Recuperação Paisagística e Biodiversidade – Julho 2007

Transcrição

Recuperação Paisagística e Biodiversidade – Julho 2007
Julho 2007
Recuperação da Arrábida:
venha conhecer o nosso investimento
num futuro melhor.
RECUPERAÇÃO PAISAGÍSTICA E BIODIVERSIDADE.
Semana de Portas Abertas
de 30 de Junho a 8 de Julho.
Inscreva-se através da linha gratuita 800 206 709
ou no site www.secil.pt
Venha conhecer o projecto de recuperação ambiental da Secil na “Semana de
Portas Abertas”. Um projecto que pretende restaurar a biodiversidade da
Serra da Arrábida, através da reflorestação e reintegração de espécies no seu
habitat natural, bem como recuperar
as Pradarias Marítimas do Portinho da
Arrábida.
Temos duas visitas guiadas por dia,
às 10h e às 15h, e disponibilizamos
um autocarro gratuito, que parte do
Parque das Escolas em Setúbal, para
que possa mais facilmente vir até nós.
75 Anos de Responsabilidade
VALORIZAR
RECUPERAÇÃO
Ç
PAISAGÍSTICA
E
EBIODIVERSIDADE
A Secil tem investido significativamente na recuperação
das pedreiras da Fábrica do Outão ao longo dos últimos anos.
Agora, reforça esta actuação com o compromisso da gestão
da biodiversidade da flora e da fauna, na Serra e no Portinho
da Arrábida. Visite-nos na Semana de Portas Abertas
e fique a saber mais sobre a nossa actuação ambiental.
75 Anos de Responsabilidade
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VALORIZAR
editorial
A Secil é uma das primeiras empresas
portuguesas a assinar a Declaração-Compromisso
Pela Biodiversidade, estabelecida no âmbíto
da iniciativa comunitária “B&B Business
& Biodiversity” promovida pela Presidência
Portuguesa da União Europeia.
Nesta 4ª Semana de Portas
Abertas da Fábrica Secil-Outão,
que decorrerá entre os dias 30 de
Junho e 8 de Julho, será possível
aos visitantes conhecer mais
aprofundadamente este nosso
projecto, bem como obter
informação adicional sobre o
desempenho ambiental da fábrica,
nomeadamente o seu baixo nível
de emissões atmosféricas quer
esteja a operar ou não no regime
de co-incineração de resíduos
florestais ou resíduos industriais,
banais ou perigosos.
BIODIVERSIDADE
E SUSTENTABILIDADE
ste acto representa o
compromisso global da Secil
com a Biodiversidade, que
se traduz, na prática, pela
tomada de medidas que procuram
enquadrar o impacto da nossa
actividade, com especial destaque
para a recuperação integral das
pedreiras da Fábrica
Secil Outão.
E
Ao longo das últimas
duas décadas, temos
vindo a colocar em
prática um plano de
exploração e
recuperação da
pedreira cujos
resultados se começam já a fazer
sentir ao nível da cobertura florestal.
Neste momento cerca de 30% da
área da pedreira já se encontra com
patamares de exploração fechados
e reflorestados, todos eles
exclusivamente com arbustos e
árvores da flora autóctone da Serra
da Arrábida. Nos próximos anos,
e uma vez que já atingimos o limite
máximo de área explorada da
pedreira, a percentagem de terreno
recuperado será fortemente
incrementada, com o recurso às
mais complexas e evoluídas técnicas
de recuperação paisagística,
executadas por uma vasta equipa
de especialistas em silvicultura e
paisagismo.
Este ano, encetámos uma nova
linha de actuação respeitante à
biodiversidade da fauna. Uma vez
que entendemos que a
recuperação da pedreira só estará
consolidada com o
restabelecimento da biodiversidade
existente antes da exploração,
tanto de flora como de fauna,
assinámos Protocolos com a
Universidade de Évora e com a
Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa no sentido
de serem realizados estudos de
identificação da flora e da fauna
existentes e de monitorização da
sua evolução, abrangendo as
classes das aves, répteis, insectos,
anfíbios e mamíferos.
A Secil entende a sua actuação
numa óptica de sustentabilidade, na
qual a sua actividade de hoje é
exercida de forma compatível com a
sua viabilidade futura nos planos
ambiental, económico e social.
É na relação estabelecida entre
estes três vectores que se joga a
recuperação integral da Serra, o
fornecimento de um bem primário
essencial à economia e se garante
a manutenção de postos de
trabalho qualificado para a região,
numa empresa dinâmica, activa e
responsável.
A Secil investe
significativamente na
recuperação ambiental
das pedreiras
Com este projecto, pretendemos
também evidenciar a qualidade do
ambiente em torno da fábrica, uma
vez que a permanência duradoura
de fauna só é possível se existir
um ecossistema saudável e
equilibrado.
Convidamos todos a vir saber mais
sobre a Secil!
NUNO MAIA SILVA
Director de Comunicação Institucional
SECIL-Companhia Geral de Cal
e Cimento SA
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4
VALORIZAR
VALORIZAR
Hidrossementeira
Recuperação
das Pedreiras
Secil Outão
Uma das novidades de concepção do Projecto
de Recuperação Paisagística do Outão foi permitir
que, pela primeira vez, se procedesse
à recuperação da paisagem durante a exploração
e não só no seu final de vida, permitindo
a recuperação dos patamares superiores enquanto
se explora os inferiores.
A Secil optou por uma estratégia de
Desenvolvimento Sustentável que garante às gerações futuras o equilíbrio
entre a satisfação das necessidades
materiais e a perspectiva de uma natureza saudável.
Para ser competitiva, a empresa
combina uma situação financeira
sólida com o compromisso de responsabilidade social, respeito pelo
ambiente e crescimento económico
sustentado.
O Plano de Recuperação Paisagística da Pedreira do Outão, iniciado
em 1982 e ainda em execução, inclui
a recuperação da fauna e da flora
locais, bem como a exploração da
pedreira.
Uma das inovações é a recuperação da paisagem durante a exploração e não apenas no final, permitindo
assim uma reconstituição visual e
paisagística continuada e, em geral,
mais rápida.
O objectivo deste projecto passa
pelo revestimento vegetal das plataformas, de modo a salvaguardar a estabilidade do meio ambiente e que as
zonas recuperadas apresentem um
aspecto, tanto quanto possível, semelhante às zonas envolventes.
A exploração da pedreira está no limite da área autorizada e a paisagem, no seu termo, será idêntica à
de um vale.
De 1982 até 2006, os custos directos da recuperação paisagística ascenderam a mais de 7 300 000 euros.
A hidrossementeira é uma técnica que
tem como finalidade a fixação das
plantas nos taludes e consiste na projecção de uma mistura viscosa constituída por sementes (herbáceas e
arbustivas); fertilizantes; fibra de madeira (estilha); um fixador biodegradável (guam ou goma arábica) e o
greenfix, um corante verde natural.
A fibra de madeira tem como função a protecção das sementes até à
sua germinação. O greenfix é utilizado
como marcador, é biodegradável e tem
o intuito de controlar as zonas já trabalhadas, minimizando o impacte visual.
Deste modo, controla-se temporariamente a erosão e melhoram-se
as condições de humidade e de
temperatura até à implementação
da vegetação.
Reflorestação dos patamares da pedreira
de calcário
Vista geral das pedreiras da Secil Outão
(calcário e marga)
Aplicação da hidrossementeira
Durante este tempo foram colocadas
cerca de um milhão de plantas mediterrânicas nas pedreiras abandonadas e em exploração, abrangendo
uma área total de 86 ha.
Para se poder dispor das plantas
necessárias, com garantia de origem,
nas quantidades e épocas convenientes, foi criado um viveiro, que
permite a multiplicação ao ar livre e
em estufas (contendo 17 espécies
mediterrânicas diferentes e cerca de
90 mil unidades).
Para que o processo de recuperação decorra com a rapidez desejada e que a árdua tarefa de
reflorestar os taludes (devido à inclinação e ao clima) se torne mais eficaz é
necessário recorrer a técnicas específicas como a hidrossementeira e o
muro ecológico, entre outras.
Resultados
Polímero
visíveis da
O polímero é uma substância super
absorvente que permite fixar a água
das chuvas e/ou das regas, podendo
absorver 350 vezes o seu peso. No
verão, a água retida no polímero é
fornecida progressivamente às plantas, evitando a sua rápida infiltração
ou evaporação.
O polímero é um produto biodegradável dado que, após sete anos,
aproximadamente, se integra no meio.
Recuperação
Paisagística
Viveiros – A Secil possui viveiros próprios
Muro ecológico
O muro ecológico foi uma experiência
realizada para estabilização de uma
zona difícil da pedreira de marga da
Secil Outão. Consistiu numa estrutura de betão composta por vários
compartimentos, apoiada no talude,
de modo a evitar o arrastamento e o
Vista geral da fábrica Secil Outão
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desprendimento de terras por acção da chuva, nos quais foi colocada terra vegetal e plantas.
A composição do muro foi estudada e desenvolvida pelo Laboratório de Betões da Secil.
Com todos estes esforços, foi
com naturalidade que a SECIL viu
o seu trabalho reconhecido,
como comprovam a atribuição
do prémio de Gestão Ambiental
no Ano Europeu do
Ambiente pela execução do Plano de
Recuperação Paisagística das Pedreiras, em
1987, e a certificação
ambiental e qualidade
da “Exploração de pedreiras e fabrico de cimento na fábrica do
Outão” segundo a ISO
14001 e ISO 9001, em
1998.
Participação da Secil num
projecto Ibérico que visa a
Recuperação Paisagística
de Pedreiras
Na busca do aperfeiçoamento de
técnicas de recuperação paisagística e das melhores metodologias
de trabalho, garantido sempre um
elevado padrão de qualidade em
todas as suas acções, a SECIL
tem procurado apoios junto de várias entidades. Neste sentido, através da parceria com a Faculdade
de Ciências de Lisboa, surgiu a
participação no projecto EcoQuarry – Ecotechnology for Environmental Restoration of Limestone
Quarries.
Desenvolvido no âmbito do programa LIFE Ambiente, o Ecoquarry
integra a participação de seis centros de investigação universitária,
juntamente com 17 parceiros, entre as quais a SECIL, a única cimenteira portuguesa participante.
O Ecoquarry visa o melhor sucesso possível na recuperação paisagística de pedreiras a céu
aberto, em condições mediterrânicas, através do estudo das melhores técnicas a aplicar na rega,
nos solos e na escolha das sementes. Outro dos objectivos é o
de criar um manual de boas práticas de recuperação de pedreiras.
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VALORIZAR
VALORIZAR
Comunidades
animais a estudar
Biodiversidade
O trabalho de recuperação paisagística das pedreiras não incide apenas
na recuperação da vegetação mas
também na valorização do reino animal. Daí que, enquadrada na Política
Ambiental da SECIL, iniciou-se o
Estudo e Valorização da Biodiversidade, Componente Fauna, ou seja,
um projecto para estudar e aumentar
a variedade de seres vivos na propriedade da SECIL – Outão.
Este projecto é bastante importante pois só com uma diversidade de
flora (plantas) e de fauna (animais) é
possível um ecossistema equilibrado,
na medida em que a vegetação é importante para a sobrevivência dos animais e vice-versa. Neste contexto, a
presença e variedade de certos animais é um indicador da qualidade da
vegetação existente, servindo de medidor de qualidade do trabalho de recuperação. Para além disto, os
animais também ajudam bastante as
plantas na sua propagação, como por
exemplo, na polinização das plantas
e na distribuição de sementes.
Para a sua realização, a SECIL
estabeleceu um protocolo com o Departamento de Biologia da Universidade de Évora, tendo como
responsável e coordenador do projecto o Prof. Dr. António Paulo
Pereira de Mira.
Os principais objectivos do presente
estudo são:
■ Conhecer as comunidades animais
presentes na propriedade SECIL –
Outão;
■ Caracterizar e avaliar o nível de ocupação das comunidades animais nas
zonas de recuperação paisagística e
nas zonas recentemente ardidas,
tendo como referência as comunidades presentes nos habitats naturais;
■ Propor acções para valorizar a
componente animal na propriedade
SECIL – Outão.
BIOMARES
Parque marinho da Arrábida
O projecto Biomares, que resultou da candidatura
ao Programa Life – Natureza 2006 pelo CCMAR
– Centro de Ciências do Mar do Algarve, tem como
objectivo a recuperação da biodiversidade na área
do Parque Marinho da Arrábida e a implementação
de diversas acções de gestão ambiental.
É co-financiado pela União Europeia (programa Life)
e pela SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento.
A acção principal do projecto consiste
na replantação das pradarias marinhas
na zona do Portinho da Arrábida e
Baía de Galápos.
O ecossistema de ervas marinhas,
outrora existente nestes locais, foi o
suporte fundamental da vida e da
biodiversidade marinha do parque
natural.
A destruição quase total (dos 30
ha existentes em 1983 já só restam
0,006 ha em 2006) das pradarias de
ervas marinhas deve-se à acção humana. Tudo isto levou a que os fundos ficassem desérticos, a areia
fosse arrastada e a costa mais sujeita a erosão.
A recuperação é feita através da
replantação de ervas marinhas de populações provenientes da Ria
Formosa, do Rio Mira e do Estuário
do Sado, sendo o transplante efectuado com recurso ao mergulho com
escafandro.
Uma acção fundamental será a implantação de bóias de amarração
“amigas do ambiente” que protegem
os fundos marinhos e permitem, ao
mesmo tempo, o uso recreativo do
parque marinho. Para além disso, será
colocado um pontão de acesso a embarcações no Portinho da Arrábida.
A distribuição de informação (exposições, seminários e folhetos) sobre a
importância da preservação do parque marinho fará parte de um conjunto de actividades de educação e
sensibilização ambiental a todos os
interessados (pescadores, actividades
recreativas, escolas, população em
geral, etc.).
O BIOMARES envolve um leque
alargado de intervenientes que potenciam o sucesso destas actividades:
■ IPIMAR – Instituto Nacional de
Investigação Agrária e Pescas;
■ ICNB – Instituto da Conservação
da Natureza e da Biodiversidade;
■ CSIC – Consejo Superior de
Investigaciones Cientificas (Espanha);
■ SPA – Instituto Superior de
Psicologia Aplicada;
■ CCMAR – Centro de Investigação
em Ciências do Mar, coordenado pelo
grupo de investigação CFRG –
Coastal Fisheries Research Group. O
projecto é acompanhado pelo NOAA
– National Oceanic and Atmospheric
Association do Departamento de
Comércio dos EUA.
■ SECIL
■ Insectos
– borboletas e carabídeos (escaravelhos, por exemplo)
■ Anfíbios
– anuros (sapos e rãs) e urodelos (salamandras e tritões)
■ Répteis
– sáurios (lagartos e lagartixas) e serpentes
■ Aves
– passeriformes, rapinas diurnas e nocturnas
■ Mamíferos
– micromamíferos (roedores, por exemplo), morcegos cavernícolas,
lagomorfos (coelhos, por exemplo) e carnívoros
7
movimento. São também utilizadas
armadilhas que capturam os animais,
que após identificação são libertados. Para além disso, utiliza-se o
método de observação directa de
animais, a detecção de indícios de
presença (latrinas, dejectos isolados,
escavadelas, trilhos e tocas) e pontos
de escuta para as aves.
3ª Fase. Valorização das espécies
Após a detecção dos animais será
determinado para cada espécie um
valor de conservação, obtido a partir da sua importância biológica para
o ecossistema, sendo também considerado o nível de ameaça (quer a
nível local, nacional e internacional).
4ª Fase. Modelação ecológica
A selecção destes grupos obedeceu aos seguintes critérios:
Terem um papel relevante para o
ecossistema – ex: como dispersores
de sementes – (carabídeos, micromamíferos, lagomorfos e passeriformes); constituírem bons indicadores
da qualidade dos habitats (borboletas e anfíbios); serem espécies ou
grupos ameaçados que possam estar presentes nestes habitats (morcegos e aves de rapina, por
exemplo).
Este estudo divide-se nas
seguintes etapas:
1ª Fase. Caracterização da área
em estudo e selecção dos locais
de amostragem
Para caracterizar a área a estudar
foi elaborada uma cartografia em
formato digital sobre o uso do solo
(tipo de solo; zonas não intervencionadas ou áreas naturais; áreas ardidas e zonas de recuperação
paisagística).
2ª Fase. Inventariação
e caracterização das espécies
A segunda fase tem como finalidade caracterizar globalmente as
comunidades animais na propriedade e avaliar a sua distribuição em
função do uso do solo.
Os levantamentos de campo são
efectuados durante um ciclo anual
nas épocas mais propícias à detecção de cada grupo, utilizando metodologias distintas consoante os
A Secil
assinou
protocolos
para a
realização de
estudos de
identificação
da flora e
fauna nativas
grupos de animais a inventariar. Por
exemplo, os morcegos são inventariados por um detector de ultrasons e a presença de mamíferos
carnívoros é avaliada através de fotografias, captadas por máquinas
de disparo automático sensíveis ao
Toda a informação será integrada
num Sistema de Informação Geográfica (SIG), que irá permitir a elaboração de uma base de dados
que compila a informação recolhida,
incluindo todas as ocorrências de
espécies registadas.
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VALORIZAR
VALORIZAR
CIRCUITO DE COMBUSTIVEIS FÓSSEIS (Coque de petróleo, Fuel e GPL)
CIRCUITO DE COMBUSTIVEIS ALTERNATIVOS
(Biomassa Vegetal e Animal, RDF, Fluff, Pneus e Lamas Oleosas)
Processo
de fabrico
do cimento
ESTILHA DE MADEIRA
RDF
FARINHAS E GORDURAS ANIMAIS
COQUE DE PETRÓLEO, FUEL
CHIPS DE PNEUS
A produção de cimento, realizada pela Secil desde 1930,
é a actividade central da Empresa, a partir da qual se
compreende a valorização de resíduos, quer como energia,
quer como matéria-prima secundária.
O processo de fabrico de cimento
é feito através da extracção dos materiais provenientes da pedreira. Em
seguida, a pedra passa por um
britador que a parte, de modo a
ficar mais pequena e fácil de ser
transportada.
Após estas etapas é necessário
moer a pedra para que fique em pó
e, se for necessário, corrigir quimicamente o material. Este processo
chama-se moagem de cru.
Posto isto, o cru (a pedra moída)
passa pela etapa da cozedura, em
fornos que atingem os 2000ºC, es-
FLUFF
COQUE
DE PETRÓLEO
tando sujeito a temperaturas superiores a 1450ºC durante 10 segundos. Daqui surge uma rocha artificial,
chamada clínquer, que, depois de
misturada com aditivos como o
gesso e outros materiais, é moída
(moagem de cimento), dando assim origem aos diferentes tipos
de cimento.
CINZAS VOLANTES
Por fim vem a embalagem e a
expedição do cimento.
Todas as emissões atmosféricas
são controladas e sujeitas a um processo de filtragem, sendo utilizados
electrofiltros e filtros de mangas.
LAMAS OLEOSAS
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
Co-incineração de resíduos
A etapa que mais energia consome na
produção de cimento é a cozedura.
Tradicionalmente são utilizados combustíveis fósseis não renováveis, derivados do petróleo ou carvão.
É aqui que os resíduos podem ser
co-incinerados, funcionando como
combustíveis alternativos, ou seja, a
queima de resíduos substitui parcialmente a queima de combustíveis fósseis durante a cozedura.
ÓXIDO DE FERRO
AREIAS DE
FUNDIÇÃO
Vantagens ambientais/económicas
A co-incineração permite a redução do
consumo de combustíveis fósseis (ex.
carvão), o que leva a que estes recursos fiquem disponíveis para outras aplicações. Além do mais, não produz
efluentes líquidos nem resíduos sólidos,
isto é, não produz resíduos de resíduos.
Ao serem valorizados, os resíduos não
vão ocupar espaço em aterro.
Este processo é vantajoso para a
empresa pois diminui a importação de
combustíveis fósseis e reduz as emissões de CO2.
Para além de resolver um problema
nacional, que é o tratamento de resíduos, evita-se a exportação destes ou
a colocação em aterros e lixeiras, o que
ajuda a aumentar a competitividade das
empresas portuguesas.
9
10
VALORIZAR
MARCOS DE UMA ACTUAÇÃO RESPONSÁVEL
1965
Primeiro estudo de recuperação paisagística, de autoria do arquitecto paisagista Prof. Edgar Fontes.
1973
Elaboração dos documentos referentes às pedreiras da Secil
(Plano do Lavra; Estudo Geológico e Plano de Recuperação Paisagística).
1976
Início do funcionamento do primeiro forno de via seca.
1981
Aprovação do projecto de recuperação paisagística pelo Parque Natural da Arrábida.
Glossário
Britagem – Operação de redução da
granulometria do calcário e marga,
através de um britador, com o objectivo de se obter material cuja dimensão seja inferior a 9 cm.
Calcário / Marga – Inertes extraídos
de pedreiras e utilizados no processo
de produção de cimento. O calcário e
a marga são compostos, essencialmente, por cálcio, sílica, alumina,
magnésio e ferro.
Chips de Pneus – Pneu cortado às
1982
Início da recuperação paisagística.
Início do funcionamento do segundo forno de via seca.
1985
Desactivação da antiga fábrica de via húmida.
1987
Prémio de Gestão Ambiental no Ano Europeu do Ambiente pela execução
Electrofiltros – Equipamento desti-
nado a filtrar os gases resultantes de
um processo industrial através de
campos electromagnéticos, retendo
desta forma as partículas.
lascas.
11
11
em doses reduzidas. Se ultrapassarem certas concentrações, estes metais tornam-se perigosos para a
saúde humana.
Moagem de cimento – Operação
de moagem da mistura do clínquer,
aditivos (calcário, cinzas volantes das
centrais térmicas, escórias da siderurgia e outros materiais com propriedades hidráulicas) e gesso. O tipo
de cimento pretendido é que determina a composição da mistura,
sendo quase sempre o clínquer
maioritário.
tantes da combustão do carvão mineral que, no caso da SECIL, são
provenientes das centrais termoeléctricas a carvão.
Estilha ou biomassa vegetal – Pedaços de madeira provenientes da limpeza de florestas e tratamento de
resíduos de embalagens de madeira
(exemplo: paletes de madeira, entre
outros).
Clínquer – Rocha artificial resultante
Filtros de manga – Equipamento
Patamar – Zona superior do degrau
da cozedura das matérias-primas e
que constitui o principal componente
do cimento.
destinado a filtrar os gases resultantes de um processo industrial através
de um conjunto de mangas (algodão,
polyester ou teflon), onde as partículas de pequenas dimensões ficam retidas.
(neste caso é a zona horizontal da
pedreira, onde é mais fácil replantar).
Cinzas volantes – Resíduos resul-
1984
dem resultar de processos naturais
como erupções vulcânicas e fogos
florestais. Para se formarem é preciso existir uma fonte de cloro, uma
fonte de matéria orgânica e uma
temperatura entre 200º C e 600º C.
São substâncias altamente tóxicas e
cancerígenas.
VALORIZAR
FICHA TÉCNICA
Moagem de cru – Operação de re-
Edição
dução da granulometria dos materiais – calcário, marga, areia e
granalha (óxido de ferro) – a pó (chamado cru ou farinha).
SECIL-Companhia
Geral de Cal
e Cimento, SA
Fábrica Secil-Outão
do Plano inovador de Recuperação Paisagística das Pedreiras.
1990
1993
Prémio EDP de Consumo Racional de Energia.
Estudo encomendado pela DG XVII da Comissão das Comunidades Europeias.
Portugal foi considerado o 2º país com melhor performance energética, ao nível do sector cimenteiro europeu.
1997
Início da valorização energética na Secil Outão (farinhas e gorduras animais).
Esta utilização como combustíveis alternativos terminou em 1998.
1998
Certificação ambiental e da qualidade da “Exploração de pedreiras e fabrico de cimento na fábrica do Outão”
segundo a ISO 14001 e ISO 9001.
2001
2002
2003
Início da Requalificação Visual e Paisagística do Vale de Mós e Zona Ribeirinha.
Adaptação do Sistema de Gestão da Qualidade à Norma NP EN ISO 9000:2000.
Combustível alternativo – Qualquer
resíduo industrial resultante de um
processo produtivo, que pelas suas
características físicas, químicas e poder calorífico pode ser utilizado como
combustível, substituindo a utilização
de combustíveis fósseis.
Fluff de pneu – Componente têxtil
Combustíveis fósseis – Combustíveis
mento de minérios de cobre, ferro ou
outros, usado, por exemplo, na decapagem dos navios.
não renováveis formados há milhões
de anos, daí o nome de combustível
fóssil. Existem três grandes tipos de
combustíveis fósseis: o carvão, o petróleo e o gás natural. Uma vez esgotados, não é possível fabricá-los, daí
que sejam não renováveis. Na indústria cimenteira são utilizados para
aquecimento dos fornos.
Criação da Comissão de Acompanhamento Ambiental.
Combustível tradicional – Combus-
2004
Certificação do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho pela Norma OHSAS 18001.
Início da valorização energética de biomassa vegetal como combustível alternativo na Secil Outão.
tíveis fósseis, derivados do petróleo
(carvão, coque de petróleo e fuelóleo).
Pradaria Marinha – É uma planície
Granalha – Resíduo do processa-
Matérias-primas primárias – Maté-
rias tradicionalmente utilizadas no
processo produtivo (calcário, marga
e areia).
Matérias-primas secundárias –
Qualquer resíduo industrial resultante
de um processo produtivo, que pelas
suas características físico-químicas
pode ser utilizado em substituição de
matérias-primas primárias.
Inauguração do espaço requalificado da antiga fábrica de via húmida. Início da valorização energética
de farinhas animais, chips de pneus e RDF.
2006
Assinatura do protocolo com o departamento de Biologia da Universidade de Évora para o início do projecto
“Estudo e Valorização da Biodiversidade, Componente Fauna”.
2007
Assinatura da declaração “Business and Biodiversity”.
Cozedura – Operação de cozedura
do cru ou farinha, através de elevadas
temperaturas (1450º C) que, por reacções químicas complexas, conduzem a um produto granulado
chamado clínquer.
Resíduos florestais, farinhas animais,
pneus, plásticos, desperdícios de papel e cartão, entre outros, desde que
isentos de substâncias classificadas
como perigosas.
RIP (resíduos industrias perigosos) –
Resíduos provenientes da indústria
química (solventes, tintas, óleos ou
vernizes).
Dioxinas e furanos – Compostos
químicos resultantes de condições de
combustão incompleta. Também po-
[email protected]
www.secil.pt
Concepção gráfica
DraftFCB
Impressão
EURO DOIS
Tiragem
RDF (refused derived fuel) – Com-
bustível alternativo resultante de um
processo de tratamento de RIB (papéis, plástico, cartão, madeiras, pedaços de tecido, entre outros) e que
não é passível de valorização material (reciclagem).
Silos – Depósitos de armazenagem.
em concentrações muito pequenas
na natureza e são altamente reactivos do ponto de vista químico, pelo
que é difícil encontrá-los em estado
puro. São metais bio-acumulativos,
ou seja, o corpo humano ao assimilar este tipo de compostos não tem
capacidade para os destruir ou rejeitar. Geralmente, os seres vivos necessitam apenas de alguns metais e
Fax 265 234 629
e-mail
Metais pesados – Apresentam-se
2005
Tel. 212 198 100
subaquática vasta e aberta.
RIB (resíduos industrias banais) –
não reciclável do pneu.
2901-864 Setúbal
Talude - Zona inclinada (neste caso
do degrau da pedreira).
Valorização energética – Operação
de valorização de resíduos, em que
estes substituem combustíveis fósseis. No caso do processo de fabrico
de cimento, os resíduos são introduzidos no forno funcionando como
combustíveis alternativos.
100.000 exemplares
Versão digital
disponível em
www.secil.pt

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