Nova diretoria toma posse na Amcham Rio

Transcrição

Nova diretoria toma posse na Amcham Rio
Entrevista: Reta Jo Lewis e Michelle Kwan - Inclusão social por meio do esporte
Revista da
Câmara de
Comércio
Americana
para o Brasil
Desde 1921 nº280
mar/abr 2013
Perfil
Grupo Case e
Prudential fecham
parceria inédita
Brasil Urgente
Parques nacionais
como modelo
de negócio
Especial: Copa das
Confederações
O primeiro grande
evento esportivo
que o Brasil tem
pela frente
Nova diretoria toma
posse na Amcham Rio
Roberto Ramos vai liderar corpo diretor pelo próximo biênio
editorial
Conselho editorial
Helio Blak
Henrique Rzezinski
João César Lima
Omar Carneiro da Cunha
Rafael Sampaio da Motta
Roberto Castello Branco
Robson Barreto
Editora-chefe e jornalista responsável
Andréa Blum (MTB 031188RJ)
[email protected]
Colaboraram nesta edição:
Fábio Matxado (edição de arte),
Pedro Kirilos (fotos),
Luciana Maria Sanches (revisão),
Cláudio Rodrigues, Isabel Correia (texto)
arquivo pnt
F
oi com grande prazer que aceitei o convite de presidir, pelo próximo
biênio, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, uma tradicional e reconhecida instituição, de papel fundamental para o setor privado e também para as relações comerciais com os Estados Unidos, de forma
a ajudar o Brasil a avançar nos acordos que lhe são tão importantes. Apesar de
ser presidente da Odebrecht Óleo e Gás, entendo que não só o setor de energia
seja essencial para os trabalhos empenhados pela Amcham Rio, como percebo
oportunidades em áreas que fazem do Rio de Janeiro uma escolha natural.
Entretenimento, logística e infraestrutura, seguros e resseguros, sustentabilidade e turismo, além de energia, são as bandeiras estratégicas para o Estado e
servirão de prumo para os trabalhos e as articulações que faremos à frente desta
câmara. Naturalmente, as relações comerciais com os EUA e o atendimento às
demandas específicas dos nossos associados, hoje um grupo seleto, porém, diverso, em portes e perfis, serão também perseguidos.
O controle da violência urbana também melhorou muito o ambiente de
negócios no Rio, o que nos proporciona território para aprofundar as ações há
muito adormecidas pelas condições econômicas e de desenvolvimento que o
Estado atravessou na última década. Este é o momento para o Rio de Janeiro
viver uma nova fase, de retomada do papel de liderança inequívoca em áreas
que sempre foram a sua marca registrada. Vamos lutar por esses setores, com
o apoio da diretoria e dos membros desta instituição.
A questão da mão de obra também está muito presente na nossa agenda. Uma
das funções principais da Amcham Rio é a disseminação do conhecimento. A
câmara dará grande incentivo à educação por meio do trabalho de seus comitês.
A troca de informações que acontece no bojo dos comitês, e são disponibilizadas
aos associados por meio do site e da rede corporativa, é uma poderosa arma de
educação e, portanto, de formação e qualificação de mão de obra.
Estou certo de que viveremos um período dos mais relevantes, especialmente por estarmos a apenas três anos de comemorar o nosso primeiro centenário, em 2016, que congregará um conjunto significativo de eventos não
só de negócios, mas também culturais e esportivos, estreitando ainda mais as
históricas relações com os EUA, também em linha com as nossas bandeiras.
Esperamos traduzir essas preocupações nas ações e eventos por nós realizados, bem como nos artigos, entrevistas e reportagens publicadas bimestralmente na Brazilian Business, que procura aprofundar debates e levar aos
leitores informações relevantes sobre o trabalho desta instituição e também
dos líderes do setor empresarial, do poder público, principalmente do Estado
e município do Rio, e das representações norte-americanas. Boa leitura!
Canal do leitor
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Os artigos assinados são de total
responsabilidade dos autores, não representando,
necessariamente, a opinião dos editores e a da
Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro
Publicidade
Felipe Tavares
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A tiragem desta edição, de 6 mil exemplares,
é comprovada por Ernst & Young Terco
artigos relacionados
32 As conquistas do Esporte
para o Rio de Janeiro, por
André Lazaroni, secretário
estadual de Esporte e Lazer
Impressão: Walprint
34 Futebol: paixão além da
prática e da televisão,
por John Auton, sócio da
Deloitte e responsável por
projetos relacionados a
grandes eventos esportivos
Uma publicação da Câmara de Comércio
Americana do Rio de Janeiro
Praça Pio X, 15, 5º andar
20040-020 Rio de Janeiro RJ
Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201
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roberto ramos,
presidente da Câmara
de Comércio Americana
do Rio de Janeiro
Caso não esteja recebendo o seu exemplar
ou queira atualizar seus dados,
entre em contato com Giuliana Sirena: (21) 3213-9227
ou [email protected]
pedro kirilos
Leia a revista também pelo site amchamrio.com
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Em Foco
Notícias sobre as empresas associadas
e a agenda de eventos da Amcham Rio
Entrevista
O novo presidente da Amcham Rio, Roberto
Ramos, defende bandeiras vocacionais do Rio
como estratégia de trabalho da entidade
Perfil
Grupo Case e Prudential do Brasil revelam parceria
inédita entre as duas seguradoras
Brasil Urgente
Parque Nacional da Tijuca, o mais visitado do Brasil,
formaliza parceria com a Fundação SOS Mata
Atlântica para fazer da Unidade de Conservação
um modelo de gestão sustentável
Coluna Rio
Estreia, nesta edição, coluna com reportagens
sobre as mudanças estruturais no município e
Estado do Rio. Porto Maravilha inaugura a série
Radar
Instituto Gênesis, da PUC-Rio, transforma sonho
de jovens empreendedores em empresas rentáveis
da indústria do entretenimento
Artigo
O futuro e os desafios para a matriz energética
brasileira aos olhos dos especialistas da PwC Brasil
Guilherme Valle e Ernesto Cavasin
Especial – Copa das Confederações
Os desafios do primeiro grande evento
esportivo a ser sediado no Rio
Entrevista Reta Jo Lewis
A assessora especial do Departamento de Estado
para Assuntos Internacionais dos Estados Unidos
fala sobre os esforços dos EUA para compartilhar o
legado social para os grandes eventos esportivos
Ponto de Vista
Nomes empresariais têm poder de exclusão
limitado contra o uso e registro de marcas, na visão
de Diego Mattos Osegueda, advogado do Barbosa,
Müssnich & Aragão
Comitês Amcham Rio
As novidades para 2013 e as propostas de trabalho
dos comitês setoriais da Amcham Rio
Amcham News
A cobertura completa dos eventos realizados
pela Amcham Rio em março e abril de 2013
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em foco
Após oito anos percorrendo locais pouco
explorados ao redor do mundo, o fotógrafo
brasileiro Sebastião Salgado lançou em abril
a exposição Gênesis, no Museu de História
Natural de Londres, na Inglaterra, que chega
agora ao Brasil. Com patrocínio da Vale
desde 2008, Salgado visitou 32 regiões da
Antártida ao Ártico, entre 2004 e 2012. A
mostra será exibida no Jardim Botânico do
Rio de Janeiro, a partir de 28 de maio, e em
São Paulo, a partir de setembro.
A mostra reúne mais de 250 fotografias
em preto e branco que retratam as partes
mais puras do planeta e modos de vida
tradicionais, destacando a relação harmônica
do homem com a natureza. A exposição
circulará ainda por diversos países. Além
da mostra, haverá a edição de dois livros
e o documentário em longa-metragem
A Sombra e a Luz, do diretor Juliano Ribeiro
Salgado, filho de Sebastião, em parceria
com o alemão Wim Wenders, com estreia
prevista para setembro.
Prêmio Odebrecht 2012 reconhece
soluções sustentáveis
de universitários
A quinta edição do Prêmio Odebrecht Para o
Desenvolvimento Sustentável apresentou, em março, os cinco projetos universitários vencedores que
propõem soluções de sustentabilidade aplicadas
a diversos segmentos das engenharias. O Prêmio
Odebrecht tem como objetivo estimular a geração
de conhecimento sobre temas relacionados à contribuição das engenharias para o desenvolvimento
sustentável e difundi-los na comunidade acadêmica
brasileira e na sociedade.
Os cinco projetos vencedores, de universidades de
Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, foram analisados por uma comissão
julgadora sob a ótica da viabilidade econômica, responsabilidade ambiental e inclusão social. A reutilização de resíduos foi o tema predominante entre os
trabalhos vencedores. O Prêmio Odebrecht é uma iniciativa de empresas da organização. Em 2012, foram
submetidos 356 trabalhos nos oito países que têm a
iniciativa (Angola, Argentina, Brasil, Estados Unidos,
Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela).
6_Edição 280_mar/abr 2013
desde 1976
Gênesis, exposição de Sebastião Salgado, chega ao Rio
Estudo aponta a
necessidade de novas
alternativas de óleos
Embora o óleo de palma sustentável e outros óleos vegetais sejam elementos necessários nos dias de hoje,
eles não são suficientes. A informação
é resultado do estudo “New oils for the
new world”, divulgado em abril pela
consultoria A.T. Kearney, que indicou
possíveis alternativas sustentáveis e
forneceu recomendações sobre como
esses óleos devem ser desenvolvidos e
comercializados. De acordo com o estudo, as tecnologias emergentes, que
ainda não estão disponíveis comercialmente e cuja viabilidade técnica
em muitos casos ainda está para ser
aprovada, provavelmente irão impulsionar a próxima geração de óleos. A
publicação destaca ainda que os óleos
alternativos principais são os que são
desenvolvidos a partir de micro-organismos, especialmente algas.
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em foco
Diagnóstico sustentável
A GE Healthcare e a National Football
League serão parceiras em ações com
foco na prevenção, no diagnóstico e tratamento, na maior parceria da liga de futebol americano com uma empresa privada. O objetivo do acordo é dedicar US$
60 milhões para pesquisas em novas
tecnologias de diagnóstico por imagem
relacionada a lesões cerebrais e traumas
cranianos nos atletas. E ainda permitirá
o desenvolvimento da próxima tecnologia
de imagem médica para proporcionar um
melhor atendimento aos pacientes.
Embratel e Rio Negócios firmam acordo
para serviços de telecomunicações
A Embratel e a Rio Negócios assinaram, em abril, um acordo
de patrocínio. A companhia, patrocinadora oficial dos Jogos
Olímpicos Rio 2016, fornecerá serviços de telecomunicações
para a agência. O convênio prevê conectividade, telefonia
local e longa distância e telefones digitais.
Universidades Full
Sail e Columbia
chegam ao Rio
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O Brasil acaba de receber a Universidade Full
Sail, a maior do mundo
para o setor de entretenimento, com 40 programas
de graduação, e a Universidade de Columbia, que
inaugurou, em março, com
a presença do presidente
Lee C. Bollinger, o Global
Center da universidade. A
instituição já mantém centros como esse em Amã,
Pequim, Istambul, Mumbai,
Nairóbi, Paris e Santiago.
Seu objetivo é possibilitar
a pesquisa e o intercâmbio
acadêmicos. Na ocasião,
foi firmado acordo com o
Governo do Estado de cooperação nas áreas de saúde pública e educação.
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Foto Laércio Cosentino
Concurso da Totvs dará
R$ 2 milhões a startup
A Totvs está com inscrições abertas para o concurso Totvs Start It Up. O vencedor receberá um aporte de até R$ 2
milhões da Totvs | Ventures, unidade de negócios voltada ao
investimento em startups com alto potencial de mercado. O
concurso é voltado para projetos de desenvolvimento de tecnologias inovadoras no segmento B2B.
O vencedor terá acesso à ampla rede de negócios da Totvs
no Brasil, na América Latina e na Califórnia. O prêmio inclui
uma viagem de cinco dias aos Estados Unidos para conhecer
o laboratório da companhia no Vale do Silício. “O fortalecimento de iniciativas como as startups ajuda o Brasil a se tornar o polo de empreendedorismo que ele deve ser”, afirma o
presidente e fundador da Totvs, Laércio Cosentino.
A seleção terá quatro fases e, para avançar, a startup terá
de provar seu potencial de crescimento e retorno, dentro de um
modelo de negócios capaz de ganhar escala. As inscrições serão feitas por meio do site totvsventures.com.br até 6 de junho.
Podem concorrer startups sediadas no Brasil, México, Chile,
Paraguai, Uruguai, Peru, na Colômbia, Argentina e Bolívia.
Agenda 2013 Amcham Rio
MAIO
7/5 Special Networking Coffee – Estado da Virginia
16/5 Curso “Repetro”, com Glaucio Bastos
22/5 Ideas Exchange | Áreas Contaminadas – Estudo
Prévio e Regulamentação
24/5 Tax Friday | Transfer Pricing – As Novas
Exigências da Instrução Normativa nº 1.312/12
27/05 Update Meeting | Logística Reversa e Política
Nacional de Resíduos Sólidos
28/5 Ideas Exchange | Indústria Audiovisual Como investir?
JUNHO
Inscrições para o III Fórum de Comércio Internacional
3/6 Incentivos Fiscais para Inovação
6/6 Special Tax Day | Malha Fina
11 a 14/6 Brasil Offshore | Estande Amcham Rio
18/6 Round Table | “Avaliação de marcas e outros
ativos intangíveis”
JULHO
5/7 III Fórum de Comércio Internacional
SETEMBRO
19/9 Cerimônia de premiação do
9º Prêmio Brasil Ambiental
10_Edição 280_mar/abr 2013
Shell investirá
US$ 5 milhões no
Ciência Sem Fronteiras
A Shell aproveitou a celebração
de seus 100 anos de atividade
contínua no Brasil para anunciar
a participação no Ciência Sem Fronteiras, programa de
excelência acadêmica internacional do Governo Federal.
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A empresa recebeu autorização da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para
investir US$ 5 milhões no financiamento de 150 bolsas,
entre 2013 e 2015, direcionadas a cursos de graduação e
pós-graduação em diversas áreas de engenharia, geologia
e geofísica. As bolsas terão o objetivo de ajudar a suprir a
demanda brasileira por profissionais qualificados no setor
de exploração e produção de petróleo e gás.
Como diferencial para sua participação no Ciência Sem
Fronteiras, a Shell selecionará, anualmente, estudantes
contemplados com bolsas financiadas pela companhia para
estagiar em suas unidades nos países em que os alunos
estejam fazendo curso. As primeiras bolsas devem ser
distribuídas no segundo semestre de 2013.
“O Brasil tem muitos recursos naturais em
desenvolvimento e frentes de exploração que ainda podem ser
abertas em áreas como as bacias de Campos e Santos, onde
já investimos bilhões de dólares. Posso dizer que o Brasil
será um player importante no cenário de óleo e gás mundial”,
comentou Peter Voser, CEO Global da Shell.
/kpmgbrasil
© 2013 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro
independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados.
em foco
entrevista
Roberto
Ramos,
presidente
da Amcham
Rio
Bandeiras em punho,
Roberto Ramos
assume Amcham Rio
Presidente da Odebrecht Óleo e Gás, Roberto Ramos vai liderar a
Câmara de Comércio Americana do Rio pelo próximo biênio empenhado
em priorizar na estratégia da entidade seis bandeiras vocacionais para
os negócios do Estado do Rio: energia; entretenimento; logística e
infraestrutura; seguros e resseguros; sustentabilidade; turismo
Por Andréa Blum e Cláudio Rodrigues Fotos Pedro Kirilos
O
O novo presidente
da Amcham Rio,
Roberto Ramos,
durante a posse
12_Edição 280_mar/abr 2013
Rio é famoso por receber cariocas do mundo todo:
brasileiros de outras regiões e estrangeiros que adotam
a Cidade Maravilhosa como lar. Por outro lado, ilustres cariocas podem ser considerados cidadãos do mundo. É o
caso de Roberto Ramos, que tomou posse como presidente da
Amcham Rio no dia 5 de abril deste ano, em cerimônia realizada
no Museu de Arte Moderna. O executivo desenvolveu parte de
sua carreira na Europa e, no Brasil, também atuou em São Paulo.
Após 18 anos afastado de sua cidade natal, retornou ao Rio em
janeiro de 2011 e logo foi convidado a fazer parte da diretoria
da Amcham Rio, na ocasião sob o comando do então presidente
Henrique Rzezinski.
Sua gestão na Câmara de Comércio Americana do Rio tem
o desafio de lidar com uma cidade em transformação, que se
prepara para receber grandes eventos, sobretudo os esportivos
em 2013 (Copa das Confederações), 2014 (Copa do Mundo) e
2016 (Jogos Olímpicos e Paraolímpicos), e será inevitavelmente
impactada por mudanças estruturais, que cada vez mais exigem
esforços do poder público e também trabalho e parceria da e com
a iniciativa privada.
Nesse sentido, foram elencadas seis bandeiras que definem
a vocação da cidade e apontam para os caminhos que devem ser
trilhados pela Amcham Rio ao longo dos próximos anos: energia;
entretenimento; logística e infraestrutura; seguros e resseguros; sustentabilidade; turismo. E novas ferramentas digitais, traduzidas pela
plataforma lançada com o projeto da Amcham Rio Digital, prometem dinamizar a atuação não apenas das lideranças da Câmara de
Comércio Americana do Rio, mas de todos os sócios da instituição.
Leia a seguir a entrevista concedida pelo novo presidente à
revista Brazilian Business assim que assumiu o posto, no começo
de abril.
Brazilian Business: Na sua gestão, quais
serão os temas que nortearão os trabalhos
da Amcham Rio?
Roberto Ramos: Definimos seis bandeiras es-
tratégicas que darão o norte para as ações que
pretendemos mobilizar nos próximos anos
em sintonia com as vocações do Estado e sua
perspectiva de crescimento projetada para os
próximos anos: energia; entretenimento; logística e infraestrutura; seguros e resseguros;
sustentabilidade; turismo. O Rio de Janeiro
dispõe de vantagens comparativas ímpares, no
contexto dos demais Estados do Brasil. Em pelo
menos seis setores econômicos, essa posição de
liderança é inatacável. Dessa forma, na minha
visão, cabe à Amcham Rio empunhar, promover e desfraldar essas bandeiras, tal que ela seja
reconhecida como a interlocutora institucional
em relação a esses setores.
Em relação à energia, além das reservas e da
produção de petróleo, o Rio é a sede da Petrobras, da ANP, da Eletrobras, e de Furnas. Abriga as duas únicas centrais núcleo-elétricas em
funcionamento no país. Em nenhum outro Estado da Federação, a capacidade intelectual instalada é tão presente. No Rio estão localizados
os centros de pesquisa da Petrobras (Cenpes)
e Eletrobras (Cepel), e na Ilha do Fundão um
centro de pesquisa e desenvolvimento, com ênfase na exploração e produção de petróleo, está
recebendo relevantes investimentos de empresas como a BG e a GE, que criarão um centro de
excelência da indústria de energia.→
Edição 280 Brazilian Business_13
entrevista roberto ramos
BB: Qual a sua percepção sobre
entretenimento e logística e infraestrutura?
RR: São dois setores fundamentais para o Es-
BB: Como o senhor vê as relações comerciais entre Brasil
e Estados Unidos?
RR: No tocante à relação comercial Brasil-EUA, é de se esperar que
tado. No Rio se concentra boa parte da produção audiovisual do País. Aqui são rodados
85% dos filmes de produção brasileira porque, segundo os diretores, há cenários para
várias locações, desde praias paradisíacas
a florestas ou bairros como os de Paris! Em
relação à logística e infraestrutura, além do
renascimento do Porto do Rio, por meio do
projeto Rio Maravilha, a LLX constrói hoje,
no norte do Estado, um megaprojeto portuário – o Superporto do Açu – com potencial
para se transformar no mais importante porto do Brasil. As parcerias público-privadas e
as concessões certamente hão de potencializar essa infraestrutura, com a nova pista de
subida da BR-040 ou a duplicação do trecho
até Macaé, tudo interligado pelo anel rodoviário, atualmente em construção.
o nível de diversificação comercial da economia brasileira e a crescente importância da China como parceira comercial de ambos os
países possa minimizar a importância do contencioso comercial
entre Brasil e Estados Unidos. Nesse sentido, é fundamental nossa
articulação com a Amcham São Paulo e o U.S. Brazil CEO Forum
para a promoção do livre comércio e pela remoção dos entraves
para maior integração entre nossos países, entre os quais, o fim da
exigência de vistos e – finalmente – a celebração do acordo para evitar a bitributação são alguns dos pontos mais relevantes.
BB: E as demais bandeiras?
RR: No Rio se encontra a sede das principais
BB: Qual é a sua expectativa em relação aos grandes eventos
da cidade, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016?
RR: Esses eventos extraordinários estão motivando uma série de
seguradoras brasileiras, do Instituto de Resseguros do Brasil e da Susep. Isso permite o
desenvolvimento de uma especialização de
suma importância no mundo de negócios
de hoje: o especialista em análise e gestão de
riscos. Na bandeira sustentabilidade, realizamos a Rio 92 e, 20 anos depois, a Rio+20. A
cidade deve, portanto, saber aproveitar essa
marca que foi criada para também se tornar
um centro de excelência em desenvolvimento
sustentável, estimulando os trabalhos de pesquisa que certamente serão conduzidos em
suas universidades. Se eu puder “puxar brasa”
para a minha sardinha, vale ressaltar que é
aqui que transcorre anualmente a cerimônia
de entrega do Prêmio Desenvolvimento Sustentável, concedido pela Odebrecht para os
cinco mais destacados trabalhos de pesquisa
nessa área de conhecimento. Finalmente, em
relação ao turismo, um terço dos 5 milhões
de turistas que chega ao Brasil escolhe o Rio
como porta de entrada. As belezas naturais
da cidade e do Estado transformaram o Rio
na cidade brasileira mais conhecida do mundo. Os jogos de 2016 estão atraindo novos
hotéis, sem falar naqueles que estão sendo reformados. Ademais, o Estado do Rio, seja na
capital, seja na Serra, em Búzios e em Paraty,
é, cada vez mais, um destino gastronômico,
com muitos dos melhores restaurantes do
Brasil. Sem falar no Carnaval carioca, que é,
para muitos, o maior espetáculo da Terra.
14_Edição 280_mar/abr 2013
BB: Como o senhor analisa a disputa pelos royalties?
RR: À medida que os direitos de ambos os Estados aos royalties –
contrapartida constitucional ao impacto urbano gerado por sua
exploração e produção – venham a ser mantidos pelo Supremo
Tribunal Federal, Rio de Janeiro e Espírito Santo terão, mais uma
vez, garantidos os recursos tão necessários para o equacionamento
dessas demandas e para a contínua promoção de oportunidades de
crescimento de emprego e renda.
intervenções urbanísticas na cidade, que rivalizam com os tempos
de Pereira Passos. Cabe a nós da Amcham Rio trabalhar para seu
sucesso, no esforço conjunto desenvolvido por governos e sociedade
organizada. Por uma feliz coincidência, em 2016 a Amcham Rio, a
mais antiga Câmara de Comércio da América Latina, celebrará seu
centenário. Teremos muito que comemorar.
Roberto Ramos e
seu antecessor,
Henrique Rzezinski
BB: Quais são os atuais desafios
da câmara?
RR: Acabamos de lançar o Amcham Rio
Digital, que representa o início de uma
nova era para nossa instituição. Nesta
nova fase, a dinâmica de relacionamento
entre os associados ganha uma perspectiva inédita, na qual a plataforma digital
passa a ser o meio catalisador de novas
interações, contribuindo para intensificar
o networking entre os associados e, principalmente, integrá-los em uma moderna rede de relacionamentos exclusiva da
Amcham Rio.
BB: Como essa ferramenta funciona?
RR: Os associados da Amcham Rio con-
tam agora com uma plataforma virtual de
produtos e serviços pela qual é possível
entrar em contato com outros associados,
acessar a agenda de eventos, notícias e outras funcionalidades exclusivas da comunidade Amcham Rio. Com esta finalidade
foi desenvolvido um novo site com área
restrita, um aplicativo para celulares e a
revista Brazilian Business passa a ter uma
versão digital para iPad. Aqueles que desejarem ampliar suas conexões ao ambiente
digital já podem iniciar sua interação na
plataforma, o Amcham Rio Digital.
BB: Qual é a dinâmica de trabalho
da Amcham Rio?
RR: O Henrique Rzezinski (ex-presidente
da Amcham Rio) costuma dizer que o
trabalho da câmara se faz por intermédio de seus comitês; como ex-chairman
de um, compartilho completamente de
sua visão. Temos, hoje, 12 comitês ativos
e alguns subcomitês, que já desenvolvem
notável trabalho em prol dos nossos associados, mas que, em minha opinião,
poderão fazer mais ainda, empunhando
essas nossas bandeiras e colocando esses
nossos seis temas na pauta de suas atividades. A câmara é, antes de tudo, um lugar
para disseminação do conhecimento, seja
pelo networking proporcionado, seja pela
interação entre pessoas e ideias; como tal,
cria condições para uma ação no sentido
da melhora da educação, uma das áreas
mais carentes em nosso País. Da matriz
que se estabelece entre os temas básicos
dos comitês e as nossas bandeiras, espero
fomentar ainda mais a criação dessas comunidades de conhecimento.
“Definimos seis bandeiras
estratégicas que darão o
norte para as ações que
pretendemos mobilizar”
BB: Qual a importância da Amcham Rio?
RR: A Amcham Rio foi a primeira câmara americana a ser fundada
na América Latina, em 1916, apenas quatro anos depois da criação
da U.S. Chamber of Commerce. Portanto, em três anos completaremos nosso primeiro centenário, que será marcado por uma série
de comemorações que estamos planejando e para as quais iniciaremos a estruturação nesses dois anos de minha gestão.
BB: O começo, então, foi durante um conflito mundial?
RR: Em 1915, durante o nono mês da primeira Grande Guerra, na
noite de 17 de maio, um grupo de representantes comerciais americanos se reuniu para pensar em formas concretas de estreitamento
das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Em quase um
século de história, nossa Amcham Rio cresceu continuamente. Um
ano após a sua fundação, segundo dados históricos, 145 representantes de empresas americanas faziam parte do quadro de associados,
chegando a cerca de 600 empresas nos anos 1990. Em 1980, a câmara
se transferiu definitivamente para sua sede própria, na Praça Pio X,
nº 15, 5º andar, no Edifício Itécia, onde está até os dias atuais.→
Edição 280 Brazilian Business_15
entrevista roberto ramos
BB: Houve momentos de altos e baixos?
RR: O declínio econômico, que afetou o Rio, e o problema da segu-
rança pública tiveram forte impacto também sobre a câmara. Perdemos associados e, consequentemente, capacidade de representação. Não fosse o comprometimento de seus mantenedores, talvez
não estivéssemos aqui na Amcham Rio nesta data. Mas as últimas
duas gestões que me precederam conseguiram colocar as contas
em ordem e redefinir essa missão institucional e de relevância que
a instituição vem retomando progressivamente, assim como sua
adequação às plataformas digitais, tendência mundial que estamos
tentando acompanhar, sem abandonar as demais interações presenciais que representam a nossa tradição.
BB: Hoje o Rio vive um momento de mais esperança?
RR: A recuperação do Rio, fundamentada no combate à violência
urbana, na correta aplicação dos fundos federais e das receitas dos
royalties, além da articulação institucional para atrair investimentos, mudou radicalmente o panorama do Estado e do município,
com imediata repercussão sobre a Amcham Rio. O Rio tem cerca
de 9% do eleitorado do Brasil e algumas das mais belas praias do
nosso País. Tão belas, que, ao longo de milhões de anos, atraíram
dinossauros e toda sorte de vida animal e matéria orgânica. Esses
depósitos, submetidos a posteriores acumulações, à pressão e temperatura, deram origem ao petróleo, abundante em nosso Estado.
Com o Espírito Santo, os dois Estados detêm 90% do estoque de
reservas nacionais provadas de petróleo e gás equivalente e respondem por 83% de sua produção.
BB: Como o senhor analisa a gestão
anterior da Amcham Rio?
RR: Henrique Rzezinski e eu somos cole-
gas de faculdade, formados pela 1ª Turma
da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro a fazer todo
o curso no campus do Fundão. Henrique
presidiu brilhantemente a Amcham Rio no
período 2011-2012, mantendo a excelência
de gestão, que tem sido marcante na nossa
câmara e que eu me esforçarei para preservar. Desfrutamos de sólida situação econômico-financeira e acabamos de reformar
nossa sede, dotando-a de facilidades que
estão à disposição de nossos associados.
Sem dúvida, um grande crédito às últimas
administrações da câmara.
BB: Como começou sua história
com a Amcham Rio?
RR: Minha ligação com a Amcham Rio re-
monta a 1984, trazido que fui pelo saudoso
amigo Francisco Teixeira. Dela, fui chairman do Comitê de Economia, diretor financeiro, 2º vice-presidente e 1º vice-presidente, nas gestões dos igualmente saudosos
presidentes e amigos Gunnar Vickberg e
Felix de Bulhões, até que minha transferência para a Europa e, na volta para o Brasil,
minha ida para São Paulo, me afastaram do
convívio na Amcham Rio. Entretanto, não
me privaram do interesse sobre seu destino.
Quando finalmente, passados 18 anos, voltei ao Rio, em janeiro de 2011, fui imediatamente convidado a fazer parte da diretoria,
sob o comando de Henrique Rzezinski, a
quem devo a indicação, devidamente referendada pelo grupo, para substituí-lo.
Apoiado pela diretoria, que assume comigo esse mandato, e com a participação dos
nossos ex-presidentes imediatos, Henrique
Rzezinski, Robson Barreto e João César
Lima, além dos nossos diretores ex-ofício,
vamos trabalhar para manter nosso ritmo
de crescimento e de participação na vida
político-econômica brasileira, em especial,
no tocante às relações políticas e comerciais
entre os Estados Unidos e o Brasil.
“A cidade deve saber aproveitar essa
marca que foi criada para também se
tornar um centro de excelência em
desenvolvimento sustentável”
16_Edição 280_mar/abr 2013
seguroS
Parceria segura com foco no cliente
Prudential e Grupo Case passam a atuar juntos no mercado de seguros de vida
Por Cláudio Rodrigues Foto Pedro Kirilos
E
la prioriza valores como cuidado, atenção e relacionamento
duradouro com o cliente. Ele também. A partir desta coincidência fundamental, a Prudential do Brasil Seguros de Vida e
o Grupo Case Benefícios e Seguros tinham bases comuns para
estabelecer um diálogo, conversa facilitada pelo fato de os CEOs
de ambas as companhias, respectivamente, Fabio Lins e Rafael
Sampaio da Motta, serem importantes executivos da Câmara de
Comércio Americana do Rio de Janeiro. Eles perceberam a oportunidade de celebrar uma parceria quando verificaram que tinham
características complementares.
Em janeiro de 2013, foi firmado acordo para a comercialização
pelo Grupo Case de seguros de vida individual da Prudential. A
parceria complementa a venda dos produtos da Prudential, que até
então eram exclusividade de cerca de 600 corretores franqueados,
chamados de Life Planners. “Compartilhamos dos mesmos valores de cuidado, atenção e relacionamento duradouros com nossos
clientes. A demanda por produtos totalmente customizados fez com
que naturalmente encontrássemos na Prudential nossa parceira ideal para oferecer seguros de vida individualizados de acordo com a
necessidade de cada cliente. E não medimos esforços para ter um
cliente satisfeito”, explica Rafael Sampaio da Motta.
Por sua vez, Fabio Lins elogia a forma de trabalho de sua nova
parceira: “O Grupo Case, conhecendo o modelo e os produtos oferecidos pela Prudential, interessou-se pela parceria. Já a Prudential
tinha todo um interesse em expandir seu negócio no Brasil e se associar a esse grupo, que compartilha da nossa convicção sobre a importância do seguro de vida no planejamento familiar”.
As duas empresas não eram completamente desconhecidas. O
Grupo Case, especializado na administração de benefícios e corretagem de seguros e assessoria a empresas de médio e grande porte,
já prestava serviços à Prudential do Brasil desde 2012, segurando a
frota de carros da companhia.
Os CEOs do Grupo Case Benefícios e Seguros e da Prudential do Brasil
Seguros de Vida, Rafael Sampaio da Motta e Fabio Lins
18_Edição 280_mar/abr 2013
Mas agora as empresas estreitam muito mais sua atuação. Tanto
que os CEOs procuram alinhar suas agendas para oferecer juntos ao
mercado os detalhes da nova parceria. Nesta entrevista, não foi diferente. Lins e Motta concederam a entrevista à Brazilian Business lado
a lado: “Os dois lados dessa nossa parceria têm caminhado juntos,
esse é o segredo do sucesso. Todas as etapas do projeto foram muito
bem planejadas com total dedicação de ambos os times. A Prudential formou uma equipe exclusiva para atender a essa parceria. Montamos uma estrutura sólida, que trabalha com os gestores da Case
focados nessa linha de negócio. Tudo isso sem perder o nosso DNA
da venda personalizada”, disse Lins.
Um dos principais objetivos da parceria é agregar valor, de forma
duradoura, ressalta Motta: “O Grupo Case tem como base o seguro
corporativo. Com a Prudential complementamos o nosso portfólio
de benefícios com algo que agrega valor, gera respeito e admiração,
e partimos para conceder benefícios para a vida inteira, em vez de
transitório. É isso que queremos transmitir para nossos clientes, com
o suporte da Prudential”, afirmou Motta.
O atendimento e a venda serão realizados pela corretora do
Grupo Case. Os outros processos serão inteiramente realizados pela
Prudential, que continuará a gerenciar a subscrição de risco, quando
é feita a análise dos riscos (saúde física, financeira, esportes e hobbies,
entre outros dados) antes da emissão da apólice. Esse processo prévio
permite que a seguradora atue com rapidez na regulação do sinistro
e no pagamento do benefício – em média, cinco dias úteis após a
entrega da documentação completa.
Os resultados da
Prudential do Brasil são
“Em janeiro de 2013,
animadores: crescimenfoi firmado acordo para
to médio anual de 25%.
a comercialização pelo
É a primeira seguradora
Grupo Case de seguros
independente (não ligade vida individual
da a banco) no ranking
nacional de Planos Inda Prudential”
dividuais de Seguros de
Pessoas e segunda na posição geral, com 12,7% de market share, de acordo com dados de janeiro a outubro de 2012 da Susep, que regula o mercado de seguros.
“Vivemos um momento de oportunidades e de otimismo no
mercado de seguros de vida, principalmente para os produtos individuais personalizados. É um segmento ainda muito tímido no
Brasil, se comparado a países como Estados Unidos e Japão, que já
têm uma cultura que os direciona a valorizar esse investimento em
proteção familiar. A Prudential é pioneira nesse nicho e vem alcançando resultados excelentes e progressivos”, salienta Lins.
Os primeiros resultados da parceria são considerados promissores: “A receptividade das nossas empresas e dos executivos de forma geral está sendo excelente. Nossos clientes estão satisfeitos com
mais essa opção de benefício que o Grupo Case está oferecendo, pois
muitos conhecem a reputação da Prudential e entendem que se trata
de um produto bastante diferenciado”, conclui Motta.
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Edição 279_Brazilian Business_19
sustentabilidade
brasil urgente
Gestão verde
O Parque Nacional da Tijuca, o mais visitado do Brasil,
formaliza parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica.
A ONG pretende atrair outras empresas e fazer da
Unidade de Conservação um modelo de gestão, com
sustentabilidade financeira e serviços de qualidade
para receber turistas
alberto peterson
Por Marcia Hirota_diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica
20_Edição 280
M
esmo quem nunca foi ao Parque
Nacional da Tijuca provavelmente já viu o local alguma vez, em
fotos ou na TV. Isso porque essa Unidade de
Conservação reúne atrações mundialmente
conhecidas, como o Morro do Corcovado e
o Monumento ao Cristo Redentor.
O parque, que é o mais visitado do País,
recebeu só no ano passado mais de 2,5 milhões de pessoas. Ele abrange outros pontos
turísticos muito relevantes do Rio de Janeiro, como a Pedra da Gávea, a Vista Chinesa,
o Parque Lage, a rampa de saltos da Pedra
Bonita e a Floresta da Tijuca. A região é de
mata atlântica, o bioma mais ameaçado do
Brasil, do qual resta apenas 7,9% da área
original. Sabe-se que existem no parque
328 espécies animais, entre anfíbios, aves
e mamíferos, sendo 16 delas ameaçadas de
extinção. Já em relação à flora, 1.619 espécies, como orquídeas e bromélias, com 433
ameaçadas de extinção. Por este e outros
motivos, é estratégico para o País, para a
mata atlântica, o Estado e a cidade do Rio
de Janeiro conservar uma área com todas
essas riquezas e características importantes
e tornar essa Unidade de Conservação um
modelo de gestão para as demais.
“Estudo recente mostrou que
80% dos parques brasileiros
não têm receita gerada
por visitação e 21% sequer
recebem turistas“
E foi no sentido de promover a sustentabilidade financeira, fortalecer as parcerias
existentes e garantir a proteção e o uso público que a Fundação SOS Mata Atlântica fez
uma parceria com o Instituto Chico Mendes
da Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para apoiar a gestão operacional e o fortalecimento do Parque Nacional da Tijuca.
A demanda crescente do turismo no
Rio de Janeiro, em razão dos inúmeros
eventos que a cidade vai sediar, como os
Jogos Olímpicos, interfere diretamente na
visitação do parque e faz necessário o investimento em ações para a modernização
da gestão da Unidade de Conservação e o
equilíbrio entre a visitação e a conservação
da biodiversidade. Nesta fase inicial, com
apoio da Bradesco Cartões, nossa contribuição é para potencializar outros atrativos
por meio do envolvimento de mais parceiros na adoção de áreas e patrocínio de
empresas, além da concessão existente hoje
para visita ao Cristo Redentor.
O Brasil, infelizmente, ainda está muito
atrás de outros países, como Estados Unidos e África do Sul, no que diz respeito à
visitação de parques. Nos parques americanos, é comum que concessionárias ofereçam aos visitantes serviços como hospedagem, transporte, alimentação e passeios ou
atividades de lazer.
Um estudo recente do Instituto Semeia mostrou que 80% dos parques brasileiros, porém, não têm receita gerada por
visitação e 21% sequer recebem turistas.
O relatório mostrou também que mais da
metade dos parques (58%) recebe menos
de 50 mil visitas por ano. Nesse sentido, o
Parque Nacional da Tijuca já está à frente
de muitos outros parques do País.
Apenas o Parque Nacional do Iguaçu, com suas belíssimas cataratas, chega
um pouco mais próximo em termos de
visibilidade: recebe cerca de 1,5 milhão
visitantes ao ano. Em Iguaçu, empresas
privadas fazem atividades como rafting
nas cataratas e voo de helicóptero. No
Parque Nacional de Los Glaciares, na
Argentina, empresas fazem trekking
na geleira Perito Moreno com os visitantes e safáris naúticos para ver outras
geleiras. O serviço terceirizado tem
funcionado nesses e em outros locais
no mundo.
O Parque Nacional da Tijuca é um
patrimônio de toda a sociedade e, assim
como aceitamos esse convite do ICMBio, esperamos que mais pessoas, instituições e empresas aceitem participar,
visitar, conhecer, colaborar e apoiar as
iniciativas existentes e outras que virão
para que essa obra da natureza e seus
atrativos sejam realmente visitados e
conhecidos por todos.
E, para a Fundação SOS Mata Atlântica, é uma satisfação aumentar a atuação no Rio de Janeiro, Estado que tem
conseguido reduzir o desmatamento e
proteger mais áreas públicas e privadas.
A fundação já apoia o ICMBio na Estação Ecológica Guanabara, na Área de
Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, no Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras e na APA
de Cairuçu, em Paraty. Também tem
parceria com o Instituto Estadual do
Ambiente (Inea) em apoio às Unidades
de Conservação públicas e privadas e
com algumas organizações da sociedade
civil. Nesta iniciativa vamos ganhar uma
nova parceira, a Associação Amigos do
Parque da Tijuca, e esperamos que outras alianças possam ser estabelecidas
para ampliar nosso movimento em prol
da proteção e sustentabilidade da mata
atlântica e de um ambiente mais sadio
para todos nós.
Edição 280_Brazilian Business_21
logística e infraestrutura
Porto Maravilha, o coração do Centro do Rio
Ambicioso projeto de
infraestrutura urbana,
a revitalização da zona
portuária da cidade
também propiciará novos
empregos e negócios
Positivo
A
Oferecimento
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A Avenida Rodrigues
Alves será
transformada
em via expressa
história do Rio de Janeiro passa pela
zona portuária. Desde 1502, quando
chegaram os portugueses, que vieram pela
Baía de Guanabara imaginando estar na foz
de um rio. Como era janeiro, estava batizada a região do Rio de Janeiro. Mais tarde,
em razão da proximidade com a produção
de ouro nas Minas Gerais, a capital do Brasil passa de Salvador para o Rio, em 1763
(permanecendo assim até 1960, quando
se torna Brasília). Nas últimas décadas,
no entanto, essa parte da cidade ficou esquecida, sofrendo os males que uma área
abandonada apresenta. A partir de 2009, o
projeto Porto Maravilha começou a sair do
papel. E assim inaugurava o novo capítulo
da ocupação da região, que continua com
uma localização estratégica.
O projeto é uma das principais intervenções urbanas planejadas para a cidade
até 2016, que, além de propiciar novos espaços de moradia, negócios e convivência,
será a maior experiência de integração de
sistemas de transporte já vista na cidade.
Entre as principais obras previstas estão a
reurbanização de 70 quilômetros de vias
e 650 mil metros quadrados de calçadas,
a demolição do elevado da Perimetral e a
transformação da Avenida Rodrigues Alves em via expressa, entre outras.
Só na área central são 33 frentes de obras no Porto Maravilha,
sendo seis delas em 4 quilômetros
de túneis, movimentando 3,5 mil
operários; 17 quilômetros de ciclovias; ampliação do sistema de
aluguel de bicicletas; vias para
pedestres; reurbanização; reconstrução de redes de infraestrutura
urbana; plantio de 15 mil árvores.
No total, os investimentos na cidade são de cerca de R$ 11 bilhões,
incluindo a construção de corredores exclusivos de ônibus (BRT).
22_Edição 280_mar/abr 2013
Praticamente tudo deve ser concluído até 2016, quando serão realizados os Jogos Olímpicos na Cidade Maravilhosa, ressalta o subsecretário de Projetos Estratégicos e Concessões de
Serviços Públicos e Parcerias Público-Privadas da Prefeitura do
Rio, Jorge Arraes. Em apresentação feita no dia 2 de abril, durante uma reunião do Comitê de Logística e Infraestrutura da
Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, ele explicou
que o objetivo da Prefeitura é fazer da zona portuária uma região com outro patamar de serviços e qualidade de vida.
“Na região central, pensamos no aspecto da mobilidade da
área. Estamos falando tanto na possibilidade de interação dos
diversos modais de transporte quanto em dar prioridade para o
transporte público de alta capacidade e otimização de tráfego de
veículos. Isso com a valorização do pedestre e com a recuperação da estrutura urbana do Centro do Rio, que tem uma paisagem belíssima e uma história a ser preservada”, afirmou Arraes.
Para garantir a mobilidade na área central da cidade, pesados investimentos em transportes estão previstos. O BRT e
o veículo leve sobre trilhos (VLT) – que vai contar com seis
linhas, 42 estações e 28 quilômetros de extensão – serão os
eixos principais para os deslocamentos. Entre as novidades
apresentadas na Amcham Rio, Arraes anunciou o início dos
testes do teleférico que fazem a ligação da Cidade do Samba,
do Morro da Providência, já pacificado, e da Central do Brasil.
“O teleférico também terá um apelo turístico muito forte; há
vários equipamentos culturais no entorno da Cidade do Samba”, ressaltou Arraes.
Os pequenos deslocamentos de pedestres deverão ganhar
mais facilidades. A previsão é que até a Avenida Rio Branco tenha um trecho restrito para quem estiver caminhando. “Quando
a gente fala da região central, estamos pensando na mobilidade
e na revitalização da área, ou requalificação. As cidades que fizeram isso priorizaram o transporte público”, diz Arraes, criticando o excesso de ônibus no Centro. “Na Avenida Rio Branco, os
ônibus passam com 25% da sua capacidade de passageiros.”
Antes das melhorias, porém, é esperada uma piora no trânsito. Sobretudo em agosto, quando um trecho importante do
elevado da Perimetral for derrubado. O concreto que for abaixo
será reciclado e reutilizado na pavimentação de ruas e calçadas.
Parte das vigas será reaproveitada em obras da cidade.
Novos pontos culturais também vão emergir, entre eles, o
Museu do Amanhã, sobre o Píer Mauá, cuja estrutura foi totalmente reforçada, com a instalação de mais de 1,2 mil estacas.
Com design arrojado, terá a cobertura metálica produzida em
Portugal por uma empresa daquele país. “É o mesmo pessoal que está fazendo a cobertura do remodelado estádio Fonte
Nova, em Salvador”, salienta Arraes.
A retomada da zona portuária significa, também, a valorização de um novo padrão de vida, pelo qual as pessoas podem morar perto do trabalho. Isso numa região de ocupação
consolidada e com farta oferta de serviços públicos e meios
de transporte integrados, que terão privilégios frente aos veículos particulares.
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entretenimento
radar
O futuro aos
jovens pertence
O Instituto Gênesis, incubadora da PUC-Rio,
já formou em 15 anos um exército de empresas
lideradas por jovens empreendedores
empenhados em fazer da cena cultural carioca
uma rentável indústria do entretenimento
Por Andréa Blum e Isabel Correia
E
ntre a vontade de montar um grupo de trabalho sobre tecnologia ao
protagonismo em projetos de mídias digitais se trilhou o caminho do Instituto Gênesis. A história da incubadora
da PUC-Rio, que já deu a luz mais de 150
empresas, remete a 1997, quando esse movimento aproveitou os sinais de mídias em
convergência para usar o cenário não só
das belezas da Cidade Maravilhosa, mas
sua vocação como polo de artes e cultura,
e, quem sabe, fazer desse casamento um
grande negócio da indústria do entretenimento. A aposta deu certo.
“O jornal, a televisão, a internet e os
livros estavam virando digitais, e todos estavam se fundindo. Essa era uma tendência mundial e percebemos também que o
Rio de Janeiro era muito forte nisso. O Rio
é a capital cultural do Brasil e tem muitas
raízes dessas áreas”, explica o diretor do
instituto, José Alberto Aranha, em entrevista à revista Brazilian Business. Ao notar
essas sinergias e oportunidades, além da
incubadora tecnológica, o Gênesis criou,
em 2000, a primeira incubadora cultural
da América Latina. Em seguida, em 2002,
o instituto lançou a incubadora social.
“Notamos que esses pontos se fundiriam
e dariam origem a um novo negócio, que
é a cara do Rio de Janeiro.”
“É o cabelo branco ao lado da garotada
que está começando para dar um estímulo”
24_Edição 280_mar/abr 2013
A proposta do instituto é formar, a
partir do grupo de alunos da PUC-Rio
com perfil empreendedor, empresas sólidas para reforçar a indústria nacional do
entretenimento e fazer da arte e da cultura um negócio rentável e lucrativo, como
acontece na Europa e nos Estados Unidos.
“Precisamos trazer muito desse conhecimento do exterior, em que o entretenimento é visto como um grande negócio,
como o Cirque du Soleil, criado no Canadá, que se tornou um empreendimento
mundial. Na Inglaterra, o maior objeto de
exportação é a música. Os Estados Unidos
também conseguiram enxergar isso muito
bem. Orlando é uma cidade que vive inteiramente de entretenimento e cultura”,
destaca Aranha.
Ele acredita que investir em inovação
é a chave do negócio. “Quando falamos
de empreendedorismo, estamos falando
de inovação, que é o grande diferencial
da competitividade no mundo. Porém, na
área de cultura e dos esportes não costumamos ter essa visão”, destaca.
O diretor do Instituto
Gênesis, José
Alberto Aranha
Processo de desenvolvimento
A EPA! é uma das incubadas no Gênesis
que seguiu essa linha de pensamento e
conquistou mais do que esperava. A empresa
nasceu sem muitas pretensões, quando os
quatro sócios produziram um desfile de
moda na faculdade. A partir desse primeiro
projeto, acabaram atraindo patrocínios para
o evento. Diante do sucesso inicial, os sócios
criaram a EPA! Youth Marketing, uma
empresa de marketing e entretenimento
voltada para marcas que querem melhorar a
comunicação dirigida ao público jovem.
Hoje, a EPA! cria campanhas inovadoras,
que têm uma abordagem online, focada nas
redes sociais, feitas por jovens consumidores
que se identificam com a marca. A estratégia já foi contratada por companhias como
Itaú e Redley. Atualmente, a empresa possui
cerca de 20 funcionários no Rio de Janeiro e
está expandindo as atividades para São Paulo. O faturamento já chega a R$ 1,6 milhão
por ano. “O Instituto Gênesis supriu uma lacuna que nós tínhamos, e ainda temos. Eles
nos ajudam a estruturar questões financeiras
e administrativas”, afirma o diretor de Relacionamento da EPA!, Pedro Pirim.
A Cinema Nosso também nasceu com
foco no entretenimento e é um dos filhotes
do instituto. A empresa foi criada por jovens
que atuaram no filme Cidade de Deus. O que
nasceu como ONG se consolidou como empresa na incubadora e promove cursos de formação de atores para jovens de comunidades
carentes. Hoje o grupo ocupa um prédio de
quatro andares e forma cerca de 150 jovens
por ano para atuar no mercado audiovisual.
Consultores e anjos
Para entrar no programa do Gênesis, as empresas pagam uma
pequena quantia, que garante a sustentabilidade do instituto. Ao ingressar, elas conseguem o que chamam de “investidores anjos”. São
pessoas físicas que colocam aportes financeiros na empresa e têm
interesse nesse crescimento. De acordo com Aranha, o investimento é financeiro, mas complementado por serviços de consultoria e
networking. “É o cabelo branco ao lado da garotada que está começando para dar um estímulo”, disse. Segundo ele, há uma escassez de
anjos na área cultural. “Não temos ainda um banco de empresas de
capital de risco que queiram investir nesse setor.”
O instituto também atua em parceria com consultores de mercado que auxiliam no desenvolvimento das empresas. “Apoiamos as
empresas em tudo. Trabalhamos juntos em todos os âmbitos, financeiro, mercado, captação de recursos, jurídico, marketing, comunicação, até logomarca. Atuamos ao lado da empresa para resolver
essas questões que normalmente custariam caro”, explica Aranha.
Atualmente, o Gênesis tem nove empresas incubadas e dez pré-incubadas. Das 150 já incubadas, 90% sobreviveram.
A Moleque Mateiro e a
EPA! Youth Marketing,
incubadas no Gênesis,
apresentaram cases
em reunião do Comitê
de Entretenimento,
Esportes e Cultura
da Amcham Rio
Futuro
Para os próximos anos, Aranha enxerga uma tendência para a
formação de corredores culturais, separados por regiões. Ele cita
locais como o bairro da Lapa, a Praça Tiradentes e a Praça XI, que
podem abrigar diferentes ambientes e atrações. “Temos que pensar
em como aflorar empreendimentos culturais nesses lugares”, projeta
o diretor. Ele acredita que o instituto possa contribuir muito para
o desenvolvimento desses polos culturais. “Podemos preparar e estimular empreendedores e trabalhar com inovação, conhecimento
diferenciado e relacionamentos. Com isso, contribuímos para o nascimento do local e de novos negócios”, disse.
Edição 280_Brazilian Business_25
energia
O Brasil e os desafios
do setor energético
E
Guilherme Valle_
sócio da PwC Brasil
e especialista no
setor elétrico
nergia elétrica é essencial para o bem-estar social e a geração de
riquezas, por isso duas premissas devem ser buscadas para esse
insumo: a segurança de abastecimento e a modicidade no preço.
O Brasil tem um sistema elétrico ímpar, baseado em hidreletricidade e com custos de geração competitivos. Num mundo aterrorizado pelas mudanças climáticas, nossa eletricidade é considerada limpa.
As emissões do setor elétrico brasileiro são até dez vezes menores
quando comparadas às de países cuja base de geração é a carvão, a
exemplo da África do Sul, China, Índia, entre outras economias tanto
em desenvolvimento como desenvolvidas.
Mas a hidreletricidade tem seus riscos, e o climatológico é o
maior deles. Períodos prolongados de seca, como o ocorrido em
2012, colocam o sistema em estresse e demonstram a necessidade
de ampliar nossa margem de manobra, seja por diversificação de
matriz ou por aumento de capacidade instalada. O armazenamento de eletricidade é inviável, em razão do custo elevado. Por isso,
é necessária uma estratégia estruturada para garantir a segurança
de abastecimento.
A estratégia que usamos no Brasil, dada a restrição de opções,
consiste no uso de termelétricas para aliviar a pressão sobre as
usinas hídricas em períodos críticos, contudo o parque térmico
instalado conta com usinas nas quais o custo de operação é extremamente alto, ou seja, a alternativa que temos para os períodos
de seca desequilibra uma das premissas básicas para a eficiência
do sistema elétrico: o preço.
Ainda com relação à modicidade tarifária, temos as medidas
decorrentes da implementação da Lei 12.783/2013, recém-aprovada, que legisla acerca da prorrogação das concessões de geração
de energia elétrica e do regime de cotas, prevendo, inclusive, revisão tarifária. No entanto, a redução nos encargos foi pouco expressiva, e os tributos permaneceram inalterados. A carga tributária e
os encargos incidentes nesse insumo correspondem a aproximadamente 50% do valor pago pelo consumidor, o que tem significativo impacto na modicidade tarifária.
Apesar da revisão legislativa, o Brasil ainda carece de mais
ações no que tange ao sistema energético do País. Na última década, experimentamos ameaças de restrição elétrica. A falta de
ampliação e diversificação de nossa matriz, por exemplo, deixanos expostos ao risco de redução na oferta de eletricidade, o que
causa perda da competitividade nacional na atração de investimentos. Este e outros exemplos reforçam a necessidade de ajustes
estruturais que permitirão ao Brasil inúmeros ganhos, como um
sistema elétrico mais conectado.
“Precisamos crescer economicamente, e nossa
oferta de energia deve acompanhar e superar
esse crescimento”
26_Edição 280_mar/abr 2013
Ernesto Cavasin_
diretor da PwC
Brasil e especialista
em sustentabilidade
É fato que nenhuma estratégia para o
setor pode ser implementada a curto prazo.
Por mais simples que seja uma usina, são
necessários, no mínimo, três anos desde a
concepção do projeto até a entrada em funcionamento, sendo que para hidrelétricas
esse prazo pode se estender a décadas. Esse é
um dos principais aspectos a ser observado
com o intuito de dar mais agilidade ao processo de estruturação. Outro ponto importante é a burocracia necessária para a implantação de novos empreendimentos, especialmente no que diz respeito às questões socioambientais. Por mais delicadas que sejam,
deveriam ser analisadas e resolvidas em prazos mais razoáveis e considerando as garantias institucionais mínimas aos investidores e
demais envolvidos no projeto.
Existem grandes desafios na criação
de processos que ofereçam ao setor elétrico uma estrutura que promova e suporte
seu crescimento e, com isso, propiciem a
infraestrutura necessária e a atratividade
para novos investimentos em produção
no País, além, é claro, de possibilitar uma
adequação dos custos de energia elétrica
ao padrão brasileiro, o que afetaria positivamente a competitividade de nossa
indústria de transformação.
Cabe ao governo, então, analisar os tributos e encargos incluídos na composição
da tarifa de eletricidade, a fim de não pressionar demasiadamente o insumo. Nossa
matriz energética tem uma base hídrica
competitiva e operante, e essa independência de combustíveis com valor tangível e
crescente deve ser aproveitada em prol da
base produtiva. Adicionalmente, devem ser
consideradas a diversificação de nossa
matriz, os impactos ambientais e também as
novas tecnologias que permitem, em determinadas situações, a redução de poluentes,
sobretudo em matrizes a carvão.
Há grandes projetos estruturantes em
hidrelétricas, mas com conceitos que divergem de nossa base histórica, que são as usinas operando sem reservatórios. Diante
dessa especificidade, podem ser analisados
novos mecanismos considerando o potencial hídrico ainda não explorado e em consonância com as questões ambientais pertinentes. Há também a possibilidade de uso
de fontes alternativas, como a energia solar,
ainda pouco explorada por não ser economicamente sustentável, a eólica, cujo uso
pode ser ampliado, a biomassa e outras.
O País apresenta uma base potencial e
vocação para energia limpa. Esse é um fator
que nos diferencia e traz vantagens, porém,
devemos continuar investindo na expansão
e nos mecanismos de atratividade que propiciem os recursos necessários para o setor, que
demanda uso contínuo de capital intensivo.
Nosso marco regulatório é relativamente novo, mas já sofreu alterações relevantes em 2004, com o novo modelo do
setor, e novamente em 2012, com a renovação das concessões. É salutar que a regulação evolua à luz de novos fatos e em
benefício do setor como um todo. No
entanto, a óptica do investidor por vezes
privilegia o cenário de estabilidade. Nesse
contexto, devemos manter as condições de
atratividade de capital para fazer face aos
investimentos requeridos.
Precisamos crescer economicamente, e
nossa oferta de energia deve acompanhar e
superar esse crescimento. Temos condições
de manter nossa vocação de uso de energia
limpa, mas devemos, neste momento, voltar
a refletir sobre o aspecto institucional do
setor e verificar os mecanismos de segurança, para que possamos trabalhar em um
cenário de previsibilidade e com um custo
que aumente nossa competitividade.
sxc
artigo
Edição 280_Brazilian Business_27
especial
Foi dada a
largada
Copa das Confederações é o primeiro dos grandes
eventos esportivos que mobilizam a cidade
O
Por Cláudio Rodrigues
Brasil vai estar em campo quando o
juiz apitar o início da primeira partida da Copa das Confederações.
A seleção de futebol enfrentará o Japão em
Brasília, às 16h do dia 15 de junho, dando
oficialmente a largada numa longa jornada na qual o País sediará grandes eventos
esportivos. A maratona só terminará três
anos depois, com o encerramento dos Jogos
Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Antes mesmo de a bola rolar, surgem as
oportunidades de negócios. Estudo do Sebrae calcula que a preparação para a Copa
do Mundo já rendeu mais de R$ 100 milhões em vendas para empresas de micro e
pequeno porte de todo o País. Levantamento encomendado à Fundação Getulio Vargas
mapeou 930 possibilidades de negócios em
dez setores: agronegócio, madeira e móveis,
vestuário, serviços, comércio varejista, construção civil, turismo, economia criativa, artesanato e tecnologia da informação.
28_Edição 280_mar/abr 2013
O Brasil já está em evidência, garante estudo
da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC)
para a Rio Negócios (agência da Prefeitura).
O trabalho prevê a geração de mais de 90 mil
empregos e a aplicação de R$ 53,2 bilhões em
áreas como infraestrutura, telecomunicações,
turismo, seguro e publicidade.
As oportunidades que aparecem para brasileiros são ainda mais sólidas para os cariocas. O
Maracanã será o palco do jogo mais importante
da competição, a final, prevista para as 19h do
dia 30 de junho. O estádio também será palco
da decisão da Copa do Mundo, em 2014. Em
2016, o Rio de Janeiro especificamente será a cidade-sede da Olimpíada. Na ocasião, a Câmara
de Comércio Americana do Rio de Janeiro celebrará o primeiro centenário. A Amcham Rio,
por sua vez, acompanha os preparativos para os
grandes eventos. Sobretudo no que toca às seis
bandeiras prioritárias: energia; entretenimento;
logística e infraestrutura; seguros e resseguros;
sustentabilidade; turismo.
sxc
A começar pelo entretenimento; uma
das competições mais novas da Fifa, a Copa
das Confederações, realizada a cada quatro
anos, tem sido considerada o “aquecimento”
do país-sede da Copa do Mundo. Por causa
de sua fórmula, também é conhecida como
a batalha entre os continentes, os quais são
representados por pelo menos uma equipe.
Além de polpudas premiações, está em disputa a taça, que tem 40 centímetros de altura
e 8,6 quilos de bronze banhado a ouro.
No Brasil, será a primeira vez que a competição reunirá quatro campeões do mundo:
Uruguai, Itália, Espanha e os anfitriões da
festa. Nosso país, aliás, tem mais participações (esta será a sétima vez em que disputa a
competição), mais títulos (a seleção foi campeã três vezes, em 1997, 2005 e 2009, além
de um vice-campeonato em 1999), mais
partidas disputadas (28), mais vitórias (18)
e mais gols (64). Ganhou os sete últimos jogos e não perde há oito. A última derrota foi
em 2005, quando o México venceu por 1 a 0,
em Hannover. O goleiro brasileiro Dida é o
atleta com mais jogos disputados no torneio,
atuando 22 vezes em cinco edições da competição, entre 1997 e 2005.
A competição entre seleções nacionais
deve deixar um legado que beneficiará os
clubes locais. Os investimentos em construções e reformas de estádios, além do
crescimento econômico do País, são apontados pela empresa de consultoria Deloitte
como fatores que devem levar os clubes daqui, assim como os da Rússia, a ameaçar os
clubes europeus em termos de arrecadação
anual. Atualmente, três times brasileiros,
sendo apenas um do Rio de Janeiro, figuraram na lista dos top 50: Corinthians, São
Paulo e Flamengo. “Os investimentos nos
estádios brasileiros para a Copa de 2014
serão uma excelente oportunidade para os
clubes melhorarem a média de público nos
jogos e conseguirem manter uma regularidade de torcedores presentes nas partidas”,
disse em comunicado o consultor do Sports
Business Group da Deloitte, Richard Battle.
“Esperamos que as receitas dos clubes brasileiros continuem crescendo e, dessa maneira, será possível que um deles figure no
top 20 do ranking nos próximos anos. Com
uma receita equivalente a dos clubes europeus, também será cada vez menos difícil
manter os principais jogadores no Brasil e
trazer estrelas do futebol mundial para jogar no País”, complementa Battle.
O dinheiro investido nos estádios do Brasil
não é pouco, mesmo assim, é parte do total dos
gastos em infraestrutura. Só o BNDES aportou,
dentro do programa BNDES ProCopa Arenas,
R$ 400 milhões no Maracanã, o mesmo valor
no Mineirão e na Arena Pernambuco. Além
disso, o Castelão contou com financiamento de
R$ 351,5 milhões e a nova Fonte Nova, R$ 323,6
milhões. Estas operações do banco são financiamentos tradicionais, sobre os quais incidem
taxas de juros (custo financeiro de TJLP, de 5%
ao ano; mais remuneração do BNDES de 0,9%
ao ano; além de taxa de risco de crédito, que varia de acordo com o perfil do cliente, podendo
chegar a um máximo de 4,18% ao ano). Se a
operação for indireta (ou seja, se tiver um banco
repassador dos recursos), haverá ainda a taxa de
intermediação financeira de 0,5% e a remuneração da instituição financeira repassadora. O
prazo de amortização é de até 180 meses, já incluído o período de carência de até 36 meses.
Estudo do Sebrae calcula que a preparação
para a Copa do Mundo já rendeu mais de R$ 100
milhões em vendas para empresas de micro e
pequeno porte de todo o País
Estimativas indicam que o Maracanã deverá consumir mais de R$ 1 bilhão na reforma. Sem falar nas melhorias do entorno. Os
investimentos relacionados à competição se
multiplicam conforme a criatividade do brasileiro e o tino para negócios do empresário.
Vão desde as grandes obras de infraestrutura,
como a instalação de corredores expressos de
ônibus (BRTs), que o Rio já vem recebendo,
até o álbum de figurinhas oficial, lançado no
Brasil pela primeira vez tendo como mote a
Copa das Confederações.
Nem tudo, porém, acontece dentro dos
melhores padrões. Pesquisas do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) apontam que 59% dos comerciantes
brasileiros dizem não estar preparados para
receber a Copa das Confederações. Depois
de Brasília e Belo Horizonte, o Rio de Janeiro é o local onde há mais empresários que se
dizem despreparados.→
Edição 280_Brazilian Business_29
especial
Até mesmo a Fifa critica os sucessivos atrasos no cronograma
das obras. Apesar de aceitar as mudanças para a Copa das Confederações, a entidade sustenta que não fará qualquer concessão para
a Copa do Mundo, para a qual a data limite de entrega dos estádios
é dezembro de 2013. “Sobre isso, não faremos nenhuma concessão.
Organizar a Copa do Mundo da Fifa é um trabalho infinitamente
mais complexo e mais exigente do que organizar a Copa das Confederações, que envolve apenas 25% do número total de jogos. Estamos aguardando mais de meio milhão de visitantes estrangeiros
em 2014 e um total de mais de 3 milhões de espectadores reunidos
nos 12 estádios. A escala e a magnitude da Copa do Mundo requerem um período de configuração operacional de pelo menos seis
meses”, afirmou Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa.
Por exemplo, garantir que as imagens das 64 partidas cheguem
a quase metade da população mundial, como em 2010, exige que
as instalações técnicas e de infraestrutura dentro dos estádios se
iniciem, no máximo, em janeiro de 2014. Isso sem falar nos aspectos logísticos e de deslocamento de torcedores, autoridades e
jornalistas durante o evento, que precisam de um alinhamento
preciso. Tudo isso precisa ser testado e aperfeiçoado. “Dessa forma,
enquanto mantemos foco na realização da Copa das Confederações, precisamos continuar trabalhando paralelamente com toda a
velocidade na infraestrutura de 2014”, complementou Valcke.
Estar no foco das atenções de todo o mundo também significa
receber mais estrangeiros no País. De acordo com o Ministério do
Turismo, os destinos brasileiros receberam 5.676.843 visitantes de
fora do Brasil em 2012: um crescimento de 4,5% em relação a 2011.
Os países da América do Sul são os principais emissores, respondendo por 46,3% do total. “Temos avançado, mas o ritmo ainda
pode melhorar. Nossos números ainda são pequenos se levarmos
em consideração todo o potencial brasileiro”, afirmou o ministro
do Turismo, Gastão Vieira, no portal mantido por sua pasta.
Apesar de São Paulo ser a principal porta de entrada dos turistas estrangeiros (foram 2.110.427 chegadas em 2012), o Rio de
Janeiro aparece em primeiro lugar na lista de destinos de lazer, respondendo por 1.164.187 de turistas.
A chegada de estrangeiros e de grandes investimentos abrem as
portas do mercado de seguros e de resseguros. Na Copa da África
do Sul, por exemplo, realizada em 2010, as principais seguradoras
foram cautelosas no processo de contratação de seguro pela Fifa
para cobrir eventuais prejuízos.
No Brasil, o setor de seguros já vem registrando crescimento
médio da ordem de 10% ao ano e deverá chegar a marcas acima
dessa taxa, justamente por causa dos grandes eventos. Geralmente,
eles movimentam uma grande gama de seguros, desde a cobertura
de danos nas instalações, que já começa durante a fase de obras,
passando pela infraestrutura em geral dos eventos, até mesmo a
danos causados a terceiros durante as competições ou catástrofes,
sejam elas naturais ou atentados terroristas. As empresas que trabalham com serviços também recorrem a seguros. Os prestadores
de serviços fazem apólices para equipamentos e funcionários.
30_Edição 280_mar/abr 2013
No Brasil, o setor de seguros já vem
registrando crescimento médio da ordem
de 10% ao ano e deverá chegar a marcas
acima dessa taxa, justamente por causa
dos grandes eventos
Para o setor de energia, a Copa das
Confederações pode ser encarada como
um grande teste. O principal temor é que
uma falha no sistema provoque um apagão
justamente quando todos estão de olho no
Brasil. O Operador Nacional do Sistema já
está tomando medidas para evitar transtornos. Durante os jogos, haverá redução
no carregamento dos principais troncos
de transmissão, visando minimizar os riscos de queda de fornecimento. As termelétricas serão acionadas para reforçar a estabilidade do sistema, e oito forças-tarefa
cuidarão do suprimento durante os jogos,
com base no desempenho da transmissão
de alta tensão e do potencial de distribuição. Estimativas da ONS indicam que R$
100 milhões serão gastos para preparar o
País para os grandes eventos.
Com a energia garantida, o Brasil pretende fazer uma Copa das Confederações
“verde-amarela-verde”. Os estádios têm
certificação Leed, que exige as melhores tecnologias em termos ambientais. O
Maracanã, por exemplo, tem uma série de
dispositivos ecológicos, como o sistema de
captação de água da chuva. Há iniciativas
de reaproveitamento de resíduos, reciclagem e compensação de emissões, várias
são as ações pensadas para que o megaevento sirva de marco para políticas públicas atentas às questões do meio ambiente
e das mudanças climáticas. “O Brasil vai
mostrar o talento do futebol e do ecofutebol. Fará uma Copa modelo na questão
ambiental”, afirmou a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, que complementou: “Vencer a Copa do Mundo não é
só ganhar o troféu, mas fazer a Copa mais
sustentável da história da Fifa”.
Nosso futuro depende de inovação
para operarmos de forma mais limpa,
mais segura e mais inteligente.
A cada ano, investimos bilhões
em tecnologias mais inteligentes
para o desenvolvimento de petróleo e gás,
introduzimos novas formas de energia
no mercado, e investimos
em projetos inovadores com
ideias brilhantes para o futuro.
Portanto, não apenas pensamos
como uma empresa de tecnologia —
somos uma empresa de tecnologia.
Saiba mais em chevron.com/weagree
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CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC.
©2011 da Chevron U.S.A. Inc. Todos os direitos reservados.
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Dr. John Kelly III
John McDonald
Vice-presidente Sênior
IBM Research
IBM
Vice-presidente e Diretor de
Tecnologia
Chevron
Dr. John Kelly III
John McDonald
Vice-presidente Sênior
IBM Research
IBM
Vice-presidente e Diretor de
Tecnologia
Chevron
especial
As conquistas do Esporte
para o Rio de Janeiro
André Lazaroni_secretário estadual de Esporte e Lazer
A
“A modernização da parte
hidráulica do Maracanã
vai permitir mais de 25%
na redução do consumo
de água e mais de 45% no
consumo de água potável
para irrigação”
32_Edição 280_mar/abr 2013
Copa das Confederações no Brasil será
a primeira com a participação de quatro
campeões mundiais: Brasil (país-sede), Espanha (campeã mundial), Itália (vice-campeã
europeia) e Uruguai (campeão da Copa América). Só esse fato já desperta o interesse do público. Somado ao apelo místico do Maracanã, é
possível imaginar um espetáculo nas arquibancadas e pelas ruas do Rio de Janeiro. O próprio
departamento de marketing da Fifa divulgou
números que comprovam essa expectativa. O
Maracanã teve as duas maiores vendas de ingressos da competição: México x Itália, no dia
16 de junho, com 60.717 ingressos vendidos,
mais até do que a grande final, também no Maracanã, no dia 30 de junho, que vendeu 58.860
ingressos. O interesse pelo jogo no estádio foi
maior do que pela partida de abertura, Brasil
x Japão, no dia 15 de junho, em Brasília, que
vendeu 58.620 ingressos. Outra partida da seleção brasileira, contra o México, no Castelão,
em Fortaleza, atraiu 47.075 pessoas.
O interesse do público se manifesta também
no turismo. Pesquisas revelam que houve uma
expansão média de 6% no número de turistas
estrangeiros nos países-sede em anos de Copa
do Mundo. Em 1998, teve acréscimo de 4% na
recepção de turistas estrangeiros na França; em
2002 foi de 9,8%, no Japão, e 3,9%, na Coreia
do Sul; em 2006 foi de 9,2%, na Alemanha, e
de 9%, na África do Sul, em 2010. E o Rio de
Janeiro está se preparando para atender a esses
consumidores de futebol e da cultura brasileira. Nosso objetivo é fornecer opções de lazer
dentro e fora do Maracanã, em festas ao ar livre
e áreas com telões para a transmissão de jogos.
O mais importante é o conforto que os turistas
e os cidadãos fluminenses terão com os investimentos que estão sendo feitos em mobilidade
urbana e transporte. São mais de cem vagões
novos de trens e metrô com ar-condicionado
para os passageiros, além da construção de
novas estações intermodais, para atender tanto o metrô quanto o transporte de superfície.
A Prefeitura também está cumprindo a parte
dela com BRTs que facilitam o transporte de
massa pela capital, com Transoeste, Transcarioca e Transolímpica.
Outra questão relevante é que o novo
Maracanã segue a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design),
sistema de classificação de sustentabilidade
ambiental para edificações desenvolvido
pelo United States Green Building Council.
O estádio economizará mais de 5% de energia com o novo sistema elétrico, que prevê
ainda a automação e o controle de elevadores (que passam de cinco para 16), escadas
rolantes (de seis para 12), ventilação e iluminação dos ambientes (23 mil luminárias
LED). A modernização da parte hidráulica
do Maracanã vai permitir mais de 25% na
redução do consumo de água e mais de 45%
no consumo de água potável para irrigação.
Mas o mais importante para a população é a questão de segurança. Estive com
jornalistas do mundo inteiro na premiação
do Laureus, considerado o Oscar do esporte,
realizado no Rio de Janeiro, e voltei recentemente de uma feira da Soccerex, em Manchester, na Inglaterra. Em nenhum momento me foi perguntado sobre a insegurança
pública. Anos atrás, antes da gestão do governador Sérgio Cabral, a questão da violência urbana era a principal preocupação da
imprensa brasileira e internacional. Agora,
as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs)
são uma realidade. Portanto, são melhorias
que vão impactar a vida da população nos
próximos anos.
A previsão é que 25 mil jornalistas estrangeiros venham cobrir a Copa do Mundo,
em 2014, sendo 15 mil credenciados e 10 mil
não credenciados. Eles terão muitas pautas
para mostrar ao mundo o novo Rio de Janeiro: seguro, moderno, sustentável, com crescimento econômico e um amadurecimento
do protagonismo do País no cenário e fóruns
internacionais. Vão testemunhar que correspondemos às expectativas de melhoria. Pelo
menos essa vitória fora do campo o povo do
Rio já pode comemorar.
especial
Futebol: paixão
além da prática
e da televisão
John Auton_sócio da Deloitte e responsável por projetos
relacionados a grandes eventos esportivos
C
om a proximidade de eventos esportivos como o Campeonato Brasileiro, com início em maio, e, principalmente, a
Copa das Confederações, em junho, o futebol certamente será
um dos temas mais comentados nos próximos meses dentro e
fora dos campos – principalmente por ser o esporte favorito
dos brasileiros e o mais televisionado. Sem esquecer, é claro,
da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016,
que também vão esquentar as discussões em muitos âmbitos,
sociais ou empresariais.
Duas pesquisas recentes da consultoria Deloitte confirmam
essa paixão nacional. “Muito além do futebol”, realizada com 700
brasileiros de diferentes regiões do País, revela que esse esporte
continua sendo o favorito para 78% dos entrevistados. Em seguida
aparecem o vôlei (46%), a natação (24%) e o tênis (19%). O futebol também é preferência na prática esportiva (32%), seguido por
corrida (17%), musculação (9%) e tênis (8%). É também o esporte
mais televisionado, acumulando 65% das 37 mil horas de transmissão de esportes contabilizadas ao longo de um ano, enquanto
6,5% foram ocupadas pelo tênis, que aparece em segundo lugar.
No entanto, esse favoritismo não se verifica somente por
aqui, em outros países o futebol também tem ganhado força e
receitas expressivas, de acordo com a 16ª edição da Football Money League, que lista os 20 maiores clubes do mundo. Em 2012,
por exemplo, as receitas combinadas dos 20 maiores clubes com
maior rendimento em escala global ultrapassaram os 4 milhões
de euros, um aumento de 10% em relação a 2011. Juntos, eles
contribuem com mais de um quarto das receitas totais do mercado europeu de futebol.
Pelo quinto ano consecutivo, a Football Money League é
liderada por dois clubes espanhóis, Real Madrid e FC Barcelona,
sendo que o Real Madrid se tornou o primeiro, entre todos
os outros desportos, a ultrapassar os 500 milhões de euros de
receitas em apenas um ano (entre 2012 e 2013), representando
um contínuo e forte desempenho econômico. Em 2012, o clube
espanhol alcançou 33,1 milhões de euros (7%), um crescimento
de 512,6 milhões de euros em receitas. Na sequência do ranking
aparecem Manchester United, Bayern München e Chelsea.
Comprovadamente, o futebol tem se tornado um entretenimento lucrativo como negócio nos últimos anos. Desde a primeira
edição da Football Money League (1996/1997) os grandes clubes
europeus quadruplicaram o valor de suas receitas, e a expectativa
para a temporada atual é que fechem com pelo menos 5 bilhões de
euros em receitas totais.
34_Edição 280_mar/abr 2013
Um exemplo prático é o Manchester United, que continua alavancando sua marca global e seu caixa. O patrocínio de sete anos
da General Motors nas camisetas duplicará sua receita entre 2014
e 2015. Este valor, agregado com os novos direitos de transmissão da Premier League, renderá ao clube receitas adicionais entre
20 milhões de libras e 30 milhões de libras.
Do Brasil, o clube mais bem colocado é o Corinthians, na 31ª
posição, com faturamento de 94,1 milhões de euros (R$ 255 milhões) na temporada 2011/2012, ano em que conquistou a Libertadores da América e o Mundial de Clubes da Fifa. O atual campeão
do mundo foi favorecido pela economia brasileira em pleno crescimento e por um movimento de gestão mais profissional do clube.
Com a conquista do Mundial de Clubes da Fifa, no ano passado,
pelo Corinthians, o Brasil é o país com mais títulos no mundial.
Para elaborar o ranking dos times, a Deloitte considerou as
fontes de receitas como patrocínio, direito de imagem pago pelas
emissoras de TV e bilheteria nos estádios. Os três pontos acima
devem ser ainda mais desenvolvidos aqui no Brasil com a atração
de mais torcedores para os estádios, por exemplo. Por outro lado,
os clubes nacionais têm aumentado suas receitas (em transmissão e ações comerciais), em função do crescimento da economia.
Esses fatores, combinados com o substancial investimento nos
estádios para sediar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, indicam que os clubes têm uma forte plataforma para desafiar o domínio da Europa nas principais colocações do ranking
dos top 20. Ainda que não chegue ao topo, nosso futebol pode
galgar boas posições.
Além de fomentar a prática esportiva, os grandes eventos impulsionam uma série de indústrias e áreas de negócios e são bemvindos para o fomento de receitas, financiamentos, aceleração do
desenvolvimento, renovação urbana, seguros, capacitação de mão
de obra em várias frentes. Envolvem ainda o desenvolvimento nas
cidades de centros de convenções, instalações culturais e parques
temáticos, entre outros.
“Além de fomentar a prática
esportiva, os grandes
eventos impulsionam uma
série de indústrias e áreas
de negócios e são bem-vindos
para o fomento de receitas”
entrevista
Inclusão de pessoas
com necessidades
intelectuais
Carlos Külps / Consulado Geral dos EUA
Receita americana para
grandes eventos
Em visita ao Brasil e com passagem pela Amcham Rio,
a assessora especial do Departamento de Estado para
Assuntos Internacionais dos Estados Unidos, Reta Jo
Lewis, tratou de aproximar governos e empresários
das discussões sobre um legado social para os grandes
eventos esportivos Por Andréa Blum
A
assessora especial do Departamento de Estado para Assuntos Internacionais dos Estados Unidos, Reta Jo Lewis,
liderou uma delegação americana numa visita ao Brasil
e se reuniu com empresários e membros da diretoria da Câmara
de Comércio Americana do Rio de Janeiro, no dia 13 de março.
Reta veio para participar do Fórum de Altos Executivos BrasilEstados Unidos e teve encontros pontuais com lideranças políticas
locais. Interessada em depurar os acordos bilaterais de cooperação,
Reta também teve como motivação discutir o legado social que
os grandes eventos esportivos podem deixar ao Brasil e reforçar a
capacidade que os esportes têm na integração das comunidades e
na inclusão social. “Queremos auxiliar o Brasil na construção de
um legado para a sociedade após a Copa do Mundo, em 2014, e a
Olimpíada, em 2016”, destacou. A revista Brazilian Business teve a
oportunidade de conversar com Reta, que estava acompanhada de
Michelle Kwan, ex-patinadora e medalhista olímpica, atualmente
conselheira sênior do Departamento de Estado dos EUA para Diplomacia Pública e Relações Públicas. Confira a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva concedida à Brazilian Business,
na sede da Amcham Rio, no Centro da capital fluminense.
Brazilian Business: Quais são os objetivos e as motivações
de sua visita ao Brasil?
Reta Jo Lewis: Viemos conversar com representantes do con-
gresso, além dos governadores e prefeitos brasileiros que estarão sediando os próximos grandes eventos esportivos. O nosso
foco é cooperar com o Brasil para encontrar parcerias e soluções
para ajudar o País a sediar os jogos que estão por vir. O governo
americano está dando atenção especial nessa cooperação entre
os dois países. Existem tantas coisas em comum nos diversos
níveis governamentais com os congêneres americanos que sediaram grandes eventos esportivos, festivais e diferentes tipos de
atividades. Nós temos eventos importantes como Super Bowl e
Rose Bowl Parade. Esse assunto sempre envolve desenvolvimento econômico e humano, criação de empregos e inclusão social.
Portanto, é no trabalho de longo prazo que esses eventos têm de
ser bem-sucedidos no Brasil, da mesma forma que têm sido nos
Estados Unidos, ao longo das últimas décadas.
36_Edição 280_mar/abr 2013
BB: Quais são as oportunidades que a senhora enxerga no Brasil?
RJL: Os eventos são uma oportunidade de desenvolvimento eco-
nômico não apenas para as cidades ou os Estados, mas para todo
o País. Nós realmente estamos concentrando esforços em como
nossos pares podem trabalhar juntos e buscamos trocas de informações técnicas. Realmente vemos a segurança como uma área
importante, na qual estamos focando e para a qual damos uma
atenção especial. Aqui no Brasil tivemos grande apoio do ministro da Justiça em relação à questão da segurança envolvida nos
próximos grandes eventos esportivos e vimos o grande trabalho
de coordenação que foi realizado e que vai continuar a ser feito.
BB: Qual a importância das câmaras de comércio nesse processo?
RJL: Como antiga executiva da Câmara de Comércio Americana,
para mim é sempre muito emocionante ver que tudo o que tenho
aprendido e meu papel, não apenas neste emprego, mas também
no anterior, tem relação com esforços em torno de parcerias e colaboração. O setor privado é o maior parceiro nesses esforços de
cooperação que vemos acontecer tanto nos EUA quanto aqui no
Brasil. É sempre importante haver espaços para dialogar não só
com nossas empresas americanas, mas também com as indústrias
brasileiras e federações que apoiam o ambiente de negócios. É isso
o que vai acontecer em relação aos jogos. Por isso, é importante
que a câmara de comércio continue com as conversações e entenda
o que está se fazendo não apenas no Rio, mas também em outras
cidades-sede sobre essa vitrine de oportunidades.
“Sabemos que os
esportes são uma
grande oportunidade
de inclusão social e
podem ajudar o Brasil a
enfrentar problemas”
BB: Como a senhora percebe a posição do Brasil diante
dos outros Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
em relação ao desenvolvimento?
RJL: Estamos muito felizes com os esforços empreendidos em
termos de cooperação binacional. Na atual conjuntura econômica, qualquer esforço que enxergamos que leve a um fortalecimento das relações em qualquer nível é muito importante.
Todo o nosso compromisso de política externa tem sido voltado
para esse nível de cooperação. Isso que nos deixa entusiasmados pelo que tem sido acertado e realizado por todos os países
do Brics e, em especial, estamos animados com as perspectivas
aqui no Brasil.
BB: A senhora vê um bom momento para projetos
de inclusão social?
RJL: Sabemos que os esportes são uma grande oportunidade de
inclusão social e podem ajudar o Brasil a enfrentar problemas.
Por isso, quero compartilhar o amplo conhecimento que nossos líderes possuem nessa área. Medidas de inclusão compreendem não só os negros, mas também as mulheres, as comunidades indígenas, as pessoas com necessidades especiais, enfim,
são medidas voltadas para a perspectiva do desenvolvimento
econômico. Estou feliz de estar aqui com atletas olímpicos que
também corroboram para a ideia de como os esportes são inclusivos e importantes para o desenvolvimento econômico.
BB: Há alguma parceria futura aqui no Brasil?
RJL: O Brasil tem um longo trabalho pela frente até os jogos.
Qualquer comunidade carente necessitada de saúde, educação
e de outras condições básicas. É com essa inclusão social que
os Estados Unidos estão prontos a cooperar desde o início dos
entendimentos, em 2011, com a assinatura do memorando de
cooperação, visando os próximos eventos esportivos. Estamos
muito entusiasmados em viajar pelo Brasil, conversar com autoridades locais e federais, localizar problemas e apontar soluções
em que poderemos ajudar utilizando nossos líderes, homens de
negócios, do setor educacional, e vamos trabalhar para que todos esses acordos virem realidade.
Diretoria da
Amcham Rio
recebe delegação
dos EUA liderada
pela assessora
especial do
Departamento
de Estado
para Assuntos
Internacionais dos
Estados Unidos,
Reta Jo Lewis
Michelle Kwan_ex-patinadora e
medalhista olímpica, atual conselheira
sênior do Departamento de Estado
dos EUA para Diplomacia Pública
e Relações Públicas e membro do
conselho da Special Olympics
T
ivemos ontem [12 de março] uma
produtiva reunião com o ministro
dos Esportes, Aldo Rebelo, na qual tratamos de parcerias para os jogos e de
como as oportunidades criadas pela
Copa do Mundo e a Olimpíada podem
ser utilizadas futuramente para uma
maior cooperação entre Brasil e EUA.
Os Estados Unidos são um dos países do “mundo livre” que não têm uma
política de parcerias para os esportes
olímpicos. O Comitê Olímpico Americano necessita dessas parcerias e patrocínios do setor privado para ajudar nossos
atletas a treinar sem outras preocupações. Quando treinava como atleta, estava por conta própria e tinha que pagar
todas as minhas contas, além dos meus
treinadores, do meu bolso. Isso coloca
muita pressão nas famílias, e elas se
esforçam muito para manter seus filhos
treinando esportes olímpicos.
Também falei com o ministro sobre a nossa experiência com a Special
Olympics, uma frente de educação e inclusão por meio do esporte para muitas
pessoas com necessidades intelectuais
especiais, diferente da Paraolimpíada,
na qual apenas as necessidades físicas
especiais são trabalhadas. A Special
Olympics também é considerada uma
organização de saúde, uma vez que os
atletas passam por check-ups completos, com atendimento voluntário de médicos, dentistas e outros especialistas.
Eles têm uma programação completa
a cada dois anos com Jogos de Verão e
de Inverno e viajam para vários países
nos quais nunca pensaram em estar.
Com isso, são desenvolvidas capacidades intelectual, física e motora, além de
a autoestima e a imagem positiva desses atletas perante a sociedade serem
cultivadas. Seu lema é de que qualquer
um pode vencer e, se não conseguir, ao
menos teve a coragem de tentar.
Edição 280 Brazilian Business_37
ponto de vista
Diego Mattos Osegueda
advogado do BM&A – Barbosa, Müssnich & Aragão
Nomes empresariais têm poder de exclusão limitado
contra o uso e registro de marcas
A
I Jornada de Direito Comercial, promovida pelo Centro de Estudos
Judiciários do Conselho Nacional da
Justiça Federal, foi responsável pela aprovação e publicação de 57 enunciados sobre
a matéria, como forma de orientar a interpretação de nossos tribunais em casos
envolvendo temas relacionados, incluindo
conflitos que envolvam direitos sobre marcas e nomes empresariais.
A importância desses dois institutos
jurídicos decorre de sua função identificadora e distintiva das atividades do agente de
comércio em relação aos consumidores, de
modo a evitar confusão ou desvio irregular
de clientela.
A orientação do Enunciado Nº 2, emitido na referida jornada, é no sentido de que
a vedação ao registro e, por conseguinte, ao
uso de uma marca que contenha elemento
característico ou diferenciador colidente
com nome empresarial previamente constituído perante o registro próprio, deverá ser
interpretada restritivamente e em consonância com o Art. 1.166 do Código Civil.
O enunciado, que não tem força vinculante, busca nortear os julgadores quando
da apreciação de conflitos entre esses elementos identificadores do comerciante, de
acordo com as novas regras dispensadas
aos nomes empresariais mencionadas no
Código Civil.
A importância desses dois
institutos jurídicos decorre
de sua função identificadora
e distintiva das atividades
do agente de comércio em
relação aos consumidores
Isso porque, enquanto a lei civil anterior não fixava limite territorial de proteção aos nomes empresariais, o atual
código limitou seu poder de exclusão à unidade da federação na qual o nome empresarial está registrado perante o
Registro do Comércio, salvo se proceder na forma especial
prevista no parágrafo único do respectivo dispositivo do
Código Civil citado.
Assim, se antes do Código Civil em vigor os tribunais
adotavam de forma consolidada o princípio da anterioridade (STJ. Resp. No. 671.736/PE) para dirimir conflitos entre
marcas e nomes empresariais, pois à época ambos os títulos
garantiam proteção nacional, sob a lei atual, o julgador tem
diante de si a nova limitação territorial no momento de exercer sua convicção.
A alteração das regras do jogo com o advento do Código
Civil atual pode dificultar a aplicação do Art. 124, V da Lei
9.279/96, Lei de Propriedade Industrial, que determina a
vedação à concessão de registro como marca a sinais que
imitem ou reproduzam nomes empresariais.
Em um caso hipotético, se o registro de um nome empresarial no órgão competente do Estado de Goiás foi capaz de
justificar a nulidade de uma marca depositada posteriormente perante o Inpi por titular sediado no Estado de
Alagoas, a partir dessa mudança legal é possível que a nulidade desta marca não mais seja decretada na forma dessa
vedação da Lei de Propriedade Industrial acima indicada.
Portanto, para que seja negado registro a um sinal como
marca em razão da existência de um nome empresarial, possivelmente o seu titular terá que comprovar que detém o
exigido registro, na forma comum ou especial (Art. 1.166 e
único do Código Civil), na mesma unidade da federação do
titular da marca ou demonstrar que a destinação territorial
principal da marca atacada, ou mesmo seu uso na unidade
estadual em que está registrado o nome do empresário, é
passível de gerar danos e confusão ao consumidor.
Precedentes judiciais quanto à primeira hipótese já são
encontrados em nossos tribunais (STJ. Resp. 1.204.488/
RS), sendo esperado que, após a edição deste enunciado, a
jurisprudência se pacifique e também se aperfeiçoe, de
modo a se adequar às demais hipóteses que sejam apresentadas ao Judiciário.
Compromisso de longo prazo
com o desenvolvimento do país
A BG Brasil é parte do BG Group, companhia integrada de gás natural que atua na exploração e produção
de hidrocarbonetos em mais de 20 países. Presente no Brasil desde 1994, a BG Brasil tem compromisso de
longo prazo com o país e conta com um programa multibilionário para o pré-sal.
A companhia apresenta alta taxa de sucesso no programa de perfuração em águas profundas na Bacia de
Santos, tendo já investido mais de US$ 5 bilhões no país.
A educação e o desenvolvimento de capital humano voltado à economia do conhecimento estão entre
as prioridades da BG Brasil. A estratégia de sustentabilidade da companhia tem foco em tecnologia,
investimento social, conteúdo local, meio ambiente e segurança – pilares que guardam estreita sintonia
com os interesses nacionais.
www.bg-group.com/brasil
38_Edição 280_mar/abr 2013
comitês
Comitês setoriais pretendem
movimentar Amcham Rio em 2013
Boa parte das realizações da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro se dá
por meio de seus 11 comitês setoriais, que se reúnem periodicamente para organizar estratégias
e ações que colaborem com o ambiente de negócios do Estado do Rio e representem as empresas
associadas em suas frentes e bandeiras. São eles: Assuntos Jurídicos, com os subcomitês de
Propriedade Intelectual e Tax Friday; Energia; Entretenimento, Esportes e Cultura; Logística
e Infraestrutura; Marketing; Meio Ambiente; Recursos Humanos; Responsabilidade Social
Empresarial; Saúde; Seguros, Resseguros e Previdência; Tecnologia da Informação
e Comunicação. Confira suas principais ações e decisões para 2013.
Por Isabel Correia
Energia
O Brasil pode apostar na autossuficiência na produção de
óleo e gás. A afirmação é do professor do Instituto de Economia
e do Grupo de Economia de Energia da UFRJ Edmar Luiz Fagundes de Almeida, que palestrou durante reunião do Comitê de
Energia da Amcham Rio, em 26 de março. Segundo ele, o caminho para alcançar este objetivo pode ser a exploração do gás não
convencional. Manuel Fernandes, sócio da KPMG, está à frente
do grupo. Leia mais sobre este debate no site amchamrio.com.
Meio Ambiente
O Comitê de Meio Ambiente, comandado por Kárim Ozon,
sócia do Veirano Advogados, promoverá eventos sobre temas
como resíduos sólidos, logística reversa e licenciamento ambiental. Também serão levantadas as questões ambientais nos setores
de óleo e gás, energia, mineração e portuário. O comitê realizará
ainda o 9º Prêmio Brasil Ambiental, em setembro, que terá como
tema principal o patrimônio histórico brasileiro. A premiação
elege a cada ano as melhores práticas ambientais desenvolvidas
por empresas brasileiras. As inscrições de projetos podem ser feitas pelo site amchamrio.com.
Responsabilidade Social Empresarial
O Comitê de Responsabilidade Social Empresarial da
Amcham Rio, liderado por Silvina Ramal, sócia da ID Projetos
Educacionais, vai priorizar temas como educação e qualificação
de mão de obra, governabilidade, voluntariado e engajamento,
sustentabilidade, incentivos fiscais e relações intersetoriais, além
de desenvolvimento local, como temas para as próximas ações
deste ano. Além das reuniões mensais, que serão realizadas nas
empresas dos membros participantes, o comitê vai promover debates com especialistas sobre os temas centrais.
40_Edição 280_mar/abr 2013
pedro kirilos
Propriedade Intelectual
e Tax Friday
Os subcomitês de Propriedade Intelectual e Tax Friday, liderados pelos vicechairpersons, Andreia de Andrade Gomes, sócia do TozziniFreire Advogados, e
Richard Edward Dotoli, sócio do Siqueira Castro Advogados, estão preocupados
em entender a interpretação de casos que
envolvam a venda de marcas e ativos intangíveis, principalmente para definir de
forma apropriada aplicação de possíveis
tributos devidos. Entre os demais temas
previstos pelo grupo para 2013 estão
multas e penalidades administrativas tributárias, remissão e anistia para créditos
tributários, malha fina para empresas e
transfer pricing.
Logística e Infraestrutura
A convite do chairperson Álvaro Palma de Jorge, sócio do Barbosa, Müssnich
& Aragão Advogados, o Comitê de Logística e Infraestrutura recebeu, no dia 2 de
abril, o subsecretário de Projetos Estratégicos e Concessões de Serviços Públicos e
Parcerias Público-Privadas da Prefeitura
do Rio, Jorge Arraes. Ele apresentou o projeto de revitalização da Prefeitura para a
zona portuária. Confira a cobertura completa na seção Coluna Rio desta edição
(pág. 22).
Recursos Humanos
Escassez de mão de obra qualificada
aumenta demanda por estrangeiros. Esta
foi a conclusão do evento realizado pelo
Comitê de Recursos Humanos Ideas Exchange: Importação e Exportação de Executivos: Novo Panorama em Recursos
Humanos e Seus Aspectos Jurídicos, promovido em 10 de abril. Veja a reportagem
completa nesta edição na página 50.
Assuntos Jurídicos
Este ano, o Comitê de Assuntos Jurídicos, liderado por Julian Chediak, do
Chediak Advogados, e com o apoio de
dois subcomitês – de Propriedade Intelectual e Tax Friday – espera discutir
demandas relevantes para o setor, como
o novo Marco Civil da Internet, tema de
bastante relevância para o País. A intenção é discutir as dificuldades encontradas no projeto de lei. O comitê pretende
ainda realizar eventos sobre inovação
tecnológica e incentivos fiscais para os
setores de óleo e gás e mineração, em
parceria com o Comitê de Energia da
entidade, e discutir questões como infraestrutura logística dos aeroportos,
conteúdo nacional, flexibilização de
mão de obra estrangeira e incentivos
fiscais para a instalação de empresas no
Rio de Janeiro.
O ex-presidente
da Amcham Rio,
Henrique Rzezinski,
homenageia os
chairpersons pelo
trabalho à frente dos
comitês setoriais da
entidade durante
cerimônia de posse
do novo presidente,
Roberto Ramos,
realizada em
5 de abril
Marketing
Eventos relacionados às bandeiras estratégicas da entidade – energia, entretenimento, seguros e resseguros, sustentabilidade, logística e infraestrutura e turismo
– serão o norte do Comitê de Marketing,
liderado por Noel De Simone, sócio do
Grupo Casa da Criação. As próximas
ações promovidas pelo comitê colocarão
em pauta assuntos integrados às bandeiras conectando-os ao marketing, como
entretenimento, seguros e turismo.
Entretenimento,
Esportes e Cultura
Liderado pelo presidente da Rio Film
Commission, Steve Solot, o Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura pretende
debater questões como incentivos à cultura,
megaeventos esportivos e oportunidades de
negócios no mercado de entretenimento. O
grupo também vai abordar questões relativas à Propriedade Intelectual, como direitos
autorais, patentes e marcas, e à indústria da
moda e discutir os impactos da lei que exige
uma cota de conteúdo nacional em canais
de TV paga. Em uma de suas reuniões, o
comitê recebeu empreendedores ligados ao
Instituto Gênesis, uma incubadora de projetos da PUC-Rio, que transforma boas ideias
em empresas. Leia mais sobre o assunto na
seção Radar desta edição (pág. 24).
Edição 280 Brazilian Business_41
news
Amcham Rio
empossa
nova diretoria
Em evento no MAM, autoridades, associados e diretoria
celebram a escolha do novo corpo diretor,
que irá liderar a entidade em 2013 e 2014
Por Cláudio Rodrigues Fotos Pedro Kirilos
O
Museu de Arte Moderna é capaz
de reunir a imponência arquitetônica com a beleza natural da Baía
de Guanabara, além das cores e formas dos
jardins de Roberto Burle Marx. Dentro do
salão de eventos, outro Roberto recebia um
desafio: plantar realizações e colher conquistas na Câmara de Comércio Americana
do Rio de Janeiro (Amcham Rio). Durante
a cerimônia de posse como presidente da
Amcham Rio, Roberto Ramos, ao lado do
novo quadro de diretores, anunciou que a
prioridade de sua gestão será a implementação de seis bandeiras: energia; entretenimento; logística e infraestrutura; seguros e
resseguros; sustentabilidade; turismo.
O discurso de Ramos salientou a importância histórica da Amcham Rio, a primeira
câmara americana a ser fundada na América Latina, em 1916, e a proximidade de seu
primeiro centenário. Ressaltou o bom momento do Rio de Janeiro, que recebe investimentos e conquista vitórias na área da segurança pública e apontou para o futuro, tanto
para as mudanças relacionadas à cidade e ao
Estado, onde serão realizados megaeventos
como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos
Olímpicos de 2016, quanto para os projetos
da própria câmara. “Hoje, desfrutamos de
sólida situação econômico-financeira. Sem
dúvida, um grande crédito às últimas administrações da Câmara de Comércio Americana do Rio”, ressaltou Ramos.
42_Edição 280_mar/abr 2013
Acima, membros
da nova diretoria
prestigiam o evento de
posse das lideranças
para o próximo biênio
À esquerda,
Henrique Rzezinski
passa o cargo para
Roberto Ramos
À direita, o secretário
de Estado de
Desenvolvimento
Econômico, Energia,
Indústria e Serviços,
Júlio Bueno
Ramos salientou a
importância histórica da
Amcham Rio, a primeira
câmara americana a ser
fundada na América Latina,
em 1916, e a proximidade de
seu primeiro centenário
Ele comunicou oficialmente o lançamento do Amcham Rio
Digital, “que representa o início de uma nova era para nossa instituição”, com uma rede corporativa digital que vai potencializar
o relacionamento entre os associados, importante legado do expresidente Henrique Rzezinski, que se despediu do cargo olhando
para o futuro. “Muito já foi feito, e com muito esforço conseguimos
superar as dificuldades e chegar até aqui com as finanças sanadas
e apresentando muitas novidades, sobretudo na área digital. Ramos terá meu total apoio na condução da câmara nos próximos
dois anos e tenho certeza absoluta de que, com sua competência
e seu carisma, ele irá liderar a preparação da Amcham Rio para a
celebração do centenário, em 2016, como um marco inesquecível
na nossa história.”
Diante de uma plateia repleta de autoridades e empresários, a cerimônia de posse
de Ramos também foi palco de importantes anúncios. O ministro da Secretaria de
Aviação Civil, Wellington Moreira Franco,
aproveitou para adiantar detalhes do projeto de melhorias nos aeroportos. Ele prometeu o funcionamento 24 horas por dia
de aeroportos e, futuramente, de portos e
afirmou que, em setembro, será lançado o
edital de concessão dos aeroportos do Galeão, no Rio, e Confins, em Minas. Além de
investimentos em 270 aeroportos regionais
em todo o País.
As mudanças no setor aeroportuário
também significam novas oportunidades de
negócios, ressaltou o ministro: “O governo
precisa trazer para os aeroportos grandes
operadores que ofereçam um padrão de qualidade que garanta ao usuário um tratamento
de cliente. O transporte aéreo não é luxo. Cada vez mais está incorporado como um elemento fundamental para garantir o direito de ir
e vir da população e para facilitar a capacidade empreendedora das
pessoas. Falo dos passageiros e da carga, da atividade comercial”.
O púlpito do MAM também foi usado para anunciar bons resultados de parcerias. O diretor-executivo da agência de investimentos
da prefeitura Rio Negócios, Marcelo Haddad, definiu a Amcham
Rio como a primeira e mais natural parceira. Ele ressaltou, ainda, a
importância das empresas americanas no Rio: 60% das 40 empresas
que ingressaram no Rio são americanas. “Os sinais são evidentes da
retomada da economia do Estado, e as empresas americanas são elemento crucial para a mudança de paradigma que a gente vive”, disse,
ressaltando, também, a vocação da cidade na área de tecnologia.→
Edição 280_Brazilian Business_43
news
Testemunha da posse dos últimos presidentes da Amcham Rio na
última década, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, também aproveitou a
ocasião para comemorar bons resultados, salientando a importância
da abertura no setor de seguros e resseguros. “A abertura se deu com
a agência reguladora fazendo seu trabalho, com as empresas privadas
ganhando espaço, o que deve ser motivo de exemplo e referência nas
nossas reflexões em toda a área de infraestrutura”, disse.
Já o cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, John Creamer,
além de ressaltar o momento positivo do Brasil, tanto no aspecto econômico como político e social, destacou o papel dos fóruns
bilaterais. “Há cerca de 40 mecanismos de cooperação e diálogo
entre Brasil e Estados Unidos, em temas como segurança, energia e
inclusão social”, citou.
Na mesma linha, o embaixador Carlos Henrique Moojen de
Abreu e Silva, diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos, enumerou alguns dos fóruns que
reúnem representantes de ambos os países: “O diálogo propicia conhecimento mútuo e confiança, essenciais para o aprofundamento da cooperação. A mais recente, a parceria público-privada da
aviação, mostra que os dois países com indústrias maduras podem
estabelecer cooperação equilibrada em duas vias. Aqui é uma abordagem setorial, um verdadeiro desafio para a coordenação, que está
nascendo agora”.
O evento teve como patrocinadores master Odebrecht Óleo
e Gás e Telmart; patrocinador PwC; copatrocinadores Chevron,
Ernst & Young Terco e Prudential; apoio de Gaia, Silva, Gaede &
Associados, Vale e MXM Sistemas.
44_Edição 280_mar/abr 2013
O diretor-executivo
da Rio Negócios,
Marcelo Haddad
Da esq. à dir., o cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, John Creamer;
o embaixador Carlos Henrique Moojen de Abreu e Silva;
o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco;
o novo presidente da Amcham Rio, Roberto Ramos
energia
news
O secretário de Desenvolvimento e Planejamento Energético do Ministério
de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, falou em evento da Amcham Rio
Cláudio Rodrigues e Isabel Correia
O
Brasil é reconhecido mundialmente
pela produção de energia limpa, sobretudo por causa do aproveitamento de
suas usinas hidrelétricas. Até mesmo Arnold Schwarzenegger, em recente passagem pelo Rio de Janeiro, citou a capacidade
brasileira de promover as fontes renováveis,
elogiando as hidrelétricas, o programa de
etanol e o potencial de geração de biogás.
Mesmo assim, o ator, ex-fisiculturista, exgovernador da Califórnia e Exterminador
do Futuro (filme de 1984, um dos maiores sucessos de Schwarzenegger) sabe que
é preciso oferecer mais opções eficientes e
renováveis num mundo ávido por energia.
“Admiramos o que o Brasil está fazendo em
termos de energia renovável e para a redução de emissão de CO2. O País tem grandes
ideias que o mundo deveria copiar. Assim
como pode copiar soluções que venham de
outros países”, disse o astro de Hollywood
no dia 25 de abril.
A necessidade brasileira de aumentar
sua oferta de energia foi traduzida em números pelo secretário de Desenvolvimento
e Planejamento Energético do Ministério
de Minas e Energia, Altino Ventura Filho,
durante o seminário “Eficiência energética:
projetos, determinações e investimentos”,
realizado pelo Comitê de Energia da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) no dia 19 de abril. “Em 15
anos, teremos que dobrar a oferta de energia
no Brasil”, resumiu Ventura Filho. Além disso, a meta até 2030 é promover a eficiência
energética capaz de chegar à marca de 10%
de economia de energia – o equivalente ao
total produzido por uma Itaipu.
O diretor-superintendente da Amcham Rio,
Helio Blak; o gerente do Departamento de
Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras,
Fernando Pinto Dias Perrone; o chairperson
do Comitê de Energia da Amcham Rio, Manuel
Fernandes; o secretário de Desenvolvimento
e Planejamento Energético do Ministério de
Minas e Energia, Altino Ventura Filho
46_Edição 280_mar/abr 2013
Atualmente, 44% da energia produzida no Brasil é proveniente
de fontes renováveis, sendo a hidrelétrica o carro chefe. A previsão
é que a participação dessas fontes cresça pouco, chegando a 45%.
Mesmo assim, o percentual é muito maior do que a média mundial, que fica na casa dos 13%. O carvão mineral, grande emissor
de gases de efeito estufa, continua sendo a fonte energética que
move o mundo, inclusive na geração de eletricidade.
O futuro brasileiro, portanto, continuará baseado nas fontes
renováveis, mas a expansão do setor hidrelétrico está chegando
perto do seu limite. De acordo com Ventura Filho, nem mesmo
a modernização do parque hidrelétrico já existente, além da construção de novas unidades, poderia suprir nossa demanda prevista.
Exigências ambientais crescentes dificultam o erguimento de grandes barramentos. “Em termos de capacidade instalada passaremos
de 117 mil MW – atingida em 2007 – para 197 mil MW em 2021,
com prioridade às seguintes fontes: hidrelétrica, eólica e biomassa.
Adotamos essa estratégia porque essas fontes têm grande capacidade de geração e são sustentáveis, além de mais competitivas”, ressaltou o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Energético
do Ministério de Minas e Energia.
“Em
15 anos,
teremos
que
dobrar a
oferta de
energia
no Brasil”
As termelétricas se consolidam como
alternativas eficientes, seguras e ágeis para
aumentar a produção de energia elétrica e
garantir a estabilidade de todo o sistema.
Ventura Filho afirmou que o Brasil ainda
utiliza pouco o gás natural, mas essa produção deverá crescer. A exploração de gás
natural em terra, cuja concessão estará na
12ª rodada de licitações, marcada para outubro, deve se destinar principalmente à
produção de energia elétrica. “A solução é
natural, porque o sistema elétrico precisa
ter geração térmica de base, cujo combustível tenha um baixo custo”. De acordo com
o secretário, essas usinas são necessárias
aos sistemas brasileiros, e a geração a gás se
destaca por ser mais limpa. “É uma geração
que cria condições favoráveis do ponto de
vista ambiental e, sendo competitiva, é uma
solução natural”, defendeu.
A competitividade aumentará por conta
da instalação das novas usinas “na boca dos
poços” de gás, o que dispensaria a construção de novos gasodutos. A previsão é que
até mesmo a energia nuclear aumente sua
participação na matriz brasileira a partir de
2025, quando o potencial das hidrelétricas
estiver mais perto do esgotamento.
Já o diretor de Energia da Wärtsilä Brasil, Jorge Alcaide, destacou, na segunda
parte do seminário, a diversidade da matriz
energética brasileira. “O País tem espaço
para todas as fontes. O uso de usinas térmicas a gás natural de forma a complementar a geração a partir de fontes renováveis
– como hidrelétricas e eólicas – contribui
para manter a confiabilidade do sistema
elétrico, o preço justo para a energia e o
equilíbrio com os apelos ambientais”, frisou
o executivo.
Por outro lado, o gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética
da Eletrobras, Fernando Pinto Dias Perrone, lembrou a tradição brasileira em promover a eficiência energética, hoje moda
mundial, graças ao Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (Procel).
“No ano passado, a iniciativa atingiu mais
de 9 bilhões de quilowatt/hora de economia de energia. O montante é equivalente
ao consumo de quase 5 milhões de residências e equivalente a 2,03% da demanda total de energia do País.” Somente em 2012, o
Brasil consumiu 448 terawatt/hora de energia elétrica. Os principais responsáveis pela
marca foram a indústria e as edificações.
O presidente do
Comitê Brasileiro
do Conselho
Mundial da
Energia,
Norberto de
Franco Medeiros
O último palestrante, o presidente do Comitê
Brasileiro do Conselho Mundial da Energia, Norberto de Franco Medeiros, destacou que o tema
eficiência energética é uma prioridade para muitos países. “Cerca de 70 nações aumentaram sua
eficiência, o que é positivo. Apesar desse avanço,
outras 30 diminuíram o índice. Diante desse quadro, temos que pensar que 2 bilhões de pessoas
no mundo não têm acesso à forma comercial de
energia”, ressaltou Medeiros. O seminário contou
com a mediação do chairperson do Comitê de
Energia da Amcham Rio, Manuel Fernandes, e
da vice-chairperson, Claudia Monte. 
“O futuro brasileiro, portanto, continuará
baseado nas fontes renováveis, mas a
expansão do setor hidrelétrico está
chegando perto do seu limite”
fotos pedro kirilos
Brasil prevê maior participação de
termelétricas na matriz energética
O diretor de Energia da Wärtsilä Brasil, Jorge Alcaide
Edição 280_Brazilian Business_47
news
Prefeitura do Rio promove negociação
de dívidas com o PPI Carioca
Contribuintes e empresas da capital fluminense interessados
em quitar dívidas de tributos municipais têm até 17 de junho
para ingressar no programa de refinanciamento. Evento na
Amcham Rio esclareceu pontos da norma
O
s contribuintes cariocas que adquiriram dívidas nos últimos anos agora
têm uma nova chance de regularizar sua situação. O Programa de Pagamento Incentivado, o chamado PPI Carioca, lançado pela
Prefeitura do Rio de Janeiro, estabelece
descontos para contribuintes com saldo em
aberto em algumas categorias de tributos
do município.
O principal objetivo do programa é
ajustar os juros, as moras e penalidades
ao atual cenário econômico, além de contribuir para uma considerável redução de
processos administrativos na cidade.
Para debater o assunto e esclarecer dú- Da esq. à dir., o sócio
Os casos de parcelamento da dívida referente à Secretaria Muvidas a respeito do programa, o Subcomi- da área tributária
nicipal de Fazenda ou à Procuradoria-Geral do Município iniciados
do escritório
tê de Tax Friday da Câmara de Comércio Dannemann Siemsen antes da data de regulamentação do PPI Carioca são migrados autoAmericana do Rio de Janeiro convidou o Advogados Daniel
maticamente para o programa.
secretário municipal de Fazenda do Rio de Gudiño; o secretário
“O PPI Carioca foi elaborado para aumentar a arrecadação, claJaneiro, Marco Aurelio Santos Cardoso, e o municipal de Fazenda ro, mas também tivemos que ajustar os valores praticados nos tribudo Rio de Janeiro,
procurador-geral do município do Rio de Marco Aurelio
tos da municipalidade frente à queda de juros no País. Além disso,
Janeiro, Fernando dos Santos Dionísio, que Santos Cardoso; o
precisamos de agilidade e da redução do número de processos em
explicaram pontos da norma que regula- vice-chairperson
execução, que é muito alto na cidade”, ressaltou o secretário Marco
do Subcomitê de
menta o PPI Carioca.
Aurelio Santos Cardoso.
Tax Friday, Richard
Desde o dia 18 de fevereiro deste ano, Edward Dotoli; o
O volume de processos impressiona. “Temos 800 mil em execumoradores e empresas da capital fluminen- procurador-geral do
ção agora na Dívida Ativa do município, a maior parte de pessoas
ses que têm débitos de IPTU, ISS (Impostos município, Fernando
físicas. O Estado do Rio de Janeiro têm 100 mil. Temos que redusobre Serviços) e Taxa de Coleta Domiciliar dos Santos Dionísio
zir os números da cidade”, frisou o procurador-geral Fernando dos
de Lixo (TCL) podem pedir ingresso no PPI
Santos Dionísio. Ele salientou que a interrupção no parcelamento
e ter descontos de 50% sobre juros e multas
aplicado pelo PPI Carioca acarreta automaticamente a retomada do
decorrentes de dívida principal, para pagavalor original da dívida, com juros e mora.
mento parcelado, ou 70% para cota única.
O sócio da área tributária do escritório Dannemann Siemsen
Os contribuintes têm até o dia 17 de junho
Advogados Daniel Gudiño também participou do debate e parabenizou a iniciativa da Prefeitura. “É um feito inédito e não deve
para aderir ao programa de refinanciaser observado como um incentivo à sonegação, por causa dos lonmento. Os descontos valem para dívidas de
gos prazos e dos descontos, pelo contrário. O PPI Carioca oferece
IPTU anteriores a 31 de dezembro de 2011.
vantagens ao bom pagador, seja ele pessoa física ou jurídica”, enfaNo caso do ISS, podem requerer o benefício
tizou Gudiño.
os contribuintes que
Até agora, segundo o procurador-geral
têm débitos anterio“O principal objetivo do programa é ajustar
da cidade, a Prefeitura tem observado uma
res a 31 de outubro
os juros, as moras e penalidades ao atual
maior adesão ao programa de pessoas físide 2012. Quem incenário econômico, além de contribuir para
cas ou jurídicas com débitos mais baixos.
gressar no prograuma considerável redução de processos
Ele espera, no entanto, que o PPI tenha
ma poderá parcelar
mais adesões quando o prazo estiver cheas dívidas em até
administrativos na cidade”
gando ao fim.
84 vezes.
48_Edição 280_mar/abr 2013
s O m O s d O ta m a n h O d a
nOssa respOnsabilidade.
a amil é o maior plano de saúde do brasil. são mais de 6 milhões de
clientes contando com a gente dia e noite. Famílias inteiras, empresas
inteiras que têm cada vez mais certeza de que sabem em quem confiar.
O maiOr planO de saúde dO país.
130 mil empresas clientes • 25,2 milhões de ligações por ano
• 2.100 hospitais • 28.700 consultórios e clínicas médicas •
8.200 laboratórios e centros de diagnóstico de imagens.
amil.com.br
news
Escassez de mão de obra qualificada
aumenta demanda por estrangeiros
Seminário promovido pelo Comitê de Recursos
Humanos da Amcham Rio tratou da entrada de
executivos estrangeiros no Brasil e da saída de
talentos nacionais do País rumo ao exterior
A
pesar do grande avanço da universalização da educação no
Brasil, o País ainda esbarra em gargalos que afetam o mercado
de trabalho interno. A informação é do especialista em mercado de
trabalho da Fundação Getulio Vargas Fernando de Holanda Barbosa
Filho, um dos palestrantes do evento Ideas Exchange: Importação e
Exportação de Executivos: Novo Panorama em Recursos Humanos
e Seus Aspectos Jurídicos, promovido em 10 de abril, pelo Comitê
de Recursos Humanos da Câmara de Comércio Americana do Rio
de Janeiro.
Segundo ele, mesmo com a expansão significativa da educação
nos últimos anos, faltam profissionais especializados e com altos níveis de escolaridade no País. “De fato está havendo uma revolução,
mas ainda estamos muito atrás dos Estados Unidos, por exemplo, que
têm uma média de 12 anos de escolaridade”, disse o economista. Segundo ele, 33% da população brasileira tem ensino médio, enquanto
nos EUA a média é de 82%.
O economista ressalta, no entanto, que a carência por mão de obra
especializada é pontual, ocorrendo apenas em determinadas regiões
e em serviços que apresentaram grande expansão nos últimos anos,
como o setor de óleo e gás, indústria naval e engenharia civil. Os setores que buscam profissionais altamente qualificados e que ainda têm
dificuldades de encontrar talentos no mercado nacional estão aumentando a procura por estrangeiros. “Deveríamos flexibilizar ao máximo a entrada de pessoas qualificadas no País. Assim daríamos o salto
de qualidade profissional de que precisamos”, afirmou o economista.
Maria Luisa Souza Costa Soter da Silveira, advogada e sócia do
Veirano Advogados, explicou aspectos legais da vinda de executivos
de outros países. “Com o advento de grandes eventos esportivos
no País, o governo federal criou uma norma para desburocratizar
os trâmites para a vinda de mão de obra envolvida nos eventos.
Esse seria o objetivo dessa legislação. Entretanto, o processo que
deveria ser priorizado não foi implantado ainda pelo Ministério
do Trabalho”, ressaltou.
A diretora da Mundivisas, Mariângela
Martins Moreira, esclareceu as etapas do
processo de transferência sob os aspectos
migratórios e apontou o passo a passo legal
para alguém que pretende trabalhar no Brasil. Ela explica que o governo brasileiro atua
para manter os trabalhadores estrangeiros
de forma legal. “Hoje o Governo entende
a necessidade de mão de obra estrangeira,
mas exige que o processo de migração seja
feito dentro das normas do País”, disse.
Para o sócio-diretor da Korn/Ferry International Alexandre de Botton, também
vice-chairperson do Comitê de RH, está
ocorrendo um fato novo nas empresas de
recrutamento de executivos. “Nos últimos
anos, recebemos cada vez mais currículos de
altíssimo nível de pessoas que não possuem
nenhum vínculo pessoal ou profissional
com o Brasil. Isso não acontecia. A mudança
demonstra o crescimento do País”, frisou.
Os palestrantes indicaram que o País
deixou de ser exportador de talentos individuais e passou a atrair executivos estrangeiros que apostam no bom momento da
economia brasileira. De acordo com os especialistas, o momento é propício para “capturar” capital humano estrangeiro, em virtude dos altos índices de emprego no Brasil e
da crise mundial que afeta mais fortemente
outros países.
O seminário teve o patrocínio do Grupo
Case Benefícios e Seguros. Os painéis foram
mediados pela chairperson do Comitê de
Recursos Humanos da Amcham Rio, Claudia Danienne Marchi, e pelo vice-chairperson do Comitê de Recursos Humanos, Carlos Vitor Strougo.
PRACTICE AREAS
Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura
Administrative Law
Direito Societário
Corporate Law
Mercado Financeiro e de Capitais
Financial and Capital Markets
Direito da Concorrência
Competition Law
Direito da Energia
Energy Law
Direito Tributário
Tax Law
Contencioso Judicial e Administrativo
Judicial and Administrative Litigation
Arbitragem
Arbitration
Contratos
Contracts
Direito Imobiliário
Real-Estate Law
Direito do Trabalho
Labor Law
Direito Previdenciário
Pension Law
Direito Ambiental
Environmental Law
Direito Eleitoral
Election Law
Propriedade Intelectual
Intellectual Property
Direito Internacional
International Law
“O País deixou de ser exportador de talentos
individuais e passou a atrair executivos
estrangeiros que apostam no bom momento
da economia brasileira”
Da esq. à dir., a diretora da Mundivisas,
Mariângela Martins Moreira; o sócio-diretor
da Korn/Ferry International Alexandre de
Botton e vice-chairperson do Comitê de
Recursos Humanos; a chairperson do Comitê
de Recursos Humanos da Amcham Rio,
Claudia Danienne Marchi; o economista da FGV
Fernando de Holanda Barbosa Filho; a sócia do
Veirano Advogados Maria Luisa Souza Costa
Soter da Silveira; o diretor-superintendente
da Amcham Rio, Helio Blak; o também vicechairperson do Comitê de Recursos Humanos,
Carlos Vitor Strougo.
50_Edição 280_mar/abr 2013
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Rua Dias Ferreira 190, 7º andar
Rua Sete de Setembro 99, 18º andar
Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar
Leblon – Rio de Janeiro – RJ
Centro – Rio de Janeiro – RJ
Itaim Bibi – São Paulo – SP
22431-050 – Brasil
20050-005 – Brasil
04543-000 – Brasil
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T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100
clcmra.com.br
news
entrevista
Novas regras de fiscalização
do ICMS do Estado do Rio
Medida que entrará em vigor em 1º de julho pretende facilitar a fiscalização
e cobrança de tributos relacionados ao ICMS do Estado do Rio
O
coordenador do projeto das Novas Infrações Lei 6.357/12 da
Receita Estadual, Francisco Genu, esclareceu, em evento na
Câmara de Comércio Americana do Rio, realizado em 8 de março,
as mudanças na legislação de fiscalização e aplicação de multas e
penalidades tributárias relacionadas ao ICMS do Estado do Rio
de Janeiro, medida que vigora a partir de 1º de julho deste ano. O
objetivo da revisão é tornar mais eficiente esse regime tributário.
Acompanhado de quatro dos nove auditores fiscais da Receita Estadual que em 2012 trabalharam na elaboração do novo texto – Andreia Napolitano, Cristiane Rosas, Gabriela Franco e Paulo
Eduardo Mesquita – Genu explicou as mudanças propostas e os
desdobramentos durante o evento Tax Friday: Multas e Penalidades
Administrativas Tributárias – Alterações no Estado do Rio de Janeiro para 2013, que foi realizado na sede da Amcham Rio, no Centro
da capital fluminense. O sócio da área tributária do escritório Pinheiro Neto Advogados Marcos de Cumptich foi o debatedor.
Segundo Richard Edward Dotoli, vice-chairperson do Subcomitê
de Tax Friday, grupo da Amcham Rio realizador do evento, a nova
leitura da lei é uma “grata surpresa”, pois 95% das questões que chegam aos escritórios estão ligadas a equívocos por ignorância no preenchimento, não a infrações. A complexidade do processo faz com
que o contribuinte deixe de observar regras de obrigações acessórias
e acabe cometendo erros. “A relação de confiança entre o contribuinte e o fisco deve ser a mais sincera e aberta possível”, disse Dotoli.
As novas regras preveem diferentes formas de penalidade e cobrança das multas a depender da infração, por falta de pagamento
do tributo e, sobretudo, por descumprimento das obrigações acessórias (cadastramento, emissão de notas fiscais, preenchimento de
guias informativas, remessa de arquivos magnéticos, entre outras).
A lei permitirá mudar também a forma de cobrança das penalidades, que serão redigidas em Ufir-RJ. Antes da nova norma,
as aplicações eram emitidas em reais e em Ufir, o que causava dúvidas. Além disso, no futuro, os contribuintes com problemas receberão comunicação online advertindo sobre as irregularidades,
assim que elas forem observadas. Será a chamada autorregularização. O mecanismo ajudará também a “desafogar” o sistema.
52_Edição 280_mar/abr 2013
Da esq. à dir., o diretorsuperintendente da
Amcham Rio, Helio
Blak; o coordenador
do projeto das Novas
Infrações Lei 6.357/12
da Receita Estadual,
Francisco Genu; o
vice-chairperson do
Subcomitê de Tax
Friday, Richard Edward
Dotoli; o sócio da área
tributária do escritório
Pinheiro Neto
Advogados Marcos
de Cumptich
De acordo com Genu, a avaliação foi
feita com o objetivo de aproximar a relação
entre o contribuinte e o Estado, de forma
a garantir a arrecadação, mas sem punir
indevidamente. “Nossa intenção é manter
uma relação de respeito com o contribuinte. A cobrança anterior era feita de forma
muito autoritária.”
Segundo ele, a nova lei parte do princípio
de que o contribuinte é bem intencionado.
“Essas multas têm um custo altíssimo. O que
se pretende com essa lei é eliminar a multa,
mas quando isso não for possível, baixar significativamente o valor da penalidade, seja
aplicando descontos ou limitando a sua aplicação. A ideia é não quebrar o contribuinte
com bobagem”, explicou Genu.
Segundo ele, o Estado visa o pagamento
dos tributos e não a aplicação de multas. “A
nova norma permite que distorções sejam
corrigidas. Estabelecemos limites para multas, alguns casos de anistia e aplicação de
descontos. A partir de julho, qualquer multa
acessória, por exemplo, não poderá passar
de 180 mil Ufir-RJ. Além disso, e de outros
benefícios, para o contribuinte autuado por
obrigação principal e acessória, caso pague a
principal, a secundária será automaticamente extinta”, exemplificou o coordenador.
O coordenador destacou também que a
perda de documentos em si não é mais considerada uma infração. Agora, o que é infração é deixar de cumprir o ritual previsto pela
lei em caso de perda.
De acordo com Genu, a redação das
novas regras está muito mais clara e melhor
dividida, e ele ressalta que neste primeiro semestre de 2013 a receita estará trabalhando
para adequar o sistema às mudanças.
O debatedor do evento, Marcos de
Cumptich, reforçou que a mudança, espelhada no modelo empregado na esfera federal, é bem-vinda. Entretanto, para ele, penalidades distintas para as infrações podem
gerar equívocos.
Leia a seguir entrevista com Francisco
Genu detalhando a nova medida.
Francisco Genu
“Não queremos quebrar o
contribuinte por conta de bobagens”
Entenda as motivações da nova medida e as implicações
e os benefícios aos contribuintes com as reformas
sugeridas, que entram em vigor em julho deste ano
Brazilian Business: Você afirmou na sua
palestra que o princípio norteador da
Lei 6.357/12 foi o estabelecimento de
uma relação ética pautada no respeito ao
contribuinte? Isso é possível?
Francisco Genu: Sim. Obviamente, a relação
fisco-contribuinte nunca será a de amizade, a
de risos e abraços em meio a chopes numa mesa
de bar. Afinal, defendemos interesses diferentes.
Porém, é possível, sim, respeitar o contribuinte
de diversas formas – e isso a Lei 6.357/12 o faz.
Por exemplo, por meio de oportunidades de
autorregularização com multas mínimas; com
a redução significativa do valor das multas; com
a criação de mil oportunidades de descontos
para pagamento; com a imposição de limites
nas multas (de modo a não quebrar a empresa)
etc. Nós consideramos que o contribuinte é, em
princípio, bem-intencionado.
BB: O que seria a autorregularização?
FG: Como partimos do princípio de que exis-
te boa intenção, nada mais natural que, diante
de uma falha do contribuinte, a fiscalização dê
um tratamento diferenciado (multas mínimas
com descontos máximos) se o contribuinte regularizar essa falha rapidamente, sem que seja
preciso abrir uma ação fiscal formal. No caso,
por exemplo, da entrega de GIA, Declan etc.,
se o contribuinte não permitir que o atraso supere 30 dias, a multa, já em si pequena (1.000
Ufir), será paga com 90% de desconto (100
Ufir-RJ). Se o atraso superar 30 dias, mas não
tiver sido iniciada nenhuma ação fiscal formal,
o desconto fica em 70%. Enfim, algo bastante
coerente com outro princípio basilar da Lei
6.357/12: o que o Estado deseja é o imposto,
e não infernizar a vida do contribuinte com
obrigações acessórias.
BB: Você poderia destacar uma das possibilidades
de descontos?
FG: Enquanto o processo do auto de infração estiver tra-
mitando na esfera da Secretaria da Fazenda, sempre haverá
uma oportunidade de desconto. O que desejamos é que o
contribuinte pague o imposto, a multa em si pode ser sempre reduzida. E, aliás, isso remete a uma questão fundamental: damos mil oportunidades de descontos, mas tudo isso
está condicionado ao pagamento. Não havendo o pagamento, sendo necessária a inscrição em dívida ativa, todos os
descontos serão cancelados.
BB: E quanto aos limites?
FG: Mais ou menos a mesma coisa. Existem vários limites.
Vou dar um exemplo: toda infração por período (aquela em
que consta na redação o tal do “por mês ou fração de mês”)
foi limitada em 12 meses. Antes a fiscalização era obrigada,
às vezes, a multiplicar por 60 meses a penalidade básica e
acabava quebrando a empresa. A ideia por trás disso é: o
Estado que seja mais ágil, que fiscalize a empresa mais amiúde e impeça assim que o contribuinte faça coisas erradas
durante tanto tempo.
BB: Você disse não entender por que motivo a imprensa
em geral não deu destaque à anistia prevista no artigo 14
da Lei 6.357/12, cujo assunto você diz ser extremamente
vantajoso para o contribuinte. Você poderia explicar?
FG: O que diz o artigo 14? Se você, contribuinte, deixou de
entregar declarações diversas (GIA, Declan, arquivo Sintegra, arquivo do Convênio 115 e outras), você pode regularizar essa situação até o dia 30 de junho de 2013. Fazendo isso,
duas coisas podem ocorrer. Se essa falta de entrega já tiver
sido motivo de lavratura de um auto de infração, o artigo
14 garante que essa autuação será cancelada. Se, alternativamente, você não tiver sido autuado por esse motivo, o artigo
14 lhe assegura que você jamais será autuado. Isso é muito vantajoso para o contribuinte. Os interessados poderão
consultar o próprio artigo 14 da Lei 6.357/12 e a Resolução
589/13. 
Edição 280_Brazilian Business_53
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expediente
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56_Edição 280_mar/abr 2013
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