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Comunidade Cristã Jesus Para o Mundo ‐ Escola Bíblica Dominical Profª: Marcela Fogagnoli ‐ Os Frutos do Espírito Santo Aula 7: Amor “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.” Gálatas 5:22‐23 Os 4 tipos de amor •
O grego Koiné (grego popular) em que Paulo escreveu tinha quatro palavras diferentes para amor: ágape, philos, eros e storge. Dessas, apenas ágape e philia são usadas com mais frequência no Novo Testamento. • Storge é o amor relacionado à família: “Amai‐vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo‐vos em honra uns aos outros.” (Rm 12.10). O desaparecimento desse amor é mencionado em Rm 1.31 (“insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia”) e em 2 Tm 3.3 “sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons”). • A relação familiar é algo extremamente complexa e dinâmica. Assim, o amor se constitui em uma escolha diária: escolher amar o outro apesar das diferenças e do desgaste que muitas vezes a relação apresenta com o tempo. • Eros é o amor egoísta, condicional, humano, carnal, voltado para o sexo. Daí a nossa palavra erótico. • Esse tipo de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é, basicamente, atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal. O eros apresenta‐se como amor pelo outro mas é amor por si próprio. • Sua melhor declaração é “Eu amo você porque você me faz feliz”. Ou “Eu me sinto fortemente atraído por sua amabilidade (você me amará), por seu temperamento alegre (você me diverte), por sua beleza e sensualidade (você me dará prazer), por seu talento (eu me orgulho de você)!” Porém, quando uma ou mais destas características desaparecem, o amor morre. Esse tipo de amor só quer receber. O pouco que ele dá, é com o intuito de receber algo em troca. • Eros está representado no livro de Cantares (onde Salomão deleitava‐se com a beleza de sua amada) e em Provérbios 7:18, onde uma prostituta faz o seguinte apelo: “Vem, embriaguemo‐nos com as delícias do amor, até pela manhã”. • Philos é o amor onde existe uma troca mútua, um compartilhar. Em geral, baseia‐se numa apreciação recíproca que pode ser destruída se um ou outro não for recíproco. • Relaciona‐se com a alma mais do que com o corpo. Lida com a personalidade humana – intelecto, emoções e vontade. Envolve compartilhamento mútuo. Em português, a palavra mais próxima é amizade. Neste nível, o amor é menos egoísta, mas ainda contempla o prazer, a realização e os interesses pessoais (2 Timóteo 3:4, 1 João 4:21). • Se um dos dois deixa de fazer a sua parte, ou se ocorrem circunstâncias adversas, a amizade sofre. Philos não aguenta muita pressão, e a amizade pode virar inimizade. • Ágape é o amor incondicional, que não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não corresponde, como na parábola do bom samaritano (Lucas 10:29‐37). Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do outro, a qualquer preço. Dá sem esperar nada em troca. • A conversa entre Jesus e Pedro em João 21:15‐17 é um bom exemplo da diferença entre philos e ágape. Em português, pode parecer que Jesus estivesse Se repetindo para enfatizar, duvidando da sinceridade de Pedro ou dando a Pedro a oportunidade de afirmar por três vezes o que antes ele havia negado três vezes. Embora possa haver alguma validade nessas interpretações, é importante saber que, nas primeiras duas vezes em que Jesus perguntou a Pedro se O amava, Ele usou a palavra ágape, e Pedro respondeu com a palavra phileo, indicando que sua devoção não era tudo o que devia ser. Na terceira vez, Jesus usou intencionalmente a mesma palavra que Pedro usou: phileo, indicando que havia notado a dedicação incompleta de Pedro. • O amor ágape é um fruto do Espírito Santo. O amor sustenta •
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Em grego, amor é “ágape”, termo que também pode significar “afeição”, “benevolência” ou “caridade”. “Ágape” deriva‐se de “airo”, que significa “levantar”, “suspender” ou “sustentar”. •
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“Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão (arousin) nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Mateus 4.6). O amor está relacionado ao sustento. Deus nos ama porque sustenta nossas vidas, provendo tudo o que é necessário para nossa sobrevivência. O próprio Espírito Santo nos sustenta, pois intercede por nós (Rm 8.26). Da mesma forma, não podemos dizer que amamos nosso irmão se não o sustentamos em sua fraqueza. O próprio Cristo nos deu esse alerta. Aquele que não sustenta seu irmão em sua fome, sede, desabrigo, nudez, enfermidade ou cadeia terá a infelicidade de escutar de Cristo: “Apartai‐vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25.41). Compreender o amor é condição fundamental para se conhecer a Deus e dEle obter a vida eterna, pois quem não ama (ou seja, quem não sustenta o seu próximo e é sustentado por Deus) não conhece a Deus, porque Deus é amor (1 João 4.8). É também esse tipo de amor verdadeiro que nos leva a tomarmos a nossa própria cruz, entregando nossas vidas em benefício do próximo. Todos os cristãos são convidados, pelo próprio Cristo, a negarem‐se a si mesmos e tomarem a própria cruz (Mateus 16.24). O verbo usado em Mateus 27.32 quando diz que Simão, o cireneu, foi obrigado a “carregar” a cruz é “are”, flexão de “airo”. Todavia, somente poderemos ser tirados (airo) da escravidão da morte e do pecado se conhecermos e praticarmos o verdadeiro amor (ágape), que é sustentar (airo) o próximo, ou seja, dar a vida pelos nossos amigos (João 15.13). O amor lança fora os obstáculos •
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O termo “airo” também pode trazer a ideia de “lançar” ou “remover”, como em Mateus 21.21: “Jesus, porém, lhes respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: Ergue‐te e lança‐te (artheti) no mar, tal sucederá”. O verdadeiro amor lança fora todo medo, todo obstáculo e todo empecilho (1 João 4.18), pois foi através do amor pela humanidade (João 3.16) que Cristo foi capaz de destruir as obras do diabo (1 João 3.8). O amor nos conduz •
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O termo “airo” também pode significar “zarpar”, ou seja, “levantar a âncora”, como em Atos 27.13: “Soprando brandamente o vento sul, e pensando eles ter alcançado o que desejavam, levantaram (arantes) âncora e foram costeando mais de perto a ilha de Creta”. Da mesma forma, quando nascemos de novo em Deus e temos contato com seu verdadeiro amor (1 João 4.7), iniciamos uma viagem, zarpando da terra do pecado em direção à Nova Jerusalém. Nesta viagem, quem conduz o barco é o Espírito Santo (João 3.8). Aquele que é nascido do Espírito entende o que é o amor, e inicia uma jornada com Cristo para trazer a este mundo o Reino de Deus, cujo fundamento é o amor. O amor é um anseio ardente •
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Se em grego amor é “ágape”, temos em hebraico o termo “agab”, que significa “amar” no sentido de “respirar por” ou “desejar”, “estar inflamado”. Em hebraico, este amor significa ansiar ardentemente por fazer a vontade de Deus, assim como Paulo que, mesmo diante do perigo de morte anunciado pelo profeta Ágabo, não recuou, mas disse: “Que fazeis chorando e quebrantando‐me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (Atos 21.13). Paulo estava pronto para entregar a vida em favor da causa do Evangelho e em resposta a seu compromisso com Cristo (1 Coríntios 9.16). Paulo, que era nascido de Deus, conhecia o verdadeiro amor. Por isso, abriu mão de seus sonhos para fazer a vontade de Deus e entregar sua vida pela humanidade. O amor é doador •
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Em hebraico, porém, a palavra que é mais usada para se referir ao amor é “’ahav”, que está diretamente relacionada com “‘ohad”, que significa “estar unido”. Aquele que realmente está unido a Cristo faz as obras que ele fez, que foram todas motivadas por um impressionante amor pela humanidade. •
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O amor não é um sentimento, é uma ação. O termo “yahav” (que significa “dar”), outra variação de ‘ahav, nos mostra como o amor é um ato de doação. Foi por isso que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Além disso, o termo derivado “yehav” significa “porção” ou “fardo”. Assim, entendemos o motivo pelo qual, em hebraico, os termos “amor”, “fardo”, “jugo”, “dar” e “sofrimento” estão todos relacionados. Amar é tomar sobre si um fardo que era destinado ao próximo, é dar a vida pelos amigos. Amar é, em suma, conhecer a Deus, estar unido a Ele e fazer Sua vontade. A suprema excelência do amor •
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Na época de Paulo, os gregos apreciavam muito a eloquência de uma pessoa. Eles amavam a filosofia e ouviam tudo, principalmente se fossem presenteados com palavras bonitas. Paulo aproveitou isso para ensinar sobre o amor fruto do Espírito Santo (ágape), construindo seu lindo discurso presente em 1 Co 13. “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.” (1 Coríntios 13:1‐3) Paulo afirma que o amor é mais importante do que os dons, o conhecimento e os atos de bondade, pois os coríntios eram muito cultos e “bondosos”, porém, não possuíam o verdadeiro amor. As qualidades do amor (1 Co 13:4‐7): ƒ O amor é paciente [makrothumia]: “A ninguém torneis mal por mal; (...) quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” (Rm 12:7‐8) ƒ O amor é bondoso [chresteuomai]: significa mostrar‐se útil, voluntariar‐se para ajudar. ƒ Não inveja [zeloo]: não tem ciúmes. ƒ Não se vangloria: “Quem se gloriar, glorie‐se no Senhor” (1 Coríntios 1:31). ƒ Não se orgulha: “Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes” (Provérbios 11:2). ƒ Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor: características dos tipos de amor eros e philos. ƒ O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” (Rm 1:18) ƒ Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A duração do amor: “O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.” (1 Coríntios 13:8‐10) O amor é eterno porque é nascido do coração de Deus, pois Deus é amor. Mesmo os dons desaparecerão porque não são eternos. O amor permanecerá agora e na eternidade com Deus. Vivendo nessa dimensão deixamos de ser crianças na fé e passamos a ser maduros em Cristo. “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” (1 Coríntios 13:12‐13) Baseado nos estudos feitos por Daniel Lopez, Leandro Teixeira e Beth Moore 

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