatura sugere que 30% a 40% das quedas são passíveis de
prevenção, através do manejo adequado dos fatores de risco. Porém, a adesão nesses
programas preventivos depende da percepção dos idosos em relação às quedas.
OBJETIVO: desenvolver uma nova ferramenta para avaliar a percepção dos idosos em
relação aos fatores de risco para as quedas. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa com
abordagem qualitativa e quantitativa. O método qualitativo foi desenvolvido através da
análise de conteúdo e o quantitativo pela técnica de validação de conteúdo e cálculo de
coeficiente realizado após desenvolvimento de uma planilha no Excel.
RESULTADOS: Participaram da análise qualitativa 22 idosos, com 60 anos ou mais de
idade, participantes de grupos de idosos de Porto Alegre, e professores de duas
universidades locais. A idade média dos participantes foi 70,2±7,1 anos. A codificação e
interpretação dos dados resultaram em duas categorias temáticas: a problematização das
quedas e a percepção dos fatores de risco, que serviram como base para a elaboração do
instrumento quantitativo de avaliação da percepção dos fatores de risco para as quedas.
Este, com 26 questões, foi enviado para validação de conteúdo através da análise de
“juízes”. Três especialistas na área do envelhecimento com mestrado e doutorado na
área, avaliaram o instrumento quanto à clareza da linguagem, importância e relevância
teórica, em uma escala variando de 1 a 10. Com esses resultados em mãos, foi possível
calcular o Coeficiente de Validação de Conteúdo (CVC) e o Índice de Fidedignidade
através da concordância interavaliadores (IRA). CONCLUSÃO: através da avaliação
dos juízes e cálculos de validação de conteúdo foi possível adequar o instrumento para
continuar as etapas necessárias para a validação do mesmo. De acordo com os
resultados preliminares, o instrumento proposto parece bastante relevante para
identificar como o idoso transforma as quedas em um problema a ser prevenido e a sua
percepção em relação aos fatores de risco para as mesmas. Este conhecimento
possibilitará uma metodologia mais eficaz para o desenvolvimento de atividades
preventivas.
DETERMINANTES SOCIAIS E A VIOLENCIA CONTRA O IDOSO
Cleusa Militz, Andressa, Melissa Pagno, Agostini Lampert
Maria
Universidade Federal de Santa
INTRODUÇAO: O acelerado processo de envelhecimento populacional demográfico presente
na atualidade é um fenômeno mundialmente acontecendo a partir da segunda metade do
século passado. E a longevidade mesmo sendo uma conquista da humanidade contribui para
grandes desafios dos governos, da sociedade e da família em assegurar os direitos e proteção.
Neste contexto que ressaltamos a importância do papel dos Determinantes Sociais da Saúde
(DSS) que vai dar subsídios para avaliação do papel das políticas sociais, incluindo as condições
socioeconômicas, culturais e ambientais de uma sociedade, e relacionam-se com as condições
de vida e trabalho de seus membros, como habitação, saneamento, ambiente de trabalho,
serviços de saúde e educação, incluindo também a trama de redes sociais e comunitárias e,
consequentemente na saúde dos brasileiros. OBJETIVOS: Refletir sobre a importância dos DSS
diante do contexto violência contra o idoso. METODO: Estudo de caráter bibliográfico
constituído principalmente de livros e artigos científicos de cunho qualitativo. RESULTADOS:
Para a Comissão Nacional, os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais,
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus
fatores de risco na população. O Brasil foi o primeiro país a criar Comissão Nacional sobre
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) em março de 2006. Com o objetivo de gerar
informações e conhecimentos sobre os determinantes sociais da saúde, particularmente as
iniquidades de saúde; Promover e avaliar políticas, programas e intervenções governamentais
e não governamentais realizadas em nível local, regional e nacional relacionadas aos DSS;
Atuar junto a diversos setores da sociedade civil para promover uma tomada de consciência
sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de
atuação para diminuição das iniquidades de saúde. CONCLUSAO: Com os DSS temos uma
oportunidade de melhorar esta geração de idosos, agindo sobre as causas das desigualdades
de saúde e doença. Pois, reconhecer a interdependência entre condições sociais e condições
de saúde apresenta uma oportunidade de intervenção nas raízes do problema social para que
consigam melhorar e combater a imensa distância entre a ação e as leis voltadas para
proteção, cuidado e qualidade de vida dessa geração de idosos, grupo social que desponta
como ator fundamental na trama das organizações sociais do século XXI.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LESÃO PROSTÁTICA EM OCTAGENÁRIO: UM RELATO DE CASO
Raquel Prado Thomaz, Andréa da Conceição Spillere
Resumo:
Introdução: A.Z., 84 anos, institucionalizado, AVDS 6/6 e AIVDs 0/9, trazido ao
hospital por retenção urinária. Na chegada, paciente estável com bexigoma e
constipação. Ao toque retal foi identificada massa dolorosa a palpação e de limites
imprecisos. No seguimento foi feita ecografia de vias urinárias que mostrou lesão
expansiva de 13cm em topografia prostática com conteúdo heterogêneo que deslocava
cranialmente as estruturas contíguas. Realizada RNM de pelve com evidência de
volumosa lesão heterogênea com provável hematoma no seu interior, expansiva,
medindo 11,8x10,9x10,3cm, gerando compressão extrínseca da bexiga. Na periferia
desta lesão, observam-se imagens nodulares, que podem corresponder a tecido
prostático. Solicitado PSA com resultado de 95ng/ml. Demais exames laboratoriais sem
alterações dignas de nota. Objetivo: Investigação de queixa de retenção urinária e
constipação – diagnóstico diferencial entre neoplasia ou abscesso prostático. Métodos:
Relato de caso realizado em uma unidade de internação geriátrica em um Hospital
terciário em abril de 2016. Resultados: Realizada cintilografia óssea sem evidência de
metastáses e feita biópsia prostática com laudo de: tecido fibroso e muscular com leve
inflamação crônica e ausência de neoplasia. A cultura da secreção sanguinolenta
prostática drenada foi Streptococcus viridans sensível à vancomicina, penicilina e
ceftriaxone. Após biópsia paciente apresentou episódios de hematúria macroscópica e
enterorragia – provável drenagem espontânea do abscesso. Recebeu antibioticoterapia
EV com ampicilina + sulbactam por 10 dias e após amoxicilina + clavulanato VO por
mais 18 dias. Evoluindo com melhora do estado geral e dos sintomas de retenção e
constipação. Realizado US para controle em que não foi mais identificada coleção em
pelve. Conclusão: O abscesso prostático é infrequente, com incidência de 0.5% a 2.5%
em homens de 50 a 60 anos. A sintomatologia é inespecífica como febre, retenção
urinária, entre outros. O toque retal é geralmente doloroso com uma próstata aumentada.
Pode ser necessária complementação com US, TC ou RNM. O germe mais comumente
identificado é a E. coli e o tratamento é feito por drenagem guiada por US e
antibioticoterapia. O caso foi atípico devido à faixa etária, drenagem espontânea pósbiópsia e germe isolado. Ressalta-se a importância do diagnóstico diferencial de
abscesso nas lesões prostáticas, pois o atraso neste pode levar a aumento na
morbimortalidade.
DIFERENÇAS NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE IDOSOS JOVENS E LONGEVOS NO
BRASIL
Fabiane Brauner, Josemara de Paula Rocha, Gabriela Guimarães Oliveira, Jéssika Cefrin
Dantas Neris Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Resumo
Introdução: Praticar exercício físico é essencial para saúde e qualidade de vida. É
benéfica à massa muscular, densidade óssea, metabolismo cardiovascular, respiratório,
psicológico, imunológico e mental. Idosos jovens (de 60 a 79 anos) e longevos (80 anos
ou mais) apresentam particularidades na funcionalidade que podem estar relacionadas à
prática de atividade física. Objetivos: Identificar possíveis diferenças na prática de
atividade física entre idosos jovens e longevos. Método: Análise secundária de
resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE de 2013. Realizaram-se
análise descritiva das variáveis sociodemográficas e analítica da prática de atividade
física entre os dois grupos longevos e idosos jovens. Utilizou-se o estatístico Epi Info™
7. Realizou-se o teste estatístico qui-quadrado para associar a prática de atividade física
entre idosos jovens e longevos, o conhecimento de programas públicos de incentivo à
prática de atividade física e motivos de não participação. Resultados: Participaram da
PNS 11.177 idosos com média de 69,9 anos (± 7,89). Destes, 9679 eram idosos jovens
(86,6%) e 1498 longevos (13,4%), com respectivamente 58,4% e 64,5% de mulheres.
Quanto à prática de algum tipo de exercício físico ou esporte, nos últimos 3 meses,
77,3% dos idosos jovens e 89,3% dos longevos, negaram. Do conhecimento de
programas públicos em seus municípios de incentivo à prática de atividade física,
81,7% não conheciam, sendo 80,8% idosos jovens e 87,5% longevos. Dos que
conheciam apenas 17,4% participava destes. Da não participação, 39,1% não tinha
interesse, 19,3% não tinha tempo, 16,9% relatou problemas de saúde, 13,7% alegou não
ser perto do domicílio, 8,2% ser outro problema não relacionado com as demais
categorias. Entre os idosos jovens, 38,3% não tinham interesse, 23,3% não tinham
tempo e 15,8% por problemas de saúde. Dos longevos, 46,7% não tinham interesse,
27% por problemas de saúde e 10,2% não tinham tempo. Houve significância entre as
diferenças dos motivos de não participação entre idosos jovens e longevos (p < 0,001).
Conclusão: A maioria dos idosos não participava de atividades físicas, não conhecia
programas públicos de incentivo e os que conheciam, não participavam por
desinteresse. Esses percentuais foram maiores para os longevos, justamente os que se
beneficiariam mais da prática.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: HUMANIZANDO O CUIDADO AO PACIENTE IDOSO
Márcia Aparecida Penna, Fernanda dos Santos Pascotini, Leatrice da Luz Garcia, Rosane
Seeger da Silva, Roselene da Silva Souza
HUSM, UFSM
Introdução: O procedimento cirúrgico provoca reações emocionais que aumentam a
medida que o procedimento se aproxima. Para o paciente idoso, esse momento é
acompanhado de temor, evidente ou não, podendo determinar o cancelamento da
cirurgia. As práticas educativas em saúde têm se tornado uma realidade efetiva, sendo
essencial para construção de um relacionamento entre a equipe de enfermagem e
paciente. Desta forma, faz-se necessária a educação em saúde para esclarecimento das
dúvidas levantadas pelo paciente idoso e familiares, identificando os significados que o
mesmo atribui à doença, à hospitalização e ao tratamento cirúrgico. Objetivos: Relatar
as práticas educativas em saúde realizada com pacientes idosos e familiares, com intuito
de diminuir medos e angústias, fortalecendo o autocuidado e a participação no processo
de recuperação. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciado pela
equipe de enfermagem da Unidade de Clínica Cirúrgica do HUSM. No período préoperatório o paciente idoso, juntamente com o familiar presente, é convidado para ir à
sala de Educação em Saúde da Unidade onde profissionais de enfermagem realizam
orientações sobre sua patologia, tratamento, reabilitação e experiência cirúrgica, por
meio do lúdico como: figuras coloridas dos sistemas do corpo humano, bonecos
portadores de tubos, sondas e drenos e um manual elaborado pela equipe, onde o
paciente irá manusear os materiais, apreendendo a mobilizar os mesmos. Resultados:
De outubro a dezembro de 2015, foram realizadas 129 orientações perioperatórias,
através das quais percebe-se que o paciente idoso bem orientado, cria vínculo de
confiança com a equipe, tornando-se necessário salientar o quanto é gratificante o
processo educacional que envolve equipe, idoso e cuidador, que emite expectativas,
confiança, respeito e humanização no processo de cuidar. Considerações finais:
Constata-se a necessidade que o paciente idoso tem de atenção e diálogo, expressos e
confirmados por suas verbalizações, indagações. Percebe-se que a necessidade de
informação e a educação em saúde são apenas partes do processo de construção de
autonomia das pessoas. Sendo o grande desafio da enfermagem melhorar a qualidade da
assistência através da implementação de ações e intervenções que proporcione ao
paciente idoso um cuidado humanizado, possibilitando ao mesmo desenvolver
habilidades para o autocuidado dentro de suas limitações.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização. Brasília, 2004.
2. JOUVET, R. M. O sono. In: VOLICH R.M. Clínica Psicanalítica, Psicossomática: de
Hipócrates á psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
3. HORTA, VA. Processo de Enfermagem. São Paulo: Editora EPU, 2010.
4. MENDES, I. A. C; TREVISAN, M.A; HAYASHIDA, M.; NOGUEIRA, M.S.
Enfermagem, vínculos humanos e direitos do paciente. In: MENDES IAC, CAMPOS E.
Comunicação como meio de promover a saúde, 7º Simpósio de Comunicação em
Enfermagem. Anais. FIERP, Ribeirão Preto, p. 215-218, 2000.
5. SANTOS, A.L.G.S.; BACKES, V.M.S.; VASCONCELOS, M.A. A assistência
humanizada ao cliente no centro cirúrgico: uma experiência apoiada na teoria
humanística de Paterson & Zderad. São Paulo. Rev. Nursing, nº 48, p. 25-30, 2002.
6. SHEEHAN, E. Ansiedade, Fobias e Síndrome do Pânico. São Paulo: Agora, 2000.
7.SANTOS FILHO, S.B. Perspectivas da avaliação na Política Nacional de
Humanização em Saúde (PNHS): aspectos conceituais e metodológicos. Ciênc. Saúde
coletiva v.12 n.4 Rio de Janeiro Jul/Ago. 2007
EFEITO DE EXERCÍCIOS EM GRUPO NO EQUILÍBRIO DE IDOSOS COM DECLÍNIO COGNITIVO
LEVE
Chandra da Silveira Langoni, Douglas Nunes Stahnke, Juliana Nunes da Rosa, Mateus Soares
Knob, Irenio Gomes Filho, Thais de Lima Resende
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul - PUCRS
Introdução: A perda de equilíbrio e de reflexos rápidos que acompanham o
envelhecimento é um dos fatores responsáveis pelo aumento do índice de quedas na
população idosa. Como nessa faixa etária as chances de sofrer uma queda são maiores
em indivíduos com declínio cognitivo, é importante determinar medidas terapêuticas
que possam ser adotadas em idosos que o apresentem. Objetivo: Determinar o efeito de
exercícios em grupo no equilíbrio de idosos com declínio cognitivo leve (DCL) da
Estratégia Saúde da Família de Porto Alegre/RS (ESF-POA). Método: Este ensaio
clínico unicego, randomizado e controlado por pareamento foi desenvolvido com 28
idosos (>60 anos) com DCL de ambos os sexos, usuários de duas unidades da ESFPOA. Os participantes foram divididos em grupo intervenção (GI; n= 14; 10 mulheres)
e grupo controle (GC; n= 14; 9 mulheres). O GI fez exercícios de força e aeróbios em
grupo no entorno das suas unidades de saúde, durante 24 semanas (duas sessões
semanais de 60 minutos cada). Foi pedido aos idosos do GC que não iniciassem nenhum
tipo de atividade física durante todo o período da intervenção, bem como que
mantivessem a sua rotina usual. Antes e depois da intervenção, os participantes foram
avaliados com a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB). Resultados: Ao início do estudo,
os idosos dos grupos controle e intervenção não diferiram estatisticamente em termos de
suas características sociodemográficas, clínicas e antropométricas. Após seis meses de
treinamento/controle, foi detectada diferença estatística significativa no escore da EEB
do GI (p<0,05), o qual apresentou incremento de 3,6%, enquanto no mesmo período o
GC apresentou redução de 3,6%. Conclusão: Os exercícios em grupo adotados
mostraram-se seguros e eficazes na melhora do equilíbrio de idosos com DCL.
EFEITO DE EXERCÍCIOS EM GRUPO NOS SINTOMAS SUGESTIVOS DE DEPRESSÃO EM IDOSOS
COM DECLÍNIO COGNITIVO LEVE DE ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA DE PORTO ALEGRE/RS
Chandra da Silveira Langoni, Cristina Trevizan Telles, Andressa Bombardi, Betina Cecchele,
Irenio Gomes Filho, Thais de Lima Resende
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul - PUCRS
Introdução: A presença de sintomas sugestivos de depressão (SSD) tem impacto
negativo na saúde e na qualidade de vida dos idosos que os apresentam, o qual é
potencializado se concomitante ao declínio cognitivo leve (DCL), precursor da
demência. Objetivo: Avaliar o efeito de seis meses de exercícios em grupo nos SSD em
idosos com DCL, provenientes de duas unidades da Estratégia Saúde da Família de
Porto Alegre/RS. Métodos: Estudo clínico unicego, randomizado e controlado por
pareamento, do qual participaram 28 indivíduos de ambos os sexos com DCL (> 60
anos), alocados em dois grupos - intervenção (GI; n= 14) e controle (GC; n= 14). O GI
fez exercícios de força e aeróbios em grupo durante 24 semanas (duas sessões semanais;
60 minutos). Foi pedido aos idosos do GC que não iniciassem nenhum tipo de atividade
física ou treinamento cognitivo durante todo o período da intervenção, bem como que
mantivessem a sua rotina usual. Antes e depois do estudo, a presença de SSD foi
avaliada pela Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15). Resultado: Os idosos de
ambos os grupos apresentaram idade, distribuição por sexo, estado civil, profissão,
procedência, raça autodeclarada, escolaridade e religião semelhantes. A maioria dos
participantes tem mais de 73 anos, são mulheres brancas, católicas, que convivem
maritalmente, trabalharam fora, procedentes de Porto Alegre e com baixa escolaridade.
Em relação aos SSD, os resultados apontaram efeito de tempo (F calc (2, 46) = 4,123;
p=0,020), com redução de 33% na mediana do GI. Conclusão: O programa de
exercícios em grupo adotado foi bem-sucedido no que tange a sua implementação em
idosos com DCL e pode ter tido impacto positivo sobre a sintomatologia sugestiva de
depressão em seus participantes.
EFEITO DE TREINAMENTO FÍSICO EM GRUPO NA FORÇA DE MEMBROS INFERIORES DE
IDOSOS COM DECLÍNIO COGNITIVO LEVE
Chandra da Silveira Langoni, Jaquelinne Oliveira Krischke, Tamiris de Souza Diogo, Tatiane do
Nascimento Silva, Irenio Gomes Filho,Thais de Lima Resende Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Introdução: Os idosos tendem a perder força muscular, principalmente em membros
inferiores e com isto diminuir sua mobilidade e independência. O exercício físico é uma
boa ferramenta para que essa perda seja minimizada. Objetivo: Determinar o efeito de
seis meses de treinamento físico em grupo na força muscular de membros inferiores
(FMMI) de idosos com declínio cognitivo leve (DCL) da Estratégia de Saúde da
Família de Porto Alegre/RS (ESF-POA). Método: O presente estudo é um ensaio clínico
unicego, randomizado e controlado por pareamento. Participaram 28 idosos (>60 anos)
de ambos os sexos, com diagnóstico prévio de DCL, usuários de duas unidades da ESFPOA. Os participantes foram divididos em grupo intervenção (GI; n= 14; 10 mulheres)
e grupo controle (GC; n= 14; 9 mulheres). O GI fez treinamento de força (halteres,
caneleiras e faixas elásticas) e aeróbio (caminhada) no entorno das suas unidades de
saúde, durante 24 semanas (duas sessões semanais de 60 minutos cada). Foi pedido aos
idosos do GC que não iniciassem nenhum tipo de atividade física durante todo o
período da intervenção, bem como que mantivessem a sua rotina usual. Antes e depois
da intervenção o Teste do Senta e Levanta em 30 segundos foi utilizado para mensurar a
FMMI. Resultados: Os grupos não diferiram estatisticamente em termos das
características sociodemográficas, antropométricas e clínicas. No Teste Senta e Levanta,
o GC apresentou redução no número de repetições, enquanto o GI apresentou aumento
significativo (40,4%; p= 0,001), tendo realizado 7
rama de treinamento resultou no
aumento da FMMI dos idosos com DCL, bem como mostrou-se eficaz, seguro e em
condições de ser adotado em outras unidades da ESF-POA para essa população.
EFEITO DE UM PROGRAMA FISIOTERAPÊUTICO NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE
ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL
Luciana Marcon Barbosa Stoffel, Yolanda Petterson Seben, Renata Dall Agnol, Janesca
Mansur Guedes, Eliane Colussi, Alexandre Marek
Bolsistas CAPES, Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Erechim ∕ RS, Universidade de Passo
Fundo, Passo Fundo ∕ RS
INTRODUÇÃO
A Artroplastia Total do Quadril (ATQ) é um método considerado adequado para
tratamento no alívio da dor e melhora da funcionalidade dos indivíduos com doença
degenerativa da articulação coxofemoral. Sabe-se que a osteoartrose (OA) é a doença
musculoesquelética mais comum no mundo; é uma enfermidade crônico-degenerativa
que promove alterações na cartilagem articular. A fisioterapia imediata faz uso de
métodos e técnicas, que visam ampliar os benefícios desse tipo de cirurgia.
OBJETIVOS
Avaliar a dor e a amplitude de movimento na reabilitação fisioterapêutica na
ATQ na fase hospitalar.
METODOLOGIA
Estudo longitudinal e descritivo, com adultos acima de 50 anos que realizaram
cirurgia de ATQ por diagnóstico de osteoartrose primária. Os atendimentos seguiram
um protocolo com duração de cerca de 20 minutos, com frequência de duas vezes por
dia, durante o tempo de permanência hospitalar. Os pacientes foram submetidos a três
avaliações no decorrer de sua reabilitação. A primeira avaliação foi realizada no
primeiro dia pós-operatório, a segunda no 2º dia, a terceira no 3º dia pós-operatório,
coincidindo com o término do tratamento. Foram avaliadas a dor e amplitude de
movimento de flexão e abdução de quadril. A dor foi avaliada pela Escala Análoga
Visual e a ADM de flexão e abdução de quadril foi avaliada por meio da goniometria
ativa do quadril com o paciente e decúbito dorsal. Os dados obtidos foram submetidos à
análise estatística descritiva com cálculo de média, desvio padrão e proporção e os
resultados apresentados em forma de tabelas e gráficos. Foi utilizado o teste t de Student
e ANOVA considerado significativo um p<0,05.
RESULTADOS
Entre os 12 pacientes que se adequaram nos critérios da pesquisa, observou-se
que oito deles (75%) eram do gênero masculino, a média de idade foi de 63,9 ± 9,8
anos, com idade mínima de 50 anos e máxima de 79 anos. A percepção da dor na
articulação do quadril diminui no PO em todos os dias que o paciente foi avaliado em
comparação ao pré-operatório. Em relação à avaliação da ADM de flexão de quadril,
observou-se que foi maior no terceiro dia PO quando comparado ao primeiro dia PO.
CONCLUSÃO
Conhecer o perfil clínico e funcional dos pacientes submetidos à ATQ desde o
pós-operatório imediato nos permite definir condutas terapêuticas adequadas a partir das
necessidades observadas e possivelmente contribuir para uma melhor resposta ao
tratamento. O protocolo proposto levou a redução da dor e melhora da amplitude de
movimento no PO imediato da ATQ nos pacientes que participaram da pesquisa.
REFERÊNCIAS
BARKER K.L. et al. Recovery of function following hip resurfacing arthroplasty: a
randomized controlled trial comparing an accelerated versus standard physiotherapy
rehabilitation programme. Clinical Rehabilitation, v.27, n. 9, p. 771-84, 2013.
LARSEN, K. et al. Cost-effectiveness of accelerated perioperative care and
rehabilitation after total hip and knee arthroplasty. Journal of Bone and Joint Surgery,
v. 91, n. 4, p. 61-72, 2009.
ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS INDEPENDENTES DA CIDADE DE SANTA MARIA/RS
Fernanda dos Santos Pascotini, Rosane Seeger da Silva, Roselene da Silva Souza, Leatrice da
Luz Garcia, Márcia Aparecida Penna, Elenir Fedosse, Maria Elaine Trevisan
Universidade
Federal de Santa Maria
Introdução: O aumento da população idosa no Brasil justifica a necessidade
de estudos sobre essa população. Além disso, o estado nutricional dos idosos
é fator determinante na qualidade de vida e morbimortalidade dessas pessoas,
devendo ser pesquisado.
Objetivo: Avaliar o estado nutricional de idosos da cidade de Santa Maria/RS
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa transversal analítica, realizada em
março de 2013, aprovada pelo Comitê de ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Santa Maria. Os idosos foram convidados através da mídia local,
sendo incluídos aqueles com idade acima de 60 anos, independentes,
residentes em seu domicílio particular com a família, de ambos os sexos e que
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As medidas
antropométricas foram coletadas por uma fisioterapeuta e realizadas de
maneira padronizada. O peso corporal foi obtido utilizando-se balança digital
da marca Britânia, de uso pessoal, com capacidade máxima de 120kg e
precisão de 100g. A estatura, utilizando estadiômetro portátil da marca Sanny,
com precisão de milímetro. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado por
meio da divisão do peso em quilograma pela estatura em metros quadrados. O
estado nutricional foi avaliado conforme classificação da literatura: ≤22Kg/m 2
(desnutrição), entre 22 e 27Kg/m 2 (eutrofia) e ≥27Kg/m 2 (obesidade).
Resultados: A amostra foi composta por 50 idosos, entre 60 e 84 anos, média
de 69,4 (±7,0) anos, sendo 35 do sexo feminino e 15 do sexo masculino. Com
relação ao estado nutricional, 10 idosos (20%) classificam-se como
desnutridos, 25 deles (50%) são eutróficos e 15 idosos (30%) apresentam
obesidade. A prevalência de alterações do estado nutricional foi maior nos
homens do que nas mulheres.
Conclusão: Concluiu-se que é significativo o número de idosos com alterações
do estado nutricional, especialmente o sobrepeso/obesidade. Ressalta-se a
importância de identificar as causas socioeconômicas, fisiológicas e
patológicas, próprias do processo de envelhecimento, a fim de se propor
medidas para eliminá-las e controlá-las.
ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES CLIMATÉRICAS ADULTAS
Vitor Buss , Franciéli Aline Conte , Daiana Meggiolaro Gewehr , Ligia Beatriz Bento Franz
Grupo de Pesquisa de Envelhecimento Humano – GERON, Programa de PósGraduação Stricto Senso em Atenção Integral à Saúde, UNIJUÍ
INTRODUÇÃO
O climatério é uma fase natural demarcada pelo declínio dos hormônios
reprodutivos, os quais promovem modificações metabólicas que contribuem para a
elevação do peso corporal e do perímetro da cintura (PC), além de distúrbios no
metabolismo de carboidratos que corroboram para a intolerância à glicose,
alterações das lipoproteínas, inflamações crônicas, alteração de fatores de
coagulação e aterosclerose, contribuindo para o surgimento de síndrome metabólica
e elevando os riscos para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
OBJETIVOS
Avaliar o estado nutricional de mulheres no climatério.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo transversal descritivo, com população constituída por
mulheres no período do climatério com idade entre 35 e 59 anos, adstritas às
Estratégias Saúde da Família do município de Ijuí/RS, participantes da pesquisa
institucional “Estudo do Envelhecimento Feminino” da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa sob o parecer nº 864.988/2014. Para coleta de dados foram realizadas
visitas domiciliares para aplicação de questionário estruturado sobre dados
sociodemográficos, condições de saúde, hábitos alimentares e avaliação do estado
nutricional com verificação do índice de massa corporal (IMC), PC com fita métrica
inelástica na menor curvatura e percentual de gordura corporal (%GC) por meio de
bioimpedância portátil OMRON modelo HBF-306.
RESULTADOS
No total compuseram a amostra 80 mulheres com média de idade de 49 anos
(+6,6), sendo que destas 26% foram classificadas em eutrofia, 31% em sobrepeso e
41% com algum grau de obesidade segundo o IMC. Com relação ao PC 25%
apresentaram risco elevado e 55% risco muito elevado para doenças
cardiovasculares. Por sua vez, quanto ao %GC foram observados valores elevados
em 31% das mulheres e valores muito elevados em 40% das mulheres conforme
classificação para faixa etária.
CONCLUSÃO
Observa-se na amostra estudada múltiplos fatores de risco para o desenvolvimento
de DCNT indicando a necessidade de intervenções específicas visando à promoção
da saúde, tratamento e prevenção de doenças, contribuindo, assim, para um
envelhecimento saudável e ativo. Entre as estratégias necessárias para modificação
deste padrão destaca-se a alteração no estilo de vida com redução do
sedentarismo, bem como estímulo de hábitos alimentares saudáveis, com melhor
fracionamento das refeições, redução de gordura saturada e carboidratos simples
em excesso.
ESTRESSE NO CUIDADOR FAMILIAR DO PACIENTE COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Isamara Helena Menin Picolli, Paulo Roberto Consoni, Michele Clos
Introdução: A população idosa vem aumentando muito nos últimos anos, segundo o as
projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde, o Brasil deverá ser o sexto
país do mundo em contingente de idosos até o ano de 2025. Concomitantemente com
esse aumento, ocorre um aumento de doenças chamadas doenças crônicodegenerativas, como por exemplo, a Doença de Alzheimer. Com a progressão da
doença, surge uma demanda por cuidados especiais, cuidados esses, que na maioria
das vezes é exercido por familiares.
Objetivos: O presente estudo de campo tem por objetivo investigar o estresse do
cuidador familiar do doente de Alzheimer.
Método: Serão entrevistados familiares cuidadores de pacientes com Demência de
Alzheimer no ambulatório de Geriatria do Hospital Universitário Mãe de Deus-ULBRA,
Canoas. O número da amostra será por interesse. A pesquisa norteou-se através de
um questionário estruturado com o total de 22 perguntas, chamado de questionário da
Sobrecarga do Cuidador de Zarite.
Resultados: Dos 30 cuidadores entrevistados, 60% prevaleceu o número 4, 20%
prevaleceu a número 3, 10% prevaleceu o 2, 10 % na alternativa 1.
Conclusão: O nível de estresse no cuiador familiar do paciente com doença de
Alzheimer é alta.
FATORES ASSOCIADOS ÀS QUEDAS DE IDOSOS - REVISÃO NARRATIVA
Thuane Lopes Macedo, Andressa Rodrigues Pagno, Nathália Lopes Macedo, Larissa Giardi
Sangoi Universidade Federal de Santa Maria
Introdução: O aumento da população de idosos é uma realidade no cenário da
saúde mundial, e o Brasil destaca-se como um dos países com maiores taxas
de envelhecimento da América Latina. Uma das consequências alarmantes
desse acelerado processo de senescência são as quedas, que afetam, em
média, 30% das pessoas com 60 anos ou mais. A queda pode ser definida
como um evento não intencional, desencadeado por fatores intrínsecos ou
extrínsecos, que levam à mudança da posição inicial do idoso, e podem ser
causadoras de morbidade, mortalidade ou até incapacitação. Objetivo:
identificar na literatura quais fatores influenciam a queda em idosos. Material e
Métodos: Esta pesquisa caracteriza-se como uma revisão narrativa. Como
fonte de consulta foi utilizado somente a plataforma ScIELO.ORG. Utilizou-se
as seguintes palavras chaves de forma cruzada: queda/idosos; quedas/idosos;
quedas/envelhecimento; quedas/pessoa idosa. Na busca avançada,
selecionaram-se apenas artigos publicados entre 2014-2015. Tomou-se como
critério de inclusão artigos que discutiam o tema quedas em idosos. Foram
excluídos os artigos que não disponibilizaram o texto completo, artigos que
apareceram em duplicata e os aqueles que citaram as palavras quedas e
idosos, porém não discutiam sobre suas causas. Resultados: Dentre os fatores
intrínsecos, é de se pontuar o declínio fisiológico decorrente do processo de
envelhecimento, como a diminuição da densidade óssea e da massa muscular,
a instabilidade postural, o maior consumo de medicamentos. Já em relação aos
fatores ambientais, os obstáculos existentes na casa, a falta de corrimãos nas
escadas, a presença de degraus muito elevados ou estreitos e a iluminação
inadequada podem ser considerados os principais fatores que levam o idoso à
queda. Foram encontrados 77 artigos, destes selecionou-se dez com maior
relevância do tema. Este estudo, portanto, sugere que os fatores mais
relevantes para quedas em idosos são: ser do sexo feminino, disfunções
musculoesqueléticas, sedentarismo, queixas como tontura, problemas de
equilíbrio corporal e marcha, problemas visuais e uso de medicações
psicoativas. Conclusão: Tais fatores fazem com que o idoso tenha maior
propensão a cair, neste contexto, a incidência de queda gera insegurança o
que e possivelmente, restringe suas atividades e o leva a um isolamento social.
Em vista disso, entende-se que são necessários subsídios para o
desenvolvimento de políticas públicas adequadas, que atendam às demandas
específicas para essa faixa etária visando reduzir os gastos e inconvenientes
gerados em decorrência das quedas.
Palavras-chave: Idoso, quedas, fatores de risco.
FORÇA DE PREENSÃO PALMAR EM IDOSOS COM DECLÍNIO COGNITIVO LEVE: EFEITO DE
EXERCÍCIOS EM GRUPO
Chandra da Silveira Langoni, Renata Breda Martins, Bruno Kruger, Vivian Ulrich, Irenio
Gomes Filho, Thais de Lima Resende Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
- PUCRS
Introdução: A perda de força muscular que acompanha o envelhecimento pode levar à
dependência funcional e/ou incapacidade. Portanto, estabelecer métodos seguros para a
sua manutenção e/ou ganho em idosos pode reduzir a perda funcional a ele associada. A
força de preensão palmar (FPP) fornece uma aproximação da força muscular global e
que está fortemente associada à funcionalidade. Objetivo: Determinar o efeito de um
programa de exercícios em grupo na FPP em idosos com declínio cognitivo leve (DCL)
da Estratégia Saúde da Família de Porto Alegre/RS (ESF-POA). Método: Trata-se de
um ensaio clínico unicego, randomizado e controlado por pareamento, no qual foram
incluídos 28 idosos (>60 anos) de ambos os sexos, pertencentes a duas unidades da
ESF-POA. Os idosos foram divididos em dois grupos, intervenção (GI; n= 14; 10
mulheres) e controle (GC; n= 14; 9 mulheres). Durante as 24 semanas do estudo, o GI
praticou exercícios de força e aeróbios no entorno das suas unidades de saúde (2
sessões/semana; 60 minutos cada), enquanto o GC não se envolveu em nenhum tipo de
atividade física. A FPP foi avaliada por dinamômetro mecânico. Resultados: Os dois
grupos não diferiram estatisticamente em termos das suas características
sociodemográficas, clínicas e antropométricas. Quanto à FPP, o GI apresentou aumento
significativo (11%; p=0,009), enquanto não foi observada mudança significativa no GC.
Conclusão: Nessa amostra de idosos com DCL da ESF-POA, os exercícios físicos
propostos levaram ao aumento da FPP, tendo se mostrado seguros, de fácil aplicação e
adequados para indivíduos com perda cognitiva.
GRUPO DE IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA- RELATO DE CASO
Carla Pessota da Silva, Eduardo Costa, Maritieli Santinon, João Paulo Aguiar, Rosangela
Oliveira, Percival Bairros
Clínica Geriátrica Renascer
Resumo: A população idosa vem aumentando, sendo necessário que o processo de
envelhecimento ocorra com a melhor qualidade possível. Para isso devem-se observar
vários fatores como o bem estar físico e psicológico, nível de independência, relações
sociais, religiosidade, entre outros. O convívio social, o lazer associado a atividades
físicas, mentais e intelectuais são fatores determinantes para um envelhecer com
qualidade. O objetivo deste trabalho foi descrever os resultados obtidos através do
Grupo de Idosos, realizado em uma instituição de longa permanência localizada no
Município de Santa Maria, RS. O grupo foi conduzido pelo serviço de Fisioterapia da
instituição e contou com idosos institucionalizados acima de sessenta anos. Os
encontros ocorreram na própria instituição, cinco vezes na semana, com duração média
de duas horas por encontro. A cada encontro foram realizadas atividades
cinesioterapeuticas, lúdicas, cognitivas e jogos. Alguns encontros contaram também
com palestras educativas relacionadas ao bem estar na terceira idade e prevenção de
doenças. Esta atividade já ocorre há um ano e observou-se com o passar dos encontros
uma melhora na qualidade de vida dos idosos, bem como uma melhora nas interrelações pessoais entre os idosos institucionalizados. A equipe multiprofissional da
instituição relatou melhoras físicas e psíquicas, até mesmo uma redução na necessidade
de administração de ansiolíticos nos pacientes participantes do grupo. Os próprios
idosos relatam os benefícios em suas vidas e rotinas obtidas após a participação no
grupo. Conclui-se que a realização do grupo de idosos em uma instituição de longa
permanência é de grande valia e tem benefícios importantes na qualidade de vida dos
participantes. É necessário reavaliar as atividades desenvolvidas e repensar as mesmas,
sempre buscando o bem estar dos idosos.
IMPLANTAÇÃO DE UMA HORTA COMO TERAPIA PARA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANECIA
PARA IDOSOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Mayara Baratella Tavares de Sales, Regina Aparecida Gonçalves
Vicente de Paulo
Asilo Mendicidade São
Introdução
O envelhecimento, antes considerado um fen meno, hoje, faz parte da
realidade da maioria das sociedades. O mundo está envelhecendo. Tanto isso
é verdade que se es ma para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões
de pessoas com sessenta anos e mais no mundo, a maioria delas vivendo em
países em desenvolvimento.No Brasil, estima-se que existam, atualmente,
cerca de 17,6 milhões de idosos. (BRASIL, 2006)
Alguns pesquisadores da área do envelhecimento como Romero (2002)
e Rabelo e NERI (2005) citam estudos sobre a importância do suporte social na
qualidade de vida, no bem estar e saúde da pessoa idosa. Estes estudos
afirmam que uma rede social ampla e variada, com amigos, vizinhos, a
comunidade de uma maneira geral, possibilita a pessoa idosa um melhor
enfrentamento de situações de crises, como doenças ou perda de parentes. O
suporte social fortalece a autoestima e autoconfiança da pessoa idosa,
aumenta a sensação de domínio e competência diante de dificuldades,
constituindo em um recurso que amplia as possibilidades de um
envelhecimento bem-sucedido. (BRASIL, 2012).
Objetivo
Manter a interação entre os idosos e fazer com que eles entendam que
ainda são capazes de cuidar e produzir valorizando dessa maneira as
habilidades, mantendo suas funções de vida diária e promovendo o espirito em
equipe.
Método
Trata-se de um relato de experiência, a partir de instituição de longa
permanecia. Foi realizada uma reunião com o gerente que nos deu
oportunidade de elaborar o projeto “HORTA NOSSA”. Que é realizado toda
quinta-feira as 14:00 na entidade, onde os idosos tomam café da tarde no
espaço. Foram convidadas escolas municipais, estaduais e particulares para o
projeto e ter a convivência de crianças, adolescentes com os idosos.
Resultados: Percebemos que os idosos se sentem mais proativos e a relação
com as crianças aumentaram sua autoestima.
Conclusão
Com a implantação do projeto HORTA NOSSA, conclui-se que os
idosos que participam, demonstram satisfação e apresentam boa interação
com as crianças e adolescentes.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSAS: PROMOÇÃO DE SAÚDE E MELHOR PERCEPÇÃO DE
QUALIDADE DE VIDA
Juliane Rodrigues, Adriana Harumi Nishizaki da Silva Instituto Paulista de Geriatria e
Gerontologia “José Ermírio de Moraes” –IPGG “JEM”
Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” –IPGG
Introdução: A incontinência urinária (IU) é definida como a perda involuntária de
urina, e pode provocar consequências severas ao bem estar subjetivo, estilo de
vida ativo e influenciar na qualidade de vida (QV) dos idosos. Objetivo: Verificar
a efetividade de exercícios que fortaleçam a musculatura do assoalho pélvico
como uma estratégia para melhorar o controle urinário e percepção da
qualidade de vida de idosas. Metodologia: Estudo do tipo experimental,
descritivo e de abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa (CEP) com parecer de número 1.268.807. Participaram do estudo 10
idosas de um instituto destinado à idosos na Zona Leste da cidade de São
Paulo/SP, que oferece assistência à saúde e atividades de convivência, que
apresentavam queixas de perda urinária involuntária. As idosas foram
submetidas à avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA) e o instrumento
King’s Health Questionnaire (KHQ), que avalia a QV por meio de escores de
zero a 100, ou seja, quanto mais próximo do 100, pior a percepção de QV. Foi
realizado a avaliação dessas idosas e após a intervenção com os exercícios de
Kegel a reavaliação. Os exercícios de Kegel eram realizados em grupo sob
orientação de duas enfermeiras. Resultados: A média de idade dessas idosas
era de 68,3 anos e referente a AFA, 50% das idosas obtiveram contração fraca
a palpação ou seja débil e 50% reconhecida somente à palpação, ausente na
avaliação, e com a reavaliação pode-se perceber a melhora da força muscular,
com 60% presente, 20% presente-boa e apenas 20% débil. A percepção da
QV, avaliada por meio do instrumento KHQ, indicou melhora significativa em
todos os domínios após a intervenção com os exercícios de Kegel,
principalmente no domínio “Impacto da Incontinência”, que obteve escore de
100 na avaliação e escore de 33,33 na reavaliação, o que indica que todas as
idosas se sentiam incomodadas com a incontinência urinária antes da
intervenção. Conclusão: O estudo alcançou o objetivo de verificar a efetividade
dos exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico (exercícios de Kegel) para
melhora da IU e melhor percepção de QV das idosas, comprovados por meio
do instrumento KHQ e da AFA. Vale ressaltar que foi orientado a continuação
dos exercícios em seus respectivos domicílios.
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL E SUA
ASSOCIAÇÃO COM ALTERAÇÕES NO PERFIL LIPÍDICO DE IDOSAS
Carolina Böettge Rosa, Solange Billig Garces, Dinara Hansen, Ângela Vieira Brunelli, Janaina
Coser, Patrícia Dall´Agnol Bianchi, Carla Helena Augustin Schwanke "Instituto de Geriatria
e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (IGG / PUCRS),
Universidade de Cruz Alta – RS (UNICRUZ)”
A deficiência de estrogênio durante a menopausa geralmente promove
alterações no perfil de distribuição de gordura corporal, contribuindo para o acúmulo
de gordura visceral. Essa redistribuição de gordura pode vir acompanhada de
alterações lipídicas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a associação entre
medidas antropométricas de distribuição de gordura corporal e alterações no perfil
lipídico de mulheres idosas cadastradas no HiperDia. As medidas antropométricas
avaliadas foram Circunferência da cintura (CC; ponto de corte: <88cm), Relação
cintura-estatura (RCE; <0,53) e Índice de conicidade (Índice C; <1,18). A RCE foi
obtida pelo quociente entre a circunferência da cintura (cm) e a estatura (cm). Já o
Índice C resultou da divisão da circunferência da cintura (m) pela constante de
0,109, multiplicada pelo resultado da raiz quadrada da divisão do peso (kg) pela
estatura (m). O perfil lipídico foi avaliado através dos parâmetros bioquímicos de
colesterol total (ponto de corte: ≤200mg/dl), HDL-c (≥50mg/dl), LDC-c (≤160mg/dl) e
triglicerídeos (≤150mg/dl). Na análise estatística, utilizou-se o teste Qui-quadrado,
com análise de resíduos ajustados. Foram avaliadas 167 idosas cujos cadastros no
sistema HiperDia continham todas as informações necessárias para o estudo. A
média de idade foi de 68,9±7,1 anos (60-90 anos). Observou-se médias elevadas de
CC (97,3±11,8cm), RCE (0,63±0,77) e Índice C (1,33±0,09). As médias de colesterol
total (204,9±44,5mg/dl), HDL-c (49,2±13,9mg/dl) e triglicerídeos (164,9±104,7mg/dl)
também se mostraram alteradas. Entretanto, ao analisar a associação entre as
variáveis antropométricas e bioquímicas, apenas os triglicerídeos elevados
apresentaram associação com as três medidas antropométricas (p<0,05). O
envelhecimento modifica a composição corporal, alterando também parâmetros
bioquímicos e clínicos. Essas alterações parecem ser mais pronunciadas nas
mulheres, em função da regulação hormonal do peso e da adiposidade. O fato de
não se observar associação entre os indicadores antropométricos e a maior parte
dos parâmetros bioquímicos avaliados chama a atenção para uma análise no ponto
de corte dessas variáveis. Estima-se que, por não possuir um ponto de corte
específico para a idade, esses indicadores antropométricos superestimem o
acúmulo de gordura visceral, comum no envelhecimento. Sendo necessário se
pensar em pontos de corte específicos para essa população e estratificados por
sexo.
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NA SARCOPENIA
Patrícia De Carli, Débora D’Agostini Jorge Lisboa, Eliane Lucia Colussi, Gabriela Decol
Mendonça
Universidade de Passo Fundo
Intervenções nutricionais específicas combinadas a exercícios físicos, podem melhorar
a força e massa muscular em idosos. Tais estratégias fazem uso de nutrientes que têm a
capacidade de promover o anabolismo proteico e muscular e/ou prevenir a perda muscular.
Sendo uma dieta nutricionalmente balanceada acompanhada de exercícios físicos o ponto
inicial para reduzir a incidência e a progressão da sarcopenia, objetivou-se com este estudo
realizar uma revisão de literatura acerca do cuidado nutricional na prevenção e evolução da
sarcopenia. Método: Esta revisão baseou-se na literatura especializada, por meio de consultas
a artigos científicos apresentados na íntegra, selecionados na Biblioteca Virtual em Saúde,
através da consulta das seguintes palavras-chave: sarcopenia, nutrition e elderly. Além da
oferta calórica adequada para a idade e o estado nutricional, a literatura recomenda o
adequado consumo proteico, sugerindo a ingestão de 1,2-1,5 g/kg/dia como medida
preventiva para a sarcopenia, tal ingestão ajudaria idosos a manterem a funcionalidade.
Entretanto, estudos demonstram que a suplementação proteica depende da prática de
atividade
física para que possa ser observado algum ganho de massa muscular, mas em casos que há
impossibilidade da prática é válido adicionar proteína, pois mesmo sem o efeito do aumento
da massa muscular poderá ocorrer melhora da função muscular. As proteínas dietéticas
deverão ser de alta qualidade e preferencialmente fornecer pouca quantidade de gordura
saturada. A leucina recebe grande destaque em função dos estudos sugerirem que seu uso em
grande concentração auxiliaria na aquisição da massa muscular. Porém não existe consenso
com relação a quantidade a ser usada, no entanto é essencial que seu fornecimento esteja
associado aos aminoácidos essenciais. Autores enfatizam que a adição de leucina em casos de
exercício de resistência, sarcopenia, privação de caloria e caquexia precisa ser mais estudada.
Alguns estudos clínicos constataram que a suplementação com 800 UI de vitamina D,
administrada em indivíduos com 65 anos ou mais, aumentou consideravelmente a força
muscular após 2 a 12 meses de tratamento. Pesquisadores holandeses conduziram um estudo
duplo-cego e randomizado que avaliou o efeito do uso de suplemento hiperproteico contendo
leucina e vitamina D na preservação da massa muscular em 80 idosos obesos durante um
programa de perda de peso intencional. O programa teve duração de 13 semanas e durante tal
período todos os idosos seguiram uma dieta hipocalórica associada a um treinamento de
resistência 3 vezes por semana. Os indivíduos foram aleatoriamente divididos para receberem
suplemento hiperproteico com leucina e vitamina D ou o suplemento placebo isocalórico. Os
autores afirmam que o uso de um suplemento contendo alta quantidade de proteína de soro
do leite, leucina e vitamina D preserva a massa muscular e que estes resultados suportam a
conduta de aumentar a ingestão de proteína de alta qualidade e em quantidade suficiente
durante um programa de redução de peso de idosos obesos para ajudar na prevenção da
sarcopenia induzida pela perda de peso. Embora não esteja ainda estabelecida a quantidade
de proteína necessária, parece estar comprovado que as necessidades estão aumentadas na
pessoa idosa e a qualidade proteica deverá privilegiar os aminoácidos essenciais, sem se
esquecer do adequado aporte calórico, além da suplementação de vitamina D.
LONGEVOS APRESENTAM GRAVIDADE DA QUEDA E NÚMERO DE FRATURAS MAIOR QUE
IDOSOS JOVENS
Gabriela Guimarães Oliveira , Luisa Braga Jorge, Bruna Borba Neves, Bruna Rios Rauber, Iride
Cristofoli Caberlon, Ângelo José Gonçalves BósPontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul
Resumo
Introdução: A queda no idoso é considerada um problema de saúde pública. Ela está
associada a índices elevados de morbimortalidade, redução da capacidade funcional e
diminuição da qualidade de vida. Objetivo: Comparar a gravidade da queda e o número
de fraturas entre idosos jovens e longevos. Método: Pesquisa realizada através da
revisão de boletins de atendimento pessoas idosas (60 anos ou mais) que procuraram os
hospitais Cristo Redentor e Pronto Socorro da cidade de Porto Alegre pelo motivo de
queda. Resultados: Foram atendidos 5749 idosos. Destes 4567 (79,4%) apresentavam
idade entre 60 e 79 anos (idosos jovens) e 1182 (20,6%) eram longevos (80 anos ou
mais). A maioria dos atendidos era do sexo feminino (71,4%), entre as quais 22% eram
longevas. A percentagem de longevas foi significativamente maior do que os longevos
(p<0.001) Foi criado um índice de gravidade da queda baseado nas consequências
relatadas nos boletins de atendimento. Presença de edema, dor, equimose, escoriação e
fratura foram contabilizadas no cálculo do índice. Longevos apresentaram um índice de
6,3±5,26 enquanto os idosos mais jovens apresentaram um índice menor, de 5,4±6,78,
sendo esta diferença significativa (p<0,001). Quase todos os atendidos fizeram
radiografia (92%), o percentual de longevos radiografados foi significativamente menor
(p=0,046) do que o esperado (91%). O percentual de atendidos que realizaram
radiografia e tiveram fratura confirmada foi de 39%, sendo esse percentual
significativamente maior (p<0,001) entre os longevos (42%). Conclusão: Os longevos
apresentaram um número de fraturas maiores do que os idosos mais jovens e uma
gravidade da queda maior do que o esperado. A diminuição da massa óssea e as
alterações próprias do envelhecimento relacionadas com a idade mais avançada podem
ser consideradas como um dos principais fatores de risco para fraturas, explicando a
elevada gravidade observada na população longeva.
NOVAS TECNOLOGIAS E APRENDIZAGEM DE ADULTOS MAIORES E IDOSOS
Vania Beatriz Merlotti Heredia, Verônica Bohm, Delcio Antônio Agliardi
de Caxias do Sul
Universidade
O objetivo do presente estudo é identificar o perfil e as estratégias de aprendizagem dos
adultos maiores e idosos utilizando as novas tecnologias digitais a luz da Pedagogia
Social. Para tal foi realizada uma pesquisa quantitativa exploratória no segundo
semestre de 2015 junto a 425 alunos do Programa UCS Sênior - Educação e
Longevidade, da Universidade de Caxias do Sul. Através de um questionário
estruturado na plataforma digital Google Docs, os alunos responderam a questões
abertas e fechadas, onde constatou-se que 85,3% dos alunos são mulheres, na faixa
etária dos 60 aos 75 anos (63,5%) e frequenta atividades de atualização em informática
e formação para o uso de tablet e smartphone (34%). Os equipamentos digitais que mais
utilizam são notebook e smartphone. Para 82,2% dos entrevistados, a facilidade de
aprender com as novas tecnologias está em ouvir a explicação do professor e a
expectativa de aprender a usar os equipamentos e aplicativos sozinho é apontada como
o principal motivo para a continuidade dos estudos na área (90,3%). Como
dificultadores da aprendizagem, identificou-se o uso da língua inglesa em alguns
aplicativos (52,65%) e a falta de tempo para exercitar o que foi explicado em aula
(49,5%). Outro aspecto interessante é que 60% dos alunos responderam que o desejo em
aprender a trabalhar com as novas tecnologias veio da necessidade de pesquisar sobre
doenças/tratamentos, sugerindo uma relação direta da aprendizagem digital com saúde
do idoso. Os dados sugerem que o aumento da longevidade, como conquista social e da
saúde, tem uma intersecção entre Educação e Gerontologia.
Palavras-chave: aprendizagem digital, idosos, inclusão de idosos, comunicação.
O CONSUMO ALIMENTAR E A CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS RESIDENTES NA
COMUNIDADE DE PORTO ALEGRE.
Estela Lopes Scariot, Fernando Ferreira, Urzsula Dausacker, Maria Terezinha Antunes,
Samantha Peixoto Silva, Luis Henrique, Luis Telles da Rosa Universidade Federal de
Ciências da Saude - UFCSPA
Introdução: O envelhecimento é considerado um processo natural que
submete o organismo a diversas alterações anatômicas e funcionais, podendo
haver repercussões nas condições de saúde e nutrição, que comprometem a
qualidade de vida do idoso. O estado nutricional influencia a capacidade
funcional. Assim, considera-se importante a prática de bons hábitos
alimentares, aliado à prática de exercícios físicos adequados, o que pode
beneficiar a saúde da população dessa faixa etária. Objetivo: Relacionar o
consumo alimentar com AVDs e AIVDs em idosos residentes na comunidade
de Porto Alegre (RS). Metodologia: Estudo de corte transversal, de base
populacional. Dados coletados através de visita domiciliar, em idosos. Aplicouse um questionário sóciodemográfico para conhecimento das características da
amostra. A capacidade funcional foi avaliada através da escala de Katz para
AVDs e do escore de Lawton para as AIVDs. O consumo alimentar foi aferido
através do Recordatório 24h. As medidas antropométricas utilizadas foram
massa corporal e estatura para cálculo do IMC. Os dados foram avaliados
através do teste de Mann-Whitney para as variáveis não paramétricas e
regressão logística para comparação entre as variáveis e a presença de
dependência funcional. O nível considerado significativo foi de 5%. Foi utilizado
o software SPSS 22.0 para a realização dos testes estatísticos. Resultados:
Foram entrevistados 112 idosos com média de idade de 72,6 anos, sendo
65,2% mulheres. Foi encontrado somente 1 idoso classificado como muito
dependente, no desempenho das AVDs e nenhum classificado com
dependência funcional. No desempenho das AIVDs, a dependência para a
capacidade funcional foi observada em 34,8%. Não foi observada diferença
entre a pontuação nas AVDs e o consumo de todos os nutrientes avaliados.
Em relação às AIVDs, as pessoas independentes apresentaram um consumo
maior de cálcio, fósforo e proteína em relação aos indivíduos com dependência
(p<0,05). Encontrou-se uma relação entre a idade (aumento de 11,8% de
chance de dependência funcional a cada ano de vida), o consumo de cálcio
(aumento de 0,2% de chance para cada mg ingerido) e o estado civil
(principalmente viúvos) com a dependência para as AIVDs. Conclusão: O
consumo de alguns nutrientes pode ter uma influência sobre o desempenho
nas AIVDs em idosos, sendo assim, a alimentação nessa faixa etária deve ser
monitorada, bem como alterações na capacidade funcional, visando maior
qualidade de vida no envelhecimento.
IMPACTO EMOCIONAL RESULTANTE DA RELAÇÃO DE CUIDADO NA VIDA DE FAMILIARES
CUIDADORES DE IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Manoela Nascimento Matos, Carmen Marilei Gomes
RESUMO
A partir da maior longevidade das pessoas, é possível notar um acréscimo significativo na
prevalência de doenças relacionadas à idade. Dentre os causadores da perda de
autonomia, podemos citar a doença de Alzheimer, e a progressão dessa doença conduz a
múltiplas demandas para o cuidador. Diante disso, o objetivo deste estudo foi caracterizar
o impacto emocional resultante da relação de cuidado na vida de familiares cuidadores de
idosos com doença de Alzheimer residentes da Serra Gaúcha e do Vale do Paranhana (RS).
O estudo, de natureza qualitativa, contou com a participação de nove pessoas, que
assumiram o papel de cuidadores dos familiares diagnosticados com Alzheimer. A coleta
de dados foi realizada a partir de um questionário de caracterização sociodemográfica e de
uma entrevista semiestruturada. A análise de dados evidenciou três categorias que
abordaram as mudanças que ocorreram na vida dos participantes, percepções e
sentimentos recorrentes da relação de cuidado e os aspectos que favorecem o
enfrentamento dessas demandas. Os resultados apontam que houve uma mudança brusca
na vida pessoal, profissional e social dos participantes. Foram destacados diversos
sentimentos e percepções recorrentes da relação de cuidado, como: responsabilidade,
paciência, cansaço, estresse, preocupação, abnegação e amor. Aspectos como bomhumor, rede familiar, busca por informação sobre a doença de Alzheimer e a
espiritualidade revelam-se como importantes aliados no enfrentamento das demandas de
cuidado, de modo que os participantes demonstram amparo e encorajamento em relação
ao futuro. Por fim, percebeu-se que os participantes se encontram totalmente envolvidos
e dedicados a essa relação.
Palavra-chave: Cuidadores. Idosos. Doença de Alzheimer.
O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ATENDIMENTO EM CUIDADOS
PALIATIVOS
Édila Penna Pinheiro, Alice Kalsing, Sônia Beatriz Gomes
Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Introdução: Cuidados Paliativos (CP) é a abordagem que promove
qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que
ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento.
Neste contexto a subjetividade exerce um papel fundamental em virtude da
dinâmica interacional, provenientes das sucessivas relações interpessoais
exigidas pela rede de cuidados ao qual o indivíduo está inserido. Portanto,
cuidado é interação, é relação, é criar vínculo, clima de confiança, podendo
acolher o paciente. A intervenção ideal deve ser por equipe interdisciplinar,
com diferentes áreas complementando com suas diferentes visões. O cuidado
deve ser iniciado o mais precoce possível, porém, na prática isso não vem
acontecendo. É um erro crer que os CP se resumem somente aos cuidados no
paciente na fase final da vida, sendo esta apenas uma etapa dos CP. Objetivo:
este estudo tem como objetivo contextualizar o papel da educação física na
equipe de CP. Método: Foi realizada uma revisão bibliográfica a partir da
pesquisa de artigos publicados nas bases de dados lilacs, scielo e pubmed
com a combinação dos seguintes descritores Palliative Care and Physical
Education and Exercise, com as delimitações para estudo do tipo ensaio
clínico, últimos dez anos, texto na íntegra e sujeitos com idade de 65 anos ou
mais, não sendo encontrado nenhum estudo publicado. Após a mudança dos
descritores para Palliative Care and Exercise and Reabilitation foi encontrada
uma publicação que se enquadrou aos critérios de seleção do estudo.
Resultados: O estudo encontrado discorria sobre reabilitação fisioterapeutica
em pacientes com câncer avançado. O mesmo mostrou relevância significativa
e estatisticamente positiva após o término das 8 semanas de intervenção
através de exercício físico, provando que mesmo pacientes em fases mais
avançadas da doença podem ser encorajados a participar de atividade física
orientada e podem se tornar mais ativos no seu dia-a- dia. Isso mostra que o
profissional de educação física com seu domínio específico de conhecimentos
na atividade física tem grande potencial para enriquecer a equipe interdiscilinar,
mantendo o foco de qualidade de vida do paciente. Conclusão: Considera-se
que a educação física pode ser inserida junto à equipe de CP a fim de somar
conhecimentos. Sugere-se que estes profissionais busquem uma maior
inserção neste âmbito de cuidado, apresentando também estudos científicos
que evidenciem sua importância na equipe.
OFICINA DE MEMÓRIA COM TRABALHOS MANUAIS
Helena dos Santos Padilha, Lucimara Rodrigues Sodré, Carolina Vanelli Manfio, Juliane
Ferreira da Silveira, Priscila Angélica Rodrigues dos Santos, Viviane Medeiros Pasqualeto
Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
Introdução: Atividades manuais de artesanato, como crochê e tricô promovem
motivação e podem auxiliar funções cognitivas em idosos institucionalizados.
Nessa perspectiva, acadêmicas de fonoaudiologia, participantes de um projeto
de extensão realizado em uma instituição de longa permanência para idosos,
criaram uma oficina para idosos e idosas praticarem atividades manuais de sua
preferência. Objetivos: aumentar a percepção, a atenção, a interação social,
melhorando a motricidade fina, a memória e a linguagem. Método: dois
encontros semanais com o grupo de idosos interessados e as acadêmicas de
fonoaudiologia, nos quais as idosas optavam pela atividade de preferência e
praticavam seguindo orientações e exemplos manuais das próprias
acadêmicas. Resultados: foi possível perceber a motivação e entusiasmo com
as atividades manuais, a interação social do grupo, além da promoção de
autonomia tendo em vista que as idosas participantes passaram a criar e
elaborar sem ajuda produções artesanais que surpreenderam às acadêmicas
orientadoras do projeto. Conclusão: possibilitar atividades prazerosas,
recreativas e motivadoras propiciam autonomia, criatividade, interação social e
bem-estar.
OS EFEITOS DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS SOBRE A SARCOPENIA EM IDOSOS:
REVISÃO SISTEMÁTICA
Luis Fernando Ferreira, Marcio Roberto Machado Danni, Alexandre Severo do Pinho, Bruna
Galvão Arbusti, Eloisa Schunck,Laura Burg, Patrícia Viana da Rosa, Marcelo Faria Silva, Luis
Henrique Telles da Rosa
Universidade Federal de Ciências da Saude - UFCSPA
Introdução: A literatura relata que sessões de exercícios produzem efeitos
benéficos no tratamento de indivíduos com sarcopenia, porém a maior parte
dos estudos realizados com indivíduos sarcopênicos apresentam metodologia
inadequada, como amostras pequenas, ou resultados conflitantes. Objetivo:
Realizar uma revisão sistemática sobre estudos que avaliam o efeito da
intervenção de programas de exercícios sobre a massa muscular de indivíduos
idosos com sarcopenia. Metodologia: A estratégia de busca se desenvolveu
nos bancos de dados PubMed, Medline, Lilacs, PEDro, Embase, Science
Direct, e a Biblioteca Cochrane. A busca abrangeu artigos publicados até
novembro de 2013. Os termos primários de pesquisa utilizados foram:
“Exercise”; “Sarcopenia” e “Randomized Clinical Trial”. As buscas na literatura
resultaram na coleta de 1.580 referências, antes da análise de estudos
duplicados, e 1.561 referências originais depois desta análise. Foram incluídos
ensaios clínicos comparando um grupo submetido a um programa de
exercícios contra um grupo controle no tratamento de indivíduos idosos com
sarcopenia. Dois revisores extraíram os dados independentemente. Os autores
dos estudos foram contatados quando informações adicionais foram
necessárias. Após a análise dos títulos e resumos, 91 estudos foram
considerados elegíveis e selecionados para a análise do texto integral. Destes,
23 estudos foram incluídos e 68 foram excluídos. Resultados: Os resultados
indicaram um aumento de massa muscular em 22 grupos de intervenção com
programas de exercícios físicos. Foi observado um aumento relativo da massa
muscular nos idosos que participaram das intervenções (Diferença das Médias
= +1,22%; IC 95% = 0,83 a 1,61; p= 0,0001). Conclusão: Os resultados das
análises são consistentes com os obtidos em outros estudos que sugerem uma
associação positiva entre programas de exercícios e o efeito sobre a massa
muscular. Portanto, o treinamento através de programas de exercícios é efetivo
em aumentar a massa muscular em indivíduos idosos com sarcopenia.
Palavras-chave: Sarcopenia; Ensaios clínicos randomizados; Exercícios;
PARTICIPAÇÃO SOCIAL DE IDOSOS CADASTRADOS EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Carolina Rebellato, Juliana Archiza Yamashiro, Thelma Simões Matsukura
Programa de
Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos.
RESUMO
Introdução: A participação social é considerada fundamental para o envelhecimento ativo,
além de ser um dos principais objetivos da reabilitação gerontológica. Entretanto, poucos
estudos têm investigado a participação social de idosos brasileiros. Objetivo: Identificar o
nível de participação social de idosos cadastrados em Estratégias de Saúde da Família (ESFs).
Método: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da
Universidade Federal de São Carlos, sob o parecer 518.999. Participaram do estudo 175
idosos independentes (109 mulheres e 66 homens; média de idade: 70 anos) cadastrados em
10 ESFs de um município de médio porte do interior de São Paulo. Os critérios de exclusão
consistiram em apresentar limitações que impossibilitassem a comunicação e
comprometimento cognitivo, pelo Mini Exame do Estado Mental. Os dados foram coletados
através de uma ficha de identificação e da Avaliação de Hábitos de Vida (LIFE-H 3.1-Brasil),
que é dividida em 12 domínios: Nutrição, Condicionamento Físico, Cuidados Pessoais,
Comunicação, Moradia e Mobilidade pertencentes ao subgrupo Atividades Diárias e os
domínios Responsabilidades, Relacionamento Interpessoal, Vida em Comunidade, Educação,
Emprego e Recreação do subgrupo Papéis Sociais. A análise descritiva dos dados foi
realizada pelo pacote estatístico SPSS versão 23. Os domínios Educação e Emprego do LIFEH 3.1-Brasil não foram considerados nas análises, devido ao baixo número de respostas.
Resultados: Os idosos apresentaram elevados níveis de participação, com média acima de 8
pontos do total de 10, com exceção do domínio Recreação (média de 6,4). Os domínios com
maior variação entre os participantes foram o Recreação, Mobilidade, Comunicação e Vida
em Comunidade. Os domínios com menor variação foram Nutrição, Cuidados Pessoais e
Moradia. Conclusão: A variabilidade nas pontuações de cada domínio evidencia a
complexidade e multidimensionalidade da participação social, sobretudo relacionado ao
subgrupo Papéis Sociais, que envolve atividades de interação social mais complexas. O baixo
nível de participação de idosos, mesmo que independentes, em atividades recreativas é
evidenciado na literatura científica, e reforça a importância de se criar estratégias que valorize
e motive a participação nesse campo ao longo da vida, além de oferecer oportunidades que
facilite o seu acesso. Outros estudos são sugeridos para verificar a influência de determinantes
contextuais no nível de participação social de idosos de diferentes graus de funcionalidade.
PERFIL DE PERDA URINÁRIA EM IDOSOS E SUAS RELAÇÕES COM AS QUEDAS, CAPACIDADE
FUNCIONAL E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE NO
MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE – RS
Brenda machado da rosa, Luis Fernando Ferreira, Samanta Peixoto Silva, Patrícia Viana da
Rosa, Luis Henrique Telles da Rosa
Universidade Federal de Ciências da Saude - UFCSPA
Introdução: Dentre os desfechos de saúde que acompanham o processo de
envelhecimento destacam-se as condições crônicas preditoras de fragilidade no
idoso, como a Incontinência Urinária (IU). A IU, atualmente considerada uma
síndrome geriátrica, está associada ao declínio funcional, queda e incapacidade,
representando um problema de saúde pública. Sabe-se, entretanto, que o risco de
desenvolvimento de uma doença crônica diminui progressivamente na medida em
que hábitos de vida saudáveis são incorporados, o que justifica ações preventivas
e de promoção à saúde. Objetivos: Descrever a prevalência de incontinência
urinária de idosos residentes na comunidade, e suas relações com as quedas, o
nível de capacidade funcional e o perfil antropométrico. Metodologia: Estudo de
corte transversal, realizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Amostra constituída por 547 idosos residentes na comunidade, de ambos os
sexos. As avaliações realizadas se deram através do ICIQ-SF, para avaliar a
presença de incontinência urinária, avaliação de quedas, Índice de Katz e Escala
de Lawton, para a capacidade funcional, e avaliação de peso, altura e IMC. Os
dados paramétricos estão apresentados em média ± DP e as frequências em
percentuais. Após as avaliações, os idosos foram divididos em Grupo com
incontinência urinária (GI) e grupo continente (GC). Resultados: A idade média da
amostra foi de 75,49 anos, sendo a maioria do sexo feminino (71,6%). Dentro os
idosos do GI, grupo que representou 32% da população total, 47% teve ocasiões
de quedas nos últimos dois anos, contra 28% GC. Em relação a funcionalidade, o
GI apresentou média de pontuação no índex de Katz de 4,8, contra média de 5,8
de 6 possíveis do GC. No Índice de Lawton GI e GC obtiveram média de,
respectivamente, 20,8 e 22, de 24 pontos possíveis. Quanto ao IMC, 19,1% do IC
apresentou algum grau de obesidade, enquanto 24,4% do GI teve a presença dos
mesmos níveis. O sexo também teve uma diferença significativa entre os grupos,
sendo 65% mulheres no GC e 85% no GI. Conclusões: Segundo os dados
apresentados, podemos perceber que há forte influência do sexo na incontinência
urinária, uma vez que houve 20% mais mulheres com IU. As quedas também
apresentam estreita relação com a IU, assim como a obesidade, tendo tido
resultados expressivamente maiores no GI. Já a capacidade funcional, embora
tenha apresentado diferenças entre os grupos, não parece significativa, dadas as
pequenas alterações.
PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS PARTICIPANTES DO PROJETO
VERANÓPOLIS: PREVENÇÃO PROMOÇÃO DE SAÚDE
Diana Saiara Bruscato, Neide Maria Bruscato, Lilian Vivian, Emílio Hydeyuki Moriguchi,
Berenice Maria Werle, Diego Gnatta, Leandro Tasso, Luciana Mello de Oliveira
Universidade de Caxias do Sul- RS, Projeto Veranópolis: Prevenção Promoção de
Saúde
INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que leva ao
aumento no número de doenças crônicas e, consequentemente, ao uso de considerável
quantidade de medicamentos por essa população.
OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo analisar o perfil de utilização de
medicamentos por idosos residentes na cidade de Veranópolis/RS.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional analítico e utilizou como fonte de
análise o banco de dados do Projeto Veranópolis: Prevenção Promoção da Saúde. Foram
utilizados dados referentes a variáveis gênero, idade, estado civil, escolaridade, renda,
doenças e medicamentos utilizados. Foram incluídos no estudo indivíduos com idade
igual ou superior a 60 anos, de ambos os gêneros e residentes da cidade de
Veranópolis/RS. Os medicamentos foram codificados de acordo com o sistema de
classificação Anatomical Therapeutical Chemical. O uso de medicamentos
potencialmente inapropriados foi avaliado segundo os Critérios de Beers. A polifarmácia
foi definida como o uso de 5 ou mais medicamentos. A essencialidade dos medicamentos
foi avaliada através da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e da Relação
Municipal de Medicamentos Essenciais. A análise estatística foi realizada com o auxílio
do software SPSS Statistics®.
RESULTADOS: Dos 238 idosos avaliados, 71,0% eram do gênero feminino, com idade
média de 68,9 ± 6,3 anos; 68,1% eram casados e 69,3% viviam com o cônjuge. Quanto à
escolaridade, 71,8% estudaram menos de oito anos e recebiam menos que três salários
mínimos. A prevalência do uso de medicamentos foi de 92,4%, com uma média de 4,89
± 2,89 medicamentos por idoso. A hipertensão foi a doença mais citada, sendo os
medicamentos para o sistema cardiovascular a classe mais empregada e a
hidroclorotiazida como princípio ativo mais utilizado. Dos princípios ativos citados,
47,1% não se encontram na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, 63,2% não
se encontram na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais e 29,7% são
considerados medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. A prevalência de
polifarmácia foi de 34,5%, que foi positivamente relacionada com o gênero feminino e
menor renda.
CONCLUSÃO: O estudo de perfil de medicamentos nos idosos torna-se significativo,
podendo tornar-se instrumento de estratégias de intervenção, nos quais o município
poderá melhorar a qualidade de vida dos idosos, com foco na distribuição e uso racional
de medicamentos.
PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS ADMITIDOS EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Renata Breda Martins, Tamires Sayuri Saito Lang, Clarice da Fontoura Prates, Raquel Milani
El Kik Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Introdução: A desnutrição no ambiente hospitalar tem crescido significativamente em
todo o mundo. No idoso, a manutenção de um estado nutricional adequado é muito
importante, pois o baixo peso aumenta o risco de infecções e mortalidade. A triagem
nutricional no âmbito hospitalar permite detectar os pacientes em risco nutricional, e
dessa forma, realizar intervenção nutricional precoce, a fim de evitar que a situação se
agrave. Objetivo: Identificar o perfil nutricional de idosos admitidos em uma unidade
de emergência do Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo
transversal. Foram incluídos os idosos (≥60anos) em que foi aplicada a Mini Avaliação
Nutricional - Versão Reduzida ® , admitidos em uma unidade de emergência do Sistema
Único de Saúde, no período de junho de 2013 a janeiro de 2016. Foram utilizados os
dados sociodemográficos (sexo e idade), coletados através do prontuário dos pacientes.
Foi verificada a presença de risco nutricional através da Mini Avaliação Nutricional Versão Reduzida ® e do Índice de Massa Corporal. Os dados foram armazenados em
banco de dados Excel e analisados através do pacote estatístico SPSS 17.0. Para a
análise descritiva das variáveis foram utilizadas frequência absoluta e relativa, média e
desvio padrão. Este estudo é secundário a um projeto previamente aprovado em Comitê
de Ética em Pesquisa. Resultados: Foram avaliados 1873 idosos, com média de idade
de 70,7 ± 7,8 anos, sendo 54,4% (1018) do sexo masculino. Em relação à classificação
da Mini Avaliação Nutricional - Versão Reduzida®, 18% (337) estavam desnutridos;
43,3% (811) apresentavam risco de desnutrição e 38,7% (725) tinham estado nutricional
normal. Segundo o Índice de Massa Corporal, 20,3% (381) apresentaram magreza,
34,7% (649) eutrofia e 35,6% (667) excesso de peso. Dos idosos, 9,4% (196) não
puderam ser classificados quanto ao IMC por não saberem seu peso atual e não haver a
possibilidade de aferição. Conclusão: Os idosos apresentaram-se em sua maioria
eutróficos pelo Índice de Massa Corporal, porém em risco nutricional Mini Avaliação
Nutricional - Versão Reduzida®, possivelmente por tratar-se de um instrumento mais
abrangente e sensível para o rastreamento nutricional. É importante que a primeira
avaliação seja realizada na admissão hospitalar, visando reduzir possíveis complicações
relacionadas à desnutrição.
PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS LONGEVOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE
INTERNAÇÃO GERIÁTRICA HOSPITALAR
Renata Breda Martins, Tamires Sayuri Saito Lang, Clarice da Fontoura Prates, Raquel Milani
El Kik Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Introdução: A expectativa de vida para os idosos longevos (≥80 anos) vem
aumentando a cada década, o que tem trazido implicações importantes, principalmente
na área da saúde, devido à maior frequência de comorbidades, e alterações nutricionais.
Portanto, é importante realizar o diagnóstico nutricional na admissão hospitalar do
paciente, além de iniciar a intervenção nutricional o mais breve possível, evitando a
instalação e/ou progressão da desnutrição. Objetivo: Identificar o perfil nutricional de
idosos longevos atendidos em uma unidade de internação geriátrica hospitalar.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com todos os idosos longevos
(≥80anos) admitidos em uma unidade de internação geriátrica hospitalar no período de
maio de 2014 a abril de 2016. Foram utilizados os dados sociodemográficos (sexo e
idade), presença de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, coletados através
do prontuário dos pacientes. Foi verificado o risco nutricional através da Mini
Avaliação Nutricional - Versão Reduzida ® e índice de massa corporal. Para a análise
descritiva das variáveis utilizou-se frequência absoluta e relativa, média e desvio
padrão. Este estudo é secundário a um projeto previamente aprovado em Comitê de
Ética em Pesquisa. Resultados: Foram avaliados 674 idosos, com média de idade de
87,1±4,9 anos, sendo 66,9% (451) do sexo feminino. A hipertensão arterial sistêmica foi
identificada em 65% (438) dos idosos e o diabetes em 25% (169). Em relação à
classificação da Mini Avaliação Nutricional - Versão Reduzida ® , 31,4% (132) estavam
desnutridos; 54,4% (229) apresentavam risco de desnutrição e 14,3% (8,9) tinham
estado nutricional normal. Dos idosos, 37,5% (253) não tiveram condições de responder
a Mini Avaliação Nutricional - Versão Reduzida ® , além de não terem acompanhante que
pudesse auxiliar nas respostas. Segundo o índice de massa corporal, 44,1% (297)
apresentaram magreza, 34% (229) eutrofia e 21,2% (143) excesso de peso. Conclusão:
A Mini Avaliação Nutricional - Versão Reduzida ® é um instrumento de rastreio de risco
nutricional validado para idosos, contudo pode apresentar limitações em sua aplicação
em algumas situações. A partir da sua aplicação foi verificada alta prevalência de risco
de desnutrição e desnutrição. O índice de massa corporal também identificou idosos em
desequilíbrio nutricional, evidenciando a importância da intervenção nutricional neste
grupo.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ENVELHECENTES
Rosane Seeger da Silva, Elenir Fedosse, Fernanda dos Santos Pascotini, Márcia Aparecida
Penna, Leatrice da Luz Garcia, Roselene da Silva Souza
Universidade Federal de Santa
Maria - UFSM
Introdução: O processo de envelhecimento de pessoas com deficiência intelectual é
uma discussão nova, até pouco tempo essas pessoas não alcançavam esta fase da vida:
tinham uma pequena expectativa de vida. O aumento da longevidade traz novos
desafios às suas famílias, a sociedade em geral e ao Estado. Objetivo: Nesse contexto, o
objetivo deste estudo é apresentar dados parciais, de uma pesquisa de mestrado,
caracterização sociodemográfico e nível de qualidade de vida de familiares e/ou
cuidadores de pessoas com deficiência intelectual de uma cidade de pequeno porte do
interior do RS. Metodologia: Trata-se de um levantamento censitário, baseado nos
pressupostos da pesquisa quantitativa, em que foram aplicados dois questionários
individuais, o primeiro, especialmente elaborado para este estudo, abordando aspectos
sociodemográfico e o segundo, a versão brasileira do instrumento - WHOQOL Bref.
Constituíram-se como critérios de inclusão: ser familiar ou responsável com idade igual
ou superior a 18 anos. Critérios de exclusão: famílias nas quais não foi possível
identificar o cuidador principal e os indivíduos que não quiseram participar da pesquisa.
Para análise dos dados foi utilizado o software SPSS 20.0 para criação das variáveis,
inserção dos dados obtidos pelos questionários e tabulação. A coleta de dados foi
realizada entre os meses de abril a setembro de 2015. Todos os cuidados éticos foram
observados, seguindo as disposições éticas estabelecidas pela Resolução 466/2012 do
CNS. O presente estudo foi submetido e aprovado pelo CEP/UFSM em 10/03/2015,
com o nº do CAAE 41459315.8.0000.5346. Resultados: Os resultados apontam que a
maioria dos cuidadores são mulheres (82,66%), mães (61,33%), com uma média de
51,56 anos de idade e com baixo índice de escolaridade (máximo de cinco anos de
escolarização). Em relação a qualidade de vida dos familiares e/ou cuidadores,
verificou-se que as pontuações médias mais elevadas dizem respeito ao Domínio Social
(M= 79,1; DP= 10,6), seguido do Domínio Físico (M= 74,6; DP= 14,6), do Domínio
Psicológico (M= 68,8; DP= 12,5) e finalmente o Domínio do Meio Ambiente (M= 60,9;
DP= 11,3), que apresentou o pior nível de satisfação. Conclusão: Portanto, os
cuidadores de pessoas com deficiência intelectual envelhecentes, necessitam de maior
atenção do governo e também dos profissionais que atuam com esta população,
disponibilizando qualidade nos cuidados com a saúde, oportunidades de recreação e
lazer, e apoio social.
PERSPECTIVA CINEMATOGRÁFICA DO DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Leatrice da Luz Garcia, Rosane Seeger da Silva, Marco Aurelio Acosta, Márcia Aparecida
Penna, Roselaine da Silva Souza
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Introdução: O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e
progressivo onde há modificações tanto morfológicas quanto funcionais, bioquímicas e
psicológicas que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do
indivíduo ao meio ambiente. Dentro deste contexto, ocorre um aumento significativo da
incidência de doenças neurodegenerativas, dentre elas as demências, que recebem este
nome, porque comprometem de forma significativa a memória e também outras funções
cognitivas. Objetivo: Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo é pesquisar na
indústria cinematográfica filmes com a temática Doença de Alzheimer (DA) a fim de
analisar se estes conseguem através de seu roteiro proporcionar informações relevantes
sobre as etapas da evolução desta doença para o espectador de forma que estes possam
utilizar deste meio de comunicação como um instrumento educativo. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa documental de caráter qualitativo, na qual foram estudados e
analisados filmes tendo a DA como temática principal. Foram encontrados 14 filmes
abordando a temática lançados no cinema no período de 1970 a 2014. Para uma análise
mais efetiva dos resultados encontrados optou-se por estruturar em tabelas as fases do
desenvolvimento da DA e os filmes analisados proporcionando desta forma uma
visualização mais didática. Resultados: Observamos que na maioria dos filmes houve
predominância dos sintomas de alterações de memória, espaço temporais, dependência
de familiares e alterações de comportamento, mas estes se demoraram mais nas cenas
onde aparecem as alterações de memória. Conclusão: Por fim, tomando-se os filmes
que tratam a DA e que tem o idoso como protagonista, podemos, de um certo modo,
recolher informações sobre as representações sociais da velhice e ainda, informações
muito relevantes sobre a doença, auxiliando os espectadores a identificar os sintomas
em si, bem como no outro.
PREVALÊNCIA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÔNICAS
EM IDOSOS RESIDENTES NA 4A CRS-RS E SEUS CUSTOS CORRESPONDENTES NO ÂMBITO DO
SUS
Iarema Barros Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
INTRODUÇÃO A população idosa brasileira vem apresentando crescimento
significativo. Da mesma forma, a população idosa do RS cresceu 47% nos últimos dez
anos, enquanto que a população total, apenas 15%.e o contingente de idosos está
vivendo em média 75 anos, totalizando 1,4 milhão de pessoas. Segundo IBGE, o
número de habitantes dos municípios da 4a CRS-RS é de 563.653, sendo 11,62%
(62.456) idosos. OBJETIVO: Analisar as internações hospitalares referentes a doenças
respiratórias crônicas em idosos residentes na 4a CRS-RS e seus custos correspondentes
no âmbito do SUS no período de 2008 a 2014. MÉTODOS: Estudo descritivo
retrospectivo de dados secundários publicados pelo Ministério da Saúde de forma online
pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, referente às internações
hospitalares decorrentes às internações de idosos com doenças respiratórias crônicas,
residentes nos municípios da 4a Coordenadoria Regional de Saúde, no período de
janeiro de 2008 a dezembro de 2014. A análise dos dados foi realizada por meio da
estatística descritiva (frequências absolutas e percentuais). RESULTADOS: O número
total de internações por doenças respiratórios residentes na 4a CRS-RS no período de
2008 a 2014 foi de 7.111 internações. Dessas, 56,97% (4.051) internações ocorreram
em pessoas do sexo masculino e 43,03% (3.060) em pessoas do sexo feminino. Com
relação ao valor total de AIH pagas (R$ 3.838.557,86), pode-se observar que 57,25%
(R$ 2.197.555,56) foram destinados para o sexo masculino e 43,03% (R$ 1.641.002,30)
para o sexo feminino. Além disso, houve uma redução de 29,65% dos valores totais de
AIH pagas. Dentre a lista de morbidades CID-10, a DPOC contribuiu com a maior
proporção de internações hospitalares por doenças respiratórios, correspondendo a
aproximadamente 94,22% do total de internações e ocorreram mais internações na faixa
etária de 70 a 79 anos em todo o período analisado. Os municípios de Santiago, Agudo
São Francisco de Assis, São Sepé, Restinga Seca, Santa Maria, Nova Palma, Júlio de
Castilhos, Jaguari e Cacequi apresentaram maior prevalência de internações hospitalares
por doenças respiratórias em idosos. CONCLUSÃO: Faz-se necessárias maiores
investigações em relação às internações hospitalares por doenças respiratórias crônicas
para a faixa etária mais envelhecida. Para que seja possível uma melhora do processo de
envelhecimento e, consequentemente, a manutenção da capacidade funcional desta
população.
Palavras-chave: Doença crônica; Hospitalização; Morbidade; Idoso.
PREVALÊNCIA DE DEPENDÊNCIA PARA AIVDs E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS
Jéssica Cristina de Cezaro, Ezequiel Vitório Lin, Rodrigo Britto, Marilene Rodrigues Portella,
Alisson Padilha de Lima, Marlene Doring
Bolsista CAPES, Universidade de Passo Fundo,
Passo Fundo/RS
INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional vivenciado nos últimos tempos tem
proporcionado mudanças sociais e demográficas. Observa-se que o envelhecimento tem
interferido muito na funcionalidade da pessoa idosa. Isso tem relação com as
dificuldades encontradas para a realização das atividades instrumentais da vida diária
(AIVDs), dependendo do estilo de vida que o idoso leva. A impotência frente às tarefas
do cotidiano deixa-o dependente, interferindo na sua qualidade de vida e repercutindo
no sistema de saúde de forma ampla.
OBJETIVO
Identificar a prevalência e os fatores que interferem na dependência para as
AIVDs dos idosos do município de Passo Fundo - RS.
MÉTODO
Realizou-se estudo transversal de base populacional. Participaram do estudo 196
pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Os dados foram coletados por meio de
inquérito domiciliar através de um questionário estruturado. Considerou-se como
variável dependente o desempenho nas AIVDs, e como variáveis independentes as
relacionadas às condições de saúde e características sociodemográficas. Realizou-se
análise descritiva e bivariada dos dados. Para verificar a associação entre as variáveis
categóricas, foi aplicado o teste qui-quadrado de Pearson a um nível de significância de 5%.
RESULTADOS
A média de idade dos idosos foi de 71,3 (± 8,4), cuja maioria era do sexo
feminino (60,2%). A prevalência de dependência para AIVDs foi de 30,6%. Na situação
conjugal, 63,3% dos dependentes para AIVDs não tinham companheiro (p=0,010).
Quanto à prática de atividades físicas, 61,7% dos dependentes para AIVDs não
praticavam nenhum tipo (p=0,001) e 33,3% apresentam alguma dificuldade para
marcha (p&lt;0,001). Apresentaram sintoma sugestivo de demência 33,3% dos
dependentes para AIVDs. Já nos independentes somente 2,7% (p&lt;0,001) apresentaram
sintoma sugestivo. Em relação aos idosos que necessitavam de cuidados, 51,7% eram
dependentes para AIVDs (p&lt;0,001).
CONCLUSÃO
Os resultados mostram que os fatores que interferem na dependência para
AIVDs são ausência de cônjuge, atividade física, déficit de marcha, necessidade de
cuidados e sintoma sugestivo de demência, aspectos fundamentais para o
direcionamento de estratégias de saúde preventivas e interventivas.
PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) E A CAPACIDADE
FUNCIONAL DE IDOSOS HOSPITALIZADOS
Graciele Ferreira de Ferreira Mendes, Ariel Eduardo Billig, Marcelle Moreira Peres, Renata
dos Anjos Castro Zilli Universidade Católica de Pelotas/ Hospital Universitário São
Francisco de Paula
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento está relacionado ao aumento da prevalência,
incidência e de mortalidade por DCNT, a presença de uma ou mais doenças desse grupo e o
não tratamento auxiliam para um manejo não adequado, podendo trazer como consequência
um declínio na capacidade funcional, caracterizada pela perda das habilidades físicas e
mentais necessárias para a realização das AVDs. OBJETIVO: Analisar a associação entre o
número de DCNT e a capacidade funcional de idosos internados em um hospital universitário.
MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal, incluindo idosos internados em um hospital
universitário, no período de janeiro a abril de 2015. A capacidade funcional foi mensurada
através da aplicação da Medida de Independência Funcional e uma consulta ao prontuário do
paciente foi realizada a fim de obter dados específicos sobre as doenças crônicas. Na análise
descritiva, foram feitas as distribuições de frequências absoluta e relativa para variáveis
categóricas, e média e desvio padrão para as variáveis contínuas. Na analítica, utilizou-se o
teste de qui-quadrado. RESULTADOS: Participaram do estudo 224 idosos. A média de idade
foi de 71,7anos (dp 8,7anos), a faixa etária de maior prevalência entre 60-69 anos de idade
(48,7%), um pouco mais da metade eram do sexo masculino (50,9%) e predomínio da raça
branca (79,9%). A média de comorbidades foi de 2,9 (dp 1,6) doenças por idoso sendo que,
5,4% relataram não ter nenhuma patologia e 26,3% afirmaram sofrer de 3 comorbidades.
Entre as ocorrências de maior frequência predominou a HAS (60,3%), seguida das
Cardiopatias (37,5%) e da Depressão (32,1%). Na avaliação do nível de capacidade funcional
pode-se constatar que 51,8% dos idosos apresentavam independência na realização das
atividades básicas de vida diária. Não houve associação significativa entre o número de
doenças associadas e a capacidade funcional (p = 0,3). Ao verificar a associação entre
Hipertensão, Diabetes, Depressão e Alzheimer com a capacidade funcional, Alzheimer foi a
patologia que apresentou significância estatística (p = 0,02). CONCLUSÃO: Com o aumento
do número de idosos torna-se necessário conhecer e quantificar as doenças que acometem
essa população a fim de criar parâmetros que permitam melhorar a qualidade de vida e bemestar desses pacientes, bem como traçar estratégias que visam otimizar o processo de
intervenção terapêutica. A doença de Alzheimer apresentou associação com a capacidade
funcional em pessoas idosas.
PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM LONGEVOS
Luisa Braga Jorge, Bruna Rios Rauber, Gabriela Guimarães Oliveira, Maria Marina Serrão
Cabral, Claudine Lamanna Schirmer, Ângelo José Gonçalves Bós
Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Resumo
Introdução: Censo brasileiro de 2010 observou um crescimento expressivo de longevos
(80 anos ou mais), quase 80% entre os dois últimos censos. Conforme a Organização
Mundial de Saúde a incontinência urinária é definida por qualquer perda involuntária de
urina e acomete principalmente as mulheres, repercutindo na qualidade de vida e
convívio psicossocial. Pouco se sabe sobre a prevalência de incontinência urinária em
longevos. De acordo com os sintomas pode ser classificada em incontinência urinária de
esforço (IUE), que ocorre a perda de urina quando há esforço ou exercício, como por
exemplo, espirrar, tossir, pular, rir intensamente. A incontinência urinária de urgência
(IUU) quando ocorre uma frequência aumentada do desejo miccional, ocasionando a
perda e a incontinência urinária mista (IUM) a que é uma associação da incontinência
urinária de esforço à bexiga hiperativa. Objetivo: Analisar a prevalência da
incontinência urinária em longevos. Métodos: Estudo observacional, transversal,
descritivo e analítico. Foram incluídos residentes na cidade de Porto Alegre, RS com 90
anos ou mais. Os participantes foram selecionados pelo método de conglomerados,
representando as 17 regiões do orçamento participativo. Estão sendo realizadas visitas
domiciliares multiprofissionais desde março de 2016. Dentre a avaliação geral, os
longevos responderam a pergunta: “Você às vezes perde urina mesmo que pouca?”.
Resultados: Foram identificados 68 e avaliados 47 longevos. A idade variou de 91 a
103 anos. A amostra constou de 31 mulheres e 16 homens. Destes 47 avaliados, 71%
das mulheres relataram incontinência urinária e 69% dos homens. Segundo a
caracterização da IU em mulheres, 35,48% IUM, 21,3% é de IUU e 6,45% IUE. Já nos
homens, 43,75 é de IUM e 6,25 de IUE e 18,75% de IUU. Conclusão: A perda de urina
é prevalente nas faixas etárias mais longevas e, devido à anatomia feminina, é queixa
mais comum entre as mulheres, mas na amostra estudada a diferença percentual foi
menos expressiva que o relatado em faixas etárias mais jovens. A relação entre gênero e
prevalência de IU não foi significativa (p=0,858). Longevos apresentaram maior
frequência de IUM e IUU que as longevas. Concluímos que os longevos homens
apresentaram uma prevalência de incontinência maior que o esperado. A IU afeta
negativamente a qualidade de vida, sugerindo uma maior atenção por profissionais da
saúde em informar sobre sua prevenção e tratamento.
PREVALÊNCIA DE OSTEOPOROSE E CONSUMO DE LATICÍNIOS EM MULHERES NO CLIMATÉRIO
Vitor Buss, Daiana Meggiolaro Gewehr, Vanessa Huber Idalêncio, Franciéli Aline Conte, Ligia
Beatriz Bento Franz
GERON, UNIJUÍ, Programa de Pós-Graduação Stricto Senso em
Atenção Integral à Saúde.
INTRODUÇÃO
Entre as doenças associadas com o envelhecimento feminino encontra-se a
osteoporose, a qual caracteriza-se pela desmineralização óssea, ocasionando
maior fragilidade e risco para fratura. Esta condição clínica é influenciada por
alterações hormonais verificadas no período do climatério, bem como pelo
baixo consumo de cálcio, sedentarismo, déficit de vitamina D, tabagismo e
etilismo.
OBJETIVOS
Identificar qual a prevalência de osteoporose e a frequência de consumo de
laticínios, considerados principais fontes de cálcio na dieta, por mulheres no
climatério.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo transversal descritivo, com população constituída por
mulheres no período do climatério com idade entre 35 e 65 anos, adstritas às
Estratégias Saúde da Família do município de Ijuí/RS, participantes da
pesquisa institucional “Estudo do Envelhecimento Feminino” da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, aprovada pelo Comitê
de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 864.988/2014. Para coleta de dados
foram realizadas visitas domiciliares para aplicação de questionário estruturado
sobre dados sociodemográficos, condições de saúde, hábitos alimentares e
consumo de medicamentos.
RESULTADOS
No total compuseram a amostra 232 mulheres, com média de idade de
50,41±8,37 anos. Em relação à osteoporose 20 participantes (8,5%) referiram o
diagnóstico, sendo que 5 (38,5%) utilizavam suplementação de cálcio e
vitamina D. Analisando o consumo de laticínios 15 participantes (6,5%)
referiram consumo equivalente a 3 ou mais copos de leite ao dia, 50
participantes (21,5%) referiram consumo equivalente a 2 copos de leite ao dia,
137 participantes (59%) referiram consumo equivalente a 1 copo de leite ao dia
e 30 participantes (13%) não possuíam o hábito de consumo de laticínios. Além
disso, 169 participantes (72,8%) referiram fazer uso de laticínios integrais.
Para determinar a insuficiência no consumo de laticínios adotou-se como
critério a negação juntamente com o consumo equivalente a 1 copo de leite ao
dia, classificando 167 participantes (72%) na respectiva condição.
CONCLUSÃO
Fica evidente a necessidade de ampla divulgação sobre a importância e
encorajamento do consumo de laticínios como principal fonte de cálcio na dieta
– juntamente com os demais cuidados no estilo de vida – para a prevenção de
ocorrência da osteoporose, principalmente no público feminino. Destaca-se,
ainda, que os laticínios são alimentos de fácil acesso e inclusão em
preparações culinárias.
PREVALÊNCIA DO USO DE MEDICAÇÕES EM PESSOAS IDOSAS COM ÍNDICE DE MASSA
CORPÓREA ELEVADO
Melina Rech Spanhol, Mônica Luísa Kieling, Adriano Pasqualotti
Fundo
Universidade de Passo
INTRODUÇÃO: A obesidade abdominal e a concentração de lipídeos séricos é um
importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Esse fato se deve,
principalmente, ao estilo de vida sedentário e ao uso de dietas hipercalóricas que
implicam na sobrecarga metabólica, aumentando a incidência de doenças, como a
obesidade e as dislipidemias. OBJETIVO: Verificar a prevalência do uso de
medicamentos para hipertensão, diabetes mellitus e colesterol e triglicerídeos
relacionado ao índice de massa corpórea. MÉTODO: Estudo observacional de cunho
transversal. Participaram da pesquisa pessoas idosas de um grupo de convivência. O
estudo compreendeu 850 participantes sendo que 739 (86,9%) mulheres. Para análise de
associação utilizou-se o teste de qui-quadrado, para um nível de significância de p ≤
0,05. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UPF (parecer
1.023.088). RESULTADO: De 817 idosos participantes da pesquisa, 505 relatam tomar
medicação para hipertensão arterial. Verificou-se que dentro desse quadro, 276 (54,7%)
são obesos, 210 fazem o uso da medicação para diabetes melittus e 117 (55,7%) estão
acima do peso, assim como os que relataram o uso de medicação para
colesterol/triglicerídeo alterados, onde 322 fazem uso de medicamentos, sendo que 182
(56,5%) são obesos. CONCLUSÃO: A obesidade caracteriza um processo que aumenta
o risco do idoso ser polimedicado. A porcentagem de idosos obesos que fazem o uso
para medicação para colesterol/triglicerídeo alterado, diabetes melittus e hipertensão é
significativamente maior entre as pessoas idosas obesas, na comparação com os
desnutridos ou os eutróficos. Manter uma vida saudável com alimentação equilibrada e
a prática de exercício físico regular é uma forma de combater a obesidade e dessa
forma, diminuir o risco da polimedicação em idosos.
Palavras-chaves: grupos de convivência, medicação contínua, idoso, obesidade
PREVALÊNCIA E FATORES EPIDEMIOLÓGICOS ASSOCIADOS À QUEIXA AUDITIVA EM IDOSOS
DO RIO GRANDE DO SUL.
Magda Aline Bauer, Ângelo José Gonçalves Bos
Grande do Sul - PUCRS
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Introdução: A audição é essencial para o processamento de eventos acústicos
e emissão e compreensão dos sinais de fala. A perda auditiva pode estar
associada ao declínio cognitivo, depressão e redução da funcionalidade.
Objetivo: O presente tem por objetivo analisar a prevalência de queixa auditiva
em idosos do Rio Grande do Sul e descrever o perfil dos participantes com e
sem queixa auditiva. Metodologia: Participaram do estudo 7315 idosos
entrevistados em suas residências, em 59 cidades gaúchas. Os critérios de
inclusão adotados foram ter 60 anos ou mais de idade e terem respondido a
questão sobre autopercepção auditiva. Foi aplicado um questionário inspirado
no Guia Global Cidade Amiga do Idoso da Organização Mundial da Saúde.
Para fins estatísticos foi realizado o teste de qui quadrado e regressão logística
para avaliar as correlações entre as variáveis. Resultados: Foram excluídos
139 idosos sem resposta à autopercepção auditiva e 9 por autorreferirem
surdez, totalizando 7167 idosos participantes. A frequência de queixa de perda
auditiva foi de 28% (2011) dos idosos, apresentando diferença entre gêneros,
etnia, renda, participação social. A média de idade dos idosos sem queixa
auditiva foi de 69,44(±6,91) e com queixa 72,8(±7,75) anos. Os idosos sem
queixa auditiva apresentaram 5,10(±3,78) anos de estudo comparado a
4,48(±3,49) anos dos com queixa. Conclusões: Na população idosa do Rio
Grande do Sul a prevalência atingiu 28%. A queixa está mais presente em
idosos homens, com cor preta, sem renda, não receberam atendimento de
saúde, realizam atividade social e comunitária, têm menor escolaridade e maior
idade.
PREVALÊNCIA ENTRE OS GÊNEROS DO USO DE MEDICAÇÃO CONTINUA PARA ANSIEDADE EM
PESSOAS IDOSAS
Mônica Luísa Kieling, Flávia Fernanda Cunha, Melina Rech Spanhol, Adriano Pasqualotti
Universidade de Passo Fundo
INTRODUÇÃO: Mulheres estão em maior risco de desenvolver transtornos como a
ansiedade. Suas queixas são mais frequentes sobre a saúde física e mental e podem
precisar de mais atenção multiprofissional. Medidas abrangentes que envolvem
comportamentos psicossociais e pessoais devem ser implementados para aliviar a
ansiedade em pessoas mais velhas. OBJETIVO: Verificar a relação entre o uso de
medicamento contínuo para ansiedade. MÉTODO: Estudo observacional de cunho
transversal. Participaram do estudo pessoas idosas participantes de grupos de
convivência. O estudo compreendeu 850 participantes, sendo 735 (86,9%) mulheres. No
que se refere à medicação, 207 (26,1%) fazem uso para ansiedade. Analisou-se as
pessoas idosas que realizavam atividades físicas de uma a quatro vezes por semana.
Para análise de associação utilizou-se o teste de qui-quadrado, para um nível de
significância de p ≤ 0,05. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
UPF (parecer 1.023.088). RESULTADOS: De 807 casos, 207 (26,1%) usam
medicamento para ansiedade, sendo que 192 (91,0%) eram mulheres e 19 (9,0%)
homens, frente às 507 (85,1%) mulheres e aos 89 (14,9%) homens que não utilizam a
medicação. O teste indicou relação de dependência entre as variáveis (p = 0,030). A
estimativa de risco foi 1,774 vezes maior a predisposição das mulheres idosas utilizarem
medicamento contínuo para ansiedade quando comparado com os homens idosos
estudados. CONCLUSÃO: As mulheres utilizam mais os medicamentos para ansiedade
do que os homens. A porcentagem de homens que tomam regularmente medicamentos
para ansiedade é baixa em relação às mulheres. Na velhice as mulheres encontram-se
mais ansiosas do que os homens e desta forma sugere-se que as elas busquem mais o
recurso medicamentoso para aliviar os sintomas da ansiedade.
Palavras Chaves: Ansiedade, Gênero, Grupos de convivência, Medicação contínua.
PROJETO CICLO DA VIDA – LAGGE ULBRA: O FUTURO PELO OLHAR DAS CRIANÇAS
Ademar Mesquita Jr , Isadora Silva, Geniffer Cardoso, Paulo Consoni Universidade Luterana
do Brasil
INTRODUÇÃO
Este Projeto pretende ampliar o termo de Educação Gerontológica para as crianças que
estão iniciando na pedagogia escolar sobre o ciclo da vida, a inclusão do saber sobre a
velhice e o envelhecimento, não somente nos aspectos biológicos, mas nas questões
políticas, sociais, econômicas e culturais. Inicialmente, buscamos informação dos
estudantes do ensino fundamental de uma escola pública do município de Canoas como
base para a estruturação do projeto.
METODOLOGIA
Estudo transversal através de coleta de informações dos alunos de uma turma do quinto
ano do ensino fundamental, por meio de questionário de respostas abertas. Dados foram
coletados no mês de março de 2015 em Canoas-RS.
RESULTADOS
s, 10 são meninas e 15 meninos.
com 11 anos, 5 com 12 anos e 1
de 13 anos.
e dos avós: entre 46 e 90 anos.
s todos os dias (ou paternos ou
maternos), 6 moram no mesmo terreno e os demais vêem de 3 a 5 vezes por
semana.
ostarem e amarem muito os avós.
e atenção ; o que menos
gostam: dos xingões.
nsideradas idosas: 1 aluno acha
que aos 40 anos; 6 aos 50 anos; 6 aos 60 anos; 9 aos 70 anos; 1 aos 80 anos e 2
aos 90 anos.
educação, amor, alegria, ajuda,
sem discussão porque eles são frágeis, espertos e sabem de tudo.
respostas); ficar com rugas (9
respostas); ficar mais doente/fraco (7 respostas); se aposentar (2 respostas); ter
que se cuidar mais (1 resposta); ficar mais sentado/parado (1 resposta).
re o assunto: 16 alunos desenharam o personagem com bengala; 2
em cadeira de rodas; 7 sem características específicas.
CONCLUSÃO
Este estudo de base para o projeto, evidencia que as crianças possuem uma visão do
idoso frágil, porém astuto, que vivem a senilidade de uma forma difícil e limitada
nas atividades de vida diária. No currículo escolar quase não há uma abordagem
sobre a velhice, o que contribui na promoção de preconceitos, os quais, respondem
aos anseios da juventude eterna, com uma visão estreita e vinculada a beleza
corporal e força muscular, esta, voltada somente para o aspecto biológico da vida.
Discutir as suas vivências, tanto, recebida dos meios de comunicação como na
capacidade de observação das crianças dentro do seu espectro de conhecimento e
envolvimento entre gerações dentro e fora do núcleo familiar, é essencial para
quebra de paradigmas e o desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária.
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM IDOSOS INTERNADOS EM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DO SUL: AVALIAÇÃO DOS MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE
INAPROPRIADOS PARA IDOSOS
Bruno Simas da Rocha, Fernanda Rossatto Machado, Caroline Tortato, Ricardo Moresco
Zucco, Kamila Pazza, Jacqueline Kohut Martinbiancho, Renato Gorga Bandeira de Mello
Hospital de Clínicas de Porto Alegre - HCPA
Introdução
A Farmacovigilância compreende a prevenção de efeitos adversos e
problemas relacionados a medicamentos, incluindo Reações Adversas a
Medicamentos (RAM). Os idosos são pacientes que possuem maior risco de
desenvolver RAMs, devido às alterações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas. Os medicamentos potencialmente inapropriados para
idosos (MPI) são fármacos com risco de provocar efeitos adversos superiores
aos benefícios em idosos.
Objetivos
Analisar as RAMs em idosos notificadas ao programa de Farmacovigilância de
Hospital Universitário do sul do Brasil.
Método
Estudo descritivo transversal, em que foram avaliadas as RAMs em idosos em
um Hospital Terciário Universitário, no período de junho/2014 a maio/2016.
Os medicamentos foram classificados em MPI conforme os Critérios de Beers
(2015). As RAMs foram classificadas de acordo com a causalidade,
previsibilidade e gravidade.
Resultados
Foram notificadas 994 RAMs, sendo que 267 (26,9%) foram em idosos e 58
(21,7%) eram MIPs. A média de idade dos idosos foi de 72,8 anos. Dos MPI,
65,5% eram potencialmente inapropriados em qualquer indicação e 32,8%
estão na lista de uso com cautela. As classes mais frequentes de MPI foram
analgésicos (17,2%), medicamentos com ação no trato alimentar (13,8%),
antiinflamatórios não esteroides (13,8%) e antipsicóticos (12,1%). Os MPIs
mais prevalentes foram: morfina (12,1%), metoclopramida (6,9%), digoxina
(6,9%), omeprazol (5,2%), carbamazepina (5,2%) e haloperidol (5,2%). Quanto
à causalidade, 53,1% eram provável e 46,9% possível. Quanto à
previsibilidade, 73,5% eram tipo A e 26,5% tipo B. Entre as RAMs notificadas
em idosos, 42,9% eram graves, 40,8% de gravidade moderada e 14,3% leves.
Conclusão
Os MPIs mais frequentes foram medicamentos altamente prescritos na
instituição, podendo ter relação com a elevada prevalência dos mesmos.
Acreditamos em um baixo número de MIPs envolvidos nas RAMs devido ao
alto número de antimicrobianos e por estes não estarem contemplados no
critério utilizado. A maioria das RAMs eram previsíveis, o que identifica uma
oportunidade de atuação da equipe de saúde na prevenção destas.
REDE DE SUPORTE SOCIAL DA PESSOA IDOSA INSTITUCIONALIZADA: DA FRAGILIDADE À
PROTEÇÃO
Michelle Bertoglio Clos, Paulo Consoni, Alexandre Cunha dos Santos, Estefânia A. S.,
Vasconcellos, Érica dos Santos Alves, Ana Maria Tancredo Alves, Gicele K. B. Pinto, Joelsa
Azevedo de Farias, Keli Lisiane Rodrigues Kuhn, Marcos Gelain, Rosângela Pereira, Tânia
Regina, Venâncio de Oliveira, Thais Dorneles Silveira
O presente trabalho refere-se ao mapeamento da rede de suporte social de pessoas idosas
institucionalizadas em uma Instituição de Longa Permanência no município de Canoas e tem
como fundamento o entendimento de que o conhecimento sobre a rede subsidia intervenções
que podem melhorar a qualidade de vida dos sujeitos, uma vez que a rede de suporte social é
percebida como um fator de proteção. Portanto, entende-se que as relações sociais e o apoio
social são fundamentais para a manutenção de uma vida digna em ILPI. Objetivo: Mapear rede
de apoio de idosos institucionalizados bem como os tipos de função que os membros da rede
exercem. Método: Aplicação do Diagrama da Escolta, tendo como pergunta disparadora: quem
é a pessoa mais importante da sua vida hoje? A partir disto a dinâmica se desenvolve para o
desvelamento das pessoas de referência do sujeito, bem como a função exercida no suporte
social. Resultados: Foram entrevistados 6 sujeitos, 5 mulheres, 1 homem, com média de idade
de 72 anos. A partir do Diagrama da Escolta foi identificada uma média de 9,6 membros por
diagrama, destes 7,1 são mulheres e 2,5 são homens. Dos sujeitos participantes, 2 com
diagnóstico de demência tipo Alzheimer apresentam as menores redes de suporte, média de 4
membros e nenhum na condição de vínculo de cuidado pós-institucionalização. Conclusão: A
partir das redes mapeadas é possível inferir uma diminuição de contatos na medida em que
processos demenciais se estabelecem. Também é possível constatar um número maior de
mulheres no suporte às pessoas idosas institucionalizadas. Quanto à função, há uma média de
4,3 membros para o suporte afetivo, enquanto que para o suporte financeiro o número cai
para média de 0,5. Os vínculos relatados pós-institucionalização são inferiores (média de 1,8)
aos vínculos pré-institucionalização (média de 7,8). Para garantia da proteção da pessoa idosa
institucionalizada é necessário preservar os vínculos pré-institucionalização e desenvolver
estratégias para que os sujeitos se sintam pertencentes ao espaço e consigam estabelecer
novos vínculos no sentido de ampliação da rede de suporte social.
RELAÇÃO DE QUEDAS COM FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS DE DUAS COMUNIDADES DE
PORTO ALEGRE
Arielle Rosa de Oliveira, Laysla Rödel Ribeiro, Luciana Tesainer da Fonseca, Luis Fernando
Ferreira, Luis Henrique Telles da Rosa Universidade Federal de Ciências da saúde - UFCSPA
Introdução: Com o aumento constante de idosos é necessário um maior
conhecimento sobre essa população e as síndromes e debilidades que a
acomete. Sendo a queda uma das causas que mais ocasiona debilidades
nessa população, devido aos traumas principalmente físicos, mas também
psicológicos, que eventos de queda provocam. Objetivo: Relacionar a
prevalência de quedas com influência de fatores como gênero, idade, nível de
escolaridade, ocupação, osteoporose, entre outros; ocorrência de fraturas e
risco de novas quedas em idosos de dois bairros da comunidade de Porto
Alegre. Métodos: Estudo observacional, transversal, de base populacional. Os
dados foram obtidos através de visitas domiciliares. A amostra de idosos foi
selecionada aleatoriamente de uma das equipes de Saúde da Família da Vila
do IAPI, bairro Passo D`Areia e do bairro Rubem Berta, município de Porto
Alegre. Foram utilizados questionários para obtenção dos dados demográficos
e epidemiológicos. Os dados foram analisados e quantificados através de
porcentagem. Resultados: Foram entrevistados 547 idosos, sendo que 34,2%
apresentaram uma ou mais quedas nos últimos dois anos, não havendo
diferença entre os sexos, com 30% dos homens participantes da amostra
apresentando quedas, e 35% das mulheres. A média de idade dos idosos que
tiveram queda foi de 76,1 anos, sendo que 45% destes apresentaram idade
entre 75 a 84 anos. Um percentual de 58% sofreu quedas fora do ambiente de
casa. A prevalência de quedas associou-se com não ter uma ocupação
(86,1%), residir acompanhado (80,7%), baixa escolaridade (67,9%) e
necessitar de ajuda nas tarefas diárias (60%). Em apenas 19,6% das quedas
houve fratura associada, sendo que desses idosos 66,7% declararam ter
osteoporose. Na avaliação pela escala de BERG 54,54% (107 de 187) dos
idosos que tiveram quedas apresentaram pontuação ≤ 3, que indica um risco
aumentado de cerca de 100% de novas quedas. Conclusões: O estudo
mostrou que a presença de quedas esteve relacionada a não ter uma
ocupação, residir acompanhado, ter baixa escolaridade e necessitar de ajuda
nas tarefas diárias. E em metade dos idosos que sofreram quedas o risco de
novas quedas é de quase 100%.
RELAÇÃO ENTRE DIABETES E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS INTERNADOS EM
UM SETOR DE CLINICA MÉDICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Ariel Eduardo Billig, Graciele Ferreira de Ferreira Mendes, Marcelle Moreira Peres, Renata
dos Anjos Castro Zilli Universidade Católica de Pelotas/ Hospital Universitário São
Francisco de Paula
Introdução: A presença de sintomas depressivos em idosos com diagnóstico
de diabetes mellitus é extremamente chamativo. É inegável que a presença de
uma doença metabólica com efeitos fisiológicos de grande impacto na vida do
sujeito remeta a sintomas depressivos. Diversos estudos reforçam a hipótese
de que a depressão tende a estar relacionada a deficiências orgânicas como a
diabetes mellitus. Tais estudos trazem como referência o uso de testes
psicológicos e neuropsicológicos para reforçar a ideia de que a depressão e a
diabetes mellitus estão correlacionadas. Além disso, alguns estudos trazem a
suposição de que pacientes com diabetes mellitus têm chances muito maiores
de desenvolverem depressão a curto, médio ou longo prazo, decorrentes das
perdas que esta doença acarreta, como dificuldades na visão e locomoção.
Objetivo: Analisar a presença de sintomas depressivos em idosos com
diagnóstico de diabetes mellitus. Método: Participaram do estudo, idosos com
idade maior ou igual que 60 anos, internados no setor de clinica médica de um
hospital universitário no período de janeiro a abril de 2015. Os dados foram
obtidos a partir da consulta ao prontuário dos pacientes com a devida
permissão dos mesmos, assinada em Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Resultados: A amostra foi composta por 224 idosos com média
de idade de 71,7 anos (dp 8,7). Do total 31,7% tinham diagnóstico de diabetes
e 32,1% (n=72) apresentaram diagnóstico de depressão sendo 27,2% (n=31)
homens e 37,3% (mulheres). A faixa etária de maior prevalência de sintomas
depressivos foi entre 60-69anos (43%). Em relação aos pacientes com
diabetes 42,3% (n=30) dos idosos com diabetes mellitus apresentam sintomas
depressivos, apresentado relação significativa (p=0,03) de sintomas
depressivos e diabetes mellitus em idosos. Conclusão: Os resultados
colaboram para a melhor compreensão dos sintomas depressivos em idosos
com diagnóstico de diabetes mellitus. Ademais, é importante salientar que a
prevalência de sintomas depressivos é maior entre idosos com diabetes
mellitus do que na amostra geral, levantando a hipótese de que ambas as
doenças estejam relacionadas. Isso reforça a necessidade do desenvolvimento
de pesquisas mais específicas envolvendo a depressão e a diabetes mellitus.
RELATO DE CASO DE PACIENTE IDOSO COM DIAGNÓSTICO DE MIELOMA MÚLTIPLO EM
CUIDADOS PALIATIVOS.
Erica Hilgemberg, João Ricardo Martinelli, Cerlei F. Franzoi, Ananda Beatriz Munhoz Cretella,
Vitor Last Pintarelli, Maurilio José Pinto
FAVI - Curitiba- PR
Introdução: Paciente P.O.G, 63 anos, sexo masculino, com diagnóstico de mieloma múltiplo
(IgA secretor + cadeia leve lambida) desde maio de 2012. Fez tratamento inicial com seis ciclos
de quimioterapia até fevereiro de 2013.
Transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TACTH) em junho de 2013.
Recidiva da doença em setembro de 2014 com progressão de doença em 2015 ( lesões ósseas
extensas em pelve e canal sacral). Devido lesão medular, apresentou perda de mobilidade e
sensibilidade de membros inferiores, incontinência urinária e fecal além de dor óssea e
instabilidade de tronco.
Hoje encontra-se em cuidados paliativos, internado em enfermaria oncológica para controle
de sintomas(ECOG 4).
Objetivo: Relatar a experiência clínica de acompanhar pacientes em cuidados paliativos e
discutir controle de sintomas em pacientes geriátricos oncológicos.
Método: Relato de experiência. Informações obtidas por meio de prontuário e revisão
bibliográfica.
Resultado: Não se aplica. Discussão de cuidados paliativos e controle de sintomas em
pacientes geriátricos oncólogicos.
Conclusão: Nos últimos anos está cada vez mais frequente na pratica clínica a prevalência de
pacientes oncológicos em fase terminal. Faz-se necessário, o conhecimento dessa prática e de
manejo de sintomas em pacientes oncológicos em fim de vida.
RELATO DE CASO: DISCINESIA TARDIA POR IATROGENIA MEDICAMENTOSA
Andréa da Conceição Spillere, Raquel Prado Thomaz
Resumo:
Introdução: C.B, sexo feminino, 94 anos, AVDs 4/6, AIVDs 0/9, trazida a
emergência por familiares por início a 10 dias de movimentos hipercinéticos de
membros superiores, inferiores e orolinguais. Sem sinais infecciosos
associados e sem outras queixas. Nega doenças crônicas prévias, porém fazia
uso de sertralina 50mg/dia, sinvastatina 20 mg/dia e clonazepam 0,25mg/dia.
Apresentava, na chegada hospitalar, sinais vitais estáveis, Glasgow 15, força
grau V difusa, reflexos vivos, com movimentos discinéticos orolinguais e
discinesia coreiforme em membros superiores e inferiores. Os exames
laboratoriais apresentaram-se sem alterações significativas e a TC de crânio
não evidenciou áreas isquêmicas novas ou lesões expansivas ou coleções.
Questionada sobre medicações em uso além das prescritas pelo médico
assistente, a mesma referiu uso de Lisador® (dipirona 500mg + prometazina
5mg + adifenina 10mg) 1 comprimido ao dia há alguns meses devido dores no
ombro. Objetivos: Atentar para iatrogenias medicamentosas e efeitos
adversos de medicações. Métodos: Relato de caso realizado em uma unidade
de internação geriátrica em um Hospital Terciário em junho de 2015.
Resultados: Suspeitado de impregnação por prometazina, então foram
suspensos o Lisador® e o clonazepam e foi iniciada clozapina 25mg meio
comprimido ao dia, com melhora gradual do quadro com remissão importante
da discinesia. Portanto, tratou-se de um quadro clínico sugestivo de intoxicação
por prometazina. Conclusão: A iatrogenia medicamentosa figura entre as
intercorrências mais frequentes em pacientes idosos internados em serviços de
geriatria devido às múltiplas comorbidades que estes possuem e que levam,
consequentemente, a um consumo de diversos medicamentos gerando a
polifarmácia. Isto, associado às mudanças na fisiologia do organismo do
indivíduo idoso - que contribuem para que a farmacodinâmica e a
farmacocinética das drogas seja alterada - leva a uma maior incidência de
eventos adversos associados às medicações. Sendo assim, se reforça a
importância da AGA e da revisão constante das medicações que o paciente
utiliza, bem como suas interações entre si e seus possíveis efeitos colaterais,
para que se possa oferecer um cuidado integral na atenção a saúde do idoso.
Ainda, ressalta-se que é fundamental retomar as bases da terapêutica
geriátrica com vistas a se evitar as iatrogenias, sendo assim deve-se lembrar
de sempre se empregar a menor dosagem necessária do medicamento e o
menor número de drogas possível.
REPERCUSSÕES DA MASSOTERAPIA EM PACIENTES IDOSOS COM LOMBOCIALTALGIA: UM
ESTUDO DE CASO
Matheus Bronzoni, Thamara Graziela Flores Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
(Santa Maria), Associação amparo e providencia Lar das Vovozinhas
Resumo:
Este estudo irá tratar sobre a dor lombar sendo que esta é definida como qualquer dor
que apresenta ou não rigidez articular e óssea, como limitação físico motora na região
que compreenda o dorso entre o ultimo arco costal até a ultima prega glútea, a
massoterapia pode ser associada a demais tratamentos para reduzir a dor dos pacientes
(TSUKIMOTO,2006). Este estudo teve como objetivos avaliar os benefícios da
massoterapia na diminuição do quadro álgico de um paciente com lombociatalgia, bem
como analisar através da Escala Analógica de Dor(EVA) o quadro álgico antes e após as
sessões de massoterapia, bem como após 6 sessões. O estudo de caso foi realizado com
a paciente T. M., 62 anos. Com queixa principal de “dor nas costas”. Foram realizados 6
atendimentos sendo avaliados pela EVA, antes de cada sessão e após finalizado o
atendimento. Durantes os atendimentos foram realizados as seguintes manobras
terapêuticas, deslizamento superficial e profundo, mas principalmente o profundo, pela
densidade muscular apresentada, digito pressão na maioria do atendimento, fricções e
rolamentos para tirar a aderência da fáscia muscular. A musculatura que foi feita as
manobras terapêuticas foram as seguintes: Trapézio, Grande dorsal, romboides,
levantador da escápula, serrátil póstero superior e inferior e eretores da espinha. A
pressão exercida era sempre de moderada a forte. E os atendimentos tinham duração de
45 minutos. Foi observado no primeiro atendimento a escala de EVAI foi classificada em 8
e a EVAF classificada em 4.No segundo atendimento foram mantidas as mesmas
condutas, porem foi possível notar através da palpação que a musculatura já não estava
tão tensa quanto no primeiro atendimento. Escala de EVAI classificada em 10 e a EVAF
classificada em 4. No terceiro atendimento foram mantidas as condutas, mas o paciente
relatou que naquele dia não havia tomado a sua medicação para dor. Escala de EVAI
classificada em 4 e a EVAF classificada em 4.No quarto atendimento foram mantidas as
condutas. Escala de EVAI classificada em 8 e a EVAF classificada em 4. No quinto
atendimento foram mantidas as condutas. Paciente relatou uma diminuição significante no
uso das suas medicações para dor. Escala de EVAI classificada em 5 e a EVAF
classificada em 3.No sexto e último atendimento foram mantidas as condutas, tendo como
resultados escala EVAI classificada em 2 e a EVAF classificada em 0. Pode-se concluir
que a massagem é uma ferramenta que promove analgesia nas dores lombares como já
citado em estudo e também podendo ser comprovado na pratica, assim o
massoterapeuta deve sempre estar atento as novidades e também buscar sempre ampliar
seu conhecimento afim de proporcionar o melhor atendimento para seus pacientes,
podendo ser um ele um sujeito modificador de vidas, através da melhora do seus
pacientes, no caso da lombalgia pode-se observar que a massagem é fundamental para
que ele retorne a suas atividades de vida diária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DANGELO, J. S.; FATINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3ª ed., São
Paulo: Atheneu, 2007. 763p.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 575p.
MOORE, L. M.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 6ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010. 1104p.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia Anatômica: terminologia
anatômica internacional. São Paulo: Manole, 2001. 248p.
DRAKE, R.L; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M. Anatomia para Estudantes. 2ª Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010. 1103p.
FREITAS, V. Anatomia: conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004. 272p.
ROCHA, Laurelize Pereira et al . Associação entre a carga de trabalho agrícola e as
dores relacionadas. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 27, n. 4, p. 333-339, Aug.
2016:3(2):659-72
PUTZ, R. PABST, R. Sobotta: Atlas de anatomia humana. 22ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007. Siqueira PH. Análise das alterações fisiológicas provenientes
da massagem clássica em função do tempo de aplicação.Rev PIBIC. 2006
TSUKIMOTO, Gracinda Rodrigues. Avaliação longitudinal da Escola de Postura para
dor lombar crônica: através da aplicação dos questionários Roland Morris e Short Form
Health Survey (SF-36). 2006. Dissertação (Mestrado em Reumatologia) - Faculdade de
Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
WATANABE, I. Erhart: Elementos de Anatomia Humana. 10.ed. São Paulo: Atheneu,
2009. 280p.
SIGNIFICADO DA VELHICE PARA IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E IMPLICAÇÕES PARA A
INTERAÇÃO DIALÓGICA
Josemara de Paula Rocha, Cláudia Aline Oliveira Safian, Aline Zuardi Maia, Ângelo José
Gonçalves Bós, Adriano Pasqualotti Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
-PUCRS, Universidade de Passo Fundo
Introdução: O idoso institucionalizado tem demandas de cuidados específicos voltados
não apenas ao estado de saúde, mas também ao seu desenvolvimento humano, tais como
a interação social e subjetividade. Para que ocorra a interação dialógica e o intercâmbio
dessas subjetividades, respeitando a individualidade e, como consequência,
contribuindo para a qualidade de vida, há a necessidade de criar espaços dialógicos nas
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Objetivos: Descrever os
significados atribuídos à velhice por idosos institucionalizados e suas implicações para a
interação dialógica. Método: Estudo de cunho qualitativo com análise de conteúdo
temática. O conteúdo analisado resultou de entrevistas a idosos participantes de oficinas
de educação gerontológica, mediadas por rádio-poste, em quatro ILPI da cidade de
Passo Fundo/RS. A rádio-poste era constituída de uma estrutura de rádio móvel e caixas
de som distribuídas no interior da ILPI. Além de escolher as músicas, os participantes
discutiam temas relacionados ao envelhecimento e tecnologias de informação e
comunicação. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Passo Fundo (parecer 449/2010). Os participantes tinham 60 anos ou
mais e deveriam ter capacidade de responder e compreender as questões investigadas.
Resultados: Participaram 23 idosos, sendo 69,6% mulheres com 78,1 anos em média; o
grupo tinha em média 5,8 anos de estudo; 56,5% viúvos e o tempo de
institucionalização médio foi de 36,6 meses. Identificaram-se as seguintes categorias
temáticas para o significado da velhice: i) relação com a funcionalidade, saúde e
doença; ii) alterações físicas e cognitivas; iii) mudança de papéis sociais. Em relação a
velhice e sua influência na interação, observaram-se diversos aspectos positivos, tais
como experiência de vida, tolerância e disponibilidade para diálogo e alguns negativos,
como por exemplo, dificuldades no manuseio de tecnologias de informação e
comunicação e a profundidade do conteúdo do diálogo na ILPI. Conclusão: A rádioposte possibilitou que os idosos tivessem um espaço para troca de experiências,
permitindo um sentimento empático frente ao outro que também vivencia este processo.
Os idosos relacionaram a velhice com perdas em diversos aspectos, porém, pareceram
conseguir aproveitar os ganhos que mantém a interação dialógica.
SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSO RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA
PERMANÊNCIA
Karoline Marques, Daniela de Mattos Silva, Marinês Leite, Neidiane da Rosa Universidade
Federal de Santa Maria
Introdução: Existe grande preocupação com os idosos que residem em Instituições de
Longa Permanência (ILPI), pois este faz parte do grupo vulnerável, suscetível a desenvolver
várias doenças. No processo de institucionalização o idoso sente-se excluído de seu contexto
familiar e enfrenta uma série de dificuldades na adaptação. Neste período o idoso pode
isolar-se dos demais, como demonstração de insatisfação, ocasionando, muitas vezes, a
depressão. A depressão é uma doença psiquiátrica muito comum entre os idosos, que afeta a
qualidade de vida. Objetivo: Verificar o que tem sido publicado sobre depressão em idosos
asilados. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa, com dados disponíveis online na
Biblioteca Virtual em Saúde. Delimitou-se para a pesquisa os documentos disponíveis em
texto completo, base de dados nacionais e internacionais, língua portuguesa, ano de
publicação de 2010 a 2015. Para a busca dos artigos utilizou-se os descritores: Idoso,
depressão, Instituição de Longa Permanência. Resultados: Foram encontrados 11 artigos
que abordaram a temática relativa a sintomas depressivos nos idosos institucionalizados, os
quais interferem de maneira significativa na qualidade de vida. Os sintomas depressivos são
mais comuns entre as mulheres, geralmente levam ao declínio da capacidade funcional e da
cognição, deixando o idoso sem autonomia e mais dependente para a realização das
atividades cotidianas. Além disso, estão também relacionadas ao aumento do número de
idosos acamados em ILPIs. A maioria dos idosos institucionalizados não está contente com
sua situação atual, sendo o grau de bem-estar pessoal insuficiente, com o índice de satisfação
global baixo e a autoestima mínima. Conclusão: A depressão em idosos é um sério e
crescente problema de saúde pública, trazendo prejuízos à vida familiar e à comunidade. Não
é parte normal do envelhecimento, é uma doença, e deve ser reconhecida e tratada
efetivamente, em especial, entre os idosos institucionalizados. A institucionalização, pela
inexistência de uma rede de apoio social eficaz, seja por falta de condições econômicas, seja
por abandono familiar, pode ser considerado um importante fator desencadeante deste
processo. Os altos índices constatados nos reportam a pensar em planejamentos capazes de
suprir esta lacuna, proporcionando uma melhor qualidade de vida e um “envelhecer” com
mais dignidade.
TEMÁTICAS DO ENVELHECIMENTO DIRECIONADAS ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS CONCRETIZANDO
AÇÕES INTEGRANDO SABERES ENTRE UNIVERSIDADE E GESTORES MUNICIPAIS DA
ASSISTÊNCIA SOCIAL NO CENTRO SERRA – RS
Laise Kunz, Rosane Seeger da Silva, Marco Aurélio de Figueiredo Acosta
Federal de Santa Maria - UFSM
RESUMO
Introdução: Na região central do RS, composta por 13 municípios, possui
conforme IBGE (2013), 12.049 idosos representando (14,66%) acima da média
nacional, produzindo necessidades e demandas sociais que requerem
respostas políticas adequadas do Estado e da sociedade referentes as
temáticas do envelhecimento. Objetivo: Propor a realização de Seminários,
voltados à temática do envelhecimento no âmbito das políticas públicas, a fim
de informar e conscientizar os gestores que atuam diretamente com os idosos,
através das Secretarias Municipais da Assistência Social, nos treze municípios
que compõem a Região Central do Estado, interagindo saberes entre
universidade e prefeituras. Metodologia: Para conscientizar os gestores, sobre
a importância da realização do seminário, foram realizadas entrevistas e
aplicado questionário (BOAS, 2008) com os 13 gestores de cada município,
sobre as atividades desenvolvidas como os idosos, legalidade e fundo do
idoso, conforme a Lei Federal 12.213/2010, durante o período de seis meses
apresentando características qualitativas e quantitativas de perfil demográfico,
sob registro no CAAE (44253915.4.0000.5346), aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP/UFSM). Resultados: Conforme os resultados obtidos entre
2014 e 2016, verifica-se que ocorreram variações no percentual atendimentos
dos idosos nos municípios de (10,92% a 47,39% em 2014) para (08,19% a
61,53% em 2016), indicando aumento de atendimentos em 8 dos 13
municípios. Constatou-se que 4 municípios (30,76%), o percentual de
atendimento de idosos no CRAS diminuiu, mantendo-se estável (7,69%) em
Universidade
apenas um município, houve variação nos grupos de idosos de cada CRAS,
(38;46%), mantiveram o mesmo número grupos, (38;46%), aumentaram
número grupos e (27;076%), diminuíram o número grupos. Quanto ao índice de
legalização dos conselhos ativo em (2014 era 15,38%) passou em (2016 para
(23,07%) legalizados (15,38%), e em processo de legalização (46,15%),
demonstraram interesse legalizar e implantar. Conclusão: De acordo com os
resultados obtidos, podemos afirmar, que a realização dos Seminários sobre
Questões Voltadas ao Envelhecimento em 2014 e em 2016, contribuiu de
forma positiva em relação a atualização, aprimoramento e troca de saberes
entre gestores e universidade, melhoria nos percentuais de atendimentos dos
idosos no CRAS, legalização e implantação as das política públicas
direcionadas ao idosos.
Palavras chaves: Políticas Públicas; Envelhecimento; Assistência social.
TEMPO DE INTERNAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA E A RELAÇÃO
COM O ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS
Jamile Ceolin, Flavia Picoli Gheno, Vanessa Binotto, Loiva Beatriz Dallepiane Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Resumo
Introdução: O ritmo acelerado do processo de transição demográfica no Brasil está
associado ao aumento da procura por Instituições de Longa Permanência (ILPI). Essas
instituições tem o compromisso de suprir as necessidades básicas dos idosos,
proporcionando uma melhor qualidade de vida para essa população, entretanto os
limites impostos pelos recursos das ILPIs interpõem-se ao alcance dos objetivos
nutricionais dos idosos. Dessa forma é imprescindível uma avaliação nutricional
simples e sistematizada, que permita detectar de maneira simplificada os idosos
institucionalizados que estejam em risco nutricional permitindo uma intervenção
precoce e de maior eficácia. Objetivo: Associar o tempo de internação em uma
Instituição de Longa Permanência com o estado nutricional dos idosos. Métodos:
Estudo observacional, transversal, descritivo e analítico. Foram incluídos idosos acima
de 60 anos, moradores em uma Instituição de Longa Permanência de uma cidade do
interior do Rio Grande do Sul. Foram coletados os dados de tempo de internação no
prontuário dos idosos e realizado a avaliação nutricional, classificando o Índice de
Massa Corporal de acordo com os parâmetros de Nutrition Screening Initiative – NSI
(1994). Resultados: Dos idosos com menos de 5 anos de internação, 47,6%
apresentaram magreza, 28,6% eutrofia e 23,8% excesso de peso. Entre 5 a 10 anos de
internação, 57,1% apresentaram magreza, 14,3% eutrofia e 28,6% excesso de peso.
Entre os idosos com mais de 10 anos de internação, 50% apresentaram magreza, 25%
eutrofia e 25% excesso de peso. Conclusão: Os idosos que permaneceram entre 5 a 10
anos na Instituição de Longa Permanência apresentaram maior percentual de magreza
quando comparado aos idosos que residiam menos de 5 e mais de 10 anos. Cabe
ressaltar que a porcentagem de idosos com estado nutricional de magreza esteve mais
prevalente em todos os períodos de institucionalização.
Palavras-chave: Idoso. Instituição de Longa Permanência. Índice de Massa Corporal.
TEMPO MÉDIO DE PERMANÊNCIA HOSPITALAR DE IDOSOS COM FRATURA DE FÊMUR EM
DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL
Daniela de Mattos Silva, Karoline Marques, Marinês Leite, Neidiane da RosaUniversidade
Federal de Santa Maria - UFSM
Introdução: A fratura de fêmur está entre as lesões traumáticas mais comuns na população
idosa. Ela é causada, geralmente, por traumas pequenos e não intencionais, como queda da
própria altura, que ocorre em função de fatores extrínsecos e intrínsecos, representando
importante causa de mortalidade e de incapacidade na população de 60 anos ou mais de
idade.
As quedas podem impactar na vida do idoso de forma irreversível, pela possibilidade de fratura
de fêmur e, também, pelas consequências advindas da reabilitação pós-cirúrgica. Dentre as
complicações se encontram morbidades, mortalidade, deterioração funcional, hospitalização,
institucionalização e aumento no consumo de medicamentos e de serviços de saúde. Além
disso, alguns estudos vêm demonstrando o impacto financeiro dos recursos médicohospitalares utilizados no tratamento da fratura de fêmur para o sistema de saúde e para a
sociedade, devido ao tempo que o idoso necessita para sua recuperação. Objetivo: Avaliar o
tempo médio de permanência hospitalar de pacientes idosos com fratura de fêmur pelo
Sistema único de Saúde (SUS) nas diferentes regiões do Brasil. Metodologia: O estudo
realizado com dados secundários da base de dados do Sistema de Informações Hospitalares do
SUS - SIH-SUS, acessado no Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas
do Idoso - SISAP da fundação Fiocruz. Foram excluídos deste estudo pacientes com presença
de comorbidades podendo permanecer internados por mais tempo. Resultados: A região
Norte teve o maior aumento no tempo médio de internação, uma vez que passou de 11,81
dias no ano de 2010, para 12,67 dias no ano de 2012. Já na região Centro Oeste houve
inversão nesses resultados, pois reduziu de 9,73 para 9,38 dias, para os mesmos anos
estudados. Quanto ao número de internações verifica-se que, do ano de 2000 a 2014, as
regiões Norte, Nordeste e Sul acresceram em torno de 100%, passando de 0,69, 076 e 0,84 no
ano de 2000, para 1,36, 1,35 e 1,54, respectivamente.
Conclusão: O tempo de internação hospitalar nas diferentes regiões do Brasil está abaixo da
média proposta que é de 12 a 18 dias. Portanto, ressalta-se a importância do profissional de
saúde avaliar os idosos com risco de quedas por meio de instrumentos específicos para tal.
Também, propor intervenções que possam prevenir quedas, pois esse evento poderá trazer
outras complicações e, consequentemente, prejuízos na qualidade de vida do idoso e gastos
onerosos ao serviço público de saúde.
Palavras chave: Hospitalização, Idoso, Fratura de Quadril.
USO DO COLÍRIO DE ATROPINA PARA REDUÇÃO DO ÍNDICE DE PNEUMONIA NO PROCESSO
DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL E VENTILAÇÃO MECÂNICA
Luciana Marcon Barbosa Stoffel, Gabriela Decol Mendonça, Jessica Cristina de Cezaro,
Yolanda Peterson, Eliane Lucia Colussi, Cassiano Mateus Forcelini
Bolsista CAPES,
Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo/RS
INTRODUÇÃO
A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) na intubação
orotraqueal (IOT) segue sendo frequente e uma importante causa de mortalidade em
Centro de Terapia Intensiva (CTI). Durante o processo da IOT e ventilação mecânica, o
índice de broncoaspiração e intervenções pulmonares são comuns. A broncoaspiração
de saliva ocorre em razão da falta de proteção das vias aéreas, já que o mecanismo de
defesa está prejudicado pela presença do tubo introduzido na laringe, passando pelas
pregas vocais abduzidas.
OBJETIVO
Avaliar a eficácia e a segurança do colírio de atropina sublingual para reduzir a
broncoaspiração e o índice de pneumonias no processo de ventilação mecânica, por
conta de diminuição da produção de saliva.
MÉTODO
A pesquisa é um ensaio clínico, randomizado, duplo cego, realizado em Hospital
de referência na cidade de Passo Fundo. Os sujeitos pesquisados foram adultos
internados no CTI. A amostra de quarenta pacientes foi randomizada, sendo que vinte
pacientes receberam o fármaco ativo (duas gotas de colírio de atropina 1%, via
sublingual, de 6/6 horas) e o segundo grupo, também com vinte pacientes, recebeu
placebo. Os dados quantitativos foram apresentados como mediana e intervalos
interquartis e analisados com teste U de Mann-Whitney. Para avaliação dos qualitativos
foi empregado o teste de qui-quadrado.
RESULTADOS
A média de idade dos idosos foi de 53 (31,2 - 66,7), cuja maioria era do sexo
masculino (57,5 %). A incidência de pneumonia, a qual foi o desfecho de eficácia
primário deste estudo, foi de 25% na amostra total. Não houve diferença
estatisticamente significativa entre os grupos “Atropina” e o “Placebo” em qualquer
uma das variáveis, exceto no tempo até o inicio do uso dos tratamentos.
CONCLUSÃO
Este é um estudo pioneiro descrevendo o uso do colírio de atropina sublingual na
tentativa de redução das pneumonias. Observou-se que este fármaco não trouxe efeitos
adversos identificáveis no quadro clínico dos pacientes.
REFERÊNCIAS
BOUZA, E. et al. Continuous Aspiration of Subglottic Secretions in the Prevention of
Ventilator-Associated Pneumonia in the Postoperative Period of Major Heart Surgery.
Chest, v. 134, n. 5, p. 938-946, 2008.
MASELLI, D. J.; RESTREPO, M. I. Strategies in the Prevention of
Ventilatorassociated Pneumonia. Therapeutic Advances in Respiratory Disease, v. 5, n.
2, p. 131-141, 2011.
UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UMA INSTITUIÇÃO GERIÁTRICA
Isadora Silva, Geniffer Cardoso, Ademar Mesquita Jr, Paulo Consoni.Universidade Luterana
do Brasil - ULBRA
Introdução: O envelhecimento é acompanhado de alterações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas, e muitas vezes, patologias concomitantes. Isso desencadeia
constantemente efeitos colaterais e interações medicamentosas, as quais tornam alguns
medicamentos inapropriados aos pacientes idosos.
Objetivo: Avaliar a utilização de medicamentos em idosos de uma instituição de longa
permanência em Canoas/RS. Identificar o uso de medicamentos considerados
potencialmente inapropriados e medicamentos a serem usados com cautela, e se há
relação do fármaco em uso com o diagnóstico registrado em prontuário.
Método: Desenvolveu-se um estudo transversal realizado em julho de 2015, com idosos
de uma instituição geriátrica. A amostra analisada constituiu-se de 38 internos, com
idade a partir de 60 anos e de ambos os sexos. Foram consultados os prontuários para
coleta de dados. A avaliação das informações de cada interno baseou-se nos critérios de
Beers.
Resultados: Da amostra dos 38 internos, 22 são mulheres (57,8%) e 16 são homens
(42,1%) com idade média de aproximadamente 78 anos. Da análise, constatou-se que o
consumo médio de medicamentos por interno foi 4,71 sob um total de 65 medicamentos
em uso. Destes, 28 foram considerados sem relação com o diagnóstico documentado em
prontuário, 20 foram considerados potencialmente inapropriados e 16 foram
considerados medicamentos que devem ser usados com cautela. Das medicações sem
relação com o diagnóstico, vinte e sete internos faziam uso, sendo que os mais
utilizados foram o omeprazol (15,9%) e o paracetamol (14%). Das medicações a serem
utilizadas com cautela, trinta e um internos faziam uso, os fármacos mais utilizados
foram o AAS (28%) e a risperidona (12%). Das medicações consideradas
potencialmente inapropriadas, 29 internos estavam em uso destes remédios, sendo os
mais utilizados a risperidona (13,6%) e a imipramina (11,4%).
Conclusão: Esse estudo demonstra que se deve ter cuidado na prescrição do idoso, a
fim de evitar complicações, iatrogenia e uso de medicações sem a devida indicação,
visando uma melhor segurança do uso de medicamentos na terceira idade.
VIDEOFLUOROSCOPIA DA DEGLUTIÇÃO: ANÁLISE DE DADOS
Analice Calegari Lusa, Lia Mara Wibelinger
Universidade de Passo Fundo
INTRODUÇÃO:
A videofluoroscopia da deglutição é um exame dinâmico que permite identificar e
classificar o grau de disfagia, assim como, avaliar o risco de aspiração laringotraqueal.
Além disso, é considerado como avaliação “padrão-ouro”da deglutição.
OBJETIVO:
Descrever as características da deglutição em indivíduos adultos, idosos e longevos.
MÉTODO:
O estudo é transversal com abordagem descritiva de caráter retrospectivo. A amostra foi
composta por 85 exames de videofluoroscopia da deglutição realizadas no Hospital da
Cidade de Passo Fundo ano de 2015. Foi dividido entre população jovem/adulto (18
anos a 59 anos), idosos (60 a 79 anos) e longevos (&gt;80 anos) e analisado a idade média
da população, se há predominância de sexo na realização dos exames e os achados
referente ao grau de disfagia.
RESULTADOS:
Em todas as etapas constou predomínio do sexo masculino (58,1%) x feminino (41,8%).
93,5% foram encaminhados por especialistas neurologista. Como diagnóstico do exame,
entre adultos e idosos, prevaleceu a disfagia de grau moderado e para os longevos, de
grau moderado/grave.
CONCLUSÃO:
A idade interfere na qualidade do processo de deglutição e quando vem relacionado a
comorbidades há piora no quadro de disfagia.
VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS NO RIO GRANDE DO SUL
Bruna Borba Neves, Luisa Braga Jorge, Gabriela Guimarães Oliveira, Jéssika Cefrin Dantas
Neris, Alice Kalsing, Ângelo José Gonçalves Bós
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul - PUCRS
Introdução: Segundo o Censo de 2010, a população idosa brasileira totaliza 10,78% de
pessoas. No Rio Grande do Sul, os idosos representam 13,6% da população. Com o
crescimento acelerado desta faixa etária, aumentam os casos de violência doméstica. As
violências mais comuns são: violência física, violência psicológica, violência por
abandono e negligência e violência financeira. Objetivo: Analisar a frequência e os
tipos de violência doméstica em idosos no Rio Grande do Sul. Metodologia: Os dados
foram obtidos através de busca no DATASUS, em Informações de Saúde (TABNET),
informações epidemiológicas e de morbidade sobre violência doméstica contra idosos
(≥ 60 anos de idade) no Rio Grande do Sul, no período de 2009 a 2014. Resultados:
Dos dados obtidos, predomina a violência física com 2.406 casos, seguido de violência
psicológica com 1.452 casos e violência por negligência e abandono com 1.193 casos.
A violência financeira obteve menor ocorrência com 375 casos. No geral, de acordo
com as violências citadas, observamos no sexo feminino 2.417 casos e no sexo
masculino 1.683 casos, um número relativamente menor. Ao analisar a violência física
por gênero observou-se a ocorrência de 44% dos casos em homens (1.079) e 56% dos
casos em mulheres (1327), proporção próxima à distribuição populacional de idosos que
é de 43% de idosos e de 57% de idosas Conclusões: Acredita-se ser necessário
identificar precocemente a violência doméstica e investir em ações protetivas, ao passo
que o índice de violência, principalmente física mostra-se elevadíssimo nesta população.
Da mesma forma, acredita-se que haja limitações quanto às notificações no geral,
principalmente quanto à violência financeira. Supõe-se que construções sociais
negativas criadas a cerca da velhice e do gênero feminino estejam associados ao
predomínio de violência neste grupo. É necessário que profissionais da saúde estejam
capacitados a identificar casos de violência e tomar providências, pois muitos casos se
dão por pessoas do convívio da vítima e estão ao alcance do olhar do profissional de
Palavras-chave: Violência doméstica. Longevidade. Saúde Publica.

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