Março de 2014 - Ex

Transcrição

Março de 2014 - Ex
INTER EX Março/2014
TÚNEL do
TEMPO
João Baptista Gomes (1942-1948)
C
arta do padre Bernardo Ditters dias após ter
participado da reunião de ex-alunos no mês de
agosto, em Pirassununga.
(Transcrita do Boletim Informativo no. 19 do mês de
dezembro de 1984)
Que experiência! Tive que esperar por 38 Encontros
para, afinal, ganhar esta experiência inesquecível,
educativa e madura. Não tinha muita ilusão e não
esperava muito desse Encontro. A grande maioria dos
presentes não me conhecia e eu fomentava apenas a
esperança de rever um pequeno número de pioneiros,
daqueles que mais sofreram comigo na década de 30,
gurizada de 10 anos em média, hoje vovôs e por isso
mesmo, presumia eu, mais liberais e mais meigos do
que naqueles tempos agrestes. Mas não! Fui recebido
no meio de uivos e vozerias do jeitinho de antigamente,
bem familiares! Envolvia-me o cheiro afetuoso do ninho
antigo, do bate papo confidencial alegre e despretensioso
misturado ao perfume das chuteiras no porão. Ai, colégio
da Raia das minhas saudades .... gurizada .... hoje pais de
família, fazendeiros, advogados, médicos, professores,
comerciantes ..., antes de tudo, gurizada, todos com a
tatuagem indelével da espiritualidade MSC, piedosa,
alegre, acessível, obsequiosa. Obrigado, meu Deus!
EXPEDIENTE
ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS MSC
Presidência
Al. dos Uapés, 529 - São Paulo - CEP: 03146-010
Tel: (11) 5078-8239 Cel: 99638-2229
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Boletim Informativo Inter-Ex
Rua dos Cíclames, 858 - Vila Prudente - SP
CEP: 03146-010 - São Paulo - SP
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente:
William Marinho de Faria
(l1)5078-8239
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Vice-Presidente:
Marcos de Souza
(11)3255-5456
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Secretário:
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(31)3641-1172
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Tesoureiro:
Paulo Barbosa Mendonça
(l9)3542-3286
Três coisas me impressionaram de trás para frente. As
conversações com meus ex-alunos e os assuntos sérios
da vida deles, o interesse que mostraram por minhas
experiências de sacerdote e como eles se empenhavam
na vida da paróquia como ministros da eucaristia, acólitos,
na catequese, em atividades pelos pobres e, sobretudo,
nas comunidades eclesiais de base. Bom naipe! “Bruder”
Adriano Lansbergen deve estar sorrindo satisfeito no seu
túmulo. Todos eles vieram para a Escola Apostólica dos
MSC. Eu me perguntava: tinham vocação? Palavra difícil
de ser respondida por um garoto de dez ou onze anos.
Desejo da família (vocação de pai ou mãe)? Por que não
vingaram? O que os teria levado à conscientização de
que esse não era o caminho deles? Com quantas lutas
encararam na vida lá fora, agora não mais protegida? E
as crises da fé e religiosidade?
Muito mais se passou pela minha mente. Confesso
que não gosto e nunca gostei de reuniões, mas nessa
eu fiquei até o fim. Não saí. Senti todos eles nas mãos
de Deus.
NR: O padre Bernardo nasceu em 1908 e foi professor
na Escola Apostólica de Pirassununga de 1933 a 1938
e de 1943 a 1945, construtor do seminário de Ibicaré.
Faleceu em 1986 aos 78 anos.
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Diretor Espiritual:
Pe. Manoel F. dos Santos Jr
(11)3228-9988
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CONSELHO FISCAL - TITULAR
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(11)3228-9988
CONSELHO FISCAL - SUPLENTE
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(l1)4695-1288
Vanderlei dos Reis Ribeiro
(l1)2512-0063
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Boletim Informativo Inter-Ex
João Costa Pinto....Res. (11)2341-2759
Cel.(11)96493-4520
REGIONAIS
DIAGRAMAÇÃO
Marcelo Silva Calixto....(11)3476-9601
Ibicaré
André Mardula ................(49)3522-0840
São Paulo
Marcos de Souza..............(11)3228-5967
Campinas
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Curitiba
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REDATORES DESTA EDIÇÃO
João Baptista Gomes, O Sombra, Antonio Henriques, Raimundo José Santana,
Monello Biondo, Alberto José Antonelli, Ézio Monari, Luppo da Gubbio,
Vilmar Daleffe, João Costa Pinto e Eurico Padula Cotrim (In memoriam)
2
Pirassununga
Renato Pavão...................(19)356l-605l
Bauru
Gino Crês.......................(14)3203-3577
Itapetininga
Sílvio Munhoz Pires ......(15)3272-2145
S. José dos Campos
Natanael Ribeiro de Campos (l2)3207-9869
Itajubá
José Benedito Filho........(35)3623-4878
CARAVANA
Moacyr Peinado Martin..(11)2421-4460
ATOS RELIGIOSOS
Daniel R Billerbeck Nery.(11)2976-5240
Lásaro A P dos Santos......(11)3228-9988
CONTEÚDO DO BOLETIM
O Redator é o responsável pelo conteúdo de sua
matéria, pelo formato redacional e por eventual
opinião manifestada.
INTER EX Março/2014
Caro aniversariante,
parabéns por
esse dia, em que
você festeja
mais um ano de vida,
junto com familiares,
amigos ou confrades.
Seja feliz e receba
as bençãos do Alto
ABRIL
01/04 - Delfim Pinto Carneiro
01/04 - Marco Aparecido Crepaldi
02/04 - Pe. Domingos H. Cruz Martins
03/04 - Isaias José de Carvalho
04/04 - Renato Pereira Leite
05/04 - José Irineu Baptistela
06/04 - Luiz Carlos Flach
07/04 - Edson Niehues
07/04 - Antoninho Hahn
07/04 - Raimundo José Santana
08/04 - Pe. Air José Mendonça
10/04 - Marcos de Jesus Travagim
10/04 - Oswaldo Renó Campos
11/04 - Marlinaldo de Andrade Freire
12/04 - José Carlos Ferreira
12/04 - Benedito Ronaldo Fernandes
12/04 - Carlos Hermano Cardoso
12/04 - José Roberto P. Carneiro
14/04 - Arlindo Giacomelli
17/04 - Wilson D. Mendes
18/04 - Carlos Alberto Barbosa Lima
18/04 - João Corrêa Filho
20/04 - Sérgio Roberto Costa
21/04 - Ivo Bottega
22/04 - Pe. Ednei Antônio B. Rodrigues
23/04 - Antônio Altafin
24/04 - Jorge Ferreira da Rosa
25/04 - Pe. Walter Licklederer
26/04 - Ângelo Garbozza Neto
28/04 - Pedro Antonio Grisa
30/04 - Adelino Gouveia da Rocha
(19) 3881-2369
(14) 3232-6845
(98) 3382-1116
(35) 3645-1276
(11) 5584-7943
(19) 3561-3767
(41) 3527-5539
(41) 3347-4600
(00) 3385-0279
(11) 2973-1108
(11) 2211-6454
(19) 3571-5554
(35) 3662-1321
(11) 3831-2037
(19) 3541-0747
(35) 9199-0158
(19) 3239-1190
(11) 3872-0103
(48) 3247-4249
(00) 3565-1684
(45) 3524-4926
(35) 3622-4925
(35) 3221-7234
(67) 3321-6464
(14) 3236-4911
(19) 3434-7597
(15) Itapetininga-SP
(retornou à Áustria)
(41) x367-4292
(48) 3249-6263
(11) 2973-6046
MAIO
03/05 - Luiz Carlos da Costa
04/05 - Alexandre Araújo Pereira
05/05 - Amilcar Monteiro Varanda
09/05 - Sílvio Munhoz Pires
09/05 - Delfim Pinto Carneiro Jr.
11/05 - José Benedito Filho
13/05 - Luiz Henrique da Costa
19/05 - Francisco Levandowski
19/05 - Romeu Dias da Silva
20/05 - Pe. Jorge de O. Gonçalves
(12) 3912-9537
(19) 3232-6619
(11) x287-3719
(15) 3272-2145
(11) 2916-7283
(35) 36234878
(35) Itajubá
(46) x523-2009
(35) x423-4309
Telefax (97) 3471-1063
23/05 - Mário Ferrarezzi
24/05 - Moacyr Peinado Martin
25/05 - Darci Donizette Ferreira
(19) 3561-5443
(11) 6421-4460
(11) Alguém sabe?
JUNHO
02/06 - Raul Carraro
(19) 3421-2033
06/06 - Pe. Edvaldo Rosa de Mendonça
(35) 3622-0749
06/06 - Pe. Nelson Ribeiro de Andrade (98)3382-1116-Telefax
07/06 - Pe. Samuel Brandão de Oliveira
(85) 9994-3092
08/06 - Paulo Barbosa Mendonça
(19) 3542-8532
09/06 - Dimas Begalli de Figueiredo
(35) 3212-8981
10/06 - Mauro Pavão
(19) 99729-8516
14/06 - José Barbosa Ribeiro
(35) 3465-4761
16/06 - Waldir Chaves de Mello
(11) 4227-3148
17/06 - Tiago da Fonseca
(18) 8143-6993
21/06 - Pe. Alex Sandro Sudré
(19) 3367-5343
22/06 - Pe. Humberto Capobianco
(19) 3561-8914
24/06 - João Negri Sobrinho
(11) 4612-4064
25/06 - Jones Fabio de Lima
(35) Alguém sabe?
25/06 - Cláudio Picolli
Pirassununga
25/06 - Pe. Ivo Trevisol
(85) 3377-1234
29/06 - Edyr Borges da Silva
(19) 3289-5152
30/06 - Eliseu Pavão
(19) 3561-5742
JULHO
02/07 - Mário Walter Decarli
02/07 - Orlando Os
03/07 - Jair Ribeiro
03/07 - Daniel Canale
09/07 - Norival José de Oliveira Paiva
10/07 - Osvaldo Muller
11/07 - Gino Crês
11/07 - Mário Lobo
15/07 - Alfredo Martins Aquino
16/07 - Rogério Alberico Garbossa
20/07 - Adeval Romano
22/07 - Gerard J. Gustav Bannwart
26/07 - Alberto Maria da Silva
26/07 - Luiz Gonzaga Rolim
27/07 - José Maria Aguiar Santana
27/07 - Leonel José Gomes de Souza
28/07 - Marcos Lelis Pinto
29/07 - William Marinho de Faria
29/08 - Paulo Cesar Morais Rennó
30/07 - Paulo Figueiredo
30/07 - Pedro Luís Brandão
(11) 4654-1351
(35) 3622-4596
(35) 3622-4596
(49) 3256-0157
(35) Itajubá
(19) 3869-1474
(14) 3203-3577
Alguém sabe?
Alguém sabe?
(41) 3049-2728
(17) 3464-4425
(15) 3646-9499
(13) 3227-5096
(11) X619-7613
(11) 2203-3231
(15) 3152-6890
(35) 3622-5809
(11) 5078-8239
(19) 3296-0410
(31) 3577-0225
(17) 3011-1697
Notas importantes e oportunas
I - Caro Ex-Aluno, se você souber o telefone completo ou faltante de um aniversariante, queira, por especial favor,
comunicá-lo por email ou telefone à Coordenação do Boletim/Inter Ex, como segue:
[email protected] - Tel.: (11) 2341-2759 • [email protected] - Tel.: (11) 5078-8239
II – Caso seu nome não conste da relação ou, por lapso, tenha deixado de constar, pedimos desculpas por essa falha,
pois estamos revendo todos os nomes, datas e telefones. Não deixe de avisar a Redação.
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INTER EX Março/2014
Mensagem do presidente
Venho transmitir minhas palavras
de agradecimento a todos os que em mim
confiaram, escolhendo minha pessoa para
presidir nossa belíssima Associação.
- de homenagem à Diretoria anterior que
cumpriu seu mandato com dedicação, dignidade e amor à Associação dos Ex-Alunos.
- de valorização da nossa Associação que
vem demonstrando força e vitalidade décadas seguidas.
Aqueles que partem, ao chegar sua hora, deixam-nos o
exemplo de dedicação, fraternidade e solidariedade.
- de intercâmbio com associações de Ex-Alunos MSC de outras Províncias, que também comungaram do mesmo sonho
e do mesmo ideal, os quais, trazendo o sinal do carisma do
Pe. Chevalier, desejam que seja amado o Coração de Jesus
por todos e por toda a parte.
- de acolhimento aos Ex-Alunos mais jovens da Província de
São Paulo, desejando que estejamos próximos a eles e eles de
nós, por todos os meios de comunicação.
- a cada um de vocês, caríssimos associados, para que, juntos
com seus familiares, apoiem nossa Associação e contribuam
com sugestões e críticas construtivas, para o bem de todos.
- enfim, palavras de agradecimento à Congregação e ao nosso
Diretor Espiritual que sempre nos recebem de braços abertos.
William Marinho de Faria
Presidente
Palavra do Leitor
Sobre o escrito “Tiro pela Culatra”
no qual o infeliz daquele jornalista
(Mathews) querendo tosquiar acabou
sendo tosquiado, deixo claro que não
sou o autor do mesmo. O texto saiu
na Net, já publicado há algum tempo. Agradeço à
Redação do Inter-Ex essa cortesia em atribuir a mim
algo que não me pertence.
(a) É. Monari.
Em o último Boletim Informativo, na
página do Sombra, alguém permanece na dúvida quanto à atitude de Pio
XII com relação ao Nazismo. Alguém
interessado no assunto para maiores
esclarecimentos, recomendo solicitar ao nosso estimado amigo João Baptista Gomes o envio do artigo por extenso (sem os justos cortes perfeitamente
aceitáveis por questões de espaço). Como se dizia
na época do governo Figueiredo, como incentivo à
produtividade da cana de açúcar para o Pró-alcool,
“Plante que o João garante”.
O Último Verso
(a) Lupo da Gubbio
Monello Biondo
Partir, c'est mourir un peu,
C'est mourir à ce qu'on aime:
On laisse un peu de soi-même
En toute heure et dans tout lieu.
Partir é morrer um pouco
Para tudo o que se adora:
Por toda parte, a toda hora,
Deixa-se a alma pouco a pouco.
C'est toujours le deuil d'un voeu
Le dernier vers d'un poême:
Partir c'est mourir un peu!
É o luto de um sonho, um oco
Na vida, um verso que chora:
Partir é morrer um pouco!
Et l'on part, et c'est un jeu,
Et jusqu'à l'adieu suprême,
C'est son âme que l'on sème,
Que l'on sème à chaque adieu:
Partir c'est mourir un peu...
E parte-se, e é um jogo, e a troco
de nada, até a última hora,
É a alma que se joga fora
A cada adeus como um louco:
partir é morrer um pouco...
Em 2013, Antônio Brogliatto se foi. Morreu um pouco para si, para aquilo que ele tanto amou neste mundo,
enquanto aqui estava. Deixou muito de si mesmo em cada instante e por onde esteve. Foi, de fato, um luto indescritível de um adeus supremo.
Ele partiu como numa cartada definitiva ao olhar puramente humano, um adeus supremo. Mas deixou aqui
uma parte de si mesmo escrevendo a poesia de uma vida toda dedicada a Deus, aos seus e ao próximo. Deixou
sua própria alma semeada na lembrança de todos aqueles que tiveram o privilégio de com ele conviver.
Partir foi para ele um morrer aos pedaços, o último verso de um poema inesquecível.
Partir é morrer um pouco... Na vida, um verso que chora.
Monello Biondo, janeiro 2014.
Nota - Original francês de Haraucourt. Tradução para o português (Brasil) de Guilherme de Almeida
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INTER EX Março/2014
O Sombra
• Raimundo, quando garoto bom no estilingue, deve
ter caçado muita rolinha e armado muito alçapão e
urupucas lá pelas cercanias da Serra do Cantagalo,
Barra, Pedra Preta, Pedra da Princesa, Cafua,
Trotil, Biguá e todas as demais, porque conhece
palmo a palmo todas as trilhas, nascentes, oitões e
vertentes do sopé da Mantiqueira. Nenhum prefeito
da região conhece tão bem seus municípios quanto
ele. Pena que aquelas andanças por ele contadas
tenham terminado com os apelos do estômago e
o “potverdomem“ do Irmão Chico. Ah Raimundo,
você errou de profissão. Nasceu para guia turístico.
• Foi uma judiação que aquele bando de moleques que
ele conduziu por aquelas matas não tenha chegado à
caverna do estranho Robinson Crusoé. O Raimundo
avivou tanto a nossa curiosidade, descrevendo
minuciosamente aquela pitoresca figura, para, no
fim, voltar correndo com medo de noite escura ou de
uma inofensiva jaguatirica. Que vexame!
como se doeu quando Dom Helder Câmara disse
ao papa que “não somos mais medievais”. Ele
começa soprando a caspinha do ombro da batina
dele, elogiando-o como um verdadeiro humanista
para, logo em seguida, soltar os cachorros em cima
do arcebispo de Olinda. Esse cara é um perigo! O
negócio é ficar amigo dele.
• Pelo que se vê, o Claudio Carlos leu todos os livros que
existiam na biblioteca dos alunos do seminário. Ficou
fascinado quando viu a biblioteca dos padres repleta
de livros até o teto. Se pudesse entrar, devoraria tudo.
Até hoje não para de ler. São livros, revistas, jornais,
propagandas na TV, etc. Se acontecer de não ter nada
à mão para ler, vai à farmácia e pede emprestadas as
bulas de remédios. É mole?
• Há muita chacota sobre mulher loira e de olhos
a façanha, é só convidar. Tem aqui um bando de
sessentões que, como você, são viciados em Rhum
Creosotado. Vamos lá!
azuis, taxando-a de curta inteligência. Já no homem
a coisa é o contrário. Olhos azuis dão status e
revelam grande inteligência e superioridade, mas
não se iludam com a cor dos olhos do Antonio
Henriques. Até o padre Alberto entrou na onda dele.
Na verdade ele sempre usou lente de contato azul.
Engana bem!
• Faz muito tempo que o Lupo da Gubbio não me dá
• Preciso conhecer o Sebastião Mariano. Ouvi dizer
umas cacetadas. Que surpresa! Vejo-o, agora, todo
bonzinho e solícito. Prontamente se apressou em
atender o meu pedido, saindo em defesa do Papa
Pio XII, quando o acusavam de conivente com o
nazismo. Amanhã mesmo vou mandar flores para
ele. Ele merece. Foi demais!
que nos últimos setenta anos ele tem comparecido
religiosamente a todos os encontros de ex-alunos.
É quase inacreditável. Bela prova de coleguismo,
amor e apego por tudo que viveu no seminário.
Mas, pensando bem cá com os meus botões, será
que numa prosa bem mansinha ele não acaba
entregando a fórmula? Uai!
• Olha Raimundo: se ainda tiver fôlego para repetir
• O Antonelli não querendo confessar que era ele
quem amarrava linha nas patas dos besouros e
os soltava voando e zunindo pela sala de estudos,
vem agora acusar o coitado do Sarmento que não
pode mais se defender. Traquinagem melhor que
essa qualquer dia eu conto, mesmo à sua revelia.
• O Carlindo Maziviero, depois de ter superado a difícil
• O Santana é um cara de bem e não brinca em
• Logo vai acontecer um encontro no IPN de Itajubá.
serviço. Se ele mata a cobra, logo se apressa em
mostrar o porrete. Foi o que vi agora com suas
explicações sobre o padre Santo Marini seu herói
na infância e que eu disse não conhecer. Até foto
ele mostrou. Não é a primeira vez. Também, noutra
ocasião, rapidamente correu até Itapetininga atrás
do piano do padre Seelen. Só ele mesmo!
Muito raramente eu participo de algum encontro de
ex-alunos, mas desta vez não quero e não posso
perder. • Quero ouvir o convite deles do jeitinho que
eles falam. Ouça lá: “Procêis qui mora nuistadiminas
e procêis que vem cá asveis: oi qui bão sô....procêis
entendê mió, uai!”
• Falar dos bons tempos da Idade Média parece ter
sido a tese de doutorado do M. Biondo. Vejam
fase por que passou, vem agora repartir conosco
os conhecimentos e experiências que adquiriu na
luta contra aquela terrível doença. Gesto altruísta,
comovente e digno dos maiores elogios.
• Vou parar por aqui, mas confesso que estou temendo
que o Lupo me devolva aquelas flores juntamente
com alguns bombons envenenados. Eu, hein? kkk
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INTER EX Março/2014
HERESIA
Lupo da Gubbio
G
eralmente, a heresia costuma surgir dentro de
alguma comunidade religiosa.
Aconteceu em IBICARÉ, em Santa Catarina, no Sul
do Brasil. Pelo seu falar com forte influência teutônica,
essa simpática metrópole se assemelha à Viena, mais
que especialmente pelo grande rival do Danúbio que
divide a cidade, o Rio do Peixe.
Foi no Seminário local. Naqueles remotos bons
tempos, a "piazada" recrutada pelos padres Missionários
holandeses e brasileiros prometia muito. Contamse entre eles o inesquecível e saudoso Pe. Irineu
Benneman, o Egon Müller, o Licínio Poersch (vulgo
Lico), todos de origem teuta; mais os itálicos Agostinho
Buzzanello (vulgo Mouton - o Velocino de Ouro), o
Vicente Brunetta (Brunão), o Arlindo Giacomelli (Jacó),
o Ivo Bottega e outros sequazes.
O fulcro do desvio dogmático era de fundo
escatológico. Abalava os fundamentos do Cristianismo.
Tratava-se da segunda vinda do Cristo, quando o Filho
do Homem deverá vir com grande poder e majestade,
causando pavor até nas almas mais embrutecidas
e rombudas. Figurava Cristo como uma potente
locomotiva de aço, bem à moda dos Cavaleiros do
Apocalipse. Ele viria resfolegando em meio a zumbidos
apavorantes e fumaceando por todos os lados.
Quem detectou tal desvio doutrinário foi o zeloso
Pe. Thomaz Marquez, que era um dos professores
incansáveis daquele bando perigoso. No final da
tarde, após a reza do Terço, costumava-se recitar, em
seguida, o Angelus. Nessa hora, quando o professor
escandia "E o VERBO se fez carne", a resposta da
piazada era cortante: "...e APITOU entre nós".
"O tempora, o mores...Stulti professores!"
Lupo da Gubbio, janeiro de MMXIV.
Foto cinquentenária
Páteo dos Maiores - Pirassununga
Colaboração do Nelson Turim
N.R.
1) Agradeço a ajuda dos colegas consultados sobre a foto.
2) Quem puder ajudar a tirar as dúvidas na identificação
dos que fi guram na foto, por favor, envie mensagem para
a Redação do Inter-Ex num dos seguintes endereços:
[email protected] ou [email protected]
Da esquerda para a direita: Ernesto Schaffrath, Vilmar Daleffe, Luiz Vitor Martinello, Luiz Carlos Ruzene,
(?Mauro Pavão, Gambá, Láercio, Djalma Rosin?), Luiz Carlindo Maziviero, Renato Pavão(?), José Maria (Martarelli ou José Maria Aguiar, Ângelo Garbossa Neto, (Mirivaldo Rosin? ou Ângelo?), Edson Marinho, (?Laerte
Costa de Toledo ou Ângelo Sacco?), R. Augusto Paese, Marcos Selmi, Nelson Turim, Alair (meio escondido e
na frente do Rui Ribeiro), Rui Ribeiro, José Jorge Gonçalves, Clodoaldo e (José Célio Silva (Gato)? ou Victor?)
6
INTER EX Março/2014
A vaca no porão
João Baptista Gomes (1942-1948)
D
urante todo o meu tempo de seminário convivi
com padres holandeses. Sempre notei que eles
eram muito patriotas e orgulhosos de sua pátria, a
Holanda. Era a Holanda daqui, a Holanda dali e tudo
na Holanda era melhor. Diziam, por exemplo, que a
Holanda era um país pequeno, situado abaixo do
nível do mar e que, então, desde muitos séculos, os
holandeses construíam diques para conter as águas do
mar e que, consequentemente, iam ganhando terreno,
o que é uma verdade. Diziam, então, que Deus criou o
mundo, mas os holandeses fizeram a Holanda. Diziam,
também, que o holandês é a pessoa mais honesta que
há no mundo. Ele pode ter muitos outros defeitos, mas,
em matéria de honestidade, ninguém o supera. Para
comprovar isso, eles contavam a seguinte história:
Quando houve a segunda grande guerra mundial
(1939-1945), Hitler decidiu conquistar toda a Europa.
Um dos primeiros países a ser invadido foi justamente
a Holanda. Uma vez lá dentro, as tropas nazistas,
além de prenderem todos os judeus e mandá-los para
campos de concentração, saquearam e roubaram
todos os animais domésticos que poderiam fornecer
carne para as tropas nas diversas frentes de batalha.
Dessa forma não restou no país nenhuma ovelha,
cabra, porco ou vaca. Todos esses animais foram
roubados e levados para a Alemanha. Um cidadão,
porém, conseguiu esconder uma vaca no porão da sua
casa e, naturalmente, vivia preocupado e com medo
que alguém ou algum vizinho o denunciasse. Se isso
acontecesse, ele não só perderia a vaca como também
poderia ser enviado para um campo de concentração.
Ao seu lado morava um casal que, com o correr dos
dias, teve certeza de que havia uma vaca no porão
daquela casa. Esse casal tinha uma criança e era
preciso conseguir leite, mas onde, se não existiam
mais leiterias na Holanda. Pensaram nisso vários dias
até que o homem criou coragem e disse:
- Seja o que Deus quiser, eu vou falar com ele. E foi.
Bateu à porta e quando o homem atendeu, ele disse:
- Meu senhor. O senhor é holandês e eu também sou
holandês. Nunca, jamais, em tempo algum se ouviu
dizer que um holandês denunciasse o outro. Temos
lá em casa uma criança que necessita muito de leite.
Sabemos que o senhor tem uma vaca escondida no
porão, mas, por favor, não se assuste; eu também sou
holandês. Vim aqui para apelar ao seu bom coração,
pedir que nos socorra, mesmo sabendo que não temos
dinheiro para lhe pagar.
Refeito do susto inicial, porque viu que alguém já
sabia de sua vaca, botou fé nas palavras do vizinho
porque ele era holandês (e todo holandês é honesto).
Pensou um pouco e disse o seguinte:
- Meu senhor, chegou o inverno e o frio está
rigoroso. Diz o serviço
de meteorologia que
este será o inverno
mais frio dos últimos
vinte anos. Tanto isso
é verdade que, como
vê, mal começou e já
estamos com quase
trinta centímetros de
neve na soleira da
porta. Então, eu lhe
proponho o seguinte:
traga um par de meias de lã por cada litro de leite que
o senhor levar.
Ouvindo isso, o homem ficou pensativo, não disse
sim nem não, despediu-se e voltou para casa. Sua
mulher que ficara esse tempo todo em casa orando ao
Senhor para obter o leite, muito ansiosa, já o esperava
na porta. Ele foi chegando e logo disse:
- Mulher, a coisa ficou muito difícil!
- Mas por quê? O que aconteceu? O que foi que o
homem disse?
- Imagine você que o homem quer um par de meias
de lã por cada litro de leite e onde vamos encontrar
tantos pares de meias se nem comércio existe mais
em nossa cidade. Ouvindo isso, a mulher ergueu as
mãos para o alto e disse:
- Obrigado Senhor, muito obrigado! Marido, nós
temos aí aquela grossa colcha de lã. Toda noite eu
vou desfiar um pouquinho, tricoto as meias e está
garantido o nosso leite! Foi o que aconteceu. Já na
manhã seguinte, lá foi o homem com o par de meias e,
muito feliz, voltou com um litro de leite. Isso se repetiu
por mais quinze dias, um mês, dois, três, cinco, dez
meses até que a colcha acabou. E agora? Honesto
como ele era (porque era holandês), no dia seguinte
chegou para o homem e disse:
- Meu senhor, muito obrigado! O senhor tem sido muito
bom para nós e só Deus pode lhe pagar tanto benefício.
Hoje, porém, eu só posso levar meio litro de leite!
- Mas por quê? O que aconteceu? A criança não
toma mais leite?
- Não é isso, senhor. É que hoje não consegui um
par de meias e trouxe apenas um pé!
- De jeito nenhum, respondeu ele. Por favor, leve o
litro cheio como vem fazendo durante todo esse tempo!
E colocando a mão no seu ombro, disse:
- Vou lhe contar uma coisa: todos esses pares
de meias que o senhor tem trazido para cá durante
quase um ano, nunca calçaram os pés de ninguém.
Toda noite, com muita paciência, minha mulher vai
desmanchando um por um e já está quase terminando
de fazer uma colcha!
7
INTER EX Março/2014
As paixões de Padre Leopoldo
Raimundo José Santana (54-61)
E
m janeiro de 1959, ainda na ressaca dos muitos
eventos ocorridos no ano anterior: copa do mundo
ganha pelo Brasil (junho/58), criação da NASA (
julho/58) super-super campeonato carioca de futebol
(1958), morte de Pio XII (outubro/58), eleição de João
XXIII (outubro/58), bossa nova (1958), surgimento,
em 1958, de dois mitos do esporte brasileiro (Éder
Jofre, no boxe, e Maria Ester Bueno, no tênis), nós
aguardávamos ansiosos a chegada do novo Superior do
seminário. Mudança de Superior é, “mutatis mutandis”,
como mudança de técnico de futebol: sempre acaba
gerando espontaneamente, na comunidade, alguma
perspectiva de melhoria futura.
E foi o que aconteceu. Padre Leopoldo van Liempt,
o novo Superior do IPN (Instituto Padre Nicolau),
chegou...e com todas as suas paixões. Lembramonos de, pelo menos, quatro: o “Aggiornamento” do
seminário menor, o Escotismo, a Astronomia e o
Canto Gregoriano. Já o conhecíamos de nome e de
fama por ele ter sido, durante muitos anos, o Superior
dos escolásticos de Vila Formosa. Era (já na faixa de
cinqüenta anos) de estatura mediana, nem magro, nem
gordo. Homem fino, culto, educado (nunca o ouvimos
erguer a voz contra ninguém), sério, de presença
marcante, um código. Imune a qualquer contestação:
estava sempre correto; em quaisquer circunstâncias,
era certo, exato ... um teorema de Pitágoras! Costumava
usar, na época do frio, por sobre a batina preta, uma
capa também escura de “nylon” e algodão, uma espécie
de murça que lhe cobria as espáduas e lhe descia até o
meio do tronco: traje que, até então, nunca víramos, e
que lhe propiciava um aspecto todo singular perante seus
pares. Andava, pelos corredores, calmo, cabisbaixo,
discreto; dificilmente mirava alguém de cima para
baixo, olho no olho, dedo em riste, autocraticamente;
vez ou outra, até deixava escapar, pelas comissuras da
boca, um sorrisinho irônico, acompanhado de um leve
menear de cabeça e de uma olhadela oblíqua em seu
interlocutor. Uma figura ímpar... nobre como um lorde
esse Padre Leopoldo!
No decorrer dos dias, foi-nos apresentando seus
novos projetos. Os alunos, no seu entender, não
deveriam viver acaramujados dentro dos muros do
seminário e distantes da comunidade: segundo ele, a
interação com a sociedade era de suma importância
em nossa formação.
Pediu-nos que entrássemos logo em contato com
Dona Marizinha Renó, responsável pela Legião de
Maria em Itajubá, e montássemos um núcleo dessa
entidade no âmbito das classes mais avançadas do
IPN. Assim foi feito e ele, à semelhança de Jesus (que
enviou seus discípulos dois a dois para anunciarem
8
ao povo que estava próximo
o reino de Deus), talvez por
questão de segurança dos
alunos, ou, quem sabe, até
por insegurança própria,
nos mandou de três em três.
Lá foi, então, o nosso
grupo – Walter Moreira
(Poeta), Nilsinho (Cabelinho
de Fogo) e eu - a pregar o
Evangelho num bairro de
periferia, ali no caminho
de Anhumas. Fomos para
lá, num domingo, após
o almoço. O pessoal do
lugarejo se divertia numa
pelada de futebol de várzea.
Nós, agindo como uns
chatos desmancha-prazeres, conseguimos estragar a
diversão daqueles pobres-diabos e montar, (sob muita
reclamação dos jogadores), para nossa palestra, uma
platéia um tanto reticente e bastante heterogênea,
constituída de crianças, jovens e adultos, dentre os
quais uns estavam jogando e outros, bebendo cerveja
em volta do campo. Nessa tarde, porém, deixamos, no
seminário, a mansuetude e a inocência de um Domingos
Sávio, de um Luiz Gonzaga e, como missionários, nos
enchemos dos brios, da coragem e do ardor de um
Francisco Xavier, de um Anchieta e de um Monsenhor
Verjus (cuja vida junto aos Papuas da Nova Guiné era
contada, naquela época, em prosa e verso, entre os
seminaristas). Estávamos empolgados. Éramos, ali,
naquele instante, como eles, missionários!
Mas Nilsinho nem bem iniciara a pregação e já
começou a ser vaiado. Achávamos que era pelo seu
problema de dicção: sofria um pouquinho daquele
famoso mal de Demóstenes; ao falar em público, sua
timidez o fazia gaguejar um pouco. Pedimos, então,
imediatamente ao Walter (o poeta) que o substituísse.
E o Walter, como Cristo, naquele anoitecer, em Emaús,
iniciou a palestra lá nas alturas “incipiens a Moyse et
omnibus Prophetis...” (Começando por Moisés e por
todos os Profetas...). Também não teve sucesso. Vieram
mais imprecações.... e com elas, de permeio, alguns
objetos não identificados. Temendo que o encontro
degringolasse em furdúncio e pancadaria ou que,
talvez, o grupo viesse a debandar e, por conseguinte,
não sobrasse mesmo nem um só Dionísio Areopagita
para ser convertido, resolvi intervir e perguntar a um
dos pivetes mais estouvados e insolentes da turma o
porquê de todo aquele rancor contra nós. E a resposta
veio, debochada, na lata:
INTER EX Março/2014
- Que é que esses donzelo quer? Vem aqui... atrapaia
o nosso jogo...com essas converseira mole! Aqui, não
sobra pro cês não! Aqui nóis é tudo da macumba! Se
pincha fora! Puxa o carro! Pode chispá todo o mundo!
Que estopada! Entendemos na hora que era
uma insanidade falar em Espírito Santo, Santíssima
Trindade, Pecado Original e Mistério da Encarnação
para aquela gente...e ... por isso, muito frustrados,
jururus, rabo entre as pernas, abandonamos a missão.
À noite, na reunião da Legião de Maria, Padre
Leopoldo tentou nos consolar, discorrendo sobre as
agruras, os percalços por que passa, na vida, um
missionário. Valeu a lição!
Hoje, por mais que tente escarafunchar a memória,
não consigo me lembrar mais do “day after” e de
como Dona Marizinha Renó conseguiu resolver esse
“imbroglio” junto à Legião de Maria... O fato é que não
voltamos mais a essas “evangelizações”. Nem sei
também no que deu a Legião de Maria lá no seminário.
Quanto ao Escotismo, o Padre nos fez palestras
sobre o assunto, nos expondo a vida do líder Robert
Baden Powel e até nos autorizou, pelo menos, uma
vez por semana, a montar uma tenda no campo de
futebol. Lá, espontaneamente, o abnegado seminarista/
escoteiro, se quisesse, poderia passar a noite só
com um cobertor e um travesseiro. Um ou outro mais
ousado topou a idéia. Mas também não durou muito a
brincadeira. Foi um rápido fogo de palha! Nada de vida
muito espartana! Bastavam os banhos frios naquelas
manhãs de junho! No inverno, ninguém estava tão louco
a pique de trocar uma caminha quente com cobertor e
colchão por um pedaço de terra nua, dura e fria só para,
no dia seguinte, diante dos colegas, poder pavonear-se
de suas românticas conversas com as estrelas durante
uma noite insone! Eu, hein? Sai pra lá, jacaré! Mais um
projeto gorado de nosso criativo Superior. Mas valeu
também como experiência de vida.
No tocante à Astronomia, aqui, sim! Entramos de
cabeça no espaço sideral. O Padre nos motivou e, com
seus pequenos telescópios, passamos a observar o
céu, sobretudo naquelas noites límpidas e estreladas,
como verdadeiros discípulos de Galileu e Copérnico.
Um vocabulário antes totalmente desconhecido passou
a compor, de repente, nossas conversas do dia-a-dia,
de uma maneira bastante corriqueira: por exemplo Io,
Europa, Ganymede, Callisto (luas de Júpiter), Sírio
(estrela da Constelação de Cão Maior), Aldebarã ( estrela
da Constelação Taurus) etc. Passamos a ter acesso a
revistas de Astronomia e a comentar, nos recreios, artigos
dos padres jesuítas (astrônomos) de São Leopoldo(RS). E
o Padre Superior patrocinava toda essa ebulição cultural!
Foi também uma ótima experiência.
Finalmente, chegamos ao Canto Gregoriano. Aqui,
Padre Leopoldo, de certa forma, nos fez desapegar um
pouco daquele fantástico tripé clássico, básico, “Bach/
Mozart/Beethoven”, e nos fez descobrir a beleza na
simplicidade espiritualizante da monodia gregoriana
revigorada pelos monges de Solesmes. O Padre Superior
vibrava ao falar em neumas, ársis, tésis, antífonas,
responsórios. Para ele, era Deus no Céu e monges
de Solesmes na Terra. Extasiado, falava em Solesmes
como se estivesse no Monte Tabor e vociferava contra
certas afirmações do musicólogo Mário de Andrade, que
dizia, numa de suas obras, que era enfandonho ouvir
u´a missa em Cantochão... que o Cantochão não era pra
gente ouvir... era pra gente se deixar ouvir.
Mas, convenhamos: o Canto Gregoriano pode não ter
a magnificência das cerimônias do Templo de Salomão,
com levitas, cantores e cento e oitenta sacerdotes
tocando trombetas, mas quem, há sessenta anos,
cantou humildemente, “a cappella”, um “Christus factus
est”, um “Veni, Creator Spiritus”, um “Parce, Domine”,
um “Et valde mane” recebeu como que um ferrete na
memória, não? Até à hora da morte, certamente, não
vai se esquecer nunca dessas belas melodias da Igreja
medieval! Que nos perdoe o Mário de Andrade!
Ainda hoje, com efeito, passados tantos anos, e já
um tanto desbotado como um velho pergaminho, juro
que (com muita gratidão por tudo quanto ele influiu em
minha vida) me lembro demais desse Padre Leopoldo
van Liempt e daquela época da juventude (em que era
feliz e não sabia), quando me era possível, como dizia
Olavo, “perder o senso e ouvir estrelas”... No céu
escuro de minha cabeça sempre estarão piscando
Sírio e Aldebarã. Ora! Para mim, falar em estrelas é,
de certa forma, falar em Padre Leopoldo. Mesmo que
alguns dos seus projetos não tenham sido exitosos
“in totum”, o lastro do que ficou compõe ainda,
irrefragavelmente, um fantástico legado de pertinácia,
dedicação e amor à cultura, invejáveis qualidades
que fizeram dele um grande humanista e, para sorte
minha, meu grande mestre.
Bons momentos para recordação
Edgar Parada, José Maria de
Paiva, Gino Crês e Alberto
Maria da Silva
Daniel Billerbeck Nery e família.
Ao fundo, na mesma mesa, vemos
o João Negri
9
INTER EX Março/2014
FOTOFOCANDO
Vilmar Daleffe (1959 - 1965)
SORRISOS
Esse sorriso das pururucas
é a alegria do estômago
CONTRIBUINTES DO ANO 2013 - EX-ALUNOS
Adaildon José Chiaradia - Adeval Romano - Afonso Peres
da S. Nogueira - Afonso Celso de S. Meirelles - Alberto José
Antonelli - Alfredo M. Aguiar - Alzemiro Basso - Amaro de
Jesus Gomes - André Mardula Filho - Angelo G a r b o s s a
Neto - Antoninho Marchesini - Antonio Pádua de Siqueira Antonio Sérgio Marchi - Antonio Valmor Junkes - Aparicio
Celso da Silva - Atílio Lorenzon - Benedito Ignácio - Benedito Antunes Pereira - Benedito Coldibelli - Bonifacio Eufrausino Barbosa - Bruno V. Neuvalt - Carlos Hermano Cardoso - Carlos M Antunes Pereira - Carlos Savietto - Claudio
A Magnabosco - Cônego Carlos Menegazzi - Dagmar Roque
Sotier - Daniel R Billerbeck Nery - Delfim P Carneiro Junior
- Dimas B Figueiredo - Dolores Peters - Edmundo V. Cortez
- Edwardus M. Mechtilda Vande - Erci Frigo - Alzira Rosário
Setti - Gerard G. Josef Bannwart - Helias Dezen - Irinor P.
Parise - Isaias José de Carvalho - Itelvino Giacomelli - Ivar
Gazzoni - Ivo Bottega - Ivo Luiz Bortolazzi - Jeronimo A.
Rocha - João Arendt - João B. Larizzatti Junior - João B.
Marcondes Cyrineu - João Carlos Billerbeck Nery - João
Costa Pinto - José Possebon - José Benedito Ribeiro II - José
Gaspar de O. Nascimento - José Genézio Fernandes - José
Henrique Chaves - José Luiz Zambiasi - José Manoel R. Filho - José Maria Aguiar Santana - José Maria de Paiva - José
Mauro Pereira - José Morad - José Raimundo Soares - José
Valentim Modena - Laert Costa Toledo - Lásaro A Pereira
10
dos Santos - Licinio Poersch - Luiz Antonio Fagundes Luiz Boschetti - Luiz Gonzaga de Almeida - Luiz Carnelós
- Luiz Victor Martinello - Luiz Zagonel - Manoel dos S.
R. Pontes - Marcos de Souza - Marcos Mendes Ribeiro Mário Alcindo Rosim - Mauricio Sinotti Jordão - Mauro
Pavão - Natanael R. de Campos - Paulo Cezar de Oliveira
- Paulo Roberto de C. Silva - Pe. Ednei A. B. Rodrigues
- Pedro Toresan - Raimundo José Santana - Raul Carraro Roberto Penteado - Rubens Dias Maia - Sebastião Mariano
F. Carvalho - Sérgio Luiz Dallacqua - Therezinha Antonelli
- Valdir Luiz Pagnoncelli - Vanderlei de Marque - Vitorino
Alexandre Oro - Waldemar Checchinato - Walter Figueiredo Souza - Paulo Lopes Costa - João Baptista Gomes
- Paulo Barbosa Mendonça - Geraldo José de Paiva.
Observação: Da lista acima deveriam constar os
nomes de mais uns 4 ou 5 contribuintes, mas
não foi possível identificar seus nomes nas
contribuições depositadas.
AGRADECIMENTO DA DIRETORIA
Nosso especial agradecimentos a todos
vocês que colaboraram depositando confiança nos propósitos desta Diretoria e da
Associação, ainda mais, ajudando a manter
as edições do Boletim Informativo e os preparativos dos nossos Encontros.
INTER EX Março/2014
Semana Santa no meu tempo
João Baptista Gomes (1942-1948)
A
inda conservo uma vaga lembrança de como
eram as comemorações da Semana Santa no
meu tempo de seminário, muito diferentes da de hoje,
resultado da Reforma Litúrgica do Concílio Vaticano
II, que está completando cinquenta anos. Aqueles
que entraram após essa data, não vivenciaram todas
estas coisas de que me lembro. Para mim, adolescente, o clima da Semana Santa era misterioso, triste
e enfadonho. As imagens da capela eram cobertas
com um pano roxo que me faziam lembrar a mortalha do caixão da minha mãe que havia partido pouco
tempo antes. Assim, todos eram levados a meditar as
diversas passagens da Paixão.
À noite, em fila de dois, dirigíamo-nos à matriz da
cidade para o Ofício das Trevas cantado em Latim
pelos maiores, por horas intermináveis e sonolentas.
No final todas as luzes eram apagadas, enquanto a
cerimônia terminava na mais completa escuridão, o
que me dava medo e sensação de terror. Lá no fundo
da matriz alguém como que deixava cair um banco
produzindo um estrondo como se fosse um terremoto.
Era quando os sonolentos, como eu, eram acordados
com uma tremenda pancada na cabeça, dada com o
livro de orações pelo vizinho de banco.
Na quinta-feira santa prestava muita atenção na cerimônia do lava-pés. Observava e me perguntava se as
pessoas escolhidas, todas de idade, realmente haviam
lavado bem os pés. Na Remoção do Santíssimo, um
grande cálice com as hóstias consagradas era com
toda pompa levado para outro altar, fora daquele recinto. Iniciava-se, então, a adoração por turmas que se revezavam a noite toda, até a celebração do dia seguinte.
A sexta-feira santa era o ápice da semana. Silêncio
obrigatório, não se tocava o sino, não se brincava no
pátio, não se jogava vôlei e os padres e os maiores
não faziam a barba nesse dia. Isso me fazia voltar
à minha casa onde meus pais, profundamente cató-
Interior da Igreja Matriz de Pirassununga
licos, sequer varriam a casa e o jejum era obrigatório até para as crianças. Como eu não aguentava a
fome, saía com meu irmão às escondidas e íamos comer fruta verde no pomar. Todos os alunos, perambulando pelo pátio, davam a impressão de recolhimento
e piedade. A cerimônia na igreja era longa. O texto da
Paixão era muito mais longo do que o lido hoje e cantado em Latim. As preces por todos, desde o papa até
os ateus, quase no final chamavam a atenção por se
referir aos pérfidos judeus, expressão nada caridosa
para uma oração. O dia acabava com a procissão do
Senhor Morto. De vez em quando a procissão parava
e Verônica uma mulher de bonita voz, subia num lugar mais alto e cantava.
O sábado era de alegria total. Ressurreição. A
missa era celebrada ao meio dia. Até hoje vibro com
o “Exsultet” no início da celebração após a Benção
do Fogo cantada em Latim. Matracas e sinos bimbalhavam na hora do Aleluia e do Gloria. Para aquela
molecada o mais esperado estava para acontecer à
tarde: o julgamento, o enforcamento e a queima do
Judas, boneco de pano cheio de capim e bombinhas de São João.
No domingo acordava-se cedo para a procissão do
Encontro de Jesus Ressuscitado com sua Mãe. Terminada a missa todos corriam para o refeitório onde
sabiam que os esperavam muitos bules de chocolate
no lugar do tradicional café. No almoço festivo, para
variar, vinha groselha. Para aqueles tempos, isso é
que era festa e éramos felizes.
Bons momentos para recordação
63o Encontro
em Pirassununga
Peinado
e um velho amigo
11
INTER EX Março/2014
Nonaginta
Annos Natus
(Nascido há noventa anos)
Antonio Henriques (1937 - 1948)
S
entado, em meu modesto escritório, corpo erecto,
como Pio XII, estou com o pensamento em Alfenas, aonde me levou a fantasia.
Estou no verde vale da infância, cujos retalhos tento costurar e cujo perfume – pouco perfume – busco
aspirar. Ecoam-me aos ouvidos aquelas canções que
me povoam a alma, como:
“Teresinha, Teresinha,
Teresinha de Jesus,
Fecha a porta, apaga a luz.”
“Se esta rua, se esta rua fosse minha,
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de cristal
Para ver, para ver meu bem passar.”
Vou à Rua Francisco Mariano à la recherche, em
busca do tempo perdido. Procuro minha mãe que
me batia muito; meu pai, cujo carinho me era tão
agradável; meus irmãos. Não os vejo; nem mesmo
vejo os cães e o galo de sonoro e longo canto. Onde
estão eles?
“Mais où sont les neiges d’antan?”
Volto os olhos para os meus vizinhos: o Dr. Alfredo
Lopes da Costa, Juiz de Direito, católico de verdade, e
não de tintura ou de pesquisa e cujo filho, José Lopes
da Costa, foi à Escola Apostólica de Pirassununga.
Procuro o Romeu Vieira e Dona Naquita, o Osório
e Dona Guilhermina, o Juca Brandão, cuja casa eu
frequentava. Onde estão eles? Onde?
“Mais où sont les neiges d’antan?”
Posto-me, agora, frente à casa paroquial, ali na
12
Praça da Matriz, à espera do Pe. Adriano van Iersel,
aquele sacerdote, fonte da doçura; do Pe. Jerônimo
Vermin, dono de língua viperina que topava qualquer
polêmica com os poucos ateus alfenenses. Deles
todos, nenhum se fez presente, o que me deixou triste.
Os missionários do Sagrado Coração holandeses,
eles, todos eles. Onde estão?
“Mais où sont les neiges d’antan?”
Caminho a esmo pelas ruas de Alfenas; passo
pelo armazém do Edmundo, pela banca de jornal do
italiano Orfanó; o cinema do José Resk onde assisti
a vários filmes como ”Frankestein” e outro que não
me sai da lembrança: “Sem Novidades no Front”
(Im Westen nichts Neues) de Erich Maria Remarque,
escritor antimilitarista, cujos livros foram queimados
na época nazista.
Agora estou perto da casa de Dona Lili, diretora do
Grupo Escolar “Minas Gerais”, onde se comemorava o
“Dia da Árvore”. Já na década de 30 havia preocupação
com a natureza. Lembranças da ótima e dedicada
professora do 4º ano primário, Maria do Rosário.
Onde estão todos eles?
“Mais où sont les neiges d’antan?”
Chegou o encontro com os amigos e o largo espaço
para os abraços. O José Silvestre, o Francisco Mariano,
irmão do Sebastião Carvalho, o José Lopes da Costa, o
Paulo Vilhena. Todos fomos juntos à Escola Apostólica
de Pirassununga. Ao todo éramos sete, o “Sacrum
Septenarium”, como dizia o Pe. Jerônimo Vermin.
Ninguém se ordenou; fui o último a deixar a batina.
Todos morreram; sobreviveu o Sebastião Carvalho
e o Paulo Vilhena, cujo contato comigo acabou há
INTER EX Março/2014
muito; nem sei se está vivo. Em estando vivo, deve
estar em idade bem avançada.
Vivo e bem vivo está o Sebastião Carvalho que,
no dia 21 de janeiro de 2014, completou 90 (noventa)
anos. Está bem de saúde e de bem com a vida.
Malgrado alguns contratempos físicos, sua atividade
intelectual está em sua plenitude.
Dono de extraordinária cultura, Sebastião domina
o latim, o português, o francês, o alemão e não sei
o que mais. A par disso, é profundamente religioso
e estreitamente ligado à nossa congregação e à
associação dos ex-alunos msc.
Humilde, alarde não faz de sua inteligência e cultura.
Pena é que, possivelmente por isso, não nos deliciou
com nenhum artigo no “Inter-Ex” e não se projetou em
área nacional ou internacional. Talento para isso não
lhe faltaria e ainda sobraria para ser um novo Gustavo
Corção.
Sebastião, eu lhe quero muito bem desde os tempos
idos e vividos da infância. Você sempre foi uma pessoa
iluminada e iluminadora; meu caminho intelectual e
espiritual sempre foi iluminado por sua luz.
Ernst Robert Curtius, em seu volumoso e nunca
assaz louvado livro “Literatura Europeia e Idade Média
Latina”, discorrendo sobre o tópos “Menino e Ancião”,
cita passagem de Cícero (1996, p.146) adequada a
você, Sebastião: “Ut enim adolescentem, in quo senile
aliquid, sic senem in quo est aliquid adolescentis,
probo”. (Pois, assim como louvo o jovem, no qual se
encontra algo do ancião, [louvo] também o ancião, no
qual se encontra algo do jovem). Acho, porém, que, em
você, se acha muito do jovem, e não algo do jovem. Ad
multos annos!
Pós-escrito: O leitor deve ter observado que meu
artigo é, vamos dizer, uma paráfrase do poeta francês
François Villon, cujo estribilho está na “Ballade des
dames du temps jadis” (Balada das damas dos tempos
idos): “Mas onde estão as neves de antanho?”
Balanço da Associação dos Ex-Alunos MSC - 2013
SALDO BANCÁRIO EM 2012
CONTAS CORRENTES...................................101,00
APLICAÇÕES................................................4.852,11
Total...............................................................4.953,11
RECEITA DO ANO 2013
CONTRIBUIÇÕES DOS EX- ALUNOS.......14.090,26
RESULTADO DO ENCONTRO EM PIRASS...836,98
RENDIMENTO DAS APLICAÇÕES.................120,91
Total.............................................................15.048,15
20.001,26
DESPESAS
TAXAS BANCÁRIAS
PELA MANUTENÇÃO DA CONTA...................648,00
PELA COBRANÇA DOS BOLETOS.................504,11
Total................................................................1.152,11
DIAGRAMAÇÃO
PELA CONFECÇÃO DOS INTER-EX...........2.200,00
PAPELARIA
AQUISIÇÃO DE PAPEIS , ENVELOPES E ETC...727,31
CORREIOS
POST. DOS INTER-EX AOS EX-ALUNOS....3.150,30
CONTADOR
HONORÁRIOS DO CONTADOR - I.R.P.J.......400,00
ARTES GRAFICAS
PELA CONFECÇÃO DA REVISTA ...............4.296,46
DIVERSOS
DESPESAS MIUDAS DO ANO........................385,50
Total.............................................................12.311,68
SALDO PARA O ANO DE 2014
CONTAS CORRENTES...................................458,80
APLICAÇÕES...............................................7.230,78
Total..............................................................7.689,58
20.001,26
Araras, 24 de janeiro de 2014
Paulo Barbosa Mendonça
Tesoureiro
13
INTER EX Março/2014
Os livros proibidos
Alberto José Antonelli (1944/1956)
N
o Inter-Ex precedente, tentávamos recordar
como, após concluir os exames de dezembro
1947, a turma dos menores partiu andando para o
sítio. Sensação estranha para mim, que fiquei no
colégio junto aos alunos maiores: um silêncio ao qual
não estava acostumado, limpeza, disciplina, tudo
parecia anormal, congelado no tempo. Sendo o meu
primeiro ano nesta turma dos mais velhos, gostei das
novidades. Pouco apareciam os vigilantes. Quase não
davam ordens, não ouvíamos apitos, nenhuma fila
longa para entrar ou sair. O próprio Irmão Francisco
desaparecera: permanecia com seus colegas, que
tinham refeitório, recreio e dormitório próprios. Lá
funcionava, nestes anos, o Noviciado para os Irmãos.
Sobrava um tempo imenso para jogarmos vôlei,
futebol, bochas, e para os divertimentos de salão,
como baralho, damas e xadrez. Ou simplesmente para
ficarmos no pátio conversando. Passeamos pelos
arredores da Raia, realizamos uma caminhada longa
ao sítio dos Bertazzi, fomos à cidade tomar sorvete.
Felicidade completa, mas de pouca duração. Na
semana seguinte, retornaram os menores, trazendo a
algazarra de sempre.
Chegara a vez de partirmos para o sítio, que alguns
Maiores chamavam de ”o nosso Xangri Lá”. Um
romance chamado “Horizonte Perdido”, escrito por
James Hilton, poucos anos atrás, era o best-seller entre
os alunos mais velhos. Falava de viajantes cujo avião
caíra entre as montanhas do Himalaia. Encontraram
uma localidade onde os habitantes tinham vida longa,
sem maiores preocupações, num verdadeiro paraíso.
- Antes de partirmos para o sítio, porém, minucioso
planejamento se fazia necessário.
Baseado na
experiência de férias anteriores, cada aluno separou os
pertences que julgava necessários: roupas, sapatos,
PÁTIO DOS MAIORES - 2002
14
objetos pessoais, tudo
foi colocado num saco
de pano. Um número
bordado identificava
o
proprietário.
O
meu número nunca
esqueci:
59.
Por
catorze anos, qualquer
peça de roupa, toalhas,
lençóis, que ia ou
vinha da lavanderia, era separado por esta marca. Não
podíamos deixar de levar outros objetos de utilidade,
como um canivete para descascar frutas, linhas e
anzóis para pesca, sapatos próprios para caminhadas
nos morros ou jogar bola, calção de banho, chapéu. E
acima de tudo, livros de lazer. No sítio, meu grande
prazer era sair com um livro dentro do embornal e
subir o morro atrás da capela. Há uma elevação
íngreme atenuada em cima por um espaço plano,
onde faziam sombras quatro eucaliptos cheirosos
(não existem mais: alguém os cortou para ganhar uns
poucos reais...) No calor do verão, ouvindo o cricrilar
de cigarras e outros insetos, as seriemas gargalhando
no milharal, o trinado de pássaros, embriagado pelo
odor do capim ao sol, eu viajava por mundos além,
realizava aventuras com meus heróis preferidos. A
vista ampla descansava os olhos, e podia ler por horas
seguidas.
Livros e revistas nós pedíamos por escrito ao
bibliotecário. Havia dois: um para os maiores, outro
para os menores. Se o livro estivesse disponível,
logo o recebíamos. Senão, pobres bibliotecários, logo
pedíamos outros livros. Durante seis meses, eu exerci
esta tarefa. Não foi trabalho fácil: atender os desejos
de dezenas de rapazes, responder consultas, trocar
PÁTIO DOS MENORES - 2002
INTER EX Março/2014
frequentemente os volumes, colocar tudo em ordem,
exigia paciência e dedicação. Sempre houve duas
bibliotecas: uma só para os padres, vasta, situada em
frente à escada que descia do dormitório, e a biblioteca
dos alunos. Aquela dos padres estava repleta de livros
de estudo, dicionários, enciclopédias, gramáticas
de todas as línguas, romances, história do Brasil ou
história geral, revistas de vários países, recortes de
jornais. E naturalmente também tinha livros religiosos,
alguns que eles usavam para preparar a palestra que
nos davam todo dia após a oração da manhã, ou então
para seus sermões, conferências e retiros. Outros eram
manuais de teologia, moral, direito, exegese. Mas
nesta biblioteca a curiosidade maior ficava no fundo:
um pequeno armário escuro, trancado à chave, sem
título impresso. Nossos professores, em sua língua
holandesa, o chamavam de “Hel”(Inferno). Continha os
livros proibidos por decreto da Congregação do Santo
Ofício. Sua leitura, nas devidas condições, constituía
um pecado mortal. Durante quatrocentos anos, até
o último Concílio Ecumênico, foram se acumulando
as obras que a Igreja julgava atentatórias à moral,
doutrina e bons costumes. Na última edição, estavam
listados mais de 4.000 livros no Index Librorum
Prohibitorum. Nomes de romancistas, historiadores,
cientistas, filósofos, teólogos, padres e leigos. Também
livros fundamentais, como o Alcorão ou o Talmud. Cito
alguns amigos nossos conhecidos e amados: Pascal,
Machiavel, Descartes, Rousseau, Kant, Voltaire, Victor
Hugo, Zola, Balzac, Sartre. O Superior da casa tinha
a chave do armário “maldito”: podia, a seu critério,
permitir que um professor ou padre consultasse
alguma obra com o fim de compreender melhor e estar
apto a refutá-la. Após o Concílio Vaticano II, em 1965,
este Index Librorum deixou de ser publicado. Só isto.
Porque a proibição moral de ler tais livros e muitos
outros não morreu: embora sem as penalidades
canônicas, o cristão não deve expor-se. Quantas
vezes ouvimos o Vaticano desaconselhar a leitura de
alguma obra, como aconteceu com o Código Da Vinci.
Ou condenar filmes como “Je vous salue Marie” e “A
última tentação de Cristo”.
Na biblioteca dos Padres havia para mim um objeto
ESCADARIA DO DORMITÓRIO
muito querido: aquele piano preto, comum, velho,
colocado à direita da porta de entrada. Seu som me
soava como de harpas celestiais, nas poucas vezes
em que o padre Adriano Seelen aí dedilhou alguma
coisa. Neste piano, aos onze anos, primeiros meses
na classe da Sexta, Pe. Henrique Alofs me ensinou
o be a ba da música (mais dois alunos de minha
turma também começaram). Com solicitude paternal
aconselhava: “bate um dedinho cada vez”. Não estique
a mão, deixe curvada. Não desanime, um dia você
aprende... E ele dava o exemplo: girava a banqueta
redonda, sentava-se e tocava alguma coisa simples.
Lindo: eu me entusiasmava, prometia esforçar-me.
“Verba movent, exempla trahunt”. As palavras movem,
comovem, mas os exemplos realmente arrastam, e
por muito tempo, se forem aqueles do velho sacerdote.
Há setenta anos continuo tentando aprender. Agora
devemos parar: mas "l´histoire continue”...
ENCONTRO EM
PIRASSUNGA
SÍTIO
AGACHADOS: ALBERTO MARIA, ALBERTO ANTONELLI,
DOUGLAS, FERRON, DITÃO,
JAIR, LARIZZATTI E JERCI
MACCARI.
DE PÉ: LEONEL, AUGUSTO,
JOSÉ JORGE, BEDIM, DOMINGOS, VITOR, BEBÉ, BONIFÁCIO E CACHOEIRA.
15
INTER EX Março/2014
Pimenta Cambari
Transcrito do Boletim de junho de 1972
Eurico Padula Cotrim (1936-1944)
E
stávamos em plenas férias no fim do ano de
1936, gozando as delícias de nosso sítio. Não
me lembro muito bem do que estaria fazendo, mas
acredito que jogava xadrez com o Hercílio Bertolini,
pois este era um dos meus passatempos prediletos.
Estava tão compenetrado maquinando como iria dar
um chequemate no meu adversário, quando o Irmão
Francisco chamou-me dizendo que o Pe. José queria
falar comigo em seu quarto-escritório. Ele era nosso
Superior naquela época e, posteriormente, nosso
Mestre de Noviços. Meio apavorado dirigi-me para lá,
pensando no que teria aprontado já que eu era muito
peralta. A gente gostava do Pe. José, mas quando não
se pedia visita ao seu quarto para resolver alguma
dificuldade espiritual, o negócio era uma senhora
chamada de atenção.
Para minha surpresa não foi nada de desagradável.
De anjo de guarda de aluno novato, passei a anjo da
guarda de um MSC recém-chegado da Holanda: Pe.
Donato van Hest.
“Eurico”, foi me dizendo – “como você é um dos
melhores alunos da língua francesa (modéstia a
parte), tenho uma tarefa especial para você. Arrie
dois cavalos e vá à Escola Apostólica buscar um novo
missionário para a nossa Escola Apostólica. Você será
seu anjo da guarda durante estas férias e ele será o
nosso professor de grego, matéria que será iniciada
no próximo ano”.
Chegado à Escola, após as devidas apresentações,
juntos demos umas voltas pela Escola e pela nossa
maravilhosa chácara. Simpatizei com ele. Baixinho,
muito versátil. Viera da Holanda. Tão logo meu
protegido resolveu partir para o sítio, puxamos as
rédeas dos cavalos e partimos meio a galope porque
já o crepúsculo vinha se aproximando e quem de nós
não se lembra dos buracos da velha estrada? No dia
seguinte saímos pelos recantos do sítio a fora, a fim
de mostrá-lo ao Pe. Donato. O pomar foi o primeiro,
depois a piscina improvisada feita por nós mesmos
no riacho que ficava logo abaixo do casarão. Fomos
a uma cachoeira, maravilha da natureza, não muito
longe dali. Na volta desse último passeio é que o diabo
apareceu para este anjo da guarda. Passando em
16
frente a um florido “pé de pimenta cambari” carregada
dos diabólicos frutinhos, a curiosidade do padre foi
despertada.
- “Qu’est que ce sont, Eurico”) (o que é isto, Eurico)?
Não sei por que nunca tivera tanto instinto de maldade,
mas aquele dia era o meu.
-“Ce sont des cerises brésiliennes, mon père” (são
cerejas brasileiras, padre)
-“Très interessant! Nos cerises sont plus grandes
que celles-ci” (muito interessante. Nossas cerejas são
maiores que estas)
- “Absolument, père Donato, elles sont petites, mais
très delicieuses...” (absolutamente, padre Donato,
elas são pequenas, mas muito deliciosas). E fui logo
colhendo algumas e colocando-as inteiras na boca
sem mordê-las, é lógico. Para que fui fazer tal coisa?
O padre apanhou logo umas dez e mandou brasa! Foi
aquela água e aquela brasa! Saiu correndo como um
doido rumo ao casarão gritando:
- “S’il vous plaît, de l’eau, de l’eau, que je suis en
feu! Je suis en feu!” (por favor: água, água, que eu
estou em fogo, em fogo). O resto, meus caros, já
podem imaginar. Fui chamado pelo padre Superior e o
castigo foi bem merecido: oito dias sem sobremesa e
sem os banhos no tanque.
Mas o diabo continuava solto e a história não
acabou aí. Dias depois, era eu o encarregado de
arrumar as mesas no refeitório. Voltei ao campo, colhi
mais um punhado de pimentas e esfreguei em todos os
talheres dos colegas. O castigo foi imediato: mandado
de volta para a Escola Apostólica e lá, sozinho, fiquei
os últimos quinze dias de férias sem as delícias do
sítio do Barrocão.
Nota - O Eurico Padula Cotrim foi o idealizador e um
dos fundadores da Associação dos Ex-Alunos MSC.
INTER EX Março/2014
Notícias da Província
de São Paulo
que completou 66 anos de existência em 6 de outubro de 2013
João Costa Pinto (1953 - 1966)
Palavra do Provincial
O Provincial discorrendo brevemente sobre “carisma”,
ressalta o carisma MSC. Cita o ex-Superior Geral, Pe.
Cusquelly, que define o carisma como um “dom do
Espírito dado a uma pessoa individual para o bem
dos outros”. O carisma MSC é um legado do Pe. Júlio
Chevalier, para quem no Coração aberto de Jesus (Jo
19,34), está o remédio para todos os males do mundo.
“Essa experiência é o aspecto fundamental da revelação
de Deus ao Fundador, que chamamos de graça, dom ou
carisma. Este Coração é o sinal maior de amor e torna
palpável, visível, o amor de Deus.”
Profissão Perpétua
Em dezembro de 2013, no Santuário N. Sra. do
Sagrado Coração, Fernando Clemente, Girley Reis e
Rodrigo Domingues, seminaristas do terceiro ano de
Teologia, fizeram sua Profissão Religiosa perpétua. O
Provincial, em sua homilia, falou da graça que é receber
de Deus a Vocação Religiosa e poder consagrar-se
a Deus definitivamente. Discorreu sobre cada um
dos votos, dizendo que eles estão a serviço de uma
verdadeira consagração. Por fim, reafirmou o carisma
MSC: “a consagração é feita em uma Congregação
com um carisma específico e com a missão de levar o
amor de Deus a todas as pessoas.”
Centro América-MSC
Os Superiores das Províncias de São Paulo e de
Curitiba, Pe. Manoel Ferreira dos Santos Jr. e Pe. Getúlio
Saggin, respectivamente, viajaram para o Equador, em
novembro passado, para a realização de várias reuniões,
das quais poderão resultar relevantes definições e
decisões muito em breve, entre as quais a abertura de
uma Secção (*), se viável, a solicitação de mais dois
missionários da Indonésia para atuarem no Equador,
uma nova paróquia na capital Quito, ampliação da Casa
de Formação, a Reunião dos Formadores, em nível de
Centro América-MSC, de 12 a 19 de julho de 2015, na
cidade de São Domingos (Santo Domingo de Guzmán).
(Ver NR 2)
(*) - NR - Secção é um setor, ainda incipiente, de uma Ordem
ou Congregação Religiosa, que poderá crescer e se tornar uma pró-província e futuramente uma Província.
Nomeações
Todo final de ano o Provincial, junto com o Conselho,
tem a delicada missão de fazer as nomeações dos padres
e religiosos para atuarem nas várias Casas e paróquias,
nas várias regiões do Brasil e no Equador, em todo o
ano seguinte. Todos sabemos ser grande a messe, mas,
poucos os operários. Nas palavras do Pe. Manoel, “a
grande maioria, ou quase todos os confrades, são de
uma impressionante generosidade, abertura e liberdade
interior”.
Vamos ver como ficou o mapa de nomeações e para
onde os padres e os religiosos foram nomeados.
17
INTER EX Março/2014
Missão do Amazonas.
Em São Gabriel da Cachoeira: permanecem os padres
Jorge de Oliveira Gonçalves e Reuberson Rodrigues
Ferreira. Em Pari Cachoeira estarão o padre Jackson
Douglas Furtado e o diácono Otacílio.
Missão do Equador
Padres Abimael F. do Nascimento e Tomaz Kundzicz,
este já presente no Equador há alguns anos, além do Pe.
Moacir Goulart de Figueiredo, que conduz a Casa de
Formação Pe. J. Chevalier.
Norte e Nordeste
• São Luís: padres Luís Carlos Araujo Moraes e João
Crisóstomo
• Fortaleza- Aerolândia: padres Francisco Tarcísio, João
Helder e Jênisson L. S. de Jesus
• Santa Helena: padres Domingos Higino e Nelson Ribeiro de Andrade
• Floriano: padres Carlos Buzanelli e João Schmidt
• Tanque do Piauí: Pe. Hubert Kilga
• Itaitinga/Paróquia S. Antonio: padres Ivo Trevisol e
Ailton R. Damasceno
• Itaitinga/Messejana: Pe. Alfredo Nidermeier
São Paulo-Capital
• Ponte Pequena: O Superior Provincial, os padres Valmir
Teixeira, Agenor Possa, Joaquim dos Santos Filho, Eugênio Luís de Barros e o Ir. Henrique Domingos G. Costa.
• Vila Formosa: padres Milton Tassoni e Air José de
Mendonça
• Casa de Teologia: Pe. Valdecir Soares Santos.
São Paulo-Interior
• Campinas: padres Alex S. Sudré, Henrique B. Roberto
e Tarcísio P. Machado
• Pirassununga: José Saraiva Jr. (Propedêutico) e Pe.
Humberto Capobianco (Colégio)
• Pirassununga-Santa Rita: padres Mauro Fernando
Ferreira e Sírio J. Motter
• Bauru: padres Gilberto Gonçalves Pinto e Victório de
Almeida
• Itapetininga: padres Júlio César Machado e Luís Bertazzi
Sul de Minas
• Itajubá-Matriz da Soledade: padres Edvaldo Rosa de
Mendonça, Geraldo Barbosa Mendonça, Lucemir Alves Ribeiro e Dom Ricardo Pedro Paglia.
• Itajubá-Noviciado: padres Benedito Ângelo Cortez,
João José de Almeida e Rosário Martins de Azevedo.
• Delfim Moreira: padres Geraldo Alves Cassiano e Michel dos Santos
• Piranguçu: Pe. Carlos Roberto Rodrigues
Encargos específicos
• Colégios: Pe. Tarcísio P. Machado - Revista: Pe. Air e
Pequena Obra: Pe. J. Saraiva Jr.
IX Assembleia das FLMSC
“Todo ano os leigos MSC se reúnem para realizar
sua assembleia, em nível de Província (São Paulo). O
objetivo é a convivência fraterna entre integrantes da
fraternidade, a tomada de decisão de assuntos próprios
dos grupos e principalmente o fortalecimento da sua
espiritualidade. Cada ano, a assembleia é realizada numa
cidade onde um dos grupos está localizado.
Neste ano, tivemos um Encontro nos dias 27, 28 e 29 de
setembro. Fomos recepcionados pelos leigos de Delfim
Moreira e Marmelópolis. Além destes participaram do
18
Encontro os membros vindos de São Paulo, Pirassununga,
Itajubá, Bauru, Fortaleza, Curitiba, e também religiosos,
seminaristas, noviços, Irmãs FDNSSC e vários padres
MSC. E ainda fomos prestigiados pelo Pe. Cortez e pelo
Pe. Manoel, Superior Provincial.
Encerrando o Encontro, fizemos a eleição da cidadesede para o ano de 2014, assim como do tema da X
Assembleia. “Bauru nos aguarda”. (Síntese do relato
de Florilda S. S. Souza, da Coordenação FLMSCProvíncia de SP)
INTER EX Março/2014
Mix - Notas rápidas
Celebração eucarística
no CDP-Pinheiros
Festa de N. Sra. Aparecida
12 de Outubro
• No final de 2013, a Província contava com 22 seminaristas.
• Profissão Religiosa dos Noviços: dia 1º de fevereiro
de 2014.
• Conferência Geral em Roma: de 14 a 27 de setembro
de 2014.
• Festas de N. Sra. Aparecida - No dia 12 de outubro houve duas grandes solenidades em homenagem a
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, nos dois Santuários dedicados a esta
devoção, em Itapetininga e Bauru. O Superior Provincial se fez presente, presidindo a santa missa das 8hs
em Itapetininga e a das 18hs em Bauru.
• No CDP-Pinheiros, em São Paulo, houve celebração
eucarística presidida por Dom Odilo, em novembro,
pelo Natal dos Encarcerados. Foi organizada pelo Pe.
Eugênio Luís de Barros, MSC, da Pastoral Carcerária,
com a Cúria e a direção do CDP. Dom Odilo aconselhou os detentos a aproveitarem o tempo de cárcere
para refletirem sobre os erros cometidos e nunca perderem a esperança de uma vida nova, “Deus olha com
misericórdia e amor para vocês” acrescentou o Cardeal. Também estiveram presentes o Pe. Provincial, o
Dc. Otacílio, MSC, os seminaristas MSC José Eduardo
e Rafael. “Nosso carisma nos convida a sermos entre
os excluídos sinais da misericórdia de Deus.”, disse o
Pe. Manoel.
Mauro Sérgio de Souza
O Pe. Mauro Sérgio de Souza havia deixado a Congregação, mas a ela voltou há dois anos. Depois de um processo de discernimento, decidiu em definitivo deixar a comunidade religiosa. Escreveu ao Conselho Provincial,
pedindo a dispensa dos Votos Religiosos.
Notas da Redação
NR 1. Fonte - A fonte principal do conteúdo desta coluna foram as Comunicações da Província de
São Paulo, no. 625. Inevitável vez por outra reprodução parcial de texto. Com espaço gráfico reduzido, as notícias seguem resumidas. Agradeço os colegas consultados sobre a foto.
NR 2. São Domingos ou Santo Domingo de Guzmán (nome oficial), sediará o Curso de Teologia para os seminaristas de língua espanhola e abrigará um dos dois Noviciados-MSC em toda a
América Latina, um deles permanecendo no Brasil. Essa cidade, que assumiu papel importante
na re-estruturação das várias Casas da Congregação espalhadas pela América Latina, é a capital da
República Dominicana, banhada pelas águas do Mar das Antilhas e do Caribe. Fundada em 1496 e
transferida para sua localização atual em 1502 é o mais antigo assentamento europeu de ocupação
contínua da América e foi a primeira sede do governo colonial espanhol no Novo Mundo. A cidade
foi nomeada Santo Domingo por Bartolomeu Colombo, irmão de Cristóvão Colombo e fundador
do assentamento. Destaca-se como centro político, industrial e comercial. Em 2006 sua população
era de 2.253.437 habitantes. Conta com uma Universidade desde 1538, a mais antiga das Américas,
criada pelo papa Paulo III e administrada pela Ordem Dominicana. (Fonte: Internet e Encicl. Larousse Cultural-1998)
Redação: [email protected]
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