Arquitetura Dinâmica para Personalização de Sites de
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Arquitetura Dinâmica para Personalização de Sites de
Arquitetura Dinâmica para Personalização de Sites de Notícias Santos, Gisele Pereira Eng de Computação, IFCE Fortaleza, Ceará, Brasil [email protected] Wanderley, Ítalo Romeiro Eng de Computação, IFCE Fortaleza, Ceará, Brasil [email protected] Duarte, Paulo Artur de Sousa Eng de Computação, IFCE Fortaleza, Ceará, Brasil [email protected] Josino Júnior, Francisco Ari Eng de Computação, IFCE Fortaleza, Ceará, Brasil [email protected] Tavares, Priscylla da Silva Sousa, Jonh Ney Barbosa Cidcley Teixeira de Souza Eng de Computação, IFCE Eng de Computação, IFCE Eng de Computação, IFCE Fortaleza, Ceará, Brasil Fortaleza, Ceará, Brasil Fortaleza, Ceará, Brasil [email protected] [email protected] [email protected] Resumo Com a popularização da Internet, que trouxe a propagação de notícias de qualidade, de forma gratuita e em tempo real, o jornal impresso começou a sofrer com uma forte crise caracterizada pela queda nas vendas e pelo defasamento das notícias que publicava. Mesmo suas versões on-line não conseguem encontrar um modelo funcional de captação de recursos que sirva a contento. Especialistas acreditam que o futuro dos jornais on-line passa por uma maior interatividade com o usuário e com o uso de publicidade personalizada. Este artigo pretende apresentar um modelo de arquitetura de geração de conteúdo personalizado voltado para sites de notícia. Com isso, este modelo pretende aumentar a flexibilidade da estrutura dos jornais on-line de modo a favorecer todos os lados desta questão, aumentando a comodidade para o usuário ao mesmo tempo em que gera uma fonte de receita mais sólida para os jornais. O artigo mostrará as funcionalidades e facilidades desse modelo de arquitetura e apresentará sua aplicação e impacto, uma vez adotado o modelo em estudo. Palavras-chave Jornal On-line, Site de Notícias, Personalização, Web 2.0 1. Introdução Com o advento da Internet, as pessoas mudaram os seus hábitos. Passou-se a ser vital estar informado quanto aos últimos acontecimentos, de forma que as pessoas tentam atualizar-se com freqüência, buscando informações várias vezes ao dia. Isso faz com que, muitas vezes, as versões impressas dos jornais publiquem notícias que, já totalmente esmiuçadas por outras mídias, não atraiam tanto a atenção do leitor, mais interessado nos acontecimentos do dia atual que do anterior. Esta é uma das causas da grave crise pela qual está passando o mundo do jornal impresso, com a crescente queda nas vendas dos jornais, tanto no exterior quanto no Brasil [1]. A solução lógica encontrada pelos jornais foi adaptar-se aos novos tempos, criando portais e sites de notícias, de forma a não perder o público que migrou para a Internet e conseguir o dinheiro através de anúncios de publicidade e com o estímulo a assinaturas ocasionado pelo conteúdo extra para os assinantes. No entanto, essa fórmula mostrou-se deficiente: o conteúdo pago afastava visitantes, diminuindo tanto a relevância do site quanto o dinheiro ganho através de publicidade. Por sua vez, o conteúdo gratuito carecia de fontes de receita, uma vez que a verba de anunciantes era insuficiente para suprir a perda de receita com o declínio das vendas do jornal impresso. Além disso, os sites de notícias também passaram a sofrer com a concorrência dos blogs, que, por geralmente serem voltados a nichos específicos, oferecem um conteúdo mais direcionado ao seu público-alvo, e das redes sociais, como o Twitter, que oferecem um dinamismo maior e, muitas vezes, com notícias mais atualizadas. Cada jornal busca a sua maneira de enfrentar esse problema, seja adotando o sistema de micropagamentos onde um leitor casual pagaria pelo acesso a um determinado artigo, este voltado a temas especializados [2], seja através da cobrança de mensalidades em troca do acesso ao conteúdo total do site [3], dentre outras tentativas de solução. Nesta busca de soluções para esta crise e de uma nova identidade, alguns jornais redefiniram a, como o New York Times que, recentemente, distribuiu um memorando interno em que afirmava não tratar-se mais de um empresa de jornal, mas como uma empresa de notícias. [4] Uma idéia lançada pelo diretor geral da Google, Eric Schmidt, mostra bem o futuro dos jornais on-line. Segundo ele, são vários os modos de se manter a sustentabilidade em sites de notícias. Contudo, o modelo que predominará é o de conteúdo gratuito sustentado por publicidade [5]. Em sua visão, os jornais poderiam criar novas formas de produção de sites, onde as matérias publicadas iriam além do que já é impresso pelo jornal, gerando uma informação mais completa e analisada. Sendo o objetivo proporcionar uma maior interatividade entre o usuário e o site de notícias. Seguindo essa linha de pensamento, os anúncios de publicidade também seriam veiculados de forma personalizada, contextualizados com os temas das notícias e as preferências do leitor, de forma a aumentar a probabilidade do usuário se interessar pelo produto anunciado. Esse é o objetivo do estudo, oferecer opções de construção de sites de notícias que permitam ao usuário uma maior facilidade de acesso às informações, e ao jornal uma estratégia de geração de renda que seja favorável ao progresso de seu empreendimento. O restante deste artigo está organizado da seguinte maneira: a seção 2 tratará sobre a diferença entre os conceitos de personalização e customização. A seção 3 introduzirá os Trabalhos Relacionados, mostrando algumas soluções já existentes e suas deficiências. Na seção 4, haverá uma discussão sobre o Ambiente de Personalização Proposto, apresentando a arquitetura proposta no estudo, detalhando seu funcionamento em um exemplo de uso e avaliando os progressos de sua implementação. Por fim, na seção 5 estará a Conclusão, dissertando um pouco sobre as vantagens do uso da arquitetura proposta. 2. Personalização X Customização Embora geralmente sejam tratados como sinônimos no diaa-dia, diversos autores pontuam que os termos personalização e customização têm significados distintos quando se trata das formas como um site adapta o seu conteúdo e a sua aparência às preferências de cada usuário [6]. Na customização, o usuário é o agente modificador da página, pois lhe é dado a possibilidade explícita de controlar a aparência da página, alterando ou removendo elementos, priorizando ou preterindo determinados assuntos, configurando o que receberá de acordo com os seus gostos. Já na personalização, o próprio site é o agente modificador da página, com o usuário contribuindo para os ajustes apenas implicitamente. Na personalização, o site monitora o comportamento do usuário enquanto este navega em suas páginas e, com base nesses dados, adiciona opções e elementos que aparentem estar de acordo com o perfil obtido deste usuário em questão. Um exemplo de personalização são as propagandas do Gmail que são escolhidas de acordo com palavras-chave existentes no conteúdo do e-mail que a pessoa esteja lendo no momento. Na arquitetura apresentada neste trabalho, optou por um modelo híbrido combinando personalização e customização. Ao mesmo tempo em que um dos objetivos principais é fazer com que o usuário tenha que se esforçar o mínimo possível para que o site fique de acordo com seus gostos, também lhe é dada a possibilidade de configurar quaisquer elementos que queira. 3. Trabalhos Relacionados A idéia de se colocar, em notícias e artigos, tags com palavras-chave relacionadas ao conteúdo destas já é algo bastante difundido na Internet, sendo utilizada por blogs e sites de notícias. No entanto, na maioria das vezes, essas tags pecam por serem bastante genéricas, não sendo muito úteis para pesquisas mais específicas, e por, às vezes, não seguirem critérios bem-definidos. O serviço My Headlines [7], do site de notícias NYTimes.com, permite aos leitores exibirem notícias dos temas que mais lhe interessam na página inicial do site. Os temas são escolhidos quando o usuário, previamente cadastrado no site e logado, configura esse serviço. Contudo, entre os problemas desse serviço pode-se citar a necessidade do usuário ter que configurar previamente as opções preferidas e também o fato de que essas notícias fornecidas pelo serviço ficam em uma posição com pouco destaque, escondida entre muitas outras notícias, dificultando o acesso delas pelo usuário. O GoogleNewsTimelines [8] é um serviço do Google que mostra o histórico de um determinado assunto na forma de uma linha de tempo. Além dele, existe também o site Dipity [9], que também constrói uma linha de tempo sobre qualquer assunto. Poucos sites de jornais utilizam as linhas de tempo, como o peruano El Comércio [10] e o britânico Guardian [11], que usa o Dipity. No entanto, nenhum deles oferece ao usuário a possibilidade de ser informado sobre os avanços das notícias que lhe interessam, além de fornecer uma linha de tempo muito generalizada, quando, por vezes, os usuários querem acompanhar os desdobramentos de uma notícia mais específica. O Google News [12] é o site agregador de informações do Google. Ele mostra as principais manchetes dos sites de notícias e redireciona a pessoa para a notícia que lhe interesse. Esse serviço em particular é interessante pela possibilidade de editar cada seção, permitindo ao usuário ver as notícias do país que bem entender, quantas notícias quiser e, até mesmo, excluir seções que não lhe interessem. No entanto, as posições de cada seção são fixadas. Além disso, por utilizar as notícias vindas de outros sites, o Google News, junto com outros sites buscadores de notícias e agregadores de informações, chegou a ser ameaçado de processo pela agência de notícias Associated Press [13]. Sites como o da BBC [14] e o iGoogle [15] oferecem a possibilidade de customizar as posições em que o conteúdo da página principal aparecem. Cada seção é colocada dentro de um bloco. Este bloco pode ser editado de várias maneiras, além de que sua posição relativa na página pode ser mudada apenas arrastando o bloco para onde se deseja. Caso o usuário esteja logado, essas novas posições ficam salvas para uma posterior visita. Porém, essa forma de personalização não prioriza os temas mais lidos pelo usuário. 4. Ambiente de Personalização Proposto O ambiente que deverá ser personalizado é o site de notícias, no qual o usuário, devidamente cadastrado e logado, receberá uma página com os temas e assuntos que lhe mais relevantes são. Uma vez logado, na primeira entrada, o usuário acessará uma página padrão, comum a todos os usuários. Com os posteriores acessos, essa página sofrerá as atualizações que serão explicadas a seguir. Quais serão e como ocorrerão essas mudanças, serão definidas pela arquitetura de geração de conteúdo. 4.1. Arquitetura Foi desenvolvida uma arquitetura como proposta de solução ao problema da personalização das notícias e da publicidade. Essa arquitetura está dividida em módulos que cuidarão dos interesses do usuário por um assunto qualquer. Figura 1 – Arquitetura Geralmente, o grande entrave da customização é a maneira como ela é produzida. Coletar informações do usuário em telas de configuração cheias de perguntas, por mais básico que seja, acaba tornando-se enfadonho burocrático para o usuário, que está interessado em chegar o mais rapidamente possível às informações relevantes a ele. Dessa maneira, optou-se por um modelo misto, que, embora permita a customização de suas preferências, privilegie a personalização, realizando uma coleta indireta de informações sobre o usuário sem que ele seja obrigado a dispender tempo configurando as ferramentas do site. O cadastro de um novo usuário deve ser feito da maneira mais simples e objetiva possível, perguntando apenas as informações mais básicas e relevantes, tais como nome, email, login e senha. A ideia é evitar a possibilidade de um usuário em potencial optar por não se cadastrar. Ao acessar o sistema pela primeira vez, fornecendo apenas login e senha, o usuário encontrará, inicialmente, em seu perfil uma página principal padronizada a todos os usuários. Esse perfil, que nada mais é que o site personalizado para o usuário em questão, será a sua interface com o sistema e é através dele e das ações que o sistema coletará as informações necessárias para a personalização. Essa coleta de dados é feita pelo módulo de personalização. Assim que o usuário é logado, o módulo de personalização carrega as informações do usuário que estão no banco de dados, incluindo o ranqueamento dos temas preferidos, atualizado do último acesso do usuário. Caso seja a primeira vez que acessa o sistema, tais dados estarão zerados. A função do módulo de personalização é monitorar a atividade do usuário, registrando cada acesso dele e atualizando os dados, que serão devidamente ranqueados no módulo de hierarquização. Ele também será encarregado de armazenar junto ao perfil do usuário as tags que este use com mais frequência para buscas mais específicas e de alta relevância. Quando o usuário solicitar o deslogamento, antes deste ser efetuado, o módulo de personalização atualiza o registro do usuário no banco de dados com os dados mais recentes presentes nele. Enfim, ele é o responsável pela atualização constante dos dados do usuário e de fornecer esses dados para os demais módulos. A customização possibilitada nesta arquitetura também fica a cargo do módulo de personalização. O usuário poderá manipular a interface da página para um formato que lhe seja mais aprazível e, até mesmo, excluir ou incluir elementos de acordo com a sua vontade, aumentando a interatividade deste com o conteúdo que recebe. Quando o usuário faz alguma destas ações, estas informações serão enviadas ao módulo de personalização, que se encarrega de registrar esses dados junto ao perfil do usuário. O módulo de pesquisa é encarregado pelas pesquisas realizadas pelo usuário em buscas de notícias específicas. Inicialmente, ele faz uma pesquisa ao banco de dados para recolhendo todas as notícias relacionadas à requisição do usuário. Então, ele, utilizando as informações do ranqueamento das preferências do usuário, obtidas no módulo de personalização, ordena as notícias pela sua ordem de relevância, dando prioridade àquelas que sejam do temas preferenciais do usuário, retornando ao módulo de notícias os resultados que se encontrem o mais próximo possível aos interesses do usuário, obtendo assim, uma pesquisa personalizada. O módulo de relacionamento de notícias será utilizado pelo provedor de conteúdos para estabelecer um elo entre notícias que sejam relacionadas cronologicamente, ou seja, que demonstrem a evolução de um determinado acontecimento. O objetivo deste módulo é estabelecer uma linha de tempo na qual o usuário pode visualizar a andamento de um determinado evento no decorrer do tempo até aquele determinado momento e promover ao usuário a possibilidade de acompanhar esses eventos sem a necessidade de ter que procurar por informações novas. Uma vez solicitado pelo perfil do usuário e registrado no módulo de personalização o acompanhamento de determinado evento, sempre que uma notícia relacionada a esse assunto entrar no sistema, essa notícia “procurará” o usuário e não o contrário, evitando assim que ele não consiga acompanhar certos eventos de seu interesse por não conseguir encontrar as notícias sobre esse evento. As notícias que façam parte de uma cadeia de eventos que poderá ser alongar pelo tempo receberão uma tag específica no momento de sua postagem. Quando o usuário opta por "seguir" esta notícia, essa tag é armazenada em seu registro no banco de dados pelo módulo de personalização. Este módulo pega estas tags especiais que o usuário selecionou e as envia para o módulo de relacionamento de notícias. Este faz a busca no banco de dados por essas notícias relacionadas e, então, as organiza em uma linha de tempo, que é enviada ao módulo de notícias. Ele faz isso continuamente, de forma que, quando uma notícia nova é postada, ele imediatamente a captura para repassar ao usuário. O módulo de hierarquização é o grande responsável pela personalização e hierarquização do sistema. Ele recebe os dados atualizados do módulo de personalização e ranqueia, de acordo com a frequência de acessos, as categorias seguindo uma árvore de hierarquia pré-estabelecida. Essa árvore de hierarquia permite que cada notícia seja catalogada desde o tema mais geral até o sub-tema mais específico que a notícia aborda. Tal catálogo estaria em um campo do registro da notícia no banco de dados. Sempre que uma notícia é acessada, o contador da frequência de acessos do tema e sub-temas é incrementado. A classificação e ranqueamento das notícias deve ser feito de modo a evitar contra-tempos ou enganos que venham a favorecer um tema que não seja da real preferência do usuário. O módulo de publicidade é o responsável pela geração de publicidade personalizada. Ela recebe os dados atualizados vindo do módulo de personalização e, então, faz uma triagem no banco de dados em busca dos anúncios publicitários que tenham ligação com as preferências do usuário, ranqueandoos, não apenas de acordo com as categorias de notícias, mas também pelo índice de acessos que tal anúncio teve com outros usuários e mesmo com o usuário em ação no momento. Contudo, o objetivo não é sempre sugerir um anúncio publicitário que tenha a ver com o conteúdo da notícia que está atualmente sendo lida, mas um buscar sempre que possível um anúncio que seja do interesse específicio e, se possível, imediato do usuário, de forma a aumentar a probabilidade dele clicar na propaganda. O módulo de notícias é a interface entre toda essa arquitetura e o site de notícias. Ele será encarregado de fazer a organização dos resultados retornados pelos demais módulos para exibição na página do perfil. Ele recebe como parâmetros, as categorias devidamente hierarquizadas e as notícias e as posições relativas delas no site, bem como o resultado retornado pelos módulos de relacionamento de notícias, publicidade e as atualizações devido à customização. Ele recebe todos esses parâmetros e envia para a exibição no perfil do usuário, encaixando todas as informações no layout do site. Deste modo, o módulo de notícias montará a página de forma a fazer com que o usuário se desgaste o mínimo possível ao procurar por seus interesses, além de possibilitar que esta arquitetura seja independente do layout do site, uma vez que o módulo de notícias é o encarregado de fazer esse intermediário de forma que ele que deverá se ajustar ao layout do site, não o site se ajustar às conveniências da arquitetura. O objetivo dessa arquitetura é sempre tentar proporcionar ao usuário alguns passos que ele daria caso tivesse interesse em alguma notícia por antecipação, promovendo assim uma diminuição de passos que ele efetivamente dará até achar alguma notícia de seu interesse. Com isso, tem-se em mente uma permanência mais produtiva desse tipo de consumidor em relação às notícias que lhe interessam, aumentando a fidelidade e o tempo de acesso do usuário a esse determinado site de notícias, o que, agregado a uma publicidade tematizada, oferecendo produtos correlacionados com os assuntos mais buscados por esse usuário, trazendo assim uma maior chance do usuário vir a consumi-los, fará com que esta arquitetura seja uma solução ideal para que tanto o usuário, quanto os donos de sites de notícias, quanto aqueles que investiram na publicidade do site tenham os seus interesses atendidos a contento. 4.2. Exemplo de Uso Feita a análise da arquitetura em estudo, um passo importante é a avaliação da sua aplicabilidade. Supondo um usuário que possui conta no site de um jornal. Uma vez logado, todos os seus passos dentro do site, desde as notícias e categorias que ele acessa e o tempo em que ele permanece em cada página até os tipos de anúncios publicitários em que clica e a freqüência em que isso ocorre, serão utilizados como dados para que o próprio site se modifique de forma a se ajustar aos seus gostos. Ao usuário também será permitido, caso assim deseje, fazer algumas alterações que apressem este ajuste de forma que o objetivo final é gerar uma maior facilidade de acesso às notícias que realmente lhe interessam. No primeiro acesso, o usuário irá se deparar com a página de notícias padronizada, que é exatamente igual à exibida aos usuários não logados. Contudo, a partir desse momento, qualquer modificação feita pelo usuário logado permanecerá salvas para os próximos acessos dele, além de que cada passo dele no site será registrado pelo módulo de personalização. Cada notícia terá associada a si no banco de dados não apenas a árvore de classificação hierárquica à qual esta pertença, indo do mais geral (por exemplo, “esportes”) até o mais específico (por exemplo, “seleção brasileira masculina de vôlei”), mas também tags indicando as palavras-chave do texto e, se for o caso de uma notícia contínua, como, por exemplo, a repercussão da morte de um cantor famoso, uma tag específica indicando o assunto. Cada vez que uma notícia é visualizada, as palavraschave desta são armazenadas no módulo de personalização, para fins de ranqueá-las e, com isso, averiguar os conteúdos de preferências do usuário e, assim, retorná-los com maior prioridade sobre os demais. As tags específicas, no entanto, só serão armazenadas se o usuário assim pedir para acompanhar os desdobramentos do tema desta notícia. Contudo, uma vez solicitado esse acompanhamento, sempre que surgir uma nova notícia relacionada àquele tema, esta terá prioridade automaticamente. Com o decorrer dos acessos, a página sofrerá modificações de acordo com os tipos de conteúdos mais procurados. Se o usuário passa a maior parte do tempo acessando poucas notícias específicas de um assunto mais geral, as notícias sobre esse assunto mais geral terão mais prioridade. Caso, ele demonstre principalmente por uma parte específica de um determinado assunto, acessando muitas notícias sobre este, novidades sobre este assunto terão um maior destaque em relação às demais. Por exemplo, um usuário logado que tenha maior interesse por esportes, mais especificamente, a seleção brasileira masculina de vôlei. Sempre que ele quiser obter notícias detalhadas sobre tal assunto, precisaria ir à seção de “esportes”, logo em seguida ir em “notícias nacionais”, depois em “vôlei masculino” e, por fim, em “seleção brasileira”. Este é um exemplo hipotético, pois o caminho percorrido pelo usuário depende da forma como o site divide e categoriza as notícias que publica. Dependendo da especificidade do assunto, uma vez que muitos sites optam por dar maior prioridade a um assunto mais popular em detrimento de outros, esse caminho torna-se ainda mais complicado. Seguindo o exemplo do usuário interessado em ler sobre vôlei, na maioria dos sites de notícias brasileiros, ao entrar na seção de “esportes”, ele encontraria diversas notícias, links e categorias relacionadas a futebol em destaque, tendo que procurar pela página o link para a subseção de vôlei. Isso torna uma simples pesquisa sobre um assunto específico em algo cansativo. Assim, caso as informações obtidas pelo módulo de personalização acusem uma preferência do leitor por notícias sobre a seleção brasileira masculina de vôlei, estas terão um maior destaque, aparecendo logo na página principal, ou na seção de esportes, tendo uma prioridade maior que outras notícias que de temas que ele não costume acessar com freqüência. Se, no entanto, ele acessou poucas vezes notícias sobre a seleção brasileira masculina de vôlei, mas tem o hábito de sempre ler ou buscar notícias relacionadas a vôlei no geral, as notícias que sejam relacionadas ao tema “vôlei”, independente da competição ou modalidade, receberão o destaque por igual. A idéia é fazer com que ao invés de o leitor ir à procura da notícia de seu interesse, tal notícia esteja disponível a ele de forma mais rápida e fácil. Outra possibilidade fornecida por este sistema seria a de, ao retornar pesquisas feitas pelo usuário, retornar o resultado já personalizado mediante uma triagem realizada pelo módulo de pesquisa que confere um peso maior aos resultados relevantes que sejam relacionados aos temas de interesse do usuário registrados pelo módulo de personalização. Quando o usuário, logado no site, acessa sua conta no site de notícias e deseja fazer uma busca por notícias de determinado assunto, a pesquisa é feita no banco de dados e, depois, são realizadas dois ordenação, a primeira, verificando as palavras-chave das notícias, as classificada por ordem de relevância e, a segunda, partindo do resultado da primeira ordenação e, verificando o ranqueamento de temas de interesse do usuário, as ordena priorizando-as de acordo com a ordem do ranqueamento. Para um usuário que não possua conta ou que não esteja logado, o módulo de pesquisa realizará apenas a primeira ordenação. Ou seja, o módulo de pesquisa sempre será acionado, porém retornará resultados diferentes caso o usuário esteja logado ou não. Se estiver, poderá desfrutar das vantagens da personalização, caso contrário, usará o site normalmente, mas sem tais vantagens. Quanto mais o site for acessado, mais informações serão disponibilizadas ao módulo de personalização e melhor será a triagem e o ranqueamento das categorias e, desta forma, mais personalizado o site se tornará. Notícias com maior facilidade de acesso economizam tempo de pesquisa, e com páginas personalizadas diferentes tipos de usuários podem ser atingidos pelo jornal. 4.3. Implementação Uma vez definida a arquitetura básica do sistema, foi decidido o formato que esta seria construída: uma página de Web que funcionaria como um motor para a geração das páginas do site de notícia em questão. Ele teria duas interfaces: o site de notícias, para o usuário, e, para os jornalistas, um sistema de gerenciamento de conteúdo, que permitisse a adição, deleção e edição de notícias. Para que o motor independa do layout do site, foi especificado também o módulo de notícias. Foi decidido que o primeiro protótipo, para testar funcionamento do ranqueamento das categorias, foi feito utilizando o framework CakePHP [15]. Neste primeiro protótipo foi essencialmente priorizado a criação e os testes do módulo de personalização, não havendo, inclusive, preocupação em se fazer um layout. Pela simplicidade de uso, foi escolhido o MySQL [16] como o banco de dados desta primeira versão. Figura 2 – Primeiro Protótipo Foram criadas nove categorias de notícias (Política, Negócios, Diversão e Arte, Tecnologia, Esportes, Saúde, Cidades, Curiosidades e Classificados Diários), além de que a categoria “Esportes” era dividida em duas sub-categorias, “Vôlei” e “Futebol”, esta última, por sua vez, era dividida em duas subcategorias, “Ceará” e “Fortaleza”. Para funcionar como um proto-módulo de hierarquização foi decidido utilizar uma simples contagem de acessos às notícias desses determinados temas. Quanto maior o número de acessos à determinada categoria, maior prioridade era dada a ela, podendo ela passar à frente das outras. Seguindo a árvore de hierarquia, um acesso em uma notícia classificada na sub-categoria “Ceará” também seria contada em sua categoria-mãe, “Futebol”, e na categoria-mãe desta, “Esportes”. Dessa maneira, as subcategorias competiriam entre si pelo destaque na categoria-mãe, além de auxiliar esta a ganhar prioridades sobre as demais categorias. Atualmente, se está trabalhando em uma nova versão do protótipo que tenha, em algum nível, todos os módulos presentes. 5. Conclusão Com a queda na vendas dos jornais impressos, um novo conceito de comercialização de notícias está sendo estudado e adotado pelos jornais em geral. O jornal on-line. A Internet traz diversas novas possibilidades para os jornais, contudo, possui alguns problemas que dificultam a sua adoção plena, como, por exemplo, a forma de captação de lucro. Dentre outras soluções, o uso da publicidade é a mais aceita como candidata a fonte de renda para os jornais. O objetivo deste estudo é buscar uma alternativa para tornar os sites de notícias mais atrativos para o grande público, adequando o jornalismo à nova realidade tecnológica, que impõe uma nova forma de interagir com as notícias que envolvem o mundo a sua volta. Como conseqüência do maior público alcançado pelo jornal, maior será o lucro, tanto do meio publicitário quanto do próprio jornal, que encontrará uma solução para a crise financeira pela qual passava. No presente momento do projeto, está se fazendo um estudo mais detalhado do módulo de hierarquização, ao mesmo tempo em que, paralelamente, há o desenvolvimento dos demais módulos, além de uma nova versão do protótipo para testes. Agradecimentos [9] [10] __________. Guardian. Disponível em <http://www.guardian.co.uk/technology/2009/apr/17/the-pirate-bay-trialguilty-verdict> Acesso em: 29 mar 2010. [11] __________. Google News. Disponível em <http://news.google.com.br/> Acesso em: 29 mar 2010. [12] __________. D. Frommer. AP Plans 'Aggresive' Effort To Fight News Thieves. Disponível em: <http://www.businessinsider.com/ap-plansaggressive-effort-to-fight-news-thieves-2009-4> Acesso em: 29 mar 2010. [13] __________. BBC. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/> Acesso em: 29 mar 2010. [14] __________. iGoogle. Disponível em <http://www.google.com.br/ig> Acesso em: 29 mar 2010. [15] Agradecemos ao CNPQ pelo apoio financeiro. __________. El Comércio. Disponível em <http://www.elcomercio.com.pe/#minamin_tecnologia> Acesso em: 29 mar 2010. Cake Software Foundation Inc. Cake <http://cakephp.org/> Acesso em: 29 mar 2010. PHP. Disponível em [16] MySQL AB. MySQL. Disponível em <http://www.mysql.com/> Acesso em: 29 mar 2010. Referências [1] S. Matsuura, “Circulação dos jornais cai 6,7% em abril.”, Disponível em: <http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/01/a-queda-nacirculacao-dos-jornais/> Acesso em: 29 mar 2010. [2] A. Edgecliffe-Johnson e K. Li, “Micro-payments considered for WSJ website.”, Disponível em: <http://www.ft.com/cms/s/afcc5024-3d9711de-a85e00144feabdc0,Authorised=false.html?_i_location=http%3A%2F%2Fw ww.ft.com%2Fcms%2Fs%2F0%2Fafcc5024-3d97-11de-a85e00144feabdc0.html%3Fnclick_check%3D1&_i_referer=&nclick_check =1> Acesso em: 29 mar 2010. [3] A. Andrews, “New York Times to decide how to charge for its website by August.”, Disponível em: <http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/mediatechnologyan dtelecoms/media/5786429/New-York-Times-to-decide-how-to-chargefor-its-website-by-August.html> Acesso em: 29 mar 2010. [4] A. Sulzberger e J. Robinson, “On the Record From Arthur & Janet – Vol. 3 Our Circulation Strategy”, Disponível em: <http://docs.google.com/View?id=df3sbp8m_46dn8wj3gf> Acesso em: 29 mar 2010. [5] E. Schmidt, “How Google Can Help Newspapers”, Disponível em: <http://online.wsj.com/article/SB1000142405274870410710457456957 0797550520.html> Acesso em: 29 mar 2010. [6] V. Schmitt e L. G. de Oliveira, “Personalização de Notícias - Uma edição de jornal para cada leitor”, Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación, vol. XI, nº. 1, 2009. [7] __________. New York Times – My Headlines. Disponível em <http://www.nytimes.com/mem/timeswidgets/personalized?src=4> Acesso em: 29 mar 2010. [8] __________. Google NewsTimeLines. Disponível <http://newstimeline.googlelabs.com/> Acesso em: 29 mar 2010. [9] __________. Dipity. Disponível em <http://www.dipity.com/> Acesso em: 29 mar 2010. em