Arquitetura Dinâmica para Personalização de Sites de

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Arquitetura Dinâmica para Personalização de Sites de
Arquitetura Dinâmica para Personalização de Sites de
Notícias
Santos, Gisele Pereira
Eng de Computação, IFCE
Fortaleza, Ceará, Brasil
[email protected]
Wanderley, Ítalo Romeiro
Eng de Computação, IFCE
Fortaleza, Ceará, Brasil
[email protected]
Duarte, Paulo Artur de
Sousa
Eng de Computação, IFCE
Fortaleza, Ceará, Brasil
[email protected]
Josino Júnior, Francisco
Ari
Eng de Computação, IFCE
Fortaleza, Ceará, Brasil
[email protected]
Tavares, Priscylla da Silva Sousa, Jonh Ney Barbosa Cidcley Teixeira de Souza
Eng de Computação, IFCE
Eng de Computação, IFCE
Eng de Computação, IFCE
Fortaleza, Ceará, Brasil
Fortaleza, Ceará, Brasil
Fortaleza, Ceará, Brasil
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Resumo
Com a popularização da Internet, que trouxe a propagação
de notícias de qualidade, de forma gratuita e em tempo real,
o jornal impresso começou a sofrer com uma forte crise
caracterizada pela queda nas vendas e pelo defasamento das
notícias que publicava. Mesmo suas versões on-line não
conseguem encontrar um modelo funcional de captação de
recursos que sirva a contento. Especialistas acreditam que o
futuro dos jornais on-line passa por uma maior interatividade
com o usuário e com o uso de publicidade personalizada.
Este artigo pretende apresentar um modelo de arquitetura de
geração de conteúdo personalizado voltado para sites de
notícia. Com isso, este modelo pretende aumentar a
flexibilidade da estrutura dos jornais on-line de modo a
favorecer todos os lados desta questão, aumentando a
comodidade para o usuário ao mesmo tempo em que gera
uma fonte de receita mais sólida para os jornais. O artigo
mostrará as funcionalidades e facilidades desse modelo de
arquitetura e apresentará sua aplicação e impacto, uma vez
adotado o modelo em estudo.
Palavras-chave
Jornal On-line, Site de Notícias, Personalização, Web 2.0
1. Introdução
Com o advento da Internet, as pessoas mudaram os seus
hábitos. Passou-se a ser vital estar informado quanto aos
últimos acontecimentos, de forma que as pessoas tentam
atualizar-se com freqüência, buscando informações várias
vezes ao dia. Isso faz com que, muitas vezes, as versões
impressas dos jornais publiquem notícias que, já totalmente
esmiuçadas por outras mídias, não atraiam tanto a atenção do
leitor, mais interessado nos acontecimentos do dia atual que
do anterior.
Esta é uma das causas da grave crise pela qual está passando o
mundo do jornal impresso, com a crescente queda nas vendas
dos jornais, tanto no exterior quanto no Brasil [1].
A solução lógica encontrada pelos jornais foi adaptar-se aos
novos tempos, criando portais e sites de notícias, de forma a não
perder o público que migrou para a Internet e conseguir o
dinheiro através de anúncios de publicidade e com o estímulo a
assinaturas ocasionado pelo conteúdo extra para os assinantes.
No entanto, essa fórmula mostrou-se deficiente: o conteúdo
pago afastava visitantes, diminuindo tanto a relevância do site
quanto o dinheiro ganho através de publicidade. Por sua vez, o
conteúdo gratuito carecia de fontes de receita, uma vez que a
verba de anunciantes era insuficiente para suprir a perda de
receita com o declínio das vendas do jornal impresso.
Além disso, os sites de notícias também passaram a sofrer
com a concorrência dos blogs, que, por geralmente serem
voltados a nichos específicos, oferecem um conteúdo mais
direcionado ao seu público-alvo, e das redes sociais, como o
Twitter, que oferecem um dinamismo maior e, muitas vezes,
com notícias mais atualizadas.
Cada jornal busca a sua maneira de enfrentar esse problema,
seja adotando o sistema de micropagamentos onde um leitor
casual pagaria pelo acesso a um determinado artigo, este voltado
a temas especializados [2], seja através da cobrança de
mensalidades em troca do acesso ao conteúdo total do site [3],
dentre outras tentativas de solução. Nesta busca de soluções para
esta crise e de uma nova identidade, alguns jornais redefiniram
a, como o New York Times que, recentemente, distribuiu um
memorando interno em que afirmava não tratar-se mais de um
empresa de jornal, mas como uma empresa de notícias. [4]
Uma idéia lançada pelo diretor geral da Google, Eric Schmidt,
mostra bem o futuro dos jornais on-line. Segundo ele, são vários
os modos de se manter a sustentabilidade em sites de notícias.
Contudo, o modelo que predominará é o de conteúdo gratuito
sustentado por publicidade [5]. Em sua visão, os jornais
poderiam criar novas formas de produção de sites, onde as
matérias publicadas iriam além do que já é impresso pelo jornal,
gerando uma informação mais completa e analisada. Sendo o
objetivo proporcionar uma maior interatividade entre o usuário e
o site de notícias.
Seguindo essa linha de pensamento, os anúncios de
publicidade também seriam veiculados de forma
personalizada, contextualizados com os temas das notícias e
as preferências do leitor, de forma a aumentar a probabilidade
do usuário se interessar pelo produto anunciado.
Esse é o objetivo do estudo, oferecer opções de construção
de sites de notícias que permitam ao usuário uma maior
facilidade de acesso às informações, e ao jornal uma
estratégia de geração de renda que seja favorável ao progresso
de seu empreendimento.
O restante deste artigo está organizado da seguinte
maneira: a seção 2 tratará sobre a diferença entre os conceitos
de personalização e customização. A seção 3 introduzirá os
Trabalhos Relacionados, mostrando algumas soluções já
existentes e suas deficiências. Na seção 4, haverá uma
discussão sobre o Ambiente de Personalização Proposto,
apresentando a arquitetura proposta no estudo, detalhando seu
funcionamento em um exemplo de uso e avaliando os
progressos de sua implementação. Por fim, na seção 5 estará a
Conclusão, dissertando um pouco sobre as vantagens do uso
da arquitetura proposta.
2. Personalização X Customização
Embora geralmente sejam tratados como sinônimos no diaa-dia, diversos autores pontuam que os termos personalização
e customização têm significados distintos quando se trata das
formas como um site adapta o seu conteúdo e a sua aparência
às preferências de cada usuário [6].
Na customização, o usuário é o agente modificador da
página, pois lhe é dado a possibilidade explícita de controlar a
aparência da página, alterando ou removendo elementos,
priorizando
ou
preterindo
determinados
assuntos,
configurando o que receberá de acordo com os seus gostos.
Já na personalização, o próprio site é o agente modificador
da página, com o usuário contribuindo para os ajustes apenas
implicitamente. Na personalização, o site monitora o
comportamento do usuário enquanto este navega em suas
páginas e, com base nesses dados, adiciona opções e
elementos que aparentem estar de acordo com o perfil obtido
deste usuário em questão. Um exemplo de personalização são
as propagandas do Gmail que são escolhidas de acordo com
palavras-chave existentes no conteúdo do e-mail que a pessoa
esteja lendo no momento.
Na arquitetura apresentada neste trabalho, optou por um
modelo híbrido combinando personalização e customização.
Ao mesmo tempo em que um dos objetivos principais é fazer
com que o usuário tenha que se esforçar o mínimo possível
para que o site fique de acordo com seus gostos, também lhe é
dada a possibilidade de configurar quaisquer elementos que
queira.
3. Trabalhos Relacionados
A idéia de se colocar, em notícias e artigos, tags com
palavras-chave relacionadas ao conteúdo destas já é algo
bastante difundido na Internet, sendo utilizada por blogs e
sites de notícias. No entanto, na maioria das vezes, essas tags
pecam por serem bastante genéricas, não sendo muito úteis para
pesquisas mais específicas, e por, às vezes, não seguirem
critérios bem-definidos.
O serviço My Headlines [7], do site de notícias
NYTimes.com, permite aos leitores exibirem notícias dos temas
que mais lhe interessam na página inicial do site. Os temas são
escolhidos quando o usuário, previamente cadastrado no site e
logado, configura esse serviço. Contudo, entre os problemas
desse serviço pode-se citar a necessidade do usuário ter que
configurar previamente as opções preferidas e também o fato de
que essas notícias fornecidas pelo serviço ficam em uma posição
com pouco destaque, escondida entre muitas outras notícias,
dificultando o acesso delas pelo usuário.
O GoogleNewsTimelines [8] é um serviço do Google que
mostra o histórico de um determinado assunto na forma de uma
linha de tempo. Além dele, existe também o site Dipity [9], que
também constrói uma linha de tempo sobre qualquer assunto.
Poucos sites de jornais utilizam as linhas de tempo, como o
peruano El Comércio [10] e o britânico Guardian [11], que usa o
Dipity. No entanto, nenhum deles oferece ao usuário a
possibilidade de ser informado sobre os avanços das notícias que
lhe interessam, além de fornecer uma linha de tempo muito
generalizada, quando, por vezes, os usuários querem
acompanhar os desdobramentos de uma notícia mais específica.
O Google News [12] é o site agregador de informações do
Google. Ele mostra as principais manchetes dos sites de notícias
e redireciona a pessoa para a notícia que lhe interesse. Esse
serviço em particular é interessante pela possibilidade de editar
cada seção, permitindo ao usuário ver as notícias do país que
bem entender, quantas notícias quiser e, até mesmo, excluir
seções que não lhe interessem. No entanto, as posições de cada
seção são fixadas. Além disso, por utilizar as notícias vindas de
outros sites, o Google News, junto com outros sites buscadores
de notícias e agregadores de informações, chegou a ser
ameaçado de processo pela agência de notícias Associated Press
[13].
Sites como o da BBC [14] e o iGoogle [15] oferecem a
possibilidade de customizar as posições em que o conteúdo da
página principal aparecem. Cada seção é colocada dentro de um
bloco. Este bloco pode ser editado de várias maneiras, além de
que sua posição relativa na página pode ser mudada apenas
arrastando o bloco para onde se deseja. Caso o usuário esteja
logado, essas novas posições ficam salvas para uma posterior
visita. Porém, essa forma de personalização não prioriza os
temas mais lidos pelo usuário.
4. Ambiente de Personalização Proposto
O ambiente que deverá ser personalizado é o site de notícias,
no qual o usuário, devidamente cadastrado e logado, receberá
uma página com os temas e assuntos que lhe mais relevantes
são. Uma vez logado, na primeira entrada, o usuário acessará
uma página padrão, comum a todos os usuários. Com os
posteriores acessos, essa página sofrerá as atualizações que serão
explicadas a seguir. Quais serão e como ocorrerão essas
mudanças, serão definidas pela arquitetura de geração de
conteúdo.
4.1. Arquitetura
Foi desenvolvida uma arquitetura como proposta de
solução ao problema da personalização das notícias e da
publicidade. Essa arquitetura está dividida em módulos que
cuidarão dos interesses do usuário por um assunto qualquer.
Figura 1 – Arquitetura
Geralmente, o grande entrave da customização é a maneira
como ela é produzida. Coletar informações do usuário em
telas de configuração cheias de perguntas, por mais básico
que seja, acaba tornando-se enfadonho burocrático para o
usuário, que está interessado em chegar o mais rapidamente
possível às informações relevantes a ele. Dessa maneira,
optou-se por um modelo misto, que, embora permita a
customização de suas preferências, privilegie a
personalização, realizando uma coleta indireta de informações
sobre o usuário sem que ele seja obrigado a dispender tempo
configurando as ferramentas do site.
O cadastro de um novo usuário deve ser feito da maneira
mais simples e objetiva possível, perguntando apenas as
informações mais básicas e relevantes, tais como nome, email, login e senha. A ideia é evitar a possibilidade de um
usuário em potencial optar por não se cadastrar.
Ao acessar o sistema pela primeira vez, fornecendo apenas
login e senha, o usuário encontrará, inicialmente, em seu
perfil uma página principal padronizada a todos os usuários.
Esse perfil, que nada mais é que o site personalizado para o
usuário em questão, será a sua interface com o sistema e é
através dele e das ações que o sistema coletará as informações
necessárias para a personalização.
Essa coleta de dados é feita pelo módulo de personalização.
Assim que o usuário é logado, o módulo de personalização
carrega as informações do usuário que estão no banco de
dados, incluindo o ranqueamento dos temas preferidos,
atualizado do último acesso do usuário. Caso seja a primeira
vez que acessa o sistema, tais dados estarão zerados. A função
do módulo de personalização é monitorar a atividade do
usuário, registrando cada acesso dele e atualizando os dados,
que serão devidamente ranqueados no módulo de
hierarquização. Ele também será encarregado de armazenar
junto ao perfil do usuário as tags que este use com mais
frequência para buscas mais específicas e de alta relevância.
Quando o usuário solicitar o deslogamento, antes deste ser
efetuado, o módulo de personalização atualiza o registro do
usuário no banco de dados com os dados mais recentes presentes
nele. Enfim, ele é o responsável pela atualização constante dos
dados do usuário e de fornecer esses dados para os demais
módulos.
A customização possibilitada nesta arquitetura também fica a
cargo do módulo de personalização. O usuário poderá manipular
a interface da página para um formato que lhe seja mais
aprazível e, até mesmo, excluir ou incluir elementos de acordo
com a sua vontade, aumentando a interatividade deste com o
conteúdo que recebe. Quando o usuário faz alguma destas ações,
estas informações serão enviadas ao módulo de personalização,
que se encarrega de registrar esses dados junto ao perfil do
usuário.
O módulo de pesquisa é encarregado pelas pesquisas
realizadas pelo usuário em buscas de notícias específicas.
Inicialmente, ele faz uma pesquisa ao banco de dados para
recolhendo todas as notícias relacionadas à requisição do
usuário. Então, ele, utilizando as informações do ranqueamento
das preferências do usuário, obtidas no módulo de
personalização, ordena as notícias pela sua ordem de relevância,
dando prioridade àquelas que sejam do temas preferenciais do
usuário, retornando ao módulo de notícias os resultados que se
encontrem o mais próximo possível aos interesses do usuário,
obtendo assim, uma pesquisa personalizada.
O módulo de relacionamento de notícias será utilizado pelo
provedor de conteúdos para estabelecer um elo entre notícias que
sejam relacionadas cronologicamente, ou seja, que demonstrem
a evolução de um determinado acontecimento. O objetivo deste
módulo é estabelecer uma linha de tempo na qual o usuário
pode visualizar a andamento de um determinado evento no
decorrer do tempo até aquele determinado momento e promover
ao usuário a possibilidade de acompanhar esses eventos sem a
necessidade de ter que procurar por informações novas. Uma vez
solicitado pelo perfil do usuário e registrado no módulo de
personalização o acompanhamento de determinado evento,
sempre que uma notícia relacionada a esse assunto entrar no
sistema, essa notícia “procurará” o usuário e não o contrário,
evitando assim que ele não consiga acompanhar certos eventos
de seu interesse por não conseguir encontrar as notícias sobre
esse evento.
As notícias que façam parte de uma cadeia de eventos que
poderá ser alongar pelo tempo receberão uma tag específica no
momento de sua postagem. Quando o usuário opta por "seguir"
esta notícia, essa tag é armazenada em seu registro no banco de
dados pelo módulo de personalização. Este módulo pega estas
tags especiais que o usuário selecionou e as envia para o módulo
de relacionamento de notícias. Este faz a busca no banco de
dados por essas notícias relacionadas e, então, as organiza em
uma linha de tempo, que é enviada ao módulo de notícias. Ele
faz isso continuamente, de forma que, quando uma notícia nova
é postada, ele imediatamente a captura para repassar ao usuário.
O módulo de hierarquização é o grande responsável pela
personalização e hierarquização do sistema. Ele recebe os dados
atualizados do módulo de personalização e ranqueia, de acordo
com a frequência de acessos, as categorias seguindo uma árvore
de hierarquia pré-estabelecida. Essa árvore de hierarquia
permite que cada notícia seja catalogada desde o tema mais
geral até o sub-tema mais específico que a notícia aborda. Tal
catálogo estaria em um campo do registro da notícia no banco
de dados. Sempre que uma notícia é acessada, o contador da
frequência de acessos do tema e sub-temas é incrementado. A
classificação e ranqueamento das notícias deve ser feito de
modo a evitar contra-tempos ou enganos que venham a
favorecer um tema que não seja da real preferência do
usuário.
O módulo de publicidade é o responsável pela geração de
publicidade personalizada. Ela recebe os dados atualizados
vindo do módulo de personalização e, então, faz uma triagem
no banco de dados em busca dos anúncios publicitários que
tenham ligação com as preferências do usuário, ranqueandoos, não apenas de acordo com as categorias de notícias, mas
também pelo índice de acessos que tal anúncio teve com
outros usuários e mesmo com o usuário em ação no momento.
Contudo, o objetivo não é sempre sugerir um anúncio
publicitário que tenha a ver com o conteúdo da notícia que
está atualmente sendo lida, mas um buscar sempre que
possível um anúncio que seja do interesse específicio e, se
possível, imediato do usuário, de forma a aumentar a
probabilidade dele clicar na propaganda.
O módulo de notícias é a interface entre toda essa
arquitetura e o site de notícias. Ele será encarregado de fazer a
organização dos resultados retornados pelos demais módulos
para exibição na página do perfil. Ele recebe como
parâmetros, as categorias devidamente hierarquizadas e as
notícias e as posições relativas delas no site, bem como o
resultado retornado pelos módulos de relacionamento de
notícias, publicidade e as atualizações devido à customização.
Ele recebe todos esses parâmetros e envia para a exibição no
perfil do usuário, encaixando todas as informações no layout
do site. Deste modo, o módulo de notícias montará a página
de forma a fazer com que o usuário se desgaste o mínimo
possível ao procurar por seus interesses, além de possibilitar
que esta arquitetura seja independente do layout do site, uma
vez que o módulo de notícias é o encarregado de fazer esse
intermediário de forma que ele que deverá se ajustar ao layout
do site, não o site se ajustar às conveniências da arquitetura.
O objetivo dessa arquitetura é sempre tentar proporcionar
ao usuário alguns passos que ele daria caso tivesse interesse
em alguma notícia por antecipação, promovendo assim uma
diminuição de passos que ele efetivamente dará até achar
alguma notícia de seu interesse. Com isso, tem-se em mente
uma permanência mais produtiva desse tipo de consumidor
em relação às notícias que lhe interessam, aumentando a
fidelidade e o tempo de acesso do usuário a esse determinado
site de notícias, o que, agregado a uma publicidade
tematizada, oferecendo produtos correlacionados com os
assuntos mais buscados por esse usuário, trazendo assim uma
maior chance do usuário vir a consumi-los, fará com que esta
arquitetura seja uma solução ideal para que tanto o usuário,
quanto os donos de sites de notícias, quanto aqueles que
investiram na publicidade do site tenham os seus interesses
atendidos a contento.
4.2. Exemplo de Uso
Feita a análise da arquitetura em estudo, um passo importante
é a avaliação da sua aplicabilidade. Supondo um usuário que
possui conta no site de um jornal. Uma vez logado, todos os seus
passos dentro do site, desde as notícias e categorias que ele
acessa e o tempo em que ele permanece em cada página até os
tipos de anúncios publicitários em que clica e a freqüência em
que isso ocorre, serão utilizados como dados para que o próprio
site se modifique de forma a se ajustar aos seus gostos. Ao
usuário também será permitido, caso assim deseje, fazer algumas
alterações que apressem este ajuste de forma que o objetivo final
é gerar uma maior facilidade de acesso às notícias que realmente
lhe interessam.
No primeiro acesso, o usuário irá se deparar com a página de
notícias padronizada, que é exatamente igual à exibida aos
usuários não logados. Contudo, a partir desse momento,
qualquer modificação feita pelo usuário logado permanecerá
salvas para os próximos acessos dele, além de que cada passo
dele no site será registrado pelo módulo de personalização.
Cada notícia terá associada a si no banco de dados não apenas
a árvore de classificação hierárquica à qual esta pertença, indo
do mais geral (por exemplo, “esportes”) até o mais específico
(por exemplo, “seleção brasileira masculina de vôlei”), mas
também tags indicando as palavras-chave do texto e, se for o
caso de uma notícia contínua, como, por exemplo, a repercussão
da morte de um cantor famoso, uma tag específica indicando o
assunto. Cada vez que uma notícia é visualizada, as palavraschave desta são armazenadas no módulo de personalização, para
fins de ranqueá-las e, com isso, averiguar os conteúdos de
preferências do usuário e, assim, retorná-los com maior
prioridade sobre os demais. As tags específicas, no entanto, só
serão armazenadas se o usuário assim pedir para acompanhar os
desdobramentos do tema desta notícia. Contudo, uma vez
solicitado esse acompanhamento, sempre que surgir uma nova
notícia relacionada àquele tema, esta terá prioridade
automaticamente.
Com o decorrer dos acessos, a página sofrerá modificações de
acordo com os tipos de conteúdos mais procurados. Se o usuário
passa a maior parte do tempo acessando poucas notícias
específicas de um assunto mais geral, as notícias sobre esse
assunto mais geral terão mais prioridade. Caso, ele demonstre
principalmente por uma parte específica de um determinado
assunto, acessando muitas notícias sobre este, novidades sobre
este assunto terão um maior destaque em relação às demais.
Por exemplo, um usuário logado que tenha maior interesse por
esportes, mais especificamente, a seleção brasileira masculina de
vôlei. Sempre que ele quiser obter notícias detalhadas sobre tal
assunto, precisaria ir à seção de “esportes”, logo em seguida ir
em “notícias nacionais”, depois em “vôlei masculino” e, por fim,
em “seleção brasileira”.
Este é um exemplo hipotético, pois o caminho percorrido pelo
usuário depende da forma como o site divide e categoriza as
notícias que publica. Dependendo da especificidade do assunto,
uma vez que muitos sites optam por dar maior prioridade a um
assunto mais popular em detrimento de outros, esse caminho
torna-se ainda mais complicado. Seguindo o exemplo do usuário
interessado em ler sobre vôlei, na maioria dos sites de notícias
brasileiros, ao entrar na seção de “esportes”, ele encontraria
diversas notícias, links e categorias relacionadas a futebol em
destaque, tendo que procurar pela página o link para a subseção de vôlei. Isso torna uma simples pesquisa sobre um
assunto específico em algo cansativo.
Assim, caso as informações obtidas pelo módulo de
personalização acusem uma preferência do leitor por notícias
sobre a seleção brasileira masculina de vôlei, estas terão um
maior destaque, aparecendo logo na página principal, ou na
seção de esportes, tendo uma prioridade maior que outras
notícias que de temas que ele não costume acessar com
freqüência. Se, no entanto, ele acessou poucas vezes notícias
sobre a seleção brasileira masculina de vôlei, mas tem o
hábito de sempre ler ou buscar notícias relacionadas a vôlei
no geral, as notícias que sejam relacionadas ao tema “vôlei”,
independente da competição ou modalidade, receberão o
destaque por igual.
A idéia é fazer com que ao invés de o leitor ir à procura da
notícia de seu interesse, tal notícia esteja disponível a ele de
forma mais rápida e fácil.
Outra possibilidade fornecida por este sistema seria a de, ao
retornar pesquisas feitas pelo usuário, retornar o resultado já
personalizado mediante uma triagem realizada pelo módulo
de pesquisa que confere um peso maior aos resultados
relevantes que sejam relacionados aos temas de interesse do
usuário registrados pelo módulo de personalização. Quando o
usuário, logado no site, acessa sua conta no site de notícias e
deseja fazer uma busca por notícias de determinado assunto, a
pesquisa é feita no banco de dados e, depois, são realizadas
dois ordenação, a primeira, verificando as palavras-chave das
notícias, as classificada por ordem de relevância e, a segunda,
partindo do resultado da primeira ordenação e, verificando o
ranqueamento de temas de interesse do usuário, as ordena
priorizando-as de acordo com a ordem do ranqueamento. Para
um usuário que não possua conta ou que não esteja logado, o
módulo de pesquisa realizará apenas a primeira ordenação.
Ou seja, o módulo de pesquisa sempre será acionado, porém
retornará resultados diferentes caso o usuário esteja logado ou
não. Se estiver, poderá desfrutar das vantagens da
personalização, caso contrário, usará o site normalmente, mas
sem tais vantagens.
Quanto mais o site for acessado, mais informações serão
disponibilizadas ao módulo de personalização e melhor será a
triagem e o ranqueamento das categorias e, desta forma, mais
personalizado o site se tornará. Notícias com maior facilidade
de acesso economizam tempo de pesquisa, e com páginas
personalizadas diferentes tipos de usuários podem ser
atingidos pelo jornal.
4.3. Implementação
Uma vez definida a arquitetura básica do sistema, foi
decidido o formato que esta seria construída: uma página de
Web que funcionaria como um motor para a geração das
páginas do site de notícia em questão. Ele teria duas
interfaces: o site de notícias, para o usuário, e, para os
jornalistas, um sistema de gerenciamento de conteúdo, que
permitisse a adição, deleção e edição de notícias. Para que o
motor independa do layout do site, foi especificado também o
módulo de notícias.
Foi decidido que o primeiro protótipo, para testar
funcionamento do ranqueamento das categorias, foi feito
utilizando o framework CakePHP [15]. Neste primeiro protótipo
foi essencialmente priorizado a criação e os testes do módulo de
personalização, não havendo, inclusive, preocupação em se fazer
um layout. Pela simplicidade de uso, foi escolhido o MySQL
[16] como o banco de dados desta primeira versão.
Figura 2 – Primeiro Protótipo
Foram criadas nove categorias de notícias (Política, Negócios,
Diversão e Arte, Tecnologia, Esportes, Saúde, Cidades,
Curiosidades e Classificados Diários), além de que a categoria
“Esportes” era dividida em duas sub-categorias, “Vôlei” e
“Futebol”, esta última, por sua vez, era dividida em duas subcategorias, “Ceará” e “Fortaleza”.
Para funcionar como um proto-módulo de hierarquização foi
decidido utilizar uma simples contagem de acessos às notícias
desses determinados temas. Quanto maior o número de acessos à
determinada categoria, maior prioridade era dada a ela, podendo
ela passar à frente das outras. Seguindo a árvore de hierarquia,
um acesso em uma notícia classificada na sub-categoria “Ceará”
também seria contada em sua categoria-mãe, “Futebol”, e na
categoria-mãe desta, “Esportes”. Dessa maneira, as subcategorias competiriam entre si pelo destaque na categoria-mãe,
além de auxiliar esta a ganhar prioridades sobre as demais
categorias.
Atualmente, se está trabalhando em uma nova versão do
protótipo que tenha, em algum nível, todos os módulos
presentes.
5. Conclusão
Com a queda na vendas dos jornais impressos, um novo
conceito de comercialização de notícias está sendo estudado e
adotado pelos jornais em geral. O jornal on-line. A Internet traz
diversas novas possibilidades para os jornais, contudo, possui
alguns problemas que dificultam a sua adoção plena, como, por
exemplo, a forma de captação de lucro. Dentre outras soluções, o
uso da publicidade é a mais aceita como candidata a fonte de
renda para os jornais.
O objetivo deste estudo é buscar uma alternativa para
tornar os sites de notícias mais atrativos para o grande
público, adequando o jornalismo à nova realidade
tecnológica, que impõe uma nova forma de interagir com as
notícias que envolvem o mundo a sua volta.
Como conseqüência do maior público alcançado pelo
jornal, maior será o lucro, tanto do meio publicitário quanto
do próprio jornal, que encontrará uma solução para a crise
financeira pela qual passava.
No presente momento do projeto, está se fazendo um
estudo mais detalhado do módulo de hierarquização, ao
mesmo tempo em que, paralelamente, há o desenvolvimento
dos demais módulos, além de uma nova versão do protótipo
para testes.
Agradecimentos
[9]
[10] __________.
Guardian.
Disponível
em
<http://www.guardian.co.uk/technology/2009/apr/17/the-pirate-bay-trialguilty-verdict> Acesso em: 29 mar 2010.
[11] __________. Google News. Disponível em <http://news.google.com.br/>
Acesso em: 29 mar 2010.
[12] __________. D. Frommer. AP Plans 'Aggresive' Effort To Fight News
Thieves. Disponível em: <http://www.businessinsider.com/ap-plansaggressive-effort-to-fight-news-thieves-2009-4> Acesso em: 29 mar 2010.
[13] __________. BBC. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/> Acesso em: 29
mar 2010.
[14] __________. iGoogle. Disponível em <http://www.google.com.br/ig>
Acesso em: 29 mar 2010.
[15]
Agradecemos ao CNPQ pelo apoio financeiro.
__________.
El
Comércio.
Disponível
em
<http://www.elcomercio.com.pe/#minamin_tecnologia> Acesso em: 29
mar 2010.
Cake Software Foundation Inc. Cake
<http://cakephp.org/> Acesso em: 29 mar 2010.
PHP.
Disponível
em
[16] MySQL AB. MySQL. Disponível em <http://www.mysql.com/> Acesso
em: 29 mar 2010.
Referências
[1]
S. Matsuura, “Circulação dos jornais cai 6,7% em abril.”, Disponível
em:
<http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/01/a-queda-nacirculacao-dos-jornais/> Acesso em: 29 mar 2010.
[2]
A. Edgecliffe-Johnson e K. Li, “Micro-payments considered for WSJ
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ww.ft.com%2Fcms%2Fs%2F0%2Fafcc5024-3d97-11de-a85e00144feabdc0.html%3Fnclick_check%3D1&_i_referer=&nclick_check
=1> Acesso em: 29 mar 2010.
[3]
A. Andrews, “New York Times to decide how to charge for its website
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Disponível
em:
<http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/mediatechnologyan
dtelecoms/media/5786429/New-York-Times-to-decide-how-to-chargefor-its-website-by-August.html> Acesso em: 29 mar 2010.
[4]
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Vol.
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Strategy”,
Disponível
em:
<http://docs.google.com/View?id=df3sbp8m_46dn8wj3gf> Acesso em:
29 mar 2010.
[5]
E. Schmidt, “How Google Can Help Newspapers”, Disponível em:
<http://online.wsj.com/article/SB1000142405274870410710457456957
0797550520.html> Acesso em: 29 mar 2010.
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