a praia da hora - Revista Náutica
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a praia da hora - Revista Náutica
anjos da guarda de quem tem um barco Cinco homens do mar que estão sempre dispostos a ajudar edição nº 59 | Março — abril 2016 | r$ 8,90 Brava a praia da hora Como um trecho quase esquecido do litoral de Itajaí se tornou a praia do momento em Santa Catarina os barcos que vão estar lá Grátis convite CONHEÇA O EMPREENDIMENTO MAIS SURPREENDENTE DO SUL DO BRASIL Matrícula: nº 35.626 - 1° O.R.I. Itajaí. CRECI 249J PRAIA BRAVA • ITAJAÍ • SC • Imagens Reais • • Vista Aérea • • Área Zen • PRAIA ARTIFICIAL PRIVATIVA • HIDROCAMINHADA • BAR MOLHADO • BOLICHE • ADEGA • CINEMAS • SALÃO DE BELEZA • POMARES QUADRAS POLIESPORTIVAS • ACADEMIA • LAGOS ARTIFICIAIS • PISTA DE COOPER • GARAGE BAND • BRINQUEDOTECA • RESTAURANTE MINIGOLFE • SAUNAS • PET SHOP • JARDINS • SALA DE JOGOS • PISCINA TÉRMICA COM RAIA • PISTA DE SKATE • E MUITO MAIS. • Lago com Cachoeira • Consulte unidades disponíveis para você viver aqui agora! Rua: José Medeiros Vieira, nº 1300 - Praia Brava - Itajaí - SC 47 3349 0004 - www.procave.com.br • Praia Artificial • /procave /procaveoficial www.rioboatshow.com.br Organização e Realização: Patrocínio: Apoio: Segurança Oficial: Cobertura Médica Oficial: CURTA /boatshoweventos SIGA @rioboatshow Aconteceu... Focker Magic Day novidade na festa A nova Focker 265 FX também participou do passeio e pÔde ser testada pelas famílias que aceitaram o convite para navegarem juntas O estaleiro catarinense Fibrafort e revenda Mega Jet convidaram seus clientes para um passeio náutico de Floripa a Bombinhas. E o programa foi um sucesso Redução do arrasto Por quê não > 1 knot extra velejando? Sistema Overdrive Economia de combustível em longos cruzeiros Eficiência à ré Inversão das pás faz com que o hélice tenha a mesma eficiência avante ou à ré Hélices folding para veleiros de cruzeiro ou regata com duas ou três pás. Calcule o hélice ideal para seu veleiro em nosso site. 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Daí o passeio promovido pela Sanáutica A Marina Itajaí e o Café de La Musique sediaram um elegante evento para donos de barcos, que deve se repetir mais vezes A ideia é que o Yacht Week aconteça mais vezes, usando sempre a Marina Itajaí como base para os barcos O ponto alto do passeio foi a parada para almoço no mais novo bar da baía, o transado Jet Píer, na areia da praia de Itapoá Alguns donos de jets vieram de Curitiba só para fazer o passeio na Babitonga novo P0nto O novo bar Jet Píer, bem de frente para a baía, foi feito para os donos de lanchas e jets e recebeu os participantes do passeio com uma gigantesca paella 8 Náutica Sul Os convidados saíram dos barcos e foram para a festa em carros cedidos pela Audi FOTOS DIVULGAÇÃO Além da parada no novo Jet Píer, o passeio visitou São Francisco do Sul, a ilha da Paz e o tranquilo rio Cubatão O coquetel de partida foi na marina. E a festa da chegada no Café de La Musique No total, mais de 100 pessoas participaram do passeio barcos e carros Os barcos fizeram um passeio até uma das praias e a festa começou ainda dentro deles. Na volta, os convidados foram de carro para a continuação do evento Náutica Sul 9 Aconteceu... Tijucas, no litoral de Santa Catarina, teve um dia inteiro de atividades náuticas, para estimular a cidade a usar o rio que ela tem FOTOS DIVULGAÇÃO FeStiVal Náutico rio tiJucaS O evento foi promovido pela Associação Náutica Acatmar, em parceria com o Sebrae festa no rio O Festival de Tijucas mostrou o potencial náutico do rio que banha a cidade e do próprio município Tijucas está em vias de criar um polo náutico na cidade 9 aNoS Da iNtech BoatiNg Presente de aniversário Na venda especial do seu nono aniversário, a Intech ofereceu condições especiais de venda para os barcos da marca, como a nova Sessa C42 (ao lado) O plantão de vendas, no Iate Clube Veleiros da Ilha, aconteceu em parceria com a SC Yachts 10 Náutica Sul FOTOS DIVULGAÇÃO Para comemorar mais um aniversário, o fabricante das lanchas Sessa promoveu uma venda especial em Florianópolis A Intech Boating produz no Brasil as lanchas da marca italiana Sessa Marine Aconteceu... ITAJAÍ ESTÁ AINDA MELHOR E MAIS MODERNA. A FORMA DE RECEBER O CARNÊ DE IPTU TAMBÉM. 45º VeleJaÇo NoturNo O clube Veleiros do Sul, de Porto Alegre, promoveu mais uma tradicional regata noturna FOTOS RIcARDO PeDebOS dia de madrugada O vencedor do 45º Velejaço foi um barco cujo nome tem tudo a ver com as regatas noturnas: o Madrugada. 22 barcos participaram Desta vez, a beleza do pôr do sol fez jus a fama do Guaíba A regata começa no final da tarde e avança noite adentro, sempre às quartas-feiras Sem complicação. Sem sair de casa. 5º cruZeiro coSta Sul 14 veleiros navegaram de Paraty a Florianópolis, para conhecer as belezas dos mares do sul O roteiro teve paradas em Antonina, São Francisco do Sul e na nova Marina Itajaí 12 Náutica Sul O Cruzeiro Costa Sul acontece a cada dois anos FOTOS DIVULGAÇÃO festa em cada Porto Por onde passam, os barcos do Costa Sul são recebidos com festa. Em Cananéia, teve até canoa cheia de ostras para os velejadores (ao lado) O ponto alto do cruzeiro foi a travessia do canal do Varadouro, entre Cananéia e Paranaguá Lei nº 6.678. Veículo: G.R. UM EDITORA (G R UM EDITORA LTDA. / CNPJ: 00.213.444/0001-05). 1 inserção página simples R$ 6.000,00. Não há prêmios nem troféus. Mesmo assim, todos querem ganhar DE DESCONTO Pague à vista até 15/3/2016 Correios Internet PARCELANDO EM Pague a partir de 15/3/2016 Agora, o seu boleto de IPTU 2016 chegará pelos Correios e também poderá ser emitido pelo site da prefeitura, com seu CPF ou número de cadastro do imóvel. Confira as opções de datas, descontos e condições de pagamento e continue contribuindo para fazer Itajaí crescer ainda mais. ATÉ DE DESCONTO Programa Itajaí Mais Linda Se você pagou o IPTU 2015 no prazo e está em dia com o município, seu boleto já vem com 10% de desconto. BINÁRIO SÃO VICENTE AV. BEIRA-RIO *Você paga a primeira e recebe um novo boleto com as próximas 9 parcelas pelos Correios. POSTO DE SAÚDE PORTAL II REURBANIZAÇÃO CONTORNO SUL Jorge de Souza POR JORGE DE SOUZA moda é um fenômeno que atinge também as praias. Em Santa Catarina, a primeira a vibrar nos holofotes foi a Joaquina, em Floripa, idolatrada pelos surfistas, que, nos anos 80, atraía muita gente jovem e bonita. Depois, Canasvieiras e Balneário Camboriú entraram em cena, com a invasão argentina. Em seguida, foi a vez da praia do Rosa, entre Garopaba e Imbituba, virar a queridinha. Até que os milionários e os beach clubs transformaram Jurerê Internacional na faixa de areia mais cobiçada do estado, o que, de certa forma, permanece até hoje. Mesmo assim, a praia do momento no sempre dinâmico litoral catarinense, agora, é outra. Esta aqui, a... CADA VEZ MAIS NA MODA Voo de parapente sobre a praia Brava: uma década atrás, não havia praticamente nada nesta área de Itajaí PRAIA BRAVA DE ITAJAí 14 Náutica Sul Náutica Sul 15 Praia Brava 16 Náutica Sul CrESCIMENtO E NAtUrEZA A praia Brava fica bem na divisa de Itajaí com Balneário Camboriu e está crescendo barbaramente. Mas quer evitar de cometer os erros da vizinha A CArA DA BrAVA Guarda-sóis padronizados e muita atividade saudável: a Brava é a praia da hora da bem organizada Associação de Voo Livre do Morro do Careca, cuja sede fica no topo do próprio morro. “Aqui, além da paisagem, os ventos são sempre favoráveis”, garante Jackson Bona, um dos pilotos. Mesmo quem não tiver coragem para ficar balançando no ar sobre a praia, ainda assim pode aproveitar a vista da Brava lá do alto do morro, que — uau! — é de babar. Outra razão pela qual todos os olhos de quem sabe das coisas passaram a focar esta praia foi a irresistível combinação de praia bonita com gente idem, uma parceria na qual Santa Catarina sempre foi imbatível. Hoje, nos fins de semana ensolarados, as areias da Brava reúnem a maior concentração de beldades e esportistas de praia (corredores, ciclistas, surfistas, jogadores de frescobol, etc.) da região, o que não é pouco, já que Balneário Camboriú fica ali ao lado. Sobretudo no canto sul, em frente ao Brava Sushi, que há muito deixou de ser um simples — mas excelente — restaurante japonês, para virar referência da parte mais agitada da praia. Ali, uma formidável coleção de corpos esculpidos nas melhores academias de Santa Catarina se aglomeram em torno da música que jorra na própria areia, feito uma gostosa balada à beira d’água. É onde a Brava bomba ainda mais. Mas não é só ali que o bicho pega. Balneário Camboriú fica ao lado. Mas o pique da praia Brava é outro FotoS: Jorge de Souza m dos motivos que catapultaram a praia Brava de Itajaí (embora ela fique bem na divisa com Balneário Camboriú) ao topo do ranking das praias mais, mais de Santa no momento foi a sua beleza. A Brava é realmente bonita, com uma larga faixa de areia e um mar sempre limpo, porque, ao contrário das principais praias da região, não existe nenhum grande rio por perto para turvar suas águas. Além disso, ela fica entre dois grandes morros que lhes servem de mirantes naturais. Um deles, o morro do Careca, oferece uma vista aérea tão estupenda (tanto da Brava, de um lado, quanto da orla de Balneário, do outro) que virou uma das mais famosas rampas de parapente, aquela emocionante mistura de paraquedas com asa delta, do país. E qualquer um pode experimentar a deliciosa sensação de voar, ao sabor dos ventos, sobre a empolgante paisagem da praia Brava: basta pagar cerca de R$ 250 por um voo duplo, de cerca de 20 minutos, acompanhado de um instrutor credenciado Jorge de Souza Praia Brava o longo da orla, alguns bares funcionam como clubes de praia, ou “beach clubs”, como preferem ser chamados, com espreguiçadeiras na areia e DJ’s ao vivo debaixo de tendas, para quem quiser sair da praia e dançar ou apenas relaxar em sofazões quase ao ar livre. É o mesmo estilo de Jurerê Internacional, só que aperfeiçoado, porque, quando o assunto é balada, a Brava sempre deu aula. Mesmo na época em que não havia nada na praia — só um quiosque frequentado por surfistas no canto norte, que foi ficando famoso pelos luaus que organizava: o Galera’s. No rastro do Galera’s, logo veio a Warung, até hoje a mais famosa balada de música eletrônica do estado (e uma das mais faladas do mundo), que entope de gente Apesar do crescimento acelerado, o canto norte ainda é bem sossegado quando anuncia mais uma festa. Estrategica- DOS DOIS lADOS mente fincada na beira da praia, na Warung, O Morro quando o dia amanhece, os primeiros raios do Careca de sol incidem diretamente sobre o DJ que oferece vista tanto se apresenta lá no fundo, feito um holofote da Brava da natureza. A galera vai, então, à loucura quanto de Balneário e a música avança também manhã adentro. Mas não incomoda o restante da praia, porque a Brava praticamente se divide em duas partes: a praia do sul, onde o pessoal se concentra, e o canto norte, cujo acesso só pode ser feito por trás, porque uma lagoa divide uma parte e outra da praia. No canto norte, a despeito das baladas, tudo ainda está mais ou menos como antigamente. Ou seja, não mais que meia dúzia de anos atrás, porque nada impressiona mais na Brava do que o seu crescimento espantosamente acelerado. DUAS prAIAS Uma lagoa divide a Brava em duas partes. No canto norte ainda reina a tranquilidade Brava Beach Lounge estilo italiano, para gente de bom gosto Onde a Brava bomba Brava Home resort Maior empreendimento da praia em quantidade de apartamentos, ainda ganhará quatro novas fases Sesto Senso O mais extraordinário empreendimento residencial, tem até praia artificial, com areia de verdade Algumas das principais atrações da praia Felissimo Hotel A mais elegante e exclusiva pousada e bistrô da praia, embora não fique na beira da areia Brava Sushi Infinity Blue Maior resort da região, fica isolado, cercado de mata e com uma praia praticamente exclusiva, a do Buraco, entre a Brava e Balneário 18 Mirage Morro do Careca De onde partem os parapentes, oferece uma das melhores vistas do litoral Náutica Sulcatarinense Em fase final de construção, é o prédio mais falado da praia no momento, porque fica praticamente dentro dela Restaurante japonês com lounge e o pedaço mais agitado da areia da praia, onde fica o seu beach club Fresh Market Misto de beach club e mall ao ar livre temporário, funcionou durante o último verão e deve voltar Haka Águas da Brava Bar de praia, em local bastante agradável O mais novo beach bar do pedaço, oferece balada com DJ ao vivo depois da praia Baobá Considerado o melhor restaurante de frutos do mar da região atualmente, tem mesas bem frequentadas Warung Balada de praia mais famosa de Santa Catarina e considerada uma das melhores do mundo da música eletrônica Belvedere Balada que sucedeu a Kiwi, que, por sua vez, veio no rastro da Warung Galera’s O mais antigo bar da praia virou, também, local de eventos Náutica Sul 19 Praia Brava desenvolvimento fulminante é o principal motivo pelo qual a praia Brava está tão em evidência nos últimos tempos. Ou uma mera consequência disso... Em menos de uma década, ela saiu da condição de praia praticamente deserta, com acesso difícil por uma única rua de terra (reza a lenda que as esposas de Itajaí sabiam quando seus maridos haviam levado “namoradas” para a praia apenas olhando para a lama no carro, no dia seguinte — daí o canto sul da Brava ter sido apelidado de praia dos Amores), para se tornar o polo de empreendimentos imobiliários que mais cresce na região. E como ele cresce rápido! Neste momento, perto de uma dúzia de novos prédios e condomínios estão sendo finalizados e outros tantos projetos avançam a passos largos. Todos, contudo, de alto padrão, o que tem ajudado a Brava a crescer com qualidade e certa homogeneidade, porque, hoje, nada ali é barato. A valorização da praia tem sido astronômica. Um terreno que cinco anos atrás era oferecido por R$ 50 mil, hoje está sendo vendido por R$ 2 milhões. Ou mais. E praticamente não existe apartamento novo que custe menos do que isso. Uma cobertura no primeiro grande empreendimento imobiliário da praia, o Só O Brava Beach, que está na segunda das suas seis fases COMEçO previstas, custa cerca de R$ 5 milhões. Ou o dobro dis- O Brava Beach ainda so no extraordinário Brava Home Resort, que, como o terá quatro próprio nome diz, é um resort em forma de condomínio, outras fases, mostra com até praia artificial com areia de verdade, para quem oo que potencial não quiser caminhar até a original. da praia O PRIMEIRO NATIVO orria 1986 e o então jovem surfista Maurício Oliveira, que ninguém nunca chamou pelo nome, só pelo apelido Zizo, não saía do canto norte da então pra lá de deserta praia Brava, por conta de suas ondas. Até que veio a ideia de montar uma barraca na areia e vender cerveja para os outros surfistas, já que na Brava não havia nem água para beber. As latinhas iam no banco de trás (arrancado, para virar porta-malas) do fusca de Zizo até a praia, sacudindo horrores na estradinha esburacada de terra. Nascia assim o Galera’s (o nome do negócio não poderia ser mais adequado para atender uma clientela formada só por amigos...), que existe até hoje (agora na forma de um transado bar e casa de eventos), e que, durante muito tempo, foi sinônimo da própria praia Brava. Os famosos luaus do Galera’s chegaram a reunir mais de 3 000 jovens, nos anos 90, e significaram a descoberta do canto norte da Brava como um ponto perfeito para baladas, numa época em que nem havia esta palavra. Depois, no rastro do Galera’s, vieram as baladas Kiwi e Warung, esta, hoje, mais ou menos o que era o Galera’s naquela época. “O meu negócio sempre foi curtir a vida e nunca pensei em ficar milionário”, diz Zizo, que tratou de construir sua casa atrás do bar e virou o primeiro morador da Brava, onde vive até hoje, agora com mulher e filho. “Mas se tivesse imaginado que isso aqui ia bombar desse jeito, teria comprado mais alguns terrenos”. DIVUlGAçÃO 30 anos atrás, Zizo fincou o primeiro bar na Brava. E nunca mais saiu da praia FotoS Jorge de Souza BRAVA GENTE prAIA CHEIA Nos fins de semana de sol, as areias da praia Brava se enchem de guarda-sóis. Mas, para manter um crescimento ordenado até a cor deles é padronizada A Brava é onde, hoje, todo mundo gostaria de estar. Por isso mesmo, a praia é muito bem frequentada Náutica Sul 21 Praia Brava ELE DEU UM JEITO Quando acabaram os terrenos, Adriano fez a sua casinha e a estacionou na rua tendência é que os preços conti- SíMBOlO DA prAIA nuem subindo, porque cada vez Na Brava, mais gente quer estar na praia tem sobre a qual ninguém para de sempre um parapente falar. “A Brava ainda não che- voando gou à metade de onde pode sobre a praia chegar”, garante Fabricio Prazeres, dono do também mais comentado restaurante de frutos do mar da região no momento, o festejado Baobá, onde alguns pratos do cardápio levam o nome de condomínios da praia: Brava Beach, Brava Home, Amores da Brava, Bravíssima, etc. Aliás, tudo na Brava leva o nome da praia, como se isso fosse um atestado de qualidade. De certa forma, é mesmo. No mínimo, uma prova de bom gosto. Pega bem estar na Brava. Ela é a praia da hora, embora, tecnicamente sejam duas. Como assim? A confusão é culpa da curiosa geografia no canto direito da praia, onde um riachinho, hoje mal percebido, já que foi praticamente engolido pelas ruas, marca a divisa entre Itajaí e Balneário Camboriú. No passado, por conta daquelas aventuras extraconjugais de maridos infiéis e de casais em busca de um local ermo e sossegado para namorar, aquele canto da praia passou a ser chamado de praia dos Amores. E o nome ficou, como uma maneira de diferenciar a parte que pertence a cada município, embora, na prática, não exista faixa de areia alguma no lado de Balneário. Ou seja, tecnicamente, a praia dos Amores não tem praia. SEGUNDA prAIA O Brava Home Resort tem até praia artificial, entre um monte de coisas mais O que mais impressiona na praia é o fulminante crescimento imobiliário Ontem... ...e hoje Jorge de Souza té alguns anos atrás, o marceneiro, pintor, eletricista, jardineiro, guardador de carros e o que mais aparecer pela frente, Adriano Abreu, o “Adriano Faz”, como ele próprio se apresenta (porque faz qualquer coisa que renda algum dinheiro), morava de favor nos terrenos vazios da praia dos Amores e ia mudando de endereço sempre que a área era vendida. Até que chegou uma hora que não havia mais terrenos livres para ele montar o seu barraco, porque todos estavam virando empreendimentos imobiliários. A saída foi morar na rua, mas ele fazia questão que fosse debaixo de um telhado. Mas, como fazer isso sem ser expulso pela prefeitura? Esperto e habilidoso, ele, então, teve a ideia de construir uma casinha sobre rodas e “estacioná-la” numa rua perto da praia. Como não era propriamente uma casa, mas sim uma espécie de motorhome, ainda que caseiro, construído por ele mesmo, a fiscalização nada pôde fazer. E lá se vão dois anos que o folclórico Adriano vive em um local pra lá de privilegiado, no canto sul da praia Brava, na companhia de Bob e Diamante, seus dois vira-latas. A luz vem de um “vizinho”, que permitiu que ele esticasse um fio até a sua “casa-reboque” (que jamais saiu de lá, por sinal). E a água ele busca nos canteiros de obras dos diversos prédios que estão sendo erguidos na região. Um deles, por sinal, o mais caro do pedaço: o Mirage, onde um apartamento não sai por menos de R$ 2 milhões. Pois Adriano mora ao lado dele, na mesma rua. Literalmente, na rua. Mas dentro de sua casinha. Ele achou uma saída para a especulação imobiliária da praia. Jorge de Souza BRAVA GENTE Apenas 10 anos separam estas duas imagens e mostram o crescimento ultra-acelerado da praia Brava Náutica Sul 23 Praia Brava “Qualquer problema, procura o fulano!” BRAVA GENTE Jorge de Souza Quem nunca ouviu este conselho ao sair para navegar, ainda mais quando o destino não é muito familiar? DO QUIOSQUE PARA A FAMA O Baobá, do quiosqueiro Fabricio, virou o restaurante mais comentado da região ouco mais de década atrás, o itajaiense Fabricio Prazeres tinha um pequeno quiosque com telhado de palha na areia da praia Brava, que lhe servia de bar e moradia, porque era ali que ele dormia, depois de ter trabalhado em uma empresa de pescados. A vida era difícil, os clientes não passavam de meia dúzia de gatos-pingados e a praia Brava ainda era um areião semideserto. Mesmo assim, ele acreditou que o conhecimento sobre frutos do mar adquirido nos tempos de empacotador de peixes haveria de servir para alguma coisa no seu negócio e saiu garimpando as melhores — mas só as melhores — garoupas que encontrava no mercado da cidade, para servi-las no seu quiosque, onde sua mulher fazia o papel de cozinheira. Foi o pulo do gato. E o boca a boca dos frequentadores da praia cuidou do resto. Hoje, Fabricio é dono do Baobá, o mais falado restaurante de frutos do mar não só da praia Brava, como de toda a região, incluindo Balneário Camboriú, onde o que não faltam são boas mesas. A especialidade da casa continuam sendo as garoupas — claro —, agora promovidas a iguarias, graças aos dotes culinários da mulher de Fabricio, que virou chef. “Crescemos mais até que a própria praia Brava, que já é um estouro”, orgulha-se Fabricio, que, no entanto, até hoje mantém um humilde quiosque, na beira da praia, agora operado por sua irmã. “Não esqueço minhas origens”, diz. utra curiosidade da praia Bra- praia saudável va é que, embora a faixa de Seja na areia seja dividida entre diver- praia ou na orla, na sos quiosques e beach clubs, Brava tem que armam cadeiras e guar- sempre alguém se da-sóis para os seus clientes, to- exercitando dos os equipamentos de praia são (ou pelo menos deveriam ser...) brancos, para não poluir a paisagem. O detalhe faz parte de uma série de medidas que visam um crescimento mais ou menos ordenado, como forma de evitar os erros cometidos em outras praias do gênero no passado. Como as infames sombras que os arranha-céus de Balneário Camboriú provocam na areia da praia da cidade. Por causa disso, na Brava, a altura dos prédios em frente à praia é limitada, embora pelo menos um já provoque o incomodo de tapar parcialmente o sol da tarde. Torce-se para que seja o único caso. “Nosso objetivo é tornar a Brava a melhor praia do país”, diz o secretário de turismo de Itajaí, Agnaldo Santos. “Ela já está perto disso e ainda vai crescer bem mais nos próximos anos, porque sua fama está apenas começando.” Disso ninguém duvida. Basta comparar o que há ali hoje e apenas uma década atrás. Nem parece a mesma praia. E, de certa forma, não é mesmo. É hora de ir para a Brava, a praia da hora. Meio lá, meio cá praia Brava fica exatamente na divisa entre Balneário Camboriú e Itajaí, cidade a qual pertence. Apenas um riacho no canto sul da praia (que, com o crescimento da região, ninguém nem mais percebe), divide os dois municípios e, também, a própria praia, já que “do lado de lá do riacho”, na parte que pertence a Balneário, ela muda o nome para praia dos Amores. Mas, na prática, esta praia nem existe, porque o tal riacho desagua rente ao morro do Careca, no final da própria praia Brava. Ainda bem que isso acontece, porque nada tranquiliza mais o dono de um barco do que saber que, em caso de necessidade, pode contar com a ajuda de alguém, seja para socorrê-lo, resgatá-lo, indicar quem conserta isso ou aquilo ou apenas orientar a navegação de quem chega de fora e não conhece a região. Em qualquer ponto do litoral brasileiro tem sempre alguém assim, disposto a ajudar os outros, mesmo que sejam completos estranhos. A própria solidariedade dos típicos homens do mar estimula isso. Mas alguns vão bem além de apenas saudar os outros barcos que passam. São os amigos do mar, sempre dispostos a ajudar. A região Sul não é exceção neste quesito, muito pelo contrário. Do litoral do Paraná às águas do Guaíba que banham Porto Alegre, há uma verdadeira legião de boas almas sempre prontas a dar uma mão para quem está a bordo de um barco. E fazem isso sem nenhum interesse que não seja resolver o problema e, eventualmente, ganhar um novo amigo, o que fatalmente acontece. Nas páginas seguintes, você encontrará cinco homens assim, cada um de uma região entre as mais frequentadas pelos donos de barcos do Sul do país (anote os contatos para qualquer eventualidade futura). Todos são, acima de tudo, muito prestativos. Autênticos... ANJOS da guarda de quem tem um barco Cinco homens do mar com quem você sempre pode contar, quando sair para navegar Náutica Sul 25 Anjos do MAr ARQUIVO FAMILIAR premiado Ciro e a medalha que recebeu da Marinha: ajudar é com ele mesmo O bom samaritano de Paranaguá O caiçara Ciro Pereira já ganhou até medalha da Marinha pelos muitos salvamentos que fez “Não ganho nada fazendo isso, mas sei que Deus vai me dar em dobro” É só chamar Ciro Pereira VHF canal 68 (chamar Iná 2) ou tel. (041) 3482-5005 26 Náutica Sul pescador Ciro Pereira, que junto com a mulher, Iná, toca um rústico (mas altamente indicado) restaurante na beira da praia da ilha das Peças, já perdeu a conta de quantos resgates fez dentro e fora da nem sempre tranquila baía de Paranaguá. “Nem sei, porque toda hora alguém me chama pelo rádio para ajudar e é claro que eu vou”, diz, com a típica simplicidade dos legítimos caiçaras. Um dos casos mais recentes aconteceu neste verão. Três amigos saíram para pescar fora da baía com um barco inflável, mas, na volta, já fim de tarde, uma das bananas do casco rasgou, esvaziou e o bote começou a encher de água. Por sorte, havia um rádio a bordo e um dos ocupantes do barco conhecia a (boa) fama de Ciro, que já respondeu ao chamado com algumas instruções. “Eu falei pra eles ficarem calmos, vestirem os coletes salva-vidas e acenderem a luz do barco, porque já estava anoitecendo e, no escuro, não dá pra achar nada no mar. Daí, saí correndo de casa com um dos meus filhos, peguei uma voadeira emprestada e fui lá pra fora da baía, procurar o barco. Não foi fácil, porque ventava um bocado, mas achei o barco. Quando cheguei, eles já estavam com água pelos joelhos, mas, mesmo assim, consegui trazer até o barco de volta”, recorda. Em outra ocasião, Ciro não pensou duas vezes na hora de se jogar na água para ajudar a embarcar o dono de uma lancha que estava pegando fogo, bem ao lado dele — e com sério risco de explodir. “O homem tinha queimado as pernas e não conseguia subir no meu barquinho. Então, me atirei na água, afundei e, lá de baixo, pedi forças para Deus e empurrei ele pra dentro. Deu certo, mas o barco ardeu inteiro”. Por essas e outras, dois anos atrás, Ciro foi homenageado com a medalha Amigo da Marinha, dada pela Capitania dos Portos de Paranaguá, que hoje ele usa, orgulhoso, sempre que vai lá. Também é lembrado pelo Corpo de Bombeiros da cidade, quando é preciso algum resgate no mar. “Os barquinhos dos Bombeiros nem sempre estão prontos para partir e eles não conhecem a região tão bem quanto eu, que nasci e sempre vivi aqui”, explica Ciro, de 56 anos, dois filhos e quatro netos, que ainda pesca regularmente, para abastecer o cardápio do restaurante mantido pela família, na ilha das Peças. E é ali, ao lado das mesas, na varanda da casa, que fica permanentemente ligado o rádio VHF, à espera tanto de alguma encomenda de prato por parte dos barcos que vêm de Pontal do Sul para almoçar na ilha, quanto de um pedido de ajuda. “Não ganho nada fazendo isso, a não ser novos amigos, mas sei que Deus vai me dar em dobro, em tempo de vida”, acredita o bom samaritano dos barcos de Paranaguá. /BRASILSPOT Anjos do MAr ARQUIVO FAMILIAR 24 horas Paulo Morel está sempre no Veleiros do Sul, mas ajuda todo mundo O velho marinheiro do Guaíba Quando algum barco precisa de ajuda, lá vai o gaúcho Paulo Morel fazer mais uma boa ação no rio Todos já estavam desistindo de procurar o comandante desaparecido. Menos ele É só chamar Paulo Morel Clube Veleiros do Sul Tel. (051) 3265-1717 28 Náutica Sul conteceu em 2009. A lancha, com uma família inteira a bordo, encalhou em um dos bancos de areia do Guaíba e o comandante pediu ao clube do qual é sócio, o Veleiros da Ilha, que mandasse ajuda, o que foi feito de imediato. Quando o resgate chegou, ele entrou na água para ajudar a empurrar o barco e facilitar o desencalhe. O casco soltou fácil, mas o piloto do barco de apoio, que não sabia que o comandante havia desembarcado, seguiu em frente, puxando a lancha para longe e abandonando acidentalmente o comandante na água. Em seguida, escureceu e ninguém enxergou mais nada. Foi quando o clube foi novamente acionado, desta vez com um pedido bem mais dramático: ajudar a encontrar o comandante desaparecido no meio do rio. E o clube, como de hábito nestes casos, acionou o mais experiente marinheiro que conhecia: o gaúcho Paulo Morel, que não é funcionário do Veleiros do Sul, mas há décadas cuida de um punhado de barcos de associados. E Paulo, como sempre, respondeu de imediato, pulando da cama às onze da noite e correndo para o meio do rio. Lá, duas horas depois, quando todos os barcos envolvidos na busca já estavam desistindo e programando retornar só no dia seguinte, “para procurar o corpo”, ele se recusou a aceitar o que parecia inevitável e continuou vasculhando a área — até encontrar o pobre homem só com o nariz fora d’água, tentando se manter em pé no banco de areia, após mais de seis horas dentro do rio. “Enquanto não aparecer o corpo, sempre há a possibilidade de a pessoa estar viva”, diz Paulo, que sempre seguiu isso à risca nos muitos resgates que já fez, tanto nas águas do Guaíba quanto na vizinha Lagoa dos Patos. “Na ocasião, disseram que eu era um herói, mas, para mim, herói foi aquele homem, que aguentou tanto tempo na água”, desconversa o velho marinheiro, de 64 anos, que hoje conta com a ajuda do filho para socorrer os donos de barcos em apuros, com a sua lanchinha Diamar 17. “O que mais tem aqui no Guaíba é encalhe de veleiro e, quando isso acontece, a única maneira de soltar o barco é arrastá-lo de lado, para que ele aderne e diminua o calado, soltando assim a quilha”, ensina. “Se puxar pela proa ou pela popa, como a maioria faz, vira um arado e a quilha enterra ainda mais”, explica. Mas, muitas vezes, só ensinar não basta. E lá vai Paulo para o meio do rio, resgatar mais um barco em apuros. Anjos do MAr sempre na escuta Binho passa a maior parte do tempo na Tedesco Marina, de onde sai para socorrer quem precisa O guardião de Balneário Camboriú Nenhum barco conseguia chegar perto da lancha acidentada. Ele, então, pegou um jet e entrou no labirinto de pedras É só chamar Binho Tel. (047) 8816-2356 30 Náutica Sul ara o marinheiro Rubens Fernandes, que ninguém na Tedesco Marina, onde ele sempre fica, conhece pelo nome, só pelo apelido Binho, ajudar qualquer pessoa que esteja em dificuldades no mar é mais do que uma obrigação — é uma satisfação. “Fico feliz quando sinto que o que eu aprendi no mar foi útil para outras pessoas também”, diz, com simplicidade, o jovem marinheiro, de 29 anos, que desde os 12 trabalha com barcos. E ele fica emocionado quando, depois, recebe um agradecimento, um abraço ou bem mais que isso, como aconteceu — de novo — no mês passado, em reconhecimento pelo difícil resgate que fez, junto com o gerente de operações da Tedesco, Ewerton da Luz. Um grupo de amigos voltava de um domingo a bordo de uma lancha no Caixa d’Aço, quando o marinheiro se atrapalhou na escuridão da noite e bateu em um amontoado de pedras nas proximidades da praia de Laranjeiras, já bem perto de Balneário. Com o impacto, a lancha subiu nas pedras e ficou travada — além de seriamente danificada. Nenhum outro barco conseguia chegar perto sem correr o risco de também bater nas pedras. Foi quando Binho entrou em ação, depois de saber do acidente, pelo rádio. Com um jet ski, ele seguiu para o local e entrou no labirinto de pedras, duramente açoitado pelas ondas e sem enxergar nada, porque era noite, com o objetivo de levar um cabo até a lancha acidentada, para que ela pudesse ser puxada por outro barco a distância. Capotou duas vezes durante as tentativas, mas conseguiu entregar um cabo na lancha avariada. Que, como era de se esperar, ao ser puxada, começou a afundar. A ordem, então, foi que todos se atirassem ao mar, com os coletes salva-vidas que ele também entregou de jet. E todos foram resgatados. No dia seguinte, eternamente agradecida, uma das vítimas deu um emocionado depoimento aos jornais, chamando Binho de herói, entre outras coisas mais. “Voltei para casa só de madrugada, mas com a alma lavada”, recorda Binho, que, dias antes, já havia participado de um duplo resgate, ao mesmo tempo. “O tempo fechou de repente e, enquanto eu estava indo ajudar uma lancha, que não achava o caminho de volta, por causa da falta de visibilidade, outra me chamou, com pane no motor. Então, tracei uma rota no meu GPS e o joguei para a lancha que estava perdida e fui ajudar a outra. Chegamos os três juntos na marina”, recorda, feliz, o jovem anjo da guarda de Balneário Camboriú. Foto e Projeto Gráfico www.brunocastaing.com.br/nautica Na hora de ajudar, o marinheiro Rubens Fernandes, o Binho, não pensa duas vezes e sai correndo para o mar C M Y CM MY CY CMY K HÁ 25 ANOS INVESTINDO EM QUALIDADE E CRIANDO UM NOVO ESTILO DE NAVEGAR www.lanchascoral.com.br Anjos do MAr ARQUIVO FAMILIAR à disposiÇÃo Márcio Lima e a filha: a família já está acostumada com as saídas dele para dar uma mão aos outros donos de barcos O plantonista de Porto Alegre Quando o telefone tocou de madrugada, Márcio Lima já sabia que não era coisa boa. Pulou da cama e foi para o barco Ele desceu de carro até o litoral, conseguiu um barco emprestado e foi ajudar o veleiro avariado, no meio do mar É só chamar Márcio da Equinautic Tel. (051) 3268-6675 32 Náutica Sul Equinautic é uma das mais antigas lojas de equipamentos náuticos do Rio Grande do Sul. Por isso, o seu dono, Márcio Lima, sempre costuma ser lembrado quando surge algum problema nos barcos dos clubes e marinas de Porto Alegre. Ou mesmo longe dali... Como aconteceu recentemente, com um veleiro que voltava de uma viagem a Floripa e perdeu o leme durante um vendaval na costa gaúcha. “Meu telefone tocou de madrugada e eu logo deduzi que não era coisa boa”, lembra Márcio. “Depois de ouvir o relato do comandante, que estava sem leme no meio de um vendaval, eu disse para ele que estava indo encontrá-lo. Só que eu estava em Porto Alegre e ele a umas cinco milhas fora da costa!”, recorda. Márcio, então, pegou o carro, desceu até Tramandaí, no litoral, conseguiu uma lancha emprestada e foi atrás do barco avariado, guiando-se apenas pelo GPS para localizá-lo no mar. “Deu certo, mas não foi nada fácil achar o danado”. Mas a história não parou por aí. Uma vez junto ao barco, Márcio ajudou a tripulação a retirar o leme quebrado do casco e o trouxe para o litoral, para ser sol- dado. Enquanto isso, a tripulação ficou tentando permanecer onde estava, mesmo sem o leme, até que ele retornasse. Em terra firme, Márcio procurou um soldador conhecido (todos do meio náutico no litoral gaúcho o conhecem), fez o reparo e, imediatamente, voltou para o mar, para reinstalar o leme no barco, que só assim pôde seguir viagem. E tudo isso em questão de horas. Depois, Márcio voltou para Porto Alegre, para atender normalmente os clientes de sua loja. “Sempre tive barco e sei bem o que é precisar de ajuda e não encontrar ninguém. Por isso, sempre ajudo”. diz ele. E não são só os clientes da Equinautic que sabem que sempre podem contar com a ajuda de Márcio, seja para socorrer um barco avariado ou apenas ensinar como instalar um novo equipamento a bordo, área na qual, por sinal, ele é um craque. Mesmo quem não mantém contato frequente com ele ou com a sua loja, se sente à vontade para procurá-lo quando surge uma dúvida ou precisa de uma opinião sincera sobre este ou aquele equipamento náutico. “Tenho muitos amigos no meio náutico e, felizmente, sempre ganho novos, a cada dono de barco que me procura”, diz Márcio. Anjos do MAr Em caso de problemas nas águas de Florianópolis, é só chamar o Tchello “De jet, eu chego mais rápido” É só chamar Tchello (Floripa) Tel. (048) 3232-9173 m Floripa, não há dono de jet ski que não conheça este sujeito boa praça, Marcelo Brandão, que, no entanto, ninguém conhece pelo nome — só pelo apelido, Tchello. E por um bom motivo: todos sabem que podem contar com ele para ajudar no que for preciso em suas motos aquáticas — de indicar consertos a socorrê-los, quando algo dá errado. “Mexo com jets há 25 anos e é natural que todos aqui me conheçam”, diz Tchello, hoje também dono da principal marina de jet da ilha, a Pronáutica. “Quando qualquer coisa acontece, é para mim ARQUIVO FAMILIAR O jet brother de Floripa jet ajuda que eles ligam. Às vezes, até o Até os Bombeiros grupo de salvamentos do Cor- o chamam po de Bombeiros faz isso, porque eles sabem que os jets são mais ágeis do que qualquer barco de resgate”. Além disso, Tchello destaca outra virtude das motos aquáticas: elas nunca afundam. “Um jet pode encher de água e ficar quase submerso, mas não afunda. E isso dá segurança também para quem faz um resgate”. E ele completa: “Sob o ponto de vista da segurança, prefiro dez vezes estar num jet do que em uma lancha pequena. Por isso, quando me chamam, eu vou, porque sei que, de jet, chego antes e com menos riscos”. GTI SE 130 RXP-X 300 SPARK 2UP 3 novidades que SÓ BARCÃO! Schaefer 560 Prepare-se para se surpreender com este barco, que, por dentro, parece bem maior do que é e oferece mordomias que só os iates costumam ter. Como, por exemplo, sala aberta na proa. Alguns barcos que estarão no próximo salão náutico do Rio de Janeiro, para você pensar seriamente em dar um pulo lá Cimitarra 760 Fly A primeira unidade com flybridge do maior iate já produzido pelo estaleiro gaúcho Cimitarra fará sua estreia no Rio e promete fazer muito sucesso, porque estará disponível para testes na água. já valem a viagem Prestige 77 BR Iate francês com representação oficial no Brasil e, por isso mesmo, com alguns melhoramentos que nem fazem parte dos modelos originais europeus. Como cozinha na plataforma de popa e ar-refrigerado mais forte. 1 Schaefer 830 Evolução do modelo 800, tem flybridge com o dobro do tamanho e teto solar. Um barco que vai fazer todo mundo babar. Triton 500 Fly Pela primeira vez, o mais recente barco da marca paranaense Triton, esta lancha de 50 pés com flybridge e dois ou três camarotes, dependendo da vontade do dono, estará na água, à disposição dos interessados em conhecê-la e testála. Outro atrativo é o seu preço, de bom custo-benefício. Às vésperas das Olimpíadas, o Rio de Janeiro está ainda mais especial. Quem for ao salão verá isso de perto 36 Náutica Sul Azimut 56 Visto assim, por fora, o mais novo modelo brasileiro da tradicional marca italiana parece ser apenas mais uma Azimut. Mas quem o visitar por dentro verá e sentirá as diferenças. A nova Marina da Glória será uma atração à parte no salão carioca 2 3 Dufour 460 Grand Large Lançado no ano passado, na França, a primeira unidade já chegou ao Brasil e estará exposta no Rio, para os amantes dos veleiros. Beneteau GT 42 Vem da França e é uma lancha de dois (ou até três...) camarotes, com qualidade bem acima da média. Náutica Sul 37 3 novos veleiros Princess 68 Coral 30C Lancha inglesa que será apresentada pela primeira vez no Brasil, com quatro camarotes e nada menos que quatro ambientes interligados no convés. É a maior lancha de 30 pés do mercado, porque tem, além da proa sextavada, nada menos que três metros de boca, o que lhe dá um espaço interno excepcional. FS 265 Premium 1 Ainda em projeto, esta lancha catarinense será apresentada só no Rio, mas já se sabe que terá proa sextavada (portanto, mais espaçosa) e ampla plataforma de popa (o que também significa mais espaço a bordo). Beneteau Oceanis 62 Os velejadores vão vibrar com o tamanho e modernidade deste barco, de linhas pra lá de elegantes e até quatro camarotes. Sedna 315 Mais novo barco de pesca oceânica de um estaleiro especializado neste tipo de lancha, usa dois motores de popa, tem costado bem alto e muito espaço livre a bordo. Os pescadores vão gostar desta novidade. Bayliner 350 O maior modelo da linha Bayliner, fabricado no Brasil com projeto americano, não chega a ser uma novidade, mas ainda é pouco conhecido pelos brasileiros. Real 525 Maior barco da tradicional marca carioca Real, tem projeto do design internacional Tony Castro e se destaca pela ampla área envidraçada. Mesmo quem está dentro vê o que se passa lá fora. Sessa Fly 42 Esta lancha feita em Santa Catarina não é propriamente uma novidade, mas ainda atrai muitos olhares e interessados, especialmente por conta do bom custo-benefício que oferece. 38 Náutica Sul O salão durará 10 dias e incluirá dois finais de semana. Ou seja, será mais fácil visitá-lo V 350 HT Lancha de porte médio e linhas bem modernas, derivada do modelo de 33 pés do estaleiro mineiro Ventura, que, agora, passará a ter 35 pés de comprimento. No salão do Rio, além de ver e conhecer os barcos, é possível testá-los na água 2 3 Jeanneau 54 Apesar de um pouco menor, este veleiro igualmente francês também pode ter quatro camarotes, mais um para o marinheiro. Felci 315 Um novo veleiro, para quem gosta de (também) correr regatas. É nacional, mas com projeto italiano. E o projetista estará no Rio. Programe-se Quando? De 8 a 17 de abril Onde? Marina da Glória, Rio de Janeiro Como? Ingressos a R$ 60 na bilheteria (idosos R$ 30) ou no Náutica Sul 39 www.rioboatshow.com.br 3Expediente perguntas cruzadas 3Expediente perguntas náuticas bAIXE TAmbém AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA Você entende de mar? VERSÃO ELETRÔNICA gRáTIS! VICE-PRESIDEnTE Denise Godoy revestimentos • 10 Cabina a bordo de um navio, destinada a acomodar passageiros • 12 peixe dos rios brasileiros, também chamado saicanga • 14 Restinga do Edição 55 Edição 56 iBiraquEra E + Nova fábrica da Cimitarra, História do navegador Victor Otaño o mElhor dE santa Catarina E + 10 anos da revista Náutica Sul PublICIDADE DIRETORA DE PublICIDADE mariangela bontempo [email protected] PARAná – SAnTA CATARInA | GEREnTE REGIOnAl Gustavo Ortiz [email protected], tel. 047/9210-2931 APOIO PublICIDADE Janaina Justi – Assistente [email protected] Sthelen Rodrigues – Produção [email protected] DIRETOR DE REDAÇÃO Jorge de Souza [email protected] PARA AnunCIAR [email protected] Tel. 11/2186-1022 COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Alexandre Sakihama (arte), Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão) COORDEnADORA DE CIRCulAÇÃO Gyselle Coelho [email protected] NáuTICA SuL TAmbém ESTá NO... andErson ghuErrEn Respostas das CRuzadas No Facebook facebook.com/revista.nautica Edição 57 marinas dE santa Catarina E + São Paulo Boat Show, Barco na laje Edição 58 por seu clima rigoroso • 23 a refinaria do cloreto de sódio • 24 antiga embarcação à vela e remo, esguia e veloz, usada no oriente pelos portugueses • 25 país as BElEzas da Baía dE BaBitonga E + Seminovos que são bons negócios sul-americano que não é banhado pelo mar, onde se localiza o lago titicaca • 26 Movimento que empurra para a frente • 27 Famoso filme estrelado por George Clooney; retrata as dificuldades de um barco de pesca em meio a uma tempestade • 28 substância apta a diminuir o atrito entre superfícies sólidas mARKETInG Renata Camargos [email protected] REDAÇÃO E ADmInISTRAÇÃO Av. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, CEP 01451-001, São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000 NÁUTICA SUL é uma publicação da G.R. um Editora ltda. – ISSn 1413-1412. março de 2016. Jornalista responsável: Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. FOTO DE CAPA: Jorge de Souza CTP, Impressão e Acabamento – Prol Editora Gráfica No Twitter No Instagram twitter.com/nauticaonline instagram.com/revistanautica andErson ghuErrEn PRESIDEnTE E EDITOR Ernani Paciornik 4 a mais meridional região de portugal, com lindas praias • 5 Lancha a motor usada pelos oficiais em navio de guerra • 8 Região estado do Rio de Janeiro entre a baía de sepetiba e o oceano atlântico • 19 Região do oceano antártico, entre o sul da américa do sul e a antártida; é conhecida elaboradas por a Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br Acesse www. nautica.com.br/ nauticasul e baixe, de graça, esta edição de NÁUTICA SUL horizontais entre duas depressões barométricas adjacentes ou dois anticiclones • 9 produto obtido mediante compressão em redutor de espessura, usado em pisos e Nome desta linda restinga carioca V E r t i C a i s 1 Violenta vibração ou movimento de camadas da superfície terrestre; pode gerar ruínas, mortes e até tsunamis • 2 aquele que põe um caiaque em movimento • 3 um dos grandes rios brasileiros; banha o Mato Grosso do sul, cortando o pantanal • 6 Grande cidade espanhola, com importante porto no Mediterrâneo • 7 a de Júlio Verne durou 80 dias • 8 Grupos de estrelas como andrômeda e Cassiopeia • 11 Centro da gravidade de um corpo flutuante • 13 ato de dar a pressão de ar adequada a um pneu ou câmara de ar • 15 o estado brasileiro banhado pelos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, dentre outros • 16 arquipélago do litoral da Bahia, importante área de proteção ambiental • 17 Árvore do litoral do RN até o RJ, hoje bastante rara; foi maciçamente explorada na época do descobrimento • 18 (Ingl.) Vela balão • 20 Monumento arqueológico composto de acúmulo de conchas, esqueletos, utensílios gerais e cascos de ostras, junto ao litoral brasileiro, acumulados por tribos, no período pré-histórico • 21 Vara de madeira que é colocada transversalmente em certa vela, para mantê-la aberta • 22 Grande região norte do Brasil, conhecida como “pulmão do mundo” náutica Sul 41 Programa legal BANHO DE ADRENALINA No passeio Macuco Safári, nas cataratas de Foz do Iguaçu, a sensação é de que o barco inundará, se parar debaixo de uma das quedas d’água. E ele para! O 42 O quê? Passeio de barco Onde? Cataratas de Foz do Iguaçu quandO? Todos os dias, das 9 às 17 h Náutica sul barulho é ensurdecedor. Como um trovão que nunca acaba. Os sustos, inevitáveis. A cada segundo, você jura que —dessa vez — o barco irá virar. Os solavancos fingem querer arremessar todo mundo na água, onde a correnteza corre furiosa. E o barco investe justamente contra ela, como uma espécie de rafting ao contrário. O objetivo são as bases da maior catarata do mundo em volume d’água, onde a torrente líquida cai com a força de pedras e parece querer inundar o inflável, se ele passar próximo delas. E ele passa. E para. Bem debaixo de uma das cachoeiras. E com você dentro, para permitir sentir a força da água despencando bem na sua cabeça. Depois, ainda fica saracoteando entre as quedas d’água. Mas, relaxe. Nada de ruim acontece, além de um empolgante banho. Você volta encharcado, mas eufórico com o passeio náutico mais radical do Brasil: o Macuco Safári, nas cataratas de Foz de Iguaçu. Também não existe melhor ângulo para ver — e, principalmente, sentir! — a grandiosidade das cataratas de Iguaçu.