centro estadual de educação básica para jovens
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centro estadual de educação básica para jovens
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Pinhão 2009 INDICE FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 06 CURSOS AUTORIZADOS RECONHECIDOS 07 1. FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 08 1.1 HISTÓRICO 09 1.2 PERFIL DO EDUCANDO 10 1.3 CARACTERIZAÇÃO DOS CURSOS 12 1.4 NÍVEL DE ENSINO 13 1.4.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I 13 1.4.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II 13 1.4.3 ENSINO MÉDIO 13 1.5 EDUCAÇÃO ESPECIAL 13 1.6 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS 14 1.7 FREQÜÊNCIA 14 1.8 EXAMES SUPLETIVOS 14 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 1.9 CONSELHO ESCOLAR 14 1.10 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO 15 1.11 BIBLIOTECA ESCOLAR 15 1.12 LABORATÓRIO 15 1.13 RECURSOS TECNOLÓGICOS 15 2. FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS 17 3. INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS 20 4. MATRIZ CURRICULAR 21 4.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I 21 4.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II 22 4.3 ENSINO MÉDIO 23 5. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS RESPECTIVOS 24 5.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I 24 5.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO 32 6. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO 106 6.1. CONCEPÇÃO TEÓRICA DA AVALIAÇÃO 106 6.2 PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS 107 6.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS 108 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS 109 6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO 109 7. REGIME ESCOLAR 110 7.1 ORGANIZAÇÃO 110 7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO 110 7.2.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASEI 110 7.2.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASEII E ENSINO MÉDIO 110 7.3 MATRÍCULA 111 7.4 MATERIAL DIDÁTICO 112 7.5 AVALIAÇÃO 112 7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS 113 7.7 APROVEITAMENTO RECLASSIFICAÇÃO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO e 113 7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO 114 8. CONDIÇÕES MATERIAIS E RECURSOS TECNOLÓGICOS 115 8.1 RELAÇÃO DE RECURSOS FÍSICOS 115 8.2 RELAÇÃO DE ACERVO BIBLIOGRÁFICO 117 8.3 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO 129 8.4 RELAÇÃO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS E TECNOLÓGICOS 130 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 9. RECURSOS HUMANOS E RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE E TÉCNICO-ADMINISTRATIVO 132 9.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS 132 9.1.1 DIREÇÃO 132 9.1.2 PROFESSOR PEDAGOGO 133 9.1.3 COORDENAÇÕES 134 9.1.4 DOCENTES 136 9.1.5 SECRETARIA E APOIO ADMINISTRATIVO 137 9.2 RELAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS 139 9.3 CÓPIA DA DOCUMENTAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS 140 10. PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO 141 11. BIBLIOGRAFIA 143 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO IDENTIFICAÇÃO Identificação da instituição Formulário 01 1 – Denominação da instituição Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Pinhão Ensino Fundamental e Médio 2 – Endereço completo Rua XV de Novembro, s/nº 3 – Bairro/Distrito 4 – Município Nossa Senhora Pinhão Aparecida 5 – NRE Guarapuava 6 – CEP 86170-000 7 –Caixa 8 – DDD Postal 042 9 – Telefone 3677 2161 10 – Fax 11 – E-mail eja_pinhã[email protected] 12 – Site 13 – Entidade mantenedora Governo do Estado do Paraná 15 – Local e data 14 – CNPJ/MF 76.416.965/000121 16 – Assinatura Local, 26 de janeiro de 2009 Direção CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS Cursos autorizados / reconhecidos Formulário 02 1 – Cursos autorizados Cursos autorizados Ensino Fundamental Número das autorizações 3145/91 18/09/1991 Ensino Médio 384/97 2 – Cursos reconhecidos Cursos reconhecidos Número dos reconhecimentos Ensino Fundamental Ensino Médio Res. 863/98 20/03/98 Res. 4.813/99 15/12/99 3 – Observações CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 1 - FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO As práticas culturais, políticas, econômicas e estéticas vêm sofrendo mudanças rápidas e radicais, que exigem da humanidade um repensar de valores, princípios e métodos. Nesse contexto, a educação toma uma posição de destaque às exigências que a sociedade contemporânea vem apresentando. Por fatores históricos e culturais, parte da população pinhãoense ficou alheia às transformações sociais, relegando a educação a segundo plano, priorizando o trabalho e conservando hábitos ainda rudimentares de vida, diante do avanço científico e tecnológico dos centros urbanos. Com o passar do tempo, essa mesma população foi levada a enfrentar os novos desafios que a sociedade impõe, sentindo então a necessidade de buscar os conhecimentos através da educação para poder acompanhar a evolução e o progresso do município e ter acesso a novas informações que foram surgindo, para ao mesmo tempo, obtê-las, articulá-las e organizá-las. Diante dessa conjuntura, surge a oportunidade de escolarização desse contingente de pessoas adultas que busca na escola a aprendizagem essencial de sua formação para atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade que vive e na qual espera ver atendidas suas necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas. Para atender essas demandas que a sociedade atual apresenta, é que a atuação do Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos de Pinhão se CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO consolida, para que os alunos possam adquirir mais informações e conhecimentos, construir generalizações e conceitos mais abrangentes ao longo de suas experiências e conhecimentos prévios, vivências e saberes acumulados. E a escola torna-se a instituição privilegiada, que possibilita novas formas de construção do conhecimento, promove a integração, estabelece novas relações com a cultura, e aquisição de novos conhecimentos, conceitos e valores. O objetivo primordial do Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos de Pinhão é de compreender o aluno como ser integrante de uma cultura, valorizar suas formas próprias de pensar e agir, sem desconsiderar as relações entre as diferentes culturais presentes na escola, por ser esta a modalidade de ensino que abrange grande diversidade, multiplicidade sob todos os aspectos, diferencial este, que possibilita visões mais críticas e abrangentes de mundo, que imprimem uma nova ordem ao tempo e espaço que vivemos. A Educação de Jovens e Adultos torna-se, através da instituição escola, um espaço privilegiado de socialização de conhecimentos, valores e atitudes, oferecendo assim a possibilidade do aluno fazer uma tradução mais crítica das vivências que traz, no aprimoramento de suas capacidades e ampliação de participação na sociedade em que vive e atua. 1.1 HISTÓRICO No município de Pinhão, sempre foi grande o número de pessoas sem escolarização. Para tentar reverter este quadro foi criado em 1989, numa iniciativa da Secretaria Educação Municipal de Pinhão, o Posto Avançado do CES, sob a orientação e assessoria do Centro de Estudos Supletivos de Guarapuava. Em 1990 ficou instituído como NAES (Núcleo Avançado de Estudos Supletivos), ainda um Núcleo de Guarapuava. Em 1996 torna-se CES (Centro de Estudos Supletivos), tendo administração própria. No ano de 1998 a nomenclatura passa a ser CEAD (Centro de Educação Aberta, Continuada, à Distância) e em 2000, tornou-se CEEBJA (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos). Essa modalidade de ensino em Pinhão tem características que lhe são peculiares e possui versatilidade que permite o emprego de tecnologias e orientações de aprendizagem que respeitam as individualidades dos alunos, em especial às populações que residem no interior do município. O trabalho no Centro de Educação para Jovens e Adultos de Pinhão até o ano de 2006, fundamentou-se no auto-estudo, no estudo independente e orientado nas necessidades e possibilidades, no ritmo próprio, em currículos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO alternativos, permitindo o acesso irrestrito a jovens e adultos que carecem da escola aberta para concluírem seus estudos, favorecendo a utilização dos elementos da realidade. Nesse sentido, muitos projetos educativos forão desenvolvidos, através dos PAC’s Especiais que abrangiam bairros (sede) e interior dos municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu, Extensão aos Faxinais, Escolarização de Lideranças Sindicais, entre outros. Todo o trabalho desenvolvido acontecia a partir de parcerias e convênios, buscando-se com isso, maior integração da escola com a comunidade, e a sociedade em geral. Para atender esses alunos, criou-se então o Projeto de Extensão aos Faxinais do Município de Pinhão, que apresenta características bem específicas e abrangiam oito (8) comunidades, contando com o apoio da Prefeitura Municipal de Pinhão para o transporte dos alunos e professores e espaço físico. Era o único projeto que atendia o interior do município em nível de 5ª a 8ª do Ensino Fundamental, sendo uma das formas de impedir o êxodo rural e falta de perspectivas. O CEEBJA realizou o Projeto de Escolarização de Lideranças Sindicais por oito anos. Tal projeto era uma parceria da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF), Associação de Trabalhadores das Famílias Rurais de Pinhão (AFATRUP) e Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Pinhão (CEEBJA), visando escolarizar sindicalistas e lideranças de movimentos populares em nível da Educação Básica (Ensino Fundamental – 2º segmento – e Ensino Médio). Desde seu início (em 1998) o projeto foi se aperfeiçoando e se reestruturando para melhor atender aos anseios de seu público. Isso fez com que, a cada ano, aumenta-se a procura de dirigentes sindicais urbanos e rurais que, como liderança, sentem necessidade do conhecimento formal para aliar ao que já tem de conhecimento de mundo. Sendo este projeto referência nos três Estados do Sul. Grande parte dos estudantes vieram do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo também do Paraná. Nesse período atendendiamos a demanda da Casa Familiar Rural, no Ensino Fundamental, onde estudam filhos de pequenos agricultores e de famílias em situação de vulnerabilidade social. No ano de 2006 os PAC's tornaram-se APED's (Ações Pedagógicas Descentralizadas), continuando a atender somente os bairros da sede e interior dos municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu. Nesse ano implantamos a nova Proposta Política Pedagógica da EJA, aumentando a carga horária das disciplinas, atendendo alunos na organização coletiva de forma presencial e no individual, assessorando no estudo independente do aluno, com atendimento presencial do aluno e professor. No público que efetivamente freqüenta os programas de educação de jovens e adultos, é cada vez mais reduzido o número daqueles que não tiveram nenhuma passagem anterior pela escola. A maioria nutre a esperança de continuar os estudos, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO concluir o Ensino Fundamental e ter acesso a outros graus de ensino e as habilitações profissionais. 1.1 PERFIL DO EDUCANDO O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Pinhão, tem como público alvo, jovens (a partir de 18 anos para o Ensino Fundamental e 21 anos para o Ensino Médio), adultos, idosos, bem como, os portadores de necessidades especiais, que não tiveram acesso à escola na idade própria ou não tiveram a oportunidade de continuar seus estudos por inadaptação às práticas escolares, necessidade de trabalhar, ausência de estímulos ou repetências sucessivas. Em sua maioria sofreram desde muito cedo pressões para ingressar no mercado de trabalho e sem qualquer habilitação, dedicam-se a atividades à margem do mercado formal de trabalho. Os Jovens, adultos e idosos que procuram a escola vêm motivados pela expectativa de conseguir um emprego melhor, ou então pelo desejo de elevação da auto-estima, como também, dar bons exemplos aos filhos, ajudálos em suas tarefas escolares, manter um trabalho temporário e etc. É marcante a participação do idoso, que busca na escola uma oportunidade de convivencia, encontrando no conhecimento sistemico, uma forma de integração com as pessoas. Nossos alunos têm perfis diferenciados apresentando diversidades étnicas, culturais e sócio-economicas. São os assalariados rurais temporários, posseiros, meeiros, arrendatários, acampados, assentados, reassentados, atingidos por barragens, agricultores familiares, vileiros rurais, população ribeirinha, empregadas domésticas, bóias frias, donas de casa, que por livre iniciativa voltaram a frequentar a escola, pequenos empresários, comerciantes, funcionários públicos, desempregados e estagiários remunerados com contrato temporário. O Projeto do Ensino Fundamental e Médio do CEEBJA de Pinhão surgiu da necessidade de oferecer a essa população do interior e da sede do municipio e de municipios vizinhos uma oportunidade a mais de escolarização, Muitos residem em comunidades distantes e possuem baixo poder aquisitivo. A maioria desses alunos têm as aulas na sua comunidade, próximas às suas moradias e alguns deles necessitam caminhar de 5 a 17 km de distância. Outros esperam o transporte dos professores para chegarem à escola, havendo superlotação dos veículos, o que torna a viagem perigosa e insegura. Outra parte frequenta a escola na sede. Nosso Município possui vasta extensão territorial, apresenta disparidade em relação à produção agrícola e distribuição de renda pelo relevo diversificado: vastas áreas de campo com elevada produtividade de um CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO lado e extensa a área de recursos florestais de outro (faxinais), tornando-se o único meio de sobrevivencia da população local que através do extrativismo e cultura de subsistencia, detém um elevado contingente de pessoas com condições precarias de vida por não terem acesso a informações e recursos alternativos da atualidade. Devido ao problema do exodo rural, muitos alunos retomam os estudos e acabam desistindo. Saem do campo e vão para a cidade, iludidos por melhores condições de vida ou indo para outros municipios e até outros estados. Oportunizar o acesso à escola, adultos e idosos sem escolaridade completa, oferecendo-lhes um espaço de recolocação social, de sociabilidade de formalização do saber e desenvolvimento pessoal, para obter apropriação dos instrumentos básicos necessários ao acesso a outros graus de ensino, a incorporação ao mundo do trabalho, o conhecimento e valorização da diversidade cultural brasileira, formação para vivência democrática, o fortalecimento da auto-estima e o exercício da autonomia pessoal. O estágio atual do desenvolvimento econômico exige dos trabalhadores uma educação que os prepare para maior autonomia e versatilidade ao assumir novos papéis que lhes são postos. Cabe também à EJA ofertar um processo de educação continuada voltada para a formação geral e para o domínio tecnológico. Essa modalidade de ensino vem para sanar uma dívida do Estado para com os que não tiveram acesso à Escola e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, pois sendo privado desse acesso, desse instrumento imprescindível para uma presença siginificativa na convivência social contemporânea. 1.2 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais. Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo. Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como: 1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento; 2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar; 3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos; 4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural. Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade. Organização Coletiva Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professoreducandos e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada educando. A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido. Organização Individual A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados. 1.3 NíVEL DE ENSINO 1.3.2 Ensino Fundamental – Fase II Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem. Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio. 1.3.3 Ensino Médio O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica. 1.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos. Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de: 1.5 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria. 1.6 FREQÜÊNCIA A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula. 1.7 EXAMES SUPLETIVOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos. 1. CONSELHO ESCOLAR O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto PolíticoPedagógico e o Regimento da Escola/ Colégio, para o cumprimento da função social e específica da escola. O Conselho Escolar abrange toda a comunidade escolar e tem como principal atribuição, aprovar e acompanhar a efetivação do projeto políticopedagógico da escola , eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino. 1.9 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material de apoio. Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão utilizar outros recursos didáticos. 1.10 BIBLIOTECA A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição de toda Comunidade Escolar. A Biblioteca constitui um espaço de contato com a leitura e a pesquisa para professores e educandos, empréstimo de livros além de local de acesso fácil à comunidade. 1. LABORATÓRIO O Laboratório de Informática constituir-se-á em um espaço de apoio ao corpo docente e está a disposição do mesmo e dos educandos. Para complementar o conteúdo, por meio de abordagens diferentes às desenvolvidas no processo pedagógico escolar com o professor, utilizando recursos diverrsificados. Capacitar os educandos a manusear o computador nas atividades escolares e cotidianas. Usá-lo como um instrumento do dia-adia do ambiente de estudo, uma ferramenta quotidiana de aprendizagem, um gerenciador de simulações e jogos na sala de aula, cruzando dados para pesquisas e fornecendo material para discussões e levantamento de hipóteses. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 1.12 RECURSOS TECNOLÓGICOS Os recursos tecnológicos tem por objetivo exercitar as novas linguagens para sensibilizar e motivar os educandos, no sentido de psibilitar um ensino e uma aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e interativa. O uso adequado da tecnologia no ambiente escolar requer disposição, cuidado e atenção por parte do professor para avaliar o que vai ser usado e reconhecer o que pode ou não ser útil para facilitar a aprendizagem de seus alunos tornado-os críticos, cooperativos, criativos. Além disso, requer uma disposição para aceitar o novo, conhecê-lo senão profundamente, em parte, para ser capaz de julgá-lo e procurar encaixá-lo na sua prática. O uso das tecnologias deve proporcionar dentro do ambiente escolar uma mudança de paradigma, uma mudança que vise à aprendizagem e não o acumulo de informações. 2 - FILOSOFIA E PRINCíPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS “A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos.” (SANTOS, 2004) A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos1. Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural; b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça; c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos – cultura, trabalho e tempo; Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história. A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana. É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas características. E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná: I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo 1 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO à escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento; III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sóciohistórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros; IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social; V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento. Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber: - Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-históricoculturais, com conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem; - Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios educandos; - O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos; - Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho; - Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e democráticos; Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não refere-se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO desta modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógica-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos. 3 - INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MATRIZ CURRICULAR Ensino Fundamental – Fase II MATRIZ CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: Pinhão NRE: Guarapuava CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ANO DE IMPLANTAÇÃO:1º sem./ 2007 CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200/1210 HORAS Total de DISCIPLINAS horas LÍNGUA PORTUGUESA 226 ARTE 54 LEM - INGLÊS 160 EDUCAÇÃO FÍSICA 54 MATEMÁTICA 226 CIÊNCIAS NATURAIS 160 HISTÓRIA 160 GEOGRAFIA 160 ENSINO RELIGIOSO * 10 TOTAL 1200/1210 FORMA: Simultânea 1440/1452 HORAS-AULA ou Total de horas/aula 272 64 192 64 272 192 192 192 12 1440/1452 * DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. MATRIZ CURRICULAR Ensino Médio MATRIZ CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO MÉDIO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: Pinhão NRE: Guarapuava ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS DISCIPLINAS LÍNGUA PORT. E LITERATURA LEM – INGLÊS ARTE FILOSOFIA SOCIOLOGIA EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA QUÍMICA FÍSICA BIOLOGIA HISTÓRIA GEOGRAFIA ESPANHOL* TOTAL Total de horas Total de horas/aula 174 208 106 54 54 54 54 174 106 106 106 106 106 106 128 64 64 64 64 208 128 128 128 128 128 128 1200/1306 1440/1568 Total de Carga Horária do Curso • 1306 horas ou 1568 h/a DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. 5 CONCEPÇÃO, CONTEúDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO modalidade de ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino. Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades. Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes. No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, idéias, princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 5. Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Vivemos numa sociedade letrada, na qual aqueles que não reconhecem os códigos da linguagem escrita estão inevitavelmente marginalizados da dinâmica das relações sociais. Os jovens e adultos que não participaram da escola quando crianças e, portanto, não tiveram oportunidade de aprender a lidar com os sinais que constituem o universo das representações escritas, ficam limitados tão somente no entendimento das situações de leitura mais cotidianas, como a de cartazes, placas, formulários ou bulas de remédios. A língua de uma nação é um dos mais destacáveis elementos culturais a serem considerados em cada povo, pois é através da língua que cada grupo humano exprime suas maneiras de pensar, sentir, agir, sua cultura em suma, e é ela que constitui o maior instrumento de transmissão dessa cultura. A língua é um elemento aprendido pelo grupo humano, não está ligada à hereditariedade ou ao ambiente genealógico: participa antes, do ambiente social. Na convivência humana, dialogar é jogo criador, requer o cumprimento de algumas normas e possui finalidades próprias, como, por exemplo, criar um campo de iluminação de ideias, buscar a verdade, trocar informações, partilhar sentimentos, fortalecer amizade. Entre as regras do jogo conversacional estão o respeito mútuo, a cordialidade, a sinceridade, a capacidade de ouvir o outro, o reconhecimento de tudo o que de relevante o outro possa dizer-nos. Por outra parte, como faz ver Martin Buber, o diálogo não se impõe a ninguém. “Responder não é um dever, mas é um poder.” Hoje o contexto de todo conhecimento político, econômico, antropológico e ecológico tornou-se uma necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. Trata-se de um problema que se apresenta a todo cidadão: ter acesso às informações sobre o mundo e conseguir articulá-las e organizálas. Assim, é preciso buscar no universo da linguagem a possibilidade de comunicação, de lidar com o outro e com ele partilhar as suas reflexões. Cabe portanto à escola a tarefa de possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação, e para que possam se constituir no âmbito de uma sociedade letrada. Os homens recebem a língua pronta para ser usada, eles penetram na corrente da comunicação verbal, ou melhor, somente quando mergulham CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO nessa corrente é que sua consciência desperta e começa a operar. (Bakhtin/ Volochinov- 1999, p.108) O ensino de Língua Portuguesa e a construção do currículo passa pelo reconhecimento dos educandos, de seus modos de vida, de suas culturas, sua condição de trabalhadores assalariados ou integrantes do mercado informal, ou ainda, de desempregados. Passa também pelo reconhecimento das discriminações sociais, étnicas, de gênero e de tantas outras que vêm aflorando e não podem ser mais reforçadas pelos rituais e práticas pedagógicas excludentes que mantêm a subalternidade e opressão. A escola, inserida num contexto em que a tecnologia predomina, pode formar cidadãos autônomos e conscientes, com postura crítica diante da gama de informações com que são bombardeados continuamente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICOS METODOLÓGICOS É importante relacionar escola e tecnologia, objetivando a construção de uma sociedade em que todos tenham acesso aos meios de produção de discurso, estabelecendo diálogo em igualdade de condições e capacidade para tomar decisões que levem a mudanças futuras da sociedade. Portanto, pensar o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura implica pensar também as diferenças e contradições do quadro complexo da contemporaneidade. O processo de construção da cidadania autônoma e participativa está ligado à apropriação dos meios e linguagens de comunicação. É importante, nesse processo, se estabelecer uma relação crítico-produtiva-participativa, capacitando o indivíduo a interagir com as diversas formas de tecnologia e permitindo o diálogo com a realidade. A escola deve lançar mão dos recursos tecnológicos disponíveis (vídeo, computador, TV pendrive,etc,), em seus usos técnico e pedagógico, como suporte, chegando ao ponto de transformar e transpor para o currículo o compromisso da escola em prover os meios e as linguagens, cuja apropriação em nosso tempo, é exigida para que se esteja habilitado a participar do diálogo contemporâneo. O mundo da escrita está hoje em plena mutação. Os meios de comunicação não cessam de se desenvolver e de deslocar fronteiras entre o exercício da língua escrita e o da língua oral. Nossas representações e nossas práticas de escrita não são imutáveis, mas sofrem transformações a cada novidade tecnológica. Hoje vivemos uma mudança tão profunda na relação do homem com a escrita, pois o computador modifica não somente a prática cotidiana da elaboração do texto, mas também os modos de difusão e edição. O que o lápis garantia há pouco tempo atrás, hoje um computador conectado à internet com uma impressora, edita, expande e conquista o território da leitura, da escrita e da comunicação com interação imediata. Sabemos que a escola não detém a hegemonia como fonte “transmissão CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO do saber” e que os meios de comunicação também atuam como mediadores entre o sujeito e a construção de sua identidade. Os meios de comunicação, os novos recursos tecnológicos permitem que o aluno se aproprie das múltiplas linguagens para a construção da identidade autônoma e crítica. É perceptível o fato de que as relações interpessoais e linguísticas estão se modificando à medida que as pessoas interagem, mediadas pelo computador conectado à internet. A leitura digital de textos nas aulas de Língua Portuguesa contribuem para que os alunos tornem-se leitores imersivos, com a avidez e agilidade, necessárias para a formação de bons leitores, compreendendo a linguagem como um saber em movimento, um processo dialógico e compartilhado, com práticas interativas contextualizadas. Gêneros discursivos na mídia digital: Inscrita na abordagem bakhtiniana dos gêneros discursivos, acredita-se que todas as atividades humanas estão ligadas ao uso da linguagem, aqui entendida como prática social, ou seja, indissociável das relações que mantêm os indivíduos. Segundo Marcuschi(2004), os gêneros que emergem na mídia digital são aqueles que trabalham com o discurso eletrônico , ou seja, são os gêneros que apresentam como suporte o computador. O ciberespaço traz consigo uma quantidade significativa de gêneros emergentes, dentre eles: email, bate-papo virtual(chat), aula virtual, weblogs, fotologs, videoconferência interativa. Na era da informática, no ciberespaço os alunos internautas podem ter blogs para virtual e coletivamente exibir através das palavras suas formas de ver o mundo, pois os blogs abrem mais uma possibilidade de articulação entre a linguagem oral e escrita. Essa relação produz sentido, fortalece as trocas dialógicas entre os sujeitos que participam. No blog, as letras concretas e palpáveis se transformam em bytes digitais, a página em branco do caderno ou da agenda torna-se o campo do monitor, o lápis é o teclado, e há uma estranha separação entre nosso corpo real e o texto virtual, segundo Ramal (2002). Esse é um novo modo de se lidar com a escrita. As questões ortográficas digitais, que brotam nesse contexto, vão de encontro ao que é proposto pela norma vigente da Língua Portuguesa, pois o próprio aluno pode fazer as correções ortográficas do seu próprio texto por meio de pesquisas no computador ligado à internet. A escola, que estuda a língua como fenômeno estático, direcionando o ensino para a sistematização das normas, deverá necessariamente repensar e abrir espaços para a diversidade, para a multiplicidade de interpretação dos signos, para as intenções dos sujeitos produtores e coprodutores dos significados. A notação ortográfica na esfera digital constitui, segundo Marcuschi (2001), uma nova forma de nos relacionarmos com a escrita, mesclando elementos característicos da fala com elementos característicos da CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO escrita, fazendo emergir toda criatividade e interatividade dos sujeitos. A produção textual na educação linguística tem se evidenciado como prática discursiva importante nos processos de interação pelo meio escrito, tanto no âmbito acadêmico quanto na vida privada. Especialmente no ambiente virtual, a produção, distribuição e consumo de textos são requisitos centrais para o engajamento de qualquer pessoa na vida social contemporânea, portanto a escola deve oferecer essa possibilidade de aprendizagem ao aluno. (Meurer, 2005). À escola cabe desenvolver habilidades comunicativas em seus alunos por meio da prática de ensino ao explorar gêneros discursivos e inseri-los em diferentes atividades sociais. A reformulação e a interatividade, abrem novas possibilidades para o ensino de línguas de modo especial. O uso do hipertexto para fins pedagógicos oportuniza ao aluno uma aprendizagem por descoberta, pois ele pode ver seu texto exposto e sendo alvo de reações por parte dos colegas. É inegável a presença das tecnologias de informação na contemporaneidade, e, portanto o uso de atividades mediadas pelo computador em sala de aula, tem possibilidade de motivar os alunos a aprender, especialmente a Língua Portuguesa que tem a linguagem como foco central das práticas didáticas educativas. Objeto de estudo da disciplina: o texto como unidade e a diversidade de gêneros Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva. Um dos dos aspectos dessa competência é a do sujeito ser capaz utilizar a língua de modo variado para produzir diferentes efeitos de sentido e adequar o texto a diferentes situações de interlocução oral e escrita. É o que aqui se chama de competência linguística e estilística. Isso, por um lado, coloca em evidência as virtualidades das línguas humanas: o fato de que são instrumentos flexíveis e permitem referir o mundo de diferentes formas e perspectivas; por outro lado, adverte contra uma concepção de língua como sistema homogêneo, dominado ativa e passivamente por toda comunidade que o utiliza. Sobre o desenvolvimento da competência discursiva, a escola deve organizar as atividades curriculares relativas ao ensino-aprendizagem da língua e da linguagem. Nessa perspectiva, a unidade básica do ensino é o texto. É necessário que o texto seja o grande centro da aula de português. Isso ocorre porque as estruturas gramaticais, que antes ocupavam o núcleo privilegiado do aprendizado, apenas existem nos textos falados ou escritos, os quais se agrupam em diferentes gêneros textuais que surgem de acordo com as necessidades sociais dos falantes. Esses gêneros textuais atendem a campos ou esferas de atividades humanas e, por isso, seguem regras que são CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO não apenas linguísticas, mas também sociais (Bakhtin, 2003,p.261). Assim, ao escrever um e-mail , a pessoa estará seguindo regras de escrita bem diferentes daquelas que deverá utilizar ao redigir uma dissertação escolar. Os textos organizam-se dentro de certas restrições de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a gêneros diversos. Portanto, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino. É necessário contemplar, nas atividades de ensino , a diversidade de textos e gêneros. Tanto a compreensão oral e escrita, quanto a produção de textos de diversos gêneros supõem o desenvolvimento de diversas capacidades que devem ser enfocadas nas situações de ensino. Seleção de textos: Os gêneros existem em número quase ilimitado, variando em função da época (epopeia, cartoon), das culturas (haikai, cordel), das finalidades sociais (entreter, informar), e mesmo que a escola se impusesse de tratar de todos, seria inviável. Desse modo, é preciso priorizar os gêneros que merecerão abordagens mais aprofundadas. Para assegurar ao aluno o exercício pleno da cidadania, as situações escolares do ensino da Língua Portuguesa, devem priorizar os textos que caracterizam os usos públicos da linguagem. Textos que favorecem a reflexão crítica, o exercício de formas de pensamentos mais elaboradas e abstratas, bem como a fruição estética dos usos estilísticos da linguagem, ou seja, os mais vitais para a plena participação numa sociedade letrada. 1-Textos Orais: Ao ingressarem na escola, os alunos já dispõem de competência discursiva e linguística para comunicar-se em interação que envolvam relações sociais do seu dia a dia, inclusive as que se estabelecem em sua vida escolar. Uma rica interação dialogal na sala de aula, dos alunos entre si e entre o professor e os alunos, é uma excelente estratégia de construção do conhecimento, pois permite a troca de informações, o confronto de opiniões, a negociação dos sentidos, a avaliação dos processos pedagógicos em que estão envolvidos. Cabe à escola, ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas: entrevistas, debates, seminários, apresentações teatrais. Propor situações didáticas que essas atividades façam sentido de fato e contribuam para o aperfeiçoamento de sua expressão oral. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 2- Textos Escritos : Para boa parte dos alunos, a escola é um dos únicos espaços que pode proporcionar acesso a textos escritos, textos estes que se converterão, inevitavelmente em modelos para a produção. A seleção de textos deve privilegiar textos de gêneros que aparecem com maior frequência na realidade social do adulto, e no universo escolar que participa., tais como: notícias, editoriais, cartas argumentativas, artigos de divulgação científica, verbetes enciclopédicos, contos, romances,crônicas, entre tantos outros. É preciso centrar o ensino de Língua Portuguesa no texto, o que requer o desenvolvimento de habilidades que transcendem uma visão reducionista do fenômeno linguístico. O texto deve ser o grande centro da aula de Português porque as estruturas gramaticais que antes ocupavam o núcleo privilegiado do aprendizado, apenas existem nos textos falados ou escritos, os quais se agrupam em diferentes gêneros textuais que surgem de acordo com as necessidades sociais dos falantes-alunos. Esses gêneros textuais atendem a campos de esferas de atividade humana, e, por isso, seguem regras que são não apenas linguísticas, mas também sociais (Bakhtin,2003,p.261). Assim, ao escrever um e-mail, as regras de escrita são bem diferentes daquelas que deverá utilizar ao redigir uma dissertação escolar. Há também o aspecto social da língua, que, como organismo vivo e pulsante, continuamente se metamorfoseia. Centrar o ensino de Língua Portuguesa no texto exige que o professor tenha acesso a conhecimentos, materiais didáticos e infraestrutura para poder efetivamente coadunar vontade com ação pedagógica. Pelo fato da Educação de Jovens e Adultos enquanto modalidade de ensino, atender alunos trabalhadores, o papel da proposta curricular, planejamento e encaminhamentos metodológicos, deve proporcionar práticas escolares que lhes garanta o acesso aos saberes em suas diferentes linguagens, intimamente articulados às suas necessidades, expectativas e trajetórias de vida, visando a busca constante da autonomia intelectual e moral, num constante exercício desses propósitos. Por vivermos numa sociedade tecnologizada, torna-se perceptível o fato de que as relações interpessoais e linguísticas estão se modificando à medida que as pessoas interagem, mediadas pelo computador conectado à internet. Mas a discussão sobre usar ou não a internet no ensino tornou-se ultrapassada, uma vez que ela já provou ser útil em todos os níveis de ensino. O que falta é aprender a explorar adequadamente as suas possibilidades e planejar ações para sua utilização com finalidades educativas. Nas Diretrizes Curriculares da Educação do Estado do Paraná, sugere-se que o professor propicie práticas de leituras de diferentes gêneros, considerando os conhecimentos prévios por meio dos gêneros discursivos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO midiáticos (e-mail, blog, chat, home page, fotoblog e outros), para a socialização de ideias, mediados pela leitura digital de textos, tendo como recurso o laboratório de informática, pois essa interação além de compartilhar os conhecimentos, requer uma revisão dos métodos tradicionais de ensino. O computador traz novas situações de aprendizagem, especialmente na disciplina de Língua Portuguesa, pelas quase infinitas possibilidades de leitura e escrita. O CEEBJA de Pinhão já tem inserida em suas práticas educativas a inclusão digital dos alunos, aulas no laboratório de informática, inicialmente para que os alunos conheçam melhor esses meios, pois muitos deles não têm acesso às novas tecnologias, sendo essa uma das poucas oportunidades de reconhecer e explorar tais recursos. Para que o trabalho se efetive, são propostas situações de aprendizagem em todas as áreas do conhecimento, tendo também o professor como mediador. Sabe-se que a prática desenvolvida pelo professor ao usar o computador como recurso pedagógico deve ser planejada, incluindo atividades que contemplem a conexão entre os saberes e o domínio da máquina, propondo novas atividades, de acordo com o progresso e/ ou necessidades dos alunos. A utilização do computador nas aulas de Língua Portuguesa promove a reflexão sobre a ação de domínio da máquina assim como a construção do conhecimento linguístico integrado à informática, num processo coletivo de aprendizagem, mais ativo, dinâmico, alegre e produtivo. Objetivos gerais da disciplina: O ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam compreender os vários discursos que os cercam e terem condições de interagir. Para a Leitura: .* Desenvolver a competência de leitura do aluno, tornando-o leitor eficiente e lúcido, despertando seu interesse pelos diferentes gêneros discursivos, com a aptidão necessária para identificar e compreender os aspectos discursivos do texto. Para a Oralidade: • Estimular a capacidade do aluno ouvir com atenção argumentos, posicionamentos e opiniões de seus interlocutores e principalmente expressar os seus de forma eficaz, para o bom desenvolvimento de sua criticidade, cidadania e respeito aos valores éticos e sociais. • Para a Escrita: • Habilitar o aluno a produzir trabalhos escritos cuja estrutura e organização, permitam considerá-los como textos, nos quais ele se reconheça como autor. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO • • • • • • Para a Análise Linguística: Oferecer aos alunos a orientação necessária para a refacção de seus textos nos aspectos linguísticos e/ou discursivos, possibilitando a ampliação de seus conhecimentos da língua materna. Para a Informática: Otimizar a utilização dos computadores do Laboratório de Informática com finalidades pedagógicas, promovendo a conexão entre os conhecimentos de Língua Portuguesa referentes à leitura (digital) e à escrita (digitação) de textos. Para a Literatura: Aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a criticidade e sensibilidade estética, permitindo o aprimoramento, aperfeiçoamento e expansão de seus conhecimentos . Aprimorar a competência do aluno na leitura, na fala, na escuta e na escrita é evidentemente o objetivo central do ensino de Língua Portuguesa. Além disso, deve se considerar que a sala de aula é um local privilegiado para o debate de inúmeras outras questões relacionadas ao desenvolvimento intelectual do educando, à expansão de sua competência de análise crítica da realidade e à ampliação de sua visão de mundo. Uma vez que as práticas de linguagem são uma totalidade e que o sujeito expande sua capacidade de uso da linguagem e de reflexão sobre ela em situações significativas de interlocução, as propostas didáticas de ensino de Língua Portuguesa devem organizar-se tomando o texto oral ou escrito como unidade básica de trabalho, considerando a diversidade de textos que circulam socialmente. Portanto,sugere-se que as atividades sejam organizadas de maneira a tornar possível a análise crítica dos discursos para que o aluno possa identificar pontos de vista, valores ou preconceitos neles veiculados. Dessa forma o ensino de Língua Portuguesa pode constituir-se em fonte efetiva de autonomia, condição essencial para a participação social responsável do educando. CONTEÚDOS Conteúdo estruturante: Entende-se por Conteúdo Estruturante em todas as disciplinas, o conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir dele advêm os conteúdos a serem trabalhados no dia a dia da sala de aula. A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo assim, o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO perspectiva, é o discurso como prática social. O Conteúdo Estruturante desdobra-se no trabalho didático-pedagógico com a disciplina de Língua Portuguesa. A língua será trabalhada na sala de aula, a partir da linguagem em uso, que é a dimensão dada pelo Conteúdo Estruturante. Assim, o trabalho com a disciplina considerará os gêneros discursivos que circulam socialmente, com especial atenção àqueles de maior exigência na sua elaboração formal. Na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura, o Conteúdo Estruturante é o discurso como prática social, e, a partir dele, advêm os conteúdos básicos que são os gêneros discursivos a serem trabalhados nas práticas discursivas. Para selecionar os conteúdos específicos, é fundamental considerar o objetivo pretendido e o gênero. Conteúdos Básicos Gêneros discursivos; Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados os gêneros discursivos conforme suas esferas de circulação social de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano de Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada nível. Conteúdos que atendem aos objetivos ou justificativa da proposta: O ensino de Língua Portuguesa deve oferecer ao aluno condições de ampliar o domínio da língua e da linguagem, essenciais para o exercício da cidadania. Nessa perspectiva, cabe ao professor intervir, apontar, fornecer informações claras, ser o orientador e ao mesmo tempo mediador entre o aluno e o conhecimento. Através da leitura e da produção de textos, o aluno tem a possibilidade de mergulhar em uma multidão das mais diferentes vozes, tornando-se um leitor imersivo, aquele que lê o não dito e é capaz de elaborar seus textos com o domínio da norma padrão. No processo ensino-aprendizagem, é importante ter claro que, quanto maior o contato com a linguagem nas diferentes esferas sociais, mais possibilidades se tem de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões de mundo. A ação pedagógica referente à linguagem, portanto precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situações. Desse modo, sugere-se um trabalho pedagógico que priorize as práticas sociais de utilização da língua, ou seja, o discurso como prática social. Para o trabalho das práticas de oralidade, leitura, escrita e análise CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação . Por se tratar de ensino para Jovens e Adultos, os conteúdos de Língua Portuguesa devem oferecer condições para que o aluno cresça culturalmente, psicologicamente , socialmente... E justamente por aprenderem de maneira diferente, possuírem faixas etárias e realidades diferenciadas,que a educação precisa ser adequada a tudo isto, para que os conteúdos selecionados e a metodologia, alcancem os jovens e adultos, encontrando referências no seu tempo e espaço, contemplando uma organização sequencial de apropriação dos conteúdos propostos, com as promoções e avanços durante o percurso, sem adesão ao regime seriado vigente no ensino regular. Desta forma os conteúdos de Língua Portuguesa devem considerar os objetivos pretendidos em cada etapa de ensino, priorizando a qualidade, participação e o desempenho de cada aluno. Organização dos conteúdos do Ensino Fundamental e Médio a)- Variedades linguísticas: Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros. Funções da linguagem. Linguagem verbal e não verbal. b)- Gêneros textuais discursivos: Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.) Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do autor, contexto histórico, social, político, econômico, entre outros. Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógicodiscursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, ideia central, sequência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros. Discurso direto e indireto. Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc. Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação. Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título, legibilidade, aceitabilidade, etc. Ambiguidade como recurso e/ou como problema de construção do texto. Informações explícitas, implícitas e intertextualidade. Relações entre imagem e texto. c)-Elementos gramaticais na construção do texto: Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto e vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO parênteses, travessão, reticências. Emprego da crase na construção do texto. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção, artigo, numeral, pronome, advérbio, interjeição. Sujeito e predicado. Adjunto adnominal, complemento nominal. Aposto e vocativo. Concordância verbal e nominal. Colocação pronominal. Figuras de linguagem. Formação de palavras. Para o ensino Médio são acrescidos os conteúdos de Literatura: Arte Literária e outras artes. História e Literatura. Gêneros literários,períodos, autores e obras. Periodização e estilos de época da Literatura Brasileira: Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo,Realismo e Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Vanguardas Europeias, Pré- Modernismo, Modernismo, Pósmodernismo. Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o cotidiano. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa e Literatura tem o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo nos três eixos: oralidade, leitura e escrita, em situações que lhes permitam tomar consciência de que os processos de interação verbal são mediados por relações ideológicas estabelecidas entre os interlocutores. O domínio das práticas discursivas possibilitarão que o aluno modifique, aprimore, re-elabore sua visão de mundo e tenha voz na sociedade. O aprimoramento linguístico possibilitará ao aluno a leitura dos textos que circulam socialmente, identificando neles o não dito, o pressuposto, instrumentalizando-o para assumir-se como sujeito, cuja palavra manifesta no contexto de seu momento histórico e das interações aí realizadas, autonomia e singularidade discursiva. Prática da oralidade: Na prática da oralidade, as variantes regionais devem ser reconhecidas CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO como legítimas, porém o professor pode planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que permita ao aluno conhecer e utilizar a variedade linguística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados contextos sociais, pois é por meio do aprimoramento linguístico que o aluno será capaz de transitar pelas diferentes esferas sociais, usando adequadamente a linguagem tanto em situações do cotidiano, quanto nas relações mais complexas, no dizer de Bahktin e que exigem maior formalidade. Prática da leitura: A leitura é um ato dialógico, interlocutivo. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, seus conhecimentos prévios, sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim as várias vozes que o constituem. A leitura se efetiva no ato da recepção, configurando o caráter individual que ela possui, dependendo de fatores linguísticos e não linguísticos. Nessa perspectiva, o leitor não é um mero receptor, mas tem um papel ativo, na medida em que, para bem construir sentido ao texto, é necessário ativar seu conhecimento prévio e interligá-lo às marcas deixadas pelo autor. A leitura é, então, um processo interativo, sendo que o sentido do texto não está apenas no texto, mas surge como fruto da interação do leitor com o autor, mediante o texto. Cabe ao professor desenvolver a competência de leitura do aluno, tornando-o leitor eficiente e lúcido dos diferentes tipos de texto, reconhecendo os objetivos e intencionalidades. Enfocar a estrutura composicional,elementos de conteúdo, aspectos discursivos e propor um conjunto de questões tais como: localização e transição, síntese, inferência, levantamento de hipóteses, pressuposição, identificação de intencionalidades, subentendidos, posicionamento pessoal, opiniões, etc. Prática da escrita: Na prática da escrita escolar deve-se considerar o leitor, destinatário e finalidades. As composições dos alunos devem circular na sala de aula e fora dela em ações de uso. Escrever para alguém ler. É preciso que o aluno se envolva com os textos que produz e assuma a autoria do que escreve, visto que é um sujeito que tem o que dizer. Uma prática de escrita já vigente nesta escola é a produção de textos, poemas, crônicas e outros gêneros, com o suporte do editor de textos dos computadores do Laboratório de Informática, momento em que os alunos digitam seus textos para serem serem postados em blogs para compartilharem na rede social da internet. Dessa forma o aluno tem a oportunidade de realizar a correção de seu próprio texto, visto que o computador sinaliza as CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO inadequações e/ou erros de ortografia, denotando a autonomia na construção de seu conhecimento. Análise linguística e práticas discursivas: É tarefa do professor de Língua Portuguesa instigar o aluno à percepção da multiplicidade de usos e funções da língua, o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções frasais, a reflexão sobre essas e outras particularidades linguísticas observadas no texto, conduzindo o aluno às atividades metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado, a um falar sobre a língua. O estudo da língua que se ancora no texto extrapola o tradicional horizonte da palavra e da frase. Busca-se na análise linguística verificar como os elementos verbais(os recursos disponíveis da língua) e os elementos extraverbais (as condições e situação de produção) atuam na construção de sentido do texto. A prática de análise linguística constitui um trabalho de reflexão sobre a organização do texto escrito e/ou falado, um trabalho no qual, o aluno percebe o texto como resultado de opções temáticas e estruturais feitas pelo autor, tendo em vista o seu interlocutor. O ensino da Literatura: O conhecimento da Literatura proporciona a observação e análise da condição humana através dos sentimentos e conflitos existenciais das personagens de ficção, levando o aluno a refletir sobre sua própria existência, chegando a uma compreensão mais profunda de si mesmo e do homem. A apreciação estética pressupõe não só a leitura de textos, mas também um trabalho específico de conhecimento e reconhecimento da função poética da linguagem, evidenciando que a função cultural da literatura está em primeiro lugar. O ensino da Literatura desenvolve habilidades linguísticas, a formação do hábito de leitura, o conhecimento e assimilação de outras modalidades linguísticas, a capacidade de redigir com criatividade e imaginação. Mediante o conhecimento de autores e obras literárias, o aluno tem a oportunidade de entrar em contato não só com a cultura de seu e outros povos, mas também com realidades sócio-político-econômicas próximas ou distantes no tempo e no espaço. Tal contato ensejaria o desenvolvimento do espírito crítico, ao mesmo tempo em que ampliaria a visão de mundo do aluno, pela compreensão da evolução do pensamento humano. Cultura Afro-brasileira- Língua Portuguesa e Literatura Um dos aspectos que a Língua Portuguesa deve mostrar é a questão da diversidade cultural e racial a quem se negou até agora ver que os afro- CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO brasileiros existem, foram e são sujeitos da construção da sociedade brasileira, têm história,cultura, memória, valores que precisam ganhar amplitude e status de conhecimento também dentro da escola, no fazer cotidiano da sala de aula. É preciso ampliar o foco do currículo de Língua Portuguesa e Literatura para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.(Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva). Cultura Afro-brasileira: O trânsito Brasil /África, em termos literários foi intenso, e não são poucos os trabalhos que tratam da influência que a Literatura Brasileira escreveu na produção literária africana. A mesma dinâmica deve ser pensada, no sentido inverso. É notório o desconhecimento que temos do continente africano e o fato da assimilação do negro e da cultura afro-brasileira, no Brasil restringiu-se a aspectos simbólicos. De algum modo, nossa literatura participou desse processo de exclusão. O cânone que a definia é composto fundamentalmente por escritores brancos do sexo masculino, cujas obras esteticamente apresentam em sua discursividade um conjunto de valores morais e ideológicos, veiculados à perspectiva etnocêntrica do branco e muitas vezes do branco racista, isto é, uma perspectiva ligada aos modelos europeus. Isto não significa que o negro tenha deixado de estar presente nesta tradição canonizada, porém aparece na maioria das vezes como personagem coadjuvante, sob uma visão preconceituosa, associada a esterótipos estigmatizados ou destituído de humanidade. Conhecer a história da África e dos africanos e seus descendentes no Brasil, dar a conhecer as lendas, contos, mitos, cantigas que têm como cenário o universo negro, a cultura africana. Uma atividade que contribui nessa direção é solicitar aos alunos que recolham de seus avós ou pessoas idosas da comunidade, histórias, contos,cantigas e brincadeiras, e também propor ações para levantar a temática dos remanescentes de quilombos no Paraná, debater seu significado e trazer para o interior da escola essa questão. Promover ações que denotem o reconhecimento da participação histórica e seus descendentes na produção de riquezas materiais e culturais dos afro-brasileiros por meio da apresentação de filmes, documentários, aulas expositivas, palestras, leitura de textos, pesquisas sobre a vida e obra de poetas afrodescendentes , recitação de poesias, contação de histórias africanas, enfocando a literatura oral da África: contação de histórias, narrativas, provérbios, adivinhas, cantos de guerra, de colheita, cantigas de roda, fábulas, entre outros. Propor também um trabalho linguístico significativo para alunos adultos: CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO as pesquisas, as entrevistas e os debates entre estudantes sobre a origem das diferentes formas de falar (palavras, expressões, sotaques, etc), presentes na Língua Portuguesa. Investigar e fazer o levantamento das palavras de origem africana, debater suas origens, significados, etc, e, a partir disso, discutir a contribuição cultural dos povos africanos para a Língua Portuguesa do Brasil. Cultura Indígena : A interculturalidade considera a diversidade cultural no processo de ensino-aprendizagem. A escola deve respeitar os valores, conhecimentos, saberes e conhecimentos tradicionais, às práticas sociais de cada cultura e garantir o acesso ao conhecimento e à tecnologia da sociedade nacional, relevantes para o processo de interação e participação cidadã na sociedade nacional. Para isso é fundamental o exercício de um diálogo intercultural, em que os indígenas tenham voz para expressar suas perspectivas e concepções sobre a educação, e que tenham valorizadas sua cultura e vivência , definida entre os princípios norteadores do ensino: o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas e a gestão democrática do ensino, deve tornar possível as experiências educativas variadas quando o foco é o contexto sociocultural dos educandos e as perspectivas de suas comunidades indígenas com relação à escola. Nesse contexto, através da Língua Portuguesa propõe-se um trabalho de reconhecimento da cultura indígena por meio da leitura e reflexão de textos que enfoquem o assunto, realizar pesquisas, debates e discussões, levantamento das palavras de origem indígena incorporadas à Língua Portuguesa, bem como a relação com a história e o início da colonização portuguesa no Brasil. Meio ambiente: A relação do ser humano com o ambiente sempre teve sua essência na transformação da natureza mediante a dominação. Entretanto, como se pode constatar, esse domínio do ambiente, hoje não tem mais sentido. O ser humano não está mais no centro do universo, mas sim na periferia e, para tanto, é preciso desvencilhar-se desse modo de pensar e agir, próprio de uma educação tradicional, na busca de alternativas pautadas num processo reflexivo e crítico, com caráter político. A educação ambiental não deve ser idealizada como “panaceia salvacionista” para resolução de problemas , mas sim, como uma via de acesso para a construção de uma sociedade mais crítica e reflexiva. Enrique Leff(2001), utiliza a expressão saber ambiental para a emergência da construção de um novo saber que ressignifique as concepções do progresso atual para confirmar a nova racionalidade ambiental, por meio CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO do campo, da produção do conhecimento, da política e das práticas educativas. Sob esse prisma, o saber ambiental, para Leff, “problematiza o conhecimento fragmentado em disciplinas e a administração setorial do desenvolvimento, para construir um campo de conhecimentos teóricos e práticos orientado para a rearticulação das relações sociedade-natureza”. (2001,p.145) Os problemas ambientais enfatizados no centro da discussão da crise ambiental são: poluição, modificações nos ecossistemas, lixo produzido pelo crescimento populacional, entre outros, todos com enfoque nos recursos naturais, demonstrando vertentes conservacionista e preservacionista, decorrentes das tendências dos movimentos ambientalistas. Como se nota, no século XX, a natureza passa a ser considerada como problema e, por conseguinte, a educação ambiental emerge na perspectiva de mediar esse problema. Analisando esses aspectos, disciplina de Língua Portuguesa tem por finalidade proporcionar atividades e leituras de textos envolvendo a questão ambiental em vários aspectos, como forma de conscientização, para que se possa (re) discutir a relação homem/natureza, natureza/sociedade, evidenciando que a educação ambiental surge como mediadora da problemática socioambiental caracterizada como um fenômeno social complexo. Educação Fiscal: A Educação Fiscal é um processo que visa a construção de uma consciência voltada ao exercício da cidadania. O objetivo é propiciar a participação do cidadão no funcionamento dos instrumentos de controle social e fiscal do Estado. Tem como meta a formação de cidadãos conscientes do cumprimento do seu dever com relação às obrigações tributárias e do direito de cobrar adequadamente a destinação dos recursos provenientes dos tributos arrecadados pelo Estado. A Educação Fiscal na escola tem por objetivos: – Promover e institucionalizar a Educação como instrumento para a cidadania; – Sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo; – Levar aos cidadãos o conhecimento sobre a administração pública; – Incentivar a sociedade a acompanhar a ampliação dos recursos públicos; – Criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão. Por se tratar de Educação de Jovens e Adultos, esta escola tem o dever e compromisso de desenvolver ações coletivas no sentido de implementar e/ou CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO dar continuidade ao Programa de Educação Fiscal na prática educativa. Esta escola, por meio da disciplina de Língua Portuguesa tem desenvolvido inúmeras ações relacionadas à Educação Fiscal com os alunos adultos, por estes serem oriundos do interior do município, residirem em comunidades distantes da sede, de difícil acesso, ou mesmo por desconhecerem seus direitos, especialmente àqueles relacionados até à sua documentação pessoal . Em 2007 foi realizada uma pesquisa e constatou-se que muitos alunos não possuíam grande parte de seus documentos pessoais. Houve uma grande mobilização da comunidade escolar e foram tomadas as providências, sendo uma delas através do Projeto Cidadania, oportunidade em que os alunos foram encaminhados para fazer documentos tais como: RG, CPF, Bloco do Produtor, entre outros, que os mesmos ainda não possuíam. História do Paraná: A história do Paraná deve ser contemplada interdisciplinarmente nas aulas de Língua Portuguesa por meio de textos, pesquisas ou mesmo relatos orais, entrevistas com moradores antigos, visitas a museus e ou cidades históricas, para levantar e conhecer momentos históricos relevantes, fomentando assim o interesse e despertar a curiosidade dos alunos em conhecer a história do território e do povo paranaense. AVALIAÇÃO A avaliação é concebida como um instrumento para ajudar o aluno a aprender e é parte integrante do trabalho de sala de aula, pois a partir dela, o professor pode rever os procedimentos que vem utilizando e replanejar o trabalho. Para o aluno, ela permite perceber os avanços e dificuldades, tendo assim, uma função permanente de diagnóstico e acompanhamento do processo ensino-aprendizagem. Sabe-se que a avaliação é sempre diagnóstica, porém chama-se avaliação diagnóstica inicial aquela feita nos primeiros contatos do professor com os alunos, no início do processo. Sua importância está em conhecer o nível dos alunos, observá-los e planejar as ações e intervenções necessárias. Ao analisar as produções dos alunos, o professor deve ter clareza dos objetivos do seu trabalho, de onde quer chegar. É imprescindível partilhar com os alunos a análise de suas produções, para reconhecer seus avanços e suas dificuldades, desenvolvendo neles a consciência dos progressos, para promover a autonomia como sujeitos do processo de aprendizagem, e a melhoria do seu desempenho. A avaliação acontece vinculada às atividades do dia a dia da sala de aula, possibilitando a reflexão contínua da aprendizagem. A análise do que é produzido, conquistado, e dos pontos críticos identificados, norteará o replanejamento e a tomada de decisões quanto à CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO promoção dos alunos. Dessa forma, a avaliação é contínua, com a função de diagnóstico e acompanhamento, favorecendo a recuperação paralela que deve ocorrer durante o processo de aprendizagem. Neste sentido, à medida que o professor percebe o baixo desempenho e as dificuldades apresentadas pelos alunos, atitudes imediatas devem ser tomadas durante o processo ensinoaprendizagem, com novos procedimentos a serem oferecidos para corrigir as falhas da aprendizagem, para atingir os objetivos propostos e, finalmente , sua promoção. Considera-se que o estudo da Língua Portuguesa deve possibilitar que os alunos leiam e escrevam, não para a escola, mas para a vida. Portanto, os conteúdos devem ser trabalhados em situações de uso da língua, permitindo que o aluno aperfeiçoe seus conhecimentos linguísticos. Para avaliar a Linguagem Oral , o professor deve observar se os alunos estão se expressando de forma mais clara, compreendem as informações explícitas e implícitas no discurso oral e escrito, os argumentos usados em defesa de suas ideias, a clareza, coerência e argumentatividade, posicionamento crítico e também se procuram adequar sua fala a diferentes contextos, utilizando adequadamente entonação, pausas, gestos, respeitando o turno de fala, etc. Quanto a Escrita, é importante verificar se o aluno consegue atribuir sentido às suas escritas, intencionalidade, argumentação, clareza, coerência, a forma convencional com expressões próprias do discurso escrito, ortografia, as normas gramaticais , concordância verbal e nominal, estrutura , paragrafação, etc. Finalmente, o professor deve observar se o aluno é capaz de selecionar o tipo de organização textual que é mais apropriada para atingir os objetivos de sua escrita tais como: dar instruções, comunicar-se com alguém, convencer, divertir, emocionar, enredar, divulgar, reivindicar, etc. Avaliar a Análise linguística, significa refletir sobre a língua quando o aluno produz, revisa ou re-escreve seus textos, decide qual é a melhor forma de registrar suas ideias, organizar as informações, para que o texto fique claro e coerente, sem repetições , erros de ortografia e pontuação, a fim de atingir os objetivos da refacção do texto por ele escrito. A Avaliação Final é baseada na análise do processo de evolução do aluno e leva em conta os avanços alcançados a partir dos parâmetros curriculares indicados na proposta pedagógica. Mas, decidir sobre a promoção ou não do aluno é bastante difícil, porque é necessário observar cuidadosamente todo o caminho percorrido, considerando os avanços alcançados. Embora a Internet não tenha sido para alcançar objetivos educacionais, ela também pode ser avaliada nas diversas situações de aprendizagem, desde que seja trabalhada em conexão com os conteúdos da disciplina, por proporcionar novas formas de pensar, sentir e agir e também como CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO instrumento de inserção dos alunos, ampliação de sua leitura de mundo, possibilitando ações críticas e transformadoras. REFERÊNCIAS BRITO, Gláucia S., PURIFICAÇÃO, Ivonélia da; Educação e novas tecnologias: um repensar.2 ed. Editora EBPEX, Curitiba,2008. ARAÚJO, Júlio César, Internet & Ensino- Novos Gêneros, outros desafios. Editora Lucerna, RJ, 2007. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa da Educação Básica, 2008. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação, Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná, 2006, Governo do Paraná – SEED. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos- História e Cultura Afro-brasileira e Africana, Governo do Paraná, 2008. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos- Educação Escolar Indígena, Governo do Paraná, 2008. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos- Educando para as relações étnico-raciais, Governo do Paraná, 2008. ABREU, Ana Silvia Couto de; Leitura e escrita enquanto práticas discursivas: construindo filiações. UFSCar, Brasil. BUBER,Martin; Do diálogo e do dialógico,p.71. Madrid: BAC, l997 PARÂMETROS CURRICILARES NACIONAIS, Ensino Médio, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. BEZERRA, M.A. (org) Gêneros Textuais e Ensino. RJ: Lucerna, 2002 Salto para o futuro: Reflexões sobre a educação no próximo milênio/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, SEED, 1998. Salto para o futuro: Educação de Jovens e Adultos / Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. Proinfo: Informática e formação de professores/Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 2000. Revista Pátio, ano XI, n. 41- Fev/Abr 2007. DISCIPLINA DE ARTE CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ARTE A necessidade de se expressar artisticamente é inerente ao ser humano. O homem pré-histórico já fazia isso. Fascinado pelas cores, usava pigmentos extraídos da natureza para imprimir as pinturas rupestres, registrando assim suas histórias e seus costumes. Depois de muito experimentar, ele descobriu, por exemplo, que ao esmagar pedras coloridas e misturá-las com gorduras de CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO animais, obtinha grande variedade de cores e que o negro encontrava-se no carvão retirado das cavernas. Do auto-didatismo do homem primitivo aos dias de hoje, as técnicas de representação artística foram sendo aperfeiçoadas. Surgiram, então, estilos próprios a cada período histórico, que se pode perceber nas obras de grandes artistas. É certo que as obras que fazem parte do patrimônio cultural da humanidade resultaram da genialidade de artistas de todas as épocas e em outras áreas. Segundo a atual legislação educacional brasileira, a arte passa a vigorar como área de conhecimento e trabalho, tendo sido incluída como componente curricular obrigatório na educação básica. A área de Arte se refere às linguagens artísticas, como as Artes Visuais, a Música, o Teatro e a Dança. O ensino de Arte hoje, deixa de ter uma visão meramente técnica, de transmissão de conceitos de forma puramente imitativa, , como também refuta os princípios da "livre-expressão", do "deixar fazer espontâneo", sem interferência externa. Na atual concepção, entende - se que aprender arte envolve não apenas uma atividade livre de produção artística, mas também envolve compreender o que se faz e o que os outros fazem, através do desenvolvimento da percepção estética e do conhecimento do contexto histórico em que foi feita a obra. Portanto a arte será tratada como um objeto de cultura , criada pelo homem e dentro de um conjunto de relações. A arte faz parte das formas de conhecimento humano,apresentando especificidades em relação às outras disciplinas. Seu lugar na escola é inquestionável, pois uma proposta de ensino democrático considera a vivência e o conhecimento artístico , um direito de todos. O Colégio Estadual São Judas Tadeu tem um posicionamento fundamentado quanto à disciplina de Artes numa filosofia de busca de valores para uma educação integral, que transforme o educando em sujeito do seu próprio desenvolvimento, crítico, criativo, apto a agir e modificar o mundo cultural e a sociedade em que vive. Portanto a experiência artística visa propiciar uma educação integral,que leve o educando a uma reorganização interna, que passa pelo nível cognitivo e implica em ampliação e aprofundamento de seu conhecimento; sócio-emocional/ sócio cultural. O aluno será sempre o agente do processo educativo, usando de sua individualidade para se exprimir e para se relacionar respeitosamente consigo mesmo e com os outros. A concretização do papel comunicativo e social da arte se dará na medida em que além do criador, surge um espectador para usufruir e apreciar a obra. Na escola, o aluno é o criador e também o apreciador. O fazer artístico do aluno é um fato humanizador, cultural, que CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO envolve um conjunto de diferentes tipos de conhecimentos, gerando diferentes significações, levando o seu criador a se perceber como um agente de transformação. Os alunos poderão conhecer o fazer artístico não só como experiência poética, como também como desenvolvimento de suas potencialidades; conhecerão o fazer artístico como experiência de comunicação e de interação grupais, a arte como estrutura formal e como produto cultural. Como as demais áreas do conhecimento a Arte também foi introduzida no Brasil pelos Jesuítas. Nas reduções jesuíticas foram realizadas um trabalho de catequização dos indígenas com ensinamentos de artes e ofícios, através da retórica, literatura, musica, teatro, dança, pintura, escultura e outras artes manuais. Em todos os lugares onde a Companhia de Jesus se radicou, promoveu formas artísticas não somente cultivando formas ibéricas como também assimilando as artes locais. Por volta do Século XVIII, o mundo buscava a superação do modelo teocêntrico medieval voltando - se ao projeto conhecido como iluminista, que tinha como característica marcante a convicção de que tudo podia ser explicado pela razão e pela ciência. A Arte acompanhou as mudanças sugeridas pelo mundo moderno e foi fundada no Brasil a Academia de Belas – Artes. A Arte como os demais campos sofreram as influencias de modelos ditados pelas correntes pedagógicas. O Ensino de Arte na Escola Pública ganha força no Brasil pela Lei 9394/96. e No Estado do Paraná a partir do ano de 2003 o ensino de arte passa a ser valorizado no Currículo da Educação Básica, dando à Arte também o papel de formar sujeitos frente a uma sociedade em constante transformação. OBJETIVOS - Realizar produções artísticas, individuais ou coletivas, nas linguagens da arte(artes visuais,musica,teatro,dança),analisando, refletindo e compreendendo os diferentes processos produtivos, com suas diferentes manifestações socioculturais e históricos; - Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção,a imaginação,a emoção ,a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar produções artísticas; - Valorizar a diversidade cultural respeitando as expressões, artísticas locais e regionais,em seus vários aspectos como meio de preservação das tradições populares e de nossas raízes. - Apreciar produtos de arte, em suas varias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise; - Organizar informações sobre arte paranaense por meio de livros, documentos,obras e acervos, etc reconhecendo e compreendendo concepções CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO estéticas presentes nessas obras e acervos, etc, reconhecendo compreendendo concepções estéticas presentes nessas obras. e CONTEÚDOS A disciplina de arte no ensino fundamental contempla as Linguagens das Artes Visuais, Dança, da Música e de Teatro e os conteúdos estruturais selecionados por essa disciplina vem a constituir a base para a prática pedagógica. Esses conteúdos, serão desenvolvidos visando atender todos os alunos, levando - se em consideração suas limitações e necessidades de encaminhamentos especiais. ARTES VISUAIS Elementos básicos da linguagem das artes visuais: Imagem: representações simbólicas de uma ideia percebida de forma sensorial. a)- forma: configuração visível do conteúdo, delimitação do espaço visual: Suporte: tamanho, espaço,materiais; Espacialidade: leitura de imagens bidimensionais e tridimensionais, compreendendo ponto, figura/fundo,simetria; Texturas: própria e produzida. Movimento: ritmo e equilíbrio. b)- luz: radiação magnética que provoca uma sensação visual. Sombra: intensidade Cor :pigmentos (teoria das cores), escala cromática, tons e matizes. Texturas: tátil e gráfica, Luz e sombra: técnica de sombreamento. Composição: figurativa e abstrata 2 - Produções / manifestações artísticas das artes visuais: Imagens bidimensionais (desenhos, pinturas, propaganda visual, murais, cartazes, gravuras, mosaicos, texturas, composições, caricatura, design, colagem, ilustrações , poesias, leitura e releitura de obras artísticas etc.) Imagens tridimensionais (maquetes, dobraduras, esculturas, etc.). DANÇA 1)- Elementos básicos da linguagem da dança: movimento: ação corporal articulada no tempo e no espaço. A dança como manifestação cultural. Dança folclórica. 2) Produções / manifestações artísticas da dança: Composições coreográficas (escolha e organização das sequências e relacionamentos dentro de um ritmo, acrescido dos cenários, figurinos, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO iluminação e som) Improvisações coreográficas (movimentos organizadas sem planejamento prévio, exploração mais espontânea das possibilidades de movimento dentro do ritmo). MÚSICA 1- Elementos básicos da linguagem da música : - som; - ritmo; - melodia; - harmonia. Instrumentos musicais: - sopro; - corda; - percussão. Gêneros Musicais e suas classificações. - Bossa Nova; - MPB; - Outras tipologias musicais. Produções / manifestações artísticas da musica: - audição de diferentes estilos musicais; - canto: músicas folclóricas e populares; - Paródias. Instrumentos musicais; - análise de diferentes instrumentos musicais: - corda, sopro, percussão. TEATRO 1-Elementos básicos da linguagem do teatro: personagem, personagem, expressão corporal , expressão gestual, vocal. organização da ação dramática a partir da História: Organização da ação dramática a partir de: Expressões gestuais: mímica, jogos dramáticos, fantoches, música, poesia. Temas folclóricos (lendas brasileiras). - textos literários - textos dramatúrgicos ; - poesias; - músicas - jogos dramáticos. - História da arte: plástica, visuais, cênica e musical. - Linguagens artísticas: apreciação artística e releitura de obras de artes e produtos artísticos. - arte bizantina CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - gótica, - renascentista, - arte indígena. - Arte paranaense. APRECIAÇÃO ARTÍSTICA A arte na consolidação da sociedade brasileira. A arte moderna. Produções artísticas locais. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O fazer arte e pensar sobre o que se realiza, pode garantir ao aluno sempre uma aprendizagem contextualizada em relação a valores e meios de produção artísticos das diferentes sociedades, em diferentes épocas. Para isso é importante que o aluno adquira autonomia para aprender a buscar a informação desejada, ser um indivíduo investigador e que saiba dividir o que aprendeu. É possível, através da arte, desenvolver projetos, onde o tratamento de temas socialmente relevantes seja privilegiado. É uma oportunidade para ampliar o entendimento e a atuação dos alunos perante os problemas vitais que estão presentes na sociedade, exercitando suas responsabilidade como cidadão. Pode-se abordar o tema do pluriculturalismo, levando o aluno não somente a identificar semelhanças e diferenças culturais, como reconhecer a importância de criar mecanismos de manutenção de cultura dentro de agrupamentos sociais. Permite problematizar temas como preconceitos, excepcionalidade física ou mental, estereótipos culturais, entre outros. O ensino de arte, portanto, é um processo de articulação da experiência , de significação da relação do indivíduo com o meio e consigo mesmo. Nesse processo de articulação e ordenação, o potencial criador dialoga com as experiências anteriormente acumuladas pelo sujeito da ação, relacionando o antigo com o novo, através de uma transformação que respeita a especificidade do sujeito e o objeto a ser conhecido, dando - se aí uma aprendizagem por experiência significativa. A imaginação criadora permite conceber situações novas, ideias e articular os sentimentos em imagens, textos, música, dança e movimento. Esta faculdade de imaginar está na raiz de qualquer processo de conhecimento, seja ele científico, artístico ou técnico. E, além disto, a arte é um conhecimento que permite aproximar indivíduos, culturas diferentes. É uma expressão universal e ao mesmo tempo pessoal, uma criação única, inserida num contexto cultural e histórico. A imaginação criadora permite conceber situações novas, ideias e articular os sentimentos em imagens, textos, música, dança e movimento. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Ao aluno deverá ser oportunizado desenvolver a sua cultura artística fazendo, conhecendo e apreciando produções artísticas, que são ações que integram o perceber, o pensar, aprender, recordar, imaginar, sentir, expressar e comunicar pessoal, onde pode interagir e se relacionar com o ambiente. Ele deve ter como fonte de informações não só o ambiente escolar, mas também ser motivado a apreciar obras de arte de outros a partir de visitas a museus, fontes de informação e comunicação diversos ( textos, vídeos, gravações, rádio, Internet, entre outros). Cabe ao professor, problematizar as situações, desafiando o aluno a solucioná-las, afim de desenvolver suas estruturas mentais e afetivas. Este deve criar situações de aprendizagem, apoiado em imagens, músicas, cenas, danças, livros, slides, vídeos, pois o aluno se atualiza e aumenta o seu próprio repertório artístico. O papel do professor é o de instrumentalizador técnico, orientador, destinatário das produções dos alunos, documentador, promotor de trocas entre alunos. A postura metodológica que será utilizada na área de Artes constará de uma a metodologia fundamentada em propostas de ensino que incluem a contextualização e a interdisciplinaridade com as demais disciplinas do currículo de forma crítica e estética para desenvolver no aluno a capacidade do fazer artístico ( produção artística ), leitura da obra de arte ( crítica e estética ), contextualização da obra de arte ( História da arte ). O fazer artístico deve basear - se no desenvolvimento da criatividade do educando, dando plena vazão à sua expressividade nas mais diversas linguagens. Deve enfatizar o exercício da percepção, da fantasia e da imaginação criadora. O apreciar é desenvolvido através de exercícios de observação da própria produção, da leitura de obras, assistindo espetáculos teatrais, de música, de dança, na troca de experiências, nas discussões sobre arte, dos meios de comunicação e do mundo social em que a pessoa está inserida. A apreciação estética deve desenvolver o senso crítico do aluno. Para o desenvolvimento das aulas de Educação Artística serão utilizados o quadro-negro, a fala do professor, enriquecida com recursos didáticos como: livros, vídeos, televisão, rádio, computadores, jogos, recortes de jornal, revistas, e outros materiais diretamente relacionados com o dia-a-dia do aluno e ainda outros recursos que devem ser integrados a situações que levem o aluno ao exercício da análise e da reflexão. Assim, a organização do trabalho didático será encaminhada de modo que os alunos desenvolvam a própria capacidade para construir conhecimentos artísticos e interagir de forma cooperativa com seus pares, na busca de soluções para problemas, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. A Inclusão de todos os alunos com ou sem necessidades educativas especiais, será contemplada sempre que o professor identificar o quê os alunos sabem, planejar em torno deste prévio conhecimento, e conhecer o CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO estilo de aprender e as necessidades individuais. Todos os alunos podem se beneficiar das metodologias de inclusão e todos podem descobrir juntos que existem lugar de aprendizagem para todos. ENSINO MÉDIO - ARTE A arte é um processo de humanização e o ser humano, como criador, produz novas maneiras de ver e sentir que são diferentes em cada momento histórico e em cada cultura. Por isso é fundamental considerar as determinações econômicas e sociais que interferem nas relações entre os homens, os objetos e os outros homens, para compreender a relatividade do valor estético e as diversas funções que a arte tem cumprido historicamente e perceber como a arte se relaciona com o modo de organização da sociedade. Pela Arte, o ser humano se torna consciente da sua existência, Individual e social, ele se percebe e se interroga, sendo levado a interpretar o mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender os princípios das obviedades que são atribuídos aos objetos e as coisas, ela é desafiadora expõe as contradições, as emoções e os sentidos de suas construções. Nesta perspectiva a Arte possibilita aos alunos um novo olhar, um ouvir mais criativo, um interpretar da realidade além das aparências com a criação de uma nova realidade no imaginário, bem como a ampliação das possibilidades de fruição e expressão artística. Um olhar sobre o passado é importante para a compreensão do Ensino de Arte para esse novo Século. Durante o período colonial, incluindo o Estado do Paraná , ocorreu, nas vilas e reduções jesuíticas, a primeira forma registrada de arte na educação. A congregação católica denominada Companhia de Jesus veio ao Brasil e desenvolveu uma educação de tradição religiosa para grupos de origem portuguesa, indígena e africana. Nas reduções jesuíticas, realizaram-se um trabalho de catequização dos indígenas com ensinamentos de artes e ofícios, através da retórica, literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e arte manuais. Esse trabalho educacional jesuítico perdurou no Brasil por cerca de 250 anos e influenciou na constituição da matriz cultural brasileira, de forma que a cultura popular paranaense na música caipira, na forma de cantar e tocar viola, no folclore, na folia de Reis, na Congada, entre outras, permanece quase que inalteradas. Em 1808 com a vinda da Família Real para o Brasil, inicia-se uma série de obras e ações para acomodar a Família Real, entre elas a chegada de um Grupo de artistas franceses encarregados da fundação da Academia de BelasArtes, mudando o estilo artístico dos séculos anteriores. Outro marco importante na trajetória da Disciplina foi a Reforma Educacional em 1890, influenciados pelas ideias positivistas e liberais, foi valorizada a arte por meio do Desenho Geométrico. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Os movimentos nacionalistas (Semana da Arte Moderna, 1922) desenhou outro marco na história, influenciando os artistas brasileiros denominados “ Modernistas” valorizando a expressão individual e rompendo com os modos de representação realista. Em todos os períodos históricos o ensino de Arte se fez presente e foi ministrado nos diversos espaços sociais. A partir dos anos 60 as produções e os movimentos artísticos se intensificaram: nas Artes Plásticas com as Bienais, e os movimentos contrários a ela: a Bossa Nova e os Festivais. No Estado do Paraná, a partir do ano de 2003 a Disciplina de Artes ganha um novo espaço, são atribuídas na Matriz Curricular de Educação Básica a obrigatoriedade de duas horas aulas semanais e a disciplina passa a ter um caráter formador, deixa de ser coadjuvante no Sistema Educacional e passa também a se preocupar com desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída historicamente e em constante formação. OBJETIVOS - Aprofundar os conhecimentos sistematizados de arte, articulando-os com as outras áreas para proporcionar ao aluno uma compreensão da totalidade da mesma, numa perspectiva de abranger o conhecimento artístico produzido pela humanidade; - Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da arte (música, artes visuais, dança, teatro, artes audiovisuais); - Apreciar produtos de arte, em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise estética; - Analisar, refletir e compreender os diferentes processos da Arte, com seus diferentes instrumentos de ordem material e ideal, como manifestações socioculturais e históricas; - Conhecer, analisar, refletir e compreender critérios culturalmente construídos e embasados em conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico, semiótico, científico e tecnológico, entre outros; - Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações de Arte – em suas múltiplas funções – utilizadas por diferentes grupos sociais e éticos, interagindo com o patrimônio nacional e internacional, que se deve conhecer e compreender em sua dimensão sócio-histórica. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Elementos Formais, Composição, Movimentos e Períodos CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Movimentos e Composição Elementos ÁREAS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Períodos Formais CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Ponto - Dimensional - Conceito de Arte - Linha - Arte na Pré – história ARTES - Cor VISUAIS - Textura - Tridimensional -Arte no Egito Antigo -Volume - Arte Grega - Modelagem AVALIAÇÃO O processo de avaliação tem por objetivo estabelecer critérios que sirvam de parâmetros que balizem a ação pedagógica. Os critérios de avaliação em Artes decorrem dos conteúdos, consistem em uma seleção de expectativas que evidenciem a apropriação destes conteúdos pelos alunos. Em Artes serão levados em conta os elementos formais na composição artística pelo modo de organizar e expressar as qualidades estéticas dos objetos, dos sons e da realidade, de forma que a resolução de uma proposta pautada em resultados positivos que expressem o equilíbrio, a harmonia, a dinâmica e conhecimentos que possibilitarão ao aluno: - expressar sua leitura sobre a realidade humano e social no trabalho artístico; - reconhecer e utilizar os diferentes sistemas de representação artística; - fazer uma leitura da produção artística, a partir dos procedimentos que foram usados; - ultrapassar a cópia, a imitação e os estereótipos de representação; - superar os hábitos de percepção impostos socialmente, que tendem a ver os objetos somente sob seus aspectos prático-utilitários; - construir, a partir da sensibilidade estética, da imaginação e do conhecimento técnico, o trabalho artístico, permitido que este venha a ser partilhado com outros. Assim sendo, a avaliação. em Artes será feita através da verificação do que e como o aluno prática elaborações artísticas e estéticas sobre o mundo, ressaltando que ele está aprendendo desde o início do trabalho pedagógico. Pois o resultado de um trabalho em arte reflete CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO uma exteriorização dos sentimentos e sensações do educando ao longo do processo escolar. Para isso a avaliação será diagnóstica, somativa, qualitativa, formativa, contínua, permanente, cumulativa, levando em consideração as atividades desenvolvidas, a capacidade de síntese e a elaboração pessoal sobre a memorização, e procurando levar o aluno à construção da temporalidade e à compreensão de que a própria temporalidade é uma construção histórica. Os alunos com necessidades educativas especiais devem ser avaliados de forma contínua, respeitando suas limitações e dificuldades, num processo ativo e cooperativo de aprendizagem. Para a verificação de aprendizagem serão utilizados técnicas e instrumentos diversificados tais como: - testes de conhecimentos; - pesquisas bibliográficas; - debates; - seminários, - relatos de experiências; - elaboração de murais e painéis; - realização de trabalhos artísticos em grupo; - apresentação de teatros, saraus e danças; - participação em atividades artísticas coletivas e ou individuais; - a avaliação em Educação Artística servirá de: Diagnóstico , Motivação e Análise , tanto para o aluno, quanto para o Professor. Visando proporcionar um aprendizado significativo, a recuperação de estudos é essencial para que o aluno tenha acesso aos conhecimentos básicos da disciplina. Nesse sentido será ofertada a possibilidade de todos recuperarem os estudos realizados, após cada conteúdo. Aquele que necessita recuperar e ou ampliar seus conhecimentos sobre determinados temas, fará de forma diversificada podendo optar por: - Trabalho escrito; - Pesquisa bibliográfica; - Refacção de textos e atividades elaborados anteriormente; - Confecção de cartaz e ou murais para fixação em sala de aula. A recuperação será individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevistas para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. BIBLIOGRAFIA BARBOSA, A. M . Inquietações e mudanças no ensino da arte . São Paulo. 1993. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte . São Paulo,1991. FAYGA, A. M . Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo. 1993. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO FISCHER, Ernest. A necessidade da arte . R.J.1979 OSTOWER,Fayga, Universo da Arte.1991. PARANÁ, Diretrizes Curriculares para a Educação Inclusiva, 2006 PARANÁ. Diretrizes curriculares para o ensino da arte para o ensino fundamental. SEED 2006. DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - INGLÊS CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) – INGLÊS A Língua Estrangeira Moderna nos oferece a possibilidade de adquirirmos conhecimentos culturais de outros locais e ainda gera a expectativa de análise comparada com a cultura do outro. Outra possibilidade da LEM é o acesso ao conhecimento científico já que vivemos na era da informação e da tecnologia e então se torna necessário o aprendizado da LEM até como meio de emergência social e preparação para o mercado do trabalho. O estudo de uma Língua Estrangeira é fundamental ainda do ponto de vista econômico já que a globalização permite a difusão de produtos, hábitos e culturas. No Brasil, o ensino de Língua Inglesa, como Língua Estrangeira Moderna teve seu advento na década de 30 já que o nosso país se espelhava no desenvolvimento e industrialização de alguns países tais como Estados Unidos e Europa e então o Inglês teve o espaço nos currículos escolares por ser um idioma que favorecia e ainda favorece nas transações comerciais. Durante a evolução da LEM no Brasil, a disciplina sofreu a influência de vários métodos porém houve um período em que o “ governo militar desobrigou a inclusão de Línguas Estrangeiras nos currículos de 1º e 2º graus, sob o argumento de que a escola não deveria se prestar a ser a porta de entrada de mecanismos de impregnação cultural estrangeira” ( Diretriz p. 45) Contudo, em 1976 a LEM voltou a ser valorizada e se tornou obrigatória no 2º grau e recomendada ao ensino fundamental se a escola tivesse condições de oferece-la. Posteriormente foi criado os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas ( CELEM ) com o objetivo de oportunizar o ensino de outros idiomas além da Língua Inglesa. Nesta conjectura, se torna obrigatória a Língua Espanhola no Ensino Médio, isto é, a escola deve oferecer porém ao aluno a matrícula é facultativa. Então, podemos concluir que a Língua Estrangeira Moderna favorecem a formação do indivíduo e deve estar problematizada aos aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais do meio que nos cerca, além de propiciar uma formação crítica que permita relacionar as diversas culturas que nos cercam. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE O discurso como prática social se constituirá o conteúdo estruturante. Então se faz necessário que o professor leve em consideração a experiências no trabalho com a linguagem que o aluno já possui e que ele tenha que interagir em uma nova discursividade, interagindo assim, elementos indispensáveis da prática como: conhecimentos linguísticos, discursivos, culturais e sócio-pragmáticos. Os conhecimentos linguísticos dizem respeito ao vocabulário, à fonética e às regras gramaticais, elementos necessários para que o aluno interaja com a língua que se lhe apresenta. O discurso, as diferentes gêneros discursivos que constituem a variada gama de práticas sociais que são apresentadas aos alunos. As culturais, a tudo aquilo que sente, acredita, pensa, diz, faz e tem uma sociedade, ou seja, a forma como grupo social e vive e concebe a vida. Os endofragmáticos, aos valores ideológicos, sociais e verbais que envolvem o discurso em um contexto sócio-histórico particular. Além disso, uma abordagem do discurso e uma totalidade será realizada e garantida através de uma atividade significativa em língua estrangeira nas quais as práticas de leitura, escrita e oralidade, interajam entre si e constituam uma prática social cultural. CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA – – – – – – – – – – – – tema e finalidades do texto; texto; interlocutor, aceitabilidade do texto; informatividade; situacionalidade; temporalidade; referência textual; partículas do texto; conectiva do texto; discurso direto e indireto; elementos composicionais; ORALIDADE – – – – – – papel do locutor e interlocutor; elementos extralinguísticos tais como: entonação, pausas, expressão facial, corporal e gestual; adequação do discurso ao gênero; variações linguísticas; adequação da fala no contexto e gírias; diferenças e ESCRITA – – – – tema do texto; interlocutor, finalidade, informatividade e elementos composicionais do gênero; Marcas linguísticas tais como: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos, ortografia; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO sentido conotativo e semelhanças entre o denotativo; discurso oral e – ironia e humor; escrito; – léxico e marcas linguísticas tais como: CONTEÚDOS coesão e coerência, ESPECÍFICOS CONTEÚDOS função das classes ESPECÍFICOS gramaticais no texto, – apresentações de pontuação, recursos textos produzidos – produção textual a gráficos ( aspas, pelos alunos partir da travessão, negrito, etc ) e levando em delimitação do figuras de linguagem. consideração a tema, do aceitabilidade, interlocutor, do CONTEÚDOS informatividade, gênero, da ESPECÍFICOS situacionalidade e finalidade; finalidade do texto; – acompanhamento – tema e finalidades do – contexto social de na produção textual; texto, interlocutor, uso do gênero oral – re-escrita textual: aceitabilidade do texto, selecionado; revisão dos informatividade, – apresentações que argumentos das situacionalidade, explorem as marcas ideias, dos temporalidade, linguísticas típicas elementos que referência textual, da oralidade em seu compõem o gênero; partículas conectivas do uso formal e – produção textual texto, discurso direto e informal; está coerente e indireto, elementos – contação de coesa, se há composicionais, sentido histórias de continuidade conotativo e denotativo , diferentes gêneros, temática, se atende ironia e humor, utilizando-se dos à finalidade, se a polissemia, léxico e recursos linguagem está marcas linguísticas tais extralinguísticos adequada ao como: coesão e tais como: contexto; coerência, função das entonação,pausas, classes gramaticais no expressão texto, pontuação, facial,corporal e recursos gráficos ( aspas, gestual; travessão, negrito, etc ) e – discursos de outros; figuras de linguagem. – ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Propõe-se que o professor de Língua Estrangeira Moderna aborde vários CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO gêneros textuais, analisando a função,composição, e informações, intertextualidade e elementos coesivos. O trabalho com a gramática será aplicada aos textos e ainda de acordo com a necessidade dos alunos. A aula de LEM deve se transformar num espaço em que se desenvolvam atividades com significado e que objetive ainda que o aluno vincule o que é estudado com a realidade que o cerca. O trabalho pedagógico com o texto trará uma problematização e a busca por sua solução deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática analítica e crítica e ampliem seus conhecimentos. A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam atividades significativas, as quais explorem diferentes recursos e fontes, objetivando vincular o que é estudado com a realidade que o cerca. O professor ao selecionar os gêneros textuais para a sala de aula deve levar em conta os Desafios Educacionais Contemporâneos com o objetivo de refletir a abrangência da Educação no âmbito social bem como a responsabilidade desta. Assim sendo, devemos elencar temáticas relacionadas com a violência, as relações étnico-raciais, a educação ambiental e fiscal, ao uso indevido de drogas e direitos humanos objetivando estimular a capacidade crítica do aluno para que ele se torne capaz de entender a realidade que o cerca e ainda estabelecer nova visão social e cultural. Cabe ao professor criar situações para que o aluno seja um leitor crítico e entenda as ideologias presentes em cada texto e ainda ser instigado a buscar respostas e soluções aos seus questionamentos. Quanto à oralidade, o objetivo de deve ser expor os alunos à diversos textos orais não só objetivando o uso funcional da língua mas com iniciativas de expressar ideias em Língua Estrangeira mesmo que com alguma limitação. As produções escritas devem estar embasadas de acordo com o gênero analisado e trabalhado em sala e o professor deve direcionar as atividades definindo os objetivos da produção. As atividades serão abordadas a partir de textos e envolverão práticas e conhecimentos de modo a proporcionar ao aluno condições para assumir uma atitude crítica e transformadora. Nesta proposta, o professor pode considerar os itens: a) Gênero: explorar o gênero escolhido e sua aplicação; b) Aspecto Cultural/ Interdiscurso: influência de outras culturas percebidas no texto, o contexto, quem escreveu, para quem, com que objetivo e quais outras leituras poderão ser feitas a partir do texto apresentado; c)Variedade Linguística: formal ou informal. d) Análise Linguística: concepção de língua sujeita às interferências dos falantes e questões abertas e com possibilidade de comparação e reflexão com outras formas de escrita e fala. e) Atividades: pesquisas acerca do assunto abordado, discussões a respeito do assunto com o objetivo de aprofundar e confrontar informações e produção de texto de acordo com o gênero abordado. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Para a realização destas atividades serão utilizados materiais didáticos disponíveis tais como: livros didáticos, cadernos temáticos específicos da EJA, dicionários, DVD's, CDS, laboratório de informática, TV multimídia e pendrive. AVALIAÇÃO Quando falamos em avaliação geralmente se associa com o ato de medir os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Então,a partir deste ponto de vista surgiram vários estudos com o objetivo de analisar a prática já que a mesma contribui para a verificação da aprendizagem. Portanto, a avaliação na disciplina em Língua Estrangeira Moderna será diagnóstica e formativa. A primeira terá a função de averiguar o conhecimento prévio do aluno e a formativa como meio para que o aluno passe a conhecer seus erros e acertos e sanar as dificuldades apresentadas e ainda orientar o trabalho do professor. Segundo Ramos (2001), é um desafio construir uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo que nos permita formar cidadãos conscientes, críticos, solidários e autônomos. Sendo assim, o erro deve ser visto como um passo para que a aprendizagem se efetive e com o objetivo de se refletir acerca da produção do aluno. Como critérios de avaliação analizar-se-á a partir da capacidade de ler e entender o texto e ainda obter informações lineares e nãolineares a partir do mesmo, capacidade de estabelecer a intertextualidade a partir de um mesmo contexto; capacidade de pesquisa e estabelecer relação de uso dos vocábulos, capacidade de estabelecer as diferenças e semelhanças entre os elementos que compõem cada gênero, capacidade de uso adequado de vocabulário e outras expressões, argumentação, adequação do discurso em formal e informal, compreensão de outros discursos, uso adequado de elementos coesivos e entonações de fala. Os instrumentos utilizados serão pesquisas e organização de vocabulário, discussões, seminários, trabalhos individuais e em grupo, exercícios de fixação, provas escritas e orais e produções textuais. Constitui parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, tendo como princípio básico o respeito à diversidade de características, de necessidades e de ritmos de aprendizagem de cada aluno. Sendo a recuperação contínua e concomitante, deve ser realizada ao longo do ano, a cada conteúdo trabalhado, no momento em que são constatadas as dificuldades, fazendo assim, as intervenções necessárias. Todo e qualquer processo avaliativo, requer uma parada, uma reflexão para que se possa medir os avanços e o percurso percorrido. Para a partir daí identificadas as dificuldades, propor novas estratégias buscando superar os obstáculos encontrados. Portanto, será necessário reconstruir alguns textos, solucionando os equívocos ocorridos; identificar o erro, representa necessariamente aprender com sua própria prática e assim respeitar a capacidade de entendimento que CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO é pessoal, particular para cada pessoa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Língua Estrangeira Moderna . SEED: Paraná,2009. GIMENEZ, T. Currículo de Língua Estrangeira: revisitando fins educacionais. Londrina, 2003. Anais Midiograf. JORDÃO, C.M. O ensino de Línguas Estrangeiras em tempos pós-modernos. Curitiba, UFPR,2004. DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Essa disciplina propõe como área de estudo a cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física além da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento. Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira ( apud PARANÁ, 2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto negar o movimento como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa. Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como: (...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram. A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes culturas. Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A Educação de Jovens e Adultos – EJA, atende um público diverso (jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização mesma por fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária mas a diversidade sócio-cultural dos mesmos. Se considerarmos que os educandos freqüentadores dessa modalidade de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades. Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se nos apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam atividades como as “bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do voleibol como referências absolutas das possibilidades de movimento corporal humano e como tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na Educação Física, de fato sua adequabilidade será mínima. Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO professor que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas educacionais específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas encontra-se em fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para a consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino. Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador para o trabalho pedagógico da disciplina de Educação Física com jovens e adultos: 5. Quem são os alunos da EJA? 6. Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos? Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo1. É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na prática pedagógica do educador, expressando idéias e ações relacionadas a: seqüenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar), comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem (efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios de acompanhamento das conseqüências do processo ensino-aprendizagem), conforme representados na figura 1: Seqüênciação Tempo Comprometimento Cultura Trabalho Avaliação A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da 1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar). CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28), deve estar voltado para uma formação na qual os educandostrabalhadores possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez. O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas, transformações e diferenças em cada região. Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta as características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de ensino, seja de caráter presencial ou semi-presencial. Os conteúdos que apresentamos – constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser selecionados em função do projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os interesses dos alunos observados nas interações iniciais com o educador . Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física (BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a participação e reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo, buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no desempenho e da eficiência, e conseqüentemente na exclusão do educando . O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de aprendizagem que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras e sócio-culturais dos alunos. Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço conjunto de professores e alunos através de situações concretas e significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a possibilidade de construção pelo educando dos seus conceitos, atitudes e CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de conhecimentos. Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo de vista que os mesmos estão inseridos numa cultura e expressam uma aprendizagem social regida por uma organização política e social. O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o educando compreenda o seu “eu” e o relacionar-se com o outro, a partir do conhecimento do seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de expressão. A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a superação das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que: o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história de vida. Isso torna-se essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade. A avaliação deverá portanto compreender formas tais como: a linguagem corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de trabalhos, de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e objetivos que se quer alcançar. Devemos levar em consideração que educando CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais e o grau de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências anteriores Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os educandos. Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades. Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento. Dentro dessa perspectiva, para que a avaliação seja coerente e representativa é fundamental que a relação entre os componentes curriculares se apóie em um diálogo constante. É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um autoconhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos propostos. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas ” (FREIRE, 2003 p. 34). Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que contemplem: − a relação entre o conhecimento social e escolar do educando; − a identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na proposição das praticas educativas; − ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento; − as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas na formação do educando; − as múltiplas interações entre os diferentes saberes; − articulação entre teoria, prática e realidade social; − atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo. Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer e permeando conteúdos com a História Cultura Afro- CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Brasileira (Lei nº 10.639/03), Cultura Indígena (Lei nº 11.645/08), História do Paraná (Lei nº 13.381/01), Meio Ambiente (Lei nº 9.795/99 e Programa Nacional de Educação Fiscal (Portaria 413/2002 ). Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, além de, pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de: alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção que requer uma dimensão histórico-política e social. O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificálo no currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá-lo, promovendo a sua resignificação, e sua adaptação a realidade que a prática cria e recria, colocando-o como um meio e não fim em si mesmo. Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais. O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta. A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento, conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto representa sua história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de integração e relacionamento social. O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social. Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO de cada ensino. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ENSINO MÉDIO • Esporte; • Jogos e brincadeiras; • Ginástica; • Lutas; • Dança. - DO ENSINO FUNDAMENTAL Determinantes histórico-sociais do Esporte Definição de saúde. Atividade física na produção de saúde. ESPORTE E SAÚDE Sedentarismo. (Ensino Fundamental) Postura. - Anabolizantes e suas conseqüências. - Controle de freqüência cardíaca. ESPORTE 1.E Definição de saúde. SAÚDE (Ensino Médio) 2. Obesidade. 3. Stresse. 4. Hábitos alimentares. 5. LER e DORT. 6. Ergonomia. E CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 7. Corpo do trabalhador e seus sacrifícios. 8. Controle de freqüência cardíaca. 9. ESPORTES (Ensino Fundamental e Médio) JOGOS (Ensino Fundamental e Médio) Envelhecer com saúde. Definições de esporte. História e origem. Princípios básicos (fundamentos). Táticas e regras. Esporte como fenômeno global. Atividades práticas. Definição de jogo. Aspectos históricos sociais. Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos, Jogos lúdicos, jogos intelectivos, jogos de dramatização e jogos pré-desportivos. Diferentes manifestações culturais. Atividades práticas. História e origem. GINÁSTICA (Ensino Fundamental e Médio Tipos de ginástica: ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica laboral e ginástica de academia. Princípios básicos. Atividades práticas. DANÇA História e origem (Ensino Fundamental e Médio) Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de salão, danças criativas. Expressão corporal/atividades rítmicas. Danças da cultura local. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Atividades práticas. LAZER Definição de lazer. (Ensino Fundamental e Médio) Aproveitamento do tempo livre. LUTAS Lazer e benefícios para saúde. Funções e transformaçoes através das lutas ocidentais e lutas orientais Exercícios de jogos de oposição AVALIAÇÃO Os critérios para a avaliação devem ser estabelecidos, considerando o comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico: • Comprometimento e envolvimento – se os alunos entregam as atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos e regras; se o aluno consegue resolver, de maneira criativa, situações problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno se mostra envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas ou realizando relatórios. Partindo-se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um processo contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB no 9394/96, em que o professor organizará e reorganizará o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os jogos e brincadeiras, a dança e a luta. A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos metodológicos, constituindo-se na forma de resgatar as experiências e sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o professor quanto os alunos poderão revisitar o trabalho realizado, identificando avanços e dificuldades no processo pedagógico, com o objetivo de (re)planejar e propor encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda superem as dificuldades constatadas, oferecendo assim a recuperação de estudos. Outra sugestão é a organização e a realização de festivais e jogos escolares, cuja finalidade é demonstrar a apreensão dos conhecimentos e como estes se aplicam numa situação real de atividade que demonstre a capacidade de liberdade e autonomia dos alunos. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO REFERÊNCIAS BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I): 73-81.2002 COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. 2.ed. São Paulo: Ática, 1997. COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. CORBIN, C.B. The field of Physical Education: common goals, not common roles. JOPERD, Reston, p.79-87, 1993. FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A . J. Educação como prática corporal. 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DISCIPLINA DE MATEMÁTICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA A modernização do ensino da matemática no país aconteceu num contexto de mudanças que promoviam a expansão da industria nacional, do desenvolvimento da agricultura, do aumento da população nos centros urbanos e das idéias que agitavam o cenário político internacional. Tudo isso após a primeira guerra mundial, assim nova propostas educacionais caracterizavam reações favoráveis a uma estrutura educacional. Nesse contexto, a educação matemática se torna um campo fértil e promissor para o ensino da matemática. A matemática era vista como uma construção constituída por estruturas e relações abstratas entre formas e grandezas. Por esse motivo dava maior ênfase ao processo e não ao conhecimento. A matemática passou por várias etapas e tendências sendo que a presente “hoje” é a Histórico-crítica que, atende as necessidades sociais e teóricas. A aprendizagem efetiva da matemática, não consistia apenas no desenvolvimento de competências, mas de estratégicas que possibilitem ao aluno estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. O ensino da matemática busca minimizar problemas de ordem social, visto que esta educação se dá em uma escola que por sua vez, está inserida numa sociedade, cujo modelo de organização precisa ser questionado, ou seja, a pensar nos aspectos pedagógicos e cognitivos da produção do conhecimento matemático, mas também nos aspectos sociais envolvidos. Pensar numa prática docente a partir da educação matemática, portanto implica pensar na sociedade em que vivemos, isso requer que o professor saiba estabelecer uma postura teórico-metodológica e seja questionador frente às concepções pedagógicas historicamente difundidas. O currículo de matemática está repleto de conteúdos de alto nível de abstração que não possuem ligação com a vida dos alunos. Isso aumenta a dificuldade de compreensão, desestimula e desinteressa os alunos. Não estamos afirmando que se deve ensinar apenas aqueles conhecimentos necessário no cotidiano do aluno, porque isso seria negar-lhe o acesso a outros conhecimentos. Acreditamos que é preciso partir da realidade do educando, daquilo que tem significado para ele, para então chegar a teoria, para depois retornar a prática e assim sucessivamente. A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A sua origem remonta à antigüidade clássica greco-romana. Os CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO gregos conceberam a Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade. Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos, deve também conhecer os fundamentos histórico-filósoficos da Matemática, e ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual (is) o educando aprende; aquisição do conhecimento. Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a partir da década de 60 do século passado. O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua forma de organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “ Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “ Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno. Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole. Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia, justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos matemáticos sócio-históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade dos professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para a matemática. Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base material de existência humana e as manifestações teórico-metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida. Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade. Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza. O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade. Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das idéias matemáticas e sociais. Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sóciohistórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais. Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática. Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas. A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos. Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural. A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”: Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria (...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos) Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO compõem suas bagagens culturais, que são freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar. É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática. Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente. Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo. Organização dos Conteúdos Ensino Fundamental Conteúdo Estruturante Conteúdo Básico Conteúdo Específico Números e Álgebra Conjuntos Numéricos -As quatro operações -Números decimais -Números negativos -Números racionais Números e Álgebra Proporcionalida -Razão e Proporção de -Regra de Três Tratamento da Matemática Informação Financeira Estatística Porcentagem e juros Análise de tabelas e gráficos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Geometria Geometria Analítica Sistema Cartesiano Tratamento da Estatística Informação Construção de tabelas Construção de gráficos Números e Álgebra Polinômios Linguagem algébrica Expressões algébricas Operações com monômios Números e Álgebra Equações Equações de 1º grau Geometria Geometria Plana Teorema de Pitágoras Relações Métricas e trigonomêtricas no triângulo retângulo Número e Álgebra Conjuntos Conjuntos numericos Potenciação e radiação Números e Álgebra Equação Equação do 2º grau Geometrias Geometrica Plana e Espacial Ponto Reta Plano Figuras Planas Sólidos geometricos Números e Álgebra Medidas Comprimento Área Volume História da Matemática Organização dos Conteúdos Ensino Médio conteúdo estruturante conteúdos básicos números e algebra conjuntos numéricos proporcionalidade potenciação e radiciação CONTEÚDOS ESPECIFICOS -Conjunto dos números Reais; - Razão e proporção; - Regra de três simples; – – Propriedades das Potencias Propriedades dos radicais CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - Equação do 2° Grau; equações e inequações - Equações exponenciais; - Inequação do 2° Grau; grandezas e medidas medidas função afim - Medidas de área; - Medidas de volume; – – – função quadrática funções – – progressão aritmética – progressão geométrica – - GEOMETRIA PLANA geometrias – – – – - GEOMETRIA ANALÍTICA – – – – – – – tratamento da informação – – - MATEMÁTICA FINANCEIRA Zeros da Função Quadrática Gráfico da Função Ponto de Máximo e de Mínimo Vértice da Parábola Número de termos da P.A Soma dos termos da P.A Número de termos da P.G Soma dos termos da P.G - Calculo de área das figuras planas - GEOMETRIA ESPACIAL - ANÁLISE COMBINATÓRIA Gráfico da função Construção de tabela – – Cálculo de Volume Construção dos sólidos geométricos Equação da Reta Distancia entre dois pontos Fatorial Combinação Permutação Arranjo Porcentagem juro simples e Composto Interpretação de tabelas e gráficos Construção de gráficos de Barras, Setores ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas articulações com outras áreas do conhecimento. As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância que o educador tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática. É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico. Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. Nessa perspectiva, a contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele (...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.”(PAIS, 2001, pp. 26-27)”. De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo. Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27). O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem com o próprio homem. No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos. As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em seu capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles: . a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente. . os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto aos educandos. . a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes. . as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e totalidade no processo de elaboração do conhecimento. Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar. Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensinoaprendizagem de Matemática sejam permeados pela (os): História da Matemática; Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes elementos devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos. É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo. Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem os elementos essenciais da organização curricular. Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma articulada. esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos. É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação entre os conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos metodológicos, que as idéias matemáticas ganham significado. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O ensino da matemática deve ser trabalhado numa forma mais ampla, trabalhar com situações práticas relacionadas com problemas do cotidiano, que possibilitem explorar conceitos procedimentos matemáticos. Deve também desenvolver o raciocínio da lógica, da coerência, devendo integrar de forma articulada as atividades matemáticas. AVALIAÇÃO Avaliação é uma atividade valorativa e investigadora, onde o objeto é o conhecimento do aluno e não o aluno. É parte integrante do próprio processo de ensino-aprendizagem, onde o objetivo é aprimorar a qualidade dessa aprendizagem, bem como a atuação do docente. Buscando a verificação de como os alunos aprendem os conhecimentos matemáticos, a avaliação deve ser contínua, dinâmica e com frequência informal. Tornar as informações recebidas das avaliações um instrumento de reflexão para a tomada de decisões em relação à atuação docente, identificando as áreas que apresentam dificuldades para alguns alunos. Avaliar em forma de atividades como pesquisa, trabalhos e provas escritas, para fins de observar se os alunos desenvolvem as atividades propostas como: resolução de problemas, aplicação dos conceitos matemáticos, capacidade de lidar com situações novas, argumentar, sintetizar, planejar, organizar e contextualizar. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. - Investigar ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; – Continua: permite a observação permanente do processo ensinoaprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; – Sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; – Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempoescola do educando; – Permanente: permite um avaliar constante na aquisição do conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO As avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; – Serão registrados as 6 notas, que corresponderão as provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar; – a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expresso em uma escala de 0 a 10,0, a nota mínima exigida na disciplina, de acordo com a Resolução n. º 3794/04-SEED e frequência mínima de 75% do total da carga horária da disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual; – o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6 em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito a recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; A recuperação de estudos se dará concomitantemente ao processo ensinoaprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevistas para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas. São Paulo: Ática, 1989. D’ AMBROSIO, U. Etnomatemática – arte ou técnica de explicar e conhecer. São Paulo: Ática, 1998. MACHADO, N. Matemática e Realidade: análise dos pressupostos filosóficos que fundamentam o ensino da matemática: São Paulo, Cortez, 1994. BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blucher/Edusp, 1974. CARAÇA, B. J. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa, s.c.p., 1970. DAVIS, P. J. A Experiência Matemática. Rio de janeiro, Francisco Alves, 1985. IEZZI, G. et alii. Coleção Fundamentos de Matemática Elementar. São Paulo: CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Atua, 1998. MACHADO, N. J. et alii. Coleção Vivendo a Matemática. São Paulo: Scipione, 1999. SEED. Diretrizes Curriculares Educacionais de Matemática/Ensino Médio. Governo do Paraná. Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000. MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001. NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado). CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os professores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos de buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no contexto escolar. Para tanto, deve-se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-los apontam para diferentes caminhos. Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade. Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO história podem ser entendidos pela interação das várias áreas conhecimento, revelando a importância da Química, da Física, da Biologia, Astronomia e das Geociências, que se complementam para explicar fenômenos naturais e as transformações e interações que neles apresentam. do da os se Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se conhece. Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos. O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os quais interage, proporcionando-lhe também o estabelecimento das relações entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e, partindo destas situações, compreender as relações existentes, questionando, refletindo, agindo e interagindo com o sistema. Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefíciomalefício da relação ciência-tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69). É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO sociais, morais e políticos que sustam a vida. O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131). Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do educando da EJA, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando − que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; − as experiências dos educandos no mundo do trabalho; − a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o tempo pedagógico e o tempo físico; as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. − Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as situações-problemas e da busca por mais conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO educador. O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da idéia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla: 1ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ASTRONOMIA MATÉRIA SISTEMAS BIOLÓGICOS Universo Sistema solar Movimentos terrestres Movimentos celestes Astros O Homem na natureza Ciência e tecnologias Astros luminosos e iluminados Os Planetas e os Satélites Viagens Especias Rotação e Translação Eclipses Constituição da matéria Estados físicos da matéria Estrutura da Terra Estrutura da Terra – Litosfera – Hidrosfera – Atmosfera 2ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE BIODIVERSIDADE ENERGIA CONTEÚDOS BÁSICOS Organização dos seres vivos CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Ecossistema – Habitat – Nicho Ecológico Formas de energia Transmissão de energia Cadeia e Teia Alimentar Morfologia e fisiologia dos seres vivos Reinos da Natureza Monera Protista Fungi Vegetal Animal SISTEMAS BIOLÓGICOS – – – – – 3ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS SISTEMAS BIOLÓGICOS Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – – – – – – Célula Tecidos Sistemas Digestório Respiratório Circulatório CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Excretor 4ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE SISTEMAS BIOLÓGICOS CONTEÚDOS BÁSICOS Morfologia e fisiologia dos Seres vivos Mecanismos e herança genética CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Sistema Nervoso Órgãos dos Sentidos Sistema Reprodutor MATÉRIA Propriedades da Matéria Química e o Ambiente ENERGIA Formas de Energia Física e o Ambiente Conservação de energia AVALIAÇÃO A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a permanência no sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo. Avalia-se o aluno através de situações problemas, para verificar se ele consegue relacionar teoria e prática, possibilitando a troca de ideias para a construção do conhecimento, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do educando, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos, como confecção de cartazes, slids, vídeos, debates e aulas no laboratório de informática, tendo o professor como um mediador para uma melhor fixação de conteúdo. A avaliação é uma maneira de verificar a prática pedagógica do professor, não devendo ser um fim em si mesma, mas apenas uma etapa do processo, devendo o professor fazer uma retomada do que foi trabalhado até CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO então (feedback), preparando o educando para o instrumento avaliativo que julgar mais coerente no momento. Para tanto, a avaliação deve ser investigativa, contínua, sistemática, abrangente e permanente. • investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; • contínua: permite a observação permanente do processo ensinoaprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; • sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; • abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempoescola do educando; • permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola. Os instrumentos de avaliação dos conteúdos trabalhados, ocorrem de maneira diversificada, sendo que o peso máximo utilizado é 60% do valor da média através de avaliações objetivas e dissertativas e 40% sendo distribuídos em seminários, mapas conceituais, relatórios, pesquisas, etc. integrando no mínimo três maneiras diferentes de avaliar. Como instrumentos avaliativo, citamos: - Mapa Conceitual, com o objetivo de avaliar o entendido global de determinado assunto, possibilitando fazer uma relação das partes com o todo. - Seminários, visa fazer com que o aluno seja capaz de expor suas ideias, baseadas em pesquisas, verificando a oralidade, desenvoltura, organização em grupo. - Relatórios, tem como finalidade, fazer com que o educando tenha acesso a diversas bibliografias, adequando a uma metodologia e capacidade de síntese com a compreensão do tema solicitado. - Avaliação Dissertativa, é uma maneira abrangente de avaliar, pois faz com que o aluno descreva com suas palavras sobre o tema proposto, demonstrando individualmente o que realmente foi fixado. - Avaliação Objetiva, é uma maneira de avaliação mais prática, possibilitando uma articulação de ideias, através de uma relação de conteúdos ou apenas a escolha da resposta correta dentre varias alternativas. A recuperação de estudos é paralela, ou seja, concomitantemente ao conteúdo trabalhado. A carga horária total da disciplina (192 horas/aula) deve constar 04 (quatro) médias, a cada 48 horas/aula, cada média, cujo o valor não pode ser inferior a 6,0 (sessenta). REFERÊNCIAS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. BORGES, R. M. R. Em debate: cientificidade e educação em Ciências. Porto Alegre: SE/CEC/RS, 1996. CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990. _____. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981. _____. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985. CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994. _____. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995. _____.A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. CHASSOT, A. I. & OLIVEIRA, R. J. (Org.) Ciência, ética e cultura na educação. 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Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto escolar. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”. Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está associada a seu momento histórico.” As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e a utilização de CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”. Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”. É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de BiologiaEnsino Médio – SEED-PR, “ na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”. As Diretrizes, ainda, consideram que para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem. Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas”. Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando − que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO − − − as experiências dos educandos no mundo do trabalho; a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica; as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “ A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da idéia de que a metodologia deve estar respeitando o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram origem à sua exclusão do processo educativo. CONTEÚDOS A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR. É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena. Segundo as Diretrizes, estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico.Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina. Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática. 1ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS Origem da Vida Mecanismos Biológicos CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – Experiência de Stanley Millher (Atmosfera Primitiva); – Abiogênise – Biogênise – Experiência de Redi Experiência de Louis Pasteur; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Características dos Seres Vivos Biodiversidade - Metabolismo, Reprodução, Organização Celular, Ciclo Vital e Excitabilidade. Classificação dos Seres Vivos – Reinos da Natureza; Conceito de espécie Citologia – Células Eucarionte e Procariontes; Diferença entre Célula Animal e Vegetal; Organelas Citoplasmáticas; Divisão Celular; Organização dos Seres Vivos – – Histologia – – – – – Tecido Epitelial; Tecido Conjuntivo: adiposo, cartiliginoso, sanguíneo Tecido Muscular; Tecido Nervoso. Vírus. e 2ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS Reino Monera; CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – – Reino Protista; – – Reino Fungi; – – Organização dos seres vivos Mecanismos - Reino Vegetal: - Sequência -Evolutiva; - Reino Animal: Características; Benefícios e Patogenias. Características; Benefícios e Patogenias. Características; Benefícios e Patogenias. - Função: - Raiz; - Caule; - Folha; - Flor; - Fruto; - Semente - Filo Porífera; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Biológicos - Sequência Evolutiva dos Animais; - Filo Cnidária; Filo Platelmintes; Filo Nematelmintes Filo Anelideos; Filo Artropoda; Filo Molusca; Filo Equinodermata; - Filo Cordata: - Classe Peixes - Classe Anfíbios; - Classe Répteis; - Classe Aves; - Classe Mamíferos. 3ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – Sistema Nervoso – – – Sistema Digestivo – – Mecanismos biológicos Sistema Respiratório – Sistema Circulatório – – – – – Sistema Excretor – Sistema Nervoso Central (SNC); Sistema Nervoso Periférico (SNP); Sistema Nervoso Autônomo (SNA) Alimentos; Anatomia; Fisiologia Anatomia; Fisiologia. Anatomia; Fisiologia. Anatomia; Fisiologia. Inter-relacionamento entre o sistema Digestivo, Respiratório, Circulatório e Excretor CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO – – Sistema Reprodutor – – Anatomia; Fisiologia. Gêmeos; DSTs. 4ª MÉDIA CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – – – Iniciação à Genética: – – – – Implicação dos avanços biológicos - Ervilhas Cabelo Pele Tipagem Sanguínea: Sistema ABO Fator Rh 1 Eritroblastose Fetal 1 Primeira Lei de Mendel: Cruzamentos (Analisa apenas uma cada vez): Segunda Lei de Mendel Mecanismos biológicos Evolução Biodiversidade Ecologia Gregor Mendel (histórico) Fenótipo; Genótipo; Gene Dominante Gene Recessivo Homozigoto; Heterozigoto. - Cruzamentos (Analisa duas ou mais características ao mesmo tempo) - Transgênicos e Clonagem. - Criacionismo Evolucionismo: Lamarckismo Darwinismo Evolução do Homem. - Habitat; Nicho Ecológico; Ecossistema; Cadeia Alimentar; Teia Alimentar; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - Ciclos Biogeoquímicos; Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos Conteúdos básicos, descrita a seguir: Os Conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos básicos e um novo olhar de forma a relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia. Organização e distribuição dos seres vivos O estudo acerca da organização dos seres vivos, iniciou-se com as observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza. Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie von Leewenhoeck, o mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e da Tecnologia. A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII. No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos sobre a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou este processo nas plantas. Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p 255) ... a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser a base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina. Biodiversidade A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais, fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Tem-se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através das representações de animais e plantas nas pinturas ruprestes realizadas nas cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do ano 1800 a.C. A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma préclassificação dos vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o fundador da anatomia vegetal. Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de observação. Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos. Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de grandes desafios diante do progresso científico O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de espécimes mas entendendo que a observação e sistematização do observado é uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação e na taxionomia. (KRASILCHIK,2004) CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Processo de modificação dos seres vivos No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a estrutura celular, e os primeiros micoorganismos, inicialmente denominados animáculos, foram observados (ROSSI, 2001). Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida, colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração Espontânea. Diferentes idéias transformistas foram se consolidando entre os cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação. No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de eliminar doenças geneticamente transmitidas. A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são função importante da própria sociedade. Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002) Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa atordoados, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela. É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas. A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186) Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral” e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver problemas. Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as conseqüências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995). Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “ à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004). AVALIAÇÃO O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. A avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente; as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; Como instrumentos avaliativo, citamos: CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - Mapa Conceitual, com o objetivo de avaliar o entendido global de determinado assunto, possibilitando fazer uma relação das partes com o todo. - Seminários, visa fazer com que o aluno seja capaz de expor suas ideias, baseadas em pesquisas, verificando a oralidade, desenvoltura, organização em grupo. - Relatórios, tem como finalidade, fazer com que o educando tenha acesso a diversas bibliografias, adequando a uma metodologia e capacidade de síntese com a compreensão do tema solicitado. - Avaliação Dissertativa, é uma maneira abrangente de avaliar, pois faz com que o aluno descreva com suas palavras sobre o tema proposto, demonstrando individualmente o que realmente foi fixado. - Avaliação Objetiva, é uma maneira de avaliação mais prática, possibilitando uma articulação de ideias, através de uma relação de conteúdos ou apenas a escolha da resposta correta dentre varias alternativas. A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A carga horária total da disciplina (128 horas/aula) e deve constar 04 (quatro) médias, a cada 32 horas/aula, cada média, cujo o valor não poder ser inforerior a 6,0 (sessenta) e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento)do total da carga horária da disciplina; REFERÊNCIAS BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002, p.19 BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI,R. Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras,1998. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. _____. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC, Brasília, 2004. BERNARDES,J.A .& FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA, S.B. da & GUERRA,A.J.T. A Questão Ambiental. Diferentes Abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. CARRETRO, Mario. Construir y enseñar las ciencias experimentales. Aique Grupo Editor. Argentina. FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC, 2004. KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. revisado e ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO _____. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. KUENZER,A . Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002. MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004. MORIN,E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: GUIMARÃES,M. A formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999. DISCIPLINA DE FÍSICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como realidade material sensível. Ressalte-se que os conhecimentos de Física apresentados aos estudantes do Ensino Médio não são coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de explicar e entender essa natureza. O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um certo consenso que “... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência na educação básica – ensino médio” (ROSA & ROSA, 2005, p.2). A Física é, em muitos aspectos, a mais básica de todas as ciências naturais (pelo menos é o que os físicos acham). Ela tem uma abrangência notável, envolvendo investigações que vão desde a estrutura elementar da matéria até a origem e evolução do Universo. Usando uns poucos princípios físicos, podemos explicar uma grande quantidade de fenômenos naturais presentes no cotidiano, e compreender o funcionamento das máquinas e aparelhos que estão à nossa volta. A inclusão da Física no currículo do ensino médio dá aos estudantes a oportunidade de entender melhor a natureza que os rodeia e o mundo tecnológico em que vivem. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social humana e, portanto, é um direito dos educandos conhecê-lo. Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à Tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo. Tão importante quanto conhecer os princípios fundamentais da Física é saber como chegamos a eles, e porque acreditamos neles. Não basta ter conhecimento científico sobre a natureza; também é necessário entender como a ciência funciona, pois só assim as características e limites deste saber podem ser avaliados. O estudo da Física coloca os alunos da escola média frente a situações concretas que podem ajudá-los a compreender a natureza da ciência e do conhecimento científico. Em particular, eles tem a oportunidade de verificar como é fundamental para a aceitação de uma teoria científica que esta seja consistente com evidências experimentais. Isso lhes permitirá distinguir melhor entre ciência e pseudociência, e fazer sua própria avaliação sobre temas como astrologia e criacionismo. Eles poderão também reconhecer as limitações inerentes à investigação científica, percebendo que existem questões fundamentais que não são colocadas nem respondidas pela Ciência. Um terceiro fator é que, ao ter contato com a Física, os alunos da escola média farão uso de linguagens e procedimentos de aplicação muito ampla. Objetos e métodos utilizados corriqueiramente o estudo de Física – sistemas de unidades, gráficos, modelos matemáticos, tratamento de erros experimentais – fazem parte da maioria dos processos produtivos modernos, e a familiaridade com eles é um requisito importante para o acesso a mercados de trabalho de base tecnológica. Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções espontâneas a respeito da ciência. O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO contribuirá para que o educando reformule as suas ideias tendo em vista a concepção científica. Assim, espera-se que estejam reelaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que abandonem suas idéias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica. Entendemos, então, que a Física deve educar para a cidadania, contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, “... capaz de compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (…) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo”( CHAVES &SHELLARD, 2005, p. 233). Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a … nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (…) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31). Por isso, entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a contribuição para a formação dos sujeitos através das … lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (…). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (…) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO – METODOLÓGICA É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (…), romper o modelo de CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos educandos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da Educação de Jovens e Adultos (RIBEIRO, 1999, p 7 – 8). A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem dos educandos. (…), não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p.40). Para entendermos o processo de construção desse quadro conceitual da Física e dos conceitos fundamentais que o sustentam, é imperativo que a pesquisa faça parte do processo educacional, ou seja, que cada professor, ao preparar suas aulas, estude e se fundamente na História e na Epistemologia da Física. Trilhar esse caminho é imprescindível para se repensar o currículo para a disciplina. Ao voltar-se para os estudos teóricos e epistemológicos da Física o professor vai além dos manuais didáticos e estabelece relações entre essa ciência e outros campos do conhecimento, de modo que os estudantes também percebam essas relações. Desse modo o professor planeja e controla o trabalho pedagógico de maneira consciente, responsável pela aprendizagem de seus alunos. No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento enquanto construção humana e a constante evolução dos pensamentos científicos, assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações tecnológicas na contemporaneidade. Ao preparar sua aula o professor deve ter em vista que a produção científica não é uma cópia fiel do mundo ou da realidade perceptível pelo senso comum, mas uma construção racional, uma aproximação daquilo que se entende ser o comportamento da natureza. O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um ímã atrai todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO vivência, é rica em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78). O educando traz idéias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas idéias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários. O educador, portanto, deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser aproveitadas no processo da aprendizagem. OBJETO DE ESTUDO DA DISCIPLINA O conhecimento físico construído ao longo do tempo encontra-se presente hoje nas tecnologias do setor produtivo e de nossas casas. Daí a sua importância para as práticas sociais contemporâneas,a compreensão da cultura produzida pelos homens, para entender a relevância histórica dessa produção dentro da história da humanidade. Não fosse o bastante, a elegância das teorias físicas, a emoção dos debates em torno das ideias científicas, a grandeza dos princípios físicos, desafia a todos nós, professores e educandos, de compartilharmos, ainda que com um pouco de Matemática, os conceitos e a evolução das ideias em Física, presentes desde que o homem por necessidade ou por curiosidade, passou a se preocupar com o estudo dos fenômenos naturais. (MENEZES, 2005). OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Conhecer conceitos e princípios da Física, e ser capaz de usá-los para explicar fenômenos naturais e entender o funcionamento de máquinas e aparelhos. • Conhecer a definição operacional e o significado das grandezas físicas mais importantes, e familiarizar-se com suas unidades, identificando essas grandezas em situações concretas. • Reconhecer que a definição de uma grandeza física não é arbitrária, mas tem raízes em experiências e ideias prévias, e é justificada por sua utilidade. • Estar familiarizado com procedimentos básicos de medida e registro de dados, e com os instrumentos de medida mais comuns. • Compreender que a medida de uma grandeza física tem sempre um grau de incerteza, e ser capaz de estimar este erro em situações simples. • Estimar o valor de grandezas físicas em situações práticas. • Saber ler e interpretar expressões matemáticas, gráficos e tabelas. • Descrever uma relação quantitativa nessas formas, e de passar de uma representação para outra. • Compreender como modelos simplificados podem ser úteis na análise de CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO • • • • situações complexas. Reconhecer que teorias científicas devem ser consistentes com evidências experimentais, levar a previsões que possam ser testadas, e estar abertas a questionamentos e modificações. Compreender em que sentido os princípios da Física são provisórios e mutáveis, e perceber como essas estruturas são aperfeiçoadas e estendidas em um processo de aproximações sucessivas. Compreender que os métodos da Ciência não são os únicos que devem ser usados para explorar os múltiplos aspectos do mundo em que vivemos. Reconhecer o papel que a Filosofia e as Artes desempenham na descoberta e interpretação de universos tão importantes ao ser humano quanto o dos fenômenos físicos. Ser capaz de comunicar de forma precisa e eficiente o resultado de suas atividades relacionadas à Física. Isto inclui organizar dados e escolher uma forma adequada para apresentá-los, fazer diagramas e esquemas gráficos, e expressar-se de maneira lógica e bem estruturada. CONTEÚDOS A proposta curricular apresentada a seguir pressupõe um ensino de Física que enfatize a compreensão qualitativa de conceitos e não a memorização de fórmulas, e que esteja baseado na discussão de fatos cotidianos e demonstrações práticas feitas em aula, e não na realização repetitiva de exercícios pouco relevantes. Também é essencial que a Física não seja apresentada aos educandos como um conhecimento meramente introdutório, que só ganhará sentido e utilidade posteriormente nos cursos universitários, que talvez nunca cheguem. Sem abandonar a construção de bases para estudos mais avançados, o ensino de Física deve assumir o caráter de terminalidade que é atribuído à escola média. Por isso, em busca de construir um ensino de Física centrado em conteúdos e metodologias capazes de levar aos educandos uma reflexão sobre o Mundo das ciências sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da pura racionalidade científica, a Física deve educar para a cidadania contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico. Para atender esta proposta a Física foi dividida em três conteúdos estruturantes: MOVIMENTO (Trajetórias, Gravitação Universal e descrição clássica dos movimentos: Inércia e Momentum), TERMODINÂMICA (Lei Zero da termodinâmica, Modelos de Calor, Vapor e Movimento, Verso e reverso: a ordem do Universo, Pressão e Volume) e ELETROMAGNETISMO (Dualidade Onda Partícula da Luz, a Natureza da Luz e suas Propriedades, Carga Elétrica, Geração mais transformação igual à Conservação de Energia e Campos Eletromagnéticos), onde os conteúdos básicos são os seguintes: CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CONTEÚDOS BÁSICOS OBJETIVOS Natureza da ciência: Caracterizar a atividade científica - os métodos da ciência Física como produção humana, - dados históricos condicionadas por fatores externos de - a Física e suas relações com outras caráter cultural, social, econômico e ciências político. - métodos científicos Conhecer a importância da observação e da experimentação aliadas a reflexão e ao campo de ideias. Sistema Internacional de Unidades (SI) - espaço, velocidade e aceleração. - grandezas escalares e vetoriais. - Cinemática Escalar. Movimento Uniforme e Uniformemente Variado. - Princípio da Inércia. Forças - Princípio Fundamental da Dinâmica. - Princípio da Ação e Reação. - Força de Atrito. - Componentes da força resultante. - Trabalho de uma força. Energia - Princípio e Conservação. Utilizar e efetuar transformações das unidades de medida das grandezas físicas: - conceituar e calcular espaço, velocidade e aceleração. - diferenciar grandezas escalares e vetoriais. caracterizar os movimentos uniformes e uniformemente variados. - enunciar o princípio da Inércia. compreender os efeitos da aceleração em situações reais. Identificar as diferentes forças que atuam em um objeto: - determinar a relação entre força, massa e aceleração. - identificar os pares de ação e reação em situações reais. Reconhecer as várias formas de energia e sua conservação. Energia térmica e calor: - conversão entre trabalho e calor A teoria cinética da matéria, a temperatura e suas escalas: - os estudos físicos da matéria O comportamento dos sólidos e dos líquidos: - o comportamento térmico dos gases. Conceituar temperatura como medida de energia cinética média dos átomos do material. Demonstrar que a temperatura é a grandeza física mais presente em nosso cotidiano. Estabelecer diferenças entre calor e temperatura com termômetro e a CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - a energia térmica em trânsito. Dilatação térmica dos sólidos e dos líquidos. Calorimetria Primeira Lei da Termodinâmica: - as transformações gasosas e trocas energéticas. Segunda Lei da Termodinâmica Ondas mecânicas e eletromagnéticas Fenômenos luminosos: - Óptica geométrica. - Reflexão e refração da luz. - Espelhos e lentes. Acústica e fenômenos sonoros. importância do equilíbrio térmico. Converter valores de temperaturas entre as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin. Observar que o aquecimento de um sólido provoca aumento de suas dimensões: - relacionar trocas de calor com variações de temperatura e mudança de fase. - traçar e interpretar curvas de aquecimento e resfriamento. - diferenciar gases de sólidos e líquidos. A importância das dilatações para as construções. A diferença entre calor latente e calor sensível. Caracterizar as transformações isobáricas, isotérmicas e isométricas. Identificar diferentes formas de energia em diferentes tipos de máquinas térmicas. Conceituar ondas como transporte de energia e classificá-las, fazendo com que os alunos entendam a sua aplicação no seu cotidiano. Caracterizar luz como forma de energia. Mostrar a importância da acústica na construção de teatro, auditório, etc. Eletrostática: Aprender o conceito de carga elétrica - carga elétrica. e conhecer os principais processos de processos de eletrização e eletrização. eletroscópio Distinguir condutores de isolantes, Eletromagnetismo: bem como corpos eletrizados de não- campo magnético gerado por eletrizados. corrente elétrica. Demonstrar a importância do campo - força magnética. magnético terrestre gerado por uma - indução eletromagnética. corrente elétrica e suas aplicações. Eletricidade estática Saber as características do campo CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Força Elétrica: - Lei de Coulomb. - Campo elétrico e potencial trabalho de uma força elétrica. Tensão elétrica: - eletricidade atmosférica magnético terrestre. Dominar o conceito de potencial e e entender sua relação com trabalho da força elétrica. Aplicar a Lei de Coulomb: - relacionar potencial eletrônico, diferença de potencial elétrico e energia potencial elétrica. Distinguir resistor e resistência elétrica. Diferenciar os tipos de associações em série e em paralelos. Avaliar potência e consumo elétrico em aparelhos domésticos. Comparar e distinguir campo elétrico e magnético. Fazer análise dos materiais radioativos como: baterias, pilhas, baterias de celulares, carros e outros, lançados no meio ambiente e seu impacto junto à natureza. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS É importante que o processo pedagógico, na disciplina de Física, parta do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas ou concepções espontâneas. Os alunos aprendem de forma muito mais eficiente se o que lhes for ensinado estiver baseado no que eles já sabem. A concepção científica envolve um saber socialmente construído e sistematizado, sendo a escola, por excelência, o lugar onde se produz o conhecimento científico. O estudante desenvolve suas concepções espontâneas sobre os fenômenos físicos no dia a dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e as traz para a escola quando inicia seu processo de aprendizagem. É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador. Os conceitos de Física serão ministrados de forma a estimular o interesse pelos conteúdos através de atividades práticas, associando com o CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO cotidiano, levando a formação de hipóteses, questionamentos e apresentações de soluções. Estes aperfeiçoados com os trabalhos e pesquisas individuais ou em grupos. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (…), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos (RIBEIRO, 1999, p 7-8). Demonstrações em sala de aula e atividades de laboratório permitem que os estudantes compreendam melhor os conceitos físicos e os fenômenos aos quais eles se aplicam, e façam experimentos que coloquem a teste as teorias que lhes foram apresentadas. Estas atividades dão aos alunos familiaridade com aparelhos e procedimentos de medida, desenvolvendo habilidades que são de grande importância para estudos posteriores ou para a inserção no mundo do trabalho. A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem dos educandos, enfatizando a compreensão de conceitos e a aplicação destes a situações concretas, e desestimular práticas como a memorização de fórmulas e sua utilização repetitiva em exercícios numéricos artificiais. O professor deve mostrar ao estudante que o seu conhecimento não está pronto e acabado, mas que deve ser superado, por isso, devem compartilhar significados na busca da aprendizagem que ocorre quando novas informações interagem com o conhecimento prévio do sujeito e, simultaneamente adicionam, diferenciam, integram, modificam e enriquecem o saber já existente, inclusive com a possibilidade de substituí-lo. Simulações em computador podem ajudar os estudantes a formar modelos mentais de conceitos abstratos ou de fenômenos de difícil visualização. Mais importante ainda, o computador permite que os estudantes tenham acesso a instrumentos de modelagem matemática poderosos e fáceis de usar. Com isso eles podem desenvolver e explorar seus próprios modelos de fenômenos físicos, tornando-se participantes mais ativos na construção de seu conhecimento. O material de estudo que os alunos utilizam fora de sala de aula não pode restringir-se a anotações de caderno e apostilas. É essencial a uma aprendizagem sólida de Física que os estudantes usem sistematicamente um CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO livro-texto, e que este não seja apenas uma coleção de fórmulas e problemas retirados de exames vestibulares. Para introduzir conceitos básicos em Física, serão utilizados textos históricos, de divulgação científica ou literários, filmes de curta duração e documentários na TV pendrive, que despertem a curiosidade do aluno e que sirvam como elos com os conceitos já aprendidos. A leitura de textos também será utilizada para familiarizar o aluno com termos, símbolos, códigos, enfim a linguagem da Física escrita. Todos os textos utilizados para aperfeiçoar ideias e ampliar a linguagem Física serão amplamente aproveitados em trabalhos de expressão oral. No momento em que o aluno dominar a escrita física, se trabalhará com a interpretação de acontecimentos do dia a dia através de questionamentos, pesquisas etc. As revistas especializadas em ensino de Física podem dar uma contribuição importante ao aperfeiçoamento da prática docente. Elas trazem desenvolvimentos recentes de materiais e metodologias educacionais, discutem tópicos atuais de Física e descrevem novas formas de ensinar temas tradicionais. Essas revistas são meios de comunicação importantes dentro da comunidade de professores de Física, e sua utilização pode ajudar a superar o isolamento profissional em que muitos se encontram. É importante que o ensino de Física esteja articulado ao de Matemática, Química e Biologia, de modo a dar aos estudantes uma visão integrada dessas disciplinas e de como elas podem contribuir, cada uma à sua maneira, para o estudo comum de problemas concretos. Também é importante que os estudantes tenham uma perspectiva histórica do desenvolvimento da Física, de modo a perceber como estruturas sociais, econômicas e culturais podem influenciar, e ser influenciadas pela evolução da Ciência. Eles devem aprender a ver o conhecimento passado dentro de seu contexto histórico, e não de forma depreciativa à luz do conhecimento atual. Contemplando a Lei 10639/03: Afro-Descendentes, os alunos farão pesquisas na Internet referentes aos físicos negros que por ventura ganharam o Prêmio Nobel de Física. Qual o rendimento em competições, que vantagem eles levam e outros assuntos. Para Tavares (2004), a partir do conhecimento físico, o estudante deve ser capaz de perceber e aprender, em outras circunstâncias semelhantes às trabalhadas em aula, para transformar a nova informação em conhecimento. Portanto, qualquer que seja a metodologia aplicada pelo professor, deve-se buscar uma avaliação cujo sentido seja verificar a apropriação do respectivo conteúdo, para posteriores intervenções ou mudanças metodológicas. Espera-se que o ensino da Física, no Ensino, contribua para a formação de uma cultura efetiva que permita ao indivíduo a interpretação dos fatos, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO fenômenos e processos naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano com a natureza como parte integrante da própria natureza em transformação. AVALIAÇÃO A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. É a teoria pedagógica que dará suporte para qualificar a avaliação como positiva ou negativa e quais os caminhos que devemos tomar para intervenção, e para isso é preciso um planejamento do que ensinar: os conteúdos, o que se espera do aluno ao final de cada conteúdo e qual o resultado esperado do sujeito que pretendemos formar. Dessa forma, a avaliação deve ter um caráter diversificado, levando em consideração todos os aspectos: a capacidade de análise de um texto seja ele literário ou científico, emitindo uma opinião que leve em conta o conteúdo físico; a capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva a Física. A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados nas Diretrizes, ou seja, a apropriação dos conceitos, leis e teorias que compõem o quadro teórico da Física com o conhecimento espontâneo ou científico que o aluno traz para a sala de aula, pois ambos interferem na aprendizagem, no desenvolvimento dos trabalhos e nas possibilidades de revisão do planejamento pedagógico. Embora o sistema de registro na vida escolar do estudante esteja centrado em uma nota para sua aprovação, a avaliação será um instrumento auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja finalidade é sempre o crescimento e sua formação, engrandecendo assim o seu conhecimento na disciplina. Assim, a avaliação oferece subsídios para que tanto o aluno, quanto o professor acompanhem o processo de ensino-aprendizagem. Para o professor, a avaliação deve ser vista como um ato educativo essencial para a condução de um trabalho pedagógico inclusivo, no qual a aprendizagem seja um direito de todos e a escola pública o espaço onde a educação democrática deve acontecer. As avaliações serão através de: • trabalhos de pesquisas; • produção em sala de aula; • trabalhos e tarefas envolvendo situações problemas; • avaliação envolvendo situações problemas. • relatórios das atividades práticas em laboratório. • análise de gráficos envolvendo as grandezas físicas. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO trabalhos em grupo envolvendo os conteúdos trabalhados em sala de • aula. A recuperação será ofertada aos alunos paralelamente e àqueles que não assimilaram os conteúdos necessários para o fechamento das notas. Sendo que essa recuperação será feita sempre após a aplicação de cada prova REFERÊNCIAS • ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.1846. • ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época) • AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA, • Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d. • BARROS, Henrique Lins.In: BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. • • • • CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed.,Campinas: Autores Associados, 1997. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) • GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. • MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. • MOREIRA, M. A. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DISCIPLINA DE QUÍMICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12), o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos. Assim, a Química fundamenta-se como uma ciência que permite a evolução do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive. A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma que a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes. Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a partir da Química como ciência. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e conforme MALDANER (2000, p.196),compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem significação para sua vida. Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência, para DELIZOICOV et.al. (2002, p.34), a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sócio-historicamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido. É um desafio ensinar Química para os alunos do Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com Bonenberger et al. (2006, p.1) muitas vezes os alunos da EJA apresentam dificuldades e conseqüentemente frustrações por não se acharem capazes de aprender química, e, por não perceberem a importância dessa disciplina no seu dia a dia. A experiência aponta que os alunos de EJA se mostram receosos quando vão iniciar a disciplina. Na organização coletiva1 nos primeiros dias eles mostram-se inseguros e, na organização individua costumam protelar a matrícula nessa disciplina. Em geral, os alunos têm pouco tempo de estudo e muitas responsabilidades financeiras e familiares, sendo a grande maioria trabalhadora e responsável pelo sustento de sua família. Sua rotina é cansativa e a falta de motivação desses estudantes também está relacionada com o grande sentimento de culpa, vergonha por não ter concluído seus estudos na época oportuna. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Segundo Peluso (2003): Se considerarmos as características psicológicas do educando adulto, que traz uma história de vida geralmente marcada pela exclusão, veremos a necessidade de se conhecerem as razões que, de certa forma, dificultam o seu aprendizado. Esta dificuldade não está relacionada à incapacidade cognitiva do adulto. Pelo contrário, a sensação de incapacidade trazida pelo aluno está relacionada a um componente cultural que rotula os mais velhos como inaptos a freqüentarem a escola e que culpa o próprio aluno por ter evadido dela. (PELUSO, 2003, p.43). A EJA é uma modalidade de ensino reconhecida na LDB 9.394/96, que no seu art.37 destaca: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” (BRASIL, 1996, p.15). Especialmente no contexto da Educação de Jovens e Adultos, não basta apenas informar os alunos, mas capacitá-los para aquisição de novas competências, preparando-os para lidar com diferentes linguagens e tecnologias e para responder aos desafios de novas dinâmicas e processos (PICONEZ, 2002, p. 108). Na prática diária se observa que o aluno da EJA quer ver a aplicação imediata do que está aprendendo o que já foi relatado anteriormente por Ortiz(2002): O aluno da EJA quer ver a aplicação imediata do que está aprendendo. Ao mesmo tempo, precisa ser estimulado a desenvolver uma auto-estima positiva, pois a ignorância traz angústia e complexo de inferioridade [...]. Muitas vezes tem vergonha de falar de si, de sua moradia, de sua experiência frustrada da infância em relação à escola (ORTIZ, 2002, p.80) Segundo Peluso (2003, p. 43) “a vontade de aprender do adulto é grande, e, por isso mesmo, deve-se cuidar para que este aluno permaneça na instituição escolar”. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná (PARANÁ, 2006) o objetivo do ensino da Química é formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de refletir criticamente sobre o período histórico atual. Segundo Santos e Schnetzler (2003), CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Pode-se considerar que o objetivo central do ensino de Química: para formar o cidadão é preparar o indivíduo para que ele compreenda e faça uso das informações químicas básicas necessárias para sua participação efetiva na sociedade tecnológica em que vive. O ensino de Química precisa ser centrado na inter-relação de dois componentes básicos: a informação química e o contexto social, pois, para o cidadão participar da sociedade, ele precisa não só compreender a química, mas a sociedade em que está inserido (SANTOS E SCHNETZLER, 2003, p. 93). A importância da contextualização dos temas químicos sociais é evidenciada, pelo interesse despertado nos alunos quando se trata de assuntos vinculados diretamente ao seu cotidiano. Enquanto que, de acordo com Lima e Silva (1997, p.6) “o trabalho descontextualizado tem se mostrado com freqüência, improdutivo para promover a formação de um cidadão”. Neste contexto Santos e Schnetzler (1996) apontam que “.a função do ensino de química deve ser a de desenvolver a capacidade de tomada de decisão, o que implica a necessidade de vinculação do conteúdo trabalhado com o contexto social em que o aluno está inserido” (SANTOS E SCHNETZLER, 1996, p.28). Segundo Lopes (1997) as relações existentes entre os conhecimentos científicos e cotidianos, têm sido atualmente objeto de grande interesse por parte dos educadores. No Brasil, através dos pensadores da Escola Nova, há muito tempo essas relações vêm sendo apontadas como umas das formas de melhorar o processo de ensino-aprendizagem em Ciências. O domínio do conhecimento científico juntamente com as aplicações na vida cotidiana é apontado como sendo fundamental desde as séries iniciais da vida escolar. As experiências pessoais e os fatos da vida diária dos alunos, adquiridos desde o ensino fundamental, fazem parte de um círculo mais amplo, onde os valores culturais, percepções do mundo gerado em um contexto social são fatores de extrema influência no aprendizado de cada elemento. Essas concepções prévias devem ser trabalhadas através de idéias de mudanças conceituais, nas quais a transformação dessas concepções estabeleça de maneira sistemática uma ligação entre os conhecimentos científicos escolares e o cotidiano, assumindo uma racionalidade científica como critério de análise de problemas do dia-a-dia e na tomada de decisões para sanar esses problemas. Entretanto, segundo Caruso (2003), para que isso seja possível será necessário que os alunos passem por um processo de alfabetização científica. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO A questão da alfabetização científica é de extrema importância para o exercício da cidadania, pois fornece aos elementos de uma comunidade o suporte para a tomada de decisões que influenciam diretamente nas questões relativas a sociedade como um todo e democratizar esse conhecimento é essencial segundo Auler e Delizoicov (2001). Como reforço dessa importância, aquele autor descreve que a educação atual perdeu o foco da formação do cidadão e está mais para um processo de mero treinamento de uma sociedade automatizada em que a cidadania é trocada por fatores de consumo. Assim o desafio da melhoria educacional está diretamente vinculado ao exercício da alfabetização científica. E a responsabilidade de mediar esse processo não está somente nas mãos da comunidade de professores e educadores, mas também à comunidade de cientistas, pesquisadores e intelectuais. Segundo Almeida et al (2005) para que a visão de ciência dos alunos evolua e acompanhe o avanço tecnológico das últimas décadas, já que a ciência não é estática (Borges, 1996), é necessário que todos os professores estejam aptos a abordar temas científicos, mesmo que essa não seja sua área específica de formação, pois o questionamento dos alunos surge desde a educação infantil. Ao que é cabível a responsabilidade dos professores do ensino médio na alfabetização científica, podem ser citados os métodos como cada um deles gerenciam esse processo, pois a troca de experiências em um ambiente de ensino é o fator veicular para a disseminação do conhecimento. Segundo Auler (2003) a busca pela implantação da alfabetização científica e tecnológica (ACT) se dá devido à necessidade de superar o ensino meramente disciplinar. A necessidade de que o aluno saia do ensino médio com a capacidade de desenvolver na prática os conteúdos que lhe foram apresentados em sala de aula, relacionando-os com o meio social, científico e tecnológico é uma concepção embasada na própria Constituição Brasileira de 1999, no artigo 22 da LDB: “A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhes meios para progredir no trabalho em estudos posteriores” (Brasil,1999). Sendo assim, torna-se evidente a necessidade de mudar a forma de ensino. Para isso é preciso expor o conteúdo relacionando-o ao contexto em que o aluno está inserido, para que assim ele possa ter uma visão mais ampla e crítica do conhecimento. Neste contexto, segundo Chassot (1993) para que a qualidade de ensino de química melhore, é necessário adotar uma nova metodologia que esteja centrada em alguns princípios básicos. Dentre eles o autor cita a necessidade de que o ensino esteja adequado à realidade econômica, política e social do CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO meio onde se insere a escola, bem como a necessidade de execução de experimentos que tenham como resultados dados observados na realidade, utilizando o ensino de química como meio de educação para a vida, correlacionando o conteúdo de química com os de outras disciplinas, para que o aluno possa entender melhor o sentido do desenvolvimento científico. Isso corrobora com a função social da química descrita por Santos e Schnetzler (1996), cujo objetivo seria a educação para a cidadania. Dentro desse enfoque, o que se pretende é priorizar aos alunos (jovens e adultos) a (re)construção de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada. A formação de um pensamento crítico é o que a escola deve proporcionar ao educando. Segundo Chiappini (2007), A formação de qualquer estudante deve considerar o grupo social envolvido, suas experiências e concepções, necessidades e anseios. Para isso, o educador não deve prescindir de um planejamento adequado aos seus objetivos específicos e ao grupo com o qual se relacionará. Dessa forma, a autonomia do professor, no sentido da seleção, preparação, organização e execução das atividades pedagógicas é um passo a ser dado na construção de seu trabalho. Por essa razão, serão apresentados aspectos das estratégias de abordagem do texto escrito: os resumos, exercícios, vocabulário (CHIAPPINI, 2007, p.118). Para o desenvolvimento de novas práticas de ensino, aplicáveis para a EJA, o educador necessita conhecer um pouco da realidade dos alunos, estudarem os conteúdos propostos, pensar nas especificidades dos educandos em relação à sua faixa etária e propor conteúdos que estimulem e sejam motivadores. Essa estratégia busca romper com aquela usual fragmentação dos conteúdos da Química, contribuindo para que o aluno construa seus conhecimentos em Química e perceba que a mesma faz parte do seu dia a dia estando está ligada a outras áreas do conhecimento. Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO faz-se necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de ensino da educação básica. Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alternativa seria partir da seqüência: “fenômeno–problematização– representação-explicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor, episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184) Os conteúdos devem ser desenvolvidos dentro de uma perspectiva problematizadora, tendo como elo a vivência dos alunos e valorizando seus conhecimentos de vida. Para Moraes (2008): Ao mesmo tempo em que os alunos nesse tipo de proposta vão transformando seus conhecimentos, qualificando-os a partir do conhecimento químico, também aprendem a movimentar-se em diferentes perfis epistemológicos, compreendendo a diferença entre o conhecimento cotidiano e o conhecimento científico, sabendo valorizar ambos e reconhecendo seus limites. O conhecimento final resultante, na perspectiva do aluno, não é nem mais o conhecimento cotidiano, nem é o conhecimento científico, mas constitui um conhecimento escolar com ampliação de significados em relação ao conhecimento de partida do aluno. (Moraes, 2008, pg. 3). Foram empregadas metodologias diversas dentre as quais: leitura de textos contextualizados, realização de experimentos, aulas com multimídia, pesquisa de campo. Diversos materiais foram empregados: modelos para representar ligações químicas, rótulos de alimentos, sais coloridos, conjunto para experimento de eletrólise, caixa de sapato, dentre outros. Durante a aplicação do projeto foram realizadas avaliações com questões discursivas e questões de múltipla escolha. Nas avaliações foram valorizadas as participações em aula, resolução de exercícios, pesquisas e relatórios dos experimentos executados durante as aulas. Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classificações, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e consistente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8) Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199), “Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando e acadêmico. Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.” Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química, considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levando-o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-lhe condições de discernir algo que possa ajudá-lo, daquilo que pode lhe causar problemas. Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização sem reduzir os conteúdos apenas a sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando numa prática pedagógica pouco significativa. É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho docente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação química, inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Dessa forma metodologias diversas devem ser empregadas como: leitura de textos contextualizados, realização de experimentos, aulas com multimídia, pesquisa de campo. Empregando materiais como: modelos para representar ligações químicas, rótulos de alimentos, sais coloridos, conjunto para experimento de eletrólise, caixa de sapato, dentre outros. Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50), o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos. Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre o assunto trabalhado, estimulando-o a buscar mais dados e informações. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO (2000, p. 185), afirma que é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos pré-vestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré-vestibulares”, tornou-se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade cultural, estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo. CONTEÚDOS DE QUÍMICA É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação dos conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química, sistematizar as estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado dentro de cada um dos conteúdos abaixo especificados, qual a intensidade de aprofundamento, bem como a articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um. Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os temas são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam refletir sobre os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e com as demais relações sociais. A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que possam ser trabalhados, independentemente da seqüência usual presente nos livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a forma como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá condições de desenvolver metodologias que visem CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO evitar a fragmentação ou a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina. O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES MATÉRIA E SUA NATUREZA: é o conteúdo que identifica a disciplina de química, por se tratar da essência da matéria. BIOGEOQUÍMICA: é caracterizado pelas interações existentes entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera. QUÍMICA SINTÉTICA: conteúdo consolidado a partir da apropriação da Química na síntese de novos produtos e novos materiais e que permite o estudo que envolve produtos farmacêuticos, a indústria alimentícia, fertilizantes, agrotóxicos. conteúdo estruturante conteúdo básicos estrutura atômica matéria e sua natureza ligações químicas geometria molecular química inorgânica propriedades coligativas estudo das soluções biogeoquímica reações químicas termoquímica cinética química equilíbrio químico eletroquímica radioatividade química sintética química orgânica hidrocarbonetos funções oxigenadas funções nitrogenadas química no dia a dia AVALIAÇÃO Na perspectiva que se propõe, a avaliação na disciplina de Química vem CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO mediar a práxis pedagógica, sendo coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos, onde os erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. A avaliação não pode ser um fator terminal do processo, como forma de classificação, de constatação dos erros e acertos, mas sim de função diagnóstica. Ao considerar que esta é a nova tendência do ensino, é preciso que os docentes se conscientizem que o que se pretende é formar cidadãos críticos e conscientes. Dessa forma de nada adianta cumprir todo o conteúdo planejado se os alunos continuarem sendo reféns da memorização. Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso. O processo de avaliação deve ser dinâmico e ao mesmo tempo interativo. A avaliação é sempre uma atividade difícil de se realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61) A avaliação contextualizada tem sua importância, quando bem preparada, contendo textos informativos, poderá servir para acrescentar algum conhecimento ao nosso aluno. Poderá ser uma forma de nosso aluno atingir o letramento, mesmo esse processo sendo demorado. Se a informação for relevante para ele, poderá aguçar sua curiosidade de aprender mais sobre o tema gerando outras discussões Assim o alunos cria seus próprios conceitos, os quais podem ser corrigidos gradativamente. Assim, ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados na concepção teórica e no encaminhamento metodológico da disciplina de Química, estabelecendo uma perspectiva de torná-la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso. Concluindo a avaliação será concebida de forma processual e formativa, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO sob as condicionantes do diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorrerá por meio de interações recíprocas, no dia a dia, no transcorrer da própria aula, portanto sujeito a alterações no seu desenvolvimento. Além de avaliar por meio de provas, torna-se necessário usar instrumentos de avaliação que contemplem várias formas de expressão dos alunos, como: leitura e interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da tabela periódica, leitura de imagens, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratórios, apresentação de seminários, debates, etc. Esses instrumentos serão adequados de acordo com cada conteúdo e objetivo de ensino, lembrando que a boa aplicação de um instrumento permite um bom retorno para professores e alunos. Para os professores é um recurso para avaliar o seu trabalho e para o aluno de rever os seus conceitos. Os critérios e formas de avaliação serão esclarecidas para os alunos, como direito que tem de acompanhar todo o processo. REFERÊNCIAS BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000. SARDELLA, A. ; FALCONE, M. Química: Série Brasil. São Paulo: ÁTICA, 2004. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. RABELO, E.H. Avaliação: novos tempos, novas práticas, Petrópolis: Vozes, 1998 RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. RUSSEL, J.B. Química Geral. São Paulo: McGraw-hill,1981. DISCIPLINA DE HISTÓRIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO expressão das relações de poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”. Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida por um grupo social em diferentes tempos e espaços. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado. Hoje, por exemplo a História busca os diversos aspectos que compõem a realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em direção a um progresso pautado pela invenção do estado-nação que precisava ser legitimado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que tinha como função legitimar a identidade nacional. Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de muitos cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem recente. A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos: econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas. O homem/mulher como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês, dos problemas, das idéias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus deveres. Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato de que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Pode-se recorrer às diferenças para estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças. É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas sim em constante transformação, ou seja, é uma ciência em mutação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO o passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou em posturas teleológicas. É preciso estimular o interminável diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico. É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história. Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias, capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a História é uma construção coletiva em que todos os sujeitos têm um papel principal e suas ações são de suma importância para uma participação consciente na transformação da sociedade e do mundo em que vivem. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu mundo. No mundo contemporâneo um constante (re)pensar sobre a cultura escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir de discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando na centralidade do processo ensinoaprendizagem, pretende-se contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas. Para isso, propõem-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas, no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende-se com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso de diferentes fontes e linguagens. Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões através dos conteúdos socialmente significativos relacionados ao CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO contexto político e social, reconhecendo a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos. Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade social, distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987). É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino-aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral. Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura, optou-se por três eixos articuladores: Relações de Poder, Relações de Trabalho e Relações Culturais. Esses eixos estabelecem relações entre si e articulam-se às temáticas que por sua vez articulam-se aos conteúdos. Os conteúdos selecionados, foram organizados em quatro temas plurais no Ensino Fundamental: Os diferentes sujeitos, suas culturas e suas Histórias; A Constituição Histórica do mundo rural e urbano e a formação da propriedade em diferentes tempos e espaços; O mundo do trabalho e os movimentos de resistência; Relações de dominação e Resistência: a formação do Estado e das Instituições Sociais. Para o Ensino Médio, os conteúdos estruturantes são: Relações de Trabalho, Relações de Poder e Relações Culturais contemplados pelos temas: Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e Trabalho Livre; Urbanização e Industrialização; O Estado e as Relações de Poder; Os Sujeitos, as Revoltas e as Guerras; Movimentos Sociais, Políticos e Culturais e as Guerras e Revoluções; Cultura e Religiosidade. É importante que na abordagem desses conteúdos, o educador crie situações de aprendizagem, que respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o ambiente social e cultural, e a identidade do grupo. A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico. Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO socialmente significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação. É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria realidade. Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História na busca da autonomia e da cidadania. A produção do conhecimento, pelo historiador, requer um método específico, baseado na explicação e interpretação de fatos do passado. Construída a partir dos documentos e da experiência do historiador, a problematização produz uma narrativa histórica que tem como desafio contemplar a diversidade das experiências sociais, culturais e políticas dos sujeitos e suas relações. SOBRE O MÉTODO DA HISTÓRIA Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento histórico, o professor deve organizar seu trabalho pedagógico por meio: • do trabalho com vestígios e fontes históricas diversos; • da fundamentação na historiografia; • da problematização do conteúdo; • essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas produzidas pelos sujeitos. SOBRE O TRABALHO COM VESTÍGIOS E FONTES HISTÓRICAS Recorrer ao uso de vestígios e fontes históricas nas aulas de História pode favorecer o pensamento histórico e a iniciação aos métodos de trabalho do historiador. A intenção do trabalho com documentos em sala de aula é de desenvolver a autonomia intelectual adequada, que permita ao aluno realizar análises críticas da sociedade por meio de uma consciência histórica (BITTENCOURT, 2004). O estudo das histórias locais é uma opção metodológica que enriquece e inova a relação de conteúdos a serem abordados, além de promover a busca de produções historiográficas diversas. Segundo o historiador italiano Ivo Mattozzi (1998, p. 40), histórias locais permitem a investigação da região ou dos lugares onde os alunos vivem, mas também das histórias de outras regiões ou cidades. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Esse historiador aponta alguns caminhos para o estudo das histórias locais: - a importância da dimensão local na construção do conhecimento do passado e que há fenômenos que devem ser analisados em uma pequena escala; • a relação entre os fatos de dimensão local e os de dimensão nacional, continental ou mundial; • o estudo e a compreensão das histórias locais do Outro (como as histórias dos indígenas, dos latino-americanos, dos africanos e dos povos do Oriente); • o respeito pelo patrimônio que testemunha o passado local; • os termos das questões relativas à administração e gestão do território em que vivem; • a função e o valor histórico-social das instituições incumbidas da conservação do patrimônio e do estudo do passado; • a utilização e divulgação pública de narrativas históricas das histórias locais. SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PROBLEMATIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS TEMÁTICOS É importante, também, problematizar o conteúdo a ser trabalhado. Problematizar o conhecimento histórico “significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre o presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas” (CAINELLI & SCHMIDT, 2004, p. 52). Algumas questões podem orientar uma abordagem problematizadora dos conteúdos, tais como: “por quê?”, “como?”, “quando?”, “o quê?”. Entretanto, essas questões são insuficientes, pois, além delas, será necessário levantar hipóteses acerca dos acontecimentos do passado, recorrer as fontes históricas, preferencialmente partindo do cotidiano dos alunos e do professor, ou seja, “trabalhar conteúdos que dizem respeito à sua vida pública e privada, individual e coletiva” (SCHMIDT e CAINELLI, 2004, p. 53). A problematização teórica dos vestígios das experiências do passado é que possibilita a sua transformação em fontes históricas de uma investigação. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO DA HISTÓRIA Ao usar o método da História, o professor deve considerar, também, que as ideias históricas dos estudantes são marcadas pelas suas experiências de vida e pelos meios de comunicação. Nas narrativas produzidas pelos estudantes estão presentes as concepções históricas da comunidade à qual pertencem, seja na forma de adesão a essas ideias, seja na sua crítica. Tais CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ideias históricas, além do caráter de pertencimento social e cultural, são conhecimentos que estão em processo de constante transformação. Como tal, precisam ser consideradas na definição e problematização dos conteúdos específicos. HISTÓRIA TEMÁTICA Para trabalhar com a História Temática deve-se se constituir uma problemática por meio da compreensão, na aula de História, das estruturas e das ações humanas que constituíram os processos históricos do presente, tais como a fome, desigualdade e exclusão social, confrontos identitários (individual, social, étnica, sexual, de gênero, de idade, de propriedade, de direitos, regionais e nacionais). Assim, ao problematizar situações ligadas às Relações de Trabalho, de Poder e Culturais é possível explicar, interpretar e narrar o objeto de estudo da disciplina de história, ou seja, ações e relações humanas no tempo, sendo que essas devem ser abordadas didaticamente, no processo de ensino/aprendizagem. Isso deve ser feito observando os recortes espaço/temporal e conceituais específicos, à luz da historiografia de referência anunciadas nestas Diretrizes. O historiador Ivo Mattozzi (2004) estabeleceu uma metodologia para o trabalho temático, sob três dimensões: • primeira: deve-se focalizar o acontecimento, processo ou sujeito que se quer representar do ponto de vista historiográfico; • segunda: é preciso delimitar o tema histórico em referências temporais fixas e estabelecer uma separação entre seu início e seu final; • terceira: o professor e os alunos devem definir um espaço ou território de observação do conteúdo tematizado. Para Ivo Mattozzi (2004), depois de selecionado o tema, o professor adotará três formas para construir uma narrativa histórica: • narração: é uma forma de discurso em que se ordenam os fatos históricos de um período. Essa reconstrução representa o processo histórico relativo às mudanças e transformações por meio de acontecimentos que levem de um contexto inicial a um final; • descrição: é a forma de representar um contexto histórico. É um recurso para representar as permanências que ocorrem entre diferentes contextos. A descrição permite, também, o uso de narrações como exemplos ou provas do contexto histórico abordado; • argumentação, explicação e problematização: a problematização fundamenta a explicação e a argumentação histórica. A narrativa histórica é a construção de uma resposta para a problemática focalizada. A explicação é a reconstrução de determinadas ações e relações humanas, e a argumentação é a resposta à problemática, a qual é construída pela narração e descrição. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO O trabalho com diferentes documentos requer que o professor conheça a especificidade de sua linguagem e a sua natureza, bem como seus limites e possibilidades para o trato pedagógico. Para tanto, é necessário observar três níveis de indagação: • sobre a existência em si do documento: o que vem a ser o documento? O que é capaz de dizer? Como podemos recuperar o sentido de seu dizer? Por que tal documento existe? Quem fez, em que circunstâncias e para que finalidade foi feito? • sobre o significado do documento como objeto: o que significa o documento como simples objeto? Como e por quem foi produzido? Qual é a relação do documento, como objeto singular, no universo da produção? Qual a finalidade e o caráter necessário que comanda sua existência? • sobre o significado do documento como sujeito: por quem fala tal documento? De que história particular participou? Que ação de pensamento está contida em seu significado? Em que consiste seu ato de poder? (MARSON, apud BITTENCOURT, p. 332). As imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do conhecimento histórico. Podem ser aproveitados de diferentes maneiras em aula, como exemplificam Schmidt e Cainelli (2004): na elaboração de biografias, na confecção de dossiês, representação de danças folclóricas, exposição de objetos sobre o passado que estejam ao alcance do aluno, com a descrição de cada objeto exposto e o contexto em que foram produzidos, de modo a estabelecer relações entre as fontes. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS Ensino Fundamental CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANT ES Relações de CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL A experiência humana * CONSTRUÇÃO DO SUJEITO no tempo; HISTÓRICO: o homem como sujeito histórico. * PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Os sujeitos e suas HISTÓRICO: o trabalho do historiador; relações com o outro diferentes temporalidades, fontes no tempo; históricas, patrimônio cultural; * A origem do homem e o começo dos tempos. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Trabalh o; Relações Culturai s e Relações de Poder. As culturas locais e a * DIVERSIDADE CULTURAL NO cultura comum. PARANÁ: o Paraná no Século XV, ocupação do espaço paranaense, o domínio cultural e político europeu, principais etnias, dominação e resistência, patrimônio cultural paranaense. As relações propriedade; de A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade; As relações entre o campo e a cidade; * MODOS DE DISTRIBUIÇÃO DA TERRA: Primitiva; Escravista; Feudal; Capitalista; Socialista. * CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL: Capitanias hereditárias; sesmarias; reduções; engenhos; leis de terras; imigração européia; oligarquias. * A QUESTÃO DA TERRA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: Conflitos e Governo Populista; ditadura militar; resistências e nova república. produção cultural * MOVIMENTOS DE LUTA PELA campo/cidade. POSSE DA TERRA NO ESTADO DO PARANÁ: Rendeiros/meeiros, posseiros, quilombolas, faxinalenses e indígenas. História das relações FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: da humanidade com o O Século das Luzes; O Estado trabalho; Absolutista, As Revoluções Modernas; O poder da Igreja no Brasil colônia. O trabalho e a vida em Separação entre Estado e Igreja no sociedade; Brasil. ESTADO LIBERAL CLÁSSICO: O trabalho e as Imperialismo, Primeira Guerra Mundial. contradições da ESTADO DITATORIAL E modernidade; TOTALITARIO: ditadura militar no Brasil, ditadura na América espanhola, Os trabalhadores e as princípios fundamentais do totalitarismo, conquistas de direito; contexto da Segunda Guerra, Apartheid. ESTADO INTERVENCIONISTA: revolução de 1930, Crise de 1929, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Constituição de 1934. A Constituição das ESTADO POPULISTA: o populismo no Instituições Sociais; Brasil e na América espanhola. ESTADO NEOLIBERAL: origem, A Formação do Estado; emprego, flexibilização dos direitos sociais, neoliberalismo no Brasil. Sujeitos, Guerras e CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: revoluções. Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CIDADANIA EM DIFERENTE SOCIEDADES: A Condição da Mulher; Discriminações e Preconceitos; Desigualdade Social; Aquecimento Global. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA BRASILEIRA: Educação Fiscal; trabalho escravo e infantil, movimentos operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO MÉDIO EIXOS ORIENTADORES TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO MÉDIO - Relações de Trabalh o; Relações Culturai s e Relações de Poder. Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre; - Construção do Sujeito Histórico; O Trabalho nas Sociedades Primitivas; O Trabalho nas Sociedades Clássicas; O Trabalho e as Relações Servis no Sistema Feudal; O Trabalho no Mundo Capitalista. A Organização do Sistema Capitalista: O Renascimento das Cidades e do Comércio; − Formação dos Estados Nacionais; − Iluminismo; − Absolutismo; − Renascimento; − Humanismo. − Urbanização Industrialização e Estado e as Relações de Poder; As Grandes Navegações e os Descobrimentos Marítimos; − O Sistema Colonial na América Espanhola e Portuguesa; − Os sujeitos, as revoltas e as guerras; − As Guerras de Independência; I Grande Guerra; − Revolução Russa; − Estados Totalitários na Europa; − II Guerra Mundial; − Guerra Fria; − Conflitos no Mundo Contemporâneo; Movimentos Sociais, Políticos e Culturais e as Guerras e Revoluções; − − Movimentos Sociais no Brasil Imperial; − Proclamação da República no Brasil; − Republica Velha (Oligarquias); − Revolução de 30 e a Era Vargas; − República Populista no Brasil; − Ditadura Militar no Brasil; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Nova República; Movimentos de Posse pela Terra no Brasil Contemporâneo; − − Cultura Religiosidade; e - Cultura Paranaense; Principais Religiões do Mundo; Diversidade Cultural Brasileira; AVALIAÇÃO A avaliação deverá estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, permeando o conjunto das ações pedagógicas e não como elemento externo a este processo. Para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é (preciso) modificar de classificatória para diagnóstica. Ou seja, a avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem (LUCKESI, 2002. p.81). O aprendizado e as avaliações poderão ser compreendidos como fenômeno compartilhado, contínuo, processual e diversificado, o que propicia uma análise crítica das práticas que podem ser retomadas e reorganizadas pelo professor e pelos alunos. Retomar a avaliação com os alunos permite, ainda, situá-los como parte de um coletivo, em que a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumido com vistas a aprendizagem de todos. Professores e alunos precisam entender que os pressupostos da avaliação, tais como finalidades, objetivos, critérios e instrumentos, podem permitir rever o que precisa ser melhorado ou já apreendido. Para isso o professor pode lançar mão de várias formas avaliativas, tais como: Avaliação Diagnóstica, Avaliação Formativa e Avaliação Somativa. As aulas serão expositivas e dialogadas com a participação dos alunos, com atividades individuais, em duplas ou grupos, para avaliar o quanto foi apreendido do conteúdo exposto, utilizando de debates, seminários, trabalhos variados e provas, para promover o estímulo à reflexão e a manifestação de pontos de vista diversos. A avaliação deve ser feita de forma continua, mapeando e identificando os problemas do aluno em seu desenvolvimento, de forma investigatória na busca de promover o acesso pleno ao conhecimento, com meios processuais e diagnósticos buscando sempre interagir com o conhecimento e a realidade dos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO alunos. Diante disso, entende-se que a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento externo a este processo. [...] para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é (preciso)modificar a sua utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, a avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem (LUCKESI, 2002, p. 81). Alguns pontos podem ser destacados como forma de auxiliar a percepção do professor quanto ao conteúdo apreendido pelos alunos, no processo de construção do conhecimento histórico. São eles: − Têm experiências no estabelecimento de limites históricos, como antes de Cristo e depois de Cristo, geração, década e século. São capazes de estabelecer sequência de datas e períodos, determinar sequência de objetos e imagens e relacionar acontecimentos com uma cronologia. − São capazes de compreender tipos de testemunho que o historiador utiliza. Distinguem fontes primárias de secundárias. São conscientes da necessidade de serem críticos na análise de documento. Têm consciência de como os historiadores empregam os testemunhos para chegarem a uma explicação do passado. − Analisam as diferentes conjunturas históricas a partir das relações de trabalho, de poder e culturais. − Compreendem o significado de determinadas palavras num contexto histórico. Apropriam-se de conteúdos e conceitos históricos. Empregam conceitos históricos para analisarem diferentes contextos. − Compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base no método da problematização de distintas fontes documentais e textos historiográficos a partir dos quais o pesquisador produz a narrativa histórica. Compreendem que a produção do conhecimento histórico pode validar, refutar ou complementar a produção historiográfica já existente. − Estabelecem “comparações” simples entre passado e presente, com referência a uma diversidade de períodos, culturas e contextos sóciohistóricos. − Entendem que a História é tanto um estudo da continuidade como da mudança e da simultaneidade. Compreendem que um acontecimento histórico pode responder a uma multiplicidade de causas. − São capazes de se identificar como sujeitos que viveram no passado CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO e cujas opiniões, atitudes, culturas e perspectivas temporais são diferentes das suas. Explicitam o respeito à diversidade étnico-racial, religiosa, social e econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos. Compreendem a História como experiência social de sujeitos que constroem e participam do processo histórico. É importante ter claro que o trabalho com documentos históricos exige formas diferentes de avaliação. Schmidt e Cainelli (2006) apontam duas sugestões de avaliações de documentos de naturezas diferentes: textos e imagens. TEXTOS: • Identificação: identificar o tema, o tipo de texto, a data de publicação, a época de produção, o autor e o contexto em que foi produzido; • Leitura: sublinhar as palavras e expressões-chaves, resgatar e reagrupar as ideias principais e os temas secundários, e buscar o ponto de vista do autor; • Explicação: compreender o sentido das palavras e expressões e esclarecer as alusões contidas no texto; • Interpretação: analisar a perspectiva do texto, comparar a outros fatos e pontos de vista e verificar em que medida o texto permite o conhecimento do passado. IMAGENS: • Identificação: identificar o tema, a natureza da imagem, a data, o autor, a função da imagem e o contexto; • Leitura: observar a construção da imagem – o enquadramento, o ponto de vista, os planos. Distinguir os personagens, os lugares e outros elementos contidos na imagem; • Explicação: explicitar a atuação do autor de acordo com o suporte e contexto de produção da imagem; • Interpretação: compreender a perspectiva da imagem, o valor do testemunho sobre a época e os símbolos apresentados. Para o Ensino Fundamental e Médio, a avaliação da disciplina de História, nestas diretrizes, considera três aspectos: • A investigação e a apropriação de conceitos históricos pelos estudantes; • A compreensão das relações da vida humana (Conteúdos Estruturantes); • O aprendizado dos conteúdos básicos/temas históricos e específicos. Na EJA – Educação de Jovens e Adultos, a recuperação paralela dos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO estudos é necessária, pois além de se preocupar em continuar os estudos, esses adultos – na maioria – também têm outras preocupações e outros afazeres que ocupam sua mente, muitas vezes, tendo somente o tempo em que está presente na escola para desenvolver as atividades relacionadas ao estudo. Uma vez percebida a dificuldade em uma forma de explanação do conteúdo e da avaliação, o professor deve procurar outros meios de apresentar esse mesmo conteúdo e também outros instrumentos avaliativos, oportunizando aos educandos diferentes possibilidades de apreender os conteúdos e outras formas de apresentar os resultados desse aprendizado. Como sugestões de instrumentos avaliativos o professor poderá se utilizar de seminários, debates, provas, trabalhos, produção de texto entre outros. Partindo das variadas formas de avaliação, o professor deverá observar a desenvoltura dos alunos ao se expressar oralmente, a interpretação dos temas trabalhados, a coerência nas ideias, a contextualização e as mudanças e permanências em relação aos processos históricos. REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à História. Lisboa, Portugal: Europa-América, 1997. DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003. HOBSBAWM, E. J. Nações e Nacionalismos desde 1780: Programa, Mito e Realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. ______. A Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia das Letras, 1995. KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2002. PINSKI, J; PINSKI, C.B. História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: História. Curitiba: SEED, 2008. SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992. VEYNE, Paul. & DOBBY, George. (Org). Coleção: História da Vida Privada. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DISCIPLINA DE GEOGRAFIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia. Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia? Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX, predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram obrigados a memorizar listas intermináveis de nomes e números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia. Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos. Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima ( calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre). Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro natural, como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecerlhe suas “dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo. Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e meios de transporte – a circulação no território. Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e hidrografia, faz-se uma descrição sem correlações entre os CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”. Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do ensino de Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial. A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao educando desenvolver um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial. Para MORAES (1998, p.166), “formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si”. Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “ vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina-se dele ”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real”. Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz”. Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível. Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o espaço geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e regional. Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”. O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela as contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber-se como parte integrante da sociedade, do espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que está inserido, descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde revelam-se as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação de um cidadão mais completo, que se percebe como agente das transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente para que se concretize a construção do conhecimento geográfico. Portanto, faz-se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe. É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas omissões. É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983, p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO devem ser o ponto de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários. A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido. Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar: - Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade? - Quais mudanças foram provocadas por sua instalação? - Qual a sua importância para o município, estado, país? - Qual sua importância para a população? - Por que ela se instalou nessa região? - Como é seu processo produtivo? - Quais impactos vem causando no ambiente? Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade. A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do conhecimento. Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva crítica e dialética e tendo em vista que no seu encaminhamento metodológico é fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo, vinculados a sua história de vida, optou-se pela organização do currículo de Geografia, em três grandes eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza. Esses eixos estabelecem relações entre si e permitem a compreensão da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade aqui não é a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da migração campo-cidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se relaciona a estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO industrialização das grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida em si. O conjunto dos eixos, o Espaço, as Relações Sociais e a Natureza articula-se as temáticas expostas no quadro de conteúdos. Dessa maneira, os conteúdos selecionados, devem ser trabalhados nas suas interrelações, rompendo-se com a compartimentalização e com a linearidade do conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de produção do espaço pelas sociedades. Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento, criar situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a resignificação de sua visão de mundo. CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA Ensino Fundamental e Médio Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos, deve ser diferenciada nos níveis de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos. Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local, regional, nacional e mundial. Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial, devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando. EIXOS TEMÁTICA CONTEÚDOS DEMOGRAFIA: dinâmica da população, pirâmide etária, padrão de vida, movimentos migratórios,. ESPAÇO RELAÇÃO ATIVIDADES ECONÔMICAS: cadeias produtivas, redes de distribuição, transporte e comunicação, espaço agrícola, fontes de energia, comércio, indústria, turismo, circuitos produtivos, Divisão Internacional do CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO RELAÇÕS SOCIAIS NATUREZA CIDADE– CAMPO ORGANIZAÇÃO SOCIO ESPACIAL CIDADANIA Trabalho, flexibilização do trabalho, economia solidária. POLÍTICAS PÚBLICAS: agricultura familiar, reforma agrária, assistência social, educação, meio ambiente, habitação, cultura, saúde. URBANIZAÇÃO: expansão urbana, infraestrutura, plano diretor urbano. AGRÁRIA: estrutura fundiária, modernização do campo, conflitos no campo, agricultura familiar, políticas agrárias. GEOPOLÍTICA: organização socioespacial, fronteira, estado, nação, território, territorialidade. REPRESENTAÇÃO SOCIOESPACIAL: Planeta Terra, localização espacial, orientação, coordenadas geográficas, cartografia. QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: degradação ambiental, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida. CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Conteúdos Conteúdos Básicos Estruturan tes - Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. - Dimensão Econômica Conteúdos Específicos - Elementos naturais e culturais das paisagens terrestres. - Relações entre trabalho, sociedade, natureza e tecnologias. - A distribuição espacial - Transformações no espaço das atividades produtivas geográfico ao longo do tempo. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO do Espaço Geográfico e a (re)organização do espaço geográfico. - Movimentos de rotação e translação da Terra e suas consequências. - Zonas térmicas da Terra. - Dimensão Política do Espaço Geográfico - Dinâmica da natureza e - Modificações no espaço geográfico sua alteração pelo com o desenvolvimento das técnicas. emprego de tecnologias de exploração e produção. - Dimensão Cultural do Espaço Geográfico - As relações entre campo e cidade na sociedade capitalista. - Dimensão -Elementos Socioambien cartográficos. tal do Espaço Geográfico - O ambiente da cidade; o ambiente do campo e suas relações de interdependência. - Projeções cartográficas. - Símbolos, escala, legenda. - Coordenadas Geográficas. - Fusos Horários. - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população - Conceitos demográficos fundamentais: países populosos e povoados; população absoluta e relativa; taxa de natalidade e mortalidade. -A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural. - Cultura indígena. - O indígena na atualidade. - Negros no Brasil. - Cultura negra. - Imigrantes na paisagem brasileira. - Movimentos migratórios e suas motivações - Migrações internas e externas. - Tipos de migração interna: ruralurbana, inter-regional, sazonal, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO pendular. - A formação, mobilidade - Formação do território brasileiro. das fronteiras e a reconfiguração do - Localização do Brasil. território brasileiro. - Regionalização do IBGE: Norte, - As diversas Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e regionalizações do Sul. espaço brasileiro. - Regionalização geoeconômica: Nordeste, Amazônia, Centro-Sul. - A formação, o - Urbanização Brasileira. crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços - Origem dos aglomerados urbanos. urbanos e a urbanização. - Classificação das cidades brasileiras. - Regiões metropolitanas. - Problemas urbanos. - O espaço rural e a modernização da agricultura. - Agropecuária no Brasil. - Agronegócio. - Produção agrícola brasileira. - Técnicas empregadas no espaço agropecuário brasileiro: Agricultura Tradicional e Comercial. - Cultivos transgênicos e orgânicos. - As diversas regionalizações do espaço geográfico. - Países capitalistas e socialistas: A Guerra Fria. - Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos. - Países do Norte e Países do Sul. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - Regionalização de acordo com o IDH. - A nova ordem mundial, - A divisão internacional do trabalho os territórios e a nova ordem mundial. supranacionais e o papel do Estado. - Os blocos econômicos: União Européia, Mercosul, Nafta, Apec e outras associações. - A circulação da mão-de- - A economia mundial atual. obra, do capital, das mercadorias e das - A economia global e as informações. transformações no espaço geográfico. -A revolução técnicocientífico-informacional e - As novas relações de trabalho. os novos arranjos no espaço da produção - Os centros de poder na economia global. - A economia global e o aumento do desemprego. - O comércio mundial e as implicações socioespaciais. - As Transnacionais. - Os financiadores da economia mundial: O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. - A Organização Mundial do Comércio. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial. - Sistemas de transporte e o fluxo de mercadorias e pessoas. - Sistemas de comunicações e as transformações no espaço geográfico. - Formação, localização e - Recursos energéticos no mundo e utilização dos recursos no Brasil. naturais. -Petróleo, gás natural, carvão CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO mineral, biomassa, hidroeletricidade, energia nuclear e outras fontes de energia. - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano. - Localização e Regionalização do continente americano. - A formação histórica do continente americano. Aspectos naturais, populacionais e econômicos do continente americano. AVALIAÇÃO De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, a avaliação deve tanto acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Assim, esta diretriz propõe que o processo de avaliação esteja articulado com os conteúdos estruturantes, os conceitos geográficos, o objeto de estudo, as categorias espaço-tempo, a relação sociedade/ natureza e as relações de poder; contemplando a escala local e global e vice-versa. Que essa avaliação seja diagnóstica e continuada e que contemplem diversas práticas pedagógicas. Dessa forma, destaca-se ainda, que a proposta avaliativa deve estar bem clara para os alunos, ou seja, que saibam como serão avaliados em cada atividade proposta. Para que a avaliação cumpra o seu papel como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, se faz necessário definir o objetivo da atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar instrumentos diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a partir deles o educando possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica. A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar diversas linguagens. Os objetos da avaliação no ensino de Geografia, são os três eixos mencionados: Espaço, Relações Sociais e Natureza. A partir deles, utilizar-seá da descrição, da representação, da interpretação, da localização e da análise para a compreensão das transformações que se processam no espaço CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO e na maneira como homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles vivido. Dessa forma, o educador deve encaminhar as ações do dia-a-dia, possibilitando a construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena. REFERÊNCIAS CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999. CAVALCANTI, L.S. Geografia: Campinas: Papirus, 1998. escola e construção de conhecimentos. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993. MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. _______ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001. DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO CONCEPÇÃO DO ENSINO DE RELIGIOSO A disciplina de Ensino Religioso contribuirá para superar desigualdades étnico-religiosas, para garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão e, por consequência, o direito à liberdade individual e política. Desta forma atenderá um dos objetivos da educação básica que, segundo a LDB 9394/96, é o desenvolvimento da cidadania. Após uma longa trajetória histórica do Ensino Religioso no Brasil, com a nova redação ao artigo 33 da CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO LDBEN 9394/96, cumpre destacar que, o Ensino Religioso é parte integrante da formação básico do cidadão assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, sendo proibido toda forma de proselitismo. O Ensino Religioso contribuiu também para superar a desigualdade etnico-religiosa e garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão, conforme Art. 5o, inciso VI, da Constituição Brasileira. Assim sendo, a disciplina de Ensino Religioso tem muito a acrescentar, pois permitirá que os educandos possam refletir e entender como os grupos sociais se constitui culturalmente e como se relacionam com o Sagrado, objeto de estudo. Também contribui para compreensão da importância das religiões na vida das pessoas, pois não trata apenas do fenômeno religioso, mas da própria humanidade no seu desenvolvimento histórico, fundamental nas organizações econômicas, sociais, políticas e culturais, portanto um conteúdo muito amplo, abrangendo variedades de assuntos relevantes para a formação básica do cidadão e cidadã. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA Religião e conhecimento religioso são patrimônios da humanidade, pois, constituíram-se historicamente na inter-relação dos aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos. Em virtude disso, a disciplina de Ensino Religioso na escola fundamental deve orientar-se para a apropriação dos saberes sobre as expressões e organizações religiosas das diversas culturas na sua relação com outros campos do conhecimento (DCE Ensino Religioso). O desafio mais eminente da nova abordagem do Ensino Religioso é, portanto, superar toda e qualquer forma de apologia ou imposição de um determinado grupo de preceitos e sacramentos, pois, na medida em que uma doutrinação religiosa ou moral impõe um modo adequado de agir e pensar, de forma heterônoma e excludente, ela impede o exercício da autonomia de escolha, de contestação e até mesmo de criação de novos valores. Conforme as DCEs de Ensino Religioso, qualquer religião deve ser tratada como conteúdo escolar, uma vez que o Sagrado compõe o universo cultural humano e faz parte do modelo de organização de diferentes sociedades. Deve propiciar a compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do Sagrado, com vistas à interpretação dos seus múltiplos significados. Ainda, subsidiará os educandos na compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como as sociedades são influenciadas pelas tradições religiosas, tanto na afirmação quanto na negação do Sagrado. O espaço e o sentido do Sagrado, não se constituem, no entendimento dessas Diretrizes, como um a priori. Ao contrário, no contexto da educação laica e republicana, as interpretações e experiências do Sagrado devem ser compreendidas racionalmente como resultado de representações construídas CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO historicamente no âmbito das diversas culturas e tradições religiosas e filosóficas. Não se trata, portanto, de viver a experiência religiosa ou a experiência do Sagrado, tampouco de aceitar tradições, ethos, conceitos, sem maiores considerações, trata-se antes, de estudá-las para compreendê-las, de problematizá-las. Sagrado é, pois, o olhar que se tem sobre algo ou a forma como se vê determinado fenômeno. Aquilo que para alguns é normal e corriqueiro, para outros é encantador, sublime, extraordinário, repleto de importância e, portanto, merecedor de um tratamento diferenciado como exemplo, um determinado objeto que pode ser Sagrado para uma pessoa ou na coletividade, para outros não passa de apenas mais um objeto. O mesmo ocorre com locais, templos, símbolos, textos orais ou escritos, manifestações, entre outros. Para que o Sagrado seja tratado como saber (escolar) e possa ser objeto do Ensino Religioso é necessário buscar relações de conteúdos que possam traçar caminhos para atingir o objeto e compreender qual é o papel da disciplina de Ensino Religioso como parte do sistema escolar. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Textos Sagrados. CONTEÚDOS BÁSICOS O ENSINO - Orientações Legais RELIGIOSO NA - Objetivos ESCOLA PÚBLICA - Principais diferenças entre as aulas de Religião e o Ensino Religioso como disciplina escolar. LUGARES SAGRADOS Caracterização dos lugares e templos sagrados: lugares de peregrinação, de everência, de culto, de identidade, principais práticas de expressão do sagrado estes locais. − Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc. − Lugares construídos: templos, cidades sagradas, etc. TEXTOS ORAIS E Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e ESCRITOS escritos pelas diferentes culturas religiosas. SAGRADOS - Literatura oral e escrita (cantos, narrativas, poemas, orações, etc.). Exemplos: Vedas - Hinduismo, Escrituras Bahá'ís - Fé CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Bahá'I, Tradições Orais Africanas, Afro-brasileiras e Ameríndias, Alcorão - Islamismo, Etc. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos organizados institucionalmente. Serão tratadas como conteúdos, destacando-se as suas principais características de organização, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado. − Fundadores e/ou Líderes Religiosos. − Estruturas Hierárquicas. Exemplos de Organizações Religiosas Mundiais e Regionais: Budismo (Sidarta Gautama), Confucionismo (Confúcio), Espiritismo (Allan Kardec), Taoísmo (Lao Tsé), Etc. SÍMBOLOS RELIGIOSOS Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem papel relevante para a vida imaginativa e para constituição das diferentes religiões no mundo. Símbolos das religiões existentes Podem-se trabalhar a temporalidade Sagrada apresentando nas aulas de Ensino Religioso o evento da criação nas diversas tradições religiosas, os calendários e seus tempos Sagrados (nascimento do líder religioso, passagem de ano, data de rituais, festas, dias da semana, calendários religiosos). Entre os exemplos podemos citar o Natal (cristão), Kumba Mela (hinduísmo), Losar (passagem do ano tibetano) e outros. São práticas celebrativas das tradições/manifestações religiosas, formadas por um conjunto de rituais. Pode ser compreendido como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior, é imitação, serve à memória e à preservação da identidade de diferentes tradições/manifestações religiosas e também podem remeter a possibilidade futura a partir de transformações presentes. Ritos de passagem Mortuários TEMPORALIDADE SAGRADA RITOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Propiciatórios Outros Exemplos: Dança (Xire) - Candomblé, Kiki (kaingang ritual fúnebre), Via Sacra, Festejo indígena de colheita, etc. - FESTAS RELIGIOSAS São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com objetivos diversos: confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. • Peregrinações, festas familiares, festas nos templos, datas comemorativas. • Exemplos: Festa do Dente Sagrado (Budismo), Ramadã (Islâmica), Kuarup (indígena), Festa. de Iemanjá (Afro-brasileira), Pessach (Judaísmo), Etc. VIDA E MORTE As respostas elaboradas para vida além da morte nas diversas tradições/manifestações religiosas e sua relação com o sagrado. − O sentido da vida nas tradições/manifestações religiosas; − Reencarnação; − Ressurreição - ação de voltar à vida; − Além morte; − Ancestralidade - vida dos antepassados - espíritos dos antepassados se torna presentes; − Outras interpretações. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O Ensino Religioso no sentido de contribuir para a formação da cidadania, como toda disciplina escolar, tem uma prática docente metodológica própria. Numa visão pedagógica e holística, o educando conhecerá ao longo do Ensino Fundamental os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, para que possa entender melhor a sua busca de Transcendente. No Ensino Religioso não se pode afirmar haver receitas prontas, fórmulas, métodos prontos e definitivos, pois estaríamos desconsiderando CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO diversas variáveis que, num movimento cíclico entre sociedade-escola, se constituem. Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas em Ensino Religioso em sala de aula, serão no sentido de fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos, com articulação de conteúdo, diálogo, sensibilidade à pluralidade, mediar conflitos e também atenção especial aos alunos com necessidades especiais, na inclusão social. Propõe-se um encaminhamento metodológico baseado na aula dialogada, isto é, partir da experiência religiosa do aluno e de seus conhecimentos prévios para, em seguida, apresentar o conteúdo que será trabalhado. Sugere-se que o professor faça um levantamento de questões ou problemas envolvendo essa temática para que os alunos identifiquem os quantos já conhecem a respeito do conteúdo, ainda que de forma caótica. Evidencia-se, assim, que qualquer assunto a ser desenvolvido em aula está de alguma forma, presente na prática social dos alunos. Num segundo momento didático propõe-se a problematizarão do conteúdo. Trata-se da “identificação dos principais problemas postos pela prática social. [...] de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social e, em consequência, que conhecimento é necessário dominar” (Saviani, 1991, 80). Essa etapa pressupõe a elaboração de questões que articulem o conteúdo em estudo à vida do educando. É o momento da mobilização do aluno para a construção do conhecimento. A abordagem teórica do conteúdo, por sua vez, pressupõe sua contextualização, pois o conhecimento só faz sentido quando associado ao contexto histórico, político e social. Ou seja, estabelecem-se relações entre o que ocorre na sociedade, o objeto de estudo da disciplina, nesse caso, o Sagrado, e os conteúdos estruturantes. A interdisciplinaridade é fundamental para efetivar a contextualização do conteúdo, pois se articulam os conhecimentos de diferentes disciplinas curriculares e, ao mesmo tempo, assegura-se a especificidade dos campos de estudo do Ensino Religioso. O conteúdo a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso contribuirá para a superação: do preconceito a ausência ou a presença de qualquer crença religiosa; de toda forma de proselitismo, bem como da discriminação de qualquer expressão do sagrado, pois a linguagem a ser utilizada nas aulas de Ensino Religioso e a pedagógica e não a religiosa, referente a cada expressão do sagrado, adequada ao universo escolar. E contemplará a História Cultura Afro-Brasileira (Lei nº 10.639/03), Cultura Indígena (Lei nº 11.645/08), História do Paraná (Lei nº 13.381/01), Meio Ambiente (Lei nº 9.795/99 e Programa Nacional de Educação Fiscal (Portaria 413/2002). CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO AVALIAÇÃO Em Ensino Religioso é necessário destacar que os procedimentos avaliativos não têm a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere à atribuição de notas ou de conceitos. Não se constitui objeto de reprovação, mas não deixa de ser importante no processo educativo. Posso identificar, por exemplo, através de ações em que medida o aluno: • Respeita a pluralidade religiosa; • Aceita as diferenças; • Expressa relação harmoniosa em sala de aula, com os colegas; • É atencioso com os alunos que tenham necessidades especiais, os da inclusão; • Participar com prazer de todas as atividades propostas, tais como: textos, debates, teatro, música, questionamentos, registro formal do conteúdo apresentado, dramatizações, relatórios e apresentações nas celebrações culturais da escola, durante o ano. REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. O que é religião? São Paulo: Loyola, 1999. BACH, Marcus. As grandes religiões do mundo. Rio de Janeiro: Record, 1998. BOWKWER, John. Para entender as religiões. São Paulo: Ática, 1997. BRASIL/MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília- DF, 2004. CAPRA, Fritjol. O ponto de mutação. Cultrix: s/d. GIBRAN, Kahlil. Para além das palavras. São Paulo: Paulinas, 1995. GRUEN, Wolgang. O Ensino Religioso na Escola. Petrópolis: Vozes, 1995. HINNELS, John R. Dicionário das religiões. São Paulo: Cultrix, 1989.Jornal: Folha de Londrina. LIBÂNIO, João Batista. A Busca do Sagrado. São Paulo: FTD, 1991. Revistas: Veja, Agitação, Mundo Jovem, Diálogo, Rainha, Mundo Jovem. SEED, Diretrizes Curriculares Nacionais da disciplina de Ensino Religioso, Curitiba, 2009 DISCIPLINA DE FILOSOFIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidade desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos de um processo histórico em que a experiência vivida fora CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO do processos de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo. As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184). Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar. Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula. Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome esse ensino como criação e ressignificação de conceitos. Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20). Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de conceitos. Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, ressignificar e criar conceitos. Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO única preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos. O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos. O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a investigação; e a criação de conceitos. Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização. Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado. A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo. Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala. Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão. A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa sociedade. Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito nas idéias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico. É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz curricular. Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que, desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. 1. MITO E FILOSOFIA O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet. 1.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. O nascimento da Filosofia; A vida cotidiana na sociedade grega; O mito a origem de todas as coisas; Mito e razão filosófica; Senso comum e conhecimento filosófico; Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico; Ciência e senso comum. 2. TEORIA DO CONHECIMENTO Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell. 2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 2.1.1 O problema do conhecimento; 2.1.2 Fundamentos do conhecimento; 2.1.3 Filosofia e método; 2.1.2 Racionalismo; 2.1.3 Empirismo; 2.1.4 Ceticismo. 3. ÉTICA Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização, análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência, relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche, Scheler, Schopenhauer, Sêneca. 3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO 3.1.1 Ética e moral; 3.1.2 Concepções éticas; 3.1.3 O que é liberdade?; 3.1.4 Liberdade e autonomia; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 3.1.5 Liberdade e determinismo; 3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento; 3.1.7 Autoridade e autoritarismo; 3.1.8 Responsabilidade e liberdade; 3.1.9 Questões de gênero; 3.1.10 Diversidade e sociedade. 4. FILOSOFIA POLÍTICA Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo. Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire. 4.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: 4.1.1 O preconceito contra política; 4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política; 4.1.3 Nascimento da democracia; 4.1.4 Ética e Política; 4.1.5 Concepção liberal e Política; 4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo; 4.1.7 Essência da política; 4.1.8 Política e poder; 4.1.9 Política e violência; 4.1.10 Política e liberdade subjetiva; 4.1.11 Política e sociabilidade; 4.1.12 Formas de governo; 4.1.13 Liberdade Política; 4.1.14 Crise da política contemporânea; 4.1.15 A função do político na contemporâneidade. 5. ESTÉTICA Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl, Paul Valéry. 5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 5.1.1 Pensar a beleza; 5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?; 5.1.3 Concepções de estética; 5.1.4 Concepções de Arte; 5.1.5 Arte como conhecimento; 5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte; 5.1.7 Arte e Política; 5.1.8 Crítica do gosto; 5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança; 5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas. 6. FILOSOFIA DA CIÊNCIA É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos, religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a necessidade de entendê-las. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer. 6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: 6.1.1 O que é Ciência; 6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência; 6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência; 6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica; 6.1.5 Tendências da Bioética; 6.1.6 Bioética e Aborto; 6.1.7 Bioética e experiência Genética. AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos essa disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir. A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constróem coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de Filosofia, a avaliação não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme salienta Langón (2003, p. 94): Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil. Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições. O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos: - Qual conceito trabalhou e criou/recriou; - Qual discurso tinha antes; - Qual discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si mesma. REFERÊNCIA ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004. BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans). GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002. LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992. KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA SOCIOLOGIA Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO a busca da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da Sociologia para sua consolidação como ciência. O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas mudanças na organização social que fizeram com que seus contemporâneos buscassem explicações para os fenômenos sociais com os quais conviviam. As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da razão como formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais cotidianas foram transformadas neste processo. O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de trabalho, traz em seu bojo questões econômicas/culturais que precisam de respostas. Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através da elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diferentes olhares e posicionamentos políticos. Com Augusto Comte (1798-1857) surge o termo Sociologia, este autor buscará criar um método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava que a ciência deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando que a ordem levaria ao progresso. Émile Durkheim (1858-1917) irá utilizar-se de conceitos de Comte na elaboração e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as relações sociais. Para Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, a mesma só faz sentido se :” compreendida como um conjunto cuja existência própria, independentemente de manifestações individuais, exerce sobre cada ser humano uma coerção exterior, a partir de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade, na mente de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo assim, a precedência da sociedade sobre os indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental neste processo. Em Max Weber(1864-1920) a orientação vai num outro sentido, para ele o indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva que vai buscar entender a sociedade partindo da compreensão das ações individuais. Para ele “compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”.(SEED, 2006, p.22). A sociedade estaria marcada, então, pelo desenvolvimento da racionalidade, rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO de “(...) prover os sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições – conduta de vida e conhecimento especializados – necessárias para realizar suas funções de perito na burocracia profissional” (SEED, 2006, p22). Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (1818-1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades. Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os mecanismos de exploração e manutenção das relações sociais apontando para o fato das sociedades estarem divididas em classes, enunciou “(...) como lei de validade geral - que a história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais.(SEED, 2006, p.21). Ainda de acordo com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode oprimir ou emancipar o homem. Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido a principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados ou não, que resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam. É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho de tal tarefa, na medida em que propicia aos educandos a possibilidade de uma maior compreensão da sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS No ensino da Sociologia propõe-se que sejam redimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais. É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de Jovens e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos do aprendizado, um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo assim, os conteúdos específicos deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculado ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnológicas, dentre outras coisas. Neste sentido, destacam-se os conteúdos específicos da disciplina não precisam ser trabalhados, necessariamente, de forma seqüencial, do primeiro CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ao último conteúdo listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas para compreensão, já que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua apreensão sem a necessidade de uma “amarração” com os demais. Sugere-se, no entanto, que a disciplina seja iniciada com uma rápida contextualização do surgimento da Sociologia, bem como a apresentação de suas principais teorias na análise/compreensão da realidade. No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos metodológicos, instrumentos estes, que devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição de músicas, enfim, o que importa é que o educando seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes. Por fim, o conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir pré-noções e preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas á transformação social. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS 1-Conteúdo estruturante: O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas. Conteúdos específicos: Modernidade(Renascimento; Reforma Protestante; Iluminismo; Revolução Francesa e Revolução Industrial). Desenvolvimento das Ciências; Senso comum e Conhecimento científico; Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx; Produção Sociológica Brasileira. 2- Conteúdo estruturante: O processo de socialização e as instituições sociais. Conteúdos específicos: Instituições familiares; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Instituições escolares; Instituições religiosas; Instituições políticas, dentre outras. 3 - Conteúdo estruturante: Cultura e Indústria Cultural. Conteúdos específicos: Conceitos antropológicos de cultura; Diversidade cultural; Relativismo; Etnocentrismo; Identidade; Sociedade de consumo; Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular; Questões de gênero e outras minorias. 4 - Conteúdo Estruturante: Trabalho, produção e classes sociais; Conteúdos específicos: Salário e lucro; Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural; Subemprego e informalidade; Terceirização; Voluntariado e cooperativismo; Empreendedorismo; Agronegócios; Empregabilidade e produtividade; Capital humano; Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho; Economia solidária; Flexibilização; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Neoliberalismo; Reforma agrária; Reforma sindical; Toyotismo, Fordismo; Estatização e privatização; Parcerias público-privadas; Relações de mercado, entre muitos outros. 5 – Conteúdo estruturante: Poder, política e ideologia Conteúdos específicos: Estado Moderno; Tipos de Estados; Conceito de poder; Conceito de dominação; Conceito de Política; Conceito de ideologia. 6- Conteúdo Estruturante: Direitos, cidadania e movimentos sociais. Conteúdos específicos: Conceito moderno de direito; Conceito de movimento social; Cidadania; Movimentos sociais urbanos; Movimentos sociais rurais; Movimentos sociais conservadores. AVALIAÇÃO A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos utilizados nesse processo, de modo que os mesmos reflitam os objetivos desejados no desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa perspectiva marcada pela autonomia do educando. Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates, que acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser as formas, desde que se CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO tenha como perspectiva, ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo educando. REFERÊNCIAS ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F. Princípios de sociologia:pequena introdução ao estudo da sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1981. COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. GIDDENS, A . Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005. GOHN, M. G. (Org.) Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003. LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2006. MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979. 6 - PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO 6.1 Concepção de Avaliação A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta. A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios: − investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; − contínua: permite a observação permanente do processo ensinoaprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; − sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; − abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do educando; − permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola. Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas-aula por turno, com avaliação presencial ao longo do processo ensinoaprendizagem. Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos. É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica. 6.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas a) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; b) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no decorrer do processo ensinoaprendizagem não terão registro de nota para fins de promoção e certificação. c) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual; d) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual.. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; e) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); f) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; g) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver. 6.3 Recuperação de Estudos A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 6.4 Aproveitamento de Estudos O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito, amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos. 6.5 Classificação e Reclassificação Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar. 7 - REGIME ESCOLAR O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos, número de salas de aula e capacidade, com a expressa autorização do Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação. As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular. Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócioeducativas, no sistema prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores em comunidades de difícil acesso, dentre outros. 7.1 ORGANIZAÇÃO Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE para o Ensino Médio e com as Deliberações nº 01/06, nº 04/06, nº 07/06 e nº 03/08, todas do Conselho Estadual de Educação. 7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as seguintes ofertas : a) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas, no mínimo, 70% (setenta por cento) das vagas para matrícula na organização coletiva e até 30% (trinta por cento) para matrícula na organização individual, sendo respeitado o perfil do educando para matrícula. b) Ensino Fundamental – Fase I e II e Ensino Médio No Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e Ensino Médio considerar-seá, a oferta de 100% da carga horária total estabelecida. 7.3 MATRíCULA Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos: ● a idade para ingresso respeitará a legislação vigente; ● será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente; ● poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) eqüivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino regular, mediante apresentação de comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento Escolar; ● para os educandos que não participaram do processo de escolarização formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no Regimento Escolar; ● será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula inicial; ● o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer rematrícula na disciplina, podendo participar do processo de reclassificação. No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas. O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos: − a organização dos cursos; − o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar; − a dinâmica de atendimento ao educando; − a duração e a carga horária das disciplinas; − os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos; − o material de apoio didático; − as sugestões bibliográficas para consulta; − a avaliação; − outras informações necessárias. ● 7.4 MATERIAL DIDÁTICO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos. 7.5 AVALIAÇÃO ● avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente; ● as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; ● para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar; ● a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); ● para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento)do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual; ● o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; ● a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); ● os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; ● o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver. 7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente. 7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora. 8 - RECURSOS HUMANOS 8.1 Atribuições dos Recursos Humanos De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos. 8.1.1 Direção O diretor exercerá a função de liderança na escola, com base no modelo participativo, e deverá ser capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos escolares com toda a equipe, criando e estimulando a participação de todos. Compete ao Diretor: - convocar integrantes da comunidade escolar para a elaboração do Plano Anual de Trabalho do estabelecimento, submetendo-o à apreciação e aprovação do Conselho Escolar; CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - - elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e submeter à apreciação do Conselho Escolar; elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar as diretrizes específicas de administração deste estabelecimento, em consonância com as normas e orientações gerais da Secretaria de Estado da Educação; coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas, de acordo com instruções da Secretaria de Estado da Educação; supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico do estabelecimento; coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar; deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação; abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das práticas escolares; implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo do Estabelecimento de Ensino; coordenar toda a equipe escolar, tendo em vista o cumprimento dos objetivos propostos para a EJA. coordenar a equipe pedagógica (coordenadores, professores pedagogos e professores) para a elaboração e implementação do plano de trabalho; administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a estimular a participação desses serviços nos processos decisórios da escola; negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes, levando em conta as necessidades de todos os envolvidos direta ou indiretamente; solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e professores do estabelecimento, observando a legislação vigente; administrar os recursos financeiros; controlar a freqüência de professores e funcionários; adquirir e controlar material de consumo e permanente; acompanhar e validar a Avaliação de Apropriação de Conteúdos por Disciplina; executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. 8.1.2 Professor Pedagogo O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO no administrativo, tais como: - discutir com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem os educandos durante o seu processo escolar; - planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais (evasão, repetência, transferências expedidas e recebidas e outros); - subsidiar na elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de diagnóstico estabelecido; - acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos de trabalho; - buscar aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria; - coordenar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as alternativas possíveis de atendimento; - coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de cursos; - participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas conseqüências no desempenho dos educandos; - promover a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades comunitárias; - pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar; - integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do Diretor, se não houver Diretor Auxiliar. - coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe; - orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada disciplina; - subsidiar a Direção, com critérios, para definição do Calendário Escolar, de acordo com as orientações do NRE; - analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente; - participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e grupos de estudos; - coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola; - acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos professores e educandos, no sentido de analisar os resultados da CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - - aprendizagem e traçar planos de recuperação; orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina; coordenar e acompanhar ações descentralizadas e exames supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões) específica(s) dessa(s) ação(ões); organizar, acompanhar e validar a Avaliação de Apropriação de Conteúdos por Disciplina.; executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina; Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões) específica(s) dessa(s) ação(ões). 8.1.3 Coordenações As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora. Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas: Coordenador Geral - Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE. - Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação. - Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do Estabelecimento. - Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento. - Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema. - Organizar a documentação dos educandos para a matrícula. - Organizar as listas de freqüência e de notas dos educandos. - Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas. - Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos educandos de todas as turmas. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-atividade dos professores. - Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensinoaprendizagem. - Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que necessitam de escolarização. - Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes. - Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente. - Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua coordenação; Coordenador Itinerante - Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos. - Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas. - Observar e registrar a presença dos professores. - Atender à comunidade nas solicitações de matrícula. - Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico. - Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos. - Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação. - Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral qualquer problema neste procedimento. - Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula. - Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade. - Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os professores; Coordenador de Exames Supletivos - Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos - Tomar conhecimento do edital de exames. - Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital. - Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser executados. - Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos. - Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO da emissão de Relatório de Inscritos. - Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para execução dos exames. - Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso. - Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais. - Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames. - Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs. - Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização e o preenchimento dos cartões-resposta. - Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames. - Divulgar as atas de resultado. - Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line. 8.1.4 Docentes Aos docentes cabe: Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste Estabelecimento Escolar. Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos. Utilizar adequadamente os espaços e materiais didáticopedagógicos disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento; - definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA, das Diretrizes Curriculares Estaduais da EJA e da Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino; - conhecer o perfil dos educandos (idade, ocupação, nível sócioeconômico, expectativas, hábitos de estudo); - utilizar adequadamente os espaços e materiais didáticopedagógicos disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino, que respeite o processo de ensino- CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO aprendizagem de cada jovem, adulto e idoso; organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar; - estabelecer um processo de avaliação, a respeito do desempenho dos educandos, tendo como princípio o acompanhamento contínuo da aprendizagem; - analisar sistematicamente o resultado do desempenho do educando, obtido no processo de avaliação, para fins de planejamento; - realizar a recuperação de conteúdos concomitante ao processo ensino-aprendizagem; - utilizar as tecnologias de informação e comunicação disponíveis; - elaborar, junto com a equipe de professores pedagogos e de coordenadores, a Proposta Pedagógica do estabelecimento de ensino, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, as Diretrizes Curriculares Estaduais e com a Proposta Pedagógica Curricular de EJA; manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com educandos, pais e com os diversos segmentos da comunidade; - realizar processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola, tendo em vista uma avaliação reflexiva sobre o processo ensino e aprendizagem; - participar da realização de atividades extracurriculares do estabelecimento de ensino; - utilizar técnicas e instrumentos diversificados de avaliação; - organizar, acompanhar e validar a Avaliação de Apropriação de Conteúdos por Disciplina; - executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. - atuar no estabelecimento de ensino sede, nas organizações coletiva e individual, como também nas Ações Pedagógicas Descentralizadas, autorizadas pela SEED. - Participar da aplicação dos Exames Supletivos autorizados pela SEED, quando docente da EJA. O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e nas ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá atuar em todas as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais. - 8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo - distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO seus auxiliares; Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando a organização da EJA prevista nesta proposta. - organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos; - rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor; - apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser assinados; - executar os registros na documentação escolar referentes a matrícula, transferência, classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de cursos; - manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando; - comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na Secretaria; - manter atualizados os registros escolares dos educandos no sistema informatizado. 9 - CONDIÇÕES MATERIAIS E RECURSOS TECNOLÓGICOS - Número de ambientes pedagógicos - Salas de aula: 8 salas - total de 315m² Capacidade de atendimento de aproximadamento 250 alunos na sede. Número de administrativos - ambientes 4 – Área destinada administrativos (m²) Secretaria – 04, direção - 01 40 m² 35 m² Área destinada ao laboratório de informática Banheiro nº 1 [ X ] Masculino [ ] Feminino Banheiro nº 2 [ ] Masculino Banheiro nº 3 [ X ] Masculino ambientes 33 m² Área destinada à biblioteca (m²) Complexo higiênico-sanitário Banheiro Sexo ao qual se destina 4 MeF a Nº Pias Nº Mictórios Nº Vasos Sanitários = 4 4 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 [ X ] Feminino [ ] Feminino CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Banheiro nº 4 [ ] Masculino 1 1 1 [ X ] Feminino Número de ambientes específicos - Administração – 01, direção – 01, sala de professores – 01 68 m² Utilização compartilhada de recursos físico - Biblioteca e sala de serviços técnicos pedagógicos – 01 40m² Área livre para a prática de educação física Quadra poliesportiva 01 10 - MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS Este estabelecimento de ensino oferece mobiliário adequado para os estudos e equipamentos que são mantidos em constante verificação de funcionamento. 11 - Relação de Acervo Bibliográfico I - Português a) Dicionários e Enciclopédias AMARAL, Emilia et ali. Redação, Gramática, Literatura e Interpretação de Texto. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1993. PARAGUASSU, Leo. Dicionário Enciclopédico Ilustrado. São Paulo: Ed. Formar Ltda, (6 Volumes) ALTINO, Costa et ali. Nova Enciclipédia Brasileira de Consultas e Pesquisas e Dicionário Poliglóta Ilustrado. São Paulo: Novo Brasil Ed. Ltda, 1980 (10 volumes). BENTON, Willian. Enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro. São Paulo: Encyclopedia Britanica Editores Ltda. 1969, (16 volumes) ROSA, Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. São Paulo: Ed. G. Lopes Ltda, 1979 (3 Volumes). ROSA, Ubiratan. Biblioteca do Saber. São Paulo: Século XXI Editorial, 1983 (3 volumes). COLEÇÃO, Biblioteca Educação é Cultura - Vários temas e vários autores. Rio de Janeiro: Bloch Editores S/A, colaboração MEC/FENAME, (31 volumes) ALMANAQUE ABRIL. São Paulo: Ed. Abril S/A, 1988, 1993 e 1995. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO b) Literatura RAMOS, Graciliano. Memórias do Cárcere. Rio de Janeiro. São Paulo: Ed. Record, 1994. (Volume I e II). BETTO, Frei. Alucinado som de tuba. São Paulo: Ed. Ática, 1994. VERISSIMO, Erico. Noite. Porto Alegre: Ed. Globo, 1966. (2ª edição) TREVISAN, Dalton. O vampiro de Curitiba. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1992. TREVISAN, Dalton. Cemitério de Elefantes. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1194 (9ª edição) KOTSCHO, Ricado. Nas asas do destino. São Paulo: Ed. Ática, 1994. MACHADO, Dyonelio. Os Ratos. São Paulo: Ática, 1994. (16ª edição). BRIGADÃO, Clóvis. A corrida para a morte. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1983. BACIU, Stefan. Lavradio 98. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1982. QUEIROS, Eça de Os melhores Contos. São Paulo: Ed. Global, 1988. (3ª edição, 5 volumes). SILVA, Fernando Correia da. Contos Chineses. Rio de Janeiro: Ed. Ediouro. SOUZA, Newton Stadler de Bakun. Curitiba: Litero-técnico, 1984, (20 volumes). SOUZA, Newton Stadler de. Percursos de prazer e de medo. Curitiba: Ed. Educa, 1989(20 volumes). DIRANI, Ademar. Férias na fazenda ecológica. Goiania: Ed. Cegraf/UFG, 1989. GARCIA, Luiz Miguel Martins. Arauê. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand. Brasil S/A, 1989. (2 volumes). PFUHL, Oscar Von. Romão e Juliana. São Paulo: Ed. Edart, 1982. (Teatro Jovem). MACHADO, Ana Maria. As Viagens de Marco Polo. São Paulo: Scipione, 1991. (4ª edição) ALMEIDA, Lucia Machado de . As viagens de Marco Polo. São Paulo: Melhoramento, (20ª edição). MACHADO, Ana Maria. Sonho de uma noite de verão. São Paulo: Ed. Scipione, 1993. POE, Edgar allan. Os assassinatos da Rua Morgue. São Paulo: Ed. Scipione, 1991. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO WILDE, Oscar. O Fantasma de Canterville. São Paulo: Ed. Scipione, 1993. CERVANTES, Miguel de Dom Quixote. São Paulo: Ed. Scipione, 1993. ROSTAND, Edmond. Cyrano de Bergerac. São Paulo: Ed. Scipione, 1992. VERNE, Júlio. O Farol no fim do mundo. São Paulo: Ed. Bisordi Ltda., (4 volumes). VERNE, Júlio. Norte contra Sul. São Paulo: Ed. Rideel Ltda, 1988. VERNE, Júlio. A Ilha Misteriosa. São Paulo: Ed. Rideel Ltda., 1988. VERNE, Júlio. A volta ao Mundo em oitenta Dias. São Paulo: Rideel Ltda, 1988. VERNE, Júlio. Viagem ao redor da Lua. São Paulo: Rideel Ltda., 1988. VERNE, Júlio. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Rideel Ltda., 1988. VERNE, Júlio. Um capitão de Quinze Anos. São Paulo: Rideel Ltda., 1988. VERNE, Júlio. Capitão Hátera. São Paulo: Rideel Ltda., 1988 DELLAR, Sueli Gandolfi. A saúde do povo brasileiro. São Paulo: Ed. Moderna, 1990. (2 volumes) GARCIA, Edson Gabriel. Diário de Biloca. São Paulo: Ed. Atual, 1992. (8ª Edição). PINSKY, Mirna. Nó na garganta. São Paulo: Ed. Atual, 1993. (29ª edição) CALDAS, Paulo. Esses bichos maravilhosos e sua incriveis aventuras. São Paulo: Ed. Atual, 1992. (7ª edição). WATANABE, Luci Guimarães. De que foi que eu morri. São Paulo: Ed. Atual, 1193. (4ª Edição) LADEIRA, Julieta de Godoy. Até mais verde. São Paulo: Ed. 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NOGUEIRA, Écio Madeira. Ginástica de Academia – Métodos e Sistemas. Rio de Janeiro: Editora Sprinte Ltda., 1987. 12 - Relação de Equipamentos de Laboratório química e física 02 Lupas Manuais; 02 Lentes Convergente de vidro com 08 cm de diâmetro com cabo, capacidade de aumento de 2,5x; 02 Funis; 01 Bécker de 500 ml; 01 microscópio Chase Monocular; 02 Balanças; 02 Bicos de Bunsen com regulador e espalhador de chama, botijãode 02 kg com válvula de segurança adaptável ao botijão, com dois metros de mangueira em modelo pela ABNT e braçadeiras; 02 Suportes Universal com haste vertical e base retangular de 70 cm; 05 Tripés Metálico com 12 cm de diâmetro e 20 cm de altura; 05 Telas de Amianto 14 x 14 cm; 03 Estantes Metálica com revestimento plástico para 40 tubos de ensaio de 2,5 x 20 cm; 03 Estantes Metálica com revestimento plástico para 40 tubos de ensaio de 1,5 x 15 cm; 03 Pinças Metálica aço inox para manipular vidraria (tipo tesoura) com aproximadamente 20 com de comprimento; 03 Lamparinas à Álcool com pavio e abafador com capacidade de 100 ml; 09 Anéis Metálicos Adaptáveis ao suporte universal, sendo 03 anéis com diâmetro de 07 cm, 03 com diâmetro de 09 cm e 03 com diâmetro de 12 cm; Lâminas para microscópio; Conta-Gotas; Laboratório de informática − 14 monitores − 14 teclados − 14 CPUs − 1 impressora Relação de Recursos Audiovisuais e Tecnológicos CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Quadro de giz; módulos; − livros didáticos; − vídeo-cassete; − DVD - televisão; - jornais; - revistas; - painéis; - faixas; - textoteca; - videoteca; - computadores; - internet; - impressoras; - figuras geométricas acrílicas; - material dourado; - aparelho de som; - mapas; - atlas, globo; - laboratórios de Física, Química e Biologia; - tabelas periódicas; - mapas-corpo humano; - cd room; - tripés; - murais; - dorso; − CDS; − retroprojetores; − − 13 - RECURSOS HUMANOS Relação dos Recursos Humanos 1 - Técnico-administrativo e pedagógico Professor (a) Maria Apª Ferreira de Almeida Função Diretora Habilitação Matemática Marta Cleidiane R. Anciuti Pedagoga Pedagogia Rita de Cássia Silva Secretaria Administração CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO José Barbosa Neto Coordenador Bioquimico Claudio Marcos Francesconi Coordenador Ciências 2 – Agente educacional I e II Funcionário (A) Renilda de Fátima Mendes Função Agente Educacional II Habilitação Graduação incompleto Edinéia Syroca Agente Educacional II Graduação incompleto Marisângela Piva Agente Educacional II Matemática Marinilda Ribeiro Oliveira Agente Educacional I Ensino Médio Neuraci Apª Tussoline Agente Educacional I Ensino Fundamental 3 – Professores Professores Habilitação Alisson Nunes de Oliveira Educação Física Andréia Sviercoski Ciências Ana Paula dos Santos Biologia Andressa Nogueira Correia Geografia Cléia Mara de Lima Português Claudio Francesconi Biologia Daniel Correia Ferreira Matemática Daniela Conceição Luiz Português Eliza Iassuoka Matemática Iracema Eudocia Santana Português Ivone Rodrigues Correia Português João Manuel de Lima Ciências João Edevino Terleski Ciências João Francisco Bischof Geografia Jorge Nei Neves História José Carlos Correia Filho História Josoel de Moraes História CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Luciane Bobalo Matematica Maria Clara Sens Português Maria Elvina Mendes História Maria da Graça Argenta Filosofia e Sociologia Maria Teresinha R. Siqueira Português Nerci de Oliveira Silva Inglês Nereu Gomes Silva Matemática Nilza da Silveira Marcondes Geografia Orlei Diogo de Deus Inglês Raquel Leal Almeida Matemática Roseli de Avila Matos História Sandra Dellê Português Vandir Orzechowski Geografia Vania Cristina dos Santos Geografia 14 – BIBLIOGRAFIA CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição. BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se São Paulo : Cortez, 1997. entrecruzam. CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998. CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17 (5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Conselho Estadual de Educação - PR - Deliberação 011/99 – CEE. - Deliberação 014/99 – CEE. - Deliberação 09/01 –CEE. - Deliberação 06/05 – CEE. - Indicação 004/96 – CEE. - Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios). - Conselho Nacional de Educação - Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. - Parecer 004/98 Fundamental. – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino - Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE PINHÃO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - Resolução 03/98 – CEB. Constituição Brasileira – Artigo 205. DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998. DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : 1997. Papirus, DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog. DI PIERRO; Maria Clara. 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