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Agronegócio
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15 de Outubro de 2015
MMA apresenta números do CAR na Câmara
Ambiental
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Com R$ 20 bi é possível cortar desmate legal pela metade, diz estudo
Em destaque
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Projeto de lei do Desmatamento Zero é entregue no Congresso
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Brasil estipula meta sobre Mudança do Clima
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Silvicultura de precisão: técnica eficaz para melhorar resultados
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Uso da terra será decisivo para redução de emissões
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Mudança de impacto
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Biodiversidade é chave na adaptação ao cenário
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Novas indústrias e alta produtividade impulsionam setor florestal
Empresas
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Empresas ganham força na definição de metas climáticas
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Eldorado investe para ampliar participação no mercado
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Grupos se preparam para consolidação
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Embraco cria unidade de negócios para reciclagem
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Brasil ajuda Stora Enso
DOCS - 1565328v1
Agronegócio
MMA apresenta números do CAR na Câmara
Base de dados já chega a 60,16% das áreas cadastráveis em apenas dois anos
O diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro (SBF), Raimundo Deusdará, apresentou, nesta
quinta-feira (15/10), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
Câmara dos Deputados, os números do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio
Ambiente. Em apenas dois anos já chega 60,16% da área total passível de cadastro no país.
Deusdará prestou informações em audiência pública que tratou da proposta de criação do
Cadastro Nacional de Imóveis Rurais. A Câmara defende a unificação dos dados do CAR com
o Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir) e Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) – o
primeiro vinculado à Receita Federal e o segundo ao Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra).
OITO ALEMANHAS
“Temos hoje 240 milhões de hectares de terra em nossa base de dados”, disse Deusdará.
“Isso significa oito Alemanhas”. Ele acentuou que a maior parte são de pequenas
propriedades e esse território se constitui em 50 milhões de hectares de vegetação nativa. As
áreas passíveis de cadastro chegam a 398 milhões de hectares.
Comparando-se os dados apresentados pelo diretor do SFB, 21% do total dos territórios
cadastrados são de remanescentes de vegetação nativa. Conforme os dados apresentados
por ele, referentes a setembro, essas áreas representam 71% do total das áreas federais
protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, por exemplo, que são 70
milhões de hectares.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
“O CAR é um instrumento robusto para a formulação de políticas públicas, mas o que nos
interessa é o que vai acontecer depois dele, pois o objetivo é a recuperação de áreas
degradadas e contribuir com o combate às mudanças climáticas”, acentuou Deusdará. Ele
ainda chamou a atenção para o fato de o CAR estar sendo construído principalmente com
informações fornecidas tanto por proprietários como posseiros de pequenos imóveis. Os
dados de setembro apresentaram um incremento de 2,44% em relação ao mês anterior – o
que significa acréscimo de 5,6 milhões de hectares e 241,8 mil imóveis.
DOCS - 1565328v1
A Região Norte, liderada pelo Acre, Amazonas, Roraima e Amapá, é a que possui maior
adesão ao CAR (77%), seguida pelas regiões Centro-Oeste (59%) e Sudeste (56%). O Sul,
que possui o menor índice, registra, até agora, cadastros de 25% de sua área.
O perfil dos imóveis cadastrados vem se mantendo: pequenos agricultores e agricultores
familiares já totalizam quase 90% de território cadastrado. Todos os cadastros realizados
passam por uma análise técnica, que visa validar as informações declaradas. A análise é de
responsabilidade dos estados e do Distrito Federal, que poderão contar com um módulo
eletrônico desenvolvido pelo SFB, com apoio da Universidade Federal de Lavras.
O QUE É O CAR
O Cadastro Ambiental Rural é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais,
com o objetivo de reunir informações ambientais sobre áreas de proteção permanente,
reservas legais, florestas, remanescentes de vegetação nativa, áreas de uso restrito e áreas
consolidadas das propriedades e posses rurais em todo o Brasil.
Foi criado pelo novo Código Florestal, Lei 12.651/2012, em seu artigo 29, no âmbito do
Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima), regulamentado pela
Instrução Normativa do MMA nº 2, de 5 de maio de 2014.
Fonte: MMA | 15.10
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Ambiental
Com R$ 20 bi é possível cortar desmate legal pela metade, diz estudo
Compra de cotas de reserva legal por pagamento por serviços ambientais evitaria a
emissão de 3,8 bilhões de toneladas de CO2
DOCS - 1565328v1
No caso da Amazônia, por exemplo, médios e grandes fazendeiros têm de manter 80% de
sua propriedade protegida
Com R$ 20 bilhões investidos em pagamentos por serviços ambientais seria possível reduzir o
desmatamento legal no Brasil pela metade até 2030 e ainda evitar a emissão de 3,8 bilhões
de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera.
Esse é o cálculo feito por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Minas
Gerais em estudo que tinha por objetivo avaliar as possibilidades do País de recuperar o que
já foi desmatado e reduzir, em propriedades particulares, a supressão de vegetação que é
autorizada por lei.
Os dados estão sendo apresentados para o governo federal como uma sugestão de ações que
poderiam ser tomadas para ajudar o Brasil a cumprir a meta apresentada pela presidente
Dilma no final de setembro, como contribuição para a Conferência do Clima de Paris, de
reduzir as emissões totais do País em 43% até 2030, com base nos níveis de 2005.
A equipe fez esse cálculo considerando um mecanismo chamado cota de reserva ambiental,
previsto no Código Florestal. Pela lei modificada em 2012, proprietários que têm excedente
de área protegida em suas terras (em formato de Reserva Legal) podem negociá-lo com
quem está devendo.
No caso da Amazônia, por exemplo, médios e grandes fazendeiros têm de manter 80% de
sua propriedade protegida. Se alguém mantém intocada uma área maior do que essa
porcentagem pode negociar com quem desmatou além do permitido e tem de, por lei, se
regularizar.
A expectativa é que esse mercado poderia ajudar a evitar novos desmatamentos legais, já
que, em vez de cortar a área que lhe é permitida, o proprietário com reserva excedente
poderia ser pago por um outro dono de terra para mantê-la em pé.
DOCS - 1565328v1
Para os pesquisadores liderados pelo cientista Britaldo Soares Filho, coordenador do Centro
de Sensoriamento Remoto da UFMG, esse mercado, porém, pode ter algumas limitações e
um mecanismo ainda mais eficiente seria negociar parte dessas terras pelo valor que elas
têm por conta dos serviços ambientais que prestam - adotando o chamado pagamento por
serviços ambientais.
Florestas, como já é muito bem documentado pela ciência, servem como protetoras de água,
da biodiversidade, evitam erosão. E absorvem carbono da atmosfera - além de que, mantidas
em pé, evitam a emissão do gás. Lembrando que foi justamente o desmatamento da
Amazônia que mais contribui para as emissões de gases de efeito estufa do Brasil.
De acordo com cálculos da equipe de Soares, 189 milhões de hectares (Mha) de florestas
brasileiras (em todos os biomas) estão distribuídos em propriedades privadas. Pelas regras
do Código Florestal, 92 Mha poderiam ser desmatados legalmente, liberando para atmosfera
21 gigatoneladas (Gt) de CO2-equivalente contidas na biomassa. Só para se ter uma ideia,
hoje o Brasil emite como um todo, por ano, cerca de 1,60 Gt.
Quebra-cabeça. Soares explica que descontadas desses 92 Mha áreas que têm potencial
agrícola alto - e muito provavelmente vão ser usadas para esse fim (sendo, assim,
desmatadas) - e somadas outras porções de floresta presentes em pequenas propriedades
(nesse caso não precisa ser excedente, eles podem negociar a própria Reserva Legal como as
tais cotas), há uma oferta potencial de 119 Mha em todo o País.
Soares lembra que algumas iniciativas isoladas já foram adotadas no Brasil de pagamento
por serviços ambientais, mas sem continuidade. Em Minas, por exemplo, produtores que têm
terra perto de nascentes receberam uma verba para proteger a mata no entorno dos corpos
da água, mas o programa só durou dois anos.
"Nós defendemos que esse mercado das cotas de reserva ambiental sejam usadas também
para programas de pagamento por serviços ambientais. Uma concessionária de água ou um
programa de conservação de recursos hídricos poderiam, por exemplo, mapear quem tem
essas cotas em cabeceiras de rio e comprar esse título", explica Soares.
Para ele, a sustentabilidade do projeto se daria por projetos de longo prazo. "O ideal seria
que o interessado compre o título à vista por 30 anos e coloque o dinheiro em um fundo
fiduciário, que libere o valor em formato de anuidades para o proprietário", diz.
Pelo levantamento que o grupo fez de valor da terra em diferentes biomas e contextos
econômicos pelo País, o pagamento por serviços propriedades seria vantajoso para áreas de
baixo potencial de utilização para a agricultura.
Soares sugere também que o mecanismo seja usado com verbas de compensação ambiental.
"A hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, poderia aplicar parte do seu recurso
DOCS - 1565328v1
compensatório que é de até R$ 5 bilhões para a compra de cotas nas cabeceiras do rio Xingu,
o que garantiria a água para a própria geração de energia", sugere o pesquisador.
Limitações. O estudo da UFMG aponta que se o mercado de cotas de reserva ambiental não
for muito limitado, pode sofrer com uma sobre-oferta de títulos, o que inviabilizaria sua
efetividade.
O Código Florestal prevê que a cota de reserva legal de uma propriedade pode ser vendida
para a compensação do déficit de Reserva Legal de outra, desde que tenha equivalência em
área e esteja situada no mesmo bioma e, de preferência, no mesmo Estado.
O problema é que isso abre uma possibilidade para que o comércio seja feito com outros
Estados, e é aí que mora o perigo, de acordo com Britaldo Soares Filho.
Pelos cálculos do pesquisador há um passivo ambiental em todo o Brasil de 24 milhões de
hectares (19 milhões de Reserva Legal e 5 milhões de área de preservação permanente em
propriedades privadas que foram desmatados ilegalmente). Alguns estudos usados pelo
governo federal falam em metade disso.
Seja como for, a distribuição de oferta e demanda é desequilibrada. Segundo o levantamento
da equipe de Soares, as maiores demandas estão em São Paulo e no Mato Grosso, já a
oferta, muito maior, se encontra em outros Estados, especialmente no Amazonas.
"A cota foi desenvolvida para baratear a compensação da reserva legal. Em vez de alguém
que tem passivo restaurar a vegetação, o que é caro, compra cota de outro. Mas se todo
mundo que tem oferta inundar o mercado com títulos, o valor da cota vai ficar barato demais,
e aí não vai compensar. Por isso, para funcionar, tem de ser muito restrito, dentro do mesmo
Estado", diz.
Fonte: Estadão | 15.10
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Em destaque
Projeto de lei do Desmatamento Zero é entregue no Congresso
É a primeira vez que a sociedade leva à casa uma proposta de lei pelo fim do
desmatamento nas florestas do País.
DOCS - 1565328v1
Brasil precisa parar de enxergar suas florestas como um empecilho ao desenvolvimento.
Crianças, homens e mulheres, árvores, bichos e plantas tomaram o Salão Verde do
Congresso Nacional para dar um recado claro: chega de derrubar nossas florestas. Chega de
comprometer nosso futuro! Assim, representando o que o Brasil tem de melhor, o
Greenpeace, voluntários e parceiros entregaram à Casa Legislativa o Projeto de Lei pelo
Desmatamento Zero.
O momento histórico é resultado da mobilização de mais de 1,4 milhões de brasileiros que,
desde 2012, vem coletando assinaturas, para levar o projeto ao Congresso Nacional. O ato de
entrega da proposta, que proíbe o corte de florestas nativas no Brasil e contou com a
presença de representantes de entidades religiosas e movimentos sociais, além de
personalidades como os atores Caio Blat, Jorge Pontual, Paulo Vilhena, Maria Paula, a pintora
e cantora Luísa Matsushida (Lovefoxxx) e da funkeira Valesca Popozuda.
"Verdadeiramente acredito que podemos criar um futuro melhor para nossos filhos e para as
gerações futuras protegendo os maiores bens do planeta Terra. Se cada um fizer a sua parte,
construiremos esse futuro juntos", defende Letícia Spiller, atriz e embaixadora do Greenpeace
pelo Desmatamento Zero.
Para marcar o momento, ativistas do Greenpeace realizaram uma intervenção artística no
Salão Verde do Congresso, com a montagem de um mural de 2,16 de altura por 6,71 de
comprimento, formada por mais de 6 mil fotos enviadas pelas pessoas que colaboraram com
a campanha, com a mensagem “Desmatamento Zero já!”.
“São milhares de brasileiros dizendo que não toleram mais o desmatamento. Entregamos
este projeto ao Congresso e está na hora deles refletirem o desejo da população. Temos
espaço para nos desenvolver sem derrubar nossas florestas”, diz Cristiane Mazzetti, da
campanha Amazônia do Greenpeace. “A democracia se faz com a garantia de acesso aos
recursos naturais à todos, destas e das futuras gerações. Por isso, acabar com a destruição
de nossas florestas é essencial”, afirma.
“Assinei a petição em 2012 e confesso que tinha certa ansiedade de vê-la concluída.
Certamente este será um passo importante para o objetivo de zerar o desmatamento no
DOCS - 1565328v1
Brasil e aí começar um novo projeto de desenvolvimento para o país, que não seja
fundamentado na destruição ambiental. É um grande momento para nós da Amazônia, para a
sociedade brasileira e eu diria que para o mundo todo”, disse o senador João Capiberibe
(PSB/AP).
Recentemente, algumas das maiores ONGs do Brasil publicaram em conjunto um manifesto
em favor do Desmatamento Zero, considerado pelo grupo como “necessário e factível”. A
destruição das florestas, somada às mudanças climáticas, pode provocar secas prolongadas
em diferentes regiões do Brasil e reduzir a produção agrícola brasileira, gerando um grande
impacto econômico e social. Já em 2020 a produção agrícola poderá sofrer um prejuízo anual
na ordem de R$ 7,4 bilhões, como consequência da redução de chuvas em diferentes regiões.
A escassez afeta também a geração de energia hidroelétrica e compromete o abastecimento
de água e a qualidade de vida para milhões de pessoas que vivem nas grandes cidades.
“Este projeto reabre uma discussão importante aqui dentro, para que possamos confrontar
aqueles que não tem noção dos direitos difusos da sociedade e até dos seus próprios
benefícios, como os ruralistas, que também saem perdendo com o desmatamento, já que a
destruição florestal prejudica o regime de chuvas”, aponta o deputado José Sarney Filho,
(PV/MA), líder da Frente Parlamentar Ambientalista. “Espero que o projeto possa mobilizar e
sensibilizar o Congresso Nacional. É um momento importante para que possamos continuar
pressionando, não apenas por pequenas mudanças e costuras de apêndices, mas pensar em
uma mudança profunda”, afirma Dom Guilherme Antônio Werlang, da CNBB.
A entrega do projeto marca um importante momento na luta para salvar as florestas, mas
apenas com apoio de todos os setores da sociedade conseguiremos levá-lo adiante. O Brasil
precisa parar de enxergar suas florestas como um empecilho ao desenvolvimento e passar a
encará-las como essenciais para o futuro do país e da estabilidade do clima mundial. Todos
juntos para que o Desmatamento Zero vire realidade no Brasil.
Fonte: Painel Florestal | 09.10
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Brasil estipula meta sobre Mudança do Clima
Emprego
de
novos
padrões
tecnológicos
modernização e no fortalecimento da indústria.
DOCS - 1565328v1
no
setor
produtivo
resultará
na
Intenções brasileiras são ambiciosas e refletem ações condizentes.
O governo brasileiro anunciou recentemente sua posição quanto ao novo Acordo sobre
Mudança do Clima a ser adotado no âmbito da Conferência das Partes (COP21) da
Convenção-Quadro das Nações Unidas, em Paris. Com esta iniciativa, o País alinhou-se às
137 nações que, dentro do prazo, apresentaram suas propostas, assumindo compromisso de
agir efetivamente para combater o aquecimento global.
As intenções brasileiras são ambiciosas e refletem ações condizentes com os desafios de
construir uma economia de baixo carbono inclusiva e pautada pelo desenvolvimento
sustentável.
A adoção de meta absoluta de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), 37%
até 2025 e 43% até 2030, com referência aos níveis de 2005, e a retomada do papel das
fontes renováveis, 45% em 2030, tratando-se de eólica, biomassa e solar na matriz
energética – além da hidroeletricidade –, denotam compromisso com o futuro e coloca o País
em posição de destaque no cenário internacional.
O emprego de novos padrões tecnológicos no setor produtivo, adotando-se políticas públicas
de incentivo à eficiência energética e às tecnologias limpas, resultará na modernização e no
fortalecimento da indústria.
A FIESP, trabalhando de maneira construtiva e dialogando com a sociedade, apoia as ações
que redundem no aumento da produtividade e da competitividade da indústria, engajando-se
aos esforços que levem ao desenvolvimento de uma economia de baixo carbono,
resguardando-se
as
capacidades
setoriais,
em
consonância
com
os
Objetivos
de
Desenvolvimento Sustentável recém-aprovados pelas Nações Unidas.
Fonte: Painel Florestal | 09.10
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DOCS - 1565328v1
Silvicultura de precisão: técnica eficaz para melhorar resultados
Planejamento é essencial para empresas que pretendem investir neste tipo de
tecnologia
A Fibria utiliza a silvicultura de precisão em suas florestas
Investir em novas tecnologias para ter uma floresta mais uniforme, minimizando os custos e
maximizando os resultados obtidos. Esses foram os principais pontos abordados pelo
engenheiro florestal e gerente de Desenvolvimento Florestal da Fibria, Marcos Wichert,
durante o 5º Congresso Florestal Paranaense, realizado em Curitiba (PR).
O especialista apresentou exemplos de como a silvicultura de precisão pode ajudar a
conquistar melhores ganhos através da geração de dados, que vão desde a seleção no viveiro
até o volume de produtividade por árvore. Entre os principais sistemas – semelhante ao que
ocorre na agricultura de precisão – as máquinas são equipadas com sensores que emitem
dados georreferenciados que ajudam na melhoria dos desempenhos. “Na agricultura, por
exemplo, é possível obter 5% de redução dos custos na otimização de combustível e
manutenção das máquinas”, comenta.
Segundo Wichert, antes dos investimentos é preciso ter em mente o que se pretende atingir
e quais as necessidades de informação. Também saber da temporalidade, pois o sistema
pode gerar informações em tempo real ou com intervalo. “Ter um centro de controle
operacional que funcione 24 horas pode ser importante quando se quer uma resposta rápida.
Mas o investimento não se aplica para quem precisa de níveis de visualizações diferentes”,
relata.
Em outros países, a silvicultura de precisão já é largamente utilizada, mas no Brasil os altos
investimentos e as dificuldades de comunicação ainda são entraves. “No Brasil, ainda temos
dificuldades com sistemas de GPRS (tecnologia de transferência de dados entre celulares) e a
própria linguagem, que não é padrão nos equipamentos”, diz.
Fibria
DOCS - 1565328v1
Operando com quatro fábricas nos Estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas
Gerais com capacidade de 5,3 milhões de toneladas de celulose de mercado ano, a Fibria
adota a silvicultura de precisão em diversos processos com adaptações e pacotes tecnológicos
diferenciados para cada realidade. O gerente de Desenvolvimento Florestal da empresa citou
alguns exemplos do emprego dessas tecnologias, entre elas, programas de fertilização – que
já resultaram em 17% de redução na adubação por talhão -, piloto automático para a
construção de estradas e utilização de RPA para o monitoramento florestal. Mas, apesar dos
avanços, Marcos Wichert diz que o ideal para o país é “acabar com as adaptações, e ter uma
padronização nas atividades, porque elas ainda mascaram muitos resultados”.
Congresso
O 5º Congresso Florestal é uma promoção da Associação Paranaense de Empresas de Base
Florestal (Apre), Embrapa Florestas, Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef),
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC-PR). O evento conta, ainda, com o patrocínio ouro da Itaipu Binacional e do
Instituto de Florestas do Paraná; patrocínio prata da Arborgen e Klabin; patrocínio do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), Remasa e Tree Trading; apoio de
Florestal Alvorada e Dinagro; além do apoio institucional da Curitiba Convention & Visitors
Bureau e Sistema Fiep.
Para mais informações sobre o evento: www.congressoflorestalpr.com.br/
Fonte: Painel Florestal | 09.10
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Uso da terra será decisivo para redução de emissões
Em meio às negociações climáticas e ao movimento em torno dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), a agenda socioambiental das Nações Unidas para os
próximos 15 anos, a aproximação entre agropecuária e produção florestal desponta como
nova fronteira da economia global. Mudanças produtivas e geração de negócios unindo os
interesses dessas duas atividades, tradicionalmente antagônicas na disputa pelo uso da terra,
já mobiliza grandes investidores e recursos de organismos internacionais - tendência que
ocupou o centro das atenções no XIV Congresso Mundial de Florestas, realizado em
setembro, em Durban, África do Sul.
DOCS - 1565328v1
Um dos executivos brasileiros lá presentes, Roberto Waack, liderança brasileira do setor e
presidente do conselho administrativo da Amata, revela que o tom global mudou: "Antes se
falava de florestas 'ou' agricultura, mas agora florestas 'e' agricultura". Para o executivo, o
conceito de 'uso da terra' é a bola da vez como principal frente para se reduzir emissões de
carbono, com menor custo em relação a outras alternativas, como a substituição de fontes
fósseis de energia.
Em Durban, mais de 4 mil participantes de 142 países anunciaram o propósito de "capitalizar
a larga faixa de benefícios econômicos, sociais e ambientais decorrentes dessa integração",
conforme explícito no documento final do encontro. O cerne da questão é a necessidade de
diminuir gases do efeito estufa e ao mesmo tempo dobrar a produção de alimentos para uma
população que deverá atingir 9 bilhões de habitantes em 2050.
Segundo Waack, o assunto não demorará para chegar à Organização Mundial do Comércio:
as externalidades negativas da agricultura, ou seja, os custos dos impactos pagos por toda a
sociedade, tendem a ser contabilizados nas relações comerciais. Nesse contexto, as florestas
ganham destaque pelo poder de capturar carbono da atmosfera e estocá-lo.
Cresce o reconhecimento das florestas como prestadoras de serviços ambientais importantes,
a exemplo do controle de erosão, proteção de recursos hídricos e regulação do clima. Novas
frentes da inovação abrem o leque de aplicações das fibras como fonte de energia renovável,
biomateriais e insumos para a química verde, o que potencializa a contribuição climática das
florestas, inclusive as consorciadas com a agricultura na lógica da economia de baixo
carbono. A demanda por produtos florestais aumenta junto com essa tendência: "As
empresas mais tradicionais do setor lideram esse processo, atentas às demandas de
consumidores finais e elementos reputacionais", ressalta Waack.
Estudos confirmam que as previsões de oferta só poderão ser atingidas com intensificação
das plantações, maior eficiência e adoção de sistemas de manejo sustentável. A área de
plantio florestal produtivo deverá aumentar dos atuais 50 milhões de hectares para 90
milhões em 2050.
De acordo com a FAO, as florestas mundiais valem US$ 150 bilhões por ano, a contar
somente pelas árvores. Considerando a transformação em subprodutos pela indústria, o valor
pula para US$ 660 bilhões. No rastro dos cifrões está a crescente participação da indústria
financeira. O Timber Investment Management Organization (Timo), ícone do setor, atingiu
US$ 120 bilhões de investimentos, principalmente nas florestas temperadas e boreais. No
Brasil, o valor está na ordem de R$ 8 bilhões. "O país pode se destacar no mercado se aplicar
na floresta nativa o mesmo esforço de inovação direcionado ao eucalipto há cinco décadas",
sugere Waack, também liderança da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
DOCS - 1565328v1
Fonte: Valor | 13.10
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Mudança de impacto
O mundo vive um momento decisivo que marcará o modo de enfrentar os principais dilemas
ambientais e sociais nas próximas décadas, com reflexos nos negócios. Os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em setembro pelas Nações Unidas com metas
para 2030, e os resultados da conferência de Paris sobre clima, que em dezembro poderá
chegar a um novo acordo global com compromissos para a redução de emissões de carbono a
partir de 2020, desenham um cenário de riscos - porque exigirá rupturas de padrões
produtivos já estabelecidos - mas também de oportunidades.
"Temos que mudar a regra do jogo econômico e incorporar soluções inovadoras em maior
escala para sermos competitivos e contribuir com o desafio de limitar o aquecimento no nível
seguro dos 2º C", afirma Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para
Desenvolvimento Sustentável (Cebds).
Os rumos da nova agenda inspiraram os debates do congresso "Sustentável 2015", realizado
pelo Cebds em parceria com o Valor, na quinta-feira, em São Paulo. "Saímos da era da
sensibilização e entramos na urgência da ação", ressalta Marina.
"A cultura da abundância cede lugar à cultura da eficiência."
Durante o seminário, que teve como tema central "O futuro é agora", palestrantes de
empresas, governo, academia e organizações não governamentais analisaram quais os novos
sinais indicadores do caminho para um mundo mais equitativo, com menor impacto aos
recursos vitais à produção e o bem-estar. Os esforços globais mudaram de patamar, após os
resultados alcançados pela iniciativa anterior da ONU, a dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM), criados na virada do século com metas para 2015 focadas nas questões
sociais e nos países pobres e em desenvolvimento.
Houve avanços: a mortalidade de crianças menores de cinco anos caiu pela metade e mais
1,9 bilhão de habitantes passou a ter água potável, desde 1990. Agora chega a pauta dos
ODS, com a novidade de ter em seus 17 pontos também os aspectos econômicos e
ambientais, além dos sociais, e valer para países pobres e ricos.
"As novas metas precisam ser traduzidas para o mundo dos negócios para que sejam
possíveis investimentos nas oportunidades que se abrem e o tema chegue à sociedade para
que as transformações contagiem um universo maior", explica Marina. Para ela, o processo
de mudanças exige "ambição, ímpeto e impacto".
DOCS - 1565328v1
Com esse objetivo, o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o Global
Reporting Initiative (GRI) e o The Global Compact, lançaram um guia com indicadores para as
empresas se engajarem, planejarem ações e medirem o desempenho nos diferentes objetivos
globais - do fim da pobreza à produção e consumo sustentáveis. Soma-se a isso a
expectativa em torno do acordo climático e das soluções de negócio que devem ser
incentivadas a partir de compromissos assumidos por todos os países - e não apenas pelos
desenvolvidos, como no Protocolo de Quioto, que não teve o êxito esperado na redução de
emissões.
Segundo Marina, as certezas científicas e o desenvolvimento de métodos confiáveis de medir
carbono, nos últimos anos, permitem agora planos empresariais mais ambiciosos. Para as
negociações em Paris, o Brasil foi o único país em desenvolvimento a apresentar metas
absolutas de redução de gases do efeito estufa - 37% em 2025 em relação a 2005, com
indicativo de 43% até 2030. "Mas o governo precisará criar condições propícias para que as
empresas se desenvolvam nesse caminho", diz Marina. As dificuldades econômicas do país
induzem mudanças positivas: "Na atual situação, não podemos fazer o mesmo de sempre".
Incorporar o custo de impactos ambientais aos preços de produtos e serviços é uma
tendência que cresce no mundo. "O tempo de agir é agora e as empresas têm oportunidade
única de escalonar soluções a partir negociações do clima e Paris", enfatizou Peter White,
diretor de operações do WBCSD, durante o seminário.
Na Low Carbon Technology Partnerships Initiative, lançada em nível internacional, a
instituição mapeou nove áreas mais promissoras em inovação, como energias renováveis,
cimento, florestas e agricultura de baixo carbono, onde o Brasil, segundo White, pode ter
destaque.
"É preciso alinhar as metas individuais das companhias às globais para se multiplicar ganhos
à sociedade", acrescenta Ana Carolina Szklo, gerente de projetos e conteúdo do Cebds. "Não
buscamos ser reconhecidos, mas fazer parte da solução", afirma Claudia Lorenzo, vicepresidente de relações corporativas da Coca-Cola Brasil, também presente ao encontro. O
debate sobre as relações entre economia e limites do planeta é antigo. "Mas pela primeira vez
na história, com os ODS, a agenda do desenvolvimento deixa de brigar com a ambiental",
analisa José Eli da Veiga, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de
São Paulo.
"Precisamos garantir o real engajamento das organizações de agora em diante, pois muitas
acham que basta se encaixar na nova agenda sem mudar nada", adverte Marcelo Martinez,
coordenador-geral de desenvolvimento sustentável do Ministério das Relações Exteriores.
Além desse desafio, diz ele, a ONU iniciará no próximo ano a construção de indicadores para
medir as metas globalmente, o que significará mais um complexo processo de negociação
porque as realidades nacionais são diferentes. O Brasil será representado pelo Instituto
DOCS - 1565328v1
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que iniciou a elaboração dos indicadores
nacionais.
Fonte: Valor | 13.10
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Biodiversidade é chave na adaptação ao cenário
O que tempos atrás parecia uma ameaça distante é hoje uma realidade comprovada pela
ciência com efeitos na economia: a combinação entre desmatamento, queimadas, mudança
do clima global e fenômenos meteorológicos periódicos, como o El Niño, está minando as
condições biológicas e empobrecendo a Floresta Amazônica, que se torna mais vulnerável a
incêndios e apresenta áreas de difícil recuperação natural, com tendência de se transformar
em cerrado de matas ralas e improdutivas. A solução contra a degradação estaria em criar
novas reservas ecológicas em lugares estratégicos, proteger melhor as existentes, além do
incentivo a métodos menos agressivos de uso da terra.
A conclusão é de diferentes estudos científicos recém-concluídos pelo Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia (Ipam), envolvendo instituições nacionais e internacionais. Um deles,
conduzido em parceria com o Woods Hole Research Center (WHRC), dos EUA, revelou que
60% da floresta em terras indígenas da região já sofrem anomalias graves, imperceptíveis às
imagens de satélite - resultado que agora está sendo confirmado por uma nova pesquisa em
que índios são orientados a utilizar um aplicativo de celular para registrar árvores mortas
encontradas nos caminhos.
A mesma degradação ocorre em 50% dos parques nacionais e reservas ecológicas do
Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) que foram objeto do estudo, sendo o déficit
hídrico o maior problema.
Na bacia do rio Xingu há registro de aumento médio de 4º C a 5º C em dez anos, devido a
impactos regionais, o que exige adaptação dos agricultores contra perda de produção. "Com
o clima amazônico mais seco, a evaporação das árvores não está sendo compensada na
floresta por meio das chuvas", explica Paulo Moutinho, pesquisador do Ipam, ao enfatizar que
"o distúrbio afeta até áreas de conservação mantidas intactas".
Um dos experimentos mediu a perda de flores e frutos em parcelas de floresta submetidas à
baixa umidade. Outro verificou em condições controladas o que acontece com as árvores do
entorno de cultivos agrícolas após sucessivas queimadas em áreas experimentais de 100
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hectares: "Depois de seis anos, a floresta foi invadida por capim e a diversidade biológica
caiu drasticamente".
Em setembro, devido à estiagem mais intensa, o número de focos de incêndio detectados por
satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi 30% superior à média para o
mês desde 1998. Nos anos mais graves, os incêndios acidentais na Amazônia consomem até
9,3% do PIB da região, ou algo em torno de US$ 5 bilhões, segundo estudo do Ipam em
parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O cálculo considerou o custo
de pastos e cercas destruídas, madeira desperdiçada, dióxido de carbono lançado na
atmosfera e internações por doenças respiratórias.
Os sistemas de unidades de conservação da Amazônia contribuem com a dinâmica do clima
regional e nacional e são estratégicos também para atividades produtivas e qualidade de vida
no Centro-Sul. "Proteger florestas deve ser visto como investimento econômico e considerar a
dimensão do aquecimento global é chave para a continuidade desses benefícios", afirma
Moutinho, conferencista do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CEBUC),
realizado pela Fundação Grupo Boticário, em Curitiba.
O papel da biodiversidade na adaptação às mudanças climáticas foi tema de destaque: "Não
há tempo a perder; se a interação entre desmatamento e clima mais seco continuar será um
grande risco".
Fonte: Valor | 13.10
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Novas indústrias e alta produtividade impulsionam setor florestal
Consumo de madeira, que atualmente está em 51 milhões de metros cúbicos, cresce
7% ao ano no Paraná.
O Estado tem 1,4 milhão de hectares de florestas plantadas.
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Dono de umas das florestas mais competitivas do mundo, o Paraná vem dando novo impulso
à atividade florestal, embalado pelos novos investimentos industriais e a alta produtividade
no plantio de pinus e eucalipto. Além de grandes projetos das indústrias de madeira, papel e
celulose, as cooperativas agropecuárias começam a apostar nesse segmento.
“O setor de papel e celulose, que está crescendo e vive momento favorável com os bons
preços internacionais, e as cooperativas, que usam a madeira na secagem de grãos e geração
de biomassa, devem puxar a produção florestal no curto prazo”, diz o secretário da
Agricultura do Abastecimento, Norberto Ortigara.
O consumo de madeira, que atualmente está em 51 milhões de metros cúbicos, cresce 7% ao
ano no Estado. Apesar de ser o maior produtor de pinus e o quarto maior de eucalipto do
País, a produção florestal do Paraná ainda é insuficiente para atender a demanda. “Para fazer
frente a esse ritmo, o Paraná precisará ampliar a área em pelo menos 500 mil hectares e
alcançar 2 milhões de hectares nos próximos anos”, afirma Amauri Ferreira Pinto,
coordenador estadual de Produção Florestal da Emater.
O Paraná tem 1,4 milhão de hectares de florestas plantadas, de acordo com a Emater – 51%
estão nas mãos de produtores rurais. “Há quinze anos, 60% das florestas eram de grandes
empresas. A situação se inverteu e os produtores dominam esse cultivo no Paraná, com um
grande alcance social”, diz.
De acordo com Norberto Ortigara, o cultivo florestal deve crescer principalmente na pequena
e média propriedade. De acordo com ele, uma reunião agendada para 27 de outubro deve
definir, juntamente com o secretario do Planejamento, Silvio Barros, e do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos, Ricardo Soavinski, a ampliação do apoio à atividade florestal no Estado,
com recuperação de áreas degradadas e aproveitamento racional na madeira.
No último ciclo de produção, a Emater prestou assistência técnica e capacitou cerca de 61 mil
produtores florestais, que vêm apostando na integração entre a agropecuária e a floresta. A
silvicultura gera, por ano, um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de R$ 4 bilhões e
tem efeito multiplicador nos pequenos municípios do Estado. A cadeia florestal envolve 700
empresas, que empregam diretamente 32 mil pessoas, de acordo com dados do Instituto de
Florestas do Paraná, ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
A maior parte da área plantada concentra-se nas regiões de Ponta Grossa, com 393 mil
hectares plantados, e de Curitiba, incluindo os municípios do Vale do Ribeira e da Região Sul,
com 200 mil hectares plantados.
Do total da área plantada, cerca de 20% são áreas de 1 a 5 hectares, administradas por
pequenos produtores. “A expansão do setor se dará em pequenas áreas”, diz o engenheiro
agrônomo Flavio Augusto Ferreira do Nascimento, do Instituto de Florestas do Paraná.
De acordo com o mapeamento realizado pelo Instituto, o Paraná tem uma área menor do que
a computada pela Emater, com 1,065 milhão de hectares plantados, sendo 340 mil hectares
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de eucalipto e 653 mil hectares de pinus. O número da Emater inclui também pequenas
propriedades.
A atividade florestal já compete, em geração de renda, com grandes culturas, como a soja.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), no ano passado, o Valor Bruto da
Produção (VBP) por hectare plantado com pinus e eucalipto no Paraná foi de R$ 3.600. Na
mesma área, o VBP da soja por hectare foi de R$ 3.502,00. “O plantio de pinus e eucalipto,
embora de ciclos longos de produção, garantem uma renda muito próxima da soja, mas com
área quatro vezes menor”, diz Rosiane Dorneles, engenheira florestal do Instituto de
Florestas do Paraná. A soja ocupa 24% da área total do Estado, enquanto, as florestas
cobrem 5,4%. O investimento para iniciar a atividade é de R$ 6 mil por hectare.
A madeira proveniente desses reflorestamentos é usada pelas indústrias para fabricação de
pasta mecânica, celulose, madeira serrada, chapas e móveis. Além disso, as cooperativas
agropecuárias aproveitam a madeira para produção de biomassa e energia para secagem de
grãos, para alimentação de caldeiras e frigoríficos.
Com o crescimento da demanda, os preços estão atraentes para o produtor, de acordo com
Amauri Ferreira Pinto, coordenador estadual de Produção Florestal da Emater. “Os preços
pagos pela madeira estão em torno de US$ 20 por tonelada colocada no patio da empresa. A
tendência é que os preços subam com o crescimento da procura, se equiparando aos preços
internacionais. No exterior, o preço pago chega a US$ 40 por tonelada”, diz.
Cooperativas agropecuárias querem dobrar área florestal
Com foco na geração de energia a partir da madeira, as cooperativas agropecuárias, que há
alguns anos se concentravam na produção e no processamento de grãos e carne, agora
investem também em ativos florestais. O objetivo é aproveitar a madeira para ganhos de
eficiência energética na secagem de grãos e nas caldeiras.
Segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), as cooperativas paranaenses
já têm 16 mil hectares de florestas plantadas no Estado e precisam ampliar para pelo menos
35 mil hectares nos próximos anos para atingir a autossuficiência energética.
“As cooperativas sempre compraram madeira no mercado, mas investir em florestas passou a
ser importante para evitar a falta do produto e a grande oscilação de preços. A questão da
geração de energia é estratégica atualmente e a produção florestal deve ganhar espaço”, diz
Silvio Krinski, engenheiro agrônomo da Gerência Técnica e Econômica da Ocepar.
A cooperativa Agrária, de Guarapuava, no Centro-Sul do Estado, já tem 4,5 mil hectares
próprios plantados com eucalipto, que atende 70% da demanda por biomassa da cooperativa.
A estimativa é ampliar para algo próximo de 7 mil hectares até 2022, de acordo com o
engenheiro florestal Claudinei Lopes, coordenador da unidade florestal. “Esse aumento
contempla os projetos de expansão da cooperativa nos próximos anos e também os
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investimentos em produtividade”, diz. A Agrária vem testando 25 clones de eucalipto, com
foco na ampliação do rendimento, que já é acima da média do Estado, com 50 metros
cúbicos por hectare/ano.
A Castrolanda, de Castro, nos Campos Gerais, quer expandir sua área florestal por meio de
fomento. A cooperativa tem 1,5 mil hectares de reflorestamento de eucalipto, dos quais 200
hectares por meio de fomento.
Atualmente 25 produtores atuam no ramo, com assistência técnica e garantia de compra por
parte da cooperativa, de acordo com Gilvan Plodowski, engenheiro florestal da cooperativa.
“A área de florestas se transformou em uma unidade de negócios própria, que hoje tem
metas, balanço financeiro e tem que apresentar resultados”. O objetivo é chegar a uma área
próxima de 2 mil hectares.
“A expectativa é que a floresta ocupe áreas degradadas, como forma de diversificação do
pequeno produtor, fazendo integração com a lavoura e a pecuária”, acrescenta Krinski, da
Ocepar.
O início da operação, no próximo ano, da fábrica de celulose da Klabin em Ortigueira, nos
Campos Gerais, gera expectativa entre produtores da Cooperativa dos Silvicultores dos
Campos Gerais (Copergera), criada em 2014. Com 26 cooperados – a maioria fomentados da
Klabin – a Copergera pretende vender no mercado subprodutos que não interessam à
fabricante papel e celulose.
Do total de florestas plantadas da Klabin, 107 mil hectares garantirão o abastecimento de
madeira da nova fábrica, sem imediata necessidade de ampliação, de acordo com a empresa.
O pinus ocupa cerca de 60% da área e o eucalipto os 40% restantes.
A fábrica de celulose da Klabin, que vai produzir 1,5 milhão de toneladas por ano, vai
absorver entre 4,5 milhões e 5 milhões de toneladas de madeira, principalmente fina, de
acordo com Marcos Geraldo Speltz, presidente da cooperativa.
A ideia da Copergera é vender outros tipos de madeira também para as indústrias de paineis
e as próprias cooperativas, de acordo com Speltz. Atualmente a Copergera tem 5 mil
hectares plantados – 58% de eucalipto e 42% de pinus.
Paraná está no topo da produtividade do setor
As florestas do Paraná estão entre as mais competitivas do mundo, graças a investimentos
em pesquisa e melhoramento genético. O rendimento por hectare do pinus pode chegar a 50
metros cúbicos por hectare/ano, e, no caso do eucalipto, a 65 metros cúbicos por
hectare/ano. “Nos Estados Unidos e no Chile, por exemplo, a produtividade é bem menor, de
15 a 20 metros cúbicos por ano”, lembra o diretor executivo da Associação Paranaense de
Reflorestadores (Apre), Carlos Mendes.
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A vantagem competitiva do Paraná está nos investimentos intensivos em pesquisas para
aprimorar o manejo florestal. Por meio dele, é possível gerar madeira com melhor
aproveitamento, destinada a vários setores – da energia até a laminação de madeira.
Os materiais genéticos obtidos por meio de melhoramento de espécies cultivadas também
dão origem a árvores com maior taxa de crescimento e resistência a pragas e à geada e mais
qualidade de fibras. Com o crescimento do setor, a expectativa é que o volume de mudas
geradas passe de 75 milhões para 115 milhões entre 2016 e 2018.
Câmbio favorável contribui para recuperação da indústria
Depois de um período de baixa, a indústria da madeira processada do Paraná dá sinais de
recuperação, puxada pelo mercado externo. O dólar favorável ainda tem efeito tímido para as
exportações, mas gera expectativa de tempos melhores para o setor, segundo a Associação
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) .
O Paraná é o maior produtor e exportador de compensado de pinus do País. O produto é
usado principalmente na construção civil. Com a crise mundial e a retração da economia
norte-americana, as exportações para os Estados Unidos, que respondiam por mais da
metade das compras, despencaram.
Agora, com a retomada do mercado de construção civil americano, as vendas começam a
reagir. O movimento ajuda a compensar, em parte, a desaceleração do mercado interno. De
janeiro a agosto, o Paraná exportou 914,7 mil metros cúbicos de compensado de pinus, 13%
mais do que no mesmo período do ano passado. Desse total, os EUA responderam por 15%,
de acordo com levantamento da Abimci.
Segundo Paulo Roberto Pupo, superintendente da entidade, as vendas estão melhores, mas
ainda não é momento para euforia. “Trata-se de uma recuperação gradativa do setor. O dólar
ainda oscila muito, o que tem gerado impacto também na formação de preços, com os
importadores pedindo descontos”, diz.
Fonte: Painel Florestal | 15.10
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Empresas
Empresas ganham força na definição de metas climáticas
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A dois meses da conferência climática das Nações Unidas em Paris, a COP21, especialistas em
desenvolvimento sustentável avaliam que as empresas têm, hoje, protagonismo bem maior
do que em acordos anteriores da ONU para definir e entregar metas rumo a uma economia
de baixo carbono. A discussão sobre o papel do setor privado nessa transição foi feita no "7º
Congresso Internacional Sustentável 2015: O futuro é agora", realizado ontem pelo Conselho
Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em parceria com o Valor.
Para Peter White, diretor do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês), o Brasil assumiu papel de liderança nesse
processo, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou que o país tem como meta reduzir a
emissão de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, em relação com
2005. "Isso é muito para uma economia emergente", disse White, para quem as empresas
podem desempenhar papel importante na COP 21.
Uma vez estabelecido o acordo climático, afirmou o diretor, as companhias brasileiras terão
oportunidade de trabalhar para atingir os objetivos globais de redução de emissões de CO2.
No passado, lembrou, as conferências eram fechadas ao setor privado. Ele também comentou
que, ao contrário do que ocorreu na definição dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM), estabelecidos pela ONU em 2000, as empresas estão mais envolvidas na
implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados há duas
semanas.
Embora reconheça que o Brasil tem potencial para liderar os países em desenvolvimento no
combate ao desmatamento, o presidente da coalizão internacional "We Mean Business", Nigel
Topping, avaliou que a meta brasileira de zerar o desflorestamento ilegal até 2030 "não é um
objetivo muito ousado". Além disso, o país se comprometeu a restaurar e reflorestar 12
milhões de hectares e restaurar, adicionalmente, 15 milhões de hectares em pastagens
degradadas.
Os outros compromissos assumidos pelo Brasil foram elogiados por Topping. "Vocês podem
guiar as nações subdesenvolvidas no aspecto ambiental, porque suas metas são mais
ousadas do que a deles", afirmou.
José Eli da Veiga, professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da USP, avaliou que
um dos principais desafios para que os ODS sejam implementados é o educacional. Um dos
pontos mais importantes do documento, disse Veiga, aponta que, até 2030, todos os alunos
precisam ter conhecimento e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento
sustentável. Hoje em dia, porém, é comum estudantes de ensino médio no Brasil não
conseguirem relacionar os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade.
"Existe uma certa ignorância sobre esse processo todo", disse. Um exemplo que o deixou
chocado foi a ausência, na Base Nacional Comum Curricular que deve nortear o ensino
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básico, da expressão "desenvolvimento sustentável". "Fiquei com a sensação de que a
expressão foi censurada do documento."
Representando o governo, Marcelo Martinez, segundo-secretário do Ministério das Relações
Exteriores e membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), avaliou que o Brasil
terá inúmeros desafios para o acompanhamento dos ODS, que contemplam 17 grandes
objetivos e 169 metas.
No plano global, comentou, ainda é preciso garantir que os indicadores a serem usados para
mensurar o progresso das metas "não tentem reinterpretar o acordo" e, no cenário
doméstico, "há lacunas impressionantes" na disponibilidade de dados. Para acompanhar o
ODS de biodiversidade marinha, por exemplo, não há informações específicas, disse.
Fonte: Valor | 09.10
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Eldorado investe para ampliar participação no mercado
Investimento na ampliação da unidade em Três Lagoas (MS) chegará a R$ 8 bilhões
Fábrica da Eldorado Brasil em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul
Inaugurada há cerca de três anos, a Eldorado Brasil está com um projeto audacioso de
ampliar a produção de papel e celulose e alcançar a terceira posição no mercado. Para isso,
está investindo R$ 8 bilhões na ampliação da unidade em Três Lagoas (MS) e já caminha
para atingir 4 milhões de toneladas/ano. Atualmente, a empresa é considerada uma das mais
modernas do segmento e trabalha para conquistar a autossuficiência energética.
De acordo com o coordenador da área de Projetos e Planejamento Operacional da Eldorado
Brasil, Jozébio Esteves Gomes, que participou do 5º Congresso Florestal Paranaense, em
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Curitiba (PR), boa parte desses resultados que a empresa vem obtendo é fruto “da quebra de
paradigmas e da maneira ousada de administrar”. Segundo ele, a empresa conta com 30%
de áreas próprias e 70% arrendadas. No entanto, para continuar atrativa e dentro das metas
de crescimento, não descarta a possibilidade de compra de madeira disponível no mercado.
A escolha da região sul mato-grossense para a instalação da unidade, afirma Gomes, se deu
por diversos fatores. Entre eles, precipitação pluviométrica favorável, zoneamento ecológico e
disponibilidade de área. “Hoje, a área florestal ocupa apenas 1% do espaço territorial”, diz o
coordenador. No entanto, existem pontos desfavoráveis que ainda precisam sem balizados,
como a falta de mão de obra e de material genético, definição de política de preços e
estradas.
Tecnologias
Para suportar a operação, a Eldorado está utilizando e desenvolvendo tecnologias. Uma delas
é o emprego de VANT (veículo aéreo não tripulado) para ações como o monitoramento de
colheita e floresta, e acompanhamento de áreas degradadas, experimentos e contagem de
falhas. A empresa também tem investido fortemente na mecanização como opções para o
plantio, o controle de formigas, a adubação e a irrigação. Congresso
O 5º Congresso Florestal é uma promoção da Associação Paranaense de Empresas de Base
Florestal (Apre), Embrapa Florestas, Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef),
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC-PR). O evento conta, ainda, com o patrocínio ouro da Itaipu Binacional e do
Instituto de Florestas do Paraná; patrocínio prata da Arborgen e Klabin; patrocínio do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), Remasa e Tree Trading; apoio de
Florestal Alvorada e Dinagro; além do apoio institucional da Curitiba Convention & Visitors
Bureau e Sistema Fiep.
Para mais informações www.congressoflorestalpr.com.br/
Fonte: Painel Florestal | 09.10
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Grupos se preparam para consolidação
A consolidação da indústria de celulose e papel no Brasil é de grande interesse dos maiores
players dessa indústria. Por isso, e bancos de investimento estão atentos a essa tendência,
buscando montar operações. Para não ser engolida, a Eldorado Brasil Celulose, da família
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Batista Sobrinho, que também é dona do JBS, há algum tempo começou a se mexer. Seus
movimentos, porém, esbarram nas pretensões dos grupos tradicionais nesse setor. As
grandes companhias do setor - Fibria e Suzano - querem liderar a onda, e não ser
consolidadas.
Para um alto executivo do setor, o retorno do tema à mídia agora parece ter sido motivado
justamente por alguma instituição financeira interessada em intermediar um negócio
bilionário na indústria - que deve sair em algum momento, porém sem uma previsão de data
à vista.
O combustível para as especulações foi adicionado, desta vez, pela revista "Exame", que na
quarta-feira informou que a J&F Investimentos, holding da família Batista que controla a
Eldorado, estava em negociações com a Votorantim Industrial (VID) para comprar uma fatia
da concorrente Fibria. Já teria até contratado o Credit Suisse para assessorá-la na operação.
A J&F negou ontem pela manhã e a VID não comentou o assunto. Mas ninguém ousa afirmar
categoricamente que não há interesse dos grupos envolvidos em uma potencial combinação
de ativos.
Para o BofA, uma união entre Fibria e Suzano poderia ter um ganho de até R$ 9
bilhões com a geração de sinergias
Neste momento, Fibria e Eldorado, que seria incorporada pela fabricante dos Ermírio de
Moraes e BNDESPar, em troca da entrada da família Batista no capital da companhia, estão
avançando cada uma com um projeto de expansão em Três Lagoas (MS). A Fibria vai investir
R$ 7,7 bilhões para instalar a segunda linha de produção e já teria garantido a contratação de
recursos do BNDES, tradicional financiador e acionista do setor, apurou o Valor.
A Eldorado, por sua vez, ainda está trabalhando na estrutura do financiamento para o projeto
de R$ 8 bilhões, com possível chegada de um novo sócio, mas estaria encontrando
dificuldades para chegar ao valor pretendido. Como parte desses esforços, a J&F teria
contratado justamente o Credit Suisse, no início deste ano, para levantar até US$ 5 bilhões
com fundos soberanos árabes e asiáticos, que serão destinados a uma operação de
"capitalização da Eldorado, abertura de uma rede de varejo de carnes e novas aquisições".
Até pouco tempo atrás, havia grande expectativa de que os planos de crescimento pudessem
ser precedidos de uma combinação de ativos. Desde 2010, quando houve uma tentativa de
conversa entre a Votorantim, que controla a Fibria junto com BNDESPar, e a família Batista,
circulam rumores sobre supostas tratativas entre os acionistas.
Em março deste ano, um novo modelo potencial de consolidação surgiu no mercado. Em
relatório, o Bank of America Merrill Lynch escreveu que os produtores nacionais de celulose
estavam chegando mais perto de tomar uma decisão sobre potenciais movimentos de
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consolidação e uma combinação de ativos da Fibria, maior do mundo de fibra de eucalipto, e
da Suzano, vice-líder, nesse segmento, parecia ser a mais "lógica".
Segundo os analistas Thiago Lofiego, Karel Luketic e Betina Roxo, essa combinação criaria
valor significativo para os acionistas, geraria sinergias, melhoraria a governança e criaria uma
grande líder de mercado. Pelos cálculos do BofA, as sinergias poderiam somar de R$ 7 bilhões
a R$ 9 bilhões. Peça fundamental para que essa operação fosse adiante, conforme os
analistas, seria garantir que os acionistas controladores tivessem participação final
semelhante na nova empresa.
Em novo relatório ontem, os mesmos analistas lembraram que a compra da Fibria pela J&F
poderia custar caro aos Batista, apesar das sinergias potenciais de R$ 4,3 bilhões. Para o
BofA, é improvável que a VID queira vender apenas uma fatia da Fibria - a tendência seria a
de vender toda a sua participação, o que embutiria prêmio de controle.
Além disso, tanto o BNDES quanto a VID têm direitos de tag along, que exercidos
disparariam uma oferta pública de aquisição (OPA) pelas ações em circulação da Fibria. O
valor de mercado da empresa é de R$ 30 bilhões.
Conforme os analistas, no caso de uma fusão, não está clara qual seria a solução para o
controle da "nova" companhia.
Soma-se a isso o fato de a Fibria ter de incorporar o pesado (e caro) endividamento da
Eldorado, o que poderia comprometer seus indicadores de alavancagem. A empresa de
celulose dos Batista ainda não gerou lucro da atividade desde que entrou em operação em
dezembro de 2013.
Segundo fontes próximas da Votorantim, a notícia envolvendo a J&F/Eldorado não faz
sentido. E que não há desejo de sair desse negócio, no qual entrou desde o fim dos anos 80 e
promoveu processos de consolidação no setor (incorporou a Aracruz). Ao mesmo tempo,
lembram que não tem necessidade de vender ativos para reduzir endividamento.
A desvalorização do real transformou os produtores de celulose - praticamente toda
exportada - em máquinas de geração de caixa, o que dá fôlego financeiro para eventuais
movimentos de compra ou combinação de ativos.
No acordo de acionistas com BNDESPar, renovado no ano passado por mais cinco anos, tem a
garantia do controle da Fibria. Além disso, há regras fixadas de saída para os dois sócios, as
quais envolvem uma série de proteções em caso de decisões unilaterais.
Fonte: Valor | 09.10
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DOCS - 1565328v1
Embraco cria unidade de negócios para reciclagem
Fabricante
de
compressores
viu
na
Política
Nacional
de
Resíduos
Sólidos
oportunidade de ampliar e diversificar receita com alternativa sustentável
A equipe brasileira da fabricante de compressores Embraco desenvolveu uma unidade de
negócios que une sustentabilidade e rentabilidade. Criado há pouco mais de um ano, o
Nat.Genius já reciclou cerca de 800 mil compressores e seu modelo pode ganhar escala
global.
"O Nat.Genius é um unidade de negócios incubada dentro da Embraco, mas nada impede que
se torne uma unidade independente, na medida em que cresça o suficiente para isso", afirma
o gerente do Nat.Genius, Luiz Berezowski. Atualmente, a unidade mira a reciclagem dentro
do conceito de logística reversa, que prevê a correta destinação dos resíduos sólidos gerados
pela indústria de transformação.
Ele conta que a proposta de ter uma linha de negócios voltada para sustentabilidade surgiu
há cerca de dois anos, quando a Embraco reformulou sua equipe de novos negócios. "Com a
mudança, a companhia buscava avaliar melhor suas possíveis oportunidades de trazer fontes
novas de receita", releva o executivo ao DCI.
Depois de mapear as principais tendências em estratégias de negócios e avaliar a estrutura
disponível no Brasil para incubar uma nova unidade, o Nat.Genius foi criado. "Uma das
principais tendências que apareceram nessa pesquisa foi o conceito de sustentabilidade como
parte do negócio e a proposta de economia circular veio como alternativa interessante para
atender a isso."
Potencial
No início da operação, a Embraco optou pelo segmento de refrigeração, no qual já é
referência. Mas a empresa não descarta a possibilidade de ampliar a oferta dos serviços de
reciclagem para outros setores da indústria, como a cadeia de eletroeletrônicos, nos quais o
gerente do Nat.Genius vê possibilidade de explorar novas oportunidades.
"Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010, obriga as empresas a criarem
um mecanismo de logística reversa para algumas famílias de produtos, temos um mercado
potencial bem grande", comenta Berezowski. O executivo destaca ainda que essa política foi
um fator determinante para tirar o projeto de reciclagem do papel.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tem como principais objetivos prevenir e
reduzir a geração de resíduos e uma das propostas é o aumento da reciclagem e reutilização
de resíduos sólidos, quando o produto resultante do processo pode ser reaproveitado e tem
valor econômico.
A criação da nova unidade de negócios já rendeu à Embraco reconhecimento internacional,
conta ele. No ano passado, o Nat.Genius entrou para a lista de empresas que promovem
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iniciativas de economia circular, elaborada pela Ellen Macarthur Foundation, referência global
no assunto.
Viabilidade
O executivo não revela a rentabilidade da nova unidade de negócios, mas garante que, em 12
meses de operação, o Nat.Genius é financeiramente sustentável. "O que eu posso dizer é que
o resultado financeiro tem sido bem interessante", diz. No atual formato, a unidade funciona
com duas operações, uma destinada a reciclagem de compressores e outra voltada a
eletrodomésticos, ambas sediadas em Joinville, cidade a 176 quilômetros da capital de Santa
Catarina, Florianópolis. Ao todo, o Nat.Genius emprega 100 pessoas.
"Estamos trabalhando em todo o Brasil com a nossa capacidade atual, mas ela pode ser
ampliada nos próximos anos", ressalta. Como a distância de algumas regiões do País eleva o
custo logístico das operações de reciclagem, a empresa tem atuado principalmente nos
estados das regiões Sul e Sudeste com a unidade de negócios.
O executivo lembra que o fato dessas regiões terem uma concentração maior de
refrigeradores acaba contribuindo para que esses estados representem a maior parte dos
negócios de reaproveitamento de materiais do Nat.Genius.
Fonte: DCI | 13.10
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Brasil ajuda Stora Enso
A fabricante sueco-finlandesa de papel e celulose Stora Enso informou que seu resultado
operacional (Ebit) no terceiro trimestre alcançou cerca de € 246 milhões, 17% acima dos €
210 milhões apurados em igual intervalo de 2014 e melhor do que os € 207 milhões
esperados anteriormente pelo comando da companhia. Conforme a Stora, esse desempenho
foi alcançado graças à performance positiva da divisão de Biomateriais, que tem sede no
Brasil e compreende os ativos de produção de celulose bem como as florestas da empresa
europeia. O resultado nessa divisão foi "impulsionado pela desvalorização do real e pelo
melhor desempenho operacional nas fábricas de celulose Nordic e Montes del Plata ",
informou em comunicado. No Brasil, a companhia europeia é sócia da Fibria na produtora de
celulose Veracel, instalada no sul da Bahia.
Fonte: Valor | 13.10
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