2ª PARTE DO MÓDULO Aspectos gerais sobre tomate industrial
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2ª PARTE DO MÓDULO Aspectos gerais sobre tomate industrial
Agroindústria de tomate no Brasil: 100 anos de história e evolução Paulo César Tavares de Melo, PhD Professor Livre-Docente ESALQ/USP Origem e domesticação 1. Local de origem do tomate (parte ocidental da América do Sul); 2. Rota migratória do tomate cereja silvestre; 3. Século VI: introdução de cultivares mexicanas na Europa; 4. Melhoramento genético no continente europeu; 5. Século XVIII: introdução de cultivares europeias nos Estados Unidos; 6. Melhoramento genético nos Estados Unidos; 7. Século XX: introdução de espécies selvagens de Solanum spp.; 8. Final do século XX: introdução de cultivares de tomate no Brasil pelos emigrantes europeus. Uso do tomate como alimento • Introdução na Europa no século XVI crendices e uso ornamental; • 1772, França figura pela 1ª vez como hortaliça no catálogo de sementes da Vilmorin-Andrieux; • 1773, Nápoles o tomate é incluído no livro de receitas de Vicenzo Corrado; • Início do século XIX o tomate já estava integrado à culinária italiana; • A partir da 2ª metade do século XIX, Nápoles o molho de “pomodo” já era mencionado como indispensável para “pizza” e macaroni; • Em 1875, Itália Francesco Cirio funda a mais antiga indústria de conserva de tomate; • Em 1878, Nápoles uma seleção de tomate é batizada “Re Umberto” em homenagem ao Rei Umberto I por sua 1ª visita à cidade após a unificação da Itália (1870); • Rei Umberto é uma das cultivares que deram origem à cv. San Marzano, que se converteu em matéria-prima de primeira qualidade para a fabricação de tomate pelado. Uso do tomate como alimento Cv. Re Umberto Itália unificada, 1870 Cv. San Marzano Uso do tomate como alimento Introdução do tomate no Brasil • • • • • • • • Final do século XIX imigração italiana se intensifica ; É provável que a introdução do tomate no Brasil se deva a esses imigrantes nessa época o tomate já estava em cultivo na Itália, sendo ingrediente essencial da culinária de todas as classes sociais do país; Início do séc. XX culinária italiana se expande com o crescimento da comunidade itálica, especialmente em grandes centros urbanos como S. Paulo; 1910, Brás, SP aberta a 1ª pizzaria, a Santa Genoveva, pertencente ao napolitano conhecido como Dom Carmenielo; Cresce a demanda por “massa de tomate” obtida artesanalmente ou importada; Primeiras décadas do séc. XX a produção de tomate se expande no estado de São Paulo e uma das cultivares preferidas pelos produtores é a napolitana Re Umberto; Década de 1940 ‘Re Umberto’ é considerada uma das cultivares que originou a cv. Santa Cruz, largamente plantada em cultura rasteira para atender à produção de matéria-prima para as fábricas de conserva de tomate em São Paulo até a década de 1960; 1914 início da produção de massa de tomate em escala industrial na Fábrica PEIXE, em Pesqueira, no semiárido pernambucano. Introdução do tomate no Brasil Fonte: IAC Expansão da produção de tomate no Brasil • 1908: chegada dos imigrantes japoneses a São Paulo vieram para suceder os imigrantes italianos nas lavouras paulistas de café; • 1ª década do século XX cresce a demanda por alimentos frente à expansão dos centros urbanos brasileiros, em especial da capital paulista os imigrantes japoneses trocaram a lavoura de café pelo cultivo de hortaliças e frutas; • A partir da década de 1910 crescimento significativo da olericultura com destaque para a produção de tomate. Contribuição da colônia japonesa para expansão da cultura do tomate no estado de São Paulo Década de 1930 São Carlos, década de 1950 - Sr. Oscar Retrospectiva histórica da agroindústria de tomate no Brasil • 1º Ciclo: Agreste de Pernambuco 1914 – 1998; • 2º Ciclo: Estado de São Paulo década de 1930 ao presente; • 3º Ciclo: Vale do São Francisco (PE/BA) e Perímetros Irrigados do DNOCS (PE/PB) meados da década de 1970 ao início dos anos 2000; • 4º Ciclo: Cerrados goiano e mineiro 1986 ao presente. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil • 1º Ciclo: Agreste de Pernambuco (1914 – 1998) – 1898: iniciado, em Pesqueira, PE, o fabrico caseiro de doce de goiaba pelo casal Maria da Conceição Cavalcanti de Britto e Carlos Frederico Xavier de Britto; – 1902: fundada a M. B. PEIXE (Carlos de Britto & Cia); – 1908: substituição dos tachos origina is a fogo cru por tachos a vapor importados da Inglaterra; – 1914: a Fábrica “PEIXE” inicia pioneiramente o processamento de tomate no Brasil com a produção de massa de tomate; – 1928: a “PEIXE” passou a produzir extrato concentrado de tomate; – Década de 1950: se encerra o período de ouro da indústria de alimentos pesqueirense com o fechamento das fábricas Rosa, Tigre, Recreio e Maravilha; – 20 de novembro de 1998: fechamento da centenária Fábrica “PEIXE” na cidade de Pesqueira e se encerra o 1º ciclo da agroindústria do tomate do país; – Atualmente: a atividade sobrevive com duas fábricas em operação Tambaú (Custódia) e ASA/Palmeiron (Belo Jardim). Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Fundadores da Fábrica “PEIXE” (1898) – Maria da Conceição Cavalcanti de Britto e Carlos Frederico Xavier de Britto Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Notas: 1. Fábrica “PEIXE” antes da reforma da fachada; data provável entre 1908 e 1911; 2. No pequeno chalé à direita, vivia o casal Dona Yayá e o capitão Carlos de Britto; foi aí que Dona Yayá, auxiliada por Dona Dina, iniciou o fabrico caseiro da goiabada que tornou a “PEIXE” nacional e internacionalmente afamada. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Fábrica “PEIXE”, Pesqueira, PE Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Fábrica “PEIXE”, Taquaritinga, SP Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil 1948 Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Empresa pioneira em pesquisa e experimentação com tomate visando “criar um parque agro-industrial de características permanentes e conservadoristas, numa zona pastoril de terras pobres e exploração agrícola deficitária”. Normas adotadas na cultura do tomateiro: Rotação bi e trienal; Cultivo em faixas; Terraceamento do tipo misto: canal-camalhão; Cultivo em mulch com o mínimo de mobilização superficial; Variedade de tomate Beauty “PEIXE”; Experimentação constante e de longo prazo. Fonte: Agro-indústria do tomate em Pesqueira. Roteiro para visitantes. Indústrias Alimentícias Carlos de Britto S.A., julho 1956. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Fonte: Agro-indústria do tomate em Pesqueira. Roteiro para visitantes. Indústrias Alimentícias Carlos de Britto S.A., julho 1956. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” (A) (B) (A) Brigada de combate à requeima (Phytophthora infestans) que dizimou as lavouras de tomate do agreste de Pernambuco a partir da 1ª metade da década de 1960; (B) Sintomas da requeima em hastes e frutos, Pesqueira, 1973. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Transplantio mecanizado de mudas de tomate industrial na Fazenda Roçadinho (PEIXE), Pesqueira, PE, safra de 1983. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Experimento de tomate industrial do Programa IPA na Fazenda Roçadinho (PEIXE), Pesqueira, PE – julho de 1984. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” José Machado (CICA) Plínio Werner(ISLA Sementes) José Lacy Dirceu (SUDENE) Inspeção de experimento de tomate industrial do Programa IPA no agreste de Pernambuco, início da década de 1980. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábricas “PEIXE” Quando do fechamento da Fábrica “PEIXE” em 1998, o agrônomo Moacyr Britto de Freitas (1907-1999), neto dos fundadores da empresa afirmou: “Eu não vejo muito com o coração, acho que os 100 anos de história da Peixe foram suficientes para mostrar que tudo não passou de um grande equívoco, pois ninguém pode esperar do semiárido uma concorrência direta com os países de clima frio e com as regiões do país que não sofrem com o problema da irrigação. Tudo é muito simples, aquilo que não é sustentável se acaba”. 1907 - 2007 “Salvando o solo, salvaremos o homem” Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábrica Rosa Fundada pelos Irmãos Didier (1906), em Pesqueira, PE Data provável da foto: 1909 Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Fábrica de Conservas Amorim Costa & Cia Importava a massa de Portugal e a reembalava em latas de 1,0, 4,0 e 8,0 lb pelo processo Appert. Fundada em Olinda, PE, em 1890. Foto da fábrica em 1913 Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil • 2º Ciclo: Estado de São Paulo (década de 1930 ao presente) – 1937 instalada indústria de conservas alimentícias na Fazenda Amália, em Santa Rosa do Viterbo, pertencente ao comendador Francisco Matarazzo Júnior Produtos Amália; – 1939 a Peixe implantou fábrica em Monte Alto-SP, transferida na década de 1960 para Taquaritinga-SP; – 1941 inaugurada, em Jundiaí, a primeira fábrica da Companhia Industrial de Conservas Alimentícias (CICA); – 1944 é inaugurada em 29 de janeiro de 1944, em Monte Alto, a CRAI (Castro Ribeiro Agroindustrial S/A); – Início da década de 1950: entra em operação em São Carlos a Conservas Alimentícias Hero S.A. fundada pelo imigrante suiço Carlos Ludovico Schnyder. Essa indústria de geleias e derivados de tomate funcionou até 1997; – 1955 Carmello Paoletti funda a Cia. Industrial e Mercantil Paoletti S.A. (marca ETTI) em Várzea Grande Paulista, transferida mais tarde para Cajamar, 1959; Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil • 2º Ciclo: Estado de São Paulo (década de 1930 ao presente) – A partir da década de 1950 em Monte Alto e Taquaritinga, a agroindústria se expande amplamente e se transforma no maior pólo agroprocessador de tomate do Brasil; – Em 1987 ocorre a 1ª transferência do controle acionário da Companhia Industrial de Conservas Alimentícias em 2003 a marca CICA foi retirada do mercado; – Ascensão e declínio da agroindústria do tomate na Alta Sorocabana e Alta Paulista CICA fecha a sua fábrica em Presidente Prudente em 1992; – O setor mostra forte retração com a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Vale do São Francisco (PE/BA); – As indústrias mais importantes do setor atualmente são a Predilecta (Matão, SP, Guaíra, SP, Itápolis, SP, Patos de Minas, MG), Fugini Alimentos (Monte Alto, SP) e Alimentos Wilson (Regente Feijó, SP). Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Complexo Agroindustrial Amália Fonte: Matarazzo 100 Anos, 1982 Comendador Francisco Matarazzo Jr. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Complexo Agroindustrial Amália Fábrica de conservas de frutas e de tomate de Campinas, SP cuja matéria-prima era procedente da Fazenda Amália e de Delfim Moreira (marmelo). Produção de extrato de tomate: 30 t mensais. Foto de 1948. Fonte: Matarazzo 100 Anos, 1982 Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Companhia Industrial de Conservas Alimentícias – CICA* *Fundada em 1941 em Jundiaí, SP por uma associação entre as famílias Bonfiglioli, Messina, Guerrazzi e Guzzo. Em 1999, a fábrica de Jundiaí foi definitivamente fechada. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Companhia Industrial de Conservas Alimentícias - CICA Em 1969 a CICA passou a adotar como mascote o elefante Jotalhão (criação original de Maurício de Souza para o JB) que estampa as embalagens de extrato de tomate até hoje. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Companhia Industrial de Conservas Alimentícias - CICA Boletim de autoria do eng. agrônomo Shisuto J. Murayama, editado pela CICA em 1953. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Companhia Industrial de Conservas Alimentícias - CICA Trecho do boletim de autoria do eng. agrônomo Shisuto J. Murayama, editado pela CICA em 1953. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Castro Ribeiro Agroindustrial S/A - CRAI Entrada da fábrica da CRAI, Monte Alto, SP (Foto reprodução Toninho Cury). Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Conservas Alimentícias Hero S/A Fábrica da Conservas Alimentícias Hero S/A, São Carlos, SP. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Predilecta Alimentos Ltda. Fábrica da Predilecta instalada em São Lourenço do Turvo, Matão, SP; empresa fundada em 1990. Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Produção de tomate na década de 1950 em São Carlos Rendimento de 4.500 a 5.000 cxs de 30 kg por alqueire com a cv. Santa Cruz Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Produção na região de São Carlos, SP na década de 1950 Fonte: Revista Coopercotia, 03/1963 Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Produção na região de Taquaritinga, SP na década de 1960 Aspectos históricos da agroindústria de tomate do Brasil: Produção na década de 1960 Fonte: Revista “Lavoura”, maio/junho, 1970. Introdução de cultivares californianas de tomate industrial no estado de São Paulo, década de 1970 Jornal “A Comarca” – Araçatuba, 22/09/1977 Introdução de cultivares californianas de tomate industrial no estado de São Paulo, década de 1970 Catálogo da Petoseed onde aparecem as cultivares Rio Grande, Rio Fuego, Cal J, Euromech, Petomech entre outras com frutos firmes e adaptadas à colheita mecanizada (década 1970). Introdução de cultivares californianas de tomate industrial no estado de São Paulo, década de 1970 As novas cultivares de tomate industrial da Califórnia (EUA) viabilizaram o transporte de matéria prima de tomate a granel. Fábrica da ETTI em Araçatuba, SP, 1977. Desenvolvimento de cultivares de tomate industrial no estado de São Paulo, década de 1990 Introdução de cultivares californianas de tomate industrial no estado de São Paulo, década de 1990 Apresentação da série de híbridos AP da ASGROW em Guararapes no dia 28 de agosto de 1998. Nessa época, a ASGROW já havia sido incorporada à Seminis Vegetable Seed. Os híbridos AP 529 e AP 533 foram os que mais destacaram e são cultivados até o presente. Introdução de cultivares californianas de tomate industrial no estado de São Paulo, década de 1990 AP 529 AP 533 Fotos: Dia de Campo Tomate Industrial, Gurarapes, SP – 28 de agosto de 1998. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil • Ciclo 3: Vale do São Francisco (PE/BA) e Perímetros Irrigados do DNOCS (PE/PB) meados da década de 1970 ao início dos anos 2000 – Com as frustrações de safras por anos seguidos no Agreste de PE, o Vale do São Francisco desponta como a zona mais promissora para o estabelecimento de novo pólo agroprocessador de tomate no NE a partir do final dos anos 1970; – Recursos previstos no II Plano Nacional do Desenvolvimento/Pólo Nordeste para incentivar a horticultura irrigada e a instalação de agroindústrias no Vale do São Francisco; – Vantagens competitivas: • • • • • Clima semiárido menor incidência de doenças Vários projetos de irrigação em operação e outros sendo implantados Mão-de-obra abundante Localização geográfica estratégica para alavancar as exportações de atomatados Delineamento do programa de melhoramento do tomateiro industrial do IPA o qual concentrou esforços na obtenção de cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas locais • Criação do FUNDESTONE. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil • Causas do declínio do pólo agroprocessador do Vale do São Francisco: – Predominância de pequenos agricultores sem a instrução necessária para adotar técnicas modernas de manejo cultural; – A fruticultura, da segunda metade da década de 1990, se consolidava como uma alternativa mais rentável do que a tomaticultura industrial; – Ataque severo de traça e de outras pragas-vetoras de viroses (mosca branca e trips) geminivírus e tospovírus; – Com a implementação do Plano de Estabilização da Economia, a partir de 1994, as vantagens de menor custos de produção da cultura de tomate industrial do Vale do São Francisco foram eliminadas devido à redução do subsídio ao crédito rural; – A partir de 1997 se intensifica a queda da produção da região do São Francisco zona do cerrado (GO e MG), vinha despontando como nova fronteira de expansão da cultura desde o início dos anos 90; – A atividade é extinta com o fechamento da fábrica da CICANORTE (Juazeiro, BA) em fevereiro de 2000. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Estação experimental do IPA, Belém do São Francisco, PE, local onde o Programa de Melhoramento Genético do Tomate Industrial vem sendo conduzido desde 1971. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Melhoristas de tomateiro industrial do IPA Luiz Jorge da Gama Wanderley (esquerda) e Edinardo Ferraz (direita). Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Prof. Cyro Paulino da Costa, ESALQ/USP Experimento resistência a nematoides Experimento resistência a ácaros Experimento resistência a nematoides Experimentos do Projeto Tomate Industrial – Estação Exp. De Belém do São Francisco, PE, década de 1970 Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Luiz Jorge da Gama Wanderley (IPA), à espuerda e Cyro Paulino da Costa (ESALQ/USP), à direita, em capa do Suplemento Agrícola do jornal O Estado de São Paulo (13/03/1977) Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Folder distribuído no lançamento das cultivares de tomate industrial IPA–1 e IPA–2, em 1978. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil IPA - 5 Ferraz et al., 1986 Caline IPA - 6 Ferraz et al., 1987 Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Lavoura de tomate no Projeto Bebedouro, década de 1980. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Lavoura de tomate no Perímetro do DNOCS de Sumé, PB, 1980. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil André Pavesi (CICA) e PCT Melo em lavoura de tomate IPA-5, Petrolina – PE, final da década de 1990. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Participação na reunião Eucarpia – Genética e Seleção de Tomate, Avignon – França, 18-21 maio 1981 Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Ferraz IPA-8 (2014) Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil Ciclo 4: Cerrado goiano e mineiro 1986 ao presente • • Pesquisas pioneiras conduzidas a partir do início dos anos 70 já indicavam o potencial do cerrado goiano para o cultivo de tomate industrial; A cultura rasteira de tomate pioneira foi implantada em agosto de 1974 pelo Sr. Sylvio Jesuino de Souza o qual plantou 15 ha da cv. Roma VF, em Morrinhos a colheita ocorreu em dezembro e a produtividade média foi de 21 t/ha, sendo a produção vendida a uma indústria de Araçatuba, SP. Ciclos do setor agroindustrial de tomate no Brasil • Pesquisas pioneiras sobre o cultivo rasteiro de tomate para processamento no estado de Goiás – Filgueira, F.A.R.; Carneiro, J.B. Realidades e perspectivas da tomaticultura na região geoeconômica de Anápolis: resultados preliminares. Anais da 12ª Reunião Annual da SOB, Brasília, 16 a 22 de julho de 1972; – Filgueira, F.A.R.; Sonnenberg, P. E.; Ogata, T. Avaliação de características agronômicas e industriais de cultivares de tomate, introduzidas em Anápolis, em cultura rasteira. Comunicado Técnico EMGOPA, No 08, maio/1978; – Câmara, F.L.A.; Filgueira, F.A.R.; Sonnenberg, P. E.; Peixoto, N. Cultivares de tomate, em semeadura direta e cultura rasteira, para mercado de consumo ao natural, em Anápolis. Comunicado Técnico EMGOPA, No 03, março/1980 Relatos de Arnaldo e Sebastião Hernandez • • • • • • • • • • 1985: Departamento de pesquisa da CICA conduz ensaios de observação e competição de cultivares em três locais do Cerrado (Leopoldo de Bulhões e Cristalina, GO; Unaí/Paracatú, MG); Cultivares testadas : Ag. 16, Ag. 45, Ag. 21, IPA-5, Royal Chico rendimento elevado; Final de 1985: CICA já havia tomado a decisão de instalar uma fábrica no cerrado, só não estava definido o local (Paracatú, Pirapora ou Patos de Minas); Crise na CICA e em 1987 o controle da empresa é transferido para o Grupo Ferruzi que mantém o projeto da nova fábrica que seria inaugurada em 1991, em Patos de Minas; Transporte de polpa de tomate de Juazeiro, BA até Pirapora, MG pelo Rio São Fransciso e acabamento de produto em Jundiaí; Com o fechamento da CICA em Presidente Prudente (1992) a linha de acabamento de derivados de tomate foi transferida para Patos; a área de pesquisa só seria transferida um ano mais tarde; Primeira área experimental na Faz. São João do Sr. Décio Bruxel; transferida mais tarde para uma área arrendada nas próximidades de Patos (Fazenda do Sr. Arnold Caixeta) ; 1995/96: empresa implementa o Projeto Mecanização da Colheita importou 5 colhedeiras Sandei/FMC para produtores cooperados os quais pagaram as mesmas com matéria prima de tomate; 1996: Sr. Antonio Haddad, contratado da Arisco, já estava colhendo tomate industrial na região de Rio Verde, GO com uma máquina Sandei; adquire outras unidades nos anos seguintes; A partir de 1997, o uso de híbridos cresceu extraordinariamente e de 2010 em diante as cultivares PA deixaram de ser plantadas. Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Experimentação visando à identificação de híbridos com elevada capacidade produtiva e com características desejáveis à colheita mecanizada e ao processamento. Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Ano Área (ha) % Híbridos 1996 5.960 15 1998 9.100 40 2000 11.450 95 2010 16.300 100 Pesquisa de triagem varietal na CICA Área experimental da Unilever em Patos de Minas, meados da década de 1990 ; Dra. Tereza Beck Bunn (PS) e Leo Fonte. Fatores que contribuíram para a expansão da agroindústria do tomate no cerrado goiano Política de incentivos fiscais; Condições agroclimáticas favoráveis; Disponibilidade de terra nova fronteira agrícola; Topografia favorável à mecanização; Produtores com bom nível técnico; Proximidade de grandes centros de consumo do país. Proximidade de grandes centros de consumo do país Goiás é o centro estratégico do Brasil Implantação do pólo agroprocessador de tomate do cerrado goiano A Arisco foi a primeira empresa a receber suporte do Programa Fomentar do governo goiano e instalou a fábrica pioneira para processamento de tomate em Goiânia em 1986, adquirida mais tarde pela Unilever e hoje pertencente à Cargill. Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Expansão rápida da colheita mecanizada no cerrado goiano e mineiro; Colhedeiras de tomate Sandei/FMC SL 150T para entrega a produtores com contrato com a CICA em Patos de Minas, MG – outubro de 1997 Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Patos de Minas, meados década de 1990 Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Viveiro de mudas VIVATI – Rio Verde, GO Fatores que favoreceram a expansão do pólo agroprocessador de tomate do Cerrado Operação de transplantio mecanizado de mudas no cerrado goiano, maio de 2004 Fatos históricos Participantes da Reunião do WPTC em Estoril, Portugal, julho de 2010; volta do Brasil ao WPTC. Fatos históricos BRS-Sena, 1º híbrido de tomate industrial com resistência à mancha bacteriana e com excelente qualidade industrial. Fonte: Embrapa Hortaliças, 2014. Fatos históricos Congresso Brasileiro de Tomate Industrial Fatos históricos Fatos históricos Alunos e professores da 1ª turma do curso de especialização “Tomate para Processamento Industrial” UFG, Goiânia, 2014 Fatos históricos Gratidão Paulo César Tavares de Melo (esq.) Luiz Jorge da Gama Wanderley (dir.) Cyro Paulino da Costa (esq.) Paulo César Tavares de Melo (dir.) Prof. Cyro Paulino da Costa, Paulo César Tavares de Melo, Charles M. Rick (esq. para dir.) Recife, novembro/1996 Edinardo Ferraz Henry Laterrot Paulo César Tavares de Melo Recife, novembro/1996 “Temos que saber o que fomos para saber o que seremos” Paulo Freira, educador O b r i g a d o! [email protected]