a praia da hora - Revista Náutica

Transcrição

a praia da hora - Revista Náutica
anjos da guarda de
quem tem um barco
Cinco homens do mar que estão
sempre dispostos a ajudar
edição nº 59 | Março — abril 2016 | r$ 8,90
Brava
a praia da hora
Como um
trecho
quase
esquecido
do litoral
de Itajaí
se tornou
a praia do
momento
em Santa
Catarina
os barcos que
vão estar lá
Grátis convite
CONHEÇA O EMPREENDIMENTO MAIS
SURPREENDENTE DO SUL DO BRASIL
Matrícula: nº 35.626 - 1° O.R.I. Itajaí. CRECI 249J
PRAIA BRAVA • ITAJAÍ • SC
• Imagens Reais •
• Vista Aérea •
• Área Zen •
PRAIA ARTIFICIAL PRIVATIVA • HIDROCAMINHADA • BAR MOLHADO • BOLICHE • ADEGA • CINEMAS • SALÃO DE BELEZA • POMARES
QUADRAS POLIESPORTIVAS • ACADEMIA • LAGOS ARTIFICIAIS • PISTA DE COOPER • GARAGE BAND • BRINQUEDOTECA • RESTAURANTE
MINIGOLFE • SAUNAS • PET SHOP • JARDINS • SALA DE JOGOS • PISCINA TÉRMICA COM RAIA • PISTA DE SKATE • E MUITO MAIS.
• Lago com Cachoeira •
Consulte unidades disponíveis para você viver aqui agora!
Rua: José Medeiros Vieira, nº 1300 - Praia Brava - Itajaí - SC
47 3349 0004 - www.procave.com.br
• Praia Artificial •
/procave
/procaveoficial
www.rioboatshow.com.br
Organização e Realização:
Patrocínio:
Apoio:
Segurança Oficial:
Cobertura Médica Oficial:
CURTA
/boatshoweventos
SIGA
@rioboatshow
Aconteceu...
Focker Magic Day
novidade
na festa
A nova Focker
265 FX também
participou do
passeio e pÔde
ser testada
pelas famílias
que aceitaram
o convite para
navegarem
juntas
O estaleiro catarinense Fibrafort
e revenda Mega Jet convidaram
seus clientes para um passeio
náutico de Floripa a Bombinhas.
E o programa foi um sucesso
Redução do arrasto
Por quê não
> 1 knot extra velejando?
Sistema Overdrive
Economia de combustível em
longos cruzeiros
Eficiência à ré
Inversão das pás faz com que o
hélice tenha a mesma eficiência
avante ou à ré
Hélices folding para veleiros de cruzeiro ou regata com duas ou três pás.
Calcule o hélice ideal para seu veleiro em nosso site.
Contate-nos e saiba mais
www.gori-propeller.com
Fone:
Em todo Brasil
51 3268-6675
4007-1517
www.equinautic.com.br custo de uma ligação local.
51 9714-9346
[email protected]
vendas.equinautic
facebook.com/Equinautic.Ltda
FOTOS DIVULGAÇÃO
Quem quis, pôde testar a
nova lancha da marca lá mesmo
Na chegada, na praia de
Zimbros, houve almoço e test
drive da nova Focker 265 FX
45 barcos participaram
do evento, que fez os donos
de barcos saírem da rotina
dos passeios de sempre
Náutica Sul
7
Aconteceu...
PaSSeio De
JetS Na BaÍa
Da BaBitoNga
A loja Sanáutica, de Joinville, levou
70 jets para passear nas águas da
mais linda baía de Santa Catarina
yacht Week
filas
de jets
A Baía da
Babitonga é
perfeita para
os jets. Mas
nem todos
que têm um
sabem disso.
Daí o passeio
promovido
pela Sanáutica
A Marina Itajaí e o Café de La
Musique sediaram um elegante
evento para donos de barcos,
que deve se repetir mais vezes
A ideia é que o Yacht
Week aconteça mais
vezes, usando sempre
a Marina Itajaí como
base para os barcos
O ponto alto do passeio
foi a parada para almoço
no mais novo bar da baía,
o transado Jet Píer, na
areia da praia de Itapoá
Alguns donos de
jets vieram de Curitiba
só para fazer o passeio
na Babitonga
novo P0nto
O novo bar
Jet Píer, bem
de frente
para a baía,
foi feito para
os donos de
lanchas e jets
e recebeu os
participantes
do passeio
com uma
gigantesca
paella
8
Náutica Sul
Os convidados saíram dos
barcos e foram para a festa em
carros cedidos pela Audi
FOTOS DIVULGAÇÃO
Além da parada no novo
Jet Píer, o passeio visitou São
Francisco do Sul, a ilha da Paz
e o tranquilo rio Cubatão
O coquetel de partida
foi na marina. E a
festa da chegada no
Café de La Musique
No total, mais
de 100 pessoas
participaram
do passeio
barcos
e carros
Os barcos
fizeram um
passeio até uma
das praias e a
festa começou
ainda dentro
deles. Na volta,
os convidados
foram de
carro para a
continuação do
evento
Náutica Sul
9
Aconteceu...
Tijucas, no litoral de Santa Catarina, teve
um dia inteiro de atividades náuticas, para
estimular a cidade a usar o rio que ela tem
FOTOS DIVULGAÇÃO
FeStiVal Náutico
rio tiJucaS
O evento foi promovido pela
Associação Náutica Acatmar,
em parceria com o Sebrae
festa
no rio
O Festival
de Tijucas
mostrou o
potencial
náutico
do rio que
banha a
cidade e
do próprio
município
Tijucas está em vias de criar
um polo náutico na cidade
9 aNoS Da
iNtech BoatiNg
Presente de
aniversário
Na venda
especial do
seu nono
aniversário, a
Intech ofereceu
condições
especiais de
venda para
os barcos da
marca, como a
nova Sessa C42
(ao lado)
O plantão de vendas, no Iate Clube Veleiros da
Ilha, aconteceu em parceria com a SC Yachts
10
Náutica Sul
FOTOS DIVULGAÇÃO
Para comemorar mais um aniversário, o
fabricante das lanchas Sessa promoveu
uma venda especial em Florianópolis
A Intech Boating produz no Brasil as
lanchas da marca italiana Sessa Marine
Aconteceu...
ITAJAÍ ESTÁ
AINDA MELHOR
E MAIS MODERNA.
A FORMA DE
RECEBER O CARNÊ
DE IPTU TAMBÉM.
45º VeleJaÇo
NoturNo
O clube Veleiros do Sul, de Porto Alegre,
promoveu mais uma tradicional regata noturna
FOTOS RIcARDO PeDebOS
dia de
madrugada
O vencedor do
45º Velejaço
foi um barco
cujo nome
tem tudo a ver
com as regatas
noturnas: o
Madrugada.
22 barcos
participaram
Desta vez, a beleza do pôr
do sol fez jus a fama do Guaíba
A regata começa no final da
tarde e avança noite adentro,
sempre às quartas-feiras
Sem complicação.
Sem sair de casa.
5º cruZeiro coSta Sul
14 veleiros navegaram de Paraty a Florianópolis,
para conhecer as belezas dos mares do sul
O roteiro teve paradas em
Antonina, São Francisco do Sul
e na nova Marina Itajaí
12
Náutica Sul
O Cruzeiro Costa Sul
acontece a cada dois anos
FOTOS DIVULGAÇÃO
festa em
cada Porto
Por onde
passam, os
barcos do Costa
Sul são recebidos
com festa. Em
Cananéia, teve
até canoa cheia
de ostras para os
velejadores
(ao lado)
O ponto alto do cruzeiro foi a
travessia do canal do Varadouro,
entre Cananéia e Paranaguá
Lei nº 6.678. Veículo: G.R. UM EDITORA (G R UM EDITORA LTDA. / CNPJ: 00.213.444/0001-05). 1 inserção página simples R$ 6.000,00.
Não há prêmios nem troféus.
Mesmo assim, todos querem ganhar
DE DESCONTO
Pague à vista até
15/3/2016
Correios
Internet
PARCELANDO EM
Pague a partir
de 15/3/2016
Agora, o seu boleto de IPTU 2016 chegará pelos
Correios e também poderá ser emitido pelo site
da prefeitura, com seu CPF ou número de cadastro
do imóvel. Confira as opções de datas, descontos
e condições de pagamento e continue contribuindo
para fazer Itajaí crescer ainda mais.
ATÉ
DE DESCONTO
Programa Itajaí
Mais Linda
Se você pagou o IPTU 2015 no prazo e está em dia com o município, seu boleto já vem com 10% de desconto.
BINÁRIO SÃO VICENTE
AV. BEIRA-RIO
*Você paga a primeira e recebe um novo boleto com as próximas 9 parcelas pelos Correios.
POSTO DE SAÚDE PORTAL II
REURBANIZAÇÃO CONTORNO SUL
Jorge de Souza
POR JORGE DE SOUZA
moda é um
fenômeno que
atinge também
as praias. Em Santa
Catarina, a primeira a
vibrar nos holofotes foi a
Joaquina, em Floripa, idolatrada pelos surfistas, que, nos
anos 80, atraía muita gente jovem
e bonita. Depois, Canasvieiras e
Balneário Camboriú entraram em
cena, com a invasão argentina. Em seguida, foi a vez da praia do Rosa, entre
Garopaba e Imbituba, virar a queridinha.
Até que os milionários e os beach clubs
transformaram Jurerê Internacional na faixa de areia mais cobiçada do estado, o que,
de certa forma, permanece até hoje. Mesmo
assim, a praia do momento no sempre dinâmico
litoral catarinense, agora, é outra. Esta aqui, a...
CADA VEZ
MAIS NA
MODA
Voo de
parapente
sobre a praia
Brava: uma
década atrás,
não havia
praticamente
nada nesta
área de Itajaí
PRAIA BRAVA DE ITAJAí
14
Náutica Sul
Náutica Sul
15
Praia Brava
16
Náutica Sul
CrESCIMENtO
E NAtUrEZA
A praia Brava
fica bem na
divisa de Itajaí
com Balneário
Camboriu e
está crescendo
barbaramente.
Mas quer evitar
de cometer os
erros da vizinha
A CArA
DA BrAVA
Guarda-sóis
padronizados
e muita
atividade
saudável:
a Brava é a
praia da hora
da bem organizada Associação de Voo Livre do Morro do Careca, cuja sede fica
no topo do próprio morro. “Aqui, além
da paisagem, os ventos são sempre favoráveis”, garante Jackson Bona, um dos pilotos. Mesmo quem não tiver coragem para
ficar balançando no ar sobre a praia, ainda assim pode aproveitar a vista da Brava
lá do alto do morro, que — uau! — é de babar.
Outra razão pela qual todos os olhos de quem
sabe das coisas passaram a focar esta praia foi a irresistível combinação de praia bonita com gente idem, uma
parceria na qual Santa Catarina sempre foi imbatível.
Hoje, nos fins de semana ensolarados, as areias da Brava reúnem a maior concentração de beldades e esportistas de praia (corredores, ciclistas, surfistas, jogadores de frescobol, etc.) da região, o que não é pouco, já
que Balneário Camboriú fica ali ao lado. Sobretudo no
canto sul, em frente ao Brava Sushi, que há muito deixou de ser um simples — mas excelente — restaurante japonês, para virar referência da parte mais agitada da
praia. Ali, uma formidável coleção de corpos esculpidos
nas melhores academias de Santa Catarina se aglomeram em torno da música que jorra na própria areia, feito
uma gostosa balada à beira d’água. É onde a Brava bomba ainda mais. Mas não é só ali que o bicho pega.
Balneário Camboriú fica ao lado.
Mas o pique da praia Brava é outro
FotoS: Jorge de Souza
m dos motivos
que catapultaram a praia Brava de Itajaí (embora ela fique
bem na divisa
com Balneário
Camboriú) ao
topo do ranking
das praias mais,
mais de Santa no momento
foi a sua beleza. A Brava é realmente
bonita, com uma larga faixa de areia e
um mar sempre limpo, porque, ao contrário das principais praias da região, não
existe nenhum grande rio por perto para
turvar suas águas. Além disso, ela fica entre
dois grandes morros que lhes servem de mirantes naturais.
Um deles, o morro do Careca, oferece uma vista aérea tão estupenda (tanto da
Brava, de um lado, quanto da orla de Balneário, do outro) que virou uma das mais famosas rampas de parapente, aquela emocionante
mistura de paraquedas com asa delta, do país. E
qualquer um pode experimentar a deliciosa sensação de voar, ao sabor dos ventos, sobre a empolgante paisagem da praia Brava: basta pagar cerca
de R$ 250 por um voo duplo, de cerca de 20 minutos, acompanhado de um instrutor credenciado
Jorge de Souza
Praia Brava
o longo da orla, alguns bares funcionam como clubes de praia, ou “beach
clubs”, como preferem ser
chamados, com espreguiçadeiras na areia e DJ’s
ao vivo debaixo de tendas, para quem quiser
sair da praia e dançar
ou apenas relaxar em
sofazões quase ao ar livre. É o mesmo estilo de Jurerê Internacional, só que aperfeiçoado, porque, quando o assunto é balada, a Brava sempre deu
aula. Mesmo na época em que não havia nada
na praia — só um quiosque frequentado por surfistas no canto norte, que foi ficando famoso pelos
luaus que organizava: o Galera’s.
No rastro do Galera’s, logo veio a Warung, até hoje
a mais famosa balada de música eletrônica do estado (e
uma das mais faladas do mundo), que entope de gente
Apesar do crescimento acelerado, o
canto norte ainda é bem sossegado
quando anuncia mais uma festa. Estrategica- DOS DOIS
lADOS
mente fincada na beira da praia, na Warung, O Morro
quando o dia amanhece, os primeiros raios do Careca
de sol incidem diretamente sobre o DJ que oferece
vista tanto
se apresenta lá no fundo, feito um holofote da Brava
da natureza. A galera vai, então, à loucura quanto de
Balneário
e a música avança também manhã adentro.
Mas não incomoda o restante da praia, porque a Brava
praticamente se divide em duas partes: a praia do sul,
onde o pessoal se concentra, e o canto norte, cujo acesso só pode ser feito por trás, porque uma lagoa divide
uma parte e outra da praia. No canto norte, a despeito das baladas, tudo ainda está mais ou menos como antigamente. Ou seja, não mais que meia dúzia de anos
atrás, porque nada impressiona mais na Brava do que o
seu crescimento espantosamente acelerado.
DUAS
prAIAS
Uma lagoa
divide a
Brava em
duas partes.
No canto
norte ainda
reina a
tranquilidade
Brava Beach
Lounge estilo
italiano, para
gente de bom
gosto
Onde a Brava bomba
Brava Home resort
Maior empreendimento
da praia em quantidade
de apartamentos, ainda
ganhará quatro novas
fases
Sesto Senso
O mais extraordinário
empreendimento residencial,
tem até praia artificial, com
areia de verdade
Algumas das principais atrações da praia
Felissimo Hotel
A mais elegante e
exclusiva pousada
e bistrô da praia,
embora não fique na
beira da areia
Brava Sushi
Infinity Blue
Maior resort da região,
fica isolado, cercado
de mata e com uma
praia praticamente
exclusiva, a do Buraco,
entre a Brava e
Balneário
18
Mirage
Morro do Careca
De onde partem os
parapentes, oferece
uma das melhores
vistas do litoral
Náutica Sulcatarinense
Em fase final de
construção, é
o prédio mais
falado da praia no
momento, porque
fica praticamente
dentro dela
Restaurante
japonês com
lounge e o pedaço
mais agitado da
areia da praia,
onde fica o seu
beach club
Fresh Market
Misto de beach
club e mall ao ar
livre temporário,
funcionou durante
o último verão e
deve voltar
Haka
Águas da Brava
Bar de praia, em
local bastante
agradável
O mais novo beach
bar do pedaço,
oferece balada
com DJ ao vivo
depois da praia
Baobá
Considerado o
melhor restaurante
de frutos do mar da
região atualmente,
tem mesas bem
frequentadas
Warung
Balada de praia
mais famosa de
Santa Catarina e
considerada uma das
melhores do mundo
da música eletrônica
Belvedere
Balada que
sucedeu a Kiwi,
que, por sua vez,
veio no rastro
da Warung
Galera’s
O mais antigo bar da
praia virou, também,
local de eventos
Náutica Sul
19
Praia Brava
desenvolvimento fulminante é o principal motivo pelo qual a praia Brava está
tão em evidência nos últimos tempos. Ou
uma mera consequência disso... Em menos de uma década, ela saiu da condição
de praia praticamente deserta, com acesso difícil por uma única rua de terra (reza
a lenda que as esposas de Itajaí sabiam
quando seus maridos haviam levado “namoradas” para a praia apenas olhando
para a lama no carro, no dia seguinte —
daí o canto sul da Brava ter sido apelidado de praia dos Amores), para se tornar o polo de empreendimentos imobiliários que mais cresce na região. E como ele
cresce rápido! Neste momento, perto de uma dúzia de novos
prédios e condomínios estão sendo finalizados e outros tantos
projetos avançam a passos largos. Todos, contudo, de alto padrão, o que tem ajudado a Brava a crescer com qualidade e certa
homogeneidade, porque, hoje, nada ali é barato.
A valorização da praia tem sido astronômica. Um terreno que
cinco anos atrás era oferecido por R$ 50 mil, hoje está sendo vendido por R$ 2 milhões. Ou mais. E praticamente não existe apartamento novo que custe menos do que isso. Uma cobertura no primeiro grande empreendimento imobiliário da praia, o
Só O
Brava Beach, que está na segunda das suas seis fases COMEçO
previstas, custa cerca de R$ 5 milhões. Ou o dobro dis- O Brava
Beach ainda
so no extraordinário Brava Home Resort, que, como o terá quatro
próprio nome diz, é um resort em forma de condomínio, outras fases,
mostra
com até praia artificial com areia de verdade, para quem oo que
potencial
não quiser caminhar até a original.
da praia
O PRIMEIRO NATIVO
orria 1986 e o então jovem surfista Maurício
Oliveira, que ninguém nunca chamou pelo
nome, só pelo apelido Zizo, não saía do canto norte da então pra lá de deserta praia Brava,
por conta de suas ondas. Até que veio a ideia de
montar uma barraca na areia e vender cerveja
para os outros surfistas, já que na Brava não havia nem água para beber. As latinhas iam no banco de trás (arrancado, para virar porta-malas) do
fusca de Zizo até a praia, sacudindo horrores na
estradinha esburacada de terra. Nascia assim o
Galera’s (o nome do negócio não poderia ser mais
adequado para atender uma clientela formada só
por amigos...), que existe até hoje (agora na forma
de um transado bar e casa de eventos), e que, durante muito tempo, foi sinônimo da própria praia
Brava. Os famosos luaus do Galera’s chegaram a
reunir mais de 3 000 jovens, nos anos 90, e significaram a descoberta do canto norte da Brava
como um ponto perfeito para baladas, numa época em que nem havia esta palavra. Depois, no rastro do Galera’s, vieram as baladas Kiwi e Warung,
esta, hoje, mais ou menos o que era o Galera’s naquela época. “O meu negócio sempre foi curtir a
vida e nunca pensei em ficar milionário”, diz Zizo,
que tratou de construir sua casa atrás do bar e virou o primeiro morador da Brava, onde vive até
hoje, agora com mulher e filho. “Mas se tivesse
imaginado que isso aqui ia bombar desse jeito, teria comprado mais alguns terrenos”.
DIVUlGAçÃO
30 anos atrás, Zizo fincou o primeiro bar
na Brava. E nunca mais saiu da praia
FotoS Jorge de Souza
BRAVA GENTE
prAIA CHEIA
Nos fins de
semana de
sol, as areias
da praia Brava
se enchem de
guarda-sóis.
Mas, para
manter um
crescimento
ordenado até
a cor deles é
padronizada
A Brava é onde,
hoje, todo
mundo gostaria
de estar. Por isso
mesmo, a praia
é muito bem
frequentada
Náutica Sul
21
Praia Brava
ELE DEU UM JEITO
Quando acabaram os terrenos, Adriano
fez a sua casinha e a estacionou na rua
tendência é que os preços conti- SíMBOlO
DA prAIA
nuem subindo, porque cada vez Na
Brava,
mais gente quer estar na praia tem
sobre a qual ninguém para de sempre um
parapente
falar. “A Brava ainda não che- voando
gou à metade de onde pode sobre a
praia
chegar”, garante Fabricio
Prazeres, dono do também mais comentado restaurante de frutos do mar
da região no momento, o festejado Baobá, onde alguns pratos do cardápio
levam o nome de condomínios da
praia: Brava Beach, Brava Home, Amores da Brava, Bravíssima, etc. Aliás, tudo na Brava leva o nome da praia, como
se isso fosse um atestado de qualidade. De certa forma, é
mesmo. No mínimo, uma prova de bom gosto. Pega bem estar na Brava. Ela é a praia da hora, embora, tecnicamente sejam duas. Como assim?
A confusão é culpa da curiosa geografia no canto direito da
praia, onde um riachinho, hoje mal percebido, já que foi praticamente engolido pelas ruas, marca a divisa entre Itajaí e Balneário
Camboriú. No passado, por conta daquelas aventuras extraconjugais de maridos infiéis e de casais em busca de um local ermo e sossegado para namorar, aquele canto da praia passou a ser chamado de
praia dos Amores. E o nome ficou, como uma maneira de diferenciar
a parte que pertence a cada município, embora, na prática, não exista faixa de areia alguma no lado de Balneário. Ou seja, tecnicamente, a
praia dos Amores não tem praia.
SEGUNDA
prAIA
O Brava Home
Resort tem
até praia
artificial, entre
um monte de
coisas mais
O que mais
impressiona na
praia é o fulminante
crescimento
imobiliário
Ontem... ...e hoje
Jorge de Souza
té alguns anos atrás, o marceneiro, pintor, eletricista, jardineiro, guardador de carros e o
que mais aparecer pela frente, Adriano Abreu,
o “Adriano Faz”, como ele próprio se apresenta (porque faz qualquer coisa que renda algum dinheiro),
morava de favor nos terrenos vazios da praia dos
Amores e ia mudando de endereço sempre que a
área era vendida. Até que chegou uma hora que
não havia mais terrenos livres para ele montar o seu
barraco, porque todos estavam virando empreendimentos imobiliários. A saída foi morar na rua, mas
ele fazia questão que fosse debaixo de um telhado.
Mas, como fazer isso sem ser expulso pela prefeitura? Esperto e habilidoso, ele, então, teve a ideia de
construir uma casinha sobre rodas e “estacioná-la”
numa rua perto da praia. Como não era propriamente uma casa, mas sim uma espécie de motorhome,
ainda que caseiro, construído por ele mesmo, a fiscalização nada pôde fazer. E lá se vão dois anos que
o folclórico Adriano vive em um local pra lá de privilegiado, no canto sul da praia Brava, na companhia
de Bob e Diamante, seus dois vira-latas. A luz vem
de um “vizinho”, que permitiu que ele esticasse um
fio até a sua “casa-reboque” (que jamais saiu de lá,
por sinal). E a água ele busca nos canteiros de obras
dos diversos prédios que estão sendo erguidos na
região. Um deles, por sinal, o mais caro do pedaço:
o Mirage, onde um apartamento não sai por menos
de R$ 2 milhões. Pois Adriano mora ao lado dele, na
mesma rua. Literalmente, na rua. Mas dentro de sua
casinha. Ele achou uma saída para a especulação
imobiliária da praia.
Jorge de Souza
BRAVA GENTE
Apenas 10 anos separam estas duas imagens e mostram o crescimento ultra-acelerado da praia Brava
Náutica Sul
23
Praia Brava
“Qualquer problema, procura o fulano!”
BRAVA GENTE
Jorge de Souza
Quem nunca ouviu este conselho ao sair para navegar, ainda mais quando o destino não é muito familiar?
DO QUIOSQUE
PARA A FAMA
O Baobá, do quiosqueiro Fabricio, virou
o restaurante mais comentado da região
ouco mais de década atrás, o itajaiense Fabricio Prazeres tinha um pequeno quiosque com
telhado de palha na areia da praia Brava, que
lhe servia de bar e moradia, porque era ali que ele
dormia, depois de ter trabalhado em uma empresa de pescados. A vida era difícil, os clientes não
passavam de meia dúzia de gatos-pingados e a
praia Brava ainda era um areião semideserto. Mesmo assim, ele acreditou que o conhecimento sobre frutos do mar adquirido nos tempos de empacotador de peixes haveria de servir para alguma
coisa no seu negócio e saiu garimpando as melhores — mas só as melhores — garoupas que encontrava no mercado da cidade, para servi-las no seu
quiosque, onde sua mulher fazia o papel de cozinheira. Foi o pulo do gato. E o boca a boca dos frequentadores da praia cuidou do resto. Hoje, Fabricio é dono do Baobá, o mais falado restaurante
de frutos do mar não só da praia Brava, como de
toda a região, incluindo Balneário Camboriú, onde
o que não faltam são boas mesas. A especialidade
da casa continuam sendo as garoupas — claro —,
agora promovidas a iguarias, graças aos dotes culinários da mulher de Fabricio, que virou chef. “Crescemos mais até que a própria praia Brava, que já é
um estouro”, orgulha-se Fabricio, que, no entanto,
até hoje mantém um humilde quiosque, na beira
da praia, agora operado por sua irmã. “Não esqueço minhas origens”, diz.
utra curiosidade da praia Bra- praia
saudável
va é que, embora a faixa de Seja na
areia seja dividida entre diver- praia ou
na orla, na
sos quiosques e beach clubs, Brava tem
que armam cadeiras e guar- sempre
alguém se
da-sóis para os seus clientes, to- exercitando
dos os equipamentos de praia
são (ou pelo menos deveriam ser...) brancos, para não poluir a paisagem. O detalhe
faz parte de uma série de medidas que visam um crescimento mais ou menos ordenado, como forma de evitar os erros cometidos em outras praias do gênero no passado. Como as infames
sombras que os arranha-céus de Balneário Camboriú provocam
na areia da praia da cidade. Por causa disso, na Brava, a altura dos
prédios em frente à praia é limitada, embora pelo menos um já
provoque o incomodo de tapar parcialmente o sol da tarde. Torce-se
para que seja o único caso.
“Nosso objetivo é tornar a Brava a melhor praia do país”, diz
o secretário de turismo de Itajaí, Agnaldo Santos. “Ela já está perto disso e ainda vai crescer bem mais nos próximos anos, porque
sua fama está apenas começando.” Disso ninguém duvida. Basta
comparar o que há ali hoje e apenas uma década atrás. Nem parece
a mesma praia. E, de certa forma, não é mesmo. É hora de ir para a
Brava, a praia da hora.
Meio lá, meio cá
praia Brava fica exatamente na divisa entre Balneário Camboriú e Itajaí, cidade a
qual pertence. Apenas um riacho no canto sul da praia (que, com o crescimento
da região, ninguém nem mais percebe), divide
os dois municípios e, também, a própria praia, já
que “do lado de lá do riacho”, na parte que pertence a Balneário, ela muda o nome para praia
dos Amores. Mas, na prática, esta praia nem existe, porque o tal riacho desagua rente ao morro
do Careca, no final da própria praia Brava.
Ainda bem que isso acontece, porque nada tranquiliza
mais o dono de um barco do que saber que, em caso de necessidade, pode contar com a ajuda de alguém, seja para socorrê-lo, resgatá-lo, indicar quem conserta isso ou aquilo ou
apenas orientar a navegação de quem chega de fora e não
conhece a região.
Em qualquer ponto do litoral brasileiro tem sempre alguém assim, disposto a ajudar os outros, mesmo que sejam
completos estranhos. A própria solidariedade dos típicos homens do mar estimula isso. Mas alguns vão bem além de apenas saudar os outros barcos que passam. São os amigos do
mar, sempre dispostos a ajudar.
A região Sul não é exceção neste quesito, muito pelo
contrário. Do litoral do Paraná às águas do Guaíba que banham Porto Alegre, há uma verdadeira legião de boas almas sempre prontas a dar uma mão para quem está a bordo
de um barco. E fazem isso sem nenhum interesse que não
seja resolver o problema e, eventualmente, ganhar um novo
amigo, o que fatalmente acontece.
Nas páginas seguintes, você encontrará cinco homens assim, cada um de uma região entre as mais frequentadas pelos donos de barcos do Sul do país (anote os contatos para qualquer eventualidade futura).
Todos são, acima de tudo, muito prestativos. Autênticos...
ANJOS
da guarda
de quem tem um barco
Cinco homens do mar com quem você
sempre pode contar, quando sair para navegar
Náutica Sul
25
Anjos do MAr
ARQUIVO FAMILIAR
premiado
Ciro e a
medalha
que recebeu
da Marinha:
ajudar é com
ele mesmo
O bom samaritano de Paranaguá
O caiçara Ciro Pereira já ganhou até medalha
da Marinha pelos muitos salvamentos que fez
“Não ganho
nada fazendo
isso, mas sei
que Deus
vai me dar
em dobro”
É só chamar
Ciro Pereira
VHF canal 68 (chamar Iná 2)
ou tel. (041) 3482-5005
26
Náutica Sul
pescador Ciro Pereira, que junto com a mulher, Iná, toca um
rústico (mas altamente indicado)
restaurante na beira da praia da
ilha das Peças, já perdeu a conta
de quantos resgates fez dentro e
fora da nem sempre tranquila baía de Paranaguá. “Nem sei, porque toda hora alguém me chama pelo rádio para ajudar e
é claro que eu vou”, diz, com a típica simplicidade dos legítimos caiçaras.
Um dos casos mais recentes aconteceu
neste verão. Três amigos saíram para pescar
fora da baía com um barco inflável, mas,
na volta, já fim de tarde, uma das bananas
do casco rasgou, esvaziou e o bote começou a encher de água. Por sorte, havia um
rádio a bordo e um dos ocupantes do barco conhecia a (boa) fama de Ciro, que já
respondeu ao chamado com algumas instruções. “Eu falei pra eles ficarem calmos,
vestirem os coletes salva-vidas e acenderem
a luz do barco, porque já estava anoitecendo e, no escuro, não dá pra achar nada no
mar. Daí, saí correndo de casa com um dos
meus filhos, peguei uma voadeira emprestada e fui lá pra fora da baía, procurar o barco. Não foi fácil, porque ventava um bocado, mas achei o barco. Quando cheguei,
eles já estavam com água pelos joelhos,
mas, mesmo assim, consegui trazer até o
barco de volta”, recorda.
Em outra ocasião, Ciro não pensou
duas vezes na hora de se jogar na água
para ajudar a embarcar o dono de uma
lancha que estava pegando fogo, bem ao
lado dele — e com sério risco de explodir. “O homem tinha queimado as pernas
e não conseguia subir no meu barquinho.
Então, me atirei na água, afundei e, lá de
baixo, pedi forças para Deus e empurrei
ele pra dentro. Deu certo, mas o barco ardeu inteiro”.
Por essas e outras, dois anos atrás,
Ciro foi homenageado com a medalha
Amigo da Marinha, dada pela Capitania
dos Portos de Paranaguá, que hoje ele usa,
orgulhoso, sempre que vai lá. Também é
lembrado pelo Corpo de Bombeiros da cidade, quando é preciso algum resgate no
mar. “Os barquinhos dos Bombeiros nem
sempre estão prontos para partir e eles
não conhecem a região tão bem quanto
eu, que nasci e sempre vivi aqui”, explica Ciro, de 56 anos, dois filhos e quatro
netos, que ainda pesca regularmente, para
abastecer o cardápio do restaurante mantido pela família, na ilha das Peças.
E é ali, ao lado das mesas, na varanda
da casa, que fica permanentemente ligado o rádio VHF, à espera tanto de alguma
encomenda de prato por parte dos barcos
que vêm de Pontal do Sul para almoçar na
ilha, quanto de um pedido de ajuda. “Não
ganho nada fazendo isso, a não ser novos
amigos, mas sei que Deus vai me dar em
dobro, em tempo de vida”, acredita o bom
samaritano dos barcos de Paranaguá.
/BRASILSPOT
Anjos do MAr
ARQUIVO FAMILIAR
24 horas
Paulo Morel
está sempre
no Veleiros
do Sul, mas
ajuda todo
mundo
O velho marinheiro do Guaíba
Quando algum barco precisa de ajuda, lá vai o
gaúcho Paulo Morel fazer mais uma boa ação no rio
Todos já
estavam
desistindo de
procurar o
comandante
desaparecido.
Menos ele
É só chamar
Paulo Morel
Clube Veleiros do Sul
Tel. (051) 3265-1717
28
Náutica Sul
conteceu em 2009. A lancha,
com uma família inteira a bordo,
encalhou em um dos bancos de
areia do Guaíba e o comandante pediu ao clube do qual é sócio, o Veleiros da Ilha, que mandasse ajuda, o que foi feito de imediato. Quando o
resgate chegou, ele entrou na água para
ajudar a empurrar o barco e facilitar o desencalhe. O casco soltou fácil, mas o piloto do barco de apoio, que não sabia que o
comandante havia desembarcado, seguiu
em frente, puxando a lancha para longe
e abandonando acidentalmente o comandante na água. Em seguida, escureceu e
ninguém enxergou mais nada.
Foi quando o clube foi novamente acionado, desta vez com um pedido
bem mais dramático: ajudar a encontrar
o comandante desaparecido no meio
do rio. E o clube, como de hábito nestes casos, acionou o mais experiente marinheiro que conhecia: o gaúcho Paulo
Morel, que não é funcionário do Veleiros do Sul, mas há décadas cuida de
um punhado de barcos de associados. E
Paulo, como sempre, respondeu de imediato, pulando da cama às onze da noite
e correndo para o meio do rio.
Lá, duas horas depois, quando todos
os barcos envolvidos na busca já estavam
desistindo e programando retornar só no
dia seguinte, “para procurar o corpo”, ele
se recusou a aceitar o que parecia inevitável e continuou vasculhando a área — até
encontrar o pobre homem só com o nariz fora d’água, tentando se manter em pé
no banco de areia, após mais de seis horas
dentro do rio. “Enquanto não aparecer o
corpo, sempre há a possibilidade de a pessoa estar viva”, diz Paulo, que sempre seguiu isso à risca nos muitos resgates que
já fez, tanto nas águas do Guaíba quanto na vizinha Lagoa dos Patos. “Na ocasião, disseram que eu era um herói, mas,
para mim, herói foi aquele homem, que
aguentou tanto tempo na água”, desconversa o velho marinheiro, de 64 anos, que
hoje conta com a ajuda do filho para socorrer os donos de barcos em apuros, com
a sua lanchinha Diamar 17. “O que mais
tem aqui no Guaíba é encalhe de veleiro
e, quando isso acontece, a única maneira
de soltar o barco é arrastá-lo de lado, para
que ele aderne e diminua o calado, soltando assim a quilha”, ensina. “Se puxar
pela proa ou pela popa, como a maioria
faz, vira um arado e a quilha enterra ainda
mais”, explica.
Mas, muitas vezes, só ensinar não basta. E lá vai Paulo para o meio do rio, resgatar mais um barco em apuros.
Anjos do MAr
sempre
na escuta
Binho passa
a maior parte
do tempo
na Tedesco
Marina, de
onde sai para
socorrer
quem precisa
O guardião de Balneário Camboriú
Nenhum
barco
conseguia
chegar perto
da lancha
acidentada.
Ele, então,
pegou um jet
e entrou no
labirinto
de pedras
É só chamar
Binho
Tel. (047) 8816-2356
30
Náutica Sul
ara o marinheiro Rubens Fernandes, que ninguém na Tedesco
Marina, onde ele sempre fica, conhece pelo nome, só pelo apelido Binho, ajudar qualquer pessoa
que esteja em dificuldades no mar é mais
do que uma obrigação — é uma satisfação. “Fico feliz quando sinto que o que eu
aprendi no mar foi útil para outras pessoas
também”, diz, com simplicidade, o jovem
marinheiro, de 29 anos, que desde os 12 trabalha com barcos. E ele fica emocionado
quando, depois, recebe um agradecimento, um abraço ou bem mais que isso, como
aconteceu — de novo — no mês passado,
em reconhecimento pelo difícil resgate que
fez, junto com o gerente de operações da
Tedesco, Ewerton da Luz.
Um grupo de amigos voltava de um
domingo a bordo de uma lancha no Caixa d’Aço, quando o marinheiro se atrapalhou na escuridão da noite e bateu em
um amontoado de pedras nas proximidades da praia de Laranjeiras, já bem perto
de Balneário. Com o impacto, a lancha
subiu nas pedras e ficou travada — além
de seriamente danificada. Nenhum outro
barco conseguia chegar perto sem correr
o risco de também bater nas pedras. Foi
quando Binho entrou em ação, depois de
saber do acidente, pelo rádio.
Com um jet ski, ele seguiu para o local e entrou no labirinto de pedras, duramente açoitado pelas ondas e sem enxergar nada, porque era noite, com o objetivo
de levar um cabo até a lancha acidentada,
para que ela pudesse ser puxada por outro barco a distância. Capotou duas vezes
durante as tentativas, mas conseguiu entregar um cabo na lancha avariada. Que,
como era de se esperar, ao ser puxada, começou a afundar. A ordem, então, foi que
todos se atirassem ao mar, com os coletes
salva-vidas que ele também entregou de
jet. E todos foram resgatados.
No dia seguinte, eternamente agradecida, uma das vítimas deu um emocionado
depoimento aos jornais, chamando Binho
de herói, entre outras coisas mais. “Voltei para casa só de madrugada, mas com a
alma lavada”, recorda Binho, que, dias antes, já havia participado de um duplo resgate, ao mesmo tempo. “O tempo fechou de
repente e, enquanto eu estava indo ajudar
uma lancha, que não achava o caminho de
volta, por causa da falta de visibilidade, outra me chamou, com pane no motor. Então, tracei uma rota no meu GPS e o joguei para a lancha que estava perdida e fui
ajudar a outra. Chegamos os três juntos na
marina”, recorda, feliz, o jovem anjo da
guarda de Balneário Camboriú.
Foto e Projeto Gráfico www.brunocastaing.com.br/nautica
Na hora de ajudar, o marinheiro Rubens Fernandes, o
Binho, não pensa duas vezes e sai correndo para o mar
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
HÁ 25 ANOS INVESTINDO EM QUALIDADE E CRIANDO UM NOVO ESTILO DE NAVEGAR
www.lanchascoral.com.br
Anjos do MAr
ARQUIVO FAMILIAR
à disposiÇÃo
Márcio Lima
e a filha: a
família já está
acostumada
com as saídas
dele para dar
uma mão aos
outros donos
de barcos
O plantonista de Porto Alegre
Quando o telefone tocou de madrugada, Márcio Lima já
sabia que não era coisa boa. Pulou da cama e foi para o barco
Ele desceu
de carro
até o litoral,
conseguiu
um barco
emprestado
e foi ajudar
o veleiro
avariado, no
meio do mar
É só chamar
Márcio da Equinautic
Tel. (051) 3268-6675
32
Náutica Sul
Equinautic é uma das mais
antigas lojas de equipamentos náuticos do Rio Grande do
Sul. Por isso, o seu dono, Márcio Lima, sempre costuma ser
lembrado quando surge algum problema nos barcos dos clubes e marinas de
Porto Alegre. Ou mesmo longe dali...
Como aconteceu recentemente, com
um veleiro que voltava de uma viagem a
Floripa e perdeu o leme durante um vendaval na costa gaúcha. “Meu telefone tocou de madrugada e eu logo deduzi que
não era coisa boa”, lembra Márcio. “Depois de ouvir o relato do comandante, que
estava sem leme no meio de um vendaval,
eu disse para ele que estava indo encontrá-lo. Só que eu estava em Porto Alegre
e ele a umas cinco milhas fora da costa!”,
recorda.
Márcio, então, pegou o carro, desceu até Tramandaí, no litoral, conseguiu
uma lancha emprestada e foi atrás do barco avariado, guiando-se apenas pelo GPS
para localizá-lo no mar. “Deu certo, mas
não foi nada fácil achar o danado”.
Mas a história não parou por aí. Uma
vez junto ao barco, Márcio ajudou a tripulação a retirar o leme quebrado do casco e o trouxe para o litoral, para ser sol-
dado. Enquanto isso, a tripulação ficou
tentando permanecer onde estava, mesmo sem o leme, até que ele retornasse.
Em terra firme, Márcio procurou um
soldador conhecido (todos do meio náutico no litoral gaúcho o conhecem), fez
o reparo e, imediatamente, voltou para o
mar, para reinstalar o leme no barco, que
só assim pôde seguir viagem. E tudo isso
em questão de horas. Depois, Márcio voltou para Porto Alegre, para atender normalmente os clientes de sua loja. “Sempre tive barco e sei bem o que é precisar
de ajuda e não encontrar ninguém. Por
isso, sempre ajudo”. diz ele.
E não são só os clientes da Equinautic que sabem que sempre podem contar
com a ajuda de Márcio, seja para socorrer um barco avariado ou apenas ensinar
como instalar um novo equipamento a
bordo, área na qual, por sinal, ele é um
craque. Mesmo quem não mantém contato frequente com ele ou com a sua loja,
se sente à vontade para procurá-lo quando
surge uma dúvida ou precisa de uma opinião sincera sobre este ou aquele equipamento náutico. “Tenho muitos amigos no
meio náutico e, felizmente, sempre ganho
novos, a cada dono de barco que me procura”, diz Márcio.
Anjos do MAr
Em caso de problemas nas águas de
Florianópolis, é só chamar o Tchello
“De jet,
eu chego
mais rápido”
É só chamar
Tchello (Floripa)
Tel. (048) 3232-9173
m Floripa, não há dono de jet ski
que não conheça este sujeito boa
praça, Marcelo Brandão, que,
no entanto, ninguém conhece pelo nome — só pelo apelido, Tchello. E por um bom motivo: todos
sabem que podem contar com ele para
ajudar no que for preciso em suas motos
aquáticas — de indicar consertos a socorrê-los, quando algo dá errado.
“Mexo com jets há 25 anos e é natural que todos aqui me conheçam”, diz
Tchello, hoje também dono da principal
marina de jet da ilha, a Pronáutica. “Quando qualquer coisa acontece, é para mim
ARQUIVO FAMILIAR
O jet brother de Floripa
jet ajuda
que eles ligam. Às vezes, até o Até os
Bombeiros
grupo de salvamentos do Cor- o chamam
po de Bombeiros faz isso, porque eles sabem que os jets são mais ágeis do
que qualquer barco de resgate”.
Além disso, Tchello destaca outra virtude das motos aquáticas: elas nunca afundam.
“Um jet pode encher de água e ficar quase
submerso, mas não afunda. E isso dá segurança também para quem faz um resgate”. E
ele completa: “Sob o ponto de vista da segurança, prefiro dez vezes estar num jet do que
em uma lancha pequena. Por isso, quando
me chamam, eu vou, porque sei que, de jet,
chego antes e com menos riscos”.
GTI SE 130
RXP-X 300
SPARK 2UP
3 novidades que
SÓ BARCÃO!
Schaefer 560
Prepare-se para se surpreender com
este barco, que, por dentro, parece bem
maior do que é e oferece mordomias
que só os iates costumam ter. Como,
por exemplo, sala aberta na proa.
Alguns barcos que estarão no próximo
salão náutico do Rio de Janeiro, para você
pensar seriamente em dar um pulo lá
Cimitarra 760 Fly
A primeira unidade com flybridge do maior iate já produzido pelo estaleiro gaúcho Cimitarra fará sua estreia no Rio
e promete fazer muito sucesso, porque estará disponível
para testes na água.
já valem a viagem
Prestige 77 BR
Iate francês com representação oficial no Brasil e, por isso mesmo, com alguns
melhoramentos que nem fazem parte dos modelos originais europeus. Como
cozinha na plataforma de popa e ar-refrigerado mais forte.
1
Schaefer 830
Evolução do modelo 800, tem flybridge com
o dobro do tamanho e teto solar. Um barco
que vai fazer todo mundo babar.
Triton 500 Fly
Pela primeira vez, o mais recente barco da marca paranaense Triton, esta lancha de 50
pés com flybridge e dois ou
três camarotes, dependendo
da vontade do dono, estará na
água, à disposição dos interessados em conhecê-la e testála. Outro atrativo é o seu preço,
de bom custo-benefício.
Às vésperas das
Olimpíadas, o Rio de
Janeiro está ainda mais
especial. Quem for ao
salão verá isso de perto
36
Náutica Sul
Azimut 56
Visto assim, por fora, o mais novo modelo brasileiro da tradicional marca italiana parece ser apenas mais uma Azimut. Mas
quem o visitar por dentro verá e sentirá as diferenças.
A nova Marina
da Glória será
uma atração
à parte no
salão carioca
2
3
Dufour 460 Grand Large
Lançado no ano passado, na França, a primeira unidade já chegou ao Brasil e estará
exposta no Rio, para os amantes dos veleiros.
Beneteau GT 42
Vem da França e é uma lancha de dois
(ou até três...) camarotes, com qualidade
bem acima da média.
Náutica Sul
37
3 novos veleiros
Princess 68
Coral 30C
Lancha inglesa que será
apresentada pela primeira
vez no Brasil, com quatro camarotes e nada menos que
quatro ambientes interligados no convés.
É a maior lancha de 30 pés
do mercado, porque tem,
além da proa sextavada,
nada menos que três metros
de boca, o que lhe dá um espaço interno excepcional.
FS 265 Premium
1
Ainda em projeto, esta lancha catarinense será apresentada
só no Rio, mas já se sabe que terá proa sextavada (portanto,
mais espaçosa) e ampla plataforma de popa (o que também
significa mais espaço a bordo).
Beneteau Oceanis 62
Os velejadores vão vibrar com o tamanho e
modernidade deste barco, de linhas pra lá de
elegantes e até quatro camarotes.
Sedna 315
Mais novo barco de pesca oceânica de um estaleiro especializado neste tipo de lancha, usa dois motores de popa,
tem costado bem alto e muito espaço livre a bordo. Os pescadores vão gostar desta novidade.
Bayliner 350
O maior modelo da linha Bayliner, fabricado no Brasil com projeto americano,
não chega a ser uma novidade, mas ainda é pouco conhecido pelos brasileiros.
Real 525
Maior barco da tradicional
marca carioca Real, tem projeto do design internacional Tony Castro e se destaca
pela ampla área envidraçada.
Mesmo quem está dentro vê
o que se passa lá fora.
Sessa Fly 42
Esta lancha feita em
Santa Catarina não é
propriamente uma novidade, mas ainda atrai
muitos olhares e interessados, especialmente por conta do bom
custo-benefício que
oferece.
38
Náutica Sul
O salão
durará 10
dias e incluirá
dois finais
de semana.
Ou seja, será
mais fácil
visitá-lo
V 350 HT
Lancha de porte médio e linhas bem modernas, derivada do
modelo de 33 pés
do estaleiro mineiro
Ventura, que, agora,
passará a ter 35 pés
de comprimento.
No salão
do Rio, além
de ver e
conhecer
os barcos, é
possível
testá-los
na água
2
3
Jeanneau 54
Apesar de um pouco menor, este veleiro
igualmente francês também pode ter quatro camarotes, mais um para o marinheiro.
Felci 315
Um novo veleiro, para quem gosta de (também) correr regatas. É nacional, mas com
projeto italiano. E o projetista estará no Rio.
Programe-se
Quando? De 8 a 17 de abril
Onde? Marina da Glória, Rio de Janeiro
Como? Ingressos a R$ 60 na bilheteria
(idosos R$ 30) ou no
Náutica Sul 39
www.rioboatshow.com.br
3Expediente
perguntas
cruzadas
3Expediente
perguntas
náuticas
bAIXE TAmbém AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA
Você entende de mar?
VERSÃO
ELETRÔNICA
gRáTIS!
VICE-PRESIDEnTE
Denise Godoy
revestimentos • 10 Cabina a bordo de um navio, destinada a acomodar passageiros • 12 peixe dos rios brasileiros, também chamado saicanga • 14 Restinga do
Edição 55
Edição 56
iBiraquEra
E + Nova fábrica da
Cimitarra, História do
navegador Victor Otaño
o mElhor dE
santa Catarina
E + 10 anos da
revista Náutica Sul
PublICIDADE
DIRETORA DE PublICIDADE
mariangela bontempo [email protected]
PARAná – SAnTA CATARInA | GEREnTE REGIOnAl
Gustavo Ortiz [email protected],
tel. 047/9210-2931
APOIO PublICIDADE
Janaina Justi – Assistente [email protected]
Sthelen Rodrigues – Produção [email protected]
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza [email protected]
PARA AnunCIAR
[email protected] Tel. 11/2186-1022
COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Alexandre Sakihama (arte),
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
COORDEnADORA DE CIRCulAÇÃO
Gyselle Coelho [email protected]
NáuTICA SuL TAmbém ESTá NO...
andErson ghuErrEn
Respostas
das CRuzadas
No Facebook
facebook.com/revista.nautica
Edição 57
marinas dE
santa Catarina
E + São Paulo Boat
Show, Barco na laje
Edição 58
por seu clima rigoroso • 23 a refinaria do cloreto de sódio • 24 antiga embarcação à vela e remo, esguia e veloz, usada no oriente pelos portugueses • 25 país
as BElEzas da
Baía dE BaBitonga
E + Seminovos que
são bons negócios
sul-americano que não é banhado pelo mar, onde se localiza o lago titicaca • 26 Movimento que empurra para a frente • 27 Famoso filme estrelado por George
Clooney; retrata as dificuldades de um barco de pesca em meio a uma tempestade • 28 substância apta a diminuir o atrito entre superfícies sólidas
mARKETInG
Renata Camargos [email protected]
REDAÇÃO E ADmInISTRAÇÃO
Av. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, CEP 01451-001,
São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000
NÁUTICA SUL é uma publicação da G.R. um Editora ltda. –
ISSn 1413-1412. março de 2016. Jornalista responsável:
Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não
representam necessariamente a opinião da revista.
Todos os direitos reservados.
FOTO DE CAPA: Jorge de Souza
CTP, Impressão e Acabamento – Prol Editora Gráfica
No Twitter
No Instagram
twitter.com/nauticaonline
instagram.com/revistanautica
andErson ghuErrEn
PRESIDEnTE E EDITOR
Ernani Paciornik
4 a mais meridional região de portugal, com lindas praias • 5 Lancha a motor usada pelos oficiais em navio de guerra • 8 Região
estado do Rio de Janeiro entre a baía de sepetiba e o oceano atlântico • 19 Região do oceano antártico, entre o sul da américa do sul e a antártida; é conhecida
elaboradas por a Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br
Acesse www.
nautica.com.br/
nauticasul
e baixe, de graça,
esta edição de
NÁUTICA SUL
horizontais
entre duas depressões barométricas adjacentes ou dois anticiclones • 9 produto obtido mediante compressão em redutor de espessura, usado em pisos e
Nome desta linda restinga carioca
V
E
r
t
i
C
a
i
s
1 Violenta vibração ou movimento de camadas da superfície terrestre; pode gerar ruínas, mortes e até tsunamis • 2 aquele que põe um caiaque em
movimento • 3 um dos grandes rios brasileiros; banha o Mato Grosso do sul, cortando o pantanal • 6 Grande cidade espanhola, com importante porto
no Mediterrâneo • 7 a de Júlio Verne durou 80 dias • 8 Grupos de estrelas como andrômeda e Cassiopeia • 11 Centro da gravidade de um corpo
flutuante • 13 ato de dar a pressão de ar adequada a um pneu ou câmara de ar • 15 o estado brasileiro banhado pelos rios Madeira, Mamoré e Guaporé,
dentre outros • 16 arquipélago do litoral da Bahia, importante área de proteção ambiental • 17 Árvore do litoral do RN até o RJ, hoje bastante rara; foi
maciçamente explorada na época do descobrimento • 18 (Ingl.) Vela balão • 20 Monumento arqueológico composto de acúmulo de conchas, esqueletos,
utensílios gerais e cascos de ostras, junto ao litoral brasileiro, acumulados por tribos, no período pré-histórico • 21 Vara de madeira que é colocada
transversalmente em certa vela, para mantê-la aberta • 22 Grande região norte do Brasil, conhecida como “pulmão do mundo”
náutica Sul
41
Programa legal
BANHO DE ADRENALINA
No passeio Macuco Safári, nas cataratas de Foz do Iguaçu, a sensação é de
que o barco inundará, se parar debaixo de uma das quedas d’água. E ele para!
O
42
O quê?
Passeio de barco
Onde?
Cataratas de Foz do Iguaçu
quandO?
Todos os dias, das 9 às 17 h
Náutica sul
barulho é ensurdecedor. Como um
trovão que nunca acaba. Os sustos, inevitáveis. A cada segundo,
você jura que —dessa vez —
o barco irá virar. Os solavancos fingem querer arremessar
todo mundo na água, onde a
correnteza corre furiosa. E o
barco investe justamente contra ela, como uma espécie de
rafting ao contrário. O objetivo são as bases da maior catarata do mundo em volume
d’água, onde a torrente líquida cai com a força de pedras e
parece querer inundar o inflável, se ele passar próximo delas. E ele passa. E para. Bem
debaixo de uma das cachoeiras. E com você dentro, para
permitir sentir a força da água
despencando bem na sua cabeça. Depois, ainda fica saracoteando entre as quedas
d’água. Mas, relaxe. Nada de
ruim acontece, além de um
empolgante banho. Você volta encharcado, mas eufórico
com o passeio náutico mais
radical do Brasil: o Macuco
Safári, nas cataratas de Foz
de Iguaçu. Também não existe melhor ângulo para ver —
e, principalmente, sentir! —
a grandiosidade das cataratas
de Iguaçu.

Documentos relacionados