ESCOLA AGROTECNICA FEDERAL DE
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ESCOLA AGROTECNICA FEDERAL DE
CONJUNTO ARQUITETÔNICO ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE MUZAMBINHO A História da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho começa pela promulgação da Constituição Federal de 1946, quando, através do Parágrafo 3º do Artigo 18, são criadas escolas agrícolas para formar técnicos agrícolas entre os filhos de pequenos produtores rurais. Através do Decreto Lei n.º 9.613, de 20 de Agosto de 1946 e dos artigos 2º e 4º do Decreto Federal n.º 22.470, de 20 de Janeiro de 1947 são delineados os mecanismos para desenvolver tais escolas. O então Deputado Federal Dr. Lycurgo Leite Filho inicia um exaustivo trabalho para conseguir a instalação de uma Escola Agrícola em Muzambinho. Nesse período, as diferenças políticas municipais são grandes e, a despeito das vantagens para a cidade, os adversários políticos se opõem firmemente à vinda da escola, dificultando as negociações entre os proprietários das terras, onde se instalaria a escola, e a prefeitura municipal. No dia 22 de outubro de 1948, finalmente os esforços do Dr. Lycurgo Leite Filho se concretizam e é assinado o primeiro Termo de Acordo entre o Governo Federal e o Estado de Minas Gerais, com validade de um ano, para instalar no Município de Muzambinho a Escola Agrotécnica, ligada ao ministério da Agricultura, sendo Ministro o Dr. Daniel Serapião de Carvalho. No dia 31 de Dezembro de 1948, chega à cidade o Dr. Hercílio Vater Faria, engenheiro agrônomo, funcionário do Ministério da Agricultura, para receber a gleba de terras, onde seria instalada a Escola Agrícola, que deveria ser doada pela prefeitura. Esse fato deixou a cidade em polvorosa, uma vez que essa gleba deveria ser entregue naquele dia, o último do ano. O então prefeito municipal, Sr. Messias Gomes de Mello ficou diante de um sério problema quando o engenheiro lhe apresentou a Portaria da SEAV segundo a qual a doação deveria ser efetivada impreterivelmente naquele dia caso contrário à cidade perderia o direito à Escola. As terras, onde seria instalada a escola, foi escolhida por uma comissão formada pelos engenheiros agrônomos Luiz Mendes de Carvalho, Bolívar Miranda Lima e pelo médico Dr. Americano Dalto de Almeida. As negociações para a entrega das terras foram penosas, uma vez que os proprietários estavam sendo coagidos a não facilitar as negociações, por questões políticas, quando a prefeitura ameaçou desapropriar as terras, seus proprietários cederam, porém exigiram que o pagamento foi feito em dinheiro na “boca do caixa”. O Gerente do Banco Nacional de Minas Gerais, Sr. Pedro Primeiro Gouveia do Prado se prontificou a arrumar o dinheiro, tendo um grupo de cidadãos endossado um título emitido pela prefeitura no valor de Setecentos e vinte contos de réis. Na noite do mesmo dia 31 de Dezembro, a Câmara Municipal de Vereadores reuniuse em sessão extraordinária para votar a lei que autorizava a Prefeitura a doar ao Governo da União a gleba de terra demarcada pela comissão. Em Janeiro do ano de 1949, a Prefeitura Municipal de Muzambinho, através de procuração, outorga poderes ao Deputado Estadual Dr. Manoel Taveira de Souza para assinar a Escritura de doação ao Governo da União, através do Serviço do Patrimônio da União. Nesse tempo, o Dr. Hercílio Vater Faria começa a tomar as providências para a construção da escola, contatando fornecedores de materiais e arregimentando pessoal. São contratados para as obras, entre muitos outros, os senhores Nello e Hermenegildo Pulcinelli, Willian Pioli, Antônio Ezaú dos Santos, José Ezaú dos Santos, Benedito Dino, Márcio Siqueira, Rubens Bonelli Abrão e muitos outros que construíram com suas mãos a história da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho. No dia primeiro de Julho de 1949, inicia-se oficialmente a construção da Escola Agrotécnica de Muzambinho. As obras são paralisadas em outubro de 1950 devido à dificuldade do repasse de verbas para pagamento de pessoal. É, coincidentemente, ano de eleições presidenciais e o Executor do Acordo, Sr. Hercílio Vater de Faria, é convocado a comparecer ao Rio de Janeiro onde fica até as eleições. Em 1951 as obras são reiniciadas e, em dezembro de 1952 o Dr. Lycurgo Leite Filho consegue verba suplementar do Governo para a construção de uma usina hidrelétrica. Após o levantamento da bacia hidrográfica e dos estudos concernentes ao assunto, teve início a Concorrência Pública, cabendo à firma Siemens Schuckert S.A. o fornecimento das turbinas, todo o material utilizado foi fabricado na Alemanha, especialmente para a Escola. Na primeira quinzena de Fevereiro de 1952 são realizadas as inscrições para o primeiro vestibular do Curso de Iniciação Agrícola, com início das aulas previsto para o princípio do mês de março daquele ano, sob a direção do Dr. Hercílio Vater de Faria. Ao todo se inscreveram quatrocentos e cinqüenta e três candidatos, sendo classificados cento e quarenta e seis. Na Segunda quinzena do mês de fevereiro a Escola recebe a visita do então Ministro da Agricultura, Dr. João Cleóphas, o Deputado Dr. Lycurgo Leite Filho e Membros do Gabinete Ministerial a fim de realizarem uma inspeção para promover a vinda do Presidente da República, Getúlio Dornelles Vargas, para a inauguração oficial do Estabelecimento. No dia 22 de Novembro de 1953 chega a Muzambinho o Presidente da República, Getúlio Vargas, acompanhado de uma comitiva para a inauguração da Escola Agrotécnica de Muzambinho. Entre os integrantes estavam Juscelino Kubstcheck de Oliveira, Governador de Minas Gerais, Dr. João Cleóphas, Ministro da Agricultura, Dr. Tancredo Neves, Ministro da Justiça, Senador Assis Chateaubriand, Deputado Lycurgo Leite Filho, Dr. Renato Costa Lima, representante do Governo do Estado de São Paulo, além de oficiais de Gabinete da Presidência da República, Ajudantes de Ordens, Parlamentares e a guarda Pessoal do Presidente comandada pelo Tenente Gregório Fortunato, que pernoitaram na Escola. Prefeitos, vereadores, autoridades e populares de toda a região participaram da inauguração. As festividades da inauguração ocuparam centenas de pessoas durante os preparativos, entre estudantes, funcionários públicos e autoridades. Os dias que antecederam a visita do presidente foram de imensa expectativa para toda a população e muita coisa aconteceu naqueles dias, como o fato de a atual rua Capitão Heleodoro Mariano chamar-se, na época, Rua 29 de Outubro em referência à data da deposição de Getúlio Vargas, em 1946. A comitiva Presidencial passaria exatamente por ali para chegar até a Escola e foi um “corre-corre” das autoridades locais para impedir que o presidente visse a placa. Segundo informações do Sr. Messias Gomes de Mello, Prefeito Municipal na época, foi organizada uma grande festa com churrasco e chope à vontade para a população, no centro da cidade, que teria a presença do Sr. presidente que acabou não comparecendo à festa na cidade, ficando apenas na Escola Agrotécnica. Na manhã seguinte, estava tudo preparado para a primeira refeição do presidente e seus acompanhantes com lugares marcados, quando o senhor Getúlio Vargas resolve sentar-se junto aos alunos e, eis que se senta, exatamente, em um lugar onde havia uma xícara sem asa, situação desagradável que foi resolvida com rapidez, porém deixando os organizadores da recepção constrangidos. Claro que não foram apenas situações constrangedoras que ocorreram durante a visita do presidente, houve um belo baile com a presença da alta sociedade muzambinhense em homenagem ao presidente, apresentação da banda de música municipal. A vinda do presidente da República à Muzambinho marcou um período de transição na vida política do país, uma vez que a oposição estava cada vez mais atenta aos passos do chefe da Casa Civil e que mais uma vez poderia afetar a vida da cidade. Em Agosto de 1954 começa a funcionar a Usina Hidrelétrica que, desde 1952, estava sendo construída sob supervisão do senhor Francisco Leonardo Cerávolo e desde então tem servido à Escola apesar das dificuldades de manutenção. Em 1956 o Dr. Hercílio Vater de Faria é substituído na direção da Escola Agrícola pelo Dr. Marcelo Diógenes Maia, de acordo com a Portaria Ministerial n.º 434, de 20 de Abril de 1956, em função das modificações políticas por que o país vinha passando. Em Outubro do mesmo ano, assume a Direção da Escola o Dr. Paulo de Azevedo Berutti, substituindo o Dr. Marcelo que foi designado para dirigir a Escola de Iniciação Agrícola de Machado. Em Dezembro de 1958 o diretor da Escola suprimiu o Curso Técnico Agrícola, colocando 57 alunos em sérias dificuldades, sendo que, com esforços próprios, conseguiram matricular-se em Barbacena, Pinheiral e Santa Tereza. Novamente, em 1961, a direção da escola é substituída, desta vez pelo Dr. Darcy Rodrigues da Silva. Em 1964 volta a funcionar o curso de técnico Agrícola, com 42 alunos na primeira série. Pelo Decreto n.º 53.558, de 13 de fevereiro de 1964 a Escola passa a denominar- se “Colégio Agrícola de Muzambinho”. Neste mesmo ano o Estado de Minas Gerais deixa de depositar suas cotas para a manutenção do Colégio, conforme o Acordo firmado em 1948 e, por isso é rescindido. Em Abril de 1967 assume a Direção do Colégio o Professor José Rossi, substituindo o Dr. Darcy Rodrigues da Silva. Em Maio deste ano, de acordo com o Decreto n.º 60.731, do dia 19, o Colégio é transferido do Ministério da Agricultura para o Ministério da Educação e Cultura, com todo seu material e pessoal. Em Dezembro de 1969 é extinto o Curso Ginasial, passando a funcionar somente o Colegial Agrícola. Em Dezembro de 1976 iniciam-se os primeiros planos para a ampliação do Colégio, é também neste ano que se forma a primeira turma de Técnicos em Agropecuária. Em 1977 tem inicio as obras de ampliação do colégio, sendo a primeira etapa de construção de um pavilhão para a administração, reforma de dois alojamentos e construção de um reservatório para 30.000 litros d’água. “O último decênio foi altamente decisivo, não apenas para a Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, mas para todo o ensino Agrícola Federal de 2º grau com a criação da COAGRI – Coordenação Nacional do Ensino Agropecuário, tendo à sua frente o dinâmico e entusiasta educador Dr. Lamounier Godofredo Júnior que remodelou e equipou todas as 33 Escolas Agrotécnica não apenas na parte física mas também na parte pedagógica. Hoje a Escola possui a Cooperativa que além de oferecer as condições para aprendizagem da doutrina e dos mecanismos cooperativistas, propicia condições para comercialização do excedente de produção de produção cuja renda é revertida para a manutenção dos projetos agropecuários. Todos os projetos da Escola são elaborados e executados com efetiva participação dos alunos que assim aprendem na prática. Através do sistema de monitoria, os alunos do 3º ano têm a oportunidade de desenvolver suas aptidões e habilidades de liderança e administração, habilidades estas que ao lado de outras são imprescindíveis para sua atuação na vida prática futura.” A Escola conta, ainda, com um coral, uma fanfarra e aulas de judô entre outras atividades extracurriculares integrando escola / comunidade, num trabalho exemplar de seus diretores. A Escola é dirigida pelo Professor Luiz Ribeiro Dias Filho desde o dia 06 de Maio de 1998, tendo sido seus diretores desde a fundação: - Dr. Hercílio Vater Faria - 31/12/1948 a 20/04/1956 - Dr. Marcelo Diógenes Maia - 20/04/1956 a 28/03/1957 - Dr. Paulo de Azevedo Berutti - 28/03/1957 a 09/08/1961 - Dr. Darcy Rodrigues da Silva - 09/08/1961 a 06/04/1967 - Prof. José Rossi - 06/04/1967 a 03/07/1988 - 09/05/1990 a 03/05/1994 - Prof. Ivan Antonio de Freitas - 04/07/1988 a 08/05/1990 - 04/05/1994 a 05/05/1998. Não é possível, no entanto conceber toda a história da Escola Agrotécnica Federal em um espaço tão pequeno, pois são mais de 50 anos de história, desde o primeiro momento de sua concepção em 1948. Ocorre que, atualmente, a Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho é reconhecida nacionalmente por seu alto desempenho educacional e pelo sucesso de seus alunos como profissionais atuantes nas diversas áreas da agropecuária. Também não é possível pensar em Muzambinho sem a Escola Agrotécnica Federal e seus alunos que chegam de várias partes do país e, aos poucos, passam a fazer parte da cidade, amando como quem ama sua própria terra natal, como aconteceu com ex-alunos que aqui se estabeleceram e formaram família. Esta é, sem dúvida, uma História que sempre terá um recomeço, a cada novo ano, com os garotos que vão chegando para iniciar o primeiro ano de Técnico Agrícola. INFORME ARTÍSTICO E ARQUITETÔNICO ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE MUZAMBINHO ARQUITETURA / ORNAMENTAÇÃO: Seguindo a linha do Modernismo, com influências classistas, este conjunto arquitetônico de uso institucional possuía originalmente um conjunto paisagístico e 12 obras que são: 1. USINA HIDROELÉTRICA ARMANDO BARBOSA (Fotos: antigas: 28 a 40 – atual: 164 a 200); 2. CONJUNTO DE OFICINAS: 2 Prédios ( Fotos: antigas: 1 e 2 – atual: 11,12, 15, 16, 17, 19 a 22); 3. CONJUNTO RESIDENCIAL DA DIRETORIA: 03 (três) residências (Fotos: antigas: 3 e 4 – atual: 33 a 42); 4. RESTAURANTE (Fotos: antigas: 5 a 10 – atual: 67 a 70); 5. PRÉDIO PEDAGÓGICO (Fotos: antigas: 11 a 16 – atual: 44 a 48, 50 a 64); 6. CAIXA D’ÁGUA (Fotos: antigas: 17 e 18 – atual: 65 e 66); 7. PRÉDIO DE APOIO (Fotos: antiga: 19 – atual: 72 a 74); 8. CLÍNICA MÉDICA (Fotos: antiga: 21 a 23 – atual: 78, 80 a 83); 9. ESTÁBULO (Fotos: antiga: 24 e 25 – atual: 130, 131, 133 a 138); 10. PAISAGISMO (Foto: Dr. Coutinho – autor do projeto) A técnica construtiva utilizada nestes edifícios consiste basicamente em alicerce de pedra e concreto ciclope, alvenaria de tijolos de barro cozido assentados com argamassa de cimento / areia, revestidos com argamassa de areia / cimento / cal; cobertura de laje sob estrutura de madeira recobertas com telhas cerâmicas tipo “Francesas”. As janelas são de caixilhos metálicos e, possuem verga reta ladeada por chambranas e peitoril saliente com parapeito em mármore e; as portas são engradadas de madeira com duas folhas almofadadas. Acima das portas e janelas externas encontramos uma importa contendo uma fiada de telhas tipo capa e canal. Seus pilares de seção retangular e capitel dórico possui imposta em forma de taça. 1. USINA HIDROELÉTRICA ARMANDO BARBOSA (Fotos: 164 a 200): situada no Rio Muzambinho, no km 1 da Estrada Muzambinho / Nova Resende. Nela encontramos a barragem/ vertedouro à direita (Fotos 164 a 167, 170, 174), à esquerda temos as comportas (Fotos: 172, 173, 175 a 177) e o canal de desvio (Fotos: 178 a 182), seguindo pelo duto de queda/ escada manutenção (Fotos: 183 a 189), a casa de máquinas (Fotos: 190, 191, 194 e 195) e o canal de escoamento (Fotos: 196 a 200); 2. CONJUNTO DE OFICINAS (Fotos: 11, 12, 15, 16, 17, 19 a 22): primeiro conjunto do complexo situado à direita da estrada principal no sentido de entrada distando aproximadamente 1 km da entrada principal. É composto por dois galpões com alicerce e alvenaria já descritos e cobertura em telha vã formando 04 (quatro) águas. Sua alvenaria de formato irregular possui várias aberturas de portas e janelas dos mais variados tamanhos. Ambos os prédios já sofreram várias alterações de acordo com as necessidades usuais. Atualmente são utilizados como garagens, oficinas, salas de aula e laboratórios; 3. CONJUNTO RESIDENCIAL DA DIRETORIA (Fotos: 33 a 42): Situado junto a via principal a 1 km das oficinas. Atualmente está entre o prédio da agroindústria e restaurante. É composto de três residências sendo duas menores e uma maior, a do Diretor Geral. As menores possuem forma original retangular com um alpendre à direita de quem vê a fachada principal. Este alpendre possui verga principal em arco e vergas laterais retas, e mureta (H = 0,50 m) circundante com abertura central sob o arco. Sua cobertura é composta de telhado de 04 (quatro) águas e a do alpendre em 03 (três) águas. As janelas da fachada principal e lateral esquerda foram modificadas e atualmente são menores e de verga em arco ao invés de reta como era originalmente. A casa do Diretor Geral é de formato irregular e alpendre em “L”. Este alpendre é composto por uma abertura retangular na face lateral direita e duas na fachada principal sendo uma em semicírculo deitado à direita e outra um retângulo irregular à esquerda. Na fachada da esquerda do alpendre encontramos outra abertura retangular A cobertura do bloco principal é composta de 06 (seis) águas e a do alpendre em 03 (três) águas. Na extremidade de cada linha da cumeeira encontramos uma peça cerâmica fazendo o arremate na 03 (três) casas. As janelas da fachada principal e fachada lateral esquerda foram modificadas e são menores e de vergas em arco ao invés de reta. Atualmente existem vários anexos e edículas nos arredores do corpo principal de cada uma das duas casas; ampliações estas necessárias ao uso atual. Defronte estas casas encontram uma via de acesso a cada uma das casas, partindo e chegando da principal, ladeando três canteiros arborizados. 4. RESTAURANTE (Fotos: 67 a 70): Situado à direita da via principal onde esta se desdobra para o Prédio da Administração / Prédio Pedagógico e estábulo. Possui a forma retangular tendo na fachada principal a parte central recuada do alinhamento e avarandada com quatro pilares de seção quadrada e cinco vergas arcadas. Junto a fachada dos fundos em seu canto direito encontramos um alpendre com quatro pilares também de seção quadrada e verga arcada tendo uma de suas faces fechada. Sua cobertura principal é composta de oito águas, tendo a varanda frontal cobertura de uma água e o alpendre dos fundos, cobertura de quatro águas; 5. PRÉDIO PEDAGÓGICO (Fotos: 44 a 48, 50 a 64): Situado no ponto mais alto de todo o complexo escolar. Possui planta de formato irregular semelhante ao “H”, com duas alas interligadas por um corredor coberto. Atualmente é destinado ao uso pedagógico e secretaria. Sua ala dianteira tem o formato da letra “I” deitada com um alpendre anexo ao alinhamento da fachada principal e, possuindo em suas extremidades um retângulo perpendicular. Na fachada posterior da ala dianteira encontramos uma varanda em quase toda sua extensão apoiada em doze pilares de seção quadrada e possuindo vergas em arco divididas pelo corredor de ligação a segunda ala. A Segunda ala possui a forma do colchete “]” deitado, com quase toda sua extensão interna avarandada e apoiada em doze pilares também de seção quadrada e vergas em arco, divididos pelo corredor de ligação a ala frontal. O corredor é coberto e possui duas fileiras de quatro pilares e faz a ligação entre as alas. A cobertura deste conjunto é composta de 31 (trinta e uma) águas. 6. CAIXA D’ÁGUA (Fotos: 65 e 66): situada atrás do Prédio Pedagógico, no meio da quadra onde a via principal se desdobra em duas. Sua estrutura é composta de um reservatório inferior em forma de cubo sob um tronco de cone invertido suspenso por quatro pilares de concreto com travamento horizontal no centro. De seu centro saem às tubulações que interligam os reservatórios e partem para a distribuição. 7. PRÉDIO DE APOIO (Fotos: 72 a 74): situado à esquerda da via principal onde esta se divide. Possui planta de formato retangular e cobertura composta de quatro águas. Junto a fachada lateral esquerda encontramos um anexo em meia água com um parte aberta. Acima de suas janelas e portas encontramos uma imposta que percorre toda a extensão de seus vãos acimadas por uma fiada de telhas tipo capa e canal. 8. CLÍNICA MÉDICA (Fotos: 78, 80 a 83): Situado no meio e a direita da alça da via principal quando esta está dividida. De formato irregular apresenta um corpo principal com cobertura de 07 (sete) águas e, possuindo junto a sua fachada principal um alpendre com vergas arcadas e cobertura em 03 (três) águas. Na reentrância da fachada posterior encontramos outro alpendre também com verga arcada e cobertura em 02 (duas) águas. Acima de suas janelas e portas semelhantes ao Prédio de Apoio encontramos uma imposta que percorre em cada face toda a extensão de seus vãos, acimadas por uma fiada de telhas tipo capa e canal. 9. ESTÁBULO (Fotos: 130, 131, 133 a 138): Situado no final da via principal, possui planta em forma de “T” com duas fileiras de dezesseis pilares com espaçamento de 3 (três metros aproximadamente. Dividindo esta ala parte perpendicularmente a esta e junto a fachada posterior outra ala com duas filas de seis pilares. Sua cobertura em telha vã do tipo capa de gangalha com cinco águas. Em suas empenas encontramos três aberturas inferiores e uma superior, acima da abertura central inferior. 10. PAISAGISMO: Existente, projetado ou não, em todas as áreas do complexo, este se encontra em excelente estado de conservação e manutenção. É rico em espécies vegetais, muito bem distribuído e mesclado com arbustos e gramíneas. Junto aos Prédios Pedagógicos, Restaurante, Apoio, Clínica Médica Caixa D’Água e Residências este foi projetado e possui espelho d’água junto a fachada do Prédio Pedagógico. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO E ENTORNO Por se tratar de um complexo institucional de uso pedagógico, havendo necessidade de modernizações e ampliações constantes para atender suas necessidades, será considerado, portanto Perímetro de Tombamento: a área de implantação de cada um dos edifícios tombados (*), e Perímetro de Entorno: a área total registrada em cartório pertencente a ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE MUZAMBINHO, inclusive as cedidas em comodato e outros meios e, seu rico e belíssimo paisagismo. (*) 1. USINA HIDROELÉTRICA ARMANDO BARBOSA; 2. OFICINA; 3. RESIDÊNCIA; 4. RESTAURANTE; 5. PRÉDIO PEDAGÓGICO; 6. CAIXA D’ÁGUA; 7. PRÉDIO DE APOIO; 8. CLÍNICA MÉDICA; 9. ESTÁBULO. ACERVO FOTOFRÁFICO ANTIGO LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO – JANEIRO/2000. PARECER TÉCNICO O conjunto, objeto do tombamento, foi construído no período de 01/07/1949 à 22/11/1953 quando este foi inaugurado pelo então Presidente do GETÚLIO VARGAS tendo em sua comitiva os Srs. Juscelino Kubstcheck de Oliveira; Dr. João Cleóphas; Dr. Tancredo Neves; Assis Chateaubriand, Dr. Lycurgo Leite Filho; Dr. Renato Costa Lima entre outros. Sua importância é de vital importância para o contexto diário de Muzambinho e cidades vizinhas, atraindo alunos de todos os cantos do país. A Arquitetura moderna com influência classista expressa em suas construções (num total de doze), aliado ao riquíssimo paisagismo e uma obra de arte, a Usina Hidroelétrica Armando Barbosa. EQUIPE TÉCNICA FOTOS: - Luiz Ricardo Podestá; - Acervo da E. A. F. Mz. PESQUISA HISTÓRICA: - Neide Barbosa de Souza – Historiadora (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guaxupé – MG) RELAÇÃO PATRIMÔNIO HISTÓRICO: - Fernando Antonio Magalhães – Secretário de Cultura e Turismo de Muzambinho - Neide Barbosa de Souza – Historiadora - Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador. ANÁLISE, DESCRIÇÃO E PLANTAS: - Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador (Universidade Brás Cubas – Arquitetura e Urbanismo – Mogi das Cruzes - SP) PLANTAS BAIXAS E DE FACHADAS: - Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador (Universidade Brás Cubas – Arquitetura e Urbanismo – Mogi das Cruzes - SP) ORGANIZAÇÃO E MONTAGEM FINAL DOS PROCESSOS: - Neide Barbosa de Souza – Historiadora - Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador COORDENAÇÃO E REVISÃO: - Fernando Antônio Magalhães - Secretario de Cultura e Turismo de Muzambinho REALIZAÇÃO: - Prefeitura Municipal de Muzambinho – Administração 1996 -2000