Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 342 – março 2015

Transcrição

Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 342 – março 2015
Foto: Marques Valentim
DECIF 2014
Liga alerta para
o que ficou por fazer
Páginas 16 e 17
de 2015
E dição : 342
A no : XXXII
1,25€
D irector : R ui R ama da S ilva
Espírito de equipa testado ao limite
Página 9
Reunião
Reunião com
com presidente
presidente da
da AR
AR
Foto: Luís Saraiva
Foto: Marques Valentim
Março Apoio incondicional aos Bombeiros
Página 4
2
MARÇO 2015
sabido que, reiteradamente, no “ranking” das
actividades mais stressantes e também mais reconhecidas pela opinião pública o
primeiro lugar é sempre dos
bombeiros. Dirão alguns que
esse pódio se tornou rotineiro
e já nem é notícia. Ao contrário, o presidente da LBP tem-se repetidamente referido ao
tema em diversos momentos,
nomeadamente em actos públicos. Apesar de que possa
parecer um tema recorrente,
na verdade não é, dado que
ainda não surtiu os efeitos
nem o impacto desejados. E,
daí a importância de o repetir
até à exaustão, saudando o
presidente da LBP pela insistência nessa mensagem. Água
mole em pedra dura tanto dá
até que fura será, porventura,
o ditado popular que aqui melhor se aplica.
A simpatia e o respeito que
a actividade stressante dos
bombeiros suscitam deverão
significar mais. Julgamos nós.
O “Chicago Fire” é uma série
televisiva
norte-americana,
agora retomada com novos
episódios. A série procura integrar o dia a dia de um quartel
de bombeiros nas vidas de
cada um dos elementos ali
destacados. Apesar de algumas semelhanças que se possam apontar com a nossa realidade, em abono da verdade,
retrata uma organização em
muitos aspectos diferente dos
bombeiros portugueses a somar aos aspectos menos técnicos e mais emotivos, até
passionais, a que uma série
deste tipo obriga. Mas, mesmo
tendo em conta as eventuais
insuficiências ou incorrecções
da série certo é que tem impacto, suscita um enorme interesse entre os bombeiros e
em muitos outros telespecta-
Foto: Marques Valentim
dores cumprindo a missão de
entretenimento mas também
de sensibilização para a causa
e para a função social do bombeiro.
Na RTP os bombeiros portugueses também tiveram o seu
espaço chamado “Vida por
Vida”. E, como se passa com a
série norte-americana, ganhou
público certo, não só entre os
bombeiros, mas também em
muitos milhares de portugueses. E, até, apesar das tropelias da programação que volta
e meia lhe ditava mudança de
horário, mesmo assim, exemplarmente, foi conseguindo
LBP
JORNAL@LBP
Protocolo com hóteis MH
Há vontade mas…
falta disponibilidade
N
A
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai
estabelecer um protocolo com a cadeia de
hóteis “MH”, com sede em Peniche, para garantir melhores condições de utilização para
bombeiros e dirigentes de associações nas
cinco unidades que possuem naquela região.
A proposta de protocolo, aprovada na última reunião do conselho executivo, permite
usufruir de um desconto de 30 por cento sobre a tarifa de balcão em vigor para os bombeiros portugueses, dirigentes, cônjuges e filhos.
ASELF
“B
manter audiências regulares e
fidelizadas. Foi a própria RTP a
reconhecer esse fenómeno. A
par do facto de ter sido, sem
grande dúvida, um dos programa mais baratos com
aqueles características.
O programa tinha rosto,
uma equipa dedicada consti-
tuída pelo Miguel, pelo Jorge
Jerónimo e pelo Sérgio. E com
quem eu próprio tive o gosto
de colaborar.
Ciente da importância multifacetada do programa, a Liga
dos Bombeiros Portugueses
nunca se conformou com a decisão unilateral da RTP de não
renovar o contrato. E, seja directamente, seja no âmbito do
Conselho de Parceiros da RTP
2, foi sucessivamente manifestando o seu desagrado.
O presidente da LBP, persistentemente, tem feito contactos no sentido de se poder repor nos mesmos moldes ou
noutros um espaço televisivo
alusivo aos bombeiros. Essa
atitude traduz-se em constância e convicção na importância
de tal espaço, seja para os
próprios bombeiros, seja para
a população em geral.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
Primeiro número de “Bombers.cat”
ombers.cat” é a nova revista trimestral só disponível em formato eletrónico lançada recentemente pela Associação Espanhola de Luta Contra o Fogo (ASELF) sobre os bombeiros da
“Generalitat de Catalunya”.
A edição nº 1 inclui um conjunto diversificado de artigos que
suscitam natural interesse e demonstram o esforço feito para a
sua qualidade. Nesse conjunto de artigos são abordados temas
como, o novo regulamento dos bombeiros voluntários, as competências profissionais na seleção de pessoal, a intervenção subaquática, a fuga de gás natural no subsolo em Badalona ou, ainda,
a cooperação dos bombeiros catalão e de Andorra com a Colômbia.
O acesso à revista deverá ser feito por http://interior.gencat.cat/
ca/el department/publicacions/emergencies/revista Bombers.cat/
os últimos tempos, das impressões que vamos trocando com dirigentes e bombeiros, fica-nos a certeza que, em muitas zonas o nosso
País, falta voluntariado, afinal a matéria-prima indispensável para alicerçar o setor. Mesmo nas associações mais profissionalizadas este é
elemento preponderante, que confere alma, carisma, caracter e significado a estas instituições que na verdade nasceram da espontaneidade
do povo, do desejo de gente abnegada em servir o próximo.
O mundo mudou e o altruísmo
acabou por, de certa forma, acompanhar essa mutação. Os voluntários
de hoje, ao contrário dos seus antepassados, não estão tão talhados
para o sacrifício, conseguem separar
as águas, são na verdade mais pragmáticos, com que cumprindo a máxima “quem dá o que tem a mais não é obrigado”.
Na verdade não haverá uma crise de vocações, mas sim falta de disponibilidade para
assumir uma missão muito exigente.
Por outro lado, importa ressalvar, que compromissos profissionais, as responsabilidades
familiares ou a necessidade de procurar no
estrangeiro o sustento que Portugal deixou de
assegurar, são algumas das justificações para
o crescente número de “indisponíveis” que
engrossam fileiras nos quadros de reversa de
muitos corpos de bombeiros de norte a sul de
Portugal.
Quem por opção ou condição continua
“preso” à causa, garante que a falta de incen-
Foto: Marques Valentim
É
Ouvir e ver falar de bombeiros
tivos e pouco reconhecimento da carreira de
bombeiro voluntário são os grandes responsáveis pelas perturbações no setor.
Todos os que recusam ceder às adversidades, e se mantém fiéis ao lema “Vida por
Vida” acreditam que o futuro destas associações não está em causa, até porque haverá
sempre quem recuse declarar indisponibilidade ao socorro, como muitos dos que foram
forçados a despir a farda, logo que a vida lhes
permita, voltam a honra-la nos mais complexos teatros de operações.
Os bombeiros já enfrentaram e superaram
tantas adversidades… resta-lhes, pois, acreditar que vingará a lei da resiliência.
Sofia Ribeiro
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MARÇO 2015
A importância do Prémio Bombeiro de Mérito
Foto: Marques Valentim
N
este momento decorrem os trabalhos da
Comissão de Nomeação do Prémio Bombeiro de Mérito 2014 da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) cujos resultados irão permitir ao seu Júri Nacional eleger até final de Abril
próximo quais serão os contemplados.
Não se trata de cumprir uma mera rotina regulamentar do Prémio mas cuidar que este, em
função das muitas candidaturas sempre recebidas, cuja valia e mérito não ponho em causa,
mantenha a matriz com que foi criado e se mantém.
A lista dos eleitos com o Prémio é uma página
nobre da história dos bombeiros portugueses.
Em primeiro lugar, os bombeiros vencedores do
Prémio, com diferentes acções e circunstâncias,
mas que partilham, com base numa matriz rica
de aprendizagem e de conhecimentos comuns, a
determinação e a coragem de pugnar pela defesa dos seus semelhantes em actos que importa
assinalar como exemplo de cidadania e heroicidade.
Em segunda lugar surge o conjunto de menções honrosas através das quais os bombeiros
manifestam o reconhecimento e admiração por
autarquias, personalidades e entidades que de
forma muito incisiva e reiteradamente demonstraram para com eles atenção e apoios dignos de
registo e reconhecimento público. Falo das câmaras municipais com acção relevante no apoio
aos corpos de bombeiros. Falo dos dirigentes
com papel relevante no exercício de funções
executivas nas associações humanitárias de
bombeiros. Falo dos elementos dos quadros de
comando que se distinguem particularmente na
liderança do respectivo corpo de bombeiros. Falo
de personalidades empresariais ou empresas
também merecedoras de nota pelo apoio concedido aos bombeiros. Falo, por fim, de personalidades da sociedade portuguesa que no domínio
da sua intervenção, profissional ou institucional,
contribuem para a promoção, valorização e dignificação das estruturas dos bombeiros.
Todos eles são credores do nosso agradecimento. Que não regateamos sempre que se trata de, perante uma sociedade crescentemente
egoísta, demonstrar que há pessoas e entidades
que marcam a diferença pela positiva.
É isso que, mais uma vez, vamos fazer com a
atribuição das menções honrosas e do Prémio
Bombeiro de Mérito 2014. E não nos cansaremos
de o continuar a fazer, certos da importância de
divulgar e premiar as boas práticas dos próprios
bombeiros e de quem os sabe e quer ajudar.
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MARÇO 2015
LIGA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Foto: Marques Valentim
Assunção Esteves demonstra apoio incondicional
O
Conselho Executivo da
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reuniu-se no
passado dia 11 de março com
Assunção Esteve, a presidente
da Assembleia da República. O
encontro, que serviu para
apresentação de cumprimentos, após a re-eleição de Jai-
me Marta Soares à frente dos
destinos da Confederação, foi
aproveitado pela Liga para expor as principais preocupações do setor. “A Senhora Presidente foi de uma sensibilidade e disponibilidade inexcedíveis”, realçou Jaime Marta
Soares ao ‘BP’ à saída do en-
contro. A Liga alertou Assunção Esteves para a necessidade de reforçar os mecanismos
de “sustentabilidade” das associações e corpos de bombeiros, tendo obtido a parte da
presidente da Assembleia total empenho e promessas de
sensibilização dos diferentes
grupos parlamentares para
esta questão. A Liga traçou
ainda um conjunto de objetivos de médio e longo prazo,
no qual se incluem o fim das
taxas moderadoras, o futuro
Regime Jurídico dos assalariados das associações, o Cartão
Social do Bombeiro, o regres-
so da bonificação para tempo
de reforma e, finalmente, a
equiparação da LBP a IPSS e a
sua consagração como parceira social de direito. Sobre esta
última questão, Assunção Esteves terá demonstrado a sua
estranheza pelo facto da Liga
“ainda não ter assento” no
Conselho Económico e Social.
“Encontramos grande abertura em todas as questões apresentadas e saudamos o carinho com que a Senhora Presidente fala dos bombeiros portugueses”, concluiu Jaime
Marta Soares.
PC
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO
Liga disposta a negociar
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) tem pronta
uma matriz para um futuro
Acordo Coletivo de Trabalho, a
aplicar aos bombeiros assalariados no âmbito das negociações do futuro Regime Jurídico,
e está disponível para negociar
com os sindicatos. Esta mesma
posição foi transmitida, no passado dia 25 de março, ao parlamento, no decorrer da audição
da Liga na Comissão de Trabalho e Segurança Social. Na exposição feita pelo presidente
Jaime Marta Soares, a LBP deixou duras críticas à postura dos
sindicatos os quais acusa de estarem a “atacar” e a “infiltrar-se” nas associações para negociar Contratos de Empresa que
nem sempre beneficiam os
bombeiros e as próprias associações. “É muito preocupante
aquilo a que estamos a assistir.
Fotos: Jorge Ferreira
A
Os sindicatos estão a forçar as
associações detentoras de corpos de bombeiros, alargando a
sua linha de ação, quando muitas das vezes os bombeiros
acabam por ser prejudicados.
Somos os primeiros a defender
os direitos dos trabalhadores
mas há várias associações a colocarem em causa a sua própria
sustentabilidade nos acordos
que assinam. Tememos que a
curto prazo haja associações
que tenham de despedir e até
fechar portas”, sublinhou Jaime
Marta Soares que diz ter conhecimento de pelo mesmo 13 casos onde a entidade patronal
está a querer, sem sucesso, sair
do contrato de empresa porque
o acordo está a colocar em causa a sua própria existência.
Uma solução de “equilíbrio” foi
o que defendeu Jaime Marta
Soares lembrando a “especificidade” dos bombeiros e das associações a que pertencem, reforçando a disponibilidade da
Liga para negociar.
Para além do Regime Jurídico, a Liga abordou ainda perante os deputados várias das reivindicações que tem vindo a
fazer, apelando a que os grupos
parlamentares se unam neste
“esforço coletivo” para melhorar a vida de quem de forma
“quase gratuita” serve o país.
Destaque para o Cartão Social
do Bombeiro, a reconquista do
tempo de bonificação para efeitos de reforma, com uma taxa
de 15 por cento, o direito às taxas moderadoras para além dos
PORTALEGRE
A
Federação dos Bombeiros de
Portalegre tem novos órgãos sociais eleitos para o triénio 2015/2017
e empossados recentemente em cerimónia realizada nos Bombeiros
Voluntários de Marvão.
Os três órgãos continuam a ser liderados pelos mesmos dirigentes:
Adriano Capote (assembleia-geral),
Francisco Louro (direção) e Simão
Velez (conselho fiscal).
Para a assembleia-geral entram
os primeiro e segundo secretários,
Rui Conchinha e António Lourenço.
Na direção mantém-se o vice administrativo, Carlos Nogueiro, entra
Novos órgãos tomam posse
o vice operacional José Carlos Costa
Pinto, e mantèm-se também, o secretário António Medalhas, o tesoureiro Emílio Ribeiro e os vogais Alexandre Carvalho e José Marino Fernandes.
Para o conselho fiscal entram,
para secretário, Manuel Maria Santos e, como relator, Nuno Francisco
Costa.
Como suplentes entram, João Batista, Jorge Pereira e Joaquim Bruno. E como conselheiros nacionais
da LBP, além do presidente da direção, foram escolhidos Emílio Ribeiro
e João Batista.
cuidados de saúde primários, e
a consagração da Liga como
parceiro social.
Marta Soares começou por
lembrar aos deputados o papel
dos bombeiros na sociedade
portuguesa e no contexto nacional proteção e socorro. Na resposta PSD, CDS e PCP demostraram toda a disponibilidade
para debater junto de cada partido todas as questões abordadas, considerando-as na sua
maioria “mais do que legítimas”.
O CDS afirmou mesmo que pondera apresentar uma proposta
para que seja criado um grupo
de trabalho na Assembleia da
República, com o objetivo de
analisar um eventual regime legal que possa vir a enquadrar os
incentivos ao voluntariado nos
bombeiros. A Liga recebeu a
ideia com agrado.
PC
LBP
Reabertura
dos fardamentos
O
Departamento de Fardamentos
da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reabre no próximo dia
6 de abril com uma nova equipa,
concluída a etapa de remodelação
considerada fundamental para a
continuidade e melhoria daquele
serviço.
O Departamento de Fardamentos
da LBP encontra-se a funcionar nas
instalações da Escola Nacional de
Bombeiros, em Sintra.
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MARÇO 2015
CONSELHO NACIONAL REUNIDO EM PENICHE
Aprovado grupo de missão
para revisão dos estatutos
Reunido no passado dia 28 de março, nos
Bombeiros Voluntários de Peniche, o
Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP) aprovou o modelo de
constituição do Grupo de Missão com vista
à revisão dos Estatutos e do Regulamento
de Distinções Honoríficas da Liga dos
Bombeiros Portugueses, um processo que o
presidente espera ver concluído até ao
“final do ano”. Para além de outras
matérias em apreço, destaque para a
aprovação por unanimidade e aclamação da
entrega da Fénix de Honra ao ex ministro
da Administração Interna, Miguel Macedo.
Texto: Patrícia Cerdeira
Fotos: Marques Valentim
U
mento. Sobre esta matéria, a
Federação de Bombeiros do
Distrito de Lisboa apresentou
uma proposta própria a qual
previa um modelo diferente
para a constituição deste Grupo
de Missão. O dirigente Rui Silva
defendeu o documento evocando a “ausências” das federações
dos Açores e Madeira neste grupo, sublinhando ainda que os
agrupamentos não “garantem”
a distribuição equilibrada das
associações de bombeiros. Na
resposta, Jaime Marta Soares
fez ver que o modelo dos agrupamentos está “consolidado”,
defendendo que promovem o
“equilíbrio” necessário para a
discussão necessária. Sobre as
regiões autónomas, Marta Soares referiu que num momento
mais avançado dos trabalhos as
federações em causa “serão
chamadas” a pronunciar-se. A
federação de Lisboa acabou por
retirar a proposta e o documento apresentado pelo Conselho
Executivo acabou aprovado por
unanimidade.
O Conselho Nacional, o primeiro depois da reeleição da
atual equipa da Liga, aprovou
também por unanimidade a
composição da Comissão Social
do Fundo de Proteção Social do
Bombeiro. Para além do presidente da LBP, Jaime Marta Soares, e Adriano Capote, vice-presidente para a área financeira,
que integram a comissão por
inerência de funções, foram
ainda eleitos Teodósio Carrilho,
José Miranda, atual vice presi-
Fénix de Honra para Miguel Macedo
m dos momentos mais
marcantes deste encontro foi a aprovação por unanimidade e aclamação da
proposta do presidente da
Liga para a entrega da Fénix
de Honra ao ex-ministro da
Administração Interna, Miguel Macedo. “Não podemos
deixar de agradecer a um
homem que tanto fez na defesa dos direitos dos bombeiros e do voluntariado e
que estendeu a sua intervenção politica e pessoal a
outras áreas dos Governo sempre em prol dos
bombeiros. O Drº Miguel Macedo foi o melhor
Ministro da Administração Interna que os
bombeiros já tiveram e a gratidão está na
nossa natureza”, referiu Marta Soares que na
hora da votação da proposta ‘arrancou’ à plateia um unanimo aplauso. A maioria das federações fez questão de reiterar a concordância
Foto: Marques Valentim
A
proposta foi apresentada
pelo Conselho Executivo e
validada por unanimidade
pelos conselheiros nacionais,
após algum debate. Tal como
foi aprovado no 42º Congresso
Ordinário, realizado em Coimbra, no ano passado, a Liga vai
iniciar um processo de revisão
dos seus estatutos. O Grupo de
Missão será constituído pelo
presidente da Mesa dos Congressos, o qual terá voto de
qualidade, um vice-presidente
do Conselho Executivo, a indicar por este órgão, pelos presidentes dos conselhos Fiscal, Jurisdicional e do Conselho Superior Consultivo, pelo Provedor
dos Associados e, finalmente,
por cinco presidentes de federação, a eleger um por agrupa-
com esta homenagem sublinhando a “postura” e o “esfoço” de Miguel Macedo na melhoria
das condições de vida e de trabalho dos bombeiros.
Foi também aprovada a atribuição da Fénix
de Honra aos Bombeiros Voluntários de Soure,
de Valongo e aos Municipais da Figueira da
Foz.
dente da LBP, e José Manuel
Serra Bugalho, um ‘veterano’
em matéria de Fundo de Proteção Social do Bombeiro.
Os trabalhos do Conselho
Nacional começaram com a
discussão e aprovação do Relatório de Atividades e Contas da
LBP. O documento, votado e
aprovado por unanimidade, foi
defendido pelo presidente do
Conselho Executivo que sublinhou o “esforço” que a Liga
tem feito no “equilíbrio das
contas”, numa altura em que as
despesas do Fundo de Proteção
Social têm um “enorme peso”
na contabilidade mensal da
Confederação. “A Liga tem de
ter as suas prioridades. Em
tempos difíceis como estes que
estamos a viver, os recursos
que temos são geridos com um
único objetivo: responder às
necessidades dos nossos bombeiros pois é por eles que existimos”, ressalvou Marta Soares
que admitiu que a transferência de verbas para as federações “não está em dia”, apelan-
do à sensibilidade dos dirigentes sobre o atual momento financeiro.
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MARÇO 2015
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Os bombeiros e a ex-Defesa Civil do Território
Pesquisa/Texto:
Luís Miguel Baptista
A
antiga e, por vezes, estreita relação da ex-Defesa Civil do Território
(DCT) com as estruturas dos
bombeiros portugueses constitui um facto geralmente ignorado ou timidamente abordado,
justificando-se por isso que falemos nele com o possível desenvolvimento, a propósito da
celebração, em 1 de Março, do
Dia Internacional da Protecção
Civil.
Até 1974, a protecção civil
em Portugal viu-se configurada
na Defesa Civil do Território, estrutura institucionalizada durante a II Guerra Mundial, mais
precisamente a 2 de Abril de
1942, através do Decreto-Lei
n.º 31956.
Baseada em princípios de organização recolhidos na Inglaterra, concorreu para o efeito a
deslocação àquele país, por iniciativa governamental, de uma
delegação de elementos da
Cruz Vermelha Portuguesa.
Fortemente conotada ao regime político que vigorava naquela época foi incumbida de
“assegurar em tempo de guerra, ou de grave emergência em
tempo de paz, a protecção das
populações e do património público e privado”.
Por sua vez, coube à Legião
Portuguesa (LP), milícia oficial
do Estado Novo, criada em
1936, objectivada pela “formação patriótica de voluntários
destinada a organizar a resistência moral da Nação e cooperar na sua defesa contra os inimigos da Pátria e da ordem social”, a preparação e a execução
dos serviços da DCT, nomeadamente a implementação do plano nacional da Defesa Civil do
território.
Procurando habilitar Portugal
a fazer face ao risco de ataques
com bombas incendiárias e asfixiantes, quer durante a II Guerra Mundial, quer no período da
Guerra Fria, a Defesa Civil do
Território agiu na sensibilização
das populações para a defesa
passiva, realizando cursos de
primeiros socorros, cursos de
combate a incêndios e exercícios públicos, com recurso à colaboração dos bombeiros portugueses.
De igual modo foi responsável pela edição de manuais e de
outros suportes de informação
contendo medidas de autoprotecção.
Sob a dependência do Ministério da Defesa Nacional, chegou a dotar alguns corpos de
bombeiros de equipamento es-
pecífico, tal como capacetes e
máscaras anti-gás, com características semelhantes às das
peças apresentadas nas fotografias que publicamos, propriedade da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP) e à guarda
do Núcleo de História e Património Museológico.
As relações entre aquela organização e os bombeiros estabeleceram-se de modo regular.
É conhecida a frequente troca
de correspondência com os respectivos comandos, para efeitos de recolha de elementos estatísticos sobre recursos humanos e materiais, bem como envolvendo
orientações
de
natureza operacional aplicáveis
a exercícios.
Mas são também conhecidos
outros aspectos no âmbito das
mesmas relações. Representando uma situação que parece
ter sido excepção ao nível do
país, em 1957, os Bombeiros
Voluntários Lisbonenses (BVL)
receberam, por intermédio da
Defesa Civil do Território, um
moderno pronto-socorro com
agulhetas de nevoeiro, dotado
das mais avançadas técnicas de
combate a incêndios, a coberto
de um plano de equipamento
iniciado pelo então ministro da
Defesa Nacional, coronel Santos Costa, considerado como
sendo o “verdadeiro impulsionador da DCT”.
Refira-se, a título de curiosidade, que tal viatura, para além
do emblema dos BVL, aposto
em cada uma das portas da
frente, usava também, nas portas da cabine traseira, o emblema da Defesa Civil do Território,
constituído pela cruz da Ordem
de Avis aberta a verde, ao centro de uma circunferência de
cor branca, sendo esta envolta
pela sigla DCT, sob fundo vermelho. De resto, a cruz da Ordem de Avis servia de símbolo à
LP, em homenagem a D. João I,
mestre de Avis.
Outros factos que denotam a
importância do envolvimento
dos bombeiros portugueses, no
contexto da DCT, em matéria de
combate a incêndios e demais
vertentes do socorro, vêem-se
consubstanciados neste excerto
de um artigo assinado pelo tenente A. Norte da Silva, publicado no Boletim da LBP, na sua
edição de Maio/Junho de 1954:
“É preciso que todos, novos
ou velhos, homens ou mulheres
saibam como auxiliar os bombeiros e como lutar contra o
fogo enquanto eles não chegam
ou estão noutros locais.
É preciso que as Corporações
de Voluntários criem os seus
‘Cadetes’, jovens rapazinhos de
15 anos que vão andando pelos
quartéis e que, poucos anos depois, são competentes e valorosos Bombeiros.
É preciso que as Corporações
de Voluntários, à semelhança
do que se fez noutros países,
criem o seu Serviço Auxiliar Feminino, constituído por senhoras que prestem valiosos serviços nos telefones, nas rádio-comunicações, enfermagem, socorros, auxílio social e serviços
de apoio aos seus Bombeiros.”
Não menos curiosas são as
palavras do mesmo oficial,
igualmente publicadas no órgão
de informação da então co-denominada “Confederação de
Associações e Corporações de
Bombeiros”, num artigo intitulado: “Defesa Civil do Território:
Judiciosas
Considerações”.
Nele, o tenente Norte da Silva
faz uma interessante reflexão
sobre o papel dos bombeiros
voluntários, com especial enfoque na sua preparação, e deixa
subjacente o estatuto dos mesmos como braço armado da
DCT, o que aqui reproduzimos:
“É tão elevado o número de
bombeiros que uma moderna
cidade exige para a sua segurança, em caso de guerra, que
não é possível, – por muito dispendioso –, encarar a sua solução apenas com profissionais,
havendo por isso que acarinhar,
proteger e desenvolver as corporações de voluntários já existentes e provocar a organização
de novas corporações.
Às Câmaras Municipais, directamente interessadas no desenvolvimento e sobrevivência
das cidades, cabe amparar as
corporações, exigindo-lhes em
troca uma honesta preparação
para combate ao fogo.
Já lá vai o tempo em que as
corporações de Voluntários
eram avaliadas pelo polimento
das botas, alvura das luvas e
brilho dos capacetes.
Hoje, o coeficiente de eficiência de uma corporação avalia-se não só pelo material que
possui, mas também pelo nú-
mero de voluntários conhecendo a teoria do fogo, os modernos métodos do seu combate e
número de horas de treino
mensal.
Infelizmente, nem todos os
Comandantes querem compreender este problema e, alguns por comodismo ou ignorância, persistem em métodos,
– vistosos sim – mas tão ridículos como seria hoje um Exército
apetrechado no estilo das tropas do século passado. Outros,
pelo contrário, cônscios do papel de relevo que lhes caberá
em tempo de guerra, esforçam-se por trazer as suas corporações ao primeiro plano, treinando os seus homens dentro de
princípios que muito os dignificam.”
Ainda a respeito do assunto
reflectido pelo tenente Norte de
Silva – a preparação dos corpos
de bombeiros – recorde-se, em
nome do bom rigor histórico,
que o mesmo já havia merecido
semelhante tipo de considerações pela própria Liga dos Bombeiros Portugueses, algum tempo antes, através do comandante Álvaro Valente, seu destacado dirigente, que, um dia,
escreveu:
“Há quem suponha, dentro
da nossa classe, que tudo e
nada precisa aprender.
Há quem defenda o critério
de que o estudo da construção
civil é para arquitectos e engenheiros, o da electricidade para
os electricistas, o da química é
para os analistas, e assim por
diante, não sendo necessário ao
bombeiro mais do que a velha
teoria das velhas instruções.”
Visionário por natureza, o
comandante Álvaro Valente foi
autor de um trabalho de fundo
sobre a guerra química, muito
apreciado e divulgado na época, o qual, cremos bem, surtiu
vários efeitos de opinião sobre
a problemática em causa, extensível à assumida deficiência
de material para a prestação do
socorro em período de guerra.
Os meios que proviam os bom-
beiros eram rudimentares, limitando-se a protecção individual ao uso de máscaras anti-gás, equipamento, porém,
existente em reduzido número
e, como tal, não acessível, por
exemplo, a todos os elementos
do quadro activo de um corpo
de bombeiros.
Apesar das fragilidades,
consta que foram os bombeiros
portugueses, no país, os primeiros a tratar do assunto em
público, realizando, nesse âmbito, um simulacro de ataque
aéreo, com a colaboração da
Aviação Militar, ocorrido por
ocasião do V Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses
(Espinho – 1936).
Ao tempo, segundo os especialistas, era considerado necessário, nos socorros a prestar
às populações em casos de ataques aéreos, divididos entre o
combate a incêndios e o transporte de gaseados:
“(…) o uso da máscara; o uso
dos escafandros impermeáveis; a construção de abrigos,
maneira de os tornar estanques; desinfecção, etc; protecção dos alimentos da acção dos
tóxicos; a protecção dos animais; a instrução sumária a dar
ás donas de casa para, como
na Alemanha, poderem ter o
‘brevet’ de ‘Bombeiros do lar’,
etc.”
Também antes da institucionalização da Organização Nacional da Defesa Civil do Território, a LBP empenhou-se, junto do Ministério do Interior, no
sentido da realização de cursos
de defesa civil, visando os
bombeiros e as populações.
A DCT foi extinta aquando da
revolução de 25 de Abril de
1974, em simultâneo com a
dissolução da Legião Portuguesa, instituição paramilitar cujo
comandante geral acumulava,
por inerência, desde 1958, o
seu comando. Sucedeu-lhe o
Serviço Nacional de Protecção
Civil (SNPC), instituído através
do Decreto-Lei n.º 78/75, de
22 de Fevereiro.
A partir de então, diverso
material daquela organização
transitou para a posse de vários corpos de bombeiros, através da Comissão Instaladora
do SNPC, em consequência do
trabalho desenvolvido por comissões constituídas no seio da
Liga dos Bombeiros Portugueses, a primeira das quais
aquando do Congresso Extraordinário do Estoril (1975), designada por Comissão do Material da ex-Defesa Civil do Território.
Relata, contudo, a propósito,
o Boletim da Confederação, referente ao XXII Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses (Guarda – 1976): “Esta
Comissão que realizou um dos
trabalhos mais espinhosos e
delicados, encontrou variadíssimos obstáculos totalmente
alheios à vontade dos seus
membros e que muito dificultaram o desenvolvimento da sua
árdua missão. Conseguiram,
por vezes com sacrifícios pessoais que não poderemos deixar de apreciar, levar a cabo a
sua missão Apresentaram relatórios e documentação enviada
à CISNPS, entidade que atribuiu aos bombeiros o material
em causa.”
A finalizar, recordamos os
nomes dos membros que pertenceram às referidas Comissões Nacionais para os Assuntos do Material da Ex-Defesa
Civil do Território: 1975-1976
– comandante Carlos Alberto
Serra e Moura, comandante Armando Matos Fernandes, comandante Luiz Filipe Vidal de
Carvalho e comandante Carlos
Alfredo dos Santos; 1977-1978
– Manuel Manta, comandante
Henrique Lopes, dos BV de Colares, ajudante José Teixeira
Gonçalves, dos BV de Belas, e
ajudante Francisco José Rosa,
dos BV de Almoçageme.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/
nucleomuseologico
7
MARÇO 2015
DECIF 2015
BRAGANÇA
A
EPI chegam
com oito meses de atraso
Comunidade Intermunicipal (CIM) de Trás-os-Montes entregou, no passado dia 12 deste
mês, a 12 corporações de bombeiros do distrito
de Bragança os respetivos equipamentos de proteção individual.
O investimento de quase 175 mil euros permitiu dotar estas corporações de 408 fatos de proteção individual, 507 pares de bota, 349 capuzes
de proteção, 318 pares de luvas e 245 capacetes
florestais.
A outra metade do efetivo deverá ser equipada, antes do início da época de incêndios, pela
Autoridade Nacional de Proteção Civil, de acordo
com o protocolo celebrado entre o Ministério da
Administração Interna e os municípios. O presidente da CIM de Trás-os-Montes, Américo Pereira, explicou que o equipamento hoje distribuído
já devia ter sido entregue em julho de 2014, mas
o processo atrasou-se “por diversos fatores, nomeadamente recursos e providências cautelares
por parte das empresas que não ganharam o
concurso” para a aquisição do material. O custo
do investimento foi financiado pelo Fundo de
Coesão a 85 por cento, e os restantes 15 por cen-
to em partes iguais pela Autoridade Nacional da
Proteção Civil e pela CIM.
O presidente da Federação Distrital de Bombeiros, Diamantino Lopes, não tem dúvidas de que
com esta medida se está “a contribuir para um
aumento da proteção” dos homens e mulheres
que combatem as chamas no terreno.
O dirigente afirmou que “algumas perdas poderiam ter sido evitadas, nos acidentes que houve num passado muito recente no distrito de Bragança e pelo país, se os bombeiros estivessem
bem equipados”. O presidente da federação sublinhou ainda que a próxima época de fogos “será
enfrentada com um novo equipamento que obedece a uma circular que determinava quais eram
as condições técnicas que o equipamento deveria
ter, garantindo dessa forma uma maior resistência ao fogo”.
À espera de equipamentos continuam a as corporações de Freixo de Espada à Cinta, Torre de
Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, que pertencem a outra comunidade intermunicipal a qual
tem em curso um processo semelhante para
aquisição dos mesmos equipamentos.
CASA NOBRE DA CIDADANIA
F
Homenagem a amigo dos bombeiros
ernando Ribeiro é um emigrante português residente
na Suíça que se tem distinguido
há muito pelo apoio prestado a
inúmeras associações de bombeiros nacionais. Esse apoio
traduz-se na canalização para
os bombeiros de muito equipamento usado dos bombeiros
suíço obtido diretamente com
esforço e muito empenho pessoal por Fernando Ribeiro.
A “Nobre Casa da Cidadania” entendeu também pres-
tar-lhe homenagem com a
atribuição do título de “Cidadão Nobre”. A entrega do galardão ocorreu no passado dia
21 de março numa cerimónia
realizada em Lisboa, no Pavilhão das Galeotas do Museu da
Marinha.
Fernando Ribeiro encontrava-se acompanhado do presidente da direção e do comandante dos Voluntários de Amarante, uma das associações a
quem tem garantido apoios.
Idêntico galardão foi atribuído ao bombeiro dos Voluntários de Famalicão, Hélder Pereira, ferido no ano transato
quando combatia um incêndio
num apartamento acompanhado dos seus colegas dos
Famalicenses, Pedro Pimenta e
Paulo Couto.
Os outros homenageados
foram, Augusto Neves de Sousa, Domingos Silva, Maria do
Céu da Conceição e Maria Gabriel Sousa.
Foto: Fernando Veludo/LUSA
Foto: Mensageiro de Bragança
2234 ECIN na Fase Charlie
A
Fase Charlie do Dispositivo
Especial de Combate a Incêndios 2015 (DECIF) conta
com 9721 combatentes, distribuídos por 2234 equipas de
combate, as ECIN. No apoio
aéreo repete-se o dispositivo
do ano passado. Vão estar a
operar 49 aeronaves, 41 helicópteros entre ligeiros, médios
e pesados. Quanto aos aviões,
o Governo aluga oito aeronaves, seis Fire Boss e dois pesados Canadair que operam a
partir de Seia. O DECIF conta
com cinco Grupos de Reforços
(GRIF) e com 10 GRUATAS
(Grupos de Ataque Ampliado).
Na área da prevenção estrutu-
ral o ministério da Agricultura
disponibiliza 265 equipas do
ICNF, num total de 1325 sapadores florestais. Para apoio às
missões no terreno, bombeiros e autarquias disponibilizam 106 máquinas de rasto.
As Bases Logísticas de Apoio
(BAL) contam com uma capacidade para 1074 operacionais. Estes são alguns dos dados da Diretiva Operacional
Nacional (DON 2) que vai ser
aprovada em sede de reunião
da Comissão Nacional de Proteção Civil, encontro que decorre à hora de fecho desta
edição. Numa primeira reação,
Jaime Marta Soares afirma
que tudo vai depender das
condições meteorológicas que
se verificarem nos próximos
meses. Sobre os números do
Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais
para 2015, o presidente da
Liga dos Bombeiros Portugueses refere que está “dentro
das expectativas”. “Acredito
que estamos com uma preparação suficiente para termos
expectativas favoráveis”, justifica, expressando a sua convicção de que “vamos ser capazes de garantir a segurança
e obter os resultados desejados”, sublinha o dirigente.
PC
8
MARÇO 2015
N
ENB
INCÊNDIOS FLORESTAIS
Auditorias à formação externa
Formação aumenta
25 por cento
o dia 26 de fevereiro, a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) publicou o regulamento de auditorias no
seu site. A entrada em vigor deste documento marca o
princípio da implementação do mecanismo de auditorias enquanto garante da qualidade da formação ministrada pela instituição.
Registe-se que o processo teve início em agosto de
2014 com o concurso para recrutamento, ao qual se
seguiu a seleção e a respetiva formação dos primeiros
auditores técnicos nas áreas do salvamento e desencarceramento e da emergência pré-hospitalar. Para
breve está a abertura de um novo concurso para o recrutamento de auditores nas áreas de incêndios urbanos e industriais e de incêndios florestais. Nas restantes as áreas de formação, não serão nomeados auditores técnicos. A função será assumida pelo respetivo
coordenador de área e por um elemento do gabinete de
auditorias ou um auditor coordenador.
Globalmente é possível adiantar que as auditorias
pretendem cumprir três objetivos principais. O primeiro, e mais evidente, é dar cumprimento ao Despacho
N.º 4205-A/2014, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que
atribui, na alínea d) do artigo 4º, o dever da ENB auditar as formações por si ministradas e certificadas no âmbito da formação de
bombeiros.
As auditorias são também indispensáveis ao processo de certificação pelas entidades acreditadoras, nomeadamente a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), enquanto
ferramentas para a melhoria contínua do processo formativo.
O último dos principais é garantir que as mais de 1 400 ações
ministradas anualmente, de norte a sul do País, cumprem com os
mesmos parâmetros, o necessário rigor técnico, pedagógico e administrativo.
Para isso, a ENB conta com a estreita colaboração dos seus principais parceiros: os corpos de bombeiros e as Unidades Locais de
Formação, onde são ministradas, segundo dados de 2014, 92,4 por
cento das ações. Toda esta atividade carece de uma ferramenta de
avaliação essencialmente pedagógica que permita identificar oportunidades de melhoria no processo que envolve os cerca 18500
bombeiros, que, todos os anos, recebem formação descentralizada.
A
Escola Nacional de Bombeiros (ENB) aumentou este ano em
cerca de 25 por cento, o número de ações de formação e o número de formandos envolvidos na área formativa dos incêndios
florestais. É um aumento face a 2014. Para este ano estão previstas 361 ações de formação envolvendo 5122 formandos. Do total
de formação programada até dezembro, 55 por cento será realizada nas Unidades Locais de Formação, 30 por cento nos corpos de
bombeiros e o restante nos centros de formação da Escola. Relativamente Às novidades pedagógicas, a Escola conta este ano cum
um curso para Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação
(ERAS), um Manual de Atividade Física e o designado Módulo
M200, ligado à Extinção de Incêndios Florestais.
FORMAÇÃO
N
Nova Plataforma de e-learning
o ano em que celebra 20 anos, a Escola
Nacional de Bombeiros (ENB) lança a
“Plataforma de E-learning” – http://elearning.enb.pt – que vem substituir a antiga.
Dotada de um servidor dedicado e estrutura
desenhada à medida das especificidades formativas da ENB, esta nova plataforma distingue-se, ainda, pela organização das matérias
a que os comandantes operacionais distritais,
os corpos de bombeiros, formadores e formandos poderão aceder para suporte aos
cursos presenciais ou à distância.
Em matérias de coneúdos, a ENB está a
proceder à sua atualização e ao desenvolvimento de novas áreas, assim como da imple-
mentação de novas ferramentas de trabalho
nomeadamente para os formadores externos.
O lançamento da Plataforma de E-learning
insere-se objetivos de inovação traçados enquanto pilares estratégicos a desenvolver no
âmbito da formação dos bombeiros portugueses. A par desta nova feramenta, a ENB
lançou recentemente o dossier técnico pedagógico digital e um novo Guião de Formação
para Ingresso na Carreira de Bombeiro Voluntário.
Para breve, está a inauguração do Centro
de Simulação e Realidade Virtual e o lançamento do novo website e de um centro de
documentação.
ALERTA VERMELHO
PARA A SEGURANÇA
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL
N
os últimos artigos temos
vindo a realçar a importância da identificação das boas
práticas e das lições aprendidas enquanto motor do desenvolvimento, especialização e
técnica profissional. No contexto específico dos bombeiros, o reconhecimento e divulgação das boas práticas desenvolvidas permite que todos
aprendam com a experiência
de uns e outros, e juntos aperfeiçoarmos as maneiras de alcançar o sucesso das nossas
missões, com segurança e
saúde!
O National Volunteer Fire
Council é apenas um dos organismos internacionais que incorporou esta metodologia no
seio da promoção da seguran-
O meu corpo de bombeiros é o melhor?
ça e saúde dos seus associados, com benefícios claros
para todos os operacionais e,
na sequência, para todas as
pessoas que, diariamente socorrem.
Existem várias experiências
por esse país e mundo fora,
desde a construção, pelos próprios bombeiros, de material
de treino, a programas de atividade física estruturados e
estabelecidos nas Equipas de
Intervenção Permanente, entre outros. De certeza que ainda existem muitas experiências por explorar e descobrir!
Em Portugal, para a aplicação
efetiva das boas práticas podem ser edificadas seis áreas
essenciais: segurança rodoviária na atividade dos Corpos de
Bombeiros (CBs), intervenção
pré-hospitalar, transporte de
doentes, incêndios florestais,
incêndios urbanos e industriais, e, por último, instalações de Corpos de Bombeiros.
O percurso passa por identificar e valorizar as boas práticas desenvolvidas em cada
CB, dando a conhecer as medidas que representam um valor
acrescentado para os bombeiros não só desse CB, mas também do concelho, distrito ou
território que a podem vir a replicar ou adaptar. Ao partilhar
uma boa prática, técnicas e
abordagens inovadoras, está a
ajudar a melhorar a resposta
dos bombeiros nas suas missões, a reduzir permanentemente o risco de danos e a
promover a segurança e saúde
ocupacional de milhares de
homens e mulheres que todos
os dias dão mais de si para
acudir a população. Pode ainda
desencadear novas ideias e
sugestões para solucionar necessidades e problemas identificados por outros CBs.
Como provar que o meu
corpo de bombeiros é o
melhor
Que medidas são desenvolvidas no meu CB para promover a segurança rodoviária?
Que mecanismos utilizamos
para evitar lesões e danos decorrentes do combate a incêndios? O que fazemos de diferente na intervenção pré-hos-
pitalar e no transporte de
doentes? O que é que o meu
CB oferece nas suas instalações para promover a segurança e saúde dos seus operacionais?
Comecemos, então, por
identificar, em cada CB, em
cada missão: onde posso me-
lhorar? Em que é que podemos
ser UM EXEMPLO A SEGUIR
POR OUTROS, “OS MELHORES”? Estará o meu CB ao seu
melhor nível na segurança rodoviária, na intervenção pré-hospitalar, no transporte de
doentes, nos incêndios florestais, urbanos e industriais? E
ao nível das suas instalações?
HAVERÁ UMA PRÁTICA QUE
POSSA SER EXEMPLO PARA
TODOS OS BOMBEIROS PORTUGUESES?
A oportunidade de o demonstrar está para breve. Siga
atentamente os canais de divulgação da ANPC.
[email protected] – Divisão
de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional
de Bombeiros (ANPC)
9
MARÇO 2015
VILA NOVA DE FAMALICÃO
Missão cumprida com mérito e excelência
Pedro Pimenta tem apenas 21 anos de idade, ingressou nos
Famalicenses há pouco mais de um ano, mas já ganhou o estatuto
de herói, tudo porque resgatou, com sucesso, de um apartamento
em chamas dois outros bombeiros, um do seu quartel e um outro
dos Voluntários de Famalicão.
O dia 27 de abril de 2014 ainda está bem presente na memória de
Pedro Pimenta, mas sobretudo na de Paulo Couto, um operacional
experiente, que não esquece que deve a vida a um “novato” que
numa situação de crise, mesmo sem experiência “fez tudo certo”.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
J
á se passou quase um ano,
mas Pedro Pimenta ainda
recorda cada minuto daquele dia 27 de abril de 2014, quando, inesperadamente, ganhou o
estatuto de herói ao protagonizar o regaste e salvamento de
dois outros operacionais de um
apartamento em chamas no 3.º
andar, do n.º 363 da Rua Senhora da Agonia, em Famalicão.
Num destes dias o jornal
Bombeiros de Portugal esteve
no quartel dos Voluntários Famalicenses para conhecer esta
história que continua a dar que
falar.
Bombeiro há pouco mais seis
meses, Pedro Pimenta, integrava uma equipa de experientes
operacionais, quando foi chamado a testar em cenário real
os conhecimentos apreendidos
do decorrer da sua formação,
prova que acabou por superar
com mérito e excelência.
Poucos esperariam que, apesar de toda a formação a que
esteve sujeito, tivesse o “sangue-frio”, para assinar uma operação solitária e de extrema dificuldade.
Paulo Couto, que liderava a
primeira equipa a entrar no
apartamento e recorda, ainda,
todos os momentos desse dia,
que acreditou ser o último da
sua vida. Conta que assumiu a
dianteira do grupo para o trabalho de reconhecimento do
local, seguido de perto por Hélder Pereira dos Voluntários de
Famalicão e que deu indicações a Pedro para assegurasse
o contacto com exterior. Os
dois bombeiros mais experientes procuravam o foco de incêndio, mas o fumo denso difi-
cultava a operação. Estava
muito escuro e nem mesmo
potentes lanternas dos capacetes permitiam qualquer tipo de
orientação, Em condições tão
adversas importava recuar,
contudo a porta do quarto
onde se encontravam fechou-se, deixando os dois operacionais encurralados num mar de
chamas.
Hélder Pereira terá caído em
cima de um colchão em combustão, sem que Paulo o pudesse ajudar. Seguiram-se momentos infernais marcados
pelo desespero de quem é apanhado pelo fogo. Paulo tentou
encontrar a porta, mas rapidamente percebeu que os seus
esforços seriam infrutíferos e
“num ato de sobrevivência ou
de entrega à morte”, como nos
confidencia, limitou-se a refugiar-se num armário.
O tempo corria lento para
estes homens, mas na verdade
o socorro demorou escassos
momentos. Pedro Pimento
apercebeu-se, rapidamente,
do sucedido e correu para a
porta que teimava em não
abrir, mas cedeu a um “golpe
de raiva” do jovem bombeiro,
Seguindo todas as regras de
segurança, cumprindo à risca o
que manuais da escola de bombeiros lhe ensinaram, rapidamente, localizou Paulo que resgatou e colocou em segurança,
para depois regressar ao inferno para salvar Hélder que já se
encontrava inconsciente.
Os dois bombeiros feridos
foram transportados para o
hospital. Paulo Couto apresentava queimaduras mais ligeiras
mas Hélder Pereira, sofreu lesões muito graves e, depois de
um longo período de internamento, ainda enfrenta um
complicado e moroso processo
de recuperação.
Quem viveu este episódio
não esquece, assegura Paulo
Couto, o enfermeiro que há uns
anos se fez bombeiro, determinado em dar algo à causa. Neste seu percurso, revela, já apa-
nhou “alguns sustos”, mas este
foi “muito mais que um susto”,
por isso o sentido “obrigado” a
Pedro.
“Um bombeiro não se vê pelos anos de casa, mas pela atitude. O Pedro tem a atitude certa. Aos 20 anos já tem as qualidades exigidas a um operacional
do socorro”, diz.
Humilde, com os pés assentes na terra, o herói improvável,
confessa que, na altura, se sentiu assustado, confuso, mas
hoje afiança que esta experiência, não só lhe deu forças para
continuar, mas também a determinação “em aprender ainda
mais para socorrer melhor”.
A trabalhar num armazém,
Pedro Pimenta divide o dia entre
o emprego e o quartel de bombeiros que passou a ser a sua
casa, o espaço, onde se sente
realizado. Já é um “Guita” e não
esconde o orgulho de pertencer
a esta família tão especial.
O presidente da direção dos
Voluntários Famalicenses, António Meireles e comandante Bruno Alves, fazem questão de
enaltecer a atuação deste operacional, formado no quartel dos
Famalicenses, que muita honra
a instituição e serve certamente
de exemplo e inspiração para
todo o corpo de bombeiros.
Registe-se que no início deste
mês de março Pedro Pimenta e
Paulo Couto, numa cerimónia
pública, foram agraciados com a
medalha de coragem e abnegação da Liga dos Bombeiros Portugueses.
10
MARÇO 2015
ÁGUEDA
A crise fica à porta do quartel
Os Voluntários de Águeda contam, ainda
este ano, avançar com obras de
remodelação no quartel. A empreitada
orçada em 400 mil euros visa, no essencial,
dar melhores condições de trabalho e
algum conforto, aos cerca de 100
bombeiros que garantem o socorro neste
concelho do distrito de Aveiro.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
N
a Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Águeda vivem-se
tempos de prosperidade, essa é
garantia dada pelo presidente
José Rolim e reforçada pelo comandante Francisco Santos,
que perentório diz:
“Neste momento, não há
nada que nos faça falta.”
Nos últimos anos, a instituição não só recuperou de situação financeira débil, como conseguiu cumprir um arrojado
plano de investimentos.
Em menos de uma década,
os Bombeiros de Águeda renovaram o parque de viaturas,
reequiparam-se, preparam-se,
procederam a inúmeras intervenções no quartel, em suma
relançaram a instituição, num
processo que ainda não culminou.
Em breve devem ter início
obras de remodelação nas instalações, desta feita com intuito
de dar condições de alojamento
aos operacionais, nomeadamente aos elementos que cumprem os piquetes noturnos de
saúde e combate a incêndios.
O projeto prevê a construção
de 20 quartos duplos, a completa remodelação dos balneários e ainda o reaproveitamento
de espaços “mortos” para am-
pliação das áreas operacionais
e ainda outras “pequenas reparações”. A empreitada orçada
em 400 mil euros, aguarda luz
verde a uma candidatura a fundos comunitários.
O quartel-sede inaugurado
na década de 90 de século passado tem, nos últimos anos recebido inúmeros melhoramentos, como nos conta José Rolim:
“Entre outros trabalhos,
substituímos o telhado da oficina, ainda em lusalite, remodelámos a casa do quarteleiro, requalificámos o salão… Temos
gasto muito dinheiro”.
Da mesma forma, também, o
parque de viaturas foi completamente remodelado e ampliado com a aquisição de “duas
ambulâncias, uma viatura de
resgate e uma outra de intervenção florestal” sublinha o comandante, adiantando que,
agora, a prioridade é “substituir
duas ambulâncias de transporte
de doentes e o veículo tanque”.
“A nível florestal somos mesmo dos corpos de bombeiros
melhor equipados do País”, reforça Francisco Santos.
Águeda é o concelho do distrito de Aveiro com maior grau
de risco em matéria de incêndios tanto florestais, como industrias. O crescimento desor-
denado da indústria criou problemas aos bombeiros, que encontram nos interfaces urbano/
florestal um óbice à atuação
dos operacionais que, “ciclicamente, são confrontados de incêndios de enorme dimensão”,
com prejuízos óbvios para uma
região que vive do designado
“petróleo verde”. Registe-se
que Águeda guarda uma das
grandes manchas florestais do
País, que ocupa 80 por cento do
território.
Assim sendo, não admira que
os incêndios constituam a grande e maior preocupação do corpo de bombeiros, ainda que o
socorro pré-hospitalar e os acidentes de viação, nomeadamente no IC2 ocupem muitos
homens e meios e exijam prontidão de preparação aos 96
operacionais que integram este
contingente, que servem no
quartel sede e também na seção de Agadão, criada em 1993
com o intuito de garantir a qua-
lidade do socorro em todo o território concelhio.
A formação surge como uma
questão de capital importância
para a estrutura de comando,
mas também para a direção que
nesta matéria “não olha a custos”, como sublinha Francisco
Santos.
Há já uns anos que a associação investiu, de forma pioneira,
na criação de uma Unidade de
Formação Local, uma aposta na
descentralização que mais tarde
foi replicada por todo o País, e
que por aqui já permitiu preparar centenas de bombeiros do
distrito de Aveiro em diversas
áreas, com especial enfoque nos
fogos urbanos e florestais.
“Este polo tem dado, também, um forte incremento à
nossa formação interna”, considera o responsável operacional
dos Voluntários de Águeda, concluindo que “ dificilmente haverá um corpo de bombeiros com
este nível de formação”.
Todos estes investimentos,
nas mais variadas vertentes,
envolveram verbas grandes,
ainda assim com “muito rigor” a
associação pode arrogar-se de
“viver folgadamente”, condição
rara nos dias que correm, só
possível com muito trabalho,
ainda que os apoios da Câmara
Municipal de Águeda, das empresas locais e “alguns bons beneméritos”, também, concorrem
para o sucesso desta gestão.
Todos os recursos são aplicados na qualidade do serviço
prestado à população. A este
propósito, José Rolim revela que
a instituição assumiu, “há muito”, a missão de cuidar e amparar os mais carenciados.
“Ninguém pode ser privado
de tratamento, ninguém pode
morrer porque é pobre e não
tem dinheiro para pagar o transporte para as clínicas ou hospitais”, enfatiza o dirigente, dando
assim a conhecer mais esta função social, que se estende aos
homens e mulheres que servem
na associação.
José Rolim revela que, em
tempos de crise, importa atender à condição social dos operacionais, por isso, o quartel dispõe de um banco de alimentos
para que nada falta, a quem dá
tudo de si para servir os outros.
“Os bombeiros são pessoas
especiais, merecem todo apoio
e atenção”, declara o dirigente.
Esta componente humana é,
de alguma forma, compensada
com o ingresso de novos elementos. Faltam voluntários um
pouco por todo o país, mas ao
quartel de Águeda vão chegando em número suficiente, para
assegurar a renovação do corpo
ativo, segundo afiança o comandante Francisco Santos, animado com a ideia do número de
candidatos a bombeiro ter aumentado, substancialmente, na
última recruta, facto a que não
será alheia a estreita ligação
com a comunidade, sobretudo
com as crianças, que começam
de pequenitos a visitar o quartel, a conhecer a atividade social
e operacional da instituição, em
suma a assumir um compromisso com os soldados da paz.
“Quase 800 crianças do nosso
concelho já receberam o cartão
de amigo dos bombeiros e os
mais pequenos levam muito a
sério esse título”, diz-nos, visivelmente satisfeito, o presidente da direção dos Voluntários de
Águeda. Fundada em novembro
do longínquo ano de 1934, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Águeda
continua, assim, a escrever a
ouro uma história que teve
como primeiros protagonistas
Adolfo Pereira e um punhado de
valorosos homens, entre eles o
primeiro comandante, capitão
Eduardo Pinto Veiga, cujo exemplo perdura e norteia não só
José Rolim e Francisco Santos,
mas todos os elementos desta
enorme e unida família.
11
MARÇO 2015
VILA FRANCA DE XIRA
Foto: Sérgio Santos
Presidente da LBP na homenagem a antiga autarca
O
presidente da Liga dos
Bombeiros
Portugueses
(LBP), comandante Jaime Marta
Soares, participou na homenagem promovida pelas seis associações de bombeiros voluntários do concelho de Vila Franca
de Xira à antiga presidente do
Município, Maria da Luz Rosinha. Aquele dirigente procedeu
ainda à entrega do crachá de
ouro da LBP à antiga autarca na
sequência da proposta dirigido
à confederação pelas seis associações.
Na oportunidade, o comandante Jaime Soares, referiu-se à
homenagem como uma demonstração do “sentimento de gratidão dos bombeiros” realizada
“para que possam testemunhar-lhe por tudo aquilo que ela foi
capaz de fazer pelos seus bombeiros”.
O presidente da LBP fez ainda
questão de sublinhar que Maria
da Luz Rosinha é “uma mulher
MADEIRA
Novas viaturas para bombeiros
O
presidente do Governo Regional da Madeira,
Alberto João Jardim, entregou recentemente
cinco viaturas, na sede da Proteção Civil, a diversas corporações de bombeiros e EMIR, da Região
Autónoma da Madeira.
Foram entregues 4 viaturas ligeiras de combate a incêndios no âmbito do programa de re-equipamento dos corpos de bombeiros da Região Autónoma da Madeira (RAM), que visam melhorar a
capacidade de intervenção do Dispositivo de Resposta Operacional, no combate aos incêndios florestais, incluindo o reconhecimento rápido com
capacidade de 1.ª intervenção. Este investimento
foi de cerca de 500 mil euros.
Foram ainda adquiridos um conjunto de terminais e acessórios de comunicação que irão responder às necessidades do dispositivo de resposta operacional, nomeadamente 49 rádios, 12 rádios TETRA e respetivos acessórios, no valor total
superior a 33 mil euros
Foi também entregue um veículo EMIR 4X4,
que irá dotar o Serviço Médico de Emergência Re-
gional de uma viatura com uma maior capacidade
de intervenção em situações fora de estrada e
perante condições meteorológicas adversas. O
custo da viatura foi de 87.500 euros.
FEB
J
Bombeiros já tiveram alta
á tiveram alta hospitalar os cinco elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) envolvidos
num acidente de viação, no passado dia 9 de março.
O acidente registou-se quando a viatura em que seguiam se despistou. O grupo seguia para
um incêndio florestal, no distrito de Castelo Branco. Segundo fonte do comando da FEB, contactada pelo ‘BP’, quatros dos cinco operacionais já regressaram ao trabalho. Há um quinto elemento ainda em convalescença depois de ter sido submetido a uma intervenção cirúrgica num
braço. A viatura vai ser recuperada.
de longos e largos horizontes
(…) com convicções universalistas”, cuja ação se fez sentir
para além do município lembrando também o excelente
trabalho desenvolvido e o relacionamento pessoal igualmente
digno de nota quando ambos
participaram no conselho diretivo da Associação Nacional dos
Municípios Portugueses.
O comandante Jaime Soares
sublinhou que Maria da Luz Rosinha “ficou no goto dos bombeiros do concelho de Vila Fran-
ca Xira”, como bem demonstrou
a homenagem realizada após
16 anos do exercício de presidente do Município.
12
MARÇO 2015
BOMBARRAL
Reequipamento do quartel é prioridade
Depois de mais de um quarto de século de espera, em 2013 os
Bombeiros Voluntários do Bombarral viram concretizada uma
antiga e justa aspiração. Hoje, instalados num complexo ainda a
cheirar a novo, traçam novas metas, estabelecem outras
prioridades.
Depois da almejada mudança e com a casa devidamente
arrumada, o plano de atividades da instituição dá primazia ao
reequipamento do quartel. Assim sendo, 2015 será um ano
marcado pelo investimento.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
A
equipa do jornal Bombeiros foi, recentemente,
recebida no quartel dos
Voluntários do Bombarral por
uma larga comitiva constituída
pelo presidente da associação
Jorge Franca os dirigentes Ricardo Rocha, Vítor Garcia, Artur Carlos e o comandante Pedro Lourenço. Este grupo coeso e determinado, todos dias,
empresta tempo, saber e sobretudo trabalho à causa dos
bombeiros, ao voluntariado.
O complexo inaugurado em
2013, resulta de um investimento de cerca de um milhão
de euros, distingue-se pela
funcionalidade, mas também
pela contemporaneidade das linhas arquitetónicas e excelente localização. Dimensão, organização do espaço, conforto
e operacionalidade são os pontos fortes deste quartel que
responde adequadamente às
reais necessidades dos 63
bombeiros que integram o corpo ativo, conforme salienta o
comandante Pedro Lourenço.
Na mesma linha, o presidente
que fala de uma “belíssima
casa” que de alguma forma faz
esquecer os mais 25 anos que
este sonho demorou a concretizar.
O apoio da Câmara Municipal do Bombarral, que cedeu o
terreno, e o financiamento comunitário permitiram, assim, à
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários do
Bombarral sair das obsoletas e
subdimensionadas instalações
que ocupava há mais de oito
décadas e dar início a um novo
ciclo na vida desta instituição
com 90 anos de existência.
Jorge Franca dá ênfase ao
empenho da autarquia neste
processo, dando conta da atenção dada à realidade e às necessidades dos bombeiros, Da
mesmo forma, evidencia e valoriza o esforço das quatro juntas de freguesia do município
que, embora com poucos recursos, “estão sempre atentas
às solicitações desta instituição”. Na mesma linha, o dirigente considera que, também,
os empresários da região estão
despertos e sensibilizados para
a causa, e quando convocados,
não se furtam em investir na
qualidade do socorro prestado
às populações.
Esta é uma associação que
não se fecha em si mesma, que
desde sempre se mostrou e se
deu a conhecer, ainda assim, o
comandante considera que a
população dá pouca atenção à
atividade dos seus bombeiros,
ainda que sempre que solicitado faça questão de dar todo o
apoio à associação, como ressalva o vice-presidente Ricardo
Rocha.
Na verdade, no Bombarral,
como em muitas outras localidades do País, as garantias dadas em matéria de socorro, o
profissionalismo e a preparação
exibidos nos mais distintos teatros de operações, fazem com
que comunidade muitas vezes
ignore as dificuldades enfrentadas por estas instituições no
cumprimento de muitos encargos, ainda que a estrutura tenha como pilares os voluntá-
rios, gente que, nos órgãos sociais ou nos corpo de bombeiros dá tudo de si em troca de
nada. No fundo, o comandante
reclama um pouco do reconhecimento que parece faltar no
frenesim dos dias que correm.
A estabilidade financeira
desta instituição é afiançada
numa gestão “muito rigorosa”.
Tudo é avaliado, contabilizado e
ponderado, até porque importa
manter os 28 postos de trabalho, fundamentais para que a
associação continue a prestar
um serviço de qualidade aos
cerca de 13 mil habitantes deste concelho na zona Oeste.
E como cortar na despesa,
não significa travar o investimento, cumprido que está o
desígnio de dar aos operacionais instalações de excelência,
esta equipa estabeleceu que
2015 será o ano consagrado ao
reequipamento do quartel.
Uma ambulância de socorro e
duas outras de transporte de
doentes são lacunas identificadas e que obrigam os Bombeiros do Bombarral a desdobrarem-se na promoção de iniciativas várias para garantir um encaixe financeiro superior a 120
mil euros.
No topo da estrutura de comando há 15 anos, bombeiro
há mais de três décadas, Pedro
Lourenço, não esconde algum
desalento, sobretudo com a falta de incentivos ao voluntariado que tem afastado muitos
bombeiros dos quartéis. Revela
que o seu corpo de bombeiros
já teve mais de 90 elementos,
agora são pouco mais de 60,
um número reduzido e que poderá ainda baixar, dada a evidente dificuldade em recrutar
efetivos para o quartel.
“Esta é a nossa grande dificuldade”, diz, assegurando que
o trabalho de sensibilização feito junto da população não está
a ter os resultados desejados.
Ainda assim, esta equipa não
cruza os braços e aposta na escola de infantes e cadetes,
atualmente com 20 elementos,
para assegurar a indispensável
renovação do corpo ativo. Por
outro lado, também a fanfarra
pode, no futuro, emprestar alguns reforços à causa.
O comandante fala da necessidade de incentivar os jovens
para o que considera “uma missão aliciante, única”, defendendo ser necessários conceder alguns benefícios a quem abnegadamente garante a proteção
e socorro das populações.
“Depois de alguma insistência conseguimos que os bombeiros usufruam de descontos
na fatura da água e dentro em
breve talvez seja possível que
possa frequentar gratuitamente a piscina municipal, A associação disponibiliza, ainda, uma
casa na Consolação, onde os
operacionais podem passar uns
dias de férias”, refere Pedro
Lourenço, defendendo que outras pequenas benesses podiam e deviam ser concedidas,
apenas a título de reconheci-
mento, algo que muitas vezes
falta e acaba por desmotivar os
homens e mulheres que cumprem a dura missão de salvar
vidas,
Em matéria de ocorrências o
concelho “tem um pouco de
tudo”; do socorro pré-hospitalar aos acidentes rodoviários,
passando pelos incêndios urbanos e florestais e pelas intervenções na orla costeira, Assim
sendo, importa dispor de um
corpo de bombeiros bem preparado em todas as vertentes,
pelo que a formação é uma
preocupação constante, Desta
forma, “de janeiro a maio o
programa é contínuo e intensivo e sempre complementado
com instrução”, segundo revela
o responsável operacional,
dando conta de um efetivo ávido de conhecimentos, predisposto a saber mais, para fazer
mais e melhor,
Nesta matéria, importa destacar que por estes dias os Voluntários do Bombarral aguardam que seja aprovada a cedência de um terreno municipal, numa área contígua ao
quartel, para avançar com a
construção de um “parque de
treinos”, um equipamento considerado fundamental para melhorar a componente prática da
preparação dos bombeiros.
Para fazer face aos encargos,
porque a estagnação não é opção, direção comando e corpo
ativo unem-se na dinamização
de iniciativas várias, com o intuito de arrecadar verbas para
aplicar nos meios e na segurança dos operacionais. Nesta estratégia de crescimento, a associação decidiu rentabilizar o
antigo quartel contratualizando
espaços com entidades privadas, nomeadamente com uma
operadora de telecomunicações,
Estas instalações estão ainda
assim a ser usadas pelas seções de BTT, atletismo e judo
dinamizadas pela associação e,
muitas vezes, são cedidas á seção de ciclismo do Bombarralense, no âmbito de um acordo
firmado há já alguns anos, bem
como a vários grupos de peregrinos que rumam a Fátima.
Fundada a 5 de outubro de
1924, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
do Bombarral, atravessa um
período áureo da sua já longa
existência. Para trás, para a
história, ficam as dificuldades
enfrentadas pelos pioneiros, a
falta de condições de um quartel improvisado no átrio do Teatro Eduardo Brazão, as primeiras reuniões da direção em salas emprestadas pelas gentes
da terra, adversidades de ontem, mas que hoje servem para
justificar a tenacidade dos Voluntários do Bombarral.
13
MARÇO 2015
CASTELO BRANCO
Organização, rigor e disciplina
Mais de um milhão de quilómetros
percorridos, mais de 28700 horas
cumpridas, mais de 4760 serviços de
socorro prestados, dados de 2014
reveladores da dimensão e capacidade de
resposta dos Bombeiros de Castelo
Branco, que recentemente abriram as
portas do quartel ao jornal Bombeiros de
Portugal, dando a conhecer a realidade de
instituição que, aos quase 83 anos, não
acusa o desgaste do passar dos anos,
sendo mesmo um exemplo de constante
renovação.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
vice-presidente e diretor
executivo Dâmaso Rito e
o comandante José Neves assumem o papel de cicerones numa visita guiada à Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Castelo Branco uma instituição
com créditos firmados na prestação de socorro, mas também
com uma importante função
social:
“Já damos emprego a 45
pessoas o que, tendo em conta
a realidade deste território do
interior, transforma a instituição numa média empresa, com
grandes responsabilidades sociais”, considera Dâmaso Rito,
dando conta de uma gestão rigorosa e muito profissional,
assumida no entanto, por um
grupo de aplicados voluntários,
que dedicaram muitas horas à
esta casa e à causa.
Importa manter a sustentabilidade económica da associação porque só dessa forma é
possível melhorar a qualidade
dos meios e do serviço prestado às populações, num concelho muito exigente, como revela o comandante:
“Em 2014, percorremos
1.157.094 quilómetros, contabilizamos 28703 horas de serviço prestados, acorremos a
um total de 13.979 alertas.
Respondemos um total 4763
emergências pré-hospitalares,
o que dá uma média mensal de
quase 400 ocorrências”, salienta José Neves, dando ainda
conta que os bombeiros albicastrenses intervieram em 184
incêndios rurais, 146 acidente
de viação e 56 incêndios urbanos, para além de terem assegurado 5824 serviços de transportes de doentes não urgentes.
O enorme volume de ocorrências implica não só um
grande número de operacionais, mas, também, muita disponibilidade dos voluntários,
como faz questão de evidenciar o comandante
Atualmente, integram o corpo ativo 120 bombeiros um número ainda assim “insuficiente,
tendo em conta que só a primeira resposta é garantida por
profissionais, havendo sempre
a necessidade de a complementar com o voluntariado”.
“Só assim conseguimos dar
resposta a tantas solicitações”,
reforça o vice-presidente,
adiantando que os funcionários
asseguram os serviços das
sete à meia-noite e os voluntários os piquetes noturnos,
“com a certeza que a resposta
não perde qualidade”.
Ainda assim, apesar de toda
a organização, os reforços são
sempre poucos, portanto é
com natural satisfação que direção e comando anunciam o
ingresso de 11 novos elementos, jovens que terminam,
agora, o estágio para ingressarem nas fileiras deste contingente.
Não basta ter recursos hu-
manos, é necessário garantir a
sua qualificação e preparação,
defende José Neves, aludindo à
formação dos operacionais que
constituiu uma prioridade no
quartel de Castelo Branco. Assim, para além dos cursos disponibilizados pela Escola Nacional de Bombeiros e as ações
conjuntas a nível distrital, o comando impõem 500 horas
anuais de instrução interna, ao
mesmo tempo que investe na
formação especializada para os
elementos que constituem as
equipas de mergulho e de
grande ângulo.
Refira-se que este corpo de
bombeiros opera numa área
que ronda 1440 quilómetros
quadrados, inserida na maior
mancha de pinheiro bravo da
Europa, condições que implicam meios, mas, sobretudo,
prontidão e preparação dos
operacionais.
Registe-se que a dinâmica
desta associação, tem eco na
câmara municipal que não se
limita a cumprir as suas obrigações enquanto entidade responsável pela proteção civil,
assumindo, antes, uma parceria estratégica com os bombeiros, apoiando no esforço de investimento que tem permitido
a este corpo de bombeiros
adaptar-se às exigências de
um setor em constante mudança, acrescentando valor ao
serviço prestado aos cerca de
65 mil habitantes do concelho
de Castelo Branco.
Construído na década de 90
do século passado, o quartel
ainda responde às necessidades de conforto e de operacionalidade, também porque ao
longo do tempo tem vindo a
receber várias intervenções,
como revela Dâmaso Rito:
“Temos investido não só na
conservação, mas também em
melhoramentos. Ainda, recentemente, com apoio da autarquia, foi construído uma garagem com capacidade para 14
ambulâncias. O ano passado
procedemos à pintura exterior
do quartel”, refere, dando es-
pecial enfase à construção de
uma Base de Apoio Logístico,
devidamente equipada, com
condições para albergar 40
operacionais”.
“Temos as viaturas que precisamos, para as nossas necessidades. O ano passado procedemos à transformação de um
veículo especial (VECI) para
dar resposta à atividade do aeródromo e trocámos o veículo
tanque (VTGC)”, diz o comandante salientando que a renovação do parque de viaturas
tem vindo a ser feita, também
porque importa não manter
viaturas muito antigas que “só
dão despesa”.
Os Voluntários de Castelo
Branco, têm investido também
na segurança dos bombeiros,
sendo que todos dispõem de
equipamento de proteção individual para o combate de incêndios florestais. Entretanto,
também chegaram ao quartel
os 100 fatos completos para
incêndios florestais disponibilizados pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, e
“até ao início verão” devem ser
entregues os restantes 20 fornecidos pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Em jeito de balanço, já no
decorrer de uma visita às instalações onde nada parece faltar, o comandante fala com
vaidade de um corpo de bombeiros “organizado, disciplinado e bem equipado”, apoiado
por uma direção atenta que conhece bem a realidade do setor, que adaptada aos desafios
do presente acautela o futuro,
não deixando, contudo, de
olhar para trás, para o exemplo
deixado pelos homens que em
maio de 1932 ousaram lançar
a primeira pedra da Associação
Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Castelo-Branco.
14
MARÇO 2015
DIA
ANPC investe em
Fotos: Marques Valentim
“A
proteção civil e a educação para o risco” foi
o tema escolhido,
este ano, pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC)
para assinalar o Dia da Proteção
Civil.
Presidida pela ministra da
Administração Interna, Anabela
Rodrigues a sessão evocativa
da efeméride realizou-se, no
dia 2 março, na sede da ANPC
em Carnaxide reunindo várias
individualidades do setor, nomeadamente o secretário de
Estado João de Almeida e o presidente do Conselho Executivo
da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares.
A escolha do tema “a proteção civil e a educação para o
risco”, foi justificada pelo presidente da ANPC, Major-general
Grave Pereira, com a importância de sublinhar “o papel fundamental e estruturante que o
ambiente escolar tem na implementação de mecanismos que
conduzem a cidadãos melhor
preparados, a sociedades mais
resilientes, à minimização nos
custos das catástrofes quer no
âmbito humano, quer no âmbito económico”.
Segundo o mesmo responsável, as escolas são espaços indicados para a criação “de uma
cultura de prevenção e resiliência face aos desastres”, onde se
pode criar conhecimento sobre
os riscos, além de ensinar e
treinar os comportamentos a
adotar perante situações de
maior gravidade.
A ANPC considera que a
“educação para o risco” encontra na escola um campo vasto
de trabalho e desenvolvimento,
podendo as crianças e jovens
“ser importantes agentes de
mudança, não só pela aquisição
de competências, mas como
transmissores de uma cultura
de prevenção”, e “parceiros poderosos dos agentes institucionais de proteção civil”.
Assim sendo, a cerimónia ficou marcada pela apresentação
do “Referencial da Educação
Cantanhede
para o Risco”, projeto que resulta de um trabalho conjunto da
ANPC e do Ministério da Educação e Ciência e que tem como
objetivo inserir nos currículos
escolares matérias do âmbito
da proteção civil e da redução
dos riscos.
Refira-se ainda que as comemorações extravasaram os limites da sede da ANPC e um pouco por todo o país os Comandos
Distritais de Operações de Socorro (CDOS) também assinalaram a data com várias iniciativas, promovendo simulacros,
exposições e jornadas de reflexão alusivas à temática “a proteção civil e a educação para o
risco”.
O Dia da Proteção Civil, que
se assinala todos os anos a 1 de
março, foi instituído, mundialmente, pela Organização Internacional de Proteção Civil
(OIPC) e, em Portugal, foi criado por despacho do ministro da
Administração Interna.
Para além das comemorações
oficiais, promovidas pela ANPC,
foram muitas as iniciativas que
mobilizaram os corpos de bombeiros que em muitos concelhos
deste país, se prolongaram durante todo o mês de março com
Portimão
ações que visaram, no essencial, dar a conhecer as diversas
missões desempenhadas dentro e fora dos quartéis por milhares de homens.
Exposições, seminários, encontros, simulacros, ações de
sensibilização, entre muitas outras iniciativas que permitiram
mostrar os meios, os recursos e
a dinâmica dos bombeiros de
Portugal.
Na Amadora as comemora-
ções estenderam-se por uma
semana e culminaram com um
simulacro de incêndio urbano
no edifício local da Cruz Vermelha Portuguesa.
Entre as missões de busca,
resgate, prestação dos cuidados pré-hospitalares às “vítimas”, este treino permitiu aos
Bombeiros Voluntários da Amadora não só alertar a população
para as questões da proteção
civil, mas também testar a arti-
Esmoriz
ALCANENA
ntegrada na Semana da Proteção Civil, decorreu
entre 28 de fevereiro e 8 de março no Pavilhão
Municipal de Multiusos de Alcanena, uma exposição de viaturas antigas de bombeiros do distrito de
Santarém.
A cerimónia de abertura contou com a presença
da presidente da câmara, entre outras individualidades, bem como com a fanfarra dos Bombeiros
Municipais de Alcanena.
Durante a semana foram ali feitas demonstrações de técnicas de grande ângulo, de desencarceramento, de socorrismo, de combate a incêndios,
de execução de faixas de contenção e demonstrações diversas.
A exposição mereceu a visita de bastante público que apreciou aquelas relíquias do distrito de
Santarém, na generalidade muito bem conservadas, e também aconteceram visitas guiadas de alunos de vários estabelecimentos de ensino que,
atentamente, ouviram as explicações que lhes foram transmitidas por elementos dos Bombeiros
Municipais de Alcanena.
Quem teve a oportunidade de visitar a exposição, especialmente muitos bombeiros do Quadro
de Honra, manifestaram a sua satisfação por poderem ali recordar momentos vividos quando o
equipamento dos Bombeiros era bem diferente da
atualidade. E como não é vulgar verem-se tantas
relíquias no mesmo espaço, as opiniões eram
francamente positivas e enalteciam a ideia do
evento.
No que respeita aos Bombeiros de Alcanena, la-
Foto: Luis Cavaco
I
Exposição de viaturas antigas
mentavelmente não tinham nenhuma viatura antiga para mostrar já que aquelas que fizeram história foram-se perdendo, ao longo dos anos, pelas
mais variadas razões, nomeadamente a sua primeira viatura, o Ford V8 de 1940,que ardeu inglo-
riamente num incêndio florestal na década de 90.
De qualquer forma, no átrio do Pavilhão, estava
presente uma significativa mostra fotográfica onde
se podiam recordar o tal Ford V8, a primeira viatura com água do distrito, o Dodge, construído e
equipado pelos Bombeiros, o Hudson, a Ambulância Ford, o Dodge e o Ford V8, ambos ligeiros e
também a Bedford.
Por motivos que desconhecemos, notou-se ali a
falta duma viatura emblemática do distrito, a dos
Voluntários de Santarém, que desde há muito nos
habituámos a ver e a admirar nos eventos de bombeiros que frequentemente ocorrem no CNEMA.
Face ao brilhantismo do evento, estão de parabéns os Bombeiros Municipais de Alcanena.
Carlos Pinheiro
15
MARÇO 2015
DA PROTEÇÃO CIVIL
“agentes de mudança”
culação dos meios, nomeadamente com a delegação local da
Cruz Vermelha.
Também os Voluntários de
Cantanhede assinalaram a efeméride com a realização de um
simulacro de fuga de gás, com
explosão e que obrigou à evacuação da Escola Técnico-Profissional.
Os Bombeiros de Cantanhede
participaram, ainda, no programa da Semana de Proteção Civil do Município que incluiu várias ações de sensibilização junto da população escolar.
Já o corpo de Bombeiros de
Esmoriz “esticou” as comemorações a todo mês de março,
promovendo iniciativas várias,
das quais se destaca o repto
lançado à população para que
visitasse o quartel. O desafio foi
aceite e foram muitas as pessoas que foram conhecer a realidade dos bombeiros da sua
terra. Para receber os visitantes, os voluntários esmorizenses prepararam na parada do
complexo operacional uma exposição de veículos e materiais.
O programa deste ano teve
como público-alvo os mais novos, pois importa “preparar os
Amadora
jovens cidadãos tendo em conta que serão os futuros agentes
de proteção civil”, conforme defendem os operacionais de Esmoriz.
A Câmara Municipal de Portimão, em parceria com os vários
agentes de proteção civil, com
especial destaque para os bombeiros voluntários da cidade,
promoveu, durante o mês de
março, um conjunto de atividades que incluiu ações de sensibilização, seminários, sessões
técnicas, rastreios de saúde,
exposições de meios e recursos, tudo com o intuito de sensibilizar a comunidade escolar e
população em geral para o trabalho desenvolvido nesta área.
Importa destacar que, neste
âmbito, o quartel dos Bombeiros de Portimão, também, abriu
portas à população, com o ob-
jetivo de dar conhecer as instalações onde os visitantes tive-
Reguengos de Monsaraz
ram a oportunidade de conhecer os meios ao dispor de quem
precisa, assistir a exercícios
práticos no âmbito do salvamento nas vertente do desencarceramento e do grande ângulo, e ainda aprender a utilizar
um extintor ou a aplicar técnicas de suporte básico de vida e
até a participar no rastreio de
saúde para monitorização dos
parâmetros da glicemia, colesterol ou tensão arterial.
As crianças por sua vez tiveram a possibilidade de vestir
um equipamento de bombeiros,
utilizar ferramentas e mangueiras em carga, bem como visitar
o interior dos veículos e tocar a
sirene, e viver momentos únicos de felicidade partilhados
com os bombeiros.
Da mesma forma, o Serviço
Municipal de Proteção Civil de
Reguengos de Monsaraz promoveu, no dia 2 de março, uma
sessão de informação para cerca de 150 crianças do 5.º ano
de escolaridade, numa iniciativa
que mobilizou bombeiros e elementos da Guarda Nacional Republicana.
FAMALICENSES
N
Comunhão Pascal reuniu os “Guitas”
o passado dia 22 de março,
decorreu a já tradicional Comunhão Pascal da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários Famalicenses.
Desta vez esta festa ficou
também marcada com a atribuição das medalhas de coragem e abnegação da Liga dos
Bombeiros Portugueses (LBP)
aos bombeiros Pedro Pimenta e
Paulo Couto e do crachá de ouro
a quatro elementos do corpo de
bombeiros. Neste caso, ao segundo comandante do Quadro
de Honra (QH) Aires Barroso,
ao adjunto de comando do QH
José Armando Ferreira Alves,
ao oficial bombeiro principal
Francisco José Guimarães e ao
oficial bombeiro de 1ª Manuel
da Silva Alves. Destaque também para a atribuição da medalha de serviços distintos grau
prata da LBP ao subchefe Paulo
César Macedo Almeida.
Este dia de festa para a família “Guita” teve início, manhã
cedo, com formatura geral no
quartel comandante Aníbal Alves Oliveira seguindo-se o hastear de bandeiras. De seguida,
ocorreu a romagem ao cemitério local e, depois, deu-se início
ao desfile, em formatura, pelas
ruas da cidade até ao parque
1.º de maio onde se prestou
homenagem junto ao monumento do Bombeiro Voluntário.
Esta cerimónia, tão significativa
culminou com o depositar de
uma coroa de flores. Seguiu-se
o trajeto em formatura para a
Igreja Matriz Nova, onde se
realizou a eucaristia em honra
de todos os órgãos sociais e
bombeiros falecidos.
De regresso ao quartel, procedeu-se à receção às autoridades e convidados, à qual se seguiu o ato solene de entrega
das diversas distinções e condecorações.
Durante a cerimónia destacaram-se as intervenções do
Comandante Bruno Alves que
aproveitando a presença do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), José
Miranda, apelou à necessidade
deste interceder junto dos nossos governantes para que seja
feita uma campanha de sensibilização de forma a travar as
sucessivas e radicais alterações
na legislação dos bombeiros,
de modo a que seja encontrado
um ponto de equilíbrio e estabilidade para o dia-a-dia das
associações. O presidente da
direção arq. António Meireles
destacou a implementação de
dois projetos; o Centro de Formação e Treino e Base de Apoio
Logístico nos terrenos agora na
posse da Associação, sitos na
freguesia de Outiz e a instalação do Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Noite e realçou ainda o grande empenho,
qualidade e brio dos bombeiros
Famalicenses. O vice-presidente do conselho executivo da
LBP elogiou o rigor e a excelência com que se deparou neste
corpo de bombeiros afirmando
que já se encontra para aprovação na Assembleia da República uma proposta de lei que
vai de encontro ao apelo proferido pelo comandante da corporação no que toca à lei de financiamento dos corpos de
bombeiros aguardando-se agora que a Associação Nacional
de Municípios também adira a
esta legislação.
Por último, o vice-presidente
da Câmara Municipal de Vila
Nova de Famalicão realçou a
importância dos corpos de
bombeiros como agentes da
proteção civil para o município,
estando consciente das necessidades que atravessam no dia-a-dia e que a câmara mediante
os seus recursos continuará a
fazer o possível para colmatar
as dificuldades existentes. Terminou ainda prestando rasgados elogios ao desempenho dos
Bombeiros Voluntários Famalicenses que considerou exemplares.
As condecorações da Liga dos
Bombeiros Portugueses foram
atribuídas nas categorias de,
medalhas de assiduidade 5
anos – Grau Cobre, 10 anos –
Grau Prata, 15, 20 e 25 – Grau
Ouro, as duas medalhas de coragem e abnegação – grau ouro
aos bombeiros Paulo Couto e
Pedro Pimenta, a medalha de
serviços distintos – grau prata e
os quatro crachás de ouro.
Por parte da direção dos
Bombeiros Famalicenses foram
atribuídas as seguintes medalhas: sócio honorário e medalha
de prata – 1.ª Classe para o sócio número 2, Abílio Faria Magalhães Brandão, que pertenceu aos órgãos sociais e que no
corrente ano completa 100
anos de vida; duas medalhas de
cobre – 1.ª Classe aos bombeiros Pedro Pimenta e Abel Oliveira.
O programa da Comunhão
Pascal terminou com a bênção
de uma nova viatura (ABTD-12)
adquirida pela Direção, seguindo-se o tradicional almoço convívio no salão paroquial de Vila
Nova de Famalicão.
16
MARÇO 2015
SESSÃO TÉCNICA FINAL DE
Liga alerta para o q
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) alertou o Governo para o
que ficou por fazer depois de analisados os incêndios florestais de
2013. “As propostas da Liga foram apresentadas com base no que foi
dito por quem andou no terreno. Recordo que nem tudo foi feito
apesar de algumas melhorias”, referiu Jaime Marta Soares na Sessão
Técnica Final de Análise aos Incêndios Florestais de 2014. A iniciativa
promovida, mais uma vez este ano, pela Autoridade Nacional de
Proteção Civil, Liga dos Bombeiros Portugueses e Escola Nacional de
Bombeiros realizou-se em Santarém no passado dia 21 de março.
Texto: Patrícia Cerdeira
Fotos: Maques Valentim
“À
Autoridade
cabe
coordenar porque o
comandamento é dos
bombeiros”, reforçou Jaime
Marta Soares perante uma plateia de bombeiros e dirigentes,
uma mensagem com destinatários bem definidos: o presidente da ANPC, major-General Grave Pereira, e o secretário de
Estado da Administração Inter-
na, João Almeida. O presidente
da Liga aproveitou o discurso
para dizer que nem tudo “está
mal”, sublinhando que temos
hoje um dispositivo mais “musculado”, mais “exercitado” e
com níveis consideráveis de
“formação conjunta”. Marta
Soares lembrou os “ganhos”
dos bombeiros nos últimos dois
anos, dando como exemplos o
aumento dos prémios de seguros, a isenção do IRS para as
ECIN e os aumentos registados
na circular financeira.
Como notas negativas, o dirigente referiu o “conturbado”
e “interminável” processo de
entrega de EPI e a falha de
compromisso na entrega de
viaturas perdidas. Aproveitado
a questão dos benefícios fiscais
no âmbito do combate aos incêndios florestais, Jaime Marta
Soares apelou ao Governo para
que esta medida de isenção
dos valores ganhos em sede de
IRS seja alargada aos outros
“planos especiais”, como o da
“neve”. Depois das sessões técnicas descentralizadas, e aproveitando a sessão de balanço,
Marta Soares voltou a dizer que
a Liga pretende que sejam retomadas as “zonas operacionais”, que a circular financeira
associada ao DECIF deve incluir
um reforço das verbas pagas
por 24 horas de combate e que
a estratégia global de formação
deve incluir uma bolsa permanente de formandos capaz de
proceder à substituição dos
“faltosos” para que o “esfoço
formativo” não seja prejudicado. Sublinhando como “positivo” o relacionamento institu-
cional entre a LBP e a ANPC, o
presidente da Liga admitiu no
entanto que é necessário clarificar as competências e atribuições, situação que poderia ficar
resolvida com a criação de uma
“Carta de Missão”. Á estrutura
operacional da ANPC, Marta
Soares pediu para que sejam
“respeitados” os lugares de
cada um, sublinhando que é
possível “coabitar num compromisso de autonomia”.
As maiores críticas da Liga
estavam reservadas para a
área da prevenção estrutural,
sob tutela do ministério da
Agricultura. Jaime Marta Soares reafirma o que há muito
vem dizendo: “O combate não
resolve o problema e na floresta continua quase tudo por fazer”.
Antes mesmo do discurso do
presidente da Confederação, foi
a vez do presidente da ANPC
usar da palavra. O General Grave Pereira sublinhou que a “resiliência” das instituições passa
pela introdução de melhorias.
“Apesar dos números de 2014,
não devemos ‘descansar’”, afirmou. Sobre a formação, à qual
garante dar a maior “importância”, Grave Pereira lembrou que
a preparação pode ser um fator
decisivo entre “uma boa ou
uma má decisão”, e por isso a
segurança dos combatentes
está na “primeira linha” das
preocupações da ANPC.
Segurança
dos combatentes
é o maior objetivo
Numa projeção da estratégia
definida para o verão deste
ano, José Manuel Moura diz que
os primeiros três objetivos es-
MAI ADMITE REVER REGRAS A TÍTULO EXCECIONAL
Faltam viaturas para formação em desencarceramento
D
e norte a sul do país, os bombeiros estão a ter muitas dificuldades em obter viaturas para a formação em desencarceramento. O alerta
foi lançado por Carlos Soares, comandante dos Bombeiros Voluntários de Gouveia, no encontro realizado em Santarém. Aproveitando a
presença dos responsáveis da Liga
dos Bombeiros Portugueses (LBP),
Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e do secretário de Estado
da Administração Interna, João Almeida, o responsável operacional lamentou o facto de ter um curso para
16 bombeiros “suspenso” por não
conseguir concluir a vertente do desencarceramento. Tudo porque não
se conseguem viaturas para o feito.
“Já lá vai o tempo em que tínhamos
acesso facial às viaturas que vão
para abate. Nesta altura é muito difícil e como o desencarceramento é
obrigatório na formação dos bombeiros, tenho os jovens à espera
sem poder começar a trabalhar. Alguma coisa tem de ser feita para que
não estejamos a dar falsas expectativas aos jovens que ao sentirem-se
enganados podem abandonar os
bombeiros e ir fazer outra coisa
qualquer”, referiu o comandante
Carlos Soares.
Ao que o “BP” apurou a situação
vivida nos voluntários de Gouveia
não é inédita e país fora há já muitas
queixas idênticas. O relato de Carlos
Soares foi prontamente respondido
pelo secretário de Estado João Almeida que justificou a situação com
a “burocracia” existente em torno da
política do ministério do Ambiente
em matéria de abate de veículos em
fim de vida.
Assumindo que a situação o preocupa e que já foi alvo de conversa
junto do seu homólogo do Ambiente,
João Almeida admitiu que até se encontrar uma solução definitiva o Governo poderá vir a “ajustar” a ques-
tão da formação em desencarceramento para que os bombeiros possam terminar os curso e prestar
serviço nas restantes áreas do socorro. “Somos muito sensíveis às
questões ambientais mas mais importante é aprender para salvar vidas”, referiu João Almeida que em
declarações ao ‘BP’ admitiu o seguinte: “Sem nunca desinvestir na
formação em desencarceramento,
que é uma área essencial, admito
que, em casos excecionais, se possa
permitir a progressão dos estagiários para o quadro, dando um tempo
mais alargado para que possam fazer esta parte que fica em falta. Assim, os bombeiros poderiam responder às outras missões. Mas nunca
desinvestir no desencarceramento,
isso não”, reforçou.
17
MARÇO 2015
E ANÁLISE AOS INCÊNDIOS
que ficou por fazer
tão definidos: A “segurança dos
combatentes”. Só depois surgem como patamares a atingir
a redução de área ardida e do
número de reacendimentos. Foi
claro nesta questão o Comandante Operacional Nacional que
deu conta de que está a ser
distribuído este ano a todos os
bombeiros um “auxiliar de bolso” sobre o Sistema de Gestão
Operacional.
Sobre os melhoramentos
programados, José Manuel
Moura destacou o reforço da
capacidade de resposta das bases logísticas do país. No conjunto as BAL vão ter capacidade para “1074 operacionais”.
Ao nível das comunicações,
destaque para a instalação de
terminais SIRESP em todos os
corpos de bombeiros e em todos os veículos alocados ao DECIF 2015. A atualização da informação pública veiculada na
página da ANPC na net passa a
ser feita informaticamente,
deixando assim de ser atualizada por um operador. Ao nível
dos meios aéreos, o DECIF passa a contar com mais duas frequências aeronáuticas, passando a três no total.
Estas foram algumas das novidades apresentadas pelo responsável do CNOS que sublinha que o DECIF 2015 “plasma” as necessidades que foram
sendo detetadas.
SIRESP
Cobertura total até ao final de abril
Rádios SIRESP adquiridos pela ANPC para os Corpos de Bombeiros
Agrup
Distrito
2011
2013
2014
Custo
a)
Foto: Marques Valentim
Norte
O
Governo comprometeu-se com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a
entregar rádios SIRESP a todos os corpos de bombeiros
do país até ao último dia do
mês de abril. A garantia foi
dada na última Sessão Técnica de Avaliação dos Incêndios
Florestais, realizada em Santarém, no passado dia 21 de
março. A ocasião foi aproveitada para mais uma entrega
simbólica de rádios a 18 associações, representando um
por distrito. Na oportunidade,
o presidente da LBP, coman-
c/ IVA
2015
Custo
Bases
Móveis
Portáteis
40
558
188
20
274
84
11
171
60
Porto
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Norte
Braga
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Norte
Bragança
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Norte
Viana do Castelo
3 /CB
1 /CB
6 /CB
10
126
48
726
Norte
Vila Real
3 /CB
1 /CB
6 /CB
23
229
104
Centro Norte
Aveiro
3 /CB
1 /CB
6 /CB
24
330
104
Centro Norte
Coimbra
3 /CB
1 /CB
6 /CB
20
367
96
Centro Norte
Guarda
3 /CB
1 /CB
6 /CB
18
229
92
Centro Norte
Viseu
3 /CB
1 /CB
6 /CB
32
386
132
Centro Sul
Castelo Branco
Leiria
3 /CB
1 /CB
6 /CB
11
182
48
3 /CB
1 /CB
6 /CB
25
329
100
Portalegre
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Centro Sul
636
476
c/ IVA
Centro Sul
14
124
60
dante Jaime Marta Soares,
Santarém
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Centro Sul
0
274
112
congratulou-se com o cumBeja
3 /CB
1 /CB
6 /CB
276
Sul
14
0
60
* inclui Faro
Sul
Évora
3 /CB
1 /CB
6 /CB
0
91
56
primento do compromisso esLisboa
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Sul
0
465
224
tabelecido entre o Governo e
490
Setúbal
3 /CB
1 /CB
6 /CB
Sul
0
238
100
a LBP, que resulta na parceria
Algarve
__
17
165
68
Faro
3 /CB
1 /CB
6 /CB
cuja expressão prática está
1236
412
Adquiridos:
Adquiridos:
2604
1.268.249,04€
6856
2.888.040 €
em garantir mais capacidade
Custo unitário: 487.79 €
Custo unitário:
421.24 €
operacional aos bombeiros.
Este ano vão ser entregues
Nota: Em 2013 foi adquirido 1 equipamento rádio portátil para cada Corpo de Bombeiros, que foi entregue com mais outro equipamento usado.
6856 portáteis, num valor
estimado de cerca de dois de 4 milhões de euros. Ante- os rádios emissores receto- narem como estações base de incêndios contará este
milhões e novecentos mil eu- riormente, desde 2011, o in- res a distribuir este ano já móveis, equipadas com repe- ano com uma base SIRESP
ros. Nos anos de 2014 e vestimento feito nos mesmos chegaram a vários distritos e tidor, VSAT e cabo radiante e em cada corpo de bombeiros.
2015, através da Autoridade equipamentos foi assumido todo o processo estará termi- 11 Control Rooms e 18 Con- Também os CDOS já estão
Nacional de Proteção Civil por cada governo civil distri- nado no final de abril.
solas de Despacho para a todos equipados com as con(ANPC) serão empregues
na- tal.
Em fase de aquisição
estão 01:43
rede SIRESP.
solas SIRESP.
SIRESP-Entregas
.xls
24-03-2015
Página 1 de 1
queles equipamentos mais
Segundo dados da ANPC, duas viaturas TT para funcioSegundo a ANPC, a época
PC
18
MARÇO 2015
CARREGADO
AÇORES
Incêndio destrói armazém
e fere sete pessoas
Resgate
marcado pelo êxito
U
m incêndio de grandes dimensões deflagrou nas instalações da empresa “Salvador
Caetano” e da empresa “Dura
Automotive Portugal”, no Carregado tendo destruído totalmente um dos armazéns.
Devido à inalação de fumos,
cinco funcionários foram assistidos no local, sendo alguns
transportados ao hospital, havendo ainda registo de ferimentos sem gravidade em dois
bombeiros no decorrer das operações de combate.
Este sinistro obrigou a uma intervenção musculada de 112 bombeiros e 39 veículos de corpos
de bombeiros dos concelhos de Alenquer, Azam-
N
o passado dia 27 de fevereiro, a Equipa de Salvamento em Grande Ângulo dos Voluntários
de Velas, nos Açores, foi ativada para o resgate de um homens de 80 anos, com fratura de
um membro inferior provocada por uma queda na Fajã do João Dias na Freguesia dos Rosais.
O resgate, que envolveu um total de 11 operacionais, teve a duração de aproximadamente
quatro horas, e foi dificultado por um trilho de difícil acesso, muito lamacento e escorregadio.
buja, Arruda dos Vinhos, Vila Franca de Xira, Sobral de Monte Agraço e Loures que contaram com
apoio de várias equipas da GNR.
Sérgio Santos
OLEIROS
Operacionais em prova todo o terreno
R
ealizou-se no passado dia 21 de Fevereiro, no
concelho de Oleiros, a oitava edição do passeio todo-o-terreno, promovido pela Associação
Pinhal Total – Oleiros Aventura, considerado pela
crítica da especialidade como uma das melhores
provas de todo o terreno turístico a nível nacional. Este ano com o tema alusivo à celebração de
2015 – Ano Internacional da Luz, o evento reuniu
o número record de 400 participantes.
O Corpo de Bombeiros Voluntários de Oleiros,
sempre disponível e pronto a ajudar, esteve totalmente empenhado na segurança e socorro do
evento tendo contribuído de grande forma para o
sucesso do mesmo.
PAMPILHOSA
N
Intervenções bem-sucedidas
o passado dia 25 de janeiro pelas 16 horas os
Bombeiros da Papmpilhosa foram acionados
para uma colisão entre um veículo pesado de
mercadorias e um ligeiro de passageiros na IC2-N1, na localidade de Santa Luzia.
Do embate, resultou um ferido ligeiro que, depois de estabilizado e imobilizado, foi transportado ao Centro Hospitalar da universidade de Coimbra.
No local estiveram seis operacionais, apoiados
por dois veículos. A Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana este presente no local e
tomou conta da ocorrência.
Já no dia 27, um outro acidente, também IC2-N1, mas no lugar de Carqueijo envolvendo dois
veículos, provocou ferimentos ligeiros num dos
condutores. Ao teatro de operações acorreram
bombeiros, apoiados por dois veículos.
No dia 13 março o despiste de um veículo ligeiro que caiu na berma e causou um ferido mobilizou oito operacionais dos Voluntários da Pampilhosa uma ambulância de socorro, um veículo de
desencarceramento e um outro de comando.
O ferido ligeiro, um homem de cerca de 60
anos, sofreu apenas algumas escoriações e já se
encontrava fora do veículo aquando a chegada
dos bombeiros sendo de imediato imobilizado
pela equipa pre-hospitalar.
No local esteve também a Viatura Médica de
ESTREMOZ
A
Mais horas e quilómetros em serviço
Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários de Estremoz registou em
2014 mais de 600 mil quilómetros percorridos, 16 por cento mais que em 2013. O
número de horas despendidas nos vários
serviços também cresceu 20 por cento totalizando 25.240 horas.
No cômputo geral, cresceram todos os
tipos de serviços salvo os chamados riscos mistos que decresceram 35 por cento. O total de serviço subiu quase 9 por
cento, os riscos tecnológicos 4 por cento
a prestação e assistência a pessoas e bens 8,8 e
as operações e estados de alerta mais de 26 por
cento.
O número de doentes transportados também
cresceu mas, neste caso, uns tímidos quase 2 por
cento.
LISBOA
Incêndio em hostel
Emergência e Reanimação do Centro Hospitalar
da Universidade de Coimbra e a GNR da Mealhada que tomou conta da ocorrência sendo que o
trânsito se manteve condicionado durante alguns
minutos.
Entretanto no dia 15 os Bombeiros da Pampilhosa foram acionados para num incêndio na localidade de Barcouço.
O alerta dado pelo Comando Distrital das Operações de Socorro de Aveiro, mobilizou três veículos e 8 operacionais.
Um rápida intervenção permitiu travar as chamas que apenas consumiram canas e silvas.
U
m incêndio num hostel, na freguesia da Graça
em Lisboa deflagrou ao início da noite no passado dia quatro de fevereiro.
O fumo que saia da janela do quarto situado no
segundo andar do edifício fez temer o pior, contu-
do a rápida intervenção de três veículos e respetivas equipas do Regimento Sapadores de Bombeiros de Lisboa permitiu extinguir, rapidamente,
o incêndio.
Sérgio Santos
19
MARÇO 2015
D
TORRES VEDRAS
SINES
Bombeiros realizam parto
Aposta forte em resgate industrial
ois bombeiros voluntários de Torres
Vedras, Albano e Emanuel Santos,
efetuaram recentemente o parto de uma
menina.
Respondendo a um pedido de socorro,
deslocaram-se à localidade de Paradas
daquele concelho, na madrugada, perto
das 3h00, do dia 10 de março. Chegados
à residência verificaram que o parto estaria eminente já não dando tempo para
efetuar o transporte da mãe para o Hospital.
Os dois bombeiros não tiveram dúvida em
realizar o parto, tendo depois transportado a
mãe e a recém-nascida para o hospital.
Entretanto, quando efetuavam o transporte
encontraram-se com a VMER do Hospital de Torres Vedras cuja equipa, depois de verificar que a
mãe e a filha estavam bem, seguindo a ambulância para a unidade hospitalar.
SINES
A
Criança nasce em ambulância
ambulância PEM dos
Bombeiros Voluntários
de Sines foi ativada via
CODU/INEM em 20 de março para um serviço de pré-hospitalar em Sines, para
uma parturiente em fim de
tempo.
Ao chegarem ao local,
três operacionais dos Bombeiros Voluntários de Sines
constataram, de facto, a
existência de uma grávida
em fim de tempo, como indicação anterior vinda do
CODU. Perante a situação,
os bombeiros procederam à
passagem de dados para o
CODU que decidiu enviar a viatura médica para
o local. Depois da análise à situação no local, o
médico do INEM indicou que a parturiente deveria deslocar-se para o Hospital de Setúbal para
a realização do parto.
Refira-se que o transporte da parturiente foi
feito já sem acompanhamento da viatura médica e, por conseguinte, sem médico e enfermeiro.
Durante a viagem até ao Hospital de Setúbal
a criança deu sinais de querer nascer antes de lá
chegarem. Nesse sentido, as três bombeiras
que compunham a guarnição da ambulância decidiram parar no quilómetro 81 da A2, perto das
portagens de Alcácer-do-Sal devido ao rebentamento do saco das águas. Foi feita uma nova
informação para o CODU mas a criança nasceu
N
orteados por uma política
de formação e especialização dos operacionais, os
Bombeiros de Sines têm
apostado, mais recentemente, na qualificação e formação dos 12 elementos que
compõem a sua equipa de
resgate, criada recentemente
com o objetivo de servir mais
e melhor a população, bem
como a zona áreas industrias
deste concelho do litoral
alentejano.
Em poucos meses a equipa
já frequentou um curso de
Resgate e Salvamento em Aerogeradores – “Wind
Turbine Rescue”, no Parque Eólico da Sonega, formação de uma enorme particularidade e quase
inédita a nível nacional. Da mesma forma estes
bombeiros estiveram em Valongo, na Escola Portuguesa de Salvamento, com o intuito de obter
conhecimentos básicos ao nível dos trabalhos em
altura e espaços confinados em complexos indus-
triais abrangidos pela diretiva
SEVESO, bem como do resgate técnico vertical por Cordas.
A última formação recebida pela equipa incidiu sobre a
Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC), recebida na Unidade Local de Formação do Seixal e a cargo da
Academia Portuguesa de Segurança e Emergência.
Este grupo já conta com
cerca de 70 horas de formação acreditada, contudo muitas outras ações já estão previstas, a par com a exigente instrução continua.
Algumas empresas da região, conscientes da
importância desta equipa têm feito chegar ao
quartel de Sines alguns patrocínios destinados à
aquisição de material e de equipamento de proteção individual, designadamente a REN Atlântico,
os Transportes Três Mosqueteiros, a Senvion,
bem como a Administração do Porto de Sines.
CANTANHEDE
INEM realiza exercícios para formação de TAS
O
poucos minutos depois, sem que desse tempo
de chegar qualquer ajuda diferenciada.
Atendendo a que não era a primeira gravidez
da parturiente e que o parto tinha decorrido dentro da normalidade, as bombeiras foram aconselhados a retomarem o transporte e seguirem para
o Hospital de Setúbal, onde já eram esperados.
Este acontecimento já não é estranho aos
Bombeiros Voluntários de Sines. Há cerca de um
mês os operacionais da corporação já tinham
apoiado o nascimento de uma criança em casa,
sem que houvesse tempo de a deslocar para o
Hospital.
Lembre-se que a unidade hospitalar mais próxima com serviço de obstetrícia é o Hospital de
São Bernardo em Setúbal, a cerca de 180 quilómetros da cidade de Sines.
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica realizou esta terça-feira,
10 de março, em Cantanhede, exercícios para formação
de Tripulantes de Ambulâncias de Socorro (TAS). Participaram elementos de várias
corporações da região Centro, designadamente de Óbidos, Caldas da Rainha, Pampilhosa da Serra, Vila de Rei,
Carregal do Sal, Murtosa,
Alvaiázere, Oliveira de Frades e Estarreja.
A iniciativa decorreu durante todo o dia nas instalações de uma empresa de enfardamento de veículos em
fim de vida, na Zona Industrial, e contou com o apoio
dos Bombeiros Voluntários
de Cantanhede.
Os 22 formandos presentes foram confrontados com diferentes cenários de acidentes rodoviários onde puderam colocar em prática os ensinamentos obtidos durante o curso de TAS, no que
diz respeito à extração de vítimas do interior de
veículos acidentados. O desencarceramento das
´vítimas’ coube a uma equipa dos Bombeiros de
Cantanhede, apoiada pelo veículo de desencarceramento da corporação.
CACILHAS
Equipas operacionais em treino
A
s equipas operacionais dos
Bombeiros de Cacilhas todo
investem em ações de treinos
que complementam o exigente
plano de formação nas diversas
áreas.
Este mês foram várias as
ações que mobilizaram as equi-
pas de Salvamento Marítimo,
de Salvamento em Grande Ângulo e de Mergulho, com o intuito de “rotinar” procedimen-
tos e aperfeiçoar
técnicas,
com o intuito de garantir a qualidade do socorro prestados às
populações.
20
MARÇO 2015
VILA REAL
PORTO
Sapadores em Sevilha
O
Batalhão Sapadores Bombeiros do
Porto trouxe para casa o segundo
prémio de um dos cenários de competição desportiva do Rescue Day Trophy,
uma iniciativa que reuniu, nos dias 6, 7
e 8 de março, bombeiros ibéricos e
equipas de resgate em trabalhos verticais, em vários exercícios de treino na
cidade espanhola de Sevilha.
Durante três dias, os bombeiros e
equipas de resgate invadiram as ruas
de Sevilha para participar em cinco cenários de resgate, que incluíram o salvamento em altura, passagens por
baixo de pontes e um exercício no ícone arquitetônico, Metropol Parasol, na
Plaza de la Encarnación.
A representar os Bombeiros de Portugal, estiveram o Batalhão Sapadores
Bombeiros Porto, os Bombeiros Municipais de Santarém, os Bombeiros Vo-
luntários de Canas de Senhorim, os
Bombeiros Voluntários de Montalegre e
os Bombeiros Voluntários Vila Real Cruz Verde.
O BSB ficou em 6.º lugar na classificação geral, em 1.º classificado entre
as equipas portuguesas, em 2.º lugar
na classificação entre todas as equipas
de bombeiros e em 2.º no obstáculo
“Torre Schindler”.
O BSB aproveitou o Rescue Day Trophy para divulgar o II MESMU - –Meeting de Equipas de Salvamento em
Meio Urbano, que o Batalhão organiza
no mês de maio, é um evento, além da
vertente competitiva, terá como principal objetivo a partilha de conhecimentos e experiências entre as diversas equipas que nele irão participar.
Texto e Fotografias de Subchefe
António Oliveira
N
Cruz Verde no Rescue Day Trophy
os dias 6, 7 e 8 de março,
a Equipa de Salvamento
em Grande Ângulo dos Bombeiros Voluntários de Vila Real
– Cruz Verde deslocou-se até
à vizinha Espanha, mais propriamente à cidade de Sevilha, para participar na competição de equipas de Resgate
em Altura “Rescue Day Trophy”. Esta participação veio
dar seguimento a outra prova
do género realizada em outubro de 2014, na cidade do
Porto, na qual os Bombeiros
da Cruz Verde se destacaram.
O Rescue Day Trophy reuniu 24 equipas de resgate em altura de vários pontos da Península Ibérica, entra as quais cinco portuguesas.
Esta iniciativa permitiu aos operacionais não só
arrecadar conhecimentos e técnicas, mas também a troca de experiências entre os participantes.
“O fim de semana foi, sem dúvida, muito produtivo para os elementos da equipa de Salvamento em Grande Ângulo”, segundo fonte dos
Voluntários da Cruz Verde pois, “para além de
aprendizagem de novos conceitos e técnicas, foram testados ao limite nas exigentes provas do
Rescue Day Trophy”,
A humildade, mas também a vontade de saber
mais permitiram a voluntários deste corpo de
bombeiros vila-realense assumirem todos os desafios com “com brio e um enorme profissionalismo”.
“Foi um orgulho para a equipa de Salvamento
em Grande Ângulo da Cruz Verde levar além-fronteiras o nome desta Instituição e dos Bombeiros Voluntários, de Portugal”, consideram salientando que esta participação será certamente
um mais-valia para toda a população da cidade
de Vila Real, que “pode contar com a especialização e o profissionalismo dos bombeiros no que
respeita ao salvamento em altura”.
CASCAIS
Encontro internacional
sobre desencarceramento
COJA
Eercício intensivo de trauma
R
ealizou-se nos dias 14 e 15
de março, em Tires, Freguesia de são Domingos de
Rana, Cascais o 1.º European
Rescue Training Challenge and
Meeting, organizado pelos
Bombeiros de Parede em parceria com a ANSD – Associação
Nacional de Salvamento e Desencarceramento, Câmara Municipal de Cascais e Junta de
O
s Bombeiros Voluntários de Coja realizaram
um exercício intensivo de trauma em vários
locais desta vila.
Durante dezasseis horas consecutivas vinte
operacionais puseram à prova os conhecimentos
em salvamento e resgate de vítimas de trauma
em diversificados cenários. Foram testadas técnicas em espaços confinados, em poços e meio
aquático, e os operacionais treinaram ainda procedimentos em cenários de atropelamento e até
de uma explosão.
Os responsáveis por esta ação de treino mostraram-se satisfeitos com os resultados obtidos
pelo grupo e garantem que “os objetivos traçados
foram alcançados”, salientando quo exercício permitiu trabalhar e agilizar técnicas de trauma, verificar questões de organização e, por fim, fomentar a camaradagem entre os participantes.
Sérgio Santos
Freguesia de São Domingos de
Rana.
Participaram neste evento
cinco equipas, Bombeiros Voluntários de Parede, São Brás
de Alportel e Aljezur, Municipais
da Figueira da Foz, e a equipa
campeã mundial daquela modalidade, o “Hampshire Fire
and Rescue Service” (UK). Este
evento permitiu uma intensa
troca de experiências entre as
várias equipas dado que, inclusive, foram realizados pela primeira vez os exercícios standart, complexo e rápido.
Refira-se ainda que o Campeonato da “World Rescue Organization” (WRO) (www.wrescue.org) realiza-se este ano em
Portugal, de 14 a 18 de outubro, na cidade de Lisboa.
21
MARÇO 2015
COIMBRA
Fotos: Marques Valentim
Treino operacional para incêndios florestais
PORTIMÃO
O
Comando Distrital Coimbra da
Autoridade Nacional de Proteção Civil, iniciou no dia 13 de março
a preparação da Época de Incêndios Florestais 2015 com a realização de um treino operacional de 1.º
COS – O primeiro Comandante das
Operações de Socorro de Coimbra.
Este primeiro treino operacional
realizado em Vila Nova de Poiares,
liderado pelo comandante distrital
Carlos Luís Tavares, decorreu em
13 e 14 março e juntou 180 operacionais dos Bombeiros e GIPS da
GNR.
Na sexta-feira, 13, na sessão de abertura compareceu o presidente da Câmara Municipal de Via
Nova de Poiares.
Este treino operacional organizado pelo Comando Distrital Operações de Socorro de Coimbra contou com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Poiares.
A iniciativa teve como objetivo, consolidar, uniformizar, partilhar procedimento bem como o
convívio entre as diferentes forças que coabitam
no combate aos incêndios florestais potenciando
assim intervenções com mais eficiência.
O comando de uma operação vai evoluindo de
forma hierárquica e o treino associado à formação de cada interveniente marca a diferença aumentado a preparação dos operacionais.
O convívio saudável entre Comandantes, Bom-
O
quartel do Corpo de Bombeiros de Portimão,
acolheu no passado dia 20 de março, mais
um seminário técnico promovido pelo Serviço
Municipal de Proteção Civil,
Subordinado ao tema “Intervenção em Infraestruturas elétricas”, este fórum, reuniu vários
agentes de Proteção Civil e técnicos da EDP Distribuição que prestaram informações e esclarecimentos vários sobre os riscos na abordagem de
acidentes e procedimentos de segurança neste
tipo de intervenções.
O salão nobre dos Voluntários de Portimão foi
beiros e GIPS da GNR saiu reforçado neste Treino, garantindo uma excelente articulação nos
Teatros de Operações.
Vai o Comando Distrital organizar ainda mais 4
Treinos Operacionais no Distrito de Coimbra envolvendo os diferentes operacionais que colaboram no Combate dos Incêndios Florestais:
– Jornadas de Condução defensiva em veículos
de emergência – 28 março em Miranda do Corvo;
– Condução fora de Estrada (4x4) de Veículos
de Combate a Incêndios Florestais – 18 abril em
Soure
– Treino Operacional para utilização de Maquinas de Rato – 9 de maio em Oliveira do Hospital.
– Treino de Equipas de Posto de Comando Operacional para Comandantes e Elementos de Comando dos Corpos de Bombeiros do Distrito de
Coimbra – 23 maio em Penela
AVEIRO
Fórum debate implicações de ser bombeiro
P
oucas atividades existirão que exijam tanta
entrega como a de bombeiro. Estar sempre
disponível para defender pessoas e bens é premissa essencial para todos os que escolhem ser
bombeiros. No próprio juramento feito aquando a
integração no corpo ativo é prometida total disponibilidade para servir o próximo, mesmo com o
sacrifício da própria vida.
Mas quais são as implicações da escolha desta
“nobre missão”? Qual o peso social, familiar e
psicológico de se ser “soldado da paz”? Estas são
algumas das questões que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede
(AHBVC) gostaria de ver respondidas no II Fórum, agendado para 9 de maio, subordinado ao
tervenientes da proteção civil
da cidade, nomeadamente
Bombeiros Aveiro – Velhos,
Bombeiros Aveiro – Novos,
Serviço Municipal de Proteção
Civil, PSP e CDOS de Aveiro.
O cenário deste exercício foi
o Túnel da Sé, em pleno centro da cidade de Aveiro, simulando um despiste de uma via-
tura ligeira de passageiros,
onde ocorre um incêndio, e
como consequência da falta de
visibilidade no local, ocorre
outro acidente envolvendo
uma viatura que capota e uma
viatura de transporte escolar.
Desta situação resultaram 6
feridos, 3 dos quais encarcerados.
Os principais objetivos desta
simulação foi a de testar a capacidade operacional dos corpos de bombeiros da cidade
numa ocorrência deste tipo, a
articulação e cooperação entre
os vários agentes de proteção
civil intervenientes e também
a sensibilização à população
para questões de segurança
rodoviária.
Os Bombeiros Aveiro Velhos
mobilizaram para este exercício 5 veículos com um total de
19 operacionais.
tema “Ser Bombeiro: envolvimento social, familiar e psicológico”, que prevê um conjunto de
debates onde marcam presença vários especialistas que trabalham diariamente com bombeiros.
Serão ainda apresentados os testemunhos de
vários bombeiros e familiares e dados a conhecer
os resultados de um inquérito motivacional realizado junto de corporações de todo o país.
A participação neste fórum é gratuita e aberta
a todos os interessados, bombeiros, familiares e
comunidade em geral.
Por uma questão de logística, é obrigatória a
inscrição prévia, com preenchimento da ficha de
inscrição disponível no site dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (www.bvc.pt).
ÓBIDOS
N
m exercício no Túnel da
Sé, em Aveiro, congregou
bombeiros e outros operacionais no dia 1 de março, no âmbito das comemorações em
que se comemora do Dia Internacional da Proteção Civil.
Em Aveiro a efeméride foi lembrada com a realização do
exercício, que juntou vários in-
pequenos para receber dirigentes, técnicos e
operacionais dos bombeiros, Proteção Civil, PSP,
INEM e serviços da Câmara Municipal, num encontro que permitiu enriquecer conhecimentos no
âmbito da rede de distribuição elétrica e, também, a sempre importante partilha de experiências.
Durante o mês de março os Bombeiros de Portimão promoveram ainda outras sessões técnicas, sobre temas tão diversificados como os riscos e procedimentos em acidentes em contexto
de trabalho ou a intervenção em redes de gás.
CANTANHEDE
Exercício no Túnel da Sé
U
Bombeiros promovem sessões técnicas
Quartel recebe candidatos
a sequência da campanha de apelo ao
voluntariado, “Vem fazer parte da nossa
equipa”, os Bombeiros de Óbidos em conjunto com os Bombeiros de Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha e Peniche iniciaram
no passado dia 20 de Fevereiro uma nova
escola conjunta de recrutas, com 41 novos
candidatos a bombeiros, 12 dos quais relativos aos Bombeiros de Óbidos.
Estes 41 estagiários têm como objetivo
ingressar nos quadros ativos dos respetivos
corpos de bombeiros após frequentarem o
curso de instrução inicial de bombeiros,
num total de 250 horas de formação
22
MARÇO 2015
MEDA
270 mil euros para remodelação de quartel
O
quartel dos Bombeiros Voluntários de Meda vai receber obras de remodelação e de ampliação avaliadas
em 270 mil euros, que vão melhorar as condições de operacionalidade. Segundo o presidente da direção, Paulo
Amaral, as obras correspondem a um desejo antigo da
corporação que ocupa um edifício com 40 anos que “já
não corresponde às exigências atuais” de um corpo de
bombeiros.
“O quartel não tem camaratas femininas, o telhado é
em amianto, o salão nobre está desadequado aos dias de
hoje e a garagem tem falta de espaço. Por isso, as viaturas estão nas paradas, ao ar livre, e algumas estão guardadas em armazéns”, explicou hoje o dirigente. O responsável lembra que as obras, desejadas há cerca de seis
anos, também representam “um anseio do corpo ativo,
devido à presença feminina”, uma vez que a corporação
dos bombeiros voluntários de Meda, no distrito da Guarda, tem “cerca de dez mulheres” e não possui camaratas
femininas. A intervenção, que deverá começar esta se-
N
mana, é financiada em 85 por cento pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
“Toda a remodelação é inspirada na modernização e
sustentabilidade energética do próprio edifício”, indicou o
dirigente, que também desempenha as funções de presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda.
Paulo Amaral referiu que “foi muito difícil” conseguir
apoio financeiro para a concretização da obra que só é
possível tendo em conta “a boa vontade do Governo, do
município e do querer da direção e do comando”.
O processo foi iniciado em 2013, por ocasião das comemorações dos 83 anos da corporação, quando esteve
na Meda o ex-ministro da Administração Interna, Miguel
Macedo, lembrou Paulo Amaral, que foi recentemente reconduzido para mais um mandato de três anos à frente
dos destinos da instituição.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
de Meda foi criada em 22 de julho de 1930 e possui um
copo ativo que tem um total de 55 elementos.
CARREGAL DO SAL
SÃO MAMEDE INFESTA
Fundos chegam de Elizabeth
Junta recebe posto avançado
o passado dia 7 de março
arrancou no Club Português
na cidade de Elizabeth, no estado norte-americano de Nova
Jersey, um convívio que, sob o
lema “A sede é nossa”, visou
angariar fundos para que os
Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal possam reconstruir
a antiga sede da instituição,
edifício histórico localizado no
coração desta da vila do distrito
de Viseu.
Marcaram presença no evento, que rendeu cerca de 19 mil
dólares, mais de 400 pessoas que este ano pela
primeira vez contou também com a participação
do mayor da cidade de Elizabeth, Chris Bollwage,
do vereador geral, Manny Grova, do chefe de Batalhão, Mike Mateiro, e do inspetor Chris, dos
Bombeiros de Elizabeth .
A comissão organizadora composta por Jorge
Abreu, Fernando Albuquerque, José Russo, Victor
Castanheira e o Flávio Correia, contou nesta festa
com a presença de Miguel Ângelo David, comandante dos Voluntários de Carregal do Sal, bem
como do dirigente José Tiago.
A delegação portuguesa manteve encontros
com os Bombeiros de Elizabeth estreitando laços
s Bombeiros Voluntários de São Mamede de
Infesta (BVSMI) têm em funcionamento
desde 3 de março último um posto avançado na
sede da Junta de Freguesia da Senhora da
Hora.
Estas instalações são provisórias até serem
cedidas outras definitivas pela mesma entidade.
A instalação do posto avançado dos BVSMI,
resulta de um protocolo de colaboração e cedência de infraestruturas entre a União de Freguesias da Senhora da Hora e São Mamede de
Infesta e os Bombeiros de São Mamede de Infesta. Protocolo muito importante já que passa
a garantir “a resposta rápida ao sinistro e uma
de cooperação. Das conversações resultou ainda
a intenção dos operacionais americanos voltarem
Carregal de Sal, onde estiveram em setembro do
ano passado, mas desta feita em período de
maior atividade em matéria de incêndios florestais.
Comando e direção “agradecem e felicitam a
comissão organizadora deste evento solidário e a
larga comunidade de Portugueses e sobretudo a“
Carregalense ” nos Estados Unidos, pela forma
como uma vez mais receberam a delegação portuguesa e e também pela vontade demonstrada
em colaborarem no projeto de reconstrução do
antigo quartel sede.
TIRSENSES
A
Faleceu o chefe José Moreira
Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários Tirsenses perdeu recentemente um dos elementos
emblemáticos da sua história
e do seu Quadro de Honra
(QH), o chefe José Moreira.
O extinto, falecido em 16
de fevereiro último, era detentor de muitas distinções,
nomeadamente, do crachá
de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, muito justamente atribuídas no âmbito de uma carreira intensa de
bombeiro que já levava 52
anos de existência.
À direção, comando, corpo
ativo dos Voluntários Tirsenses e familiares do chefe
José Moreira endereçamos
sentidos pêsames.
PAMPILHOSA
F
Quartel perde comandante do QH
aleceu, no passado dia 22 de
fevereiro, Alcides Lino, comandante do Quadro de Honra
(QH) dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa.
Nascido a 6 de abril de 1924,
Alcides Lino ingressou no corpo
em fevereiro de 1956: Em 1977
passa a integrar a estrutura de
O
comando primeiro como adjunto, depois como 2.º comandante (1981 a 1997), comandante
em regime de substituição
(1997 a 2000). Chega ao topo
da hierarquia em 2001, ano em
que, também, deixa o quadro
ativo e passa a figurar passa ao
quadro de honra.
melhor operacionalização e racionalização de
meios de emergência”.
O posto avançado, servirá a população 24
horas e, numa primeira fase, traduz-se na permanência de uma ambulância de socorro.
SAMORA CORREIA
A
IRS chega aos bombeiros
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia recebeu este
mês cerca de 4800 euros referentes à consignação dos 0,5 por cento das declarações do IRS de
2013, feitas há um ano pelos contribuintes que
aderiram à campanha lançada pela associação.
A verba será aplicada na compra de equipamentos que melhorem a eficiência e a capacidade
de resposta do corpo de bombeiros.
Já está em curso nova campanha, apelando
aos contribuintes que coloquem a cruz na sua declaração de IRS e escrevam o NIPC da associação. Na promoção, Voluntários de Samora Correia explicam que não há qualquer encargo para
os contribuintes solidários. “Em vez de o Estado
ficar com o seu dinheiro uma parte será confiada
aos Bombeiros de Samora”, lê-se no apelo da associação.
Na prática a Autoridade Tributária transfere
para as associações de Utilidade Pública que reúnam condições para o efeito 0,5 % do valor da
coleta em sede de IRS.
VISEU
A
PJ investiga
Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viseu. Em causa estão, e ao que apurámos, alegadas irregularidades referentes às despesas extraordinárias dos incêndios florestais de
2013. Fonte do Ministério Público confirmou ao
‘BP’ que nesta altura os voluntários de Viseu são
a “única associação” sob investigação e que a denúncia partiu de um “cidadão anónimo”. Contactado pela nossa redação, Carlos Costa, presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de Viseu, confirma a investigação e sublinha a “total
disponibilidade” de colaboração com as autoridades judiciais. Sobre a investigação nada diz, alegando segredo de justiça, mas assume que a associação a que preside há cerca de um ano está
de “consciência tranquila”.
Recorde-se que as despesas extraordinárias relativas aos incêndios florestais de 2013 ultrapas-
saram todas as expectativas e ascenderam a um
total de cerca de 15 milhões de euros. Num ano
particularmente difícil, e só em reparações de viaturas, a Autoridade Nacional de Proteção Civil
(ANPC) teve de re-embolsar mais de nove milhões
de euros. Os valores apresentados pelas associações de bombeiros à ANPC fizeram disparar todos
os alertas já que alguns do valores apresentados
para pagamento suscitaram perplexidade:
“Temos um caso onde só numa associação se
perderam 294 lanços de mangueira. Há outro
caso de 63 pneus perdidos ou, outro ainda, que
reclama a perda de 17 rádios”, referiu na altura
ao nosso jornal fonte do MAI. Perante esta situação a tutela decidiu aplicar novas regras que entraram em vigor em 2014. Recorde-se que as reparações das viaturas passaram a depender de
autorização prévia da ANPC.
Patrícia Cerdeira
23
MARÇO 2015
ALCOBAÇA
Quando faltam voluntários, sobram preocupações
A poucos dias de assinalar o 127.º aniversário, a Associação dos
Bombeiros Voluntários de Alcobaça abrem as portas e convidam o
jornal Bombeiros de Portugal, a conhecer a realidade de uma
instituição com peso institucional e operacional, dentro e fora das
fronteiras concelhias.
Esta é uma estrutura que tem como ponto forte a organização,
mas que não esconde que uma gestão profissional e rigorosa pode
não ser suficiente para garantir o futuro, se o voluntariado
começar a faltar.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
presidente João Casimiro e o comandante Mário
Cerol fazem as honras
da casa e, em parceria, assumem o papel de cicerones
numa visita aos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, uma instituição que no próximo dia 1
de maio assinala o 127.º aniversário, numa cerimónia que
servirá para oficializar a entrada de seis novos elementos no
corpo ativo, um reforço importante, tendo em conta a propalada “crise de voluntariado”
que também já bateu à porta
deste quartel.
Direção e comando não escondem preocupações com o
futuro, alegando que começa a
ser “muito complicado” recrutar pessoas para a causa, não
por falta de vocação, mas porque, de facto, as pessoas deixaram de ter disponibilidade,
num quotidiano exigente, sobretudo a nível profissional. Em
Alcobaça o fenómeno adensa-se com as correntes de emigração e migração, que vão arrastando a população ativa
para outras paragens, onde há
perspetivas de empregabilidade.
Ainda assim, embora em número reduzido os Bombeiros de
Alcobaça lá vão conseguindo
recrutar voluntários, como nos
dá conta o comandante Mário
Cerol o início de uma nova escola com 20 elementos, sendo
certo que parte deles vai “ficar
pelo caminho” logo que chegue
o momento de ingressar no ensino superior.
A alteração na legislação que
permitiu alargar o acesso à carreira de bombeiro voluntário
para os 45 anos, trouxe benefícios aos quartéis, essa é pelo
menos a convicção de João Casimiro e de Mário Cerol, que
muito valorizam as características humanas e profissionais,
destas “pessoas mais maduras,
mais preparadas, com outros
valores, com vidas estabilizadas, e com redobrado sentido
de responsabilidade”, que têm
vindo a acrescentar valor à dinâmica deste corpo de bombeiros.
Nesta linha, o comandante
salienta também o crescente
número de mulheres nos corpos
ativos, defendo que bombeiro
no feminino é sinónimo de valor
seguro, sublinhando que “elas”
se distinguem em “determinados serviços, nomeadamente
na saúde” e são “iguais aos homens” em todos os teatros de
operações, onde se superam e
dão o melhor de si.
Apesar das preocupações
com o amanhã, o hoje revela
aos visitantes uma instituição
muito organizada, sustentada
por um gestão profissional que
já envolve cerca de 30 funcionários e mobiliza 80 operacionais, encarregues de garantir a
proteção e o socorro aos cerca
de 22 mil habitantes de sete
das 13 freguesias deste concelho, onde operam quatro corpos de bombeiros.
“Neste território há um pouco de tudo, menos mar”, salienta Mário Cerol dando conta
da existência de indústria,
mancha verde, pedreiras, um
troço de linha férrea, para além
da rede viária e de áreas urbanas, pontos que impõem a
prontidão de meios e a preparação dos operacionais. No
topo da atividade operacional
consta, no entanto, o socorro
pré-hospitalar.
Com tantos desafios, importa
apostar na formação, como revela Mário Cerol, que dá conta
de “um rigoroso plano, devidamente aprovado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil,
que prevê 80 horas de instrução o dobro do que a legislação
determina”. Neste âmbito, o
responsável operacional reforça
que, durante o ano, o corpo de
bombeiros é desafiado a abordar um tema diferente todos os
meses, em ações que culminam
sempre com um exercício ou simulacro, que visa “testar não
só os conhecimentos teóricos,
mas, sobretudo, o saber-fazer”.
Toda esta atividade é, ainda, intensificada com trabalho em
áreas mais específicas ou mais
técnicas como o salvamento em
grande ângulo e o desencarceramento. Paralelamente, o corpo de bombeiros participa, ainda, em várias iniciativas conjuntas envolvendo congéneres
de vários pontos do Pais.
Do quartel-sede inaugurado
em 1993 resta muito pouco,
despois de todos os investimentos em remodelações, melhoramentos e ampliações, que trans-
formaram o imóvel num verdadeiro complexo operacional,
muito bem apetrechado tanto a
nível de viaturas como dos mais
variados equipamentos
Também em matéria de segurança foi “dado um grande salto”, como salienta Mário Cerol,
visivelmente satisfeito com a
qualidade dos diferentes equipamentos de proteção individual
entregue a todos os operacionais.
Este esforço de adaptação
aos desafios de um setor cada
vez mais exigente é acompanhado de perto tanto pela população como pelas empresas
da região, que muito apoio dão
os Voluntários de Alcobaça. Da
mesma forma, também a autarquia está atenta a esta dinâmica que, não só, incentiva,
mas também patrocina de várias formas, nomeadamente
concedendo vários benefícios
sociais aos bombeiros.
A pouco mais de um mês de
festejar 127 anos de serviço
público, esta associação pode,
assim, orgulhar-se do trabalho
desenvolvido mas, principalmente, da excelência colocada
no cumprimento de todas as
missões, nos mais distintos e
complexos teatros de operações.
24
MARÇO 2015
PINHEL
Comandante toma posse
MEALHADA
T
omou posse no passado dia 7 de março, o
novo comandante dos Voluntários Pinhelenses, nume cerimónia testemunhada cerca de uma
centena de pessoas.
A desempenhar funções, em regime em substituição, desde abril de 2014, Luís Pereira, assume, agora, a estrutura de comando dos bombeiros de Pinhel: Admitido como aspirante em 1996,
alcançou a categoria de subchefe, tendo em 2003
integrado o quadro de comando, num percurso
marcado por louvores e varias distinções honoríficas.
Marcaram presença nesta sessão, entre bombeiros e dirigentes da instituição e representantes de várias congéneres convidadas. o presidente do município de Pinhel, o comandante operacional distrital, um representante da Liga dos
Bombeiros Portugueses, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito da Guarda, entre
outras individualidades.
CALDAS DA RAINHA
N
Parceria com a comunidade escolar
o âmbito das parcerias com a comunidade
escolar local, o Corpo de Bombeiros das
Caldas da Rainha participou no dia 19 de março, na Escola Rafael Bordalo Pinheiro numa
ação de sensibilização, onde foram abordados
alguns temas relacionados com a área da segurança - primeiros socorros, combate a incêndios, avaliação e prevenção de riscos, aproveitando o tema escolhido para marcar as comemorações em 2015 da proteção civil “Educação
Para o Risco – Um desafio de futuro” Saber socorrer/salvar alguém deve ser considerado
uma questão de cidadania, pelo que no final a
frase mais ouvida pelos alunos foi, “de certeza
R
Empossado segundo comandante
ealizou-se, no 13 de março, no pavilhão Dr.
Mário Saraiva, no quartel dos Bombeiros da
Mealhada, a cerimónia de tomada de posse do
segundo comandante.
“Está, assim, terminado o ciclo iniciado com o
fim do mandato do anterior comandante. Há um
ano nomeámos o comandante Nuno João, hoje
damos posse ao segundo comandante José Duarte”, afirmou, na ocasião, Nuno Castela Canilho,
presidente da direção dos Voluntários da Mealhada.
José Duarte, até agora bombeiro de 3.ª, foi a
escolha do Nuno Antunes João, aprovada pela direção, tendo a nomeação sido comunicada ao
corpo ativo a 9 de outubro do ano passado. Entretanto, José Duarte frequentou com aproveita-
mento o curso de comando e a 4 de março foi
assinado o despacho de homologação, pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Na ocasião o presidente da direção salientou as
qualidades pessoais, operacionais e de caráter do
empossado que considerou o “homem certo para
este lugar”.
Já José Duarte na sua intervenção dirigiu-se
aos bombeiros pedindo apoio para o desempenho
da sua função, considerando que “sozinhos somos o que pudermos, mas juntos somos o que
quisermos!”
Na cerimónia marcaram presença bombeiros
do quadro ativo, antigos bombeiros, elementos
dos órgãos sociais, familiares e amigos do empossado, entre outros convidados.
FAFE
Estagiários em exame final
que irei estar mais preparado/a e ter a calma
necessária para reagir, numa situação de
emergência.
CACILHAS
Q
Ofertas educativas
e formação profissional
uinze elementos e cinco viaturas dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas participaram
recentemente na exposição de ofertas educativas e formação profissional promovida pela Escola Cacilhas –Tejo designada como Mini Fórum
Estudante 2015.
A participação dos bombeiros foi diversificada. Primeiro, com uma mostra fotográfica alusiva à sua evolução ao longo dos tempos até à
atualidade e com a distribuição de folhetos re-
lativos à oferta formativa do corpo de bombeiros.
Depois, as equipas de salvamento marítimo e
de salvamento em grande ângulo deram a conhecer a sua especificidade e meios ao dispor. A
equipa de grande ângulo executou também um
exercício de evacuação.
No final o balanço era positivo, quer na procura de informação por parte de muitos alunos,
quer na sua participação no próprio exercício.
D
ecorreu, recentemente, na Unidade Local de
Formação das Caldas das Taipas, o exame final para 120 estagiários do distrito de Braga, que
foram avaliados por elementos da Escola Nacional de Bombeiros.
Dos Voluntários de Fafe, cinco estagiários,
acompanhados pelo subchefe Henrique Pereira,
prestaram as suas provas nas bancas práticas de
material de combate a incêndio urbano e florestal, na colocação e montagem do equipamento de
proteção individual, e numa operação de busca e
salvamento.
Os futuros operacionais aguardam aguar com
natural expectativa as avaliações para que possam servir as causas dos bombeiros e do voluntariado.
BOMBARRAL
Quartel na Escola
R
ealizou-se no passado dia 17 de março, no
Agrupamento de Escolas Fernão do Pó, uma
ação designada “Dia do Bombeiro / Quartel na
Escola”, que visou a promoção da atividade desenvolvida pelo corpo de bombeiros do Bombarral,
Numa parceria entre este agrupamento, o
grupo de primeira intervenção desta escola e os
Voluntários do Bombarral, os jovens alunos puderam conhecer os diversos equipamentos usados pelos soldados da paz no socorro no pré-hospitalar, nos incêndios urbanos e florestais,
vestir equipamento de proteção individual, extinguir um “incêndio”, efetuar manobras de suporte básico de vida e até assistir a um exercício
de desencarceramento, entre muitas outras atividades.
Com esta ação, além de dar a conhecer a missão dos operacionais, os Bombeiros do Bombarral pretenderam fomentar na comunidade a designada “cultura de segurança, “estreitar laços
com a comunidade escolar e por sua vez com a
população” e também incentivar a adesão de novos elementos a este contingente da paz.
25
MARÇO 2015
FLAVIENSES
presidente da Liga dos
Bombeiros Portugueses
(LBP) considerou a presidente da direção dos Bombeiros
Voluntários Flavienses, de Chaves, Maria Helena Barreira, “ a
mulher certa no lugar certo”.
O comandante Jaime Marta
Soares, que falava durante a
sessão solene alusiva à posse
do novo comandante do corpo
de bombeiros, considerou “não
poder deixar passar a oportunidade para enaltecer a muita capacidade e o sentido de nobreza” demonstrados pela dirigente durante o recente período
conturbado vivido no seio daquela instituição apelidando-a,
com sentido de humor, como a
“Maria da Fonte à moda de Chaves”.
O presidente da LBP elogiou
também o novo comandante,
José Lima, “cujo passado como
bombeiro é conhecido e motivo
de elogio”.
Citando as palavras do comandante, o presidente da LBP
também considerou ser uma irresponsabilidade não haver ainda equipas de intervenção permanente (EIP) no concelho de
Chaves, lançando o alerta ao
presidente do município mas
lembrando igualmente que essa
iniciativa é conjunta e cabe
também à ANPC.
O comandante Jaime Soares,
lembrando a importância das
responsabilidades e das competências dos bombeiros não deixou de advertir os “poderes instituídos que pelas suas exigências possam levar à destruição
do voluntariado em Portugal”.
Referiu como impensável que “
para ser bombeiro possa vir a
exigir-se ser licenciado ou,
também, que possa vir a ser
necessário ser professor catedrático para ser comandante”.
Por este andar, segundo o
presidente da LBP, com este
tipo de exigências “um dia podemos olhar para trás e ver que
talvez já seja tarde”.
O comandante José Lima to-
mou posse como novo responsável pelo corpo ativo dos Voluntários Flavienses, e no seu
discurso, de forma muito incisiva e direta, não deixou de alertar todos os responsáveis presentes para a irresponsabilidade da inexistência de EIP “mantendo as corporações deste
concelho, com a densidade populacional que tem, sem uma
equipa de intervenção permanente, ficando, assim, o socorro
da população, totalmente à
mercê da disponibilidade ou indisponibilidade dos voluntários”.
Na sequência da sua posse o
novo comandante procedeu ao
louvor público ao chefe Luís Alberto Garrido de Sousa, não só
pelos 39 anos de atividade efetiva como bombeiro, desde aspirante ao posto de chefe, mas
também pelo meritório desempenho do cargo de comandante
em substituição.
Na sua intervenção, José
Lima lembrou “todos os que,
Foto: Sérgio Santos
O
“A mulher certa no lugar certo”
nos momentos mais difíceis
desta associação, souberam ser
coerentes, desapaixonados, pacificadores a quem deixo o meu
elogio”. E, em particular,” por
ter segurado a “ponta da corda”
com todo o vigor e empenho,
mantendo esta corporação em
funcionamento, termino esta
minha intervenção anunciando
e entregando ao chefe Luís um
merecido louvor”.
A cerimónia de posse contou
ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal de
Chaves, António Cabeleira, do
presidente da Federação de
Bombeiros do Distrito de Vila
Real, Fernando Queiroga, do
segundo comandante distrital
da ANPC, Fernando João, e de
muitos elementos de comando
e dirigentes de associações de
bombeiros congéneres.
OLIVEIRA DO HOSPITAL
Presidente da LBP lembra cte. Serra e chefe Rocha
O
presidente da Liga dos
Bombeiros
Portugueses
(LBP), comandante Jaime Marta
Soares, ao intervir na sessão
solene comemorativa do 93º
aniversário dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital
fez questão de homenagear a
memória do comandante Gouveia Serra e do chefe Rocha,
“duas pessoas com quem privei
muito, duas personalidades
através das quais quero recor-
dar todos aqueles que efetivamente deram o seu melhor por
esta associação”.
Perante o secretário de Estado
da Administração Interna, João
Almeida, o presidente da LBP sublinhou que “os Bombeiros de
Oliveira do Hospital são um espelho que reflete, em muito, a
realidade que hoje se vive no
nosso país” lembrando que se as
câmaras ou o Governo tivessem
que disponibilizar em termos fi-
nanceiros tudo aquilo que é preciso para criar estas estruturas,
que não seriam nem mais eficazes nem com mais qualidade,
mas com muitos mais custos,
não sei se o erário público sustentaria esses valores”.
A propósito, o comandante
Jaime Soares, dirigindo-se ao
vice-presidente do Município
presente, lembrou o papel das
autarquias na satisfação do
bem-estar dos cidadãos, para
cuja execução têm que encontrar parceiros e sublinhou ao
autarca que “esta Associação é
o parceiro essencial nesse sentido”.
Prova disso e das garantias
que dá para o futuro esteve patente na escola de infantes e cadetes presente e no grupo de 28
estagiários que integraram a
formatura. Destaque ainda para
a fanfarra e para a demonstração de dignidade e brio que evidenciou no decorrer das cerimónias.
O programa comemorativo
do aniversário dos Voluntários
de Oliveira do Hospital incluiu a
tradicional romagem aos cemitérios, a uma missa de sufrágio,
promoções, condecorações, a
bênção de uma nova viatura,
uma VCOT apadrinhada pelo
comandante do corpo de bombeiros, e a inauguração de um
parque automóvel situado na
cave cuja placa foi descerrada
pelo secretário de Estado.
As cerimónias, presididas
pelo secretário de Estado, contaram com a presença, além do
presidente da LBP, com o vice-presidente da Câmara, José
Francisco Rolo, com o diretor
nacional de bombeiros da
ANPC, Pedro Lopes, com o presidente da Federação de Bom-
beiros do Distrito de Coimbra,
comandante António Simões,
com o comandante distrital da
ANPC, Carlos Tavares, com a
presidente da assembleia-geral
Maria José Freixinho, do presidente da direção, Arménio Ta-
vares, do comandante Emídio
Camacho e de outros dirigentes
e elementos de comandos de
outras associações congéneres,
bem como amigos e muitos familiares dos bombeiros.
Sérgio Santos
26
MARÇO 2015
BALTAR
A
os 87 anos de existência a
corporação de Baltar assinalou a data com a bênção de
oito viaturas e com o anúncio
de aquisição de novos equipamentos para o combate a incêndios florestais.
A Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de
Baltar assinalou no dia 22 de
fevereiro, o seu 87.º aniversário com a bênção de oito novas
viaturas.
Cinco viaturas de transporte
de doentes, das quais, uma de
socorro, duas de transporte de
doentes com maca e duas de
transporte de doentes em cadeira de rodas. Das outras viaturas, uma é viatura de comando, que foi oferecida pela REN.
Uma viatura de combate a incêndios florestais, adquirida e
equipada com o dinheiro angariado nos encontros tunning e
com 30 mil euros da associação. E ainda uma viatura para
transporte de pessoal em missões de emergência e para ser
ainda um apoio aos órgãos sociais ou aos bombeiros para se
deslocaram nas formações, que
foi oferecida pela JAP.
Ao todo representam um investimento de 80 mil euros da
Investir no combate a incêndios florestais
corporação, na melhoria dos
meios de socorro dos bombeiros de Baltar.
José Alberto Sousa, presidente da direção, reconhece o
serviço que a corporação presta
à comunidade, salientando o
empenho e rigor que homens e
mulheres prestam de forma voluntária nas missões que encaram no seu dia-a-dia. Deixando
assim não só o seu reconhecimento, mas também toda a
confiança e gratidão no trabalho dos bombeiros.
Explica que este grupo honra
não só os bombeiros de Baltar,
mas de todo o país, com a determinação, competência, espírito de coesão e conhecimento
técnico que demonstram.
O presidente da direção considera que em Portugal o socorro está em mudança, que as
populações vivem agora mais
preocupadas e com a necessidade de se manterem informadas sobre a ação dos primeiros
agentes da proteção civil junto
da comunidade.
Para esta nova afirmação dos
bombeiros, defende que haja
exigência e responsabilidade,
assim como elevada consciência do futuro, não esquecendo o
reconhecimento do passado
que fez a história destes 87
anos.
Para o futuro, José Alberto
Sousa, acredita ser fundamental otimizar e rentabilizar os recursos existentes, numa estratégia a longo prazo, que inclui
mais formação e utilizar melhor
o que têm ao seu dispor.
“Esta corporação está preparada para responder a todas as
missões que lhe são apresentadas”, remata.
Por sua vez, o comandante
da corporação, Delfim Cruz, carateriza a atividade do seu grupo, como “socorro de excelência”, acrescentando que nestas
condições “é fácil ser bombeiro”.
A preparar a época de incêndios que se aproxima, esta
corporação investiu 60 mil euros numa nova viatura de combate a incêndios florestais, vão
ainda receber no próximo mês
de março fatos de proteção individual, em parceria com a
Câmara Municipal de Paredes.
Cada bombeiro ficará assim
com dois fatos de proteção individual.
Pretendem também conseguir máscaras de fuga (equipa-
mento respiratório que usam
em incêndios urbanos, mas
também para zonas de muito
fumo, ou seja fornece ar e protege do fumo) para equipar as
viaturas de combate a incêndios florestais, porque nestes
incêndios não há equipamento
respiratório individual (ao contrário dos incêndios urbanos),
sendo que necessitam de 20
máscaras destas, que custam
cerca de 500 euros cada.
Necessitam ainda de máscaras de partículas individuais,
também estas destinadas ao
combate a incêndios florestais,
e que têm como fim impedir a
inalação de partículas. São ne-
cessárias 90 máscaras, que
custam em média 60 euros,
cada uma.
Delfim Cruz pretende ainda
este ano ter uma parte destes
equipamentos adquiridos.
Outro objetivo para este comando será a substituição da
autoescada, apesar da existente ainda reunir as condições de
segurança, considera que está
ultrapassada, uma vez que já
tem mais de 20 anos.
O comandante deixa ainda
um apelo ao vereador com o
pelouro da Proteção Civil, Manuel Fernando Rocha, “Esperemos que siga o exemplo de outros municípios e que reforcem
o apoio financeiro às corporações”.
O vereador da Câmara Municipal de Paredes explica que a
autarquia tem um papel predominante na angariação de
meios para as corporações e,
nesse sentido, está então prevista a entrega dos equipamentos de proteção individual no
dia 4 de março.
Esta corporação de bombeiros serve cinco freguesias do
concelho: Baltar, Gandra, Recarei, Vandoma e Vila Cova de
Carros (agora freguesia de Paredes).
Inês Pinto Correia
/Jornal Progresso de Paredes
BEATO
Estandarte recebe crachá de ouro
A
existência do contrato promessa de direito de
superfície para o terreno cedido pela Câmara
Municipal de Lisboa à Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários do Beato para a construção do primeiro quartel digno desse nome marcou as cerimónias comemorativas do 83.º aniversário da instituição. A par da colocação do crachá
de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP)
no estandarte pelo vereador Carlos Castro a convite do vogal do conselho executivo da LBP, Rui
Rama da Silva.
Procedeu-se também à entrega da medalha de
serviços distintos grau ouro da LBP, atribuída ao
comandante Mário Ribeiro. Dado estar ausente
no estrangeiro por motivos profissionais a distinção foi recebida pela mulher Cláudia Lima das
mãos do presidente da direção, José Nunes, convidado pelo representante da LBP para esse efeito.
Foram ainda entregues medalhas de assiduidade da Associação e da LBP. No primeiro caso, cinco anos da Associação, receberam, pelo comandante Mário Ribeiro o seu filho Francisco, os bombeiros de 2.ª, Luís Silva, Artur Farinha, Bruno
Carlos, Robson Silva e os bombeiros de 3.ª, Manuel Pereira, Liliana Araújo e Mário Gonçalves. A
medalha da Associação de 10 anos foi atribuída à
bombeira de 1.ª Patrícia Esteves e a de 15 ao segundo comandante Luís Lopes e à bombeira de
3.ª Vera Dias.
A medalha de 5 anos da LBP foi entregue aos
bombeiros de 2.ª, Luís Silva, Artur Farinha, Bruno Carlos e Robson Silva, aos bombeiros de 3.ª,
Mário Gonçalves, Tiago Ribeiro, Tiago Sousa e ao
supranumerário António Mata. A medalha de assiduidade de 10 anos foi atribuída à bombeira de
1.ª Patrícia Esteves e à bombeira de 3.ª Vera
Dias e a de 15 anos ao segundo comandante Luís
Lopes e ao bombeiro de 1.ª Rui Vicente. A Meda-
lha de 20 anos da LBP, atribuída ao comandante
Mário Ribeiro foi recebida pelo seu filho Santiago.
Além do vereador e do representante da LBP
participaram também na sessão solene, o comandante distrital da ANPC, Carlos Mata, o presidente da assembleia-geral da Associação, Nuno
Pais, e o presidente da Junta de Freguesia do
Beato, Hugo Xambre.
Refira-se ainda a apresentação, durante a sessão solene, de um filme institucional de muita
qualidade sobre os Bombeiros do Beato, produzido pelos próprios.
27
MARÇO 2015
VIEIRA DO MINHO
A
Associação
Humanitária
dos Bombeiros Voluntários
de Vieira do Minho comemorou
o 75.º aniversário num momento marcado pelo regozijo
com a construção do novo
quartel, o alerta para as dificuldades financeiras lembradas
pela direção e as carências de
viaturas de combate a incêndios referidas pelo comando,
reparação ou substituição de
três existentes.
A falta de condições das
atuais instalações levou a que
as cerimónias decorressem no
auditório municipal, primeiro
no dia 12 de fevereiro, com
uma sessão temática alusiva à
instituição e a mais duas questões genéricas, “A evolução dos
corpos de bombeiros no socorro das populações” e “A importância do associativismo e do
voluntariado na prevenção e
socorro das populações”. Intervieram, o comandante António
Macedo, o presidente da direção, Albino Carneiro, o presidente da Câmara Municipal,
António Cardoso, e os palestrantes Armindo Vilaverde, segundo comandante do QH, e
Fernando Vilaça, provedor da
LBP.
A sessão solene comemorativa decorreu no mesmo local,
depois da cerimónia de hastear
das bandeiras, da deposição de
flores no monumento ao bombeiro e da missa, e contou também com a presença de outras
entidades, nomeadamente, do
COLARES
Mais seis no corpo ativo
A
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Colares comemorou o 125.º
aniversário recebendo mais seis novos elementos, metade femininos, promovidos a bombeiros de 3.ª durante a sessão solene: Francisco
Neto, Carolina Ferreira, Joana Vieltas, Carlos
Vitorino, Amara Reis e José Pereira.
Durante a mesma sessão, o estandarte da
instituição recebeu a medalha de mérito proteção e socorro grau ouro do Ministério da Administração Interna (MAI). Essa missão coube ao
Director Nacional de Bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, acompanhado pelo presidente da
Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.
A entrega de medalhas de assiduidade, da
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), da Câmara de Sintra e da Associação, preencheu
ainda boa parte da sessão bem como as promoções de 8 elementos a bombeiros de 2.ª.
As comemorações constituíram também o
“baptismo” dos novos órgãos sociais eleitos recentemente, nomeadamente, António Carmona Rodrigues, presidente da assembleia-geral,
Ernesto Saraiva, presidente da direção, e os
restantes elementos também presentes.
A sessão contou também com as presenças,
do presidente da Assembleia Municipal de Sin-
Aniversário à espera de novo quartel
comandante José Miranda, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). Este
viria a proceder à entrega de
três crachás de ouro da LBP, à
Associação, ao chefe José Maria Carvalho e ao bombeiro de
3.ª Geraldo Ribeiro.
Foram ainda entregues medalhas de assiduidade (5 anos)
ao bombeiro de 3.ª Hélder Soares, de 10 anos, ao bombeiro
tra, Domingos Quintas, do membro do conselho executivo da LBP, Rama da Silva, do comandante distrital da ANPC, comandante Carlos Mata, do vice-presidente da Federação de
Bombeiros de Lisboa, comandante Pedro Araújo, do presidente da Junta de Freguesia de Colares, Rui Santos, outros vereadores e autarcas
locais.
Destaque, também, para a presença de
Eduardo Sequeira da Silva, benemérito e antigo presidente da assembleia-geral da instituição durante mais de três décadas.
A sessão solene foi antecedida da habitual
romagem ao cemitério local e da missa na igreja matriz de Colares.
MELO
A
Estandarte recebe crachá de ouro
s comemorações do 79.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários
de Melo, Gouveia, no passado dia
1 de março, ficaram assinaladas
por vários momentos importantes. Destes, destaque para a atribuição do crachá de ouro da Liga
dos Bombeiros Portugueses (LBP)
ao estandarte da Associação e ao
chefe do Quadro de Honra Luciano Viegas, como 98 anos de idade.
A medalha de serviços distintos
grau ouro da LBP foi atribuída ao comandante
do Quadro de Honra José Maranhas e ao presidente da direção José Caramelo.
Estas distinções foram entregues pelo vice-presidente do conselho executivo da LBP, Gil
Barreiros, acompanhando das entidades que convidou para também para o ato.
Foram também promovidos quatro elementos
do corpo de bombeiros a subchefe e sete a bombeiros de 2.ª.
As comemorações, que incluíram ainda a inauguração de uma nova ambulância de socorro, foram
presididas pelo presidente da Câmara Municipal de
Gouveia, Luís Tadeu, com a presença, já referida,
do vice-presidente da LBP, e também do segundo
comandante distrital da ANPC José Oliveira.
de 3.ª Vitor Morais e ao bombeiro de 2.ª Alfredo Carvalho, e
de 15 anos, ao segundo comandante Rui Pedro Machado.
Destaque, também, para colocação de divisas à oficial
bombeira Rosa Ribeiro e, após
a sessão, o desfile e, depois de
regressados ao quartel, o soprar das velas pelo aniversário.
(colaboração do “Jornal de
Vieira” texto/fotos)
28
MARÇO 2015
ALVAIÁZERE
Bombeiros garantem 98 por cento do socorro
O
presidente do conselho
executivo da Liga dos
Bombeiros Portugueses
(LBP), participou nas celebrações dos 75 anos da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alvaiázere e aproveitou a oportunidade para
lembrar que “98 por cento do
socorro em Portugal é assegurado por bombeiros”, que “ser
bombeiro não é fácil”, que “voluntariado não é sinónimo de
amadorismo mas de competência e profissionalismo” e que “o
povo português sabe estar garantida a eficácia desta estrutura para a salvaguarda das suas
vidas e haveres e, inclusive,
com poucos custos de investimento”.
O comandante Jaime Marta
Soares, no uso da palavra perante o secretário de Estado da
Administração Interna, João Almeida, lembrou ainda que as
associações “hoje não se governam só com os lindos olhos dos
seus órgãos sociais” e que cabe
aos vários poderes, central e lo-
cal, e à sociedade civil, “criar as
condições para a sustentabilidade financeira dessas estruturas associativas”.
Após a missa solene e a romagem ao cemitério por ocasião do aniversário no regresso
ao quartel foi inaugurado um
monumento ao bombeiro realizado por escultores da vila de
Alvaiázere. O monumento foi
descerrado pelo secretário de
Estado, pelo presidente da LBP
e pelo presidente da Câmara
Municipal, Paulo Morgado.
Seguiu-se a sessão solene
durante a qual se procedeu à
atribuição de medalhas de assiduidade da LBP e a integração
de um novo bombeiro nas fileiras da corporação.
No momento das alocuções,
o comandante Vítor Joaquim e o
presidente da direção e autarca
Paulo Morgado recordaram os
fundadores da instituição pelo
contributo e visão altruísta à
época para a criação da associação. Como projetos futuros,
estes responsáveis apontaram
a intenção de requalificar o
quartel, bem como um reforço
de meios, que esperam ser realizáveis a curto prazo, com novo
equipamento proteção individual e duas viaturas de transporte. Na cerimónia foi inaugurada uma nova ambulância de
socorro e descerrada uma placa
de recuperação feita pelos
bombeiros da viatura histórica
“GMC”.
As bodas de diamante dos
soldados da paz de Alvaiázere
terminaram com a imposição da
medalha de mérito de proteção
e socorro, no grau prata e dis-
tintivo azul do Ministério da Administração Interna no estandarte da associação. Ato solene
realizado pelo secretário de Estado, em que foi acompanhado
pelo presidente da LBP, pelo
presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Francisco Grave Pereira, pelo comandante de agrupamento distrital centro sul da ANPC, Joaquim Chambel, pelo presidente
da federação dos bombeiros do
distrito de Leiria e outros responsáveis e convidados presentes.
Sérgio Santos
AÇORES
ALCANEDE
Associação em festa
Condecorações em aniversário
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários da
Ilha Graciosa, fundada em 17
de março de 1981 comemorou
recentemente o seu 34.º aniversário.
O programa da comemoração
incluiu o hastear da bandeira, a
participação numa missa em
memória dos bombeiros e sócios falecidos e a entrega de
medalhas de assiduidade e as machadas aos aspirantes, culminando num almoço de confraternização onde participaram os órgãos sociais da instituição e os voluntários da corporação.
Nesta cerimónia participaram, o secretário Regional da Saúde, que tutela o setor, e o presidente do Serviço Regional Proteção Civil e Bombeiros
dos Açores.
A
Associação Humanitária
de Bombeiros Voluntários
de Alcanede celebrou o 20.º
aniversário no passado dia 8
de março, reunindo esta
grande e unida família.
A missa solene na igreja
matriz da vila abriu as festividades que integraram, ainda,
a bênção de um veiculo tanque (VTTU), depois de ter recebido reparações estruturais. Refira-se que a viatura
foi recuperada com o apoio
do bombeiro especialista Nélson Durão que, assim, garantiu ao corpo de bombeiros um
equipamento mais moderno e
operacional, que aliás foi convidado a apadrinhar.
No decorrer da cerimónia
foram incorporados três estagiários nas fileiras Voluntários
de Alcanede, ao que se seguiu a imposição de medalhas da Liga dos Bombeiros
Portugueses a vários elementos que completaram 5, 10,
15 e 25 anos de entrega à
causa.
Sérgio Santos
29
MARÇO 2015
ALTER DO CHÃO
Interioridade não compromete socorro
São difíceis os dias no quartel de
Voluntários de Alter do chão, onde os
efeitos nefastos da interioridade se
começam a fazer sentir.
Os apoios não chegam, os jovens procuram
uma vida nova noutras paragens, restando
aos bombeiros continuar a trilhar um
caminho (quase) penoso, para que nada
falte, para que o socorro chegue aos cerca
de três mil habitantes, na sua maioria
idosos, cumprindo, assim, missão que
assumiram há quase 67 anos.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
É
mais difícil o dia-a-dia dos
corpos de bombeiros no interior do País, onde falta
quase tudo. Os mais jovens foram partindo à procura de novas oportunidades, ficaram os
idosos, com menores recursos
mas a necessitar de mais cuidados, sobretudo de saúde. É neste “Portugal profundo” que a
ação dos bombeiros ganha novos contornos, outras exigências, maior relevância mas,
também, redobradas dificuldades. Por aqui, escasseiam quase sempre os apoios, os meios
e os voluntários. Sobram distância e adversidade. Mesmo
assim, há sempre gente abnegada que teima em enfrentar
tantos revesses, em prol do seu
semelhante como é o caso em
Alter do Chão, um pequeno
concelho do distrito de Portalegre, onde os bombeiros garantem o socorro a não mais que
3000 habitantes.
Dessa realidade, dão-nos
conta o presidente da direção
Emílio Ribeiro e comandante
José Ferreira, os rostos dos Voluntários de Alter de Chão, no
decorrer de uma visita ao quartel
O complexo inaugurado em
1995 ainda responde, perfeitamente, às exigências do corpo
de bombeiros. Mas, curiosamente, como por aqui nada é
fácil, refira-se que, depois de
muitos anos a funcionar em instalações improvisadas, os Bombeiros de Alter do Chão tiveram
que esperar uma década pela
construção do quartel, naquela
que foi uma espécie de obra de
Santa Engrácia, que por isso
mesmo teve custos muito
acrescidos, como recorda o comandante.
Os apoios escasseiam, e até
mesmo a Câmara Municipal Alter do Chão nem sempre tem
estado ao lado do corpo de
bombeiros, numa relação institucional marcada “por altos e
baixos”, como salienta Emílio
Ribeiro.
“Os presidentes de câmara
vêm e vão uns têm sensibilidade para as questões da proteção civil e para a causa dos
bombeiros, outros… nem por
isso”, denuncia o dirigente
Há anos, de forma pioneira
no distrito, associação tentou
fugiu à política do subsídio pontual e conseguiu protocolizar
com a autarquia um apoio
anual, contudo dois anos depois
a câmara decidiu reduzir essa
verba a metade, um “reajustamento” que deixou a associação
em situação muito difícil, até
porque coincidiu com a alteração da lei que regula o Serviço
de Transporte de Doentes Não
Urgentes, que causou um enor-
me rombo nos cofres dos Bombeiros de Alter do Chão.
“Desde 2013 que registamos
deficit anual”, confidencia o
presidente, garantindo que a situação só não é pior, porque a
associação dispunha de algumas reservas que, entretanto,
estão a esgotar-se, até porque
é crescente o número de pessoas que não consegue pagar o
serviço de transporte.
“Concedemos 20 por cento
de desconto aos associados,
mas mesmo assim começamos
a acumular dívidas, muitas destas sabemos que são incobráveis”, adianta o comandante.
Direção e comando acordam
na simpatia que a população
nutre pelos bombeiros, contudo
essa ligação não se traduz em
apoio, que também não chegam das empresas da região.
O presidente da direção, desgostoso, desabafa que qualquer
receita extra só pode vir do trabalho dos bombeiros, dando
como exemplo a participação
da associação nas festas da
vila, onde os operacionais despem a farda e se juntam aos dirigentes para gerir uma tasquinha.
“Isto no interior é assim… e
na verdade é muito difícil manter estas casas de portas abertas sem apoios. Acredito que
neste momento já existam muitas congéneres em falência técnica… A verdade é que este modelo está esgotado”, alvitra
Emílio Ribeiro.
O dirigente diz que a sua
equipa aguarda com expectativa, pormenores, sobre a nova
Lei de Financiamento dos Bombeiros, para que possa redefinir
estratégias, até porque é imperioso garantir o socorro à população e, também, os 15 postos
de trabalho, indispensáveis
para o funcionamento do quartel
Presentemente, integram o
corpo ativo 44 esforçados operacionais, os suficientes para
responder às solicitações, contudo comando e direção já receiam o futuro, até porque os
jovens começam a abandonar
Alter de Chão à procura do emprego que escasseia no interior
do Alentejo.
“Basta dizer que, este ano, só
três alunos se inscreveram no
10.º ano. E porque não há jovens vai ser difícil a renovação
do corpo ativo”, revela o comandante.
A realidade não desmotiva
quem está determinado em servir a sua terra, por isso, importa
batalhar pelo crescimento da
instituição e pela valorização dos
operacionais, sendo que a formação é uma constante aposta,
ainda que os cursos cheguem “a
conta gotas” a estes bombeiros
alentejanos, que, depois de um
2014 muito preenchido, para
este ano só têm agendadas não
mais que meia dúzia de ações,
“bem menos que o ano passado”, uma situação que está,
também, a preocupar direção e
comando, que se recusam a
aceitar que a “torneira esteja
novamente a fechar”.
No que concerne a viaturas, a
associação tem conseguido renovar frota e, ainda o ano passado, adquiriu um veículo florestal, com financiamento comunitário, um mecanismo que,
este ano, poderá voltar a ser
usado para a compra de veículo
urbano, existindo ainda a intenção de substituir o carro de comando “já com 20 anos”.
A segurança dos bombeiros
também não tem sido descurada, sendo que a associação
muito tem investido na aquisição de equipamentos de proteção individual, um esforço que,
certamente, deverá ser mantido este ano.
Apesar dos pesares e de algum desalento direção, comando e corpo ativo continuam a
lutar, recusam baixar os braços,
até porque a desmotivação não
se coaduna com o espírito abnegado que os levou a abraçar
causa.
Importa, assim, fazer das
fraquezas forças e seguir o
exemplo de João Lopes Namorado e de 50 outros alterenses,
que, em 1948, ousaram dotar o
concelho de Alter do Chão de
um corpo de bombeiros.
30
P
MARÇO 2015
CAXARIAS
BARCELINHOS
Dia Internacional da Mulher
Novo quartel fomenta onda solidária
ara assinalar o dia Dia Internacional da Mulher (8
de março), o efetivo feminino dos Bombeiros de
Voluntários de Caxarias reuniram-se, manhã cedo em
Fátima, onde participarm na 4.ª corrida & Caminhada
da Paz, Mais tarde, de regresso ao quartel, mas ainda
a clima de festa, o enérgico grupo, confratrenizou
num animado jantar convívio.
Fonte dos Voluntários de Caxarias desta a alegria
que marcou este encontro, provando “o espírito de
equipa e de união do corpo feminino tanto nos teatro
de operações, como fora deles”.
CASCAIS
O
Grupo Cénico nas marchas
centenário Grupo Cénico da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cascais foi convidado a integrar as Marchas Populares de Cascais 2015 que se realizam em 13 de
junho próximo no centro daquela vila.
Os elementos do Grupo Cénico dos Bombeiros
de Cascais serão o terceiro de oito conjuntos a
participar no desfile noturno. Este inicia-se frente
ao Centro Cultural da Gandarinha estando prevista a primeira atuação no largo fronteiro aos paços
do concelho às 21h30. Participarão também nas
marchas outras coletividades existentes no concelho de Cascais, em Tires, Malveira, Talaíde,
Carcavelos, Alvide e, ainda, a Sociedade Musical
de Cascais e o Centro de Cultura e Desporto da
Câmara de Cascais.
Zumba solidária
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paço de Sousa promoveu, no
passado dia 6, mais uma noite de portas abertas
à comunidade, desta feita tendo como pretexto
uma aula de zumba.
Mais de 130 pessoas aceitaram este repto solidário, que permitiu também à população conhecer mais de perto a realidade deste o corpo de
bombeiros. Comando e direção salientam a importância iniciativa ao mesmo tempo que agrade-
meios para assegurar cerca de
600 mil euros que a candidatura a fundos comunitários imputa aos Bombeiros Barcelinhos.
Dinamismo e vontade de fazer mais e melhor a bem do so-
corro prestado à população, levaram os Bombeiros de Barcelinhos a promover, no dia 17 de
abril, um outro evento solidário, desta feita na Escola Didálvi.
CANTANHEDE
PAÇO DE SOUSA
A
C
erca de 2500 pessoas
marcaram presença o Pavilhão Municipal de Barcelos para um espetáculo solidário, que visou a angariação de
fundos para as obras no futuro
quartel dos Voluntários de Barcelinhos, que deverá ser inaugurado já no início do verão.
Fernando Mendes, Cristina
Areia e o músico Luís Portugal
foram as estrelas de uma noite
animada pela solidariedade e
pela vontade da comunidade
em concretizar uma.
Numa “corrida contra o tempo” comando direção, corpo ativo, associados e amigos da instituição procuram encontrar
cem aos participantes, bem como à Professora
Marisa Rodrigues, antecipando que outras iniciativas desta natureza estão, já, agendadas.
C
Caça Sabores, mais um sucesso
erca de centena e meia de comensais não
resistiram ao apelo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede
(AHBVC) para saborear as tentadoras iguarias
da mais uma edição do Caça Sabores/Festival
Gastronómico de Caça.
No passado dia 14 foram estrela à mesa dos
comensais a canja de aves de caça, o ensopado
da gamo à Alcides, o javali à padeiro, o veado de
chanfana à D. Branca, a fritada de gamo à bombeiro, o coelho frito à Nito, o veado à Joca, o veado
estufado, o gamo assado no forno, a Feijoada de
javali à avó Fernanda e as aves à Cabana do Pastor.
À semelhança das edições anteriores, os pratos
foram confecionadas por particulares e restaurantes locais que se associaram à iniciativa, tendo por base as diferentes peças de caça oferecidas por caçadores do concelho. Oferecidos foram
também os grelos e a broa servidos no certame.
No discurso de boas vindas aos comensais, o
presidente da direção da AHBVC, Adérito Machado, fez questão de enumerar todos os que contribuíram para o sucesso de mais esta iniciativa de
angariação de fundos a favor da instituição.
Organizado pelo quarto ano consecutivo, o
Caça Sabores/ tem vindo a ganhar espaço no
programa de eventos gastronómicos da região,
pela variedade de pratos apresentados, pelas novidades apresentadas e também pela qualidade e
pela mestria com que são confecionados.
ANIVERSÁRIOS
1 de abril
Bombeiros Municipais de Leiria . . . . . . . . 175
Bombeiros Voluntários de Óbidos . . . . . . . 87
Bombeiros Privativos da Portucel-Cacia . . . 58
2 de abril
Bombeiros Privativos da Efacec . . . . . . . . . 44
4 de abril
Bombeiros Voluntários de Murtosa . . . . . . 36
Bombeiros Voluntários de Torrão . . . . . . . . 26
5 de abril
Bombeiros Voluntários de Aguiar da Beira . 60
7 de abril
Bombeiros Voluntários de Coimbra . . . . . 125
Bombeiros Privativos da Portucel-Setúbal . . 42
8 de abril
Bombeiros Voluntários de Lourosa . . . . . . . 46
9 de abril
Bombeiros Voluntários Portuenses . . . . . . . 90
10 de abril
Bombeiros Voluntários da Ajuda . . . . . . . 134
Bombeiros Voluntários de Lages do Pico . . . 33
12 de abril
Bombeiros Voluntários
de Condeixa-a-Nova . . . . . . . . . . . . . . . . 85
13 de abril
Bombeiros Voluntários de Ílhavo . . . . . . . 121
15 de abril
Bombeiros Voluntários
da Ribeira Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Bombeiros Voluntários de Mirandela . . . . 131
Bombeiros Voluntários de Valongo . . . . . 121
Bombeiros Municipais de Alcanena . . . . . . 74
16 de abril
Bombeiros Voluntários de Vila Meã . . . . . . 33
Bombeiros Voluntários de Loriga . . . . . . . . 32
17 de abril
Bombeiros Voluntários de Carvalhos . . . . 103
Bombeiros Voluntários de Mértola . . . . . . . 43
18 de abril
Bombeiros Voluntários de Cete . . . . . . . . . 89
Bombeiros Voluntários de Alvito . . . . . . . . 64
Bombeiros Voluntários de Pernes . . . . . . . 37
19 de abril
Bombeiros Voluntários de Fafe . . . . . . . . 124
Bombeiros Voluntários
de Idanha-a-Nova . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
20 de abril
Bombeiros Voluntários Cabeceirenses . . . . 65
22 de abril
Bombeiros Voluntários de Alenquer . . . . . . 77
23 de abril
Bombeiros Voluntários da Lourinhã . . . . . . 86
Bombeiros Voluntários do Nordeste . . . . . . 34
25 de abril
Bombeiros Voluntários de Camarate . . . . . 77
Bombeiros Voluntários Chamusquenses . . . 64
Bombeiros Voluntários de Arouca . . . . . . . 50
28 de abril
Bombeiros Voluntários
de Ferreira do Zêzere . . . . . . . . . . . . . . . 67
Bombeiros Voluntários de Santo André . . . 25
29 de abril
Bombeiros Voluntários
de São João da Madeira . . . . . . . . . . . . . . 86
Bombeiros Voluntários
de Castanheira do Ribatejo . . . . . . . . . . . 38
30 de abril
Bombeiros Voluntários
de Caldas das Taipas . . . . . . . . . . . . . . . 127
Fonte: Base de Dados LBP
em fevereiro de 1995
32
MARÇO 2015
LEI DE BASES ESTÁ PRONTA
Nova geografia, nova lei
ecorridos mais de oito anos
sobre a entrada em vigor
da atual Lei de Bases de Proteção Civil, o Governo prepara-se
para aprovar um nova lei tendo
em conta as mudanças administrativas e legislativas ocorridas nos últimos anos.
O fim dos governadores civis
levou a um novo desenho de
decisão, nomeadamente nas
declarações de situações de
alerta, contingência e calamidade mas também nas comissões de proteção civil, nos planos de emergência e na ativação das Forças Armadas, razões para a atualização do
diploma.
Segundo a proposta a que o
‘BP’ teve acesso, o futuro diploma introduz uma relação de
subsidiariedade entre os diversos atos de declaração de alerta, contingência e calamidade.
Com o futuro articulado a declaração do estado de alerta só
poderá acontecer num nível su-
perior se o nível abaixo também já o tiver feito, exceto
para situações muito concretas
e restritas.
As competências sobre a sua
declaração também se alteram
com a introdução dos Centros
Distritais de Operações de Socorro e do presidente da ANPC,
também em determinados patamares. A declaração da situação de contingência e calamidade obriga à ativação dos respetivos planos de emergência
desse nível e dos níveis inferiores para as áreas em causa.
Na Comissão Nacional de
Proteção Civil passam a ter assento de pleno direito um representante da cada Governo
Regional, quando até aqui
eram apenas convidados.
As comissões distritais de
proteção civil passam a ser
presididas por um presidente
de câmara, designado de entre
três a indicar pela Associação
Nacional de Municípios Portu-
gueses, e passam a ter assento
de pleno direito os capitães dos
portos territorialmente competentes. Nesta comissão terá
ainda assento o coordenador
municipal de proteção civil e
LOUVOR/REPREENSÃO
um representante das juntas
de freguesia a designar pela
assembleia municipal. Já as
subcomissões de proteção civil
perdem todas as competências
operacionais.
LBP REUNIU COM A SAÚDE
À comunicação social regional e local pela
colaboração nunca regateada ao nosso jornal
para reforçar a cobertura e divulgação dos
eventos realizados pelas associações e corpo
de bombeiros.
Às estruturas hospitalares do Ministério da
Saúde pelos atrasos recorrentes, muitas vezes
sem qualquer prazo definido, nos pagamentos
dos serviços prestados pelas associações e
corpos de bombeiros.
O
Dívidas às associações em cima mesa
presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime
Marta Soares, acompanhado do vice-presidente Rodeia Machado, reuniu-se, no passado dia 17 de março, com o secretário de
Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa.
As dívidas da Saúde às associações de bombeiros foi um dos temas abordados na reunião, a par de outros, nomeadamente, o
novo veículo para o transporte de doentes VDTD, a isenção de taxas moderadoras para os bombeiros, o protocolo INEM/ANPC/LBP,
a cobertura do país com postos INEM/PEM em todos os municípios,
a participação da LBP no conselho técnico-científico do INEM e a
formação de bombeiros no âmbito da Saúde, sendo que a LBP defende que se deve alterar o tempo de validade da recertificação dos
cursos de tripulantes de ambulâncias de transporte (TAT) e tripulantes de ambulância de socorro (TAS) de 3 para 5 anos.
Na opinião do presidente da LBP, foi uma reunião “francamente
A Crónica
do bombeiro Manel
D
isseram-me aqui outro dia que
andam a fazer contas ao custo da
Força Especial de Bombeiros, aos
“Canarinhos”. Tenho ali muitos amigos e acho que na medida do possível tentam ser bons profissionais e
cumprir com as missões que lhes
dão. Mas os custos de toda aquela
máquina montada é que dão que falar pelos vistos. Dizem-me que por
mês tudo aquilo custa 1 milhão de
euros. Eh pá é muita massa. Dizem-me também que cada missão, o seu
custo está calculado por média em
A estrutura de proteção civil
passa também a organizar-se
no nível distrital. Nas entidades com dever de cooperação,
as associações de bombeiros
são substituídas pelas entida-
des detentoras de corpos de
bombeiros e são introduzidas
as organizações de voluntariado de proteção civil, com algumas regras ao nível da criação, atribuições, âmbito e
modo de reconhecimento. As
formas de cooperação serão
definidas em portaria, ficando
para já fora da articulação
operacional do SIOPS e das
suas regras de conduta operacional.
As entidades com competências na área do risco ficam
obrigadas a comunicar à ANPC
as informações provenientes
dos sistemas de que são detentoras. Os órgãos da autoridade marítima nacional ficam
obrigados a garantir a sua articulação operacional no âmbito do SIOPS.
Os planos de emergência
nos diversos patamares têm
um novo desenho de decisão
no que respeita à sua elaboração e aprovação.
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
D
positiva”, deixando antever que muitas das preocupações da LBP
encontraram eco por parte do membro do governo.
Custa 1 milhão por mês
1700 euros. E dizem-me também
que esse valor é superior ao calculado há 3 anos. Nessa altura andaria
pelos 1300 euros.
Eu até acho que os “canarinhos”
nasceram muito bem. A ideia, pelo
menos como me explicaram naquela
altura, era no verão servirem de reforço bem treinado e equipado e no
resto do ano voltavam às suas casas,
às suas associações para apoiar na
formação, na prevenção e até no socorro. Foi assim que as associações
entraram no processo. Mas pelos vis-
tos rapidamente alguém mudou de
ideias, não explicou nem conversou
com as associações e hoje a trapalhada é grande. Supostamente todos
os “canarinhos” deveriam continuar
a pertencer aos respetivos corpos de
bombeiros. Ou melhor, deviam pertencer até aos corpos ativos. Mas
dizem-me que se contam pelas mãos
o que ainda estão como foi combinado de início. Dizem-me que muitos
saíram, outros foram para o quadro
de reserva e assim sucessivamente.
Haverá até “canarinhos” que na FEB
comandam os seus próprios comandantes dos corpos de bombeiros de
origem.
Direi que estamos perante uma
salada que até nasceu bem mas que
por vontade de uns, contra a opinião
de outros, e a falta de conversa com
os restantes incluindo as associações
respetivas deu no que deu.
Como é que se vai por tudo isso
direito? Só espero que haja vontade
para tal.
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