Casos para avaliação de risco de suicídio

Transcrição

Casos para avaliação de risco de suicídio
 Casos para avaliação de risco de suicídio* Os seguintes casos servirão como um exercício das suas aptidões de avaliação de riscos de suicídios. Para cada caso, aplique o “Roteiro de Avaliação de Suicídios” que acompanha esse módulo e chegue a uma conclusão sobre o nível de risco: alto, moderado, baixo. Depois discuta sua avaliação com seu instrutor e colega. Por favor aborde a questão de intervenção – o que você faria em cada caso – durante a discussão. Caso Um: Sr. T. é um homem, desempregado, 46 anos de idade, com uma história conhecida de abuso do álcool e depressão. Ele teve seu último episódio depressivo há cerca de 2 anos e abandonou o seguimento depois do tratamento com êxito com um antidepressivo. Ele não tem visto qualquer profissional da saúde por ao menos um ano e chega hoje no setor de emergência queixando‐se de dor abdominal. O exame físico e uma radiografia do abdômen não demonstraram resultados patológicos. Ele vive só e nega estar usando qualquer quantidade de álcool ou drogas no último mês. Suas preocupações são sobre sua saúde física e ele apresenta uma variedade de queixas vagas, como cefaléias e dor nas costas, depois que lhe foi dito que não foi encontrada nenhuma evidência relacionada à sua dor abdominal. Ele nega estar deprimido, mas fica choroso quando lhe dizem que deve voltar para casa. Ele pede alimentos e a enfermeira da emergência se queixa que ele está abusando dos serviços de saúde. Caso Dois: Sra. C. é uma atriz, 23 anos de idade, solteira, que não tem sido capaz de obter trabalho estável em sua profissão desde que ela se mudou para essa cidade há uns seis meses. Ela se sustenta ATENDENDO COMO GARÇONETE EM UM BAR LOCAL. Ela cortou os pulsos com uma faca de cozinha depois de uma discussão com o “barman” com quem ela tem vivido pelas duas últimas semanas. Este é o terceiro episódio de corte dos pulsos que ela apresenta nos três últimos meses. Ela também tem marcas da queimadura de cigarro nos braços e de equimoses antigas provocadas por uma queda com ferimento na cabeça durante o trabalho. Ela não tem antecedentes de depressão ou outro transtorno psiquiátrico e antes deste episódio não há nenhuma história de comportamento de dano à si própria. Ela se queixa de sentir‐se triste mas nega estar sem esperança. Ela diz que ela não é suicida mas agrediu a si própria porque não sabia que mais o que fazer. *
Fonte: KUTCHER, S.; CHEHIL, S. Manejo do risco de suicídio: um manual para profissionais de saúde. Lundbeck
Institute, 2008, com autorização dos autores.
1
Caso Três: Sr. M. é um homem de 19 anos de idade, que tomou um punhado de comprimidos de aspirina depois de uma discussão com sua mãe. Este é seu quinto episódio de dano a si próprio (sempre tomando comprimidos) em três anos. Ele nunca teve um diagnóstico psiquiátrico e em todos os casos anteriores ele se negou a ver um psiquiatra, e não foi as consultas recomendadas após seu atendimento na emergência. Sua mãe é uma figura política bem conhecida e ela lhe diz que ele sempre está tentando manipular para fazer suas vontades e “chamando atenção”. Ele nega qualquer sintoma depressivo, mas exige que você ou sua mãe o transfira para uma nova escola porque em sua escola atual “todos os professores são idiotas”. Ele ameaça tomar mais comprimidos quando ele chegar em casa se lhe for negada a sua exigência. Caso Quatro: Sra. P. é uma mulher de 68 anos de idade, com antecedentes de cinco anos de câncer de mama sendo tratado. Ela acaba de ser diagnosticada com uma reincidência de seu câncer e SE DESESPEROU no consultório de seus médicos, chorando e dizendo que ela não deseja viver mais. Ela tem um esposo que lhe dá muito de apoio e dois de seus quatro filhos vivem muito perto. Ela teve um período breve de “blues” depois que a sua terceira criança nasceu, mas nunca foi tratada para qualquer problema psiquiátrico. Há antecedentes fortes de depressão na sua família biológica. Ela nega estar sentindo‐se suicida agora, mas se sente muito incomodada. Ela nega estar sentindo‐se sem esperança e quer ir para casa. Caso Cinco: Sr. J. é um homem de 34 anos de idade, que telefonou para a clínica e disse que é suicida. Ele declara que ele tem uma arma e decidiu suicidar depois que ele matou sua esposa e sua criança de 6 meses porque “eles estavam possuídos pelo diabo”. Ele quer que o médico vá até a sua casa e se assegure de que todos estejam mortos porque essa é a única maneira que ele imagina para poder “salvar suas almas”. 2 Roteiro de Avaliação de Suicídio Perfil de riscos
Homem Idade entre 15‐35
Idade acima de 65 Antecedentes familiares de suicídio
Enfermidade médica crônica Enfermidade psiquiátrica Suportes sociais deficientes/ isolamento social
Abuso de substâncias Abuso sexual/ físico Perfil dos sintomas
Sintomas depressivos Sintomas psicóticos positivos Alucinações violentas de comando / suicidas
Desesperança Anedonia grave Ansiedade grave
Ataques de pânico Raiva Impulsividade Perfil da entrevista
Uso de substâncias recente Ideação suicida Plano suicida Acesso a métodos letais Intenção suicida alta * Problemas atuais parecem insolúveis ao paciente
Sim Não Sim Não Sim Não * Determinada pelo paciente ou outro informante. 3