IV Reunião Científica Anual da SPFCF “A
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IV Reunião Científica Anual da SPFCF “A iatrogenia medicamentosa e o seu impacto na saúde pública” 29 de Abril 2016 Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra PROGRAMA 09h00 | Abertura do Secretariado 09h15 | Sessão de Abertura Ana Marta Anes | Vice-Presidente da SPFCF 09h30 | Primeiro painel | Moderador: Tice de Macedo (CHAD-AIBILI) É a iatrogenia medicamentosa um problema de saúde pública? Francisco Batel Marques (CHAD-AIBILI; FFUC) O modelo notificação espontânea de suspeitas de reações adversas a medicamentos Inês Ribeiro Vaz (UFN) Painel de Reação e Debate Ana Marta Anes (UFLVT) Eugénio Cordeiro (ARS-Centro) Paula Fresco (FFUP) Fátima Bragança (DGRM-INFARMED, I.P.) 11h00 | Pausa para café 11h30 | Segundo painel | Moderador: Francisco Batel Marques (CHAD-AIBILI; FFUC) A segurança dos sistemas de saúde: integração da farmacovigilância Pedro Beja Afonso (HDFF) Painel de Reação e Debate Catarina Casimiro (Bayer) Carla Torre (ANF) Graça Rigueiro (IPO-C) Paula Barão (UFS) 12h30 | Póster – Primeiro prémio (patrocinado pela Sanofi) 12:45 | Sessão de Encerramento José Aranda da Silva | Presidente da Mesa da Assembleia Geral da SPFCF 14:30 | Assembleia Geral dos Sócios da SPFCF Patrocínio Apoios IV Reunião Científica Anual da SPFCF 2 Comissão Científica Presidente – Prof. Doutora Sofia Oliveira Martins Dr. José Aranda da Silva Prof. Doutor Carlos Alves Prof. Doutora Paula Fresco Comissão Organizadora Presidente – Prof. Doutor Francisco Batel-Marques Dr.ª Ana Marta Anes Dr.ª Bárbara Aranda da Silva Dr. Carlos Alves Dr. Diogo Mendes Dr.ª Margarida Falcão IV Reunião Científica Anual da SPFCF 3 Resumo das Comunicações IV Reunião Científica Anual da SPFCF 4 NÚMERO: 1 TÍTULO: Aplicação de três escalas diferentes na determinação da carga anticolinérgica total em idosos institucionalizados AUTORES: Margarida Castel-Branco1,2,*, Maria Isabel Magalhães1, Fernando Fernandez-Llimós3,4, Margarida Caramona1,2, Isabel Vitória Figueiredo1,2 INSTITUIÇÃO: 1Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2IBILI – Institute for Biomedical Imaging and Life Sciences, Universidade de Coimbra, Portugal; 3Departamento de Sócio-Farmácia, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 4iMed.ULisboa – Instituto de Investigação do Medicamento, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVOS: Calcular a carga anticolinérgica total e comparar os resultados obtidos numa população residente num lar de idosos usando três escalas diferentes. MÉTODOS: Através da consulta dos dados registados nos processos clínicos de 32 idosos institucionalizados (Centro Social Paroquial do Seixo de Mira, Portugal) foi calculada a carga anticolinérgica total aplicando as escalas Anticholinergic Cognitive Burden (ACB), Anticholinergic Drug Scale (ADS) e Anticholinergic Risk Scale (ARS). Compararam-se os valores das diferentes escalas com testes emparelhados não paramétricos (Wilcoxon signed ranks test). O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética (106-CE-2015). RESULTADOS: A população em estudo apresentou uma média de 86,6±8,7 anos e de 5,3±2,8 medicamentos/idoso. A percentagem da carga anticolinérgica nos idosos variou consoante a escala utilizada: a carga anticolinérgica foi considerada nula em 46,9% (ACB), 40,6% (ADS) e 75,0% (ARS); baixa em 31,25% (ACB), 46,9% (ADS) e 18,8% (ARS); elevada em 21,9% (ACB), 12,5% (ADS) e 6,25% (ARS) dos idosos. A carga anticolinérgica total foi, em média, de 1,34 (ACB), 1,25 (ADS) e 0,5 (ARS). Apenas 37,5% dos idosos foram classificados da mesma forma pelas 3 escalas. Observou-se maior concordância entre as escalas ACB e ADS (59,4%) do que entre ARS e ADS (50,0%) ou ACB e ARS (46,9%). Observouse diferença significativa entre as pontuações de ACB e ARS (p=0,001) e entre ARS e ADS (p=0,002), mas não entre ACB e ADS (p=0,635). CONCLUSÕES: Os resultados revelam que as escalas utilizadas não são sobreponíveis. A ACB foi a que atingiu a pontuação mais elevada. Em vez de se basearem em farmacologia teórica, será necessário realizar estudos de avaliação de resultados (outcome assessment) para eleger a escala mais adequada antes de recomendar uma delas para uso na prática clínica. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 5 NÚMERO: 2 TÍTULO: Interações medicamentosas em oncologia – cancro colorectal AUTORES: P. Cavaco1, A. Santos1, B. Madureira1, C. Lopes1, E. Viegas1,2, F. Falcão1,2 INSTITUIÇÃO: 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental – Hospital de São Francisco Xavier;2 Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: As interações em oncologia são de particular importância devido à estreita margem terapêutica e toxicidade dos antineoplásicos. A incidência de interações aumenta em doentes polimedicados, o que é muito comum em doentes oncológicos, dado que frequentemente apresentam outras comorbilidades. OBJECTIVOS: Identificação de interações medicamentosas entre regimes baseados em fluoropirimidinas e outra terapêutica em curso em doentes com cancro colorectal (CCR). MÉTODOS: Estudo descritivo, observacional com análise retrospetiva referente ao período compreendido entre Janeiro e Março de 2014, num hospital geral, central, onde está sediada a oncologia de um Centro Hospitalar. Foram incluídos todos os doentes com diagnóstico de CCR que iniciaram terapêutica com regimes baseados em fluoropirimidinas. A recolha de informação foi efetuada por consulta do processo clínico e outros registos hospitalares. Os dados foram registados e tratados em Microsoft Excel 2010. A avaliação das interacções foi efetuada utilizando a base de dados Lexi-Interact. Sempre que foram identificadas interações com classificação de risco D e X o farmacêutico responsável contactou o médico assistente. RESULTADOS: Foram analisados os perfis farmacoterapêuticos de 43 doentes, 29 dos quais, tinham medicamentos prescritos para o tratamento de outras patologias, sendo mais prevalentes os fármacos do Aparelho Cardiovascular (n=45) e do Sistema Nervoso Central (n=26). A média de medicamentos prescritos por doente foi de 3.7 (min=1; máx=10). Foi avaliada a existência de interações entre os protocolos de quimioterapia prescritos (5-FU +/- folinato de cálcio n= 8; FOLFOX n= 8; FOLFIRI n=7; outros n= 6) e a outra terapêutica. Identificaram-se 34 interacções, com a seguinte classificação de risco, C (monitorização dos efeitos secundários; n=10), D (considerar modificação da terapêutica; n=23) e X (evitar combinação; n=1), com uma média de 1,2 interações por perfil analisado. Os fármacos que mais contribuíram para as interações identificadas foram a dexametasona (n=20) e o fluorouracilo (n=8). CONCLUSÕES: O presente estudo permitiu identificar a necessidade de intervenção farmacêutica na área das interações medicamentosas contribuindo para a melhoria da segurança do doente oncológico. A identificação das interações mais frequentes permitirá a inclusão de alertas no sistema de prescrição informatizada, acessíveis ao médico no momento da prescrição. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 6 NÚMERO: 3 TÍTULO: Implementação de um programa de farmacovigilância activa em oncologia AUTORES: P. Cavaco1, A. Santos1, B. Madureira1, C. Lopes1, E. Viegas1,2, F. Falcão1,2 INSTITUIÇÃO: 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental – Hospital de São Francisco Xavier;2 Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: As Reacções Adversas Medicamentosas (RAM) podem ter como consequência a hospitalização, a incapacidade ou a morte do doente. A ocorrência de RAM tem elevada morbilidade e mortalidade associadas, representando a 5ª causa de morte nos países industrializados. A implementação de modelos de monitorização intensiva permite identificar de forma precoce e exaustiva a ocorrência de RAM. Por se tratar de uma atividade consumidora de recursos devem definir-se critérios de seleção de fármacos. OBJECTIVOS: Descrever a implementação de um programa de farmacovigilância activa no setor de oncologia MÉTODOS: Estudo descritivo, observacional com análise retrospetiva referente ao período compreendido entre Janeiro de 2012 e Dezembro de 2015, num hospital geral, central, onde está sediada a oncologia de um Centro Hospitalar. Foram analisados os dados referentes aos antineoplásicos e imunomoduladores selecionados pela CFT para inclusão em programa de farmacovigilância ativa no período em análise, incluindo a informação resultante de entrevista ao doente e da consulta de registos hospitalares. Os dados foram registados e tratados em Microsoft Excel 2010. As suspeitas de RAM foram notificadas. RESULTADOS: Foram incluídos 8 fármacos em programa de farmacovigilância ativa (abiraterona, denosumab, ibrutinib, idelalisib, nab-paclitaxel, pazopanib, pertuzumab e trastuzumab-emtansina), monitorizados 31 doentes e efetuados 141 acompanhamentos. O maior número de acompanhamentos foi efetuado nos anos de 2014 (n=40) e 2015 (n=87). A média foi de 4,5 acompanhamentos/ doente (min=1; máx=20). Foram identificadas RAM (n=18) em 12.8% dos acompanhamentos, a maioria (n=13) verificouse com o denosumab e a abiraterona encontrando-se descrita no RCM como frequente. Num acompanhamento de um doente com prescrição de foi identificada mucosite (RAM não esperada). CONCLUSÕES: Os ensaios clínicos incluem um número reduzido de doentes e durante um curto espaço de tempo, tornando-se importante vigiar a segurança dos fármacos em contexto real. A utilização de programas de monitorização intensiva de fármacos permite identificar e avaliar potenciais sinais de segurança, que poderiam não ser identificados pelo processo de notificação espontânea, contribuindo para a maior segurança da utilização do medicamento. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 7 NÚMERO: 4 TÍTULO: Cetoacidose diabética associada à terapêutica com nivolumab: estudo de um caso AUTORES: Margarida Falcão1, Helena Farinha1, Fátima Falcão1,2 INSTITUIÇÃO: 1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE - Hospital de Egas Moniz, 2Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: O nivolumab é um anticorpo monoclonal humano de imunoglobulina G4, que se liga aos recetores de morte programada-1 (PD-1) e bloqueia as interações com os ligandos PD-L1 e PD-L2, que podem ser expressos por células tumorais, resultando na inibição da proliferação de células T. O nivolumab potencia as respostas de células T, incluindo respostas antitumorais, através do bloqueio da ligação do PD1 aos ligandos referidos. CASO CLÍNICO: Doente JJCA, sexo feminino, 74 anos, com diagnóstico de Carcinoma Pulmão Não Pequenas Células, histologia adenocarcinoma, estadio IV, a fazer terapêutica de 2ª linha com nivolumab 3mg/Kg de 2/2 semanas, ao abrigo de um Programa de Acesso Precoce. Antecedentes pessoais de asma brônquica, hipertensão arterial e dislipidémia. Sem alterações prévias de glicémia. A doente recebeu duas administrações de nivolumab (5 e 29/02/2016). A 11/3/16 inicia quadro caracterizado por poliúria, vómitos e confusão mental, sendo admitida no serviço de urgência (SU) aproximadamente 12h após início das queixas. À admissão no SU estaria consciente e colaborante, mas prostrada, desidratada e polipneica. Apresentava-se à observação: apirética, hipotensa (88x40mmHg), glicémia capilar>500 mg/dL, cetonémia 6,6mmol/L, gasimetria em ar ambiente com acidémia metabólica (pH-7,07, pCO2-27mmHg, pO2134mmHg, HCO3-7,8mmol/L, lactato-2,9mmol/L, glucose> 750mg/dL), corroborando o diagnóstico de cetoacidose diabética. Iniciou–se fluidoterapia e insulina em perfusão com melhoria clínica progressiva. Dada a boa evolução clínica, 24h após admissão no SU foi transferida para o internamento de Pneumologia. Foi avaliada pela Endocrinologia, que confirmou a necessidade de manutenção da terapêutica com insulina após alta (19/03/2016). Na consulta de Endocrinologia, confirma-se a hipótese diagnóstica de Diabetes Mellitus (DM) tipo I inaugural, secundária ao tratamento com nivolumab, por doseamento de anticorpos contra a descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD). A reação adversa medicamentosa (RAM) foi reportada à Unidade de Farmacovigilância de Lisboa e Vale do Tejo tendo sido classificada como “Provável”. CONCLUSÕES: Foram observadas endocrinopatias graves, incluindo DM e cetoacidose diabética, com o tratamento com nivolumab. Os doentes em terapêutica devem ser monitorizados por um período nunca inferior a 5 meses após a última administração. A deteção precoce de RAM e a sua notificação ao Sistema Nacional de Farmacovigilância é essencial. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 8 NÚMERO: 5 TÍTULO: Suspeita de reações adversas associadas ao evolocumab: um case report AUTORES: Tânia Laranjeira, Liliana Calixto, Alexandra Atalaia, Margarida Pereira, Teresa Adragão, Margarida Bruges, Ana Mirco, Fátima Falcão INSTITUIÇÃO: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Hospital de Santa Cruz, E.P.E. E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVOS: Descrever uma suspeita de RAMs associada à utilização do evolocumab numa doente com hipercolesterolemia primária. MÉTODOS: A introdução do evolocumab no arsenal terapêutico do nosso hospital foi acompanhada da inclusão do medicamento em programa de farmacovigilância. Foi identificada uma suspeita de RAMs, posteriormente encaminhada para a Unidade de Farmacovigilância de Lisboa e Vale do Tejo (UFLVT). RESULTADOS: Após a 1ª administração do evolocumab, a doente referiu o aparecimento de lombalgia e cefaleia, tratada com paracetamol, com resolução da sintomatologia. Nos dias seguintes, desenvolveu quadro de enxaqueca intensa durante aproximadamente 7 dias, que resolveu sem instituição de terapêutica. Cerca de 48 horas após a 2ª administração, desencadeou-se um quadro respiratório de “dispneia” e rouquidão, classificado pela médica assistente, como provável reação de hipersensibilidade/nasofaringite. Esta reação foi auto-limitada (8 horas) e não requereu instituição de terapêutica para resolução. A doente reportou ainda agravamento da intensidade da lombalgia que apresentava recorrentemente. Ao contrário do habitual, esta sintomatologia obrigou à instituição de terapêutica com paracetamol 500mg/ tiocolquicosido 2 mg (de 8/8 horas) e clonixina 125 mg (de 8/8horas), analgesia que manteve durante uma semana. A 8 de Março de 2016, pela intensidade da sintomatologia descrita, a médica assistente decidiu suspender o evolocumab. A doente foi avaliada a 5 de Abril de 2016, apenas referindo a persistência da lombalgia, ainda que com menor intensidade. A suspeita de RAMs foi encaminhada para a UFLVT, para avaliação do nexo de causalidade. CONCLUSÕES: As reações adversas podem limitar o potencial terapêutico de um fármaco, pelo que, a monitorização do seu perfil de segurança na prática clínica constitui uma importante ferramenta para promover uma utilização mais segura dos medicamentos. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 9 NÚMERO: 6 TÍTULO: Iatrogenia medicamentosa numa população de doentes com doença inflamatória intestinal AUTORES: Juliana Pinho, Paula Sousa, Joana Machado, Diana Martins, João Fernandes, Paula Ministro, Eugénia Cancela, Américo Silva INSTITUIÇÃO: Centro Hospitalar Tondela/Viseu, Serviço de Gastrenterologia E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: A terapêutica da doença inflamatória intestinal (DII) engloba um largo espetro de fármacos, desde os aminossalicilatos até à terapêutica biológica, utilizados de forma criteriosa de acordo com a atividade, localização e comportamento da doença. No entanto, estes fármacos apresentam diferentes perfis de segurança, podendo estar associados a reações adversas que podem complicar o curso do tratamento. OBJECTIVOS: Avaliar os efeitos adversos das diferentes terapêuticas utilizadas na DII na população de doentes seguidos na consulta de DII do nosso hospital. MÉTODOS: Foi realizada uma avaliação prospetiva das reações adversas da terapêutica utilizada nos doentes com DII seguidos em consulta desde 2008 com um follow-up mínimo de 6 meses, incluindo a terapêutica com mesalazina, terapêutica imunossupressora clássica (azatioprina, 6-mercaptopurina e metotrexato) e terapêutica biológica (Infliximab e adalimumab). RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 465 doentes com DII, com idade média de 47 anos ± 16,2 anos, 54,8% (n=255) do sexo feminino e 45,2% (n=210) do sexo masculino, sendo que 53,3% (n=248) apresentava colite ulcerosa e 46,7% (n=217) doença de Crohn. Foram registadas no total 80 reações adversas em 62 doentes (13,3%), sendo que 13 (20,9%) apresentaram efeitos adversos a dois ou mais fármacos. Do total de reações adversas, 33 foram consideradas graves (41,2%) e ocorreram em 54,5% dos casos em doentes sob terapêutica biológica. Foi registado um óbito associado a efeitos adversos da terapêutica com infliximab. A maioria das reações adversas (n=49) ocorreu nos doentes com doença de Crohn. Os fármacos com registo de maior número de reações adversas foram a azatioprina (20,1%), a 6mercaptopurina (44,4%) e o infliximab (20,4%) e o fármaco com menos efeitos adversos foi o adalimumab (1,9%). CONCLUSÕES: A terapêutica com imunossupressores clássicos e a terapêutica biológica com infliximab registou um maior número de reações adversas em relação à terapêutica com mesalazina e adalimumab. Por outro lado, a terapêutica biológica foi associado a um número superior de reações adversas graves em relação à terapêutica imunossupressora clássica. É portanto importante conhecer o perfil de segurança dos diferentes fármacos utilizados na DII para um diagnóstico precoce e orientação adequada. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 10 1º PRÉMIO NÚMERO: 7 TÍTULO: Treatment with MEK inhibitors and risk of ocular toxicity: a systematic review and meta-analysis AUTORES: Carlos Alves1,2, Inês Ribeiro1, Ana Penedones1,2, Diogo Mendes1,2, Francisco Batel Marques1,2 INSTITUIÇÃO: 1.Central Portugal Regional Pharmacovigilance Unit (UFC), Centre for Health Technology Assessment and Drug Research (CHAD), AIBILI, Coimbra, Portugal 2. School of Pharmacy, University of Coimbra, Coimbra, Portugal E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Treatment with MEK inhibitors reduced neoplastic disease progression and improved the response rate, particularly in melanoma. However, these drugs were also associated with ophthalmic iatrogenics. This meta-analysis aims to evaluate the risk of ophthalmic adverse effects associated with MEK inhibitors. METHODS: A literature search was conducted in Pubmed from its inception until December 2015. Eligible studies were Phase II and Phase III randomized clinical trials (RCTs) including cancer patients which have been designed to evaluate the efficacy and safety of MEK inhibitors (binimetinib, pimasertib, cobimetinib, selumetinib and trametinib) versus placebo or active control. Overall risk of ophthalmic adverse effects, chorioretinopathy, retinal detachment, blurred vision, uveitis and eye hemorrhage were the assessed outcomes. Peto odds ratios (ORs) with the 95% confidence intervals (CI) were pooled. Between-study heterogeneity was assessed using I2 statistics. Sensitivity analysis was conducted to evaluate the influence of type of cancer (melanoma vs non-melanoma) and RCT’ phase in risk estimates. RESULTS: Thirteen RCTs were included in this meta-analysis, one evaluating cobimetinib, one evaluating pimasertib, six evaluating trametinib and five evaluating selumetinib. RCT evaluating binimetinib did not meet the inclusion criteria. Overall, MEK inhibitors were associated with an increased risk of ophthalmic adverse effects (OR 2.24; 95%CI 1.75-2.87; p<0.0001; I2=86.5%). An increased risk was also estimated for chorioretinopathy (OR 5.44; 95%CI 2.89-10.23; p<0.0001; I2=0%), retinal detachment (OR 6.54; 95%CI 3.28-13.03; p<0.0001; I2=0%), blurred vision (OR 2.30; 95%CI 1.50-3.54; p<0.0001; I2=60.1%), but not for uveitis (OR 0.99; 95%CI 0.14-7.03; p=0,991; I2=2,9%) or eye hemorrhage (OR 0.72; 95%CI 0.04-12.39; p=0,824; I2=29,8%). Risk estimates did not significantly changed when results were stratified according to type of cancer or RCT’ phase. CONCLUSIONS: Treatment with MEK inhibitors seems to increase the risk of ophthalmic adverse effects. A need for monitoring the safety of this class of drugs exists. Regulators, clinicians and other healthcare professionals must, together, be involved in this process. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 11 NÚMERO: 8 TÍTULO: Costs associated with adverse drug events: a systematic review of literature AUTORES: Francisco Batel Marques1,2, Ana Penedones1,2, Carlos Alves1,2, Diogo Mendes1,2 INSTITUIÇÃO: 1.Central Portugal Regional Pharmacovigilance Unit (UFC), Centre for Health Technology Assessment and Drug Research (CHAD), AIBILI, Coimbra, Portugal 2. School of Pharmacy, University of Coimbra, Coimbra, Portugal E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Adverse drug events (ADE) have a considerable adverse impact on human health, and have been associated with increased healthcare costs. Several studies addressed the economic burden of drugrelated morbidity, but, to date, no attempt has been made to estimate the average costs of ADE. The aim of this systematic review is to estimate costs related with ADE. METHODS: MEDLINE and Cochrane Library were searched from 1995 up to 2015. Experimental and observational studies, economic evaluations and systematic reviews were included. Methodological quality of selected studies was assessed by Cochrane Collaboration tool for experimental and observational studies, Evers Checklist for economic evaluations and PRISMA guideline for systematic reviews. Studies were classified according to the setting analyzed in “Ambulatory”, and “Hospital”. Costs were classified as “Direct” and “Indirect”. Data were analyzed using descriptive statistics. RESULTS: Forty-one (82%) observational studies, 5 (10%) economic evaluations and 4 (18%) systematic reviews were included. Economic evaluations were the type of study assessed with the highest methodological quality score. The mean study duration was 29 months [2 weeks–127 months]. Most of the studies assessed the median costs of any ADE (n=30; 60%). Thirty-three (66%) studies evaluated any therapeutic group. Thirty-two (64%) studies estimated costs of ADE in “Hospital” setting. “Direct medical costs” were the most frequently type of costs evaluated (n=26; 84%). The unit of measure and the way how the costs were estimated varied widely across the studies. CONCLUSIONS: Several studies have investigated the costs related with ADE. However, due to the wide variety of study methodology, settings analyzed, and type and unit of measurement of costs evaluated, no conclusions can be drawn. Further work is warranted to standardize research methodologies to properly estimate the economic burden of ADE. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 12 NÚMERO: 9 TÍTULO: Is the number needed to harm a useful metric for the assessment of benefit-risk ratios of drugs? A case study with drugs withdrawn from the EU market due to safety reasons. AUTORES: Diogo Mendes (1,2), Carlos Alves (1,2), Francisco Batel-Marques (1,2) INSTITUIÇÃO: 1) CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image. 2) School of Pharmacy, University of Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUCTION: Regulators and pharmaceutical industry have been developing frameworks that could serve as structured models for benefit-risk (BR) assessment to decision making. The number needed to treat (NNT) or to harm (NNH) are metric indices that can be used to assess benefits and risks of drugs. This study aims to test the use of the NNH in drugs withdrawn from the European market due to safety reasons and to evaluate its usefulness in BR evaluations. METHODS: Drugs withdrawn from the European market due to safety reasons identified in randomized controlled trials (RCTs) were included. Authorities’ assessment reports were used to extract patient-years of exposure and numbers of adverse events. Incidence rates per patient-years were used to estimate annualized NNHs for withdrawn drugs vs. comparators in pre-marketing and post-marketing periods. RESULTS: Annualized NNHs (95% CI) vs. comparators for pre- and post-marketing periods were, respectively, 1007 (NS) and 797 (602-1178) for myopathy, 107 (57-1097) and 389 (262-756) for new onset diabetes with niacin-laropiprant; 8 (7-10) and 6 (4-13) for psychiatric disorders with rimonabant; 1110 (not statistically significant [NS]) and 139 (80-423) for thromboembolic events with rofecoxib; 1112 (NS) and 1063 (NS) (304 [NS] and 1059 [NS] in two meta-analyses of RCTs) for myocardial infarction with rosiglitazone; 1 (1-7) and 2 (1-3) for cardiovascular events with valdecoxib; and 304 (197-665) and 42 (NS) for hepatoxicity (ALAT increase 3x ULN) with ximelagatran. CONCLUSÃO: A reduction of the NNH values from the pre-marketing to the post-marketing assessment periods was unequivocal in the case of rofecoxib. In the case of niacin-laropiprant, a decrease of the NNH was noted for myopathy, but not for new-onset diabetes. In the cases of rosiglitazone and ximelagatran, the point-estimate NNH was lower in post- than in pre-marketing studies, but without statistically significance. The NNHs obtained for rimonabant and valdecoxib did not vary substantially over time. Further research is needed to clarify the potential usefulness of the NNH in BR evaluations since the present results were not conclusive. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 13 NÚMERO: 10 TÍTULO: The contribution of community pharmacies to Central Portugal Regional Pharmacovigilance Unit AUTORES: Ana Penedones1,2,3, Inês Ribeiro2, Diogo Mendes1,2,3, Carlos Alves1,2,3, Francisco Batel Marques1,2,3 INSTITUIÇÃO: 1.Unidade de Farmacovigilância do Centro (UFC) 2. Centro de Avaliação de Tecnologias em Saúde e Investigação do Medicamento (CHAD), AIBILI - Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, Coimbra, Portugal 3. Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Most evidence on harms is obtained from post marketing surveillance, which comprises spontaneous reporting.1 The aim of this study was to study spontaneous reporting from community pharmacies received in Central Portugal Regional Pharmacovigilance Unit (UFC). METHODOLOGY: The spontaneous reports from community pharmacies received in UFC between 2009 and 2015 were considered. The ADRs were assessed according to their seriousness, previous knowledge and causal relation with suspected drugs. The ADRs were codded in the preferred term (PT), according to the Medical Dictionary for Regulatory Activities (MedDRA), version 18.0. The suspected drugs were coded according to the 2nd-level therapeutic subgroup of the Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) classification system. RESULTS: The UFC received 1622 cases that contained 255 (16%) cases from community pharmacies (mean annual reporting rate of 21 cases/million habitants). Considering the total number of pharmacists in Central Portugal Region, it is estimated that a maximum of 8% (132/1665) had spontaneously reported an ADR. One hundred and ten cases (43%) were assessed as serious, 55 (22%) as unknown (i.e., not listed in the Summary of Product Characteristics [SmPC] of the suspected drug), and 207 (81%) as being at least possibly related with the suspected drug. The most frequently reported ADRs were “malaise” (n=23; 4%), “vomiting” (n=23; 4%), “dizziness” (n=21; 4%), and “nausea” (n=20; 3%). “Antiinflammatory and antirheumatic products” (n=23; 9%), and “Antibacterials for systemic use” (n=23; 9%), followed by “Agents acting on the renin-angiotensin system” (n=21; 8%) were the suspected drugs most frequently reported. CONCLUSION: Community pharmacies provided a modest contribution to pharmacovigilance. Pharmacists underreporting is clearly a major finding of this study. Since pharmacists should play a central role in both drug an patient safety, reasons for this situation must be studied. REFERENCES: 1 - Alves, C. Macedo, A.F. Batel Marques F. Sources of information used by regulatory agencies on the generation of drug safety alerts. Eur J Clin Pharmacol. 2013; 69:2083-2094. IV Reunião Científica Anual da SPFCF 14 NÚMERO: 11 TÍTULO: Multiple drug exposure as risk factor for serious adverse drug reactions AUTORES: Inês Ribeiro1, Ana Penedones1,2,3, Diogo Mendes1,2,3, Carlos Alves1,2,3, Francisco Batel Marques1,2,3 INSTITUIÇÃO: 1. Centro de Avaliação de Tecnologias em Saúde e Investigação do Medicamento (CHAD), AIBILI - Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, Coimbra, Portugal 2. Unidade de Farmacovigilância do Centro (UFC) 3. Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVE: Multiple drug exposure, gender and age have been identified as independent risk factors for an increased risk of serious adverse drug reactions (ADRs).1 This study aimed to confirm this hypothesis. METHODOLOGY: All spontaneous reports of suspected ADRs received by Central Portugal Regional Pharmacovigilance Unit between January 2001 and September 2015 were included. The ADRs were codded in the preferred term (PT), according to the Medical Dictionary for Regulatory Activities (MedDRA), version 18.0. The suspected drugs were coded according to the 1st-level therapeutic subgroup of the Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) classification system. Four levels of simultaneous drug exposure (≥2; ≥3; ≥4; ≥5) were established. A secondary bivariate analysis was performed to test significant differences of defined levels of multiple drug exposure. RESULTS: Of 2857 spontaneous reports, 1637 (57.3%) cases were assessed as serious. Serious ADRs with multiple drug exposure (mean 3.2 ± s.d. 2.2; maximum 17) were present in 59.6% (n= 976) of the cases. When drug exposure was changed from ≥ 2 drugs to ≥ 5 drugs, a decrease in the proportion of ADRs (40% vs. 21%), but an increased proportion of serious ADRs was observed (59% vs. 62%). However, the odds of experiencing a serious ADR according to multiple drug exposure was not statistically significant. After adjusting for other risk factors, such as age and gender, simultaneous drug exposure to 5 or more drugs become significantly associated with an increased risk of serious ADRs [odds ratio (OR) 1.36; 95% confidence interval (CI) 1.07-1.72]. CONCLUSION: Other studies suggest an increased risk of serious ADRs associated with multiple drug exposure1. The present results are not in line with these findings. Therefore continuous research is need, focusing more large samples. REFERENCES: 1 - Macedo AF, Alves C, Craveiro N, Marques FB. Multiple drug exposure as a risk factor for the seriousness of adverse drug reactions. J Nurs Manag. 2011 Apr;19(3):395-9 IV Reunião Científica Anual da SPFCF 15 NÚMERO: 12 TÍTULO: Implementação de práticas seguras num sistema informático hospitalar: LASA, abreviaturas, símbolos e unidades AUTORES: Joana Pinto [1], Anabela Fonseca-Silva [1], Joana Nunes [1], Joana Ribeiro [1], Catarina Garcia [1], Sandra Lino [1], Hélder Silva [2], José Guerra [2] INSTITUIÇÃO: [1] CEDIME – Centro de Informação de Medicamentos, Associação Nacional das Farmácias [2] Glintt – Global Intteligent Technologies E-MAIL: [email protected] RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: Entre as metas de segurança do doente publicadas por instituições de referência constam a melhoria da comunicação e o uso seguro de medicamentos. O Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020 [1] prevê a implementação de estratégias que minimizem a incidência de eventos adversos evitáveis na utilização de medicamentos. Os medicamentos LASA (Look-alike/ Sound alike) têm nome ortográfico, fonético e/ou aspeto semelhante, podendo ser confundidos. Um em cada quatro eventos adversos relacionados com a medicação está relacionado com medicamentos LASA [2]. Outra fonte identificada de erros evitáveis é a utilização das abreviaturas, símbolos e unidades identificadas pelo Institute for Safe Medication Practices (ISMP) [3]. OBJECTIVO: operacionalizar as estratégias de promoção da segurança na utilização dos medicamentos num sistema de informação hospitalar. MÉTODOS: Para esta operacionalização, procedeu-se à integração do método de inserção de letras maiúsculas (Tall Man Lettering) para diferenciar as substâncias ativas nas descrições das fichas de medicamentos LASA dos dicionários hospitalares. Adicionalmente, estas descrições foram alteradas tendo em consideração os termos da lista publicada pelo ISMP [3], adequados à realidade nacional. O sistema de informação hospitalar sofreu desenvolvimentos para permitir a integração das descrições finais e a manutenção destas ao longo do circuito do medicamento. RESULTADOS: Foram alteradas as descrições das fichas de 3935 medicamentos, 52% do total de referências consideradas: 911 de medicamentos LASA e 3383 pela aplicação da lista do ISMP. Os desenvolvimentos do sistema informático permitiram a visualização dos descritivos atualizados nos ecrãs de prescrição e transcrição, validação da terapêutica, registo da administração da terapêutica e cedência de medicação em regime de ambulatório. CONCLUSÕES: A operacionalização de estratégias de promoção da segurança na utilização dos medicamentos é um processo complexo e que envolve a preparação da informação e a adaptação dos sistemas informáticos. O resultado deste trabalho está implementado num centro hospitalar. Os próximos passos serão a disseminação para outros centros hospitalares a nível nacional e a aferição do impacto. REFERÊNCIAS: [1] Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020, Despacho nº 1400-A/2015 [2] Norma DGS 020/2014 – Medicamentos com nome ortográfico, fonético ou aspeto semelhante [3] ISMP’s List of Error-Prone Abbreviations, Symbols, and Dose Designations. ISMP, 2015 IV Reunião Científica Anual da SPFCF 16