Cuidadores

Transcrição

Cuidadores
Cuidador Familiar de Idosos
com Doença de Alzheimer e de
Alta Dependência
Dr. José Eduardo Martinelli
Faculdade de Medicina de Jundiaí
Conceito
•
Autonomia: capacidade de decisão e comando
• Independência: capacidade de agir por seus
próprios meios
• Qualidade de vida: longevidade, saúde e
capacidade funcional
Cuidador
Senhora de 78 anos, viúva, morando só com
duas filhas casadas. Não é diabética, hipertensa e
não toma remédios. Dirige e vai às compras, para
contas, cuida da casa, faz sua comida e tem seus
momentos de laser (gosta de teatro, cinema, bingo,
etc).
Pode ocorrer 3 situações:
Cuidador
1. Fratura da cabeça do fêmur direito
osteoporótica
• Perde independência
• Não perde autonomia
• Após a cirurgia recupera a independência
Cuidador
2. Acidente Vascular Cerebral (derrame), com seqüela
motora sem alterações cognitivas
• Perde independência
• Não perde autonomia
• Pode recuperar a independência
Cuidador
3. Acidente Vascular Cerebral, com seqüela motora e
com alterações cognitivas
• Perde independência
• Perde autonomia
• Não recupera a autonomia e a independência
Cuidador
• O que significa para quem cuida a perda de
autonomia e independência?
• Facilita o cuidado?
• Dificulta o cuidado?
Cuidador
• Jovem: revolta, depressão, agressividade
• Idoso: situação anterior a doença
ansiedade e
depressão
• Ligação afetiva do cuidador: esposa, filha, neta,
sobrinha
• Afetividade ou laço familiar antes da doença
Perfil do cuidador
Cônjuge ou filha
Mulher casada:
Nora
Outros familiares
Homem
Faixa Etária
40 – 50 anos
Filhos adultos ou quase adultos
Arranjo familiar:
Aposentada ou aposentando-se
O marido aposentado ou
aposentando-se
CUIDADOR
PRIMÁRIO
RESPONSÁVEL
TOTAL PELO
CUIDADO
X
CUIDADOR
SECUNDÁRIO
NÃO TEM
RESPONSABILIDADE
TOTAL
Trabalhos e rotinas
- Cuidar da
PRIMÁRIO
casa
- Hospedar
- Sustentar, manter, proporcionar cuidados
pessoais e de saúde
- Transportar
SECUNDÁRIO
- Proporcionar atividades sociais e
recreativas
- Proteger
- Cuidar de questões legais e burocráticas
- Dar suporte espiritual e apoio psicológico
Cattanach e Tebes, 1991
A natureza dos comprometimentos
do idoso é o mais importante
preditor da saúde e do
funcionamento psicossocial do
cuidador.
Perfil do paciente
COGNITIVOS: variações da cognição.
FUNCIONAIS: incapacidade para desempenhar atividades
da vida diária
- Alimentar-se
- Vestir-se
- Tomar banho
- Deitar-se
- Utilizar o Toalete
- Levantar-se
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• A desorientação têmporo-espacial (incapacidade para
reconhecer dias e noites e o local onde se encontra)
também pode explicar a inquietação motora demonstrada
pelo paciente.
• Alterações de sono também são responsáveis pela
perambulação. Deve-se evitar que o paciente durma
durante o dia. Lembrar que idosos tem menor necessidade
de sono.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Banhos de sol, pela manhã, são saudáveis e auxiliam no
reequilíbrio do ciclo sono-vigília.
• Pacientes que apresentam perambulação noturna
(caminham à noite), não devem dormir de meias, o risco de
escorregar e cair é muito alto.
• Mantenha o paciente ocupado durante o dia, atividades e
exercícios físicos adaptados as suas limitações (se
houverem) devem fazer parte de sua rotina.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
•
Medidas de segurança devem ser adotados, mesmo
para aqueles pacientes que nunca tenham se perdido;
ele deve ser observado sutilmente, identificado com
uma pulseira, medalha ou até mesmo na parte interna
da etiqueta do vestuário com nome, endereço e se
possível dados médicos.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Todos os riscos devem ser avalizados pelo cuidador.
Assim, portas, janelas, poços, piscinas, escadas, sacadas,
devem ser supervisionadas rotineiramente com a
finalidade de manter a segurança do paciente que
perambula.
• Os arredores da casa também devem ser analisados, ruas
com tráfego intenso oferecem grande perigo.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• As chaves do carro devem ser guardadas em local
seguro, longe do alcance do paciente. Muitos já foram
encontrados após horas perdidos, dirigindo inclusive
carros de outras pessoas.
• Pense que talvez retirar uma ou outra peça do carro,
impedindo com isso que ele funcione, pode ser uma boa
solução alternativa.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Caso o paciente saia e se perca, é conveniente iniciar a
procura em locais que habitualmente ele freqüentava,
familiares a ele.
• Lembre-se o paciente não pode sentir-se perseguido
pelo cuidador, observe-o e supervisione suas atividades
com sutileza.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Algumas pessoas podem apresentar alucinações
visuais ou auditivas, quando apresentam a falsa
impressão – sem que haja um estímulo externo – de
estar vendo ou ouvindo coisas que outras pessoas não
vêem ou ouvem, respectivamente.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Não se deve discutir com o paciente aquilo que ele diz ver
ou ouvir tampouco entrar na alucinação concordando com
aquilo que ele vê ou ouve. Frases como: “sei que você viu,
mas eu não vi”, costumam acalmar e transmitem confiança.
• Tente trabalhar sempre na tentativa de trazer o paciente à
realidade. Observe quais ruídos, objetos etc. são
responsáveis pela alucinação e providencie para que sejam
removidos.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Cortinas, papéis de parede ou louças estampadas
costumam gerar crises, nesse caso, é conveniente substituílos por padronagens lisas e claras.
• Sombras na janela, podem ser provocadas por vegetação
(folhas de árvores que balançam ao vento), e neste caso,
devem ser podadas.
Alterações comportamentais que
influenciam a saúde do cuidador
• Evite espelhos, em algum momento da evolução da doença
eles podem desencadear uma crise alucinatória, quando por
exemplo o paciente perder a capacidade de reconhecer sua
própria imagem refletida. Cobri-los ou removê-los é o ideal.
• saiba respeitar uma crise de alucinação, que para o
paciente é bastante real, com palavras calmas, tom de voz
suave e o toque carinhoso, traga-o de volta à realidade,
transmitindo-lhe confiança.
Orientações gerais para o cuidador
• Não se sinta frustrado se as primeiras pessoas que você
procurar não puderem ajudá-lo. Pergunte se eles podem
indicar alguém que possa fazê-lo.
• Envolva todos os membros da família.
• Liste a possibilidade de ajuda oferecida por todos os
membros da família, incluindo aqueles que vivem longe, isto
poderá reduzir para o cuidador direto (aquele que vive com
o paciente) o perigo da sobrecarga.
Orientações gerais para o cuidador
• Ouça profissionais especializados, capazes de ajudá-lo a
tomar a melhor decisão.
• Os filhos que vivem longe podem, por exemplo, serem
capazes de enviar alguma ajuda financeira para auxiliá-lo
com as despesas médicas e com os medicamentos.
• Aqueles com poucos recursos financeiros, talvez possam
ajudar com um pouco do seu tempo, dividindo tarefas.
Orientações gerais para o cuidador
• Lembre-se que cada família é única, e cada uma deve
trabalhar com suas próprias estratégicas para ajudar uns
aos outros.
• Tente não se isolar: se surgirem conflitos busque a ajuda
de um profissional, tente reuniões de família e dê a
oportunidade de cada um explanar suas próprias
possibilidades, como o tipo de ajuda que estão preparados
a oferecer.
Orientações gerais para o cuidador
•
Não esqueças dos amigos, da igreja, clube, ou
qualquer oura atividade de lazer. Você precisa de
tempo para você.
• Independente da história de vida, ao lado do paciente,
alguns sentimentos são manifestados pelos
cuidadores com o passar do tempo.
Orientações gerais para o cuidador
•
RAIVA: tente transformar esta energia em ação positiva.
Use roupas claras, faça exercícios físicos (caminhadas,
natação, etc) e converse com outras pessoas.
• FRUSTRAÇÃO: pare a atividade que estiver fazendo;
espere passar um tempo, e comece uma atividade
diferente, do seu agrado.
Orientações gerais para o cuidador
• Necessidade de estar só: é um dos raros momentos
em que o cuidador pode refletir sua própria vida.
Excelente oportunidade que deve ser criada e pode ser
aproveitada em casa ou fora dela.
• Uma poltrona favorita em ambiente calmo, uma ida ao
shopping ou sair com amigas.
Orientações gerais para o cuidador
• Necessidade de solicitar ajuda: Peça Ajuda!
• Explore a família, amigos, agências de serviços
especializados.
• Busque indicações com profissionais e
associações.
Orientações gerais para o cuidador
• Confie em você: relaxe! Você com certeza está fazendo o
melhor que pode.
• Reconhecendo limites: você é uma pessoa importante,
cuide de você também!
• Cometendo erros: tente responder a esta questão: Quem é
perfeito? Não se esqueça, estamos aprendendo e colocando
em prática o que sabemos.
Orientações gerais para o cuidador
• Luto: esta é uma resposta normal à perda. Você pode estar
triste devido à perda – real ou não – de alguém significativo
para você.
• Fique atento aos sinais de exaustão física e psicológica
(raiva, culpa, frustração, depressão).
• É importante que você não se sinta sozinho: freqüente as
reuniões de grupos de apoio.
Orientações gerais para o cuidador
• Lembre-se:
Se você não preservar sua própria saúde
física e emocional, você não será capaz de
continuar cuidando satisfatoriamente do seu
paciente.
OBRIGADO
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