Ed. 40EE - Entre Irmãos

Transcrição

Ed. 40EE - Entre Irmãos
"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que
deve fazer do seu próprio conhecimento".
Platão
A
o longo de nossa breve trajetória maçônica, temos
visto muitos Irmãos adentrarem a nossa Ordem.
Desses, alguns saem desapontados, pois
esperavam encontrar uma instituição composta por
pessoas perfeitas, ricas em virtudes, esbanjando
qualidades, e, em verdade, não é esse, nem nunca foi ou
será, o retrato mais fiel da Maçonaria ou de qualquer outra
instituição, por envolver pessoas.
Somos uma Escola de Aperfeiçoamento e não de
aperfeiçoados. Estamos, a cada dia, buscando aparar
nossas arestas, afinal, pedras são buriladas através do
atrito, sendo a tolerância o ingrediente fundamental
para que esse processo tenha êxito. A falta dela faz com
que muitos entrem para a Maçonaria, mas não permite
que a Maçonaria entre dentro
deles, e logo, saem porta afora.
Optamos por iniciar esse
Editorial nos utilizando desse
enunciado, a fim de tentar
exprimir de forma cristalina, o
valor de alguns Irmãos que,
comprometidos em encontrar
soluções,
dedicam-se
a
desenvolver ações que elevem
nossa Ordem a excelência de
suas atividades, ao invés de
lamentar situações ou de criticar
os que vêm tentando fazer algo
de útil, ou até, mesmo, de saírem
da Maçonaria, antes que Ela
tenha tido a oportunidade de
entrar dentro deles.
acadêmicos maçons dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo
e de Minas Gerais. Tudo isso, muito antes de sua realização,
deu-nos, a tranquilidade para afirmar, sem medo de errar,
que seria, como pôde ser confirmado, mais um enorme
sucesso.
A Revista Arte Real comprometida em tratar a cultura
maçônica com a seriedade que merece, não poderia, jamais,
deixar de se unir a esse belo trabalho, dando-lhe prestimoso
apoio. Para tanto, comprometemo-nos em criar esta edição
especial bilíngue (português/inglês), a fim de difundir a todos
os nossos 15.000 leitores do Brasil e do exterior, não apenas, o
resumo das doze palestras proferidas, mas também, o belo
exemplo de comprometimento desses valorosos Irmãos do Sul
de Minas Gerais na busca da excelência, nos mais diversos
aspectos, como: a cultura, a
integração da Família Maçônica, o
respeito e a atenção merecidos para
com as Ordens Para-Maçônicas,
DeMolay e Filhas de Jó, além de
especial atenção para as nossas
Cunhadas, que puderam contar com
uma programação exclusiva.
Percebemos uma grande
tendência no crescimento da
realização
desses
Encontros
Culturais por todo o Brasil. Isso é
muito positivo e engrandecedor
para nossa Ordem. Todos crescem e
ampliam,
em
muito,
suas
consciências com esse intercâmbio.
Chamo atenção para
aqueles que se dedicam, em especial, a cultura maçônica.
Não, apenas, em adquiri-la, mas, também, em criar
oportunidades para que todos possam saciar a sede do
saber. Um bom exemplo disso poderemos encontrar no
Sul do estado de Minas Gerais (Brasil), onde abnegados
Irmãos, convictos da nobreza desse altruístico trabalho,
organizam, anualmente, os Encontros Maçônicos SulMineiro.
Neste ano foi realizado sua segunda edição,
mantendo o alto nível e consequente sucesso do ano
anterior. Acrescenta-se, ainda, a grande estrutura
organizacional montada para esse ano, além de criteriosa
escolha do local e dos palestrantes convidados,
envolvendo renomados pesquisadores, escritores e
a
Em nossa Vereda Iniciática,
pudemos
assimilar
que
o
aprendizado, em si, somente é
assimilado de forma completa após se cumprir três fases
distintas: a primeira, quando o adquirimos através do estudo
e da pesquisa; a segunda, quando o colocamos em prática,
no teatro de nossas vidas; a terceira, quando,
altruisticamente, repassamos ao próximo.
Queridos leitores, ao longo desta edição, brindamoslhes com a terceira fase do aprendizado, na certeza de
estimulá-los a participarem, ou quiçá, de se unirem e
organizarem em suas regiões, Encontros Maçônicos, a
exemplo dos valorosos Irmãos Sul-Mineiros, que ao
defrontarem com um “limão” enxergaram uma boa
oportunidade de fazerem uma deliciosa limonada!
Façamos, sempre, melhor Maçonaria! ?
b
Comissão Organizadora da Augusta e Respeitável Loja Simbólica
Fraternidade Cleuton Cândido Landre nº 298 – Oriente de Alfenas-MG - GLMMG
“Eu não vivo do passado, é o passado que vive em mim”
Autor desconhecido
D
everia ser bastante tranquilo fazer a apresentação de um
Encontro Maçônico. Afinal, estamos entre Irmãos, em
família, debatendo temas que ao final nos tornarão mais
polidos, melhores homens e pais de família. Ou seja, nos
confraternizando, conversando, e nos transformando de
homens livres e de bons costumes em homens melhores, ainda.
Mas tem um porém, e, sempre, tem um porém. Como
sermos fiéis a debatedores de tão alto nível? Conseguiremos,
aqui, em tão pouco espaço sermos justos com o trabalho que
esses Irmãos desenvolvem há tantos anos, e que, agora nos vêm,
graciosamente, ofertar? Seremos justos ao apresentarmos a
delicadeza e a força que se apresenta no alvorecer da juventude
das Filhas de Jó? Seremos justos com a alegria e firmeza
apresentada nos trabalhos dos DeMolay? E seremos justos ao
falarmos do apoio e dedicação apresentado pelas Cunhadas no
dia-a-dia?
A ARLS Fraternidade Cleuton Cândido Landre é uma
jovem, ainda. Completará 5 anos, em breve. E todos estão
convidados para retornar a Alfenas para essa comemoração,
que, como a própria Loja, será modesta e carinhosa. E, sendo
jovem, tem o vigor e impetuosidade típicos dos jovens. Durante
suas reuniões, e nas reuniões após as reuniões, surgiu a ideia de
um ciclo de palestras, que pudesse melhorar um pouco o
conhecimento sobre a Ordem Maçônica, e, portanto, sobre nós
mesmos. E veio a proposta de convidarmos palestrantes de fora,
e, junto, fazer-se uma confraternização: um Encontro Maçônico.
Assim, ano passado foi realizado um Encontro
Maçônico. Não o primeiro, apenas, um Encontro. Mas a
receptividade foi muito boa e descobrimos que as ansiedades
encontradas no seio da “Cleuton” eram as mesmas de outras
Lojas. O resultado da brincadeira daquela “jovem” de 5 anos, foi
a
Capa – 2º Encontro Maçônico Sul-Mineiro....................Capa
Editorial.....................................................................................2
Editorial.....................................................................................2
Comissão Organizadora – Apresentação.............................3
A Influência Francesa.............................................................................4
Francesa.............................................................................4
A Influência Inglesa....................................................................5
Inglesa....................................................................5
A Influência Greco-Romana.......................................................8
Greco-Romana.......................................................8
A Influência Rosa-Cruz................................................................
11
Rosa-Cruz................................................................11
tão bom que ficou difícil não ter um Segundo Encontro Maçônico.
Agora, com a experiência do primeiro, e não mais do
único Encontro Maçônico, aumentaram as responsabilidades. E
Deus, o Supremo Arquiteto do Universo, nos presenteou com o
apoio da UNIFENAS (nossos sinceros agradecimentos a toda a
Instituição na pessoa de sua Reitora Profª Drª Maria do Rosário
Velano) e de diversos Irmãos. Assim, coube a “Cleuton” ser,
apenas, a catalisadora de tão poderosas energias, para que
nascesse este 2º Encontro Maçônico do Sul de Minas. O que vocês
viverão durante este 2º Encontro não é o resultado do trabalho de
uns poucos Irmãos, mas de toda a Família Maçônica. E, citando
Neruda: “Eu tenho tantos Irmãos, que não os posso contar”...
Neste 2º Encontro o tema será “Influências na
Maçonaria”. Afinal, como diz o Poeta Paulinho da Viola, na
música “Dança da Solidão”: “quando penso no futuro, não esqueço
meu passado”. E, assim, poderemos passear pelas filosofias da
Pérsia, Egito, Grécia, até os dias atuais. O Objetivo continua a ser o
mesmo encontrado sobre o pórtico do antigo Templo dedicado a
Apolo, em Delfos: “Conheça-te, a ti mesmo!” Como? Com estudo e a
colaboração desses sábios Irmãos, continuadores das tradições
desses tempos imemoriáveis.
Os textos que encontrarão nesta revista são o resultado
de um esforço hercúleo de síntese feito por esses Irmãos. É
necessário que se gravem as ideias! Mas é impossível que se
concentre em tão pouco espaço tanta energia. E, assim, o que
vocês veem aqui é mais um chamado, um estímulo a que
continuem essa agradável e árdua tarefa de estudos, e não o
resultado final, pronto e acabado. Aproveitem a chance.
Divirtam-se com o aprendizado.
Sejam bem-vindos!
Comissão organizadora. ?
b
A Influência Templária...............................................................15
Templária...............................................................15
A Influência Judaica....................................................................18
A Influência Religiosa......................................….......................21
A Influência Americana..............................................................24
Influência Persa e Egípcia...........................................................................27
O REEA no Brasil.........................................................................................30
Brasil.........................................................................................30
Ficha Técnica................................................................................30
Benedito José Canturelli – 33º – MI da ARLS União e Liberdade nº 2.453 - GOB-SP
Oriente de Ribeirão Preto-SP - Membro da Assembleia Federal Legislativa do GOB
A
Maçonaria em sua simbologia e liturgia
absorveu elementos de diversas culturas, que são
aplicados na formação de seus membros,
adotando, principalmente, os de cunho religioso, sendo
essa “religiosidade” adotada antes de sua organização
corporativa, a partir de 1.717, com a Grande Loja Unida de
Londres, pois os chamados Pedreiros Livres prestavam
serviços a organizações religiosas, que os obrigavam a
seguir seus preceitos, frequentando seus cultos, e
professando sua fé, sob pena de heresia, tornando
obrigatória a crença em uma entidade suprema.
Devido a essa particularidade, a vertente teísta,
maior grupo da Maçonaria com os ritos: Rito Escocês
Antigo e Aceito, Rito Adonhiramita, Rito de York
(Emulation Rite), dá o cunho de "crentes" a seus adeptos,
pois por força da Constituição
de Anderson, modificada em
1851,
os
Maçons
são
obrigados a aceitar como
divindade o Grande Arquiteto
Do Universo, que é Deus.
Já na vertente deísta,
de
origem
francesa
e
representada
pelo
Rito
Moderno, a entidade suprema
não é declarada. Essa vertente
pode
ser
denominada
agnóstica, pois prega a
existência de uma ordem de
realidade
incognoscível,
desconsidera a Metafísica, e tem a posição metodológica
de aceitar como verdadeiras, apenas, as proposições
comprovadas ou de evidência lógica satisfatória. Portanto,
refuta a Gnose, a qual apresenta-se como conhecimento
esotérico e perfeito da divindade, de forma que, pelo
agnóstico, não pode ser aceita por, obviamente, não ser
conhecida nem comprovada.
O biólogo Thomas Henry Huxley, em 1876,
definiu o agnóstico como alguém que nega tanto o ateísmo
quanto o teísmo e acredita que a questão da existência de
uma força superior não foi e nunca poderá ser resolvida. A
vertente francesa usa quase toda simbologia maçônica dos
ritos teístas, mas sua interpretação é baseada nos próprios
conceitos deístas e racionais.
Embora dita evolutiva, a Maçonaria, em seus
princípios, apregoa a evolução através do aprimoramento
espiritual e cultural, lutando contra as paixões, sendo que
através de alguns ritos, absorveu em suas diversas correntes,
elementos ocultistas, esotéricos e simbólicos de culturas
milenares. Mas o Rito Moderno, com sua origem em 1761,
foi criado com o mesmo intuito da Maçonaria Francesa de se
libertar do domínio da Maçonaria Inglesa, o que permite
afirmar que o Rito Moderno é o que mais segue a
Constituição de Anderson, original de 1.723, e o único a
adotá-la. O artigo primeiro, referente a Deus e à Religião, foi
modificado em 1.738, sendo restabelecido e reformado várias
vezes pela Grande Loja da Inglaterra, originalmente, deista,
o qual dizia:
“Um maçom é obrigado pela sua dependência à Ordem, a
obedecer a Lei Moral: e se bem entende a Arte, nunca será um Ateu
estúpido, nem um irreligioso
libertino. Porém embora nos tempos
antigos os maçons fossem obrigados,
em todos países, a seguir a religião
daquele país ou daquela nação,
qualquer
que
ela
fosse,
presentemente se julgou mais
conveniente não obrigá-lo, sendo
para com a religião na qual todos os
homens estão de acordo, deixando a
cada um as suas opiniões pessoais.
Essa religião consiste em serem
Homens bons e sinceros, homens
honrados e probos, quaisquer que
possam ser as denominações ou
crenças que possam distingui-los: motivo pelo qual a Maçonaria há
de tornar-se o Centro de União e o meio de conciliar, por uma
amizade sincera, pessoas que estariam perpetuamente separadas”.
Em 1.815, depois do Tratado de União entre os
maçons antigos e os modernos, a Grande Loja Unida da
Inglaterra alterou este artigo , com a seguinte redação teísta:
“Um maçom é obrigado pela sua dependência, a obedecer a
Lei Moral; e, se bem entende a Arte, nunca será um Ateu estúpido,
nem um irreligioso libertino. De todos os homens, deve ele
compreender melhor que Deus vê de maneira diferente do homem:
pois o homem vê a aparência exterior, enquanto Deus vê
coração.....Qualquer que seja a religião de um homem ou sua
maneira de adorar, não será excluído da Ordem, contanto que creia
no glorioso arquiteto do céu e da terra, e que pratique os deveres
sagrados da moral”.
Portanto, a diferença entre a Constituição de 1.723
e a de 1.815, é o teísmo introduzido no artigo primeiro
referente a Deus e à Religião. O novo texto é,
frontalmente, contrário à livre determinação, sendo
contrário ao que a Maçonaria apregoa.
A história da Maçonaria está relacionada,
diretamente, com potências ocidentais dominantes na
época da criação da Maçonaria Especulativa, deixando de
lado a Operativa, cujo foco formativo, sempre, foi a
religiosidade.
A Inglaterra e a França foram palco, em épocas
diferentes, de revoluções que mudaram a cultura vigente:
a Inglaterra, em 1660, a França, em 1780, momentos em
que personagens maçônicos tiveram grande participação,
mas devemos levar em consideração que, o mundo
mudou em função dos pensadores e não dos maçons.
Quando nos referimos aos ritos, a influência da
França foi marcante e profícua, sendo que dos seis ritos
praticados hoje no Brasil, três possuem origem francesa
(Perfeição/REAA, Moderno ).
Algumas informações complementares:
- Rito de Perfeição, criado em 1743, e em 1801
transformado no Rito Escocês.
- Em 1747 foi criado o Rito do Capítulo Primórdio
dos Rosa-Cruz, Jacobita de Arras. Alguns autores atribuem
este rito ao pretendente do trono Inglês, Carlos Eduardo
a
Stuart, não existindo nenhum documento que comprove que
Stuart ou alguém de sua família tenha estado por lá.
- Alec Mellor afirma que Carlos Eduardo nunca foi
Maçom, mas inimigo ferrenho da mesma, suspeitando que
tenha sido um dos fomentadores da Encíclica IN EMINENTI,
contra a Maçonaria.
- Em 1761, o Rito Moderno foi criado com intuito dos
franceses se libertarem do domínio da Maçonaria Inglesa.
- Em 1781 foi criado o Rito Adonhiramita.
Conclusão:
Deista? Teista? Agnóstica?
Discussão irrelevante, pois a Maçonaria se intitula,
pela força constitucional de seus princípios, como uma
Instituição Filosófica, Progressista e Evolucionista, que luta
contra a ignorância, fanatismo, superstições, adotando a
tolerância como bandeira, primando pela Liberdade (isso
significa dizer que o homem é livre em pensar) e Igualdade
(independente de sua opção religiosa) as quais determinam a
Fraternidade.
Assim, devemos considerar o fato de todos serem
iguais, independentemente de suas posturas religiosas,
podendo realizar e participar do tão apregoado exemplo
maçônico.
Destarte, podemos dizer que essa é a herança
francesa - liberté, égalité, fraternité, ponto principal de apoio
da Maçonaria moderna. ?
b
Denizart Silveira de Oliveira Filho – MI – 33º – ARLS Igualdade nº 93 – GLMERJ
Oriente do Rio de Janeiro – Escritor e Acadêmico
E
inegável a influência inglesa na Maçonaria
Universal, não só a Simbólica, como também, a
dos Altos Graus dos Corpos Filosóficos,
principalmente do Rito de York, mas também, do Rito
Escocês Antigo e Aceito, embora de forma indireta.
Essa influência inglesa encontra-se: 1º) na própria
Origem, Institucionalização e Expansão da Maçonaria que,
segundo a Escola do Pensamento Maçônico, chamada
“Autêntica”, se deu na Inglaterra em duas fases:
primeiramente na forma Operativa, formada pelas
corporações, ou Guildas, de profissionais da arte de
construção, depois, transformando-se na Maçonaria
Especulativa, formada por Maçons Aceitos: filósofos,
artistas,
cientistas,
livres-pensadores.
Sua
Institucionalização ocorreu, quando da formação da
primeira Potência Maçônica do Mundo, a Grande Loja da
Inglaterra, e dotada das Constituições de James Anderson
e Jean Théophile Désaguliers. Sua expansão bem como do
sistema “Grandes Lojas”, para o resto da Europa e do
mundo, deu-se logo em seguida e muito rapidamente; 2º) No
conjunto dos Princípios Fundamentais e Doutrinários da
Ordem, hoje presentes na Maçonaria de todas as Potências e
Ritos, em todo o mundo; 3º) Nos Sistemas filosóficos Teísta e
Deísta de alguns Ritos. No Rito de York, praticado em
muitos países.
Na Origem, Institucionalização e Expansão da
Maçonaria
Charles Webster Leadbeater, em seu livro “Pequena
História da Maçonaria”, nos informa que “existem quatro
principais escolas ou tendências do pensamento maçônico”: A
Escola Autêntica, pela qual a Maçonaria teve origem nas
guildas operativas inglesas de construtores da Idade
Média, sendo que os elementos especulativos foram
enxertados no tronco operativo; A Escola Antropológica, pela
qual a Maçonaria teve origem nos Antigos Mistérios
Iniciáticos de muitos povos e nações primitivas do mundo;
A Escola Mística, pela qual a Maçonaria, também, tem
parentesco com os mistérios iniciáticos, menores e
maiores, das antigas religiões e Escolas pré-cristãs, dos
egípcios, persas, gregos, judeus, romanos, celtas
eescandinavos; A Escola Oculta (ou Sacramental), pela qual a
Maçonaria deriva dos antigos Mistérios egípcios. Nela se
incluem a antiga Escola de Pitágoras, a Filosofia Secreta de
Henrique Cornélio Agrippa, a Filosofia de Paracelso, a
Ordem Rosa-Cruz de Christian Rosenkreutz e a
Maçonaria Egípcia de Cagliostro.
Entretanto, sem a pretensão de discordar do
emérito Irmão Leadbeater, ousamos acrescentar três
outras Escolas do Pensamento Maçônico, quanto às
origens da Maçonaria, ainda que, em sua fase operativa:
Escola ou Maçonaria Operativa Pompílica,
pela qual Numa Pompilio, segundo rei
de Roma, a teria fundado em 714 a.C.,
através de seus Colégios, chamados
“Collegias
fabrorum”,
corporações
operárias de ferreiros, carpinteiros,
fabricantes de armas, pedreiros,
flautistas e arquitetos; Escola ou
Maçonaria Templária, pela qual a Ordem,
teria sido criada pelos remanescentes
dos Templários ou Cavaleiros da Ordem
do Templo, na Abadia de Mont-Serrat,
em Barcelona, Espanha, em 1514, certos
200 anos após a morte de seu último
Grão-Mestre oficial, Jaques De Moley,
assassinado pelo rei de França, Filipe, o
Belo, em conluio com o Papa Clemente V; Escola ou
Maçonaria Bíblica, pela qual, segundo alguns, a Maçonaria
teria sido fundada por Hiram Abif, arquiteto do Templo
de Salomão (Maçonaria Adoniramita), e segundo outros,
pelo próprio Rei Salomão, durante a construção do
Grande Templo de Jerusalém (Maçonaria Salomônica).
Considerando a milenar origem da Maçonaria,
deixaremos de lado, as sociedades secretas e místicas da
antiguidade e nos fixaremos, somente, nos aspectos que
podem ser, facilmente, comprovados, através dos mais
antigos documentos, hoje, preservados.
A Maçonaria Simbólica com seus Graus de
Aprendiz e Companheiro, tem origem certa na Europa,
nas antigas corporações de pedreiros, por ocasião do
movimento das Cruzadas. No ano de 1095, 600.000
homens formaram as Cruzadas para a libertação do
Túmulo de Jesus, em Jerusalém. Entre esses 600.000
homens havia milhares de artífices.
O século XI, na Europa, foi marcado pelas
construções, em estilo gótico, de grande número de
Igrejas, Catedrais e Palácios, custeadas pelos Templários
das Cruzadas, inspirados na religião. Em Jerusalém, os
obreiros europeus adquiriram dos obreiros nômades do Oriente,
conhecimentos de arquitetura que ignoravam, aperfeiçoando,
assim, a arte de construir. Além disso, também, receberam
instruções a respeito de novas formas de associações. Se
remontarmos a época de Tiro, poderemos sentir que a
organização que Hiram Abif imprimiu aos trabalhos da
construção do Templo de Salomão, há de ter permanecido no
Oriente, conservada, ciosamente, de pai para filho. De volta à
Europa, ao final do século XI e começo do século XII, aqueles
artífices trouxeram do Oriente novos métodos de construção,
agrupando-se em associações, como garantia de preservar,
exclusivamente, para si, os novos segredos.
Na Inglaterra, as associações profissionais de
construtores, surgiram no século III. Carausius, depois de se
apoderar da Grã-Bretanha, no ano 290,
fundou, em Verulam, hoje, Hertfordhire,
uma
importante
sociedade
de
construtores romanos, baseada nos
“Collegias
Fabrorum”
(Colégios
de
Construtores Romanos). A existência na
Inglaterra dessa corporação romana, não
deve causar espanto. Cada uma das
Legiões Romanas trazia um “Colégio” ou
“Corporação” de artífices, com a finalidade
de implantar na terra conquistada o
germe da civilização romana. Morto
Carausius, em 293, seu sucessor
Constance Chloro estabeleceu uma
residência em Eboracum, hoje York, onde
atraiu as mais importantes sociedades
maçônicas de construtores. Na época, os Maçons operativos,
à exemplo dos artífices dos “Collegias Fabrorum”, celebravam
as festas pagãs dos Solstícios: a “Janua Inferni” e a “Janua
Coeli”. No século VI, os monges Beneditinos converteram os
anglo-saxões ao cristianismo; os maçons, também,
abandonaram o paganismo. Até hoje, o ingresso na
Maçonaria Inglesa é privilégio cristão. As assembleias
maçônicas passaram a ser presididas por abades, que
recebiam, por respeito, o título de “Veneráveis Mestres”, título
conservado até nossos dias nas Lojas Maçônicas.
A corporação tomou o título de Confraternidade de
São João; suas assembleias, receberam o nome de Lojas de
São João”; festejavam os Solstícios pelo São João de Verão e
São João de Inverno. Em 926, o Príncipe Edwin, irmão do Rei
de Inglaterra e Grão-Mestre da Corporação, convocou todas
as Lojas para uma “Assembleia Geral”, na cidade de York e
as submeteu a aprovação de uma Constituição; a “Carta de
York”, base posterior a todas as “Associações Maçônicas”. No
século VIII, pelo ano de 700, a Confraternidade passou à
Escócia, através de Maçons de York, que para lá se
transportaram, com o intuito de estudar os modelos
de arquitetura Escocesa, então, muito florescente.
Eles se localizaram em dois castelos, onde os
Mestres passaram a realizar as suas assembleias, sendo
denominados de Mestres do Vale ou Mestres Escoceses. No
ano de 1140 construíram a abadia de Kilwinning. Em 1150,
construíram na abadia a Loja-mãe de Kilwinning, ainda, em
atividade até hoje. Porém, nos séculos XVI e XVII, essa
Maçonaria incipiente da Europa, constituída das
Corporações Profissionais, perdeu força porque o estilo
gótico foi substituído pelo estilo Renascentista, além do
que passou a sofrer duras perseguições políticas e
religiosas por parte da Igreja Romana.
Na Inglaterra, a Maçonaria Operativa, prevendo
sucumbir-se pelos mesmos motivos, passou a admitir em
seu seio homens proeminentes, filósofos, livres
pensadores, cientistas, misantropos, intelectuais, que
transformaram a Corporação em um todo simbólico, ou
seja, a Maçonaria Operativa transformou-se em Maçonaria
Simbólica,
adaptando
seus
métodos de trabalho e as suas
Constituições. Daquela data em
diante, a Maçonaria Simbólica
ligou-se a interesses políticos,
criou o Terceiro Grau (o de
Mestre-Maçom) e prosperou,
espalhando-se por toda a Europa.
Foi em Londres, em 24 de
junho de 1717 que se formou a
primeira Grande Loja Maçônica
do mundo. E data de 1813 a
criação da Grande Loja Unida da
Inglaterra (GLUI). Exatamente, na
Inglaterra,
berço
do
Protestantismo, onde o rei
Henrique VIII erguera-se contra o
Vaticano, fundando a Igreja
Anglicana. Por esse motivo,
grande parte dos Maçons Aceitos
era protestante, e, no ano de 1723,
quando é promulgada a 1a
Constituição Maçônica (elaborada
pelo reverendo anglicano James Anderson, juntamente,
com o Físico e, também, pastor Jean Théophile
Désaguliers), a Maçonaria concede a seus integrantes
liberdade de culto, exigindo, apenas, a crença em um Deus
Único: “O Grande Arquiteto do Universo”.
Eis a origem da Maçonaria Simbólica, que tomou
os ritos misteriosos das lendas da época da construção do
Grande Templo de Jerusalém, espiritualizando-se.
Na Maçonaria Inglesa não há eleição em Loja.
Existe a carreira e o Grão-Mestre é cargo vitalício, sempre,
ocupado por um nobre, sendo o atual o Duque de Kent.
Quem dirige a Grande Loja de fato é o “Pró Grão Mestre”. O
sistema de admissão de novos membros é feito da seguinte
forma: o apoiador apresenta a intenção de convidar um
determinado amigo em reunião administrativa, sendo a
proposição aprovada ele em seguida faz o convite, caso
contrário o candidato não saberá jamais.
O Fundo de Beneficência (Karitas) da Grande Loja
Unida da Inglaterra (GLUI) é muito forte, com atuação
marcante, tanto no mundo profano quanto para os Maçons.
Princípios Fundamentais e Doutrinários da
Maçonaria Universal
Percebe-se, facilmente, a influência, agora da
Maçonaria Inglesa, na Maçonaria Universal, nos Princípios
Fundamentais e Doutrinários da Ordem, uma vez que estes
estão, diretamente, baseados nas Constituições dos pastores
James Anderson e Désaguliers. São eles:
(1) A Maçonaria proclama, como sempre proclamou desde
a sua origem, a existência de um
Princípio Criador, sob a denominação
de G∴A∴D∴U∴.
(2) A Maçonaria não impõe
nenhum limite à livre investigação da
Verdade e é para garantir a todos essa
liberdade que exige, de todos, a maior
tolerância.
(3) A Maçonaria é acessível
aos homens de todas as classes sociais
e de todas as crenças religiosas e
preferências políticas, exceção àqueles
que privem o homem da liberdade de
consciência, restrinjam os direitos e a
dignidade da pessoa humana.
(4) A Maçonaria tem por fim
combater a ignorância; é uma escola
que impõe: obedecer às leis do país,
amar o próximo, trabalhar pela
felicidade do gênero humano.
(5) Reconhece a prevalência
do Espírito sobre a Matéria, e afirma
o princípio cardeal da tolerância
mútua, para que sejam respeitadas as convicções, a dignidade e a
autonomia do indivíduo como personalidade humana.
(6) Aceita a existência da Alma, e, subsidiariamente a esta
crença, a da vida futura.
(7) A Bíblia, denominada Livro da Lei ou Livro Sagrado,
deve estar, obrigatoriamente, presente na Loja, sobre o Altar,
durante os trabalhos, posto ser a principal peça litúrgica da Loja
Maçônica.
A par destes Princípios Normativos, ou Declaração de
Princípios, a Maçonaria proclama, também, as seguintes
doutrinas, sobre as quais se apoia:
“Para elevar o homem aos próprios olhos e torná-lo digno
de sua missão sobre a Terra a Maçonaria erige em dogma
que o G∴A∴D∴U∴ deu ao mesmo, como o mais
precioso dos bens, a liberdade, patrimônio da
Humanidade inteira, cintilação celeste que nenhum poder
tem direito de obscurecer ou de apagar, pois é a fonte de
todos os sentimentos de honra e de dignidade”.
“Desde o primeiro grau até a obtenção do mais elevado
grau da Maçonaria, a condição primordial, sem a qual nada se
concede ao aspirante, é a reputação de honra ilibada e de
probidade inconteste”.
“Aquele para quem a religião é o supremo consolo, a
Maçonaria diz: cultiva sem cessar, tua religião, segue as
aspirações de tua consciência; a Maçonaria não é uma religião,
não tem um culto, quer a instrução leiga; sua doutrina
condensa-se toda nesta máxima: Ama Teu Próximo”.
O Teísmo e o Deísmo nos Ritos Maçônicos
Teísmo é a crença absoluta na existência de um
Deus infinitamente perfeito, bom e misericordioso, que
nos oferece muito mais que a nossa simples existência
temporal. No Teísmo: (1) Deus transcende ao universo,
pois teria sido seu criador, o autor do mundo; (2) o
G∴A∴D∴U∴ é uma “pessoa” que governa o mundo e
uma entidade revelada aos homens na história. O Teísta:
não aceita o testemunho da razão lógica de Deus, mas
uma revelação dogmática e única, ou seja, um Deus vivo,
semelhante à própria imagem do homem, opondo-se, ao
Ateísmo e ao Deísmo; é, essencialmente, espiritualista, na
medida em que ajusta o Criador à criatura, de maneira
absoluta e irracional, pois a verdade não pode ser racional.
Na Maçonaria, o Teísmo é tão antigo que já está
completamente arraigado à instituição.
Os Ritos Teístas consideram a maçonaria um culto,
destinado a preservar e a propagar a crença na existência de
Deus e, também, a auxiliar o Maçom a ordenar e pautar sua
a
vida de acordo com sua crença religiosa, que deve ser monoteísta,
destacando-se o caráter transcendental da Divindade.
Deísmo é a crença em Deus e na Religião Natural,
por exigência da razão, mas com rejeição de toda a ideia de
revelação Divina através da história. No Teísmo: (1) Deus é o
princípio criador ou causa primária do mundo, identificado
com a natureza; (2) o G∴A∴D∴U∴ é destituído de
atributos morais e intelectuais, aspectos essencialmente
humanos. O Teísta: aceita os dogmas da religião natural,
porém, revelados pela razão, como uma lei, e não pela
história religiosa; não aceita a doutrina cristã da igreja; não
aceita as figuras do pecado, do mal, da redenção, por se
tratarem de aspectos fora da razão.
Considerando-se os diversos aspectos filosóficos do
Teísmo e do Deísmo, os Ritos mais praticados no mundo,
foram
classificados,
inicialmente,
como:
Deístas:
Adoniramita (criado pelo Barão de Tschoudy, na França),
Escocês Antigo e Aceito (de origem inglesa e francesa);
Teístas: York (criado na Escócia e desenvolvido na
Inglaterra), Schröeder (Criado na Alemanha), Brasileiro;
Racional (ou Agnóstico) Moderno ou Francês.
No REAA, entretanto, com o correr do tempo, o
caráter deísta misturou-se ao teísmo, sendo que este acabou
por ser dominante, dando ao mesmo, nos dias de hoje, o
mesmo forte caráter teísta do rito de York.
O Rito de York
Este Rito possui três nomes: York, Real Arco e Inglês.
É de origem escocesa, surgido em 1717, e foram os jesuítas
que o introduziram em Londres, denominando-o “Rito dos
Antigos Maçons”. Na Inglaterra, o Rito desenvolveu-se. O
Rito compõe-se de quatro graus: Past Máster, Mark Máster,
Super Excellent Mason e Santo do Real Arco. Nos EUA foi
ampliado para nove graus. É muito disseminado, a partir da
Inglaterra, tendo absorvido os três graus simbólicos. É o Rito
mais praticado nos países de língua inglesa. ?
b
Derly Halfeld Alves – MI – 33º – ARLS Fraternidade “Brazileira” de Estudos e Pesquisas – GOB - MG
Oriente de Juiz de Fora – MG - Mestre Real da Marca - Escritor e Acadêmico
“Não sabes qual de teu próximo influi mais em ti, mas, seguramente, não é aquele que tens mais perto,
vês e ouves amiúde”. (Unamuno-Ensaios: “Solidão”).
Q
ue nossas primeiras palavras sejam para
cumprimentar a equipe organizadora deste Encontro
Maçônico, principalmente, no que se refere aos temas
escolhidos, a considerar que o Simbolismo Maçônico, na sua
totalidade, derivam das mais variadas origens e procedências,
resultando a Ordem Maçônica Ecumênica.
Fomos
“escalados
voluntariamente”
para
conversarmos, nesta oportunidade, sobre o tema “A
influência greco-romana na Maçonaria”, ou seja, o que pertence
aos gregos pelo espírito e aos romanos pela data, ou,
simultaneamente, à Grécia e a Roma, ou, ainda, comum aos
gregos e aos romanos.
Não vamos comentar aqui a história-fábula do famoso
“calcanhar de Aquiles”, a guerra do Peloponeso, ou sobre
a origem dos deuses, e sim, sobre a cultura grega, sua
filosofia e, principalmente, sobre suas artes.
Este simplório trabalho que irei apresentar, nessa
oportunidade,
afasta-se,
totalmente,
da
história
propriamente dita, tanto da Grécia como, nesse caso, da
Itália, mais particularmente de Roma. Apenas, justificar o
termo “greco-romano”, a considerar que, no século II a.C.,
a Grécia tornou-se um território do Império Romano, e, a
partir daí, foi incorporada a outros tantos Impérios, só
conseguindo sua independência a partir de 1821.
A história, assim afirma o historiador, refere-se a
toda produção humana, por isso ela começa com o
aparecimento do homem sobre a terra. Tal concepção tem
um sentido amplo, dividindo em duas grandes épocas – a
Pré-história e História.
A primeira, corresponde ao período que só pode
ser reconstruído através de documentos não-escritos, por
exemplo: instrumentos,
armas,
desenhos,
pinturas, fósseis, etc.; a
História é reconstituída a
partir de documentos
escritos, que começam a
aparecer por volta do ano
4000 a.C., e, também, a
partir de documentos
não-escritos (cf.História
Antiga e Medieval).
A história e a arte
grega,
propriamente
ditas, só tiveram início no
fim do século VIII a. C., pois, até então, predominava na
Grécia a arte micênica - oriental em grande parte - e, foi
nessa época que se constituíram as três ordens
arquitetônicas: Jônica, Dórica e Coríntia, que se aplicaram,
principalmente, na construção de famosos templos,
túmulos, teatros, ginásios, pórticos monumentais , etc.
Nossa análise se voltará com relação aos símbolos
e alegorias tradicionais que foram herdados da cultura e
das artes da raça helênica, época em que a arquitetura
triunfava na beleza apurada, onde surgem o “Parthenon”
e o “Templo de Olympia” com a elegância das suas
estatuárias, a grandeza do “Santuário de Apolo”,
culminando com o mais belo monumento construído
pelos gregos, a “Acrópole de Atenas”.
Assim, herdou a Maçonaria, por influência, mais
grega do que romana, os denominados Pilares Alegóricos,
ou Colunas Alegóricas: Jônica, Dórica e Coríntia,
pertencentes às Ordens de Arquitetura Grega.
Representam as três grandes luzes de uma Loja
Maçônica, ou seja, o Venerável, como Mestre da Loja, o
Primeiro e o Segundo Vigilantes, respectivamente, os
imediatos substitutos do primeiro mandatário.
Sobre o Altar do Venerável Mestre loca-se, em
miniatura, a coluneta Jônica representando Minerva ou
Pallas, filha de Júpiter, deusa da Sabedoria e das artes, e que
presidia a todos os trabalhos de costura e bordados. Arachne
ousou desafiá-la na sua arte e a deusa irritada a
metamorfaseou em aranha, nos conta a lenda.
Sobre o altar do 1º Vigilante a coluneta Dórica,
representando Hércules, tido como o mais célebre dos heróis
da mitologia grega, também, filho de Júpiter. Juno, a deusa
do casamento, que, também, era esposa de Júpiter, irritada
contra o menino, mandou duas serpentes para o devorarem
no berço; a criança que já era robusta, esmagou-as em seus
braços. Quando crescido, Hércules ficou conhecido pela sua
extraordinária Força.
Finalmente, sobre o Altar do 2º Vigilante a coluneta
Coríntia, representada por Vênus, a deusa da formosura, da
graça e da beleza, nascida
da espuma do mar.
Em
Maçonaria
podemos, ainda, conceituar
as três colunas como
Sapientia, Salus, Stabilitas,
isto é, Sabedoria atribuída
ao Mestre da Loja, a Saúde
(Força), ao 1º Vigilante,
responsável que é pelo
bom
andamento
dos
trabalhos em Loja, e
Estabilidade
moral,
a
firmeza de caráter, que se
transforma em alegria e vitória, atribuída ao 2º Vigilante,
responsável que é pela satisfação alegre dos irmãos
presentes.
Esses são os pilares ou colunas alegóricas, de origem
grega, entretanto, podemos, ainda, descrever sobre as
Colunas pertencentes à Ordem de Arquitetura Romana, que
modifica um pouco as ordens gregas, utilizando as colunas
Toscana e a Compósita, mais carregadas e menos elegantes.
Julgamos que, parte da influência greco-romana na
ordem maçônica foram as três colunas Dórica, Jônica e
Coríntia, entretanto, as colunas romanas, Toscana e
Compósita têm valor inestimável na composição simbólica
do Templo Maçônico, por se tratar, segundo nossa
interpretação, das Colunas "B∴" e "J∴".
Essas seriam as Colunas referidas nas Sagradas
Escrituras, mais precisamente em 1 Reis 7.15 (As colunas de
bronze), erguidas diante do pórtico do santuário, colunas
que, na maioria dos templos maçônicos, são colocadas
internamente, interpretadas, por vezes, erroneamente,
como sendo colunas do norte e do sul, quando na
realidade, no meu entendimento, deveriam ser fixadas no
pórtico, ou seja, na entrada do templo.
Partindo das ideias desenvolvidas por Sócrates,
Platão e Aristóteles, os quais sistematizaram os princípios
da Lógica, da Retórica e de outras ciências especiais, a
ordem maçônica adotou dentro das suas filosofias, as sete
ciências que formavam a sabedoria dos antigos, a que,
também, denominamos de Sete Artes Liberais ou Sete
Ciências, cujas representações indicam a imagem da
ordem do saber no limiar da época moderna e são ricas de
simbolismos, assim distribuídas: a gramática, a retórica, a
lógica (dialética) formam o, assim chamado, trivium
(tríplice divisão do currículo inferior dos estudos da Idade
Média); a aritmética, a geometria, a música e a astronomia,
o,
assim
chamado,
quatrivium, os quatro
últimos caminhos do
estudo que, juntamente
com o trívio, constituíam
as sete ciências já
mencionadas,
ciências
que podemos considerálas grandiosas para toda
a sociedade. Permitam os
irmãos
descrevê-las,
ainda
que
sinteticamente:
Gramática: arte que nos
ensina a escrever e a falar
corretamente; Retórica: arte do bem falar, de expor e
discorrer sobre quaisquer objetos; Lógica: ciência das leis,
do raciocínio, segundo a qual investigamos com justeza e
descobrimos a verdade; Aritmética: ciência dos números,
a arte de calcular e efetuar as operações e as propriedades
dos números; Geometria: ciência que tem por objetivo a
medida das linhas, das superfícies e dos volumes;
Astronomia: ciência que trata dos astros; que ensina a
determinar a posição relativa dos astros, a sua configuração
e a verificar as leis dos seus movimentos; Música:
propositalmente, deixamos como a sétima arte a ser
definida. A arte de combinar os sons de maneira agradável
ao ouvido. Segundo a mitologia grega “Amphion, poeta e
músico que edificou os muros de Thebas, ao som
harmonioso da sua Lyra, as pedras, impressionadas por
essa harmonia, acorriam e, por si próprias, ajustavam-se
umas em cima das outras. Os animais ferozes corriam para
ouvir os sons da lira do divino Orpheu; as árvores
baloiçava, cadenciosamente, a sua ramaria”.
Essas Sete Ciências ou Artes Liberais, na mitologia
grega, eram presididas pelas Nove Irmãs–Musas, cujo
objetivo era “fazer cessar a angústia e esquecer o mal e
mostrar que as artes têm, entre si, relações estreitas.
Clio – musa da história - era a inspiração do ouvido,
representada sentada ou em pé, com um rolo de papel na
mão; Calíope – musa da epopéia - era a inspiração da voz
excelente. Musa da poesia heróica e da eloqüência. É
representada tendo nas mãos uma tabuinha e estilo (punção
de metal, com que os antigos escreviam em tabuinhas
enceradas); Érato – musa da poesia ligeira - era a inspiração
do amor representada com uma lira em uma das mãos;
Euterpe – musa da música - era a inspiração da arte
encantadora. É representada com uma flauta na mão;
Melpômene – musa da tragédia - era a inspiração trágica;
tendo em uma das mãos uma cabeça decepada; Polémnia –
musa da eloqüência e da poesia lírica - era a inspiração
religiosa. Aparece em atitude de meditação; Tália – musa da
comédia - era a inspiração
jovial. Representada por
uma máscara e uma
grinalda
de
hera;
Terpsicore – musa da
dança - era a inspiração
animadora.
Também,
representada com uma lira
na mão; Urânia – musa da
astronomia
era
a
inspiração celeste e divina.
É representada com um
compasso e um globo na
mão.
É
interessante,
ainda, citar a jóia dos ex-Veneráveis ou Past-Master:
esquadro normal, no qual é pendurado, entre os dois braços,
a demonstração do Teorema de Pitágoras, o matemático e
filósofo grego, simbolizando, nitidamente, a ciência
maçônica que aquele que a usa deve possuir, porque o papel
do Venerável é criar Maçons perfeitos , razão pela qual ela
usa o Esquadro, sinal de retidão e instrumento indispensável
para transformar a Pedra bruta em hexaedro perfeito (Pedra
cúbica).
Aprendemos nos bancos escolares que o Teorema de
Pitágoras consiste em demonstrar que o quadrado da
hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma dos
quadrados dos catetos.
Até então, na exposição feita, podemos conceituar a
parte alegórica e simbólica dos três primeiros graus,
vejamos: nos graus tidos como superiores ou altos graus, o
que encontramos para cumprimento do título a que nos
propusemos? São passagens ou símbolos, originários da
cultura greco-romana que observamos nos rituais, a partir do
quarto, até o trigésimo terceiro, como diria o saudoso irmão
Tabajara, “en passant”, considerando que, a sua grande
maioria de Rituais estão voltados para a vertente hebraica:
Grau A – seu colar ou fita tem na frente, bordados a ouro,
as letras gregas ALFA e ÔMEGA, fazendo alusão ao
Apocalipse: “Eu sou o Alpha e Ômega, o princípio e o fim,
o primeiro e o derradeiro”; Grau B – Na formação do
Conselho, esse se denomina Areópago, antigo tribunal
ateniense. Encontramos, também, a denominação de
Senado, nome dado a diversas assembleias, que formavam
importantes órgãos de governo em Esparta, em Atenas,
como, também, em Roma; Grau C – Na decoração do
templo é colocada uma coluneta branca sustentando o
Tetraedro (Tetraklys de Pitágoras), com dez estrelas
distribuídas de baixo para cima; Grau D - Tal qual acima,
consta, também, na decoração o mesmo Tetraedro de
Pitágoras, dessa vez, com trinta e seis estrelas, com o
vértice para baixo. Ainda, nesse mesmo grau, há uma
decoração, denominada Cripta dos Grandes Filósofos ou
das Grandes Luzes, entre os quais, consta a foto de Platão,
com a seguinte descrição: “Eu sou Platão, discípulo de
a
Sócrates. Ensinei aos homens a se conhecerem a si próprios.
Desvendei-lhes o mundo das ideias puras e das realidades
eternas. Nossos sentidos, somente, percebem as sombras da
realidade, isso é, dos fenômenos e das leis; estas, porém, nos
revelam, tanto no domínio do físico como no do espírito,
tendência, sempre, crescente para o Verdadeiro, para o Belo,
para o Bem, tríplice realização do Divino. No extremo dos
limites do inteligível, está a ideia do Bem. Não se deve dizer
que a Justiça consiste em fazer o bem a seu amigos e o mal a
seus inimigos. O justo é aquele que vive em perfeita
harmonia consigo mesmo, com os seus semelhantes e com a
ordem do Universo”.
Esperamos, prezados irmãos presentes nesse
magnânimo Encontro da Cultura Maçônica, haver, na sua
totalidade, ou, pelo menos em parte cumprido com o que me
foi solicitado: falar sobre a Influência Greco-Romana da
Ordem Maçônica.
Sou muito Grato. ?
b
Francisco Feitosa da Fonseca – MI – 33º – ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG – Oriente de São Lourenço-MG
Grande Inspetor Litúrgico da 14ª MG – Escritor e Acadêmico - Editor da Revista Arte Real
R
osa-Cruz é como se denomina a sociedade ou
fraternidade filosófico-religiosa secreta que,
segundo a Tradição, foi fundada por um Ser que
adotou um nome místico – pois que seu verdadeiro Nome
era bem outro – qual usavam os instrutores medievais,
Christian Rosenkreutz, embora que outros significados
mais secretos estejam ocultos por baixo do mesmo Nome,
a começar pelo de “uma
fé cristã” ou do Christus
Universal,
o
Cristo
transcendente
dos
gnósticos, ou mesmo o 7º
Princípio das Escolas
mais elevadas ou da sã
Teosofia.
A bem dizer, ele
foi,
apenas,
um
renovador,
pois
a
sociedade remonta ao antigo Egito, quando Amenophis IV
(Akhenaton) teria fundado a Ordem Secreta Rosa Cruz
dos Andróginos (1374 a.C.). Akhenaton não só construiu
seu Templo em forma de cruz, mas introduziu a cruz e a
rosa como símbolos e, além disso, a Cruz Ansata, uma das
formas primitivas da cruz, que consiste de uma curva oval
aplicada ao topo de uma cruz em tau, ou letra “T”. Dessa
forma, o Lírio Antigo, símbolo do poder terrestre, foi
substituído pela Rosa Mística de cinco pétalas, símbolo da
pureza e humanização do espírito. A cruz e a rosa expressam
o equilíbrio perfeito, a ação do divino na superfície da Terra.
Após a morte de Akhenaton, a Ordem foi tolerada,
mas, gradativamente, manifestou-se um sentimento contra o
seu “poder secreto”, de
modo que se tornou
necessário reduzir, cada
vez mais, a extensão de sua
atividade. Apesar disso, os
ensinamentos da Ordem
foram se expandindo por
várias regiões. Nessa fase
de expansão da era Cristã,
os
ideais
rosacruzes,
também, se expandiram,
rapidamente, por toda Europa.
Os Rosacruzes da Alemanha medieval formavam um
grupo de filósofos místicos, que, secretamente, se reuniam,
estudavam e ensinavam doutrinas esotéricas sobre religião,
filosofia e ciência oculta, que seu “fundador”, Christian
Rosenkreutz, havia
aprendido dos sábios árabes,
herdeiros, por sua vez, da cultura de Alexandria.
Tornaram-se mais conhecidos no século XVII, inicialmente
na Alemanha, com o teólogo Johannes Valentin Andreae,
que nascera em Wüttenberg, na Alemanha, em 1586. De
berço protestante, através de seu pai, tomou conhecimento
do simbolismo alquímico, matéria de enorme interesse
para o meio erudito da época.
Nessa época, transição do século XVI para o XVII,
na Europa, agitada pelas consequências das reformas
luteranas, surgiram vários grupos independentes, que
acalentavam sonhos reformistas, à procura da sociedade
ideal. Andreae participou de um desses grupos, conhecido
como Círculo de Tübigen, tendo grande importância em
sua formação. Foi creditado a esse movimento o alicerce
dos ideais apresentados nos três manifestos publicados
nos anos de 1614, 1615 e 1616.
Esses três manifestos, publicados anonimamente,
desencadearam o Movimento Rosacruciano. São eles:
Fama Fraternitatis (Ecos da Fraternidade ou Confraria);
Confessio Fraternitatis (Confissão da Fraternidade; Die
Chysmische Hochzeit Rosenkreutz (Núpcias Químicas de
Christian Rosenkreutz no ano de 1459). Propunham a
renovação da Igreja, do estado e da sociedade, e um
convite para que as pessoas iluminadas entrassem para a
Fraternidade com o ideal de salvar a Europa do atraso em
que estava mergulhada, desde a Idade Média. Eles
tiveram um sucesso considerável, deram origem a
inúmeras controvérsias e inspiraram, também, muitas
obras rosacrucianas.
O “Fama Fraternitates”, editado em 1614, foi a
primeira menção histórica da Sociedade Rosa-Cruz. Narra
as viagens do cavaleiro alemão Christian Rosenkreutz,
através da Arábia (Damasco e Damcar), do Egito e de
Marrocos (Fez), nas quais adquiriu sua sabedoria secreta,
revelada, apenas, aos iniciados na Sociedade. Logo depois
de fundada na Alemanha, os primeiros membros da
Ordem concordaram em manter uma postura de absoluto
segredo durante os cem primeiros anos de sua existência.
A sociedade rosacruciana é uma síntese do
ocultismo vigente na
Idade
Média:
hermetismo
egípcio,
gnosticismo
cristão,
cabalismo
judaico,
alquimia medieval.
A antiguidade
histórica da afinidade
entre a Rosa-Cruz e a
Maçonaria inglesa, é tal,
que
ultrapassa
a
existência
institucionalizada
de
ambas as Ordens. Por
exemplo: o poema “A
Trinódia das Musas”,
do poeta escocês e
historiador
William
Henry Adamson, da
cidade
de
Perth,
publicado
em
Edimburgo, em 1638,
contém a passagem
“For we are the
brethren of the Roise Cross. We have the mason word and
second sight”, ou seja, para que os irmãos da Rosa-Cruz
pudessem possuir a “Palavra Maçônica” seria necessário
que, já naquela época, houvesse um intercâmbio entre as
duas correntes de pensamento. Talvez, por isso, a
fraternidade Rosa-Cruz foi confundida muitas vezes com a
Maçonaria e, de certo modo, a Maçonaria Moderna assimilou
muitos princípios esotéricos do grande Movimento,
conforme atesta Rizzardo da Camino, autor de “O Príncipe
Rosa-Cruz e Seus Mistérios”.
Em Orthodoxie Maçonique, o escritor maçom francês
José Maria Ragon alega que Elias Ashmole e os demais
Irmãos da Rosa-Cruz se reuniram em 1646, na sala de
sessões dos Franco-Maçons, em Londres, onde, livremente,
“decidiram substituir as tradições orais adotadas nas
recepções de adeptos nas Lojas por um processo escrito de
Iniciação”. Após a aprovação do grau de Aprendiz pelos
membros da Loja, o Grau de Companheiro foi redigido, em
1648, e o de Mestre, pouco tempo depois, embora, devemos
ressaltar que, o escritor e historiador maçônico José
Castellani afirma que o Grau de Mestre Maçom, foi criado
pela primeira Grande Loja inglesa, em 1723, e sua
implantação só se deu em 1738.
Existe uma tradição muito sólida que diz que, foi por
intermédio de Elias Ashmole, que a corrente rosacruciana se
introduziu na Maçonaria, o que justificaria a transmissão
regular e, por isso mesmo, o valor iniciático do 18º Grau da
Franco-Maçonaria atual.
Outro elemento que constitui uma relação de
intimidade entre as duas correntes deu-se no decorrer do
século XVIII. Sabe-se que os “Símbolos Secretos dos RosaCruzes dos séculos XVI e XVII” são oriundos de uma
coletânea de pranchas emitidas do círculo maçônico Goldund Rosenkreuzer (Rosa+Cruz de Ouro), em duas partes. A
primeira, em 1785, e a segunda, em 1788. As origens da RosaCruz de Ouro maçônica são obscuras, mas um dos nomes
ligados à sua formação é o de Hermann Fictuld. Fictuld fala
de uma “Sociedade de Rosa-Cruzes de Ouro”, herdeiros do
Tosão de Ouro. Ele operou significativas reformas na Goldund Rosenkreuzer, em 1777.
Essa
Ordem
desenvolveu-se dentro
das
regras
da
Maçonaria. A vertente
russa da Rosa-Cruz de
Ouro, instalada em
Moscou,
teve
dois
principais
vultos:
Nicolas
Novikov
(Maçom, membro da
Rosa-Cruz de Ouro e
Martinista) e o conde I.
V. Lopokhin. Segundo
Robert Ambelain, Novikov foi um dos introdutores da
Franco-Maçonaria na Rússia e um dos principais
divulgadores do Martinismo e das doutrinas do Rito
“Filósofo Desconhecido”, na Rússia.
Apontamos como um momento preponderante na
alteração estrutural da Maçonaria, a decadência das
Corporações de Ofício, no século XVI, quando essas
sofreram perseguições acirradas do clero, motivando o rei
da França, Francisco I, a revogar os privilégios
dos Franco-Maçons, e, com isso, abolindo-se as
Guildas, Cantarias e demais fraternidades. Em
1558, na Inglaterra, a rainha Isabel, ao assumir
o trono, renovava uma ordenação de 1425, que
proibia qualquer assembleia ilegal, sob pena
de ser considerada uma rebelião. Os FrancoMaçons vinham perdendo seu objetivo inicial e
transformando-se em associação de auxílio
mútuo, resolveram, então, permitir a entrada
de homens não ligados à arte da construção,
que ficaram conhecidos por “Maçons Aceitos”.
O Grande Incêndio em Londres,
ocorrido em 02 de setembro de 1666, que destruiu cerca de
quarenta mil casas e oitenta e seis igrejas, mudaria, um
pouco, esse quadro. Diante do cenário catastrófico, não
houve alternativa ao rei, a não ser se render aos construtores
Franco-Maçons, que, sob a direção do arquiteto Cristopher
Wren, reconstruiu a cidade, sendo sua obra principal a Igreja
de São Paulo, em cujo adro se desenvolveria e se
estabeleceria, em 1691, uma Loja de fundamental
importância para história da Maçonaria moderna, a Loja de
São Paulo (em alusão à igreja), ou a Loja da Taberna “O
Ganso e a Grelha”.
Tal Loja foi formada pelos Maçons de Ofício, que
participaram da reconstrução de Londres, mas com a
admissão, cada vez maior, de homens de todas as classes,
nas demais Lojas londrinas, resolveram, em 1703, permitir
à “recepção” de “Maçons Aceitos”. Na verdade, o início
da transformação da Maçonaria de Ofício para
Especulativa se deu em 1600, com a recepção, como
Maçom Aceito, de John Boswell, Lorde de Aushunleck, na
Loja “Saint-Mary’s Chapell”, de Edimburgo, processo que
veio a se acentuar durante todo o século XVII, na Escócia.
O aumento do interesse pelos estudos teóricos,
fortemente, influenciado pela “recepção” dos Maçons
Aceitos, em detrimento das práticas da construção, levou ao
nascimento da Maçonaria Moderna, em 1717, quando quatro
Lojas londrinas se reuniram para a formação da Grande Loja
de Londres. É sobre esta que recai a crítica do Daily Journal,
em 5 de setembro de 1730: “tem-se de reconhecer que há
uma associação estrangeira, da qual os maçons ingleses,
envergonhados de sua verdadeira origem, copiaram certas
cerimônias, tendo bastante dificuldade de persuadir a todos
que deles são descendentes, embora só tenham uns poucos
sinais de iniciação. Os membros dessa sociedade levavam o
nome de Rosa-Cruzes e seus dirigentes chamados de
Grandes Mestres, Vigilantes, etc., seguravam, durante suas
cerimônias, uma cruz vermelha como sinal de
reconhecimento”.
É interessante citar que, o primeiro Templo maçônico
– “Freemason’s Hall” - foi construído na Inglaterra, em 30 de
maio de 1776. Até então, as reuniões eram
realizadas nas tavernas, cervejarias e estalagens.
Sua arquitetura foi baseada no parlamento
inglês, portanto, sem nenhum culto religioso ou
lugar sagrado, no sentido místico ou espiritual.
Era, apenas, uma casa especial, onde se reúnem,
até hoje, os Maçons.
A partir de 1783, começa a crescer,
acentuadamente, o misticismo na Maçonaria
com a participação das correntes místicas que
pululavam a Europa. Sem sombra de dúvidas,
foi a partir do século XVIII que se observou uma
forte presença do rosacrucionismo no seio da
Maçonaria, sendo responsável pelas alterações introduzidas
no ritual, e que, aos poucos, transformaram o processo de
admissão à Ordem, da simples “recepção” para a Cerimônia
Ritualística de “Iniciação”. Todavia, ao mesmo tempo em
que organizavam a Iniciação simbólica, envolvendo-a em um
sistema de moralidade, inicialmente, baseado no simbolismo
das
ferramentas
dos
talhadores de pedra, figuras
geométricas e arquitetônicas,
ampliavam o alcance com
elementos religiosos tirados da
Bíblia e, posteriormente, da
Cabala, da Alquimia, do
Hermetismo, etc., com os
quais
já
estavam
familiarizados. Esses novos
elementos a enriqueceu e a
espiritualizou.
A propósito, nessa época, no seio da Maçonaria
"dos Antigos", tida como mais esotérica, em relação à
Maçonaria “dos Modernos”, com raízes no hermetismo e
no rasacrucionismo, observamos o aparecimento dos Ritos
e Rituais herméticos e alquímicos, considerados, por
alguns autores, como para-maçônicos: Ritual do Barão de
Tschoudy (1724-1769); o ritual da Maçonaria Egípcia; o
Rito da Estrela Flamejante (1766); a Ordem dos Arquitetos
Africanos (1767); a Ordem dos Filósofos Desconhecidos;
Os Iluminados de Avignon; a Ordem do Crata Repoa.
Foram responsáveis, em boa parte, pela influência de
ensinamentos provenientes de correntes esotéricas como a
Cabala, a Teurgia, a Alquimia, hermetismo, magia, etc.
A Bíblia e a Cabala forneceram os mais poderosos
contingentes para o enriquecimento do Simbolismo
Maçônico, e o Ocultismo, abrangendo o conjunto de
sistema filosófico e das artes misteriosas, derivadas dos
conhecimentos
antigos,
também,
contribuiu abundantemente.
As Ciências Ocultas fizeram
furor durante todo o século XVIII, e os
maçons,
delas,
se
mostraram
apaixonados apreciadores. Assim, a
magia, a alquimia, a astrologia, o
magnetismo animal e outros, que se
tinham expandido durante a Idade
Média, em que pese às perseguições
que lhes moveram a Igreja, foram
objetos dos mais acurados estudos por
parte dos maçons, e deixaram traços
muito profundos no simbolismo e no
esoterismo
maçônicos,
que
os
impregnaram totalmente.
Escritores e ritualistas foram
buscar na antiguidade práticas e
doutrinas iniciáticas já utilizadas no Egito, na Grécia, na
Índia e em outras nações ou associações. A iniciação
maçônica, em muitos pontos, resultou do sincretismo dos
vários mistérios e da “recepção” dos operativos, tendo
sido objeto das mais diversas interpretações.
Muitos a examinaram à luz das ciências ocultas,
outros, mais tarde, a analisaram por meio das doutrinas
da teosofia hinduísta, até da yoga, etc. E, paradoxalmente,
escritores racionalistas tentaram interpretá-la através de
suas concepções filosóficas. Por essas razões, não é de se
estranhar que os símbolos encontrados dentro de um
Templo Maçônico sejam oriundos das mais diversas
procedências.
Assim, as colunas arquitetônicas, as figuras
geométricas, as ferramentas profissionais, etc., revelam
sua origem operativa ou profissional. O Pavimento
Mosaico, as Velas, o Incenso, as Espadas e outros
elementos, são de origem mágica; a Câm∴ das RRef∴, os
Quatros Elementos, os Três Princípios, procedem do
Hermetismo. A Numerologia Pitagórica forneceu o
esoterismo dos números; da Cabala temos o Delta Sagrado, o
Tetragramaton, o Selo de Salomão, além de todas as
PP∴SS∴, PP∴ de P∴ e outras. A Astrologia está presente na
Abóboda Celeste, nas Doze Colunas Zodiacais, etc. Os Sinais
de O∴, e as posturas em Loja, podemos encontrar
significativa semelhança, em seus propósitos, nas Asanas e
Mudras praticadas nas Danças Sagradas hindu. O acrônimo
V∴I∴T∴R∴I∴O∴L∴ - VISITA INTERIORA TERRAE
RACTIFICANDO INVENIES OMNIA LAPIDEM – servia
como uma senha, adotada pelos antigos Rosa-Cruzes.
Como podemos ver, a Maçonaria é baseada em um
conjunto de ciências que lhe emprestam um aspecto singular
e único, sendo notória a influência Rosa-Cruz. O processo
alquímico, que outrora servia para a transmutação dos
metais, hoje, maçonicamente, é utilizado, pelos verdadeiros
Iniciados, que se pese, uma minoria,
lamentavelmente, para a “Transmutação
dos Mentais”, onde o verdadeiro trabalho
é o despertar do Mental Abstrato, da
Quinta
Essência,
hoje,
tão
malcompreendida pela maioria de seus
membros,
embora,
de
enorme
importância, por ser o principal objetivo
das verdadeiras Escolas de Iniciação da
atualidade.
Na Loja dos “Antigos”, ou seja, na
Grande Loja fundada por irlandeses, em
1725, em oposição a primeira Grande Loja,
criada
em
Londres,
em
1717,
pejorativamente,
chamada
“dos
Modernos”, o Grau Rosa-Cruz (Rosy
Crucian), também, conhecido como “Ne
Plus Ultra”, significando “não há nenhum
mais alto”, era o Grau 28º. Com o tempo, esse lema perdeu a
razão de ser com a criação de Graus acima deste, além do
descaso das autoridades maçônicas com os Graus Superiores
ter permitido que fosse gerada uma mistura enorme dos
Graus do Rito de York, o que veio, mais tarde, a suprimir o
Grau Rosa-Cruz.
O Grau 12º do Rito Adonhiramita foi chamado de
Rosa Cruz, e, até certa época, era, também, seu Grau
máximo. Posteriormente foi criado o 13º Grau, o Noaquita ou
Cavaleiro Prussiano. Desde 1973, o Rito passou a ter 33
Graus.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, surgido na França,
em 1754, oriundo do Rito de Perfeição, que a partir de 1751
começou a sofrer uma grande reestruturação, passando de 14
para 25 Graus, surgindo, então, o Grau 18º, que recebeu o
título de Soberano Príncipe da Rosa-Cruz de Heredom, ou,
simplesmente, Cavalheiro Rosa-Cruz.
Segundo Leadbeater, nesse Grau revelam-se
profundos mistérios, sendo um deles, o nome do
G∴A∴D∴U∴, com relação ao acrônimo I∴N∴R∴I∴.
Sobre isso, o autor maçom informa que, em Sua
encarnação, como Christian Rosenkreutz, Este
traduzira a “Palavra” para o latim, conservando,
muitíssimo engenhosamente, seu notável
caráter
mnemônico,
todas
as
suas
complicadas acepções e, ainda, uma íntima
aproximação com seu som original. A
Palavra Perdida hebraica I∴H∴V∴H∴
dando lugar a Palavra Reencontrada latina
I∴N∴R∴I∴.
Portanto, como se pode notar, a influência do
rosacrucionismo na Arte Real é uma realidade
inconteste, assim como todo progresso cultural e
evolucional. Graças à Ordem Rosa-Cruz deu-se início
ao processo de Iniciação maçônico que conhecemos hoje,
e, com ele o despertar e a expansão do estado de
consciência de seus membros. Vale ressaltar que,
diversos ensinamentos e símbolos utilizados pelos
a
rosacruzes antecedem, em muito, sua própria história.
Afinal, os excelsos ensinamentos da Tradição Oculta, da
Sabedoria Iniciática das Idades, chegam ao mundo através
das verdadeiras Ordens de Iniciação, não pertencendo a
nenhuma delas, pois que são, apenas, sustentáculos
físicos da Grande Fraternidade Branca.
A Ordem Rosa-Cruz tendo como
fundador e mentor Espiritual o enigmático
Christian Rosenkreutz e a Maçonaria, como um
de seus mentores espirituais, o Conde de Saint
Germain, já, por si só, têm motivos de sobra para
tamanha interseção, pois ambos, Mestres de
Sabedoria, manifestaram-se na face da Terra, utilizandose da mesma Essência Espiritual.
Citaremos outro excelso ser não menos
enigmático, criador do Rito Egípcio, que, inspirado pelo
rigor da Lei divina, teve a árdua e oculta Missão de
promover a derrocada do poder feudal, através da Queda da
Bastilha. Mas essa é outra longa e profunda história!
Fiquemos por aqui! ?
b
João Geraldo de Freitas Camanho – MI – 33º – ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG
Oriente de São Lourenço-MG – Palestrante e Acadêmico
“A Sabedoria Iniciática das Idades (Doutrina esotérica) precisa, em momentos de grandes
transformações cósmicas e sociais, ocultar-se para não morrer. Graças a essa providência,
tal Ciência Oculta pode ser transmitida aos homens à medida que se façam dignos.”
Professor Henrique José de Souza
F
undada em 1119 por Hugues de Payns na Terra
Santa, com o nome de Pobres Cavaleiros de Cristo.
Em companhia do fundador estavam oito
cavaleiros franceses, entre eles, Godofredo Bouillon e
Godofredo de Saint-Omer.
O Rei Balduíno II de Jerusalém instalou-os num
velho palácio junto às ruínas do Templo de Salomão. Daí,
a designação de Ordem dos Cavaleiros Templários ou,
simplesmente, Ordem do Templo.
Em 1128, Hugues de Payns, seu primeiro GrãoMestre, viu confirmada, oficialmente, a Ordem no
Concílio de Troyes. Nascia A Nova Ordem, ao mesmo
tempo religiosa e militar, à qual é concedido o uso do
manto branco (sinal da pureza), com a cruz vermelha
sobre ele (testemunho do martírio).
Sob a orientação de Bernard de Clairvaux, homem
santo e erudito, fundador da Ordem de Cister e patrono
dos Templários, de 1119 a 1128,
nove anos, portanto, os mais
avançados
espiritualmente
formaram, no seio da Ordem, um
Colégio de homens puros e
precederam a sérias pesquisas e
escavações nos subterrâneos do
Templo,
encontrando
conhecimentos científicos em
grandiosa biblioteca e profundos
mistérios
de
milênios,
adormecidos na mudez estática daqueles símbolos,
reminiscências arquetípicas da Doutrina Oculta da Lemúria
e da Atlântida, fonte comum de todas as Ordens Iniciáticas
da Índia, do Egito, da China, da Pérsia, do Oriente-Médio
(árabes e hebreus), da Mesopotâmia (assírios e babilônios),
da Grécia e de Roma.
Detentora de tesouros científicos e espirituais,
como ficou delineado acima, a Ordem impulsionou as
Guildas Medievais (futura Corporação Maçônica
Operativa), que já tinham tomado formas regulares
durante os reinados de Alfredo, o Grande, de Eduardo, o
Antigo, e de Athelstan, de 800 até 900, na Inglaterra. Em
925, o Príncipe Edwin, filho de Eduardo, foi eleito GrãoMestre de uma dessas Corporações; é, presumivelmente,
do século XII, o mais antigo documento da história
primitiva da Maçonaria inglesa: o Manuscrito de
Halliwell, base das Leis Maçônicas e história primitiva da
Maçonaria na Inglaterra, encontrado em 1839.
Com a transferência a tais Corporações da
tecnologia de ponta e do simbolismo, o que ultrapassou os
conhecimentos do homem medieval, floresceu a
Arquitetura Gótica, cujo apogeu aconteceu nos séculos XII
e XIII, legando à posteridade a
suntuosidade das Catedrais.
No século XIV, após sérias
maquinações de Filipe, o Belo, rei da
França, e Clemente V, o Papa, a
Ordem do Templo foi suprimida, os
Cavaleiros presos e Jacques de
Molay, o Grão-Mestre, com mais 36
Templários, sofreu o martírio da
fogueira inquisitorial, sob a alegação
de heresia.
Missão Oculta dos Templários
Os fugitivos de Paris e de
outras
regiões
da
França
encontraram abrigo entre seus pares,
espalhados pelos vários reinos
europeus, onde se ocultaram. A
Inglaterra e, especialmente, a Escócia
se tornaram porto seguros para tais
foragidos.
Os Templários passaram as Ordens de Maris, de
Avis, de Cristo e de Sagres (em Portugal), à Ordem da
Estrita Observância (na Alemanha), à Ordem da Estrela
Flamejante (na Boêmia) e à Ordem de Calatrava (na
Espanha). Na verdade, ajudaram a fundá-las, tronando-se
os mesmos disfarces da antiga Ordem dos Templários,
para iludir a Igreja e a diplomacia européia.
Todas essas Ordens Iniciáticas mencionadas foram
orientadas pela Ordem de Melk-Tsedek, o Rei do Mundo,
conhecida no Ocidente como a Grande Fraternidade
Branca, braços do GOM (Governo Oculto do Mundo). Por
isso mesmo, enfatizaram, acima de todos os credos, o
contato direto com a Centelha Divina no interior do
homem, através da Iniciação, o que, evidentemente,
tornou supérfluos os sacerdotes e todo o aparato de suas
igrejas, cujos ensinamentos dogmáticos e exotéricos
visaram, sempre, a manipulação das massas profanas e a
obtenção do poder temporal.
Compreende-se, então, o ocultamento nas referidas
Ordens e nas Guildas Medievais, para escapar da
perseguição da Igreja e dar continuidade a transmissão da
Sabedoria Esotérica milenar para a Europa e, posteriormente,
para o Novo Mundo, mormente, para o Brasil, lutando
heroicamente para fundação de Portugal e ajudando a criar a
Escola de Sagres (verdadeiramente, a Ordem de Sagres, cujo
Grão-Mestre era D. Henrique, o Navegador, filho do rei D.
João I, o Mestre da Ordem de Avis), para realização das
Grandes Navegações Lusitanas.
Precursores da Maçonaria
Embora certos autores afirmem que a Maçonaria se
originou nos construtores do Templo de Salomão ou nas
guildas medievais de pedreiros na Grã-Bretanha, junto a
outras
afirmações
muito
mais
fantasiosas, nenhum início, além dos
Cavaleiros do Templo, permite
explicações tão pertinentes no tocante
a transformação das corporações de
construtores na Maçonaria Operativa,
que, por sua vez, passou a
Especulativa. Aliás, o historiador Paul
Naudon dizia de forma clara: “A
Franco-Maçonaria apresenta-se como a
continuação e a transformação da
organização dos ofícios da Idade
Média e do Renascimento, na qual o
elemento Especulativo tomou o lugar
do Operativo”. Tal declaração reforça a
ideia de que, no passado, pode ser
detectada uma ligação entre a
Maçonaria e os Templários.
Reforçando mais as evidências,
apontamos a descoberta dos significados perdidos em
francês medieval, dando apoio fundamental à hipótese da
nascimento da Maçonaria nos Templários francófonos e
indicando um contexto temporal adequado. Parece-nos que
tal descoberta suprime qualquer dúvida de que a Maçonaria
se originara na má situação e na fuga dos Cavaleiros do
Templo, uma organização equipada de forma única, para
constituir uma Sociedade Secreta de proteção mútua,
lutando pela preservação da vida de cada irmão,
obviamente, funcionando por meio de códigos, palavras de
passe, símbolos e seu próprio sistema de espionagem.
Essa rica tradição de operações secretas dos
Templários, absorvida pela Maçonaria em seus primórdios (a
maioria mantida nos dias de hoje), permite-nos uma
conclusão: as antigas guildas, certamente, não precisariam
desse aparato de proteção, já que eram militantemente
religiosas e ligadas à Igreja Católica Romana estabelecida.
Quanto aos termos maçônicos em francês
medieval, sabe-se que, em 1362, as cortes inglesas,
oficialmente, mudaram a linguagem usada em seus
procedimentos (jurídicos, principalmente) do francês para
o inglês, de forma que as raízes francesas de todos os
misteriosos termos da Maçonaria confirmam a presença e
a contribuição dos Cavaleiros do Templo francófonos (fato
apontado anteriormente) no século XIV, época da
supressão da Ordem. Vamos citar, segundo o livro
“Nascidos do Sangue – Os segredos Perdidos da
Maçonaria”, algumas palavras e termos maçônicos, cujos
significados foram perdidos ao longo dos séculos: TYLER
(Guarda do Templo): uma aproximação fonética, uma vez
que o som [ty] em francês se escreve tai, remete-nos à
palavra francesa “tailleur” (aquele
que corta); a raiz da palavra é
encontrada na palavra inglesa
medieval “taille” (corte); de “tailleur
de vetement” (aquele que corta a
roupa), veio a palavra inglesa
“tailor” (alfaiate); diante dessas
variações, podemos aceitar que
“tailleur”
se
poderia
ter
desenvolvido em “Tyler” (cortador),
designação aceitável para alguém
que ficava do lado de fora da porta
da Templo com uma espada afiada
na mão; HIRAM ABIFF: a palavra
Abiff, supostamente o sobrenome
do Mestre assassinado, não vem do
hebreu, do inglês ou do francês;
documentos maçônicos usam as
iniciais HA (Hiram Abiff), mas
escritos maçônicos mais antigos se
referiam a Ele como HAB (poderia isso significar que, em
algum ponto, seu nome fora Hiram A. Biff?); novamente,
ns dicionários franceses, encontra-se a resposta no verbo
“biffer” (derrubar, eliminar); o termo maçônico não era o
nome, mas uma designação: “Hiram à Biffe” (Hiram, que
foi eliminado); JUWES: a busca em francês antigo
aponta a palavra “jubé” [jubê] (em ordens religiosas,
como as dos Templários, eram no “Jubé” que se
efetuavam as punições ou penitências físicas dos
pecadores); tal significado permanece hoje na
expressão “venir à jubé” (vir ao local da punição); a
palavra “jubé” vive no ritual maçônico com esse
sentido de punição; para lembrar os destinos dos três
assassinos de Hiram Abiff, que foram punidos por
Salomão, os originadores da alegoria podiam tê-los
chamados Jube Um, Dois e Três, mas resolveram
diferenciá-los, usando os sufixos (masculino, feminino
e neutro do latim): Jubelo, Jubela e Jubejum; o termo
coletivo “juwes” (sem dúvida, começou como “jubes”,
sem equivalente em inglês, designando os nomes dos que
foram punidos, aponta diretamente para Ordem
Templária francófona e para um contexto medieval.
Poderíamos citar outras origens dessas palavras
francesas perdidas da Maçonaria. Contudo, vamos aternos a certos símbolos da Maçonaria secreta antiga, cujas
conexões templárias se tornam, ainda, mas evidentes; O
CÍRCULO E A PERAMBULAÇÃO: as cerimônias de
iniciação dos Templários ocorriam em suas próprias
igrejas, que eram circulares, principalmente, as da GrãBretanha (quando os Cavaleiros percorriam essas igrejas
circulares, apenas, um modo de fazê-lo: em círculos –
representação do universo sem limites); O PAVIMENTO
MOSAICO: a base templária para
esse simbolismo é simples e direta,
contida na Bandeira de batalha da
Ordem, com um desenho vertical,
consistindo de um bloco preto em
cima e um bloco branco abaixo (o
preto significava o mundo negro do
pecado, deixado para trás pelo
Templário: o branco, a vida pura,
adotado pelo soldado de Cristo); tal
Bandeira, repetida muitas vezes,
forma um mosaico preto e branco,
na verdade, a eterna manifestação da
polaridade; O AVENTAL: podemos
ver uma ligação muito direta com os
Templários, se nos lembramos de
que sua Ordem proibia qualquer
decoração pessoal, exceto a pelo de
cordeiro, exigindo que os Cavaleiros
usassem, em torno da cintura, o
tempo todo, um cordão de pele de cordeiro, como
lembrete de seu voto de castidade (alguns escritores
maçônicos, teimosamente, declararam que essa pele de
cordeiro é um emblema da inocência e da pureza,
derivada dos aventais de trabalho, usados pelos
membros de associações de pedreiros da Idade Média;
além do fato de que é difícil ver pureza e inocência como
qualificações vitais para um pedreiro medieval, não parece
haver nenhum indício de que esses artesões tenham, em
algum momento, vestido aventais de pele de cordeiro,
atestam-no desenhos e pinturas da época, retratando esses
homens em atividade na construção de castelos e catedrais).
Os que estudam a história maçônica sabem que
houve frequentes alegações, depois que a Maçonaria veio a
público, em 1717, dessa conexão templária com a mesma,
que – insistimos – para sobreviver naquele contexto
medieval de intolerância e perseguição da Igreja, tronou-se
uma Ordem secreta.
Uma dessas alegações, um indício inquestionável,
afirma que, no diário do Barão Von Hund, fundador da
Ordem da Estrita Observância, na Alemanha, consta uma
reunião em Paris, em 1743, em uma Ordem Maçônica
Templária, onde nobres presentes (Lordes Kilmarnock e
Clifford, Maçons Templários), entre outros contaram-lhe
que, na época da supressão dos Tem´plários, um grupo de
Cavaleiros fugira para Escócia e, ao unir-se a uma guilda
de pedreiros, transformando-a na Loja Maçônica
Heredom,
de
Kilwinning,
mantiveram viva a Ordem do
Templo.
Tal fato demonstra que,
antes de 1717, a Ordem Maçônica
era uma verdadeira sociedade
secreta com muitas Lojas, como as
chamavam, por toda a Inglaterra,
Irlanda, Gália e Escócia. Por isso
mesmo, a onda de pretextos
contra a formação da Grande Loja
de Londres, que, além de violar os
segredos da Ordem, assumiu uma
postura
de
importância
e
antiguidade, quando, na verdade,
tal prerrogativa deveria ser
atribuída à Escócia, o que ficou
demonstrado acima.
Mais de seiscentos anos se passaram desde a
supressão dos Cavaleiros do Templo, mas sua herança
vive na maior organização fraternal que já se conheceu.
Momentos houve em que nossa Ordem fraquejou.
No início do Século XVIII, afastando-se da Sabedoria
a
Iniciática das Idades, introduzida pelos Templários, entrou
em tal decadência, que o moralista, Irmão Willliam Hogarth,
em sua pintura intitulada “A Noite”, retratou um Mestre
Maçom embriagado sendo levado pelo Guarda da Loja,
ambas com as insígnias maçônicas.
Fosse com vistas a perpetuar os Mistérios Maçônicos
na ocasião próxima de se perderem, ou, talvez, por
inspiração da LEI, a Loja da Cervejaria do Ganso e da
Grelha, mais tarde, chamada Loja da antiguidade, tomou, em
1703, por seu Venerável Mestre, o
Irmão Preston, a sábia decisão de
aceitar homens de todas as
profissões e credos e renunciar a
objetivo
material
da
antiga
Confraria: a Construção.
Esse passo gigantesco deu
uma nova tônica à Maçonaria
britânica e, mais tarde, tirou-a das
tavernas e a colocou em Templos,
dando-lhe uma postura formal:
assim, o jantar, o vinho e o fumo
foram substituídos por hinos,
incenso, música clássica, palestras e
concentração no Ritual.
Tal direcionamento, em boa
hora, recolocou a Maçonaria nos
trilhos do Simbolismo, do qual não poderia abrir mão,
transformando-a em Especulativa. Sentindo, então, que o
mais importante não era a construção de monumentos de
pedra, a Maçonaria Especulativa vem empenhando-se na
reconstrução do homem, dando-lhe as ferramentas
simbólicas para sua edificação moral e espiritual. ?
b
José Aírton de Carvalho – MI – 33º – ARLS Inconfidência nº 47 – GLMMG
Oriente de Belo Horizonte-MG – Acadêmico e Editorialista do Jornal Maçônico Fiat Lux
O
objetivo deste trabalho é despertar
nos Irmãos o interesse pelo estudo,
particularmente, ao que se relaciona
à nossa Excelsa Ordem. Para tanto, viajamos
nas páginas de algumas obras de renomados
autores, buscando as evidências da influência
judaica na história da Maçonaria.
Na verdade, trata-se de uma sinopse,
pois, seria impossível em tão curto espaço,
tratar, com profundidade, de um assunto tão
vasto, objeto de uma monografia.
O Povo Judeu - A história judaica,
segundo alguns estudiosos, tem trazido alguns
conflitos quanto à questão de determinar,
precisamente, quando se inicia a história do
povo judeu: se como grupo étnico, religioso ou
cultural, e, ainda, as fontes que determinam
essa história. Geralmente, os documentos extrabíblicos relacionados ao período mais antigo da
história judaica são escassos e objeto de
discussão. A Bíblia é a referência da história
desse povo.
De acordo com as Escrituras Sagradas, “por volta
de 1800 a.C., Abraão recebe um sinal de Deus para abandonar o
politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaac, filho
de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta, num certo dia,
com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os
doze filhos de Jacó dão origem às doze tribos que formavam o
povo judeu. Por volta de 1700 a.C., o povo judeu migra para o
Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente
400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300
a.C.. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as
Tábuas dos Dez Mandamentos no Monte Sinai. Durante 40
anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de
Deus para voltarem para a Terra Prometida, Canaã”.
Governados por patriarcas, os hebreus viveram na
Palestina durante três séculos. Os principais patriarcas
hebreus foram Abraão (o primeiro), Isaac, Jacó (também,
chamado de Israel, daí o
nome israelita), Moisés e
Josué.
A princípio, os
hebreus eram pastores
nômades (não tinham
habitação fixa), que se
dedicavam à criação de
ovelhas e cabras. Os bens
pertenciam a todos do
clã. A Palestina era uma
pequena faixa de terra,
que se estendia pelo vale
do rio Jordão. Os doze
filhos de Jacó originaram
as Doze Tribos de Israel,
constituindo assim, o
povo hebreu. Os hebreus eram um povo de origem semita
(os semitas compreendem dois importantes povos: os
hebreus e os árabes), que se distinguiram de outros povos
da antigüidade por sua crença religiosa.
Os hebreus eram inicialmente, um pequeno grupo
de pastores nômades, organizados em clãs ou tribos,
chefiadas por um patriarca. Liderados então, pelo
patriarca Moisés, os hebreus abandonaram o Egito em
1250 a.C., retornando à Palestina.
No período de lutas pela conquista da Palestina,
que durou quase dois séculos, os hebreus foram
governados pelos Juízes, que eram chefes políticos,
militares e religiosos. Embora comandassem os hebreus de
forma enérgica, não tinham uma estrutura administrativa
permanente. A sequência de lutas e problemas sociais
criou a necessidade de um comando militar único. Os
hebreus adotaram então, a monarquia.
O primeiro rei dos hebreus foi Saul (1010 a.C.).
Depois, veio o rei Davi (1006-966 a.C.). O sucessor de Davi
foi seu filho Salomão, que construiu palácios, fortificações e
o Templo de Jerusalém.
Após a morte de Salomão, as Doze Tribos de Israel
dividiram-se em dois reinos: o Reino de Israel, ao Norte, com
capital em Samaria, formado por dez tribos sob a égide de
Jeroboão; o Reino de Judá, ao Sul, com capital em Jerusalém,
formado pelas outras duas tribos, aos cuidados de Roboão,
filho de Salomão. O Reino de Israel foi conquistado por
Sargão II, do Império Assírio, em 722 a.C.. As tribos israelitas
desapareceram e seus integrantes foram mortos ou
deportados pelos invasores e espalhada pelo Império Assírio
Na Judéia, em um tempo de dominação síria, no
período helenístico, um rebelde toma a liderança nas
revoltas e vence seguidas batalhas pela libertação da Judéia.
Filho mais velho do sacerdote Matatias, Judas, o Macabeu,
deu início a dinastia Hasmoneana. Dinastia que reinou sobre
a Judéia por mais de um
século. E em 39 a.C., o
Senado Romano nomeou
Herodes para ser rei da
Judéia, acabando com o
domínio macabeu.
No ano 70 de nossa
era, o Imperador romano
Tito, sufocou uma rebelião
hebraica e destruiu o
segundo
Templo
de
Jerusalém.
Os
hebreus,
então, dispersaram-se por
várias regiões do mundo.
Esse
episódio
ficou
conhecido como Diáspora
(Dispersão). No ano de 136,
sofreram a Segunda Diáspora, no reinado de Adriano
(Imperador romano), os judeus foram, definitivamente,
expulsos da Palestina.
A história do Povo Judeu é marcada por perseguições
desde a sua formação, passando pela Idade Média e pelo
holocausto da 2ª Grande Guerra Mundial, imposto pelo nazismo.
Somente em 1948, os judeus puderam se reunir em
um Estado independente, com a determinação da ONU
(Organização das Nações Unidas), que criou o Estado de
Israel.
Nesta síntese, sobre o Povo Judeu, ressaltamos que a
religião é uma das principais bases da cultura hebraica e
representa a mais notável contribuição cultural dos hebreus
ao mundo ocidental; que a palavra "judeu", originalmente,
era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó,
posteriormente, foi designado aos nascidos na Judéia; a
tradição judaica defende que a origem deles dá-se com a
libertação dos filhos de Israel da terra do Egito pelas mãos de
Moisés.
Maçonaria - Muito se questiona, discute e escreve
a respeito do início da Maçonaria. A Maçonaria notabilizase por ser a fiel guardiã das tradições das culturas,
filosofias, sociedades e correntes de pensamento,
compiladas de várias civilizações. É definida como uma
Instituição iniciática, simbólica e filosófica que, através
dos símbolos da construção, transmite aos seus adeptos
uma filosofia progressista, cujo escopo é a construção de
um Templo perfeito (o Templo Interior), e para tanto,
recorre às ferramentas dos pedreiros, para o desbaste das
asperezas da Pedra Bruta, que deve ser utilizada na
edificação desse Templo.
Nos Estatutos e Regulamentos Gerais do Grande
Oriente da França, publicado em 1839, encontramos uma
das melhores definições sobre Maçonaria: “A Ordem
Maçônica tem por objeto o exercício da solidariedade, o estudo
da moral universal, das ciências, das artes, e a prática de todas
as virtudes”.
A
Maçonaria
ensina ao homem a ser
livre, de bons costumes,
leal,
praticante
da
verdade e da justiça,
desprezando
os
preconceitos,
trabalhando
o
seu
próprio Ser no combate
aos vícios morais, para
que se torne uma
referência, por seus
exemplos, àqueles com
quem convive.
Na
sua
ritualística,
a
Maçonaria exalta a
grandiosidade
da
Natureza e seus elementos, fazendo com que o Obreiro se
torne consciente desses princípios, a fim de trabalhar em
harmonia com a Natureza Universal e alcançar com
Sabedoria, Força e Beleza, a sua natureza interior. Dessa
forma, a Maçonaria associa-se à tradição da Sagrada Arte
da Construção, e a tradição hebraica aliada à Lenda do
construtor, na figura de Hiram Abiff.
O Maçom especulativo, iluminado pelas leis
judaicas expressas no Livro da Lei, deve, sob o modelo da
alegoria do Construtor Sagrado e auxiliado pelos
conhecimentos da Antiguidade, erguer o Templo Interno
de sua personalidade, a fim de abrigar a Individualidade
Superior para a Glória do Grande Arquiteto do Universo.
A Maçonaria, ao contrário do que se pensa,
estando sempre à frente de nosso tempo, oferece respostas
que bem interpretadas mostram-nos um direcionamento
retilíneo onde o homem sábio e virtuoso encontrará na paz e
no equilíbrio interior o sentido e a verdade que procura. A
verdade que procuramos não é aquela imposta e absoluta,
mas aquela construída na prática da solidariedade, no
respeito aos princípios que, favorecendo a transformação,
elevem o espírito promovendo a paz interior e o equilíbrio
emocional.
Através da linguagem simbólica reúne, reconhece e
se faz reconhecida, transmitindo em um processo contínuo e
permanente, princípios, sentimentos e calor fraternal,
gratificando seus Obreiros, aproximando-os, fortalecendo-os,
promovendo pela harmonia o equilíbrio interior, fazendo-os
sentir as luzes da chama divina.
“Só a perfeita compreensão destas verdades favorecerá um
caminhar unidirecional de nossas Lojas conduzindo seus Obreiros
aos verdadeiros objetivos da Sublime Ordem: o Homem”
Influência Judaica na Maçonaria - Há certa
dificuldade,
quando
tentamos
tratar
da
influência da tradição
judaica na Maçonaria. As
informações são escassas e
o assunto não é tratado
com
conhecimento
e
profundidade, por parte
de
alguns
escritores
maçônicos, levando-nos,
por vezes, à erronia. Ao
mencionar a influência
judaica na Maçonaria
devemos nos deter a
alguns traços da cultura
judaica.
Os
Templos
Maçônicos têm a sua
origem no Tabernáculo
hebreu; os ritos praticados em Loja, as palavras dos diversos
graus, as lendas e nomes têm uma estreita ligação com a
tradição divulgada na Bíblia Sagrada, especificamente, nas
tradições e práticas dos judeus do Velho Testamento.
A Maçonaria fundamentou sua doutrina, através da
alegoria da construção do Templo de Jerusalém, idealizado
por David e executado por seu filho Salomão, com a
cooperação dos fenícios, Hiram, Rei de Tiro, e do arquiteto
Hiram Abiff. Todos esses elementos vieram a ser agrupados
na Maçonaria Especulativa, para simbolizar o trabalho que o
Maçom deve realizar como construtor de si mesmo.
As Colunas do Templo de Jerusalém estão em nossos
Templos, nas colunas “J”, “B” e representam os pontos
solsticiais. “Por entre elas passam todos aqueles que, ansiosos pela
Luz ou conhecimento solar, procuram, identificar-se com os mais
altos princípios do Universo”.
A Escada de Jacob, que a Maçonaria adotou como
ligação do plano material com o plano superior, também,
está ligada às tradições judaico-cristãs. Os ritos e símbolos
maçônicos nos recordam, constantemente, a Cabala e o
Judaísmo. Na construção do Templo de
Jerusalém, na Estrela de David, no Selo de
Salomão, nos nomes dos diferentes Graus,
nas Palavras usuais, na Numerologia e a
própria da Cabala, testemunham a
influência cabalística na Maçonaria.
A Cabala é a tradição esotérica e
o conjunto das doutrinas secretas do
judaísmo. É um sistema filosóficoreligioso judaico de origem medieval
(século XII-XIII), mas que integra
elementos que remontam ao início da era Cristã.
Compreende preceitos práticos, especulações de natureza
mística, esotérica e taumatúrgica; afirma que o universo é
a
uma emanação divina, tendo grande importância a
interpretação e deciframento dos textos bíblicos do Antigo
Testamento.
A chave de seu ocultismo repousa como a do
Talmude, sobre o valor dos números, a
combinação das 22 letras do alfabeto
hebraico e a força oculta do Tetragrama
(IHVH), que se encontra no centro do
triângulo flamejante da Maçonaria.
“Apesar de tudo, de toda influência
hebraica, é bom que fique bem claro que a
Maçonaria não é judaica”.
“A glória do mundo é transitória, e não
é ela que nos dá a dimensão de nossa vida - mas
a escolha que fazemos, de seguir nossa lenda
pessoal, acreditar em nossas utopias, e lutar por nossos sonhos.
Somos todos protagonistas de nossas vidas, e, muitas vezes, são os
heróis anônimos que deixam as marcas mais duradouras”. ?
b
Vagner Roberto Alves de Souza – MI – ARLSGB Carlos Gomes nº 1598- GOB-SP
Oriente de São Paulo-SP – Teólogo – Mestre em Filosofia
M
eus nobres Irmãos a Maçonaria é uma Ordem
Universal formada de homens de todas as
raças, credos e nacionalidades, acolhidos por
suas qualidades morais e intelectuais, e reunidos com a
finalidade de construírem
uma sociedade humana,
fundada com bases no
Amor
Fraternal;
na
Esperança, com amor a
Deus, à Pátria, à Família e
ao Próximo; na Tolerância,
Virtude e Sabedoria; na
constante investigação da
Verdade e sob a tríade
Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, dentro dos
princípios da Ordem, da
Razão e da Justiça.
Diferente do que
muitos Irmãos pensam, a
Maçonaria não é uma
sociedade secreta, no sentido como tal termo é,
geralmente, empregado. Uma sociedade secreta é aquela
que tem objetivos secretos, e oculta sua existência, assim
como, as datas e locais de suas sessões. O objetivo e o
propósito da Maçonaria, suas leis, história e filosofia têm
sido divulgados em livros, que estão à venda em qualquer
livraria e na internet. Os únicos segredos que a Maçonaria
conserva são as cerimônias empregadas na admissão de seus
membros, os meios usados
pelos Maçons para se
reconhecerem ou em nossas
sessões, que julgo ser o mais
precioso
e
lindo,
que
nenhum autor, até hoje,
conseguiu descrever.
A Maçonaria não é
contra qualquer religião, ao
contrário, ela recebeu muitas
influências
delas,
em
destaque,
da
Igreja
Protestante
e
Católica
Romana. Ela ensina e pratica
a tolerância, defendendo o
direito do homem praticar a
religião de seu agrado e
conforme a sua opção. A Maçonaria não dogmatiza as
particularidades do credo e da religião de nenhum de seus
membros. Ela reconhece os benefícios e a bondade de todas
as religiões.
Nossa Ordem não é ateísta nem agnóstica. O ateu
é aquele que diz não acreditar em Deus, enquanto o
agnóstico
é
aquele
que
não
pode
afirmar,
conscientemente, se Deus existe ou não. Para ser aceito e
ingressar na Maçonaria, o candidato deve afirmar a crença
em Deus e não nos importa se O chama de Javé, Aláh,
Adonai, etc.
A Ordem conta com cerca de seis milhões de
membros, atualmente, e tem uma longa história
entrelaçada com o protestantismo, especialmente na GrãBretanha, na Europa, nos Estados Unidos (com cerca de 4
milhões de membros) e no Brasil. Ao mesmo tempo, a
fraternidade orgulha-se de contar com membros das elites
do mundo, seja no passado ou no presente: Voltaire,
Mozart, Garibaldi e Goethe, até vários nobres da Europa,
incluindo o rei da Suécia e a Rainha Elizabete II
(Grande Patronesa da Loja Britânica), além de
catorze presidentes dos Estados Unidos (Johnson,
Ford, Reagan, etc.). George Washington, o
primeiro presidente dos Estados Unidos, foi
Grão-Mestre, sendo considerado um dos
adeptos mais fiéis de todas as treze colônias
de sua época. Não é por acaso que a cédula
do dólar americano, que tem o retrato de
Washington, traz a pirâmide, o esquadro,
a
águia
e
outros
símbolos maçônicos.
Portanto,
podemos
definir
claramente
que
a
Maçonaria como sendo uma
organização
mundial
de
homens livres e de bons
costumes, que, utilizando-se de formas
simbólicas dos antigos construtores de
templos, voluntariamente, uniram-se para o
propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade.
Admitindo em seu seio, homens de caráter,
independente de sua raça, cor ou credo, a Maçonaria se
esforça para constituir uma liga internacional de homens
dedicados a viverem em paz, harmonia e afeição fraternal.
Primeiro Estatuto da Organização que indica a
influência Protestante - Em 1723 foi publicado o primeiro
estatuto da novel organização, A Grande Loja de Londres,
conhecido, mundialmente, como "Constituições de
Anderson", por ter sido compilada e redigida pelo
Reverendo Presbiteriano James Anderson (1630-1739).
Outros dizem ser as "Constituições" obra de seu
prefaceador, o Reverendo Anglicano João Teófilo
Desaguliers (1683-1744), de família francesa, que emigrou
para a Inglaterra após a revogação do Edito de Nantes,
mas conforme nossa corrente dominante aqui no Brasil,
podemos ficar com o Reverendo Anderson.
No Brasil, a estrutura maçônica ficou bem definida
com a fundação do Grande Oriente do Brasil, em 1822, sendo
o Imperador Dom Pedro I o Grão-Mestre da Maçonaria
Brasileira.
A Influência Protestante na Maçonaria - É inegável
que a Maçonaria Moderna foi organizada sob a influência
protestante. Os redatores do primeiro Estatuto (Anderson e
Desaguliers), por suas crenças, não poderiam deixar de
introduzir princípios evangélicos na nova organização,
principalmente, devido ao fim a que ela se destinava.
Provavelmente, devido a tais princípios, a Maçonaria se
desenvolveu muito nos países onde predominava a
influência protestante (Inglaterra, Alemanha e Estados
Unidos), propagando-se, depois, para o resto do mundo.
A Maçonaria e os Batistas no Mundo e no Brasil - A
maior igreja evangélica dos Estados Unidos da América, a
Convenção Batista do Sul, responsável, através da Junta
de Richimond, pela implantação do trabalho batista no
Brasil, possui um grande número de membros
maçons.
Os emigrados dos EUA que se
estabeleceram em Santa Bárbara, em São Paulo,
fundaram, em 10 de setembro de 1871, a Igreja
Batista, em Santa Bárbara, a primeira Igreja
Batista estabelecida em solo
brasileiro (Pr. Richard
Ratcliff).
Fundaram,
também, em 1874, a Loja
Maçônica
"George
Washington",
onde
se
encontravam cerca de oito
batistas, sendo que, pelo
menos, cinco deles foram, também,
fundadores da Primeira Igreja, entre eles estava
o Pr. Robert Porter Thomas .
O Pr. Thomas foi interino por diversas
oportunidades, tanto na Primeira Igreja quanto na
Igreja da Estação (segunda), fundada em 02 de novembro
de 1879 (Pr. Elias Hoton Quillin). O pastorado interino
do Pr. Thomas nas duas Igrejas somou cerca de 25 anos
de profícuo trabalho, sendo ele o que mais tempo
pastoreou tais Igrejas. Em 12 de julho de 1880, a pedido
da Igreja da Estação, foi formado um Concílio reunindo
as duas Igrejas, para Recepção e Consagração ao
Ministério do Irmão Antônio Teixeira de Albuquerque,
tendo sido batizado pelo Pr. Thomas. Foi moderador do
Concílio que se realizou no salão da Loja Maçônica, o Pr.
Quillin, conforme se descreve na carta subscrita pelo
moderador e pelo secretário do Concílio ao Foreign
Mission Board of fhe Soufhern Baptist Convention
(Richmond, VA., U. S.A. ).
Interessante observarmos que o primeiro Pastor
batista brasileiro, além de ter sido batizado por um Pastor,
que era Maçom, foi, ainda, consagrado ao Ministério da
Palavra no salão de uma Loja Maçônica. É importante
recordar que a Igreja em Santa Bárbara era uma igreja
missionária. Foi ela que insistiu e conseguiu, que a "Junta
de Richmond" nomeasse missionários para o Brasil,
estabelecendo-se, então, em Sta. Bárbara a "Missão Batista
no Brasil". O primeiro missionário foi o Pr. Quillin (1878),
com sustento próprio. Seguiram-se, sustentados pela
"Junta": Bagby (1880), Taylor; (1882), Soper; (1885),
Putheff; (1885) e outros, sendo que Bagby, Soper e Putheff
foram pastores da Igreja em Sta. Bárbara, que tinha, entre
seus membros, um expressivo grupo de maçons.
Missionário Salomão Ginsburg - Em 1921,
Salomão Luiz Ginsburg, Missionário da Junta de Missões
Estrangeiras de Richmond, publicou o livro "Um Judeu
Errante no Brasil", sua autobiografia. Encontra-se em
algumas partes de seu relato a descrição de sua condição
de Maçom. Nas páginas de número 81 a 83, o missionário
Salomão Ginsburg narra um contratempo que passou na
cidade de Queimadas, interior da Bahia, e diz ele: "...
Coloquei o meu harmônio no lugar mais central da feira e
comecei a tocar alguns hinos... Pondo-me de pé sobre um
tamborete comecei a explicar-lhes a minha missão e objetivo, (...)
anunciar-lhes o grande dom de Deus: um Salvador, cujas
dádivas eram de graça e cujas bênçãos concedidas a quem lhas
pedisse... o colportor chamou-me a atenção para um
movimento... parentes do padre do lugar estavam concitando os
fanáticos contra mim, dizendo-lhes que eu era o anticristo, há
muito esperado... Diversas pessoas tiraram os seus punhais e os
afiavam nas palmas das mãos, e os apontavam para mim, como
se disessem: 'isto fará ao senhor muito bem!' Oh! como orei,
pedindo
ao
Senhor que me
mostrasse
a
escapatória, não
tanto por minha
causa, mas por
causa do homem
que,
tão
bondosamente,
deixara
sua
esposa e filhos e
viera
comigo
ajudar-me
no
trabalho...
Ele
me olhou várias
vezes com os
olhos rasos de
lágrimas, como
se dissesse: 'Estamos perdidos!'
Como um raio de luz, veio-me o
pensamento de fazer o sinal de
perigo da Maçonaria. Seria
possível que naquele lugar houvesse
um irmão maçom? Tentei o sinal, e
pareceu-me como se alguém estivesse
esperando por isso, pois, em menos
de cinco minutos, cerca de meia
dúzia de homens se aproximou de
mim e me rodeou e me disse que me
veio buscar para a sua casa. Logo, fiquei livre e, seguramente,
instalado em uma das melhores residências da cidade, protegido por
soldados, com suas carabinas de prontidão. Agradeci ao meu Pai
Celeste pelo livramento que me deu, tão maravilhosamente,
daquela multidão enfurecida."
Foi Ginsburg o editor do Cantor Cristão, hinário das
Igrejas Batistas do Brasil, inicialmente, com 16 hinos, em
1891, e na edição atual do referido Cantor ele aparece como
autor ou tradutor de 102 hinos. O Pr. Ebenezer Soares
Ferreira (veja O Jornal Batista nº 30 de 24/07/94), destaca que
Ginsburg foi o fundador, na cidade de São Fidélis, no Estado
do Rio de Janeiro, da Loja Maçônica Auxílio à Virtude
(02/07/1894) e da "Egreja De Christo, chamada Batista"
(27/07/1894), que foi a primeira Igreja Batista em São Fidélis.
Segundo o mesmo autor (9, pg. 64), o primeiro
Templo batista construído no Brasil, foi o da Primeira Igreja
Batista de Campos, edificado sob o pastorado de Salomão
Ginsburg e com a colaboração financeira dos Maçons.
Ginsburg fundou, em 1902, o Seminário Teológico Batista do
Norte do Brasil, e foi um porta-voz da necessidade dos
batistas brasileiros organizarem-se em uma Convenção
Nacional, o que aconteceu em 1907 com a criação da
centenária Convenção Batista Brasileira.
O Missionário Salomão Luiz Ginsburg foi membro
de diversas Lojas maçônicas as quais destacamos: "Duke de
Clarence Lodge", na cidade de Salvador, BA; Restauração
Pernambucana, em Recife, PE; Progresso, em Campos, RJ;
Auxilio à Virtude, em São Fidélis, RJ ; na jurisdição da
Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo é o
patrono da Loja "Salomão Ginsburg n° 3".
José de Souza Marques - O Pastor José de Souza
Marques, que foi Presidente da Convenção Batista Carioca e
da Convenção Batista Brasileira, tendo em 1940, na
Convenção da Bahia, organizado a Aliança dos Pastores
Batistas Brasileiros, que mais tarde tomou o nome de Ordem
dos Ministros Batistas do Brasil, permanecendo em sua
presidência até 1962, cujo fruto todos conhecem, exerceu
cargos importantes na administração maçônica, tendo sido,
inclusive, presidente, por muito tempo, do Supremo
Tribunal de Justiça Maçônica. Ainda hoje, a única foto
existente no Salão do Conselho do Palácio Maçônico do
Lavradio, no RJ, é a do Pr. Souza Marques. No mesmo
Palácio, a sala de Tribunal de Justiça tem o nome de José
de Souza Marques. Foi, também, Membro Efetivo do
Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e
Aceito, encontrando-se em sua sede, em exposição, um
retrato pintado a óleo do Pastor Souza Marques. Inúmeros
outros homens de fé, verdadeiros
cristãos,
inclusive
batistas
de
relevância na denominação, têm sido
maçons
sem
encontrar
incompatibilidades entre a Fé Cristã e
a prática maçônica.
Os adversários da Maçonaria Existem pessoas que têm razões para
se oporem à Maçonaria. Todos os que
defendem princípios contrários aos
princípios maçônicos são adversários
da Maçonaria. Entre tais, destacamos:
os Papas da Igreja Romana; os sectários
contrários ao livre arbítrio; os
totalitários
(nazistas,
comunistas,
membros da TFP e outros); os fanáticos
e muitos outros. A perseguição aos
Maçons, devido aos princípios que
defendem, é antiga.
O primeiro documento encontrado combatendo a
Maçonaria é uma Capitular de Carlos Magno do ano de
779, proibindo a reunião das Guildas. As autoridades
laicas alegavam que os associados se reuniam em
banquetes periódicos, a fim de se entregarem ao vício da
embriaguez, e as autoridades eclesiásticas afirmavam que
a perseguição, que moviam contra as Guildas, era por
a
causa do juramento. Diziam-se preocupadas pela salvação
da alma do jurador no caso dele perjurar-se. Na realidade,
tentavam com semelhantes pretextos especiosos, impedir o
funcionamento das Gui1das temidas politicamente (8, pg.
46).
Análise do resultado da influência Católica na
Maçonaria - A perseguição dos Papas da Igreja Romana
contra a Maçonaria começou pela edição
da Bula "II Eminenti" (6, pg. 379), em 28
de abril de 1738, por Clemente XII e, até
1907, seguiram-se mais 25 documentos
entre "Bulas", "Encíclicas" e outros, de
ataque à Maçonaria. Em 18 de maio de
1751, o papa Bento XIV publicou a Bula
"Providas" (6, pg. 381), onde, referindo-se
à "II Eminenti", declarou: "Finalmente,
entre as causas mais graves das supraditas
proibições e ordenações enunciadas na
constituição acima inserida a primeira é:
que nas sociedades e assembleias secretas,
estão filiados, indistintamente, homens de
todos os credos; daí, ser evidente a
resultante de um grande perigo para a
pureza da religião Católica." Seguem-se
mais cinco causas, proclamando-se
contra a obrigação do segredo, a forma
de compromisso, a liberdade de reunião e outras.
Conclama os Bispos, Superiores, Prelados e Ordinários, a
não deixarem de solicitar o poder secular, para a
execução das referidas regras. Foi assim decretada a
"Inquisição" contra os Maçons, pela oposição papal à
Instituição, com as consequências que a história,
amplamente, registra. ?
b
Renato Gabriel – MI – 33º – MRM - ARLSGB Fidelidade Mineira – GOB – MG Oriente de Juiz de Fora – MG
Presidente AMLetras de Juiz de Fora–MG – Presidente (p/ MG) da AM Internacional de Letras
A
Maçonaria Norte Americana é a maior do
mundo, já tendo, num passado recente, cerca de
4,1 milhões de maçons (1960), e, hoje, tem cerca
de 1,5 milhões de maçons (2007), correspondendo,
aproximadamente, a 60% da Maçonaria mundial. Apenas
para comparação, temos, hoje, no Brasil cerca de 120 mil
maçons, correspondendo, aproximadamente, a 2,5% da
Maçonaria mundial e somos a terceira do mundo.
Ritualisticamente falando, praticamente, não
houve influência americana nos rituais dos graus
simbólicos, em termos de Maçonaria mundial ou brasileira,
sendo que eles influenciaram, apenas, os seus próprios
rituais. Cerca de 51 Grandes Lojas Americanas
(praticamente, uma por estado) praticam, basicamente, o
mesmo ritual simbólico, porém, com trabalhos levemente
diferentes de uma para outra Grande Loja, sendo que existe
duas correntes equilibradas, em números, de Grandes Lojas:
uma corrente recebido em seu início a influência da “Grande
Loja da Inglaterra (modernos)” e outra da chamada “Grande
Loja dos Antigos”.
A influência aconteceu, de fato, por sua pujança
econômica e influência política na história do próprio
Estados Unidos, tendo tido, também, influência política
nos movimentos libertários das Américas. Influenciou,
também, os Altos Graus do R∴E∴A∴A∴ e o Rito de
York.
Breve história da Maçonaria Americana Chegada à América com os primeiros colonizadores,
acredita-se que o primeiro Maçom a pisar em solo
americano tenha sido John Skene, membro da Loja
Aberdeen, da Escócia. Skene foi residir em Burlington,
New Jersey, no ano de 1682.
Indiscutivelmente, o avanço que seguiu a
Maçonaria nos Estados Unidos, não somente no número
de Oficinas e de seus Obreiros, mas, e principalmente,
pela atmosfera de paz e de ordem reinantes entre os
diferentes corpos - quer
simbólicos, quer filosóficos fazem aquela Fraternidade
digna dos maiores elogios de
todo o mundo maçônico.
Os
documentos
maçônicos mais antigos do
período colonial são os
registros da Loja que se reunia
na “Tun Tavern”, na Filadélfia.
Os primeiros registros dessa
Loja estão datados de 24 de
junho de 1738. Ela foi
chamada de "Loja Direitos
Imemoriais
(Immemorial
Rights), o que significa não
estar jurisdicionada a qualquer
Grande Loja.
Entretanto, a primeira
autorização oficial para que
fosse implantada a Maçonaria
na América foi expedida, em
1730, pelo Grão-Mestre inglês
Thomas Howard, VIII Duque
de Norfolk, ao Maçom Daniel
Cox, na qualidade de Grão-Mestre Provincial de New
Jersey. Não consta que ele tenha fundado qualquer
Oficina.
Em 30 de abril de 1733, o Visconde Montague,
Grão-Mestre da Grande Loja da Inglaterra, nomeou Henry
Price, membro da Loja no 75, de Londres, como GrãoMestre Provincial da Nova Inglaterra e lhe outorgou a
faculdade de poder nomear os outros oficiais necessários à
formação de uma Grande Loja.
No dia 30 de julho de 1733, na Taverna dos Cachos
de Uva, em Boston, Price fundou a "Grande Loja
Provincial de São João" e, imediatamente, foi criada uma
Loja, que recebeu o nº 126, nos registros da Grande Loja da
Inglaterra e que, ainda, está em pleno funcionamento. No
ano seguinte a mesma Grande Loja fundou uma Loja em
Filadélfia, tendo sido o seu primeiro Venerável Mestre
Benjamim FrankIin. No ano de 1752, ingressou na
Maçonaria, na Loja Frederiesbourg, na Virgínia, o grande
Maçom George Washington.
Em Boston, no ano de 1752, alguns Maçons passaram
a reunir-se, intitulando-se de "Antigos Maçons", da mesma
maneira que outros faziam na Inglaterra, transpondo, assim,
para a América as divisões lá existentes. Esses Irmãos, ainda,
naquele ano criaram a "Loja de Santo André no 82".
Os "Antigos Maçons", de Boston, com autorização da
Grande Loja da Escócia, através de seu Grão-Mestre, Conde
Dalhousie, no dia de São João Evangelista, do ano de 1769,
reuniram-se em Assembleia e
criaram a Grande Loja de
Massachusetts, que veio a ter os
seus poderes renovados em
1773, estendendo o seu poder
para toda a América. Seu
primeiro Grão-Mestre foi Pierre
Warren, que veio a falecer na
batalha de Bunkershill.
Não somente devido a
morte
de
Warren,
mas,
principalmente, pelos efeitos da
Guerra de Secessão, a Maçonaria
sofreu uma dispersão, o que lhe
causou bastante prejuízos.
A luta armada foi penosa
para a Instituição, pois havia
Maçons nos dois lados em
combate. No decorrer
da
campanha formaram-se Lojas
Militares, para acompanharem
as
tropas
em
seus
deslocamentos, tendo, dentre
elas, se celebrizado a "American
Union Lodge".
Em 8 de março de 1777, os "Antigos" reuniram-se em
Assembleia e elegeram, em substituição ao falecido Warren,
para Grão-Mestre Johan Webb que, ao assumir o posto e com
aprovação dos presentes, declarou a sua Grande Loja
autônoma e independente da Escócia.
A "Grande Loja de São João", em Boston, reativou os
seus trabalhos após o término da guerra e, em 1783, também,
declarou-se autônoma e independente da Grande Loja da
Inglaterra. Desde antes da guerra, a Maçonaria havia
estabelecido uma sólida estabilidade na América e
espalhara-se pelas 13 colônias.
À medida em que o tempo transcorria, foi-se tornando
evidente, para os Irmãos das duas Grandes Lojas
existentes em Boston, os inconvenientes da coexistência de
duas Potências, vizinhas e com igual jurisdição.
Resolveram, então, fundirem-se, num belo exemplo para a
humanidade, restabelecendo a harmonia, a confiança e a
fraternidade entre os Maçons. Assim, a partir de 1794,
passaram a se organizar Grandes Lojas em cada uma das
treze colônias e mais tarde em cada Estado americano.
A primeira Grande Loja Americana, fundada nos
Estados Unidos, foi a Grande Loja da Virginia, AF. & AM.
(Ancient Free & Accepted Masons - Maçons Antigos
Livres e Aceitos), organizada em 13 de outubro de 1775.
Existem, hoje, nos Estados Unidos, cinquenta e uma
Grandes Lojas, sendo que a metade delas se denominam
AF. & AM. (Ancient Free & Accepted MasonsMaçons
Antigos Livres e Aceitos) e as demais F. & AM. (Free &
Accepted Masons - Maçons Livres e Aceitos). A diferença
existente entre as duas classificações originou-se do fato
de haverem, as Grandes Lojas,
quando de sua criação,
recebido
suas
Cartas
Constitutivas da Grande Loja
da Inglaterra (dos Modernos)
ou da Grande Loja dos
Antigos, inicialmente, filiada à
Grande Loja da Escócia.
Parece um paradoxo,
mas todos os problemas
enfrentados pela Ordem nos
Estados Unidos fizeram dela a
mais tranquila Fraternidade do
mundo, estendendo-se por
todas as cidades e vilas do
país. E mais, cada Grande Loja mantém fraternal
correspondência com todas as outras. Para a solução de
problemas que, porventura, venham ocorrer, foi criado um
"System of Commettee", que abrange os Altos Corpos dos
quatro Ritos (Real Arco, o Conselho Cripto, a Cavalaria
Templária e o Rito Escocês). Foram maçons os seguintes
presidentes americanos: George Washington, James
Monroe, Andrew Jackson, James K. Polk, James Buchanan,
Andrew Johnson, James A. Garfield, William McKinley,
Theodore Roosevelt, William Howard Taft, Warren G.
Harding, Franklin D. Roosevelt, Harry S. Truman, Gerald
Ford R.. Algumas autoridades, também, incluem Thomas
Jefferson e James Madison, mas não existem evidências
documentais. Lyndon B. Johnson recebeu o Grau de
Aprendiz, mas não avançou para outros graus (16 em 44
presidentes).
Outros famosos americanos, durante a Revolução,
foram maçons, como Benjamin Franklin, John Hancock,
Paul Revere, John Marshall, Joseph Warren e John Paul Jones
e outros.
Em 18 setembro de 1793, o Irmão George
Washington, George Washington, em uma cerimônia
maçônica, assentou a pedra fundamental do Capitólio.
Depois que tomou posse George Washington prestou
juramento sobre a bíblia que pertencia à “John's Lodge No.
1” de Nova York, dizendo ao final , proferiu as seguintes
palavras: "que assim Deus me ajude", e beijou a Bíblia. Com
isso, foi criado uma tradição que se repete a cada posse de
presidente, sendo que, essa Bíblia se encontra na Grande
Loja de Nova York e é, exclusivamente, emprestada para
essas ocasiões.
Influência Americana na Maçonaria Mundial Conforme já dissemos, tal influência aconteceu, de fato, por
sua pujança econômica e influência política na história do
próprio EUA, que acabou influenciando todo o mundo e
contribuindo, em muito, para a fama de “poder” da
Maçonaria. A Maçonaria americana teve, também, influência
política
nos
movimentos
libertários das Américas e nos
Altos Graus.
Influência Americana no
R∴E∴A∴A∴ - A maioria dos
autores
considera
que
o
R∴E∴A∴A∴ foi criado em 1758,
por Pirlet, em Paris, com a
fundação do Conselho dos
Imperadores do Oriente e do
Ocidente, pois, nesse Conselho,
no mesmo ano, foi criado um
sistema de 25 Graus, que só foi
inscrito,
oficialmente,
no
Conselho, em 1762, e era chamado
de “Rito de Perfeição ou de Heredom”
Em 1761, Etienne Morin (que alguns afirmam se
chamar Stephen e não Etienne) recebeu a Carta-Patente do
Conselho, que o autorizava a fundar Lojas dos Altos Graus
no novo mundo. Chegando, Morin, em São Domingos,
iniciou a disseminação do rito e nomeou muitos Inspetores,
tanto para as Índias Ocidentais como para os Estados
Unidos.
Assim, foi na América do Norte que se operou a
transformação do Rito de Perfeição com 25º Graus para o
Rito Escocês Antigo e Aceito composto de 33º, em 1783, por
Isaac da Costa. Deve ser observado que, para dar maior
credibilidade ao rito, foi nesse período inventada a “Lenda
de Frederico II, na criação do Rito Escocês de 33º”, hoje,
totalmente, esclarecida e desmistificada. Em Charleston, foi
criado, em 1801, o primeiro Supremo Conselho do Grau 33º,
conhecido como Supremo Conselho "Mãe" do mundo
(Mother Supreme Council), com jurisdição sobre todos os
Estados a Oeste do Mississipi e ao Sul do Ohio, conhecido
como jurisdição meridional, com sede hoje em
Washington, sendo que, para os Estados a Leste do
Mississipi e ao Norte de Ohio, com sede em Boston,
conhecido como jurisdição setentrional, foi organizado,
em 1813, outro Supremo Conselho.
É preciso destacar que, ambos não se arrogam o
direito de intromissão nos assuntos das Lojas do
Simbolismo, que são organizações, absolutamente,
separadas e independentes.
Em
1802,
foi
outorgada uma patente a De
Grasse-Tilly
pelo
novo
Supremo Conselho 33º, de
Charleston. Certifica essa
patente que ele foi aprovado
em todos os Graus do Rito e o
autoriza a erguer Lojas,
Capítulos,
Conselhos
e
Consistórios em ambos os
hemisférios,
nomeando-o
Soberano Grande Comendador perpétuo de um Supremo
Conselho para as Antilhas. O Conde De Grasse-Tilly
introduziu o rito na França, em 1804. Dali passou para a
Itália, em 1805, na Espanha, em 1811 e, na Bélgica, em
1817. Em 1824, criou-se o Supremo Conselho para a
Irlanda. O Supremo Conselho da Inglaterra e Gales foi
criado em 1845, e o da Escócia, um ano mais tarde.
O Rito de York Americano - O Rito de York
Americano tem a seguinte estrutura: Maçonaria Simbólica
a
– 1ª Entidade (Grandes Lojas); Supremo Grande Capítulo do
Real Arco – 2ª Entidade (4 Graus); Supremo Grande
Conselho da Maçonaria Cripta - 3ª Entidade (3 Graus);
Ordens de Cavalaria: Ordem da Cruz Vermelha - 4ª Entidade
Ordem de Malta - 5ª Entidade Ordem dos Cavaleiros
Templários - 6ª Entidade.
Em Minas Gerais, Brasil, temos 2 Capítulos do Real
Arco, sendo que, o primeiro, é o Capítulo Fraternidade nº 17,
de Juiz de Fora, e o segundo, o Capítulo Belo Horizonte nº
34, fundado em 13 de dezembro
de 2009, pelo Capítulo de Juiz de
Fora, com o apoio do “Supremo
Grande Capítulo de Maçons do
Real Arco do Brasil”.
Maçonaria
Americana
Contemporânea - A Maçonaria
Americana está constituída pelas
51 Grandes Lojas estaduais, de
origem Inglesas ou Escocesas
(Grande Loja dos Antigos –
inglesa), um certo número de
Grandes Lojas hispânicas, que não consegui quantificar,
formadas, principalmente, por descendentes de origem
hispânica, e um certo número de Grandes Lojas da chamada
“Prince Hall Freemasonry”, que, também, não consegui
quantificar,
formadas,
exclusivamente,
por
negros.
Atualmente, apenas, em alguns estados existe um
relacionamento de reconhecimento entre elas, apesar de todos
apelos pelos “Direitos Humanos” e a igualdade entre todos
seres humanos. ?
b
Sérgio Quirino Guimarães – MI – 33º – Venerável Mestre da ARLS Presidente Roosevelt – GLMMG
Oriente de Belo Horizonte-MG – MMM – Editor do PROMAÇOM - Acadêmico
T
enho o imenso prazer em abrir o Segundo
Encontro Maçônico Sul-Mineiro: “Influências na
Maçonaria”, porém gostaria, antes, de trazer aos
Irmãos o fruto de minha pesquisa sobre a Influência Persa
e Egípcia na Maçonaria, gerar inquietudes sobre a
possibilidade de todos e tudo que compõem a criação do
Grande Arquiteto do Universo de se transformarem e
promoverem transformações.
A vida é a grande ligação entre o Ser e o ambiente,
o Ser influencia o ambiente, assim como, o ambiente
influencia o Ser. Ao usar a palavra ambiente, quero
expressar não só a estrutura material que cerca o
indivíduo, como, também, suas relações pessoais para
com a sociedade que está inserido.
Da transformação da Pedra Bruta para a Pedra
Cúbica os instrumentos usados poderão, até, serem os
mesmos, em diferentes latitudes e longitudes, porém a
técnica do lavrar está, diretamente, relacionada com a
dinâmica histórica sociocultural da “Pedra”. Nós,
ocidentais, estamos baseados nos valores judaico-cristãos
e por que não acreditar no simbolismo do pequeno pastor
Davi que derrotou
o
gigante
guerreiro
Golias
com, apenas, uma
funda e pedras?
Mas como
passar
essa
mensagem
ao
povo
Inuit
(Esquimós), se eles
desconhecem a guerra, todos são de baixa estatura e pedra
só de gelo? Se me permitem uma comparação, eu diria que
nossa Sublime Ordem é um “Ser Vivo” e, como tal, é regido
por Leis Universais e uma delas é a Evolução. Peço aos
Irmãos que compreendam que me guiarei por uma linha de
raciocínio bem ilustrativa, que poderá não ser operacional
(Operativa), mas, com certeza, será quimérica (Especulativa).
Em 1809, o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck
publicou o livro Filosofia Zoológica (Teoria de Lamarck),
segundo o mesmo, o princípio evolutivo estaria baseado
em, apenas, duas Leis: 1ª ) Lei do Uso ou Desuso
(O uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com
que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem);
2ª) Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos
(Alterações provocadas em determinadas características do
organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos
descendentes.). Deixando a Biologia de lado, em Maçonaria,
podemos dizer que a Teoria de Lamarck é a justificativa de
várias atividades em Lojas, devido aos famosos “Usos e
Costumes” locais.
Os cientistas atuais rejeitam a Teoria de Lamarck
por causa de um simples detalhe: “Características
adquiridas não são hereditárias” e o mesmo acontece em
nosso labor. Algumas Lojas fazem belíssimas aberturas
dos trabalhos, com acendimento das velas, leitura de
“Minutos de Sabedoria”, até “Amém” já ouvi, mas nada
disso faz parte do DNA da Maçonaria, são características
da Loja ou de uma Potência, quando muito de um Rito.
Insisto: são características e não fundamentos.
Voltando às especulações baseadas nas Ciências
Biológicas, em 1859, Charles Darwin (naturalista britânico)
lançou a Teoria da Evolução das Espécies e é a que
podemos comparar com a Realidade da Evolução da
Maçonaria. O Primeiro Postulado de Darwin dizia “que o
mundo não é estático, mas
evolui. As espécies estão
mudando continuamente,
algumas se originando e
outras se extinguindo”. Os
Irmãos concordam que a
Maçonaria não é estática,
mas evolui? Os Obreiros
e Ritos estão mudando
continuamente, alguns se
originando e outros se
extinguindo! O Segundo
Postulado diz que o
processo de evolução é
gradual
e
contínuo.
Assim, também, cresce a
Sublime Ordem.
O
Terceiro
Postulado ensina que uma comunidade descende de
organismos semelhantes e que, ao final, teríamos, sempre,
um ancestral comum. Será que eu poderia dizer que essa
relação com um ancestral comum, é para os Maçons
Atuais a Lenda dos Três Graus? O Quarto Postulado é
conhecido como Seleção Natural - “O ambiente viabiliza a
manutenção ou supressão das espécies, conservando,
maximizando ou minimizando a frequência de um gene, a ponto
de suprimi-la.” Reflitam bem quanto à Seleção Natural da
Maçonaria, quantas décadas se passaram, quantos fatos
históricos ocorreram, quantas mudanças políticas, quantas
pressões religiosas, mas, principalmente, quanto o homem
amadureceu e expandiu sua sensibilidade e intelecto?
Os símbolos serão sempre os mesmos, o que
mudará constantemente é a interpretação humana deles.
Tenham certeza que as palestras que se seguirão irão
mostrar essa realidade e a nós, Livres Pensadores, cabe
seguir os passos de nossos antecessores: captar as boas
influências da Sociedade e influenciá-la com nossos valores.
Feito este longo “intróito biológico” esboçarei uma
aula de Geografia. Antes mesmo de saber quais são as
Influências Persa na Maçonaria, precisamos localizar onde
fica a Pérsia, ou melhor, onde ficava o Império Persa. Seu
território inicial ocupava as terras entre o Mar Cáspio e o
que, hoje, chamamos de Golfo Pérsico; é um grande planalto
chamado de Planalto Iraniano, onde morava um povo forte e
dividido em duas grandes tribos (Medos e Persas).
Os Medos tinham como líder o Rei Ciaxares e que
durante anos subjulgou os Persas. Após a morte desse
mandatário, os Persas tendo à frente Ciro tomaram o poder, em
559 a.C., e assim, propriamente dito, começou o Império Persa.
O então, Rei Ciro armou-se de um poderoso exército e
conquistou muitos territórios, chegando a Babilônia, em 539
a.C., onde os judeus eram escravos e no ano seguinte,
historicamente, comprovado Ciro libertou os judeus do
cativeiro babilônico, permitindo que eles voltassem a Jerusalém,
inclusive, ajudando-os na reconstrução do Templo de Salomão.
Após a morte de Ciro, seu filho Cambises continuou a
expansão territorial, mas quem, realmente, soube organizar o
Império foi Dario, que substitui Cambises. Dario dividiu o
Império em territórios chamados de Satrapias. Em 490 a.C.,
Dario tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado. Quando
Dario morreu e o poder
passou às mãos de seu filho
Xerxes, ele continuou a luta
contra a Grécia, mas,
também, foi derrotado e, a
cada nova derrota, perdia
territórios. Um dos últimos
reis persa foi Dario III, que
foi assassinado, e Alexandre
Magno ,por fim, dominou
toda a Pérsia, que foi
incorporada ao Império
Grego-Macedônico.
Quem
teve
a
oportunidade de fazer os
Graus Superiores deve ter
compreendido o porquê
dessa
minha
narrativa
histórico-geográfica, por motivos óbvios não poderei me
aprofundar, mas esclareço a todos que esses personagens são
protagonistas das instruções de vários Graus Posteriores aos
Simbólicos e não só no Rito Escocês Antigo e Aceito, que fique
bem claro: o que estudamos não é uma lenda é uma realidade
histórica.
Aos Irmãos que trabalham, somente, nas Lojas
Simbólicas, eu gostaria de apresentar um personagem
persa: o Grande Zaratustra, mais conhecido por nós como
Zoroastro. Nos primórdios os persas adoravam o Sol, a
Lua e a Terra, e, em seus Templos, essas figuras eram
constantes e a religião era politeísta, muito simples e
superficial.
Zoroastro a reformulou dando uma complexidade mais
profunda, mística e voltada para o enlevo espiritual, moral e
ético da população, um dos ensinamentos desse profeta diz: “A
sociedade é para ser organizada nos princípios da livre escolha, da boa
mente e da busca do bem de todos os seres. Os líderes têm que ser
escolhidos por serem justos e equilibrados.”
A doutrina Zaratustriana é baseada na dualidade
do Bem-Mal, o espírito do Bem é Ormuz, personificação
de todas as virtudes e o espírito do Mal é Arimã, que
influencia para a prática todos os vícios. Conta a tradição
oral que ele reunia seus discípulos em um horário muito
interessante: do meio dia a meia noite!
Da Pérsia do Século VI a.C. recuaremos ao Antigo
Egito, aproximadamente, 2.500 a.C., durante a V Dinastia
Egípcia. O legado místico lendário do Egito chegou ao
ocidente através de traduções possíveis, afinal, para os
ocidentais antigos, os hieróglifos tinham mais um sentido
intuitivo do que, propriamente, explícito, ou seja, os
ícones contavam histórias, mas que necessitavam de uma
interpretação contextual.
Na transcrição das lendas para as línguas atuais
houve
algumas
adaptações para facilitar
o
entendimento
da
população local, por
exemplo: no Egito havia
os chacais, que não
existiam nos países
europeus, sendo assim,
alguns
autores
transcreviam os chacais
como
“cachorros
bravos”.
Estou
explicando isso porque
quero contar a Lenda de
Osíris e de Ísis e, com
certeza, os que a
conhecem,
poderão
encontrar
alguma
nuance diferente. As principais influências egípcias na
Maçonaria estão nessa lenda, portanto, com um pouco de
atenção, os Irmãos irão compreender que já vivenciaram
essa influência positiva.
Vamos, então, a um pouco de história: há muitos e
muitos anos, Deuses e humanos conviviam na Terra;
Osíris ocupava o Trono dos Deuses e reinava sobre o
mundo, e sua Rainha e Irmã era Ísis, a justiça e a paz
reinava entre os cidadãos. Mas como a Terra não é o
paraíso, havia também a inveja, o orgulho e a cobiça,
personificados no Deus Seth, que era irmão de Osíris,
deseja ocupar o Trono e tornar Ísis sua mulher. Para
conseguir seu intento Seth fabricou uma caixa com as
dimensões exatas do seu irmão. Era de uma madeira
escura, de fibras que não desprendem do cerne e de difícil
putrefação.
Durante um banquete Seth apresentou a caixa,
finamente, trabalhada aos convidados, dizendo que quem
coubesse perfeitamente dentro dela a receberia de
presente. Entre os convidados havia 72 comparsas de Seth,
que tentaram em vão ganhar a caixa, Osíris não
desconfiando de nada resolveu experimentar se suas
medidas dariam dentro da caixa, e, ao deitar, os inimigos a
fecharam, rapidamente, e com encantos mágicos Osíris
ficou preso e morreu. Esse primeiro ataúde da história do
homem foi jogado nas águas do Nilo.
a
Com o Trono vago, Seth intitulou-se o novo Soberano
do povo e com seu gênio maligno governou, então, guerras,
fome e a injustiça reinavam sobre todo o Egito. Ísis
inconsolada procurou pelo corpo de seu amado, vindo a
encontrá-lo longe do Egito. Resgatou o corpo e o trouxe de
volta. Temendo a ira de Seth, ela escondeu o corpo no
campo, porém durante uma caçada Seth encontrou o cadáver
de seu irmão e irado esquartejou o mesmo em 14 pedaços e
mandou que seus lacaios espalhassem as partes por toda a
terra.
Ao saber dessa desgraça, Ísis não desanimou, e com a
ajuda de sua irmã, Néftis, procurou e resgatou 13 partes; a
parte não encontrada fora jogada no Nilo e devorada por
peixes (segundo a lenda a parte que faltou foi justamente o
pênis). Ísis pediu a Anúbis que reconstruísse o corpo de
Osíris e, assim, tivemos a
primeira
múmia
da
história. O pênis foi
substituído por uma falo
de ouro e, nesta condição,
Ísis que era viúva, copulou
com Osíris e dessa relação
nasceu Hórus.
Osíris desceu para
Duat e tornou-se o Senhor
dos mortos, julgando suas
almas; Ísis ficou na Terra e,
escondido, criou Hórus,
que
quando
adulto
desafiou o tio Seth para
uma luta pelo Trono.
Durante dias eles lutaram
e
em
determinado
momento, Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus, mesmo
assim Hórus venceu a luta e foi conduzido ao Trono da Luz e
Seth enviado para as trevas.
Quando juntos, Ísis e Osíris outorgaram à
humanidade as artes. Ísis é considerada a Deusa da beleza,
não da beleza física, mas dos aspectos belos da vida: música,
dança e pintura. Por sua vez, Osíris é considerado o Deus da
Arquitetura Monumental, da Escrita, da Astronomia e da
Ritualística.
Há um estudo muito interessante sobre os “Olhos de
Hórus”: o olho direito representa a informação concreta e real.
Ele lida com as palavras e os números, aborda o universo de
um modo masculino. Já o olho esquerdo representa a
informação estética abstrata, lida com pensamentos e
sentimentos e é responsável pela intuição. Segundo uma
lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava o Céu e o direito
o Inferno. Estudemos mais o simbolismo das lendas
universais e devemos cultuar o sincero sentimento que sobre
nós haverá sempre um “Olho que tudo vê!”
Que a cada passo em direção ao horizonte, seja um
passo de conhecimento e que possamos compartilhar com os
Irmãos toda nossa vivência. Ficarei muito satisfeito quando o
Irmão ao ler o artigo acima, me enviar sua visão do tema,
afinal estou em constante aprendizado e disponibilizo meu
endereço eletrônico ([email protected]) para esse
intercâmbio. ?
b
Fuad Haddad – MI – 33º – ARLS Alfenas Livre nº 798 – GOB-MG - Oriente de Alfenas-MG
Deputado Estadual da AEL-GOB – Ex-Grande Secretário de Ritualística Adjunto do GOB
Evolução Histórica – Cronologia
- 1796 - Fundação do “Areópago de Itambé” – PE;
- 1797 - Fundação da Loja “Cavaleiros da Luz” – BA;
- 1801 - Fundação da Loja "Reunião" – RJ - (documental);
- 1815 - Fundação da Loja "Comércio e Artes" – RJ;
- 1817 - Revolução Pernambucana - (1818, 30 Março Expedição do Alvará);
- 1821 - Reinstalação da Loja "Comércio e Artes na Idade
d'Ouro" ( 24/06 )- RJ (GO de Portugal );
- 1822 - Fundação das Lojas: "União e Tranquilidade" e
"Esperança de Nictheroy";
- 1822- Fundação do GO Brasílico ou Brasiliano (17/06) /
Encerra as Atividades (25/10);
- 1822- O Supremo Conselho da França autoriza, através
da Carta-Patente (29/08) O Irmão João Paulo dos Santos
Barreto instalar, provisoriamente, Lojas, Capítulos,
Areópagos e Consistórios no Brasil, sob a jurisdição GO
da França;
- 1829 - Instalação da Loja "Educação e Moral” (30/03)- RJ
pelo Irmão João Paulo dos Santos Barreto;
- 1829 - Introdução do REAA no Brasil -1ª Loja a adotar,
oficialmente - Bol. GOB nº 3/52 - p.216 – 1927;
– 1829 - Francisco Gê de Acayaba de Montezuma (12/03)
recebe, em Bruxelas, a Carta- Patente do Supremo
Conselho da Bélgica para instalar o Supremo Conselho do
REAA, no Brasil;
N
a
- 1830 - Fundação do Grande Oriente Nacional Brasileiro
(instalado em 1831) GO da Rua Stº Antônio e GO da Rua do Passeio;
- 1830 - O Irmão João Paulo dos Santos Barreto funda a Loja
Reunião Brasileira, REAA, filiada ao GO Nacional Brasileiro,
única Obediência, na época existente no Brasil em atividade;
- 1831- Reinstalação do Grande Oriente Brasil – GOB (23/11);
- 1832- O Irmão Santos Barreto funda um Capítulo RosaCruz e um Conselho de Cavaleiros Kadosch, que ficaram sob
a direção do Irmão Gonçalves Ledo, Venerável Mestre da
Loja Educação e Moral;
- 1832 - Fundação do Supremo Conselho do REAA (12/11)
pelo Irmão Francisco Gê de Acayaba de Montezuma,
Visconde de Jequitinhonha, utilizando a Carta-Patente
expedida pelo Supremo Conselho da Bélgica;
- 1833 - Reinstalação da Loja "Comércio e Artes" (07/04), que
volta a funcionar regularmente, trabalhando no REAA,
tendo como Venerável Mestre o Irmão Januário da Cunha
Barbosa;
- 1833- Editado o Livro "Instruções Maçônicas” (Catecismo e
Regulamento Geral);
- 1834- Impresso (não oficial) o primeiro ritual do REAA Guia dos Maçons Escossezes ou Regulador dos Três Graus
Symbólicos do Rito Antigo e Aceyto, na Tipografia SeignotPlancher & Cia – Rua do Ouvidor, 95 – RJ. ?
b
ós da Revista Arte Real sentimo-nos muitíssimo honrados em poder participar, como órgão de divulgação, do 2º Encontro Maçônico SulMineiro, realizado nos dia 29 e 30 de maio de 2010, no Oriente de Alfenas, MG. Esse evento, embora, ainda, em sua segunda edição, já
nasceu grandioso em vários aspectos. Não bastasse seu altruístico objetivo de reunir a Família Maçônica, com especial atenção para as
Ordens DeMolay, Filhas de Jó, além de programação específica para as nossas Cunhadas, nessa edição, premiou a todos com a sábia escolha do
tema: Influências na Maçonaria, painéis defendidos por renomados Irmãos escritores, palestrantes, acadêmicos e autoridades maçônicas dos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, ícones da cultura maçônica.
Parabéns aos abnegados Irmãos organizadores e a todos que puderam participar desse magnífico evento. Aos nossos 15.097 leitores de
todo Brasil e exterior, recebam, carinhosamente, essa Edição Especial com o breve resumo das palestras proferidas. Boa leitura. Temos um 3º
Encontro marcado, em 2011, no Sul de Minas!
Agradecimento especial a UNIFENAS (Alfenas-MG) por, generosamente, ceder suas instalações e toda infra-estrutura para realização desse evento!
Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca.
Autores das palestras publicadas:
Benedito Canturelli – Denizart Silveira – Derly Halfeld – Francisco Feitosa – Fuad Haddad – João Camanho – José Airton – Renato
Gabriel – Sérgio Quirino – Vagner de Souza.
Empresas dos Irmãos Patrocinadores:
10ª Inspetoria Litúrgica – São pulo Supermercados – autoescola Silvana – Adega de Minas – Café Brasil – Clínica Neuro-Psiquiátrica de
Alfenas – Construcar – Ekicar Som & Acessórios – Lagos Embalagens Doces e Festas – Flor da Primavera Floricultura – Gráfica Solução –
JS Palace Hotel – Laboratório Alfenas – Lander Equipamentos – Localiza Aluguel de Carros – Madeireira Modelo – Produtos Majestic –
Moto Pista Silvana – Comercial Stussi Müller – Paiol Buteco – HidroPoços – Sul Minas Pneus – Unifenas – Clínica de Vacinas – Vetmaxi –
Viça Café – Clube de Vôo Livre – Zildus Mclaska - Adalberto Domingues Advocacia - Arte Real Software – Bisotto Imóveis - CFC
Objetiva Auto Escola – CONCIV – Corrêa de Souza Advocacia - Decisão Gestão Empresarial - Gerson Muneron Advocacia - Gráfica
Everesty – Honorato (livro) - López y López Advogados – Olheiros.com – Perícias & Avaliações - Pousada Mantega
Qualizan – Reinaldo Carbonieri Eventos – Reinaldo Pinto (livro) - Saneartec - Santana Pneus – Studio Allegro.
Contatos: MSN - [email protected] E-mail – [email protected]
Skype – francisco.feitosa.da.fonseca ( (35) 3331-1288 / 8806-7175
a
b

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