Revista Setembro – n° 31
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Revista Setembro – n° 31
REVISTA CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 5a REGIÃO - ANO 7 - EDIÇÃO 31 - JULHO/AGOSTO/SETEMBRO - 2010 IMPRESSO AUTORIZADO PODE SER ABERTO P/ECT PARA USO DOS CORREIOS Desconhecido Falecido Mudou-se Recusado End. Insuficiente Não existe o n.º indicado Ausente __________________________ Reint. ao Serviço postal em: _____ / _____ / _______ __________________________ Ass. Responsável __________________________ Avenida Palmeira, 27 - 403 CEP: 90470-300 – Porto Alegre CREFITO-5 abre as portas para diálogo sobre importantes temas : + Pilates + Saúde Mental + Métodos X Técnicas DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Dica de Pauta Ensino & Pesquisa Quiropraxia Fiscalização Agenda - Cursos e Eventos página página página página página página página página página página página página página página página 3 4 6 8 9 12 16 18 20 22 27 28 30 33 35 Horário de expediente externo do CREFITO-5: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. Gestão 2010-2014 Presidente Dr. Alexandre Doval da Costa Vice-Presidente Dr. Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho) Diretora-Secretária Dra. Lenise Hetzel Diretora-Tesoureira Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer Conselheiros Efetivos Dr. Alexandre Doval da Costa Dr. Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho) Dra. Lenise Hetzel Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer Dra. Marisa Petrucci Gigante Dr. Mauro Antonio Felix Dr. Sandro da Silva Groisman Dra. Sonia Aparecida Manacero Dra. Tânia Cristina Malezen Fleig Conselheiros Suplentes Dra. Carolina Santos da Silva Dr. Daversom Bordin Canterle Dr. Henrique da Costa Huve Dr. Jeferson Ubiratan Mattos Vieira Dr. Marcos Lisboa Neves Dra. Mirtha da Rosa Zenker Dra. Priscila Malmann Bordignon Dra. Rosemeri Suzin Dr. Otávio Augusto Duarte Assessoria de Comunicação e Jornalistas Responsáveis Flávia Lima Moreira - MTB 12914 Manuela Martini Colla - MTB 12449 Projeto gráfico Veiga Consultoria Integrada em Comunicação Impressão Gráfica Trindade A revista do CREFITO-5 é o órgão oficial de divulgação do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 5ª Região. Endereço: Av. Palmeira, 27 cj. 403, bairro Petrópolis, Porto Alegre/RS | CEP 90470-300 Fone/Fax: (51) 3334 6586 – Porto Alegre, RS E-mail: [email protected] Site: www.crefito5.org.br Periodicidade: trimestral Tiragem: 10.000 exemplares As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução parcial ou total sem prévia autorização. As fotos, quando não creditadas, são de autoria de Flávia Lima Moreira ou Manuela Martini Colla. Renovação e mudança: novos rumos no CREFITO-5 Transformação, renovação. Essas são duas palavras que podem ajudar a definir o momento que vivemos no CREFITO-5. Pudemos perceber isso desde o início da nova Gestão, no trabalho desenvolvido com os funcionários, nas ruas, conversando com os profissionais, nas respostas dadas às demandas que surgiram desde o final do mês de junho, entre outros. A revista reflete, também, esta mudança, essa transformação. Ainda não está no seu formato definitivo, mas estamos caminhando para isso. Queremos fazer para nossos profissionais uma revista atrativa, com conteúdo interessante, que sirva para informar e atualizar a todos. Outra face importante da revista é que ela será cada vez mais feita por cada um de vocês: queremos sua sugestão de pauta, de entrevistado, queremos ir às ruas conhecer e contar novas realidades. E vocês são fundamentais para isso. Nessa primeira edição, em que as transformações começam a ganhar força, já tivemos uma prova importante de que estamos no caminho certo. Mais entrevistados, mais pautas, mais participação. Fomos conhecer a realidade de Fisioterapeutas nas CTIs e falamos o que está sendo discutido sobre a saúde mental no país. Esse é um dos nossos objetivos: tornar a revista mais humanizada, com mais depoimentos e histórias que mereçam ser divididas com mais de 10 mil leitores.Todos os entrevistados nos incentivaram a continuarmos nesse caminho. Conversas e entrevistas à parte, não deixamos de lado as questões referentes à legislação. Tentamos, aqui, esclarecer as dúvidas sobre as novas resoluções COFFITO 377 e 378, que tratam das especialidades. Falamos, também, sobre a polêmica do Pilates com a visão dos Fisioterapeutas e dos Terapeutas Ocupacionais, que se reuniram no CREFITO para um debate sobre a ética das equipes multiprofissionais. Sem dúvida, a ação do CREF-RS uniu ainda mais as categorias e isso ficou muito visível nas discussões e nas cartas e e-mails que recebemos. Outro assunto que exige muita atenção e precisa ser muito bem debatida, envolve Métodos e Técnicas. Aproveitamos as mudanças e os novos rumos para assumir essa temática e tratar do assunto junto a vocês. Afinal, o que é método, o que é técnica, o que é permitido e o que não é permitido? Sem esquecer o passado, continuamos contando a história dos 25 anos do Conselho. A última reportagem da retrospectiva será publicada na próxima revista, edição de dezembro. Esses são apenas alguns dos assuntos que vocês encontrarão nas próximas páginas da nossa revista. Tem mais: artigos, Fiscalização, sugestão de pauta e um Fisioterapeuta adepto aos esportes radicais... Esperamos que vocês sintam as mudanças, que se reconheçam nos entrevistados e nas histórias que contamos. Errata: Na edição de abril, maio e junho da revista do CREFITO-5, publicamos uma entrevista com a Dra. Ana Fátima Badaró, sobre Bioética. Corrigimos aqui os nomes dos autores que ela citou na página 7: ao invés de Kotler, o autor é Van R. Potter e, onde se lê Heglers, o correto é André Hellegers. E nós queremos cada vez mais a sua ajuda. Mande suas sugestões, dicas e críticas para [email protected]. Editorial Editorial Cartas Legislação Reportagem Especial - Métodos & Técnicas Pilates Fisioterapia nas UTIs Intercâmbio Hora Livre História das Profissões Notícias Uma boa leitura a todos. Comissão Editorial 3 Opinião Venho manifestar-me em relação a nota de esclarecimento ao CREF-RS. Sou instrutora e Pilates e divido a “técnica” com educadores físicos, muitas vezes me deparo com algumas situações um pouco complicadas em relação ao posicionamento deles frente as patologias que recebemos, mas nem por isso tomamos atitudes tão desonestas e anti-éticas como a mostrada nesse fato. Afinal de contas estamos lutando contra um Ato médico, pois queremos trabalhar de forma interdisciplinar. Essa situação me indignou e me surpreendeu, pois já ouvi por mais de uma vez educadores físicos falando em cursos de RPG e recentemente tivemos abertura de uma pós em CinesioTERAPIA aqui em Santa Maria que aceita educadores físicos, esses são alguns dos inúmeros exemplos que posso dar em relação ao exercício ilegal da fisioterapia. Será que não está na hora de nós também apertarmos a fiscalização em relação a nossa profissão frente a eles? Também gostaria de parabenizar o trabalho deste conselho, pago minha anuidade sabendo que ela está sendo bem empregada na defesa dos meus direitos profissionais e de toda minha profissão. Dra. Francéli Francki dos Santos CREFITO-5 83.465F 4 Venho, por meio desse, demonstrar a minha indignação como fisioterapeuta. Já não bastasse a “antiga e árdua luta” que travamos diariamente com a classe médica, agora ganhamos mais um “desafeto”, os educadores físicos. Nem comentarei sobre a matéria da página 16 do Jornal Correio do Povo de hoje (22/07/2010), pois ao entrar em contato por telefone com o CREFITO5, fui informado que vocês haviam recebido inúmeras denúncias e reclamações sobre essa matéria. Mas gostaria de relatar um caso que aconteceu comigo: um paciente chegou e me disse, na frente dos demais pacientes: “tu viu a matéria que saiu no Jornal? Uma fisioterapeuta que foi pega exercendo ilegalmente a profissão, acho que ela até foi presa!”. Como eu tinha lido antes a matéria, consegui esclarecer tudo na hora perante todos que ali estavam. Agora lhes pergunto: e as inúmeras pessoas que não tem o conhecimento da realidade, do que é certo ou errado dessa matéria, como ficam? Dr. Rogério M. Cordeiro CREFITO-5 - 83.375F Foi ridículo o ato do conselho de Educação Física, repugnante. Ainda bem que nosso conselho se posicionou e tomou as devidas providências. Não podemos aceitar uma afronta dessas. Em minha clínica, trabalhamos junto com os professores de Educação Física em perfeita harmonia, sempre buscando o melhor para nossos clientes, sem competições profissionais. Infelizmente temos que ver esse tipo de acontecimento. Apoio nosso Con- selho e que as devidas providências sejam tomadas em defesa de nossa colega fisioterapeuta. Dra. Cláudia do Prado CREFITO-5 - 20.791F Para CREF/RS Prezado Presidente, Fiquei horrorizado com a notícia publicada no Correio do Povo sobre uma fiscalização em relação a uma fisioterapeuta. Tive experiência com os dois profissionais: o educador físico e com o fisioterapeuta. Com o educador físico na natação e em pilates. Com a fisioterapeuta na recuperação de cirurgia e no pilates. Na minha idade, 53 anos, servidor público, prefiro um fisioterapeuta para acompanhar minha atividade física porque sinto que o cuidado do profissional é saúde, evitar lesões - antes de melhorar meu aspecto ou força física. Tive experiência com educador físico com pilates. O educador dedica atenção ao condicionamento físico e superar barreiras do corpo, sem cuidado com a saúde, evitar lesões. Assim, repudio veementemente a humilhação imposta a uma profissional da área da saúde, que buscou seu aperfeiçoamento profissional para prestar um atendimento ainda mais qualificado ao seu cliente. Cresceu, ainda mais, minha admiração pelo fisioterapeuta. Tenho dois sobrinhos que se formaram em educação física. Minha esposa é nutricionista junto a uma clínica de cirurgia plástica em Porto Alegre. É colega de uma profissional formada em educação física, sem CREF/RS, que aplica atividade física para alcançar o emagrecimento. Relatei o fato ao CREF/RS, no ano passado, e nada foi feito - ou seja, educadora física atua na área sem CREF/RS. Encerro, pedindo que busquem incentivar os educadores físicos a se capacitarem mais e deixarem os profissionais de outras áreas a atenderem seus clientes. Clovis Saldanha Olá, primeiramente, gostaria de agradecer pelo e-mail que me foi enviado. Achei de grande informação o mesmo, pois trabalho dentro de uma academia, em que atuam eu como fisioterapeuta e mais alguns educadores físicos. Sou professora do método Pilates e o dono do local em que atendo, é um educador físico. trabalhamos em conjunto, já que as duas profissões estão aptas a realizar o mesmo trabalho. Por isso, me espantei muito ao ler este email. Isso com certeza tem que ser mudado, para que a nossa profissão seja mais reconhecida e com certeza, mais respeitada perante toda a sociedade. Dra. Camila Souza CREFITO-5 - 120499 Gostaria de manifestar meu repúdio pela fiscalização do CREF, visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu consultório e sem respeito e ética nenhuma foram dizendo que eu não pode- Boa tarde! Gostaria de agradecer o Conselho de nossa região pela rápida resposta quanto a matéria publicada no correio do povo (22 de julho) sobre fiscalização de uma fisioterapeuta pelo CREF/RS. Mas, antes de vocês enviarem o primeiro e-mail falando do assunto, eu enviei um e-mail ao CREF/RS para entender melhor a situação, pois a parte que mais me indignou foi: “A tarefa do fisioterapeuta é trabalhar nas lesões instaladas e a do profissional de Educação Física na prevenção”. Eu sou formada em Fisioterapia há 5 anos, e durante esse tempo convivi com muitos fisioterapeutas trabalhando com RPG, ginástica laboral e exercícios de forma preventiva para evitar dores nas costas. Mando para vocês resposta do e-mail: Prezada Sra. Paula C. de Moraes Agradecendo pelo contato, informo que a Lei 9696/98 (http://www. confef.org.br/extra/juris/mostra_lei.asp?ID=38) outorga aos profissionais de educação física a prerrogativa própria e exclusiva de ava- liação, prescrição, e monitoramento de atividades físicas, enquanto a Resolução CONFEF 201/2010 (http://www.confef.org.br/extra/ resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=268&textoBusca=) ratifica o Pilates como modalidade e método de ginástica que, como tal, deve ser orientado e dinamizado por Profissionais de Educação Física. Não há possibilidade legal de fisioterapeutas trabalharem com treinamento físico como forma de “fisioterapia preventiva”, da mesma forma que não há possibilidade legal de profissionais de educação física trabalharem com alongamentos na forma de “educação física terapêutica”. No tocante à estética, idem. Na esperança de ter sido suficientemente claro, certo de vossa compreensão, coloco-me a disposição para eventuais esclarecimentos adicionais. Atenciosamente, Conselheiro Prof. Ms. Cristiano Pinto Paula C. De Moraes Boa noite, gostaria de parabenizar o CREFITO pela nota de esclarecimento e apoio aos colegas de profissão. Acredito que o CREF esteja atuando em uma fiscalização que não é de sua competência e deixando de lado o seu verdadeiro propósito, que é de fiscalizar profissionais de sua área, que muito comumente exercem atividades específicas de um fisioterapeuta sem nenhum pudor. [email protected] Gostaria de manifestar meu repúdio também pela fiscalização do CREF, visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu consultório e sem respeito e ética NENHUMA foram dizendo que eu não poderia dar aula de pilates, fazer prevenção, etc... me constrangendo em frente a minha paciente que estava aguardando, não respeitando também o meu trabalho fazendo com que atrasasse os meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me apoiando nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti humilhada e desrespeitada, e acho de extrema importância o crefito tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve publicar uma reportagem no jornal correio do povo esclarecendo as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunidade. Dr. Bruno Dreher Bosner CREFITO-5 - 122.221F Ao Dr. Alexandre e Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do RS Gostaria de manifestar através deste a minha indignação a matéria publicada esta semana em uns dos jornais do Rio Grande do Sul “rotulado de ação fiscalizatória” promovida pelo Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul. Agradecer ao presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do RS, Dr. Alexandre Doval pelo manifesto e seu pronunciamento, lembrando que não podemos deixar fatos como estes sem respostas. Parabéns Dr. Alexandre! Dra. Silvana Carniel CREFITO-5 - 5930LTT/F Opinião Pilates ria dar aula de pilates,fazer prevenção, etc... me constrangendo em frente a minha paciente que estava aguardando, não respeitando também o meu trabalho fazendo com que atrasasse os meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me apoiando nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti humilhada e desrespeitada, e acho de extrema importância o crefito tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve publicar uma reportagem no jornal Correio do Povo esclarecendo as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunidade. Gostaria, ainda, de relatar o fato de “fiscalização do CREF” acontecido no meu consultório na quarta-feira, dia 21 de julho de 2010, na zona sul de POA. Chegaram no meu consultório os fiscais questionando o fato de eu ser instrutora de pilates e gyrotonic sem a supervisão de um educador físico, de eu ter escrito na minha placa “ FISIOTERAPIA: prevenção, reabilitação e atividade física”. Queriam que eu tirasse da placa Prevenção e Atividade Física, pois eu roubava uma grande fatia do mercado. Expliquei que eu era instrutora de pilates, por isso a Atividade Física, mas discutiram comigo dizendo que só o Educador físico é o profissional que trabalha com a saúde, pois são os únicos que podem fazer PREVENÇÃO! Absurdo! Embasei todas as minhas discordâncias na legislação e percebi que eles não tinham idéia nenhuma do que eles estavam reivindicando. Tudo isso aconteceu na recepção do meu consultório na frente de uma paciente que estava aguardando, e ainda, fazendo com que eu atrasasse os atendimentos. Me senti humilhada e injustiçada! Deixei claro que eu só devo explicações ao meu conselho, e que se eles teriam alguma coisa para reclamar deveria ser de conselho a conselho (CREF a CREFITO) e não com os fisioterapeutas. Como eu me neguei a aceitar o que ele dizia, um dos fiscais disse que ia utilizar os meios jurídicos contra mim. Dra. Daiane Borges CREFITO-5 - 84.007F 5 COFFITO publica novas Resoluções que mudam o registro de Especialidades O COFFITO publicou duas novas Resoluções que dispõem sobre as novas normas e procedimentos para o registro de títulos de especialidade profissional em Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Terapia Ocupacional - Acupuntura, Contextos Hospitalares, Contextos Sociais, Saúde Coletiva, Saúde da Família, Saúde Funcional e Saúde Mental. A publicação das Resoluções nº 377 (Fisioterapia) e nº 378 (Terapia Ocupacional) ocorreu no dia 11 de junho, e as novas regras já estão em vigor. Condições de habilitação para a concessão de título de Especialidade Profissional: Ressaltamos que os profissionais que requereram seus registros até o dia 18 de dezembro de 2008 estão sob as orientações vigentes na Resolução anterior. A partir desta data , vale a resolução nº 360, de 18 de dezembro de 2008. Esta resolução não se aplica também aos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que já obtiveram seus registros de especialidade perante o COFFITO. Para quem vier a requerer registro de especialidade, como segue: As especialidades a serem concedidas serão aquelas criadas pelo Plenário do COFFITO mediante resolução e conforme regulamento próprio (conforme o Parágrafo Único do Art. 9º das Resoluções nº 377 e 378). A saber: - O profissional que esteve fora do país precisa comprovar dois anos de atividade profissional ou de aperfeiçoamento profissional no exterior (estes documentos serão analisados pelo Plenário do COFFITO); - O profissional estrangeiro ou brasileiro que tenha feito graduação no Exterior deverá apresentar seu Diploma de Graduação revalidado por uma Instituição Brasileira de Ensino Superior e também deverá estar inscrito no CREFITO por dois anos intermitentes. Condições para concessão do título de Especialidade Profissional: - O profissional precisa ser habilitado em Exame de Conhecimento e Prova de Título na especialidade requerida – os dois são eventos públicos, anunciados através de Edital, com a finalidade de valorar a experiência prática e o aperfeiçoamento profissional na especialidade requerida pelo profissional; - A demanda referida anteriormente será apurada junto aos Conselhos Regionais e às Entidades Associativas de Caráter Nacional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional conveniadas ao COFFITO, nos termos da Resolução COFFITO nº 360, de 18 de dezembro de 2008. f) produção profissional e certificação intelectuais; - Para a realização deste Exame, o COFFITO pode estabelecer convênio com Entidades Associativas de Caráter Nacional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, bem como contratar institutos, fundações ou entidades especializadas para a realização das provas. Sobre a Prova de Títulos e o Exame de Conhecimento: - O Exame de Conhecimento será composto por questões de múltipla escolha e dissertativas, e tem o objetivo de verificar o conhecimento do profissional na especialidade requerida; - A Prova de Títulos uma avaliação objetiva da documentação apresentada pelo profissional e prima por valorar a experiência prática e o aperfeiçoamento do profissional na especialidade requerida; - Na Prova de Títulos, serão considerados para efeito de classificação e hierarquização dos títulos os seguintes domínios: a) acadêmico – são aqueles outorgados por Instituições de Ensino Superior (nos termos da Lei 9.394/96) ou por Instituições autorizadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) na forma disposta em suas resoluções vigentes. Saiba mais lendo o Art. 15º das Resoluções nº 377 e 378; b) de educação continuada em serviço – são as horas de educação continuada ofertadas pelo ente com o qual o profissional mantém vínculo de trabalho ou pelo próprio profissional que no mesmo período mantém registro de consultório. c) acadêmico e de educação continuada em serviço – são as Residências promovidas e/ou cadastradas pelos Ministérios da Saúde e da Educação; d) tempo de exercício profissional – corresponde à cada ano de atividade de prática clínica; Para esclarecimentos sobre cada um destes itens, leia o Art. 15 das Resoluções 377 e 378. Poderão ser obtidos junto ao COFFITO até dois títulos de Especialidade Profissional. É vedado aos circunscricionados a divulgação de título de especialidade profissional e áreas de atuação que não possuam, bem como a divulgação de especialidade não reconhecida pelo COFFITO. O profissional só pode declarar vinculação com Especialidade Profissional ou área da atuação profissional quando for possuidor do título ou certificado a ele correspondente, outorgado por Entidade Associativa de Caráter Nacional de Fisioterapia e devidamente registrado pelo COFFITO. Confira a lista das Entidades Associativas no site do COFFTIO (www.coffito.org.br). Se você tiver dúvidas a respeito deste assunto, entre em contato através do e-mail [email protected] ou do telefone (51) 3334-6586 ramal 223. O COFFITO, junto com a Associação de Fisioterapeutas do Brasil (AFB), está definindo as normas para que possa conceder a titulação aos profissionais. Para isso, numa reunião em Brasília, dia 7 de agosto, montou-se o Conselho Deliberativo da Associação de Fisioterapeutas do Brasil, composto por onze Associações de Fisioterapia. Decidiu-se que será feita uma prova conjunta para todas as especialidades, e que cada profissional poderá fazer apenas uma prova. Ainda não há previsão de data para a realização desta prova de conhecimento, porém já foram estabelecidos o peso da titulação a ser apresentada e também da prova (objetiva e subjetiva). A prova será realizada em regiões do Brasil, que será dividido entre três a cinco regiões simultaneamente. A decisão surgirá de acordo com a Comissão de Levantamento de Custos de Prova. As Associações Gaúchas foram convidadas a indicar um participante para participar das reuniões da Comissão de Especialidades a partir de setembro, para que todos contribuam para o processo e estejam sempre informados. Legislação - Este Exame de Conhecimento e Prova de Título podem e) especialidade profissional – registrada pelo COFFITO em área afim; Legislação Fisioterapia Acupuntura, Fisioterapia Dermato-Funcional, Fisioterapia Esportiva, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Neuro-Funcional, Fisioterapia Onco-Funcional, Fisioterapia Respiratória, Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Fisioterapia UroginecoFuncional, Osteopatia e Quiropraxia e Fisioterapia em saúde coletiva. - O profissional precisa estar inscrito em seu CREFITO há pelo menos dois anos ininterruptos; ser convocados anualmente, dependendo da demanda ou da obrigatoriedade a cada dois anos; 6 7 Método X Técnica: uma explicação através da origem das palavras Pilates: o inserção e as responsabilidades do fisioterapeuta na prática do método 1 Muitas dúvidas que fazem parte do nosso dia a dia poderiam ser desfeitas mais facilmente se nosso conhecimento sobre a origem das palavras fosse mais aprimorado. As palavras trazem na sua escrita o seu signifcado e este pode ser absorvido através da análise das partes que compõem cada palavra, ou seja, seu radical e os possíveis prefixos e sufixos. É esse o caminho que defende o professor de Filosofia da PUCRS e do IDC, Jorge Antônio Torres Machado. Jorge é mestre e doutorando em Filosofia. Reportagem Especial Retrocendo um pouco no tempo, trazemos essa discussão para o início, para o século XV, especificamente o ano de 1619, período do Iluminismo, quando o filósofo Descartes fez o Discurso sobre o método. Mas o que isso tem a ver com a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, por exemplo? Essa obra abriu o caminho para a ciência moderna e para o método científico em geral. No campo da ciência, método pode ser entendido como uma série de passos codificados que se têm de tomar para atingir um determinado objectivo científico. E, segundo Jorge, podemos, então, entender o Método como o objetivo do fazer. 8 Já a Técnica pode ser interpretada como o procedimento ou o conjunto de procedimentos cujo objetivo é obter um determinado resultado. Estes procedimentos não excluem a criatividade, que é o fator importante da Técnica. Jorge Machado define técnica como arte. “A técnica é eclética, permite muitas experimentações. Na Psicanálise, por exemplo, no tratamento de uma determinada doença, buscam-se resultados através de diferentes técnicas. Mas o objetivo é o mesmo. Isso significa dizer que a Técnica é bastante eclética nos processos terapêuticos”, explica. Mas voltemos um pouco: a palavra se técnica se origina também do grego techné, ou seja, arte. A técnica, portanto, confunde-se por algum tempo com a arte. A técnica pode, ainda, ter sua origem relacionada com o meio. É consciente, é reflexiva, é inventiva e é fundamentalmente individual. Há pesquisadores que definem que o indivíduo a aprende e a faz progredir. A relação com a arte firma-se ainda mais nesse sentido. Com relação aos campos de ação, pode-se entender a técnica como uma resposta ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente. Tentando traduzir um pouco: existe um caminho, um objtivo traçado. O homem precisa, no entanto, buscar novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades. E a esse conjunto de descobertas, ao resultado dessas formas surgem o que chamamos técnica. Por todas estas questões aqui descritas e por tantas que fazem parte dessa discussão, o professor Jorge Machado entende que as técnicas surgem dos métodos. “O método é a estrada, o caminho, surge antes, portanto, das técnicas. Estas são as diferentes formas que surgem para que o objetivo seja alcançado. A técnica carrega em si a possibilidade de inovação, de mudança nos modos de procedimentos. O método garante que todas essas inovações sejam conduzidas para que chegem a um ponto determinado: o objetivo”, finaliza Jorge. Tudo começou no dia 22 de julho, com uma reportagem veiculada pelo jornal Correio do Povo. O texto relatava uma ação fiscalizatória do Conselho Regional de Educação Física do RS (CREF) e contava como o Presidente do CREF-RS agendou um atendimento experimental de Pilates no estúdio de uma fisioterapeuta na Zona Sul de Porto Alegre. No começo do atendimento, agentes fiscais do CREF-RS, acompanhados da imprensa, entraram no estabelecimento e declararam que a atividade estava sendo executada de forma irregular. “A tarefa do fisioterapeuta é trabalhar nas lesões instaladas e a do profissional de Educação Física, na prevenção”, disse Eduardo Merino, presidente do CREF-RS. Estava criada a confusão. No dia seguinte, o CREFITO-5 recebeu dezenas de ligações e e-mails de profissionais indignados com a ação. Eles também pediam orientações, temerosos de sofrerem o mesmo tipo de fiscalização (aqui ressaltamos, mais uma vez, que somente o CREFITO-5 pode fiscalizar fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais). Os profissionais estavam agitados, inseguros, indignados e pediam ações do Conselho e providências enérgicas em relação ao caso. Para agravar a situação, no dia 25 de julho o CREF-RS publicou um anúncio no mesmo jornal, ressaltando a fiscalização do Conselho que “flagrou novamente nesta semana uma aula de Pilates sendo aplicada por ministrante não-habilitada ao exercício profissional da Educação Física”. Mais indignação, ligações e reclamações dos fisioterapeutas. A situação só amenizou quando o CREFITO-5 publicou, no dia 28 de julho, uma Nota de Esclarecimento que ocu- pou meia página no Correio do Povo, esclarecendo uma série de dúvdas. Debate sobre a polêmica Polêmica estabelecida, a Comissão de Comunicação do CREFITO-5 decidiu aprofundar o assunto e promoveu, no dia 19 de agosto, um bate-papo entre fisioterapeutas que atuam com Pilates. Todas são profissionais reconhecidas e possuem um trabalho muito sério na área. Durante o encontro, as fisioterapeutas falaram sobre diversos aspectos relacionados à prática do método Pilates. Participaram, ainda, da reunião, o Presidente do CREFITO-5, Dr. Alexandre Doval, a Diretora-Tesoureira, Dra. Luciana Wertheimer e a Conselheira Dra. Priscila Bordignon. As fisioterapeutas convidadas foram Dra. Adriane Krause, Dra. Alessandra Tegoni, Dra. Lilliane Hagemann, Dra. Roberta Aline Becker e Dra. Viviane Matsenauer. Confira, a seguir, uma síntese da opinião deste grupo sobre os seguintes temas. Histórico do Pilates Joseph Pilates nasceu na Alemanha em 1880 e tinha saúde frágil. Por isso, ainda adolescente, tornou-se ginasta e buscou conhecimento em anatomia, fisiologia e medicina. Sua mãe era naturopata e o pai, ginasta. Ambos o influenciaram bastante. Em 1912, Joseph tornou-se boxeador profissional e começou a dar aulas de autodefesa na Scotland Yard. Na Primeira Guerra, tornou-se prisioneiro na Inglaterra por ser alemão e, na prisão, começou a usar as molas dos colchões para se exercitar e não perder o condicionamento físico. Mais tarde, isso serviria como base para Reportagem Especial Para o professor, a diferença entre método e técnica está toda explicada em suas escritas. “Cada palavra traz, na sua grafia, o seu signifIcado. Neste caso, método tem origem grega e nos remete à Platão e Aristóteles. Ela significa caminho, rota, estrada”, afirma. Método deriva do Grego methodos, cuja signifcação é, literalmente, “caminho para chegar a um fim”. Ou seja, podemos entender o método como um delimitador do modus da obtenção do conhecimento: a epistemologia. 9 2 O que o olhar do fisioterapeuta define no Pilates? O Pilates é um método que nasceu da reabilitação, que é o cerne da profissão de fisioterapeuta, que atua, também, na prevenção e na correção. O olhar do fisioterapeuta, portanto, é essencial em qualquer tipo de avaliação pela sua formação e conhecimento. Este olhar especial detecta as alterações posturais, as atrofias musculares, os movimentos que podem ser executados de maneira incorreta, além das incapacidades ou falta de equilíbrio e flexibilidade. O fisioterapeuta olha para quem faz Pilates como um todo e auxilia o praticante a desenvolver a consciência corporal. De nada adianta fazer Pilates se isso causar dor, se a coluna estiver desalinhada. Quando alguém começa a fazer Pilates com um fisioterapeuta, sente a diferença de um olhar cuidadoso e global sobre o seu corpo. O fisioterapeuta que utiliza Pilates está fazendo Fisioterapia (preventiva e reabilitadora). Reportagem Especial o ajudar a desenvolver um sistema de exercícios combinados com equipamentos. Joseph trabalhou como enfermeiro, cuidando dos feridos da guerra e desenvolveu, então, uma série de aparelhos que, hoje, são conhecidos de quem trabalha com Pilates: Reformer, Cadillac, Electric Chair, Wunda Chair, Full Barrel, Tower, e outros. Depois da guerra, ele voltou à Alemanha e incorporou elementos da dança ao seu método de trabalho. Em 1923, foi para os Estados Unidos e abriu seu primeiro Estúdio de Pilates. Seu trabalho, porém, só teria repercussão a partir da década de 1940. Joseph Pilates morreu em 1967, mas sua esposa Clara Pilates seguiu seu trabalho e os alunos dos dois começaram a abrir seus estúdios e difundir o Pilates por todo o mundo. Pilates: Método ou Técnica? Fisioterapeutas praticantes de Pilates deveriam se associar e redefinir as diretrizes? Para as profissionais presentes na reunião, esse é um dos principais desafios a serem alcançados. Elas afirmam que isso é essencial para definirem-se pontos importantes, como um número mínimo de carga horária de formação, especificar as atribuições, a regulamentação com a criação de uma normativa sobre o Pilates para fisioterapeutas. Quem o fisioterapeuta atende é aluno, paciente ou cliente? Este foi um dos grandes pontos da discussão, pois nele reside a polêmica do CREF, que afirma que fisioterapeuta não pode ter aluno. Para as fisioterapeutas que participavam do bate-papo, as opiniões ficaram divididas: algumas Segundo o debate, o Pilates hoje é chamado de método pois abrange um conjunto de técnicas com um objetivo comum, mas no seu desenvolvimento ele era chamado de Contrologia. Trata-se de um processo racional usado para que se atinja um determinado objetivo. Um método é um sistema seguido no estudo ou ensino de qualquer processo ou técnica para se chegar ao conhecimento. A técnica é o conjunto de processos, por isso, o Pilates é um método. (Leia reportagem na página 08) O que é prevenção? Nas nossas profissões, a prevenção é fazer algum tipo de 10 chamam de pacientes, outras de alunos. As profissionais que chamam de alunos justificam-se: para elas, a palavra “paciente” sugere alguém passivo, doente, que apenas recebe a ação do fisioterapeuta. Já “aluno”, buscando-se a origem da palavra, é alguém sem luz, a procura de conhecimento. Nesses casos, alguém em busca de orientação e que é ativo no processo. Ao final do encontro, ficou clara a preocupação daqueles que são profissionais comprometidos com a profissão e com as pessoas que atendem. A fala incisiva de todas sobre a exigência de uma carga horária mínima e considerável para o exercício legal do Pilates é prova do comprometimento e da ética profissional de todos. Além disso, outra importante análise feita, é de que o Pilates não pode ser visto como um 4 método exclusivo de uma ou outra profissão. Ele é amplo e possui diferentes formas. O objetivo da sua prática é que deve determinar o profissional que guiará o processo. Portanto, estão equivocados aqueles que afirmam que fisioterapeuta não atua na prevenção e trata apenas de doenças. O fisioterapeuta é um profissional da saúde e trabalha para que muitos problemas sejam evitados. Ele deve porém, pautar-se pela ética, aperfeiçoar-se constantemente e oferecer aos seus pacientes, alunos ou clientes, o melhor de si e o melhor da Fisioterapia. Fotos: 1 Reformer, 2 Barrel, 3 Exercício solo e 4 Cadillac. Agradecimento à Dra. Roberta Aline Becker. Nota de esclarecimento COFFITO O Coffito, tendo em vista a publicação oficial da Resolução 201/2010, do Conselho Federal de Educação Física (Confef), esclarece que todo Fisioterapeuta tem o direito de utilizar o método Pilates com a finalidade fisioterapêutica, ou seja, para os fins de tratamento e prevenção de disfunções, conforme autoriza a legislação que trata da matéria. A prática pode ser realizada em qualquer local, como clínicas, academias, hospitais, dentre outros. A Resolução do Confef, que dispõe sobre o Pilates como modalidade e método de ginástica, em seu artigo 4º, prevê que “caberá à pessoa jurídica prestadora de serviços na área de atividades físicas, desporto e similares que oferecer o Pilates em seu elenco de serviços, garantir que sua prática seja orientada e dinamizada por Profissionais de Educação Física”. A medida não trará qualquer dano ao exercício profissional do Fisioterapeuta, uma vez que a Cinesioterapia, que fundamenta o método Pilates, faz parte do currículo base da graduação em Fisioterapia. Assim, o Coffito destaca que os profissionais de Fisioterapia têm plena autonomia para utilizar o método Pilates na prevenção e no tratamento de disfunções. O Coffito entende que o método Pilates é um dos muitos recursos cinésio-mecano-terápicos à disposição do fisioterapeuta, com vistas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional entende que a prática clínica do Pilates exige um domínio técnico e científico acerca do método, por meio de aprimoramento profissional específico. O profissional que, porventura, venha a se sentir prejudicado em seu exercício profissional por qualquer Conselho de Fiscalização, alheio ao sistema COFFITO/CREFITOS, deve, imediatamente, comunicar a atuação indevida ao CREFITO de sua circunscrição para a adoção das medidas pertinentes. Sobre o caso publicado no mesmo jornal, no dia 22 de julho, informamos que foi instaurado um processo administrativo no CREFITO-5, através do qual estão sendo analisados todos os envolvidos e todos os fatos. Assim, tão logo sejam apuradas as responsabilidades e os acontecimentos sejam esclarecidos, as informações serão divulgadas nos veículos de comunicação do CREFITO-5 e as medidas jurídicas cabíveis serão adotadas. Acompanhe todas as informações e as notas oficiais do CREFITO-5 no nosso site (www.crefito5.org.br) e pelas newsletters institucionais, enviadas semanalmente. O CREFITO-5 ressalta, mais uma vez, que Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais tenham claro que sua atuação profissional só pode ser fiscalizada pelo CREFITO-5. Reportagem Especial trabalho que evite lesões em pessoas saudáveis no sentido de prevenir lesões e deformidades, mas que também tem uma pré-disposição ou um histórico familiar que sugere uma possível lesão ou alteração músculo esquelética no futuro. E o fisioterapeuta é um profissional altamente capacitado para promover a prevenção. 3 11 Reportagem Especial Terça-feira, 24 de agosto. Chegamos ao Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre para uma entrevista com parte da equipe de fisioterapeutas que atua no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Hospital é um local que, para quem não atua na saúde, sempre causa uma sensação de desconforto. CTI, talvez um pouco mais, pelo risco que pressupõe. Todas essas impressões, porém, foram desfeitas em muito pouco tempo. Não podemos dizer que não há risco iminente onde estávamos. Mas podemos afirmar que a confiança e competência dos fisioterapeutas que lá atuam e que nos receberam diminuíram em muito essa sensação. 12 A saúde, todos sabem é um direito constitucional de todo cidadão brasileiro. Existem, hoje, alguns órgãos reguladores dessa área e estes órgãos determinam centenas de regras. Desde o dia 25 de fevereiro, está em vigor uma nova Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que amplia atuação de profissionais nas Unidades de Terapia Intensiva brasileiras. A Resolução RDC nº 7 estabelece os requisitos mínimos para o funcionamento das UTIs instaladas em hospitais públicos, privados ou filantrópicos. Ela torna obrigatória a presença, nessas unidades, de um coordenador da área de Fisioterapia, com especialização em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave. Juntamente com o responsável técnico (função ocupada necessariamente por um médico) e com o coordenador de Enfermagem, este profissional deve aprovar e registrar todas as ações, rotinas e procedimentos assistenciais e administrativos realizados na UTI. A Resolução também estabelece a obrigatoriedade da atuação de pelo menos um fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI nos três turnos (matutino, vespertino e noturno), somando um total de 18 horas diárias de atividade. Ainda de acordo com a RDC, estabeleceu-se que o atendimento em UTIs deve ser feito por equipes multiprofissionais, dimensionadas (em número de especialidades e profissionais) de acordo com o perfil e o tamanho da estrutura. Todas estas normatizações e exigências da Anvisa encontramos na equipe da Dra. Luísa Novaes. Dra. Luísa é a Coordenadora de Fisioterapia do Hospital, que atualmente conta com uma equipe de 41 fisioterapeutas e 10 estagiários; além de três temporários. Segundo ela, a média de procedimentos realizados por mês é de 12.000, com uma média de atendimento de 140 pacientes por dia e 300 procedimentos. “É impressionante vermos o quanto crescemos. São 10 anos de atuação - o setor existe no Hospital desde 2000. Lembro muito bem dos primeiros dias, quando começamos atendendo 24 pacientes”, lembra Dra. Luísa. A fisioterapeuta é tranquila e talvez seja essa uma das características fundamentais para os profissionais que pretendem atuar em CTIs. Afinal, Unidades de Terapia Intensiva são, geralmente, locais que abrigam graves casos e, tanto para os adoentados quanto para os familiares, segurança e confiança caminham lado a lado com a tranquilidade. “A tensão de saber se seu familiar está sendo bem atendido, se está recebendo atenção adequada e se sua dor está sendo minimizada são fundamentais para os familiares. Todos querem a certeza de que os profissionais são qualificados e preparados. Essas são as maiores preocupações de quem passa por esta experiência”, conta a fisioterapeuta. Dra. Luísa tem uma equipe competente sob sua coordenação. Na CTI, são 30 leitos e cada turno tem a atuação de três fisioterapeutas. A equipe é composta pela Dra. Fernanda Callefe Moreira, Dr. Ricardo Wickert, Dra. Cíntia Dias de Barros, Dra. Fernanda Gehm, Dr. Luis Guilherme Borges, Dr. Augusto Savi, Dra. Joyce Michele Silva, Dra. Soraia Ibrahim, Dr. Leonardo Silva e Dr. Glauber Gotardo. Conversamos com a equipe do turno da manhã e eles nos contam a seguir como escolheram esta área e um pouco da sua rotina e impressões. Segundo a Dra. Luísa Novaes, o processo de seleção para fisioterapeutas que irão atuar em UTIs envolve uma avaliação de perfil diferenciada. “O perfil é muito claro: ele tem de ser especializado nesta área, ter agilidade especial, saber responder às demandas de forma segura e rápida, deve saber trabalhar sob pressão e ter uma visão de todo em relação ao paciente e à equipe”, afirma. O Coordenador Médico da UTI, Dr. Eubrando Silvestre, resumiu: “nós não sobrevivemos sem a fisioterapia aqui”. O mesmo dizem os fisioterapeutas da equipe: enfatizam que essas características são muito particulares e que entre eles há esse reconhecimento de perfil, o que permite uma troca de conhecimento e informações constante. A confiança, assim, só aumenta de todos que fazem parte da equipe não apenas de fisioterapeutas, das de todos que atuam na CTI. Para a Dra. Fernanda Callefe Moreira, uma paulis- profissionais que atuam em CTIs daqueles que atuam em outras áreas, é a urgência, o pensamento e atitude rápida exigidas. “Precisamos de tudo isso porque atuamos em situações críticas o tempo todo. Isso seria muito diferente se estivéssemos atendendo um paciente em situação mais tranquila. O paciente de UTI está passando mal e o trabalho não pode ser feito a longo prazo – tem que ser agora (enfatizando). É o momento em que podemos fazer ou não a diferença em um desfecho muito grave”, conta. Por isso, é uníssona a fala sobre conhecimento técnico apurado, experiência e tranquilidade. “A experiência é o que te oferece caminhos para fazer a diferença nestas horas graves. Em momentos críticos, sabemos que temos uma vida em nossas mãos. É muita responsabilidade. Mas há, também, reconhecimento e valorização do trabalho”, afirma Dr. Ricardo. Dra. Fernanda conta, ainda, que a rotina da equipe exige uma sintonia entre calma e agilidade. Ela defende a constante atualização técnica e a consciência da Da esquerda para a direita: Dra. Cintia, Dra. Luísa, Dr. Ricardo e Dra. Fernanda ta que mora em Porto Alegre há oito anos, o diferencial necessário para quem quer trabalhar numa UTI é a união de conhecimento técnico, agilidade e tranquilidade. “É um trabalho que envolve muita responsabilidade porque é tudo uma questão de momento, ou seja, precisamos fazer a escolha certa, baseado em nosso conhecimento, sem muito tempo. São respostas muito rápidas e precisas o tempo todo”, diz. A diferença de rotina Para o Dr. Ricardo Wickert a maior diferença entre os importância de uma equipe interdisciplinar alinhada. “Há casos em que um olhar basta para que o médico se comunique conosco. Sabemos a importância do trabalho em equipe, essencial para nossa rotina funcionar da melhor forma possível”, defende. Reconhecimento Reportagem Especial Responsabilidade e agilidade: as marcas da fisioterapia nas CTIs Seleção natural O contato com os pacientes, pela situação de risco que estão vivenciando, torna a relação entre profissionais e pacientes diferente. Se um tratamento normal (seja em clínica ou em leitos de hospitais) o paciente reconhece o seu 13 Reportagem Especial Segundo a Dra. Fernanda, há, por consequência dessa situação, uma gratificação: a do contato com a família do paciente. “Já atendemos pacientes que ficaram sete meses na CTI e acabamos conhecendo toda a família dele. No início, ele não nos reconhecia. Aos poucos ele começou a recuperar a lucidez até conseguir dar seus primeiros passos. Depois de ter sido encaminhado para o andar de internação, ele veio dar um abraço em todos e dizer tchau”, recorda. Ao contar essas histórias, todos se emocionam e relembram de pelo menos um fato ou de um paciente especial. E, como não poderia deixar de ser, as novas ferramentas de comunicação também fazem parte das relações estabelecidas nos períodos de tratamento. Não são poucos os pacientes que mantêm vínculo por e-mail. 14 A Dra. Luísa Novaes lembra, ainda, que o reconhecimento da família e do paciente está diretamente ligado com a gravidade do momento. “Em doenças graves, é natural que a família fique extremamente preocupada, devido à criticidade do momento para todos. Por isso, eles sentem uma grande gratidão pelos profissionais que estão aqui na CTI trabalhando”, destaca. Responsabilidade e ansiedade O tempo ajuda. Os colegas ajudam. Essas são duas das situações lembradas pela equipe do Hospital Moinhos de Vento quando questionados sobre a responsabilidade que possuem e a ansiedade. Dra. Fernanda lembra que logo que iniciou seu trabalho na CTI não reconhecia em si as características essenciais para um fisioterapeuta poder atuar nesse local. Mas seus colegas, Dra. Luísa e Dr. Ricardo, viram e hoje, é tudo natural. Com o tempo, com os anos, a pressão diminui significativamente. Dr. Ricardo afirma que, como são anos de experiência e vivência dessas situações de risco, a situação precisa ser bastante difícil para poder abalar a equipe. “Mas é importante sabermos que existem casos em que não há uma segunda chance para corrigir algo errado. É preciso saber lidar com isso”, enfatiza. Para a Dra. Cíntia Dias de Barros, não poder errar é um diferencial. “Sou nova, me sinto muito preparada, mas ter a certeza de que temos uma chance só nos traz, sem dúvida, mais responsabilidade. Com o tempo tenho certeza de que isso diminui”, fala. Dra. Luísa lembra uma questão importante: “Não existe ‘melhor’ ou ‘pior’ no profissional da CTI. Ele simplesmente é diferente porque tem que ter habilidades específicas como agilidade, responsabilidade, conhecimento técnico e calma. É preciso desenvolver uma visão do todo, já que temos possibilidade de desenvolver um bom trabalho em equipe. Isso transmite segurança aos familiares do pacien- Eleições 2010: a festa da democracia nas mãos dos eleitores Democracia (“demo+kratos”) é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, que escolhe seus representantes através do voto. O mês de outubro de 2010 será marcado por uma das principais atividades da Democracia: as eleições. O processo eleitoral é um dos momentos mais importantes para o exercício da cidadania. E a Democracia, para existir de fato, exige que os seus cidadãos cumpram seu papel. Nesse momento torna-se ainda mais importante que todos saibam o seu papel. O voto, já é chavão, mas vale reforçar, é a arma do cidadão. É através dele que uma realidade pode ser certificada ou modificada. É através do voto que os cidadãos indicam suas vontades pois colocam nas mãos de alguns políticos o poder de decisão. Essas decisões refletem-se diretamente no cotidiano de todos. Mas não estamos falando aqui de programas sociais, de programas de governo ou mesmo de simpatias políticas. Estamos falando de Projetos de Lei que afetam o mercado de trabalho, que podem comprometer ou ampliar os sistemas e os atendimentos na área da saúde. Você lembra em quem votou nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados? Sabe qual a posição e o voto dele sobre o PL do Ato Médico? Durante todo o andamento e tramitação do PL do Ato Médico o CREFITO-5 enviou a seus profissionais a lista completa dos Deputados da bancada gaúcha em Brasília. Mostramos o voto de cada um. Por quê? Porque são esses os nossos representantes em Brasília, são esses parlamentares que criam as Leis que todos devemos cumprir. A questão que fica para este ano é: você vota conscientemente, pensando no que o seu Deputado pode fazer tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado e na Assembleia Legislativa? Você sabe o papel de cada um destes parlamentares? te, que sabem que ele está sendo bem assistido”, defende. Quando escolhemos um candidato, estamos depositando no trabalho dele (e da sua equipe) nossos próximos quatro anos. Hoje, a Democracia está reforçada. Há transparência na tramitação dos Projetos de Lei. Eles podem ser acessados e acompanhados a qualquer momento, por qualquer cidadão através dos sites: www.camara.gov.br e www.al.rs.gov.br. Faça valer o seu direito e o seu voto. Exerça a sua cidadania para que a Democracia tenha, de fato, o poder que pressupõe. Essa decisão e esse exercício são responsabilidade de cada um dos eleitores brasileiros. Alguns PLs são fundamentais para o futuro de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais. Pesquise, conscientize-se: > PL 5979/2009, que trata do piso salarial de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais; > PLS 467/2008, que trata da prestação de serviços de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais adequadas ao Simples Nacional; > PL 1220/2007, que aborda a tabela de honorários médicos, odontológicos e de outros profissionais, como base mínima com as operadoras de planos de saúde; > PL 5404/2005, que institui e estabelece critérios para a edição do Rol de Procedimentos e serviços em fisioterapia; > PL 1444/2003, que discute o exame de suficiência para o exercício das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional; > PL 1549/2003, que disciplina o exercício profissional de Acupuntura; > PL 4261/2004, que inclui Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional no Programa Saúde da Família – PSF; > PLS 268/2002, o PL do Ato Médico. O voto é secreto e deve ser levado muito a sério. A visão do paciente Nós queríamos contar essas histórias através da visão de um paciente. Infelizmente não foi possível pois todos os pacientes que estavam internados naquele dia estavam em situação delicada. Porém, na próxima edição da revista do CREFITO-5, esperamos poder contar essas histórias, pois falaremos sobre outra equipe de fisioterapeutas em CTIs, desta vez em hospitais públicos. Se você tem alguma sugestão ou dica, mande para a gente. Política fisioterapeuta, por exemplo, na CTI isso não é possível. Dr. Ricardo lembra que a grande maioria dos pacientes está sempre sedado, possui alguma alteração neurológica ou passou por alguma cirurgia. Ou seja, isso torna o agente de saúde um tanto quanto anônimo para o paciente. “Nós, fisioterapeutas, mobilizamos, alongamos, procuramos aliviar a dor e dar conforto respiratório. Quando o paciente está mais acordado, consciente, consegue estabelecer algum tipo de relação com a equipe. E isso é recompensador”, afirma ele. 15 Intercâmbio de conhecimento e prática Dr. Vinícius Montiel de Castro é um fisioterapeuta formado pela Ulbra em 1999 que trabalhou em diversos lugares enquanto morava em Porto Alegre – clínicas particulares, hospitais, serviço voluntário, entre outros. Em 2009, ele decidiu que queria mais e perseguiu seu sonho: trabalhar fora do Brasil – mais especificamente, na Inglaterra. Deu tão certo que ele está lá até hoje. Nesta nova seção da nossa revista, ele conta um pouco das suas vivências e da experiência de atuar em outro país. Confira! brasileiro tem muito conhecimento teórico/científico prático em relação ao inglês, porém a autonomia e o poder de decisão e a participação do fisioterapeuta inglês ainda é muito maior. Aqui, eu não preciso de prescrição de médico para atender meus pacientes e dou alta da fisioterapia na hora em que eu achar melhor. Isso no sistema público - no privado, os pacientes vão nas clínicas sem prescrição médica vão porque sabem que fazer fisioterapia ou ir ao profissional é um direito deles. Sou o fisioterapeuta Vinícius Montiel de Castro (Vico) e estou trabalhando em um hospital no Reino Unido que cuida basicamente de pacientes idosos e amputados de membros inferiores. A vida de fisioterapeuta aqui é bem diferente, primeiro que posso sonhar em ter uma família, casa, carro, viajar, apenas trabalhando em um local das 8h30min até as 16h30min e em alguns hospitais se deve fazer plantão também - mas não todos. Fisioterapeuta é dividido por bandas 5, 6, 7, 8, 8a, 8b - em virtude da experiência, o salário aumenta. O legal é que posso ser cabeludo tatuado, ter brinco, que ninguém dá bola... Para um paciente ter alta hospitalar, tem que ter a participação do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional. Participo de MDT (reuniões semanais com médicos, terapeutas ocupacionais, enfermeiras e assistentes sociais) para decidirmos juntos qual será o melhor plano de alta hospitalar para o paciente). Quando cheguei aqui na Inglaterra pedi num bar um copo de água pronunciando a letra “D” onde tinha o “T” como me ensinaram no inglês americano (watter) e o atendente não entendia o que eu queria, depois ele disse: “ok, you want waTTer, mate...” Enfim. Hoje percebo que o fisioterapeuta O governo britânico oferece as seguintes opções para a alta: o velhinho vai para casa com cuidadores que irão, em alguns turnos em alguns dias da semana, ajudar o vovô a tomar banho, se alimentar, realizar as tarefas básicas do cotidiano. Porém, às vezes, o vovô tem que pagar metade e, em outras, o governo paga tudo, depende do rendimento do paciente. Também, o vovô vai para um asilo mais dependente ou para uma casa de repouso sob as mesmas condições em relação ao pagamento. O governo disponibiliza fisioterapia em casa de graça mas, às vezes, demora 6 semanas pra começar e não e todos os dias mas enfim, disponibiliza. A parte comunitária e muito forte e funciona relativamente bem. Os hospitais ingleses possuem documentos e protocolos pra tudo que é lado, a quantidade de burocracia que eu faço é absurdo (pode ter sido castigo, pois odeio papel). Algumas com razão, até mesmo para proteger o hospital e o profissional. Aqui, é muito comum pa- ciente querer entrar na justiça. É muito engraçado o quanto o fisioterapeuta brasileiro tem jogo de cintura para resolver situações diárias na atividade hospitalar além de trabalhar com sorriso no rosto (ao menos, eu sou assim). É impressionante como os pacientes percebem isto e que meu tratamento é diferente. Eles me dão cartões agradecendo por isso - no Brasil, em 10 anos de profissão, recebi um cartão e poucos agradecimentos. Aqui, estou recebendo uma média de um cartão por mês. Alguns pacientes me disseram que, em uma semana, eu fiz mais que em um ano (exagero também deles). Isso porque o fisioterapeuta brasileiro foi instruído a realmente tocar o paciente, mobilizá-lo no leito, retirá-lo da cama... Usar terapia manual e tudo que foi ensinado na Faculdade (e foi bastante). Aliás, hoje vendo tudo daqui de cima, realmente o fisioterapeuta brasileiro tá sempre buscando se aperfeiçoar, lindo isto. O inglês já e mais tranquilo e entre meus colegas não lembro quem tinha uma especialização ou mestrado. Muita gente no Brasil acha que fisioterapeuta aqui faz serviço de enfermagem, o que é a maior mentira - cada um sabe sua função e obrigações. Mas, como eu não sou bobo, ajudo no que posso a equipe de enfermagem dentro dos meus limites para que eu conquiste a harmonia do ambiente o que sempre ajuda - e muito! Aqui na Inglaterra, existem regras para manuseio de paciente. Por exemplo: jamais posso tentar levantar um paciente sozinho se ele não é capaz de me ajudar ou se ele é muito pesado. Caso alguém me pegar fazendo força inapropriada eu posso tomar um puxão de orelha bem forte, basta alguém me pegar na tampa. O que se faz então? Regra de manual handling: usar equipamentos hidráulicos para retirar e colocar da cama, sentar e levantar... Isso porque, na concepção do inglês eu, como fisioterapeuta tenho que estar com minha saúde em primeiro lugar, pois eu ainda terei que cuidar de muitos pacientes durante toda minha vida. Obrigatoriamente tenho que fazer uma pausa de 30 minutos além da minha meia hora de almoço normal. Para se trabalhar aqui, é obrigatório antes fazer o curso de parada respiratória, manual handling, exame de rubéola, catapora, hepatite B, além de não ter antecedentes criminais. Caso não tenha isso, nem adianta se candidatar. Assistente de fisioterapia aqui é permitido - mas eu que delego o que ele tem que fazer e eles me ajudam com os pacientes pesados e com a documentação, uma vez que fica impossível atender a demanda e ainda realizar a burocracia. A demanda de velhinhos é muita e eles vivem muito - 70 anos prá eles é jovem. O Fisioterapeuta aqui usa camisa pólo branca e calça azul, não usam jaleco, e tanto homem como mulher podem usar uma espécie de túnica branca com golinha (nem pensar!). Preferi usar a camisa pólo branca com o logo do sindicato/sociedade de fisioterapia. A maioria dos lugares só quer trabalhar com fisioterapeutas sindicalizados. O tratamento fisioterapêutico hospi- talar aqui para o idoso neste caso está voltado para treinamento das passagens de posições, buscando a funcionalidade, além de terapeuta ocupacional e fisioterapeuta precisam andar na mesma direção - se algo der errado na alta hospitalar poderão ser julgados por isto. Também, a prevenção de quedas é muito trabalhada. O sistema público de fisioterapia hospitalar na Inglaterra tem suas qualidades e defeitos, mas uma coisa eles sabem fazer: priorizar quem realmente precisa ser atendido, paciente crônico aqui acamado não precisa de fisioterapia e sim uma casa geriátrica. A base da avaliação fisioterapêutica do idoso e principalmente o aspecto social, e saber como era a mobilidade do paciente antes de ser internado para então recuperá-la. Um exemplo: se o velhinho antes de vir caminhava somente cinco metros com andador este será o objetivo. Uma vez atingido e o paciente estiver medicamente estável, ele é mandado para casa. Muito importante, saber se o paciente tem escadas e se vai ter alta hospitalar antes obrigatoriamente treino de escadas, se não for capaz de executar, esta vetada a alta e rediscutido o plano. Aqui existe até um formato exclusivo para se evoluir em pasta médica. A evolução em pasta medica é obrigatória e importantíssima – descrevo todos os dias, através do que eles denominaram de “SOAP notes”. Explico: através des- se relatório diário de cada paciente, eu tenho que escrever como ele tá, e principalmente se ele consentiu que eu o atendesse. Depois, relato o que eu fiz e pratiquei; em seguida, como ele ficou após o atendimento, se ele melhorou, minha opinião. Por fim, desde o primeiro dia de avaliação, sempre tem que ter o plano que pretendo colocar em prática que fará com que ele tenha alta. Na maioria dos hospitais, eu tenho que fazer uma avaliação da mobilidade antes e depois da alta, além de outra avaliação de risco de quedas e anexar tudo na pasta médica. Os meus colegas ingleses, na maioria, são difíceis de mudarem de opinião. É difícil admitirem quando estão errados, mas eles acabam respeitando e muito quem tem atitude e personalidade e ficam espantados quando conhecem um brasileiro fisioterapeuta. Eles nunca imaginavam que levamos cinco anos pra nos formarmos em Fisioterapia (aqui eles se formam em três anos) e que trabalhamos muito, muito mesmo. Isso foi o que me abriu porta para muitos hospitais ingleses inclusive convites de trabalhos permanentes, mas aqui, a saudade bate, família, mulheres gaúchas, churrasco, abraço dos amigos (aqui é só aperto de mão), entre outras coisas... Ainda bem que tenho bons amigos aqui também e estou a 45 minutos de Amsterdam. Saudades. Fisioterapia: aventura e paixão unidas Manhã calma em um dos pontos mais movimentados de Porto Alegre: bairro Cidade Baixa. Lugar ideal para ouvir as histórias e as aventuras de um fisioterapeuta que resolveu unir sua profissão e algumas de suas paixões. Duas horas de conversa e poderiam ter sido muitas mais. Sim, porque o fisioterapeuta Dr. Fabiano Bartmann é uma mistura de profissão, desafios, paixões e muitas histórias. Dr. Fabiano, ou melhor, Fabiano, tem (e gosta) um envolvimento muito intenso com as questões relacionadas à profissão. Por trás de sua fala tranquila, ele deixa transparecer ideais e vontades que ainda estão fazendo com que ele procure o seu lugar no mundo. Uma coisa, porém, é certa: o gosto e a dedicação aos esportes, à Fisioterapia e aos desafios. Hora Livre Para unir essas três áreas, Fabiano dedicou boa parte de seus estudos aos temas. Já durante a faculdade ele escolheu a área em que atuaria: esporte. Mas, como bom escoteiro, não bastava ser esporte, tinha que ter aventura. Ele lembra e conta diversas situações pelas quais passou dos seus 12 aos 18 anos. “Minha primeira experiência com esportes de aventura foi o bicicross, quando eu tinha sete anos. Mas considero o tempo de escoteiro como verdadeira descoberta mesmo”, afirma. E não é só prática, não. O fisioterapeuta também falava alto e a sede de conhecimento o levou ao mestrado que abarcava esporte e aventura. Estudo, profissão, prática, conhecimento, paixão, aventura. Tudo isso só poderia leválo a um país: a Nova Zelândia. “Sempre tive o sonho de morar no exterior, aprender com diferentes culturas, conhecer pessoas sem nenhum laço e construir minha identidade”. Foi assim durante um ano, em 2007. Foram seis mudanças em apenas um ano. Se isso não é aventura, o que pode ser? Pois bem, como o conhecimento anda, na vida de Fabiano, lado a lado com as práticas e aventuras, quando falamos sobre esportes radicais, ele logo destaca um ponto importante e que muitos desconhecem. Qual a diferença entre esporte radical e esporte de aventura? “Esporte radical envolve medo, risco, perigo, morte. Já os esportes de aventura significam, para seus praticantes, a superação de limites. São coisas novas, coisas inventadas e que nos levam, sempre, um pouco além, nos levam à superação”, explica. E um pouco além aqui, outro pouco logo mais, Fabiano vai, ao longo de sua vida (recente, ainda, vale lembrar) reinventando seus limites. Ele já fez trilhas de moto e parou após sofrer um acidente e provocar uma lesão na coluna. Não era a hora de parar. Uma troca foi necessária: jetski, barco à vela, sandboard, lancha, snowboard, canoagem, roller, paintball, surf, caiaque... A lista é longa e deve aumentar nos próximos anos. Mas e a Nova Zelândia, país dos esportes radicais? “É um país incrível, seguro, com um povo extremamente receptivo. Voltaria prá lá, de férias. Trabalhei e descobri 18 um mundo rico, cheio de detalhes, cheio de novidades. Vale a pena. Foi a realização de um sonho. Só que nem tudo é como vemos nos guias de viagens. Existem muitos locais para a prática de esportes radicais, como os saltos de bung jump e voo livre, por exemplo, porém esses locais são distantes e fica complicado aproveitar ao máximo todas as possibilidades”. Fabiano conta, entre suas muitas histórias de convivência com uruguaios, ingleses, argentinos, coreanos, chilenos, japoneses, chineses, brasileiros e os nativos (claro!), que foi apelidado de “Batata Frita” e até hoje recebe ligações de quem ainda está por lá. “Eu sempre digo que vale a pena. Logo que cheguei, fiz toda a burocracia e informei que era fisioterapeuta. Como a carência desses profissionais lá é muito grande, me informei sobre a validação do nosso diploma. Eles fazem em 15 dias. Sim, 15 dias e eu poderia atuar e ser, de fato, um fisioterapeuta brasileiro na Nova Zelândia. Não deu certo porque na época eu não tinha proficiência em inglês. Mas vale a pena e prá quem quer arriscar, há uma grande chance de dar certo”, diz. Se não dava para atuar como fisioterapeuta, o jeito era trabalhar prá poder descobrir as riquezas naturais. Foi assim durante quase um ano, indo de norte a sul (literalmente) da ilha. Numa dessas idas e vindas, mais um sonho realizado. E aqui a paixão falou mais alto, porque foi um grande sonho realizado. “Eu sou apaixonado por velocidade. E quando estava lá, aconteceu uma etapa do World Rally Champion. Foram cinco dias fantásticos!”, conta empolgado e saudoso. Mas e aquela história de paixão, fisioterapia, conhecimento, prática... tudo junto? Fabiano, pode-se dizer, foi para o exterior apimentar seu gosto pelos esportes de aventura. Hoje, há sonhos diferentes e são eles que fazem deste fisioterapeuta, que atua em pelo menos cinco locais com acupuntura e shiatsu, querer ir além. “Tem uma área ainda não explorada: a fisioterapia voltada aos esportes de aventura. Temos competência e espaço a conquistar nessa área”, defende. E assim, entre a prática de rapel, passeios noturnos de bicicleta, acupuntura, shiatsu, aulas, cursos, reuniões, manifestações e participação ativa, Fabiano Bartmann abre essa nova seção da nossa revista. “Minha história tem a ver com a superação de limites. E o esporte traz isso. Ele se renova, como os nossos limites. Superamos alguns, outros deixamos para trás... mas não dá para desistir. A adrenalina é alta, o gosto pela velocidade também. Só que é tudo proporcional à responsabilidade e isso me faz ter mais certeza de que é possível fazer a fisioterapia crescer e, ao mesmo tempo, preservar algumas das minhas paixões”, afirma. Duas horas de história não se resumem em duas páginas. Fica, porém, a clara mensagem de que, seja lá qual for o limite de cada um, ele pode ser superado. Se for através do conhecimento e da paixão, tanto melhor. É isso que queremos para todos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais: limites vencidos, desafios superados e novos limites, novos desafios.... porque o tempo não pára (e isso nos faz lembrar que a poesia faz parte das nossas vidas) e a vida, essa é feita para isso: para superação. CREFITO5/RS 1990-1998: foco na fiscalização e modernização História das Profissões Após 1990, quando foi nomeada uma Diretoria Provisória, que durou de abril a junho daquele ano, até quando acontecesse uma nova eleição para o Conselho Regional. No Boletim Informativo do CREFITO-5 de janeiro de 1990, foi feito um Balanço de Gestão que resgatava conquistas importantes, como as Delegacias em Blumenau, Joinville e Florianópolis, além de uma atuação conjunta com as entidades representativas da classe, como Sindicato e Associações. Além disso, ainda foi ressaltada a participação do CREFITO em discussões da Carta Constitucional estadual e municipal, no que tangia à área da saúde, discutindo a forma como o Estado deveria reger esta questão e já mostrando pioneirismo ao falar de interdisciplinaridade. No dia 30 de junho de 1990, aconteceram as eleições, e a nova Diretoria foi empossada no dia 7 de julho, composta pelo Dr. Fernando Antônio de Mello Prati, Presidente, Dra. Viviane Mello Dresch, Vice-Presidente, Dr. Jadir Camargo Lemos, Diretor-Secretário e pela Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira. 20 A Diretoria trabalhou de 1990 a 1994, com a proposta de modernizar o fluxo administrativo, reformular a política de fiscalização, dinamizar as ações do Conselho junto aos órgãos públicos, integrar ações junto a entidades das categorias de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e ampliar as relações com as representações da comunidade gaúcha e catarinense. “O novo perfil da fiscalização era o de mostrá-la como um grande parceiro dos profissionais e clínicas, já que ela garante a qualidade assistencial dos serviços de fisioterapia e de terapia ocupacional. A fiscalização é algo extremamente positivo, e é a essência do trabalho de um Conselho, por isso tratamos de tirar a carga negativa que pode estar associada a este termo”, relembra o Dr. Fernando Prati, presidente na época. A Gestão assumia em um momento delicado da economia brasileira, que ainda vivia o Plano Collor, e as pessoas físicas e jurídicas tiveram suas poupanças bloqueadas. A medida foi adotada pelo ex-presidente para conter a inflação, porém trouxe muito desassossego e insegurança à população. As dificuldades financeiras ainda estavam assombrando o CREFITO-5, como nas duas primeiras Gestões, e havia muita luta pela frente. A ideia de in- formatizar o Conselho foi levada adiante, com a aquisição de equipamentos, e a fiscalização foi priorizada. “Não tínhamos nenhum computador no CREFITO-5, instituímos um Livro Ouro para arrecadarmos doações dos profissionais e, assim, conseguimos adquirir nosso primeiro computador”, esclarece o Dr. Fernando. Em outubro de 1990, a Portaria nº 03/90 criou e estabeleceu as atribuições dos Delegados Regionais do CREFITO-5, que representam o Conselho junto às autoridades de suas regiões, instituições públicas e particulares, entidades de classe, profissionais da área e a comunidade em geral. “Uma das metas desta gestão era estreitar o relacionamento entre os profissionais, estudantes e o Conselho. Promovíamos conversas com estudantes nas universidades, com as Associações e criamos os Delegados do CREFITO-5”, diz o Dr. Fernando. Em 1995, o informativo do CREFITO-5 viraria um jornal, também com quatro páginas e mais informações. No informativo de dezembro de 1995, o CREFITO-5 demonstrava sua preocupação com um tema que até hoje é bastante discutido: o Ato Médico. Na época, havia sido encaminhada a proposta do Projeto de Lei, e o Conselho promoveu uma reunião entre os Conselhos da área da saúde na sua sede. Em setembro de 1996, o CREFITO-5 ganhou no primeiro grau da Justiça Federal, ação contra a Secretaria Estadual de Saúde, que exigia a contratação de médicos fisiatras, ortopedistas e traumatologistas pelas clínicas de fisioterapia do Rio Grande do Sul. A primeira reunião do Sistema COFFITO/CREFITOs que foi sediada pelo CREFITO-5 aconteceu de 12 a 14 de março de 1997. Foram discutidos temas como fiscalização, educação e formação de antigos e novos profissionais. Também foi formulado um plano de ação que incluía fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na política de saúde. Em 28 de junho de 1997, foi apresentado aos fisioterapeutas gaúchos, o Referencial de Honorários da Fisioterapia, concluído após dois anos de estudos e reuniões do Sistema COFFITO/ CREFITOs. Logo depois, em agosto de 1997, o CREFITO-5 teve sua primeira página na internet publicada, trazendo infor- mações do órgão, da diretoria, legislação, resoluções e código de ética. Foi uma atitude pioneira do Conselho numa época em que a internet ainda não era popular. Já havia, também, um espaço para o cadastro de profissionais que desejassem receber informações do Conselho por e-mail. O informativo impresso do CREFITO-5 sofreu novas alterações: o jornal passou a ter seis páginas, abrindo espaço para noticiar todas as ações do Conselho, com mais fotos e artigos de interesse dos profissionais. Na ocasião, a tiragem do informativo anterior era de 5.000 exemplares. A revista aumentou este número: passou para 8.000 exemplares. “Priorizávamos tudo o que melhorasse nossa comunicação, seja a criação do primeiro e-mail do Conselho, do primeiro site, a modernização do informativo... As possibilidades de aumentar nossa comunicação com profissionais e estudantes sempre foram muito importantes, pois entendíamos que eram essenciais para uma maior sintonia entre o Conselho e estas pessoas”, afirma o Dr. Fernando. Fazendo um balanço sobre este período, o ex-presidente ressalta três pontos que considera fundamentais: “Acredito que houve um grande crescimento político do CREFITO-5 nesta época, uma grande modernização do Conselho e também o fato de sermos aguerridos e não nos curvarmos diante das adversidades que apareciam ao longo do trajeto”, ressalta. No ano de 1998, uma nova eleição aconteceu. Na próxima edição da revista do CREFITO-5, você confere mais um capítulo da nossa história. Até lá! Em 1994, foi realizada uma nova eleição, que elegeu a Diretoria que trabalhou até 1998, composta pelo Dr. Fernando Antônio de Mello Prati, Presidente, Dr. Marcelo Krás Borges, Vice-Presidente, Dra. Adriana Luisa Oliveira Ramos, Diretora-Secretária e Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira. Um dos primeiros acontecimentos marcantes foi a realização do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia, que aconteceu em Porto Alegre – a mesa de abertura do evento contou com a presença do Dr. José Rebelatto, entrevistado da última edição da revista do CREFITO-5 que, na época, era vice-reitor da Universidade São Carlos (SP). Fazia vinte anos que o mais importante evento nacional de Fisioterapia não acontecia em Porto Alegre. “Criamos uma ótima relação do CREFITO-5 com os demais Conselhos Regionais e também com o COFFITO, e a prova disso foi a realização do Congresso Brasileiro em Porto Alegre”, conta o Dr. Fernando Prati. Foi durante esta Gestão que o CREFITO-5 comprou sua sede própria, na Avenida Palmeira, onde funciona até hoje. “Esta foi uma grande conquista para os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, já que houve ampliação do espaço para uma melhor ação em favor da defesa do exercício das profissões explica o Dr. Fernando. História das Profissões Nesta edição da revista do CREFITO-5, continuamos contando um pouco mais da história do nosso Conselho. Na primeira matéria desta série, contamos um pouco da luta da primeira e segunda Gestões do CREFITO-5, que ainda abrangia também Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul, e que enfrentaram uma série de dificuldades técnicas e financeiras, superadas com muita garra. A primeira reunião da comissão de criação do Referencial de Honorários Fisioterapêuticos aconteceu na sede do CREFITO-5 durante a realização do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia ocorrido em Porto Alegre no mês de outubro. 21 Empresários da área da Saúde têm grupo para fortalecer Gestão de Negócios Há pouco mais de dois anos, o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), o Sindicato Médico do RS (SIMERS) e o grupo Unicred deram início a um projeto pioneiro em Porto Alegre: criaram o Eko Grupo Saúde. O resultado dessa parceria, que recebeu o apoio do SEBRAE/RS, foi a implementação da Gestão pela Inovação e Desenvolvimento. O objetivo é promover a profissionalização da gestão de empresas prestadoras de serviços especificamente na área de saúde. Esta profissionalização se dá através da implantação de ferramentas de gestão e de indicadores de desempenho e do desenvolvimento de ações conjuntas e cooperadas. O grupo destaca que, mesmo sendo constituído por empresas da área da saúde, há uma pluralidade muito grande de atividades e isso fortalece ainda mais as ações, além de fazer dos debates mais ricos em conhecimento. Segundo Eduardo Hostyn Sabbi, há muita troca de experiências e informação. “Isso nos permite atuar de forma interdisciplinar, propiciando um maior conhecimento e um intercâmbio entre as diferentes áreas de atuação da saúde”, diz. Três importantes cursos já foram promovidos: Planejamento Estratégico, Atendimento e Gestão de Qualidade para Processos. “Pudemos, por fazermos parte do Eko, pro- mover um curso personalizado, que atendesse às nossas demandas tornando-se, assim, muito mais eficaz”, explica Alessandra Lima, fisioterapeuta que faz parte do grupo. Para fazer parte do Eko Grupo Saúde, as empresas precisam passar por uma análise feita (por um consultor). Nessa análise, é avaliado o perfil da empresa e tem de haver, necessariamente, uma convergência de objetivos, além de afinidades, princípios e valores. Mas, afinal, por que participar? Porque o Eko visa melhorar a rentabilidade das empresas, os controles gerenciais e processos internos e a qualificação do capital humano. Além, disso, visa fortalecer a união e a cooperação no segmento da saúde em parceria com entidades representativas do setor, profissionais da área e empresários. Desta forma, os profissionais que são também empresários passam a ter apoio e suporte para fazer seus negócios prosperarem e, assim, fazer as suas profissões ainda mais fortes. Tudo baseado no comprometimento, na cooperação, no respeito à diversidade, com pró-atividade e responsabilidade social. Ministério da Saúde reconhece trabalho da Unicruz A professora Dra. Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, do curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, recebeu o selo de 2° lugar no prêmio “Município – Mundo de Boas Práticas de Prevenção”, como reconhecimento por iniciativas preventivas a doenças sexualmente transmissíveis (DST), em especial a Aids, na rede de atenção básica à saúde e educação, no biênio 200-2010. A entrega foi em sessão solene no VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, realizado em Brasília. A premiação reconhece o trabalho de extensão desenvolvido na rede escolar da comunidade de Tupanciretã pelos acadêmicos da disciplina de Fisioterapia na Promoção e Prevenção à Saúde, do segundo semestre do curso de Fisioterapia, e por acadêmicas que integram a pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional. O selo foi criado pelo Ministério da Saúde, via Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais em Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde. São Paulo obteve o 1° lugar. Os demais premiados foram: em 3° lugar, Curitiba (PR); em 4°, Vitória da Conquista (BA); em 5°, Florianópolis (SC); e em 6°, Batatais (SP). Todos os trabalhos receberam financiamentos da pasta federal, exceto o desenvolvido pela Unicruz em Tupanciretã. O Eko reúne-se quinzenalmente na sede do SINDIHOSPA. Para obter mais informações e conhecer um pouco o trabalho desenvolvido pelo grupo, acesse www.ekogruposaude.com.br. 22 Ao final do mês de junho, início de julho, aconteceu em Curitiba o IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional, e também a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupacional em Saúde Mental e a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares. Com o tema “Terapia Ocupacional e Direitos Sociais: acesso, inclusão e cidadania” o IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional trouxe a possibilidade de diálogo e de reconhecimento das ações desenvolvidas pelos terapeutas ocupacionais, na atualidade, voltadas à garantia dos di- reitos sociais e ao exercício pleno da cidadania. “O saldo do evento foi muito positivo: nele, foram discutidas várias situações da Terapia Ocupacional em nível federal. Em uma das mesas, os Conselheiros do COFFITO Dra. Rita Bittencourt e Dr. Mário Battisti apresentaram uma proposta que prevê a criação do Conselho Federal de Terapia Ocupacional. Segundo eles, já existe um grupo de trabalho dentro do próprio COFFITO delineando as Especialidades da Terapia Ocupacional”, conta a Dra. Mirtha Zenker, Conselheira do CREFITO-5 que participou do evento. Notícias Notícias CREFITO-5 presente no IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional 23 Posse da Gestão 2010-2014 do CREFITO-5 congrega Conselheiros, funcionários e representatividades de todo o Brasil mente, será muito bem conduzida pelos próximos quatro anos. A representante da Federação Nacional dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais (FENAFITO), Dra. Ana Cristhina Brasil, afirmou que “é impressionante ver tantas e tão importantes entidades aqui reunidas, para esta posse. Isso só referenda o que os profissionais gaúchos escolheram através do voto no pleito do CREFITO-5. Parabéns a todos e que o trabalho da nova Gestão possa refletir essa união e essa congregação que estamos presenciando hoje”. E para a representante da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, do CFSS e do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (FENTAS), Dra. Cleusa Santos, é preciso atenção para as ações políticas “porque todos estão, com certeza, trabalhando para combater os prejuízos de profissionais e da sociedade. Estamos na mesma luta e seguiremos assim para fortalecermos nossas ações”, defendeu. Sistema – O Dr. Abdo Augusto Zeghbi foi o primeiro a saudar a nova Gestão. Representando o presidente do COFFITO, ele lembrou da importância da atuação do Sistema junto ao MEC, ao Conselho Nacional de Saúde, ao Ministério da Saúde e ao Poder Legislativo. Além do Dr. Abdo, outros representantes de CREFITOs de todo o Brasil também estiveram presentes e manifestaram apoio à nova Gestão. Dr. Ricardo Lotif, Presidente do CREFITO6 afirmou ter certeza de que os Conselheiros farão um excelente trabalho nos próximo quatro anos. “Que a gente possa, daqui por diante, Notícias A solenidade foi marcada pela participação e manifestação de apoio dos representantes de entidades de todo o país (veja lista ao final do texto). Todos os presentes foram unânimes na confiança depositada no novo Plenário. A mesma confiança existe entre funcionários e Conselheiros que durante todo o dia trabalharam para alinhar objetivos, compromissos e missão do CREFITO-5. 24 Em sua fala, o presidente do Regional, Dr. Alexandre Doval, ressaltou a importância do trabalho conjunto e das ações em parceria. Dr. Doval destacou, também, o papel decisivo dos funcionários do CREFITO-5 nessa nova jornada. “Temos certeza que iniciamos o trabalho da melhor maneira possível. E o dia de hoje é especial por isso, por termos tido a oportunidade de ouvir as necessidades de nossos colaboradores e por estarmos aqui diante de parceiros tão importantes”, afirmou. Representatividades nacionais – A responsável pela Ouvidoria do SUS e representante do Ministério da Saúde no evento, Dra. Maria Moro, afirmou que estava muito feliz por ser fisioterapeuta e por poder representar o MS na posse de uma Gestão cujos objetivos principais vão ao encontro do A Diretora-Tesoureira do CRN-2, Carmem Franco, a Presidente do CRP-RS, Loiva de Boni Santos e César Leo Nicola, que representou o Presidente do CREA-RS, reafirmaram o compromisso dos Conselhos Profissionais do RS de atuarem juntos, fortes e sempre visando aos benefícios da sociedade. Estiveram presentes as seguintes entidades e órgãos: Ministério da Saúde, ABENFISIO, ABEPSS, AFB, ASSOBRAFIR, ATPPoa, CNS, COFFITO, CREA-RS, CREFITO1, CREFITO6, CREFITO7, CREFITO9, CREFITO10, CREFITO11, CREFONO-RS, CREF-RS, CRN-2, Kinder e PUC. que propõe o Ministério. “Todos temos uma missão importante como profissionais e como cidadãos: somos promotores da saúde e da qualidade de vida da nossa sociedade. Poder compartilhar essa missão com profissionais e Conselhos comprometidos é um alento e uma felicidade muito grande”, disse. Já o Presidente da Associação dos Fisioterapeutas do Brasil (AFB), Dr. Reginaldo Bonnati, lembrou que os fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais ocupam um relevante espaço na saúde brasileira. “E é por este motivo que precisamos de lideranças como a que vemos tomar posse aqui, no Rio Grande do Sul, no CREFITO-5”, afirmou Dr. Bonnati. A representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Conselheira do Conselho Federal de Serviço Social (CFSS), Dra. Rute Bitencourt, elogiou a plataforma da nova Gestão. “Vocês estão comprometidos com os princípios básicos do SUS: saúde como dever do Estado, universalidade, equidade, humanização e a saúde para todos. Precisamos trabalhar pela qualidade do serviço prestado aos cidadão e vocês terão no CNS, certamente, um grande aliado nessa busca”, disse. A Presidente da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional (ABRATO), Dra. Luziane Feijó, parabenizou a todos e falou da importância das Associações e da vontade da ABRATO de implantar uma Associação no RS. Dr. Elias Nasrala, Presidente da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia (ABENFISIO) e Presidente eleito do CREFITO9, parabenizou a Gestão e afirmou que a parceria entre a ABENFISIO e o CREFITO-5 é muito importante e, certa- Notícias No dia 20 julho a Gestão 2010-2014 do CREFITO-5, que assumiu o Plenário da Autarquia no dia 21 de junho, promoveu a sua cerimônia de posse. O objetivo do Colegiado era agregar os parceiros e representantes de entidades e, ao mesmo tempo, apresentá-los aos novos Conselheiros e às propostas desta nova Gestão. realizar um trabalho visando ao fortalecimento do Sistema”, lembrou. O Presidente do CREFITO 10, Dr. Sandroval Torres cumprimentou toda a equipe e manifestou o desejo de que as barreiras que separam o RS e SC sejam apenas geográficas. A Dra. Marta Rosa Gonçalves Pereira, Vice-Presidente do CREFITO11, destacou a importância de estarem presentes representantes de instituições e órgãos como o Conselho Nacional de Saúde e pediu aos Conselheiros que valorizem os Conselhos Municipais e Estadual de Saúde. A presidente do CREFITO11, Dra. Luziana Maranhão, reafirmou que o trabalho do Colegiado é coletivo e deve sempre ser pautado pelos compromissos assumidos. “Conheço o Doval há alguns anos e tenho a certeza de que aqui no RS não haverá distinção entre fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Isso é um grande começo para a qualificação da Gestão e para o trabalho em prol de todos”, afirmou. 25 Está em análise na Câmara dos Deputados, o projeto de lei nº 7.200/10, de autoria do deputado Ricardo Berzoini, que altera o § 1º do art. 42 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. A proposta dispõe sobre a ampliação da participação dos profissionais de saúde na perícia da Previdência Social. A proposta retira a exclusividade do médico para realizar perícias para aposentadoria por invalidez e permite uma avaliação multidisciplinar, com a participação de profissionais como Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Psicólogos e Assistentes Sociais da Previdência. Com isso, o relatório final de avaliação da capacidade de trabalho vai demonstrar uma realidade mais completa, transparente e justa. O projeto também foi assinado pela deputada Jô Moraes e pelos deputados Paulo Pereira da Silva, Pepe Vargas e Roberto Santiago. A Comissão de Assuntos Parlamentares do Coffito acompanha o andamento do projeto. A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. Atendimento ambulatorial de Fisioterapeutas no IPE Em reunião com o deputado estadual Ciro Simoni, o CREFITO-5 e demais representantes do Fórum Permanente pela Democratização da Saúde (FPDS) debateram a inclusão do atendimento ambulatorial dos profissionais de diversas áreas da saúde no IPE (Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul). Os representantes do FPDS falaram sobre a importância da prevenção na saúde. Todos são unânimes ao afirmarem que, valorizando a atenção básica, evitam-se problemas crônicos, diminuindo o número de internações hospitalares, por exemplo. “Acredito que o atendimento do IPE deve ser mais amplo e com foco na prevenção, pois diminuirá as internações hospitalares, beneficiando também o Estado”, disse o deputado. Os representantes do Fórum vão acompanhar a tramitação do Projeto de Lei 126/2010, apresentado pelo Deputado Estadual Ciro na Assembleia Legislativa, que inclui os serviços fisioterapêuticos no atendimento pelo IPE (Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul). Atualmente, o projeto está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça, e o Fórum seguirá acompanhando para que sejam feitos os possíveis encaminhamentos. IV Conferência Nacional de Saúde Mental: diálogo e construção na Terapia Ocupacional A Terapia Ocupacional é uma profissão em constante atualização e aperfeiçoamento, já que vê a saúde como uma condição dinâmica e mutável, caminhando junto de um processo de interação entre o individuo e as situações sociais e ambientais cotidianas. Por isso, a profissão deve ser sempre aprimorada e precisa ser discutida. Uma das ocasiões para isto é a Conferência Nacional de Saúde Mental, que aconteceu de 27 de junho a 1º de julho, em Brasília. A última Conferência Nacional de Saúde Mental havia acontecido em 2001 – ou seja, houve um hiato de nove anos entre a edição anterior e a atual. Era tamanha a necessidade de discussão que o evento já foi concebido de forma diferente – esta edição era intersetorial: além de indivíduos da área da saúde (usuários, gestores, prestadores de serviço, profissionais), participaram profissionais dos direitos humanos, ação social, justiça, trabalho, educação, cultura e esporte. “O trabalho intersetorial pode resultar num salto de qualidade no debate da reforma psiquiátrica”, disse Dra. Bárbara Leite, terapeuta ocupacional que trabalhou um mês na organização e realização da Conferência, como estágio da sua residência na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O tema desta edição da Conferência foi “Saúde Mental, direito e compromisso de todos: consolidar avanços e enfrentar desafios”, e seguiu três eixos: Notícias - Saúde mental e políticas de Estado – pactuar caminhos intersetoriais (financiamento, recursos humanos, modelo de gestão e protagonismo social); - Consolidando a rede de atenção psicossocial e fortalecendo os movimentos sociais; - Direitos humanos e cidadania como desafio ético e intersetorial. Além disso, esta Conferência teve três etapas: municipal, estadual e nacional. As etapas municipal e estadual elegem delegados que fazem com que as idéias discutidas no município e nos estados cheguem à Conferência Nacional. “Isso é um elemento-cha- 26 ve na construção democrática de políticas públicas do Sistema Único de Saúde em que participaram usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços em saúde”, relata Dra. Carmen Vera Passos Ferreira, terapeuta ocupacional gaúcha que também esteve na Conferência. No evento, os delegados discutiram os relatórios resultado de todas as conferências estaduais, produzindo um relatório final de recomendações que vai delinear estratégias de políticas públicas para atenção à saúde mental. Ao final da Conferência, 1.200 propostas foram aprovadas nacionalmente. O relatório final do encontro deve ser apresentado em setembro. Mostra Solidária Em maio deste ano, ocorreu a I Conferência Temática do Cooperativismo Social – Trabalho e Direitos: Cooperativismo Social como Compromisso Social, Ético e Político”, também em Brasília. Na ocasião, foi concebido o espaço que marcou de forma definitiva a luta pela consolidação dos projetos de geração de trabalho e renda na área da saúde mental. No evento nacional, participaram quinze delegados de todo o Brasil, e a terapeuta ocupacional indicada para representar a Região Sul (RS, SC e PR) foi Dra. Carmen Vera Passos Ferreira. “Fui como articuladora da Região Sul, levando as experiências de geração de renda e trabalho que temos nos três estados”, explica. Este espaço foi montado na Conferência Nacional de Saúde Mental e chamava-se “Mostra Solidária: trabalhar, construir direitos e produzir valores na perspectiva do cooperativismo social e da economia solidária”. A mostra reuniu 25 empreendimentos de todo o país e colocou mais de 6.750 produtos em exposição. Um detalhe importante: os usuários estiveram também à frente da mostra. Dra. Bárbara ressalta que este espaço foi essencial para trazer a riqueza das diferentes regiões do Brasil e também se tornou um espaço de discussão e acolhimento de pessoas que tem o mesmo olhar sobre a terapia ocupacional. “Foi um grande momento de troca, muito rico, que divulgou o trabalho de qualidade e diversidade realizado por todas as regiões do Brasil na área da economia solidária”, relatou. Ao mesmo tempo, os Grupos de Trabalho da Conferência Nacional discutiam este tema (o trabalho e a economia solidária), e as propostas levadas pelos delegados regionais ao evento. “A economia solidária saiu muito fortalecida da Conferência e dentro do âmbito da saúde mental”, conclui Dra. Carmen. Dica de Pauta PL inclui profissionais em perícia para concessão de aposentadoria por invalidez 27 Aprendizado e investimento na carreira profissional: estes são os dois principais motivos que levam os estudantes a procurar um estágio, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha com universitários brasileiros. É fato que, para aproveitar as oportunidades e investir no futuro, nada melhor do que desenvolver talentos por meio da prática profissional. Realizando estágio, o estudante tem a oportunidade de aprender sobre a rotina de sua futura profissão, utilizar os conhecimentos acadêmicos adquiridos em sala de aula, conhecer as reais necessidades do mercado de trabalho e dar o primeiro passo para o desenvolvimento profissional. Ocorre que poucos estudantes conhecem as diretrizes da nova Lei do Estágio (nº 11.788/2008), de autoria da deputada federal Manuela D’Ávila, que mudou a concepção de estágio obrigatório e não-obrigatório no Brasil. Esta nova legislação vale, também, para estágios em Fisioterapia e em Terapia Ocupacional. Nosso objetivo, aqui, é esclarecer quais os direitos e deveres dos estudantes de graduação que querem fazer o estágio não-curricular. De acordo com a Lei, o estágio não-obrigatório é definido como uma atividade opcional à carga horária regular e obrigatória. Sua carga horária foi estipulada: não pode passar de 30 horas semanais. Além disso, o estágio nãoobrigatório deve ter duração de, no máximo, dois anos. Caso o estagiário fique mais de um ano na instituição, tem direito a um mês de férias e é obrigatório o pagamento de uma bolsa (o valor deve ser acordado entre o estagiário e a instituição). Esta Lei prevê, ainda, a concessão do auxílio-transporte para o estudante. Se o estágio for remunerado, o recesso de férias também deverá ser. Segundo as Resoluções COFFITO nº 139 e nº 153, o estágio deve acontecer a partir do sexto semestre, com obrigatoriedade do convênio entre a Instituição de Ensino Superior e a empresa. Se o preceptor for docente, a relação é de um para seis estagiários; se ele não for docente, a relação é de um orientador para cada três estagiários. Vale lembrar que somente um fisioterapeuta pode supervisionar estágio de Fisioterapia, e um terapeuta ocupacional só pode supervisionar estágio de Terapia Ocupacional. Ensino e Pesq uisa Responsabilidade social: um agente essencial na formação dos novos fisioterapeutas Em qualquer profissão, é importante que as pessoas lembrem-se de que são cidadãs e agentes no que diz respeito à responsabilidade social. Durante a formação, os cursos de graduação preocupam-se com estas questões, incluindo em suas grades curriculares temas como ética, sociologia, antropologia, entre muitos outros. Em alguns casos, são estes os assuntos “vilões” para os alunos, que se veem debruçados sobre teoria – teoria que os ajuda a desenvolver uma visão global sobre o mundo e a sociedade em que vivemos. A educação em saúde vem apresentando um desenvolvimento significativo e uma reorientação das reflexões teó- 28 Na Fisioterapia, este processo também deve ser constantemente reavaliado, já que a inserção nas diversas políticas públicas de saúde está intimamente ligada ao fazer fisioterapêutico voltado para as necessidades de saúde da população e vivenciados nos diversos cenários de prática e de trocas de saberes no decorrer da graduação. E isso perpassa pelo ensino voltado para a responsabilidade social e, também, por uma maior conscientização sobre o que é e como funciona o Sistema Único de Saúde. Os alunos devem conhecer seu fluxo, o trabalho em rede e a importância de participar como agentes já durante o processo de graduação. O que vemos hoje é um processo interessante de mudança no que diz respeito à formação daqueles que serão futuros profissionais. Um dos exemplos de conceitos de responsabilidade social inseridos na formação é o curso de graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, aberto em 2008 – a primeira turma é de 2009. Dra. Vera Maria da Rocha, uma das idealizadoras do curso, explica que este curso está sendo um desafio para as novas metodologias de ensino. Ele tem quatro eixos: ciência da vida e da saúde; político, filosófico e humanístico; técnico, profissional; e pedagógico. “Ao criarmos o curso, pensamos que, além da criação da identidade profissional do fisioterapeuta, queríamos justificar a que ele veio e decidimos que o foco seria o fisioterapeuta como agente social, construtor de políticas”, explica Dra. Vera. A ideia deste curso de graduação inverte o sistema hegemônico em sua estrutura – o foco é que os alunos tenham bagagem suficiente para que, depois, sejam capazes de escolher a especialidade em que vão atuar. “Acreditamos que é preciso que o aluno esteja mais maduro na hora de decidir sua especialidade e que esteja pronto para olhar o paciente como um todo”, diz Dra. Vera. Nesta concepção, entram conceitos de autonomia, responsabilidade gerada pelo conhecimento, consciência social – por isso, a forma diferente de educar é fundamental. “Não acreditamos em verdades prontas, quisemos montar um curso aberto às questões que a vida traz no cotidiano. Isso envolve, sim, organização e planejamento, mas também flexibilidade”, afirma Dra. Vera. Por essa concepção humanista da área da saúde passa o Sistema Único de Saúde, amplamente discutido com os alunos - e vivenciado também. A visão do aluno Esta forma diferente de educar é um desafio para todos, incluindo a coordenação e os docentes – além dos alunos, é claro. Edmar Hajime Matsumoto é aluno da primeira turma de fisioterapia da UFRGS e conta que participa de projetos comunitários desde o primeiro semestre, aprendendo sobre o meio onde as pessoas estão e suas necessidades – ele trabalha na Comunidade Nossa Senhora das Graças. “Eu vim para a UFRGS procurando um curso mais técnico, mas o diferencial do curso está me fazendo ampliar os horizontes, ter contato com outras realidades que não a minha, e vejo isso nos meus colegas também”, relata. O aluno conta que, já no primeiro semestre, sua turma aprendeu muita coisa sobre o SUS. “A gente não tem dimensão do tamanho do Sistema, do que ele é capaz”, diz. Segundo ele, muitos profissionais da saúde que estão no mercado têm foco apenas no conhecimento técnico, esquecendo até de conversar e tocar no paciente. “Essa visão humanizada, com certeza, nos fará diferentes deste padrão negativo. E isso desde o início do curso, com aulas de antropologia, sociologia, corporeidade, englobando várias áreas para atingirmos uma formação mais completa”, afirma. Mas afinal, o que é responsabiliade social? Já faz alguns anos que a educação deixou de ser apenas uma ferramenta exclusivamente de fins pedagógicos e teóricos. Hoje, a educação de qualidade traz consigo a discussão e disseminação de valores sociais. Desta forma, alunos, professores e todos os agentes envolvidos em todos os processos educacionais têm a chance de exercitarem sua cidadania de forma ética e cosciente. Responsabilidade social não é filantropia ou assistencialismo. Responsabilidade social é tornar cada pessoa cada vez mais capaz de discernir, criticar, pensar e agir de forma coletiva, construir, desconstruir... Tudo isso sempre respeitando o espaço em que se está inserida, buscando avanços e pensando coletivamente. Ensino e Pesquisa Conheça a nova Lei do Estágio não-curricular ricas e metodológicas, contudo, ainda há um hiato entre a teoria e a prática. Ainda existe a dificuldade na hora da formação provocar mudanças de comportamento e práticas que se reflitam no distanciamento entre o discurso e a prática em saúde. Do ponto de vista da assistência, a atenção integral e humanizada seriam os elos entre a teoria e a prática e determinantes éticos da política de formação e de mudança na graduação dos profissionais da área da saúde. 29 ce o equilíbrio do sistema neuro-músculo-esquelético. Em Suas Mãos A especialidade da Quiropraxia mostra que o fisioterapeuta pode obter excelentes resultados somente com manipulação Redação e fotos: Francine Altheman - Diretora de Comunicação do Crefito-SP CREC... CREC... CREC... fui acompanhar pela primeira vez uma sessão de quiropraxia. Ao ouvir o “click” das articulações, perguntei ao paciente: “Dói?!?!”. “De jeito nenhum! Pelo contrário!”, ele me respondeu. Ao observar a sequência de movimentos firmes e seguros, tive a certeza de que só confiaria meu corpo a um profissional habilitado como o fisioterapeuta, pois somente ele deve realizar tais procedimentos, principalmente a manipulação no pescoço. Notei que o paciente se levantou da maca satisfeito, com um sorriso no rosto. Assim como todos os outros pacientes que entrevistei para essa matéria, que relataram melhora rápida na dor e na amplitude de movimento. Chegou a minha vez. Respirei fundo e ganhei confiança. Após avaliação minuciosa, deitei na maca e a fisioterapeuta começou a manipulação. E para mim começava também uma viagem para dentro de um universo completo, de onde eu nunca mais iria querer sair. Quiro... o que? Apesar de seus conceitos existirem desde a Antiguidade, a quiropraxia ainda é pouco conhecida pela população. Não é à toa que as pessoas ainda confundem a técnica com massagem e colocam suas vidas em risco ao procurar um leigo para manipular a coluna vertebral. Cuidado! “Por ser uma técnica manipulativa, a quiropraxia requer exímia habilidade do profissional que a está executando. Por isso, só pode ser executada por um profissional gabaritado”, ressalta o fisioterapeuta especialista em Quiropraxia e Acupuntura, Dr. Bruno Berselli Marinho. De acordo com a Resolução Coffito n° 220, de 23 de maio de 2001, a quiropraxia é uma especialidade do fisioterapeuta. E, sem dúvida, esse é o profissional mais qualificado para praticá-la. A fisioterapeuta especialista em Quiropraxia e Fisiologia do Exercício, Dra. Inês Nakashima, que também é presidente da Associação Brasileira de Fisioterapeutas Quiropraxistas (Abrafiq), diz que “além de o fisioterapeuta possuir conhecimentos próprios necessários para a especialização em quiropraxia, ele é um profissional inscrito em um Conselho de Fiscalização – o Sistema Coffito/Crefitos – perante o qual responde por práticas indevidas ou mal executadas, diminuindo o risco à saúde da população e garantindo o controle ético, moral e social dos que empregam a quiropraxia como especialidade”. O aprendizado adquirido pelo fisioterapeuta também faz com que ele esteja mais apto para esta prática, já que “o curso passa um vasto conhecimento músculo-esquelético e fisiológico e o fisioterapeuta domina a biomecânica muito bem, sem contar as inúmeras horas de estágio e produções científicas produzidas por estes profissionais”, afirma Dr. Bruno. O fisioterapeuta especialista em quiropraxia, Dr. José Luiz Pimentel do Rosário, doutorando pela UNIFESP, é enfático ao afirmar que as técnicas manipulativas, incluindo a quiropraxia (manipulação articular), são próprias da conduta fisioterapêutica. “O fisioterapeuta é um profissional com atuação regulamentada na área de saúde, fiscalizado e regulado por autarquia federal (COFFITO) e oficialmente inserido nos programas de saúde pública, sendo amplamente reconhecido pelo alcance social e resolutiva competência clínica e científica de sua atuação”. Destaca ainda o Dr. Pimentel “que a fisioterapia é a profissão que mais cresceu nos últimos anos, atualmente representada por aproximadamente 160.000 profissionais, o que, por tão relevante contigente, torna injustificável a pretensão de se criar uma profissão a partir de uma especialidade legal, devidamente reconhecida e consagrada pela sociedade”. Mas o que é mesmo essa tal Quiropraxia? A quiropraxia é uma técnica de diagnóstico, tratamento e prevenção de problemas do sistema neuro-músculo-esquelético e dos efeitos destes problemas na saúde em geral. Destaca-se como um dos principais recursos da terapia manual e se caracteriza por relacionar a estrutura, principalmente representada pela coluna vertebral, e a função, gerenciada primariamente pelo sistema nervoso. O fisioterapeuta quiropraxista, por meio de ajustes manipulativos, mantém e restabele- De fato, a indicação da quiropraxia é muito ampla. Dra. Inês explica que ela é indicada para problemas relacionados à coluna vertebral, como hérnias discais, lombalgias, lombociatalgias, cefaléias cervicogênicas, cervicalgias, além das bursites, tendinites, tenossinovites, acúfenos e disfunções têmporo-mandibulares. “Há também diversos relatos clínicos de melhora em quadros funcionais sistêmicos, como obstipação intestinal e gastrite, sendo objetos de grande investigação científica na atualidade”, complementa. Dr. Bruno ressalta que, com a técnica da quiropraxia, “você trata desde lombicialtagias a entorses de tornozelo, pois a quiropraxia atua diretamente na dor, bloqueando estímulos aferentes nociceptivos, além de atuar também na recuperação da propriocepção.” Um fator comum relatado pelos pacientes é a rapidez na melhora da dor, da amplitude de movimento e, portanto, da funcionalidade. “Pacientes normalmente afirmam que a melhora é praticamente imediata”, diz Dra. Inês. É o caso da personal trainer Paula Almeida Vieira, que, sentindo muita dor no pescoço, seguiu a orientação de um amigo e procurou um fisioterapeuta quiropraxista. “Eu trabalho com o corpo e preciso dele saudável. Com a quiropraxia não senti mais dor, o que trouxe melhorias tanto no meu trabalho quanto em afazeres em casa. Eu recomendo”, relata. Também o norte-americano David Wolin, consultor em desenvolvimento sustentável, é adepto da quiropraxia há mais de sete anos. Ele conta que constantemente viajava a trabalho e passava horas dentro de um avião. Em uma dessas viagens, quando levou 28 ho- ras para chegar ao destino, sentiu no desembarque fortes dores no corpo e não conseguiu mover os braços. “Procurei o atendimento de quiropraxia, as dores acabaram e meus movimentos voltaram”. Morando no Brasil há um ano, Wolin nem pensa em parar com as sessões, que realiza pelo menos uma vez por mês com um fisioterapeuta. “A quiropraxia ajuda a me sentir melhor, bem disposto, com vontade de realizar minhas atividades, porque a vida é mais feliz quando você não tem dor”, afirma. Se essa técnica é tão importante na vida de pessoas que têm um dia a dia comum, imagine o bem que ela faz para os atletas, que chegam ao limite de seus corpos. Marcelo Tomazini, nadador recordista e campeão pan-americano, faz sessão de quiropraxia a cada 15 dias com um fisioterapeuta. “Eu não deixo de fazer porque a técnica interfere diretamente nos meus resultados. Com os treinos constantes, sempre há situações em que minha coluna ou meu quadril estão desalinhados, então a quiropraxia recupera a funcionalidade e mantém meu corpo em equilíbrio, o que evita as lesões”, explica. Por isso, Tomazini acredita que a quiropraxia tem uma relação intrínseca com a melhora da performance do atleta. “Logo que termina a sessão, eu já sinto o corpo equilibrado, alinhado, com uma amplitude de movimento maior”. E como termina a minha história? Bem, ao sair da maca ainda sentia as dores que me incomodavam, mas estava com o corpo leve, sem tensões. Ao acordar no dia seguinte, a dorzinha, que havia me incomodado durante dias, sumiu. E a sensação de leveza perpetuou por vários dias. O bem que essa experiência me proporcionou, que também observado nas declarações de outros adeptos da técnica, não só me impeliu a voltar a fazer quiropraxia mais vezes, como também me motivou a escrever essa matéria. Abrafiq: A voz da Quiropraxia no Brasil A Associação Brasileira de Fisioterapeutas Quiropraxistas (Abrafiq) é uma entidade profissional pioneira, de finalidade científica e cultural, sem fins lucrativos, criada para representar e defender os direitos dos fisioterapeutas especialistas em quiropraxia e de seus pacientes. Com o objetivo de aprimorar e qualificar a educação em quiropraxia para os fisioterapeutas, a Abrafiq delineou as diretrizes e o currículo mínimo para o ensino da especialização em quiropraxia no país, estabelecidos na Carta de São Paulo. Para auxiliar no controle ético-social dos pacientes e manter seus associados atualizados, a Abrafiq incentiva os mais elevados padrões de atendimento clínico e a realização de pesquisa científica baseada em evidências. Ainda detém o mais amplo reconhecimento científico, profissional e social, colaborando ativamente com o Sistema Coffito/Crefitos, além de manter e intensificar as relações oficiais com organizações governamentais e não-governamentais, nacionais e internacionais, visando ao crescimento da fisioterapia no país e ao aperfeiçoamento do Sistema de Saúde Brasileiro. Mais Informações: Intituto Physion de Ensino em Saúde: 11 5581-5331 | [email protected] | www. physion.com.br | ABRAFIQ – Associação Brasileira de Fisioterapeutas Quiropraxistas: 11 3717-2262 | [email protected] | www.abrafiq.org.br Reabilitação Cognitiva: o cotidiano da Terapia Ocupacional no atendimento domiciliar do Idoso com Demência de Alzheimer A Terapia Ocupacional traz em sua história e formação conteúdos que fazem interface aos aspectos cognitivos e funcionais do ser humano. Em sua atuação, tanto na clínica quanto na pesquisa, da infância ao envelhecimento, a cognição ganha destaque tanto no processo avaliativo quanto no planejamento de suas ações para a manutenção da funcionalidade e autonomia do sujeito. Estima-se que, em 2025, a população com mais de 60 anos chegue a 33 milhões de pessoas (Hasselkus,1998). O aumento da longevidade nem sempre é acompanhado de saúde e independência. A elevação da expectativa de vida ocasionou o aumento da incidência e prevalência de doenças crônico-degenerativas, dentre estas as cardiovasculares, neoplasias e as demências, dentre estas, a Demência do tipo Alzheimer é uma das mais prevalentes (Palma, 2007). Somadas, essas enfermidades são as principais causas de incapacidade e da diminuição da qualidade de vida em idosos no mundo (WHO, 1998). A Doença de Alzheimer (DA) apresenta em sua sintomatologia uma evidente perda cognitiva no que se refere à atenção, memória, concentração, resolução de problemas, capacidade de iniciativa, abstração além de alterações nas funções executivas (Bertolucci, 1999) todas estas interferindo diretamente no desempenho ocupacional satisfatório do indivíduo. Artigo O idoso com DA passa a maior parte do tempo em seu domicílio junto ao cuidador que, em muitos casos, é o próprio familiar e também idoso, necessitando assim de apoio e treinamento para fazer o melhor uso de suas atividades cotidianas, bem como uma melhor organização na rotina e ambiente deste sujeito. Resgatar a máxima autonomia, estimular as capacidades residuais e manter a dignidade do idoso é prioridade no atendimento Terapêutico Ocupacional domiciliar. O treino Cognitivo, o treinamento de Atividades de Vida diária juntamente com a organização e adaptação do ambiente irão favorecer um melhor desempenho funcional e ocupacional no curso da doença. Sendo assim, em sua prática contemporânea a Terapia Ocupacional faz uso da Reabilitação Cognitiva no atendimento ao Idoso de- 32 menciado, ganhando destaque significativo na atenção domiciliar. A Reabilitação Cognitiva pode ser definida como um processo terapêutico que contribui para o aumento e/ou melhora da capacidade do indivíduo em processar e usar informações que auxiliem no desempenho de atividades diárias (Pépin, Loranger e Benoit,1995). A Terapia Ocupacional usa de competência para atuar com técnicas e métodos compensatórios e/ou substutivos para restaurar as habilidades cognitivas danificadas em virtude de alguma lesão cerebral. Assim como as intervenções sociais, psicológicas ou físicas, a reabilitação cognitiva deve ser planejada considerando os objetivos de redução dos déficits do sujeito (Pépin et al, 1995), retorno as atividades produtivas,tais como o trabalho e a autonomia domiciliar (Scherzer,Crépeau e Desmarais,1993). Resgatar a autonomia, promover atividades que favoreçam um satisfatório desempenho ocupacional do Idoso em seu domicílio além de dar suporte ao seu familiar cuidador, faz do Terapeuta Ocupacional, um profissional essencial dentro da equipe de reabilitação do paciente com quadro cognitivo alterado, como o caso da Doença de Alzheimer. O aumento de pesquisas científicas na área e de uma prática mais fundamentada e baseada em evidências favorecerá maior reconhecimento do profissional de Terapia Ocupacional neste âmbito do conhecimento. Por Profª Drª Kayla A. Ximenes Aguiar Palma* * Terapeuta Ocupacional – UNIFOR, com aprimoramento em Geriatria e Gerontologia em Terapia Ocupacional-USP e Mestrado e Doutorado em Gerontologia Biomédica pela PUCRS. Também é membro fundador da Associação Brasileira de Alzheimer sub regional Porto Alegre (AbrazPoa) e professora de programas de pós-graduação Latu Senso em Geriatria e Gerontologia do Centro Universitário Metodista IPA, do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde, da FURB (Fundação Universidade Regional de Blumenau) e da IGG/Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) A palavra assusta: “fiscalização”. No dicionário Aurélio, ela é definida como “ato de velar por algo” – a denominação não poderia ser mais apropriada. O Departamento de Fiscalização do CREFITO-5 age, acima de tudo, a favor dos profissionais. A fiscalização valoriza o trabalho de todos, garantindo que a Legislação que rege a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional seja cumprida, em respeito aos profissionais que exercem suas atividades pautados pela ética e em garantia de adequada assistência à sociedade. Suponha que um fiscal do CREFITO-5 bata à porta da sua clínica. O principal objetivo deste fiscal é orientar e informar os profissionais a respeito das suas práticas do cotidiano no exercício da profissão. Mesmo que haja problemas, antes de qualquer coisa, você será orientado em relação às atitudes que deve tomar para que fique adequado com a nossa Legislação e você tem o prazo de um mês para isto. Desde que o novo Colegiado assumiu o CREFITO-5, em junho, foi estudada uma nova proposta de trabalho para o Departamento de Fiscalização (DEFIS). Os três conselheiros responsáveis pelo DEFIS são Dr. Jeferson Vieira, Dr. Henrique Huve e Dra. Luciana Wertheimer que, junto dos agentes fiscais, buscaram diversas alternativas para otimizar seu trabalho. A situação com que se depararam foi bastante complicada. “Já em nossas primeiras conversas com os agentes fiscais, encontramos muitos autos de notificação em aberto, desde 2006 até 2010, sem qualquer encaminhamento, de profissionais com irregularidades graves”, disse Dr. Jeferson. Uma breve explicação sobre o auto de notificação: antes de emiti-lo, o fiscal orienta o profissional sobre o que fazer para se regularizar - a notificação é apenas uma forma de registrar a situação para que ela possa ser regularizada. A partir daí, quando os fiscais retornam ao CREFITO, o auto de notificação é registrado no sistema e, quando termina o prazo de 30 dias para regulamentação da situação, a notificação é repassada à Coordenação do DEFIS. Depois de algumas reuniões, a atual Coordenação do DEFIS detectou, então, a causa do problema das notificações em aberto: a falta de um fluxograma para as atividades do DEFIS e a necessidade da sua criação para que o trabalho tivesse resolutividade. “Faltava um procedimento normatizado de como trabalhar dentro da fiscalização, os agentes estavam cheios de dúvidas e angústias porque viam que seu trabalho acabava, muitas vezes, resultando em muito pouco – ou em nada”, explica Dr. Jeferson. Novo olhar, nova atitude O primeiro passo foi fazer um levantamento de todos os autos de notificação em aberto desde 2006 e a elaboração de um plano de ação para resolvê-los. Ao todo, havia mais de 700 autos em aberto. Em seguida, foram implantadas mudanças no esquema de trabalho interno e externo do departamento. Internamente, o trabalho foi normatizado, com a criação de um protocolo padrão de fiscalização e, também, de um fluxograma. Outra novidade é a cartilha da fiscalização, que se encontra em desenvolvimento, para que os agentes trabalhem sempre alinhados com os objetivos do departamento e da gestão, através de procedimentos padrão. Agora, os protocolos que chegam são todos controlados e registrados, para que seu encaminhamento seja acompanhado. Para isso, a Coordenação do DEFIS está contando com o trabalho da funcionária Juliana Cardoso. E, como o DEFIS é a espinha dorsal do CREFITO-5, foram feitos investimentos em melhorias: as viaturas dos fiscais serão equipadas com sistema de GPS e começaram as reuniões de treinamento e qualificação dos fiscais. Segundo os Coordenadores do DEFIS, outra grande mudança foi comportamental e diz respeito à autonomia dos agentes fiscais. “Todos são profissionais altamente capacitados, conhecedores das suas funções e das rotinas de fiscalização, entendem de legislação, sabem melhor do que ninguém sobre os problemas que enfrentam no seu dia a dia – queremos valori- Fiscalização Foto: Manuela Martini Colla Uma nova forma de trabalhar na Fiscalização 33 zar este capital intelectual dos fiscais, que têm trazido grande contribuição, tornando esta experiência de troca muito enriquecedora”, acrescenta Dr. Jeferson. O resultado? Os agentes fiscais sentem-se valorizados, com a autoestima mais elevada, justamente porque sabem qual será a finalização do seu trabalho. Dr. Henrique ressalta que é importante que os profissionais vejam as visitas dos fiscais como oportunidades de crescimento e melhorias. “É importante ressaltar que este novo método de trabalho prima pelos profissionais que estão atuando regularmente e terá dois eixos: o da fiscalização educativa e o da fiscalização punitiva”, ressalta Dr. Henrique. Ponto de equilíbrio Explica-se: a fiscalização educativa concede aos profissionais que estejam atuando com alguma irregularidade um prazo para que ele regularize a sua situação. Os agentes fiscais estão à disposição, mesmo depois do ato da fiscalização, para orientar estes profissionais sempre que tiverem dúvidas. A fiscalização punitiva entra justamente para equilibrar esta equação. Ela acontece quando um profissional já foi fiscalizado mais de uma vez, teve a chance de regularizar-se e não atendeu às solicitações e ao prazo. Então, nestes casos, ele é encaminhado para a Comissão de Ética do CREFITO-5, onde é aberto um processo Ético-Disciplinar para que tudo seja analisado cuidadosamente e as providências legais cabíveis sejam tomadas. Já existem vários processos abertos em regime de urgência, sen- do analisados pelos membros desta Comissão. Um dos problemas mais comuns é a inadimplência – casos com mais de três anos de dívida estão sendo encaminhados ao setor de Dívida Ativa da União, na Justiça Federal, podendo até mesmo gerar a cassação da licença destes profissionais irregulares. “O DEFIS mantém a sua linha de fiscalização educativa, porém, não vamos tolerar e nem sermos omissos com casos reincidentes e com irregularidades absurdas como estas, por respeito aos bons profissionais”, afirma Dr. Jeferson. As duas principais atividades da Coordenação, neste momento, são dar andamento a estas irregularidades e reestruturar o departamento. Já foi feito um planejamento de fiscalização para o segundo semestre de 2010 e as reuniões entre a Coordenação e os agentes fiscais serão mensais – inclusive com aqueles que atuam em nossas Seccionais de Santa Maria e Caxias do Sul. A nova Coordenação do DEFIS reforça o pedido para que todos os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais conheçam e leiam seu livro de Legislação. Ali, encontram-se os deveres e os direitos de quem trabalha nesta área numa linguagem simples. É importante que as pessoas percam o ‘medo’ de ler Resoluções importantíssimas, como o Código de Ética que rege as profissões. “Além disso, as pessoas devem entender a visita do agente fiscal como algo positivo, é função do nosso Conselho valorizar os bons profissionais, orientá-los. É bom para os serviços que eles prestam e para a sociedade em geral”, esclarece Dr. Jeferson. O melhor desta equação? Todos saem ganhando. Agenda de Cursos e Eventos Eventos II Encontro Nacional Sobre a CIF para Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais Data: 09 de outubro de 2010 Local: Hospital Santa Catarina (Avenida Paulista, 200 - São Paulo – SP) 16º Hospital Business Quando: De 19 a 21 de outubro Onde: Centro de Convenções SulAmérica (Av. Paulo de Frontin, 101- Cidade Nova – RJ) Informações e inscrições através do site www.hospitalbusiness.com.br Congresso Brasileiro de Fisioterapia Manipulativa e Musculoesquelética Quando: De 21 a 23 de outubro Onde: Hotel Sheraton – Curitiba (PR) Informações e inscrições através do site www.cobrafimm. com.br III Jornada Gaúcha de Acupuntura Quando: De 05 a 06 de novembro Onde: Hotel Coral Tower (Av. Protásio Alves - Porto Alegre, RS) Inscrições: através do site www.acupunturagafisa.com.br/ 1º Congresso Brasileiro de Fisioterapia Neurofuncional - Cobrafin Quando: 26 a 28 de novembro Onde: Petrópolis - Rio de Janeiro (RJ) Inscrições e informações www.cobrafin.com.br III Congresso Norte Nordeste de Fisioterapia Dermato-Funcional, II Expofisio e I Fórum sobre a Titulação de Especialista Quando: 18 a 20 de novembro Onde: Fortaleza-CE Informações através do site www.abrafidef.com.br Cursos Curso de RPG/RPM Quando: 1º seminário: 18 a 25 de outubro e 2º seminário: 18 a 25 de março de 2011 Informações através do site do Centro de Estudos e Qualidade de Vida www.vida-rs.com.br II Curso específico para tratamento de bebês – Conceito Bobath Quando: 03 a 20 de novembro Público: Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos e Terapeutas Ocupacionais Informações e inscrições através do site: www.ceneffi.com.br Faça a DIFERENÇA no FISIOTERAPEUTA, enquanto você cuida da saúde de seus pacientes, a Unicred Porto Alegre cuida da sua saúde financeira. MERCADO DE TRABALHO nossa cooperativa de crédito: oferecer produtos e serviços com atendimento personalizado para profissionais da saúde realizarem seus sonhos. Mais de 7.400 pessoas já conhecem as vantagens de ser dono desta instituição financeira. Agora, é sua vez de fazer parte da Unicred e contar com assessoria Fiscalização especializada para seus negócios, segurança para seu dinheiro e participação nos resultados. • Linhas de crédito desenvolvidas especialmente para profissionais como você • Investimentos • Cartão de crédito e cheque especial • Planos de saúde e odontológico Contate-nos para uma visita: (51) 3378.3500 Acupuntura (turma mensal e noturna) Fisioterapia Cardiorrespiratória Fisioterapia em Dermato Funcional Fisioterapia Osteopática Fisioterapia do Trabalho Fisioterapia em Neurologia Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia Fisiote Fisioterapia em Geriatria e Gerontologia Fisioterapia em Uroginecologia, Urologia e Saúde da Mulher Agenda Trazer economia e rentabilidade para os sócios. Esta é a razão de ser da www.unicred-poa.com.br 34 35
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