Caracterização da instrumentação associada ao
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Caracterização da instrumentação associada ao
Caracterização da instrumentação associada ao telescópio CDK20 Maiara Araújo Nogueira Ferreira¹; Paulo César da Rocha Poppe²; Vera Aparecida Fernandes Martin³ 1. Bolsista PROBIC/UEFS, Graduando em Física, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Orientador, Departamento de Física, Universidade Estadual de Feira de Santana, email: [email protected] 3. Participante do Projeto Galáxias Aneladas Peculiares, Departamento de Física, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Galáxias Peculiares; Espectroscopia: Óptico; Instrumentação Astronômica: Processamento de Dados. INTRODUÇÃO O telescópio instalado e em funcionamento no Observatório Astronômico Antares, modelo CDK20 (PlaneWave) de 0.51cm de abertura (espelho primário), foi adquirido através de recursos da FINEP e esta sendo empregado no estudo espectroscópico de galáxias peculiares1 brilhantes e próximas (z ~ 0.01) do hemisfério sul, através da seleção de alvos em potencial para posterior observação em telescópios de maior porte (OPD/LNA-1.60m, GEMINI Sul – 8.0m, SOAR – 4.1m, CFHT – 3.6m, ESO – 3.6m (NTT), da qual solicitamos sistematicamente tempo em projetos observacionais no óptico. Este projeto recebe o nome de STST (“Small Telescope to Search Target”), e consiste na obtenção de espectros de fenda longa de baixa resolução (R=λ/Δλ). Portanto, uma das necessidades iniciais consiste na caracterização da instrumentação existente (CCD, Espectrógrafo, Roda de Filtros e Óptica Adaptativa). Este projeto de Iniciação Científica abordará, apenas, a CCD SBIG ST-7E (Santa Barbara Instrument Group). O Manual de Operações desta foi à principal referência utilizada. Uma das características mais importantes em sistemas digitais, sobretudo nas aplicações de análises quantitativas de Fotometria, está na resposta linear da luz incidente no sensor da CCD (Charge Coupled Device) ou, Dispositivo de Carga Acoplada. Basicamente, a função principal consiste em coletar e converter os fótons incidentes na matriz de pixels do CCD, em um sinal eletrônico (elétrons). Posteriormente, os elétrons registrados são varridos eletronicamente até um registrador de saída, na qual lê, amplifica e associa a cada elétron um par ordenado (X,Y), o qual será recuperado para remontar a imagem anteriormente observada de um dado objeto astronômico (planeta, estrela, galáxia, etc.). Após a digitalização na saída, é esperado que o sinal eletrônico seja linearmente proporcional a quantidade de luz incidente no sensor do CCD. Se o pixel ao acumular fótons alcançar um determinado valor de saturação, a capacidade do mesmo em continuar acumulando carga diminuirá e, dessa maneira, sairá do regime de linearidade. METODOLOGIA Para perceber a resposta de linearidade do CCD que ora usamos no Observatório Antares, realizamos imagens flat-fields (variações de sensibilidade) e darks (corrente de escuro, térmica) no filtro V com variados tempos de exposições. Para os flat-fields, usamos uma lâmpada fraca (Hg) de 110V que irá iluminar de forma homogênea uma tela branca presa no teto da cúpula de observação, de modo que o telescópio, orientado de forma conveniente, receba a luz refletida e ilumine a superfície do CCD. Neste caso, o obturador deverá estar aberto. Os tempos irão variar de segundos a alguns minutos. No caso dos darks, as imagens deverão ser obtidas com o mesmo tempo de integração de uma imagem de ciência (galáxia ou estrela, por exemplo), podendo variar de minutos a algumas horas. Neste caso, o obturador deverá estar na posição fechado. As estrelas, padrões espectrofotométricas, serão utilizadas para obter as calibrações necessárias em fluxo. Como imagens complementares, foram feitas uma série de 50 imagens bias (viés eletrônico) com o tempo de integração de zero segundos (obturador fechado). Os resultados obtidos para as contagens, com os devidos erros associados, são plotados em função dos tempos de exposição para verificar o comportamento do CCD. Essa análise é importante, pois fornecerá um regime tempo no qual poderemos utilizar a CCD para obtermos um espectro com sinal/ruído necessário para o tipo de ciência que estamos propondo, ou seja, análise de linhas de emissão em galáxia peculiares. As reduções posteriores são realizadas com os softwares/tarefas de domínio público presentes no ambiente IRAF (Image Reduction Analysis Facilite, http://iraf.noao.edu/), escrito e mantido pelo NOAO (National Optical Astronomy Observatories, Tucson, Arizona). NOAO é operado pela Association of Universities for Research in Astronomy (AURA), Inc., em cooperação com o National Science Foundation. O Linux, distribuição Ubuntu, representa o sistema operacional padrão utilizado em nossas máquinas. RESULTADOS E DISCUSSÃO O CCD foi exposto a diferentes tempos de exposições “t”, obedecendo a relação 2t, até a saturação. As respectivas contagens, em função de “t”, foram agrupadas na Fig. 1, na qual podemos identificar claramente 3 regimes: A: de linearidade, até ~46x104 contagens; B: de fuga, caracterizada como “blooming”, i.e., que o excesso de elétrons passará para o pixéis adjacentes. Apesar de não termos feito a máscara do Obturador e de sabendo que as contagens não estão corrigidas no tempo que o obturador leva para abrir e fechar, isso não interferiu no resultado final da análise. Desse modo, para um determinado tempo de integração (t), é esperado que um pixel acumule uma contagem (c) de fótons, e sendo o mesmo dobrado também é esperado que as propriedades de aditividade e homogeneidade sejam preservadas. No entanto, sabemos que a carga acumulada alcança certo valor e a capacidade do pixel em continuar acumulando carga diminui, saindo, assim, do regime de linearidade. Do exposto, para perceber a resposta de linearidade do CCD que ora usamos no Observatório Antares, estamos propondo realizar imagens flat-fields (variações de sensibilidade) e darks (corrente de escuro, térmica) no filtro V com variados tempos de exposições. Para os flat-fields, usaremos uma lâmpada fraca (Hg) de 110V que irá iluminar de forma homogênea uma tela branca presa no teto da cúpula de observação, de modo que o telescópio, orientado de forma conveniente, receba a luz refletida e ilumine a superfície do CCD. Neste caso, o obturador deverá estar aberto. Os tempos irão variar de segundos a alguns minutos. Como observação, ainda não dispomos de uma lâmpada de HeAr para as devidas calibrações em comprimento de onda (desejável em função do conhecimento das posições das respectivas linhas). No caso dos darks, as imagens deverão ser obtidas com o mesmo tempo de integração de uma imagem de ciência (galáxia ou estrela, por exemplo), podendo variar de minutos a algumas horas. Neste caso, o obturador deverá estar na posição fechado. As estrelas, padrões espectrofotométricas, serão utilizadas para obter as calibrações necessárias em fluxo. Como imagens complementares, faremos ainda uma série de 50 imagens bias (viés eletrônico) com o tempo de integração de zero segundos (obturador fechado). Os resultados obtidos para as contagens, com os devidos erros associados, serão plotados em função dos tempos de exposição para verificar o comportamento do CCD. Essa análise é importante, pois fornecerá um regime tempo no qual poderemos utilizar a CCD para obtermos um espectro com sinal/ruído necessário para o tipo de ciência que estamos propondo, ou seja, análise de linhas de emissão em galáxia peculiares. As reduções posteriores foram realizadas com os softwares/tarefas de domínio público presentes no ambiente IRAF (Image Reduction Analysis Facilite, http://iraf.noao.edu/), escrito e mantido pelo NOAO (National Optical Astronomy Observatories, Tucson, Arizona). NOAO é operado pela Association of Universities for Research in Astronomy (AURA), Inc., em cooperação com o National Science Foundation. O Linux, distribuição Ubuntu, representa o sistema operacional padrão utilizado em nossas máquinas. O CCD é então exposto a diferentes tempos de integração “t” (t = 1, 2 ,4, etc. segundos), obedecendo a relação 2t, até a saturação. As respectivas contagens, em função de “t”, foram agrupadas na Fig. 2, na qual podemos identificar claramente 3 regimes: A: de linearidade, até ~46x104 contagens; B: de fuga, caracterizada como “blooming”, i.e., onde o excesso de elétrons passa para o pixels vizinhos; e C: de saturação, em ~65x104 contagens. Obs.: É importante salientar que as contagens registradas não estão corrigidas do tempo “infinitesimal” que o obturador leva para abrir e fechar. Contudo, essa característica física não interfere no resultado final. Outro resultado importante está relacionado ao desvio padrão associado às contagens da Fig.2. O desvio padrão revela o quanto de variação ou “dispersão” existe em relação à média. Podemos observar que um baixo desvio padrão (regime A) indica que os dados tendem a estar próximos da média; no regime B, ao contrário, observamos um desvio padrão mais alto, indicando que os dados estão espalhados por uma gama de valores. Fig. 1 – Curvas representativas das contagens de elétrons ( ) e do desvio padrão associado ( ) em função do tempo + de integração. Observe a resposta obtida nos regimes A, B, e C: linearidade, “blooming” e saturação, respectivamente. Fig. 2 – Desvio padrão associado às contagens de elétrons da Fig. 8. Observe a resposta obtida nos regimes A e B: linearidade e “blooming”, respectivamente. O valor do sigma referente as contagens constantes no regime C (~6.5 x 104), são muito próximos e não aparecem na escala do gráfico. CONSIDERAÇÕES FINAIS Do exposto acima, podemos concluir que a CCD possui um regime de linearidade satisfatória para os propósitos do STST (“Small Telescope to Search Target”). Foram observadas (imagem direta) determinadas galáxias peculiares próximas no visível, as quais foram selecionadas (como previsto no cronograma) que irão complementar os artigos relativos aos espectros ópticos obtidos no OPD/LNA-MCTI*. Finalmente, concluímos que o trabalho de iniciação cientifica foi de extrema importância para posteriores trabalhos ligada aos projetos de pesquisa do Departamento de Física, e também para o meu desenvolvimento acadêmico que servirá de base para posterior Pós Graduação na área trabalhada. *OPD/LNA-MCTI: Observatório do Pico dos Dias/Laboratório Nacional de Astrofísica – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. REFERÊNCIAS FAÚNDEZ-ABANS, M.; KRABBE, A. C.; DE OLIVEIRA-ABANS, M.; DA ROCHAPOPPE, P. C.; RODRIGUES, I.; FERNANDES-MARTIN, V. A.; FERNANDES, I. F. A study of the remarkable galaxy system AM 546-324 (the core of Abell S0546) Astronomy & Astrophysics, Volume 543, id.A64, 10 pp, 07/2012 DA ROCHA-POPPE, P.C.; FAÚNDEZ-ABANS, M.; FERNANDES-MARTIN, V. A.; FERNANDES, I. F.; DE OLIVEIRA-ABANS, M.; RODRÍGUES-ARDILA, A. ESO089G018 and ESO089-G019: long-slit spectroscopy of emission-line galaxies Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, Volume 402, Issue 3, pp. 1480-1488, 03/2010 FAÚNDEZ-ABANS, M.; FERNANDES, I. F.; DE OLIVEIRA-ABANS, M.; POPPE, P. C. R.; MARTIN, V.A.F. The ring galaxy HRG 54 103: a first study Astronomy and Astrophysics, Volume 507, Issue 3, 2009, pp.1303-1311, 02/2009