Carne de Cavalo - Revista Mercado

Transcrição

Carne de Cavalo - Revista Mercado
Entrevista
Psoríase. Como
conviver e aceitar
essa doença,
extremamente
constrangedora
Veículos
Reinado absoluto:
a Chrysler relança
no mercado
brasileiro a nova
RAM 2500
ano 6 número 51 | R$ 8,50 | www.revistamercado.com.br
Eduardo Maya,
o homem que
está mudando
o conceito do
boteco no Brasil
Saúde
Carne de cavalo
O Frigorífico Prosperidad é o maior e um dos
dois únicos do Brasil voltados para o abate
de equídeos. Sob a marca Fava, quase 100%
da produção vai para o mercado externo. No
mundo, apenas outros quatro países operam
com esse tipo de comércio
mercado
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expediente
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mais faminto
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O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, o IBPT, divulgou recentemente
mais um estudo - denominado “Dias Trabalhados para pagar Tributos” - que, como o
próprio nome sugere, dimensiona o quanto o brasileiro paga de impostos ao longo
de um ano. E, pasmem, ficou constatado que em 2012 teremos que trabalhar até
o dia 29 de maio, quase cinco meses do ano, exatos 4 meses de 29 dias em média,
somente para pagar impostos, taxas e contribuições às três esferas governamentais:
federal, estadual e municipal. O período representa um dia a mais que no ano passado, tendo em vista 2012 ser ano bissexto.
Por isso, não há o que aplaudir quando o governo anuncia redução de impostos,
como o IPI para automóveis ou produtos da linha branca (geladeiras, fogões etc.),
pois tais medidas, na prática, não demonstram redução na arrecadação de impostos, mas, ao contrário, aumento. Ao induzir o povo ao consumo, o governo arrecada
mais. A conta é simples, se comparada há anos anteriores. Basta avaliar o estudo do
IBPT que constatou aumento nos dias trabalhados pelo brasileiro apenas para pagamento de tributos. Neste ano, serão 150 dias contra 149 dias em 2011, 148 em 2010
e 147 em 2009. Vivemos uma crescente, além do que, se a comparação for feita por
um período maior, a quantidade de dias praticamente dobrou em relação à década
de 1970, quando eram necessários 76 dias de trabalho para esse fim.
Deixando de lado a média de dias trabalhados, outro detalhe, segundo constata
o IBPT, é que dependendo da faixa de renda, o contribuinte terá de trabalhar mais
dias no ano para ficar quite com o leão: os que têm rendimento mensal de até R$ 3
mil, trabalharão 143 dias; os que possuem rendimento acima de R$ 3 mil até R$ 10
mil, 159 dias; e os que ganham acima de R$ 10 mil, trabalharão152 dias.
Só para efeito de esclarecimento, além da tributação incidente sobre os rendimentos do brasileiro, como Imposto de Renda de Pessoa Física, INSS, previdências
oficiais e contribuições sindicais, o cidadão paga tributos indiretos sobre o consumo,
inclusos no preço dos produtos e serviços (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS etc.), e sobre
o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR). As taxas (limpeza pública, coleta de lixo,
emissão de documentos) e contribuições (iluminação pública) também estão consideradas no cálculo.
É muito, mas a meu ver, até poderia ser tolerável se isso representasse melhoria
na oferta de serviços públicos para os cidadãos. O brasileiro, apesar de trabalhar um
dia a mais para pagar tributos em 2012 em relação a anos anteriores, continua não
vendo o retorno dos valores recolhidos em serviços à população, como segurança,
rodovias em boas condições e sem pedágio, educação, saneamento básico, saúde,
iluminação pública e outros. Nada disso, o dinheiro que sai dos nossos bolsos acaba
sendo destinado a bancar obras superfaturadas do PAC, mensalões, festa das passagens aéreas e até a encher cuecas.
Até quando o trabalhador brasileiro irá suportar, só Deus sabe. O fato é que o
leão anda cada vez mais faminto.
Estamos nós, no Brasil, literalmente sob o dilema de que “se correr o leão pega,
se ficar o leão come”.
Evaldo Pighini
Editor
Revista MERCADO | Edição 51
mercado
51
índice
Capa
Carne de cavalo “made in”
Araguari, município do Triângulo
Mineiro que abriga o Frigorífico
Prosperidad, o maior entre os dois
únicos do Brasil voltados para o
abate de equídeos. Quase 100%
da produção vai para o mercado
externo. No mundo, apenas
outros quatro países operam com
esse tipo de comércio
28
Indústria
Janeiro 2012
26
Gás novo na indústria de Minas
Gerais. A CNI apresentou ao
governo do estado o “Programa
de Apoio à Competitividade
da Indústria Mineira”, que vai
resultar em R$ 260 milhões de
investimentos em qualificação
profissional, desenvolvimento
tecnológico e inovação
Saúde
44
Doença da vergonha. Não, não tem
a ver com pudor, mas sim com a
Psoríase, uma doença inflamatória
que afeta a pele, provocando
placas avermelhadas, manchas
e descamação, podendo atingir
também as articulações, causando
constrangimento ao paciente
12
Educação
Uberlândia vai ganhar uma
nova unidade do Senai, graças
a uma parceria que envolve,
além da própria instituição,
também a Associação Pró-Vida.
Depois de pronta, a unidade
terá capacidade para atender
até 2.200 alunos em cursos
profissionalizantes
Revista MERCADO | Edição 51
Bazar....................................................... 82
Conversa................................................ 10
Dica de leitura..................................... 84
Entrevista
Eduardo Maya, o homem que
mudou o conceito do boteco
no Brasil a partir da promoção
de um concurso gastronômico
baseado exclusivamente em
pratos típicos desse tipo de
comércio, concurso esse que
hoje está consagrado como o
maior do gênero no país
18
Artigo.......................................................... 8
Franchising........................................... 16
Literatura............................................... 86
Economia.............................................. 24
Profissões em Filme������������������������� 88
Especial.................................................. 34
Sustentabilidade������������������������������� 90
Cultura.................................................... 42
Empresas & Empresários���������������� 92
Comportamento������������������������������� 48
Ponto de vista...................................... 94
Moda....................................................... 50
In foco..................................................... 96
Marketing.............................................. 58
Causos empresariais������������������������ 98
Evento.................................................... 60
Geral..................................................... 100
Veículos
68
Única picape grande no
mercado nacional, a nova
Ram 2500 da Chrysler retorna
ao Brasil com mecânica e
visual inéditos e nível de
equipamentos incomum ao
segmento. Modelo, batizado de
Laramie, é o primeiro da marca
Ram vendido no país
Turismo
74
Imagine um paraíso com água
fresca, sombra, arquitetura
futurista e turistas aos montes,
tudo sob um sol de 50 graus.
Esta é Abu Dhabi, o maior dos
sete Emirados Árabes, que
já está sendo considerada
também a cidade verde mais
perfeita do mundo
Revista MERCADO | Edição 51
mercado
artigo
*Jan Eichbaum é sócio-líder da área de BPO da KPMG no Brasil
Foco no que interessa
Por Jan Eichbaum*
V
ivemos hoje na tão comentada e aclamada
Era da Globalização. Não existem mais barreiras para informações, negócios, produtos
e até para as empresas. Hoje, as companhias,
independentemente de seu porte, cruzam
fronteiras para oferecer seus produtos e serviços em diversos países. E o que faz determinada empresa ser atrativa também nos mercados internacionais? O seu DNA,
ou seja, o diferencial que ela oferece, o seu core business,
que deve ser sempre o seu foco principal.
Seja qual for o core business, processos contábeis,
fiscais, administrativos, folha de pagamento, recursos
humanos e rotinas do departamento financeiro são algumas tarefas essenciais para a sobrevivência de qualquer
empresa, e que consomem tempo, recursos e esforços
para serem mantidas funcionando com eficiência.
Além disso, as empresas em processo de globalização
necessitam de apoio em três segmentos-chave: pessoas,
processos e tecnologias. O sucesso na nova empreitada
depende da identificação de talentos para o negócio em
desenvolvimento, da adequação dos processos à “temperatura local” e da percepção das melhores tecnologias
disponíveis para as necessidades do empreendimento.
É nesse momento que o auxílio de especialistas - que
conhecem melhor os mercados locais, suas características e sua cultura, além dos processos e das vicissitudes
regionais - pode ser o diferencial. Fica muito mais fácil
para as empresas adaptarem-se a essas características
específicas contando com apoio especializado e local,
podendo manter foco no seu core business. Esse apoio
na adoção de soluções de serviços compartilhados ou
de outsourcing pode significar economia administrativa,
garantia de excelência em serviços e processos, impac-
to transformacional na cultura corporativa, flexibilidade,
controles, compliance e, especialmente, foco no negócio.
Por exemplo, a prática de SSOA - Shared Services and
Outsourcing Advisory (consultoria em gestão de serviços
compartilhados e outsourcing) tem contribuído significativamente para a efetiva expansão global das empresas, já que, nessa área, as companhias precisam de apoio
para desenvolver suas plataformas e viabilizar sua instalação local nos países em que buscam expandir-se.
É interessante perceber também que, com o crescimento da utilização pelas corporações de soluções de
serviços compartilhados e outsourcing, o desafio é garantir o alinhamento e a adequação no cumprimento
daquilo que foi estabelecido nos contratos. É nesse segmento que atua a assessoria em gestão de contratos e
dos níveis de serviços prestados. Tal gestão serve para
garantir tanto que o contratante obtenha do prestador o
cumprimento adequado dos serviços contratados como
que o prestador equalize sua atuação de acordo com o
estritamente estabelecido no contrato, para evitar tornar
seu trabalho deficitário.
As empresas brasileiras estão vivendo neste momento um amadurecimento que tem sido estimulado
inclusive pelo crescimento do uso de serviços técnicos
especializados, e muitos gestores têm percebido que a
transferência da gestão de alguns serviços é uma peça-chave para que as corporações ponham em prática
uma governança corporativa equilibrada. Avaliar essa
estratégia é, portanto, uma importante decisão para os
gestores empresariais. B
mercado
conversa
Prezado leitor,
A sobrevivência de uma empresa só é possível através da inovação. Sem isso, ela está condenada
à morte.
A globalização e a competitividade exigem uma mudança de
comportamento para que nos ajustemos ao ritmo de velocidade que
os processos de desenvolvimento
passaram a ter. Sem a adaptação,
há riscos de uma empresa tornar-se obsoleta em um curto tempo
de vida e, até mesmo, de ver sua
atividade-fim sumir do mercado.
Exemplo disso é o que aconteceu
com os fabricantes de filmes para
máquinas fotográficas e os de máquinas de escrever.
Para renovar os resultados, não
é preciso somente trocar os equipamentos antigos por novos. É
preciso sair da zona de conforto e
buscar novas soluções. Inovar significa fazer qualquer coisa diferente na sua empresa: uma mudança,
uma atitude, uma ideia, uma invenção que traga melhores resultados
e valores agregados.
De uns anos para cá, o que passou a ser realmente importante foi a
produção de ideias inovadoras.
A solução para alguns problemas de uma organização e para a
inovação pode já estar presente
nos colaboradores da empresa, mas
sem a atenção devida, sem valorização ou canais que permitam que
essa inovação aflore.
Quanto vale a sua ideia?
Na nossa empresa, a Policard
- empresa que existe há mais de
18 anos e atua na administração
de convênios para funcionários de
empresas e/ou órgãos públicos,
oferecendo soluções em meios
eletrônicos de pagamento -, realizamos anualmente um projeto
10 | Revista MERCADO | Edição 51
Humberto Pereira Carneiro é diretor-presidente da
Policard Systems e Serviços S/A.
chamado “Sua Ideia Pode Valer Um
Bom Dinheiro”, em que os colaboradores das diversas áreas participam
apresentando ideias que buscam
aumentar a receita e/ou diminuir
despesas. Existe um comitê que
avalia os projetos, os três primeiros
colocados recebem premiações em
dinheiro e, no final do ano, o projeto que trouxer melhor resultado
recebe uma premiação extra. Todos
os projetos podem ser implantados.
O fato de não se criar um ambiente e canais propícios à inovação e à resolução de problemas faz
com que os talentos da empresa
ao longo do ano se acomodem ou
procurem novos desafios em outras empresas.
E assim acaba sendo em todos
os níveis. Em geral, as pessoas
têm sempre muito mais a oferecer
se energizadas e inspiradas por
uma visão que propicie liberdade
e responsabilidade.
A inovação precisa ter metas claras.
O primeiro passo para o empresário acreditar que a inovação pode
gerar resultados é explicar muito
bem esta palavra: inovação. O que
significa inovar? Para que inovar?
Caso contrário, vai parecer que inovar é uma coisa destinada somente
à alta cúpula, difícil de implementar,
demorada e que vai absorver muitos dos recursos da organização.
Um conjunto de direitos e deveres definem as regras de participação. Ambientes agradáveis que
permitam que os colaboradores
trabalhem com segurança e conforto necessário é bastante importante no processo de incentivo à criação de ideias.
Se a empresa estiver convencida de que quer a Inovação de Resultados, não pode simplesmente
chamar todos os colaboradores das
áreas no dia seguinte e dar a seguin-
te orientação: “a partir de hoje eu
quero que todos vocês tragam novas ideias e as implementem o mais
rapidamente possível, gerando o
maior número de inovações para
que nossa empresa cresça de forma
sustentável”. Deve iniciar, sim, com
um trabalho gradual e sistemático de construção de um ambiente
de inovação na empresa: tirar de
posiçõe- chave pessoas que “são
do contra”, estimular os indivíduos que costumam criticar de forma
construtiva, implantar um sistema
aberto e eficaz de ideias e sugestões para todos os funcionários e
promover a integração de todas as
áreas da empresa.
Uma ideia só é considerada uma
inovação se virar uma nota fiscal?
Lembrando que qualquer tipo
de inovação tem o objetivo de trazer ganhos para a empresa, não podemos desprezar ou simplesmente
descartar uma ideia por acharmos
que ela não trará resultado financeiro imediato. Ideia gera ideia. Uma
sugestão que não é viabilizada de
imediato poderá ser implantada em
oportunidade futura, além de despertar outras ideias. O que não vale
é não pensar nunca.
A mente humana num primeiro momento está voltada a captar
aquilo que se encaixa em seus padrões já estabelecidos. O novo causa medo. Para se ter novas ideias,
é essencial que tenhamos a mente
aberta e disposta a romper com
paradigmas preexistentes. Além
disso, temos que ter a coragem de
buscar e implantar as ideias das
pessoas que estão conosco no dia a
dia, mas depois é necessário dividir
os resultados.
Quem tem dó de angu não cria
cachorro. B
mercado
Foto: Divulgação
entrevista
Eduardo Maya, gastrônomo e
idealizador do concurso Comida
di Buteco
O homem que
mudou o conceito
de boteco
Da Redação
A
té o final de década de 1990, a imagem do
boteco estava normalmente associada a
pequenos estabelecimentos comerciais,
instalados em algum canto de rua, que subsistiam basicamente da venda de uma meia
quantidade de bebidas, principalmente a “marvada pinga”, cigarros e alguns poucos salgados preservados em
estufas, tudo servido no balcão. Mas a realidade não era
bem essa. Muitos desses estabelecimentos serviam bebidas e drinks para os mais diversos gostos e uma infinidade de petiscos e tira-gostos que eram verdadeiros
“manjares” para o paladar do cliente, além de contar com
atendimento de mesa em mesa. Contudo, mesmo que
alguns desses comércios fossem diferenciados, não despertavam a atenção necessária além da de seus frequentadores normais e, portanto, funcionavam meio que à
margem da sociedade. Porém, tanto a rotulagem como
a imagem do boteco começaram a mudar no início da
década de 2000, graças à iniciativa do mineiro Eduardo
Maya, que teve a “gostosa” ideia de criar um concurso
para dar mais notoriedade e atrair a atenção do público
para os botecos de Belo Horizonte, capital mineira. Nascia ali o concurso Comida di Buteco.
Como Maya próprio define: “Há séculos o boteco faz
parte da paisagem de nossas cidades. Mas por ser um espaço de comércio popular, não despertava a atenção necessária e, portanto, vivia à margem da sociedade. Quando
o Comida di Buteco começou em Belo Horizonte, foi como
se colocássemos um holofote sobre toda a riqueza da culinária de raiz da nossa região e desses estabelecimentos
que têm, em sua maioria, uma história familiar por trás”.
A primeira edição do Concurso, em 2000, teve 10 estabelecimentos participantes e, de cara, conquistou a excelência tanto de público quanto de critica. Na prática, o
objetivo era eleger o melhor boteco, através de votos dos
próprios clientes, nos quesitos tira-gosto, atendimento,
higiene e temperatura das bebidas servidas pelos estabelecimentos participantes. Em 2005, o Comida di Buteco
já era o maior concurso do gênero do Brasil. Em 2007, o
evento foi citado no New York Times, conquistando não só
os brasileiros, mas também os gringos. Em 2008, ganhou
a associação dos executivos Ronaldo Perri e Flávia Rocha,
que expandiram o evento para as cidades do Rio de Janeiro, Goiânia e Salvador. Em 2010 e 2011, o concurso ainda
ganhou a participação das cidades de Ipatinga, Montes
Claros, Poços de Caldas, Uberlândia, Ribeirão Preto, Rio
Preto, Belém, Fortaleza, Juiz de Fora e Manaus.
Agora, em abril, pela terceira vez consecutiva, Uberlândia recebe o Comida di Buteco. Desta vez, com o status de maior e mais consagrado concurso gastronômico
do Brasil. Em sua passagem pela cidade, o idealizador do
concurso, Eduardo Maya, bateu um papo com a reportagem da revista MERCADO, abordando, entre outras questões, o evento e as novidades desta edição 2012.
MERCADO - Quando surgiu a ideia de montar um
concurso gastronômico? Você percebeu que o público
de boteco pedia por isso?
Eduardo Maya - Na realidade, o público estava acostumado com a falta de criatividade dos botecos. Os cardápios eram sempre os mesmos, ou seja, engessados. Foi
quando tive a ideia de criar um concurso que valorizasse
a culinária de raiz.
Você já parou para contar quantos botecos você já
visitou desde a primeira edição do Comida di Buteco?
Passei por mais de sete mil botecos.
Qual a diferença entre jantar num renomado restaurante e em um boteco familiar? A diferença está
apenas no bolso do consumidor?
São duas experiências fantásticas, porém distintas. A
comida de boteco nos recorda a cozinha da nossa casa, é
algo familiar. As porções, os petiscos falam sobre aquele
determinado local e podem nos fazer recordar de nossa
infância, de nossa terra natal. Para te dar um exemplo,
um grupo de alemães migrou para os Estados Unidos e
viveu por lá a vida toda. Mas durante todo esse tempo
comeu apenas comida alemã. A
Revista MERCADO | Edição 51 | 13
mercado
aumentar sua demanda. No geral, quanto o Comida di
Buteco traz de retorno para os botecos participantes?
Os botecos vendem 30% mais.
Esses números representam apenas o período
do concurso?
Sim. Caso o botequeiro consiga fidelizar o cliente,
suas vendas vão subir cinco vezes mais.
Para vender tanto, os estabelecimentos precisam
se preparar, principalmente com relação à mão de
obra. O Comida di Buteco colabora de alguma forma
com a gestão do boteco?
Organizamos reuniões e treinamentos através de parcerias como a do Senac, que oferece palestras sobre noções de higiene e atendimento. O foco é colocar na cabeça
do proprietário a seguinte mensagem: fidelize seu cliente.
“A comida de boteco nos recorda a cozinha da
nossa casa, é algo familiar”
Todos sabem da sua busca pela culinária de raiz.
A identidade gastronômica realmente valoriza uma
determinada região?
Ela conta a história de uma região. Cria vínculos e
identidade. Por isso, estamos homenageando Minas
Gerais este ano. O Comida di Buteco definiu que nesta
edição todas as cidades do estado participantes do concurso devem utilizar o queijo Minas nos pratos concorrentes. Esse produto é um símbolo mineiro. Quem não
conhece ou não gosta do queijo Minas?!
É por isso que muitas pessoas viajam para localidades que possuem culinárias autênticas, por exemplo, para Minas Gerais, Bahia e Pará na busca de abandonar a dieta?
Claro. Para se ter ideia, no Comida di Buteco recebemos mais de 25 mil turistas. Só em Belo Horizonte foram
mais de 17 mil pessoas.
Até onde o Comida di Buteco colabora para essa
busca de identidade?
Essa é a nossa missão. Trabalhamos em função disso.
Quando damos a oportunidade do botequeiro montar
um prato típico de sua região, estamos colaborando totalmente para a identidade do local.
Você pode citar um exemplo de um boteco que
optou por um prato “menos sofisticado”, vamos usar
esse termo, e se tornou referência até mesmo depois
de o concurso ter sido finalizado?
O Zito’s Bar. Antes era um estabelecimento bem simples, frequentado por caminhoneiros. Após o Comida di
Buteco, o proprietário ampliou, modernizou e conquistou muitos clientes. Pouco tempo depois, comprou uma
casa em frente ao seu boteco.
Com o cliente fidelizado as vendas sobem. Com o concurso, certamente, muitos estabelecimentos conseguem
14 | Revista MERCADO | Edição 51
Quantos empregos são gerados durante o período
do Comida di Buteco?
Diretamente são mais de mil. Posso citar o Bar do
Zezé, tricampeão do Comida di Buteco em Belo Horizonte, que não tinha nenhum garçom e hoje possui uma
equipe com 20. Antes do concurso, o boteco tinha apenas quatro mesas, atualmente são 40.
Assim como Uberlândia, em mais quinze cidades
está acontecendo o mesmo evento, não é mesmo?
Como é organizar isso tudo ao mesmo tempo?
Temos uma equipe que trabalha o ano todo. Temos
um produtor local que elabora a lista de botecos para
que eu possa definir depois. No mais são parceiros para
serviços específicos.
Pela primeira vez, São Paulo recebe o concurso e
logo entra no roteiro como a cidade com maior número de botecos participantes, 50, superando Belo
Horizonte, com 41. Qual é a expectativa do Comida di
Buteco para a capital econômica do país?
A melhor possível. Conseguimos parcerias com o Estadão e com a TV Globo. Vamos entrar como Napoleão
invadiu a Rússia.
Por que o concurso demorou tanto para chegar até
os paulistanos?
Foi por conta de um acordo de cavalheiros. Antes
existia um evento parecido com o nosso e não era legal
bater de frente.
Uberlândia já pode ser considerada uma das principais cidades do roteiro do Comida di Buteco? Como
você percebe a evolução dos estabelecimentos com a
permanência do evento na cidade? E do público participante?
Em Minas sim. Ainda temos um número de votos que
não condiz com a cidade, o que é normal. Em Salvador e
no Rio de Janeiro o evento também demorou um pouco
para pegar. Este ano acredito que o Comida di Buteco vai
entrar no gosto do uberlandense.
Já pensou em incluir uma cidade internacional no
concurso, por exemplo, Buenos Aires?
Sim. Até fomos convidados a realizar o concurso em
Salamanca (Espanha), Lisboa (Portugal), Miami (Estados
Unidos) e Buenos Aires (Argentina). Mas ainda não é o
momento. Vamos consolidar o Comida di Buteco em
todo o Brasil primeiro, depois podemos sair.
Como você enxerga o atual momento da gastronomia brasileira? Estamos entre as referências mundiais?
Não estamos. Temos tudo para ser a bola da vez, mas
ainda não somos. Por enquanto, na América Latina, é o
Peru. O Brasil precisa entender a importância do turismo
para que possamos nos tornar uma potência gastronômica. Estamos próximos de sediar os Jogos Olímpicos e
uma Copa do Mundo de Futebol, podemos tirar bastante
proveito disso.
Podemos afirmar que comida é um bom investimento? E qual receita o novo empreendedor da área precisa
incluir em seu cardápio para alcançar o sucesso?
Comida é um excelente investimento. O sujeito não
tem o que vestir, mas se ganhar um trocado ele opta por
comer. Para conseguir o sucesso o segredo é não desistir.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
entrevista
“O foco é colocar na cabeça do proprietário a
seguinte mensagem: fidelize seu cliente”
Para encerrar, uma pergunta que não quer calar:
qual o seu prato predileto?
Todos. B
mercado
franchising & negócios
*Carlos Ruben Pinto é Administrador de Empresas,
Consultor de Franquias e Varejo.
(31) 3282-6688 - [email protected]
Análise de Investimento
“Arriscar não é partir para um voo cego. É ter coragem para enfrentar
obstáculos que certamente surgirão. Com previsibilidade e planejamento,
o risco se torna oportunidade”
(Eike Batista - no livro: O X da Questão)
Por Carlos Ruben Pinto*
A
ntes de se decidir pela
aquisição de uma franquia, o primeiro item
a ser analisado é o seu
perfil para o negócio, ou
seja, é essencial “gostar do que se faz”,
ter aptidão e identidade com o segmento. O segundo item igualmente
importante deve ser a capacidade do
negócio de gerar resultados financeiros positivos com a venda de produtos e/ou serviços a que se propõe.
Quando uma pessoa decide comprar uma franquia, ela está, na prática,
apostando nas vendas e em um resultado futuro promissor, tendo como
referencial a marca, o conceito de
negócio e a experiência de sucesso
do franqueador na operação de sua
unidade própria. Mas para ter mais
segurança é fundamental fazer uma
avaliação mais rigorosa do projeto de
investimento, considerando, sobretudo, as características da localidade
onde pretende instalar a franquia.
As franquias são consideradas
negócios de riscos mais reduzidos,
porque, na maioria das vezes, são
frutos de uma experiência bem-sucedida de empresários que vivenciaram todo o ciclo de evolução
da empresa franqueadora fazendo
os ajustes necessários, aprendendo
“com os próprios erros”. E ao decidir
pela expansão via franquias, certamente fizeram um estudo financeiro, comprovando a viabilidade para
abertura de unidades franqueadas
em locais compatíveis com o perfil
do negócio. Entretanto, todo candidato a franqueado deve estar consciente de que como empresário ele
está sujeito a riscos. Então, como administrar tal situação?
O risco é a “possibilidade de que
os resultados realizados possam
16 | Revista MERCADO | Edição 51
diferir daqueles esperados”. Como
avaliar então o risco na compra de
uma franquia? Primeiro é preciso
analisar bem a proposta de franquia
e a empresa franqueadora. Pode-se
começar pelos balanços e demonstrações financeiras que são entregues junto com a circular de oferta
da franquia - (COF), e com eles recorrer a um contador de confiança para
analisar a solidez da empresa franqueadora. A segunda providência é
buscar informações junto aos franqueados já existentes, saber se estão
satisfeitos com a franquia.
Estando tudo certo até esse ponto, cabe ao candidato fazer a sua própria análise de investimento. Para
isso, ele já deve ter em mãos os cus-
rio para pagar todos os custos, sem
lucro ou prejuízo. É possível também
projetar o retorno do investimento
(“payback”). Cabe lembrar aqui que
um dos principais erros a que estão
sujeitos os iniciantes é não dispor do
valor total necessário ao investimento inicial na franquia. Desta forma,
isso acaba por comprometer o capital de giro necessário, especialmente no início de operação de qualquer
negócio. O capital de giro representa
os recursos para financiamento aos
clientes (nas vendas a prazo), para
manter estoques, pagamento aos
fornecedores, pagamento de impostos, salários e demais custos e despe-
“Todo candidato a franqueado deve estar consciente
de que como empresário ele está sujeito a riscos”
tos necessários à operação do negócio: aluguel, condomínio, IPTU, entre
outras taxas; custo de aquisição dos
produtos comercializados e /ou outros de acordo com o segmento e
todos os pagamentos mensais fixos
e variáveis previstos. Estes dados
devem ser organizados em uma planilha de “Fluxo de Caixa” junto com
a projeção de receitas, que deve ser
feita com base nos dados passados
pela franqueadora, considerando as
características do mercado em que
irá atuar e as dificuldades iniciais de
qualquer negócio.
Através do “Fluxo de Caixa Mensal” projetado é possível obter o ponto de equilíbrio operacional, ou seja,
qual é o volume de receita necessá-
sas operacionais.
Qualquer que seja o método utilizado para análise do investimento
em uma franquia, o importante é
destacar que através de um estudo
financeiro bem elaborado é possível
ter uma boa noção do risco do negócio, lembrando que quanto maior for
o risco, maior retorno será exigido.
É importante ainda conhecer bem o
sistema de franquias e sua legislação,
avaliar o mercado, a concorrência e as
oportunidades do segmento de seu
especial interesse. Ou seja, é preciso
ter e/ou desenvolver competência
para entrar e se manter no franchising com maior chance de sucesso. B
mercado
educação
social e de educação; a hospitais; à
integração ao mercado de trabalho
e proteção à cidadania.
De 1998 a 2011, a Pró-Vida doou
oito escolas profissionalizantes, que
formaram, nesse período, mais de 55
mil alunos. A nona escola será entregue
ainda neste ano em Campo Grande
(MS) e a décima será a de Uberlândia.
Foto: Reprodução
Perspectiva da nova unidade do Senai, que terá 3.600 metros de área construída em terreno de
20.000 m² no bairro Santa Rosa
Senai vai ter nova
unidade em Uberlândia
Construção de novo centro profissionalizante conta com apoio da
Prefeitura e da Associação Pró-Vida: a primeira doou o terreno e a
segunda entrou com os recursos financeiros
Da Redação
U
m convênio firmado
ente o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai), a Prefeitura de Uberlândia
e a Central Geral do Dízimo (CGD) Pró-Vida vai possibilitar a construção
de uma nova unidade do Senai para
a realização de cursos profissionalizantes em Uberlândia. O anúncio foi
feito em abril, no auditório da prefeitura, e contou com a participação de
representantes das três instituições
envolvidas no projeto.
“Este investimento representa
18 | Revista MERCADO | Edição 51
mais desenvolvimento para o nosso
povo. É uma grande conquista para
jovens e famílias e fruto de uma parceria solidária entre a iniciativa pública, entidades e organizações sociais.
Um ato que oportuniza a profissionalização, melhora a qualidade de
vida da população e a oferta de mão
de obra qualificada às empresas e indústrias, além de criar um padrão de
excelência em serviços prestados no
município”, disse o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão.
O novo centro de formação profissional, que vai se chamar Dr. Celso
Charuri, será construído em um terreno de 20 mil metros quadrados,
doado pela Prefeitura, no bairro
Santa Rosa, próximo ao Distrito Industrial Norte. A CGD - Pró-Vida irá
executar a obra e equipar a unidade.
Caberá ao Senai, que em Uberlândia
está subordinado à Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais
(FIEMG), entrar com todo o know-how pedagógico e administrativo.
“Trata-se de um trabalho conjunto
que tem um significado especial
para a comunidade”, disse o diretor
regional do Senai, Lúcio Sampaio.
O ato da assinatura do convênio: em primeiro plano o prefeito
Odelmo Leão e, ao seu lado, o diretor da Pró-Vida, Flávio Ensina,
assinando o documento
Serão 3.600 metros de área construída, divididos em dois prédios. O
local será arborizado e contará com
salas, laboratórios, biblioteca, quadra poliesportiva, estacionamento,
portaria, cantina e oficina de aprendizagem. “Quando esta escola estiver pronta, todos poderão ver um
exemplo dado por homens de boa
vontade, que acreditaram no poder
da educação. Daqui a aproximadamente 15 dias, entraremos em contato com as empreiteiras para que
sejam apresentadas as propostas
e assim possamos começar logo as
obras”, apontou o diretor da Pró-Vida, Flávio José Ensina.
Uberlândia apresenta demanda
média anual por qualificação profissional de 400 jovens aprendizes, 850
qualificações básicas e 250 qualificações de técnicos de nível médio. Para
atender à procura apontada em pesquisa, o Senai-MG irá desenvolver no
novo centro de formação cursos nas
áreas Automotiva, Eletroeletrônica,
Informática e Metalmecânica.
A intenção é iniciar as atividades
com 750 alunos e ampliar as vagas
até chegar ao número de 2.220 alunos, capacidade total da unidade.
Os cursos serão ministrados em três
turnos. A obra permitirá a ampliação
de cursos oferecidos pelo Senai, no
bairro Roosevelt, pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social
e Trabalho e por outras instituições
em diversos bairros da cidade. A
inauguração do novo espaço está
prevista para 2013, com início das
aulas no segundo semestre.
Pró-Vida - A Central Geral do Dízimo - Pró-Vida é uma iniciativa do
Movimento Pró-Vida, fundado na
década de 1970 pelo médico e psicanalista paulista Celso Charuri, falecido
em 1981. Em Uberlândia, é representada pela Associação Dr. Celso Charuri. Após mais de 30 anos de atuação,
a Pró-Vida e suas afiliadas realizaram
8.638 doações, das quais 8.172 no
Brasil e 466 no exterior (Argentina,
Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Guatemala, Grécia, Itália, Portugal, Congo, Egito, Etiópia, Madagascar, Mali,
Moçambique, Índia e Líbano).
Com base nos dados fornecidos
pelas entidades, as doações realizadas pela Central Geral do Dízimo Pró-Vida e suas afiliadas no Brasil registraram entre 2004 a 2011 mais de
1,72 milhões de assistidos nas áreas
de amparo a dependentes físicos e
mentais; à família e maternidade; a
crianças, adolescentes e idosos; à
saúde; a entidades de assistência
O presidente da FIEMG
Regional Vale do Paranaíba:
“a união também faz o
conhecimento”
Para o presidente da FIEMG Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, a criação de mais uma unidade
do Senai em Uberlândia trará consequências imensuráveis para as futuras gerações, dado o maior número
de pessoas que serão beneficiadas
pelos cursos profissionalizantes que
passarão a ser oferecidos. “A educação e o conhecimento são conceitos
que transformam a vida das pessoas.
São riquezas pessoais que equilibram
as diferenças sociais e possibilitam a
conquista de mais qualidade de vida
para o cidadão, que estando mais
qualificado, tem o acesso facilitado
a melhores empregos e, por consequência, a melhores salários”, disse
Lacerda. Com relação à parceria entre
Prefeitura, Pró-Vida e Senai, o presidente da Regional FIEMG disse que
isso extrapola a tese de que a união
faz somente a força: “a união faz também o conhecimento”, afirmou. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 19
mercado
educação
Olimpíada do
Conhecimento premia
alunos do Senac
Representantes de unidades da região do Triangulo Mineiro e Alto
Paranaíba foram destaque na competição que reuniu estudantes de
todo o Estado. Etapa nacional ocorre em novembro
Da Redação
F
A aluna do Senac de Uberlândia,
Juliett Angellis, no topo do
pódio: ela foi primeiro lugar na
categoria Massagista
oram mais de 70 horas de
treinamento e preparação
para a etapa estadual da
Olimpíada do Conhecimento 2012, considerada
a maior competição de educação
profissional da América Latina.
Os alunos do Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac)
nas unidades da região do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Pontal
do Triângulo, que pela primeira vez
participaram da disputa, conquistaram cinco medalhas, sendo ouro na
categoria Massagista, ouro e bronze
na Maquiador e prata nos cursos técnicos de Enfermagem e Estética.
O evento reuniu mais de 60 estudantes de todo o Estado. Nas provas,
realizadas em Belo Horizonte, os jovens competidores tiveram que enfrentar desafios semelhantes aos do
ambiente de trabalho, sendo avaliados em relação ao domínio, à competência e à criatividade, além da
qualidade e do tempo de execução
de cada atividade proposta.
A jovem Juliett Angellis de Lima,
20, foi uma das apostas do Senac
Uberlândia na competição. A estudante, orientada pela instrutora Michelle Mantovani, mostrou que tem
habilidades nas mãos e conquistou
o primeiro lugar na categoria Massagista. “Foram dias de muita tensão.
Teve um momento em que pensei
em desistir, mas a vontade de vencer
este desafio falou mais alto. Estou
muito feliz com o resultado e esta experiência já está contribuindo muito
para minha carreira profissional”, comemora Juliett, que também é estudante de Arquitetura.
Ederson Daniel Oliveira, 19, representante da unidade Araxá, também foi destaque na Olimpíada. O
jovem foi primeiro lugar na modalidade Maquiador e afirma que a com-
petição amplia a visão dos novos
profissionais sobre o mercado de
trabalho. “Na competição tivemos a
oportunidade de nos avaliar profissionalmente. Tenho certeza de que
voltamos mais maduros, e o Senac é
muito importante neste resultado”,
reforçou Ederson.
Para o gerente regional de
operações do Senac Minas, Paulo
Baratta, a premiação é o resultado
do trabalho desenvolvido pelas A
Ederson Oliveira, de Araxá, foi primeiro colocado na categoria
Maquiador
Revista MERCADO | Edição 51 | 21
mercado
educação
unidades na região. “O empenho
dos alunos, instrutores e profissionais envolvidos foi fundamental
nesta conquista. São 65 anos de
história em educação e este prê-
mio reforça o nosso compromisso com a formação e qualificação
profissional de qualidade”, afirma.
Alguns dos alunos classificados nesta etapa em primeiro e
segundo lugar vão participar da
disputa nacional, que será realizada no mês de novembro, em
São Paulo.
“São 65 anos de história
em educação e este prêmio
reforça o nosso compromisso
com a formação e qualificação
profissional de qualidade”
(Paulo Baratta)
Olimpíada do Conhecimento
Considerada a maior competição de educação profissional
da América Latina, a Olimpíada
do Conhecimento é também
uma das principais vitrines profissionais do país. Além de expor
o talento de jovens estudantes,
incentiva o desenvolvimento de
competências e ensina os alunos
22 | Revista MERCADO | Edição 51
a superar desafios, aproximando-os da realidade do mercado
de trabalho.
A Olimpíada, realizada pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Senac,
é dividida em quatro etapas. Os
alunos passaram por uma seleção escolar para chegar à etapa
estadual. Os classificados em
algumas modalidades vão participar da disputa nacional, que
acontece em novembro, em São
Paulo. Nela, serão escolhidos os
destaques para disputar a etapa
internacional (WorldSkills) na Alemanha, em 2013. B
mercado
Foto: Divulgação
economia
Samy Dana é professor
da Escola de Economia da
Fundação Getúlio Vargas de
São Paulo
Mudanças na caderneta de
poupança colocaram dúvidas
na cabeça do brasileiro. E agora,
onde aplicar?
Onde aplicar com
a “Nova” Poupança?
Especialista da escola de Economia da FGV-SP esclarece mudanças
feitas pelo governo na aplicação mais popular do país, que ainda
geram dúvidas na cabeça do poupador brasileiro
Segundo ele, a principal vantagem da aplicação em poupança é
a não incidência do IR sobre os seus
rendimentos. Já as aplicações no
Tesouro Direto e em CDBs não são
isentas da cobrança do imposto. “A
alíquota de IR será de: 22,5% para
investimentos de até 180 dias; 20%
para investimentos entre 180 e 360
dias; 17,5% para investimentos entre
360 e 720 dias e, por fim, 15% para
investimentos com maturidade superior a 720 dias”, explica Samy Dana.
De acordo com o professor, além
do IR, os investimentos no Tesouro Direto estão sujeitos a três taxas:
taxa de negociação de 0,1% (paga
uma única vez no momento da compra); taxa de custódia de 0,3% ao
ano e taxa de corretagem que varia
de corretora para corretora, mas que
nas principais é nula.
Tendo em conta essas vantagens e desvantagens e assumindo
uma TR média de 0,02% ao mês e
a atual Selic em 9% ao ano, a rentabilidade do Tesouro Direto supera a rentabilidade da poupança,
independentemente do período
de investimento. Devido à alíquota regressiva do IR, o diferencial de
retorno entre os investimentos no
Tesouro Direto e as aplicações na
poupança tende a ser maior quanto
maior for o prazo de investimento.
“Quanto à decisão entre Tesouro Direto e CDB, no atual cenário
temos que o Tesouro Direto será
preferível a qualquer CDB com rendimento inferior a 94% do CDI”, informa Samy Dana. Caso contrário,
segundo ele, o investidor deverá
optar pelo investimento em CDB
em detrimento do Tesouro Direto.
O professor também esclarece
que, se a Selic caísse para 8,5% e o
regime antigo da poupança fosse
mantido, a rentabilidade da poupança superaria a rentabilidade do
Tesouro Direto para investimentos
com maturidade de 6 meses. Contudo, levando em consideração o
novo regime da poupança, isso não
ocorre, portanto, o Tesouro Direto
se mantém mais vantajoso do que a
poupança, independentemente do
período de investimento.
Com o novo sistema de poupança e a Selic a 8,5%, as conclusões são
basicamente as mesmas que com
a atual Selic e o antigo sistema de
poupança: o Tesouro Direto é preferível à poupança e a qualquer CDB
cujo rendimento seja inferior a 94%
do CDI.
“Com o novo regime da poupança, a sua rentabilidade só será superior à do Tesouro Direto com uma
taxa Selic inferior 8,25% para investimentos de 6 meses; 5,5% para
investimentos de 1 ano; 4,15% para
investimentos de 2 anos e 3,40%
para investimentos de 3 anos”, destaca Samy Dana.
Em síntese, considerando o novo
cálculo do rendimento da caderneta
de poupança, podem ser destacados
os seguintes dados:
- Com uma taxa Selic maior ou
igual a 8,25%, o Tesouro Direto é
mais vantajoso que a Poupança e
qualquer aplicação de CDB cujo rendimento seja inferior a 94% do CDI
- Com um taxa Selic inferior
a 8,25%, a “nova” poupança será
mais atrativa para investimentos
de até 6 meses
- Com um taxa Selic inferior a
5,5%, a “nova” poupança será mais
atrativa para investimentos de 6 meses até 1 ano
- Com um taxa Selic inferior a 4,15%,
a “nova” poupança será mais atrativa
para investimentos de 1 até 2 anos
- Por fim, com uma taxa Selic inferior a 3,40%, a “nova” poupança
será mais atrativa até mesmo para
investimentos de prazos mais longos, como de 3 anos B
Por Luana Magalhães
A
partir do dia 4 de maio,
o rendimento da caderneta de poupança será
diferente: sempre que a
Selic for menor ou igual
a 8,5%, o rendimento da poupança
deixará de ser de 0,5% ao mês mais
a Taxa Referencial (TR) e passará a ser
70% da Selic mais a TR. Essa medida
será válida apenas para os montantes
aplicados na caderneta de poupança
a partir da data mencionada - 4 de
24 | Revista MERCADO | Edição 51
maio de 2012. Diante dessa notícia,
muitos investidores se perguntam:
neste novo cenário, qual a melhor
decisão de investimento? Se a Selic
alcançar o patamar de 8,5%, devo
aplicar os meus recursos na poupança, no tesouro direto ou no CDB?
De acordo com o professor da
Escola de Economia da Fundação
Getúlio Vargas de São Paulo (EESP-FGV), Samy Dana, a primeira decisão
que o investidor deve tomar é entre
poupança e tesouro direto. Uma vez
decidido entre poupança e tesouro
direto, o investidor deve procurar o
seu banco e ver qual a rentabilidade
do CDB oferecido como percentual
do CDI para tomar a decisão final.
“Vale lembrar que investir em um
CDB é o mesmo que emprestar dinheiro ao banco. Dessa forma, o investidor deve procurar CDB de bancos grandes e com boa capacidade
de crédito”, observa.
Resumo entre Poupança e Tesouro em função do prazo e da Selic
Até 3,40%
de 3,40% a 4,15%
de 4,15% a 5,5%
de 5,5% a 8,25%
acima de 8,25%
Até 6 meses
Poupança
Poupança
Poupança
Poupança
Tesouro
6 meses a 1 ano
Poupança
Poupança
Poupança
Tesouro
Tesouro
1 a 2 anos
Poupança
Poupança
Tesouro
Tesouro
Tesouro
longo prazo
Poupança
Tesouro
Tesouro
Tesouro
Tesouro
Revista MERCADO | Edição 51 | 25
mercado
Alberto Pinto Coelho, Antonio
Anastasia e Robson Andrade
durante apresentação do programa
CNI apresenta Programa de Apoio à
Competitividade da Indústria Mineira
Minas receberá R$ 260 milhões para investimentos em qualificação
profissional, desenvolvimento tecnológico e inovação; evento teve a
participação do governador Antonio Anastasia
26 | Revista MERCADO | Edição 51
Foto: Omar Freire/Imprensa MG
O
em Minas. Para o governador Anastasia, os investimentos irão melhorar
a qualidade do trabalhador mineiro
e agregar mais valor aos produtos
fabricados em Minas Gerais.
“Queria agradecer ao Dr. Robson
Braga de Andrade, presidente da
CNI, por ter colocado Minas Gerais
neste grandioso e ambicioso projeto
do Senai Nacional de instituir tantos
institutos de tecnologia e de inovação. Minas Gerais está recebendo
diversas unidades, com investimentos de R$ 260 milhões. Isso é muito
positivo, não só para melhorar a qualidade do nosso trabalhador, mas
em especial para agregar valor aos
produtos mineiros, o que tem sido
nosso grande esforço”, disse Antonio Anastasia.
O governador Antonio
Anastasia elogiou a iniciativa
da CNI
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou que sem o
apoio do Governo de Minas, a entidade teria dificuldades em trazer os
benefícios para o Estado. Ele lembrou que o Estado é o que registra
o menor índice de desemprego do
país, segundo dados do Ministério
do Trabalho.
“Juntos vamos conseguir implantar projetos importantes na área de
desenvolvimento tecnológico e inovação. É uma grande oportunidade para
o desenvolvimento de novos setores e
para o fortalecimento dos segmentos
já existentes no Estado”, disse Robson
Braga de Andrade. Em Minas Gerais,
os institutos de tecnologia vão atender aos segmentos de metalmecânica,
meio ambiente, química, eletroeletrônica, alimentos e bebidas e metalurgia.
Já os institutos de inovação serão voltados para a engenharia de superfícies,
metalurgia e ligas especiais e engenharia elétrica de alta potência.
bleia Legislativa de projeto de lei propondo a ampliação da atuação do Cetec
no Estado. O objetivo é permitir que o
Cetec atue em parceria com outras instituições na identificação de novas fontes
de financiamento que assegurem mais
inovação científico-tecnológica para aumentar a produtividade e a competitividade da indústria mineira.
Para o presidente da Federação
das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Olavo Machado Júnior, a
parceria entre a entidade e o Governo
de Minas vai permitir novo salto de
qualidade ao Cetec. “A mudança na
legislação vai melhorar ainda mais o
acordo já existente entre o Cetec e o
Senai, fazendo com que o Cetec amplie sua missão de trabalhar integrado
com o setor industrial para o desenvolvimento de novos produtos”, disse.
O Cetec também celebrou convênio com o Senai e a Companhia
Brasileira de Metalurgia e Mineração
(CBMM) para a realização de projetos
de pesquisa nas áreas de tecnologia
de produção e aplicação de aços, especialmente com a utilização de ferro nióbio. Assinaram o documento o
presidente da Fundação Cetec, Marcílio César de Andrade, o diretor regional do Senai, Lúcio José de Figueiredo, e o diretor da CBMM, JD Vital.
Foto: José Cruz/ABr
Até 2015, serão instaladas nove
unidades de inovação e desenvolvimento tecnológico, sendo seis
Institutos Senai de Tecnologia (IST)
e três Institutos Senai de Inovação
(ISI) - dois deles no espaço físico da
Fundação Cetec, totalizando investimentos da ordem de R$ 180 milhões.
O restante dos recursos será destinado à implantação de sete Centros de Formação Profissional, além
da compra de quatro Unidades Móveis de qualificação para atender cidades que não contam com sede do
Senai. Nos próximos três anos, serão
criadas 209,5 mil vagas em cursos de
nível básico, médio e superior em 28
áreas de atuação do Senai.
O projeto abrange todo o Estado, especialmente a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que
concentra 40% da oferta por mão
de obra qualificada. A ideia é que
as unidades funcionem em rede
com as demais em implantação no
país, para atender a indústria nacional no intuito de torná-la mais
competitiva no mercado brasileiro
e internacional.
Apoio
Da Redação
governador
Antonio
Anastasia participou,
na última semana de
abril, na Fundação
Centro Tecnológico de
Minas Gerais (Cetec), da apresentação do Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Mineira.
Iniciativa da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o programa prevê
investimentos da ordem de R$ 260
milhões para a construção de institutos de desenvolvimento tecnológico
e de inovação, além da implantação
de centros educacionais e da compra de unidades móveis para a formação profissional.
O objetivo do projeto é tornar a
indústria mineira mais competitiva
e gerar mais emprego de qualidade
Inovação e qualificação
O presidente da CNI, Robson
de Andrade, disse que a
implantação desse projeto
é uma grande oportunidade
para o desenvolvimento de
outros setores
Demanda industrial
De acordo com o diretor de educação e tecnologia da CNI, Rafael
Lucchesi, os investimentos para a
implantação do programa em Minas
levaram em consideração estudos sobre demanda industrial por mão de
obra qualificada até 2014. Minas Gerais é um dos estados que se destaca
na ampliação da demanda de educação profissional e tecnológica e dos
serviços técnicos e tecnológicos.
O cenário de investimentos em
Minas Gerais é bastante promissor.
Em 2011, foram assinados 162 protocolos de intenções de empresas com
previsão de investimentos da ordem
de R$ 28,38 bilhões. Já para 2012 e
2013, os investimentos no Estado devem superar R$ 47,9 bilhões, conforme estudo do Sebrae Minas.
Projeto de Lei
Durante o evento, o governador assinou mensagem a ser enviada à Assem-
Exposição
Antes da apresentação do Programa de Apoio à Competitividade
da Indústria Mineira, o governador
Antonio Anastasia, ao lado do vice-governador Alberto Pinto Coelho,
visitou mostra do Senai Nacional
com trabalhos de todo o país nas
áreas de educação, desenvolvimento tecnológico e inovação. B
Foto: Omar Freire/Imprensa MG
Foto: Omar Freire/Imprensa MG
indústria
Anastasia visitou mostra do
Senai sobre desenvolvimento
tecnológico e inovação
Revista MERCADO | Edição 51 | 27
mercado
capa
O Frigorífico Prosperidad, em
Araguari, ocupa uma área de
78 mil metros quadrados e
processa em média mais de 80
mil quilos de carne de equídeos
(cavalos, asnos e burros), a
maior parte exportada para o
mercado europeu
Carne de cavalo
“made in” Araguari
Cidade localizada no Triângulo Mineiro abriga o Frigorífico Prosperidad, o
maior entre os dois únicos do Brasil voltados para o abate de equídeos.
Quase 100% da produção da carne vai para o mercado externo. No
mundo, apenas outros quatro países operam nesse tipo de negócio
Por Amanda Célio
Fotos: Douglas Luzz
O
município de Araguari,
situado na região do
Triângulo Mineiro, no
estado de Minas Gerais,
abriga uma indústria
que atua em um mercado bastante
restrito: o abate de equídeos (cavalos, burros e jegues, entre outros)
para fins, principalmente, de comercialização da carne. Para se ter ideia,
nesse ramo de negócios, a empresa
denominada Frigorífico Prosperidad
S.A. é uma entre cinco em atividade
em todo o mundo. Além do Prosperidad, empresas iguais somente na
28 | Revista MERCADO | Edição 51
Argentina, Canadá, México e China.
Outra particularidade do negócio é
que a maior parte da sua produção,
99%, é exportada para outros países,
principalmente da Europa. O restante fica no mercado interno, tendo
em vista a falta de hábito do brasileiro em consumir carne de equídeos.
De acordo com a gerente do
Prosperidad, Neiva Célio Araújo, o
preconceito contra a carne de equídeos está relacionado a questões
culturais e algumas lendas. “As pessoas têm uma visão de que o cavalo
foi feito para o trabalho e também
o associam como um grande amigo
do homem do campo, por isso se
assustam quando falamos em consumir a carne”, afirmou. Para ela, é
um pensamento equivocado. “Os
equídeos que vão para o abatedouro são animais comprados para esse
fim. É importante frisar que eles não
sofrem nenhum tipo de maus-tratos
e abuso sob a tutela do frigorífico,
pois são devidamente alimentados,
tratados e inspecionados”, contou a
gerente, ao explicar como é o processo desde a compra até o abate.
Neiva Araújo: “Os animais abatidos pelo Prosperidad são
comprados para esse fim, não sofrem maus- tratos, exatamente
igual ao abate de bovinos”
Além da carne produzida pelo
Prosperidad, comercializada sob a
marca Fava, existem ainda outros
subprodutos provenientes do abate de equídeos - equinos, muares e
asininos -, tais como pincéis (feitos
dos pelos das crinas), ração para
animais, vacinas opoterápicas, mortadelas e salsicharias.
que é uma carne nutritiva e que
contém pouca gordura, e acredita
que o motivo do baixo consumo
no Brasil seja por questões culturais, falta de hábito e acesso difícil. “A carne de cavalo possui, em
princípio, todas as qualidades das
outras carnes comestíveis, como a
de boi, peixe, frango etc. É rica em
proteínas de primeira qualidade
e vitaminas do complexo “B”. Entretanto, o teor de ferro na carne
de cavalo é mais que o dobro do
contido nos cortes bovinos, o que
seria recomendável para atletas,
crianças, grávidas e pessoas com
anemia”, afirma a nutricionista. A
No que diz respeito ao aproveitamento dos animais, quase todas
as partes podem ser utilizadas de
alguma forma: o sangue e os ossos
são usados para a produção de farinha de ração, a crina, para fabricar
pincéis. A indústria de salsicharias
e mortadelas também usa para dar
liga aos seus produtos. Finalmen-
Alcatra equina
“Carne produzida pelo
Prosperidad é comercializada
sob a marca Fava”
A contadora Cleonice Silvério
experimentou a carne há um tempo e conta como foi a sensação.
“Preparei o prato normalmente
e servi no almoço para a família.
Só depois que todos experimentaram a carne contei do que se
tratava. Meus filhos acharam o sabor um pouco mais adocicado e
forte, mas pensaram que eu tivesse errado a mão. No final, todos
aprovaram a escolha”, completa
a contadora.
te, a indústria de vacinas também
utiliza subprodutos dos equídeos
para fins opoterápicos.
Semelhante aos cortes bovinos, a carne de equídeos tem cortes habituais, como alcatra, contrafilé, lagarto, macreuse (coração
da paleta), filé mignon, maminha,
patinho, peito e peixinho. Não há
cupim e picanha, por causa da
conformação do animal. Em relação ao seu valor nutricional, a
nutricionista Daniela Serwy afirma
Coxão Mole equino
Contra-filé equino
Revista MERCADO | Edição 51 | 29
mercado
capa
Produção
Em terras brasileiras, esse mercado está aberto apenas para exportação, visto que aqui se consome somente os subprodutos dos
equídeos, somando 1% do uso. Os
outros 99% são divididos entre Ásia,
África do Sul e, principalmente, países da União Europeia, onde a carne é tradicionalmente conhecida
e consumida. A grande diferença
nos consumidores desse produto
pode ser justificada pela cultura e
tradição de no Brasil não se consumir essa carne. O tema envolve religião, afeto, preferências de paladar
e falta de informação. Já a França e
a Itália são exemplos de países com
maior tradição, afinal, nos períodos
que precederam as duas grandes
guerras na Europa, a carne de equídeos era altamente consumida.
Operacional
Como em qualquer outro frigorífico, o Prosperidad conta com
vários departamentos regulamentados para preservar a qualidade
do produto. José Donizeth Martins
“99% da produção do
frigorífico é exportada para
outros países, especialmente
da Europa”
O volume de exportações do
Prosperidad em 2011 foi de quase
mil toneladas de carne e meia tonelada de subprodutos (restos do
cavalo que servem para dar ligas em
mortadela, salsicharia etc.). A gerente, Neiva Araújo, julga esse número
baixo em relação ao faturamento da
empresa em anos anteriores e comparado a frigoríficos de carnes bovina e suína. “A crise econômica afetou
todo o mercado de exportação, portanto nosso nicho não iria ficar de
fora. Se antigamente exportávamos
mil toneladas por mês, hoje estamos
na média de 83 mil quilos/mês. Temos consciência de que com outros
mercados do setor não foi diferente.
No nosso caso, especificamente, a
empresa ainda passou por um processo de reformulação e adequa30 | Revista MERCADO | Edição 51
Outra grande responsabilidade
no Prosperidad fica a cargo de Edmar
Martins. É dele a responsabilidade
pelo departamento da Garantia da
Qualidade, que atua em todas as etapas do processo, desde a recepção
dos animais até a expedição da carne,
miúdos e subprodutos, realizando
monitoramento dos procedimentos
operacionais para detectar, entre
outras coisas, possíveis falhas de ordem sanitária que possam ocasionar
ções, o que gera custos e despesas”,
afirmou a gerente.
Entretanto, a gerente é otimista
em relação à perspectiva de crescimento neste ano. “Estamos em
negociações bem adiantadas com
outros países. A previsão para este
ano é de que tenhamos um aumento
perto de 15%”, concluiu.
O Serviço de Inspeção Federal
(SIF) é um dos órgãos responsáveis
por inspecionar as normas de exportação. A equipe é composta por um
veterinário federal, um municipal e
um agente de inspeção.
é o gerente industrial. Dentre as
inúmeras funções do seu departamento, ele divide o tempo entre
controlar e supervisionar as atividades na área industrial, ajudar no
planejamento e controle de produção e na manutenção, além de dar
suporte ao controle de qualidade
e fabricação. “Supervisiono os planos de meta na produção, abate e
desossa, visando à otimização dos
produtos a serem trabalhados (carne de equídeo). Também está sob
minha responsabilidade gerenciar
a alocação de mão de obra no processo operacional e toda necessidade em relação à empresa no quesito de manutenção e instalações”,
afirmou Martins.
Por outro lado, cabe a Eduardo
Barbosa cuidar do processo de ex-
contaminação do produto, avaliando
a causa e determinando ações corretivas/preventivas junto à Gerência
Industrial e demais colaboradores.
“Realizamos também o controle de
qualidade em laboratórios credenciados ao MAPA através de amostragens
do produto, água e superfícies de
contato, tais como instrumentos de
trabalho (faca, chaira, gancho e bainha), mesas onde realizam o toalete
das peças, Skinner / refiladeiras e ou-
tros, para garantia no fornecimento
de um produto dentro dos padrões
sanitários com excelência”, disse
Martins. O frigorífico Prosperidad é o
maior frigorífico em funcionamento
e credenciado pelo MAPA no Brasil e
o segundo maior da América Latina,
perdendo apenas para a Argentina.
Outro pequeno frigorífico está localizado no país, porém não atende a demanda da exportação e é abastecido
pelo Triângulo Mineiro.
União Europeia é o maior mercado do frigorífico Prosperidad
Eduardo Barbosa diz que o
Prosperidad é um grande
exportador de carne de
equídeos para o mercado
europeu, mas nos últimos
anos perdeu espaço para
produtores como México,
Argentina e Canadá por
causa do câmbio
portação da empresa. Segundo ele,
apenas dois frigoríficos estão em
funcionamento no Brasil e devidamente credenciados pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O Frigorífico Prosperidad, em
Araguari (o de maior capacidade
instalada), e o Foresta, no Rio Grande do Sul - este localizado na cidade
de São Gabriel -, são os únicos remanescentes desse mercado que já
contou com mais de sete frigoríficos
em território nacional. Devido à demanda para as exportações serem
em grande escala, os frigoríficos trabalham em parceria, uma vez que o
Foresta é um frigorífico menor e não
consegue abastecer a demanda sozinho, por isso conta com a ajuda do
Prosperidad nas suas relações com o
mercado externo.
“O Brasil já foi um grande exportador de carne para a União Europeia,
Ásia e África do Sul, mas devido à baixa cambial do dólar nos últimos seis
anos, perdemos espaço para o México, Argentina e Canadá. Sem falar na
competitividade da carne de porco
nos países asiáticos”, contou Barbosa.
Atualmente, o maior cliente do
Frigorífico Prosperidad é a União
Europeia, seguida da África do Sul e
do Japão. A empresa também está
em acordos comerciais bastante
adiantados com a China e Rússia. Os
principais fornecedores de animais
para o Prosperidad estão concentrados nos estados de Goiás, São
Paulo, Bahia e norte de Minas. Quem
conduz a transação de compra e entrega dos animais é o comprador de
cavalos Alaor Alves. Ele conta que
são os próprios tropeiros que localizam, fazem o processo de escolha
do animal e depois os vendem para
a empresa. “Os tropeiros são trabalhadores autônomos que compram
os animais de produtores rurais, normalmente lotes de 20 a 30 animais
- e depois os vendem para o frigorífico. No ato da compra, o proprietário
do animal recebe a garantia do abate assegurando que seu animal não
será revendido posteriormente para
outro fim”, explica Alves.
No processo de abate, são mobilizados cerca de 60 funcionários.
Primeiramente é feita a pesagem
do animal, depois são inspecionados pelos agentes do SIF e agentes
de controle de qualidade e, em seguida, vão para o curral, onde são
alimentados e descansam por entre
6 e 12 horas. O abate e a desossa
acontecem na sequência e o processo é idêntico ao de bovinos, ou seja,
sem causar nenhum sofrimento ao
animal. Posteriormente, a carne é
cuidadosamente separada por tipo
de corte, embalada e exportada para
vários países.
Em 2009, a União Europeia (UE)
fez algumas exigências para os frigoríficos, já que a Europa é o maior
consumidor do mercado de carne. O
bloco passou a exigir rastreabilidade
e mais controle dos medicamentos
dados aos equinos nos seis meses
antes do abate. Em maio do mesmo
ano, foi aprovado por eles o plano
de rastreabilidade e controle de me-
dicamentos para as exportações de
carne de cavalo apresentado pelo
Brasil, que é o terceiro maior fornecedor de carne de equídeos para
países do continente europeu, atrás
apenas do Canadá e da Argentina.
Com isso, o Brasil foi o primeiro a ter
um plano aprovado pelo bloco. Com
o acordo, não houve interrupção
no fluxo de vendas da carne para o
mercado comunitário. Depois dessa
negociação com a Europa, a missão
brasileira em Bruxelas afastou o risco
de interrupção no fluxo de vendas
de carne de cavalo brasileira para o
mercado comunitário.
A aprovação europeia representa um importante avanço para o Brasil, já que a UE é o principal destino
do produto nacional. As exportações
recuaram 10% em 2009, em parte
pelas restrições impostas pelo bloco.
Em 2008, o Brasil exportou 8,5 mil
toneladas de carne de cavalo para a
UE; o Canadá, 13,7 mil toneladas; e a
Argentina, 13,2 mil toneladas. A
A equipe responsável pela
administração do Prosperidad
em Araguari (da esquerda
para a direita): Eduardo
Barbosa, departamento de
exportação; Alaor Alves,
comprador de animais; Neiva
Araújo, gerente geral; Edmar
Martins, responsável pelo
departamento da garantia da
qualidade; e José Donizeth
Martins, gerente industrial
Revista MERCADO | Edição 51 | 31
mercado
capa
Fábrica de banha de porco se transformou em frigorífico
Foi em 1961 que o então comendador Erich Markus adequou
a fábrica de banhas de porco para
se tornar um promissor frigorífico
de equídeos na região do Triângulo Mineiro, precisamente na cidade
de Araguari. Em uma dessas rodadas de negócios, com o engenheiro
Eduardo Rinzler, eles fecharam uma
parceria que durou pouco tempo.
O então frigorífico Avante foi ven-
vendido para um grupo Uruguaio,
passando a se chamar Prosperidad.
A mudança proporcionou mais
desenvolvimento para a empresa,
além de novas adequações ao mercado, considerado promissor.
Está sob a responsabilidade da
administradora de empresas Sandra
Catharina Jorge, 52 anos, comandar
os mais de 200 funcionários diretos
e indiretos envolvidos nas funções
los específica para o abate, visto
que são usados animais de descarte, ou seja, com idade média
de 12 anos. Por causa da quantidade de hormônios e remédios
aplicados, os animais utilizados
em práticas desportivas são totalmente descartados do processo
de abate, além de não pertencerem à classe de equídeos permitida para o consumo.
Procedência dos cavalos é uma das melhores
A diretora geral do Prosperidad,
Sandra Catharina Jorge, que cuida
dos interesses gerais da empresa
a partir de São Paulo, conta que as
características do processo de introdução do cavalo no Brasil diferem
das de outros países do continente
americano. “Considero que a atual
criação brasileira de cavalos é uma
das melhores, além das vantagens
competitivas frente aos principais
polos internacionais de qualidade
genética. O clima, a mão de obra
e o espaço garantem ao país uma
produção de animais de ponta a
custos competitivos”, disse. O Brasil
exporta animais vivos para diversos países nas Américas e Europa. E
destaca-se no mercado internacional como exportador de carne de
cavalo, perdendo unicamente para
Canadá e Argentina.
Do lado econômico, o frigorífico
influencia a cidade de Araguari de
forma positiva. Quem conta essa história é o atual vice-prefeito da cidade, Júberson Santos. Ele foi funcionário da empresa durante 10 anos.
“A contribuição do Prosperidad na
economia de Araguari-MG é focada
no âmbito social, pois são gerados
110 empregos diretos. É importante
lembrar que é uma empresa de 50
anos de tradição e faz parte da história da cidade”, ressaltou Santos. Ele
completa que acompanhou a trajetória do frigorífico de perto como
funcionário e admirador do trabalho que é desenvolvido na empresa.
“Temos consciência da importância
do Prosperidad para a economia de
Araguari”, finalizou.
Tabus e Curiosidades
No mercado de carnes, vários tabus ainda precisam ser quebrados. No Brasil, o consumo de carne de cavalo ainda
não é muito bem visto. Porém, a rejeição se estende a outros países. Os EUA liberaram o consumo da carne apenas
no fim do ano passado. O produto era proibido desde 2006.
Mesmo o Brasil sendo um pequeno consumidor da carne de equídeos, o país aparece bem colocado como exportador desse produto. Estamos em terceiro lugar no ranking de exportações, perdendo apenas para o Canadá, México
e Argentina, que aparece em primeiro lugar como a maior potência desse segmento.
Cerca de 15 mil toneladas são exportadas por ano por via aérea e marítima, tendo uma receita média de US$ 35
milhões anuais. O quilo médio da carne custa R$ 25.
De Araguari, a carne parte para outros países, como Bélgica, Itália, Rússia, Suíça e Japão.
No oriente, a carne de cavalo é usada também para outro prato: um sashimi exótico, o basahi, que pode ser encontrado no país até como sabor de sorvete. O filé mignon também é usado como produto base para o sushi, inclusive
atualmente no Japão, devido ao alto Preço do atum, alguns restaurantes têm usado a carne cavalo para este fim.
Em São Paulo, o maior centro urbano do país, apenas dois restaurantes servem pratos com carne de cavalo. Sauro
Scarabotta, do Friccò, e Marcelo Pinheiro, do Tarsila, aderiram à experiência e têm uma alta demanda da carne.
Tropa de qualidade
O Prosperidad S.A. é o maior e um dos dois únicos frigoríficos para abate de equídeos no Brasil
credenciados junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); no mundo, apenas outros quatro
países praticam essa atividade
dido para Rinzler, que aos poucos
o transformou no maior frigorífico
de exportação de cavalos do país.
Como em qualquer negócio, as
mudanças foram primordiais para
transformá-lo em uma referência
do segmento em todo mundo. Para
se ter uma ideia, em 2010 ele foi
32 | Revista MERCADO | Edição 51
de administração, gerência, inspeção, abate, desossa e exportação dos
equinos, muares e asininos.
O processo de abate dos equídeos (que engloba as três classes
dos animais) assemelha-se com o
de bovinos e suínos. A diferença é
que não há uma criação de cava-
“O que muitas pessoas não
sabem é que a carne de equídeo
atua como regulador do mercado interno e presta serviços importantes à sociedade nas áreas
sanitárias, de alimentação e de
negócios”, ilustra a gerente do
Prosperidad, Neiva Araújo.
Na última pesquisa feita pelo
IBGE, a tropa brasileira de equinos
aparece como a segunda maior
do mundo, com 5,6 milhões, ficando atrás apenas da China.
Dentre as raças equinas criadas
no Brasil atualmente, destacam-se os Marchadores, Mangalargas,
Quartos de Milha, Árabes, Crioulos, Puro Sangue Ingleses, Puro
Sangue Lusitanos e Brasileiros de
Hipismo, e suas misturas. A tropa
brasileira de asininos é composta
amplamente pela raça nacional
Pega e a Comum, outras raças
estrangeiras são encontradas em
menor quantidade. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 33
mercado
especial
Gol, Green Peace, Fedex, Coca-Cola,
Câmara de Comércio do Mercosul e
Américas, Associação Latino-Americana de Integração, entre outras.
Montevidéu - Em outubro do ano
passado, o Conamerco foi realizado
em Montevidéu, no Uruguai. Os temas da 18ª edição foram voltados à
inclusão social, educação e acesso
às novas tecnologias de comunicação. Na ocasião, estiveram presentes
aproximadamente mil participantes
e representantes do Conselho Regional de Administração de Minas Gerais
(CRA-MG) para a divulgação da 19ª
Conamerco 2011 teve cerca de mil participantes. Em Uberlândia,
a expectativa é receber mais de cinco mil pessoas
Uberlândia sedia em
junho o XIX Conamerco
Dinâmica da logística será abordada no maior evento de Administração
do Mercosul, em parceria com o II EnFAGEN e Movimenta 2012
sentantes dos países do Mercosul e
América Latina.
O ponto forte do maior evento de Administração do Mercosul é
poder explorar, a partir da dinâmica do mundo, as mudanças e como
as práticas novas de gestão podem
contribuir de forma decisiva para gerar riquezas e produzir o desenvolvimento. O tema possibilita discutir
sobre a contribuição e elevação da
Técnica Logística, a fim de que as necessidades das pessoas possam ser
atendidas em suas exigências de forma mais eficiente, segura e rápida.
O Conamerco proporciona aos
“A
34 | Revista MERCADO | Edição 51
dias 13 e 15 de junho. O Conamerco
2012 está programado para acontecer no Center Convention, localizado no maior complexo de compras,
negócios e lazer do Triângulo Mineiro - o Center Shopping.
Com a chancela da Organização
Latino-Americana de Administração
(OLA), o evento é promovido pelos
Conselhos Regionais de Adminis-
tração de Minas (CRA-MG) e do Rio
Grande do Sul (CRA-RS), Conselho
Federal de Administração (CFA), em
parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Prefeitura
Municipal de Uberlândia, e organizado pela Pool Comunicação. A expectativa é receber cerca de cinco
mil participantes oriundos de todas
as regiões brasileiras, além de repre-
profissionais ligados à área de Administração o compartilhamento de experiências, a partir das exposições e
discussões dos temas relacionados à
edição entre os participantes dos países do Mercosul e da América Latina.
O Congresso de Administração
do Mercosul foi criado em 1993, sendo sua primeira edição realizada em
Porto Alegre (RS), Brasil. As demais
edições seguiram-se, em rodízio, nos
diversos países integrantes do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). Neste ano, contará com a presença de representantes de grandes
corporações e entidades, como Vale,
O presidente do CRA-MG,
Pedro Fiúza, durante XVIII
Conamerco, no Uruguai
Semana Internacional da Logística
Por Carol Aleixo e Hismênia Keller
Dinâmica da
Logística no
Mercosul: Administração,
Tecnologias
e Desafios para o Futuro”. Esse é o
tema do XIX Congresso de Administração do Mercosul (Conamerco),
que será sediado no Brasil, na cidade de Uberlândia (MG), entre os
edição do congresso, no Brasil.
Em conjunto com o XIX Conamerco, será realizado o II Encontro das
Faculdades de Gestão de Negócios
(EnFAGEN). O evento pretende promover debate científico, divulgação
de pesquisas e integração entre a graduação e pós-graduação, facilitando,
assim, a discussão de ideias, a disseminação de experiências e informações
sobre os campos de conhecimento
dos cursos da unidade acadêmica.
Desde palestras e visitas técnicas a espaço trainee, as atividades
envolverão estudantes de graduação e pós-graduação, professores
universitários e profissionais de cursos afins das instituições de ensino
participantes. Os melhores artigos
apresentados no II EnFAGEN serão
convidados para submissão em periódicos no sistema fast-track.
O XIX Conamerco e o II EnFAGEN
somam dois dos três eventos da Semana Internacional de Logística em
Uberlândia, que acontecerão em
mesma data e local. Além do Congresso e do EnFAGEN, a cidade mineira será palco da Movimenta - Feira Internacional da Logística. A
Revista MERCADO | Edição 51 | 35
mercado
especial
Minas Gerais na rota
dos países do Mercosul
Extensão da malha rodoviária e ferroviária facilita escoamento da
produção do Estado para países como Argentina, Paraguai e Uruguai
A importância do
ensino da Logística nas
faculdades
Painel que trata do assunto vai contar com a presença de três
conferencistas, entre os quais um PhD em Logística. Evento está
marcado para o dia 15 de junho, das 16h às 18h
A
A
economia de Minas
Gerais é a terceira
mais importante do
Brasil. No último ano,
a balança comercial
apontou o Estado como o segundo maior exportador do Brasil, ultrapassando US$35 bilhões. Não
só pela exportação, a logística de
Minas tem sido referência para
investidores do mundo inteiro,
principalmente quando se fala em
estradas e ferrovias, principais formas de transporte do país.
De acordo com os dados da
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico de Minas Gerais, o
Estado conta com a maior malha
rodoviária, são 27.6 mil km pavimentados, que correspondem a
16% do total do país. Quanto às
ferrovias, são 18,3% do total brasileiro, unindo Minas aos principais
portos do país, possibilitando a
rápida transferência dos produtos
mineiros. Essa extensa rede de estradas e ferrovias garante a logística para escoamento da produção
para todo país, assim como para
os países integrantes do Mercosul
36 | Revista MERCADO | Edição 51
(Argentina, Paraguai e Uruguai).
Além disso, Minas encontra-se
em posição geográfica privilegiada, próxima a 78% do mercado
consumidor brasileiro, característica que favoreceu a instalação de
grandes grupos atacadistas e de
logística, como Martins Comércio
e Serviços de Distribuição S/A,
Bartofil Distribuidora, CD Villefort
Atacadista, Arcom, Villefort, Peixoto, MRS Logística, Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), Ferrovia
Centro-Atlântica (FCA).
Os atrativos citados fazem de
Minas Gerais a próxima sede do XIX
Congresso de Administração do
Mercosul (Conamerco). “Ao pensar
em logística, não haveria local melhor para trazer o evento. Além de
promover o conhecimento e a realização de negócios no setor, queremos contribuir para que Minas se
torne cada vez mais referência entre
os países do Mercosul nesta área”,
disse o presidente do Conselho Regional de Administração de Minas
Gerais (CRA-MG), Pedro Fiuza.
lém de palestras sobre
“Logística reversa e a
contribuição para a
preservação do meio
ambiente” e “Desafio
da logística para integração da América Latina”, o ensino da Logística
nos cursos de administração do Mercosul será um dos temas abordados
no Conamerco deste ano.
Serviço
Evento: XIX Conamerco (Congresso de Administração do
Mercosul)
Tema: “A Dinâmica da Logística no Mercosul: Administração,
Tecnologias e Desafios para o futuro”
Data: 13 a 15 de junho/2012
Local: Center Convention, Uberlândia - Minas Gerais/Brasil
OBS: Confira a programação completa em:
www.conamerco2012.com
Master em Logística, o
professor Manoel Reis é
presença confirmada no XIX
Conamerco
Um dos conferencistas será o
PhD em Logística e professor no
Centro de Excelência e Logística e
Supply Chain (GVCelog), Dr. Manoel
de Andrade e Silva Reis. Manoel é
engenheiro naval e Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (EPUSP).
O painel será coordenado pelo administrador e presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD),
Dr. Mauro Kreuz.
Ao todo existem no Brasil, segundo o Conselho Federal de Administração (CFA), 2.500 cursos de
administração oferecidos em várias
instituições, sendo que em Minas
Gerais são 258. De acordo com Manoel de Andrade, o ensino da logística aos futuros administradores é
de grande importância, para que
estejam preparados para compreender a necessidade de uma boa
logística e, principalmente, de reduzir as barreiras do setor no país. “Os
sérios problemas de infraestrutura e
de capacidade de armazenagem de
maneira generalizada são os mais
aparente dos gargalos. Mas, além
disso, a logística sofre um impacto
muito negativo do sistema tributário, no passeio das cargas pelo país,
às vezes, por milhares de quilômetros para reduzir custos e também os
problemas burocráticos”, explicou.
Por isso, o professor ressalta a
importância de profissionais competentes, experientes e conhecedores
das principais técnicas da logística.
“É necessário que a empresa entenda e reconheça a importância da
logística para o desenvolvimento
do diferencial competitivo. Ter profissionais que compreendem isso
permite à empresa conhecer suas
necessidades e implementar os processos que conduzam à melhoria
contínua de suas práticas logísticas,
visando à redução de custos e à
agregação de valor para o cliente”,
finalizou Manoel.
“É necessário que
a empresa entenda
e reconheça a
importância da
logística para o
desenvolvimento
do diferencial
competitivo.”
Além da participação do Dr. Manoel, o painel contará com a presença do economista paraguaio e
professor Julio César Balmaceda Godoy e do presidente da Organização
Latino-Americana de Administração
(OLA), Oscar Mena Redondo. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 37
mercado
Foto: Frederico Gemesio
informe publicitário
Empresas reduzem custos
através de Videoconferência
Q
uem nunca passou pela
seguinte situação: viagens longas, espera em
filas, atrasos de vôos e
enormes engarrafamentos para realizar reuniões ou participar de treinamentos? Esta realidade é
comum para muitos gerentes, executivos e diretores que precisam constantemente se deslocar até suas filiais
ou visitar clientes e fornecedores.
Na economia global de hoje, uma
empresa tem vantagem quando aproveita as habilidades e conhecimentos
de suas equipes distribuídas pelo país
ou pelo exterior de forma rápida e
com menor custo. Neste cenário a solução mais eficaz é a Videoconferência, uma comunicação em tempo real
com qualidade de imagem em HD,
que proporciona uma sensação face
to face e total sintonia aos interlocutores, como se estivessem no mesmo
ambiente. Empresas de todos os tamanhos ganham com os benefícios
da Videoconferência, que encurta
distâncias, ganhando cada vez mais
adeptos por diminuir ou em muitos
casos substituir viagens de negócios.
Diante das novas tecnologias, a
VTS BRASIL, empresa especializada
em soluções tecnológicas, atua na
consultoria e implantação de soluções
40 | Revista MERCADO | Edição 51
de videoconferência em qualquer lugar do país e atende as mais variadas
necessidades do mercado corporativo e educacional. ‘‘ Com a implantação de um sistema de videoconferência profissional a empresa amplia
seus negócios, aumenta a frequência
de comunicação e gera resultados em
curto prazo’’ , diz Juarez Pina, Diretor
Comercial da VTS BRASIL.
Benefícios
A Videoconferência proporciona
uma redução de até 80% nos custos
com viagens, transporte, hospedagem
e alimentação. Com isto as empresas
gerenciam melhor suas despesas e
podem investir em novas tecnologias,
pessoal e gerar novas receitas.
Outro benefício é a facilidade na
comunicação, onde os treinamentos
ficam mais acessíveis a qualquer horário, sem sair do escritório, proporcionando uma integração 80% melhor e com maior rapidez.
Além de ser uma solução sustentável. Empresas emitem 90% menos
CO2 com a Videoconferência. Hoje, o
mercado corporativo está mais consciente sobre as questões ambientais.
Campanhas internas com o propósito
de mudar hábitos e garantir uma geração futura são implementadas. E os
clientes direcionam seus olhares a empresas socialmente responsáveis. B
mercado
cultura
mento, seja ele humano, social ou
econômico. Ou seja, pretende mostrar todas as diretrizes que a cultura
de Minas Gerais tem para explorar”,
explica. A secretária acredita que a
iniciativa vai ajudar a descentralizar
a cultura no estado. “Queremos interiorizar e regionalizar a cultura, e os
núcleos, com certeza, vão nos aproximar e dar essa perspectiva aos nossos artistas mineiros”, afirma Eliane.
O projeto contempla atualmente
72 municípios nas macrorregiões do
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e
faz parte da estratégia da SEC para
estreitar os laços entre o interior e a
A secretária de Estado de
Cultura, Eliana Parreiras, durante
anúncio do Núcleo de Cultura
em Uberlândia
Uberlândia ganha Núcleo
de Interiorização da Cultura
O anúncio foi feito na FIEMG pela secretária de Estado de Cultura,
Eliane Parreiras, durante o 1° Encontro de Secretários Municipais de
Cultura e Gestores Culturais
Por Amanda Célio
Q
uando assumiu o cargo como Secretária de
Estado de Cultura em
Minas Gerais, Eliane
Parreiras evidenciou
que 2011 seria o ano do planejamento para a cultura no estado, cautela
justificada por um orçamento apertado e pelo tempo curto para viabilizar grandes projetos. Para ela, um
dos principais objetivos que pretende atingir no governo é a democratização do acesso à cultura. Agora, em
2012, os frutos do anunciado pla-
42 | Revista MERCADO | Edição 51
nejamento já estão sendo colhidos.
Prova disso é a recente visita que a
secretária fez a Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para o lançamento
de um de seus projetos, o Núcleo
de Interiorização da Cultura, que
aconteceu durante o 1° Encontro de
Secretários Municipais de Cultura e
Gestores Culturais, realizado na sede
da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG, a Regional Vale do Paranaíba.
Os Núcleos de Interiorização da
Cultura são espaços físicos implan-
tados nas cidades do interior do estado para atender as demandas de
artistas, produtores culturais e gestores públicos. Operacionalmente,
cabe a esses núcleos acompanhar
e auxiliar nos mapeamentos de
manifestações, espaços e eventos
culturais, além de servir de apoio a
gestores de cultura. De acordo com
Eliane Parreiras, esse mecanismo é
mais um passo da SEC para promover a integração do sistema estadual:
“O governo está trabalhando com o
conceito de cultura em desenvolvi-
capital Belo Horizonte.
Durante a solenidade, o presidente da FIEMG Regional Vale do
Paranaíba, Pedro Lacerda, elogiou e
defendeu a iniciativa da secretária
Eliane Parreiras. “Apesar de a FIEMG
estar vinculada diretamente ao setor
da indústria, nós também incentivamos integralmente ações como essa,
com fins culturais. Prova disso é que,
em âmbito regional, há mais de 13
anos apoiamos e abrigamos aqui em
nossa sede uma entidade que trabalha em prol da cultura”, disse. Lacerda se refere ao Instituto de Artes,
Cultura e Ciência do Triângulo (IAT).
“Apesar de a FIEMG estar
vinculada diretamente
ao setor da indústria, nós
também incentivamos
integralmente ações
como essa”
(Pedro Lacerda)
O IAT - A função do Instituto de
Artes, Cultura e Ciência do Triângulo é criar novos talentos e preservar
a cultura produzida em Uberlândia,
isso desde 1998, quando foi fundado. Entre os seus mais de 100 associados, estão músicos, poetas e contadores de história.
Eliane acredita que iniciativas
como essas mostram o forte potencial das cidades do interior mineiro
para zelar pelo patrimônio cultural
e produzir e explorar ainda mais a
“nossa” fonte de cultura. “Temos
orgulho do projeto da FIEMG e de
tantos outros planos culturais desenvolvidos aqui. Uberlândia é uma
referência na cultura”, completou.
Escolhida a dedo pelo atual governador do estado para compor o
grupo de secretários de Minas Gerais, Eliane Parreiras ministra com
muita precisão e firmeza os impasses e as conquistas da Secretaria de
Estado de Cultura desde 2011. Entre
os destaques do seu currículo, a mulher mais nova do grupo de secretárias do governo de Anastasia, com
36 anos, atua nas áreas de gestão
e produção cultural há mais de 15
anos, tanto em instituições do poder
público quanto da iniciativa privada.
Além disso, ocupa o cargo de secretária-geral do Conselho Curador da
Fundação Municipal de Cultura de
Belo Horizonte, entre outras funções
e atividades que acumulou ao longo
da carreira. B
mercado
O diretor do Centro
Brasileiro de Estudos em
Psoríase, Cid Sabbag
A Psoríase é uma doença inflamatória que afeta a pele, provocando
placas avermelhadas, manchas e descamação, podendo atingir
também as articulações
Foto: Divulgação / Ralf Tooten
Psoríase: assuma,
sem vergonha
Aceitar a doença pode contribuir para melhorar o controle da
enfermidade e a qualidade de vida do paciente, além de ajudar na
luta contra o preconceito
Da Redação com agência
N
ão importa se está calor ou frio, o traje é
sempre o mesmo: calça comprida e blusa
de manga longa. Este
é um costume de muitos pacientes
que sofrem preconceito por conta
da psoríase - doença inflamatória
44 | Revista MERCADO | Edição 51
que afeta a pele, provocando placas avermelhadas, manchas e descamação, podendo atingir também
as articulações. De fato, 63% dos
pacientes entrevistados no levantamento Convivendo com a Psoríase,
pela equipe do dermatologista Cid
Sabbag, diretor do Centro Brasilei-
“Costumo dizer que se a psoríase não tem cura, o preconceito
tem”, afirma Sabbag. Para diminuir
essa intolerância, o dermatologista
defende a conscientização da população de que a doença não é contagiosa, além de reforçar aos pacientes
que é possível controlar a psoríase.
“Os tratamentos evoluíram muito,
tornando-se mais eficazes e seguros,
mas o desconhecimento da população brasileira impede muitos de
procurarem um dermatologista para
confirmar o diagnóstico”, diz.
Muitas vezes as lesões de psoríase podem ser semelhantes a outras
doenças da pele, com acometimento das unhas e descamação do couro
cabeludo. Por isso, às vezes acabam
Foto: Reprodução
Foto: Divulgação
saúde
ro de Estudos em Psoríase, e com
apoio da Pfizer, dizem que a doença os faz abandonar atividades
ou hábitos como frequentar praias
e piscinas; vestir bermudas, saias
e decotes; praticar esportes e até
mesmo ir a festas, teatros ou realizar passeios.
“Costumo dizer que se a psoríase não tem cura, o preconceito
tem”, afirma Sabbag. Para diminuir
essa intolerância, o dermatologista
defende a conscientização da população de que a doença não é contagiosa, além de reforçar aos pacientes
que é possível controlar a psoríase.
“Os tratamentos evoluíram muito,
tornando-se mais eficazes e seguros,
mas o desconhecimento da população brasileira impede muitos de
procurarem um dermatologista para
confirmar o diagnóstico”, diz.
Muitas vezes as lesões de psoríase podem ser semelhantes a outras
doenças da pele, com acometimento das unhas e descamação do couro
cabeludo. Por isso, às vezes acabam
sendo tratadas inadequadamente,
com medicamentos tópicos para
micose ou shampoos anticaspa,
por exemplo. A dor articular em pacientes com psoríase pode ser uma
manifestação da artrite psoriásica
- quando há acometimento das articulações, o que, nas formas mais
avançadas, leva à destruição articular com deformidades.
A cantora country norteamericana LeAnn Rimes luta
contra a psoríase há 25 anos.
Observando LeAnn, é difícil
acreditar que ela já teve 80%
de seu corpo tomado pela
psoríase. A artista vencedora
do Grammy escondeu a
doença por anos, mas
aprendeu a controlar os
sintomas com um estilo de
vida saudável e tratamento
sendo tratadas inadequadamente,
com medicamentos tópicos para
micose ou shampoos anticaspa,
por exemplo. A dor articular em pacientes com psoríase pode ser uma
manifestação da artrite psoriásica
- quando há acometimento das articulações, o que, nas formas mais
avançadas, leva à destruição articular com deformidades.
Isso tudo poderia ser evitado
com o diagnóstico correto e tratamento individualizado, já que atualmente o médico pode optar por diferentes medicamentos, dependendo
do perfil do paciente e da gravidade
da doença, assim como da presença
ou não de artrite. Os tratamentos podem ser tópicos, fototerápicos, medicamentos sistêmicos tradicionais
e medicamentos biológicos, como
o etanercepte - que age se ligando
a uma proteína que estimula a inflamação e bloqueia sua atividade,
reduzindo os sintomas da psoríase.
É importante lembrar ainda que
em vez de se esconder em roupas, as
pessoas deveriam aumentar a exposição ao sol, que costuma ser muito
benéfica para vários pacientes com
psoríase. “Aqui no Brasil temos sol
o ano inteiro. Mesmo no inverno, há
raios ultravioletas suficientes para
contribuir com o tratamento do paciente”, ressalta o especialista. Sem o
cuidado adequado, as lesões passam
a aumentar e a causar ainda mais impacto na rotina, como mostra o quadro abaixo. A
Impacto da Psoríase (¹)
71% dos pacientes relatam que a
psoríase é um problema importante do cotidiano
58% revelam que a doença causa
muita vergonha
41% consideram a psoríase desfigurante
48% contam que a psoríase faz
com que se sintam desconfortáveis em público
Revista MERCADO | Edição 51 | 45
mercado
saúde
Foto: Reprodução
Nos relacionamentos, a psoríase
também pode ser uma grande barreira, de acordo com o levantamento
Convivendo com a Psoríase.
Psoríase versus
relacionamentos (²)
20% dos pacientes com psoríase
têm um pouco de dificuldade em
namorar, enquanto 8% admitem
ter muita ou muitíssima dificuldade
29% já evitaram situações íntimas
com o(a) companheiro(a) devido
à doença
48% sentem-se fisicamente pouco atraentes ou sexualmente indesejáveis quando a doença está
em uma fase mais crítica
Além do impacto no cotidiano, é
importante lembrar que a psoríase
pode estar associada a outras enfermidades, sendo a principal delas
a síndrome metabólica - caracterizada pela obesidade abdominal,
hipertensão arterial, intolerância à
glicose, níveis elevados de triglicérides no sangue e diminuição do
HDL (bom colesterol). A inflamação
crônica a que pacientes com psoríase estão submetidos afeta não só a
pele, mas também órgãos internos
e a parede dos vasos sanguíneos.
Com a inflamação, o metabolismo
das gorduras (colesterol e triglicérides) e do açúcar (glicose) do corpo
humano pode ser alterado, levando
ao acúmulo de gordura, diabetes e
depósito de placas de gordura nas
artérias: fatores que aumentam o
risco de doenças cardiovasculares,
como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral.
“A doença é sistêmica e deve
ser tratada com seriedade, não só
pelo impacto emocional que causa,
mas pelas outras complicações que
pode trazer à saúde do paciente”,
alerta Sabbag. Para isso, dar o pri46 | Revista MERCADO | Edição 51
Kim Kardashian também
tem psoríase. Ela é uma das
mulheres mais fotografadas
do mundo e, por isso, diz
que sofre uma grande
pressão para estar perfeita
sempre. “As pessoas não
entendem essa pressão.
Sofro com isso, tenho de ser
perfeita”
meiro passo é fundamental: aceitar
a psoríase e procurar orientação de
um profissional. “Geralmente, o paciente se consulta com mais de um
médico para se tratar. Mesmo assim,
ele não deve desistir de encontrar o
dermatologista em que sinta mais
confiança e que consiga adequar o
Foto: Divulgação
15% acreditam que antes da psoríase recebiam mais carinho e
eram mais tocados pelas pessoas
tratamento ao seu caso”, ressalta.
Ele indica ainda grupos de apoio a
pacientes, pois a troca de informações e o contato com pessoas com
casos até mais graves da doença
pode servir como uma boa lição e
como um grande incentivo para
aceitar a psoríase.
Sobre psoríase - Psoríase é uma
doença de pele que causa lesões
vermelhas e descamativas. Elas
surgem devido a um processo inflamatório que acelera o ciclo de
renovação da pele, fazendo com
que as células não tenham tempo
suficiente para se diferenciar, sendo
eliminadas mais rapidamente que
o normal. Fatores ambientais e hereditariedade podem estar relacionados ao aparecimento da doença,
já que em cerca de 30% dos casos
existem outros portadores de psoríase na família. Apesar de não ser
contagiosa, o preconceito é uma
das principais consequências desta enfermidade, muitas vezes confundida com alergias ou micoses,
fazendo com que os pacientes se
isolem para evitar situações constrangedoras no local de trabalho,
de lazer ou esporte.
(¹) Fonte: National Psoriasis Foundation, agência americana voluntária de
saúde, sem fins lucrativos. Levantamento
realizado em 2008, por telefone e internet, com 426 pacientes com psoríase a
artrite psoriásica.
(²) Fonte: levantamento Convivendo
com a Psoríase, realizado com a coordenação do dermatologista Cid Sabbag e
apoio da Pfizer, ao longo de 2009 e 2010,
por meio de questionários entregues e
preenchidos por 1.098 pacientes que passaram por consultório particular (Clínica
Sabbag), hospital público (Hospital Ipiranga) e pela Câmara Municipal de São Paulo,
durante o Encontro Municipal de Psoríase
(8ª e 9ª edições, organizado pelo Centro
Brasileiro de Estudos em Psoríase). B
Muitos dos pacientes têm
vergonha do aspecto que
a pele apresenta. Por isso,
tratamento é fundamental
mercado
Foto: Divulgação
comportamento
A tatuagem como tendência social
e seu impacto nos negócios
A Unit 34, do estrategista Flávio Ferrari, lança vídeo sobre o uso da
tatuagem e sua influência nos negócios. Segundo o especialista,
atualmente ocorre um processo de transformação dos consumidores
em busca do self (de si mesmo), e as empresas podem ganhar
vantagem competitiva atuando nesse cenário
Da Redação
Profissionais tatuados, como
o jogador David Beckham,
influenciam gerações de
consumidores
Foto: Divulgação
F
lávio Ferrari, diretor da Unit
34, empresa representante
da Sevendots, no Brasil, acaba de desenvolver o estudo
“Tattoo Trends”. Registrada
em vídeo, a análise sugere conclusões sobre o uso da tatuagem e sua
relação com o trabalho e o desenvolvimento pessoal. Assista ao vídeo
acessando o link http://www.youtube.com/watch?v=DGl9U7_HUwY
Ferrari analisou o intenso crescimento das tatuagens por indivíduos de todos os grupos sócio-demográficos, revelando uma
tendência social. O estudo Tattoo
Trends foi concluído após um ano
de trabalho, reunindo entrevistas com pessoas tatuadas, tatuadores, psicólogos e profissionais
especializados na observação do
comportamento, além da análise
e avaliação de outros indicadores
correlacionados, como o acompanhamento de discussões em redes
sociais. O resultado está condensado em pouco mais de seis minutos
do vídeo, que identifica os elementos fundamentais e as linhas de força que caracterizam a tendência.
De acordo com o especialista em
Inteligência Competitiva da UNIT 34,
a tatuagem como forma de expressão é um dos indicadores da transformação decorrente da destituição
das autoridades institucionais e da
necessidade de construção do self (si
mesmo). “Trata-se de uma das mais
importantes tendências sociais desta década”, afirma.
Flavio Ferrari coordena os
cursos de MBA em Gestão
Estratégica e Inteligência
Competitiva, do IBOPE
Educação
Com mais de 30 anos de experiência em Gestão Estratégica, Marketing, Comunicação e Pesquisa,
tendo sido CEO do IBOPEmedia
na América Latina, Flávio Ferrari
explica que “estamos falando de
pessoas que não acreditam mais
em autoridades externas para lhes
dizer o que fazer, para apontar o
que é certo e o que é errado. São
pessoas que decidem suas vidas
e que não confiam na perenidade
das relações, profissionais ou pessoais”. São pessoas, que segundo
ele, não esperam que o mundo lá
fora seja seguro, mas que contam
consigo mesmas para dar conta disso. Pessoas que estão assumindo a
responsabilidade por seus destinos
e pela própria felicidade. “A tatuagem é apenas uma marca visível
dessa transformação”, declara.
Atualmente, Ferrari coordena
os cursos de MBA em Gestão Estratégica e Inteligência Competitiva,
do IBOPE Educação, por isso seu
estudo amplia a visão corporativa sobre a tatuagem e questiona
se as empresas estão preparadas
para entender e oferecer produtos
e serviços que sejam relevantes
para esses novos consumidores. E
ainda, se as empresas, quase exclusivamente dedicadas a obter
resultados financeiros de curto
prazo, serão capazes de reter e incentivar suas equipes e líderes. “A
questão estratégica que se coloca
é se as organizações estão se planejando para atuar neste cenário e
tirar vantagem competitiva do movimento”, sentencia.
Já para o italiano Bruno Sfogliarini, sócio da Sevendots (www.
sevendots.com), especialista em
business forecast e modelagem
de negócios, “a tatuagem é um caminho poderoso para expressão
dessa tendência porque encontra
eco nas três lógicas representativas da sociedade moderna apontadas pelo Copenhagen Institute
for Future Studies: Dream Society
Logic, Industrial Logic e Creative
Man`s Logic.”. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 49
mercado
Hoxton - Winter in Doc
Foto: Divulgação
moda
klands/Inverno 2012
Da Redação
L
Foto: Divulgação
ondres é uma cidade adorada, e por muitos anos foi a
residência da estilista paulistana Cristiana Ventura,
da Hoxton (www.hoxton.
com.br). Sempre funcionando de
forma inspiradora para ela, na terra
da rainha existe um local que serviu
de direcionamento para a coleção
de inverno 2012 da marca, a London
Docklands, área localizada entre o
leste e o sudeste de Londres. No Brasil, precisamente em Santos, a estilista achou um local parecido que serviu de cenário para a sua campanha
de inverno 2012. A
A estilista Cristina Ventura
50 | Revista MERCADO | Edição 51
Revista MERCADO | Edição 51 | 51
mercado
Foto: Divulgação
moda
A Companhia Docas Santista
tem exatamente o mood da coleção
“Winter in Docklands”, que exibe esse
perfume rústico com a bela paisagem
da cidade, estando localizada no bairro de Valongo, hoje uma das regiões
mais degradadas da cidade, onde se
encontram muitos estabelecimentos
antigos abandonados e também a famosa estação do Valongo, nome pela
qual era conhecida popularmente. A
estação foi construída pelos britânicos que vieram para o Brasil, e é uma
cópia reduzida da Victoria Station
de Londres, exemplo da arquitetura
vitoriana do século XIX em Santos,
confirmando todas as referencias e
inspirações da estilista.
A modelo Amanda Santos posou
para as lentes do fotógrafo Stefan
Susemihl em meio a ferragens, demolições e com o clima soturno do
local para mostrar as criações do inverno 2012 da Hoxton. A
52 | Revista MERCADO | Edição 51
Revista MERCADO | Edição 51 | 53
mercado
Foto: Divulgação
moda
Hoxton - Desde a infância, Cristiana Ventura tinha paixão pela moda.
A fase de criança passou e a menina,
que tinha na avó seu maior ícone de
estilo, formou-se em 2005 pelo Senac/
Esmod e fez o caminho dos jovens designers brasileiros que precisam alçar
voos solos. Foi para Londres, fez Central Saint Martins, London College of
Fashion e aprendeu parte da real vida
fashion trabalhando com a dupla Basso & Brooke e mais tarde com a Neon,
já no Brasil. Em 2009 abriu as portas
da Hoxton, marca feminina de apelo
avant garde. B
54 | Revista MERCADO | Edição 51
Revista MERCADO | Edição 51 | 55
mercado
Foto: Divulgação
marketing
Os sócios da ABN, Felipe Machado e Alfredo Novais (à esquerda) e Alessandro Fernandes (à direita),
modernizaram a marca de sua empresa para melhorar a comunicação com clientes e fornecedores
Reposicionamento de marca
amplia horizontes para PMEs
De que maneira as empresas devem definir compromissos
estratégicos que organizam e legitimam suas atitudes, mantendo-as
relevantes para o público-alvo?
Da Redação
O
s empresários Alfredo
Novais, Felipe Machado e Alessandro Fernandes perceberam
a necessidade de reposicionar a marca da empresa em
que são sócios, pois muitos clientes
58 | Revista MERCADO | Edição 51
e fornecedores não entendiam qual
era o principal negócio da companhia: “Somos uma trading, e o nosso
antigo nome gerava dúvidas no mercado. Todos perguntavam o que era
ABN Internacional, por isso a mudança no nome”, explica Novais.
No lugar do antigo nome e logo,
cores mais atuais e uma mudança.
O antigo ABN ganhou o numeral 8,
que significa prosperidade na sabedoria popular chinesa. A mudança,
que aconteceu no final de 2011, já é
sentida no bolso pelos empresários.
Foto: Divulgação
O especialista em construção de marcas, Hélio Moreira: “Ter
uma identidade própria e uma marca que seja atrativa para o
mercado é uma necessidade”
Novais conta que novos contratos
foram firmados e que a procura pela
empresa aumentou. “O nome mais
fácil de pronunciar e escrever já nos
ajudou a crescer”, revela.
O processo foi criado pela NewGrowing Desing & Branding. Hélio
Moreira, diretor da empresa e especialista na construção de marcas,
ressalta que é cada vez mais comum
que pequenas e médias empresas
busquem um reposicionamento de
suas marcas. “Ter uma identidade
própria e uma marca que seja atra-
tiva para o mercado é uma necessidade, independente do tamanho da
empresa. A marca precisa dialogar
com o mercado consumidor e também transmitir o conceito da empresa”, avalia Moreira.
E qual é o momento de mudar?
Hélio não dá uma fórmula mágica,
mas sinaliza situações em que o reposicionamento pode ajudar: “ao
completar 6 ou 10 anos - não é uma
regra -, se a empresa pretende impactar o cliente e mostrar sua presença ativa no mercado, este é um
ótimo momento para mostrar novos atributos presentes na marca”,
avalia. O executivo também aponta
quais empresas necessitam realizar
o rebranding: “a reformulação é mais
indicada para marcas existentes que
estejam em processo de reposicionamento, envelhecidas ou conceitualmente problemáticas”, explica.
“A identidade visual deve estar sempre atualizada com as evoluções da empresa, do mercado e
público-alvo, não apenas conceitualmente, mas visualmente também
e, na hora certa, deve-se realizar
uma renovação, um redesenho ou
um reposicionamento. É através do
visual e de algumas atitudes que as
marcas conseguem se expressar e
mostrar as mudanças adquiridas e
o real posicionamento da empresa”,
finaliza Moreira. B
mercado
Foto: Arquivo/Correio de Uberlândia
evento
A Minas Tchê é uma feira anual de produtos típicos do Rio Grande do
Sul, como, por exemplo, vestuário, couro, chocolates, queijos e doces
Uberlândia recebe
a 7ª Feira Minas Tchê
Tradicional feira de produtos gaúchos deve receber este ano mais
de 20 mil visitantes em dez dias de realização
Da Redação
M
ais de 20 mil pessoas
devem passar pela
sétima edição da Feira Minas Tchê, que
acontece em maio,
entre os dias 18 e 27, no salão de
eventos do Acrópole, em Uberlândia. Nos mesmos moldes dos anos
anteriores, o evento de tradições
gaúchas contará com cerca de 70
stands oferecendo aos visitantes
produtos típicos do Rio Grande do
Sul, entre eles: os queijos e doces caseiros, os chocolates de Gramado, a
moda couro outono-inverno 2012 e
os móveis coloniais. Durante os dez
dias de feira, serão gerados cerca de
100 empregos temporários diretos
na cidade.
Tradicionalmente, além de toda
a movimentação comercial, os visitantes têm a oportunidade de
60 | Revista MERCADO | Edição 51
conhecer um pouco mais sobre a
cultura gaúcha, como a culinária
regional, as danças tradicionais e o
vestuário sulista. Este ano, uma das
principais atrações ficará por conta
dos cursos de churrasco e chimarrão. Os segredos da carne preparada em fogo de chão, servida na
churrascaria do evento, serão ensinados por especialistas.
Já as danças típicas serão apresentadas pelo Grupo de Arte Nativa
Ivi Maraé, de São Leopoldo-RS. Pela
primeira vez em Uberlândia, o grupo
promete trazer novidades em coreografias e o encanto das danças folclóricas do Sul do país, como a chula,
facões, sapateio e boleadeiras. Outra
atração é a exposição de fotos com o
título “Foco Gaúcho”, que apresenta
40 imagens que retratam momentos
marcantes da vida dos povos do Rio
Grande do Sul.
A Minas Tchê funcionará das
15h às 23h, de segunda a sexta-feira, e das 11h às 23h, aos sábados e domingos. É cobrado o valor
simbólico de R$ 5 para acesso ao
local do evento. B
Serviço
7ª Feira Minas Tchê
Dias 18 a 27 de maio (*)
Local: Salão de eventos do
Acrópole
Endereço: Rua José Rezende,
4090, bairro Custódio Pereira
Ingressos: R$ 5 (bilheteria no
local)
(*) De segunda a sexta-feira,
das 15h às 23h, e aos sábados
e domingos, das 11h às 23h
mercado
Foto: Divulgação
veículos
Chegam ao mercado os
MAN “Made in Brazil”
Desempenho e nível de conforto são os
destaques dos novos caminhões TGX, sucesso
de vendas na Europa e agora otimizados
pela engenharia brasileira para atender ao
mercado latinoamericano
Por Evaldo Pighini (*)
A
Volkswagem, empresa
líder no mercado brasileiro de caminhões,
entrou de vez na briga
no segmento dos extrapesados para concorrer com as
até então soberanas Scania e Volvo.
A fábrica alemã anunciou recente-
62 | Revista MERCADO | Edição 51
mente, em primeira mão, à imprensa
especializada, o lançamento da linha
MAN TGX, aliás, uma iniciativa que
marca o início da comercialização de
caminhões MAN no Brasil. Vale ressaltar que a MAN, marca alemã com
254 anos de história, foi adquirida
pela Volkswagem em 2009, época A
Revista MERCADO | Edição 51 | 63
mercado
veículos
Foto: Divulgação
em que foi criada a MAN Latin América. A apresentação dos extrapesados MAN “Made in Brazil“, os cavalos
mecânicos 28.440 6x2, 29.440 6x4 e
33.440 6x4, aconteceu em dois momentos distintos, no Guarujá e na
Base Aérea local, no litoral paulista,
nos dias 15 e 16 de abril, momento
em que, inclusive, os jornalistas presentes puderam testar os veículos.
Os novos caminhões da MAN
Latin America estão sendo produzidos na fábrica da montadora em
Resende (RJ) e, segundo a empresa,
chegam para consolidar a presença
da marca no segmento de extrapesados e a liderança do mercado brasileiro ao lado da linha Volkswagen
ADVANTECH. “Com os novos cavalos mecânicos, passamos a oferecer
uma gama completa de produtos,
com modelos de 5,5 a 74 toneladas
de peso bruto total combinado, reforçando ainda mais o conceito sob
medida que nos consagrou nesses
30 anos de mercado”, disse o presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes. Ainda segundo ele, para a
fabricação dessa nova linha de caminhões, a MAN adotou como estratégia desenvolver o produto especifi-
camente voltado para os mercados
brasileiro e latino-americano, já que
os extrapesados serão exportados
para todo o continente.
Destinados a aplicações rodoviárias, todos os três modelos da linha
TGX tiveram sua configuração otimizada para atender as necessidades
específicas de transporte em países
emergentes, utilizando o melhor da
tecnologia alemã para garantir veículos com excelente desempenho e
alto nível de conforto.
Dos três modelos, o primeiro que
chega às concessionarias é o TGX
29.440 6x4, que aliás já se encontra à
venda ao preço de R$ 420 mil, a mesma
faixa dos principais concorrentes Scania e Volvo. Os demais modelos 33.440
6x4 e 28.440 6x2, pela ordem, estarão
disponíveis para o mercado a partir de
julho e outubro, respectivamente.
Até o primeiro trimestre de 2013,
todas as concessionárias MAN Latin
America passarão por um processo
de renovação e modernização para
atender ao novo segmento de extrapesados, que passa a ser atendido
pela empresa com o lançamento dos
MAN TGX. Hoje, 60 estabelecimentos já estão em conformidade com
o novo padrão, parte de um investimento total de R$ 20 milhões.
Para dar conta do atendimento,
a rede de concessionárias da MAN
Latin America já conta com um estoque de peças para eventuais demandas de manutenção e pedidos
emergenciais graças à localização
estratégica de seu Centro de Distribuição de Peças e Acessórios localizado em Vinhedo (SP).
Preparo
O presidente da MAN Latin
America, Roberto Cortes
64 | Revista MERCADO | Edição 51
Mas antes de chegar às concessionárias do Brasil, os veículos TGX
percorreram um longo trajeto. Em
três anos, foram mais de R$ 100 milhões de investimento, 6 milhões
de quilômetros e 100 mil horas de
testes em campo em condições extremas. Os veículos passaram por
diversas etapas de avaliação interna até serem 100% aprovados pelas
áreas de Engenharia, Qualidade e
Pós-Vendas da montadora. Ao todo,
foram 230 modificações, implementadas exclusivamente em função
das características do transporte em
países emergentes, após inúmeras
simulações em computador e testes de campo, para garantir máxima
performance ao veículo sem perder
as características que o consagraram
em continente europeu.
Como a própria MAN apregoa,
por trás do lançamento dos novos
modelos, está uma equação bem-sucedida: mais de 250 anos de tradição e confiança do Grupo MAN
somados à expertise da engenharia
brasileira e ao relacionamento próximo aos clientes. A MAN tem ainda
sua história ligada à de Rudolf Diesel,
que dentro da empresa desenvolveu
o primeiro motor que até hoje leva
seu nome.
Design
O design dos caminhões MAN
TGX é um capítulo à parte. Definidos
por linhas firmes com parte frontal
da cabine dominada por um desenho em V, os veículos passam uma
imagem imponente graças a detalhes externos como o acabamento
brilhante da grade do radiador, os
defletores de ar, os cromados e os
faróis. As cabines, conhecidas por
apresentarem maior espaço interno da categoria e maior conforto
ao condutor, também são itens de
exclusividade dos caminhões MAN
produzidos no Brasil. Nelas, há liberdade de movimentos para seus ocupantes, aliada à agradável sensação
que a combinação de tecidos e cores
dos acabamentos oferecem.
Para receber os novos produtos
e garantir as melhores condições de
atendimento aos clientes do segmento de extrapesados, toda a rede
de concessionárias MAN Latin America, que passa a adotar o conceito
dual brand, ou seja, a comercializar
produtos Volkswagen Caminhões e
Ônibus e MAN, passa por um grande
processo de renovação e modernização. Hoje, 60 estabelecimentos já
estão em conformidade com o novo
padrão, em um investimento de R$
20 milhões.
Conheça os caminhões MAN “Made in Brazil”
TGX 28.440 6x2
Ideal para aplicações rodoviárias de médias e longas distâncias e para o transporte de cargas de médias e altas
densidades, o primeiro cavalo mecânico MAN TGX 6x2
oferecido no Brasil possui capacidade máxima de tração
de 70 toneladas, podendo operar com semirreboques
de três eixos convencional, com um eixo espaçado mais
conhecido como “Argentina” ou com três eixos espaçados tipo “Vanderléia”.
TGX 29.440 6x4
Destinado ao transporte rodoviário de médias e longas
distâncias, o veículo é indicado para o transporte de cargas de médias e altas densidades com PBTC de 57 a 74
toneladas. Equipado com eixos traseiros sem redução
nos cubos da roda e com capacidade máxima de tração
de 80 toneladas, a maior da categoria. O caminhão MAN
TGX 29.440 6x4 é perfeito para as aplicações que utilizam Combinação Veicular de Carga - CVC - como composições tipo bitrem, bitrenzão, rodotrem e tritrem.
TGX 33.440 6x4
Veículo desenvolvido para o transporte de cargas de médias e altas densidades com PBTC de 57 a 74 toneladas em
condições mais severas de operação. O caminhão MAN
TGX 33.440 6x4 é dotado de eixos traseiros com redução
nos cubos e capacidade máxima de tração de 100 toneladas. Ideal para ser utilizado com Combinação Veicular de
Carga - CVC, tipo bitrem, bitrenzão, rodotrem ou tritem.
Ideal para aplicações rodoviárias de médias e longas distâncias e para o transporte de cargas de médias e altas
densidades, o primeiro cavalo mecânico MAN TGX 6x2
oferecido no Brasil possui capacidade máxima de tração
de 70 toneladas, podendo operar com semirreboques
de três eixos convencional, com um eixo espaçado mais
conhecido como “Argentina” ou com três eixos espaçados tipo “Vanderléia”. A
Revista MERCADO | Edição 51 | 65
mercado
veículos
Detallhes que fazem a diferença
A preocupação com o conforto e a
segurança do condutor deu à MAN
o prêmio “Caminhão do Ano” - Truck of the Year no ano seguinte, um
reconhecimento feito pelos melhores especialistas do segmento na
Europa. No hábitáculo, podem ser
destacados o fácil acesso e a circu-
lação proporcionados ao motorista,
tudo sustentado por quatro bolsões pneumáticos que compõem
o sistema de suspensão da cabine
sobre o chassis do caminhão. Os
veículos já saem configurados de
fábrica com esse sistema para asseFoto: Divulgação
Qualidade, conforto e inovação
surpreendem nos caminhões MAN
TGX. A cabine mais ampla do mercado foi apresentada pela MAN em
2000, com a série de caminhões
TGA, dando início a uma nova geração de caminhões da marca, as séries TG (Trucknology® Generation).
gurar menos ruído e vibrações no
interior da cabine.
O banco do motorista está equipado com suspensão pneumática,
diversas opções de ajuste e cinto de
segurança incorporado ao assento,
preparado para qualquer perfil de
motorista. Destaque para os botões
disponíveis no próprio volante que
dão acesso aos comandos do computador de bordo, desempenho do
veículo e do rádio por meio de um
simples toque durante a condução.
A altura e inclinação do volante
também podem ser ajustados por
meio de acionamento pneumático. Os caminhões MAN TGX já vêm
equipados com espelhos retroviso-
A cabine do TGX possibilita fácil acesso e circulação para o motorista
res com aquecimento e ajuste elétrico no painel.
Até como resultado de tantos
anos de desenvolvimento, os caminhões MAN “Made in Brazil” da
série TGX estão equipados com o
exclusivo motor eletrônico MAN
D26 de 12 litros e seis cilindros, com
440 cavalos de potência. Dotado de
tecnologia SCR (Redução Catalítica
Seletiva) de pós-tratamento dos gases de escape, utiliza uma solução
aquosa a base de ureia (ARLA 32)
para atender à nova norma de emissão do Proconve P-7 (equivalente
ao Euro 5).
66 | Revista MERCADO | Edição 51
Os motores MAN são equipados
com o sistema de injeção Common
Rail já consagrados no Brasil. A potência máxima é obtida a 1.500 rpm,
garantindo uma rápida aceleração
do veículo. Além disso, o elevado
torque de 2.200 Nm em uma ampla faixa de rotações proporciona a
manutenção da velocidade cruzeiro
do caminhão em rampa, menores
quantidades de troca de marcha
e, por consequência, garante um
menor consumo de combustível. O
D26 440 tem o maior torque em bai-
xa rotação da categoria.
Uma novidade nos novos caminhões MAN TGX é o sistema auxiliar de freios EVBec. Com grande
potência de frenagem, de 400 cv,
o sistema auxilia as operações de
descidas com maior segurança,
reduzindo a necessidade de utilização dos freios de serviço e minimizando o seu desgaste. O novo sistema garante uma maior segurança
ao condutor durante a operação
com o veículo carregado. B
(*) O jornalista viajou a convite da montadora
Motor mais potente, econômico e menos poluente
mercado
Única picape grande no mercado nacional, a Ram 2500 retorna
ao Brasil com mecânica e visual inéditos e nível de equipamentos
incomum para o segmento. Modelo é o primeiro da marca Ram
vendido no país
Por Evaldo Pighini com Agência
O
Triângulo Mineiro está
entre as regiões brasileiras eleitas pela Chrysler como os maiores
mercados para a nova
RAM 2500, tanto que Uberlândia foi
escolhida como uma das 10 capitais
multiplicadoras do veículo no país.
Após mais de um ano de ausência,
a Ram 2500 volta em nova geração
68 | Revista MERCADO | Edição 51
ao mercado nacional e, além de ser
agora a única picape grande no Brasil, marca a estreia nacional da marca
Ram, criada para abrigar as picapes e
veículos comerciais do Grupo Chrysler. O conjunto mecânico mudou
por inteiro: motor turbodiesel Cummins® mais moderno e eficiente,
de 310 cv e 84,6 mkgf de torque, e
câmbio automático de seis marchas.
A apresentação da nova picape full
size da Chrysler aconteceu no final
de março para a imprensa especializada no Autódromo de Jacarepaguá,
no Rio de Janeiro.
Outro destaque é o nível de equipamentos e refinamento da nova
Ram 2500, que passou a oferecer
itens como ar-condicionado automático de dois quadrantes, bancos
off-road da nova Ram 2500 também
estão presentes. Cortesia da caixa de
transferência NV273, a tração 4x4, com
opção de reduzida, é engatada eletronicamente por meio de um seletor giratório no painel. Colaboram ainda no
desempenho fora de estrada os pneus
de uso misto, na medida 265/70 R17.
Foto: Divulgação
Nova RAM já está à venda
revestidos de couro, sistema de áudio
MyGIG com tela sensível ao toque de
6,5”, entre muitos outros. O estilo ficou ainda mais imponente, exibindo
linhas de forte personalidade.
Com quase seis metros de comprimento e mais de três toneladas de
peso, a Ram 2500 2012 já se sobressai
pelo próprio porte. As medidas externas se refletem na cabine - para seis
pessoas - bem mais espaçosa, especialmente no banco traseiro. Mas não
se trata pura e simplesmente de uma
questão de tamanho. A capacidade e
o conteúdo são as principais características que realmente fazem da nova
Ram 2500 a escolha definitiva quando se fala de picape grande. Aqui no
Brasil e em qualquer lugar do mundo.
O motor turbodiesel Cummins
oferecido anteriormente, de 5,9 litros, foi trocado por uma nova geração, 6.7. Sua potência máxima,
de 310 cv, é obtida a 3.000 rpm, enquanto todo o enorme torque de 84
mkgf surge a 1.500 giros. Com tanta
força disponível, a Ram 2500 2012 é
capaz de rebocar mais de 5.500 kg,
quando equipada com o kit de engate e reboque da Mopar específico
para esse tipo de carga.
Como de costume, as habilidades
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
veículos
Oferecida em versão única de
acabamento, Laramie, a Ram 2500
2012 curiosamente é vendida pelo
mesmo preço sugerido de quando
foi introduzida oficialmente no Brasil, em janeiro de 2005: R$ 149.900,
valor aplicado nos Estados da região
Sul e São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nas regiões Norte, Nordeste e no Espírito Santo, a picape
tem tabela de R$ 146.899. Números
pouco superiores a produtos de segmento inferior.
Estilo
O design da nova geração da
Ram 2500 ganhou traços retilíneos e
ficou ainda mais “musculoso”. Entre
as alterações que mais saltam aos
olhos estão a grade maior e o capô
mais elevado. A imponência natural
da picape é reforçada pelo uso de
acabamento cromado em várias áreas do exterior, como a grade frontal,
os para-choques e parte das maçanetas e das capas dos retrovisores.
Até a nova logomarca da Ram também faz uso do brilho para destacar
o desenho em alto relevo.
Por dentro, a nova Ram 2500
também mudou por inteiro. Além
de mais moderno e prático, o inte-A
Revista MERCADO | Edição 51 | 69
mercado
Foto: Divulgação
veículos
o exclusivo sistema de freio motor integrado “Diesel-exhaust-brake”. Essa
função reduz as perdas na eficiência
do freio, aumentando a confiança e a
segurança durante o transporte de cargas pesadas em declives acentuados.
Conforto
dentro do quadro de instrumentos,
o motorista é informado da pressão
exata em cada pneu. E em caso de
forte perda de pressão repentina,
um aviso é dado imediatamente.
Ao aproveitar a capacidade de rebocar 5.624 kg (usando equipamento
específico da Mopar), entra em ação
rior se mostra mais atraente e com
melhor acabamento. Há revestimento de couro e uma elegante
combinação de materiais, incluindo
toques cromados, como nas saídas
de ar, e aplique imitando madeira,
no centro do painel.
Não bastassem suas qualidades
dinâmicas inerentes, como a direção
e os freios de ótima resposta, a Ram
2500 2012 conta com mais de 20 itens
de segurança. O conjunto de air bags,
por exemplo, é formado por seis bolsas, abrangendo oito pontos de proteção. Os air bags dianteiros são de
múltiplos estágios, os bancos dianteiros contam com air bags laterais suplementares e ainda há os air bags do
tipo cortina, que protegem tanto os
ocupantes da frente como os de trás.
Entre os recursos eletrônicos que
auxiliam na condução do veículo,
destacam-se o controle eletrônico
de estabilidade (ESC) e os freios ABS
nas quatro rodas, com distribuição
da força de frenagem. A segurança
é reforçada ainda por itens como
o monitoramento da pressão dos
pneus. Por meio da tela de 3,5” polegadas do computador de bordo
70 | Revista MERCADO | Edição 51
Foto: Divulgação
Segurança
A nova geração da Ram 2500
oferece muito bem-estar aos seus
ocupantes. A começar pelo amplo
espaço interno, para até seis pessoas. O enorme apoio de braço central
dianteiro se transforma em um encosto, quando levantado. Abaixado,
a peça funciona ainda como amplo
porta-objetos, capaz de abrigar até
um notebook.
No banco traseiro, porém, foi
onde mais se ampliou o espaço.
Agora, três adultos grandes podem
se acomodar com sobras. Sob o assento, há outro generoso compartimento de carga.
Os bancos também evoluíram,
sendo redesenhados com suportes
laterais e apoio lombar aprimorados, criando uma cabine confortável
mesmo nos dias de trabalho mais
longos. Muitos controles estão alinhados no painel central para facili-
tar o acesso aos botões e seletores.
O conforto de rodagem é garantido pelo eficiente acerto de suspensão e pelos coxins hidráulicos, que
proporcionam maior amortecimento ao longo do chassi, movimentando menos a carroceria.
Equipamentos
A Ram 2500 Laramie 2012 é vendida sem opcionais, graças a uma lista de
itens de série das mais generosas. Nesta
nova geração, foram incluídos ar-condicionado automático de dois quadrantes, revestimento de couro, sistema
Uconnect Bluetooth, aquecimento dos
bancos dianteiros e volante, memória
para os ajustes elétricos dos bancos
dianteiros e um sistema de entretenimento que merece atenção especial.
Com tela de cristal líquido sensível ao toque, o MyGIG reproduz
CD, DVD, arquivos MP3 e conta com
um disco rígido para armazenar 30
GB. Recurso perfeito para copiar sua
coleção de músicas e vídeos preferidos no veículo, evitando o transporte de qualquer tipo de mídia física. Da renomada marca Alpine, o
sistema de som é formado por nove
alto-falantes e um subwoofer.
Além disso, a nova Ram 2500 tem
controle eletrônico de velocidade de
cruzeiro, entradas auxiliar e USB, faróis com sensor crepuscular, sensores
traseiros de estacionamento e vidro
traseiro (que separa a cabine da caçamba) com acionamento elétrico.
Ficha técnica: Ram 2500 Laramie
Motor
Cummins® Diesel, 6.7, seis cilindros em linha, 24 válvulas
Transmissão
66RFE, automática, seis marchas
Caixa de transferência
NV273 (eletrônica 4x2 (traseira); 4x4; 4x4 reduzida)
Dimensões
Comprimento 5.834 mm / largura 2.029 mm / altura 1.994 mm
Capacidade de combustível
128 L
Capacidade de lugares
D/T: 3/3 (6 pessoas)
Caçamba
1.628,2 L
Suspensão
Dianteira: Eixo rígido, com cinco braços, molas helicoidais, barra estabilizadora
Traseira: Eixo rígido, com feixe de molas semielípticas
Direção
Hidráulica, de esferas recirculantes (diâmetro de giro 13,3 m)
Pneus/Rodas
265/70 R17 / alumínio, de 17 polegadas
Freios
ABS (antitravamento) nas quatro rodas B
Errata: Preços do Lancer 2.0, da Mitsubishi - Diferente do que foi publicado na edição anterior, na Editoria de Veículos,
a respeito do lançamento do Mitsubishi Lancer no mercado de Uberlândia, os preços atualizados de venda do veículo
na concessionária são: Lancer 2.0 na versão com câmbio manual, R$ R$ 68.990; com transmissão CVT, R$ 74.990; na
versão GT, R$ 86.990 e na GT com opcionais, R$ 90.990.
mercado
turismo
O paraíso sob
o sol de 50 graus
Abu Dhabi, o maior dos sete Emirados Árabes, começa também a ser
considerada a cidade verde mais perfeita do mundo, mesmo estando
em pleno deserto. Até parece miragem...
Da Redação
74 | Revista MERCADO | Edição 51
O
s Emirados Árabes são conhecidos mundialmente pelas belezas que estão sendo
construídas pelos homens. Locais cheios
de belezas e que mostram a riqueza de
um país em plena ascensão; o que era deserto, hoje abriga grandiosas construções que fazem
com que os Emirados sejam o mais luxuoso ponto de
turismo do mundo. Abu Dhabi, vizinho da famosa Dubai, é o maior de todos os sete emirados, com uma área
de 67.340 quilômetros quadrados, equivalente a 86.7
% da área total do país, começando a ser considerada a
cidade verde mais perfeita do mundo. Imagine um paraíso com água fresca, sombra, arquitetura futurista e
turistas de sobra. Infraestrutura de lazer e atrações não
vai faltar por lá, já que Abu Dhabi é o oitavo maior produtor de petróleo e tem investido milhões para ser o
polo turístico da região.
Abu Dhabi é uma cidade que está em constante
transformação. São projetos cada vez mais ousados,
muitos dos quais podem até parecer irreais aos olhos de
quem vê. Um projeto inovador é Masdar (fonte, em ára-
be), uma cidade que está sendo construída e que deve
ficar pronta em 2016. Ela tem 6 quilômetros quadrados
e toda a água usada na cidade será reaproveitada, não
haverá emissão de carbono e a energia será solar e eólica.
Ou seja, sustentabilidade e preservação são as palavras
que mais rodeiam Abu Dhabi. Na verdade, Masdar está
sendo feita para parecer a Orlando ecológica de lá.
A cidade de Abu Dhabi ainda é discreta em seu turismo, mas está se preparando para competir com Dubai.
Só em 2012 estão previstas as inaugurações de vários
museus, com o objetivo de atrair turistas que não estejam só interessados em “sombra e água fresca”. Epelo
que se vê, Abu Dhabi chegará à condição de capital cultural da região.
Quem for visitar Abu Dhabi deve estar bem preparado, porque nada melhor do que uma boa caminhada
para explorar tudo o que a cidade oferece. E não se preocupe com o calor, já que Abu Dhabi foi projetada para
ser mais fresca que as cidades à sua volta. Todo o projeto
dos prédios e das ruas foi feito para a brisa estar sempre
presente, proporcionando um clima agradável. A
mercado
turismo
O clima no verão é quente, chegando a quase 50ºC,
mas praticamente todos os locais contam com ar condicionado, o que acaba por refrescar bastante e diminuir a sensação de calor. Tempestades de areia lá são
frequentes, por isso, é sempre bom não se esquecer
desse detalhe.
Um dos pontos a ser visitados em Abu Dhabi é o Cornish, com seus belos parques públicos, além de fontes espetaculares. É um verdadeiro marco na cidade. E só aqui
você já pode perceber que, apesar de a cidade estar passando por uma reforma, conserva uma enorme riqueza.
Para os aficcionados em F1, a novidade é que provavelmente Abu Dhabi corre para ter o direito de encerrar o
calendário da categoria por tempo indefinido. O Grande
Prêmio de Abu Dhabi certamente irá dar uma maior notoriedade turística à cidade.
Em Abu Dhabi você poderá encontrar hotéis de luxo,
mas prepare-se, pois lá comida e hospedagem não são
nada baratas. Mas, claro, isso é uma questão de bolso e
de opinião.
Ferrari World Abu Dhabi Theme Park
Se você é fã da Ferrari, então com certeza vai adorar
o ”Ferrari World Abu Dhabi Theme Park” em Abu Dhabi,
capital dos Emirados Árabes Unidos. E, claro, pelas proporções, só podia ter sido construído lá mesmo. O Ferrari Park
tem mais de 100 mil metros quadrados e capacidade para
receber cerca de 10 mil pessoas. Completíssimo, o Ferrari Park fica próximo ao local onde se realiza o GP de Abu
Dhabi, em Yas Island, e conta com toda a infraestrutura que
abrange boutiques de luxo, lojas, hotéis e restaurantes, um
verdadeiro paraíso para quem está disposto a gastar muito
dinheiro.
Para os fãs da marca e de velocidade, este é o local
ideal para desfrutar de muita emoção e de momentos de
pura aventura. Ao todo são 15 atrações em que a velocidade e a emoção são os objetivos principais da diversão.
Entre os destaques, está a montanha russa que chega a
100 km/h em apenas 2 segundos, e a uma velocidade
final de mais de 200 km/h. Há também o G-Force, uma
torre que lança os visitantes de uma altura de mais de
60 metros.
Mas as atrações não ficam por aí, tem ainda a
Bell’Italia - um passeio por um cenário em miniatura
dos mais belos locais da Itália, a Galleria Ferrari -, que
apresenta a maior exposição de veículos Ferrari fora de
Maranello, e a Scuderia Challenge - que tem simuladores de corrida iguais aos que a Scuderia Ferrari utiliza no
treinamento de seus pilotos.
Estando em Abu Dhabi, difícil é não querer ir conhecer o “Ferrari World Abu Dhabi Theme Park”. Os preços
dos bilhetes de acesso variam entre US$ 45 e US$ 150.
Fluxo de turistas cresce a cada ano
595 mil estrangeiros visitaram os Emirados Árabes durante o primeiro trimestre, sendo que a Grã-Bretanha foi
quem mais turistas enviou para lá (37 mil). O crescimento geral somou 17% na comparação com 2011, segundo dados do Departamento de Turismo e Cultura de A
mercado
turismo
Abu Dhabi, informados pela Emirates News.
594.918 pessoas se hospedaram nos 130 hotéis e
apart-hotéis do emirado entre janeiro e março deste ano.
Houve aumento de 10% no número de room-nights, chegando a 1,725 milhão. O turismo doméstico também teve
bom desempenho, com 212.597 hóspedes e 401.347 noites - expansão de 11% e 8%, respectivamente.
Já no caso de turistas do Conselho de Cooperação do
Golfo (GCC), houve aumento de 57%. “A Arábia Saudita
já é nossa quarta principal origem de turistas, com 22.107
sauditas no primeiro trimestre, o que representa expansão de 69% na comparação com 2011. Kuwait, Omã e Catar também apresentaram bom crescimento no número
de hóspedes em Abu Dhabi. Nossos vizinhos do GCC, exceto o Bahrein, já figuram entre as 25 principais origens
de turistas”, explicou o diretor geral do Departamento de
Turismo e Cultura de Abu Dhabi, Mubarak Al Muhairi.
O número de hóspedes asiáticos aumentou 37%, motivado principalmente pelos turistas chineses, com 8.941
visitantes e expansão de 86%. O número de europeus
cresceu 17%, devido principalmente aos turistas alemães
(27.751 pessoas - aumento de 46%). A Índia ficou em segundo lugar, com 31.564 hóspedes e expansão de 15%.
A taxa de ocupação caiu 6% na comparação com
2011, ma isso é o resultado do aumento na oferta de leitos no emirado. O valor médio pago por quarto de hotel
foi de 500 dirhans (US$ 136).
Curiosidades
Os Emirados Árabes Unidos, pequeno país de quase
5,6 milhões de habitantes, está dando o que falar, encantando milhões de visitantes do mundo todo.
O país se formou em 1971, pela junção de sete emirados - Dubai, Abu Dhabi, Sharjah, Ajman, Fujairah,
Umm al-Quwain e Rãs al-Khaimah. O emirado de Abu
Dhabi, além de ser a capital federal, é o que possui as
maiores reservas de petróleo. Já Dubai, investiu no turismo e tornou-se o alavancador das transformações
socioeconômicas que mudaram a face do país na última
década. Somente agora Abu Dhabi está despertando
para o turismo.
A convivência respeitosa entre as culturas do oriente
e do ocidente é uma das características mais marcantes
do país. Mesquitas, bazares, souqs, ouro, tecidos, especiarias, homens vestidos de roupas típicas e mulheres
cobertas até os olhos, aliados a indianos, paquistaneses,
afegãos, filipinos, europeus, australianos, africanos, brasileiros e muitas outras nacionalidades compõem hoje a
paisagem pluricultural dos Emirados Árabes. B
mercado
turismo
Esqueça o mundo lá fora
nas férias de julho
Os melhores resorts do Brasil preparam pacotes especiais para
as férias em família
tes. A tarifa é válida para apartamento
standard, com direito a seis refeições
por dia sem limite de consumo e
acesso à estrutura de lazer. O resort
também disponibiliza passeios pelos
principais pontos turísticos da cidade
(pagos à parte).
Reservas: (11) 3304-9898 ou (82)
3296-3030 - www.salinas.com.br
Da Redação
M
ordomia à beira-mar,
parque aquático, diversão 24 horas por
dia com a equipe de
lazer ou relaxamento
em um spa. As opções são muitas
nos melhores resorts do Brasil. Nem
o mais sossegado dos hóspedes
consegue resistir à programação de
lazer oferecida para toda a família. E
as crianças não pagam a hospedagem. Confira:
Rio Quente Resorts - Centro-Oeste
Poder curtir 24 horas de lazer em
meio a piscinas de águas quentes correntes naturais é o diferencial do Rio
Quente Resorts. O destination resort,
eleito o Top Of Mind Resort de Campo (o mais lembrado por leitores e assinantes da Viagem e Turismo), reserva 24 horas de entretenimento para
toda a família. Os hóspedes ganham
ingresso cortesia para o Hot Park,
melhor parque aquático do Brasil. Em
meio ao cerrado brasileiro, é o destino ideal para a descoberta da natureza exuberante do Brasil e oferece
um complexo de piscinas com 18
nascentes, com vazão de 6,5 milhões
de litros de água por hora a 37,5º. Os
hóspedes têm acesso também ao Buddha Spa, que une a filosofia do spa
80 | Revista MERCADO | Edição 51
com a experiência da marca Ala Szerman, que combina terapias orientais
e ocidentais. O pacote de três noites
sai a partir de R$ 2.932 por pessoa em
apartamento duplo no Flat I. Inclui
passagem aérea, café da manhã e
almoço com bebidas não alcoólicas.
Crianças de até 12 anos não pagam
a hospedagem, desde que acomodadas no mesmo apartamento dos pais.
Reservas: (11) 3512-4830 ou (64)
3512-8080
www.rioquenteresorts.com.br
Salinas do Maragogi All Inclusive
Resort (Maragogi-AL) - Nordeste
Para quem tem filhos, o resort
é um lugar certo para seu rebento
fazer e encontrar amigos da mesma faixa etária. Considerado um
dos melhores do litoral nordestino,
o empreendimento recebeu em
2011 mais de 2 mil crianças. O motivo é simples. O complexo oferece
um excelente custo-benefício para
as famílias, com cortesia para uma
criança de até 12 anos, acomodada
com dois adultos pagantes, e o sistema all inclusive. São mais de 60
atividades conduzidas pela equipe
do Clubinho do Siri, como pintura,
confecção de pipas, concursos, jan-
tares com personagens infantis, gincanas, biribol, tiro ao alvo e muro de
escalada. O resort dispõe de piscinas, espaços para esportes coletivos
e caminhadas ecológicas. A diária
para duas pessoas sai por R$ 638 em
apartamento standard, incluindo
todas as refeições e bebidas. A tarifa
é válida de 7 a 29 de julho.
Reservas: (11) 3304-9898 ou (82)
3296-3030
www.salinas.com.br
de Atalaia, uma das mais bonitas do
Brasil. São 35 quilômetros de litoral e
a avenida de mesmo nome é o grande point da cidade, com atrações 24
horas. De dia, feirinha de artesanato, quadras de tênis, ciclovia, pista
de skate e Oceanário (mantido pelo
Projeto Tamar, com 60 espécies de
peixes e crustáceos). À noite, os bares e restaurantes concentrados na
Passarela do Caranguejo assumem o
comando. Para descansar, o Quality
Hotel Aracaju (79/2107-4350) tem diária a partir de R$ 286 (mais 15% de
taxas). A tarifa é para duas pessoas e
inclui café da manhã, internet banda
larga, acesso às áreas de lazer e cortesia para uma criança de até sete anos
no mesmo apartamento dos pais.
tar toda essa diversidade, a diária sai a
partir de R$ 191 (mais 15% de taxas)
no Comfort Hotel Fortaleza (85/40064800) e de R$ 293 (mais 15% de taxas)
no Quality Hotel Fortaleza (85/34667100). As duas tarifas valem para duas
pessoas e incluem café da manhã, internet wi-fi, acesso livre às áreas de lazer e cortesia para uma criança de até
sete anos acomodada com os pais.
Quality Resort & Convention Center Itupeva (Itupeva-SP) - Sudeste
Salinas de Maceió Beach Resort
(Maceió-AL)- Nordeste
A diversão começa com a programação da equipe de lazer TET’s (Tixa
Extream Team), que inclui gincanas,
pinturas e brincadeiras na piscina. Enquanto os pequenos se divertem, os
pais podem fazer compras no Outlet
Premium - shopping que reúne grifes
famosas. O resort está a apenas 60 km
de São Paulo. A diária custa a partir R$
762 (mais 2% de taxas) para duas pessoas - em acomodação de categoria
luxo com pensão completa (café da
manhã, almoço e jantar com bebida
não alcoólica inclusa). Cortesia para
duas crianças de até 12 anos, caso fiquem hospedadas no mesmo apartamento dos pais.
Reservas: (11) 2136-5300
www.atlanticahotels.com.br
O resort está na abençoada praia
de Ipioca e a 25 minutos do badalado
centro da capital alagoana. Em 28 mil
m², mantém uma programação diária
reservada à criançada, com oficinas
de arte, dominó aquático, queimada, cinema e gincanas. Os adultos
relaxam no Spa Vida Mar, com vários
tratamentos para o corpo e mente,
ou simplesmente desfrutam da mordomia à beira-mar. De 7 a 29 de julho,
a diária para duas pessoas sai a partir
de R$ 481 e inclui cortesia para uma
criança de até 12 anos, desde que
acomodada com dois adultos pagan-
Quality Hotel Aracaju (Aracaju-SE)
- Nordeste
A capital sergipana mescla aspectos de cidade grande e ares interioranos, surpreendendo os visitantes. Entre os destaques estão a orla
Quality Hotel Aeroporto Vitória
(Vitória-ES) - Sudeste
Comfort Hotel Fortaleza (Fortaleza-CE) - Nordeste
A cidade tem show de humor,
forró, comidas típicas e programação
para todas as idades. O público infantil pode fazer seu roteiro na praia do
Futuro, com mais de 20 barracas pé
na areia, duas sob medida para quem
está com crianças - Crocobeach e Itapariká. Ambas contam com restaurante, fraldário, banheiro, parquinho
e até piscinas. Para os adultos, vale a
pena mergulhar na programação do
Centro Cultural Dragão do Mar, que
exibe museus, um planetário, teatro, cinema e biblioteca. Já na praia
do Meireles, o interessante é levar a
criançada para o calçadão e esticar até
a feirinha de artesanato. A orla urbana
é agradável e revela um pôr-do-sol capaz de encher os olhos. Para aprovei-
A natureza abençoa, mas são as
histórias de culturas e sabores que fazem da capital capixaba um dos destinos obrigatórios de viagem. Construções do século 16 e a saborosa e
tradicional moqueca capixaba estão
entre os atrativos dessa antiga e estimulante cidade. Para uma caminhada,
compras, banho de mar ou práticas
esportivas, basta atravessar a Avenida
Nossa Senhora dos Navegantes e ir ao
encontro da Praia do Canto. As compras são garantidas no entorno com as
lojas de grifes na Rua Chapot Presvot
ou no Shopping Vitória, o maior da
cidade. O endereço da agitação noturna da cidade é o Triângulo das Bermudas. O Quality Hotel Aeroporto Vitória
(27/3183-3800) é o hotel mais novo da
capital e oferece diária a partir de R$
199 (mais 5% de taxas) para uma ou
duas pessoas. Estão incluídos na tarifa
café da manhã, internet banda larga e
acesso livre às áreas de lazer. Crianças
até sete anos no mesmo apartamento
dos pais não pagam. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 81
mercado
bazar
Coleção Sunglasses e Eyewear, de Carolina Herrera
Hidratação extra para sua pele com o Hydratée, da Nutricé
CH Carolina Herrera apresenta uma coleção exclusiva de óculos de sol e receituário que reflete o espírito
da marca: chique, casual, elegante e com um espírito descontraído. Os aros são sofisticados e contemporâneos, com uma combinação de materiais e cores que reforçam a inspiração da linha CH. O símbolo CH age como
fonte de inspiração para mais detalhes e padrões, incorporando um estilo único.
O friozinho está chegando. É hora daquela sopinha gostosa, de uma fondue, de roupas mais elegantes e também da pele ressecada. Muitas mulheres
sofrem com o clima, que castiga a pele e deixa as áreas mais expostas, como
os pés, mãos, pescoço e rosto ásperas e irritadas. Mas a solução é uma só:
hidratação intensa.
Além dos cremes hidratantes e cuidados como os banhos com água morna
e o uso constante do filtro solar, um aliado nessa briga são os nutricosméticos,
que ajudam a aumentar a hidratação da pele. O Hydratée, da Nutricé, reúne
elementos que ajudam a trazer hidratação extra, atuando nas camadas mais
profundas da pele, constituindo uma barreira de proteção para evitar a perda
de água excessiva.
As cápsulas de Hydratée fornecem ao organismo luteína, que tem ação
antioxidante e protege as células dos radicais livres, vitamina E, que protege as estruturas celulares importantes
contra o ataque dos radicais livres, além da vitamina C, um neutralizador dos radicais livres e fundamental para a
produção de um colágeno mais resistente.
O Hydratée está à venda em farmácias e ‘body shops’ de todo o país, com preço sugerido de R$ 92,00
(caixa com 60 cápsulas).
Os principais estilos são compostos por materiais orgânicos, enriquecidos com inserções opacas na parte
frontal das têmporas. Já os modelos de metal são decorados com esmalte colorido. Além disso, o uso distinto
de combinações de cores, como a haste que varia em tons terra e brilhantes, apresenta um diferencial na
nova coleção da CH.
A nova coleção dispõe de dezessete novos modelos, que apresentam desde formas quadradas com hastes mais grossas, passando por um visual clássico, até o arredondado “gatinho”.
Característica da coleção CH - Carolina Herrera é a colocação discreta da placa de metal com monogramas
na ponta da haste. Além dos tons clássicos de vermelho, preto e branco, a coleção 2012 também possui tons
mais ousados de azuis frios com efeitos degradê.
O preço médio dos modelos é de R$ 700,00.
DELSEY lança Linha Helium de malas de viagem
A DELSEY inova mais uma vez e traz
a Linha Hellium para o Brasil. A coleção
apresenta uma das linhas de malas
mais leves do mundo, que garante um
perfeito conforto durante o uso, contribui para evitar pagamento de taxa de
excesso de peso nos aeroportos e permite que o consumidor carregue mais
objetos pessoais pelo mesmo tamanho
de bagagem. Resistente a impactos,
a linha proporciona segurança ao
viajante sem a preocupação de a mala
sofrer danos.
Mais um diferencial está no design
das peças, com cores alegres, que acompanham as tendências de moda no mundo, como verde-limão,
azul, rosa peônia, cinza prateado e preto. Conforto também nas rodas, que são especialmente silenciosas e
leves, permitindo completa mobilidade e total descrição.
Já a segurança fica por conta da inovadora e revolucionária tecnologia desenvolvida e patenteada pela
marca, o ZIP SECURI TECH, que consiste em um zíper com sistema de fechamento duplo, 40 vezes mais resistente que um zíper comum e eficiente no combate à violação de bagagem. O cadeado TSA aprovado pela
alfândega norte-americana também faz parte da nova coleção.
Atualmente a DELSEY está presente em mais de 200 pontos de venda em todo o país.
SAC: (11) 3205-2020 - http://www.DELSEY.com/
82 | Revista MERCADO | Edição 51
Impressora portátil da HP
Além de lançar novos portáteis, a HP anunciou o lançamento da HP OfficeJet
150 Mobile. De acordo com a fabricante, graças às suas dimensões reduzidas, a
impressora é a primeira All-in-One do mercado.
A HP OfficeJet 150 Mobile tem dimensões de 350 x 171 x 90 mm e
peso de 2,9 kg (3,1 kg com bateria). Além de reduzida, a impressora da HP se destaca por suas funções de copiadora e scanner,
com uma autonomia de impressão de 500 páginas com um único
cartucho. A interação com os recursos, por sua vez, é feita através
de uma tela sensível ao toque de 2,36 polegadas.
A HP OfficeJet 150 pode copiar até 4 páginas por minuto em
tinta preta e 2 páginas por minuto em cores, com resolução máxima
de até 600 x 600 dpi. A multifuncional ainda pode escanear até 1.7
página por minuto em preto ou 0.9 página por minuto em cores,
além de suportar diversos formatos de imagens e documentos, como BMP, JPEG, PDF, PNG, RTF, TXT e TIF.
O produto é compatível com os sistemas operacionais Windows e Mac OS X e tem previsão de lançamento para o mês de junho, com preço sugerido de € 399, cerca de R$ 1.011.
DVD retrátil HBD-9510AV, da H-Buster
Dirigir é muito mais gostoso quando você pode curtir suas músicas e
shows favoritos em uma tela retrátil de 7 polegadas, com ajuste de inclinação e ótima definição de imagem. Para fazer isso com mais facilidade,
você precisa conhecer o HBD-9510AV, da H-Buster.
Ele vem com controle-remoto e display sensível ao toque (touch screen),
que torna a navegação muito mais fácil e intuitiva; entrada AUX P2 frontal,
para iPod, MP3 player e outros dispositivos de áudio; entrada RCA de vídeo,
para instalação de câmara traseira; entradas de USB e MD/MMC card..
Esse produto pode ser encontrado nas melhores lojas do país ao preço
de R$ 674,00.
www.compremaisnaweb.com.br B
Revista MERCADO | Edição 51 | 83
mercado
dica de leitura
Uma esfinge que
encontrou o seu Édipo
“Só os países economicamente fortes são realmente livres”, disse
Getúlio Vargas. “E é essa liberdade que desejo dar ao meu país.”
A
ntes dele, o Brasil era
um país em estágio
pré-industrial; em poucos anos, a era Vargas
construiu uma indústria
siderúrgica imensa, revolucionou a
infraestrutura de transportes e energia, lançou as bases da indústria petrolífera e incorporou o proletariado
na vida nacional. Houve, no entanto,
um preço a pagar por isso, e os efeitos
dessa dívida são sentidos até hoje.
Pela pouca clareza das suas convicções ideológicas e o caráter reservado da sua vida pessoal, Getúlio
Vargas, a figura dominante da política
brasileira no século XX, vinha sendo
considerado uma esfinge que ainda
não encontrara o seu Édipo. Com este
livro, isso mudou.
Nesta, que pode ser considerada
a biografia mais imparcial, bem escrita e profunda, tanto na análise política quanto na psicológica, do homem
que governou o Brasil por mais tempo e mais o influenciou, para o bem
e para o mal, o conceituado brasilianista inglês Richard Bourne decifrou
o sorriso enigmático do presidente
que chegou ao poder por meio de
uma revolução, mas que esmagou
várias outras; que fortaleceu a classe
trabalhadora, mas enfraqueceu a democracia; que lutou pelo bem-estar
social, mas atentou contra liberdades individuais; que industrializou o
país e defendeu os direitos dos cidadãos, mas também dotou de poder
quase ilimitado as forças armadas,
assim criando, inadvertidamente, um
monstro que acabou por devorá-lo
em 1954, e ao Brasil, em 1964.
Sopesando a contribuição de
Getúlio Vargas à nação brasileira, o
professor Bourne conclui que o fiel da
balança pende a favor desse gigante
de 1,60 de altura.
“Fisicamente diminuto”, escreveu
o jornal inglês Manchester Guardian
Sobre autor
Richard Bourne é professor de estudos políticos na Universidade de
Londres, e autor de diversas obras
sobre a América Latina, como Assault on the Amazon e Political leaders of Latin America. Pela Geração
Editorial, publicou a biografia de
outro presidente brasileiro, Lula do
Brasil, a história real.
84 | Revista MERCADO | Edição 51
sobre Getúlio, “a sua estatura moral o
habilitou a governar um país tão grande quanto a Europa durante tantos
anos. Suas reformas sociais e econômicas foram sem precedentes no Brasil. Até 1930 o Brasil tinha sido um país;
Vargas transformou-o numa nação.”
Ficha técnica
Título: Getúlio Vargas: A
Esfinge dos Pampas
Autor: Richard Bourne
Gênero: Biografia
Formato: 15,5 x 22,5 cm
Páginas: 320 + cad. de fotos
(24 páginas)
ISBN: 978-85-8130-042-9
Tradutor: Paulo Schmidt e
Sonia Augusto
Preço: R$39,90
Sinopse
Getúlio Vargas tomou o poder
em 1930, governou como ditador, suprimiu liberdades e exerceu a censura, porém defendeu
os trabalhadores, modernizou
o país e foi deposto por militares. Eleito presidente, governou
como democrata, colocou o interesse público acima de tudo
e desagradou reacionários, que
o perseguiram até causar a sua
morte trágica. Revolucionário
ou reacionário? Autocrata ou democrata? Fascista ou comunista?
Progressista ou conservador?
Opressor ou vítima? Quem foi
realmente o homem que governou o Brasil por mais tempo que
qualquer outro líder republicano? Qual foi de fato o seu legado
à nação? Por que ele até hoje divide tanto as opiniões? B
mercado
coluna literatura
*Kenia Maria de Almeida Pereira é doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora
colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros
sobre literatura brasileira ([email protected])
Os livros também
escolhem os seus donos
Por Kenia Maria*
O
leitor pode não acreditar, mas o livro escolhe
também com quem ele
quer ficar. Eu já tentei
devolver alguns livros
que me emprestaram, e não sei o
que acontece, mas não consigo restituí-los aos seus donos. Às vezes, é esquecimento, ou então, na hora exata
em que já estou com o livro em mãos
para entregar ao proprietário, algo
acontece: o celular toca ou muda-se
bruscamente de assunto, ou alguém
chama à porta. Só sei que os livros
emprestados continuam comigo.
Por fim, quando vejo, já se passaram
dois, três, cinco anos. Conformo-me.
Sei que o livro não quer voltar ao antigo dono. Sinto que ele quer ficar na
minha biblioteca, ao lado dos outros
cinco mil volumes que tenho aqui.
Sabe, leitor, você pode achar engraçado, mas muitas obras preferem
morar nas estantes da minha biblioteca caótica e sem método.
O grande bibliófilo, José Mindlin,
que tive o prazer de conhecer, quando eu pesquisava, em São Paulo,
sobre o dramaturgo Antônio José,
chamava seu monumental acervo
de 100 mil volumes de obras raras da
literatura brasileira de “Biblioteca Indisciplinada”. Eu batizei a minha, bem
mais modesta e pequenina, se comparada a de Mindlin, de “Biblioteca do
Caos”, já que convivem, lado a lado,
o “Kama Sutra”, a “Bíblia”, o “Alcorão”,
o “Talmude”, o “Evangelho Segundo
o Espiritismo”, O Evangelho Segundo
Jesus Cristo”, de Saramago, “O Livro
de São Cipriano”, “Os Vedas”, “O Livro
dos Mórmons”, “A Evolução das Espécies”, de Darwin.
Às vezes, acordo de madrugada
com estranhos barulhos. São os livros
brigando entre si nas estantes? Parece que vejo o “Livro de São Cipriano”
86 | Revista MERCADO | Edição 51
às turras com Darwin e o “Evangelho”
de Kardec espatifado no chão, empurrado pelo Kama Sutra. O “Alcorão” tombado sobre o “Talmude” e
a “Bíblia” apertando Saramago contra Kardec. Ou será que foi só minha
gata? Ela adora bagunçar as estantes
e aninhar-se entre os volumes.
Pelo menos aqui, no espaço da
minha biblioteca, eu quero acreditar
que as ideias mais divergentes convivem pacificamente. Não vejo problemas em encostar Karl Marx nas
orelhas de Paulo Coelho. Antonio
Candido dorme em paz ao lado de
Haroldo de Campos. Olavo Bilac tomba sobre Oswald de Andrade e Patrícia Galvão se esfrega em Raimundo
Correia, sem o menor pudor. Esta é
também uma biblioteca herege.
Estou lendo um livro delicioso do
italiano Umberto Eco, intitulado “Memória Vegetal”. Esta obra é uma ode
a todos os que são apaixonados por
livros. Uma homenagem a uma das
mais perfeitas e inteligentes invenções da humanidade. Veja como ele
resume de forma genial esse objeto
de desejo:
“Como é belo um livro, que foi
pensado para ser tomado nas mãos,
até na cama, até num barco, até onde
não existam tomadas elétricas, até
onde e quando qualquer bateria se
descarregou. Suporta marcadores e
cantos dobrados, e pode ser derrubado no chão ou abandonado sobre o
peito ou joelhos quando caímos no
sono.” (Umberto Eco)
Não deixa de ser uma afirmação
irônica para aqueles que acreditam
que os tablets são invenções extraordinárias. Compartilho com Umberto Eco
essa paixão pelos livros. Quando viajo,
poucas coisas me estimulam mais que
visitar os sebos das cidades. Sei que,
depois que inventaram as vendas pela
Internet, os sebos das ruas quase desapareceram, mas os que ainda restam
são uma festa para o intelecto, os olhos,
o nariz e as mãos. Primeiro o tato. Gosto
de tocá-los como se alisasse o pelo de
um gato. Depois o olfato. Muitos livros
velhos me trazem o cheiro perdido da
infância. Exalam o perfume das antigas
cartilhas em que fui alfabetizada. Finalmente, os olhos repassam curiosos
as folhas amareladas. Vejo marcas de
lápis, gotas de café, ou será de chá? Algumas páginas estão dobradas, outras
com alguns furinhos de traça. Continuo
folheando e encontro restos de uma
flor seca prensada na última capa. O li-
vro é também registro de memória de
seus donos. Fico pensando: a quem teria pertencido aquela obra rara? Quem
teria lido e folheado aquele pequeno
tesouro? Quem teria guardado aquela
rosa dentro dessa joia da literatura brasileira e da bibliofilia? Estou segurando
emocionada uma edição de 1929 de
“A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães. Preço? R$70 reais. O mesmo livro
novinho é vendido pela editora LPM
por apenas R$11 reais. Levo para casa o
de R$70. Só os apaixonados por livros,
os bibliófilos ou colecionadores fanáticos entendem que comprar “A escrava
Isaura” de 1929, com manchas de café,
furinhos de traças, restos de pétalas
de rosa, riscos a lápis é o mesmo que
adquirir um pouco da memória e da
história do milênio passado. Levo para
casa, feliz da vida, um instante mágico
da arte brasileira. Antes de colocá-lo na
bolsa, aliso novamente a linda capa corde- rosa com seu desenho singelo, tosco, sem nenhum apelo comercial das
capas modernas. Folheio ligeiramente
e sinto um leve aroma de alfazema.
Vejo gotas secas de lágrimas nas páginas finais. Quem teria sido a criatura
que, emocionada, chorou sobre este
livro? Levo um pouco desse mistério
para habitar minha biblioteca.
Eu não disse, amigo leitor? Os livros
também escolhem em qual estante
querem viver. Mas eu não me iludo. Sei
que toda biblioteca, um dia, se dispersa. Fico pensando: quando eu morrer,
e meu acervo se desagregar, para qual
espaço irá esta rara “Escrava Isaura” de
1929? Com certeza ela saberá escolher
bem sua próxima morada. Até lá, espero, ela estará mais cara e mais rara.
Sei que Castro Alves anda um pouco fora de moda. São poucos os que
sabem hoje citar de cabeça alguns dos
seus versos. Mas me lembrei agora de
seu poema intitulado “O Livro e a América”: uma bonita homenagem do poeta dos escravos aos livros. Sempre que
posso, leio esta poesia na íntegra para
meus alunos que, aliás, andam meio arredios à leitura de poemas românticos.
Para terminar, deixo com vocês uma
pequena estrofe desta encantadora poesia. Os leitores com mais de cinquenta
anos vão se lembrar de seus livros de
antologia poética e das antigas aulas
de declamação de poemas:
“Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.”
(Castro Alves - O Livro e a América) B
mercado
profissões em filme
*Kelson Venâncio jornalista e diretor do Cinema e Vídeo - www.cinemaevideo.com.br
Os Des cendentes
Por Kelson Venâncio*
O
filme conta a história
de Matt King, interpretado por George Clooney. Ele é um marido
indiferente e pai de
duas meninas, forçado a reexaminar
seu passado e abraçar seu futuro
depois que sua esposa sofre um acidente de barco em Waikiki. O trágico
acontecimento acaba por aproximar
Matt das filhas, o que o ajuda na difícil decisão de vender um terreno
herdado da família.
Logo no início da produção, somos apresentados à esposa de Matt,
que em uma breve cena aparece em
uma lancha sorrindo em alto mar com
uma forte brisa no rosto. Em poucos
segundos a cena acaba, e através da
ótima introdução narrativa do personagem de Clooney, percebemos
que no Havaí não existem apenas
pessoas que estão com a vida ganha,
se divertindo no paraíso, na paz e na
tranquilidade. Ali têm gente que passa por problemas como em qualquer
lugar do mundo. E Matt é uma dessas
pessoas, pois se vê arrependido pelo
88 | Revista MERCADO | Edição 51
que foi no passado com sua família e
pretende mudar de vida, mesmo que
talvez seja tarde demais.
Diferentemente de magníficas
produções, como o ótimo e culto “A
Árvore da Vida”, que também concorreu ao Oscar, “Os Descendentes”
tem um roteiro muito simples, que
explora uma situação comum capaz
de acontecer na vida de qualquer
pessoa. Mas é justamente por esta
forma simples, mas bem contada e
interpretada, que o filme consegue
atrair o espectador, que acaba se envolvendo com o drama vivido pelo
pressionado Matt.
E um dos grandes motivos para
o sucesso deste filme é sem dúvida
o talento de George Clooney, que
faz aqui um dos melhores papéis de
sua carreira. Ele encarna um paizão
que quer tirar o atraso da convivência
com suas filhas e o esforço dele para
que isso aconteça é um dos melhores atrativos da produção. Ao mesmo
tempo, preocupado com o futuro de
sua família após o acidente de sua
esposa, ele se vê numa situação extre-
mamente complicada e desagradável
ao descobrir algo que aparentemente
apenas ele não sabia. A cena de Clooney correndo pelas ruas de sua cidade
de bermuda e chinelo é cômica.
Mas, além de Clooney, as outras
interpretações também são eficazes.
O garoto interpretado pelo jovem ator
Nick Krause acaba agradando com o
tempo. As filhas de Matt, interpretadas por Amara Miller e a mais velha e
ótima Shailene Woodley, também são
muito interessantes. E até mesmo a esposa em coma, feita pela atriz Patricia
Hastie, é muito convincente, mesmo
estando totalmente imóvel e sem falar
uma palavra em suas aparições.
O filme é dirigido por Alexander
Payne, que repete a mesma fórmula
de Sideways (Entre Umas e Outras),
que recebeu cinco indicações ao Oscar de 2005. E a fórmula é a simplicidade que destaquei no início de minha
análise. Payne faz uma direção eficaz,
mas totalmente discreta. Será que ser
simples demais e contar algo comum
é o novo segredo para ganhar um Oscar? Não foi o que aconteceu desta
vez, mas quem ganhou foi o público,
que teve e está tendo oportunidade
de poder assistir a uma produção
diferente, que como disse é simples, mas que vale a pena assistir. B
FICHA TÉCNICA
Título: Os Descendentes
(The Descendants)
Diretor: Alexander Payne
Elenco: George Clooney,
Judy Greer, Shailene Woodley,
Matthew Lillard, Beau Bridges,
Robert Forster, Rob Huebel,
Michael Ontkean, Mary Birdsong,
Sonya Balmores, Amara Miller
Duração: 117 minutos
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Comédia dramática
Censura: 14 anos
Nota: 8
Revista MERCADO | Edição 51 | 89
mercado
sustentabilidade
As riquezas naturais brasileiras e
a diversidade cultural também foram
divulgadas no espaço brasileiro, que
reuniu mais seis projetos de turismo
comunitário e desenvolvimento sustentável que estimulam o contato
direto do turista com os costumes e
a cultura das comunidades. As iniciativas mostram que a atividade pode
ser um importante instrumento do
desenvolvimento social e de geração de renda.
O presidente do Conselho Nacio-
mundial”, afirmou Meneguelli.
Durante a estada em Milão, Meneguelli reuniu-se com Andrea Bonalumi, representante da Câmara
de Comércio de Milão, para articular
ações junto ao empresariado com
foco na empregabilidade do projeto
ViraVida.
Parcerias internacionais
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
do Brasil na próxima exposição mundial que acontecerá em Milão, em
2015, a Expo 2015 Milão, que terá
como tema a alimentação.
No estande do Cozinha Brasil, os
italianos conheceram a tecnologia
social de aproveitamento dos alimentos na sua integralidade, utilizando talos, folhas, cascas e caules.
Mais de quatrocentas pessoas participaram das oficinas que mostraram
receitas com foco na riqueza de nutrientes, economia e sabor.
Prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, em conversa com o presidente do Conselho Nacional do SESI, Jair
Meneguelli, sobre os projetos ViraVida e Cozinha Brasil
Prefeito de Milão apoia
projetos brasileiros do Sesi
A
visita do prefeito de
Milão, Giuliano Pisapia,
ao estande do Conselho Nacional do SESI
foi um dos momentos
mais importantes para a instituição.
Ela ocorreu durante sua participação
na feira de consumo consciente e
estilo de vida sustentável Fa’ La Cosa
Giusta!, realizada no início de abril,
na Fieramilano City, um das principais estruturas de eventos da Itália.
Com a participação de 700 expositores e público estimado em 70 mil
90 | Revista MERCADO | Edição 51
visitantes, a nona edição anual abriu
um espaço, pela primeira vez, para
apresentação de programas sociais
desenvolvidos no Brasil. A convite
da Terre di Mezzo, instituição organizadora do evento, o SESI levou o
Programa Cozinha Brasil e o projeto
ViraVida, compartilhando o Espaço
Brasil com organizações não governamentais que atuam na área de
Cultura e Turismo.
Em reunião com o presidente
do Conselho Nacional do SESI, Jair
Meneguelli, Pisapia destacou que a
instituição pode contar com o apoio
da prefeitura de Milão para a realização da campanha de sensibilização
contra o Turismo Sexual que o SESI
promoverá na Itália juntamente com
organizações não governamentais e
o movimento sindical.
“Também estamos interessados
em trazer a experiência do programa
Cozinha Brasil para nossas escolas,
para que os estudantes aprendam
a se alimentar bem e sem desperdício”, acrescentou. Pisapia destacou
ainda a importância da participação
O Programa Sesi-Cozinha Brasil, desenvolvido pelo Sesi em
parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate
à Fome, conta com unidades móveis modernas e equipadas, e
todo o conteúdo teórico/prático é ministrado por nutricionistas
O debate contra o Turismo Sexual
também esteve entre os pontos altos
do evento, por meio das apresentações
do ViraVida, projeto do SESI que capacita jovens vítimas de abuso e exploração sexual em 16 estados brasileiros e
já atendeu a quase dois mil alunos.
O espaço do ViraVida reuniu parceiros interessados em unir forças em
ações de combate ao Turismo Sexual
e também em apoiar o projeto, como
o Governo da Região Puglia, as organizações sindicais CGIL e CISL, e as ONG’s
Caritas Ambrosiana, ECPAT e AITR.
nal do SESI, Jair Meneguelli, ressaltou nas diversas conversas com os
representantes de instituições italianas que, apesar de o Brasil ainda ter
uma imagem estereotipada ligada
ao samba, ao futebol, ao carnaval
e às belezas naturais, o país, hoje,
tem reconhecimento mundial pelo
crescimento econômico que atingiu
nos últimos anos. “O brasileiro é um
povo de grande diversidade cultural, que busca iniciativas criativas e
empreendedoras que o colocaram
numa boa posição na economia
Os projetos sociais do SESI estão
rompendo fronteiras e conquistando apoio de parceiros internacionais
nas ações de combate ao Turismo
Sexual e Tráfico de Pessoas.
O SESI promoveu, em 2010, dois
seminários sobre Turismo Sexual na
Espanha e em Portugal. Em 2011,
a instituição realizou reuniões na
França e Itália. Em outubro passado,
o presidente do Conselho Nacional
do SESI, Jair Meneguelli, reuniu-se
com instituições públicas não governamentais e organizações do movimento sindical italiano nas cidades
de Milão, Turim e Roma, para pedir
apoio ao enfrentamento à exploração sexual infantojuvenil.
As entidades internacionais se
propuseram a apoiar institucionalmente o projeto ViraVida, contribuindo para o reconhecimento
internacional da iniciativa e colaborando para a empregabilidade dos
jovens atendidos pelo projeto por
meio da articulação junto às multinacionais que atuam no Brasil.
O SESI também está transferindo sua tecnologia de segurança alimentar e combate ao desperdício,
o Cozinha Brasil, a países parceiros,
por intermédio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada
ao Ministério das Relações Exteriores. Moçambique e Uruguai já contam com o programa, reconhecido
pela Organização para Alimentação
e Agricultura das Nações Unidas
(FAO) como uma experiência exitosa de educação alimentar e nutricional a ser replicada. Atualmente, o
programa está em fase de implantação na Guatemala, em El Salvador e
Honduras, e 10 países do continente africano solicitaram a transferência dessa tecnologia. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 91
mercado
empresas&empresários
Alexandre de Castro Naves é
diretor executivo da Castro Naves
Eficiência em gestão
marca trajetória da
Castro Naves
Ética e compromisso com a qualidade de produtos e serviços fazem o
sucesso da empresa comandada por pelos irmãos Alexandre e José Mauro
Da Redação
A
tualmente, um dos
principais
distribuidores de produtos e
insumos para o consumo corporativo de Minas Gerais, a Castro Naves, surgiu
como muitas grandes empresas
brasileiras nascem: da vontade de
92 | Revista MERCADO | Edição 51
empreender de seus idealizadores.
Fundada em 1989 por Alexandre
de Castro Naves e José Mauro de
Castro, em Uberlândia (MG), a Castro Naves tem na gestão eficiente
e na abordagem ética ao mercado
dois dos principais segredos de
seu sucesso.
Vindo de uma família de empreendedores das áreas de transportes,
telefonia e agronegócio, Alexandre
detectou uma oportunidade e resolveu investir em seu próprio negócio. “Tinha vontade de empreender e de trabalhar com algo novo,
mas faltava planejamento, pesqui-
sa, experiência. Por isso fui em busca de um sócio que trouxesse esse
conhecimento”, afirma.
Assim, Alexandre convidou José
Mauro para ser seu parceiro na empreitada. Formado em Economia e
Ciências Contábeis, professor universitário, José Mauro aceitou o desafio, mas com uma condição: que
a empresa atuasse de forma 100%
legal, ou seja, sem sonegação fiscal.
Tal decisão mostrou-se acertada.
Se num primeiro momento a Castro
Naves passou por dificuldades, tendo
custos (tributários) maiores em relação aos concorrentes, que tinham na
sonegação uma prática comum, esse
obstáculo foi propulsor na construção
de uma cultura de gestão eficiente,
com foco em serviços que agregassem valor percebido ao fornecimento,
além de posicioná-la no atendimento
a grandes empresas que não compactuavam com sonegação.
“O mercado se mostrou muito
difícil e tínhamos custos maiores do
que a concorrência. Isso fez com que
investíssemos em processos simplificados e em tecnologia da informação para uma gestão mais eficiente”,
afirma Alexandre Castro Naves.
Hoje, a Castro Naves atua por
meio de uma estrutura multicanal:
loja física (autosserviço), loja virtual
(www.castronaves.com), televendas
e consultores externos. É líder na distribuição de produtos de consumo
para o mercado corporativo em sua
região, com linhas de papelaria, informática, higiene produtos sanitários,
de limpeza, descartáveis, alimentos &
utilidades e conta com cerca de 5.200
clientes. Seu faturamento em 2011
foi de R$ 15 milhões e a expectativa
é alcançar os R$ 20 milhões em 2012.
Um dos grandes diferenciais da
Castro Naves está no serviço prestado aos clientes - localizados em sua
maioria em cidades que compõem
o Triângulo Mineiro, o Alto Paranaíba, Goiás e interior de São Paulo.
Mais do que simplesmente vender
produtos de consumo, a empresa se
preocupa em atender o cliente com
agilidade e oferecer a ele ferramentas que o auxiliem a gerenciar seu
estoque de insumos.
Um exemplo disso é o relatório
de movimentação, que é enviado
aos clientes com tudo o que foi adquirido junto a Castro Naves. “Com
esse extrato, os clientes que centralizam suas compras podem ter a exata noção de tudo o que consomem
durante o mês, e assim gerenciar
melhor os gatos com suprimentos”,
afirma Alexandre.
O ciclo de entrega de cada pedido feito pode ser acompanhado pelo
cliente, graças ao uso da tecnologia
de gerenciamento de armazéns e
transporte (WMS e TMS) utilizada
pelo distribuidor. “O comprador do
cliente muitas vezes não vai até o almoxarifado para saber se os produtos foram entregues corretamente.
Graças a esse sistema, o cliente tem a
certeza de que suas compras já estão
no estoque e tem segurança porque
percebe a agilidade dos nossos serviços”, ressalta o diretor.
“Nosso grande
valor está na
operação, e um
bom sistema
é uma das
retaguardas
essenciais para
que ela funcione
perfeitamente”
Para que o processo de compras
seja agilizado e não ocorra falhas, os
vendedores da Castro Naves vão a
campo munidos de netbooks, através dos quais conseguem acessar,
em tempo real, o estoque disponível
na matriz. Dessa forma, não existe a
possibilidade de uma venda ser realizada e não haver mais produtos em
estoque para a entrega. Os pedidos
não são mais enviados ao Centro de
Distribuição, a NF-e é emitida na hora.
Alexandre de Castro Naves reforça a importância do software de ges-
tão fornecido pela Sankhya. “Nosso
grande valor está na operação, e um
bom sistema é uma das retaguardas
essenciais para que ela funcione perfeitamente”, diz. Além do que, de
acordo com o diretor executivo da
Castro Naves, toda vez que surgia
uma nova funcionalidade do sistema, a empresa era a primeira a testar.
A Castro Naves sempre teve em
sua estratégia de posicionamento a
inovação e o pioneirismo em tudo
que faz. “Considerando nosso mercado e a concorrência regional, fomos os primeiros a implementar o
site e-commerce, o telemarketing
ativo, a loja de autosserviço, a automação da força de vendas, a trabalhar com o conceito de CRM, a fazer
campanha contra a sonegação fiscal, entre outros aspectos”, destaca
o empreendedor.
Outra tecnologia usada há algum tempo pela Castro Naves é o
BI Móvel, já conhecido no ambiente corporativo por garantir ações
de marketing capazes de fortalecer
estratégias, impulsionar negócios e
tornar a empresa mais competitiva,
como se fosse um aditivo de resultados. Tudo isso na palma da mão,
em qualquer lugar e hora, por meio
de dispositivos móveis como celulares, tablets e notebooks. “O BI é uma
inteligência de bolso que a Castro
Naves usa para revolucionar processos, agilizar tomadas de decisão
e ampliar oportunidades de negócios. Acompanho quase tudo pelo
meu telefone: faturamento, dados
financeiros, entre outras informações”, diz Alexandre.
E não é só de qualidade, bom
atendimento e tecnologia que vive
a Castro Naves. A empresa também
se preocupa muito com a questão
da responsabilidade social, seja não
sonegando impostos, comercializando produtos tecnológicos que não
agridam o meio ambiente, seja reciclando os papéis e plásticos utilizados e também patrocinando projetos
culturais e sociais e ainda motivando
seus mais de 70 funcionários diretos e
indiretos a participar de forma voluntária de projetos filantrópicos. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 93
mercado
ponto de vista
Novo Código Florestal:
aprovar ou vetar?
Da Redação
O texto do novo Código Florestal Brasileiro, aprovado pelos deputados na quarta-feira, 25 de abril, está gerando polêmica. Na votação, o governo acabou derrotado. Anos de discussão e o impasse continua: como conciliar
produção e proteção ao meio ambiente? Os ruralistas derrotaram o governo com placar folgado. Venceram por
274 votos contra 184. Mas para entrar em vigor, o novo Código Florestal ainda tem que passar pelo crivo da presidente Dilma Rousseff. E essa é a esperança dos ambientalistas. Desde o início dos debates, a presidente defendeu
a proposta anterior, que tinha sido aprovada no Senado.
Discussões à parte, cada um dá sua opinião.
Mas, e o G7 de Uberlândia, o que pensa a respeito? É a favor do texto aprovado ou contra? A presidente deve
aprovar o texto como ficou e vetá-lo? Se sim ou não, por quê?
Com a palavra, o G7...
“O crescimento econômico do Brasil é inegável e, apesar de festejado,
traz consigo uma série de problemas de ordem social que merece melhor
análise. É dentro desse debate que o Código Florestal encontra-se hoje na
Presidência da República para promulgação, após longo debate no Congresso Nacional. Não compete à OAB
dizer se deve ou não a Presidente da República vetá-lo, mesmo porque os membros do Congresso Nacional
representam Constitucionalmente a vontade do povo. Contudo, o mais importante é uma profunda mudança
de cultura de nossa sociedade, a partir de políticas de educação ambiental, a fim de que princípios morais se
tornem inerentes ao nosso modo de vida, o que conduzirá, naturalmente, à desnecessidade de regramento
sobre esse tema no futuro”.
Entendemos que o texto do novo Código Florestal Brasileiro deva ser
sancionado pela presidente Dilma Rousseff, pois sua aprovação na Câmara
dos Deputados representou o desejo legítimo da grande maioria do povo
brasileiro. Afinal de contas, democracia é feita de votos, e não de vetos. Aqueles que votaram favoráveis ao
texto apresentado pelo relator Paulo Piau (PMDB) foram eleitos para nos representarem. Uma diferença de
90 votos, em um pleito que teve 274 votos a favor do novo Código e 184 votos contra, não deixa dúvidas de
que o melhor para o Brasil nesse momento é que o resultado seja sancionado. Vamos torcer agora para que a
presidente Dilma Rousseff decida com sensatez e que a democracia brasileira seja preservada.
“Desde o descobrimento do Brasil, temos, cada um a seu tempo, tirado
de nosso rico solo tudo o que é produtivo e consequentemente lucrativo.
Mas não vivemos num mundo de abundância eterna e interminável. Chegamos a um estágio em que preservar e recuperar torna-se uma necessidade
para nossa própria sobrevivência. Somos hoje 7 bilhões de bocas ávidas por fome e sede. Não me coloco
como ambientalista xiita nem tampouco como consumidor inconsequente, mas lamentavelmente, temos um
Legislativo que trabalha mal, pois só consegue enxergar seus próprios interesses e nunca o bem social, global.
Anos de debates, idas e vindas, remendos e algo mais e temos hoje mais uma lei irreal, ineficaz e imoral. Sou
pelo VETO, pois preservar é necessário e que os lucros do passado se revertam, em parte, para a recuperação
dos erros cometidos.”
94 | Revista MERCADO | Edição 51
É preciso prevalecer a razão e o equilíbrio emocional nesse momento de
aprovação do novo Código Florestal, pois, se por um lado, há a necessidade
de preservar os nossos recursos naturais, por outro, é também necessário
alimentar a população. É preciso, portanto, consenso entre ambientalistas e
ruralistas (o que será difícil), e a presidente Dilma Rousseff deve atuar como pêndulo nesse entrave. Particularmente, sou pela sustentabilidade do planeta, como bem vem defendendo a Federação das Indústrias, a qual
represento regionalmente. Atualmente, temos em execução um programa denominado Minas Sustentável
que, em curtas palavras, visa estimular processos produtivos no setor da indústria mais sustentáveis dentro de
uma nova filosofia, ou seja, produzir com custos econômicos, ambientais e sociais otimizados. Creio eu que o
setor agropecuário também possa atuar assim. Mas também o que não pode é o novo código virar desculpa
para arrecadar multas sobre atos do passado que até então eram permitidos pelo próprio governo, como foi
com a instituição do pró-várzea, na década de 1970, quando a maioria desse ecossistema acabou liberado
para uso agrícola, e hoje, volta a estar proibido. Por tudo, acredito que há muitos detalhes ainda a serem debatidos, por isso, acredito em veto parcial da presidente.
O Código Florestal nunca foi tão importante, atual e necessário. Seu cumprimento é essencial para a execução das metas internacionais de redução
de emissões assumidas pelo Brasil, além de ser uma medida fundamental de
adaptação às mudanças climáticas. Não há mais espaço nem tempo para falsas dicotomias entre produção
e conservação, entre agricultura e biodiversidade, entre natureza e sociedade. É uma questão de máxima
relevância para o desenvolvimento estratégico do Brasil e, portanto, deve ser debatida com calma por todos
os brasileiros, com o envolvimento dos mais diversos setores da sociedade, de forma transparente e inclusiva
para que o Código Florestal possa ser aperfeiçoado onde necessário, e não simplesmente jogado fora ou aprovado de forma insensata e irresponsável.
O texto do novo Código Florestal Brasileiro tem gerado grandes polêmicas devido a alguns pontos nebulosos. Os ambientalistas incentivam o veto
total do projeto, porém, ser severo e tolher a iniciativa privada não solucionará o impasse. Acreditamos, no entanto, que a presidente Dilma deve vetar alguns pontos e que estamos
caminhando para um código florestal que se aproxime mais da realidade vivida no país. Enquanto entidade
que defende o desenvolvimento econômico da região, somos contrários a quaisquer pontos que causem
prejuízo aos pequenos agricultores, o que pode ser devastador para municípios que dependem da atividade
agrícola, caso de inúmeros à nossa volta. Isso poderia resultar em choques em todos os outros segmentos,
gerando impactos drásticos em âmbito nacional. Cremos no equilíbrio como fator fundamental para se atingir
a sustentabilidade. B
(*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por grandes instituições sociais ativas na região do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: ACIUB - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara
de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, CVT - Conselho de Veneráveis do Triângulo, FIEMG Regional Vale do
Paranaíba/CINTAP - Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional
de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia.
Revista MERCADO | Edição 51 | 95
mercado
in foco
O presidente da Sindicalçados, César Cunha
Campos, e a diretora da Viva Marketing, Antônia Nunes, durante o lançamento da Moda Calçados em Uberlândia, evento programado para
entre os dias 9 e 11 de julho, no Center Convention. Essa será a terceira vez que a cidade sediará a Feira, considerada a segunda maior do setor
calçadista de Minas Gerais, destinando-se a comerciantes, varejistas e consumidores.
Juntos, o presidente da CDL de Araguari, Sebastião
Totó; o vice-presidente da AMIS, Guilherme Fernandes Miranda; o presidente da CDL Uberlândia, Celso
Vilela; o superintendente regional do Banco do Brasil,
José Luiz Pinto Calaza; o gerente do Banco do Brasil
em Uberlândia, Jaques Alves Borges; o presidente da
FIEMG Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda; e o
conselheiro consultivo da Câmara de Dirigentes Lojis-
tas de Uberlândia (CDL), Rubens Spirandelli, durante o
Almoço do Varejo, evento promovido em parceria entre CDL Uberlândia e Banco do Brasil para lançamento
do programa “Bom para Todos”, que tem como objetivos oportunizar relacionamentos, compartilhar conhecimentos, inovações e soluções para o crescimento
sustentável do negócio da classe lojista
Conamerco - Marcos Tanner, delegado do Conselho Regional de Administração (CRA); Valter Lemos, membro do
Conselho Federal de Administração (CFA); Rogério Nery, presidente da Aciub; Gilmar Camargo, conselheiro do CFA;
Pedro Fiuza, presidente do CRA-MG; e Leandro Andrade, representante da Prefeitura Municipal, em solenidade da
assinatura do contrato de parceria entre a Movimenta (Feira Internacional de Logística) e o Conamerco (Congresso
de Administração do Mercosul) para realização da Semana Internacional de Logística a acontecer entre 13 e 15 de
junho no Center Convention.
Shop in shop - A empresária uberlandense
Cristiane Hanna (à esquerda), junto com a também
empresária paulistana Natalie Klein. Cristiane inaugurou em março um shop in shop da TalieNK em
sua loja: a Bless. A TalieNK, de Natalie Klein, é uma
Noite de gala - A Agência Sic de Uberlândia foi a grande vencedora da noite de premiação da 7° edição do Prêmio Tubal Siqueira, evento que destaca os melhores da publicidade regional. A Sic “papou” nada mais nada menos
que sete estatuetas, incluindo o troféu Grand Prix - maior premiação da noite. Em destaque, na foto, integrantes da
agência durante a recepção de um dos troféus arrebatados
das mais conceituadas marcas do país. O projeto
do shop in shop da Bless é de autoria do arquiteto
Leonardo Mancenido, responsável também pelas
lojas NK de São Paulo e Rio de Janeiro. B
96 | Revista MERCADO | Edição 51
Revista MERCADO | Edição 51 | 97
mercado
causos empresariais
*Nege Calil é consultor em Gestão de Pessoas há mais de
duas décadas e baseia seus “causos” em experiências reais.
Contato: [email protected]
O Pessoal do Sistema
(Capital Intelectual II)
Por Nege Calil*
Troquei de carro e fui viajar. Tão
logo precisei fazer a primeira revisão
de fábrica, notei que o serviço seria
realizado fora da loja de origem do
veículo. Ainda na estrada, liguei para
a concessionária de minha cidade
destino e agendei as verificações
que constavam no manual:
- O senhor adquiriu o automóvel
em nossa loja?
- Não, comprei em Minas, na cidade onde moro.
- Ah, tá! Vou precisar de seus dados pessoais e do veículo.
Passei. O mais difícil foi a atendente entender meu nome, o que é
compreensível pela origem libanesa.
98 | Revista MERCADO | Edição 51
Soletrei:
- Navio, Elefante, Gato, Elefante.
Nege.
Continuei:
- Camelo, Anel, Lata, Igreja, Lata.
Calil.
- Agendado, senhor. Nós o aguardamos depois de amanhã, às 10h.
Fui até a concessionária na data
e horário combinados. Era véspera
de feriado prolongado, estava com
poucos clientes e pensei: “Vou ser
atendido rapidamente”.
Que tolo eu fui.
A recepcionista se apresentou
sem uniforme ou crachá. Estava em
clima de “vamos fazer tudo rápido e
ir embora mais cedo”. Abordou-me:
- Oi!
- Bom- dia! Agendei a primeira
revisão do meu carro às 10h.
- Qual seu nome?
- Nege - Navio, Elefante, Gato,
Elefante.
- Como?
- Nege - Navio, Elefante, Gato,
Elefante.
- Que esquisito.
- Não é esquisito! É diferente! - retruquei.
- Não tem nada aqui no sistema.
- Como não? Tenho até número
de protocolo do agendamento.
- Nossa! Aqui consta Regis Dede
F. Calil
- Bom, como podemos corrigir
esse equívoco e seguir com o serviço?
- Eu não posso alterar aqui. Só o
pessoal do sistema faz isso. E sem a
alteração, não posso liberar pra oficina.
- Ok! E o que você pode fazer por
mim?
- Vou passar um e-mail pra eles. O
senhor aguarda um instante.
Senti um arrepio na espinha.
Aquele “instante” dela soou como
se fosse umaa eternidade. Fui salvo
pelo mecânico, que ouvia nossa conversa:
- Valdirene, a oficina está vazia.
Deixa o moço encostar o carro e, enquanto o pessoal do sistema corrige
os dados dele, vamos executando o
serviço. Assim, ele não espera tanto
tempo.
- Você assume a responsabilidade? Isso é contra o procedimento.
Já na oficina, agradeci:
- Você me salvou, Adoniran! Pelo
jeito vai demorar esse cadastro.
- Essas mocinhas que atendem
são muito incompetentes, doutor.
Os documentos do carro estão em
seu nome, pelo chassi dá pra localizar onde o senhor comprou e, pelos
quilômetros KM rodados, tá na cara
que é a primeira revisão. Cansamos
de ouvir em nossos treinamentos
que a satisfação do cliente deve vir
em primeiro lugar. Então, vamos
atender! Eu assumo a responsabilidade! (sorriu)
- Há quanto tempo você trabalha
aqui? - perguntei.
- Nessa concessionária, há 14
anos. Antes trabalhei na fábrica, no
todo são 31 anos como mecânico da
marca.
- Uau! Deve saber tudo desses
carros.
- Tudo não! Sempre tem novidade, mas a experiência ajuda.
- Você tem mais tempo de profissão que a Valdirene tem de idade. provoquei.
- Humpf! - murmurou. Essas meninas só repassam os dados para o
pessoal do sistema realizar o cadastro e oferecem café para os clientes.
O resto é tudo com a gente aqui na
oficina. Nós executamos o serviço,
damos baixa das peças no estoque,
orientamos o cliente sobre o que foi
feito e lançamos o preço no sistema
pra faturar.
- E aposto que ela tem um salário
maior que o seu. - fui maldoso, confesso.
- Elas ganham mais, têm curso
superior. Mas o que revolta é elas
terem uma hora e meia de almoço
e nós mecânicos só uma hora. Elas
recebem prêmios por atendimento
aos clientes, se as pesquisas indicarem que vocês estão satisfeitos. Nós
não ganhamos nem uma bala, nem
um “obrigado” do gerente.
Percebi que ele estava revoltado
com a política de gestão de pessoas.
E com razão! Resolvi deixá-lo por alguns instantes.
- Vou à recepção saber do cadastro. Já volto.
Encontrei a Valdirene sentada,
lixando as unhas.
- Resolveu meu cadastro? - perguntei.
- O pessoal do sistema ainda não
respondeu ao e-mail.
- Quem é esse pessoal?
- Eu não conheço, eles ficam
numa central.
- Valdirene, hoje é véspera de feriado. Será que há alguém lá nessa
central que vai ler seu e-mail? - indaguei.
- Não sei! - ela respondeu com
olhar de peixe morto. Nunca tive
úlcera estomacal, mas percebi que
comecei a desenvolver uma naquele momento. Respirei fundo
e sugeri:
- Que tal você ligar pra lá e
pedir urgência no caso?
- Não é o procedimento.
Quando isso acontece, a gente
passa e-mail. E espera. Só eles
têm autoridade pra mudar os
dados.
- Eu entendi o processo! alterei-me um pouco. Acontece
que o pessoal do sistema, assim
como você, deve trabalhar para
me atender. Vai por mim, ligue.
Ela obedeceu:
- Amor, o cadastro do cliente
tá errado. Corrige pra mim?
Pensei comigo: “Amor??
Que falta de profissionalismo”.
Mesmo assim, sorri pra ela a fim
de acelerar a solução.
- Anota aí o nome dele: Nege.
Vou soletrar - Navio Helicóptero Garrafa Helicóptero.
Quase sofri um derrame!! De
acordo com ela, meu nome soaria como um prenúncio de vômito:
Nhgh! E que pérola - E de Helicóptero? Adoniran deve ter se enganado, pensei comigo. Essa moça não
passou do jardim da infância, que
hoje as autoridades em educação
nomeiam ensino infantil e chamam
a isso de mudanças na educação
brasileira.
Ela desligou:
- Deu certo! Eles já corrigiram.
Assim que o Adoniran terminar, o
senhor pode ir até o caixa e realizar
o acerto.
-Quais são as formas de pagamento? Posso parcelar no cartão?
- Acho que pode. A moça do caixa vai explicar melhor pro senhor.
- Ok. Só uma curiosidade: você é
formada em que?
- Administração.
Não tive coragem de perguntar
em qual universidade. Assim que levantei, ela mostrou seus belos dentes e repetiu aquelas frases prontas
de treinamentos:
- Muito obrigado por utilizar nossos serviços. Espero que volte mais
vezes e nos alegre com sua visita.
Adoniran trouxe-me o carro:
- Doutor, está novo em folha.
Pode rodar sossegado. Só mais uma
coisa - não faz parte da garantia, mas
aconselho o senhor a fazer o alinhamento, balanceamento e rodízio dos
pneus. Para melhor segurança.
- Obrigado! Você fez um excelente trabalho. Sei que não posso te dar
gorjeta, mas aceite essa bala.
Ele sorriu e agradeceu.
Dias depois, senti-me na obrigação de escrever um e-mail à central
de atendimento da marca elogiando
o trabalho dele. Naturalmente, queixei-me do cadastro e sugeri algumas
mudanças no processo. Não obtive
resposta.
Ainda lembro que, ao sair com
meu carro da concessionária, deixei
Adoniran recostado no portão, fumando e com olhar perdido. Uma
típica imagem de capital intelectual
não valorizado, ainda tão comum
por esse Brasil afora. B
Revista MERCADO | Edição 51 | 99
mercado
geral
Fumantes já enfrentam problemas na carreira
Com a proibição dos fumódromos nas empresas,
fumar um cigarro na hora do trabalho tornou-se uma
atividade que consome tempo. Muito tempo. E como
tempo é dinheiro, os fumantes que precisam se ausentar toda vez que vão atender o vício terminam por
sobrecarregar quem fica e, pior, chamam atenção das
chefias para a sua ausência. O fato é que essa realidade está levando muitos fumantes a serem preteridos
pelas empresas ou a terem problemas na carreira, pois
seu desempenho profissional é consideravelmente inferior ao daqueles que não precisam parar o que estão
fazendo a toda hora para ir acender um cigarro.
Segundo Marcelo Maron, diretor executivo do
Grupo PAR, de Brasília, o hábito de fumar está prejudicando a carreira de muita gente. “Aqui administramos
várias empresas, e nos processos de seleção de pessoal tocados pelos gerentes de várias áreas, se houver um
empate entre dois candidatos em função de conhecimento e habilidades, aquele que fuma vai ser preterido. Ou
seja: os fumantes já não são contratados caso estejam disputando uma vaga com alguém que não fuma e tem
qualificações semelhantes”, explica.
E as razões para isso, segundo Maron, são simples. De acordo com o executivo, se o profissional atua em
atividades que exigem foco e concentração, como criação, produção de relatórios, análises de dados, entre
muitas outras, parar para fumar implica perder essa concentração, que só será retomada depois de um deter-
minado tempo. Segundo ele, o tempo que o fumante perde não é apenas o de descer e ir fumar na rua, que já
é longo o bastante. Mas também o tempo necessário para retomar a concentração no projeto ou atividade que
precisou ser deixada de lado. “Se uma pessoa fuma 10 cigarros por dia na hora do trabalho, o que é pouco para
alguns fumantes, então o tempo perdido nessa atividade pode ser muito superior ao de duas horas diárias. Para
as empresas, pressionadas pela necessidade de produtividade e resultados, esse é um tempo longo demais”,
alerta Maron.
Pressões - Para os fumantes inteligentes, essa realidade já se tornou evidente. Segundo Maron, tem sido
cada vez mais comuns os casos de pessoas que deixam de fumar em função do fato de que se ausentar por
várias vezes para fumar é algo cada vez mais questionado pelas chefias. “Já vivenciamos vários casos aqui nas
empresas do grupo de pessoas que deixam de fumar em função do trabalho. Para muitos, ficar as 8 horas do
dia sem fumar é o caminho para deixar o hábito de uma vez por todas, o que tem impactos positivos até na
vida pessoal”, explica Maron.
Outro aspecto sobre o qual não se costuma falar é, segundo Maron, uma crescente discriminação contra os
fumantes: com os ambientes cada vez mais livres do fumo, o fumante é percebido com mais facilidade, inclusive
em função dos odores que emanam da pessoa, de suas roupas e até do hálito. Pessoas que fumam e trabalham
em áreas de linha de frente no atendimento a clientes, por exemplo, podem causar má impressão, algo que
o consumidor transfere da pessoa para a empresa. “Então, nesse sentido, muitas organizações estão evitando
colocar fumantes no relacionamento direto com o cliente, o que termina por limitar o espaço de atuação dessas
pessoas”, assinala.
Para o diretor do Grupo PAR, os fumantes precisam começar a perceber que fumar não prejudica apenas o
organismo das pessoas, mas começa a ter efeitos negativos também sobre a carreira, oportunidades de emprego
e até de promoção.
Cirurgia inédita através de portal
único é feita em Uberlândia
Sindicalçados lança 3° edição
da Moda Calçados
Da Redação
Especialista pretende usar técnica minimamente invasiva em
cirurgias bariátricas
Por Aline Morais
A medicina vem se aperfeiçoando a cada dia, seja em pesquisas clínicas na área, seja em técnicas de tratamentos. Por isso, médicos e especialistas de áreas afins devem manter-se atualizados todo o tempo para acompanhar
cada novidade.
Em Uberlândia, foi realizado pela primeira vez, pelo cirurgião bariátrico Luis Augusto Mattar, da LEV - Centro Avançado de Controle de Peso, uma cirurgia minimamente invasiva, pioneira na cidade e a primeira fora de
ambiente universitário no Triângulo Mineiro. Com uma única incisão no umbigo, o médico retirou uma vesícula.
A técnica, chamada de single port (acesso único), consiste na colocação de um portal através de uma incisão.
Por essa “porta única” são inseridos os instrumentos necessários para a realização da cirurgia. “Atualmente, o
portal único está indicado para procedimentos de retirada de algum órgão, por exemplo, a cirurgia de vesícula,
cirurgias de retirada de intestino grosso e algumas técnicas de cirurgia bariátrica”, explica o médico.
De acordo com o especialista, essa nova técnica traz diversos benefícios aos pacientes. “Os benefícios estão
associados à potencial eliminação das complicações associadas à cirurgia convencional, menos dor pós-operatória, menor inflamação, recuperação mais rápida do paciente e tempo de permanência hospitalar reduzido, sem
contar os benefícios estéticos”, afirma.
A expectativa do cirurgião é que seja possível realizar a técnica também em cirurgias bariátricas. “Com uma
cirurgia minimante invasiva, é possível causar menos agressão ao organismo do paciente”, finaliza.
100 | Revista MERCADO | Edição 51
Por Amanda Célio
Uberlândia foi escolhida pela terceira vez para ser palco de comerciantes, varejistas e consumidores da segunda maior feira de calçados de Minas
Gerais, a Moda Calçados. O lançamento aconteceu durante coquetel realizado na FIEMG Regional Vale do Paranaíba, no dia 18 de abril. O evento,
que teve sua última edição em janeiro deste ano, está na 3° edição, com
data marcada para entre 9 e 11 de julho, no Center Convention.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de
Uberlândia (Sindicalçados), César Cunha Campos, a intenção do sindicato
é regionalizar cada vez mais a Feira, realizando-a na cidade ao menos duas
vezes por ano. “Uberlândia fica em um local estratégico, que atrai pessoas
de cidades da região. Uberaba, Patos de Minas, Araxá, Catalão, Ituiutaba e
até mesmo Paracatu nos prestigiam. A Feira não é só de Uberlândia, e sim
da região inteira”, afirma César Campos.
Para a feira programada para junho, estão previstas algumas novidades. Com uma área de exposição maior, os complexos A e B do Center Convention estarão disponíveis para os expositores e consumidores. Além disso, o evento será aberto com um desfile de lançamento da coleção Verão
2013. Serão 105 expositores, com a expectativa de 130 marcas presentes.
A intenção é que mais de 250 mil pares de calçados sejam negociados. A
Revista MERCADO | Edição 51 | 101
mercado
geral
Gastos com remédios poderão ser deduzidos
Dedução de gasto com medicamentos no IR pode entrar em vigor no próximo ano
Da Redação
A partir do próximo ano, os contribuintes brasileiros podem ter boas novidades em relação ao Imposto de Renda. A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou em março (21/03) um projeto que autoriza a dedução dos
gastos com remédios na declaração anual de ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), tanto para uso do contribuinte como de seus
dependentes. Até então, esse tipo de gasto ainda não era dedutível. Em
relação à saúde, apenas despesas médicas, como consultas, planos de
saúde, internações e exames são consideráveis para dedução.
Como o projeto ainda passará por apreciação em caráter terminativo
pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, especialistas receberam a notícia com cautela. “Sabemos que essa iniciativa pode fazer uma
grande diferença no bolso dos brasileiros, porém ainda existe um longo
caminho para que o projeto se torne realidade. Apesar de ser uma demanda legítima e antiga dos contribuintes, é difícil dizer se o projeto terá
vida longa”, aponta Mauro Moraes, especialista em Gestão Tributária-Fiscal da Alterdata - empresa de software contábil.
O relatório, aprovado em votação simbólica na comissão, prevê que
a medida poderá “estimular a população a consumir medicamentos para,
posteriormente, poder deduzi-los da tributação imposta pelo Estado”. Em 2009, a despesa per capita das famílias
brasileiras com saúde foi de cerca de R$ 835,65, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Naquele ano, os brasileiros gastaram R$ 60,2 bilhões em medicamentos e outros bens relacionados à
saúde, como aparelhos e instrumentos médicos. O estudo revelou ainda que, de cada R$ 100 gastos pelas famílias
com saúde, R$ 38,40 foram para esse tipo de gastos.
Mais uma do ponto eletrônico
Da Redação
Está em vigor desde o dia 2 de abril a Portaria
1.510/2009, que estabelece novas regras para controle do ponto eletrônico. No Brasil, cerca de 700 mil
empresas deverão ser enquadradas na obrigatoriedade. De acordo com o Ministério do Trabalho, as
regras adotadas têm o objetivo de evitar fraudes. A
lei será aplicada às empresas progressivamente de
acordo com o segmento em que atuam. As primeiras
serão aquelas com atividades ligadas à indústria, ao
comércio e ao setor de serviços. 25% delas já compraram o novo equipamento.
Para José Chapina Alcazar, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado
de São Paulo (Sescon-SP) e coordenador do Fórum
Permanente em Defesa do Empreendedor, a obrigatoriedade traz ônus às empresas, não garante o fim
Empresários questionam benefícios do ponto
das fraudes trabalhistas e ainda afeta o meio ambieneletrônico
te. “As empresas terão de manter equipamento com
capacidade de 1,4 mil horas ininterruptas em casos
de falta de energia e disponibilizar impressora de uso
exclusivo para impressão de qualidade para durabilidade de cinco anos de todas as marcações”, afirma. Há dois anos,
inúmeras empresas têm ingressado na Justiça contra as exigências, contestando o aumento de custos e burocracia. B
102 | Revista MERCADO | Edição 51