Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas
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Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas
ESTRATÉGIA DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL DOS BIOMAS BRASILEIROS Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Biodiversidade e Florestas Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental ESTRATÉGIA DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL DOS BIOMAS BRASILEIROS Portaria n° 365, de 27 de novembro de 2015 Brasília, DF 2016 Coordenação Geral do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Carlos Klink Secretário Executivo Ana Cristina Barros Secretária de Biodiversidade e Florestas José Domingos Miguez Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza Diretor de Ecossistemas Thelma Krug Diretora de Políticas para Combate ao Desmatamento Magaly Oliveira Rodrigo Vieira Gabriel Lui Gerentes de Projetos Equipe técnica do MMA: Adriana Bayma, Aline Menke, Gustavo Oliveira, Raul Oliveira Agradecimentos especiais: Alberto W. Setzer (INPE), Alessandra Gomes (INPE), Alexandre Camargo Coutinho (Embrapa), Dalton de Morrison Valeriano (INPE), Daniel de Castro Victoria (Embrapa), Edson Eyji Sano (IBAMA), Edson Luis Bolfe (Embrapa), Elaine Barbosa da Silva (UFG), Francisco José Barbosa de Oliveira Filho (MMA), George Porto Ferreira (IBAMA), Júlio César Dalla Mora Esquerdo (Embrapa), Luis Eduardo Pinheiro Maurano (INPE), Marcos Adami (INPE) pela colaboração para a construção desta Estratégia. Apoio: O presente trabalho contou com o apoio do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica. O Projeto é uma realização do governo brasileiro, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), no contexto da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável Brasil-Alemanha, no âmbito da Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI) do Ministério Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear (BMUB) da Alemanha. O projeto conta com a assessoria técnica da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e apoio financeiro do KfW Banco de Fomento Alemão. Fotos utilizadas: Capa: Wigold Schaffer MMA Página 8: Zig Koch/Arquivo MMA Página 14: Jefferson Rudy/Arquivo MMA Página 22: Wigold Schaffer/Arquivo MMA Página 30: Palê Zupani/Arquivo MMA Dados Internacionais para Catalogação da Publicação - CIP Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros República Federativa do Brasil Presidência da República Dilma Vana Rousseff Ministério do Meio Ambiente (MMA) Izabella Mônica Vieira Teixeira Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Kátia Regina de Abreu Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Emília Maria Silva Ribeiro Curi (Ministra em exercício) B823e Brasil. Ministério do Meio Ambiente Estratégia do Programa Nacional de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros / Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento. Brasília: MMA, 2016. 44 p., il. ISBN: 978-85-7738-265-1 1. Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros. 2. Desmatamento. 3. Uso da terra. 4. Queimadas. 5. Recuperação da vegetação. I. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. II. Departamento de Conservação da Biodiversidade. III. Titulo. CDU 574.4(81) Ministério do Meio Ambiente Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros SUMÁRIO Lista de Siglas ..............................................................................................................................6 Lista de Figuras ............................................................................................................................7 Lista de Tabelas ...........................................................................................................................7 1. Introdução ...............................................................................................................................8 1.1. Objetivo .....................................................................................................................13 2. Características do Programa ..................................................................................................14 2.1. Tipos de monitoramento ...........................................................................................16 3. Arranjo Institucional ..............................................................................................................22 3.1. Descrição das funções dos elementos da estrutura de governança..........................24 3.2. Lógica de implementação dos processos de monitoramento ....................................25 4. Resultados Esperados ...........................................................................................................26 5. Mobilização de Recursos Financeiros ....................................................................................30 Anexo 1 PORTARIA Nº- 365, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2015....................................................41 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Lista de Siglas CAR: Cadastro Ambiental Rural CBERS: Satélite Sino-Brasileiro para Recursos Terrestres CDB: Convenção sobre Diversidade Biológica DETER: Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real DEGRAD/DETEX: Sistema de Monitoramento de Degradação Florestal INDC: Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FRA: Levantamento de Recursos Florestais IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPCC: Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima GOES: Global Online Enrollment System GT: Grupo de Trabalho ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade LDCM : Landsat Data Continuity Mission MODIS: Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer LULUCF: Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF) MMA: Ministério do Meio Ambiente MCTI: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MPOG: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão NOAA: National Oceanic & Atmospheric Administration PNMC: Política Nacional sobre Mudança do Clima PPCDAm: Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal PROBIO: Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira PMDBBS: Projeto de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PRODES: Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima REDD+ Instrumento financeiro sob a Convenção do Clima para pagamento pela redução de emissões por desmatamento; pela redução de emissões provenientes de degradação florestal; pela conservação dos estoques de carbono florestal; pelo manejo sustentável de florestas; e pelo aumento dos estoques de carbono florestal. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros SIG: Sistema de Informação Geográfica SBF: Secretaria de Biodiversidade e Florestas SMCQ: Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Lista de Figuras Figura 1 – Tipos e frequência de mapeamentos por bioma ......................................................16 Figura 2 – Estrutura de governança do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros ..............................................................................................................23 Figura 3 – Fluxograma para os processos de monitoramento ..................................................25 Lista de Tabelas Tabela 1 – Projeção geral dos tipos de mapeamentos, por bioma, ano base das imagens e disponibilidade de recursos ...............................................................................19 Tabela 2 – Ano de previsão da primeira entrega de produto, por tipo de mapeamento .............29 Tabela 3 - Fontes de recursos extra orçamentários já disponibilizados ou em negociação para o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros .................32 Tabela 4 – Cronograma previsto de execução do monitoramento anual de desmatamentos dos biomas brasileiros ....................................................................................33 Tabela 5 – Cronograma previsto de execução do monitoramento bienal da cobertura e uso da terra dos biomas brasileiros .......................................................................35 Tabela 6 – Cronograma previsto de execução do mapeamento anual de extração seletiva de madeira na Amazônia .................................................................................36 Tabela 7 – Cronograma previsto de execução do mapeamento bienal da recuperação de vegetação nativa na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica .................................37 Tabela 8 – Cronograma previsto de execução do mapeamento contínuo de desmatamentos na Amazônia e no Cerrado ...............................................................................38 Tabela 9 – Cronograma previsto de execução de novos mapeamentos contínuos de focos de queima no Brasil .....................................................................................................39 Tabela 10 – Cronograma previsto de execução do mapeamento de área queimada no Brasil ....................................................................................................................40 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Arquivo MMA - Zig Koch 1.I NTRODUÇÃO O Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros foi criado por meio da Portaria MMA nº 365 de 27 de novembro de 2015, com o objetivo de mapear e monitorar o desmatamento, avaliar a cobertura vegetal e o uso/cobertura da terra e sua dinâmica, as queimadas, a extração seletiva de madeira e a recuperação1 da vegetação. Historicamente, com o desenvolvimento e contínuo aprimoramento de tecnologias de geoprocessamento e sensoriamento remoto assim como a disponibilidade crescente de dados orbitais, o Brasil tornou-se uma referência no desenvolvimento e uso de sistemas de monitoramento do uso/cobertura da terra, particularmente para florestas. Desde os anos 70, através do estabelecimento e fortalecimento de parcerias estratégicas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem desenvolvido tecnologias e metodologias para monitorar o território brasileiro que auxiliam ações de fiscalização em áreas ameaçadas de desmatamento, assim como ações de prevenção e combate ao fogo. Iniciativas de mapeamento e de monitoramento dos biomas brasileiros vêm sendo realizadas no intuito de dotar o governo de dados confiáveis e verificáveis sobre a cobertura vegetal remanescente. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), realizou importantes mapeamentos do uso da terra baseados em imagens orbitais, posteriormente aperfeiçoados pelo Projeto de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite (PMDBBS). Este projeto foi desenvolvido por meio de acordo de cooperação entre o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e executou uma série de monitoramentos entre os anos de 2008 a 2011 para o Cerrado, a Caatinga, o Pampa, o Pantanal e a Mata Atlântica, utilizando o mapa do PROBIO como referência. O conhecimento sobre a dinâmica do uso e cobertura da terra tem sido elemento chave para o desenvolvimento de políticas de controle e prevenção do desmatamento na Amazônia, responsáveis pela redução de aproximadamente 80% da taxa anual do desmatamento (corte raso) na Amazônia Legal entre 2004 e 2015 (Programa PRODES/INPE)2. As pesquisas e constantes inovações tecnológicas na área de sensoriamento remoto, além de uma maior disponibilidade de dados de diferentes satélites de observação da terra, têm permitido mapear e monitorar a dinâmica do uso/cobertura da terra em escalas local, regional e nacional, sendo 1 Recuperação ou recomposição refere-se à restituição de ecossistema ou de comunidade biológica nativa degradada ou alterada à condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição de referência, englobando restauração ecológica, reabilitação ecológica, condução da regeneração natural, reflorestamento, revegetação e implantação de sistema agroflorestal. 2 http://mma.gov.br/mma-em-numeros/desmatamento Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 9 primordial no entendimento de padrões espaciais relacionados aos processos de expansão, retração, transição, intensificação, conversão e diversificação da produção agropecuária brasileira. Conhecer a dinâmica do uso da terra é importante não só para caracterizar e monitorar a situação dos diversos ecossistemas mas, também, para avaliar os impactos causados pelas diversas atividades humanas sobre a biodiversidade e sua contribuição para as emissões de gases de efeito estufa oriundas principalmente dos desmatamentos, das queimadas e das atividades agrícolas. Os mapeamentos e monitoramentos gerados por esse Programa permitirão acompanhar o desempenho das políticas públicas orientadas ao atingimento da meta de redução das emissões totais de gases de efeito estufa de 37% até 2025, e de 43% até 2030, com relação ao total de emissões do Brasil em 2005, conforme apresentado no Segundo Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa submetido à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Essas reduções percentuais foram submetidas à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, do inglês United Nations Framework Convention on Climate Change) em Paris, em dezembro de 2015, como contribuição do Brasil nos esforços de mitigação global da mudança do clima, sob a denominada Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (do inglês, Intended Nationally Determined Contribution). As informações sobre desmatamento e corte seletivo de madeira, a serem geradas pelo Programa, serão também fundamentais para a implementação da Estratégia Nacional para REDD+ do Brasil (ENREDD+). Além disso, permitirão acompanhar o desempenho das ações e politicas púbicas associadas às Metas Nacionais de Biodiversidade para 2020 (Resolução CONABIO nº 6, de 3 de setembro de 2013 – particularmente as Metas 5 – Perda de Habitats Nativos, 7 – Práticas Agrícolas Sustentáveis e 15 – Recuperação de Ecossistemas), correspondentes nacionais das Metas de Aichi da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). A abrangência desses monitoramentos representa o enorme desafio de mapear um espaço territorial de mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, em que quase 60-70% da superfície está coberta por vegetação natural (Soares-Filho, 20133; Sparovek et al., 20154), sendo grande parte desse percentual passível de conversão legal para outras atividades de uso alternativo do solo, especialmente agropecuárias. Deve-se destacar também a existência de grande parcela de áreas já convertidas que se encontram subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação. 3 Soares-Filho, B. S. Impacto da revisão do Código Florestal: como viabilizar o grande desafio adiante. Brasília: Secretaria de Assuntos Estratégicos. 2013. 4 Sparovek, G., Barretto, A. G. D. O. P., Matsumoto, M., & Berndes, G. Effects of governance on availability of land for agriculture and conservation in Brazil. Environmental Science & Technology, 49(17), 10285-10293. 2015. 10 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Nesse escopo, com a edição da Portaria MMA nº 365, em novembro de 2015, diferentes tipos de monitoramento serão realizados, com periodicidade variável, de modo a permitir o acompanhamento das mudanças ocorridas na cobertura e uso da terra nesses biomas. Esse monitoramento da dinâmica da vegetação natural e do uso/cobertura da terra será ampliado paulatinamente para abranger todo o território nacional. Em uma esfera mais ampla, tais informações subsidiarão as tomadas de decisão em ações para promoção da conservação da biodiversidade brasileira, e, também, para propiciar uma visão estratégica para uma gestão territorial que conjugue os diversos interesses sobre o uso da terra e permita o desenvolvimento do País em bases sustentáveis. Atualmente, para a Amazônia, há cinco sistemas de monitoramento por satélite em operação: PRODES, DETER, DEGRAD/DETEX, TerraClass e Queimadas. Em adição, as estimativas de emissões de gases de efeito estufa para Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF – do inglês Land Use, Land-use Change and Forestry), parte integrante do Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa e da Comunicação Nacional do Brasil junto à UNFCCC, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), são geradas a partir do conhecimento das áreas que, no período entre os inventários, permaneceram na mesma categoria de uso ou foram convertidas para outros usos5. As estimativas de emissões são normalmente calculadas a partir de dados de atividade (áreas), multiplicadas por fatores de emissão (valores default do IPCC ou valores específicos do país). O Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros gerará, a cada dois anos, as matrizes com as áreas utilizadas no cálculo das estimativas de LULUCF no Inventário Nacional. Os dados do desmatamento para a Amazônia Legal continuarão a ser gerados anualmente, como parte do programa PRODES, mantendo a consistência, transparência e acurácia da série temporal. Dados para o bioma Amazônia serão derivados dos dados do PRODES, a partir da eliminação de áreas incluídas na Amazônia Legal mas não pertencentes ao bioma Amazônia, informação esta importante para REDD+. Dados sobre a dinâmica das áreas desmatadas na Amazônia, identificadas pelo PRODES e importantes para subsidiar o desenvolvimento de políticas para combater o desmatamento, serão geradas para os anos 1991, 2000 e 2004, complementando os dados já produzidos pelo TerraClass Amazônia para os anos 2008, 2010 e 2012 (TerraClass 2008, TerraClass 2010 e TerraClass 2012)6. 5 A abordagem adotada na elaboração do inventário gera, para cada bioma brasileiro, matrizes de transição com as áreas estabilizadas ou convertidas para outras categorias de uso (por exemplo, Floresta, Agricultura, Campo/Pastagem, Áreas Urbanas, Áreas Alagadas e Outros), conforme orientação do Good Practice Guidance for Land Use, Land-Use Change and Forestry (http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/gpglulucf/ gpglulucf_contents.html) 6 Dados disponíveis em http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/terraclass2012.php. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 11 Serão desenvolvidos os mapeamentos e monitoramentos de recuperação (ou recomposição) para a Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, que incluirá áreas em regeneração ou de plantio de espécies nativas, lenhosas, perenes ou de ciclos longos. Esses dados serão instrumentais para o monitoramento das áreas em recuperação em nível de propriedade rural e serão um indicador da eficiência na implementação do Código Florestal. O cruzamento dos dados sobre recuperação de vegetação nativa, espacialmente explícitos, com os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), em um Sistema de Informação Geográfica (SIG), gerará dados essenciais para a estimativa da remoção de dióxido de carbono da atmosfera, fundamental na demonstração do atingimento da meta de redução de emissões líquidas proposta pelo Brasil junto à UNFCCC para 2025 e 2030. O monitoramento de extração seletiva de madeira na Amazônia será consolidado, diferenciandose a extração decorrente da implantação de Planos de Manejo Sustentável e aquela oriunda de atividades não autorizadas. Este tipo de mapeamento será realizado somente para o bioma Amazônia. O monitoramento das áreas queimadas será aperfeiçoado para incluir não só a identificação contínua dos focos de queima, utilizando dados de média/baixa resolução espacial, mas também as áreas de queima associadas, calculadas a partir de dados de média resolução espacial (30 metros), com recursos já assegurados para 2018. Os dados gerados pelo Programa possibilitarão, também, identificar áreas de recorrência do fogo, importantes na caracterização de processos de degradação da vegetação nativa. Dados de focos de queima da vegetação continuarão a ser gerados como parte do Sistema Operacional de Detecção de Queimadas do INPE. Para o Cerrado, o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros prevê o desenvolvimento de uma série histórica de desmatamentos, à luz da existente para a Amazônia (PRODES/INPE). Os dados desta série histórica irão subsidiar o desenvolvimento do nível de referência de emissões por desmatamento para o bioma Cerrado, um dos pré-requisitos para que o Brasil possa pleitear pagamentos pela redução de emissões por desmatamento neste bioma, via o instrumento financeiro REDD+, da UNFCCC. Os desmatamentos serão mapeados e monitorados a cada dois anos, até 2012, e anualmente pós-2012. Os dados de desmatamento contribuirão, também, para o controle e a gestão das autorizações de supressão de vegetação natural, principalmente no âmbito estadual. Semelhantemente ao realizado para a Amazônia e já contando com os dados do TerraClass 2013, as áreas desmatadas no bioma Cerrado serão monitoradas para melhor entender a sua dinâmica e assim ter ferramentas disponíveis para apoiar o desenvolvimento de políticas públicas adequadas de combate ao desmatamento naquele bioma. 12 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 1.1. Objetivo O Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros visa, de maneira coordenada com diversos órgãos do Governo Federal que atuam em iniciativas de monitoramento da cobertura e uso da terra por satélite, promover ações conjuntas para harmonizar tanto quanto possível os diversos mapeamentos dos biomas brasileiros, em diversas escalas cartográficas e temporais, conforme as características de cada tema, para produzir e disponibilizar informações oficiais harmonizadas, sistemáticas e atualizadas. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 13 Arquivo MMA - Jefferson Rudy 2. CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA 14 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros A complexidade do Programa é refletida na quantidade de produtos previstos (Figura 1). Considerando-se um total de sete tipos de mapeamentos distintos7, seis biomas e uma longa série histórica até 2020, faz-se necessária a priorização de ações e a organização de cronogramas específicos. Por isso, o Programa está estruturado em três fases, conforme definido na Portaria MMA nº 365/2015: I) Amazônia e Cerrado (2016-2017); II) Mata Atlântica (2016-2017) e III) Caatinga, Pampa e Pantanal (2017-2018). Como parte da primeira fase do Programa, está assegurada a continuidade da série histórica de mais de quatro décadas para a Amazônia, com a quase totalidade dos recursos financeiros necessários para os próximos anos já captada. Algumas iniciativas de mapeamentos de anos anteriores a 2016 para a Amazônia já se encontram em curso e foram consideradas nesse documento base. O Programa de Monitoramento, por incluir um foco sobre uso da terra e sua dinâmica, permitirá conhecer com maior frequência (a cada dois anos) a dinâmica de áreas de campos e cerrados na Amazônia, as quais não compõem os dados do PRODES. O Cerrado será analisado por meio de uma série histórica com mapeamentos bienais retroativos (2000 a 2012) do desmatamento em áreas de Cerrado, que servirá de base para a elaboração do nível de referência de emissões por desmatamento no Cerrado, um dos requisitos mandatórios para o pagamento por resultados de redução de emissões sob REDD+. Ainda em 2016, o Cerrado terá a implementação e a consolidação dos dados anuais do desmatamento a partir do ano base de 2013. Na segunda fase do Programa, a Mata Atlântica terá seu monitoramento implementado a partir de 2016 com os primeiros produtos previstos para serem lançados em 2017. Já na terceira fase, os biomas Caatinga, Pampa e Pantanal terão seus mapeamentos específicos iniciados a partir do ano de 2017. A Figura 1 mostra, para cada bioma, os tipos de mapeamentos e monitoramentos planejados no Programa, com a indicação de sua periodicidade (contínuo, anual ou bienal). 7 Detecção de alterações na cobertura vegetal em tempo continuo; estimativa do desmatamento; detecção de queimadas; estimativa da área queimada; avaliação da cobertura vegetal e do uso da terra; extração seletiva de madeira, e recuperação de vegetação nativa. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 15 Bioma Desmatamento Cobertura e Uso da Terra Fogo Cobertura e uso Recuperação Focos de queima Área queimada Desmatamento Cobertura e uso Recuperação Focos de queima Área queimada Pantanal Desmatamento Cobertura e uso Focos de queima Área queimada Mata Atlântica Desmatamento Cobertura e uso Focos de queima Área queimada Pampa Supressão da vegetação Cobertura e uso Focos de queima Área queimada Caatinga Desmatamento Cobertura e uso Focos de queima Área queimada Amazônia Detecção Desmatamento Cerrado Detecção Extração seletiva Legenda: Frequência do monitoramento Contínuo Recuperação Anual Bienal Figura 1 – Tipos e frequência de mapeamentos por bioma. Os mapeamentos serão planejados e apresentados em planos anuais de execução, a serem elaborados pelas diferentes instâncias previstas para o Programa (vide item 4), devido à especificidade de cada trabalho, ou seja, distintas metodologias, etapas e respectivos responsáveis e prazos. Dessa forma, cada plano anual poderá conter diversos mapeamentos em curso que, por sua vez, contarão com planos de trabalho específicos estabelecidos em acordos de cooperação técnica interinstitucionais. O plano anual deverá informar a situação geral de cada mapeamento e respectivo plano de trabalho, sendo: fase de planejamento, desenvolvimento ou execução. Em complemento ao Quadro Síntese do Programa (Tabela 1), este documento apresenta os cronogramas de execução específicos por tipo de mapeamento até o ano de 2020. Os cronogramas poderão ser atualizados conforme os Planos Anuais, considerando que se trata de uma projeção de médio prazo englobando vários produtos de monitoramento contínuo, anual ou bienal. 2.1. Tipos de monitoramento O Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, por meio da unificação dos diversos mapeamentos, buscará monitorar o desmatamento, através de sua detecção em tempo 16 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros contínuo em todos os biomas e estimativas anuais de desmatamento para a Amazônia e o Cerrado; o uso/cobertura da terra para todos os biomas, a cada dois anos; a recuperação florestal para os biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a cada dois anos; a extração seletiva de madeira para a Amazônia; e queimadas, através do monitoramento contínuo, e estimativa das áreas queimadas para todos os biomas, conforme apresentado na Figura 1. Os monitoramentos contínuos serão realizados com o uso de imagens orbitais de alta/média resolução temporal (1 a 16 dias) ou periódica (anual ou bienal), com imagens de média resolução temporal (15 a 60 dias). A periodicidade definida para os produtos considerou os diferentes propósitos do monitoramento e as características das diferentes regiões biogeográficas. A Tabela 1 apresenta um Quadro Síntese do Programa com a projeção dos produtos previstos por bioma e respectivo ano base do mapeamento, bem como uma legenda sobre recursos já assegurados, previstos ou a captar. Os produtos já existentes também constam do Quadro Síntese, permitindo a identificação do grau de cobertura de cada série histórica. Será necessário definir as chaves de classificação para a vegetação nativa (tipologias) e cronologias para processos de sucessão secundária para a Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, para promover a execução dos mapeamentos de cobertura e recuperação da vegetação. Todos os mapeamentos produzidos serão objeto de validações estatísticas por meio de amostragem e terão associados estimativas de sua acurácia a partir da análise de erros de omissão e inclusão para cada classe na legenda de classificação, bem como estimativas da área para cada classe. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 17 18 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 RV: Recuperação da vegetação (bienal) US: Uso da terra (bienal) FQ: Focos de Queima (tempo real) EX: Extração Seletiva (anual) DS: Desmatamento (anual) AQ: Área queimada (tempo real) Legenda: Tipo de Mapeamento DT: Detecção desmatamento (tempo real) Sem recurso previsto, a captar Previstos Recurso previsto mas não assegurado Em execução Disponibilidade de recursos para os mapeamentos previstos Recurso assegurado FQ AQ DS US FQ AQ Pampa DS US Pantanal Publicado Status dos mapeamentos 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 Caatinga M.Atlântica 1991 Cerrado DT DS US FQ AQ EX RV DT DS US FQ AQ RV DS US FQ AQ RV DS US FQ AQ Amazônia Base Ano Tabela 1 – Projeção geral dos tipos de mapeamentos, por bioma, ano base das imagens e disponibilidade de recursos. 1. Desmatamento O monitoramento anual do desmatamento na Amazônia Legal, através do sistema PRODES, e o monitoramento em tempo contínuo pelo sistema DETER, ambos do INPE, continuarão gerando dados para compor a série histórica do desmatamento e para orientar ações de fiscalização pelo IBAMA e órgãos estaduais. Os dados orbitais a serem utilizados incluem os do satélite sino-brasileiro para recursos terrestres – CBERS (em inglês China-Brazil Earth Resources Satellite), LDCM (Landsat Data Continuity Mission), MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) e Sentinel-2, entre outros. No caso do monitoramento anual do desmatamento, as imagens utilizadas são de média resolução temporal (de 15 a 60 dias) e média-alta resolução espacial (entre 5 e 30 m). O processamento digital das imagens será realizado de forma visual ou semi-automática utilizando os softwares desenvolvidos pelo INPE e disponibilizados publicamente. Já para o monitoramento contínuo, as imagens a serem utilizadas são de alta resolução temporal (de 1 a 16 dias) e média resolução espacial (entre 50 e 250 m). O processamento digital será feito em sistemas de informações geográficas (SIG), para detectar áreas com aparente anomalia de cobertura vegetal em relação aos mapeamentos pretéritos. Relatórios contendo as áreas detectadas, georreferenciadas, serão enviados ao IBAMA, para as ações deste órgão de fiscalização. Estimativas dos desmatamentos para os outros biomas serão geradas anualmente de forma semelhante àquelas geradas para a Amazônia. Para o Cerrado, serão também gerados mapeamentos bienais a partir do ano 2000 até 2012. 2. Cobertura vegetal e uso da terra O monitoramento da cobertura vegetal e uso da terra para todo o território nacional está disponível para os anos 1995-2002 e 2002-2010, como parte dos dados dos II e III Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa. O espaçamento entre esses mapeamentos não permite analisar a dinâmica da cobertura e do uso da terra, razão pela qual esses monitoramentos são propostos no Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros a cada dois anos. Atualmente, somente as áreas desmatadas na Amazônia e no Cerrado têm sido monitoradas, propiciando um melhor entendimento da dinâmica de uso (TerraClass Amazônia e TerraClass Cerrado). Esses dados serão derivados daqueles resultantes do monitoramento do uso da terra e dados do PRODES. Minimamente, o monitoramento da cobertura/uso da terra deverá conter a seguinte legenda: áreas de vegetação nativa, vegetação secundária e áreas submetidas a corte seletivo de madeira, agricultura perene e anual, silvicultura, e pastagem plantada, área urbana e áreas alagadas. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 19 O mapeamento da cobertura da terra implica o desenvolvimento e aplicação de chaves de classificação fisionômicas e estruturais para vegetação nativa, permitindo identificar, em um primeiro estágio, formações florestais, arbustivas e campestres. Para o mapeamento das áreas de recuperação da vegetação nativa nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica será necessário desenvolver e aprimorar métodos para estabelecimento de linhas de base, diferenciação de monoculturas florestais, estabelecimento de cronologia e monitoramento dos processos de sucessão secundária (regeneração natural), enriquecimento e plantio total. Ainda nessa temática prevê-se a expansão e aprimoramento do Sistema de Detecção da Exploração Seletiva de Madeira (DETEX), desenvolvido pelo INPE em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro. O sistema permitirá a identificação da exploração seletiva ilegal de madeira a partir do mapeamento de pátios de estocagem, ramais e estradas utilizados para escoamento da madeira e terá como área de atuação a Amazônia. 3. Fogo Serão realizados aperfeiçoamentos no mapeamento contínuo de focos de calor e de incêndios florestais detectados por satélites, a partir da disponibilidade de imagens orbitais com maior resolução temporal e a inclusão de dados de dois novos satélites, METOP-B e FENGYUN. Dados fornecidos a cada cinco minutos pelo satélite GOES-R serão utilizados para inclusão de novos focos de queima. Esses dados serão utilizados para melhorar a acurácia e a previsão de risco de fogo da vegetação, fornecendo subsídios para ações de monitoramento e fiscalização implementadas por instituições como IBAMA, ICMBio, Defesa Civil, entre outras. Além disso, será lançado e aperfeiçoado o mapeamento contínuo da área queimada para todos os biomas. Esse sistema de monitoramento contínuo para a determinação de áreas queimadas está sendo desenvolvido e validado inicialmente para o Cerrado, para posterior expansão a todos os outros biomas. O mapeamento de cicatrizes da vegetação queimada requer a construção de uma base de referência para avaliação da extensão e validação de métodos de detecção automática. Esses dados serão importantes para determinar a magnitude e o regime de queima da vegetação, 20 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros possibilitando a quantificação de emissões associadas à queima de biomassa bem como para a modelagem dos efeitos das queimadas sobre a vegetação e a biomassa. Serão utilizadas imagens de baixa e média resolução espacial (cerca de 1 km e 20 a 50m, respectivamente), obtidas a partir de satélites como Modis, NOAA, GOES, Landsat 5 e Landsat 8. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 21 Arquivo MMA - Wigold Schaffer 3. ARRANJO INSTITUCIONAL A governança deste Programa se dará por meio das seguintes instâncias: Coordenação Geral, Conselho Consultivo e Comitê de Coordenação Técnica, e, caso necessário, Grupos de Trabalho, conforme apresentado na Figura 2. Uma síntese das funções de cada instância é também apresentada e melhor detalhada na seção 3.1. COORDENAÇÃO GERAL CONSELHO CONSULTIVO Propõe diretrizes gerais, define prioridades; articula instituições e recursos Acompanha trabalho de Comitê de coordenação Técnica, formula recomendações sobre a acurácia dos produtos, aplicações em políticas públicas e adoção de novas tecnologias COMITÊ COORDENAÇÃO TÉCNICA Defini a exedcução dos mapeamentos e monitoramentos, indica metodologia e tecnologias, coordena os planos de implementaçã, promove a validação dos dados, constitui Grupos de Trabalho quando necessário GT 1 GT 2 GT 3 Aprofundam os trabalhos do Comitê de Coordenação Técnica, quando necessário em temas e/ou regiões específicas. Figura 2 – Estrutura de governança do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros. COMPOSIÇÃO: Coordenação Geral: Ministério do Meio Ambiente (Secretaria Executiva) e Secretarias de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ) e de Biodiversidade e Florestas (SBF). Conselho Consultivo: Representantes do Comitê de Coordenação Técnica, MCTI, MAPA, MPOG, IBGE e representações da sociedade civil, e respectivos suplentes Comitê de Coordenação Técnica: MMA-SMCQ e SBF; INPE, EMBRAPA, IBAMA e outras instituições, quando pertinente. Grupos de Trabalho: Constituídos por indicação do Comitê de Coordenação Técnica, com composição definida com apoio do Conselho Consultivo. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 23 3.1. Descrição das funções dos elementos da estrutura de governança Coordenação Geral: cabe à essa instância propor diretrizes gerais para o trabalho, de forma a assegurar que os mapeamentos resultantes do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros sejam consistentes com outras informações submetidas pelo país a outros organismos nacionais e internacionais, a exemplo do Forest Resources Assessment (FRA) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e Convenção sobre Diversidade Biológica. Deve também assegurar que o monitoramento das mudanças do uso da terra, incluindo o desmatamento, gerem dados consistentes ao longo do tempo e tão acurados quanto possível. Esta coordenação é responsável também por garantir a adequada articulação e compatibilidade entre os diferentes mapeamentos gerados em escala subnacional (em nível de bioma) e o mapeamento em escala nacional. Deve definir as prioridades de mapeamentos e estabelecer, sempre que necessário, Acordos de Cooperação e/ou outros instrumentos legais com outras instituições. Finalmente, é responsável por divulgar os produtos finais, inclusive através de seminários anuais ou bianuais para os quais indicará representantes, e promover o uso otimizado dos recursos. A Coordenação Geral deverá assegurar que o foco do Programa, conforme Portaria no 365, seja plenamente atendido. Comitê de Coordenação Técnica: é coordenado pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) e Secretaria de Mudanças Climáticas (SBMC) e constituída pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e por outras instituições, quando necessário. Cabe ao Comitê de Coordenação Técnica definir as metodologias e tecnologias espaciais mais adequadas para os mapeamentos e monitoramentos dos biomas brasileiros, definir a execução dos mesmos e coordenar sua implementação e o processo de validação dos diferentes produtos. Essas metodologias e tecnologias devem atender ao disposto na Portaria no 365 de 27 de novembro de 2015, a saber: mapeamento e monitoramento do desmatamento, incluindo sua taxa; avaliação da cobertura vegetal e do uso da terra; monitoramento de queimadas; e recuperação da vegetação nativa e extração seletiva de madeira. Este Comitê deve seguir as orientações gerais da Coordenação Geral e interagir com os grupos de trabalho e com o Grupo de Trabalho sobre REDD+, instituído a partir da Portaria Interministerial nº 41, de 4 de fevereiro de 2014, de forma a assegurar consistência nos temas comuns. O Comitê poderá promover seminários para apresentação e discussão dos resultados, de forma coordenada com a Coordenação Geral e o Conselho Consultivo. É também da responsabilidade deste Comitê assegurar a disponibilização pública de todos os produtos do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, a serem consolidados em um Sistema Nacional de Monitoramento dos Biomas Brasileiros. 24 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Conselho Consultivo: o Conselho Consultivo será constituído por representantes dos seguintes órgãos federais: Ministério do Meio Ambiente – Comitê de Coordenação Técnica; Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e representantes da sociedade civil. Ao Conselho Consultivo cabe acompanhar o trabalho do Comitê de Coordenação Técnica, formulando recomendações sobre a acurácia dos produtos, aplicações em políticas públicas, incorporação de novas tecnologias e indicando possíveis instituições que desenvolvem trabalhos específicos de mapeamento e/ou monitoramento nos diversos biomas brasileiros. Sempre que necessário, o Conselho Consultivo indicará instituições convidadas para participar de suas reuniões, dependendo da temática a ser discutida. Grupo de Trabalho: Grupos de Trabalho (GTs) serão constituídos por decisão do Comitê de Coordenação Técnica, sempre que necessário, podendo tratar de assuntos associados a biomas ou temas específicos, com objetivos definidos pelo Comitê de Coordenação Técnica. Os GTs terão tempo de duração definido pelo Comitê de Coordenação Técnica. Os GTs, sob a coordenação de uma instituição indicada pela Coordenação Geral do Programa, deverão atender os objetivos para os quais foram constituídos. Uma possível proposta de grupos de trabalhos a ser discutida na primeira reunião do Comitê de Coordenação Técnica pode ser baseada no critério de proximidade biogeográfica ou de especificidade nas metodologias a serem aplicadas aos mapeamentos e na otimização de esforços, como por exemplo, por bioma ou agrupamento de biomas. 3.2. Lógica de implementação dos processos de monitoramento O funcionamento da governança está organizado nas fases de Planejamento, Desenvolvimento, Fluxograma do Programa de Monitoramento dos Biomas Execução, Avaliação e Transparência, conforme fluxograma geral (Figura 3). Programa 2016-2020 PLANEJAMENTO EXECUÇÃO DESENVOLVIMENTO Definição das diretrizes e prioridades de mapeamento/monitoramento; definição das instituições ou grupos responsáveis pelos mapeamento/ monitoramento; apresentação dos cronograma anual de implementação Definição de metodologias e responsáveis para casa etapa de cada tipo de mapeamento; estabelecimento de acordos e planos de trabalho específicos TRANSPARÊNCIA AVALIAÇÃO Definição das diretrizes e prioridades de mapeamento/monitoramento; definição das instituições ou grupos responsáveis pelos mapeamento/ monitoramento; apresentação dos cronograma anual de implementação Validação da classificação; conferência e avaliação dos resultados; ajustes e organização dos produtos conforme critérios estabelecidos pelo Comitê de Coordenação Técnica Realização das etapas (escolha das imagens, classificação, intepretação); pontos de controle e tomada de decisão Figura 3 – Fluxograma para os processos de monitoramento. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 25 Arquivo MMA - Wigold Schaffer 4. RESULTADOS ESPERADOS Os produtos do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros serão de fundamental importância para subsidiar um conjunto de políticas públicas em nível nacional para melhorar a qualidade ambiental e os instrumentos de gestão territorial do país. Incluem-se, nesse conjunto, a Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC (Lei nº 12.187/2009), a lei da Proteção da Vegetação Nativa (Novo Código Florestal – Lei nº 12.651/2012) e a Política Nacional da Biodiversidade (Decreto nº 4.339/2002). O monitoramento da cobertura e uso da terra é um subsídio fundamental para acompanhar a consecução da meta voluntária de redução de emissões estabelecida, por exemplo, no artigo 12 da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que estabeleceu uma redução entre 36,1% a 38,9% das emissões totais projetadas do Brasil até 2020. Para tal, o Decreto nº 7.390/2010, que regulamenta a PNMC, definiu metas de redução da taxa bruta do desmatamento de 80% para a Amazônia Legal e 40% para o bioma Cerrado. O monitoramento contínuo do desmatamento bruto nesses biomas é, portanto, fundamental na demonstração da consecução dessas metas no prazo anunciado. No caso da Amazônia Legal, que já conta com uma série histórica das taxas do desmatamento desde 1988, desenvolvidas pelo INPE, esses dados foram instrumentais para orientar as ações do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e permitir que o Brasil implementasse políticas, medidas e ações consideradas responsáveis pela redução de aproximadamente 80% do desmatamento relativo à taxa média do desmatamento em todos os anos do período de 1996 a 2005. Em consequência desta trajetória de redução, o Brasil captou mais de R$ 2 bilhões de recursos nacionais e internacionais, via Fundo Amazônia. Adicionalmente, espera-se que a análise integrada da base de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com as informações periódicas sobre o uso da terra produzidas no escopo do Programa de Monitoramento permita, entre outros, aprimorar iniciativas ligadas à sustentabilidade da produção agropecuária, incentivando ações para a conservação da biodiversidade em áreas prioritárias. A disponibilidade de dados sobre a área desmatada em cada bioma e as informações sobre a cobertura e uso da terra em cada um dos imóveis rurais, contribuirá para o controle e a gestão das autorizações de supressão de vegetação, relevantes para se atingir o desmatamento ilegal zero até 2030, compromisso brasileiro junto à Convenção do Clima. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 27 Espera-se, portanto, que o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros fomente a coordenação entre as instituições e o desenvolvimento de procedimentos para fornecer dados equivalentes aos produzidos para a Amazônia Legal, também para o restante dos biomas brasileiros. A Tabela 2 informa o ano em que estão previstas as entregas dos primeiros produtos dos diversos tipos de monitoramento a serem desenvolvidos por uma rede de instituições, para cada um dos biomas. Os dados sobre conversão e degradação de habitats, bem como de recuperação de vegetação nativa, possibilitarão uma melhoria na gestão de políticas públicas de conservação de biodiversidade como por exemplo controle de desmatamento e degradação, espécies ameaçadas, áreas protegidas, restauração de ecossistemas, áreas prioritárias para conservação (planejamento sistemático de conservação), exploração florestal sustentável. 28 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 29 Amazônia Cerrado Mata Atlântica Pantanal Pampa Caatinga I II III III III Bioma I Fase 2018 2018 2018 2017 2016 Implementado Monitoramento anual do desmatamento - - - - 2018 Implementado Monitoramento contínuo do desmatamento 2019 2019 2019 2018 Implementado Implementado Cobertura e uso da terra - - - - - 2017 Extração seletiva de madeira - - - 2019 2017 2018 Recuperação Tabela 2 – Ano de previsão da primeira entrega de produto, por tipo de mapeamento. 2016 2016 2016 2016 2016 2016 Focos de queima 2017 2018 2017 2018 2016 2018 Área queimada (res. 30m) Arquivo MMA - Jefferson Rudy 5. MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS Conforme mencionado, os recursos financeiros para a elaboração dos produtos do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros estão em parte assegurados, em negociação ou a captar. As principais fontes são o Orçamento Geral da União, via ações orçamentárias de cada uma das instituições participantes, recursos financiados por projetos de cooperação internacional e por projetos apresentados a fundos, como o Fundo Amazônia, o Fundo Clima e o Climate Investment Fund (CIF). O montante de recursos necessário para realizar os monitoramentos varia em função de diversos fatores como a complexidade do mapeamento, as instituições executoras, os recursos técnicos e humanos disponíveis, a extensão e o prazo de execução. O MMA tem trabalhado no sentido de disponibilizar e direcionar fontes orçamentárias, bem como captar recursos de projetos para complementar as atividades de monitoramento. Entre os recursos assegurados estão os que vêm financiando os mapeamentos de uso da terra da Amazônia (até o ano base 2016) - com recursos do Fundo Amazônia e do Banco Mundial; os mapeamentos de detecção de desmatamento da Amazônia (DETER) até ano base 2019; e os mapeamentos de focos de queima em todos os biomas, até o ano de 2019, todos executados pelo INPE, os quais serão realizados com recursos orçamentários (previstos no Plano Plurianual PPA) e de projeto com o Fundo Amazônia. Há também recursos assegurados para o mapeamento de extração seletiva de madeira na Amazônia, ano base 2015, com recursos orçamentários. Além dos arranjos citados anteriormente, também estão em diferentes fases de negociação ou implementação recursos das seguintes fontes: ABC-INPE, Programa de Investimento Florestal – FIP/BM, GEF6-MCTI, GEF Paisagens, DEFRA, GIZ e KFW (Tabela 3). Esses recursos representam componentes e/ou atividades de projetos de cooperação internacional coordenados pelo MMA ou MCTI, os quais possuem objetivos total ou parcialmente vinculados à ampliação da capacidade de monitoramento dos biomas brasileiros. A análise conjunta das tabelas (Tabela 3, Tabela 4, Tabela 5, Tabela 6, Tabela 7, Tabela 8, Tabela 9 e Tabela 10) sobre fonte de recursos e cronogramas indica claramente a necessidade de esforços adicionais de arrecadação de recursos para cobrir as lacunas existentes. Todos esses projetos, em diferentes estágios de negociação, deverão aproximar-se da cifra de R$ 100 milhões e sua execução deverá envolver INPE, EMBRAPA e outras organizações participantes dos grupos de trabalho (vide Figura 2). As implicações desse volume de trabalho, bem como dos recursos financeiros executados e da capacidade operacional das instituições envolvidas deve ser um dos primeiros pontos a serem avaliados e dimensionados detalhadamente pelas diferentes instâncias da estrutura de governança do programa (vide Figura 2). Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 31 32 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Assegurado DEFRA (Programa Cerrado) GEF 6 /MCTI Pantanal Fundo Amazônia/BNDES GEF 6 /MCTI Pampa Todos GEF 6 /MCTI Mata Atlântica Negociação Negociação Negociação Negociação Assegurado Assegurado Assegurado FIP KfW (Projeto CerradoJalapão, componente financeiro) GIZ (Projeto CerradoJalapão, componente técnico) Negociação ABC/INPE Cerrado Negociação GEF 6 /MCTI Caatinga Negociação Status GEF Paisagens Fonte de recursos Amazônia Bioma Desmatamento Desmatamento Área queimada Uso da terra Desmatamento INPE MCTI INPE INPE INPE INPE/Embrapa INPE INPE/Embrapa MCTI Uso da terra INPE INPE MCTI INPE/Embrapa INPE INPE INPE INPE INPE INPE/Embrapa INPE INPE INPE INPE INPE/Embrapa INPE Instituição beneficiária direta Desmatamento Recuperação Uso da terra MMA MMA Área queimada Área queimada MMA MMA Recuperação Desmatamento MMA MMA Uso da terra Desmatamento MCTI MCTI MCTI MMA Instituição coordenadora Desmatamento Recuperação Desmatamento Área queimada Uso da terra Recuperação Tipo de mapeamento 2016 2019 2017 2018 2019 2018 2019 2017 2017 Em execução desde 2013 2016 2015/2016 2016 2016 2016 2016 2018 2019 2017 2018 2017 Disponibilização do recurso Tabela 3 - Fontes de recursos extra orçamentários já disponibilizados ou em negociação para o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 33 PPA PPA 2018 2019 KfW DEFRA DEFRA FIP FIP FIP FIP 2012 2013 (revisão) 2015 2016 2017 2018 2019 2020 X Desenvolvimento/execução X X X PF X 1ºT X X X PF 2ºT PP Produto intermediário X X X X X X X X X X X X X X PF 2ºT X X X X X X X X X X X PF PF PF PF PF PF PP PF X X 3ºT 4º T 1ºT 2017 Sem recurso PF PF PP PF Produto final X PF X X 3ºT 4º T 1ºT 2016 Recurso previsto, mas não assegurado F. Amazônia 2018 2019 F. Amazônia 2017 Pantanal 2020 KfW 2006 DEFRA KfW 2004 2010 KfW 2002 2008 GIZ KfW 2000 Cerrado Recurso assegurado LEGENDA: PPA 2017 PPA PPA 2016 2020 PPA Fonte Financiamento 2015 Amazônia Mapeamento anual DESMATAMENTO Ano base X PF X X PF X X X PP 2ºT 3º T 4ºT 2018 ANOS PF PF X 1ºT X PF 2ºT X X X X X PP PF X X 3ºT 4º T 1ºT 2019 Tabela 4 – Cronograma previsto de execução do monitoramento anual de desmatamentos dos biomas brasileiros. PF PF 2ºT X X X 3ºT 2020 X X PP 4ºT 34 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros F. Amazônia F. Amazônia 2017 2018 X Desenvolvimento/execução Recurso assegurado LEGENDA: 2020 2019 1ºT 3ºT 2016 2ºT X 4º T X PP Produto intermediário X X X X 4º T Sem recurso X X X PF 3ºT 2017 2ºT PF Produto final 1ºT Recurso previsto, mas não assegurado F. Amazônia F. Amazônia 2017 2018 Caatinga 2020 2019 F. Amazônia F. Amazônia 2017 2018 Pampa 2020 2019 F. Amazônia Fonte de financiamento 2016 Mata Atlântica Mapeamento anual DESMATAMENTO Ano base (CONT. TABELA 4) X PF X 1ºT PF PF 2ºT X X X 3º T 2018 ANO X X X 4ºT X PF X 1ºT PF PF 2ºT X X X 3ºT 2019 X X X 4º T X PF X 1ºT PF PF 2ºT X X X 3ºT 2020 X X X 4ºT Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 35 F. Amazônia 2004 2014 F. Amazônia 2018 X PF 1ºT X 2ºT PF X 3ºT 2016 X 4º T X Desenvolvimento/execução X X 1ºT PP Produto intermediário Recurso previsto, mas não assegurado GEF/MCTI Recurso assegurado LEGENDA: GEF/MCTI 2020 GEF/MCTI 2018 Caatinga 2020 2018 GEF/MCTI GEF/MCTI Pampa GEF/MCTI 2020 GEF/MCTI 2018 Pantanal 2020 GEF/MCTI GEF/MCTI 2016 2018 M.Atlântica 2020 F. Amazônia 2016 Cerrado 2020 2018 2016 F. Amazônia Banco Mundial 2000 F. Amazônia 1991 Amazônia Mapeamento bienal COBERTURA E USO DA Fonte de TERRA Financiamento Ano base X X X PF X 3ºT X X X X 4º T Sem recurso X X X X 2ºT 2017 PF X X X 1ºT PF X PF 2ºT PF 3º T 2018 ANO X X X X X 4º T X X X X X 1ºT X X X X X 2ºT X PF PF X X X 3ºT 2019 PF PF PF X 4º T X 1ºT X 2ºT PF 3ºT 2020 Tabela 5 – Cronograma previsto de execução do monitoramento bienal da cobertura e uso da terra dos biomas brasileiros. X X X X X 4T 36 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros PPA PPA PPA 2017 2018 2019 1ºT 2ºT 3ºT 2016 4º T X Desenvolvimento/execução PF Produto final Recurso previsto, mas não assegurado PPA Recurso assegurado LEGENDA: PPA 2016 Fonte de financiamento 2015 Amazônia Mapeamento anual EXTRAÇÃO SELETIVA Ano base X 1ºT X PF 3ºT PF 4º T Sem recurso X X 2ºT 2017 1ºT X 2ºT X 3º T 2018 ANO PF 4ºT 1ºT X 2ºT X 3ºT 2019 PF 4º T 1ºT Tabela 6 – Cronograma previsto de execução do mapeamento anual de extração seletiva de madeira na Amazônia. X 2ºT X 3ºT 2020 PF 4ºT Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 37 GEF Paisagens GEF Paisagens Detecção de mudanças e cronologia das florestas secundárias (derivado TerraClass 2016) Detecção de mudanças e cronologia das florestas secundárias (derivado TerraClass 2018) 2ºT X Desenvolvimento/execução Recurso assegurado 1ºT 3ºT 2016 4º T X X X 1ºT PF Produto final Recurso previsto, mas não assegurado GEF/MCTI 2018 LEGENDA: GEF/MCTI 2016 Mata Atlântica ABC/INPE ABC/INPE 2016 2018 DEFRA 2014 Cerrado GEF Paisagens Fonte de financiamento Cronologia das florestas secundárias (derivado TerraClass 2014) Amazônia Mapeamento bienal RECUPERAÇÃO Ano base X X X 2ºT X X X 4ºT Sem recurso X X X 3ºT 2017 X X X 1ºT X X X 2ºT X PF PF 3º T 2018 ANO X X X 4ºT X X X 1ºT X PF PF 2ºT PF 3ºT 2019 4ºT X X 1ºT X X 2ºT PF PF 3ºT 2020 X 4ºT Tabela 7 – Cronograma previsto de execução do mapeamento bienal da recuperação de vegetação nativa na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. 38 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros PPA PPA PPA 2017 2018 2019 FIP 2019 2ºT 3ºT 2016 4º T X 1ºT X X 4º T Sem recurso X 3ºT 2017 2ºT L Lançamento do dado Recurso previsto, mas não assegurado 1ºT X Desenvolvimento/execução Recurso assegurado LEGENDA: 2020 FIP 2018 Cerrado 2020 PPA Fonte de financiamento 2016 Amazônia Mapeamento contínuo DESMATAMENTO Ano base L 1ºT 2ºT 3º T 2018 ANO 4ºT 1ºT 2ºT 3ºT 2019 4º T 1ºT 3ºT 2020 2ºT Tabela 8 – Cronograma previsto de execução do mapeamento contínuo de desmatamentos na Amazônia e no Cerrado. 4ºT Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 39 PPA Aumento na disponibilidade de imagens (novo satélite NPP-2) X Desenvolvimento/execução Recurso assegurado 1ºT 2ºT L 3ºT 2016 4º T 1ºT L Lançamento do dado Recurso previsto, mas não assegurado PPA Inclusão de focos de calor com dados do novo satélite GOES-R (imagens a cada 5 min) LEGENDA: PPA Fonte de financiamento Aumento da resolução temporal com inclusão de dois novos satélites (METOP-B; FENGYUN) Brasil Mapeamento contínuo FOCOS DE QUEIMA L 3ºT Sem recurso 2ºT 2017 4º T 1ºT 2ºT 3º T 2018 ANO 4ºT 1ºT 2ºT L 3ºT 2019 4º T 1ºT Tabela 9 – Cronograma previsto de execução de novos mapeamentos contínuos de focos de queima no Brasil. 2ºT 3ºT 2020 4T 40 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 1ºT L 2ºT L 3ºT 2016 4º T 1ºT X Desenvolvimento/execução L Lançamento do dado Recurso previsto, mas não assegurado F. Amazônia KfW KfW Fonte de financiamento Recurso assegurado LEGENDA: Pampa Mata Atlântica Amazônia Pantanal Caatinga Cerrado Mapeamento diário em média resolução (30m) Brasil Mapeamento diário em baixa resolução (1 km) Mapeamento contínuo ÁREA QUEIMADA L 2ºT L 4º T Sem recurso 3ºT 2017 L 1ºT L 2ºT L 3º T 2018 ANOS 4ºT 1ºT 2ºT 3ºT 2019 Tabela 10 – Cronograma previsto de execução do mapeamento de área queimada no Brasil. 4º T 1ºT 2ºT 3ºT 2020 4T ANEXO 1 PORTARIA Nº- 365, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2015 Institui o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros. A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas atribuições previstas no art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição Federal, e tendo em vista o disposto no Decreto nº 6.101, de 26 de abril de 2007, resolve: Art. 1º Instituir o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros com objetivo de mapear e monitorar a vegetação, com foco em: I - mapeamento e monitoramento do desmatamento, incluindo sua taxa; II - avaliação da cobertura vegetal e do uso das terras; III - monitoramento de queimadas; e IV - restauração da vegetação e extração seletiva. Parágrafo único. A abrangência do Programa envolverá os biomas da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, com uso de tecnologias de satélite para detecção online. Art. 2º O mapeamento e monitoramento será realizado em tempo real e periódico, com diferentes resoluções espaciais, segundo as características do tema e do bioma analisados. Parágrafo único. O Programa terá caráter permanente e sua estruturação se dará em três fases: I - Amazônia e Cerrado: consolidação dos monitoramentos para a Amazônia, implementação e consolidação para o Cerrado. Período 2016 - 2017; II - Mata Atlântica: implementação e consolidação dos monitoramentos. Período 2016 2017; e III - Caatinga, Pampa e Pantanal: implementação e consolidação dos monitoramentos. Período 2017 - 2018. Art. 3º A Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente exercerá a coordenação do Programa. Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros 41 Art. 4º A coordenação técnica e científica do Programa caberá ao Comitê de Coordenação Técnica, composto por integrantes da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental e Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, com o apoio das instituições vinculadas, quando necessário. Art. 5º O Programa será desenvolvido por meio de parcerias com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por intermédio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por intermédio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, além de outras instituições, quando necessário. Art. 6º O Programa deverá contar com recursos financeiros do Orçamento Geral da União, bem como buscar apoio da cooperação internacional e de Fundos estabelecidos, como o Fundo Amazônia e o Fundo Clima. Art. 7º O Comitê de Coordenação Técnica terá o prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação desta Portaria, para apresentar a Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, podendo ser prorrogado por igual período. Art. 8º O Comitê de Coordenação Técnica terá o prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da publicação desta Portaria, para apresentar uma proposta de criação do Centro Nacional de Monitoramento Ambiental e Geoprocessamento a ser criado no IBAMA. Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. IZABELLA TEIXEIRA 42 Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros Ministério do Meio Ambiente