Artigo-IB2011-O uso de bombas hidraulicas
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Artigo-IB2011-O uso de bombas hidraulicas
Artigo POR Matthias R. Reinold 0 uso de bombas hidráulicas na cervejaria Os processos das indústrias de bebidas movimentam enormes quantidades de líquido. Uma grande cervejaria pode, por exemplo, movimentar mais de 3 milhões de litros por dia (30.000 hl/dia). As bombas na indústria de bebidas, mais do que qualquer outro equipamento utilizado na produção, são submetidas às influências da corrosão e do desgaste e muitas vezes não são dimensionadas corretamente, com resultados desastrosos para o processo e produto. A tecnologia de construção de bombas é um sistema dinâmico que apresenta uma evolução constante, procurando adaptar-se às exigências crescentes dos processos, desde as técnicas de controle até a substituição de componentes. O funcionamento básico de uma bomba Bombas em geral são equipamentos para a movimentação de líquidos com diferentes características físico-químicas. Sua utilização se apoia no fato de que líquidos deixam-se transportar do modo mais económico em tubulações. Conecta-se uma bomba à extremidade de saída da tubulação em questão, e essa bomba exercerá uma força sobre o líquido para que ele se movimente, a bomba aspirando de um lado e do outro lado gerando pressão. Provoca-se por meio disso um aumento da pressão na saída da bomba (bocal de descarga) e redução da pressão na entrada da bomba (bocal de sucção). Na bomba centrífuga a energia necessária para pressionar o líquido é gerada por um disco giratório dotado de pás. Bombas centrífugas, devido ao seu modo de construção, não podem desaerar uma tubulação no lado da sucção, ou seja, não conseguem aspirar o líquido sozinhas. Devemos proceder de modo que o líquido fique armazenado em um reservatório localizado acima da bomba ou que antes da partida da bomba a tubulação de sucção e a bomba sejam preenchidas com o líquido. A isso se soma uma maior sensibilidade da bomba centrífuga com relação a bolsões de ar ou 22 I.B. Ed. rfi 58 - 2011 gases dissolvidos no líquido, que podem levar à interrupção do bombeamento, quando as bolhas de ar ocupam o rotor da bomba. As chamadas bombas centrífugas auto-aspirantes apresentam condições para desaerar a tubulação de sucção. Para que isso aconteça, é necessário que a bomba esteja cheia de líquido pelo menos até a metade. Requisitos para uma bomba Uma bomba dimensionada para determinada aplicação deve ser observada no próprio local quanto à vazão horária, pressão de trabalho, consumo de energia, nível de ruído etc. Ou seja: a bomba deve trabalhar de modo que não se ouça, não se perceba e de preferência nunca quebre. Estas exigências seriam preenchidas se os equipamentos não fossem sujeitos a variáveis, como por exemplo, na limpeza CIP de tanques por meio de spray-balls, quando a bomba de recalque da solução do CIP não só trabalha com um ou dois tanques, mas sim com seções inteiras (onde os comprimentos das tubulações variam enormemente). Bombas também assumem múltiplas funções, como na filtração da cerveja (bomba do filtro): -Filtração com 200 hl/h a 6 bar; -Formação da pré-camada com 400 hl/h a cerca de 2 bar; -Retrolavagem com 500 hl/h a 3 bar; -Limpeza (circulação) com 300 hl/h a cerca de 4 bar. Para se evitar que uma bomba apenas tenha que desempenhar múltiplas funções podemos utilizar várias bombas para as diversas aplicações ou um inversor de frequência, de modo a variar a rotação da bomba (deve-se operar a bomba dentro da faixa de máximo rendimento - até 50% da sua vazão nominal). Algumas bombas centrífugas de múltiplas aplicações, como a transvasagem de líquido e também para CIP, são equipadas com motores e chave comutadora que permitem atender o processo de maneira adequada: vazão de 2 m3 /h a 0,5 bar e vazão de 16 m3 /h a 2,5 bar. Alguns critérios a serem levados em consideração Existem alguns critérios importantes que devem ser levados em consideração quando adquirimos uma bomba. Na indústria de bebidas geralmente utilizamos as chamadas bombas sanitárias, uma vez que seu desenho apresenta concepção sanitária, por entrar em contato direto com o líquido a ser bombeado (o próprio produto ou insumos utilizados em sua fabricação). A bomba em corte representada ao lado foi aprovada pelas normas do European Hygienic Equipment Design Group (EHEDG) com relação à sua facilidade de limpeza. Foi comprovado que a bomba não apenas pode ser limpa por processo CIP, sem deixar resíduos, como também ao contrário da tubulação de referência, não apresentou nenhum resíduo de sujidade, o que é uma garantia absoluta de segurança durante um processo estéril. A válvula de membrana que serve de dreno, localizada no corpo da bomba, permite eliminar todo e qualquer resíduo de líquido. Os critérios para a construção de uma bomba estéril são: - Possibilidade de esvaziamento total do corpo da bomba - Corpo da bomba (carcaça do rotor) livre de cantos mortos - Superfícies de vedação livres de frestas - Boa capacidade de esterilização (SIP) - Boa capacidade de limpeza (CIP) - Conexões estéreis - Vedações estéreis - Construção (material) que impeça a corrosão Além da construção da bomba, que deve atender às necessidades de sanitariedade do processo, as conexões das tubulações devem permitir total isenção de contaminações microbiológicas e físico-químicas, como no desenho a seguir (que segue as normas de conexões estéreis): • ELETROPOLIMENTO ~M\ L-—JLJ I n d ú s t r i a e C o m é r c i o LTDA. Elimina Bio Filme e Esporos dos equipamentos; Reduz e/ou elimina a aderência de produtos; Proporciona economia e facilidade na limpeza e higienização. ENDOSCOPIA INDUSTRIAL ESPECIALIZADA EM TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DE ACO INOXIDÁVEL Inspeção interna de tubulação incluindo a visualização das soldas. DECAPAGEM - PASSIVAÇÃO QUÍMICA Aplicável em tubulações novas ou em operação em equipamentos e pasteurizadores, descontaminando a superfície interna. Efetua limpeza química, eliminando Bio Filme. INSPEÇÃO DE RUGOSIDADE Medição da superfície em inox para verificar o grau de acabamento dos equipamentos. T: +55(11)4363-3707 T: +55 (11) 4174-7460 LIXAMENTO E POLIMENTO MECÂNICO [email protected] www.eletroinox.com.br Processos efetuados para correção e obtenção de superfície com acabamento homogéneo e/ou brilhante. Lubrificadores Automáticos Para Graxas e Óleos perma Desenho em corte segundo as normas DIN 11864-1 e DIN 11864-2 A garantia da sua lubrificação. O primeiro sistema eletroquímico de lubrificação independente da temperatura. Conexão com rosca DIN 11864 -1 Outros critérios são enumerados a seguir: Lubrificam os equipamentos por um período de até 12 meses, não precisando parar a máquina por ocasião da troca. P Sistema Perma STAR proporciona uma lubrificação precisa em ambientes de - 10° até +50°. Nomeamos Revendas Tel: (21) 2221-6852 Fax: (21) 2507-2159 E-mail: [email protected] Site: www.perma.com.br Características da bomba: tipo de construção (material, conexões), consumo de energia, nível de ruído, desgaste do material. O material de construção da bomba deve ser resistente à corrosão, atóxico e não pode ser absorvente. Os materiais não podem conter substâncias que transmitam odor, cor e paladar indesejáveis. Geralmente utiliza-se aço inox 316 L para tal fim; Sanitariedade da bomba: as superfícies que entram em contato com o líquido devem ser lisas, oferecer poucos danos mecânicos ao produto, oferecer o menor espaço físico possível para desenvolvimento de microrganismos, oferecer a menor possibilidade de ligação química para partículas estranhas, ser de fácil limpeza e apresentar superfície eletropolida; Contrapressão de trabalho (kgf/ cm2 ou bar); Vazão necessária (litros/h, m3/h); Altura de sucção (metros); Distância ou altura do recalque (metros); Características do líquido a ser bombeado (temperatura, viscosidade, densidade, pressão de vapor, composição); Desenho isométrico das tubulações ou sistema onde a bomba irá ser inserida (perdas de carga etc); Conexão com flange DIN 11864 - 2 Possibilidade de automação, ou seja, a integração a um sistema supervisório. Existem hoje bombas dosadoras de precisão (melhor que 2%) que possuem medição de vazão incorporada e uma interface para comunicação em rede PROFIBUS. Desse modo a comunicação entre os vários parâmetros da bomba e seu sistema de supervisão é completa, possibilitando a visualização de informações em tempo real, permitindo maior rapidez e facilidade na interação com os parâmetros disponibilizados. Tipos de bombas e suas aplicações Pelas características de cada processo, existem bombas que melhor se adaptam a eles, especializando com isso as aplicações: • Bombas centrífugas: bombeamento de xarope composto de refrigerantes, xarope simples, sucos, leite, na cervejaria: mostura, mosto, cerveja, trub, levedura; água, soluções de limpeza (CIP), outras aplicações; • Bombas centrífugas de múltiplos estágios: bombeamento de água, mosto quente e frio, utilização como bomba booster, bomba para pasteurização; • Bombas centrífugas auto-escorvantes: bombeamento de xaropes, sucos, na cervejaria: levedu- ra, cerveja; retorno de soluções CIP; • Bombas helicoidais: bagaço de malte, levedura, líquidos viscosos, terra diatomácea utilizada no filtro de xarope de refrigerantes ou filtro de cerveja; • Bombas de lóbulos: levedura, líquidos viscosos (caramelo de milho, extrato de malte, xarope de açúcar) etc; • Bombas de êmbolos rotativos: líquidos viscosos (onde são exigidas maiores alturas de sucção e contrapressões do que a bomba de lóbulos); • Bombas de diafragma (ar comprimido): mosto, outros fluidos que contenham sólidos em suspensão, lodo na estação de tratamento de efluentes; • Bombas dosadoras de pistão e membrana: dosagem precisa de levedura, terra diatomácea, aditivos, insumos, produtos químicos, inclusive líquidos viscosos; • Bombas peristálticas: terra diatomácea, produtos químicos; • Bombas de vácuo: para retirar o ar presente nas garrafas durante o processo de enchimento (pré-evacuação); • Bombas submersas: estações de tratamento de água e efluentes industriais. Desenuoluemos Soluções para o Mercado de BebidasV t i Cuidados na instalação de uma bomba Não só apenas a bomba deverá estar bem dimensionada, mas também toda a tubulação e seus componentes, como válvulas, tees, reduções, curvas etc. Os cuidados devem ser redobrados, especialmente ao utilizarmos bombas que geram grandes pressões, como as de lóbulos, helicoidais, dosadoras de diafragma e pistão. Mesmo quando a pressão de trabalho possa nos parecer pequena (10 a 12 bar), uma bomba dosadora, ao ter o fluxo interrompido, pode gerar momentaneamente 30 a 40 bar, exercendo com isso uma pressão excessivamente elevada para determinadas tubulações ou vasos, podendo levar ao seu rompimento. 19 a n o s atuando nesse segmento a MMC-Equipamentos é especializada no projeto e fabricação de equipamentos em aço mon, incorporou adicionalmente em sua linha de equipamentos para processos, centrífugas, homogenizadores e trocadores de calor a placas importadas para atender de forma completa seus clientes, fornecendo solução e não somente equipamentos isolados. Alguns parâmetros a serem observados: 1 - Choques de pressão: ocorrem quando a massa de líquido que flui através da tubulação é acelerada ou retardada (fechamento súbito de uma válvula, partida ou desligamento de uma bomba). Se uma válvula no final da tubulação é subitamente fechada, a velocidade do líquido é reduzida a zero. O líquido dentro da tubulação vai tendo a sua velocidade reduzida até atingir a bomba, com consequente aumento de pressão (com uma velocidade linear de 3 m/s, vazão de 55 m3/h e diâmetro da tubulação de 80 mm, a pressão pode chegar a 30 bar!) fllíHC equipamentos industriais www.mrnc-equiparnentos.com.br Fl.: 16 3334*2832 - FffK: f f i ujumi.MMC-njuiPflMrsrros.coM.BR Artigo 2 - Dilatação de tubulações: se em uma tubulação reta de cerveja de 50 metros de comprimento circulamos soda cáustica a 85°C, e a temperatura da cerveja que nela trafega é de 5°C, temos então uma diferença de temperatura de 80°C. Isso significa que para cada 10 me- tros de tubulação, há uma dilatação de 12,8 mm; para 50 metros de comprimento, cerca de 6 cm, segundo a tabela a seguir: Diferença de temperatura (°C) 60 70 80 90 Dilatação em mm para 10 metros de tubulação 9,6 11,2 12,8 14,4 - Cavitação: a cavitação surge a partir da pequena altura de coluna de líquido, dimensionamento incorreto dos diâmetros das tubulações na sucção da bomba (velocidade linear muito elevada), dimensionamento incorreto da pressão de trabalho da bomba (super-dimensionamento e o não estrangulamento da bomba), fluxo de líquido na sucção desfavorável, temperatura do líquido a ser bombeado. Em geral, a simples observação de certas regras básicas na aqui- sição, instalação, operação e manutenção das bombas evita uma série de transtornos no processo e assegura-se a qualidade do produto gerado pelo processo. Perdas de carga geradas no percurso - quando o líquido passa por um trocador de calor de placas, inúmeras curvas e válvulas no percurso, contrapressão da coluna de líquido, densidade e viscosidade do líquido, gases dissolvidos no líquido (como gás carbónico), podem fazer com que uma bomba jamais atinja o ren- dimento desejado, prejudicando o processo de produção e muitas vezes também o produto. Serviço: Referências 1) Construção de bombas sanitárias - EHEDG 2) Informações da empresa Fristam 3) Informações da empresa Hilge Matthias R. Reinold Mestre cervejeiro - Diplom Braumeister www.cervesia.com.br • SIBRAPE m Saúde em estado líquido. A tecnologia (JVC é um dos mais seguros e eficientes processos de purificação. Indicado para melhorar a qualidade da água que você consome, o sistema UVC ia totalmente os mícro-organismos iresentes na água sem alterar cor, cheiro ou gosto. Além de eficiente e seguro, tem baixíssimo custo e é fácil de instalar. 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